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CICLAGEM DE NUTRIENTES EM ECOSSISTEMAS DE PLANTAÇOES FLORESTAIS DE tucal"plus E 1Jinus. IMPLlCAÇOES SILVICULTURAIS. Tese apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo, para obtenção do titulo de ~ivre-Docente, junto ao Depar- tamento de Silvicultura. PIRACICABA Estado de São Paulo • Brasil Abril, 1985

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CICLAGEM DE NUTRIENTES EM ECOSSISTEMAS DEPLANTAÇOES FLORESTAIS DE tucal"plus E 1Jinus.

IMPLlCAÇOES SILVICULTURAIS.

Tese apresentada à EscolaSuperior de Agricultura "Luiz deQueiroz", da Universidade de SãoPaulo, para obtenção do titulo de~ivre-Docente, junto ao Depar-tamento de Silvicultura.

PIRACICABAEstado de São Paulo • Brasil

Abril, 1985

à Ma~ialiee, e~po~a, eolega

e eompanhei~a de eada jo~nada.

Ao F~aneo,

quat~o ano~ de aleg~ia vivi6ieante,

e~pe~an~a que ~e ~enova.

A elaboração desta tese nao foi um trabalho

isolado, mas fruto do interesse e da ação de várias pessoas

a quem devo meu sincero agradecimento.

inicio destas pesquisas era chefe do Departamento de Silvi-

cultura da ESALQ e tanto me incentivou para que desenvolves-

se este campo de estudo ecológico.

~ Ao Prof. Hilton Thadeu Zarate do Couto pela

colaboração prestada no trabalho de computação dos dados e

ao Prof. Walter de Paula Lima pela ajuda nas pesquisas de

- A Marialice Metzker Poggiani, minha esposa

e bibliotecária do IPEF, pela normalização das citações bi-

(CAFMA) ~ na pessoa do seu Diretor Eng9 Ftal. Francisto Ber-

tolani, pelo apoio fisico dado à pesquisa e aos engenheiros

florestais Norival Nicolielo e João Batista Garnica pela aj~

da prestada durante os três anos de trabalho na coleta do

material vegetal.

~ Ao Eng9 Ftal. Silas Zen pela dedicação e co

laboração prestada durante todas as fases de pesquisa de caro

- Aos Eng9s. Ft~is, Roberto Chiaranda e Fábio

Spina França pela ajuda prestada nas coletas de campo.

- Ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-

mico (BNDE) pelo suporte financeiro que permitiu a execuçao

dos trabalhos de campo e a compra de vários equipamentos de

análise, dentre os quais um espectrofotômetro de absorção

atômica.

~ Ao Instituto de Pesquisas e Estudos Flores-

tais que forneceu o suporte necessário para a realização tan

to dos trabalhos de campo como de laboratório.

página

1. INTRODUçAo E OBJETIVOS •.•••.•.•.•.•.......•.•••.. 1

2. REVISÃO DA LITERATURA ••••.••...•..•.••••••..•••.. 6

2.1. O ciclo geoquimico dos nutrientes •••••••••.• 8

2.1.1. A entrada de nutrientes minerais no

2.1.2.1. Saida por escoamento, 1ixivi~

çao e vo1ati1ização .••••.•.• 21

2.1.2.2. Saida pela exportação da bio-

massa arbórea .••.••••••..••. 24

2.2. O ciclo bió1ógico dos nutrientes ..•••..••••• 35

2.2.1. Absorção,' acúmu10 e distribuição dos

nutrientes na biomassa arbórea .•••••• 35

2.2.2. Deposição de nutrientes sobre o solo

florestal através da queda das folhas

3.1. Características das areaa experimentais .••••

3.1.1. Localização, clima e solo da área exp~

rimental de Piracicaba ••••••••.•••••• 57

3.1.2. Localização, clima e solo da área exp~

rimenta1 de Agudos .•••••••••••••••••• 58

3.2. Histórico e descrição dos talhões florestais. 63

página

3.2.1. O talhão de Euealyptu~ ~aligna ..••... 63

3.2.2. Os talhões de Pinu~ ••..•..•..•..•..•• 63

3.3. Descrição dos métodos utilizados nas pesqui-

sas conduzidas durante o per~odo de julho de

1977 a junho de 1980 ••...•• ".•••••.•.•.••... 64

3.3.1. Estimativa da deposição de nutrientes

minerais sobre o solo dos talhões flo_

restais através da queda do folhedo.. 64

3.3.1.1. Estimativa da deposição de

3.3.1.2. Estimativa da deposição de n~

trientes minerais 68

3.3.1.3. Análises químicas do material

3.3.2. Estimativa do conteúdo de nutrientes

minerais no folhedo da serapilheira.. 69

3.3.3. Estimativa da taxa de decomposição do

3.4. Estimativa da biomassa e da-mineralomassa da

parte a~rea das árvores ••....... ..•......... 71

3.4.1. Escolha e corte das árvores represent~

tivas de cada espécie •.....•.....••.. 71

3.4.2. Determinação do peso do material seco

das árvores cortadas •••..••••.•..••.• 73

3.4.3. Determinação da concentração dos nu_

trientes nos diferentes componentes

3,4.4. Determinação das equações para estima~

tiva da biomassa arbórea •.•.••.•••••. 77

- . .dos talhoes florestals ••..•••.••••••••••••• 94

4.4.1. Equações de regressão para determina-ção da biomassa dos diferentes compo~

página

4.4.2. Concentração dos nutrientes minerais

nos diferentes componentes das árvo~

4.4.3. Biomassa e mineralomassa dos talhões

florestais •••• ,••,................... 108

4.5. Características do solo sob os talhões flores

tais ,..... ~ , ... .., 1t •• • •• • •• •• •• • •• • • • •• • •• •• •• •• I •• 11 2

4.5.1. Textura e densidade aparente ••,...... 112

4.5.2. Nutrientes minerais disponíveis e re~

servatório de elementos totais no solo 115

5. DI SCUSs1\o ......................., ••• ,............ 123

5.1. Deposição de folhedo nos talhões florestais, 123

5.1,1. Considerações sobre os critérios utili

zados quanto à coleta das amostras .•• 123

5.1.2. Deposição anual de folhedo •••. ,...... 126

5.1.3. Variação mensal da deposição de folhe~

do 1 3 1

f olhedo fI................................ 137

5.2.1. Concentração de nutrientes no folhedo. 137

5.2.2. Quantidades de nutrientes minerais de-

5.3. Acúmulo de folhedo e nutrientes sobre o solo

e taxas de decomposição .,." .•••• ,•••••••• ,. 141

5.4. Biomassa arbórea e conteúdo de nutrientes mi~

149

149

5.4.2. Concentração dos nutrientes nos diver-

sos componentes da biomassa arbórea.. 152

."Lx.

página5.4.3. Conteúdo de nutrientes na biomassa ar-

bórea til, ••.• " •••••••••• ,,, •• , •••••••• ,,. 1 5 4

5.5. O solo sob os talhões florestais ••••••.••••• 156

5.6. Implicações silviculturais da ciclagem de nu

tr iente s ..•.•.•.••......... , ..•• I • t •••••• , • • • 165

6.AP~NDICE

183

205

CICLAGEM DE NUTRIENTES EM ECOSSISTEMAS DEPLANTAÇOES FLORESTAIS DE Eu~alyptu~ E Pinu~.

IMPLICAÇOES SILVICULTURAIS.

tes ã ciclagem de nutrientes em florestas plantadas com as

seguintes espécies exóticas de rápido crescimento: Eu~alyp-

tu~ ~aligna Smith, Pinu~ ~a~ibaea Morelet varo hondu~en~i~ e

Pinu~ oo~a~pa Schiede.

o talhão de E, ~aligna localiza-se em Piraci-

caba e os talhões das duas espécies de Pinu~, em Agudos. Aro

"apresentam clima do tipo Cwa (Koppen) r com precipitação me-

dia anual ao redor de 1200 a 1300 mm, temperatura média de

21-220C, verão quente e chuvoso e inverno seco, moderadamen-

te frio, com rara ocorrência de geada. O talhão de E. ~ali~

na está plantado em solo podzólico de fertilidade baixaImé-

A deposição de folhedo foi estudada a partir

de julho de 1977, quando as árvores de E, ~aligna tinham 7

efetuadas até junho de 1980. No talhão de E, ~aligna foi ob

servada uma deposição anual de folhedo de 4.490 kg/ha conten

do: 27,3 kg de N, 2,2 kg de P, 16,7 kg de K, 14 kg de Ca e

9,3 kg de Mg. O talhão de p. ~ahibaea varo honduhen~i~ dep~

sitou anualmente 8.373 kg/ha de aciculas com 43,7 kg de N,

2,2 kg de P, 22,2 kg de K, 20,4 kg de Ca e 6,4 kg de Mg. O

P. oo~ahpa depositou 7131 kg/ha de aciculas contendo 36,7 kg

·xii.

çao: 4,1 t nas folhas, 13,8 t nos ramos, 9,5 t na casca e

158,6 t no lenho. No talhão de P. eanibaea varo hondunen~i~,

aos 14 anos de idade, o total de biomassa foi de 153,6 t/ha,

com 10,3 t de aciculas, 10,5 t de ramos, 18,5 t de casca e

114,3 t de lenho. Geralmente as concentrações de nutrientes

nos tecidos dos eucaliptos foram mais elevadas que as dos

pinheiros, principalmente na casca. As quantidades de nutri

entes minerais-contidos na biomassa total do talhão de E. ~a

tigna foram estimadas em 219 kg de N, 58,1 kg de P, 190,5 kgde K, 954 kg de Ca e 81 kg de Mg. No talhão de P. eanibaea

varo hondunen~i~ foram estimadas em 304 kg de N, 16,2 kg de

P, 150,6 kg de K, 103,7 kg de Ca e 33,8 kg de Mg.

percentua:Lmente, 40,2% do total de nutrientes

estavam contidos nas copas dos eucaliptos, que representam

apenas 9,6% da biomassa arbórea total. As copas dos pinhei-

ros, representando 13,6% da biomassa arbórea total, conti-

nham 38,1% do total de nutrientes.

Sobre o solo do talhão de E, ~aligna, aos 11

anos de idade, foi observado um acúmUio de folhedo correspog

dente a 7,9 t/ha e nos talhões de P. eanibaea varo hondunen-

~i~ e P. ooeanpa, ambos com 14 anos, os valores foram de

20,2 t/ha e 19,4 t/ha, respectivamente. A taxa de decompos~

ção (K) foi calculada em 0,56 para E, ~aligna, 0,41 para o

P. eanibaea varo hondunen~i~ e 0,37 para o P. ooeanpa.

A quantificação dos nutrientes minerais disp~

níveis no solo, até 180 cm de profundidade, evidenciou para

o sitio de E. ~atigna um estoque por hectare :de 1240 kg de

N, 59 kg de F, 276 kg de K, 7956 kg de Ca e 1243 kg de Mg,

· xi.Li.,

No talhão de P. ea~iba~a varo hondu~~n~i~ o estoque por hec-

tare era de 1290 kg de N, 51 kg de P, 128 kg de K, 492 kg de

Ca e 89 kg de Mg.

Observou-se que as duas espécies de pinheiros

apresentam um bom crescimento em solo de fertilidade muito

baixa, acumulando menores quantidades de nutrientes do que o

E. ~aligna. Também a proporção de nutrientes depositados so

bre o solo através da queda de folhedo, em relação aos nu-

trientes absorvidos anualmente, foi maior nos pinheiros do

que no E • .õaligna. Entretanto, o elevado conteúdo de nutri-

entes minerais no folhedo da serapilheira acumulada nos ta-

lhões de Pinu~ em relação ao baixo estoque de nutrientes no

solo sugere que devam ser adotadas técnicas de manejo mais

conservativas para manter a produtividade do sítio florestal.

O fósforo e o potássio evidenciaram-se como

os elementos mais críticos em vista dos baixos estoques do

solo. Estimou-se que em relação ao total de nutrientes con-

tidos no sistema "solo-serapilheira-árvores" a biomassa aci-

ma do solo no talhão de E. ~aligna acumulava 48% do fósforo

e 39,8% do potássio, no talhão de P. ea~iba~a varo hondu~~n-

~i~ 21,3% do fósforo e 50,5% do potássio e no talhão de P.

ooea~pa 21,8% do fósforo e 46,8% do potássio.

Os outros nutrientes minerais também estavam

estocados em elevadas porcentagens na biomassa das arvores

acima do solo e isto indica não ser conveniente a adoção de

rotações curtas e a exploração dos "resíduos florestais" por

que provocam o rápido empobrecimento do sítio.

.xiv.Concluiu-se que as rotações silviculturais

nunca deveriam ser menores do que as Ilrotações eco16gicas" e

propõe-se que a saida de nutrientes devido ã exploração flo-restal deva estar em equilibrio com a entrada de nutrientes

no ecossistema através das adições naturais ou artificiais.

NUTRIENT CYCLING IN Eu~alyp~u~ AND Pinu~

PLANTATIONS ECOSYSTEMS.SILVICULTURAL IMPLICATIONS~

of exotic fast growing trees of Eu~alyp~u~ ~aligna Smith,

Pinu~ ~d~ibaea Morelet varo hondu~en~i~ and Pinu~ oo~a~pa

accumulation of leaves in the forest floor and rates of•

and the two species of Pinu~ near Agudos, both in the

central region of the State of são Paulo (Brazil). Climate11belongs to Cwa (Koppen classification), with annual rainfall

around 1200-1300 mm, mean temperature 21~22oC, hot and rainy

plantation is growing on a podzolic soil with low/medium

fertility and Pi~u~ on a very sandy and infertile latosol.

Leaf-fall was studied in the E. ~aligna

plantation from the ages of 7 to 11 years, and in the Pinu~

plantations from 11 to 14 years, from July 1977 to June 1980.

In the E . .6a.e.ig~astand, annual mean leaf-fall was 4490 kg/

ha, with 27.3 kg of N, 2.2 kg af P, 16.7 kg of R, 44 kg of

Ca and 9.3 kg af Mg. In the stand af P. ca~ibaea varo ho~du

was 7131 kg/ha, with 36.7 kg of N, 1.9 kg af P, 13.7 kg of

K, 12.7 kg af Ca and 4.5 kg af Mg.

the periods when soil humidity becomes very law ..,

The biomass af E. ~alig~a stand, 11 years

old, was estimated in 186 t/ha, distributed as follows: 4.1

.XV.-l.-l.

the bark. Total quantities of mineral nutrients accumulated

per hectare in the tree biomass of E. ~aligna stand were

estimated 219 kg of N, 58.1 kg of P, 190.5 kg of K, 954 kg

of Ca and 81 kg of Mg. In P. ~ahibaea varo honduhen~i~,

biomass the quantities were 304 kg of N, 16.2 kg of P, 150.6

kg of K, 103.7 kg of Ca and 33.8 kg of Mg. Proportionally,

40.2% of the nutrients accumulated in the biomass of E. ~a-

ligna stand were located in the crowns, which represent only

9.6% of the total biomass. In the P..~ahibaea varo honduhen

h~h, 38.1% of nutrients accumulated in the hiomass were

concentrated in the crowns, which represent 13.6% of the

total biomass.

The leaf-litter accumulated an the forest

floar of E. ~aligna stand, 11 years old, totalized 7.9 t/ha,

while the stands af P. ~ahibaea var, honduhen~i~ and P.

oo~ahpa, 14 years old, accumulated, respectively, 20.2 and

19,4 t/ha. The estimates of decomposition rates (K) were

0.56 for E. ~aligna, 0,41 for P. ~ah~baea varo honduhenhi~

and 0.37 for P. oo~ahpa. ~

By the quantification of available mineral

nutrients in the soil to a depth of 180 cm it was found in

E. h a.t~g na. stand a rese;r-veper hectare af 134O kg of N, 59

kg of P, 276 kg of K, 7956 kg of Ca and 1243 kg of ~B while

in the soil of P. ~a.hibaeavaro honduhenhih stand 1290 kg of

N, 51 kg af P, 128 kg of K, 492 kg oí Ca and89 kg of Mg.

It was íound that the two species of Pinu~

planted on infertile latosol grew well and accumulated

smaller quantities oí nutrients in biomass than E. ~aligna.

abave-graund biamass af E, ~ati9»a stand accumulated 48% af P-- -

High percentages af the other mineral

nutrients (N, Ca and Mg) were alsa stacked in the abave-graund

As pesquisas realizadas para o desenvolvimen-

to desta tese englobam um conjunto de observações referentes

à ciclagem de nutrientes em florestas plantadas com espécies

exóticas de rápido crescimento.

Antes da pesquisa ser empreendida, foram ana-

lisadas várias hLpóteses de trabalho e durante algum tempo

pensou-se em realizar alguElas observações voltadas para a

ecologia das florestas naturais, onde existe uma enorme ca-

rência de conhecimentos básicos. TQdavia, levando ...·se em con

sideração que as grandes linhas de pesquisa e extensão do De

partamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura

"Luiz de Queiroz" há anos vem sendo dirigidas prioritariamen

te para as florestas de rápido crescimento e que estas vem

assumindo uma importãncia crescente em função dos diversos

aspectos sociais, econômicos e silviculturaisi achou-se mais

oportuno, através deste trabalho ~abalho, aprofundar as pe~

quisas relativas à ciclagem de nutrientes em florestas plan-

tadas com espécies dos gêneros Euealyptu~ e Pinu~, amplamen-

te utilizadas nos programas de florestamento e reflorestamen

to.

\ Face aos recentes problemas criados pela cri-

-

estudado em vários países tropicais, dentre os quais, desta-

ca-se o Brasil.

Ocorre, em primeiro lugar, que próximo aos

centros consumidores de madeira já nao existem grandes areas

de florestas naturais e, neste caso, a madeira teria que ser

transportada de regiões longínquas, o que contribuiria para

o seu encarecimento e até para a inviabilidade econômica do

De acordo com BRAZIER, HUGHES & TABB (1976),

outro sério problema consiste na grande heterogeneidade das

maior necessidade de conhecimentos botânicos e 'tecnológicos

para a utilização das florestas nativas de forma racional.

Por outro lado, as culturas florestais podem

ser implantadas próximo às regiões consumidoras de matéria

prima, permitindo o fornecimento de material 'homogêneo e ge-

neticamente melhorado para suprir as diferentes necessidades

Na verdade, a elevada produtividade das flo-

restas plantadas é fruto de pesquisas contínuas no campo da

silvicultura e da aplicação de novas técnicas de manejo e me

lhoramento. Hoje, plantações bem conduzidas de eucaliptos

podem produzir 55 m3 ou mais de madeira por hectare/ano. As

matas naturais do Estado de são Paulo, situadas nos melhores

sítios, quando cortadas podem fornecer em média de 200 a 250

m3 de madeira por hectare.

.4 •

raçao de uma floresta natural gira ao redor de 80 a 100 a-

nos, pode-se concluir que um hectare de uma plantação de eu-

caliptos bem cultivada e com um ciclo de corte aos sete anos

de idade é várias vezes mais produtivo do que um hectare de

floresta natural.

Surge todavia uma séria dúvida em relação as

florestas de rápido crescimento plantadas em maciços puros:

até que ponto um determinado sítio suportaria por tempo ind~

finido uma elevada produtividade de biomassa arbórea, sendo

esta sistematicamente explorada?

Para dar uma resposta, pesquisadores se reu-

nem periodicamente em conclaves científicos nas diferentes

partes do mundo. Há alguns anos foi realizado na Austrália

um simpósio intitulado "Productivity in perpetuity" patroci-

nado pelo Australian Forestry Council (CSIRO, 1981) no qual

todos os tópicos abordavam os problemas relativos à manuten-

ção da produtividade em florestas plantadas, através da aná-

lise de ciclagem dos nutrientes.

Os experimentos realizados para a execuçao

desta tese norteararn-sedentro do espírito do simpósio reali-

zado na Austrália e têm como principais objetivos:

a. Quantificar a devolução ao solo de nutrientes através da

queda de folhas caducas em talhões puros de Euca{yptu~ ~a

{~9na Smith, P~nu~ ca~~baea Morelet varo hondu~en~~~ e P~

nu~ ooca~pa Schiede;

b. Estimar o acumulo de nutrientes nas folhas da serapilhei-

ra e determinar o tempo necessário para a sua decomposi-

çao;

plantadas, quando manejadas corretamente, constituem-se em

ecossistemas equilibrados do ponto de vista nutricional, vis

to que a ciclagem dos elementos químicos garante a produtiv~

dade contínua do sítio, ao contrário do que ocorre nas cultu

ras agrícolas.

De acordo com PRITCHETT (1979), uma pesquisa

desenvolvida por Ebermayer no século passado, evidenciou que

a remoçao contínua da liteira em fl~restas da Europa propi-

ciava uma interrupção na ciclagem dos nutrientes com a conse

quente queda da produtividade.

o uso generalizado dos fertilizantes comer-

ciais, como uma alternativa que possibilita a exploração

mais frequente das florestas plantadas, deu uma nova ênfase

ao estudo da ciclagem dos nutrientes, visto que o efeito ~a

adubação em florestas se prolonga por vários anos.

As pesquisas mais completas sobre ciclagem de

nutrientes em florestas começaram a aparecer na década de

ram um extenso trabalho apresentando os resultados de pesqul

sas desenvolvidas em florestas decíduas da Bélgica.

De acordo com os autores o ciclo biológico po

de ainda ser subdividido em dois ciclos; o ciclo biogeoguími

co e o ciclo bioguímico. O ciclo biogeoguímico refere-se a'\o. ~

transferência dos nutrientes entre as plantas e o~ºlo e vi-

ce-versa, enquanto que o ciclo bioquímico refere-se a movi-

•2.1.1. A entrada dos nutrientes minerais no ecossiste

ras e verificaram urna grande flutuação na concentração de nu

trientes de acordo com as épocas do ano. Observaram que a

maior concentração de elementos ocorre no início da estação

chuvosa. Em locais de maior altitude a água da chuva apre-

sentou geralmente uma menor concentração de elementos quími-

cos. Os nutrientes que entraram no ecossistema florestal

através da precipitação pluviométrica expressos em kg/ha/ano

apresentaram os seguintes valores mínimos e máximos ao longo

de dois anos de observações: Ca (16,4-18,4), Mg (18,4-18,5),

K (2,3-4,1) e P (0,05-0,10).

Na mesma publicação os autores apresentam urna

compilação de dados coletados em estações tropicais de diveE

sas partes do mundo. Percebe-se que ocorrem grandes varia-

çoes de local para local. Por exemplo, em relação ao cál_

cio, ocorre urna deposição, via precipitação, de apenas 1 kg/

ha/ano ao norte da Nigéria, enquanto que no Panamá depositam

-se quase 30 kg/ha/ano. O fósforo é o elemento que, confor-

me foi observado, menos se deposita com a agua da chuva, va

riando entre 0,16 e 2,58 kg/ha/ano .•

ROLFE, AKHTAR & ARNOLD (1978), estudando o

fluxo de nutrientes em uma floresta mista de Queneu~ nubna e

Aeen ~aeeanum, ao norte de Illinois, detectaram urna entrada

de nutrientes através da precipitação da seguinte magnitude,

por ha/ano: 17,7 kg de nitrogênio, 1,3 kg de fósforo, 12,1

kg de potássio, 11,1 kg de cálcio e 1,7 kg de magnésio.

MILLER (1978) na Escócia, analisando os nu-

trientes contidos na água da chuva coletada perto da costa e

no interior do continente, detectou urna maior quantidade de

resta de pinheiros, através da água da chuva (ha/ano): fósfo

ro 0,1 kg, potássio 4,0 kg, cálcio 13,4 kg e magnésio 2,6

,gas distâncias e se depositam sobre a vegetação. No caso de

.11.

florestas, as copas das árvores agem como verdadeiros fil-

tros, retendo uma grande quantidade de partículas. Estas,

com a chegada das primeiras chuvas mais fortes da primavera

sao arrastadas para o solo junto com a água de gotejamento e

com a agua que se escoa pelo tronco.

ROLFE, AKHTAR & ARNOLD (1978), já citados an-

teriormente, registraram os seguintes valores de nutrientes

depositados anualmente por hectare pela água de gotejamento:

nitrogênio 3,3 kg, fósforo 8,8 kg, potássio 20,9 kg, cálcio

11,9 kg e magnésio 3,5 kg.

Em termos percentuais, do total de nutrientes

que chegaram ao solo da floresta, a água de gotejamento e a

água de escoamento pelo tronco arrastaram respectivamente os

diferentes elementos químicos nas seguintes proporções: 15%

e 5% do nitrogênio, 36% e 5% do fósforo, 43% e 32% do potás-

sio, 33% e 36% do cálcio e 56% e 17% do magnésio. Através

dos dados apresentados pelos autores percebe-se que a agua

da chuva é fortemente enriquecida em nutrientes quando atra-

vessa a copa das árvores e arrasta ab solo os elementos acu-

mulados como partículas de poeira.

