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Ciclos de seminários Sistema Bentônico “ Técnicas e métodos para estudo de assentamento e recrutamento de larvas” Alexandre, Dante, Fabio, Luis e Ren

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Page 1: Ciclos de seminários Sistema Bentônico Técnicas e métodos para estudo de assentamento e recrutamento de larvas Alexandre, Dante, Fabio, Luis e Renan

Ciclos de seminários Sistema Bentônico

“ Técnicas e métodos para estudo de assentamento e recrutamento de larvas”

Alexandre, Dante, Fabio, Luis e Renan

Page 2: Ciclos de seminários Sistema Bentônico Técnicas e métodos para estudo de assentamento e recrutamento de larvas Alexandre, Dante, Fabio, Luis e Renan

Programação

1.1. IntroduçãoIntrodução

2.2. MétodosMétodos

2.1 Assentamento2.1 Assentamento

2.2 Recrutamento2.2 Recrutamento

3.3. Análises estatísticasAnálises estatísticas

4.4. ReferênciasReferências

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Introdução

• Assentamento:Passagem da larva plactônica para adulto séssil ou sedentário. Vários fatores influenciam a escolha do local para o assentamento, dependendo dos fatores a larva pode prolongar seu estágio planctônico ou morrer.

• Recrutamento:• Balch & Scheibling definiram recrutamento como sendo os

juvenis que sobreviveram para serem contados após 1 ano desde o assentamento.

• Importância ecológica:• Segundo Moksnes(2001) os processos de assentamento e

recrutamento são essenciais para compreender a densidade e diversidade das comunidades bentônicas.

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Variação espaço temporalEstudos mostram que a variação temporal e espacial no assentamento de organismos bentônicos são importantes na regulação do recrutamento (Ebert 1983; Butman 1987)

• Escala temporal: Dias a anos, às vezes décadas;

• Escala espacial: Metros a quilômetros

Balch & Scheibling (2000), avaliaram a variação temporal e espacial no assentamento de esquinodermos comparando duas regiões com diferentes regimes hidrodinâmicos. Uma semi-protegida, com substrato composto de seixos e fundo rochoso e outra protegida, formado por uma cadeia de amplas fendas basálticas.

Ambos locais eram áreas pobres, possuiam o equinóide Strongylocentrotus droebachiensis e um banco de algas (kelps) com altas densidades desse organismo.

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Amostragem para assentamento

Balch & Scheibling (2000), usaram para equinodermas coletores feitos com canos de PVC (20x14 cm diâmetro) montados aos pares sobre uma aba de plástico e presos a uma corda por um suporte giratório, permitindo orientação pela corrente.

Cada cano foi forrado com peças de plástico com 0,05m2, que serviram como substrato para o assentamento.

Os ponto de coleta foram instalados num intervalo de 10m (30m na interface dos habitats), em duas profundidades do fundo: 0,2m (baixa) e à 2,3(alta).

A cada 2 semanas, um mergulhador coletava 1 dos “copos” e fazia a reposição.

Para a análise de variabilidade espacial, foram retirados simultaneamente os 2 copos em todas estações da área semi-protegida.

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Amostragem para assentamento

• ASS: Artificial Settlement SubstratesSão coletores que simulam substrato artificial e são usados

para diversas finalidades desde assentamento até recrutamento.

Moksnes(2001) utilizou coletores cilindricos preenchidos com uma fibra fina, a mesma utilizada em filtros de ar condicionado, envoltos por tubos de PVC flutuantes para o estudo de assentamento e recrutamento de larvas de caranguejos, decapodas e camarões em fiordes na Suécia.

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Amostragem para assentamento

• MT: Migration TrapsConsiste basicamente de montagens de gaiolas e funis de

redes de diferente malhagem para aprisionar determinados tipos de larvas quando realizam suas migrações ou assentamentos.

Moksnes(2001) dos MT para estudar as migrações bento-pelágicas de fluxo de larvas e jovens decápodas.

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Amostragem para assentamento

• MT: Migration Traps

MT usado por Mosknes(2001)

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Amostragem para assentamento

• Efeitos do tempo de imersãoSegundo Mosknes(2001) diferente tempos de imersão da ASS

afetariam os resultados de assentamento de caranguejos e camarão devidos aos processos de emigração e predação, então foram experimentados diferentes períodos de imersão: 12,24,48 e 96 horas.

Porém os resultados demonstraram, através da analise estatística ANOVA, que não houve diferença nos assentamentos devidos ao período de imersão.

