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Ciclo de Palestras – Direito Administrativo O PAPEL DO GESTOR NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS Massayuki Yamamoto - 11 de agosto de 2021

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Ciclo de Palestras – Direito Administrativo O PAPEL DO GESTOR NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS Massayuki Yamamoto - 11 de agosto de 2021

Briefing • Evolução histórica (política/administrativa) e papel do

gestor público do século XXI, bem como suas responsabilidades no planejamento, acompanhamento e avaliação das ações que visam à melhoria e qualidade do funcionamento dos serviços.

• Perspectivas e Desafios da Administração Pública para o alcance do princípio constitucional da eficiência, inerente à adequada prestação do serviço.

Apresentações das Dras. Rosalia Bardaro e Maria Cláudia da Matta Jatobá (04/08/2021) • Evolução histórica do Direito Administrativo • Atos e Processos no âmbito da Gestão Pública • Responsabilidades do servidor público, do agente público e do

gestor público: política, penal, civil e administrativa • Princípios Básicos da Administração Pública: Legalidade,

Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (gestor público deve gerir a coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade, visando cumprir as metas estabelecidas)

• Deveres do administrador público: de eficiência, de probidade e de prestar contas.

Normas • Constituição Federal e Constituição Estadual • Lei 4.320/1964 – Normas Gerais de Direito Financeiro • Decreto-Lei 200/1967 – Organização da Administração Federal,

Reforma Administrativa • Lei 8.429/1992 - Lei da Improbidade Administrativa • Lei 8.666/1993 – Licitações e Contratos Administrativos • Lei Complementar 101/2000 – Responsabilidade Fiscal • Lei 12.527/2011 – Lei de Acesso à Informação • Lei 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais • Lei 14.133/2021 – Nova Lei de Licitações e Contratos

Administrativos

Lei 14.133, de 1º/04/2021 – Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Princípios • Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da

legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).

Lei 14.133, de 1º/04/2021 – Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Definições Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Pública; II - entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III - Administração Pública: administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e as fundações por ele instituídas ou mantidas; IV - Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Administração Pública atua; V - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública; VI - autoridade: agente público dotado de poder de decisão;

Lei 14.133, de 1º/04/2021 – Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Definições Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se: LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contratado com base em percentual da economia gerada; LX - agente de contratação: pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação.

Lei 14.133, de 1º/04/2021 – Lei de Licitações e Contratos Administrativos • Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as

normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções essenciais à execução desta Lei ...

• Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: (...) • Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável

pela governança das contratações e deve implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações.

Lei 14.133, de 1º/04/2021 – Lei de Licitações e Contratos Administrativos • Art. 25.O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas à

convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à entrega do objeto e às condições de pagamento. • § 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande

vulto, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis) meses, contado da celebração do contrato, conforme regulamento que disporá sobre as medidas a serem adotadas, a forma de comprovação e as penalidades pelo seu descumprimento.

Princípio do Planejamento Público – Manual do TCESP - 2021 • O planejamento no Setor Público evolui à medida que as funções estatais são

incorporadas, transformadas ou extintas, de acordo com os anseios da sociedade. A profissionalização do aparato público é primordial para que as ações e serviços oferecidos sejam de qualidade a um custo que não onere excessivamente os cidadãos e o setor produtivo.

• Tripé de planejamento, baseado em um conjunto integrado de três instrumentos - Plano Plurianual (PPA) e Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que devem atuar em conjunto com a Lei Orçamentária Anual (LOA) como um processo único.

• Reforma gerencial do orçamento público, introduzida no início dos anos 2000, inovou ao propor a reorganização dos programas de governos dos entes públicos, passando a ser baseados em resultados com indicadores e metas, indo além da mera alocação de receitas e despesas.

Princípio do Planejamento Público – Manual do TCESP - 2021 • Emenda Constitucional 100/2019 determinou que “a administração tem o dever de

executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade” (Art. 165, §10).

• ... não basta estar a despesa em conformidade com a legislação: é preciso gastar melhor, com mais qualidade e resultados efetivos para o aprimoramento da vida dos cidadãos.

