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Palestra E agora? O novo CPA chegou! por Andreia Magalhães (GAJ) 4 de maio de 2015
Ciclo de Palestras ENCONTROS COM O ICNF
Sede do ICNF, Lisboa, às quintas (14H-14H30)
CPA
CÓDIGO DE PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO
Novo Código do Procedimento Administrativo
Breves Notas Explicativas e as Principais Novidades
05-05-2015 ICNF, I.P. | Gabinete de Apoio Jurídico
Índice • Procedimento Legislativo 3
• Estrutura do Diploma 4
• Princípios 5
• Responsável pelo Procedimento 8
• Adequação Procedimental 9
• Auxílio Administrativo 10
• Acordos Endoprocedimentais 11
• Administração Eletrónica 12
• Conferências Procedimentais 15
• Ato Administrativo 17
• Dever de Decisão 18
• Pareceres 19
• Revogação vs Anulação 22
• Fim da Autotutela Executiva 23
• Regulamento Administrativo 24
• Normas Transitórias 25
• Boas Práticas 26
05-05-2015 ICNF, I.P. | Gabinete de Apoio Jurídico 2
Procedimento Legislativo
Lei n.º 42/2014 de 11 de julho
Autoriza o Governo a aprovar o novo CPA no prazo de 180 dias
Decreto-Lei n.º 4/2015 de 7 de janeiro
Aprova o novo CP Entrada em vigor: 90 dias após o dia
7 de janeiro
Decreto-Lei n.º 44/91 de 15 de novembro
Revogado
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Estrutura do Diploma
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• Parte I – Disposições Gerais – Âmbito de Aplicação e Princípios Gerais
• Parte II – Dos Órgãos da Administração Pública – Regime dos Órgãos, Competência, Delegação de Poderes e Conflitos
de Atribuição e de Competência
• Parte III – Do Procedimento Administrativo – Sujeitos do procedimento, conferência procedimental, dos prazos e
dos pareceres, das notificações, do direito de audiência, do dever de decisão
• Parte IV – Da Atividade Administrativa – Eficácia do ato, invalidade do ato, revogação do ato, execução do ato – Reclamação e Recursos – Regulamento Administrativo – Contratos Administrativos
Princípios (I)
Principais Novidades
Boa Administração
Justiça e Razoabilidade
Decisão
A AP deve pautar-se por critérios de
eficiência, economicidade e
celeridade.
A AP deve rejeitar as soluções manifestamente
desrazoáveis ou incompatíveis com a ideia
de Direito (e.g. em matéria de interpretação
das normas e de valorações próprias do
exercício da função administrativa
Os órgãos da Administração Pública podem decidir sobre
coisa diferente ou mais ampla do que a
pedida, quando o interesse público
assim o exija
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Princípios (II)
Principais Novidades
A AP responde, nos termos da lei, pelos danos causados no
exercício da sua atividade
A AP deve prestar informações, apresentar
propostas ou de, por alguma outra forma,
colaborar com a AP de outros Estados-membros sempre que exigido pelo
Direito da UE
Os particulares têm direito à proteção dos seus dados pessoais e
à segurança e integridade dos
suportes, sistemas e aplicações utilizados,
nos termos da lei
Responsabilidade Cooperação Leal com a UE
Proteção de Dados
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Princípios (III)
Principais Novidades
Todas as pessoas têm o direito de
acesso aos arquivos e registos
administrativos, nos termos da lei
Administração
Aberta
Administração Eletrónica
O uso de meios eletrónicos não pode implicar restrições ou discriminações
não previstas para os que se relacionem com a Administração por
meios não eletrónicos. Contudo, podem ser adotadas
medidas de diferenciação positiva para a utilização, pelos interessados,
de meios eletrónicos
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Responsável pelo Procedimento
O diploma pretende uma
clara separação entre a
responsabilidade de promover a tramitação do
procedimento e a tarefa decisória
O órgão competente para a decisão final delega em inferior hierárquico
seu, o poder de direção do procedimento, salvo disposição legal,
regulamentar ou estatutária em contrário ou quando a isso obviarem
as condições de serviço
A identidade do responsável pela direção do procedimento é notificada
aos participantes e comunicada a quaisquer outras pessoas que,
demonstrando interesse legítimo, requeiram essa informação
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Adequação Procedimental
Na ausência de normas jurídicas injuntivas, o responsável pela direção do procedimento goza de discricionariedade na respetiva estruturação,
que, no respeito pelos princípios gerais da atividade administrativa, deve ser orientada pelos interesses públicos da participação, da
eficiência, da economicidade e da celeridade na preparação da decisão.
