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CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE: ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CURITIBA Alessandra Aparecida Pereira Chaves 1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Maclovia Correa da Silva 2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Tecnologia RESUMO: Considerando a realidade dos problemas sócio-ambientais, a Educação Ambiental (EA) trabalha com conjuntos de práticas interdisciplinares na transversalidade dos conteúdos curriculares. Este artigo relata como os educadores, no ensino fundamental, organizam suas práticas pedagógicas frente aos desafios ambientais. A partir de projetos feitos entre 2006 e 2009 em escola da rede municipal de ensino, foi possível verificar que o desenvolvimento das atividades se centrou nos princípios conservacionistas e na intenção de ampliar a consciência sistêmica dos nossos atos sobre o ambiente que nos acolhe. Os discursos enfatizaram a importância dos recursos naturais para a preservação da vida no Planeta Terra e a garantia de bem-estar para as futuras gerações humanas. Apesar dos conteúdos curriculares serem apresentados de forma simples, como ações que fazem parte do cotidiano, os trabalhos não perderam seu caráter complexo, pois as tomadas de decisões implicaram no enfrentamento das contradições presentes na construção do conhecimento. PALAVRAS-CHAVE: educação ambiental; conservacionismo; práticas pedagógicas; escola municipal. 1. Introdução Na atualidade, comportamentos e atitudes da humanidade estão sendo questionados por grupos sociais como, por exemplo, o consumismo, a degradação da natureza, a extinção de espécies, o uso de produtos nocivos ao meio ambiente, o descarte do lixo em locais inapropriados e a falta de respeito com as demais formas de vida do Planeta. Considerando a importância do papel dos educadores nos processos de ensino-aprendizagem, acredita-se que eles podem (re)criar um campo de idéias no sentido de abarcar as diferentes realidades de apropriação e consumo da natureza. Então, os princípios legais propostos para a Educação Ambiental necessitam ser incorporados e repassados neste espaço “sutil”, transmutando as práticas didáticas consolidadas nos conteúdos curriculares. A cidadania planetária é um “sonho”, no sentido de compreendermos os direitos e deveres civis e políticos que regem a sociedade, e que quando cumpridos, colaboram para a aceitação e o respeito, sem relutância, à vida no planeta, seja ela nos mares, nas florestas ou nos espaços urbanizados. Precisamos acreditar no poder da ação local, no sentido de valorizar

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE: ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA ESCOLA

MUNICIPAL DE CURITIBA

Alessandra Aparecida Pereira Chaves1

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Tecnologia

Maclovia Correa da Silva2

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Tecnologia

RESUMO: Considerando a realidade dos problemas sócio-ambientais, a Educação Ambiental (EA) trabalha com conjuntos de práticas interdisciplinares na transversalidade dos conteúdos curriculares. Este artigo relata como os educadores, no ensino fundamental, organizam suas práticas pedagógicas frente aos desafios ambientais. A partir de projetos feitos entre 2006 e 2009 em escola da rede municipal de ensino, foi possível verificar que o desenvolvimento das atividades se centrou nos princípios conservacionistas e na intenção de ampliar a consciência sistêmica dos nossos atos sobre o ambiente que nos acolhe. Os discursos enfatizaram a importância dos recursos naturais para a preservação da vida no Planeta Terra e a garantia de bem-estar para as futuras gerações humanas. Apesar dos conteúdos curriculares serem apresentados de forma simples, como ações que fazem parte do cotidiano, os trabalhos não perderam seu caráter complexo, pois as tomadas de decisões implicaram no enfrentamento das contradições presentes na construção do conhecimento. PALAVRAS-CHAVE: educação ambiental; conservacionismo; práticas pedagógicas; escola

municipal.

1. Introdução

Na atualidade, comportamentos e atitudes da humanidade estão sendo questionados

por grupos sociais como, por exemplo, o consumismo, a degradação da natureza, a extinção

de espécies, o uso de produtos nocivos ao meio ambiente, o descarte do lixo em locais

inapropriados e a falta de respeito com as demais formas de vida do Planeta. Considerando a

importância do papel dos educadores nos processos de ensino-aprendizagem, acredita-se que

eles podem (re)criar um campo de idéias no sentido de abarcar as diferentes realidades de

apropriação e consumo da natureza. Então, os princípios legais propostos para a Educação

Ambiental necessitam ser incorporados e repassados neste espaço “sutil”, transmutando as

práticas didáticas consolidadas nos conteúdos curriculares.

