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Harbans Lal (*) / Chassi porta-implementos de tracão animal: solução para a pequena lavoura o equipamento estudado nesta matéria constitui-se em uma alternativa para a mecanização agrícola. Sua construção permite o acoplamento de diversos implementos, empregados em várias operações de campo, à semelhança de um trator. Com relação aos equipamentos convencionais de tração animal, apresenta algumas vantagens como: baixo custo de operação, versatilidade, melhor . controle de profundidade, permitindo que o operador trabalhe sentado. (*) Agrônomo de nacionalidade indiana, formado pelo lndian lnstitute oj Technology, de Kharagpur (lndia). Tem pôs-graduação em mecanização agrícola da Agricultura; exerce o cargo de professor (1973). E trabalhou no lcrisat - lnternationol Crops Research lnstitutt for Semi-Arid Tropics, em Hyderabad (lndia). Desde 1979, é consultor do CPATSAI EmbrapallICA, em Petrolina (PE). 24 Em 1975, dados do Instituto Bra- sileiro de Geografia e Estatística (JBGE) demonstravam que o Brasil possuía 5 milhões de imóveis rurais. Desse total, havia 1,5 milhão de esta- belecimentos, com áreas de 10 a 50 ha, 690 ml de 5 a 10 ha e 925 mil variando de 2 a 5 ha. Por outro lado, o País contava com cerca de 1,8 mi- lhão de arados para tração animal, contra esses mais de 3 milhões de pequenas propriedades rurais, enquan- to havia em torno de 185 mil trato- res de quatro rodas para os aproxi- madamente 2 milhões de médias e grandes propriedades. Atualmente, o total de tratores em uso ultrapassa os 340 mil. O Centro de Pesquisa Agropecuá- ria do Trópico Semi-Árido da Em- presa Brasileira de Pesquisa Agrope- cuária (CPATSA/Embrapa), conside- rando o obstáculo que essas limitações representam para a atividade agrícola, vem desenvolvendo um Programa de Pesquisa em Mecanização Agrícola, cujos objetivos precípuos são a gera- ção e/ou adaptação de máquinas, equipamentos e implementos que se caracterizem pelo baixo custo de fa- bricação e alto desempenho opera- cional. Operações de campo Nesse programa, o segmento de mecanização agrícola a tração animal já vem. obtendo resultados promis- sores e os equipamentos tipo chassi porta-implementos desenvolvidos pelo CPATSA e/ou importado dos outros países vêm sendo testados junto com outros equipamentos tradicionais e melhorados para estudar sua viabili- dade no uso de sistemas de produ- ções modificados (desenvolvidos no CPATSA) e os sistemas tradicionais atualmente praticados pelos agriculto- res de várias regiões. Os equipamentos tipo chassi porta- implementos se prestam às operações de campo à semelhança de um trator e seus implementos. Ao seu favor, todavia, pesam os fatos de que podem ser fabricados numa oficina mecânica e pequena indústria, requerem baixo investimento de capital e utilizam a tração animal, tão disponível quanto acessível entre pequenos e médios produtores rurais. Esse tipo de equi- pamento é definido como um chassi de ferro montado sobre pneus com bitola ajustável ou fixa e, em alguns casos, equipado com assento para o operador. Em sua parte posterior, existe uma barra de ferro à qual são acoplados os diferentes implementos usados nas diversas operações de campo. Existe um sistema de alavanca manual que aciona a barra com implementos, em movimentos ascendentes e descenden- tes à semelhança de um hidráulico comum. Em comparação com os equi- pamentos convencionais, equipamen- tos desse tipo apresentam as seguin- tes vantagens: a) Com um único chassi podem ser usados os diversos implementos requeridos para as operações de campo. b) O sistema de alavanca permite controlar, satisfatoriamente, a profundidade de operação. c) Não se faz necessário segurar os implementos com as mãos para manter a profundidade de ope- ração. d) O chassi permite ao operador trabalhar sentado. e) Apresenta alta capacidade de campo quando usado para cul- tivação, sulcamento e capita etc. REV. DE MECANIZAÇÃO RURAL

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Harbans Lal (*) /

Chassi porta-implementosde tracão animal:•

solução para a pequena lavourao equipamento estudado

nesta matériaconstitui-se em umaalternativa para amecanização agrícola. Suaconstrução permite oacoplamento de diversosimplementos, empregadosem várias operações decampo, à semelhança de umtrator. Com relação aosequipamentos convencionaisde tração animal, apresentaalgumas vantagens como:baixo custo de operação,versatilidade, melhor .controle de profundidade,permitindo que o operadortrabalhe sentado.