Em muitos casos a contribuição da agua de go-

tejamento para a deposição de nutrientes sobre o solo flores

tal ~ superior a própria contribuição resultante da deposi-

çao do folhedo.

WELLS, WHIGHAM & LIETH (1972), observaram que

numa floresta temperada de folhosas, a água de gotejamento

era responsável por 54,13% da deposição de potássio, enquan-

to que a queda de folhedo representava apenas 43,86%.

• 12.

O mesmo resultado foi observado em talhões de

pinheiros plantados na mesma área. LIKENS et alii (1977),

observaram também esta particularidade em bacias hidrográfi-

cas experimentais e assinalaram ser o potássio um dos eleme~

tos mais lixiviáveis pela água da chuva que lava o dossel da

floresta.

PETERSON & ROLFE (1982a), quantificaram os nu

trientes provenientes da água de gotejamento em florestas de

folhosas situadas em áreas de inundação ao longo do rio Lan-

gamon, no Estado de Illinois, e verificaram que a água de gQ

tejamento deposita sobre o solo as seguintes quantidades de

nutrientes expressas em kg/ha/ano: 10,5 de nitrogênio, 1,2

de fósforo, 21,2 de potássio, 15,4 de cálcio e 4,8 de magné-

sio.

BERNHARD~REVERSAT (1975) quantificou a contri

buição da água de gotejamento em florestas pluviais tropi-

cais da Costa do Marfim durante dois anos e observou, nos

três locais estudados, os seguintes valores mínimos e máxi-

mos em kg/ha/ano: nitrogênio (71-88~, fósforo (1,8-10,1), PQ

tássio (57_183), cálcio (36-50) e magnésio (42-54). Segundo

o autor mais de 60% do potássio depositado sobre o solo era

proveniente da água de gotejamento.

A proximidade de grandes centros urbanos e de

parques industriais) que se constituem em fontes poluidoras,

assim como certas práticas culturais, como por exemplo o uso

do fogo, podem contribuir grandemente no aumento de nutrien-

tes arrastados pela água da chuva e pela água de gotejamen-

to.

· 13.

MEGURO, VINUEZA & DELITTI (1979b) calcularam

para uma floresta subtropical, situada dentro do perimetro

urbano da cidade de são Paulo, uma entrada de nutrientes ex-

cepcionalmente elevada, através da agua de gotejamento, tota

lizando 126 kg/ha/ano de potássio e 7,5 de fósforo.

KODN,m & VAN LEAR (1980) registraram um consi

derável aumento dos nutrientes carregados pela água de gote-

jamento durante as primeiras chuvas subsequentes à aplicação

do fogo controlado.

POGGIANI et alii (1983b) notaram uma contri-

buição bastante elevada da agua de gotejamento na deposição

de nutrientes em talhões de Pinu~ ea~i6aea varo hondu~en~i~

e Liquidamba~ ~ty~aei6lua plantados no interior do Estado

de são Paulo. Observaram que a maior concentração de nu-

trientes na água de gotejamento ocorre nas primeiras precip!

tações que caem apos o periodo de inverno. Os autores atri-

buiram o fenômeno às queimadas dos canaviais que circundam

as plantações de pinheiros. Neste caso, as particulas de

cinzas seriam capturadas eficientem~nte pelas folhas das ar-

vores e posteriormente, os nutrientes depositados sobre as

copas, seriam lavados pelas primeiras chuvas fortes da prim~

vera.

Outra entrada importante nas florestas é con~

tituida pela fixação biológica do nitrogênio atmosférico

através dos microorganismos livres do solo, ou em

com as raizes de algumas espécies florestais.

que, no caso de florestas tropicais, a temperatura do•

dos microorganismos. Segundo o autor: "a temperatura do so-

lo supera de pouco os 2SoC no momento mais quente do ano. ~

justamente a 2SoC que o ganho e a perda de nitrogênio no so-

qual a floresta pode conservar-se em um solo pobre, que qua~

do desembaraçado c1as árvores, só dará fracas colheitas".

.16.observou que podem ocorrer teores potenciais variáveis segu~

do a rocha matriz, sendo estes teores proporcionais à quant~

dade de ferro no perfil. Os solos arenosos são os que apre-

sentam menores quantidades de fósforo, enquanto a terra roxa

e a que o possui em maiores quantidades.

Em outra publicação, VERDADE (1960b) concluiu

que o teor potencial de um determinado elemento segue, em l~

nhas gerais, o teor total, havendo solos com pequeno ou ne-

nhum teor potencial. Também o estuão do teor potencial, en-

tre as diversas camadas do perfil, não mostra nenhuma dife-

rença entre elas. Segundo este autor, os solos do Estado de

são Paulo pesquisados apresentam-se bastante depauperados em

bases que sao perdidas na meteorização das rochas. O potás-

sio apresenta teores mais elevados quando a rocha se aprese~

ta à pe~uena profundidade.

Do ponto de vista florestal, o conhecimento

das reservas de nutrientes "totais" e nao apenas "disponI-

veis" é de importãncia fundamental, de acordo com a opinião

de vários autores, dentre os quais, ~odem ser mencionados

KIMMINS (1977), VOIGT (1968); DUVIGNEUAD & DENAEYER-De SMET

(1971) e SWITZER, NELSON & HINESLEY (1978).

Efetivamente as caracterlsticas morfológicas

e fisiológicas do sistema radicular das árvores, juntamente

com os ciclos relativamente longos às quais são normalmente

submetidas as plantações florestais, podem criar condições

favoráveis para que, dentro de certos prazos, os elementos

totais não disponíveis possam se tornar disponíveis e contri

buir para o crescimento da biomassa arbórea.

sentou os seguintes valores para os nutrientes totais e tro-

cáveis contidos no solo entre a superfície e a rocha matriz:

potássio trocável 767 kg/ha e potássio total 185,4 t/ha; cá!

cio trocável 13865 kg/ha e cálcio total 33,3 t/ha; magnésio

reservas em valores totais e trocáveis até um metro de pro-

fundidade: nitrogênio total 4,4 t/ha e nitrogênio disponível

100 kg/ha; fósforo total 6,1 t/ha e fósforo disponível 400

kg/ha, potássio total 6,2 t/ha e potássio disponível 400 kg/

ha, cálcio total 6,3 t/ha e cálcio disponível 1400 kg/ha.

solos da planície costeira ao sudeste dos Estados Unidos, en

contraram que o fósforo total contidb no horizonte, entre Oe 15 cm de profundidade, estava ao redor de 230 kg/ha, en-

quanto que a forma disponível era apenas de 2,2 kg/ha. Os au

tores salientaram ainda que a profundidade do sistema radicu

lar pode afetar o suprimento do fósforo, visto que há uma

grande reserva na camada entre 20 e 120 cm de profundidade.

Todavia, concluem que os conhecimentos sobre a disponibilid~

de desta reserva ou a taxa com a qual ela se torna disponí-

vel sao limitados e nao permitem conclusões a respeito.

.18•(1976), os teores de nitrogênio total em solos do Estado de

são Paulo variam de 0,03 a 3,8%, sendo que, como regra ge-

ral, admite-se que, de 1 a 4% do total do nitrogênio orgãni-

co possa ser mineralizado e suprido a uma cultura durante o

ciclo aproximado de um ano.

De acordo com estudos efetuados por VERDADE

(1960a) em alguns solos do Estado de são Paulo os teoresdas

principais bases apresentam as seguintes variações respecti-

vamente para os valores mínimos e máximos expressos em por-

centagens: potássio total (K20) 0,04 - 2,73 e potássio trocá

vel 0,0005 - 0,031; cálcio total (CaO) 0,15 - 1,50 e trocá-

vel 0,004-0,52; magnésio total (MgO) 0,22 - 1,80 e trocável

0,0002 - 0,074. Ainda, segundo VERDADE (1960b) o fósforo to

tal apresentou valores variando de 0,03 a 0,51% (P205) e o

fósforo solúvel valores variando de 0,0002 a 0,0118%.

ao florestamento vem ocupando solos cada vez mais pobres em

bases trocáveis e com elevados teores de alumínio. Trata-se

geralmente de Latossolos Vermelho-~arelos, fase arenosa, e

Areias Quartzosas que apresentam também uma capacidade de re

tenção· de água muito baixa.

POGGIANI et aZii (1983a) estimaram o conteúdo

de nutrientes de uma área de Areia Quartzosa, debaixo de um

talhão de Euealyptuh haligna e apresentaram os seguintes va-

lores para os nutrientes disponíveis até 1 metro de profundi

dade: fósforo 10,3 kg/ha, potássio 78,2 kg/ha, cálcio 320

kg/ha e magnésio 182,4 kg/ha. Salientam os autores que to-

dos os elementos, mas principalmente o fósforo, mostraram-se

em quantidades muito baixas se comparadas com as quantidades

acumuladas nos tecidos da biomassa arbórea acima do solo.

A adição de fertilizantes n~_~~_er_~~stambém já

prego de fertilizantes minerais no florestamento de

primitivamente sob vegetação de Cerrado.

evidenciaram, de forma definitiva, a importância de se adu-

bar as plantações de eucaplitos, principalmente com fósforo,

efeito positivo da calagem e da adubação para plantações de

Pinu~ ~a~ibaea Morelet varo bahamen~i~ e recomendaram urna ca

N, 100 kg de P20S e 20 kg de K20 por hectare.

Atualmente grande parte das empresas flores-

tais utilizam a adubação mineral e de acordo com SIMOES et

florestais e às propriedades do solo. Atualmente as~

a 150 g por planta de N-P~K- nas seguintes formulações: 10:

34:6; 10:28:6; 5:30:10 e 5:30:6,

2.1.2.1. Saida por escoamento, lixiviação evolatil ização

das raízes e do solo florestal que atua como elemento estabi•

em relação à biogeoquímica das florestas temperadas nao peE

turbadas daquela região, mormente em relação ao balanço de

anual e as características pedológicas que predominam nas b~

cias hidrogrâficas. De acordo com o levantamento bibliogrâ-

trientes através do deflúvio na bacia do Rio Negro, na Amazô•

cio 163,2 e magnésio 43,6. Assinalaram os autores que a va-

riação líquida (entradas-saídas) foi negativa para o Ca, Na,

florestas australianas, apresentaram os resultados observa-.,

de resíduos florestais, após a exploração de um plantio de

PÚW.6 Iw.d-<'a:ta, provocaram uma perda por volatilização de 27%

do fósforo, 21% do potássio, 31% do cálcio, 16% do magnésio

o nível de fertilidade do solo em áreas queimadas e não que~

madas, após a exploração florestal, em Bom Despacho (NG), o~

2.1.2.2, Saida pela exportação da biomassa arbõrea

volvidos com o objetivo de se avaliar o impacto potencial da

perda de nutrientes através da exploração florestal sobre a

dos nutrientes contidos na biomassa arbórea. Potencialmente,\

outras perdas podem ocorrer em virtude da erosao ou da lixi-

viação apos a retirada das árvores, quando o solo permanece

descoberto. Evidentemente a exportação de nutrientes e sem-

pre proporcional à quantidade de biomassa exportada. Toda-

via, cada componente da árvore, possui diferentes concentra-

çoes de elementos quimicos em seus tecidos, havendo um gra-

diente que geralmente apresenta a seguinte sequência: folhas

> casca > ramos > lenho. A concentração de nutrientes varia

ainda de espécie para espécie e também em função da idade das

arvores.

DENAEYER-DE SMET (1971) apresenta uma ampla

tabela contendo as concentrações de macronutrientes nos dife

rentes componentes arbóreos das principais espécies que cons

tituem uma floresta natural da Bélgica. Pelos dados aprese~

tados é possivel se verificar que a concentração de fósforo

nas folhas varia de 0,12 a 0,18%, enquanto que a concentra-

çao no lenho varia de 0,007 a 0,008%. A concentração de cál

cio nas folhas de Que~Qu~ ~obu~ é de 1,2%, enquanto que na

casca e de 3,4%.

~ preciso salientar ainda, que ocorrem dife-

renças consideráveis entre as concentrações de nutrientes

nos tecidos das diversas espécies florestais e que algumas

árvores podem ser consideradas menos exigentes do que outras

quanto à retenção dos nutrientes em seus componentes. Por

exemplo, RENNIE (1955) concluiu que o acúmulo e a distribui-

ção dos nutrientes nas árvores dos principais tipos de flo-

restas da Europa varia grandemente, principalmente em rela-

çao ao cálcio. Neste sentido, as florestas de pinheiros ac~

mulam uma quantidade menor de nutrientes do que as florestas

A magnitude do acúmulo de nutrientes pelas áE

vares estaria também intimamente relacionada com as condi-

ções de fertilidade do sitio. Neste sentido RENNIE (1955)

observou que as florestas de folhosas ocorrem, de maneira g~

ral, em solos mais férteis, enquanto que as florestas de co-

niferas, especialmente de pinheiros, ocorrem em solos de bai

xa fertilidade.

A exportação de nutrientes, através da remo-

çao de biomassa de florestas tropicais, pode variar grande-

mente de local para local. GOLLEY et aZii (1978), por exem-

plo, assinalaram que a biomassa viva total em dois sitios do

Panamá (Rio Lara e Rio Sabana) era respectivamente de 377,8

e de 276,1 toneladas por hectare. No primeiro local, caso

houvesse uma exportação total da biomassa, seriam perdidas

as seguintes quantidades de elementos (kg/ha): 241 de P,

4598 de K, 4702 de Ca e 437 de Mg. No segundo local seriam

perdidos 85 kg de P, 1606 de K, 3502 de Ca e 423 kg de Mg.

Assinalam os autores que 80% do fósforo e potássio do ecos-

sistema encontram-se incorporados apenas na vegetação. Isto

dá uma idéia do empobrecimento que ocorreria no sítio, caso

a vegetação fosse retirada do local.

KLINGE et aZii (1975) quantificaram a biomas-

sa e estudaram a estrutura da floresta pluvial amazônica num

local próximo a l1anaus. Observaram uma fitomassa total por

hectare de 734,9 toneladas assim distribuidas: 18,1 t de fo-

lhas, 202,4 t de ramos, 468,2 t de troncos e 46,2 t de lia-

nas, epífitas e plantas parasitas.

exemplo por LONGMAN & JENIK (1974) evidenci.ou que os nutrien

tes contidos na fitomassa de urna floresta tropical secundá-

ções (kg/ha): 4580 kg de N, 12 kg de P, 650 kg de K, 2580 kg

de Ca e 370 kg de Mg.

~floresta caducifolia da Europa central, estimaram para

urna fitomassa aérea de 380 toneladas por hectare as seguin-

tes quantidades de nutrientes: 947 kg de N, 63 kg de P, 493

floresta de Que~eu~, no Estado de Illinois (EUA), onde a fi-

tomassa totalizou 395 t/ha, contendo as seguintes quantida-

des de nutrientes: 478 kg de N, 29 kg de P, 310 kg de K,

ATTIWILL (1979), através de um exaustivo tra~

balho de pesquisa realizado na Austrália em florestas natu-

rais de Eueafyptu~ obfiqua, estimou que um determinado stand

aos 50,7 anos de idade apresentava 298 toneladas de biomassa

por hectare, assim distribuida: 6,9 t de folhas, 19,3 t de

ramos, 44 t de casca e 227,8 t de lenho. Os nutrientes esta

vam contidos na biomassa acima do solo nas seguintes quanti-

dades por hectare: fósforo 26,7 kg, potássio 231,6 kg, cál-

cio 309,6 kg e magnésio 187,3 kg.

As florestas de pinheiros, tanto naturais co-

mo plantadas, se comparadas com as florestas de folhosas

apresentam, de maneira geral, uma demanda menor de nutrien-

tes e principalmente de cálcio, adaptando-se a solos mais

ácidos. Entretanto são notadas grandes variações em função

do local e das características de cada espécie.

SING (1982) num estudo realizado na índia com

P1nu~ patula, estimou aos 34 anos de idade do talhão, um acu

mulo de biomassa de 381,2 toneladas contendo 1911 kg de N,

285 kg de P, 478 kg de R, 2101 kg de Ca e 875 kg de Mg. To-

davia o autor compara o seu trabalho com os dados obtidos

por WILL (1964) na Nova Zelândia, onde este autor estimou

que a fitomassa de um talhão de P1nu~ ~ad1ata aos 35 anos to

talizava 305,6 toneladas de biomassa por hectare, mas acumu-

lava apenas 320 kg de N, 40 kg de P, 325 kg de K e 188 kg

de Ca.

LUNDGREN (1978), na Tanzânia, estimou as fito

massas acima do solo de dois talhões, ambos com 22 anos de

idade, sendo o primeiro formado por.P1nu~ patula com 447 tiha e o segundo por Cup~e~~u~ lu~1tan1ea com 344,2 t/ha. O

conteúdo de nutrientes na fitomassa do P. patula apresentou

os seguintes valores (kg/ha): 780 de N, 71 de P, 396 de K,

433 de Ca e 132 de Mg. No talhão de C. lu~1tan1ea o conteúdo

de nutrientes observado foi de 407 kg de N, 58 de P, 420 de

K, 925 de Ca e 81 de Mg. Observa-se por estes dados que as

árvores de P. patula tendem a acumular uma maior massa de ni

trogênio, enquanto que o C. lu~1tan1ea acumula mais acentua-

Qamente o cálcio.

.29.

SWITZER & NELSON (1972) calcularam a biomassa

e o conteúdo de nutrientes em talhões de Pinu~ taeda aos 10,

15 e 20 anos de idade. Estimaram para o talhão de 15 anos

uma biomassa total de 63 toneladas/ha com as seguintes quan-

tidades de nutrientes: 140 kg de N, 15,8 kg de P, 82 kg de

K, 62 kg de Ca e 17,3 kg de ~~.

EGUNJOBI & BADA (1979) calcularam a fitomassa

num stand de Pinu~ cahibaea varo honduhen~i~ plantado na Ni-

géria, que aos 10 anos de idade totalizava 134,3 toneladas/

ha, contendo as seguintes quantidades de nutrientes: 374~3

kg de N, 17,6 kg de P, 257,8 kg de K, 186,8 kg de Ca e 74,1

kg de Mg. O autor observa que somente de 10 a 12% da fito-

massa do stand é representada pelas folhas, entretanto este

componente contém de 20 a 30% do nitrogênio, fósforo, cálcio

e magnésio e mais do que 40% do potássio.

(1983) apresentaram os resultados de diversas pesquisas

as estimativas de biomassa e conteúdo de nutrientes num po-voamento florestal de E. ~afigna ao~ 4 e 8 anos de idade. As

sinalaram estes autores que aos 4 anos a biomassa arbõrea

acima do solo era de 38,4 t/ha contendo as seguintes quanti-

dades de elementos: 171 kg de N, 24,9 de P, 173,8 de K, 202

kg de Ca e 43 kg de Mg. Aos 8 anos a biomassa arbórea do

mesmo talhão era de 124,6 t/ha contendo 211 kg de N, 33 kg

de P, 262 kg de K, 334 kg de Ca e 75 kg de Mg.

POGGIANI et alii (1983a) estudaram a fitomas

sa acima do solo num stand formado por árvores de Eucafyptu~

~afigna com 8 anos plantadas em Areia Quartzosa, no interior

autores chamam a atenção para o baixo conteúdo de nutrientes

disponíveis no solo até um metro de profundidade e salientam

a necessidade de uma adubação mais racional e de um correto

arbórea do talhão onde não havia sido realizado nenhum des-•

plantada de Euealyptu~ gnandi~ com 27 anos totalizando 394

t/ha e contendo 435 kg de N, 25 kg de P, 973 kg de Ca, 162

resta plantada de Pinu~ taeda, utilizando-se 3 ciclos de cOE

te de 20 anos, pode aumentar 1,6 vezes a produção de fitoma~

sa em relação ã fitomassa produzida num único ciclo de 60

intervem sobre o ecossistema florestal para efeito de explo-•

uso intensivo de máquinas e pelo efeito da erosão, principal

restas plantadas, estudaram comparativamente a remoçao deste

nutriente dos sitios em função da duração do ciclo de corte

.32.

e das espãcies arb6reas utilizadas (Euealyptu~ del~gaten~i~

e Pinu~ nadiata). Observaram tarnbãm, que o encurtamento das

rotações aumenta a quantidade de f6sforo removido por unida-

de de biomassa lenhosa produzida.

A exploração intensiva das florestas planta-

das com espécies de rápido crescimento e atualmente urna

preocupação generalizada entre ecologistas e florestais.

VAN HOOK et alii (1982) sintetizaram alguns

resultados de pesquisas publicada por diferentes autores e

chegaram à conclusão de que para repor naturalmente, via pr~

cipitação, os nutrientes retirados atravãs da exploração con

vencional (apenas os troncos), seriam necessários diferentes

períodos de tempo que variam de local para local. Por exem

pIo, na floresta de Hubbard Brook, formada por folhosas com

60 anos de idade, seriam necessários períodos de 20,7 e 56,5

anos respectivamente no caso de exploração convencional e ex

ploração total da fitomassa, para ocorrer a reposição natu-

ral do nitrogênio exportado. Por outro lado, no caso da fIo

resta de Pinu~ taeda da North Carolfna - Duke Forest, com 16

anos de idade, seriam necessários apenas 8,2 anos, no caso

da exploração convencional e 26,8 anos no caso da exploração

total das árvores. Todavia para o f6sforo seriam necessá-

rios períodos bem maiores.

WELLS & JORGENSEN (1979), considerando o efei

to da exploração intensiva sobre a capacidade produtiva do

sítio concluem que a exploração tradicional - apenas do tron

co e efetuada em períodos prolongados -, não esgota os nu-

trientes do solo. Todavia as rotações curtas e a exploração

.33.

total das arvores (troncos e copas) extraem uma elevada qua~

tidade de nutrientes, o que deverá resultar na diminuição da

produtividade futura.

Num trabalho anteriormente publicado, os mes-

mos autores WELLS & JORGENSEN (1975), já haviam publicado

dados referentes às reservas de nutrientes nos primeiros 60

cm do solo de uma floresta de Pinu~ taeda aos 5 e 15 anos de

idade. Observaram que naquele intervalo de tempo (10 anos),

o nitrogênio havia sofrido um decréscimo de 16% e os elemen-

tos trocáveis: potássio, cálcio e magnésio, uma redução de

respectivamente 15%, 18% e 29%, o que evidencia a transferên

cia de nutrientes do solo para a fitomassa arbórea e outras

possíveis saidas do ecossistema.

HINGSTON, DIMMOCK & TURTON (1981) estudaram a

biomassa e a distribuição de nutrientes numa floresta natu-

ral de EUQalyptu~ ma~ginata no sudoeste da Austrália e obser

varam que a concentração de nutrientes nas folhas e :na casca

varia de acordo com a localização das árvores. Cálculos efe-

tuados através das árvores abatidas·evidenciaram que a fito-

massa total continha por hectare: 321 kg de N, 13 kg de P,

309 kg de K, 402 kg de Ca, 199 kg de Mg e 52 kg de S. Ficou

evidenciado também que o solo, sob a floresta, continha por

hectare uma elevada quantidade de elementos químicos totais.

Todavia, os nutrientes na forma disponível até 1 m de profu~

didade, se achavam em quantidade bastante limitada, ou seja:

15 kg de P, 63 kg de K, 1147 kg de Ca, 225 kg de Mg e 29 kg

de S. Os autores chamam a atenção quanto ao uso dos termos

"nutrientes totais" e "nutrientes disponíveis" visto que do

ponto de vista fisiológico é difícil caracterizar com preci-

.34.

sao o real significado dos dois termos. Salientam ainda o

perigo de um desequilíbrio nutricional em função da exporta-

ção intensiva da biomassa.

KIMMINS (1977) também realizou uma extensa re

visão bibliog~âfica, enfocando o problema das rotações cur-

tas e da utilização dos resíduos florestais e concluiu seu

trabalho dizendo que a adoção das rotações curtas veio revo-

lucionar o conceito de floresta como ecossistema de grande

estabilidade. O manejo do capital dos nutrientes do sítio

torna-se cada vez mais importante a partir do momento em que

grande parte deste capital é removido a taxas que se aprox!

mam ou podem até exceder sua reposição. Segundo o autor, d~

veria ser dada uma maior consideração à seleção de espécies

de rápido crescimento com baixa demanda de nutrientes e deve

riam ser estudados sistemas de exploração onde, os componen-

tes da biomassa mais ricos em nutrientes fossem deixados no

sítio florestal.

Alguns procedimentos poderiam ser utilizados

para minimizar a saida de nutrientes de uma floresta através

da biomassa e dentre eles poderíamos citar a não utilização

de folhas, galhos e, se possível, até da casca.

