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1 O Cidadão 3 Agenda 21 nas escolas da Maré 6 Perfil: Robson Caetano 11 Maré em encontro da juventude 19 Saúde: câncer de próstata RIO DE JANEIRO • ANO IX • Nº56 • JUNHO/JULHO 2008 Alimentos Alimentos caros caros Alta no preço da cesta Alta no preço da cesta básica preocupa os básica preocupa os moradores da Maré, moradores da Maré, com o risco da volta com o risco da volta da inflação da inflação 16 Origem da favela no Rio

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1O Cidadão

3 Agenda 21 nas escolas da Maré 6 Perfi l:

Robson Caetano11Maré em

encontroda juventude 19 Saúde:

câncer de próstata

RIO DE JANEIRO • ANO IX • Nº56 • JUNHO/JULHO 2008

Alimentos Alimentos caroscarosAlta no preço da cesta Alta no preço da cesta básica preocupa os básica preocupa os moradores da Maré, moradores da Maré, com o risco da volta com o risco da volta da infl açãoda infl ação

16 Origem da favela no Rio

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2 O Cidadão

EDITORIAL

Elevação da cesta básica: grande preocupação dos brasileiros

ELES LÊEM O CIDADÃO

Acima, Everaldo Souza Argemiro Junior, morador do Conjunto Bento Ribeiro Dantas. À esquerda,

Maria Mônica, moradora da Vila do João.

Nos últimos meses a alta no preço dos alimentos preocupou os brasileiros. O aumento do trigo,

do arroz e do óleo de soja fi cou próximo dos 90%. Os alimentos que eram comprados em abril por um preço, em maio já não custavam a mesma coisa. Ou seja, o brasileiro teve que desembolsar mais dinheiro para continuar se alimentando de forma digna.

O CIDADÃO nessa edição fala sobre este problema que está interferindo na rotina dos mareenses. Uma das grandes reclama-ções dos moradores da Maré foi o aumento no preço da carne. Muito tiveram que sub-stituir o alimento por ovo, frango ou peixe. Forma encontrada para manter a “mistura” em sua alimentação. Os fatores que infl uen-ciaram a alteração do preço dos alimentos foram: as variações climáticas, que culmi-nou com o aumento do consumo externo e a pouca produção interna de alguns produtos; além da crise de produção de arroz na Ásia,

que fez as exportações do continente sofre-ram uma drástica redução.

Outro país que sofreu com a baixa pro-dutividade foi a Argentina. Os nossos amigos portenhos tiveram uma safra de trigo reduzi-da, infl uenciando os preços no Brasil. Um exemplo desse aumento é o preço do arroz que há quatro meses custava R$6, hoje está a R$ 11. Ou seja, os brasileiros estão gastando mais para comer.

O câncer de próstata também é aborda-do em nossa edição, alertando os moradores para os seus riscos. Além de mostrar a pre-venção e os locais de tratamento. O meio ambiente também está presente em O CI-DADÃO, com a reportagem sobre a Agenda 21 que será aplicada em algumas escolas da comunidade. Ainda temos matérias sobre os agentes de saúde, fórum mundial da juventu-de, bolinha de gude, movimento dos traba-lhadores desempregados, e muito mais.

Boa Leitura!

FOTOS DE RENATO ROSA

O CIDADÃO é uma publicação do CEASM - Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré

Sede Timbau: Praça dos Caetés, 7 - Morro do TimbauTelefone: 2561-4604Site: www.ceasm.org.br

DireçãoAntonio Carlos Vieira • Cláudia Rose Ribeiro

Maristela Klem • Lourenço CezarCoordenadora de Comunicação: Carla Baiense

Editora: Cristiane BarbalhoCoordenadores de Edição:

Flávia Oliveira • Aydano André MottaChefe de Reportagem: Silvana Sá

Revisão: Audrey BarbalhoAdministração: Fabiana GomesReportagem: Cristiane Barbalho

Gizele Martins • Renata Souza • Julie Alves Silvana Sá • Douglas Baptista

Repórter Fotográfi co: Renata Souza e Renato Rosa

Colaborou nesta edição: Rede Memória • NIC

Jornalista Responsável:Renata Souza (Mtb. 29150/RJ)

Ilustrações: JhenriContato Comercial: Maria Matilde e

Elisiane AlcântaraProjeto Gráfi co: José Carlos Bezerra

Diagramação e Editoração Eletrônica: Fabiana Gomes e José Carlos Bezerra

Criação do Logotipo: Rosinaldo LourençoFoto de Capa: Renato Rosa

Distribuição: Ana Carla • Charles Alves

Givanildo Nascimento • Raio Nonato José Diego • Caíque Mendes • Luiz Fernando

Fotolitos / Impressão: EdiouroTiragem: 20 mil exemplares

Correio eletrônico:[email protected]

[email protected]

Rua Nova Jerusalém, 345 BonsucessoTel:3882-8200 / Fax:2280-2432

A impressão deste Jornal foi possível graças ao apoio da

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3O Cidadão

Com o objetivo de melhorar a vida dos moradores nas comunidades, a Agenda 21

foi implantada em duas escolas da Maré. Esse projeto é um novo pa-drão de desenvolvimento, que con-cilia métodos de proteção ambien-tal, justiça social e efi ciência econômica. A Escola Estadual Bahia e a Escola Estadual Pro-fessor César Perneta têm a proposta de pro-mover projetos sociais e ambientais nos locais, para melhorar as condições de vida não só dos alu-nos, mas também dos moradores.

A professora de bio-logia Sueli de Oliveira Lima, de 51 anos, junto com outros professores da Escola Estadual Professor Cesar Pernetta, está desenvolvendo a Agenda 21 escolar. “O projeto surgiu em 1992 numa conferência no Rio de Janeiro, para tratar dos problemas ambientais”, conta Sueli. De acordo com ela, através de uma pesquisa feita por alunos e professores, foi possível descobrir que os maiores problemas das co-munidades são a poluição sonora, o lixo, e as doenças. “A nossa intenção é melhorar as condições ambientais, e também mostrar a população como se auto-sustentar reciclan-do. Vamos conscientizar os moradores e con-ciliar o progresso com o meio ambiente”, diz a professora.

A Escola Estadual Bahia também foi escolhida para desenvolver o projeto nas comunidades que a cercam. O diretor do co-légio Antônio Lopes Ferreira Júnior, de 32 anos, fala como o projeto está sendo coloca-do na escola: “A agenda 21 é um documento que elabora um plano de ações para traba-lhar em cima dos problemas sociais e am-

bientais da comunidade. Queremos levar o crescimento social, econômico e ambiental”. O diretor afi rma que a intenção é trabalhar focando a melhoria da qualidade de vida da população, “tratando do meio ambiente e melhorando a dimensão social”, diz.

Segundo o diretor do colégio César Per-netta João Lanzellotti, de 46 anos, o projeto é muito extenso e envolve a parceria de várias pessoas, tanto professores como alunos da comunidade. Para ele, a Agenda 21 tem duas importâncias: a primeira é a conscientização do estado do meio ambiente; a segunda é o respeito com as coisas de Deus aqui no nosso planeta. “Há uns dias atrás a Comlurb limpou o canal e no outro dia já tinha um sofá e uma máquina de lavar jogados por lá”, comenta.

Outro projeto que as escolas irão desenvol-ver em relação à Agenda 21 é a implementa-ção da coleta seletiva de materiais que podem ser reaproveitados tanto em ofi cinas da pró-

pria e sco-

la, quanto em cooperativas

recicláveis. As pessoas que tiverem interesse em ajudar,

ou queiram aprender com as ofi cinas, po-dem comparecer aos colégios citados para se informar. As dúvidas também podem ser

tiradas pelos telefones 2561-8892 da Esco-la Estadual Bahia, que funciona somente à noite e 3867-8522 da Escola Estadual César Pernetta.