• No plano internacional, o advento da Agenda 2030, aprovada no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro de 2015, ao estabelecer metas de desenvolvimento pautadas no crescimento sustentável, na inclusão social, na proteção ao meio ambiente, na transparência, na responsividade dos governos e no combate à corrupção, desafia os Estados a se tornarem mais atentos às questões contemporâneas, impactando a concepção, o planejamento e a execução de políticas públicas.

Princípio do Planejamento Público – Manual do TCESP – 2021 - ODS

Princípio do Planejamento Público – Manual do TCESP – 2021 - ODS Comunicado Audesp: Peças de Planejamento 2019 - Inclusão de

ODS no Cadastro de Programas62 Em virtude da necessidade de avaliar o planejamento municipal com relação aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), comunicamos às Prefeituras Municipais que a partir da prestação de dados das peças de planejamento atualizadas relativas ao 3º quadr/19, será necessário atualizar o cadastro de planejamento, informando para cada programa cadastrado para o ciclo orçamentário atual, se o mesmo está ligado a algum dos ODS e, em caso afirmativo, informar a qual(is) objetivo(s) e a qual(is) meta(s) está atrelado. A atualização dos programas já cadastrados deverá ser feita através de arquivo XML enviado pelo Coletor Audesp, com um novo tipo de documento: PLAN-CADASTRO-ODS. 62 Publicado no DOESP de 19/12/2019.

Princípio do Planejamento Público – Manual do TCESP – 2021 Precedente TCESP: TC-006693.989.16 – Contas Anuais da Prefeitura Municipal de Oscar Bressane – Exercício de 2017 Sobre as falhas no planejamento, em que pese o tamanho diminuto da cidade, não é possível conceber uma estrutura administrativa moderna sem a devida capacidade de planejar. Ao contrário do que sustenta a administração, a criação de uma equipe integrada, capaz de reunir informações das áreas fins (saúde, educação, etc.) da Prefeitura Municipal, alocar eficientemente os recursos, projetar as metas e, com isso, a avaliação de sua execução é uma medida de economia e não de aumento dos gastos públicos. É, por conseguinte, um imperativo. Deve assim tomar medidas concretas visando aperfeiçoar os mecanismos de planejamento, melhorando o desempenho da administração nos principais eixos do IEG-M (g.n.).

Efetividade das Políticas Públicas – Manual de Planejamento Público do TCESP – 2021 • Verdadeiro objetivo da máquina pública: atender aos legítimos interesses da

população, entregando produtos e serviços de qualidade, conforme determinam as leis e o Estado Democrático de Direito.

• Novos tipos de auditoria buscam, além da conformidade legal e administrativa, também a efetividade das políticas públicas. Sem prejuízo da legislação de regência, as fiscalizações têm sido orientadas para a verificação das atividades-fim das gestões.

• A análise dos contratos, selecionados pelos critérios de relevância e de materialidade, verifica, além da legalidade dos ajustes, a efetiva entrega do objeto acordado: compras, serviços e construções.

• Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEG-M), formado por sete áreas temáticas: saúde, educação, planejamento, segurança das cidades (defesa civil), fiscal, meio-ambiente, governança e tecnologia da informação.

Governança Pública e Controle Social – Manual de Planejamento Público do TCESP – 2021

• TCU: a governança pública pode ser entendida como “um conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para AVALIAR, DIRECIONAR E MONITORAR a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade”.

• Governança ajuda a estabelecer uma relação de confiança entre poder público e cidadão, concedendo-lhe papel de destaque na definição de prioridades para a atuação governamental.

• Conceito de governança pública está ligado à ideia de controle social, que compreende a participação ativa do cidadão no acompanhamento dos atos realizados pela Administração.

• O controle social pode ser exercido tanto na etapa de planejamento (em que são definidas as prioridades das ações de governo) quanto nas de monitoramento e avaliação da execução das ações que foram definidas em conjunto com a sociedade.

• A democracia brasileira é do tipo representativa (exercida por meio dos agentes políticos eleitos periodicamente pelo povo) e participativa (exercida diretamente pelos cidadãos)

• Sem publicidade, não há transparência; sem transparência, não há participação popular e, sem esta, não há o controle social inerente à democracia.