(*) Agrônomo de nacionalidade indiana,formado pelo lndian lnstitute ojTechnology, de Kharagpur (lndia). Tempôs-graduação em mecanização agrícolada Agricultura; exerce o cargo de professor(1973). E trabalhou no lcrisat -lnternationol Crops Research lnstitutt forSemi-Arid Tropics, em Hyderabad (lndia).Desde 1979, é consultor do CPATSAIEmbrapallICA, em Petrolina (PE).

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Em 1975, dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística(JBGE) demonstravam que o Brasilpossuía 5 milhões de imóveis rurais.Desse total, havia 1,5 milhão de esta-belecimentos, com áreas de 10 a 50ha, 690 ml de 5 a 10 ha e 925 milvariando de 2 a 5 ha. Por outro lado,o País contava com cerca de 1,8 mi-lhão de arados para tração animal,contra esses mais de 3 milhões depequenas propriedades rurais, enquan-to havia em torno de 185 mil trato-res de quatro rodas para os aproxi-madamente 2 milhões de médias egrandes propriedades. Atualmente, ototal de tratores em uso ultrapassa os340 mil.

O Centro de Pesquisa Agropecuá-ria do Trópico Semi-Árido da Em-presa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária (CPATSA/Embrapa), conside-rando o obstáculo que essas limitaçõesrepresentam para a atividade agrícola,vem desenvolvendo um Programa dePesquisa em Mecanização Agrícola,cujos objetivos precípuos são a gera-ção e/ou adaptação de máquinas,equipamentos e implementos que secaracterizem pelo baixo custo de fa-bricação e alto desempenho opera-cional.

Operações de campo

Nesse programa, o segmento demecanização agrícola a tração animaljá vem. obtendo resultados promis-sores e os equipamentos tipo chassiporta-implementos desenvolvidos peloCPATSA e/ou importado dos outrospaíses vêm sendo testados junto comoutros equipamentos tradicionais emelhorados para estudar sua viabili-dade no uso de sistemas de produ-ções modificados (desenvolvidos noCPATSA) e os sistemas tradicionais

atualmente praticados pelos agriculto-res de várias regiões.

Os equipamentos tipo chassi porta-implementos se prestam às operaçõesde campo à semelhança de um tratore seus implementos. Ao seu favor,todavia, pesam os fatos de que podemser fabricados numa oficina mecânicae pequena indústria, requerem baixoinvestimento de capital e utilizam atração animal, tão disponível quantoacessível entre pequenos e médiosprodutores rurais. Esse tipo de equi-pamento é definido como um chasside ferro montado sobre pneus combitola ajustável ou fixa e, em algunscasos, equipado com assento para ooperador.

Em sua parte posterior, existe umabarra de ferro à qual são acopladosos diferentes implementos usados nasdiversas operações de campo. Existeum sistema de alavanca manual queaciona a barra com implementos, emmovimentos ascendentes e descenden-tes à semelhança de um hidráulicocomum. Em comparação com os equi-pamentos convencionais, equipamen-tos desse tipo apresentam as seguin-tes vantagens:

a) Com um único chassi podem serusados os diversos implementosrequeridos para as operações decampo.

b) O sistema de alavanca permitecontrolar, satisfatoriamente, aprofundidade de operação.

c) Não se faz necessário segurar osimplementos com as mãos paramanter a profundidade de ope-ração.

d) O chassi permite ao operadortrabalhar sentado.

e) Apresenta alta capacidade decampo quando usado para cul-tivação, sulcamento e capita etc.