EDUCAÇÃO

Desenvolvimento ambientalAgenda 21 chega em duas escolas da comunidade com objetivo de melhorar a vida dos mareenses

“A agenda 21 é um documento que elabora um plano de ações para trabalhar em cima dos problemas socais, economica e ambiental”Antônio Lopes FerreiraDiretor da Escola Estadual Bahia

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4 O Cidadão

GERAL

O socorro que bate a portaAgentes comunitários ajudam famílias a terem acesso a tratamentos em postos da Maré

JULIE ALVES

Valdinéia e Geni atuam como agentes de saúde na comunidade da Vila do João, fazendo visitas domiciliares

Eles estão por toda parte, batendo de porta em porta, sendo amigos, psicólogos, enfermeiros, assisten-

tes sociais, enfi m, uma ponte entre médi-cos e pacientes. Esse é o perfi l dos agentes de saúde que têm a função de dar atenção total e restrita às famílias, já que na Maré há um grande número de pessoas doen-tes e com difi culdade de locomoção. Eles têm que estar prontos para atendê-las, e uma de suas obrigações é levar aos enfer-meiros um programa do que cada um da casa necessita. Um trabalho baseado no Saúde Família, do Governo Federal, que também ajuda a capacitar os agentes de saúde, com cursos sobre doenças e ética profi ssional, já que a intimidade das famí-lias deve ser mantida.

O CIDADÃO conversou com Waldir Francisco, de 59 anos, coordenador de projetos da Unimar, empresa que coor-dena alguns postos de saúde na Maré em parceria com a Prefeitura. Segundo ele, há 11 anos, notou-se a necessidade de dar

um suporte melhor à saúde na comunida-de. “Nada havia sido feito para melhorar a assistência ao morador. Com isso, surgiu o Pacs (Programa de Agentes Comunitários de Saúde), que contrata pessoas das comu-

nidades para desenvolver o trabalho de visitação aos moradores, além de

descobrir suas necessida-des e levá-las aos pos-tos de saúde da Maré”,

diz. Ainda segundo ele, há

uma difi -cu ldade do cliente (paciente)

em enten-der que o agente é a ponte en-tre ele e o médico. “Quando o cliente

entender que o agente tem um papel im-portante para a melhora de sua saúde o projeto terá melhorias e apoio melhor da medicina”, conta.

Para a agente de saúde Geni Andrade, de 48 anos, que visita famílias no Conjun-to Esperança o profi ssional tem que estar sempre preparado para receber uma res-posta, sendo boa ou não. “Eu entrei nes-se projeto porque me senti fascinada em cuidar de vidas”, afi rma. Mensalmente ela

visita 180 famílias, onde se depara com di-versas necessidades de tratamentos, como por exemplo, pessoas com HIV.

Segundo Valdinéia Ferreira, de 48 anos, que há 10 trabalha no projeto, tudo deve ser feito com amor e educação. “Nos-so trabalho é igual ao de formiguinha, ganha um não hoje, mas no dia seguinte deve-se voltar e insistir”, diz. Para ela, a única coisa que se perde é a privacidade. “Se estiver no mercado ou na feira, seja a qualquer hora as pessoas estão chamando para pedir que resolva algo”, conclui.

“Eu entrei nesse projeto porque me senti fascinada em cuidar de vidas”Geni AndradeAgente de Saúde

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5O Cidadão

A 30ª Região Administrativa da Maré, popularmente conhecida como R.A, localiza-se em fren-

te a Praça do 18, na Baixa do Sapateiro. Muitos moradores não sabem qual é a sua real função. O cargo de administrador re-gional, segundo o atual administrador De-lon Alves, é ocupado através da indicação do prefeito César Maia. “O prefeito faz a troca de acordo com as necessidades do bairro”, diz Delon que ocupa o cargo des-de o mês de março. A R.A trabalha basica-mente com a assistência de problemas de infra-estrutura.

Uma das funções da R.A é fazer a in-termediação entre população e governo. Alguns dos serviços prestados pelo órgão são: recapiamento e asfalto, iluminação, limpeza de ruas, conservação de praças,

desobstrução de galerias de águas fl uviais e desratização. De acordo com Delon, as solicitações devem ser feitas à associação de moradores. Esta encaminhará um ofício para a R.A, que entrará em contato com os governos municipal, estadual e federal, de-pendendo do pedido. O órgão também cede espaço para a Funlar (Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula), que presta

assistência a pessoas com defi ciência. No momento, de acordo com Delon,

a comunidade de Marcílio Dias apresenta muitas demandas. “Lá os moradores recla-mam do abandono dos órgãos públicos. O asfalto não chegou por quatro anos. Vamos ver o que a gente consegue fazer com a co-munidade Mandacaru, porque ali as pesso-as vivem em situação sub-humana. Moram em barracos de madeira, sem saneamento básico e sem água encanada. Eu acredito que um ser humano não pode viver nessa situação. Daremos prioridade máxima à essa comunidade”, afi rma.

“O CIDADÃO nos ajuda a identifi car os problemas da Maré. A matéria sobre ‘lazer na Maré’ está me servindo muito porque pude ter maior conhecimento das necessidades da comunidade, que às ve-zes não chega através dos presidentes das associações e chega por vocês. O jornal é show de bola”, diz Delon.

Os moradores podem entrar em con-

tato com a R.A através dos telefones: 3881-0399, 2590-2590, 9852-1352 e 3881-0400.

CIDADANIA

Você sabe o que faz a 30ª R.A.?Administrador regional explica quais as funções da Região Administrativa da Maré

RENATA SOUZA

Delon Alves é o novo administrador da Região Administrativa localizada na Rua Principal, na Baixa do Sapateiro

“A matéria sobre ‘lazer na Maré’ está me servindo muito porque pude ter maior conhecimento das necessidades da comunidade, que às vezes não chega através dos presidentes das associações...”

“Vamos ver o que a gente consegue fazer com a comunidade Mandacaru, porque ali as pessoas vivem em situação sub-humana”

CURSOS

O Cidadão dá dicas de cursos

O curso de Educação Artística tem como objetivo formar educadores no campo da arte que são fundamentais no ensino regular e para o apoio de outras áreas do conhecimento. No curso o aluno terá a oportunidade de conhecer a linguagem artística, técnicas e a utilização de

materiais diversos. Ele ainda oferece discipli-nas práticas ministradas em ateliês como os de escultura, gravura e pintura.No Rio de Janeiro o curso está disponí-vel na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Licenciatura em Educação Artística

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6 O Cidadão

Orgulho de ser cria da Maré

CIDADÃO: Conte um pouco sobre sua infância na Maré. Você jogou bola no Campo da Paty?

Robson Caetano: Eu nasci no hos-pital do Andaraí e fui com minha mãe, Dona Georgete, morar na casa da minha avó, Dona Ana. Foi na antiga Rua F, Nova Holanda, onde passei os primeiros anos da minha vida. Aos dois anos e meio fui morar com minha bisavó no Instituto Oswaldo Cruz. Não tive a oportunidade de jogar bola na Paty, mas sempre que ia na casa da minha avó, para passar dias ou férias, eu dava uma fugida para ver a tur-ma mais velha jogando lá. Posso dizer que vi muita gente boa, mas é uma pena que as oportunidades sempre foram reduzidas para pessoas como nós de comunidade.

CIDADÃO: Quais as principais difi cul-dades que um menino pobre tem para conseguir sobreviver do esporte?

R.C: A primeira difi culdade é a falta de alimentação apropriada, as defi ciências sem-pre aparecem e corrigir fi ca difícil, ainda mais porque o treinamento, mesmo para quem está

começando, requer uma certa condição orgâ-nica. O outro problema é que com a difi culda-de de conseguir os resultados, os patrocínios não vêm. E na seqüência, o jovem chega numa idade que tem que decidir se estuda e trabalha, ou se estuda e treina. É aí que a famí-lia faz diferença, pois o incentivo e apoio são fundamentais neste momento.

CIDADÃO: Você acha que as políti-cas públicas de hoje são sufi cien-tes e qualifi cadas para atender o número de jovens de baixa renda?