A cidadania planetária é um “sonho”, no sentido de compreendermos os direitos e

deveres civis e políticos que regem a sociedade, e que quando cumpridos, colaboram para a

aceitação e o respeito, sem relutância, à vida no planeta, seja ela nos mares, nas florestas ou

nos espaços urbanizados. Precisamos acreditar no poder da ação local, no sentido de valorizar

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as medidas que venham a ser tomadas em favor da preservação e conservação dos bens

naturais. A Educação Ambiental pode liderar estas ações voltadas para ampliar as discussões

entre comunidades, instituições e autoridades.

Duas grandes questões se interpõem neste processo: a primeira refere-se aos limites do

espaço escolar, do fazer no âmbito da educação, ultrapassando os muros da escola para chegar

às organizações comunitárias; a segunda explora os modos de avançar para práticas efetivas

colocando no plano da ação o jargão “agir localmente, pensar globalmente”. Este estudo

encontra-se nesta intermediação de idéias, procurando apresentar os esforços de incorporar a

Educação Ambiental nas práticas didático-curriculares. Faz-se um panorama do

desenvolvimento de projetos de EA da Secretaria de Municipal da Educação de Curitiba, em

parceria com instituições de ensino superior, no período de 2006 a 2009, numa escola da Rede

Municipal a fim de compreender como a complexidade permeia as ações empíricas vistas, por

vezes, como corriqueiras e cotidianas sem envolver a reflexão.

2. Objetivos da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba para a Educação

Ambiental

Curitiba vem se destacando, desde a década de 1970 no que diz respeito aos cuidados

com o Meio Ambiente. Programas de Educação Ambiental, voltados para vários segmentos da

sociedade, foram implantados em toda a cidade, culminando com a criação da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente em 1986, que assumiu as ações de EA, a gestão dos resíduos

sólidos urbanos, os parques, o horto municipal, a paisagem e a água.

A capital paranaense foi uma das pioneiras na coleta seletiva de resíduos sólidos

domésticos1. Dois programas se destacam pela sua continuidade: o programa “Lixo que não é

lixo”, que recolhe diariamente resíduos recicláveis e o programa denominado “Câmbio

Verde”, que propõe a troca de lixo reciclável doméstico por alimentos.

Após esforços de implantação de programas de Educação Ambiental, a administração

municipal da cidade colhe os frutos desse intensivo trabalho, como a diminuição de resíduos

nas vias públicas, nos cursos d'água, no esgoto pluvial e no aterro sanitário; o aumento da

proteção de áreas verdes públicas e privadas; a troca de vegetação exótica por espécies

nativas; e a redução do volume de esgotos e águas contaminadas no solo e nos mananciais.

Mas, isto não é suficiente para alcançar a complexidade das ações do poder público e da

1 Emílio M. Eigenheer, coordenador do Centro de Informação sobre Resíduos Sólidos da Universidade

Federal Fluminense - UFF, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro foi pioneiro na experiência brasileira de Coleta Seletiva de Lixo no bairro de São Francisco, em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Em abril de 1985, o professor fez uma parceria com a UFF, que perdura até os dias de hoje.

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sociedade. Sempre há muito que fazer para equilibrar os atos de apropriação e uso da

natureza, o controle da poluição do ar, do solo, sonora, visual, e dos aterros sanitários.

Na educação formal para o Ensino Fundamental, de acordo com as “Diretrizes

Curriculares para a Educação em Curitiba”, capital do Estado do Paraná, destaca-se a

importância da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, visando “desenvolver nos

estudantes a capacidade de discernir e refletir sobre questões referentes ao consumo

sustentável” (CURITIBA, 2007 p. 31). Nas diretrizes inserem-se os fundamentos de Educação

Ambiental da Secretaria Municipal da Educação – SME, como um “processo contínuo de

aprendizagem, que tem como objetivo instrumentalizar os cidadãos para uma ação

responsável e consciente sobre o ambiente em que vivem, incorporando conceitos e valores”

(CURITIBA, 2007 p. 34). Também é importante destacar que a Educação Ambiental, se

eventual e descontextualizada, não atende aos seus objetivos. Assim, é importante trabalhar a

visão sistêmica “de forma a transformar as atitudes e os valores dos indivíduos e da própria

coletividade” (CURITIBA, 2007 p. 34).