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(DChapas de ferro - Ponto de articulação do cambao~Chapas de ferro - Ponto de articulação do cambão®Cambão

I Equipamentos

Alguns dos equipamentos desse tipo("Wheeled Tool Carrier") desenvolvi-dos testados em diversas partes domundo são:

Barra porta-implementos de tiroanimal, desenhado pela Univer-sidade Autônoma Metropolitana- Xochimilco (UAM-X), Mé-xico.

- Botswana Tool Carrier, dese-nhado pelo Botswana Agricul-tural Research Centre, Bot-swana.

Cart Based Tool Carrier, desen-volvido no International CropsResearch Institute for the Semi-Arid Tropics (lCRISAT) apartir de um carro-de-boi tradi-cional da Região de Maharastra,Indía.

- Kenmore Tool Carrier, dese-nhado no National Instituteof Agricultural Engineering(NIAE), Inglaterra, e fabricadopela Kenmore LTDA (Ingla-terra).

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Polycultor, desenhado pelo sr.Iean NolIe (um engenheiro fran-cês) e fabricado pelo Siscomo,Senegal (África).Tropicultor, desenhado pelo sr.[ean NolIe e fabricado pelaM/S Mouzon, França.

- Versatile Tool Frame, desenha-do por um técnico indiano deAlI India Coordinanated Pro-gram of Dryland AgricultureSholapur, Maharastra, Indía.Volta Tool Carrier, desenhadoe fabricado pelo Voltas Ltda.,Bambay (Índia), há vinte anos.

A maioria dos equipamentos aquirelacionados permitem, também, aadaptação de uma plataforma parauso como carroça.

Implementos similares

Outro tipo de equipamento, deno-minado de "Tool Bar" em inglês,"Multiculteur" em francês e de "bar-ra-porta-implementos" em português,usa, principalmente, o mesmo princí-pio de versatilidade dos anterior-mente citados, e é, também, de baixo

Chassi (multlcultor CPATSA) completocom cambão e regulagem de suainclinação.

custo. Entretanto, sua estrutura nãopermite a adaptação de uma platafor-ma, nem dispõe de assento para ooperador.

Vários equipamentos desse tipo fo-ram desenvolvidos e, igualmente, tes-tados em algumas partes do mundo,alguns deles são:

Ariana, desenhado pelo sr. JeanNolle e fabricado pela Mouzon,França.H. T. Tool Bar, desenhado, ini-cialmente, pelo sr. Iean Nolle emodificado, posteriormente, noICRISAT, lndia.House Sine, desenhado pelo sr.Iean NolIe e fabricado pelaMouzon, França.Nolbar ou K. Nol, desenhadopelo sr. Jean NolIe fabricadopela Mouzon, França.Omniculteur Ebra, desenhadorecentemente, foi construídopela "Beauvais et Robim" ecomercializado pela Ebra, Fran-ça.

O CPATSA, além de aquisição doschassis-porta-implementos importados,

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cr:::!í:: li •• ::::::::)o Eixo .da roda® Pneu@Joelho IJ 5 em - Parte da estrutura "U"® Chapa de cobertura

~

Chapa de ferro Ponto de articulação do Cambão• Chapa de ferro Ponto de articulação do CambãoI Chapa de ferro - Parte do Sistema de Alavanca~Ferro IJ 30 mm - Eixo da alavancaQYChapa de ferro - Parte do Sistema de Alavanca~Chapa de ferro - Parte do Sistema de Alavanca~Chapa de ferro com furos soldada no eixo do Chassi@Chapa de ferro - Parte do Sis tema de Al.wanca~Chapa de ferro - Parte do Sistema de Alavanca@Alavanca~Trava da alavanca~Barra para implementos~Parte da trava da barra-para-implementos(9Parte da trava da barra-para-implementos~la de articulação do Sistema de Alavanca

iPinopara travar a barra-para-implementosSuporte da molaSuporte da mola

Pluviômetro normal e um garrafãoimprovisado para medir a alturapluviométrica. Na figura abaixo, esquemade formação de uma chuva orográfica.

LnlClOUO desenvolvimento de algunsimplementos similares para facilitarsua fabricação a nível das oficinasmecânicas das zonas urbanas. Osdois tipos de chassis-porta-implemen-tos desenvolvidos no CPATSA fo-ram denominados como multicultorCPATSA e multicultor CP ATSA lI.