Governança Pública e Controle Social – Manual de Planejamento Público do TCESP – 2021 • Conselhos gestores de políticas públicas: instâncias colegiadas temáticas que, instituídas

por ato normativo do poder público, estimulam o debate entre sociedade civil e governo. • Conselhos gestores desempenham importante papel na fase de planejamento das

políticas públicas pertinentes a suas áreas de atuação.

Governança Pública e Controle Social – Manual de Planejamento Público do TCESP – 2021 • Orçamento participativo: instrumento de complementação da democracia

representativa que possibilita aos cidadãos impactar no destino dos recursos previstos no orçamento público.

• Importante instrumento de governança pública e de controle social, que confere voz ativa aos cidadãos e contribui para o aperfeiçoamento das ações de governo por intermédio da participação direta da comunidade.

• Atualmente, o Brasil é referência mundial em métodos de inovação de participação cidadã na esfera pública, sobretudo em virtude das experiências com o orçamento participativo, que rapidamente difundiu-se para outros países, tornando-se parte inclusive do receituário de Governança sugerido por organizações como o Banco Mundial

• Em comum entre os modelos de participação, para que seja considerado como participação social, deve haver alguma transferência de decisão para a sociedade, e não apenas ações para legitimar decisões já previamente estabelecidas.

Governança Pública e Controle Social – Manual de Planejamento Público do TCESP – 2021 • Ouvidorias públicas são instrumentos de controle e de participação social, por intermédio das

quais os cidadãos podem enviar manifestações (reclamação, solicitação, denúncia, sugestão, elogio), nas formas presencial e online, ao poder público.

• Informações obtidas através das ouvidorias constituem relevante conjunto de dados que serve de subsídio para a etapa de planejamento das políticas públicas, de forma a direcionar os recursos previstos no orçamento para o atendimento das principais demandas da sociedade.

• As ouvidorias públicas não se confundem com o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), que funciona como canal para que o cidadão solicite acesso a documentos que estão sob a guarda da Administração, como Leis, atos administrativos, dados e relatórios fiscais, dentre outros.

• O acesso a essas informações é garantido pela Lei nº 12.527/2011 que, em seu art. 9º, I, estabelece a necessidade de criação de Serviço de Informações ao Cidadão, em local com condições apropriadas para: atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; informar sobre a tramitação de documentos nas suas unidades; e protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações.

Problemas e desafios enfrentados pelos gestores públicos no processo de Gestão em Saúde. Caroline Curry Martins & Aline Josiane Waclawovsky. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde – RGSS Vol. 4, N. 1. Janeiro/Junho. 2015

• Objetivo: verificar, por meio de revisão da literatura, em artigos publicados entre 1994 e 2014, os principais problemas e desafios que os gestores enfrentam no processo de gestão em saúde.

• Palavras-chave: "Gestão em Saúde", "Desafios no Processo de Gestão em Saúde" e "Dificuldades no Processo de Gestão em Saúde”.

• Principais desafios enfrentados pelos gestores, em 14 publicações analisadas: a falta de planejamento, a integralidade das ações em saúde, a equidade, a universalidade, o financiamento, a burocracia, a descentralização, o trabalho em equipe multiprofissional, a participação popular, a regulação do acesso, a gestão dos recursos humanos, a avaliação e a auditoria e a gestão da qualidade dos serviços.

• Setor público precisa de gestores ágeis, flexíveis, que saibam organizar, estruturar, planejar e avaliar, e também conheçam e tenham acesso a informações de natureza técnico-científica e político-institucional para que possam agregar conhecimentos e formular programas e projetos capazes de intervir sobre o estado de saúde da população a ser atendida.