A SME é um órgão que assegura às crianças, jovens e adultos da rede municipal a

educação com qualidade para o exercício da cidadania2. A unidade educacional escolhida para

esta pesquisa situa-se no bairro Cidade Industrial de Curitiba e, atualmente, atende 1080

estudantes. Ela oferece o Ensino Fundamental e Educação Especial atendendo crianças de 6 a

15 anos, da 1ª ano até a 8ª séries. No que se refere à Educação Especial, o atendimento aos

estudantes com necessidades especiais acontece através da Classe Especial e da Sala de

Recursos3.

Neste estabelecimento existem projetos de Educação Ambiental que exploram os

cuidados com o ambiente que acolhe a humanidade. As atividades seguem os pressupostos da

Lei Federal nº 9.795 que estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental. Os projetos

da escola adotam o conceito de Educação Ambiental apresentado no texto da Lei 9795/99:

os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 2009).

2 http://www.curitiba.pr.gov.br/publico/secretaria

3 Segundo informações obtidas no Projeto Político Pedagógico, no bairro Cidade Industrial de Curitiba,

a população é de, aproximadamente, 158.000 habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) coloca o bairro na 69ª posição da classificação geral dos 75 bairros do Município de Curitiba. A Escola, todavia, atende a um público que ultrapassa os limites do bairro. A população de crianças e jovens entre 0 e 15 anos, no entorno da escola, corresponde a 28,26% do total.

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3. Caracterização da escola

As atividades da escola, alvo deste estudo, são desenvolvidas por sessenta e três

professores e seis pedagogas. Quanto à formação, todos os docentes possuem curso superior

completo, 80% possuem diplomação de pós-graduação, dois professores possuem dois cursos

superiores, uma professora e uma pedagoga estão cursando o segundo curso superior e há

uma mestranda. O grupo de funcionários constitui-se de 14 profissionais que exercem funções

de auxiliar de serviços escolares ou auxiliar administrativo operacional e agente

administrativo. 60% do quadro de funcionários possuem Ensino Médio, e 40% Ensino

Fundamental. A equipe pedagógico-administrativa compõe-se de direção, vice-direção,

coordenação administrativa, secretaria e pedagogas.

No que diz respeito à estrutura física, a escola possui 17 salas de aulas utilizadas para

Classes Regulares, Classe Especial e Sala de Recursos, dois Laboratórios de Informática com

30 equipamentos, uma Biblioteca com mais de seis mil livros, um Laboratório de Ciências,

duas salas utilizadas para o setor pedagógico, três salas utilizadas para apoio pedagógico;

quatro salas utilizadas para o setor administrativo (direção, coordenação, secretaria e

almoxarifado); duas salas utilizadas para serviços escolares (inspetores, mecanografia); uma

cancha esportiva; uma sala utilizada para material de Projetos e Atividades Extra-classe; uma

sala utilizada como Sala dos Professores; banheiros masculinos e femininos (sendo um deles

adaptado para pessoas com necessidades especiais); e banheiros adaptados para Educação

infantil.

No ano de 2009 a escola foi reformada e os antigos jardins, onde algumas árvores

estavam com as raízes expostas, foram revitalizados. Na entrada do prédio há um espaço

fechado com vegetação e uma árvore que simboliza o Paraná (pinheiro araucária) plantada por

uma professora que trabalhou trinta anos na instituição. As diversas árvores desse espaço são

refúgio para várias espécies de pássaros. Ainda existem mais cinco espaços com árvores,

gramas e flores na escola, mas a área restante está toda pavimentada (ver imagem 1).

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Figura 1: Vista aérea da escola. Fonte: Google Earth

4. Os conceitos de Educação Ambiental adotados pela escola

Para falar sobre os conceitos de Educação Ambiental adotados pela escola é

importante distinguir as diferenças entre as correntes filosóficas que norteiam o pensamento

sobre a preservação ambiental. Ao lermos as mais variadas fontes de informações sobre o

tema é constante o uso das teorias das correntes preservacionista e conservacionista.