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Amostragem para assentamento

• Design experimental : exemplo de diferentes testes para decapodasMosknes (2001) testou outros formas de coleta de

assentamento de larvas de crustáceos decápodas para comparação dos resultados:

(1) Arrasto com rede de plâncton(2) ASS fora da baia 40m longe do experimento padrão 3m de prof.(3) ASS dentro do experimento padrão, dentro da baia, 0,6m de prof.(4) ASS dentro de caixa com rede de 2mm sem a tampa a 0,6m de prof. Dentro do experimento.(5) MT dentro da baia a 0,6m prof. No experimento padrão(6) MT fora da baia a 3m prof.

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Amostragem para recrutamento (Equinodermos)

Balch & Scheibling (2000), coletaram e mediram todos indivíduos de cada espécie com 6 a 10 quadrados de 1m², posicionados ocasionalmente ao longo de um transecto de 4x50m, para comparar a densidade do recrutamento dos equinodermos ao longo dos anos, sítios e habitáts.

A localização do transecto foi redefinida, variando de 2 a 3m cada ano para evitar sobreposição com transectos antigos.

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Amostragem para recrutamento

Para o estudo do recrutamento das pós-larvas puerulus da lagosta de espinho do caribe (spiny lobster – Panulirus argus) usa-se normalmente armadilhas flutuadoras de substratos artificiais que mimetizam o substrato bentônico (Herrnkind & Butler, 1994; Acosta et al., 1997).

Quadrados feitos com tubos de PVC de 2cm de diâmetro com 55 cm de comprimento e 44 cm de largura, sendo dispostos sobre uma estrutura maior com 70 cm de comprimento e 40 cm de largura, semelhante a um varal rígido. Cada quadrado de tubos foram cobertos por filtros (os mesmos usados para ar-condicionado – Witham Type). Outros estudos optaram por outros materiais como carvão, borracha, lixa, redes, entre outros.

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Amostragem para recrutamento

Figura x.: Aparatos para medição do assentamento das pós-larvas de Panulirus argus feito por Little & Milano, 1980.

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Amostragem para recrutamento

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Amostragem para recrutamento

Para esses filtros a amostragem segue o padrão da metamorfose desses organismos após o assentamento. Nesse caso, o puerulus se metamorfisa dentro de 3 dias e tende a abandonar o local após a metamorfose.

Outro equipamento utilizado para medir o assentamento é o coletor de malha, que simula uma macroalga (ver figura X+1). Esta fica presa ao fundo e suspensa na coluna d’água aproximadamente uns 80 cm.

Costuma-se fazer também uma amostragem na coluna d’água para verificar a abundância das larvas no plâncton. Neste estudo preferiu-se realizar as amostragens durante as noites de lua nova e de maré alta. Usando redes de plâncton de 2mm de malha, com anel de 50 cm de diâmetro e fluxomêtro acoplado, deixando esta por 3 horas fixada numa ponte e filtrando com o fluxo local.

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Amostragem para recrutamento

Figura X+1: Coletor de malha (esquerda), e uma adaptação deste Coletor Modificado de Fenda.

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No estudo feito por Tanaka (2005) sobre a recolonização dos mexilhões Brachidontes darwinianus e B. solisianus selecionou-se quatro blocos de rochas de forma aleatória em um transecto de 20m;

Escolhendo-se rochas onde os tamanhos dos mexilhões eram semelhantes;

Em cada bloco, o autor, raspou 25 cm2 no centro, nas zonas onde cada uma das espécies são dominantes;

Estes espaços, raspados, foram marcados e monitorados com quadrados de acrílico, contendo 16 pontos uniformes para estimar o percentual de cobertura;

Amostragem para recolonização

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O tempo de estudo estipulado pelo autor foi de cinco meses após a retirada dos mexilhões dos costões rochosos;

Esse tempo de estudo foi pequeno para eliminar a colonização causada por larvas.

Amostragem para recolonização

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Amostragem para recrutamento (Crassostrea sp e

Cirripédios)Absher, 1989 estudou recrutamento de ostras do gênero Crassostrea e de Cirripédios, quanto à:

• Variação ao longo de um ciclo anual, em períodos quinzenais de submersão

• Variação espacial em três níveis de submersão (entre-marés, 1,5m e 3m).

• Variação de placas coletoras (forma, material, lado e posição da placa no coletor).

• Variação das características físico-químicas do ambiente.

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Variação na amostragem (Crassostrea sp e Cirripédios)

1. TemporalTroca dos coletores aproximadamente a cada 15 dias, durante um ano, para que a sazonalidade anual seja determinada, caso haja.

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Variação na amostragem (Crassostrea sp e Cirripédios)

2. Forma das placas coletorasAvaliar o efeito na forma da placa (côncava, ondulada e reta) e do material (fibrocimento e polipropileno), no recrutamento.