Detalhes sobremulticultores

O primeiro chassi porta-implementodenominado multicultor CP ATSA, foidesenvolvido a partir das observaçõesde carroças tradicionais da região, doKenmore Tool Carrier e usando-se osprincípios básicos do tropicultor. Omulticultor CPATSA consta, princi-palmente dos seguintes componentes:- eixo das rodas e chassi; - cam-bão e canga; - sistema de alavancae barra-para-implementos.

Eixo das rodas e chassi - O eixodas rodas é um cano com diâmetrode 5,0 em, onde se acoplam os pneususados, comumente utilizados em car-roças tradicionais de região. O chassi

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constitui-se de duas estruturas emforma de "U" feitas de canos galva-nizados, com diâmetro de 5,0 em ede dois joelhos de mesmo diâmetro.Essas duas estruturas em "U" estãosoldadas ao eixo das rodas.

Para fornecer assento ao operador,foram colocadas duas chapas de ferrona parte superior do chassi. (Fig. 1)

Cambão e canga - Esses compo-nentes servem, principalmente, paratransmitir a força dos animais aosimplementos. O cambão é constituídode um cano galvanizado com 5,0 emde diâmetro e 3,5 m de comprimento,que é montado acima do chassi, emdois pontos, com chapas e parafusos,de maneira a possibilitar a regulagemdo ângulo de inclinação do cambãocom o terreno; isto permite ajustar aposição horizontal do chassi para di-ferentes tamanhos de animais. (Fig. 1)

Uma vez que o multicultor CPATSApode ser usado em vários sistemas decultivo e diversas operações, utilizam-se cangas de tamanhos diferentes,para atrelar o chassi aos bois, deforma que os animais andem na mes-ma linha das rodas. Para uma opera-ção com a bitola de 1,50 m, porexemplo, a canga deve manter os boisafastados 1,50 m entre si.

Sistema de alavanca e barra-para-implementos - Estes componentesservem para o acoplamento dos im-

plementos e para levantar e baixá-losdurante transporte e o trabalho nocampo respectivamente. O sistema dealavanca é composto por um conjuntode cinco peças articuladas, os quaissão acionados por uma alavanca ma-nual em movimentos ascendentes edescendentes. Ao sistema, é acrescen-tada uma mola tipo extensão, parafacilitar o seu acionamento quandoforem usados os implementos pesados.

O sistema de alavanca em posiçãode maior deslocamento vertical ascen-dente, (Fig. 2) é utilizado para trans-porte dos implementos durante o des-locamento do equipamento fora docampo de trabalho, e nas curvas deretorno durante as operações de cam-po, ficando a alavanca presa por umatrava.

O sistema de alavanca em posiçãode maior deslocamento vertical des-cendente (Fig. 3) permanece estabili-zado devido ao alinhamento das par-tes 17 e 18 do sistema de alavanca.(Fig. 2)

A barra porta-implementos é umabarra maciça de ferro, com secçãoquadrática de 4,0 x 4,0 em e 1,70 mde comprimento com duas travas quese ligam à uma peça vertical (Parte14, Fig. 2) do sistema de alvanca comajuda de um pino para cada uma dastravas.

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Multicultor 11

o multicultor CPASA, além deservir para operações de campo, podeser usado como carroça, acoplando-seuma plataforma de madeira à partesuperior do chassi, e que pode serusada para transportar implementos eprodutos agrícolas bem como os mem-bros da família dentro e/ou fora dapropriedade. Mesmo quando usadopara transporte, o equipamento man-tém uma aparência de máquina agrí-cola.

Com o cambão do multicultorCPATSA montado acima do chassi(Fig. 1 e 4) e os implementos acopla-dos à barra-para-implementos, aproxi-madamente ao nível do eixo das rodas,supomos haver baixo rendimento detransmissão de tração dos animais emcomparação com o sistema de cambãodiretamente ligado ao eixo das rodas.

Os implementos para uso no mul-ticultor CPATSA bem como no multi-cultor CPATSA 11 são adaptados comhastes circulares para seu acoplamen-to à barra-para-implementos, atravésde braçadeiras, o que permite ajustara profundidade de trabalho diminuin-do a importância da necessidade do

mecanismo de fixação a barra-para-implementos, nas várias alturas, paraa mesma finalidade.