Sobre o preservacionismo, Cunha e Guerra destacam:

Conservar a biodiversidade, para os preservacionistas, significa minimizar futuras extinções, preservando intactos os processos vitais que mantêm a diversidade biológica em ecossistemas livres de distúrbios. Destaca-se particularmente a função ecológica dos predadores que se encontram no topo da cadeia alimentar; animais que necessitam de grandes áreas contínuas preservadas para a manutenção de populações geneticamente viáveis (CUNHA e GUERRA, 2009, p. 64).

O Dicionário Socioambiental Brasileiro retrata o Conservacionismo como sendo:

Filosofia de ação que se fundamenta na defesa dos valores naturais, objetivando a evitar que desequilíbrios ecológicos prejudiquem as espécies, notadamente o homem e suas gerações futuras. É a luta pela conservação do ambiente natural, ou de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades humanas (2009, p.87).

Com base nestes conceitos, verificou-se que as atividades de Educação Ambiental da

escola transitam entre as duas correntes, tendendo mais para o Conservacionismo, tendo em

vista que suas atividades enfatizam a importância dos recursos naturais para a preservação da

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vida no planeta e a garantia de bem-estar para as futuras gerações humanas. A corrente

Naturalista que consiste na forma de ver a paisagem usando conhecimento científico, aparece

mais nas aulas de Ciências e Geografia usando como recurso o livro didático e aulas no

Laboratório de Ciências. Sobre a corrente Naturalista, SAUVÉ, (2004. p. 2) destaca:

Esta corriente está centrada em la relación com la naturaleza. El enfoque educativo puede ser cognitivo (aprender de las cosas sobre la naturaleza) o experiencial (vivir em la naturaleza y aprender de Ella) o afectivo, o espiritual, o artístico (...).

No decorrer da construção do panorama das atividades da escola há uma forte ênfase

na realidade local e nos fatos recentes para ilustrar a amplitude das questões globais. Nas

atividades dedicadas aos estudantes são estabelecidos objetivos pedagógicos como ampliação

de vocabulário, capacidade de abstração das realidades, raciocínio ecológico, compreensão

dos conteúdos didáticos, que precisam ser atendidos e são fundamentais para o planejamento

e a readequação de outras atividades. A seguir apontam-se as principais linhas que dirigem as

atividades interdisciplinares de Educação Ambiental da escola, objeto de estudo, e os

resultados pedagógico-curriculares alcançados.

5. Atividades de Educação Ambiental

Os princípios básicos de Educação Ambiental estabelecidos na Declaração de Tbilisi

norteiam o planejamento das atividades extracurriculares na escola. Considera-se importante

o enfoque interdisciplinar para entender a complexidade dos problemas ambientais, e

despertar nas pessoas o interesse em participar de processos ativos em situações reais: “a

Educação Ambiental deve ser dirigida à comunidade despertando o interesse do indivíduo em

participar de um processo ativo, no sentido de resolver os problemas dentro de um contexto

de realidades específicas [...]” (GALLI, p. 246, 2009).

Anualmente, a SME desenvolve na Rede Municipal de Ensino a Miniconferência

sobre Biodiversidade, que acontece em três etapas: 1ª - Etapa Local, 2ª - Etapa Regional, 3ª -

Etapa Municipal. A Etapa Local acontece na escola e envolve estudantes, professores,

funcionários e a comunidade. Essa etapa é muito importante, pois o assunto é explanado e

debatido com o corpo discente, docente e demais interessados pela temática. Há um tema

diferente para ser discutido a cada ano. Para 2010, o tema escolhido versa sobre as mudanças

climáticas. Em 2009 foram os Quatro Elementos, Terra, Ar, Água e Fogo.

Durante a Etapa Local, a escola toma conhecimento da temática, e as equipes dedicam

algum tempo (dias) para estudar e refletir sobre o tema proposto e preparar um trabalho oral,

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dramatização, ou posteres. Os trabalhos desenvolvidos são avaliados por uma comissão que

escolhe a melhor pesquisa e a melhor apresentação. Os conteúdos dos demais trabalhos são

considerados como parte das atividades da escola na Etapa Regional, na qual o maior produto

é a elaboração de uma carta em que constem os compromissos que a escola e a comunidade

estão assumindo para resolver os problemas ambientais locais.

Na Etapa Regional todas as escolas fazem apresentações para uma comissão de

professores, a qual escolhe um aluno que representará o Núcleo Regional de Educação na

Etapa Municipal. Outra carta-compromisso, agora em nível regional, será escrita para selar as

metas das escolas do Núcleo Regional de Educação.