HANSEN & BAKER (1979) também sugerem a util!

zaçao de espécies de rápido crescimento e de baixa exigência

nutricional. Neste sentido, recente pesquisa efetuada por

SILVA (1983) evidenciou que o Euealyptu~ gnand~~, comparado

com outras cinco espécies de eucaliptos, é mais eficiente na

utilização dos nutrientes, produzindo 34% a mais de biomassa

lenhosa e utilizando 15% a menos de nutrientes.

2.2.1. Absorção, acumulo e distribuiçao dos nutrien-tes na biomassa arbõrea

De acordo com PRITCHETT (1979) o acúmulo

anual liquido de nutrientes nas árvores pode ser considerado

como a diferença entre a absorção total de nutrientes e os

nutrientes devolvidos ao solo através de raizes mortas, fo-

lhedo, lixiviação das copas e deposição de outros detritos

vegetais como: cascas, frutos e sementes.

o acúmulo anual líquido pode ser calculado a

partir de medições periÓdicas que visam estimar as variações

da biomassa arbórea juntamente com o teor de elementos quim~

cos (macro e micronutrientes) que constituem os tecidos veg~

tais. Normalmente, o acúmulo de nutrientes acompanha a ex-

pansao da biomassa arbórea crescendo de forma linear ou ex-

ponencial durante a fase inicial e a taxas mais reduzidas

quando o stand atinge a maturidade.

De acordo com os dados coletados por JORGEN-

SEN, WELLS & METZ (1975) em plantações de Pinu~ taeda de 4 a

39 anos de idade, o acúmulo máximo de nutrientes ocorre en-

tre 10 e 15 anos de idade, um pouco antes do tempo em que as

copas se fecham e passam a recobrir inteiramente o solo. Com

a idade de 16 anos, a estimativa anual de absorção de nutri-

entes numa plantação florestal de Pinu~ taeda era de 117 kg

de N, 21 kg de P, e 64 kg de K por hectare. Dos nutrientes

absorvidos, aproximadamente metade era utilizada pelas acic~

Ias novas, um terço para o incremento do tronco e o restante

para os ramos e para as raizes. Com o aumento da idade dotalhão a absorção de nutrientes e a taxa de acúmulo dimi-nuiu, devido à redução do próprio crescimento e também dosnutrientes disponíveis no solo. Passada a idade juvenil, otronco tornou~se o componente da árvore que acumulou maiores

centração de elementos minerais no lenho dos troncos de alg~mas espécies arbóreas nativas da Austrália varia de 3 a 470ppm para o fósforo, de 25 a 11000 ppm para o cálcio e de 25a 18000 ppm para o potássio.

SILVA (1983) analisou a concentração de nutrientes nos componentes de cinco espécies de eucaliptos com amesma idade e plantadas no mesmo sítio em Itirapina (SP). Ob

•servou, por exemplo, que no lenho do E, gnand~~ ocorrem asmais baixas concentrações de fósforo e de potássio e no E.~al~gna as mais elevadas concentrações de cálcio.

que a demanda de nutrientes aumenta ligeiramente com a idadedas árvores, mas que uma proporção cada vez mais expressiva

dos nutrientes absorvidos anualmente pelas árvores é devolv!da ao solo sob a forma de matéria decidua que irá compor aserapilheira da floresta. A porcentagem de restituição dosnutrientes através deste material varia muito de espécie pa-ra espécie e de acordo com cada nutriente.

ram que talhões de Pinu~ ~ilve~t~i~ retiram em média 45 kgl

ha/ano de nitrogênio, retém 10 kg e devolvem ao solo, via f2

servaram que talhões de Pinu~ taeda absorvem 42 kg/ha/ano denitrogênio, mas retém apenas 5 kg e devolvem 37 kg.

plantado em Agudos (SP) apresentou uma extração média anualde nitrogênio de 56 kg/ha, acumulou 17 kg e devolveu ao so-lo através da deposição das aciculas 39 kg/ha. Em .relaçãoao fósforo, houve uma absorção de 2,' kgiha/ano, um acúmulode 1,2 e urna deposição, via folhedo, de 1,7 kg. Todos estesaspectos evidenciam a grande importância do ciclo biogeoqui-

2,2.2. Deposiçio de nutrientes sobre o solo flores~·tal atraves da queda das folhas caducas

trientes que ocorrem no ecossistema florestal, sendo uma paEte fundamental do ciclo biogeoquímico. Este ciclo, juntame~te com o ciclo bioquímico, permite que as árvores da flores-ta possam sintetizar a matéria orgânica, reciclando os nu-trientes. Desta maneira, f~orestas exuberantes podem desen-

7 ~

volver-se, mesmo sobre solos de baixa fertilidade, como e

tas do mundo são compostas de 60 a 80% por folhas, de 1 a15% por frutos, de 12 a 15% por ramos e de 1 a 25% por cas-

A quantidade de material orgânico depositadoao longo de u~ ano está relacionada principalmente com ascondições climáticas, sendo menor nas reg'iões frias e maiornas regiões equatoriais quentes e úmidas. Por exemplo, flo-restas situadas em regiões árticas du alpinas produzem anual

restas temperadas frias 3,5 toneladas, florestas temperadasquentes 5,5 toneladas e florestas equatoriais cerca de 11 to

Quanto à periodicidade da deposição, esta va-ria de espécie para espécie nas regiões tropicais e sub-tro-picais, sendo que os fatores climáticos influenciam signifi-cativamente este fenômeno. Nas florestas de regiões temper~das e frias, a chegada do outonoê sempre o fenômeno que de-

uma certa relação entre quantidade de serapilheira deposita-oda anualmente e a idade das árvores que compõem um determina

~do stand. Em geral se observa um aumento na deposição da se

...•. :. . -rapilheira até a idade7em qJe as árvores atingem a maturida-de ou fecham as suas copas. Após este ponto pode ocorrer um

Quanto à composição química da matéria orgânica proveniente do dossel de florestas naturais ou plantadas,

que nas florestas de pinheiros. O nitrogênio•

lhe ira das folhosas do que na dos pinheiros. Observaram também que uma grande quantidade de potãssio foi depositada a-través da água de gotejamento que lixivia as copas.

do IBP (International Biological Program) e publicados porCOLE & HAPP (1981), as florestas de folhosas, tanto de cli-ma tropical como temperado, depositam sempre uma quantidademaior de serapilheira em relação às florestas de coniferas ,

.~anual de folhedo correspond;nte a 3,16 toneladas por hectarecom o seguinte conteúd~ ~e Jlementos químicos: 62 kg de N,

Mg e 13 kg de S. Salientam que a retirada anual de nutrien-tes do solo é portanto de apenas algumas. dezenas de quilogr~mas por hectare, apesar da floresta estar localizada sobre

çao de folhedo durante um período de 10 anos numa plantaçãode Pinu~ taeda ao Sul dos Estados Unidos e registraram umamédia anual de 4500 kg{gá/ano, ~pm 4s seguintes quantidades.-, ~ .de nutrientes: 58,2 kg de'N, 7ja kg de P, 16,0 kg de K, 29,2

rios para a formação de acículas novas provem da transferên-cia destes elementos, através da deposição do folhedo.

A5HTON e1~5) ~ na Austrália, estudou a depos!

queda de folhedo em florestas naturais situadas na região sudeste do Queensland e observaram uma deposição de 6,4 t/ha /ano, sendo grande parte no período de verão. Observaram to-davia, que o padrão de deposição varia de espécie para espé-cie e interpretaram este fato como uma forma de adaptação ao

ATTIWILL" PUTHRIE & LEUNING (1978) acompanha-. '. . - .. ;.' (

ram a produção de folheão em flo~estas temperadas quentes dosudeste da Austrália e observaram uma q~eda que variou ,de3,6 a 5,5 t/ha/ano. Observaram ainda que 50% do folhedo se

arbórea e o ciclo dos nutrientes numa plantação de Eucalyp-

tu~ gnand~~ na região florestal de Coffs Harbour (Austrália)e registraram uma deposição de folhas de 4,2 t/ha/ano, com oseguinte conteúdo de nutrientes: 34,5 kg de N, 1,29 kg de P,

que a maior deposição de folhas ocorre entre dezembro e feve-.

';.

vidosquanto ao est~~o ~da b~~omassa arbõrea e transferência-. ~

de nutrientes, tanto em florestas naturais como plantadas

posição de folhedo e nutrientes na floresta amazônica, próxi

ma a Manaus e registraram uma deposição apenas de folhas cor

MEGURO, VJ;NUEZA &,DELITTI (1979a, b) procura-. . . ." ._./ f .

ram quantificar as trarisferência~'de nutrientes numa mata se. . .

saram comparativamente a produção de folhedo em áreas de cerradão e de cerrado, próximo à Brasília, registrando respect!vamente uma deposição de 7apO e 2100 kg/ha/ano, sendo que amaior produção·de folhedo ocorreu na estação seca.

ha/ano de detritos, sendo 6,7 apenas de folhas. O eucalip-tal depositou 7,5 t/ha/ano de detritos, sendo 4,6 apenas defolhas. Na mata a deposição mais intensa foi registrada noperíodo de agosto a novembro, enquanto que no eucaliptal de

GARRIDO & POGGIANI (19a1/82) analisaram comp~rativamente a deposição de folhas e nutrientes II.em taLhões

deposição ocorre na seguinte sequência expressa em kg/ha/anode acordo com os talhões: cambará 4751, angico 4381, . mistode todas as espécies 2616, aroeira 2298 e ipê-roxo 980. As

plantação de P~nu~ ell~o~~~~varo ell~o~~~~ com 16 anos de

idade. Verificou que a produção anual da se~apilheira foi

mais elevada no pinheiral (7065 kg/ha) do que na mata (6687

kg/ha) e do que no cerrado (3210 kg/ha). Todavia, a transf~

ciliar do que no pinnei~al e~ virtude da maior concentração

de elementos no material vegetal.

A variação sazonal na composição mineral dos

diferentes tecidos das árvores é um fenômeno assinalado por

gaos senescentes para as ,regi?es em.Dase ativa de crescimen-

fósforo seria suprido em 5% pelo ciclo geoquímico, em 35% p~

10 ciclo biogeoquímico e em 60% pelo ciclo bioquímico. O po

tássio seria suprido em 12% pelo ciclo geoquímico, 66% pelo

biogeoquímico e em 22% pelo ciclo bioquímico. Finalmente o

suprido em 31% pelo ciclo geoquímico, em 69% pelo biogeoquí-mico e apenas em traços pelo ciclo bioquímico.

plantaçõ~s de Pinu~, aproximadamente um terço das necessida-des nutricionais de nitrogê~io e metade das necessidades nu-tricionais de potássio destinadas ã formaç~o das acículas n~vas, seriam supridas pela transferência destes elementos provindos das acículas senescentes.

comparando os teores de nutrientes nos tecidos vegetais dec!duos (folhas, casca e ramos) com os teores observados nos te

gênio passava de 0,98% para 0,33%, o teor de fósforo0,078% para 0,035% e o teor de potássio de 0,573%

ATTIWILL (1980), estudando a transferência de- .' .

nutrientes em Eucalyptu~!Qbliqua :assinala que a formação docerne nas árvores pode ser considerada corno um processo re9~lador do crescimento em virtude da grande redistribuição de

tes de um talhão de Eucalyptu4 obliqua é suprida através do.•.•.

ciclo bioquímico a biogeoquímico em'82% para o fósforo, 86%para o potássio, 78% para o magnésio e 84% para o cálcio. O

que o ciclo bioquimic::o'do cálcio (elemento imóvel) supre ape, .. •..

Confirmando as observações de ATTIWILL (1979),também SILVA (1983) no Brasil, comparando o crescimento e o

to, concluiu q~e o E. g~andi4 foi a espécie que apresentou omais elevado índice de eficiência de utilização do fósforo e

Paulo. Nesta pesquisa, ~s áivor$s. ~e E. g~andi4 de

acumulam sobre o solo de florestas formadas preponderanteme~te por coníferas,-é maior do que a camada que se forma sob

,ros e com um teor de lignina mais elevado, dificultando o

ataque dos insetos, dos detritívoros e dos organismos decom-

ao se decompor, vários derivados fenólicos tais como, o flu~

roglucinol, o ácido clorogênico, o ácido gálico e o ácido cu

será ~ingido o equilíbrio entre a adição anual de matéria or

gânica e a taxa de decomposição.

na determinação da taxa de decomposição.. . ..

siva ou insuficiente e pouco arejamento, a serapilheira pod~

rá acumular-se com uma maior intensidade.

tingir o equilíbrio em relação ao acúmulo da serapilheira v~

ria de 10 anos, nas florestas tropicais de rápido crescimen-

-Do ponto de vista ecológico, dentro da cicla-

gem dos nutrientes, a serapilheira pode representar um depó-

sito considerável de elementos químicos. Neste sentido, vá-

Dentre outros pesquisadores, JENNY, GESSEL &BINGH~1 (1949) deduziram equações matemáticas para estimar e

comparar a velocidade de decomposição da serapilheira tanto

em florestas temperadas decíduas, com picos de deposição bem

a serapilheira acumulada sobre o solo se encontre em estado

de equilíbrio dinâmico.

MINDERMAN (1968) estabeleceu a curva de decom•

sou as diferentes equações matemáticas utilizadas para esti-

mar a velocidade de decomposição em função de diferentes si-

mulado sobre o solo em equilíbrio dinâmico (Xss)' e a quan-

tidade de folhedo depositada anualmente (L), podendo os valo

res serem expressos respectivamente 'em kg/ha e kg/ha/ano.

1=k

Tempo médio =de renovaç~o

de ~' menor sera o tempo é:e renovaçâo da serapilheira. Por

exemplo, para florestas tropicais da África foram feitas es-

timativas de ~ que correspondem a valor~s ao redor de 4. Pa

ra florestas de pinheiros, ao sul dos Estados Unidos, o k

da se estimar a fração de uma esterminada quantidade de fo-

lhedo remanescente após um tempo !, quando submetida aos pro

cessos de decomposição em condições naturais. Neste caso o

as quantidades de folhedos remanescentes a partirquantidade inicial X , após um perIodo t.o -

XXo

-kt= e

A partir da equaçao (3) é possível se estimaro período de meia vida de uma dada fração de folhedo, assim

portanto: to,s = -ln (O,S)/kda ou SO% de decomposição).

ou to,s = 0,693/k (meia vi-

Assumindo a validade do modelo exponencial p~ra que haja a decomposição de 9S% do material, tem-se que

to,OS = 3/k

mulo da serapilheira em florestas de clima frio formadas porfolhosas e coníferas, em quantidades variando de 2S,S a 8S,Stoneladas por hectare. Observaram ainda que o nitrogênio eo fósforo apresentavam tempos prolongados de residência na

-rapilheira de folhosas apresentava uma maior velocidade dedecomposição em relação às éoníferas e que as taxas de decomposição eram positivamente correlacionadas com a temperaturamínima do ar e negativamente com a relação C/No

que a decomposição é mais acelerada nos meses quentes e chu-•

tudo efetuado ao longo de um período de 10 anos, numa planta

ção de P~nu4 taeda no Estado da Carolina (EUA), evidenciaque'"o acúmulo de folhedo sobre o solo estabiliza-se ao redor do

por hectare. Assinalam os autores, que na fase inicial da

plantação florestal até o 169 ano, as quantidades de nitrogê-

nio e fósforo contidas na serapilheira eram aproximadamente

iguais às contidas na fitomassa arbórea acima do solo.

da serapilheira. Desta forma foram observadas elevadas quan

tidades de folhedo acumuladas sobre o solo na maioria dos

taxa instantânea de decomposição (k) atingia em povoamentos. ,de Pinu~ ~adiata, plantados sobre solos arenosos, valores

nibilidade dos nutrientes para as rotações seguintes •..•

dor de 20,6 toneladas por hectare. Desta forma os autores

calcularam que o tempo necessário para a mineralização da se

rapilheira seria ao redor de 3 a 4 anos, enquanto que nas

florestas naturais de folhosas contíguas este tempo nao pas-

sava de 6 meses.

BASTARDO, EST:E:VES& FLORES (1982) estudaram a

degradação das acículas da serapilheira num talhão de Pinu~

ea~ibaea varo hondu~en~i~ plantado na savana da Venezuela e

observaram que, enquanto no Pinu~ o tempo de desaparecimento

das acículas variava ao redor de 3,5 anos, na savana a decom

posição do folhedo era mais demorada variando de 4 a 5,5 a-

nos, em virtude das condições mais desfavoráveis para a de-

composição.

LOPES (1983), no Estado de são Paulo, em ta-

lhões de Pinu~ elliottii, com 14 anos, estimou o acúmulo da

serapilheira em 36,8 t/ha, enquanto que no Cerrado contíguo

a serapilheira totalizava em média 21,7 t e apresentavam uma

maior concentração de nitrogênio, potássio, cálcio e magne-

sio. •

ROCHA FILHO et aZii (1978) estudaram compara-

tivamente a distribuição dos nutrientes no solo e na manta

florestal em talhões de Pinu~ taeda e Euealyptu~ eit~iodo~a,

em reflorestamentos próximos a Piracicaba, e observaram que

as duas espécies arbóreas influenciam positi~amente os teo-

res de carbono e de potássio no solo. Todavia o E. eit~iddo

~a contribuiu mais positivamente para enriquecer o solo em

cálcio e magnésio.

.54.DELITTI (1982 e 1984), em recentes pesquisas,

apresenta os dados comparativos de acúmulo e decomposição daserapilheira em três ecossistemas distintos: cerrado, mataciliar e plantação de Pinu~ elliottii, situados em locaiscontíguos na regiáo de Mogi~Guaçu (5P). Foram observados valores médios de acúmulo para, a mata de 11,3 t/ha, para o cerrado de 10,0 t/ha e para o talhão de Pinu~ de 20,2 t/ha. Avelocidade de decomposição mais baixa foi observada no pi-nheiral com um valor de k de 0,35 e um tempo médio para a renovaçao da serapilheira de 2,8 anos.

Especificamente, para plantações florestaiscom espécies exóticas de rápido crescimento é importante aanálise de alguns dados obtidos na Austrália e na Nova Zelândia.

Por exemplo, BALLARD & WILL (1981) estimaramo acúmulo de acículas e nutrientes sobre o solo em florestashomogêneas de P. ~adiata plantadas em Nova Zelândia. Observaram que o folhedo acumulado totalizava 55 toneladas porhectare de matéria seca com as seguinte~ quantidades de nu-trientes: 552 kg de N, 36 kg de P, 32 kg de R, 172 kg de Cae 35 kg de Mg.

No caso de folhosas, como por exemplo as espécies do genero Euealyptu~, o acúmulo de folhedo era geralmegte menor.

Na Austrália, BRA5TOCR (1981) estimou o folhedo acumulado em plantações de E. g~andi~ em diferentes ida-des incluindo folhas, casCaS e ramos em sua amostragem e

observou que a quantidade total girava ao redor de 8,5 tone-

ladas por hectare.

Por outro lado, ROGERS & WEST~ffiN(1977) numa

floresta natural de Euealyptu~ ~ignata, localizada ao sudes-

te de Queensland (região subtropical) assinalou um acúmulo

total da serapilheira correspondente a 27 t/ha, sendo 9 tone

ladas apenas de folhas. A taxa de decomposição das folhas

(k), calculada pelos autores foi de 0,238 com um tempo de

meia vida de 2,9 anos.

rais de eucaliptos na Austrália e atribuiu as variações,prin

cipalmente em função das diferentes condições climáticas ao

nível do solo proporcionadas, entre outros fatores, pelas di

ferentes densidades arbóreas.

FOX, FOX e McKAY (1979) estudaram a produção

de folhedo em uma floresta natural de eucaliptos, apos a pa~

sagem do fogo, e concluiram que o ac~mulo máximo da serapi-

lheira ocorre ao redor do décimo ano com um total de 16700

kg por hectare.

TURNER & LAMBERT (1983) apresentaram uma esti

mativa completa do acúmulo de biomassa e transferência de nu

trientes numa plantação florestal de Euealyptu~ g~andi~, pr~

xima a Coffs Harbour (Austrãlia). Observaram um acúmulo na

serapilheira de 12,4 t/ha de folhas, cascas e pequenos ra-

mos. Através dos dados apresentados e possIvel se calcular

a taxa de decomposição da serapilheira (k) e o tempo de meia

vida (tO,5)' que sao respectivamente de 0,55 e 1,25.

entes em florestas é muito vasta e numerosas pesquisas es-tão em andamento face à import~ncia do assunto, principalme~

aspectos fundamentais do assunto com a finalidade de que osdados apresentados, possam facilitar a compreensão do traba-

vida (to,5)' que sao respectivamente de 0,55 e 1,25.

entes em florestas é muito vasta e numerosas pesquisas es-tão em andamento face à importância do assunto, principalme~

aspectos fundamentais do assunto com a finalidade de que osdados apresentados, possam facilitar a compreensão do traba-

Queiroz", nas proximidades do aeroposto, a margem•

o município de Piracicaba apresenta as segui~

tes coordenadas geográficas: latitude 22042'30" Sul, longit~

de 47038'00" Oeste e altitude média de 540 m.

- ..ficaçao de Koppen pertence ao tipo Cwa~mesotérmico, .úmido,

com inverno seco, temperatura do mês mais quente acima de

220C, podendo ocorrer geadas esporádicas durante o inverno,

O período seco ocorre nos meses de junho, julho e agosto,se~

a 1247 mm. Na Figura 1 está representado o diagrama climáti'-

co elaborado conforme o método sugerido por WALTER

Os talhões experimentais de PinuJ canibaea Mo

relet varo hondunen~i~ e Pinu~ oocanpa Schiede, estão situa-

dos nas dependências da Companhia Agro-Florestal ~lonte Ale-

gre (CAF~~), localizada no município de Agudos (SP), que a-

presenta as seguintes coordenadas geográficas: latitude 220

25' Sul, longitude 48050' Oeste e altitude de 600 m.

o100 .~

~Q.802tE

J A S O N O J F M A M. J

MESES

FIGURA 1. Diagrama climático de Piracicaba segundo os dados

coletados no posto meteorológico da E5ALQ, próxi-

mo ao local do talhão experimental e compilados p~

10 Departamento de Física e Meteorologia da E.S.A •

•Indicações: área com hachuras verticais = período

ba, ou seja do tipo Cwa. Os dados registrados na estação m~

teorológica da CAFMA assinalam uma precipitação pluviométri-

ca anual média de 1389 mm e uma temperatura anual média de

220C. O diagrama climático da Figura 2 evidencia um

temperaturas mais elevadas do ano são registradas no mês de

março e as mínimas no mês de junho (Figura 4). Geadas espo-

detalhado dos solos situados nas fazendas da CAFMA e segundo•

v r 197!5 -198/ J

~ ~O 00 ÊI- E« ...Cl:

l~~40 80 olo.I ;:I- ã:

30 60 oIIJCl:A-

ZO 40

/0 ZO

JASONDJ FMAMJMESES

Agudos (SP). Os dados foram fornecidos pela empr~

sa e abrangem o período de 1975 a 1981.

Indicações: área com hachuras verticais = período

chuvoso; área sombreada = chuva mensal superior a

100 mm e representada na escala reduzida 1/10, a-

rea pontilhada = período seco. •

Precipitação anual média = 1389 mm,

anual média = 220C e altitude 600 m.

JASONDJ FMAMJMESES

(DEPARTAHENTO DE FISICA E METEOROLOGIA DA"Luiz de Queiroz", 1973).

JASONDJFMAMJMESES

FIGURA 4. Variação da temperatura registrada na area flores-tal da CAFMA, em Agudos. Os dados foram forneci-dos pela empresa.

..para a coleta dos dados e constituida por um talhão de Euca-

lyptu~ ~aligna Smith plantado em dezembro de 1969, no espac~

mentode 3,5 por 2,0 metros e que por ocasião do início das

sido preparadas a partir de sementes procedentes de Coff's

Harbour na Austrália e adubadas por ocasião do plantio com

Florestal da ESALQ, sendo que a densidade arbórea estava re-

duzida a 452 arvores por hectare com diâmetro à altura do

peito (DAP) médio de 18,5 cm e altura total média de 23,8 m ••

lhões iforam.plantados em outubro de 1966, no espac;amento inicial de 2,5 por 2,0 metros e sem aplicac;ão de adubo. Até oinício desta pesquisa haviam sido realizados dois desbastes.

deposição de folhedo as plantações tinham 11 anos de idade eexistiam no talhão de P. ca~ibaea varo hondu~en~i~ ao redor

No talhão de P. ooca~pa havia um total de1040 árvores por hectare com um DAP médio de 18,2 cm e altu-ra total média de 16,7 m.

3.3. Descrição dos mitodos utilizados nas pesquisas condu4'

rais sobre o solo dos talhões florestais atravis da queda do folhedo

FIGURA 6. Aspecto do interior do talhão de P. ~aniba~a varo

ho~du~e~~i~. Coleta de acículas depositadas nas

telas.

divergem consideravelmente de pesquisador para pesquisador.

