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Fevereiro 2017 CGG SERVICES S.A.S PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 3D EM ALTO MAR, NAS PROVÍNCIAS DE SOFALA E ZAMBÉZIA RESUMO NÃO TÉCNICO DO RELATÓRIO PRELIMINAR DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL Submetido ao: Ministerio da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural Relatorio Nr:1657630 Distribution: 1x copia DINAB 1 x copia DPTADR Sofala 1x copia DPTADR Zambezia 1 x copia Golder

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Fevereiro 2017

CGG SERVICES S.A.S

PROJECTO DE PESQUISA SÍSMICA 3D EM ALTO MAR, NAS PROVÍNCIAS DE SOFALA E ZAMBÉZIA RESUMO NÃO TÉCNICO DO RELATÓRIO PRELIMINAR DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Submetido ao:

Ministerio da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

Relatorio Nr:1657630

Distribution:

1x copia DINAB

1 x copia DPTADR Sofala

1x copia DPTADR Zambezia

1 x copia Golder

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 i

Índice

1.0 RESUMO NÃO TÉCNICO ......................................................................................................................................... 1

1.1 Introdução ..................................................................................................................................................... 1

1.1.1 Objectivos do Documento ....................................................................................................................... 1

1.2 Consultor Ambiental ..................................................................................................................................... 1

1.3 Quadro Legal ................................................................................................................................................ 1

1.4 Processo de AIA ........................................................................................................................................... 1

1.5 Descrição do Projecto ................................................................................................................................... 2

1.5.1 Antecedentes .......................................................................................................................................... 2

1.5.2 Localização ............................................................................................................................................. 2

1.5.3 Levantamentos Sísmicos ........................................................................................................................ 3

1.5.4 Disposição do Levantamento .................................................................................................................. 3

1.5.5 Metodologia do levantamento sísmico .................................................................................................... 4

1.5.6 Equipamento de Registo/ Gravação ....................................................................................................... 5

Fonte de Energia Sísmica .......................................................................................................................................... 5

1.5.7 Resumo da Produção ............................................................................................................................. 6

Direcção da Linha ...................................................................................................................................................... 6

Cobertura e Enchimento ............................................................................................................................................ 6

Velocidade do Barco .................................................................................................................................................. 6

1.5.8 Logística .................................................................................................................................................. 6

1.6 Área de Influencia ......................................................................................................................................... 7

1.7 Ambiente Biofísico e Socioeconómico .......................................................................................................... 7

1.8 Clima ............................................................................................................................................................ 7

1.9 Oceanografia ................................................................................................................................................ 8

1.10 Ecossistemas Marinhos ................................................................................................................................ 8

Fauna Marinha ........................................................................................................................................................... 8

Áreas Protegidas ...................................................................................................................................................... 10

1.11 Socioeconomia ........................................................................................................................................... 10

Turismo 12

Transito Maritimo ..................................................................................................................................................... 12

Avaliacao de Impactos ............................................................................................................................................. 14

1.12 Conclusão ................................................................................................................................................... 23

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 ii

1.13 Passos Seguintes ....................................................................................................................................... 24

TABELAS

Tabela 1: População da Província de Sofala por sexo ........................................................................................... 10

Tabela 2: Classificação da Significância do Impacto ............................................................................................. 15

Tabela 3: Avaliacão de Impactos ........................................................................................................................... 16

FIGURAS

Figura 1: Localização do Project .............................................................................................................................. 2

Figura 2: Ilustração dos princípios base de levantamentos de aquisição de dados sísmicos em alto mar .............. 3

Figure 3: Plano de Aquisição de dados durante o levantamento 3D ........................................................................ 3

Figura 4: Geo Caspian ............................................................................................................................................. 4

Figura 5: Oceanic Endeavour ................................................................................................................................... 4

Figura 6: Configuração típica para a aquisição de dados durante o levantamento. ................................................. 5

Figura 7: Propagação de aquisição .......................................................................................................................... 5

Figura 8: “Streamer” sólido e sistema de guincho. ................................................................................................... 5

Figura 9: Exemplo de Subconjunto de Fontes Individuais ....................................................................................... 6

Figura 10: Pistola de ar individual ............................................................................................................................ 6

Figure 11: Mapa ilustrando a área do projecto evidenciada a azul, a AID (verde) e a AII (vermelho). ..................... 7

Figura 12: Mangal que envolve o Estuário dos Bons Sinais. ................................................................................... 8

Figura 13: Cabeçuda (canto superior direito) e coriácea (canto inferior direito). ...................................................... 9