Além das miniconferências, outra iniciativa importante da SME é o “Projeto Escola e

Universidade”, que também acontece anualmente. Os professores inscrevem projetos de todas

as áreas do conhecimento, visando a melhoria da qualidade do ensino. Eles são avaliados por

uma comissão designada pela SME. Os aprovados são implantados e os professores recebem

bolsa-auxílio durante 5 meses. Os integrantes do grupo de docentes que desenvolvem o

projeto são orientados por um professor do Ensino Superior, de Faculdades e Universidades

parceiras do Projeto.

A escola participou de todas as edições lançadas pela SME, e teve cerca de 80% dos

projetos inscritos aprovados. Entre os mais variados temas, conforme dados de atas, todos os

anos aproximadamente 20% dos projetos são sobre Educação Ambiental. Em 2006 foram dois

projetos desenvolvidos nesta área, em 2007, três, em 2008, dois e em 2009 apenas um. A

Secretaria Municipal de Educação não divulga quantos projetos foram propostos por escola.

Cada proponente vê no site, com um número de inscrição, o resultado dos projetos que ele

inseriu no formulário eletrônico.

Entre os aprovados e desenvolvidos na escola estudada, destaca-se o das professoras

Márcia Guzzoni da disciplina de Ciências, Luciana Figênio da disciplina de geografia e da

Pedagoga Alessandra Chaves, as quais desenvolveram o mesmo projeto entre os anos de 2006

a 2009. O projeto teve tal repercussão que resultou em uma oficina na Faculdade Expoente de

Curitiba e em artigos publicados no Brasil e em Portugal. Ele consiste em utilizar os recursos

tecnológicos, existentes na escola, para o ensino da Educação Ambiental, e também investigar

como estes recursos presentes na sociedade estão sendo utilizados para que os impactos sejam

dirimidos ou colaborem para aumentar a degradação da natureza.

Esse projeto foi desenvolvido com estudantes de 5ª, 6ª e 7ª séries, com idades entre 10

e 14 anos. Para que a aprendizagem atingisse seus objetivos, foi preciso proporcionar aos

estudantes visitas técnicas, atividades práticas, palestras e reflexão sobre os problemas

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ambientais locais e globais. No início foi feito um levantamento oral das condições

ambientais ao redor da escola. Os estudantes, que moram em geral no entorno, foram

instigados a falar sobre os problemas que eles percebem próximos de suas casas. Os

depoimentos podem ser categorizados em saneamento básico, coleta de lixo, animais, e

pintura: valetas com esgoto, rios poluídos pelo esgoto e pelo lixo, casas de catadores de papel

que acumulam lixo em seus terrenos, dejetos de animais pelas ruas, pichação, lixo acumulado

nas ruas e terrenos baldios, além de caliça da construção civil em locais impróprios.

Essa reflexão inicial foi muito importante, pois os estudantes compreenderam a

complexidade dos problemas sócio-ambientais de sua comunidade e se conscientizaram das

dificuldades de encontrar “portas para bater” na busca de soluções, a impotência de ações

imediatas, e a ansiedade para modificar as situações impactantes. Não houve menção sobre os

problemas relacionados à poluição do ar, poluição sonora, desperdício de alimentos dentro da

escola e o consumismo. A visão dos estudantes para alcançar soluções voltou-se para a

responsabilidade do poder público, e eles não se sentiram parte integrante do bairro, assim

como não se colocaram como colaboradores potenciais para oferecer soluções dos problemas

ambientais locais. Estas atitudes fizeram com que as professoras revissem muitas de suas

práticas de EA buscando trabalhar o tema de forma sistêmica visando a:

[...] compreensão do ambiente como conjunto de inter-relações (interações, interdependências, interretroações) dos seres humanos entre si (meio social) e destes com a natureza não-humana (meio natural), num contexto espácio-temporal mediado por saberes locais, tradicionais e científicos (CARNEIRO et al. (1999) apud CARNEIRO, 2006, p. 28).

Além dos problemas do entorno da escola, os estudantes também falaram dos

problemas de dentro da escola, como o lixo que se acumula no pátio após o recreio, o

desperdício de papel dentro da sala de aula, o desperdício de água por parte deles e dos

funcionários da limpeza ao lavarem as calçadas. Mais uma vez, eles colocaram o problema

como se não fossem agentes desta realidade.