Todavia, segundo a literatura consultada (NEWBOULD, 1967) e

pelasamostragens prévias r~alizadas, achou-seque para este

trabalho seria satisfatória a utilização de 20 coletores for

mados por telas âe náilon (tipo mosquiteiro) de 1 m2 de su-

perficie, distribuídas ao acaso, amostrando aproximadamente

3600 m2, situados na parte central dos talhões (Figura 6).

que, transportadas pelo vento, poderiam influir na amostra-

gemo As telas foram instaladas entre as árvores, suspensas

através de uma armação de madeira formada por uma moldura

quadrada que era amarrada na parte superior de quatro esta-

cas plantadas no chão e que serviam de suporte, conservando

floresta, enquanto que a agua da ch~a podia escoar livremen

te através das malhas da tela de náilon.

Para garantir uma amostragem casualizada da

coleta de folhas, a área de 3600 m2 (60 por 60 metros) foi

subdividida em 36 quadrados de 100 m2• Por sorteio foram es

~ preciso ·salientar que na fase inicial das

observações foi efetuada também a coleta e a separaçao de ou

frutos e cascas das árvores. Posteriormente, face a pequena""

proporção destes componentes no material coletado, à dificuldade em separ~-los e analis~~los, achou-se oportuno limitaro estudo apenas relativo à ·~eposição de folhas.

A partir de julho de 1977 foram efetuadas 36 coletas, tantono talhão de E, .6al.<.gna, como nos talhões de P,caJz.'<'baea varo

cultura da ESALQ onde era imediatamente posto para secar emo -estufa a 70-80 C, ate atingir o peso constante e a seguir pe

sado com balança de precisão. Com os valores obtidos em ca-da tela era então calculada a deposi~o média mensal de fo-lhedo com o respectivo desvio padrão.

como: temperaturas, pluviosidade, etc., foram testadas com oauxilio do computador diversos modêlos de equaçoes.

.68.3.3.1.2. Estimativa da deposição de nutrien-

tes minerais

Através da análise química das folhas coleta-das em cinco telas escolhidas ao acaso em cada talhão, eracalculada a concentração média de cada elemento. Para talobjetivo, de acordo com BROWER & ZAR (1977), as folhas contidas em cada uma das cinco telas coletoras eram moidas em moinho tipo Wiley e o pó resultante era peneirado através deuma malha 20. A partir deste pó bem homogeneizado eram retiradas cinco amostras com as quais eram efetuadas as determi-nações dos elementos: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcioe magnésio.

As quantidades dos elementos químicos deposi-tadas mensalmente nos talhões, eram estimadas multiplicando--se a biomassa seca das folhas depositadas por hectare pelaconcentração média de cada elemento.

3.3,1.3. Análises qu'micas do material vege-tal

As determinações dos elementos químicos eramefetuadas no Laboratório do Setor de Ecologia Aplicada daESALQ. O nitrogênio era determinado por titulação após pas-sagem por microdistilador de Kjeldahl. O fósforo era anali-sado em fotocolorímetro utilizando o método do vanado~molib-dato de amônio. A dosagem do potássio, cálcio e magnésio~efetuada por espectrofotometria de absorção atômica. As se-quências operacionais eram realizadas conforme metodologia

3.3.2. Estimativa do conteúdo de nutrientes mineraisno folhedo d~ serapilheira

A serapilheira de um talhão florestal incluiprincipalmente folhas, ramos, fragmentos de casca e frutosprovenientes das árvores que recobrem o solo. A serapilhei-ra sofre um processo constante de decomposição, ao mesmo tempo em que recebe novo material orgãnico.

Face as dificuldades já salientadas por CARP~NEZZI (1980), quanto à amostragem das frações lenhosas, dacasca e dos frutos, as observações desta pesquisa foram res-tritas apenas à fração das folhas. Nas florestas em climax,segundo BRAY & GORHAN (1964), a fração das folhas representaao redor de 70% do peso da serapilheira. Entretanto, a pro-porção de folhas na serapilheira deve ser ainda mais elevadaem florestas jovens, no estágio inicial da sucessão, onde arelação "produção/decomposição" não .!tingiu ainda a igualda-de e o material lenhoso depositado sobre o solo, representaainda urna fração pequena da serapilheira.

Desta forma, em agosto de 1980, foram coleta-das em cada um dos talhões de Pinu~ e no de E. ~aligna, 50

amostras de folhas da serapilheira, utilizando~se corno areade amostragem uma moldura de madeira de 1,0 por 0,5 m apoia-da sobre o solo.

As folhas coletadas com a ajuda de urna espát~Ia em pontos distribuidos ao acaso, foram armazenadas separ~

ao laboratório, secas à 70-800C durante 48 horas e posterioE

em cada talhão, foi moido em moinho tipo Wiley e passado porurna peneira malha 20. O pó de cada urna das amostras foi utilizado para a análise dos macronutrientes de acôrdo com a me

De posse do valor médio de cada elemento, pr~cedeu-se corno descrito no item 3.3.1.2. para estimar a quan-tidade total de nutrientes contidos nas folhas da serapilhe!ra de cada talhão.

decomposição da serapi-heira em solo sob florestas tem sidoestudada com grande intensidade, principalmente nas regiões•

As bases teóricas para o cálculo de ~ (razãode decomposição instantânea do folhedo) e para a esttmativado tempo de meia~vida, já foram apresentadas no item 2.2.4.

dados obtidos em agosto de 1980, de acôrdo com a metodologiajá descrita no ,item 3.3.2~ Finalmente, para o cálculo do k.

foi utilizada a equação (1), conforme consta na revisão bi-bliográfica, onde:

k = L/Xss

Com a finalidade também de se estimar o temponecessário para que ocorra a decomposição de 50% e 95% dasfolhas da serapilheira, foi utilizada a equação (4) do item

3.4.1. Escolha e corte das arvores representativasde cada especie

oportunidade o talhão de E. ~aligna tinha a idade de 11 anose o de P. eaniba~a varo hondun~n~i~ de 14 anos.

De acordo com a metodologia descrita por ROL-

FE, AKHTAR & ARNOLD (1978), dentro dos talhões experimentais

2foram demarcadas 4 parcelas de 400 m , totalizando-se2m de areai e no talhão de P. ea~ibaea vare hondu~en~i~ fo-

ram demarcadas 3 parcelas de 500 m2 num total de 1500 m2• To

das as arvores das parcelas foram medidas quanto à altura to

tal e ao diâmetro (DAP). As árvores foram classificadas em

ou seja: folhas, ramos, casca e lenho. Foram derrubadas Po!

tanto 5 árvores por parcela, sendo que no talhão de E. ~alia

na foram utilizadas, no total, 20 árvores e no talhão de P.

- .dos, o numero de arvores cortadas, para se estimar a biomas-

sa de um talhão florestal, varia de 12 a 30, dependendo da

variação observada no povoamento. Segundo YOUNG (1976) face

ao diâmetro (DAP), altura total e altura da copa (doverde mais baixo da árvore até o topo). Em seguida

foram desfolhados e as folhas e os galhos da copa pesados nocampo separadamente (Figura 7). Também os troncos foram ser

dos, para evitar a perda de água, e levadas no mesmo dia ao•

divididos em seus componentes: lenho e casca, e pesados sep~radamente (Figura 10). Após a pesagem as amostras foram co-locadas em estufa com ventilação forçada e à temperatura de70-800C até atingir o peso constante, quando foram novamente

FIGURA 10. Separação do lenho e da casca nos discos retira-

dos das árvores de E. ~af~gna.

FIGURA 7. Separação das folhas e dos ramos das arvores de E.

~afigna,para pesagem.

paradamente. Para amostrar o tronco foi utilizado um disco

retirado do ponto médio da altura total da árvore. O disco

disco do lenho, através de dois cortes perpendiculares e con•

damente em moinho tipo Wiley e passado por uma peneira de m~

lha 20. Em seguida, a determinação dos elementos químicos

3.4.4, Determinação das equações para estimativa dabiomassa arbõrea

lhões de P, ca~ibaea varo hondu~en~i~ e E. ~atigna foram de-terminados modelos de equações para cada um dos componentes:

. 9figna e P. ca~ibaea vare hondu~eH~~~ e somando-se os valores

de, em setembro de 1980, no talhão de E. ~a{~gna em Piracica

ba e no talhão de P. ean~baea varo hondunen~~~ em Agudos, f~

ram abertas trincheiras até 180 cm de profundidade em três

nar a densidade aparente e executar as análises granulométr~

ca e quimica, incluindo a determinação dos elementos disponi~

do anel, com o auxilio de urna espátula. Desta forma foram

obtidas amostras de terra indeformadas de 50 cm3 que, coloca

das em caixas de aluminio numeradas, foram levadas ao labora

tório e secas a 10SoC até peso constante. Urnavez retirada

trincheiras nas profundidades já indicadas, foram colocadas

em recipientes de plástico, identificadas e enviadas ao labo

e secas ao ar. Em seguida, 20 g de terra fina foram utiliz~

dos para a análise granulométrica de acôrdo com o método da

3.5,4. Determinação dos elementos disponlveis e to~•

Os métodos utilizados para a avaliação da feE

tilidade do solo são descritos em CATANI & JACINTO (1974),

los, Geologia e Fertilizantes da ESALQ. O carbono foi deter

minado por oxidação efetuada pelo dicromato de potássio e ti

veis foram extraídos com uma solução 1 N de cloreto de potá~

sio e determinados por titulação. A determinação do nitrog~

nio total do solo foi executada pelo método de Kjeldahl por

distilação a vapor. As formas inorgânicas de nitrogênio no

solo foram determinadas de acordo com a metodologia descrita

por BREMNER (1965).

Os elementos totais, nas amostras de solo co-

letadas, foram determinados de acordo com a metodologia des-

crita por ZAGATTO (1981). As amostras de solo foram coloca-

das em copos de teflon e solubilizadas pelo ataque de ácidos

fortes (HN03, HCl04, H2F2) e diluidas em solução de ácido

clorídrico 0,5 M. A determinação das concentrações de cada

elemento foi efetuada no laboratório do Centro de Energia N~

clear na Agricultura (CENA) com a utilização de um espectro-

fotômetro de emissão atômica com plasma induzido em argônio-

-ICP-AES que possibilita a análise simultânea multielementar.

4.1. Nutrientes minerais depositados atraves da queda defolhedo

o folhedo proveniente das copas das arvores e

coletado nas telas permitiu a estimativa da queda mensal.

Os resultados de julho de 1977 a junho de 1980 são apresent~

dos na Tabela 1. ~

Comparando-,se as quantidades de folhedo depo-

sitadas anualmente, verifica~se um ligeiro decréscimo. En-tretanto, este decréscimo, não pôde ser comprovado estatist!

camente em virtude das variàções observadas nas coletas men-

sais.

Para facilitar a compreensao dos resultados

obtidos foram compilados os dados climáticos de Piracicaba e

de Agudos, respectivamente apresentados nas Tabelas 2 e 3,

.82.

TABELA 1. Deposição de folhedo nos talhões de E. -6aLig na emPiracicaba e de P. c.atL-<-baea varo ho ndutLen-6úJ e P.ooc.atLpa em Agudos (kg/ha/mes) • Média e desvio pa-drão.

Meses E. .óat-<-gna P. c.atL-<-baea varo P. ooc.atLpahondutLen-6-<-.6

1977/78julho 428,2 + 69,3 946,7 + 215,9 395,2 + 66,9- -- -agosto 392,7 + 67,4 1667,2 + 223,1 888,6 + 138,6- - -setembro 363,3 + 72,6 1002,6 + 184,9 1210,5 + 326,0- - -outubro 560,4 + 112,7 612,0 + 125,3 332,5 + 64,6- - -novembro 488,5 + 72,3 404,5 + 59,6 320,6 + 65,4- - -dezembro 381 ,1 + 95,2 411,5 + 137,3 253,9 + 57,9- -janeiro 941 ,3 + 104,3 221,0 + 50,7 211,6 + 36,5- - -fevereiro 494,3 + 79,4 817,8 + 149,4 732,7 + 186,3- - -

378,7 + 52,5 616,7 + 112,1 453,6 + 85,9março - - -abril 348,7 + 45,4 237,0 + 42,1 277,7 + 60,5- - -maio 153,8 + 34,6 1920,0 + 297,3 1590,3 + 354,0- - -junho 115,1 + 34,8 332,3 + 73,6 731,5 + 160,9- - -Total

anual 5046,1 + 840,5 9189,3 + 7398,9 :!: 1603,5- -1671,31978/79julho 236,6 + 57,6 254,0 + 93,1 331,3 + 70,1- - -agosto 324,2 + 36,6 351,7 + 92,5 337,8 + 58,3- - -setembro 327,0 + 83,2 1230,0 + 197,5 496,3 + 169,6- - -outubro 374,9 + 74,4 1105,0 + 193,1 1493,7 + 200,0- - -novembro 513,7 + 150,0 276,0 + 62,1 280,1 + 51,8- - -dezembro 338,3 + 45,3 504,0 + 178,8 311,0 + 73,9- - -janeiro 778,8 + 81 ,5 452,0 + 158,8 300,7 + 76,4- - -fevereiro 666,2 + 96,2 1373,0 + 155,8 756,0 + 139,8- - -273,6 + 41 ,4 518,8 + 72,6 438,2 + 71,5março - _. -abril 151,2 + 38,9 1544,5 ,.. 262,0 1266,8 + 183,9- _. -maio 133,0 + 31 ,7 583,0 + 127,7 1026,5 + 157,9- - -junho 186,8 + 36,6 168,0 •• 43,0 149,6 + 30,1- •..Total

anual 4304,3 + 773,4 8360,0 + 7188,0 +- ...1637,° - 1283,31979/80julho 129,3 + 26,8 626,2 + 107,5 486,0 + 98,1•..agosto 276,2 + 59, 1 493,5 + 73,6 518,4 + 70,0- •.. •..setembro 265,9 + 60,0 495,9 + 83,6 434,4 + 54,9- .-outubro 604,5 + 98,5 441,5 + 72,8 368,1 + 67,9- •.. .-novembro 350,5 + 87,9 442,2 + 97,0 243,8 + 48,0.- - .-dezembro 522,6 + 120,6 283,3 + 49,9 242,4 + 66,0- - -janeiro 296,9 + 70,9 513,2 + 111,2 342,7 + 78,1- .- -.fevereiro 326,7 + 50,7 613,7 + 105,6 429,9 + 82,5- - -

634,5 + 186,8 454,5 + 59,3 525,4 + 92,0março •.. - -abril 213,3 + 44,7 551,8 + 124,7 819,1 + 229,0- •.. -maio 260,8 + 65,5 989,7 + 212,2 1206,0 + 294,0- •..junho 239,5 + 32,4 1665,9 + 132,7 1189,5 + 157,0- - -Total

anual 4120,7 + 904,3 7571,5 2: 1230,1 6805,7 + .- ...1337,5média anual(3 anos de 4490,4 8373,6 7130,9

coletas)

Tl\BELA 3. C3GOS cli~áticos cclctQCOS no p03~O ~cteorolõgico da CA?~~ e~ Agudos no per:oGO ce julho de 1977 a julho de1980.

:-1eses Terr.pera tu=CJ.s 'I'~;:-,pcré}turas Tel':".r:cr<J. J..:.-..;.l:"2.S Terr,!=,E:'raturns Tc:?c::t.1J.L".J.s Precipitação ~:ú::-Lero de Ch".lva cii.ri3.r.:áxim3.s ninirr.(ls rr.édia r:;áxi::-.a.s j •• ..l..r1.1..,;as r.:c '1sal c.ias c:e de :Jaior ~n-

(oC) (oC) (oC) absolutas absolutas (Ir."" ) chu~\I'·a tensic2.c:e :-'.:)(oC) ,c,.....,

l':'.e'3 (,-", )t '"-',

1977/78julho' 28,5 11,8 20,0 31, ° 7,0 20,5 6 16,0a;osto 29,2 12,9 21,1 32,0 5,0 9,0 1 9,0setenbro 28,3 15,4 22,4 33,0 17, O 95,5 7 28,0out"Jbto 30,8 11,9 24,5 34,5 10,0 76,0 6 25,5nO'Jei'Obro 29,5 19,5 24,5 32,5 17,0 80,0 7 25,0dezel:tbro 28,3 19,0 23,6 32,0 16,0 355,5 16 126,0janeiro 30,0 20,3 25,6 36,0 18,0 107, O 11 38,0fevereiro 31,3 19,6 7.5,6 35,0 16,0 53,0 6 19, °r.'.arço 30,3 19,2 24,8 34, O 17/0 272,0 13 46,0abril 29,1 15,2 22,2 31,0 10, O 35,0 7 25,0maio 25,8 12,5 19, í 30,0 5,0 188,0 7 EO,Oj·.l:1ho 24,9 10,2 17 ,5 28,0 0,0 21,0 2 15,0

Méd. a:1ual Méd. ancal Méd. anual Méd. anual Med. anual Total anual Total anual l1eâ..anual28,8 15,6 22,6 32,4 11,5 1312,5 79 38,5

1978/79julho 26,1 12,3 19,2 29,6 5,0 130,0 6 60,0agosto 25,9 10,7 13,3 31,0 -1, O 4,5 2 4,0setewbro 27,4 14,4 20,9 30,0 9,0 94,0 7 32,0outubro 31,0 17 ,0 24,0 34,0 11, O 106,0 6 35,0nover.:bro 29,2 18,1 23,6 32,0 14,0 137, O 8 45, Odezembro 28,5 18,5 23,5 32,0 6,0 182,0 12 40,0janeiro 27,6 18,5 23,0 32,0 13,0 95,0 9 25,0fevereiro 28,/ 18,4 25,8 32,0 15, ° 90,0 7 42,0março 28,2 .. 18,8 23,5 32,0 15,0 125, O 10 30, Oabril 27,8 13,1 23,5 31, ° 12,0 63,0 6 13,0!:",aio 25,0 14,5 19,8 30,0 -1,0 126, ° 8 83,0junho 24,8 10,3 17,6 29,0 _2,0 C,O O 0,0

Méà ..anual Méd. anual Néd. anual ~!éd. anual Med. a:1ual Total a:1ual Total anual Med ..anual27,5 15,9 21,7 31,2 8,0 ,,50,5 81 34,9

1979/80julho 23,9 10,1 17 ,3 29,0 _2,0 53,0 6 18, Oagosto 28,4 13,1 20,6 30,0 7,0 91, O 6 66,0setembro 26,1 15,3 20,7 34,0 8,0 125,0 9 22,0outubro 29,7 19,1 24,5 33,0 15, O 105, O 12 í8,Onover.-bro 28,5 18,3 23,4 32,0 11, O 208,0 9 40,0dezeIT-bro 29,1 19,8 24,5 34,0 18,0 184,0 20 18,0janeiro 28,7 19,4 24,0 31, ° 18,0 152,0 10 40,0fevereiro 23,2 19,0 23,6 32,0 14, ° 365,0 18 81,0março 31,5 19,9 25,7 34,0 18,0 47,0 6 1/ ,Oabril 28,9 19,3 24,2 32,0 6,0 120,0 8 53,0maio 28,0 14,5 21,4 30,0 7,0 41, O 3 17,0 (X)junho 25,6 11 ,3 18,5 30,0 6,0 84,0 5 53,0 ~

Méd. anual Néd. anual Med. anual I'léd.anual Med. anual Total anual Total anual Ned. anual28,0 16,6 22,3 31,7 10,5 1575,0 112 36,9

.85.

referentes aos periodos de coleta do folhedo. Nota-se, atra

vés das temperaturas médias e máximas, que o periodo anual

mais quente foi o de julho de 1977 a junho de 1978. O peri~

do de maior pluviosidade foi o de julho de 1979 a junho de

1980. Durante os periodos analisados fica evidente, pelas

tabelas, a flutuação da precipitação pluviométrica e da tem-

peratura em função das estações do ano, sendo os meses de v~

rão mais quentes e chuvosos. Nota-se ainda que a flutuação

da precipitação é muito irregular, se forem comparados os

mesmos meses dos anos sucessivos. Por exemplo, em Piracica-

ba, no mes de dezembro de 1977, foi registrada urna precipit~

çao de 238 rnrn,enquantoqueno mes de dezembro de 1978 a pre-

cipitação foi de apenas 96 mm, Observa-se também que duran-

te o inverno podem ocorrer meses com precipitações pluviomé-

tricas excepcionalmente elevadas.

Para se ter urna melhor visualização das rela-

çoes entre as variações climáticas, precipitação e temperat~

ra, com a deposição mensal de folhedo foram elaborados os

gráficos das Figuras 11, 12 e 13.

A Figura 11 representa a deposição de folhas

no talhão de E. ~align~, em Piracicaba. Nota~se que, de ma-

neira geral, os pontos máximos e minimos da queda de folhas

acompanham as flutuações da temperatura e da precipitaçãopl~

viométrica. Esta relação, entretanto, é mais dificil de ser

observada nos talhões de Pinu~, em Agudos, os quais apresen-

tam dois ou trãs picos de deposição de aciculas durante o a-

no (Figuras 12 e 13). Todavia, se forem utilizadas as me-

dias mensais dos trãs anos de observações, os dados de depo_

- "-EE 250

1st200l>

~Q 150ULU 100u::Q.

50

-;;

BoojeuE"-o.;:

"o- l~ OOOlV1<tJ:

~13u.. Iw

4001ool<t 200~V1

~Wo

u :jto.

ct:~ 10 1wI-

JASOND FMAMJJASONDJFMAMJJASONDJFMAMJMESES

, i I , i i i i i i i i i i i i ~

J A S O N O J F M A M J J A 5 O N O J F M A M J J A S O N O J F M A M J MESESI 77 I 1 • 1

19 1978 1 1979 1 •••1 -,

1980

, i i i i i i , i i , i i i i , i i i i , i i , i i i i i i i i i i i i l)

JASONDJFMAMJJASO NDJ FMAMJJASONDJ FMAMJMESES

também os valores das temperaturas médias e precl

pitações mensais correspondentes.

3~0 J!

3°°1250 ~

200~

150

0050

lJJao'Q 1400(J)

~~ i

1200 li

I

600 1I

400 1I!

200 1l

JASONDJFMAMJJASONDJ~MAMJJASONDJFMAMJMESES

i • i , , i i i i i • , , i i , • , i I , i , i , i i i i I i i i i i i ••

J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F MA M J J A S O N D J F M A M ./I I MESES

JASONDJFMAMJJASONDJFMAMJJASONDJFMAMJMESES

E :f P oocarpaE

O'<t Iu· 200j<tI- iã: 150aLUa: 00Q.

50

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18001

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I"-Ol I~

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III

2001

~U It..

30~<ti3 201-LU~ I

o.: 10 ~:i I\LI II-

j À 5 ó N b j i= M A M j j À S (, N b j i: M A M J J A 5 b N D J F M A M J ME:ES

I 1977 I I •1978 ------'-97-9---

.89.sição do folhedo tornam-se mais compreensíveis e podem ser

observados nos gráficos das Figuras 14 e 15.

Nestes gráficos nota-se que o período mais

acentuado de deposição das folhas no talhão de E. ~at~gna

coincide com o verao. Em Agudos, as duas espécies de P~nu~

apresentam um comportamento semelhante entre si e ambas mos-

tram uma grande variação na deposiçao de folhedo em relação

às diferentes épocas do ano.

De posse dos dados mensais referentes à queda

de folhedo, foram testadas diversas equações de regressão p~

ra correlacionar o padrão de deposição com os diferentes pa-

râmetros climáticos expressos nas Tabelas 2 e 3. Contudo,

apenas foram obtidas equaçoes com coeficientes de correlação

significativos para a relação entre os valores de queda de f2

lhedo no talhão de E. ~at~9na, em Piracicaba, e as temperat~

ras máximas e médias mensais, conforme apresentado nos gráfl

cos da Figura 16.

4.1.2. Concentração de nutrientes no folhedo deposi-tado

As folhas mensalmente recolhidas das telas co

letoras eram secas, pesadas, moidas e analisadas para deter-

minar a concentração dos macronutrientes: N, P, K, Ca e Mg.

Os resultados dos valores médios mensais sã0 apresentados

nas Tabelas 1, 2 e 3 do Apêndice, enquanto que as médias ge-

rais são apresentadas na Tabela 4 do texto.

-•••~o..c:...•.'"... 700li)~:t:-lO 600LI..

t.Ja

o 500'3-v;~ 400t.Ja

300

200

100

JASONDJ FMA MJMESES

•••E1ClX>"--ê 1fl1 • 0,4364 • 0,/889 X

~9 fi. 0,6048--

U).q:x:...J

6~

~ 500

.q 400ow::> 300O

200

100

•O20 25 30

TEMPERATURAS MAXIMAS ("C)

•••e..•.•.2..•.•.~'OOO

In y. -2,2437 + 2,6394 In X

~ • 0.5<95--<li

~BOOol&..