R.C: Eu ainda acho que estamos à mer-cê da sorte. É claro que já melhorou um pouco, mas ainda somos excluídos e não

temos as chances sufi cientes para conseguir um lugar de destaque no esporte. Mas acho também que muito depende na nossa força de vontade, pois você é o que o seu coração quiser, para isto basta você acreditar.

CIDADÃO: Mande um recado para a garotada da Maré.

R.C: Como eu já disse antes, cabe a vocês o futuro de vocês. A sorte estará sempre do lado de quem trabalha. Lem-brem-se que eu sou semente, fruto e pro-duto da Nova Holanda, mas sou, acima de tudo, um favelado com muito orgulho. Por todos os lugares onde ando, eu faço ques-tão de ressaltar que as comunidades com poder aquisitivo desfavorecido merecem ser respeitadas. Por isso, acreditem em seus valores morais e respeitem, para que vocês sejam respeitados. Sejam humildes, mas não sejam humilhados e sintam orgu-lho de quem são e de onde vêm. Toda sorte do mundo para vocês e caso não tenham sorte ou oportunidade no esporte, invistam na educação, pois vocês podem ser o que quiserem, é só acreditar.

ARQUIVO PESSOAL

Robson Caetano, ex-morador da Maré, mostra para crianças da comunidade que a determinação é uma das armas para transformar sonho em realidade

PERFIL/ENTREVISTA

O velocista Robson Caetano da Silva, o grande nome do atletismo brasileiro das décadas de 80 e 90, hoje comentarista esportivo e membro da Confederação Brasileira de Atletismo, conta para O CIDADÃO o orgu-lho que sente de ser mareense. Fala ainda da vontade de desenvolver um projeto esportivo no bairro.

“..., o jovem chega numa idade que tem que decidir se estuda e trabalha, ou se estuda e treina”

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3868-4007Ligue e Anuncie!

ANÚNCIOS

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ANÚNCIOS

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O Cidadão 9

No dia 17 de maio uma roda de poesia encantou crianças e adul-tos na Casa de Cultura da Maré.

Cerca de 150 pessoas participaram do evento, que reuniu pais, vizinhos, amigos e alunos das ofi cinas de arte da instituição. Cada ofi cina preparou uma performance a partir de poesias relacionadas ao tema “Os elementos de nossa terra”. Segundo o professor da ofi cina de teatro, Marcos Covask, a idéia do evento é estimular a comunidade a ter um contato mais estrei-to com a língua escrita, através de diver-sas manifestações culturais. Cerca de dez ofi cinas se apresentaram.

Amanda Santana, de 13 anos, que par-ticipa das ofi cinas de dança de salão e tea-tro gosta muito do projeto. “É bom porque aqui a gente se diverte e distrai”. Seu pri-mo, Vitor Ricardo de Araújo, de 14 anos, que participa das ofi cinas de dança de salão, teatro e artesanato, vai mais além: “Estas ofi cinas são muito importantes para nosso crescimento. Elas nos ajudam a falar melhor e a nos expressarmos melhor para as outras pessoas”, diz.

Maria da Penha Cabral, moradora do Pinheiro, foi assistir à apresentação a con-vite de seu vizinho. “Gostei muito. É uma coisa nova, diferente. Virei outras vezes”, afi rma. Segundo ela, seus fi lhos só não fa-

zem as ofi cinas hoje por causa do horário da escola. “Se eles pudessem eu daria a maior força. É bom estimular a cultura”, diz.

Josefa Ferreira, moradora da Rubens Vaz, é aluna do teatro há dois meses. “Fiquei sabendo das ofi cinas através do jornal O CIDADÃO. Estou apaixonada, é maravilhoso! Meu fi lho de 9 anos quer fazer dança e teatro”, diz.

Segundo a coordenadora pedagógica das ofi cinas de arte, Márcia Mansur, esta foi a primeira vez que as ofi cinas se en-contram numa apresentação para o públi-co externo. “O grande ponto positivo do projeto é dar oportunidade para as pesso-as que não têm acesso aos bens culturais. Quando conseguimos motivar a arte ade-quando-a à realidade da comunidade, o salto qualitativo que se tem é muito gran-de”, afi rma.

1- Meninas da ofi cina de balé após apresentação; 2- Crianças após perfomance teatral;

3- Público assiste à apresentações das ofi cinas

FOTOS: ARQUIVO OFICINA DE CULTURANAS REDES DO CEASM

Performances culturais levantam público na Casa de Cultura Apresentação das ofi cinas foram vistas pela primeira vez pelo público externo

ServiçoEstá programada para o dia 19 de julho a primeira mostra dos trabalhos das ofi cinas.

No fi nal do ano também acontecerão eventos para encerrar as atividades. A Casa de Cultura da Maré fi ca na Av. Guilherme Maxwell, 26 (em frente ao Sesi).

Telefone: 3868-6748.

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10 O Cidadão

ACONTECEU NA MARÉ

I Fórum Comunitário da Mulher

No dia 26 de abril aconteceu no CCDC MARÉ, na Baixa do Sapateiro, o I Fórum Comunitário da Mulher, realizado pela ONG Viver Bem. O objetivo era esclarecer dúvi-das sobre os direitos das mulheres e prevenir futuras doenças com diversas palestras.

Segundo o presidente da Viver Bem, Elias Torres, o evento acontecerá em outras comunidades. “Esse fórum foi criado para atender as carências que as mulheres têm sobre muitos assuntos do seu cotidiano”, conta.

O CIDADÃO conversou com Nilza Serafi m, de 41 anos, moradora da Baixa do Sapateiro, que já é atendida pela ONG, e foi até o evento para esclarecer outras dúvidas. “A palestra da psicóloga Márcia Mimczuk foi com a que mais aprendi. Passo por um processo emocional e agora que tudo fi cou claro, levarei isso para ensinar a todos da mi-nha casa”, diz.

A ONG tem atendimento gratuito de fi -sioterapia na Associação de Moradores do Rubens Vaz, todas às terças e quintas-feiras, das 9h às 13h. Na Assembléia de Deus do Salsa e Merengue, o atendimento é realizado todas as segundas-feiras, dàs 14h às 18h. A sede da Viver Bem fi ca na Rua Nair, n° 221, Olaria. O telefone é 3214-7750.

50 anos da Escola IV Centenário

Em comemoração aos seus cinqüenta anos, a Escola Municipal IV Centenário, realizou uma Missa em Ação de Graças,

na paróquia Nossa Senhora dos Nave-gantes. O evento aconteceu no dia 16 de maio. Após a missa foi realizado ato sole-ne na própria escola.

Domingo é dia de Cinema

O pré-vestibular do Ceasm foi a mais um encontro do “Domingo é dia de cine-ma” no Cine Odeon, dia 18 de maio, com outros pré-vestibulares comunitários. O grupo assistiu ao fi lme “Sicko SOS Saú-de” de Michael Moore que compara o funcionamento do sistema de saúde de alguns países, como o de Cuba, Estados Unidos, França, entre outros. Logo de-pois os alunos participaram do debate com Lucia Brum, formada em medicina familiar em Cuba e Eduardo Stotz, doutor em saúde pública, ambos da Fiocruz.

Contra a dengue, se benze que dá

O bloco carnavalesco “Se benze que dá”, formado por moradores das favelas do Complexo da Maré, denun-ciou, no dia 26 maio, o descaso do po-der público com a epidemia de dengue. De maneira bem humorada, os “par-tideiros” se vestiram de mosquito da dengue e distribuíram panfletos infor-mativos pelas ruas da Baixa do Sapa-teiro, Vila dos Pinheiros e encerraram a passeata na recém lançada Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA), na Vila do João. Um dos refrões do sam-ba cantado pelo “Se benze” era: “Dor

de cabeça, febra alta e baixo astral. Xô mosquito vai picar o Sérgio Cabral”.