As placas foram numeradas de 1 a 5, iniciando-se pelo lado da amarração do coletor e terminando na ponta livre do mesmo, para verificar se o recrutamento ocorre de preferencialmente nas placas internas ou nas extremidades do coletor.

Adaptado de Absher, 1989.Adaptado de Absher, 1989.

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Variação na amostragem (Crassostrea sp e Cirripédios)

3. EspacialTrês estações foram feitas:

I) entre-marés

Adaptado de Absher, 1989.

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Variação na amostragem (Crassostrea sp e Cirripédios)

II, III) 1,5 e 3,5 metros de profundidade, num local com 4 metros de profundidade.

Adaptado de Absher, 1989.Adaptado de Absher, 1989.

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Variação na amostragem (Crassostrea sp e Cirripédios)

4. Parâmetros ambientaisVerificados quinzenalmente, na época de troca de coletores, usando-se a garrafa de Knudsen para obter amostra de água do fundo e superfície.

a) Temperatura (Termômetro de mercúrio com precisão de 0,1ºC).

b) Salinidade (Método de Harvey)

c) OD (Método de Winkler)

d) Cálcio (Método de Schwarzenbach, et al. (1957))

e) Turbidez (Profundidade de extinção do Disco de Secchi)

f) Altura da maré (interpolação da previsão da DHN)

g) Precipitação pluviométrica (Estação Meteorológica)

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Análises Estatísticas (Crassostrea sp e Cirripédios)

Os dados de recrutamento foram analisados através do programa BMDP (Biomedical Descriptive Program) (Dixon,1983).

Para verificação da forma mais apropriada, foram testados os coletores A (I e II). O com melhor desempenho foi usado para testar o recrutamento nas 3 estações no período de pico do recrutamento das ostras.

Para verificar o material, testou-se o desempenho do coletor de polipropileno x fibrocimento numa determinada estação.

A posição da placa no coletor foram verificadas em todas as estações através do ANOVA.

As principais tendências de variabilidade, nas 3 estações durante o ano, para o conjunto de variáveis ambientais observadas foi posta em evidência através de análises multi-variadas (análise de componentes principais e regressão múltipla passo a passo).

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Análises Estatísticas• Em geral os experimentos apresentados por Mosknes(2001)

foram realizados em 3 grupos de triplicatas separadas 25m de outros grupos e separados 2m de cada triplicata.

• Sendo que a condição de esfericidade não foi observada em nenhum momento para o estudo do mexilhão feito por Tanaka (2005), então realizaram-se testes estatísticos (F-test), com a correção Greenhouse-Geiser.

• A analise estatística multivariável ANOVA tem sido padrão de analise durante os trabalhos.

• Efeitos do assentamento e recrutamento de sítio, habitat, altura do coletor (assentamento) e ano foram analisados pelo software de análise multi-variável ANOVA.

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ReferênciasABSHER, T.M. Populações naturais de ostras do gênero Crassistrea sp do litoral do Paraná – Desenvolvimento larval, recrutamento e crescimento. Tese de doutorado, IO - USP, 1989.

ACOSTA, C. A., MATTHEWS, T. R., and BUTLER IV, M. J., 1997. Temporal patterns and transport processes in recruitment of spiny lobster (Panulirus argus) postlarvae to south Florida. Mar. Biol. 129:79-85.

BALCH, t. et al. 2000. Temporal and spatial variability in settlement and recruitment of echinoderms in kelp beds and barrens in Nova Scotia.Marine ecology progress series, 205(139-154), oct.

EGGIESTON, D. B., LIPCIUS, R. N., Jr., L. S., RATCHFORD, S. G.. 1998. Spatiotemporal variation in postlarval recruitment of the Caribbean spiny lobster in the central Bahamas: lunar and seasonal periodicity, spatial coherence, and wind forcing. Marine ecology progress series, v. 174 (33-49), nov.

HERRNKIND, W. F., JERNAKOFF, P., and BUTLER IV, M. J., 1994. Puerulus and post-puerulus ecology. In: Spiny Lobster Management. Edited by B.F. Phillips, J.S. Cobb, and J. Kittaka. Blackwell Scientific Press, Oxford, pp 213-229.

LITTLE, E. J., and MILANO, G. R.. 1980. Techniques to monitor recruitment of postlarval spiny lobsters. Panulirus argus, to the Florida Keys. Fla. Mar. Res. Publ. No. 37. 16 pp.

MOKSNES, P-O. Methods for stmating decapod larval suply and settlement: importance of larval behavior and development stage, Marine ecology progress series, 257 (257-273), jan 2005.

TANAKA, M. O. Recolonization of experimental gaps by the mussels Brachidontes darwinianus and B. solisianus in subtropical rocky shore. Brazilian archives of biology na technology, 48(115-119) , jan 2005.