~.q6ooow::>0400

25TEMPERATURAS MÉDIAS te C)

Espécies N P K Ca Mg

E. -6at-igna 0,624 0,052 0,394 0,968 0,214

P. caJt-ibaeavaro h o n duJt e.l1.-6 L!:J 0,549 0,028 0,268 0,241 0,077

P. ooc.aJtpa 0,557 0,029 0,206 0,177 0,063

Conhecendo~se as quantidades mensais de folhe•

Espécies N P K Ca Mg

E. -6aL-i..gna 27,33 2,21 16,70 44,07 9,31P. c.aJtÁ.-bae.a varo

honduJte.n-6Á.--6 43,75 2,25 22,25 20,46 6,44P. ooc.aJtpa 36,77 1,88 13,68 12,77 4,57--

4.2. Acúmulo de folhedo e nutrientes minerais sobre o so-lo dos talhóes florestais

•-se os que influenciam os processos de decomposição, tais co

em Agudos, apresentam urna quantidade de fo1hedo acumulado sobre o solo quase três vezes superior à quantidade acumuladano talhão de E. -6afÁ.-gna, em Piracicaba.

Espécie Folhedo acumulado(kg/ha)

Eucatyptu~ ~atigna

Pinu~ ca~ibaea varo hondu~en~i~

7936 + 575

20238 : 5028

19454 ~ 4200

das para se determinar as cOjcentrações de N, P, K, Ca e Mg.Os resultados são apresentados na Tabela 7, onde se observa

ladas sobre o solo de cada talhão e as respectivas concentr~

ções de nutrientes, foi possivel se estimar o conteudo total

de cada elemento, conforme expresso na Tabela 8. Observa-se

que o conteúdo de N, P, K é mais elevado no folhedo das plag

Espécie Elementos (% )

N P K Ca Mg

!= -6 af-<-g na 0,633 0,058 0,134 0,750 0,184....P. c.aJt-<-bae.a varo

honduJte.n-6-<--6 0,769 0,042 0,098 0,189 0,044

P. ooc.aJtpa 0,847 0,045 0,108 0,171 0,048

Espécie Elementos (kg/ha)N p K Ca Mg'

E. ,6af-<-g na 50,23 4,60 10,63 59,52 14,60

P. c.aIL-<-bae.a varoh o n dUlL e.n-6-<--6 155,63 8,49 19,83 38,24 8,90

P. oocalLpa 164,77 8,75 21,01 33,26 9,33

rio para ocorrer o desaparecimento de 50 e 90% das folhas na

serapilheira. Os dados são apresentados na Tabela 9.

folhas da serapilheira. Observa-se que os tempos de vida mé/ .

dia para a decomposição das folhas de E. ~aligna, P. ea~i-

4.4. Biomassa e mineralomassa da parte aerea dos talhõesflorestais

Deposiçãoanual defolhas (L)

(kg/ha/ano)

Acúmulo defolhedo(kg/ha)

Coeficientedecomposição

(R)

Tempo mé~iorenovaçao

(1 /R)(anos)

Decomposição50%

t 0,5(anos)

Decomposição95%

t 0,05(anos)

E. .6 a.(..tg na 4.490,4 7.936,0 0,56 1,78 1,2 5,3

P. c.aJ1...tbae.avaro ('7hondUJ1.e.n.6..t.6 8.373,6 20.238,0 0,41 2,43 7,3

,.P. ooc.aJ1.pa 7.130,8 19.454,0 0,37 2,70 1,9 8,1

w~ /,0zw::iw2:<t::iWa:oow:r:~8

E. sa/Ignaj .•

K- 0,56'"Pcar(ba.a var. honduren,/,

K- 0.4/P. oocorPa

.-. K-O

1/ 12

TEMPO (anos)

FIGURA 17. Representação gráfica do tempo necessário para a decomposição de diferentes fra-

ções das folhas da serapilheira. O valor (K) representa a taxa instantânea de de

do com a metodologia descrita no item 3.4.1., forneceram os

valores dendrométricos apresentados na Tabela 10(*).

E. ~ali9na e P. ca~ibaea varo hondu~en~i~ por oca

sião da esti~ativa da biomassa.

Espécies Altura DAP Área N9 árvoresmédia médio basal por hectare

(m) (em) (m2/ha)

E. .6aligna 28,47 23,39 19,59 425

P. ca~ibaea varohondu~en.6i.6 22,70 23,89 31,77 955

vantamento dendrométrico das parcelas e após uma análise pr~

de diâmetro, foram escolhidas 20 árvores no talhão de E.9~a~

di.6 e 15 árvores no talhão de P. ca~ibaea varo hondu~en~i~ .

(*) Este item da pesquisa não foi desenvolvido para o talhãode P. ooca~pa, visto que este trabalho já havia sido efetuado por CASTRO, POGGIANI & NICOLIETO (1980).

·101.TABELA 11. Valores dendrométricos e peso do material seco

(kg) dos componentes de cada árvore utilizada pa-ra estabelecer as equações de regressão.

DAP Altura Lenho Casca Fuste Ranos Folhas Cq:a Total(em) (m)

Euc.al.-tp~tu.-6 ,~al~na (11 anos)

1 14,86 16,20 .58,76 5,14 63,90 11,86 3,36 15,22 79,122 15,20 20,70 70,95 5,26 76,21 5,95 2,08 8,03 84,243 15,44 22,60 91,89 4,73 96,62 7,42 2,17 9,59 106,214 16,58 20,80 86,69 6,24 92,93 9,21 3,15 12,36 105,295 18,78 26,10 144,30 6,75 151,05 4,59 1,15 5,74 156,796 19,42 26,40 158,54 9,19 167,73 7,10 1,57 8,67 176,407 20,60 30,40 230,38 13,54 243,92 11,51 2,75 14,26 258,188 21,33 24,50 193,13 12,92 206,05 39,43 6,24 45,67 251,729 21,49 29,70 246,81 13,19 260,01 21,03 8,32 29,35 289,36

10 23,71 28,80 264,17 18,40 282,57 31,04 8,09 39,13 321,7011 23,87 29,90 258,21 14,75 272,96 25,40 3,32 28,62 301,5812 24,67 31,50 350,93 15,13 366,04 26,90 8,25 35,15 401,1913 26,48 32,60 428,08 21,02 449,10 38,27 9,55 47,82 496,9214 27,02 33,10 394,77 19,36 414,13 32,22 8,30 40,52 454,6515 27,06 28,90 345,99 28,99 374,98 54,60 13,33 67,93 442,9116 29,03 32,15 487,34 27,55 514,89 51,62 14,03 65,65 580,5417 30,24 34,05 460,18 29,32 489,50 26,43 8,35 34,78 524,2818 33,23 35,10 629,68 34,36 664,06 69,06 12,64 81,70 745,7419 33,58 33,90 522,41 37,11 559,52 31,53 16,07 47,60 607,1220 34,70 34,00 644,14 37,70 681,84 59,41 19,31 78,72 ~60,56

DAP Altura Acícu- RariOS Casca Lenho Fuste Cbpa Total(em) (m) Ias

P--tnU.6 c.aJlÁ..baea. va.r. honduJte.n.6.-t.6 (14 anos)1 17,69 20,4 4,08 5,04 11,02 ~ 81,67 92,69 9,12 101,812 18,79 20,5 10,58 11,88 19,84 115,20 135,04 22,45 157,493 19,28 18,7 9,03 10,13 14,67 86,56 101,23 19,16 120,394 19,98 20,2 7,20 8,10 19,30 92,69 111,99 15,30 127#295 20,75 22,5 13,80 13,05 16,64 155,61 172,25 26,85 199,106 20,94 20,9 16,56 9,00 21,43 133,46 154,80 25,55 180,447 22,91 22,6 11,39 11,04 27,44 154,61 182,03 22,43 204,488 23,68 23,2 16,80 15,64 22,49 160,03 182,52 32,44 214,969 24,76 22,8 13,30 14,16 25,96 164,86 190,82 27,55 218,37

10 26,22 22,6 14,72 14,26 34,82 187,52 222,34 28,98 251,3211 26,35 22,5 13,34 14,10 29,18 170,55 199,73 27,44 227,1112 26,41 20,4 21,50 24,30 24,81 203,35 228,16 45,80 273,9613 28,39 22,2 21,71 27,09 27,16 225,12 252,28 48,08 300,3614 29,47 24,1 26,08 26,16 47,83 234,86 282,69 52,24 334,9315 30,04 22,6 21,85 21,60 35,65 247,80 283,54 43,45 326,99

Observa-se que os maiores valores de R2 são

apresentadas foi possível se evidenciar graficamente as cor-•

•.....•• 20 LSalignaE Y~-1,8425 + 0,0156 02

18 R2 " 0,815**!d 16~(/') 14~

12

10

8

6

4

2 O200 400 600 800 1000 1200 O (em) 2

E. sali!JlB40 y= -3,3010 + 0,0351 02

•.....••Cl R2 = 0,963**.::t.~ 35

~30

vi 25o.:

20

15

10

5

200 1,00 600 800 1000 120002(em)

. sali!JlBlnY= -4,1120 + 0,9996 ln 02H

R2 = 0,9874**

nando O peso do material seco dos componentes das

arvores de E. .6a.tigl1a com o diâmetro (D), altura

Ol 30 P.caribaea honWrensis Ôl30 P.caribaea hoRln"ensis::<:: ::<::

li) Y=-0,7847 + 0,0270 02li) Y= - 2,5840 +0,0305 02

<:( R2 = 0,7359** ~ 25 R2 = 0,7613**5 25<:(u tI:•...•

U<:( 20 ~ 20vi a..

n:1515

10 10

5 5

O O300 400 500 600 700 800 900 02 (em) 300 400 500 600 700 800 900 02(em)

P.caribaea hQndurensis ~ P caribàea hor1dJrensisOl ~40::<:: 4,0 ln Y = -4,8292 +0,8521 ln o2H Y= -137,7577 + 12,5972 D<:( R 2 = O,8 173** ~22o R2 = 0,9237**t?l<:( lLJU -'200vi vin: 3,5 a.. 180c•....•

160

3,0 140

120•100

2,580

O O8,5 9,0 9,5 10,0 15 20 25 30ln 02(em)H(m) O(em)

E. sallgna

Y· 46,8280 - 406,6640 I Xrt2. 0,89"

P. carlbaea hondurensis

Y. 27,6361- 135,86!50 IX

RZ • 0,48"

3SD (CIn)

RAMOS

~CAFOlHAS

34O (em}

metro (D) e peso do material seco dos componentes

das árvores de E. ~afigna.

-~.oc- 2Oli)wCl..

• ~.CASCA

--------====----------I P.S. RAMOS-'--==---- --- ~ S .AC,cUlAS

30O (em)

De posse do peso de cada componente da bioma~

sa arbórea e do seu respectivo conteúdo médio de nutrientes,

foi possível se fazer a estimativa do conteúdo dos macronu--

TABELA 12. Concentração de nutrientes nos diferentes componentes das arvores de Eu~al~p~~u~

~al~gna (média e desvio padrão) •

Elementos (% )

N P K Ca Mg

Folhas 1,232 + 0,150 0,121 + 0,024 0,727 + 0,117 2,652 + 0,603 0,295 + 0,045- - - - -

Ramos 0,229 + 0,061 0,080 + 0,021 0,292 + 0,081 2,138 + 0,541 0,168 + 0,028- •.. -. - -Casca 0,264 + 0,021 0,127 + 0,020 0,503 + 0,129 4,707 + 0,741 0,320 + 0,118- ~ .- - -

Lenho 0,071 + 0,009- 0,019 + 0,005 0,046 + 0,008 0,065 + 0,018 0,010 + 0,002- - - - -

+ 0,085 ~ 0,004

Elementos (%)K

+0,190 - 0,034

0,112 ::

+0,072 - 0,014

TABELA 14. Biomassa e nutrientes estocados nos componentes do talhão de Euealyp~u~ ~ali9~a* eporcentagem do peso "total (entre parenteses).

Componentes Biomassa Elementos (kg/ha) Totaldas árvores N p K Ca Mg

Folhas 4.024,95 49,58 4,87 29,26 106,74 11,87 202,32(2,16%) (22,63%) (8,37%) (15,35%) (11,18%) (14,56%) (13,45%)

Ramos 13.860,40 31,74 11,08 40,47 296,33 23,28 402,90(7,45%) (14,49%) (19,05%) (21,23%) (31,04%) (28,57%) (26,79%)

Copa 17.885,35 81,32 15,95 69,73 403,07 35,15 605,22(9,61%) (37,12%) (27,42%) (36,58%) (42,22%) (43,13%) (40,24%)

Casca 9.525,28 25,14 12,09 47,91 448,35 30,48 563,97(5,12%) (11,47%) (20,78%) (25,14%) (46,97%) (37,40%) (37,50%)

Lenho 158.550,56 112',57 30,12 72,93 103,05 15,85 334,52(85,26%) (51,39%) (51,78%) (38,26%) (10,79%) (19,45%) (22,24%)

Fuste 168.075,84 137,71 42,21 120,84 551,40 46,33 898,49"" "J(90,38%) (62,86%) (72,57%) (63,40%) (57,77%) (56,86%) (59,75%)

Total 185.961,19 219,03 58,16 190,57 954,47 81,48 1.503,71

* Densidade arbórea = 425 árvores/ha.....•...•...•

• 112.

Na Tabela 15 sao expressos os valores de bio-

massa e nutrientes estimados para o talhão de P. ea~ibaea

varo hondu~en~i~. Esta espécie, se comparada com o E. ~ati~

na, pode ser considerada menos exigente e portanto menos ac~

muladora de nutrientes, sendo o nitrogênio o elemento armaz~

nado em maior quantidade, seguido pelo potássio, cálcio, ma~

nésio e fósforo.

As copas das árvores, tanto dos eucaliptos c2

mo dos pinheiros, armazenam ao redor de 40% dos nutrientes

minerais contidos na biomassa arbórea acima do solo.

As análises das amostras de solo coletadas

sob os talhões de E. ~atigna em Piracicaba e de P. e~~ib~ea

varo hondu~en~i~, em Agudos, apresentaram diferentes valo-

res, de acordo com os locais e as profundidades. Os result~

dos são apresentados nas Tabelas 16 e 17. Nota-se que o so-

lo sob o talhão de P, ea~ib~e~ var.hondu~en~i~, em Agudos,

apresenta uma textura mais arenosa do que o solo sob o ta~

lhão de E, ~atigna, em Piracicaba. Observa-se que o teor de

argila, em Piracicaba, aumenta consideravelmente com a pro-

fundidade, passando de 15,4% na superfície para 34,5% entre

120 e 180 cm. Em Agudos, os valores referentes ã textura do

solo, pouco variaram em relação ã profundidade.

TABELA 15. Biomassa e nutrientes estocados nos vários componentes do talhão de P. c.aJt-<'bae.ahonduJte.n~-<'~* e porcentagem do peso total (entre parenteses) •

Componentes Biomassa Elementos (kg/ha) Totaldas árvores N p K Ca MgAcículas 10.388,33 100,76 5,81 44,04 19,73 7,68 178,02

(6,76%) (33,09%) (35,79%) (29,23%) (19,02%) (22,68%) (29,23%)

Ramos 10.556,00 23,01 1,37 11,82 13,61 4,22 54,03(6,78%) (7,55%) (8,44%) (7,84%) (13,12%) (12,46%) (8,87%)

Copa 20.944,33 123,77 7,18 55f86 33,34 11,90 232,05(13,63%) (40,64%) (44,23%) (37,08%) (32,14%) (35,14%) (38,10%)

Casca 18.400,26 43,60 2,20 34,22 13,24 3,68 96,94(11,97%) (14,31%) (13,55%) (22,71%) (12,76%) (10,86%) (15,91%)

Lenho 114.279,66 131,13 6,85 60,56 57,13 18,28 279,95(74,38%) (45,03%) (42,20%) (40,20%) (55,08%) (53,98%) (45,97%)

Fuste 132.679,92 180,73 9,05 94,78 70,37 21,96 376,89(86,36%) (59,35%) (55,76%) (62,91%) (67,85%) (64,85%) (61,89%)

Total 153.624,25 304,50 16,23 150,64 103,71 33,86 608,94

* Densidade arbórea = 955 árvores/ha.~~w

Profundidade Areia Limo Argila D.A.(em) (% ) ( %) (% ) (g/em3 )

O - 20 69,15 15,42 15,42 1,5920 ~ 60 58,90 16,42 24,67 1,5660 ~ 120 49,97 14,95 35,07 1,61

120 - 180 48,80 16,62 34,57 1,46

Profundidade Areia Limo Argila O.A.(em) (% ) ( % ) (% ) (g/em3 )

O ~ 20 84,55 3,97 11,47 1,3920 - 60 83,42 3,67 12,90 1,5260 ~ 120 79,25 5,25 15,50 1,52

120 - 180 78,72 5,57 15,70 1,49

Média 81,48 4,61 13,89 1,48

A densidade aparente mais elevada e observada

no solo sob o talhão de E. ~aligna, enquanto que a mais bai-

xa é observada entre O e 20 em de profundidade, sob o talhão

de P. ca~ibaea varo hondu~en~i~.

4.5.2, Nutrientes minerais dlsponlvels e reservató-rio de elementos totais no solo

Os dados relativos a fertilidade do solo sao

apresentados nas Tabelas 18 e 19.

De maneira geral, os dois locais apresentam

solos de baixa fertilidade, pobres em matéria orgânica e ác~

dos. Consequentemente estes solos apresentam urnabaixa cap~

cidade de troca catiônica e urna baixa porcentagem de satura-

çao em bases. O solo sob os pinheiros, na região de Agudos,

é menos fértil do que o solo sob o talhão de E. ~ali9na, em

Piracicaba.

Nas tabelas apresenta~as foram colocados tam-

bém os valores referentes ao nitrogênio amoniacal e ao nitro

gênio nítrico, com a finalidade de se ter urna idéia quantit~

tiva do nitrogênio disponível para as arvores. Estes valo-

res entretanto, devem ser considerados com as devidas restri

ções, visto ser muito grande e irregular a flutuação do ni-

trogênio inorgãnico do solo, de acôrdo com as diferentes eP2

cas do ano, conforme foi evidenciado por VERDADE (1951). Se

gundo este autor, o teor de nitrato aumenta nos meses quen-

tes e diminui nos meses frios.

C-org.%

N-total N-amo-% niacal

%

N-nítrico

%

Po~- K+ Ce2+ Hg2+ A13+

m.e./100 g de solo seco

Profundidade(cm)

C-org. N-total N-amo- N-nítri% niacal co

K+ ce2+ Mg2+ A13+ H+-----------m.e./100 g de solo seco

0,038..

·118.De posse das concentrações de cada elemento e

da densidade aparente do solo a diferentes profundidades, f2

ram estimadas as quantidades de elementos químicos contidos

nos diferentes estratos do perfil do solo entre a superfície

e 180 cm de profundidade. Os valores obtidos são apresenta-

dos nas Tabelas 20 e 21. Nota-se que, tanto devido às cara~

terísticas edáficas, como em virtude da adubação efetua-

da, o conteúdo de macronutrientes disponíveis sob o talhão

de E. ~aligna é superior ao conteúdo observado sob o talhão

de P. ~a~ibaea varo hondu~en~i~, principalmente em relação

aos elementos: potássio, cálcio e magnésio.

utilizando-se as amostras de solo coletadas a

diferentes profundidades sob os talhões florestais foi deter

minada também a concentração dos elementos totais e os resul

tados obtidos são apresentados nas Tabelas 22 e 23.

Comparativamente, o solo sob o talhão de E.~aligna, em Piracicaba, apresenta concentrações mais eleva-

das em todas as profundidades estudadas. Deve ser assinala-

do que os valores observados, tanto~m Piracicaba como em

Agudos, estão abaixo dos valores apresentados por VERDADE

(1960a, b), que coletou amostras em várias regiões do Estado

de são Paulo. Este fato pode ser justificado em função dos

critérios da escolha dos locais de amostragem adotados pelo

autor, que sempre deu preferência a coletar as amostras de

solo localizadas em áreas de agricultura primitivamente sob

vegetação de florestas.

Finalmente, nas Tabelas 24 e 25 sao apresent~

dos os conteúdos dos elementos totais (reservatórios) nos 50

Profundidade N-NH4 + Nutrientes (kg/ha)(em) N-N03 P K Ca Mg

O - 20 165,36 7,87 114,40 382,36 123,74

O - 60 446,16 16,87 204,67 2.083,03 533,48

O - 120 909,84 41,79 242,44 5.393,35 838,89

O - 180 1.204,62 58,97 276,69 7.956,38 1.243,67

TABELA 21. Conteúdo de nutrientes disponíveis no solo a dife

rentes profundidades sob o talhão de Pinu~ ea~i-

baea varo hondu~en~i~ em Agudos ••

Profundidade(em)

Nutrientes (kg/ha)K Ca

111 ,2

433,4

843,8

1,290,8

50,14

184,16

15,21

37,38

67,32

89,06

22,69

40,57 93,06 .348,64

128,01 491,96

60 - 120

120 - 180

TABELA 23. Concentração de elementos totais a diferentes pro-

Profundidade N (%) P K Ca Mg•,...P"'I-------- ppm 1!:'""-------------O - 20 0,051 220 250 270 230'

20 - 60 0,053 330 260 220 240

60 •... 120 0,040 330 270 250 260

120 - 180 0,038 330 260 260 250

2.353

5.785

15.221

22.448

N P • K

--~--------------~~ kg/ha

639

2.098

4.469

6.704

4.639 2.617

8.287 5.626

.122.

los sob os talhões experimentais. Como era de se esperar,

em virtude das concentrações já apresentadas, também o con-

teúdo de elementos quimicos do solo' sob o talhão de E. ~aii[

~a é mais elevado, principalmente em relação aos elementos:

fósforo, cálcio e magnésio.

5.1.1. Considerações sobre os criterios utilizadosquanto ã coleta das amostras

Ao enfocar o aspecto da transferência de nu-

trientes no ecossistema florestal, torna-se necessário just!

ficar o motivo pelo qual nesta pesquisa foram computados os

valores resultantes apenas da deposição das folhas e não se

incluiram outros componentes da seEapilheira tais como: cas-

cas, ramos, etc.

~ preciso assinalar que antes de se iniciar

as coletas efetivas do material vegetal, cujos valores foram

considerados para inclusão nesta pesquisa, já havia sido rea

lizada uma fase pré~experimental durante o periodo de um

ano. Neste período foram realizadas coletas mensais em q~e,

além das folhas, eram incluidos os demais componentes da se-

rapilheira produzida nos talhões, Obserovu-se então que o

material depositado sobre o solo era, em sua grande maioria

Este resultado é justificado por se tratar de

florestas implantadas jovens, as quais não haviam ainda atin

Além disso observou~se que, enquanto as telas

de 1 m2 - colocadas em número de 20 por talhão para coletar

as folhas - atendiam aos requisitos de uma amostragem esta-

tisticamente satisfatória, no caso da coleta de cascas e ra-

de que cada área coletora para a amostragem dos ramos deve-•2ria ter uma superfície de pelo menos 20 m. Para esta mesma

ta natural de eucaliptos na Austrália, utilizaram superfí-

cies de coleta de 25 m2•

(1980) verifica-se que a quantidade de nutrientes deposita-

dos no eucaliptal (N, P, K, Ca e Mg) através da queda das fo

lhas, representou 80% do total dos nutrientes contidos na se

rapilheira produzida anualmente, No talhão de Pinu~ ell~ot-

tii, estudado por DELITTI (1982), a contribuição das folhas

que as concentrações de nutrientes nos componentes lenhosos•

maioria dos pesquisadores que estudaram a produção de serap!

lheira em diferentes condições ecológicas. Na maioria das

vezes sao utilizadas de 10 a 20 telas de 1 m2 por hectare de

pode variar conforme a estrutura e o grau de fechamento da

copa, o intervalo das coletas e as estações do ano.

Os resultados obtidos neste experimento (Tab~

Ia 1) mostram que as médias mensais de deposição de folhedo

apresentam coeficientes de variação aceitáveis para os obje-

tivos desta pesquisa e que se situam entre 10 e 20%.

Na Tabela 1 sao apre~entados os valores men-

sais e anuais de deposição de folhedo. A média geral dos

três anos de observações foi de 4490,4 kg/ha no ta1hão de E.