As atitudes que os estudantes e seus familiares têm em suas residências foram

questionadas. Percebeu-se que a minoria tinha o hábito de separar o lixo e enviá-lo para a

coleta seletiva. Quanto ao desperdício de água, a maioria demonstrou estar consciente de que

a mudança começa em cada um de nós. Sorrentino destaca a importância de nos sentirmos

co-partícipes dos problemas ambientais:

Diante do aparente paradoxo do promover uma cidadania planetária que encare o desafio de decodificar e enfrentar essa complexa matriz de fatores

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que ameaçam nossa existência na Terra, além de incentivar e apoiar ações locais, inovadoras e criativas para a superação da miséria, pobreza, desemprego, niilismo e uso de drogas, entre outras questões relacionadas à luta cotidiana pela sobrevivência e pela melhoria da qualidade de vida, precisamos despertar em cada indivíduo o sentido de “pertencimento”, participação e responsabilidade na busca de respostas locais e globais que a temática do desenvolvimento sustentável nos propõe (SORRENTINO, 2008, p. 18-19).

Os estudantes foram estimulados a levar informações para seus familiares para separar

os resíduos domésticos, principalmente o orgânico, que muitas vezes podem ser aproveitados

na culinária e na compostagem. Quando se percebe a quantidade de resíduos que são gerados

em casa, é possível questionar sobre o excesso de guloseimas, de refrigerantes, o desperdício

de alimentos em geral e o consumo exagerado, falando também sobre a importância de comer

mais frutas, verduras e legumes. Foram trabalhadas com os estudantes algumas receitas. Na

ocasião foi produzido um pequeno caderno de receitas com os estudantes para que os

familiares tivessem acesso ao que eles estavam aprendendo na escola e pudessem

compartilhar tais conhecimentos. Segundo Oliveira:

Todos podem melhorar a qualidade nutricional de suas refeições, utilizando as partes dos alimentos que, muitas vezes, por falta de informações, ou preconceitos são jogadas no lixo. Essas partes dos alimentos, em sua maioria, são as que contêm maior concentração de nutrientes, além de modificarem os sabores e darem colorido aos pratos. Os resultados são positivos sob vários aspectos: obter uma boa alimentação, causar menos sobrecarga de exploração do meio ambiente, de combate ao desperdício, e de disseminar uma inovação educativa para um consumo sustentável (OLIVEIRA, 2007, p. 72).

Partindo do levantamento inicial, a professora de ciências fez uma explanação sobre as

dificuldades de mudar muitas realidades no que diz respeito ao meio ambiente, citando, por

exemplo, um caso recente de grande repercussão como o da religiosa irmã Dorothy que foi

assassinada em 2005, no Estado do Pará, por causa de uma disputa por terras. Para ilustrar

melhor esse tipo de acontecimento, o caso de Chico Mendes também foi citado e projetado o

filme “Amazônia em Chamas”, que conta a saga deste homem que sofreu e foi assassinado

por defender o trabalho dos seringueiros. Para a maioria dos estudantes o filme era inédito e

causou indignação. Os professores tiveram dificuldade para encontrar esse filme em mídia de

vídeo nas locadoras, e na ocasião ele foi encontrado apenas em VHS: Sobre os militantes

ambientais vale destacar que:

(…) é inegável a função democratizadora dos movimentos sociais, ou pelo menos de parte significativa destes, principalmente porque constituem o processo de materialização e resposta concreta a uma crise civilizatória que

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se mostra crescente e que traz em seu interior uma profunda sensação de impotência e de desmobilização. Contudo, a ênfase na função desempenhada pelas organizações da sociedade civil e o reconhecimento do papel fundamental das comunidades na formação de uma cultura cidadã não significa a defesa teórica da supressão do aparato estatal como instância normatizadora da vida nacional e a negação dos problemas estruturais que permeiam a prática dos coletivos militantes (LOUREIRO, 2008, p. 79).

Os estudantes com idade entre 10 e 13 anos ficaram interessados pelo filme e partindo

dele, fizeram pesquisas na internet sobre a vida de Chico Mendes e seus objetivos. Um dos

fatos de sua vida que chamou muito a atenção dos estudantes foi o fato dele ser reconhecido

no exterior por sua luta, muito mais do que no Brasil. Essa pesquisa foi muito envolvente e

gerou um trabalho que foi apresentado na Feira de Ciências de 2008.