Problemas e Desafios enfrentados pelos gestores públicos no processo de Gestão em Saúde. Caroline Curry Martins & Aline Josiane Waclawovsky. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde – RGSS Vol. 4, N. 1. Janeiro/Junho. 2015

AUTORES ANO DE PUBLICAÇÃO PROBLEMA OU DESAFIO APRESENTADO PELOS AUTORES

Barros, Piola e Viana 1996 Falta de planejamento e deficiência gerencial

Schraiber, Peduzzi, Sala, Nemes, Castanheira e Kon 1999 Integralidade das ações, interação entre multiprofissionais e qualidade resolutiva da

assistência

Scherer, Pires e Schwartz 2009 Trabalho coletivo

Lucchese 2003 Equidade

Conselho Nacional de Secretários de Saúde 2006 Universalização, financiamento, modelo institucional, do modelo da atenção à saúde, da

gestão do trabalho e da participação social

Paim e Teixeira 2007 Incompreensão da missão do SUS

Lotufo e De Miranda 2007 Burocracia

André e Ciampone 2007 Descentralização

De Souza 2009 Participação popular

Heimann, Ibanhes, Boaretto e Kayano 2010 "Dupla-porta"

Valarins 2010 Regulação do acesso à assistência em saúde

Junqueira, Cotta, Gomes, Silveira, Siqueira-Batista, Pinheiro e Sampaio 2010 Gestão dos recursos humanos

Dobashi, Júnior e Da Silva 2010 Regulação, o controle, a avaliação e a auditoria

Savassi 2012 Gestão da qualidade dos serviços

Gestão de políticas públicas, participação democrática e internet: inovação nos modelos de gestão no setor público. Julio Cesar Andrade de Abreu. – Brasília: Enap, 2017. 74 p. : il. – (Cadernos, 48)

• Pesquisa sobre a temática da inovação nos modelos de gestão do setor público, a partir do prisma de experiências de participação democrática mediadas pela Internet.

• Pensar na inovação no contexto público é tarefa que deve ser realizada com certo cuidado. • Farah (in: Inovação Pública. GV Executivo. São Paulo, v. 4, n. 2, maio/jul. 2005, p. 43)

adverte que “falar sobre inovação na gestão pública brasileira implica considerar a conexão entre uma orientação para a eficiência, presente no conceito de inovação, e uma perspectiva democrática, focada na ampliação de direitos sociais”.

• Entendendo os termos “eficiência” e “democracia” como complementares e não antagônicos, lançou-se o olhar investigativo sobre três experiências de participação democrática: • e-SIC (plataforma de aplicação da Lei de Acesso à Informação, operada no âmbito

federal e vencedora do prêmio Enap de Inovação), • Gabinete Digital – GD (experiência de participação digital que promovia a interação

entre o governador e os cidadãos, operada no âmbito estadual) e • Orçamento Participativo Digital – OPD (operado no âmbito municipal, insere os

munícipes no processo de deliberação sobre o orçamento público digitalmente).

Gestão de políticas públicas, participação democrática e internet: inovação nos modelos de gestão no setor público. Julio Cesar Andrade de Abreu. – Brasília: Enap, 2017. 74 p. : il. – (Cadernos, 48)

• Promover a participação democrática do cidadão através da Internet (ePart), para discussão de políticas públicas, é algo inovador no contexto brasileiro, e merece atenção: • pela preocupação cada vez maior com a qualidade dos serviços públicos prestados ou • pelas exigências postas pelo regime democrático e pela população, com mais cobranças

e maior controle social. • Farah (2005) recomenda que a inovação no setor público deve seguir bases democráticas e

participativas. Assim, a pesquisa buscou responder à seguinte questão: como experiências inovadoras de ePart incorporam fundamentos do modelo de gestão aberta (Open Gov)?

• Toma-se como referência o modelo de governo aberto, que, segundo Neves (in: Evolução das políticas de governo aberto no Brasil. CONGRESSO DO CONSAD, 6., Brasília - DF, 2013), é uma iniciativa global liderada pelo Brasil e pelos EUA para que os governos se tornem mais abertos aos seus cidadãos, fundamentada em quatro princípios: transparência, participação cidadã, accountability e inovação por meio da Tecnologia da Informação.