Rádio comunitária do PU

No dia 6 de junho a rádio comunitária Transmania do Parque União realizou sua primeira transmissão, depois de longos anos fora do ar. A festa de inauguração contou com a presença do deputado fe-deral do PV Fernando Gabeira. De acor-do com a administradora, Fátima Castro, a rádio atenderá à comunidade através dos auto-falantes instalados nos postes. “Teremos serviços de utilidade pública, achados e perdidos, programação musi-cal e espaço para programas evangélicos. Nossa intenção é prestar um serviço de qualidade para a comunidade”, afi rmou.

Na década de 80 a rádio, dos mesmos donos, mas chamada TransMaré, iniciava sua transmissão para a comunidade do Parque União. Ela funcionava no terceiro andar da associação de moradores. Anos depois, já na década de 90, a rádio voltou a funcionar no térreo do mesmo prédio, dessa vez com o nome de Transmania. Lá permaneceu por 10 anos. Agora, anos depois, a rádio ressurge como mais um instrumento de cidadania para a comuni-dade. A rádio funciona na Associação de Moradores do Parque União.

Rock na MaréAconteceu no dia 13 de junho, uma

sexta-feira treze, no IV Largo Centená-rio, a festa promovida pelos roqueiros da comunidade. O evento contou com a pre-sença de aproximadamente 90 pessoas e apresentação de várias bandas.

Para Carlos Manuel dos Santos, de 19 anos, mas conhecido como Portuga, a in-tenção da festa é trazer o lazer para a co-munidade. “Ela é gratuita, mas toda a ajuda é bem vinda. Temos a presença de pessoas de fora da comunidade, e a presença das bandas Jam, André e os Mendigos, Algoz, Wilo-Drean e Raça Humana”, diz.

JULIE ALVES

Mulheres no primeiro Fórum organizado no CCDC

RENATA SOUZA

Integrantes do “Se benze que dá”, em desfi le pela Maré

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O Cidadão 11

No Brasil não existem leis para a ju-ventude, por isso, entre os dias 27 e 30 de abril foi realizada a Con-

ferência Nacional da Juventude em Brasí-lia, em que jovens de todo o país tiveram a chance de sugerir e votar metas. Antes disso, durante oito meses, cerca de 400 mil parti-cipantes se organizaram em conferências livres, municipais, regionais e estaduais para discutirem seus direitos e deveres.

Foram escolhidos 100 jovens de cada estado para a conferência nacional, o que totalizou aproximadamente 3 mil presentes,

entre organizadores e colaboradores. Eram indivíduos de todas as regiões, de diferentes costumes, sotaques e opiniões. Mas todos tinham o mesmo objetivo: discutir políticas públicas para a juventude.

Cada grupo levou suas prioridades, esse foi o caso do jornalista Fábio Meireles da ONG Escola de Gente do Rio de Janeiro. “A minha participação tem a idéia de garantir o direito da juventude com defi ciência em espaços coletivos como: direitos humanos, material em braile, os banheiros adapta-dos, entre outros. Tentar avançar para que

eles sejam protagonistas e falem sobre suas pautas, coloquem suas questões e suas an-gústias também. A gente trabalhou no grupo de jovens com defi ciência, tentando sempre promover a discussão ética da diversidade, da não discriminação, dialogando com os movimentos negros e feministas, presentes na conferência”, conclui.

Índios também discutiram e votaram suas questões, uma delas é a falta de apoio do governo. André Luis, de 27 anos, da Tri-bo Terena do Mato Grosso do Sul, ressalta a importância da sua participação. “Não temos um espaço digno na sociedade. Somos mais de 26 etnias aqui na conferência e teremos que se organizar para conseguir algo em comum, já que somos e temos problemas diferentes. Esse é o caso das tribos do Cen-tro-Oeste, eles têm seus problemas que são distintos dos das tribos do Nordeste. Afi nal, como qualquer outro grupo também temos

difi culdades. No Brasil, somos mais de 200 povos e 180 línguas diferentes. Por isso, a primeira fase é a organização do nosso gru-po. No país já temos um Estatuto do Índio, mas o nosso objetivo hoje é o de melhorar cada vez mais o que temos e buscar o que ainda falta”, diz.

Moradores da Maré também estiveram presentes na conferência nacional. Um desses representantes é Geandra Nobre, de 24 anos. Segundo ela, houve alguns pro-blemas na conferência. “O Rodrigo Abreu, superintendente de juventude não deixou que tivesse o debate das propostas. Ele próprio escolhia o que entraria ou não na pauta. Não trouxemos nenhuma proposta pela não redução da maioridade penal, por exemplo, que é um assunto que nós do Rio de Janeiro poderíamos ter trago. Essa con-ferência aqui não pode ter fi m, é um esfor-ço que já vem de anos”, conclui.

GERAL

Conferência Nacional da JuventudeJovens da Maré e de todo o país vão à Brasília propor e discutir seus direitos

ELZA FIÚZA/ABR

Jovens chegam para a 1ª Conferência Nacional de Juventude. O encontro aconteceu em Brasília no mês de abril

“A gente trabalhou no grupo de jovens com defi ciência, tentando sempre promover a discussão ética da diversidade”Fábio MeirelesJornalista da Ong Escola de Gente

COMO VOVÓ JÁ DIZIAA massa de biscoitos feita só com

amido de milho é mais delicada e desmancha na boca.

Para abrir e moldar a massa de biscoito, você pode polvilhar a mesa ou o mármore com amido de milho.

Guardar algumas fatias de pão na lata, junto com biscoitinhos ma-cios, não deixa que eles amoleçam.

Quando cortar biscoitos com for-minhas ou cortadores apropriados, ou mesmo com a borda de um cálice, faça-o com a massa, sobre

um guardanapo polvilhado de fari-nha de trigo. Isto evita que percam a forma ao serem passados para o tabuleiro de assar.

Fonte: www.irenes.com.br/da_cozinha/biscoitos.htm

Para deixar o biscoito mais gostoso

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O Cidadão12 O Cidadão

CAPAO Cidadão12 O Cidadão

CAPA

Carne, leite, feijão, arroz, fari-nhas de trigo e de mandioca, batata, tomate, pão, café, ba-

nana, açúcar, óleo e manteiga. Esses são os produtos que compõe a cesta básica nacional. Porém, nos últimos meses, o aumento da infl ação prejudi-cou essa composição. E os moradores da Maré estão sentindo no bolso esse aumento. Para a moradora da Vila do João, Cacilda Soares Neto, de 29 anos, a substituição dos alimentos se tornou indispensável. “É difícil para gente que ganha salário mínimo. O feijão, a carne

e o arroz aumentaram mais de 50%, a pessoa que comia carne agora tem que comer ovo”, diz. Essa é a mesma opi-nião de Alessandra Lima, de 31 anos, moradora do Parque União. “Está tudo muito caro, tem que substituir o óleo e a carne. O feijão está R$4,00. Quando vier a melhora dos preços vai estar todo mundo passando fome. Eu não estou levando a metade do que normalmente compro”, completa.

Para Fernando Santana, de 50 anos, que trabalha na comunidade, o poder aquisitivo do consumidor está muito

reduzido. “Comprava cinco quilos de arroz e feijão por semana e completava com macarrão, agora isso é impossível. Quando cozinho, escolho fazer macar-rão ou arroz, pois não dá para fazer os dois. Antes eu comprava com R$10,00 quatro latas de óleo e hoje com o mesmo dinheiro compro duas latas de marcas desconhecidas e que custam R$3,29”, afi rma.