A Feira de Ciências acontece anualmente desde 2007 em etapa local e municipal.

Todas as escolas municipais podem participar. Nos anos de 2007 e 2008, o desenvolvimento

da Feira na escola, ficou por conta das professoras de Ciências e em 2009, a responsável foi

uma professora que trabalhava com Robótica. No ano de 2008 o tema da Feira de Ciências

desenvolvido na escola foi “a vida de Chico Mendes”. Em 2009, o tema foi “Uma casa

ecologicamente correta”. Este trabalho despertou curiosidade entre os visitantes, que se deram

conta da forma simples de construir uma casa ou fazer adaptações visando à economia de

materiais, água e energia. Agudelo e Casagrande, (2000. p. 2) construíram e moram em uma

casa sustentável, e eles praticam os princípios de sustentabilidade usufruindo do conforto e da

beleza:

Quando se aborda construções sustentáveis, deve-se considerar a interdisciplinaridade deste conceito. Para que uma construção seja sustentável, há necessidade de que conhecimentos fragmentados sejam integrados. Os aspectos ambientais de uma construção devem ser tão relevantes quanto os aspectos técnicos e econômicos. Re-aproveitando materiais, usando tecnologia de baixo impacto como a solar, repensando o uso da água e da energia, aplicando técnicas de conforto ambiental, são alguns dos fatores que definem este projeto como sustentável. Aliado a eles, também se considerou relevante a estética e o senso de conforto como parte do contexto cultural de seus idealizadores.

Um dos requisitos para participar da Feira de Ciências é que um estudante se

caracterize como um personagem histórico que tenha contribuído de alguma forma para o

bem da sociedade. Também é preciso fazer um projeto descrevendo o personagem, o espaço

que ocupará no local da Feira, além da pesquisa sobre tudo que envolve o assunto em questão.

No local da Feira os professores e estudantes participantes recebem três refeições diárias,

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camiseta, crachá e transporte. Finalizado o projeto, que será apresentado na Feira, os

estudantes começam a delinear a apresentação. O estudante que se caracterizará como o

personagem escolhido, deverá saber o máximo de informações sobre sua vida, suas obras e

descobertas, pois dará entrevistas para rádios, internet e televisão. A imagem a seguir, da

Feira de 2008, mostra como os estudantes representaram a vida de Chico Mendes e a

degradação da Amazônia.

Figura 2: Animais da Amazônia, feitos com materiais recicláveis.

Outra atividade que foi desenvolvida foi a separação do lixo da escola que, até aquele

momento, era todo misturado. Os estudantes identificaram, de forma artesanal, as lixeiras das

salas para dois tipos de lixos, os recicláveis e não recicláveis. As professoras também

solicitaram à direção que fossem compradas lixeiras seletivas para o pátio da escola. A

professora Luciana, num determinado dia, orientou os estudantes para passarem em cada uma

das 16 salas de aula e recolher das lixeiras as folhas de caderno. A surpresa foi que somaram-

se cerca de 200 folhas de caderno que foram estragadas, ou seja, dois cadernos de 100 folhas

foram para o lixo, em sua maioria, apenas por brincadeiras. Os estudantes da turma que

fizeram a coleta ficaram perplexos e refletiram sobre suas atitudes. Infelizmente, a separação

do lixo na escola ainda é um grande desafio a ser vencido.

Para que uma transformação efetiva aconteça, é urgente a mudança do comportamento individual e a reformulação de nossa concepção de valores ambientais (...). A sociedade civil parece ser um campo fértil para provocar

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ou induzir mudanças ambientais, tanto pela pressão pela produção menos impactantes de seus bens de consumo como pela consciência de limitar (reduzir) o consumo, ampliar o reuso e incentivar e praticar a reciclagem, minimizando a produção de resíduos e a pressão pela disposição final (ANDREOLI. et.al. 2003, p.163).

Sobre a reciclagem e reutilização de materiais, os estudantes aprenderam que a vida

útil das embalagens não termina quando acaba seu conteúdo. A fim de mostrar que as

embalagens, antes de serem enviadas para a reciclagem, podem ser reaproveitadas, foram

feitas oficinas para ensinar os estudantes a fazerem brinquedos e utensílios com as

embalagens recicláveis. Entre os brinquedos feitos, o Pé-de-lata foi o que os estudantes mais

gostaram. Foi importante notar que as latas são muitos resistentes e eles puderam brincar por

dias com o brinquedo. Os adultos também experimentaram o brinquedo e se divertiram.