Multicultor do CPATSA operandocom arado fixo.

Para incorporar estes melhoramen-tos e reduzir o custo de fabricação,foi delineado e construído o multicul-tor CPATSA 11 (Fig. 5). Este equipa-mento apresenta as seguintes vanta-gens, em comparação ao multicultorCPATSA:

Sistema de alavanca em poslçãedo trabalho.

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NOTA

Todos os buracos de articulaçãotem ~ 15 mm e pinos ou parafusos apropriados -

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Multicultor CPATSA 11

Multicultor CPATSA 11operando com arado de aiveca.

o mesmo equipamento comoperação de transporte.

Vantagens

o seu custo de fabricação serámenor que o do multicultorCPATSA pela sua simplicidadede construção.

Parece haver menor perda deforça de tração dos animais pelofato do cambão ligar-se direta-mente ao eixo das rodas e tam-bém por haver apenas quatropontos de articulação no seusistema de alavanca (o multicul-tor CPATSA possui sete pontosde articulação). O dispositivoespecial do sistema de alavanca,chamado 3.° ponto, para justara altura da barra-para-imple-mentos acima do chão na suaposição de trabalho, é uma dasgrandes vantagens deste equipa-mento. Ele permite encontrarum melhor ângulo para a ope-ração dos implementos.

- Neste equipamento, a barra-para-implementos consegue ummaior giro ascendente, o quefacilita em muito a operação deacoplamento dos implementoscom hastes circulares.

- O banco do operador oferecemaior conforto.

- A bifurcação do cambão que seliga ao eixo das rodas (Fig. 5e 6) oferece grande estabilidadeao operador no manejo dosanimais, visto que serve paraapoio dos pés.

- Uma caixa para ferramentasque pode ser encaixada na es-trutura da cantoneira, abaixodo assento do operador, é demuita utilidade, pois possibilita,inclusive, o transporte de águae alimentos para o operador.

Para que o muIticultor CPATSAII funcione como carroça para

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transporte, retira-se a alavancamanual e acopla-se uma plata-forma de madeira. Esta platafor-ma fica numa altura, em relaçãoao nível do solo, menor do quea plataforma do multicultorCPATSA, o que resulta emmaior estabilidade durante oseu uso (Fig. 7).Retirando-se os componentesdo sistema de alavanca pode-seusar o equipamento à semelhan-ça de uma charrete, sem a apa-rência de uma máquina agrí-cola.

Seleção, adaptação e uso

Os equipamentos tipo chassis-porta-implementos podem ser usados emdiferentes sistemas de cultivo e paravárias operações de campo como ara-ção, gradagem, sulcamento, plantio,capina, controle sanitário e colheita,selecionando e acoplando os conexos(implementos) apropriados.

O conjunto dos implementos atéagora adaptados para uso com os

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LARGURA OI'LRAC{ONAL (em)

multicultores consntui-se de arado deaiveca, enxadas de cultivo, sulcadores,enleiradores, plantadeira tipo funil ede pressão tipo sans. A maioria dessesforam adaptados a partir de imple-mentos já existentes e em uso pelosagricultores brasileiros, acrescentando-se, apenas, hastes de ferro para per-mitir o acoplamento à barra-para-implementos. através de braçadeiras.

Q) - Equipamentos melhorados (Chossi-portc-implementosl no sistema 1.

® -Equipamentos melhorados (Chassi-porta -impleme ntos Ino sistema 2.

@-EQuiPamentos tradicionais com carroça.

@ -Equipamentos tradic.ionais sem carroça.

@-EquiPamentos tradicionais ajustado.

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REV. DE MECANIZAÇÃO RURAL

TRAÇAo AN I ~IAL

Percurso percorrido em um hectarecom as larguras de trabalho dosvários implemenlos.Além desses implementos foram deli-neadas e construídas as plataformas,uma para cada tipo de multicultor, oque pode ser facilment~ acoplad~ àparte superior do chassi do equipa-mento tornando-se como carroça comcapacidade de transportar as cargasaté uma tonelada.