Segundo o gerente do Multi Market da Vila do João, Helan Dutra, o aumento dos preços é conseqüência da globalização. “É impossível aumentar em um estado e não

Aumento no preço dos alimentosMoradores da Maré reclamam da alta dos preços que, entre os meses de abril e maio, comprometeu mais 5% do salário mínimo

Funcionário de mercado na Vila do João repõe mercadorias: elevação dos preços preocupa moradores da comunidade que mudam hábitos de consumo

FOTOS DE RENATO ROSA

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em outro. O arroz, o trigo e o óleo de soja aumentaram muito devido à estiagem. Além disso, apenas uma empresa é responsável por 90% da fabricação do óleo de cozinha, difi cultando a negociação. Outra coisa que contribuiu com a elevação dos preços foi a estiagem, tendo pouca produção de soja. Isso acaba reduzindo o lucro do estabelecimento, porque o chamariz é a cesta básica, mas ela dá lucro apenas de 4% ao estabelecimento. O que sustenta o supermercado são os outros itens, como iogurte e biscoito, e o trabalhador acaba cortando para levar o básico”, diz. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (DIEE-SE), em nota à imprensa, no dia 02 de junho, o Rio de Janeiro apresentou um aumento de 0,31% nos últimos dois meses. Apenas duas capitais das 16 em que o DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta

Básica tiveram queda no

preço dos gêneros alimentícios no mês de maio: Goiânia com queda de -1,19% e Salvador com - 0,35%.

Esses constantes aumentos da cesta básica estão causando revol-ta em alguns moradores, além do medo da volta da infl ação. Esse é o caso do Zilma Ferreira, de 74 anos, moradora da Vila do João. “Muita coisa que eu comprava em quantidade passei a comprar menos. A carne foi o que mais pesou para mim e nem falo carne de primeira. Um exemplo disso é a pá (carne de segunda) que está custando entre R$ 5 e R$6. Eu praticamente deixei de comprar carne, estou substituindo por pei-xe ou frango”, afi rma. A morado-ra do Salsa e Merengue, Verônica Araújo, de 32 anos, afi rma que a

interferência no orçamento está mudando os hábitos da família. “Até o mês passado comprava 15 quilos de arroz e 10 de feijão. Hoje, tenho que comprar somente o necessário para durar até o próximo pagamento. E, por isso, a gente acaba comprando menos e no lugar da carne come ovo. Não sei por que aumentou tanto, tive que reduzir a farinha de trigo para zero”, completa.

Segundo o sub-gerente do Multi Market, Hélio Pereira, os moradores estão recla-mando do preço do arroz, do trigo e do óleo. “Semana passada tivemos uma pe-quena queda no preço do óleo”, diz

Ainda de acordo com a pesquisa do DIEESE, o preço da cesta básica em maio teve aumento na maioria das capi-tais pesquisadas se comparada a maio de 2007. Segundo essas informações, o cli-ma, as pressões do mercado internacio-nal e a alta dos insumos (matéria-prima), como adubos e fertilizantes derivados do petróleo foram os grandes responsáveis pelo aumento.

“Comprava cinco quilos de arroz e feijão por semana e completava com macarrão, agora isso é impossível”Fernando SantanaTrabalha na comunidade

Hélio afi rma que o preço do arroz preocupa os moradores

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O Cidadão14 O Cidadão

CAPA

Alta maior que o mínimoAumento da cesta básica em relação ao salário mínimo reduz o poder aquisitivo do trabalhador

Nos últimos meses a elevação no preço dos alimentos interferiu na rotina de muitas famílias. O

aumento no preço da cesta básica foi su-perior ao que foi dado no início do ano para o salário mínimo. De acordo com a pesquisa do DIEESE, esse acréscimo for-çou o trabalhador a cumprir mais horas de trabalho para a aquisição do básico à sua alimentação. A pesquisa mostrou que uma pessoa que recebe salário mínimo

teve que fazer uma jornada de 111 horas e 08 minutos, em maio, para comprar os mesmos bens de abril, cujas horas traba-lhadas chegaram a 106 horas e 57 minu-tos. Ou seja, o assalariado teve que traba-lhar cerca de cinco horas a mais para se alimentar.

Os dados do DIEESE apontam que em abril, para a compra da cesta básica, foi pre-ciso que o brasileiro comprometesse cerca de 52,84% do rendimento líquido do salário mí-

nimo. Sendo que no mês de maio esse valor chegou a 54,91%. Já em comparação a maio de 2007 o trabalhador precisou comprometer 45,31% do seu salário para a aquisição dos mesmos produtos.

Os alimentosUma das grandes reclamações do mora-

dor da Maré foi o preço da carne. No último ano a alta do produto foi de aproximadamen-te 16,74%, em Porto Alegre, e 39,09%, em

Fortaleza. Um dos fatores respon-sáveis pelo aumento foi a mudança de posição da Comunidade Euro-péia em relação à importação da carne brasileira de vários estados. Ou seja, com os países europeus comprando mais carne é inevitável o aumento das exportações que for-çarão o preço interno do produto. Com isso, os brasileiros pagarão mais caros, devido à preferência de venda para outros países, mesmo com a Argentina e o Uruguai exer-cendo preços menores.

Já o arroz teve um aumento que fi cou em torno de 7,03%, em Salvador, e 36,77%, em Florianó-polis. A cidade do Rio de Janeiro foi a única a registrar uma pequena queda de 0,45%. Ainda segundo a pesquisa do DIEESE, o aumento também pode ser conseqüência do anúncio da escassez mundial de grãos, fazendo com que parte dos produtores retenham o cereal, pro-

vocando, assim, especulação no comércio. A expectativa é que os preços sofram queda

nos próximos meses.

Custo e variação da cesta básica em dezesseis capitais do Brasil (maio de 2008)Capital Variação

Mensal (%)

Valor da Cesta (R$)

Porcentagem do Salário Mínimo Líquido

Tempo de Trabalho

Variação no ano (%)

Variação Anual (%)

Recife 14,19 196,62 51,50 104h 14min 26,52 46,55

Natal 8,91 204,64 53,60 108h 29min 21,87 40,75

Florianópolis 7,61 226,43 59,31 120h 02min 18,66 34,76

Aracaju 5,83 183,40 48,04 97h 13min 7,15 28,71

Curitiba 5,36 220,74 57,82 117h 01min 17,90 30,11

Vitória 4,99 222,98 58,40 118h 12min 17,66 37,00

Porto Alegre 4,32 236,58 61,96 125h 25min 11,11 22,64

Fortaleza 4,22 196,79 51,54 104h 19min 24,28 40,78

João Pessoa 3,49 187,21 49,03 99h 15min 20,71 34,50

São Paulo 2,68 233,92 61,27 124h 00min 8,99 26,49

Belém 1,88 206,40 54,06 109h 25min 8,63 25,33

Brasília 1,58 217,60 56,99 115h 21min 12,61 30,07

Belo Horizonte 0,98 230,55 60,38 122h 13min 12,57 37,64

Rio de Janeiro 0,31 222,93 58,39 118h 11min 14,64 27,15

Salvador - 0,35 176,05 46,11 93h 20min 10,93 29,73

Goiânia - 1,19 191,38 50,13 101h 27min 1,08 24,22

Fonte: DIEESE

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15O CidadãoO Cidadão 15

ENTREVISTA

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16 O Cidadão

GERAL

Como tudo ComeçouNome “favela” sai do sertão baiano e chega às comunidades do Rio de Janeiro

ARQUIVO MEMÓRIA DA MARÉ

Crianças brincam na antiga favela do Rala Coco, atual Bento Ribeiro Dantas, uma das primeiras da comunidade

Favela é um termo latino que signifi ca pequena fava, um tipo de planta, mui-to encontrada no sertão baiano. No

Rio de Janeiro, o nome “favela” surgiu como característica das ocupações irregulares das encostas, sendo trazido pelos soldados que lutaram na Guerra de Canudos. Foram cer-ca de 10 mil soldados que voltaram ao Rio, então capital federal, com a promessa do governo de ganhar casas. Porém, problemas burocráticos acabaram comprometendo a construção dos alojamentos. Sem alternati-va, esses soldados começaram a subir as en-costas dos morros do centro da cidade.