~al~gna, 8373,6 kg/ha no talhão de P. Qa~~baea varo hondu~en

~~~ e de 7130,9 kg/ha no talhão de P. oOQa~pa.

previsões de BRAY & GORHAM (1964), que estabeleceram correl~

ções entre a deposição de folhedo em diferentes florestas do

mundo e as respectivas latitudes.

.127.Ao se analisar a deposição de folhedo em cada

um dos três períodos anuais, compreendidos entre julho de

1977 e junho de 1980, observa-se que as médias anuais acusam

um ligeiro decréscimo, que todavia não é estatisticamente si~

nificativo. ~ possível que tal comportamento esteja ligado

a fatores climáticos tais como precipitações e temperaturas

abaixo das médias esperadas, com consequentes reflexos na

produtividade do folhedo, conforme se observa nas Tabelas 2

e 3, onde são apresentados os dados climáticos.

A8HTON (1975) estudou a deposição de folhedo

em Eueafyptu~ ~egnan~, na Austrália, e também observou nas

florestas em estágio de fuste, um decréscimo na produção de

folhedo entre os anos de 1951 e 1954. Isto entretanto naofoi registrado nas florestas maduras, durante o mesmo perío-

do. O autor não apresenta justificativa para os resultados

obtidos.

~ interessante notar que ocorre a mesma ten-

dência nos talhões de PinLt~plantados em Agudos.

NEMETH (1971) estudou a ciclagem de nutrien-

tes em florestas plantadas de Pinu~ taeda e PinLt~ effiottii

na Carolina do Norte e também observou uma diminuição na de-

posição de aciculas nos talhões mais velhos em virtude do fe

chamento das copas.

Comparativamente, as quantidades de folhedo

produzidas nos talhões de Pinu~ em Agudos foram mais eleva-

das do que as quantidades produzidas no talhão de E, ~afigna

em Piracicaba (Tabela 1).

giões tropicais e subtr6picais. •Observa-se que a

parativamente, em relação às florestas de folhosas, as plan-tações de pinheiros assinalam médias de deposição de acicu-

Latitude Longitude(aproximadas)

Mallaus (Amazônia) 3°08' 8IJrasil

Lençois Paulista 22°48'8(s':iol'élUlolBrasilM091-Guaçu (S5o 22°11'8l'"ulo)Brasilsão Paulo 23°33'8I~éioPaulo)!Ji"asilM.>lbournc 37°49'8Ilustr.ilianorth Stradbrokc 27030'S[sland AustráliaCoffs' llarbour 30°18'8AustráliaTrês I,agoas (Ma 20°47' Sto Grosso do Sul)8•."sil

Lençois Paulista 22°48'8(~~1() Pau 10)Brasil

Piracicaba 22°42'8(S':IO P"ulo)

Br<Jsil

I1'<ldan 7° 17 'NNit)éria

Agudos 22°25'8(S50 Paulo)Brasil

AS',!s (~ãoPaulo) Urelsil

111tltude(Ia)

Floresta pluvialtropicalFloresta sub_tropical

Mata ciliar sub_tropical

Floresta def. Jte!l'HI4

Floresta deeucaliptosPlantação def. gJtttndú

Plantações def. gJttttldü

Plantaç.3es def. Mt.(gtla

Plantação def. g.'and(~ +f. .\,tl.i.g /ta

Plantação def. 4at.i.gtll1

Plantação d~P. patula

Plantações dep. ca.t.i.b,tea

Plantações deC. lU4.i..taltÚ~a

Plantação deP. caJt.i.baeo. varohonduJtvl4.i.h

Plantação deP. ooco.Jtpa

Plantaçiio def'. e-U .(Q tt.i.i. var.etUotU.i.

Plantação deAllad ellllllth eJto.6alcatl1* (anqico)Plantaçào deA.\ t.toni.llmu.'lUUdCUl'{(· (.:trÇ?cira)

Pldntaç50 de G0c/tJta.U.•! INl'llIJo.,plta*(canll'elr,il

Plantação du Tabe-OU-(',t i/flPi' ti!Ji.HO~I1.*(ilJê-roxo)Pl~ntaç~o de povoamenlo misto com l.lS

cspéc.ics ncim...1. i1S_

sinaladels cnm (*)

Deposiçãode folhast/ha/ano

KLINGUE &RODRIGUES (1968)

CARPIINEZZI (1~80)

TURNER & LAMBERT( 1983)

POGGIANI (1983)

GARRIDO & POGGIANI(1981/82)

,resposta das árvores a condições ecológicas de estresse mais

ria, em talhões de Pinu~ eanibaea plantados em região tropi-

cal (vide Tabela 26) observaram uma menor deposição de acicu

las em relação aos talhões de Agudos.

Um fato importante a ser assinalado e que ta~

to as plantações de P. eanibaea varo hondunen~i~ e P. ooean-

pa estudadas neste trabalho, como a plantação de Pinu~ ellio

ttii, estudada por DELITTI (1984) em Mogi~Guaçuf estão situa

efetuadas por DELITTI (1984) e PERES et aZii (1983) a depos!

çao anual de folhedo gira ao redor de 2,7 a 1,8 t/ha. Portan

to, a magnitude da deposição de folhedo nos talhões de Pinu~

to que a substituição da vegetação ppde provocar sobre a pr~

dução de matéria orgânica e sobre a ciclagem de nutrientes.

obtidos por GARRIDO & POGGIANI (1981/82) que estudaram a de~

posição de folhas em pl~tações florestais de espécies arbó-

A deposição de folhedo ao longo das estações

do ano segue os padrões característicos do comportamento de

cada espécie em relação às condições climáticas e edáficas.

No caso do E, ~ali9na observa-se pelos dados

da Tabela 1 e pelos gráficos das Figuras 11 e 14, que a dep2

proximo a Coffs' Harbour, na Austrália, onde as condições

climáticas são análogas às de Piracicaba (TURNER & LAMBERT,

1983). Comportamento semelhante foi registrado também em di

Considerando as pesquisas efetuadas no-sil, os dados de deposição mensal de folhedo deste experime~

que foi observado nas plantações ãe eucaliptos, a deposição

de folhas caducas nas florestas naturais da região subtropi-

os eucaliptos apresentam características ecológicas que diferem da maioria das espécies que constituem as florestas natu

•restas caducifólias são ocupadas por florestas onde predomi-nam as espécies perenifólias de eucaliptos. Portanto, estas

estudou comparativamente o comportamento fisiológico de Eu~~

iyptu~ ~aligna, Condia tni~hotoma (louro) e Anau~ania angu~-

o louro gasta mais água do que o eucalipto, ,mantendo seus e~

tômatos abertos. MELLO (1960) em P1racicaba também observou

•outros fatores climáticos, dentro os quais se destaca a tem-

Piracicaba, como nas plantações de Pinu~ em Agudos. A únicacorrelação positiva foi obtida entre as temperaturas médias

res de E. ~ai~gna derrubam suas folnas, não devido a probl~mas de suprimento hídrico, mas em função da translocação decompostos orgânicos e nutrientes das folhas adultas para as

qualquer correlação significativa. Tudo indica que os fato-

res que determinam o padrão de deposição de acículas em pi-

deposição de acículas com valores que giram ao redor de 300

e 400 kg/ha/mes. Nos meses de maior deposição estes valores

mais elevados decorrem em maio e em setembro-outubro, enqua~

to nos meses de junho e julho ocorre geralmente uma redução•

~~ba~a, plantados na Nigéria e também em talh?es de P~nu~ p~

tuta, plantados na Tanzânia e estudados por LUNDGREN (1978).

.136.

mática. Outros aspectos portanto precisam ser analisados p~

ra explicar o padrão sazonal de deposição das acículas.

LIMA (1979) estudou detalhadamente o regime

de água no solo nos mesmos talhões de P. ea~ibaea varo hondu

tten.ói.ó e P. ooeattpa utilizados em Agudos para esta pesquisa,

incluido o período de 1977 a 1979. Observou que apesar da

temperatura elevada, normalmente registrada durante os me-

ses de dezembro e janeiro, o solo se manteve sempre bem su-

prido em água em virtude da precipitação elevada neste perí~

do do ano. Todavia a medida que os índices pluviométricos

mensais vao diminuindo e os intervalos entre as precipita-

çoes se tornam maiores, o solo reduz cada vez mais seu arma-

zenamento de água por causa da elevada evapotranspiração.Ne~

tes períodos correspondentes ao início da primavera e ao ini

cio do outono, durante alguns dias de temperaturas elevadas

e sem chuvas, o conteúdo de água no solo torna-se critico.Em

seu trabalho LIMA (1979) escreve que; "aparentemente o con-

teúdo de umidade (do solo) atinge valores inferiores aqueles

correspondentes a -15 atm em duas oca~iões durante o ano,

quais sejam agosto-setembro e março-abril". Durante os me-

ses mais frios do inverno, apesar das precipitações escas-

sas, as temperaturas também são baixas, havendo uma perda de

agua muito pequena através da evapotranspiração.

SANSIGOLO (1979) utilizando água tritiada es-

timou a transpiração de árvores de Pinu.ó eattibaea varo eafti~

baea com cinco anos de idade, plantadas em Piracicaba e ob-

servou que a perda de água através da transpiração e menor

nos dias que apresentam os valores mais baixos de radiação

.137.

liquida, temperatura e deficit de saturação. Observou tam-

bém que estes pinheiros, no período invernal, transpiram cer

ca de metade da água em relação ao período de verao.

Relacionando as observações efetuadas nesta

pesquisa quanto ã época de deposição das acículas, com os es

tudos de LIMA (1979) sobre o regime de água no solo, pode-se

inferir que as duas espécies de pinheiros têm seus picos de

derrubada associados com as epocas em que o solo apresenta

teores mais baixos de agua. Portanto, parece não haver por

parte destas espécies uma redução eficiente da perda de agua

através do fechamento dos estômatos nos períodos quentes e

secos. Consequentemente, a derrubada de folhas seria uma

forma de reduzir a perda de água pela transpiração.

LIMA (1979) assinala ainda que entre as duas

espécies de pinheiros estudadas, o P. oo~a~pa apresentou me-

nor depleção de água do solo em relação ao P. ~a~~baea varo

hOHdu~eH~~~. Esta última espécie seria mais exigente em

água, o que poderia explicar a maior derrubada de acículas

nos períodos em que o solo apresenta ~enor i disponibilidade

de água.

Houve necessidade de se avaliar mensalmente o

teor de nutrientes nas folhas decíduas de cada 'povoamento

para se estimar as quantidades totais depositadas para cada

elemento. Os dados de cada mes sao apresentados nas Tabelas

1, 2 e 3 do apêndice. Os valores médios são apresentados na

Tabela 4 do texto.

Analisando os teores mensais, nao se observa

para os diferentes elementos qualquer variação sistemática

relacionada com as estações do ano. Às vezes notam~se varia

ções bruscas entre um mes e outro. De acordo com ATTIWILL,

GUNTHRIE & LEUNING (1978), as bruscas variações mensais que

frequentemente se observam no folhedo dos eucaliptos podem

ser atribuidas as alterações de diversos fatores climáticos

e edáficos, assim como às diferentes proporções entre teci-

dos vegetais mais velhos ou mais novos que possam constituir

o material coletado.

Ao contrário, quando se coletam folhas vivas,

principalmente na fase inicial de crescimento das árvores, a

variação na concentração dos nutrientes é gradativa e se re-

pete anualmente ao longo dos meses e de acordo com as varia-

çoes climáticas (SCHONAU, 1981). Assim sendo, torna-se difi

cil a interpretação dos dados mensais ~e concentração nas folhas deciduas em função dos numerosos fatores envolvidos.

Os valores médios das concentrações mensais

registradas ao longo dos três anos (Tabela 4) evidenciam que

o folhedo do E. ~atigna é mais rico em nutrientes do que o

folhedo dos pinheiros, principalmente em relação aos elemen-

tos cálcio e magnésio. De maneira geral, os resultados sao

comparáveis aos obtidos com as espécies de eucaliptos estud~

das no Brasil por CARPANEZZI (1980) e por POGGIANI (1983) e

também semelhantes aos resultados obtidos em florestas plan-

tadas de Pinu~ elliottii varo elliottii (DELITTI, 1984) ePinu~ ea~ibaea (EGUNJOBI & ONWELUZO, 1979). são entretanto

5.2.2. Quantidades de nutrientes minerais deposita.dos

Os valores médios anuâis de nutrientes depos!tados sobre o solo dos talhões florestais estudados são apr~

. .

sentados na Tabela 5. As quantidades depositadas mensalmen-te são apresentadas nas Tabelas 4, 5 e 6 do Apêndice.

As quantidades de nutrientes depositados saoresultado da interação de dois fatores; produção de folhedoe concentração de nutrientes no folhedo. Consequentemente,observa-se que os pinheiros depositam maiores quantidades denitrogênio em relação ao E. ~áligna, enquanto que esta espe-cie deposita maiores quantidades de cálcio e magnésio. ~ es

.140.

ta, aliás, uma das características geralmente observadas,

quando se compara a deposição de nutrientes em florestas de

folhosas e de coníferas (COLE & RAPP, 1981).

Considerando outros experimentos realizados

no Brasil, observa-se no talhão de E. ~aligna, plantado em

Piracicàba, uma maior deposição de potássio e cálcio em rel~

ção ao E, g~andi~ estudado em Lençois Paulista por CARPANEZ-

ZI (1980). Observa-se também uma maior deposição de todos

os macronutrientes em relação aos resultados observados em

talhões de E. ~aligna e E. g~andi~ plantados em Três Lagoas

(POGGIANI, 1983).

Os resultados dos pinheiros plantados em Agu-

dos sao comparáveis aos obtidos em Pinu~ elliottii varo el~

liottii por DELITTI (1984) num talhão situado em Mogi-Guaçu,

sobre solo previamente recoberto por vegetação de Cerrado e

com características edáficas semelhantes às de Agudos.

Observa-se de maneira geral que as quantida-

des de nutrientes depositados sobre ~ solo de florestas pla~

tadas, tanto de eucaliptos como de pinheiros, sao inferiores

às quantidades depositadas em florestas naturais. Este as-

pecto pode ser explicado, além de outros fatores, pela menor

exigência nutricional que caracteriza as espécies utilizadas

para o florestamento.

5.3. Acumulo de folhedo e nutrientes sobre o solo e taxasde decomposição

da pesquisa, relativa ao acumulo de nutrientes na serapilhe!

ra e às taxas de decomposição, refere~se apenas ao material

orgânico constituido pelas folhas que incorporam a maior paE

te dos elementos químicos contidos na serapilheira.

ra desaparecer totalmente. Dentre as diferentes partes das

árvores que constituem a serapilheira, as folhas podem ser

consideradas corno de rápida decomposição, além de se consti-

rios de comparação mais precisos entre as taxas de decompos!

ção observadas nos diferentes ecossistemas florestais.

As estimativas de folhedo acumulado nos ta~•

no talhão de E. ~atigna. Este resultado já era esperado em

função dos dados encontrados na literatura e a justificativa

10 do talhão de E. ~af~gna, em Piracicaba, é comparável à es. -timada por MEGURO, VINUEZA & DELITTI (1979a) numa mata secun

dária, em são Paulo. Porém, o conteúdo de nutrientes mine-

rais e inferior, em função das menores concentraçóes de ele-

de [.6attgHa, quando comparada com os dados observados em

diversas florestas de eucaliptos na Austrália, acusa um

maior acúmulo em Piracicaba. Entretanto, a concentração de

nutrientes nas folhas em via de decomposição é equivalente

em virtude da pluviosidade mais baixa registrada em Piracica

ba durante os tres anos de observações, em relação aos lo~

cais estudados na Austrália. Isto retardaria o processo dedecomposição. Também a passagem do fogo registrad~'em ~l-

guns locais do talhão de E. ~af~gna·em 1975 pode ter provoc!

do um retardamento na decomposição. Foi observado na Austrá

lia que o reflexo do fogo sobre a decomposição do folhedo p!

rece refletir-se durante alguns anos devido principalmente

as drásticas alter~ções das condições bióticas (O'CONNEI,GRQ

VE & LAMB, 1981; RAISON, KHANNA & WOODS, 1981).

de P. ca~~baea varo hondu~en~~~ e P. ooca~pa foi possível o~

servar-·se que os valores médios apresentados nestes experi-

mentos não diferem dos valores apresentados por SPINA-FRANÇA

lheira em talhões das duas espécies de Pinu~, situados próxi. -

e com as idades de 9 e 19 anos. Isto indica que, provavel-

mente, após o décimo ano a serapilheira dos pinheiros já de-

ve ter atingido o seu equilíbrio entre adição e a decomposi-

ção do material orgânico. Em função do maior acumulo de ma-

~afigna são mais elevados devido à concentração bem mais ele

vada destes dois elementos nas folhas. Aliás, é esta uma

ras tende a ser mais ácido do que o solo sob florestas de fo

lhosas. Hã evidencias também que os compostos orgânicos li~

•• •O estudo do efeito das aClculas dos pinheiros sobre os solos

abaixa normalmente o pH do solo em 0,5 unidades, Sugerem e~

tretanto que as novas condições ecológicas criadas pelas flo,.....

seguiria alterar as frequências gênicas das populações micro•....

do consórcio de Pinu~ ea~ibaea varo hondu~en~i~com Liquida~

ban ~tynaei6lua (folhosa) sobre o teor de nutrientes nas aci

culas coletadas no folhedo e nestas observaram um aumento no

De maneira geral, ~ode-se dizer que, em rela-çao ao acúmulo da serapilheira e nutrientes sobre o solo dos

EGUNJOBI & ONWELUZO (1979), na Nigé•..

condi~No Brasil, DELITTI (1984), .es•..

tudou comparativamente o acúmulo da serapilheira em ecossis-ternas contíguos e assinalou os seguintes valores médios: pa-ra o cerrado 8,2 t/ha, para urna mata ciliar 11,3 t/ha e paraum talhão de Pinu~ elliQttii varo elliottii 20,2 t/ha. De

Como já foi assinalado na revisão bibliográf!ca, o maior acúmulo de serapilheira em florestas de conífe-

vado no mundo inteiro. Entretanto, este aspecto parece pre~cupar os silvicul tores de forma mais acentuada quando se tra.·

•dos no folhedo acumulado representam uma grande proporção doestoque total do ecossistema florestal. Sugerem ainda técn!cas de manejo que deveriam ser tentadas para corrigir o pro-blema. Concluem que o acúmulo da serapilheira é devido mais

nutrientes. Observaram por exemplo, que e o teor mais eleva

do de cálcio nas acículas está associado com uma ciclagem

mais rápida de matéria orgânica e nutrientes na manta flores

tal.

OLSON (1963) tem utilizado a taxa constante

de decomposição K, também corno um índice de reciclagem da ma

téria orgânica. Assumindo que a serapilheira se encontra no

estado de equilíbrio dinâmico, Olson tem demonstrado que os

valores de K variam de 1 a 4 nas florestas tropicais, entre

0,20 e 0,25 nas florestas temperadas e abaixo de 0,05 nas

florestas de clima mais frio,

Na Tabela 9 sao apresentados os dados referen

tes ao coeficiente de decomposição e tempo médio de renova-

çao da serapilheira nos três talhões estudados. Ainda na Ta

bela 9 e no gráfico da Figura 17 são apresentados os valores

correspondentes ao tempo necessário para a degradação de 50%

e 95% do folhedo da serapilheira.

Comparativamente, o ~' ~~t~gn~ e a espécie

que apresenta a taxa de decomposição mais elevada (K = 0,56)

em relação ao P, Q~~~b~e~ varo hondu~en~i~ (K = 0,41) e O P,

OOQ~~P~ (K = 0,37), Consequentemente o E, ~~tign~ apresenta

valores mais baixos em relação aO tempo médio necessário pa-

ra a renovaçao da serapilneira.

~ de se ressaltar que o desaparecimento do f~

lhedo é um fenômeno, que conforme mostra o gráfico da Figura

17, representa Uma função exponencial negativa. Em outros

termos, os tecidos mais facilmente atacados por fungos e bac

.147.

térias tais como celulose e hemicelulose desaparecem rapida-mente, mas a medida que o ataque vai progredindo permanecemsubstâncias gradativamente mais resistentes à decomposição eque, em alguns casos, podem demorar dezenas de anos para de-saparecerem da serapilheira.

BROWN & LUGO (1982) estimam que em florestastropicais o tempo médio para a renovação da serapilheira ede aproximadamente um ano. Os dados referentes à velocidadede decomposição de folhedo em Piracicaba, no talhão de E. ~a

figna, são comparáveis aos valores encontrados por TURNER &LAMBERT (1983) em plantações de Eueafyptu~ g~andi~ na regiãode Coffs' Harbour, na Austrália. são superiores, entretan-to, aos valores estimados por Richards e Charley, citadospor TURNER & LAMBERT (1983), que estudaram a decomposição emflorestas onde ocorrem naturalmente espécies de Euealyptu~

viminafi~ e Eueafyptu~ ~aligna. ~ possível que a estabilidade ecológica propiciada pelo ambiente natural favoreça a de-composição da serapilheira, visto que FOX, FOX & McKAY (1979)apontam valores de K variando de 0,2~ a 0,46 em florestas naturais de eucaliptos perturbadas pela passagem periódica dofogo.

De acordo com a Tabela 9, a decomposição daserapilheira nos talhões de Pinu~ em Agudos apresenta-semais lenta do que a decomposição no talhão de E. ~aligna. T~davia situa-se dentro dos valores médios citados pela literatura nacional e internacional.

DELITTI (1984), em Mogi-Guaçu (SP) registrou,para uma plantação de P. elliottii varo elliottii localizada

.148.

em area de cerrado, um valor de K = 0,35, e para a serapi-

lheira do cerrado contíguo (vegetação natural) um valor de

K .=' 0,39.

EGUNJOBI & ONWELUZO (1979), na Nigéria, .num

talhão de P. ~a~ibaea, estimaram entre três e quatro anos o

tempo necessário para o desaparecimento da serapilheira. As

sinalararn os autores que este valor contrasta de forma níti-

da com o tempo necessário para a decomposição do folhedo em

florestas naturais da mesma região que gira ao redor de dois

a seis meses.

BASTARDO, ESTEVES & FLORES (1982) também efe-

tuaram pesquisas sobre a decomposição da serapilheira em ta-

lhões de P. ~a~ibaea varo hondu~en~i~ plantados na savana v~

nezuelana e determinaram ser necessário um tempo aproximado

de três anos para que haja decomposição de 95% da serapilhe1

ra acumulada.

FLORENCE & LAMB (1975) assinalam que em plan-

tações de Pinu~ ~adiata na Austrália~ o período de desapare-

cimento do folhedo gira ao redor de seis a sete anos, quando

as condições são mais favoráveis. Segundo estes pesquisado-

res, o maior acúmulo de acículas ocorre sobre solos com bai-

xos teores de nitrogênio.