Gestão de políticas públicas, participação democrática e internet: inovação nos modelos de gestão no setor público. Julio Cesar Andrade de Abreu. – Brasília: Enap, 2017. 74 p. : il. – (Cadernos, 48)

• Mesmo com viés notadamente gerencialista, o Open Gov traz a preocupação de fundamentar uma lógica de participação como viabilizadora da inovação. E não “qualquer” inovação, mas sim a tipificada como inovação “aberta” (processo inovador bem mais poroso ao processo de participação, onde há espaço para uma dinâmica de colaboração na qual o cidadão não é mero expectador, mas, sim, coprodutor do bem público).

• O Gabinete Digital é o experimento que mais se aproxima da lógica do modelo de governo aberto. O e-SIC e o Orçamento Participativo Digital são bem limitados.

• Conclusão: o modelo de gestão pode ser influenciado pela experiência de ePart, quando estivermos nos referindo a experiências que envolvam, de modo aberto, traços de participação e inovação aberta, características estas que podem conferir à experiência uma porosidade tal, que ela se converte em um indutor de transformações organizacionais.

As Redes de Atenção à Saúde. Eugênio Vilaça Mendes. RMMG Volume 18. (4 Suppl.4)Volume: 18. (4 Suppl.4)olume: 18. (4 Suppl.4)

• Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às necessidades de saúde da população.

• O Brasil vive uma situação de saúde que se expressa em uma transição demográfica acelerada e uma transição epidemiológica singular, com forte predomínio relativo das condições crônicas.

• Essa situação de saúde não pode ser respondida adequadamente com sistemas de atenção à saúde fragmentados e voltados para a atenção às condições agudas.

• Esse é o problema fundamental dos sistemas de atenção à saúde em todos os países do mundo e não pode ser solucionado fazendo mais do mesmo. É preciso uma mudança radical nesses sistemas.

• Essa mudança implica o restabelecimento da coerência entre a situação e o sistema de atenção à saúde por meio da construção social das redes de atenção à saúde.

As Redes de Atenção à Saúde. Eugênio Vilaça Mendes. RMMG Volume 18. (4 Suppl.4)Volume: 18. (4 Suppl.4)olume: 18. (4 Suppl.4)

• Transição demográfica e epidemiológica resultante do envelhecimento e do aumento da expectativa de vida significa crescente incremento relativo das condições crônicas.

• Crise contemporânea dos sistemas de saúde: organização da atenção em sistemas fragmentados voltados para a atenção às condições agudas, com uma estrutura hierárquica e sem comunicação fluida entre os diferentes níveis de atenção.

• Perfil da situação de saúde do Brasil: tripla carga de doenças, pela presença concomitante das doenças infecciosas e carenciais, das causas externas e das doenças crônicas.

• Solução para o SUS: restabelecer a coerência entre a situação de saúde de tripla carga de doenças e o sistema de atenção à saúde, pela implantação de redes de atenção à saúde.

• Adota-se como princípio que cada nível de atenção deva operar de forma cooperativa e interdependente.

• Elementos constitutivos das redes: a população, a estrutura operacional e o modelo de atenção à saúde.

• Conclusão: há evidências na literatura internacional de que as redes de atenção à saúde podem melhorar a qualidade clínica, os resultados sanitários e a satisfação dos usuários e reduzir os custos dos sistemas de atenção à saúde.

As Redes de Atenção à Saúde. Eugênio Vilaça Mendes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. 549 p.

Desafios do SUS. Eugênio Vilaça Mendes. Brasília, DF: Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, 2019. 867 p.

Desafios do SUS. Eugênio Vilaça Mendes. Brasília, DF: Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, 2019. 867 p.

• Desafios do SUS aborda a trajetória do Sistema Único de Saúde (SUS) e traz reflexões como o sistema de saúde brasileiro vem sendo operacionalizado,.

• O livro propõe um singular modelo de atenção às condições crônicas para o SUS e aborda os problemas do financiamento, sugerindo a passagem do sistema de pagamento aos prestadores por valor, por performance, por linhas de cuidado e por capitação.

• Aponta avanços, como ampliação do acesso, programas exitosos e uma grande produção de serviços.

• Entre os desafios, estão: • a organização macroeconômica do sistema de atenção à saúde, que se expressa

no dilema fundamental entre a segmentação e a universalização; • o modelo de atenção à saúde totalmente inadequado para a atual situação

epidemiológica e demográfica no País, e • a competição predatória entre o público e o privado.