Segundo o professor de História Moisés Ferreira, de 27 anos, o primeiro morro a ser ocupado estava próximo a estação da Cen-tral do Brasil, atual Morro da Providência, na época chamado de Morro da Favela. “Tudo começa por conta dos retirantes envolvidos na Guerra dos Canudos. Quando voltaram para o Rio de Janeiro, eles reivindicaram ações do governo. Com o salário atrasado fi -caram sem perspectiva e ocuparam o morro. Eles queriam aproveitar a proximidade com o prédio militar para exigir seus direitos. O nome favela surge por conta de uma vege-tação típi-ca do in-terior da

Bahia, e hoje é reconhecido como sinônimo de qualquer ocupação irregular”, diz.

Moisés considera que a década de 40, do sécu-

lo XX, foi o período de crescimento das

f a v e l a s . “ N e s s e

período hou-ve a abertura da Avenida

Pres iden te Vargas, as p e s s o a s

foram mais afastadas do centro

da cidade. E com essa modernização a população fi cou localizada nos entornos do Centro. Depois surge a Avenida Brasil, que propicia o crescimento do número

de habitantes em São Cristóvão, Ramos, Bonsucesso, Olaria, Penha e as primei-ras comunidades da Maré”, conclui.

Mas nem todos têm uma visão negativa da favela. Esse é o caso de Severino Valentin,

de 48 anos, que considera o nome legal. “A maioria acha feio o nome favela, mas eu não, pois em todo lugar tem uma”, afi rma. Já Ro-berto Gomes, de 71 anos, morador do Tim-bau há mais de dez anos, pensa diferente. “Eu não considero aqui uma favela, devido a sua estrutura e importância. Para mim, aqui poderia ser chamado de bairro”,completa.

Muito tempo se passou desde o surgimen-to das primeiras favelas. Mudanças signifi ca-tivas aconteceram nesses locais, como urbani-zação e o surgimento das casas de alvenaria. Segundo o professor de Geografi a Lourenço César, de 37 anos, muita coisa mudou em mais de cem anos de ocupação. “Existiam terrenos alagadiços, terras que não tinham ninguém e que hoje dão lugar às favelas. A urbanização está bem avançada, com água e saneamento básico. As casas em sua maioria não são mais barracos, e em grande parte possui mais de um andar, devido às novas gerações”, diz.

“Nesse período houve a abertura da Avenida Presidente Vargas”Moisés FerreiraProfessor de história

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17O Cidadão

ANÚNCIOS

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18 O Cidadão

ANÚNCIOS

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O Cidadão 19

Falar em exame de toque para homens ainda é um tabu, mas este é um exame fundamental para se diag-

nosticar o câncer de próstata. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 700 mil homens no mundo são atingidos pela doença anualmente, causando 250 mil mortes. No Brasil esta forma de câncer já matou mais de 10.200 homens. O maior problema é que muitos pacien-tes só descobrem a doença num estágio avançado, o que difi culta o tratamento e diminui as possibilidades de cura.

Segundo o urologista Aristóteles Wisnescky, de 54 anos, especialista em oncologia e chefe do Serviço de Urologia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), um dado importante é o histórico familiar. Uma pessoa que tenha pai ou irmão com

a doença antes dos 60 anos tem dez vezes mais chances de desenvolver o câncer. A incidência e as mortes em decorrência da doença aumentam após os 50 anos.

SintomasO câncer de próstata se apresenta de

duas maneiras: a benigna e a maligna. No primeiro caso, que se caracteriza pela difi culdade de urinar, o paciente pode de-senvolver infecções no aparelho urinário e alterações no funcionamento dos rins. Nos casos mais graves podem surgir seqüelas na bexiga e até mesmo levar o paciente a mor-te, devido ao mau funcionamento renal.

Já a maligna pode apresentar no início sintomas como perda de peso, dor óssea, perda da função renal ou retenção urinária. No entanto, na maioria dos casos, os sinto-mas só aparecem quando o câncer já está avançado. “A presença de um ou mais sinto-mas não signifi ca que você esteja com cân-cer, pois várias doenças podem ter sintomas semelhantes. Por isso, é muito importante a

visita ao seu médico”, diz Wis-nescky. Em alguns pacientes, a doença pode evoluir sem apresentar nenhum sintoma.

Diagnóstico e tratamentoExistem dois tipos de exames: o do to-

que, recomendado para homens acima dos 50 anos, e o do PSA, que é um ingrediente do sêmen produzido pela próstata e que apa-rece em taxas normais de sangue. “O teste do PSA é um exame de sangue, feito em

laboratório. Se o resultado se mostrar acima do normal o médico poderá

recomendar outros exa-mes para determinar o melhor tratamento”, ex-plica o médico.

Segundo Wisnes-cky, o câncer pode não ser palpável pelo toque retal. O mais prudente é a realização dos dois exames. “Mas existem riscos de tratamento.

Infecções urinárias, in-continência urinária transitória ou

permanente, impotência sexual e per-da da ejaculação são os mais freqüentes”, alerta.

De acordo com o médico, não são co-nhecidas formas específi cas de prevenção do câncer da próstata. “O ideal é fazer 30 minutos diários de atividade física, ter uma alimentação rica em fi bras, frutas e vegetais, reduzir a gordura na alimentação, manter o peso, diminuir o consumo de álcool e não fumar”, conclui.

SAÚDE

Câncer de PróstataA doença se não tratada pode levar à morte, sendo necessário acompanhamento contínuo

Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti - Fundação Pró Instituto de Hematologia do RJ / FUNDARJRua Frei Caneca, 8 - Centro

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - UFRJAv. Brigadeiro Trompowski, s/n - Ilha do Fundão

Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPEEnd.:Av. 28 de Setembro, 77 - Vila Isabel

Fundação Apoio à Saúde Ensino Bonsucesso - FASEB

Av. Londres, 616 Prédio 5, Sl. 202 - Bon-sucesso

Hospital Geral do AndaraíRua Leopoldo, 280 - Andaraí

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da UNI-RIORua Mariz e Barros, 775 - Tijuca

Hospital Mário Kroeff - Associação Brasileira de Assistência ao CâncerRua Magé, 326 - Penha Circular

Hospital do Câncer I - Instituto Nacional de CâncerPraça da Cruz Vermelha, 23 - Centro

Locais de tratamento

“O teste do PSA é uma exame de sangue, feito em laboratório”

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20 O Cidadão

No mês de maio o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), criado em 2000, esteve

no Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm).O encontro estadual é uma preparação para o encontro nacional, em Brasília. O MTD surgiu como respos-ta aos grandes problemas sociais vividos pelos brasileiros. E o seu objetivo é a bus-ca de melhorias para o trabalhador, discu-tindo a questão do desemprego.

Segundo Marcelo Machado, de 34 anos, um dos integrantes do MTD do Rio, o movi-mento surgiu no Rio Grande do Sul, a partir da organização e luta de um grupo por mora-dia. “Após várias discussões, perceberam que também precisavam de emprego, e outras ne-cessidades básicas como: saúde e educação. Hoje, ele se encontra em 13 estados”, diz.

Já Fábio Garrido, de 27 anos, também in-tegrante da organização, uma das pautas dis-cutidas durante o encontro foi a redução da

carga horária de 44 para 40 horas semanais. “Isso aumentaria o número de emprego no país para 2 milhões e 200 mil”, afi rma.

Para Rachel Figueira, de 21 anos, moradora da Vila do Pinheiro, o MTD é um movimento urbano muito importante. “Ele faz a gente perceber que não é só no

campo que tem problemas, mas também na cidade e nos ajuda a ter interesse e discutir sobre essas questões como, por exemplo, o fi m do décimo terceiro salá-rio. Se isso for aprovado, será muito ruim, pois esta é uma luta que os trabalhadores conquistaram durante anos”, conclui.

ESPORTE

Alegria da criançadaBolinhas de gude contagiam os pequenos moradores da Maré Todo ano durante o período de férias

jogar bolinha de gude vira febre entre os pequenos da comunidade.