Também foram feitos com os alunos, embalagens de presente que só é possível fazer com as

garrafas PET de Coca-Cola. Essa embalagem pode acondicionar sabonetes ou bombons. Após

todas as atividades feitas com materiais recicláveis, os estudantes foram orientados a

encaminhar os resíduos para o lixo adequado, que deveria ser posteriormente encaminhado

para reciclagem.

Para ilustrar melhor a importância da separação dos resíduos foram feitas visitas à

Usina de Reciclagem que se localiza no município de Campo Magro, Região Metropolitana

de Curitiba. Lá os estudantes puderam perceber a importância de encaminhar os resíduos para

seus destinos adequados. A visita é monitorada e os estudantes assistem a uma palestra antes

de adentrar ao barracão onde é feita a separação dos resíduos. É importante destacar que a

maior parte do mobiliário da sala de palestra foi retirada do lixo. A usina, chamada Unidade

de Valorização de Rejeitos, foi criada em 1990 e é administrada pelo Instituto Pró Cidadania

de Curitiba - IPCC. A renda obtida com a venda dos materiais é revertida para a manutenção

dos programas sociais do IPCC.

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Figura 3: Usina de Reciclagem. Fonte: www.ipcc.org.br

6. Considerações finais

A abrangência das discussões e das atividades sobre EA precisa ser ampliada e

envolver os diversos segmentos da sociedade, os empreendedores locais, as entidades

religiosas, os moradores, as famílias dos estudantes e assim ampliar a rede de interlocuções

sobre o que podemos e o que devemos fazer para garantir a qualidade de vida do Planeta. É

urgente trabalhar com os estudantes a problemática do consumo exagerado e o desperdício

desnecessário, bem como os discursos presentes nos meios de comunicação para que se

consuma mais e mais, sem se preocupar com a natureza.

Além da preservação da natureza, a EA, enquanto motivadora de atividades, coopera

na construção de valores, estreita as relações sociais, bem como conscientiza os educandos de

que a liberdade de escolha esbarra na conservação e nos limites dos recursos naturais. Nossas

escolhas precisam passar por nosso crivo de reflexão a fim de não sermos imediatistas e

atendermos os apelos do consumismo e de nossos desejos egoístas. Esta mudança de atitudes

e valores precisa estar calcada em novos paradigmas construídos com a EA. Compete às

instituições interagir com a comunidade escolar no espaço sócio-educacional, proporcionando

vivências que colaborem para que seja possível a solução de problemas simples e complexos.

As atividades da escola, apesar de pertinentes e esclarecedoras para os estudantes, têm

sempre um caminho a ser trilhado no que diz respeito ao cultivo dos princípios de EA. É

preciso que os cidadãos que trabalham dentro de uma escola percebam que a aprendizagem

também se dá pelos “bons” exemplos. São nas pequenas atitudes de cada um, que as

mudanças acontecem. Não há necessidade de esperar por datas comemorativas ou eventos

especiais para trabalhar os problemas ambientais e as possíveis soluções. É preciso somar as

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iniciativas, por mais tímidas que pareçam, e ampliar os programas de EA e assim fortalecer as

bases da cidadania planetária. Concluímos que os projetos escolares de Educação Ambiental

colaboraram para intensificar a dinâmica interdisciplinar de ações em favor do meio ambiente

urbano, e proporcionaram espaços de discussão, e momentos de envolvimento da comunidade

escolar com grupos sociais locais. Houve por parte dos estudantes uma tomada de decisões

frente às contradições encontradas no entorno de suas residências e na própria escola.

Aconteceu a construção do conhecimento solidário, participativo e emancipatório.

7. Referências

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escolar. SAUVÉ, Lucio. Una cartografia de corrientes en educación ambiental, in SATO, Michele, CARVALHO, Isabel (orgs). A pesquisa em educação ambiental: cartografias de uma identidade narrativa em formação. Porto Alegre: Artmed, 2004. TORRES, Patricia Lupion. BOCHNIACK, Regina. Organizadoras. Uma Leitura para os temas transversais: ensino fundamental. Curitiba, SENAR-PR, 2003.