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Auxilio Administrativo
O órgão competente para a decisão final deve, por iniciativa própria, por proposta do responsável pela direção do procedimento ou a requerimento do interessado, solicitar o auxílio de quaisquer outros órgãos da Administração Pública, indicando
um prazo útil, quando:
O órgão a solicitar dispõe de competência
exclusiva ou de conhecimentos
aprofundados aos quais o órgão solicitante não
tenha acesso
Só o órgão a solicitar tem em seu poder
documentos ou dados cujo conhecimento seja
necessário à preparação da decisão
A instrução requeira a intervenção de pessoal ou o emprego de meios técnicos de que o órgão
competente para a decisão final não
disponha
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Acordos Endoprocedimentais
Podem abranger um acordo quanto aos
termos de tramitação do procedimento
Acordos entre o Órgão competente para a decisão final e os Particulares
Podem abranger um acordo quanto ao
conteúdo discricionário do ato a
praticar
Como se assegura a proteção do interesse
público se o acordo implica cedências?
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Como se tutela a posição de
contrainteressados? Como se controla o desvio de poder?
Administração Eletrónica (I)
Na instrução dos procedimentos devem ser preferencialmente utilizados meios eletrónicos
Os Interessados têm direito:
A conhecer por meios eletrónicos o estado
da tramitação do procedimento
A obter os instrumentos necessários à comunicação por via eletrónica com os
serviços da AP, designadamente nome de utilizador e palavra-passe para acesso a
plataformas eletrónicas simples e, quando legalmente previsto, conta de correio eletrónico e assinatura digital
certificada
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Administração Eletrónica (II)
Salvo o disposto em lei especial, os balcões eletrónicos asseguram a emissão automatizada de atos meramente certificativos e a notificação de decisões que incidam sobre os requerimentos formulados através daquele suporte eletrónico
Não são devidas taxas quando os respetivos valores ou fórmulas de cálculo não sejam introduzidos nas plataformas eletrónicas no âmbito das quais correm os
procedimentos a que dizem respeito, salvo se: - a omissão não seja imputável à entidade destinatária das taxas;
- a omissão for corrigida no prazo de cinco dias contados do início do procedimento e o interessado seja notificada para proceder ao pagamento da taxa
Balcão Único Eletrónico
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Administração Eletrónica (III)
C O M U N I C A Ç Õ E S
As comunicações da AP com os interessados ao longo do
procedimento podem processar-se através de
telefax, telefone ou correio eletrónico mediante seu prévio consentimento,
prestado por escrito, devendo o interessado, facultar o meio
eletrónico de comunicação (e.g. telefax, caixa postal
eletrónica) (*)
As comunicações da AP com pessoas coletivas podem processar-se através de meios eletrónicos, sem
necessidade de consentimento, quando
efetuadas para plataformas informáticas com acesso
restrito ou pelo meio eletrónico indicado em
qualquer documento por elas apresentado no
procedimento
(*) Presume-se o consentimento do interessado quando este tenha estabelecido contacto regular através
daqueles meios 05-05-2015 ICNF, I.P. | Gabinete de Apoio Jurídico 14
Conferências Procedimentais (I)
Modo de exercício em comum ou conjugado das competências de diversos órgãos da Administração
Pública
Podem dizer respeito a um único procedimento
ou a vários procedimentos conexos
Possibilidade de tomada de uma única decisão ou de várias decisões conjugadas
Depende de previsão legal ou regulamentar, ou em
contrato interadministrativo a celebrar entre entidades
públicas autónomas 05-05-2015 15
Conferências Procedimentais (II)
CONFERÊNCIA DELIBERATIVA
CONFERÊNCIA DE COORDENAÇÃO
Destinada ao exercício conjunto das competências
decisórias dos órgãos participantes através de um
único ato de conteúdo complexo, que substitui a
prática, por cada um deles, de atos administrativos
autónomos
Destinada ao exercício individualizado, mas
simultâneo, das competências dos órgãos participantes,
através da prática, por cada um deles, de atos
administrativos autónomos
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Ato Administrativo (I)
O prazo regra para os atos a praticar pelos órgãos
administrativos é de 10 dias
É igualmente de 10 dias o prazo para os interessados requererem ou praticarem quaisquer atos, promoverem diligências, responderem sobre os assuntos
Considera-se que o serviço não está aberto ao público quando for concedida tolerância de
ponto, total ou parcial