O jogo que existe desde os séculos passados é a sensação das crianças da Maré, e a diversão é jogar apos-tando as bolinhas e quem tiver os po-tes mais cheios é o melhor do grupo. Mas não é somente os meninos que gostam dessa brincadeira, muitas me-ninas também se divertem com as bo-linas de gude. Esse é o caso de Tauna Cristina, de 15 anos, moradora do Morro do Timbau, que mostra a força

das mulheres. Se-gundo ela, a graça do jogo é poder ganhar as outras bolinhas. “Teve um dia desses que fui enfrentar os meninos. Eu tinha só uma bolinha de gude, mas saí com o pote cheio. Gos-

to também de jogar triângulo, para ganhar mais bolinhas”, afi rma.

Para Jonatas Silva dos Santos, de 17 anos, também morador do Timbau, a me-lhor coisa era a emoção quando jogava. “Há cinco anos quando jogava, a emo-ção era ganhar bolas de gudes dos meus amigos. Gostava mais de brincar de mata-mata, pois ganhava gudes bonitas, e triân-gulo, para encher o meu pote”, diz.

Já o morador da Praia de Inhaúma, Car-los dos Santos, de 37 anos, fala como era no seu tempo de garoto. “Era muito bom, ain-da mais quando jogava apostando, quando valia várias bolas de gude. Gostava muito de bulica, para fazer carrinho, canhão, virar papa e matar os amigos”, completa.

Segundo Wallace Costa do Nascimento, de 14 anos, morador do Timbau, aconteceu um episódio com o seu irmão que ele não gos-tou muito. “Meu irmão estava com um saco cheio de bolinhas de gude. Os meninos da rua de malandragem rasgaram o saco de plástico cheio de bolinhas do meu irmão, e fi zeram o rapa. Ele foi para casa chorando”, relata.

FOTOS DE RENATA SOUZA

Acima, crianças do Parque Maré brincando de bolinha de gude. Ao lado, detalhes

das mãos durante o jogo

GERAL

Movimento dos trabalhadores desempregadosGrupo que surgiu para combater problemas sociais organizou encontro estadual no Ceasm

ALEX TRILLAS

Integrantes do MTD reunidos em encontro estadual: grupo luta por melhores condições trabalhistas

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O Cidadão 21

Foi em uma banda de pop rock na Baixa do Sapateiro, onde passou sua adolescência, que Miriam Mel, de 32

anos, deu início a sua carreira musical. Atu-almente ela mora no Parque União onde seu trabalho foi reconhecido.

Em uma de suas apresentações, surgiu o convite para cantar em uma banda de forró chamada Brilho do Sol, com a qual passou a se apresentar na Feira de São Cristóvão. A partir desse momento surgiram vários con-vites de outras bandas e apresentações em

lugares bastante conhecidos, esse é o caso do Olimpo, Via Show, Asa Branca e muitas viagens pelo Brasil.

Vocalista da banda de forró Lua de Mel, onde está há 10 anos, ela diz que não tem pretensão de fazer carreira solo. “O pessoal é de minha confi ança, somos uma família”,

conta. Para ela, o lado ruim da profi ssão deve ser esquecido sempre. “Tem lugares que não pagam o cachê combinado”, revela.

Quanto à discriminação, ela diz que acontece quando a banda não tem sucesso na mídia, e isso faz com que não consiga shows com bandas grandes. “As pessoas nos tratam com indiferença por não nos conhece-rem, mas quando ouvem o nosso som, viram nossos fãs”, diz. Mas também tem seu lado bom: “Comprei minha casa com o dinheiro que juntei, fi z vários amigos e hoje sou uma profi ssional respeitada”, disse Mirian.

No dia 5 de maio, ela embarcou para a

Rússia, onde fi cará por três meses, sendo a cantora ofi cial no show “Simplesmente Brasil”.Viajando com tudo pago e tendo um contrato para tratamento vip, ela diz que ao voltar será olhada diferente, com algo mais no seu currículo musical.

Os integrantes de sua banda deram muito apoio à ida de Mirian ao país europeu e colo-caram uma substituta até a sua volta.“Foram 17 anos esperando por uma oportunidade dessas. Eu, moradora de uma comunidade, tendo o meu trabalho reconhecido pelos rus-sos, é bom demais”, conta. Ela pretende gra-var um DVD e um novo CD.

MUSICAL

Da Maré para a RússiaA cantora Mirian Mel vai à Europa mostrar a força da música brasileira

SABOR DA MARÉPizza rápida da Joyce Alves

aquecido por aproximadamente 15 minu-tos ou até a pizza fi car dourada no fundo.

Sugestão de recheio:(Deixe pronto antes de fazer a massa)Leve ao fogo por 3 minutos:2 latas de sardinha em lata amassada com molho de tomate pronto e um tablete de caldo de bacalhau. Espere esfriar.Distribua o recheio em cima da massa da pizza; acrescente rodelas de cebola, de ovo cozido, tomate e milho a gosto. Se preferir, pode fazer com mussarela e presunto.

Ingredientes:3 copos de farinha de trigo / 1 copo de leite / ½ copo de óleo / 1 colher bem cheia de fermento em pó / 1 pitada de sal / 1 pitada de açúcar refi nado

Modo de fazer:Unte um tabuleiro com óleo e reserve.Misture todos os ingredientes em uma vasilha e sove bem por 3 minutos.Abra a massa com as mãos em peque-nos pedaços e coloque no tabuleiro.Não precisa deixar descansar.Distribua o recheio e leve ao forno pré-

JULIE ALVES

Opção de massa de pizza para os moradores

“Comprei minha casa com o dinheiro que juntei, fi z vários amigos e hoje sou uma profi ssional respeitada”

ARQUIVO PESSOAL

A moradora do Parque União, Mirian Mel, conseguiu com a música viajar para fora do Brasil e se destacar

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22 O Cidadão

As cartas ou sugestões para o jornal devem ser encaminhadas para o CEASM - Jornal O CIDADÃO (Praça dos Caetés, 7, Morro do Timbau, Rio de Janeiro, RJ. CEP: 21042-050) ou pelo e-mail: [email protected]

CARTASPÁGINA DE RASCUNHO

Nós e os animais

Errata: Na última edição, na página 02, a foto de

Cláudio Nascimento no Eles Lêem O CIDA-DÃO foi feita por Francisco Valdean.

Ao caminhar pelas ruas de qualquer bairro do Rio de Janeiro, não é difícil en-contrar animais que foram abandonados, machucados e, infelizmente, maltratados. Esse quadro se repete também nas comuni-dades do bairro Maré.

Creio que a falta de informação seja uma das causas desse quadro de crueldade, abandono e sofrimento dos animais. Não podemos considerar natural o sofrimen-to, seja humano, seja animal.

É sempre importante lembrar que os animais são seres com VIDA, ou seja, têm sentimen-tos, sentem frio, fome e dor. A vida nas ruas não é nada fácil; os animais fi cam expostos a doenças, a chuva, ao sol, correndo risco de serem atropelados e envenenados.

Muito podemos fazer para minimizar esse quadro de milhares de animais que estão “por aí” a espera de alguém que resolva os adotar e cuidar com carinho de dedicação.

A castração (esterelização) é um passo muito importante para diminuir a população de ani-mais de rua. Ao contrário do que muitos pensam, a castra-ção não é uma maldade, pelo contrário, evita doenças como o câncer mamário e piometra (infecção uterina). Nos machos, essa pequena cirurgia também é muito importante, evitando o câncer de próstata na velhice. E os animais, após a cirurgia, não fi cam gordos e prostados como reza a lenda popular. A castração só trás be-nefícios!

A vacinação também é importante para prevenir doenças que podem deixar seqüe-las graves como a cegueira, podendo, até mesmo, levar o animal a morte. Anualmen-te são realizadas campanhas de vacinação contra a raiva.

Alguns lugares realizam a esteri-lização gratuita dos animais,

como o Programa Bicho Rio, que fi ca localizado.