Desafios do SUS. Eugênio Vilaça Mendes. Brasília, DF: Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, 2019. 867 p.

• A organização das Redes de Atenção à Saúde deve ter a Atenção Primária à Saúde (APS) como ordenadora do sistema, e deve estar integrada com a Atenção Ambulatorial Especializada e com a Atenção Hospitalar, de forma regionalizada.

• Desafios da APS: Eugênio Vilaça Mendes constata a evolução positiva da Estratégia Saúde da Família e considera seus êxitos quantitativos e qualitativos e faz uma análise dos perfis de demanda e de oferta na APS e propõe uma forma de consolidação da Estratégia Saúde da Família.

• Metodologicamente, significa operar com modelos de melhoria, gerenciamento de processos e educação permanente de forma ativa, por meio de oficinas e tutorias, envolvendo equipes multi e interdisciplinares, essenciais para atender as necessidades de saúde da população, razão de ser de qualquer sistema de saúde.

“HCFMUSP continua inovando e construindo melhores soluções para a medicina”. Entrevista com o Superintendente do HCFMUSP. Revista HEALTHCARE, outubro de 2019. https://grupomidia.com/hcm/hcfmusp-continua-inovando-e-construindo-melhores-solucoes-para-a-medicina/ • Modelo estratégico da “Gestão Brilho nos Olhos” foi idealizado durante a Conferência

em Busca do Futuro 2020. Base de todas as ações a serem realizadas na gestão, Integração, Humanização, Sustentabilidade, Internacionalização, Excelência no Ensino e Incorporação de Novas Tecnologias foram as diretrizes estabelecidas durante o encontro.

• “Desde o seu início, nossa gestão se fundamenta na construção coletiva e busca valorizar o trabalho dos colaboradores, além de reforçar o papel histórico e social do HCFMUSP, que sempre acompanhou as mudanças na área da saúde, com o principal objetivo de manter o padrão de excelência no atendimento aos pacientes”.

• Parte da nova estratégia de gestão, a Plataforma de Inteligência Hospitalar (PIH) implementada pela instituição consiste em consolidar e disponibilizar informações em variados níveis de análise, possibilitando a construção de sistemas de apoio às decisões assistenciais e de gestão.

“HCFMUSP continua inovando e construindo melhores soluções para a medicina”. Entrevista com o Superintendente do HCFMUSP. Revista HEALTHCARE. https://grupomidia.com/hcm/hcfmusp-continua-inovando-e-construindo-melhores-solucoes-para-a-medicina/ • Faz parte do novo modelo de gestão, desde 2018, uma diretoria de Compliance. • Também em 2018, durante a epidemia de febre amarela, foi composto o Comitê de Crise,

coordenado pela Diretoria Clínica e pela Superintendência do HCFMUSP, com o envolvimento de diversas equipes médicas e de áreas de apoio e administrativas.

• Resultado da cultura de engajamento, cada um dos oito Institutos que compõem o HC possui ao menos um selo de acreditação. Dentre eles ONA, Joint Commission International (JCI e Comission on Accreditation of Rehabilitation Facilities.

• Em 1972, foi criado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas o Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde (PROAHSA). E em 2009, a Escola de Educação Permanente (EEP) passou a reunir, em um mesmo local, a excelência de ensino de cada instituto do Complexo HC.

• “A EEP também possui um Centro de Formação e Aperfeiçoamento em Ciências da Saúde (CeFACS), que disponibiliza cursos profissionalizantes e de especialização em nível técnico”.

Cartilha do Líder - HCFMUSP.

Cartilha do Líder - HCFMUSP.

Cartilha do Líder - HCFMUSP.

“Compliance” - Código de Conduta Funcional - HCFMUSP.

“Compliance” - Código de Conduta Funcional - HCFMUSP.

“Compliance” - Código de Conduta Funcional - HCFMUSP.

“Compliance” - Código de Conduta Funcional - HCFMUSP.

Obrigado! Massayuki Yamamoto

[email protected]