Os procedimentos de iniciativa particular devem ser decididos no prazo de 90 dias, salvo se outro prazo decorrer da lei, podendo o prazo, em circunstâncias
excecionais, ser prorrogado pelo responsável pela direção do procedimento, por um ou mais períodos, até ao limite máximo de 90 dias,
A decisão de prorrogação é notificada ao interessado pelo responsável pela direção do procedimento
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Dever de Decisão
A falta, no prazo legal, de decisão final sobre pretensão constitui incumprimento do dever
de decisão, conferindo ao interessado a possibilidade de utilizar os meios de tutela administrativa e jurisdicional adequados
Dever de Decisão Passa a constituir a regra no
âmbito do procedimento administrativo
Existe deferimento tácito quando a lei ou regulamento determine que a ausência de
notificação da decisão final sobre pretensão dirigida a órgão competente dentro do prazo
legal tem o valor de deferimento
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Cessa a figura do indeferimento tácito
Eventual apuramento de
responsabilidade disciplinar
Possibilidade de o interessado vir a
exigir a reparação de danos
Pareceres (I)
PARECERES
Obrigatórios
Consoante sejam ou não exigidos por lei
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Vinculativos ou Não Vinculativos
Conforme as respetivas conclusões tenham ou não de ser seguidas
Facultativos
Pareceres (II)
PARECERES
Regra: os pareceres são emitidos no prazo de 30 dias, exceto quando o responsável pelo procedimento fixar prazo
diferente, fundamentadamente
O prazo diferente não pode ser inferior a 15 dias nem superior a 45 dias sob pena de desvirtuar o
prazo de decisão
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Pareceres (III)
PARECERES
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Regra: quando um parecer obrigatório (não vinculativo)
não for emitido dentro do prazo, o procedimento pode
prosseguir e ser decidido sem o parecer
A decisão final só pode ser proferida sem a emissão de parecer obrigatório vinculativo quando exigido
desde que o responsável pela direção do procedimento tenha interpelado, no prazo de 10 dias,
o órgão competente para o emitir, sem que este o tenha feito no prazo de 20 dias a contar dessa
interpelação.
Revogação vs Anulação
REVOGAÇÃO ANULAÇÃO
Determina a cessação dos efeitos de outro ato,
por razões de mérito, conveniência ou
oportunidade
Determina a destruição dos efeitos de outro ato,
com fundamento em invalidade (ilegalidade).
Permite-se a revogação com fundamento em
superveniência de conhecimentos técnicos ou em alteração objetiva das
circunstâncias de facto
Permite-se a anulação administrativa de atos mesmo quando já esteja ultrapassado o prazo para a sua impugnação
judicial
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Fim da Autotutela Executiva
Mudança de Paradigma (?)
Limitação do privilégio de execução prévia:
a execução coerciva dos atos administrativos só pode ser realizada nos casos expressamente
previstos na lei
Aguarda-se a aprovação de um diploma que defina os casos, as
formas e os termos em que um ato
administrativo pode ser objeto de execução
coerciva
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Regulamento Administrativo
Densificação do Regime Substantivo
dos Regulamentos
Administrativos
Trata-se de uma novidade que não existia no anterior regime Os regulamentos que enfermem de ilegalidade formal ou procedimental da qual não resulte a sua inconstitucionalidade só podem ser impugnados ou declarados oficiosamente inválidos pela Administração no prazo de seis meses a contar da respetiva publicação
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Normas Transitórias
Impugnações Administrativas Necessárias
As existentes à data da entrada em vigor do diploma só são necessárias quando previstas em lei que utilize uma das seguintes expressões: a) a impugnação administrativa é necessária b) Do ato existe sempre reclamação ou recurso c) A impugnação administrativa suspende ou tem efeito suspensivo dos efeitos do
ato impugnado
O prazo mínimo para apresentar uma impugnação administrativa necessária é de 10 dias úteis, passando a ser esse o prazo mesmo quando esteja previsto prazo inferior na legislação existente
As impugnações administrativas necessárias previstas na legislação existente à data da entrada em vigor do diploma têm sempre efeitos suspensivos da eficácia do ato impugnado
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Guia de Boas Práticas
Código de Boas Práticas
A aprovar pelo Governo no prazo de 1 ano a contar da entrada em vigor do diploma
Tem caráter orientador e enuncia padrões de conduta a
assumir pela AP 05-05-2015 ICNF, I.P. | Gabinete de Apoio Jurídico 26