P a r a

agendar a esterilização é preciso comparecer a um dos postos às sextas, pela manhã, levando iden-tidade, comprovante de residência e CPF. A esterilização é realizada a partir dos seis meses de idade. O animal não pode estar no cio, amamentando ou usando coleira antipulga. Os telefones para infor-mações são 2503-4577 ou 2503-4654. O

posto de castração em Bonsucesso fi ca na Av. Brasil, altura da passarela 9, esquina com a Rua Teixeira Ribeiro.

Muitos preferem ter um animal de raça a um SRD (vira-latas). Bom, gosto não se discute, mas os nossos “virinhas” não dei-xam nada a desejar nos quesitos guarda da casa, carinho e fi delidade ao dono.

Antes de decidir ter um animal em casa, é preciso ter certeza de que você está pre-parado para cuidar do seu fi lhote por pelo menos 15 anos, seja gato ou cachorro, lem-brando que assim como nós, os animais en-velhecem e necessitarão de cuidados espe-cífi cos nessa fase da vida.

Muitas pessoas abandonam os animais em abrigos como a SUIPA ou SOZED. Os responsáveis por estas instituições possuem muita boa vontade e competência, mas a re-

alidade é que estes lugares, que recebem diariamente dezenas de animais aban-donados, muitas vezes por seus próprios donos, não têm mais condições de abrigar

mais animais, pois estão superlota-dos e dependem fi nan-ceiramente de pessoas como eu e você.

No mais, ninguém é obrigado a gostar ou ter

animais em casa. No entanto todos têm sim, a obrigação de RESPEI-TAR os animais enquanto um ser vivo.

Artigo de Ana Lúcia Quental Victo-rino, professora do CIEP Elis Regi-na e voluntária no cuidado com os animais de rua com o grupo RESGA-TOS (www.resgatos.com.br)

3868-4007

20.000 exemplares distribuídos gratuitamente

por todo o bairro

Ligue e Anuncie!

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23O Cidadão

PiadasPiadasA autópsiaAdvogado: Doutor, antes de fa-zer a autópsia, o senhor checou o pulso da vítima?Testemunha: Não.Advogado: O senhor checou a pressão arterial?Testemunha: Não.Advogado: O senhor checou a respiração?Testemunha: Não.Advogado: Então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou?Testemunha: Não.Advogado: Como o senhor pode ter essa certeza?Testemunha: Porque o cérebro do paciente estava num jarro so-bre a mesa.Advogado: Mas ele poderia estar vivo mesmo assim?Testemunha: Sim, é possível que ele estivesse vivo e cursando di-reito em algum lugar!!!

A concepçãoAdvogado: Então, a data de concep-ção do seu bebê foi 08 de agosto?Testemunha: Sim, foi.Advogado: E o que você estava fazendo nesse dia?

FONTE: Estas piadas foram retiradas do livro ‘Desordem no tribunal’. São coisas que as pessoas disseram, e que foram transcritas textualmente pelos taquígrafos que tiveram que permanecer calmos enquan-to estes diálogos realmente aconteciam à sua frente.

© Revistas COQUETEL 2008

10

Solução

PALAVRAS CRUZADAS DIRETASwww.coquetel.com.br

3

13

15

1 2 4

2 5 6 7 8 9 8 3

5 7 2 9 6 2 5

10 2 11 12 7 13 11 12

11 3 12 11 2 3

4 8 6 11 9 3 13

13 3 3 14 2 11

1 13 2 11 3 9 2

13 3 11 3 9 12 5

5 1 12 13 3

2 8 4 3 1 2 2

5 2 7 2 14 13

10 14 8 1 2 15 3

9 2 7 3 11 2 4 3 1

T

P

Remunera-ção do tra-balhadorpor servi-

ços presta-dos (pl.)Metal de

latas

Alimentar o bebê

Pedra-(?): é usada nacura de aftas

Sentir profundaaversão; detestar

Cangote (pop.)

Lubrifi-cante demotores

Habitaçãodas odalis-cas de um

sultão

Feito comas mãos

Indivíduo devoz áspera

Acredita

Rondônia(sigla)

Queacontecedurante

o dia

Períodogeológico

Rua(abrev.)

4ª vogal

Copo parachopes

Chapéuusadopelo

carteiro

Peça dopiso do

banheiro

Cristóvão(?), desco-bridor daAmérica

Botequim

Corfeminina

Leite de(?), ingre-diente damoqueca

Viagemgratuita

em veículo

Tenente-(?), patentemilitar

Fonte de energia dorádio portátil

A mulherpreocu-

pada coma beleza

Litro(símbolo)Concede;

oferta

Semumidade;

enxutoRetirar-se

Mau, eminglês

Cintura decalçase saias

Misturade terrae água

SociedadeAnônima(abrev.)

Sílaba de"votos"

Os home-nageadosdo dia 12de junho

Pai doavô

1.000, emromanos

Resolva esta Direta, sabendo que letras iguais correspondem a números iguais.As letras que não se repetem já estão impressas.

SAALUMINIOLMANUAL

HAREMCREROERAO

DIURNOCCOTBAR

SCARONACORONEL

PLSECOIDOSAALAMABCHBISAVO

NAMORADOS

OD

CO

VA

Page 24: Cid_56

O Museu da Maré, que já recebeu aproximadamente 13.500 visi-tantes, completou o seu segundo

aniversário no dia 08 de maio. Para come-morar, diversas atividades foram realiza-das na Casa de Cultura da Maré, onde está localizado o museu. Exemplo disso, foi a

feijoada realizada para a comunidade no dia 10 de maio. Além da feijoada, hou-ve também a exibição do fi lme “Museu da Maré, Memórias e (Re)existências” e uma sessão de contação de histórias.

Miriam Francisca, de 20 anos, mora-dora da Vila do Pinheiro, fala da impor-

tância do museu. “Através dele dá para ver a nossa história, a nossa cultura, e isto é sem dúvida, uma grande vitória para a comunidade. Quando o visitei, refl eti como a Maré cresceu e continua crescen-do, como por exemplo, as palafi tas que hoje viraram casas, entre outras coisas que também foram transformadas. Mas fi co triste em saber que muitos moradores ainda não conhecem o museu, e mais tris-te ainda por aqueles que conhecem, mas que não o valorizam”, diz.

Já nos dias 15 e 16, houve a contação de histórias e a exibição do fi lme “Museu da Maré Memórias e (Re)existências”, para os alunos do Pré-Vestibular, Pre-paratório, do Núcleo de Imagem e Co-municação (NIC), para moradores e colaboradores do Ceasm, entre outros convidados.

O fi lme foi produzido por Regina Abreu e Pedro Sol. É uma produção da Imagine Filmes com o departamento de museus do IPHAN (Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Naciona) com o apoio da Unirio (Universidade do Rio de Janeiro). “Trabalhamos com os 12 tem-pos do museu: tempo da água, da casa, da feira, da festa, do medo, do futuro, etc. Ou seja, seguimos a estrutura do próprio museu”, diz a produtora.

Além da visita de pessoas da própria comunidade, o museu também recebeu a visita de Adriana Rattes, Secretária de Cultura do Estado e Magali Cabral, dire-tora do Museu da República.

Este espaço representa a história dos moradores da Maré. Envie sua história, perguntas e suges-tões para a Rede Memória na Casa de Cultura da Maré. Endereço: Av. Guilherme Maxwell, 26, em frente ao SESI. Tel.: 3868-6748 ou para o e-mail: [email protected] matéria referente a esta página é de exclusi-va responsabilidade do projeto Rede Memória.

A comunidade prestigia feijoada, na Casa de Cultura da Maré, em comemoração ao aniversário do Museu

RENATO ROSA/NIC

Dois anos de emoção, lembranças e conquistasAtividades foram realizadas na semana de comemoração do segundo aniversário do Museu da Maré

“Através dele (Museu da Maré) dá para ver a nossa história, nossa cultura...”Miriam Franciscamoradora da Vila do Pinheiro

Exibição do fi lme Museu da Maré, Memórias e (Re)existências na Casa de Cultura reuniu diversos moradores

NIC