Por outro lado, DAVIES, COULSON & LE.WIS(1964),

observaram que as concentrações foliares de fósforo e nitro-

gênio podem afetar tanto a quantidade corno a diversidade dos

polifenóis contidos nas acículas4 Onde as concentrações de

fósforo e nitrogênio são mais elevadas, são sintetizadas pe-

dos dois elementos sao baixas formam-se eleyadas quantidades

de polifenóis. Após a queda das folhas estes polifenóis po-

dem formar complexos com as proteínas que constituem os teci

5.4. Biomassa arb5rea e conte~do de nutrientes minerais(*)

5.4.1. Estimativa da biomas~a arb5rea

Através da Tabela 10 observa-se que as arvo-

res de E. ~aligna são mais altas do que as arvores de P. ea-

~ibaea varo hondu~en~i~. Entretanto, o talhão de Pinu~ apre

(*) A estimativa da bio~assa arbórea do talhão de P. ooea~panão foi efetuada, visto que este trabalho já havia sidorealizado por CASTRO, POGGIANI & NICOLIELO (1980).

Nas Figuras 18 e 19 sao reunidas as represen-

tações gráficas das regressões correlacionan~o o peso da ma-

téria seca dos componentes das arvores com o DAP, altura to-

tal e seus valores modificados. As equações utilizadas são

altamente significativas e os coeficientes de determinação

(R2) variaram de 0,999 a 0,735.

o E, 4aligna apresentou coeficientes de deter-

minação mais elevados, com exceção das equaçoes correlacio-

nando o DAP com peso dos ramos. Aliás, os coefientes de de-

terminação das correlações entre o DAP e os pesos dos ramos

e das folhas apresentam valores mais baixos do que os coefi-

cientes de determinação das correlações entre o DAP e os pe-

compreensivel do ponto de vista biológico, visto que numero-

sos fatores, tanto genéticos como do ambiente, podem interfe

rir na formação e no crescimento dos ramos. As mesmas ten-

dências foram observadas por COUTO (1983) e por COUTO et aZii

(1984). Neste último trabalho os autores assinalam que os

modelos de equações que apresentaram. os piores ajustamentos

foram os que estimaram os pesos dos ramos e das folhas, vis-

to que as dimensões dos componentes das copas são muito in-fluenciáveis pelos fatores do ambiente, tais como; localiza-

ção das árvores no povoamento florestal, espaçamentos irreg~

lares gerados por falhas, efeitos de competição com os ramos

de outras árvores, etc.; todas situações de dificil controle

em estudos especificos.

A figura 20 cont€ffia representação gráfica

das curvas de regressao correlacionando o DAP com a altura

que no talhão de Pinu~. Este comportamento pode ser atribuido a vários fatores dentre os quais se destacam: o padrão de

•da matéria seca dos respectivos componentes: folhas, ramos,casca e lenho. Observa-se que, enquanto a variação dos com-ponentes da copa é relativamente pequena em relação ao diametro, os pesos dos troncos variam de 70 kg a quase 700 k~ noseucaliptos e de 80 a 250 kg nas árvores de Pinu~t

5.4.2, Concentração dos nutrientes minerais nosversos componentes da biomassa arbõrea

.152.

di-

A concentração dos nutrientes em espécies ar-

bóreas depende em grande parte das características genéticas,

mas depende também das condições do sitio. De acordo com

SCHONAU (1981) a variação sazonal da concentração dos nutri

entes nas folhas de eucaliptos pode ser observada nitidamen

te apenas durante o primeiro ano após o plantio.

De acordo com a metodologia utilizada pela

grande maioria dos autores foram analisadas as concentrações

de cada elemento nos quatros principais componentes das árv~

res: folhas, ramos, casca e lenho. Os valores observados

nos talhões de E. ~a~igna e P. ea~ibaea varo hondu~en~i~ são

apresentados respectivamente nas Tabelas 12 e 13.

Em relação ao E, ~a~igna, observa-se que as

concentrações encontradas nos diferentes componentes das ár-

vores são superiores às concentrações registradas por SILVA

(1983), que estudou o teor de nutrieptes nos diferentes com-

ponentes de eucaliptos plantados sobre Areia Quartzosa, na

região de Itirapina (SP). são superiores também em relação

aos valores encontrados por POGGIANI (1983) em plantação de

E. ~a~igna estudada em Três Lagoas. Provavelmente, o teor

mais elevado de nutrientes, observado em Piracicaba, deve-se

às melhores condições de fertilidade do solo.

Um aspecto que cnama a atenção de forma part~

cular é a elevada concentração de cálcio na casca das arvo~

res de E. ~a~igna. Valores elevados na casca de eucaliptos

já foram assinalados por vários autores dentre os quais pod~

tudo, neste último experimento foram observados teores de Cae Mg mais elevados em função das caracteristicas do solo da

o E. ~aligna revela~se como uma espécie mais frugal, aprese~tando teores mais baixos de nutrientes em quase todos os com

•ponentes. O nitrogênio todavia, apresenta concentrações se-

das árvores de Pinu~ que permitiria assimilar taxas mais elevadas de nitrogênio em virtude de uma maior fixação biológi~

do E. ~aligna e P. ea~ibaea varo hondu~en~i~ são apresenta-

dos nas Tabelas 14 e 15, bem como os respectivos conteúdos

plantado na região de Coffs' Harbour, na Austrália, que est!

mau um total de 196 t/ha aos 12 anos de idade. são entre-

plantado no Rio Grande do Sul e estudado aos oito anos de

idade, observa-se que - corrigidos os valores em função das

idades diferentes (8 e 11 anos) ~ o talhão de E, ~aligna em. .

Estes resultados são facilmente explicáveis pela interpreta-

ção das análises de solo de cada local.

Na Tabela 14 observa~se que o peso das copas

representa apenas 9,6% do peso total das arvores, mas contém

40% dos nutrientes minerais analisados. ~ interessante no-

.155.

biomassa arbórea acumula 37,5% dos nutrientes estudados, se~

do que no caso do cálcio esta proporção sob~ para 47%. O le

nho do tronco, que representa 85% da biomassa, contém uma

proporção relativamente baixa de elementos químicos. Em ter

mos globais, o cálcio é o elemento mais acumulado na biomas-

sa do E. ~ali9na, vindo em ordem decrescente o nitrogênio, o

potássio, o magnésioe o fósforo.

No talhão de P, eanibaea varo hondunen~i~, a

biomassa totaliza 153,6 t/ha, sendo que 21 t/ha correspondem

as copas e 132,6 t/ha correspondem aos troncos.

Estes valores de biomassa sao comparáveis aos

obtidos por EGUNJOBI & BADA (1979), num talhão de 10 anos de

Pinu~ eanibaea. Todavia o conteúdo de nutrientes é mais bai

xo no talhão de Agudos, refletindo as condições edáficas.

CASTRO, POGGIANI & NICOLIELO (1980), num ta-

lhão de Pinu~ ooeanpa, também localizado em Agudos e estuda-

do aos 14 anos de idade, estimaram uma biomassa um pouco in-

ferior à encontrada no talhão de P. ~anibaea varo hondu~en~

~i~ deste experimento, com um total de 102 t/ha, sendo 16 t

contidas nas copas e 86 t contidas nos troncos. O cont~údo

de nutrientes também foi comparativamente mais baixo. Em se

tratando de povoamentos plantados nos mesmos sítios e 'nas

mesmas condições conclui~se que O P. ooeanpa deve ser para

esta região menos produtivo do que o P. eanibaea var~ hondu~

nen~i~.

A incorporação de nutrientes na biomassa arb~

rea do P. eanibaea varo hondunen~i~ em Agudos pode ainda ser

comparada com a estimativa efetuada por CHIJIOKE (1980), em

plantações de P. ea~ibaea localizadas na Amazônia (Jari Flo-

solo apresentar um baixo teor deste elemento, conforme mos-

tra a Tabela 18. Este fenômeno também foi assinalado por o~

tros pesquisadores em plantações de Pinu~, segundo os quais

vada apos o fechamento das copas, o que proporcionaria cond~

çoes favoráveis para a atividade dos microrganismos fixado •..

•copas. A casca, ao contrário do que se observa no E. ~aiig-

na, é um componente que acumula apenas uma pequena proporçao

varia de 4,7 na superfície até 6,0 abaixo de 120 cm de pro-fundidade. A porcentagem de carbono orgânico da camada sup~rior do solo era de se esperar que fosse mais elevada, con-

restas plantadas do Estado de são Paulo. O resultado, todavia, coincide com as observações e~etuadas por SANSIGOLO et

Em função das observações e~etuadas no local,parece que a decomposição do folhedo se processa na superfí-

de fragmentos dos tecidos que compõem a serapilheira.no horlzonte ,superficial. Isto pode ser justificado pela grande redução dos animais detritivoros que normalmente provocam o

•revolvimento do solo, fenômeno este já discutido por

bém um estreitamento da relação Carbono/Nitrogênio (C/N).SAN. - ,......

CHEZ (1981) assinala que em condições de solos ácidos a rela- •...

tende a mineralizar-se mais rapidamente do que o nitrogênio,diminuindo a relação C/No

Observando a Tabela 18 conclui-se que, de ma-

neira geral, a fertilidade do solo no talhã~ de E, ~al~gna é

baixa. Todavia, notam-se variações no perfil em função da

WILL (1980), em florestas de eucaliptos, sabe-se que o potá~

sio é, em grande proporção, suprido pelo ciclo bioquímico da

arvore. Desta maneira a retirad~ do solo deste nutriente por

parte das árvores é menos acentuada do que a do cálcio, o

O solo de Agudos, localizado sob o talhão de

P. ca~~baea varo hondu~en~~~, em função de suas característi

MINIST~RIO DA AGRICULTURA, 1960), mostram que estas

apresentam uma fertilidade muito baixa.

Tomando~se como padrão as faixas de variação

das concentrações de carbono e nitrogênio apresentadas no l~

vantamento supracitado para todo o Estado de são Paulo, con~

tata-se que os teores destes elementos sob o talhão de P~nu~

~an~baea varo hondunen~~~ podem ser considerados como muito

baixos e comparáveis aos valores observados por VAN GOOR

(1966) em povoamentos também constituídos por árvores de p~-

nu~ ~an~baea varo hondunen~~~, localizados no horto flores~

tal de Tupi (SP).

Assim, como foi observado no talhão de E. ~a-

l~gna, observa-se um estreitamento da relação C/N, provavel-

mente devida ã acidificação do solo, geralmente observada &b

talhões florestais de pinheiros (LEPSCH, 1980; LOPES, 1983).

Também os valores de potássio, cálcio e magn~

sio trocáveis sao baixos em todas as profundidades estudadas

e comparáveis aos valores assinaladqp por LOPES (1983), que

estimou as alterações provocadas no solo por plantações de

pinheiros em areas previamente recobertas por vegetação . de

cerrado.

A grande quantidade de biomassa produzida pe-

las florestas de pinheiros, mesmo quando plantadas em solo

de baixa fertilidade, indica que estas espécies arbóreas a-

presentam uma elevada capacidade de aproveitamento dos nu-

trientes. Entretanto, é preciso lembrar que a concentração

de cálcio e magnésio no solo, sob o talhão de P. ~an~baea

pinheiros. A baixa fertilidade do solo, associada com a len

ta decomposição da serapilheira, poderá afetar negativamente

De acordo com a maioria dos autores, uma gra~

de parte das raizes ativas em espécies florestais concentra-

•via, grandes variações de local para local. De acordo com

do volume de solo efetivamente explorado pelas raizes e lim!

tações quanto às técnicas utilizadas nas análises quimicas •

De qualquer forma, os dados apresentados nas Tabelas 20 e 21-

são importantes para que possam ser efetuados prognósticos

sobre o equilíbrio nutricional da floresta em função das di-

ferentes técnicas de manejo e exploração florestal que ve-nham a ser executadas.

Observa-se na Tabela 20, que o cálcio é o elemento disponível que se encontra em maior quantidade no soloem Piracicaba. Este fato justificaria a elevada concentra-ção de cálcio observada na casca do E. ~atigna. Parece por-tanto que no talhão onde foi efetuado este estudo nenhumarestrição existiria quanto à absorção deste elemento podendoocorrer até um consumo de luxo.

Os valores de' nitrogênio disponível foram ca!culados somando-se o nitrogênio amoniacal com o i nitrogênionítrico. Todavia em função das grandes variações sazonaisobservadas por VERDADE (1951) os dados devem ser analisadoscom as necessárias restrições.

As quantidades de nutrientes disponíveis nosolo estimadas para o talhão de E. ~atigna são comparáveisaos valores encontrados por HINGSTON, DIMMOCK& TURTON (1981)até 1 nletro de profundidade numa fl~resta de Eueatyptu~ man-

ginata na Austrália.

Em Agudos, sob o talhão de P. eanibaea varohondunen~i~, com exceção do nitrogênio, as quantidades de todos os elementos são menores do que no solo sob o talhão deE. ~atigna em Piracicaba. Ficam evidentes principalmente osbaixos conteúdos de potássio, cálcio e magnésio. Para efei-to de comparação é interessante registrar os estoques de nu-trientes disponíveis estimados por STEWART & KELLMAN (1982)nos primeiros 30 centimetros de profundidade em uma' área pr2

.162.

xima à Belize, local de ocorrência natural do P. ea~ibaea

varo hondu~en~i~ na América Central. Os valores por hectare

são os seguintes: 2169 kg de N-tota1, 3,8 kg de P, 104,2 kg

de K, 73,8 kg de Ca e 48,9 kg de Mg. Observa-se que, compa-

rativamente, o solo de Agudos (de O a 20 cm) apresenta um va

lor quase equivalente de nitrogênio (Tabela 24), uma maior

quantidade de fósforo, mas quantidades inferiores de potás~

sio, cálcio e magnésio trocáveis. Estes autores observaram

ainda que as raizes pivotantes dos pinheiros existentes na

região, que estão abaixo dos 30 cm de profundidade, desempe-

nham um papel pouco importante em relação à absorção dos nu-

trientes.

Na Tabela 22 sao apresentadas as concentra-

çoes de nutrientes minerais (N, P, K, Ca e Mg) contidos no

solo em suas formas totais. Seus valores são baixos, se com-

parados com as demais áreas do Estado de são Paulo estudadas

por VERDADE (1960). ~ preciso lembrar, neste sentido, que

as florestas plantadas atualmente tendem a ocupar solos ain~

da mais pobres do que os que foram fstudados nesta pesquisa,

tanto em Piracicaba COmO em Agudos.

Conforme observado por VERDADE (1972), o teor

potencial entre as diversas camadas do perfil apresenta ape-

nas pequenas diferenças.

Em principio, pode~se dizer que somente sao

acessiveis as plantas as bases trocáveis e os constituintes

solúveis. Os elementos que não se encontram nestas condi-

ções devem sofrer transformações para poderem ser absorvidos

pelas plantas.

existem grandes diferenças entre os solos de regiões temper~

das e tropicais. Os solos sob florestas de regiões tempera-

-se por exemplo, que apenas 0,26% do fósforo total se encon-

tra na forma disponível no solo de Piracicaba e 0,59% no so-

- .na Austrália, num solo sob vegetaçao natural de

poníveis: fósforo 731 e 13 kg/ha, potássio 5212 e 160 kg/ha,

cálcio 4347 e 1146 kg/ha e magnésio 2347 e 303 kg/ha.

visto ser impossível reproduzir artificialmente as condições•

dos disponíveis no solo, é um estudo fundamental, principal-

mente em se tratando de florestas de rápido crescimento que

provocam fortes alterações na ciclagem dos nutrientes em re~

Este aspecto torna-se muito mais evidente no caso de flores_

tas plantadas de rápido crescimento. Estes ecossistemas têm

elevadas quantidades de elementos quimicos do solo para a

biomassa arbórea. Consequentemente, a exploração florestal,

poderá acarretar uma grande exportação de nutrientes do si-

artificiais (SWITZER, NELSON & HINESLEY, 1978).~

mais ou menos exigentes e, em alguns casos, podendo até apr~

sentar "acúmulos de luxo", COmO foi observado no E. -6a..tigna.,

.166.

A capacidade que uma determinada espécie pos-

sui de reciclar os nutrientes pode refletir-se de forma mar-

cante em sua adaptação a diferentes tipos de solo. Por exem

pIo, ATTIWILL (1980) conclui que o ciclo bioquímico do fósfo

ro em Eucalyptu~ obliqua é responsável por suprir 46% das n~

cessidades deste elemento, sendo que o ciclo biogeoquímico

seria responsável por 36%. Desta forma, a retirada de fósf~

ro do solo corresponderia a apenas 18% da demanda total da

floresta. Isto justificaria a adaptação do E, obliqua aos

solos com baixos teores de fósforo existentes na Austrália.

~ preciso ressaltar que o acúmulo de nutrien-

tes na biomassa arbórea varia de elemento para elemento em

função dos diferentes níveis de fertilidade do solo, das aa-

racterísticas nutricionais de cada espécie e da idade da fIo

Na Tabela 27 (a seguir) sao estimadas as quag

tidades anuais de nutrientes absorvidos pelas árvores, acum~

lados na biomassa e devolvidos ao solo pela deposição do fo-

lhedo. Na verdade, estes valores deVem ser considerados com

as devidas ressalvas, visto que não foram computadas as quag

tidades de nutrientes depositados através da queda de ramos,

casca, frutos, etc. e nem os lixiviados das copas pela agua

da chuva. Todavia, os dados fornecem uma idéia da importân-

cia que a deposição de folhedo possui para o suprimento dos

nutrientes às árvores das plantações florestais, Verifica~se

ainda a grande diferença que existe entre as árvores de E.

saligna e dos pinheiros, quanto às porcentagens de nutrien~

tes acumulados e devolvidos ao solo. Fica evidente que o ci

TABELA 27. E~tima~iva da mineralo::,.assa absorviê.a, ~ç~:;(ulada nas árvores e devolvida ao solo pela derrubada dasfolhas (kg/ha/ano) . Os valores entre pare:-:teses indicam as porcer~ tagens em relação à absorção.

Tal:-.ão N ? K ca 1-13'florestal Abs. Ac. Dev. l-bs. N:;. t.=v. JI.bs. 1-~. t.=v. ;".1)5, Ac, !À."V • Abs. h:.. Dev.

E. 6aL4Jlla. 47,3 20,0 27,3 7,4 5,2 2,2 33,9 17,2 16,7 130,7 86,7 44,0 .16,7 7,4 9,3(11 anos)

(100) (42,3) (57,7) (100) (70) (30) (100) (50,7) (49,3) (100) (66,3) (33,7) (100) (44,3) (55,7)

P. c.cvúbaea varo 65,4 21,7 43,7 3,3 1,1 2,2 32,9 10,7 22,2 27,7 7,3 20,4 8,8 2.4 6,4hoY! rlu/LV'Á.w(14 anos) (100) (33,2) (66,8) (100) (33,3) (66,7) (100) (32,5) (67,5) (100) (26,4) (73,6) (100) (27,2) (72,8)

P. oOCMpa· 53,8 17,1 36,7 3,1 1,2 1,9 23,0 9,3 13,7 20,0 7,3 12,7 6,3 1,8 4,5(14 anos)

(100) (31,8) (68,2) (100) (38,7) (61,3) (100) (40,4) (59,6) (100) (36,5) (63,S) (100) (28,S) (71,5)..Abs. = absorção; Ac. = acú:nulo ou incremento anual de nutrientes na bio:r.assa arbórea; Dev, devolução de nutrien-tes ao solo pela queda do folhedo.

* valores calculados a partir do trabalho de CASTRO, POGGIANI & NICOLIELO (1980) .•

xemplo, que enquanto o E. ~alig~a retem 70% do fósforo absorvido anualmente e devolve 30% ao solo~ o P. ~a~ibaea varo

•de elementos na biomassa arbórea de acordo com a espécie e a

Em relação à idade dos talhões, POGGIANI, eouTO & SIMÕES (1979), no Brasil, corroborando os resultados ob

que o retardamento da idade cte corte reduz a exportação denutrientes do sitio. Também eRANE & RAISON (1980), na Aus-trália, concluiram que O corte de tlorestas de Eu~alyptu~ ~e

.169.

da elevada proporçao de alburno existente na biomassado

tronco. Fica evidente portanto, que para se manter o balan-

ço nutricional mais equilibrado em florestas implantadas se-

ria desejável que os ciclos de corte fossem mais longos. 1s

to pouparia também o solo dos efeitos deletérios provocados

pela frequente passagem das máquinas utilizadas nas práticas

de exploração florestal.

Um outro aspecto da ciclagem de nutrientes

que levanta certas dúvidas por parte dos silvicultores, ref~

re-se à quantidade de elementos essenciais que seriam reti-

dos pela serapilheira, principalmente nas plantações de pi-

nheiros, onde a decomposição é mais demorada. Até certo po~

to esta preocupação fundamenta-se no fato de que na Austrá-

lia está sendo registrado um declínio na produtividade em ta

lhões de P~nu~ ~ad~ata em virtude da elevada quantidade de

nutrientes minerais retidos na serapilheira de florestas im-

plantadas sobre solos arenosos e de baixa fertilidade (FLO-

RENCE & LAMB, 1975). Estes autores evidenciam que a queda

de fertilidade efetivamente pode ocacrer quando o estoque de

nutrientes no solo se apresenta em níveis muito baixos e o

acúmulo de nutrientes minerais contidos na serapilheira.é e-

levado.

Na Tabela 28 (a seguir) sao apresentadas as

relações entre os nutrientes minerais contidos no folhedo da

serapilheira e os nutrientes contidos nas folhas das árvores

de cada talhão estudado, assim como as relações entre os nu-

trientes contidos no folhedo e os contidos na camada de solo

até 180 cm de profundidade.

Relação Talhão Elementos

N p K Ca r.1g

Folhedo/ E. -6a.ligna. 1,00 0,95 0,36 0,56 1,21Folhas

das P. c.a.It. hond. 1,55 1,46 0,45 1,97 1,16copas

P. ooc.a.ltpa. 2,02 2,07 0,79 3,01 2,58

Solo/Folhedo

12,8

14,8

85,1

10,0

•rais na serapilheira está diretamente ligada com a velocida-

Tem-se especificamente no caso do cálcio dois fatores que se

somam; sendo O primeiro a lenta decomposição das aciculas e

• 171 •

A relação solo/folhedo evidencia o papel rel~

vante da retenção de elementos na serapilheira das florestas

plantadas. Principalmente nos talhões de pinheiros planta~

dos sobre solo de baixa fertilidade e onde se acumula uma

maior quantidade de acículas, a relação entre os nutrientes

contidos no solo e no folhedo torna~se, para alguns elema~-

tos, muito pequena. Isto indica que, em certas situações de

solos extremamente pobres, como ocorre nas Areias Quartzo-