Rendimento e economia

Os equipamentos tipo chassis port~-implementos apresentam alta capaci-dade de campo devido a possibilidadede trabalhar com maior largura ope-racional para as maiorias das opera-ções de campo. Em geral, a veloci-dade de deslocamento das operaçõesrealizadas com estes tipos de equipa-mentos varia de 0,8 a 1,Om/s depen-dente dos tipos de operações propria-mente, e os demais fatores humanos,climáticos e dos solos.

Custo/ha em cultura com váriosequipamentos (5 ha para eq~ipamento~tradicionais e 15 ha para os tipO ehasslporta-implementos).

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Editora Som Verde

Publicaçõesde alto nível

técnicofeiJas paraTECNICOSDE,

ALTO NIVEL

A largura ótima de trabalhar comestes tipos de equipamentos é de apro-ximadamente 1,50 m pois além deapresentar a capacidade de campoefetiva de aproximadamente 0,375ha/ha (com eficiência de campo de70%) reduz o percurso no campopara 7 km/ha em comparação com17 km no caso de cultivador tradi-cional tendo largura operacional de60 em. (Fig. 8)

Supondo-se a igualdade de quali-dade de trabalho com os equipamen-tos tradicionais e os equipamentos tipochassi porta-implementos, o segundotipo apresenta baixo custo opera cio-na], a partir de 5 ha (limite de áreade comando do equipamento tradicio-nal), devido à necessidade de aquisi-ção de mais um conjunto dos equipa-mentos tradicionais para cada 5 hae/ou sua fração. (Fig. 9)

Estágio sobrefabricação comercial

o primeiro chassi porta-implemen-tos multicultor CPATSA, foi adaptadoa partir da carroça tradicional da

MONTANHEIRAA Hima SI A, desenvolveu a revolucionária carregadeira decana montanheira, fazendo com que as terras acidentadas, quenão eram utilizadas para o plantio de cana, se tornassem culti-váveis, aumentando sua rentabilidade. Com este lançamento pio-neiro, a Hima SI A, solucionou o carregamento de cana de zonasde até 50% de declive.FICHA TÉCNICA• Sistema de rodagem dupla (dando maior estabilidade

e menor compactação).• Centro de gravidade mais baixo.• Contrapesos frontais e laterais.• Freios independentes e estacionário.• Levantamento total livre: 5.300 mim.• Capacidade de carga na garra: 800 kq.• Sistema de lanças tubulares, ocaslonando maior

resistência e menor peso do conjunto.

HIMA S/A· Indústria e ComércioAv. Dona Francisca, 614/646 - CEP 13.400 - Piracicaba - SPTel.: (0194) 33-4222 - Telex 019- 191-657Hima Divisão Nordeste: Rua do Riachuelo, 189 - s/1207Tel.: (081) 326-4096 - Recife - Pernambuco

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região de Petrolina (PE) e utilizando-se os princípios básicos do tropicul-tor, originalmente fabricado na Fran-ça, simplificando sua construção. Issopermitiu às várias oficinas mecânicasdas zonas urbanas das diferentes re-giões iniciar sua fabricação em esca-las limitadas através do ComunicadoTécnico n,? 03 "Como Construir oMulticultor CPATSA numa OficinaLocal", e Circular Técnica N." 06"Multicultor CPATSA, Fabricação eUso".

As r e f e r i das publicações doCPATSA encontram-se disponíveispara os interessados. Além disso, afabricação local do tropicultor juntocom outros equipamentos francesesimportados pelo convênio Embrapa/Embrater/Ceemat, foi iniciado pelaCemag (Ceará Máquinas Agrícolas)Fortaleza-CE, denominando-se Poli-cultor 1500.

Por outro lado, o multicultorCPATSA 11 vem sendo testado e so-frendo os melhoramentos desde suacriação inicial. Atualmente espera-sedos fabricantes interessados mantercontato com o CPATSA para ser in-dustrializado e ser fabricado em escalacomercial e/ou pré-comercial.

A SOLUÇÃOPARA SUALADEIRAAnalise sua ficha técni-ca e constate porque aHima Montanheira é asol ução para terrenosacidentados.

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