sas, o acúmulo de nutrientes na serapilheira poderá até de-

terminar carências nutricionais com o consequente declínio

da produtividade nas rotações seguintes,

BALLONI (1984), em plantações florestais de

Pi»u~ cahibaea varo bahame»~i~ localizadas sobre um 1atosso-

10 vermelho-amarelo, fase arenosa, de fertilidade muito bai~

xa, observou que a simples calagem teve um efeito altamente

significativo na produtividade da floresta. ~ provável que

a aplicação de ca1cário tenha corrigido a baixa relação en~

tre o cálcio do solo e cálcio contido na serapilheira acumu-

Estes aspectos evidenciam que o equilíbrio da

dinâmica dos nutrientes nos ecossistemas, principalmente em

se tratando de florestas de rápido crescimento, devem mere-

cer estudos mais aprofundados e a longo prazo, incluindo su-

cessivas rotações.

Observa-se, por exemplo, corno est~o distribu!

dos os nutrientes entre os compartimentos dos talhões flore~

tais estudados nesta pesquisa, através dos esquemas apresen-

tados nas Figuras 23, 24 e 25. Nota-se que no talhão de E.

44iLillIln7,J

MI ,2

NPKCoMg

NUTRIENTES CONTIDOS NA SIOMASSAACIMA DO SOLO (KO lha)

N P K Ca MO

Árvores 2/9 58 191 954 81,4

Folhedo 50,2 4,6 /0,6 ~9,2 14,6

Total 269.2 62.6 201,6 ~13.2 96

SOLO1240 59 277 79~6 1243

(o-/80cm)JLJko

•••••4,'

, l ~ ~ ~

I \IH

'~6

4',6

~• 22

22 ~ 2,2 • 13 31

N P KCaMQ N P K Co MQ

NUTRIENTES CONTIDOS NA S/OMASSAACIMA DO SOLO ( K g I ho )

N P K Co Mg

Árvore. 304 [6,2 /50 /03 34

Folh.do 1156 8.!5 19,8 38,2 8,9

Torol 460 24,7 169,8 141,2 42.9SOLO

J290 51 128 492 89(0-I80em)

FIGURA 24. Acúmulo (kg/ha) e transferência de nutrientes (kg/ha!ano) no talhão de P.ea~ibaea varo hondu~en~i~.

23

D2..00gNPKCaMg

27n ,!.!., I)

libUll&N P K Ca Mg

NUTRIENTES CONTIDOS NA S/OMASSA

ACIMA DO SOLO ( Kg / ha )

N P K Ca Mg

Arvor •• 240 16,7 131 /03 26

Fo/hldo 164 8,7 21 33,3 9,3

Tara I 404 ~ l!í2 136,3 35,3

SOLO 1290 00,7 128 4el 89(O-lOOcm)

FIGURA 25. Acúmulo (kg/ha) e transferência de nutrientes (kg/ha/ano) no talhão de Pi

•tos através da chuva, poeira, intemperismo ou adubações. Ob

PiHU~6, em Agudos, o estoque mais baixo estaria restrito prig

cipalmente ao potássio, com uma reserva de apenas 11,9 anos

lizados por KELLMAN, HUDSON & SAMMUGADAS (1982), MEGURO, VI-

NUEZA & PELITTI (1979b) e vários outros trabalhos já citados

Talhões N P K Ca Mg

Nutrientes disponí E. .6 a-tig na 1240 59 272 7956 1243veis no solo até -180 em (kg/ha) PÚtU.6 1290 51 128 492 89

Nutrientes acumula E. .6a-tigna 2Ô 5,2 17,2 86,7 7,4dos anualmente pe~Ias arvores (kgIha/ P. c.aJLibae.aano) varo 21,7 1,1 10,7 7,3 , 2,4

ho nduJLe.n.6.Ü

P. ooc.aJLpa 17,1 1,2 9,3 7,3 1,8

Tempo necessário E. ,~a-tigna 62,0 11 ,3 15,8 91,7 167,9para transferir osnutrientes do solo P. c.aJLibae.apara a biomassa varo 59,4 46,3 11 ,9 67,4 37,0(anos) honduJLe.n.6i.6

P. ooc.aJLpa 75,4 42,5 13,7 67,4 49,4

•177.(local

onde foi também efetuada esta pesquisa) e relatados por POG-

GIANI ,?t a~ii (1983) registram que a água de gotejamento de-

baixo de um talhão de P, eahibaea varo honduhen~i~ depositou

sobre o solo por halano 0,12 kg de P, 17,1 kg de K, 25,7 kg

de Ca e 3,2 kg de Mg. Assinalam os autores que os valores

registrados são elevados, se coeparacos com os de outras re-

giões. Justificam o resultado assinalando que na região de

Agudos são efetuadas anualmente as queimadas dos canaviais

que circundam as plantações de Pinu~ e que liberam para a a!

mosfera grandes quantidades de partículas resultantes da com

bustão. Estas, ao se depositarem, seriam capturadas pela c~

pa das arvores dos pinheiros e posteriormente lavadas pelas

águas das chuvas, constituindo~se numa considerável entrada

de nutrientes no ecossistema florestal.

Comparando-se as quantidades de nutrientes d~

positados pela agua de gotejamento com as quantidades de nu-trientes anualmente acumulados na biomassa arbórea observa-

-se que, exceção do fósforo, pratica~nte são supridas todas

as necessidades de potássio, cálcio e magnésio. Isto pode

justificar o comportamento observado nos talhões de Pinu~ em

Agudos que, mesmo sem adubação, apresentam um crescimento sa

tisfatório aos 30 anos de idade e tendo sofrido tr~s ou qua-

tro desbastes.

Para o E. ~aligna, plantado em Piracicaba,não

existem dados mais especificos, mas por se tratar também de

urna área circundada por extensas culturas de cana-de-açúcar

é possível que ocorra o mesmo fenômeno. Há todavia necessi-

Na Tabela 30 ê apresentada a distribuição pe~

Observa-se, no caso do E, ~al~9na, que o equl

librio ê mais critico para os elementos fósforo e potássio,

sio, visto que a biomassa arbórea de ambos os talhões, con~•

Algumas considerações ainda podem ser feitas

em relação às implicações das diferentes formas de explora~

Nos últimos anos tem~se discutido a possibill

dade da aplicação das "mini-rotações" e da utilização total

TABELA 30. Distribuição pcrcentual (ios nutrientes r.Iinerais nos compartimentos d"s plantações florestais estudadas.

Ccrr:parte!: PlaI2tações florestaismentos E. ;a(,(9>1a P. cG.Jt,(bae.a var. honduJte.Yi.-6i...6 P. oocaJtell

N p K Ca l-íg N P K Ca Mg N P K Ca .!iS-..Folhas 3,28 3,94 6,10 1,18 0,88 5,75 7,67 14,74 J, 10 5,84 4,77 5,49 9,41 1,75 2,39

Ramos 2,10 9,04 8,45 3,30 1,74 1,31 1,71 3,95 2,14 3,18 1,58 2,61 6,38 2,05 2,96

Casca 1,66 9,86 10,01 4,99 2,27 2,49 2,91 11,46 2,08 2,80 2,08 2,87 6,88 2,13 2,64

Lenho 7,45 24,75 iS,24 1,14 1,18 7,83 8,99 20,27 9,00 13,89 5,70 10,86 24,17 10,50 12,67

Copa 5,38 13,00 14,57 4,49 2,62 7,06 9,39 18,69 5,25 9,03 6,36 8,11 15,79 3,80 5,85

Fuste 9,12 37,70 25,26 6,14 3,45 10,32 11,90 31,76 11,09 16,70 7,78 13,74 31,06 12,63 15,31•Árvore total 14 ,51 47,50 39,84 10,64 6,07 17,39 21,29 50,47 16,35 25,66 14,15 21,85 46,85 16,43 21,17

Folhedo (se-rapilheira) 3,32 3,78 2,21 0,66 1,09 8,89 11,24 6,63 6,02 6,75 9,72 11,38 7,50 5,28 7,45

Solo(180 eml 82,16 48,51 57,93 88,69 92,83 73,71 67,46 42,89 77,61 67,57 76,11 66,75 45,64 72,28 71,38

quais se destacam SWITZER, NELSON & HINESLEY (1978), HANSEN

& BAKER (1979) e, no Brasil, POGGIANI, COUTO & SIMOES (1979)

ma. Especialmente nos solos de baixa fertilidade, onde vem

sendo implantadas as florestas no Brasil, a utilização dos

exemplo, que se for explorado apenas o lenho do tronco das

árvores haverá urna exportação equivalente a ,15,2% do potás-

sio total contido no sistema do talhão de E. ~dl~gnd, 20,2%

do talhão de P. edn~baea varo hondunen~~~ e 24,1% do talhão

Todavia, se forem exportados também os resi-•

tal da arvore fica ainda mais evidente quando se, verifica

que os resíduos florestais representam apenas urna fração re-

lativamente pequena da biomassa arbórear conforme foi apre-

derações efetuadas, pode~se concluir que as florestas plant~

das com eucaliptos ou pinheiros, desde que bem manejadas,

dade de cuidados especiais em relação a ciclagem de nutrien-

tes. Dependendo das características do solo e das espécies

arbóreas utilizadas, são necessários estudos específicos e

práticas silviculturais adequadas para que possam ser preve-

nidos possíveis desequilibrios que, a médio e a longo pra-

zo, poderiam comprometer a produtividade florestal.

rais, atualmente determinadas prioritariamente pelas necess!

dades do mercado ou da indústria, estivessem cada vez mais

em consonância com as rotações ecológicas. De acordo com-- - ,KIMMINS (1977) entende_se por rotaçao ecologica aquela que

permite a volta do sitio às condições ecológicas que exis-

Há necessidade, portanto, que os silviculto-

res incluam em suas metas de trabalho, não apenas a produti-

vidade desejada, mas também o objetivo de manter e até de me

lhorar a qualidade do sitio. Pesta forma, as rotações silvi

culturais nunca deveriam ser mais curtas do que as rotações

ecológicas. Neste sentido, as rotações deveriam variar de

.182.

acordo com a magnitude de remoçao dos nutrientes através da

exportação da biomassa arbórea e de acordo com as taxas de

reposição natural ou artificial dos nutrientes no ecossiste-

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19"17/78julhou<Jo~";to~ctclllbrooutubronovembrodezembrojaneirofevereiromarçoabril

1978/79julhoagostosetembrooutubronovembrodezembrojaneirofevereiromarçoabril

1979/80julhoagosto

setembrooutubronovembrodezembrojaneirofevereiromarçoabrilmaiojunho

0,G38:!-0,0080,7402:0,0400,GG7:!.0,0150,6110':0,0160,610':0,0120,650':0,0270,550':0,0090,620':0,0100,604':0,0170,570!-0,0070,592:!.0,0140,670!-0,019

0,696':0,0480,636:':0,0250,626.:!:0,0910,712':0,0140,682':0,0020,624!-0,0100,488':0,0250,566':0,0120,5602:0,0260,546':0,0460,710.:!:0,0250,582':0,011

D,626':0,0090,624.:!:0,0020,668':0,0190,612':0,0160,582':0,0170,616:':0,0150,642:t0,0240,588.:!:0,0140,622':0,0210;638':0,0070,584':0,0250,676!-0,051

0,036':0,0090,020':0,0060,02G2:0,0050,022':0,0020,026':0,0060,060':0,0030,050':0,0070,036!-0,0020,044':0,0090,049::0,0070,050:':0,0050,072':0,008

0,092!-0,0060,048':0,0350,066':0,0480,049':0,0060,048.!0,0030,040':0,0010,046':0,0040,058':0,0060,089':0,0040,049':0,0040,043':0,0030,082':0,005

0,046':0,002O, 054.!0,0040,078.!0,0020,052:0,0070,054.!0,0040,044':0,0020,040.!0,0030,047':0,0020,070':0,0070,048.!0,0240,09G.!0,0060,062':0,005

0,714':0,0410,330':0,0110,437"~0,0220,466':0,0160,240':0,0200,340':0,0400,470':0,0150,250.!0,0100,398':0,0810,528':0,1080,430:':0,0360,700.!0,049

0,610':0,019O,258.!0,0040,600.!0,0280,170':0,0130,166.!0,0150,168.:!:0,0070,1882:0,0070,3142:0,0160,323':0,0120,312':0,0230,426.!0,0220,736::0,043

0,396~0,0150,420':0,0350,5562:0,0440,302':0,0100,414.:!:0,0190,284.!0,0160,226':0,0150,250':0,0090,538':0,044O,268.!0,022O,71S.!0,0160,282:':0,015

1,100.!0,0481,190':0,0401,130':0,0411,088':0,0371,140':0,0390,750:!-0,0190,820':0,03G0,850':0,0460,836':0,0240,752.!0,089O,76G':0,038O,716.!0,065

0,9572:0,0381,00G.!0,0410,9G0.!0,0351,314.!0,0381,195':0,0270,871':0,0160,894.!0,0250,926.!O,0320,928':0,0220,879':0,0550,8562:0,025"0,839.!0,042

0,814::0,0280,822':0,042• +0,790-0,0291,540.!0,0391,250':0,0150,9922:0,0140,968.!0,0151,002':0,0181,020':0,0201,006':0,0210,946':0,0130,962':0,020

0,234':0,0190,180':0,0400,210':0,0180,216':0,0070,210':0,0090,2062:0,0130,220':0,0150,210':0,0100,206:0,0050,232':0,0190,200':0,0040,234':0,012

0,220:':0,0020,184:0,0020,238:0,0100,200:0,0100,190':0,0030;208':0,0060,220!-O,0070,214!-0,0070,223!-O,0040,218:0,0150,234:0,0050,270iO,008"

0,2122:0,0660,196:0,0750,210':0,0050,228.!O,0080,222.!0,0090,194:':0,0060,166':0,0080,188iO,0070,222:0,0080,214':0,0090,292':0,0130,206':0,006

'l'l\BELl\ 2. Concentração de nutrientes ( %) no folhedo depositado no talhão deP. c-It/l'{'baea var. ltolldl(!le.ll~ú) (mét1ia e desvio padrão) .

Mc~;es N P K Cil Mg

1977/78julho 0,420:'0,107 0,018:0,008 0,36210,028 0,27210,028 0,096'::0,004agosto 0,474:'0,017 0,018'::0,002 O,337!0,O19 0,308:'0,023 0,066'::0,004setembro 0,584:'0,022 0,012:'0,002 0,260:'0,053 0,278::0,045 0,132:'0,023outubro 0,570'::0,024 0,012:'0,006 0,256:'0,022 0,208:!:0,012 0,106:'0,009novembro 0,462:'0,012 0,013:'0,006 0,216:!-0,004 0,214::0,017 0,112:'0,008dezembro 0,610'::0,024 0,032'::0,002 0,258:'0,019 0,198::0,019 0,092:'0,007janeiro 0,640'::0,030 0,040'::0,007 0,350:'0,076 0,240::0,012 0,090:'0,010fevereiro 0,434'::0,020 0,023:'0,002 0,262:'0,007 0,218:'0,012 0,086'::0,007.março 0,464:'0,013 O,027!0, 002 0,270:'0,012 0,198:'0,013 0,086:'0,006abril 0,458'::0,009 0,033:'0,004 0,304:!:0,020 0,182:'0,012 0,086'::0,008maio 0,444:!:0,025 0,022:'0,002 0,252!0,033 O, 178:!:0,030 0,072!O,O04junho 0,520!0,020 0,028!0,005 0,302!0,025 0,152:'0,01!> 0,064:'0,007

19"/8/79julho 0,666!0,090 0,051!0,008 0,278:!:0,033 0,216!0,023 0,062:0,030agosto 0,716!0,070 0,052:!:0,011 0,396!0,070 0,238:0,015 0,086:'0,018setembro 0,564!0,030 0,032:0,002 0,272:'0,008 0,223::0,065 0,968:'0,004outubro 0,53210,025 0,032!0,002 0,254:!:0,011 0,22610,018 0,068:'0,004novembro 0,580'::0,018 0,034!0,002 0,232:'0,007 0,289!0,023 0,076!0,004

0,660'::0,011 0,040::0,003 0,272:!-0,017 0,225:'0,013 +dezembro 0,070-0,003janeiro 0,650!0,027 0,045:'0,007 0,290:'0,018 0,254!0,006 0,072!0,018fevereiro 0,466:!-0,008 0,034:'0,002 0,236!0,006 0,281!0,010 0,072.!0,006março 0,495:'0,009 0,031!O,O02 0,255:0,010 0,275:0,011 0,067:'0,002abril 0,442:'0,030 0,02810,002 0,278:'0,015 0,249:'0,021 0,082:'0,002muio 0,448!0,021 0,018:'0,007 0,242!0,O15 0,218!0,020 0,082:'0,004junho 0.,620':0,038 0,031!0,001 0,344:'0,020 0,201'::0,011 0,076!0,005

1979/800,496!0,009 0,020!0,001 0,252::0,016 •• 0,160::0,019 0,062:'0,040julho

agosto 0,520':0,015 0,030!0,002 0,230:':.0,012 0,168':0,007 0,066!0,024setembro 0,672!0,012 0,042!0,002 0,254:'.0,009 0,168!0,086 0,066.!0,004outubro 0,676!0,070 0,042::0,002 0,344!0,030 0,244:!:0,025 0,072:':.0,006novembro 0,582!0,024 0,028!0,002 0,226:':.0,017 0,364!0,040 0,084::0,010dezembro 0,628:'0,010 0,030:!:0,001 0,194::0,005 0,252':0,008 0,074:0,006janeiro 0,608':0,020 0,028:!-O,O01 0,236::0,019 0,268!0,001 0,07010,006fevereiro 0,638':0,020 0,029::0,001 0,156:'0,014 0,344:'0,00~ 0,068:'0,005março 0,S02.!O,004 0,016::0,006 0,294:'0,050 0,352~0,009 0,068:'0,005abril 0,546:'0,012 0,022:!:0,003 0,260::0,015 0/315::0,030 0,060:'0,005maio 0,488:'0.017 0,024:'0,002 0,210::0,007 0,258':0,011 0,058':0,005junho 0,520:'0,020 0,029:'0,008 0,242':0,012 0,250':0,008 0,074:'0,009

TAilEL1\ 3. Concentração de,nutrientes (%) no folhedo depositado no talhão deP. OOCl1.llpa. (média ü desvio padrão) .

~lescs N P K Ca Mg

1977/78julho 0,548!0,023 0,040:0,002 0,206:':0,042 0,1842:0,019 0,048:0,006agosto 0,390:0,032 0,020:0,001 0,252:':0,045 0,212':0,000 0,070:0,007setembro 0,470':0,010 0,016:':0,002 0,342:':0,045 0,256:':0,047 0,120:0,016outubro 0,614':0,032 0,015:0,001 0,262:0,017 0,122:0,011 0,092:0,037novembro 0,530:0,014 0,014:':0,001 0,206:0,019 0,170:':0,005 0,098:0,013dezembro 0,804:0,043 0,039:0,004 0,278:0,031 0,160:0,006 0,074:':0,002janeiro 0,770:0,046 0,040:0,001 0,300:':0,020 0,180:':0,034 0,070:':0,001fevereiro 0,534':0,037 0,023:':0,018 0,220:':0,012 0,134:':0,013 0,070:':0,003março 0,512:':0,041 0,031:0,004 0,182':0,010 0,144':0,014 0,068:0,002abril 0,454:0,014 0,026:':0,002 0,220':0,011 0,096!0,006 0,060:':0,003maio 0,426:0,021 0,022':0,002 0,178:0,009 0,146:':0,0.16 0,068:':0,006junho 0,520:':0,020 0,030:':0,001 0,210:0,025 0,250:':0,083 0,070:0,001

1978/79julho 0,620:':0,019 0,036:':0,002 0,202:':0,015 0,145:':0,013 0,068:':0,002agosLo 0,714:':0,014 0,044:':0,006 0,204':0,049 0,162:0,006 0,060:0,007setembro 0,608:':0,012 0,032':0,002 0,216':0,007 0,184:':0,025 0,058:':0,002outubro 0,512:':0,031 0,032:':0,003 0,238:':0,031 0,166:0,017 0,054:':0,024novembro 0,610:':0,009 0,041:':0,007 0,182:0,022 0,177:':0,008 0,060:':0,001dezembro 0,714:0,066 0,047:0,007 0,248:':0,045 0,164:0,007 0,066:0,004janeiro 0,650':0,036 0,040':0,001 0,230:':0,010 0,200:':0,029 0,060:':0,001fevereiro 0,45610,013 0,034':0,002 0,170:':0,011 0,189:':0,013 0,054:':0,002março 0,443':0,088 0,031':0,003 0,160:':0,009 0,203:':0,011 0.059:!:0,002abril 0,454:':0,013 0,028:':0,002 0,186:0,019 0,152:0,006 0,060:':0,003 .maio 0,398:0,005 0,01210,002 0,134:':0,015 0,164:':0,011 0,066:':0,002junho _0,550':0,012 0,030':0,001 0,226:':0,023 0,223':0,050 0,085:':0,005

1979/80julho 0,494':0,007 0,02010,001 0,198':0,020 tll,106':0,008 0,052:0,002agosto 0,504:':0,007 0,020':0,001 0,132:0,015 0,11210,004 0,050':0,001setembro 0,674:':0,018 0,044':0,002 0,188:':0,004 0,112:':0,004 0,056:':0,002outubro 0,804:':0,040 0,042:':0,002 0,276:':0,015 0,210:0,023 0,068:':0,004 'novembro 0,710:':0,040 0,038:':0,002 0,246:':0,015 0,184:0,012 0,056:':0,002dezembro 0,614:':0,014 0,026:':0,004 0,176:':0,015 0,16810,009 0,05310,003janeiro 0;510:':0,015 0,03710,007 0,200:':0,024 0,220.:':0,025 0,056:':0,005fevereiro 0,608:':0,020 0,029:':0,001 0,12210,010 0,244:':0,014_ 0,050:':0,001'março 0,496:':0,007 0,017:0,001 0,160;':0,012 0,262;':0,009 0,054!0,002abril 0,456:0,014 0,017:':0,001 0,162:':0,009 0,208':0,007 9,052:0,002maio 0,404':0,019 0,010:':0,001 0,148:':0,009 0,182':0,007 0,050:0,001junho 0,510:0,012 0,022':0,001 0,156:0,007 0,052:0,002 0,195:0,017

.209.

TABELA 4. Nutrientes depositados sobre o solo do talhão deE. .6 a.l,[g na. (kg/ha/mes) •

Meses ElementosN ]? K Ca Mg

1977/78julho 2,731 0,154 3,057 4,710 1,001agosto 2,905 0,078 1,295 4,673 0,706setembro 2,423 0,094 1,587 4,105 0,762outubro 3,810 0,123 2,611 6,097 1,210novembro 2,979 0,127 1,172 5,568 1,025dezembro 2,477 0,228 1,295 2,858 0,785janeiro 5,177 0,470 4,424 7,718 2,070fevereiro 3,064 0,177 1,235 4,201 1,038março 2,287 0,166 1,507 3,165 0,780abril 1,987 0,170 1,841 2,622 0,808maio 0,910 0,076 0,661 1,178 0,307junho 0,771 0,082 0,805 0,824 0,269Total 31,521 1,945 21,490 47,719 10,761

1978/79julho 1,646 0,217 1,443 2,264 0,520agosto 2,061 0,155 0,836 3,261 0,596setembro 2,047 0,215 1,962 3,139 0,778outubro 2,669 0,183 0,657 4,926 0,749novembro 3,503 0,246 0,852 6,138 0,976dezembro 2,110 0,135 0,568 2,946 0,703janeiro 3,800 0,358 1,464 6,962 1,713fevereiro 3,770 0,386 2,091 '6,169 1,425março 1,532 0,243 0,883 2,539 0,610abril 0,825 0,074 0,471 1,329 0,329maio 0,944 0,057 0,566 1,138 0,311junho 1,087 0,153 1,374 1,567 0,504Total 25,994 2,422 13,147 42,378 9,214

ti

1979/80julho 0,809 0,059 0,512 1,052 0,274agosto 1,723 0,149 1('160 2,270 0,541setembro 1,776 0,207 1,478 2,100 0,558outubro 3,699 0,314 1,825 9,309 1,378novembro 2,039 0,189 1,451 4,381 0,778dezembro 2,159 0,154 0,995 3,476 0,679janeiro 1,906 0,118 0,670 2,873 0,492fevereiro 1,920 0,153 0,816 3,273 0,614março 3,946 0,444 3,413 6,471 1,408abril 1,360 0,102 0,571 2,145 0,456maio 1,523 0,250 1,872 2,467 0,292junho 1,619 0,148 0,675 2,303 0,493Total 24,479 2,287 15,438 42,120 7,963

·210.

TABEIA 5. Nutrientes depositados sbbre o solo do talhão deP. c.a.Jtiba.ea. varo honduJten.6i.6 (kg/ha/mês) .

Meses ElementosN p K Ca Mg

1977/78julho 3,976 0,170 3,427 2,575 0,908agosto 7,902 0,300 5,601 5,134 1,100setembro 5,855 0,120 2,606 1,323 2,787outubro 3,488 0,073 1;566 1,272 0,648novembro 1,868 0,052 0,873 0,453 0,865dezembro 2,510 0,131 1,061 0,814 0,378janeiro 1,414 0,088 0,773 0,530 0,198fevereiro 3,549 0,188 2,142 1 ,782 0,703março 2,861 0,166 1,665 1,221 0,530abril 1,085 0,078 0,720 0,203 0,431maio 8,524 0,422 4,838 1,382 3,417junho 1,727 0,093 1,003 0,505 0,212Total 44,759 1,881 26,275 21,333 8,038

1978/79julho 1,691 0,129 0,706 0,548 0,157agosto 2,518 0,182 1,392 0,835 0,302setembro 6,937 0,393 3,345 2,742 0,836outubro 5,878 0,353 2,806 2,497 0,751novembro 1,600 0,093 0,640 0,797 0,209dezembro 3,326 0,201 1,370 1,134 0,352janeiro 2,938 0,203 1,310 1,148 0,325fevereiro 6,398 0,466 3,240 3,858 0,988março 2,568 0,160 1,322 0,347 1,426abril 6,826 0,432 4,293 1,266 3,845maio 2,611 0,104 1,410 1,270 0,478junho 1,041 0,052 0,577 0,337 0,127Total 44,332 2,768 22,411 20,437 6,138•1979/80julho 3,105 0,125 1,578 1,001 0,388agosto 2,566 0,148 1,135 0,829 0,325setembro 3,332 0,208 1,259 0,833 0,327outubro 2,984 0,185 1,518 1,077 0,317novembro 2,573 0,123 0,999 1,609 0,371dezembro 1,779 0,084 0,549 0,713 0,209janeiro 3,120 0,143 1,211 1,375 0,359fevereiro 3,916 0,178 0,957 2,111 0,417março 2,281 0,072 1,336 1,599 0,309abril 3,012 0,121 1,434 0,331 1,743maio 4,829 0,239, 2,078 2,553 0,574junho 8,662 0,483 4,031 4,164 1,232Total 42,159 2,107 18,085 19,607 5,159

·211.TABELA 6. Nutrientes depositados sobre o solo do talhão de

P. ooc.aJtpa (kg/ha/mês) •

Meses ElementosN J? K Ca l-1g

1977/78julho 2,165 0,158 0,814 0,727 0,189agosto 3,465 0,177 0,252 1,883 0,622setembro 5,689 0,193 4,139 3,098 1,452outubro 2,041 0,049 0,871 0,405 0,305novembro 1,699 0,044 0,660 0,545 0,314dezembro 2,041 0,099 0,705 0,406 0,187janeiro 1,629 0,084 0,634 0,380 0,148fevereiro 3,912 0,168 1,611 0,981 0,512março 2,322 0,140 0,825 0,653 0,308abril 1,260 0,072 0,610 0,266 0,166maio 6,775 0,349 2,831 2,322 1:,081

. junho 3,803 0,219 1,536 1,828 0,512Total 36,801 1,752 15,488 13,422 5,796

1978/79julho 2,054 0,119 0,669 0,480 0,225agosto 2,411 0,148 0,689 0,547 0,202setembro 3,017 0,158 1,121 0,287 0,913outubro 7,647 0,477 3,555 2,479 0,806novembro 1,708 0,144 0,509 0,495 0,168dezembro 2,220 0,146 0,771 0,510 0,205janeiro 1,954 0,120 0,691 0,601 0,180fevereiro 3,447 0,257 1,285 1,428 0,408março 1,941 0,135 0,701 0,889 0,258abril 5,751 0,354 2,356 1,925 0,760maio 4,085 0,123 1,375 1,683 0,677junho 0,822 0,044 0,338 0,333 0,127Total 37,057 2,225 1~ ,06O 12,283 4,303

1979/80julho 2,400 0,097 0,962 0,515 0,252agosto 2,612 0,103 0,684 0,580 0,259setembro 2,927 0,191 0,816 0,481 0,243outubro 3,664 0,154 1,015 0,773 0,250novembro 1,730 0,092 0,599 0,448 0,136dezembro 1,488 0,063 0,426 0,407 0,128janeiro 1,747 0,126 0,685 0,753 0,191fevereiro 2,613 0,124 0,524 1,048 0,214março 2,605 0,089 0,840 1,376 0,283abril 3,735 0,139 1,326 1,703 0,425maio 4,872 0,241 1,784 2,194 0,603junho 6,066 0,261 1,855 2,331 0,642Total 36,459 1,680 11,516 12,614 3,626