Figura 14: Areas de influência do projecto, a preta é a área do projecto, a verde é a Área de Influencia Directa, é a vermelha e a Área de Estudo. ............................................................................................................ 10

Figura 15: Parte da frota de pesca de camarão que realiza actividades no Banco de Sofala e na Área do Projecto ................................................................................................................................................. 11

Figura 16: Vista Geral do Porto da Beira................................................................................................................ 13

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 i

Lista de Acrónimos

2D Bidimensional

3D Tridimensional

4D Quadrimensional

ADNAP Administração Nacional de Pesca

AIA Avaliação de Impacto Ambiental

AID Área de Influencia Directa

AII Área de Influencia Indirecta

AIS Avaliação de Impacto Social

ASIAs Avaliações Simplificadas do Impacto Ambiental

CFM

Caminhos de Ferro de Moçambique (Empresa Pública de Moçambique responsável pela Gestão de Portos e Vias Férreas em Moçambique)

CGG Compagnie Générale de Géophysique (Frances)

COLREG Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar - IMO (Organização Marítima Internacional)

DD Dados Deficientes

DGPS GPS Diferencial

DINAB Direcção Nacional do Ambiente

DPTADER Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

EIA Estudo de Impacto Ambiental

EMATUM Empresa Moçambicana de Atum

EMC Corrente do Madagáscar Oriental

ENH Empresa Nacional de Hidrocarbonetos

EPDA Estudo de Previabilidade Ambiental, Definição De Âmbito e Termos De Referência

GLONASS Sistema de Navegação Global por Satélite (Russo)

GMDSS General Maritime Distress Signalling System (Sistema Mundial de Socorro e Segurança Marítima)

GPS Sistema de Posicionamento Global (Ingles)

IDPPE Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala

IIP Insituto Nacional de Investigacao Pesqueira

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 ii

IMO International Maritime Organization (Organização Marítima Internacional)

INAHINA Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação

INAMAR Instituto Nacional da Marinha

INMARSAT International Maritime Satellite System (Sistema Marítimo Internacional por Satélite)

INP Instituto Nacional de Petróleo

INP Instituto Nacional do Petróleo

INS Instituto Nacional de Saúde

IOC International Oil Company – Empresa Internacional do Petróleo

IP Instrução de Processo

ITU International Telecommunications Union (União Internacional de Telecomunicações)

IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza

JNCC Comité Junto de Conservação da Natureza (Inglês)

Km Quilómetros

Km2 Quilómetros Quadrados

LC Espécie pouco preocupante

M Metros

M/s Metros por segundo

M2 Metros quadrados

M3 Metros cúbicos

M3/s Metros cúbicos por segundo

MF Frequência Modulada

MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

Mm Milímetros

MTC Ministério dos Transportes e Comunicações

NASA (JPL) Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço - Laboratório de Propulsão a Jacto (Inglês)

NT Espécie quase ameaçada

OMM Observador de Mamiferos Marinhos

PAM Monitorização Acústica Passiva

PGA Plano de Gestão Ambiental

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 iii

PPP Processo de Participação Pública

Ro-Ro Roll on-Roll off (Entrada e Saída)

SAMSA South African Maritime Authority (Autoridade Marítima da África do Sul)

SAR Search and Rescue (Busca e Salvamento)

SEC Corrente Equatorial do Sul

SIG Sistema de informação geográfica

SNA Área de Navegação Segura

SOLAS

Safety of Life at Sea (IMO International Convention on Safety of Life at Sea) (Convénio Internacional para a Segurança da Vida Humana no Mar)

SOSIW Velocidade do Som na Água

SP Pontos de Significância

TdR Termos de Referencia

ULCC Ultra Large Crude Carrier (Ultrapetroleiro de Petróleo bruto)

UNCLOS United Nations Convention on the Law of the Sea (CNUDM - Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar

USD Dólar Americano

UTM Universal Transverse Mercator (Sistema de Coordenadas Transversal de Mercator)

VHF Very High Frequency (Frequência Muito Alta)

VIH/SIDA Vírus da Imunodeficiência Humana/ Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

VLCC Very Large Crude Carrier (Superpetroleiro de petróleo bruto)

ZEE Zona Exclusiva Económica

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 iv

Glossário de Termos

Área de Influência Área de Influência refere-se à dimensão espacial ou física na qual pode ocorrer um impacto – não se relaciona com a potencial consequência do impacto.

Área de Influência Directa Área que a actividade afecta directamente com base nas características físicas, bióticas e socioeconómicas.

Área de Influência Indirecta Área afectada por actividades ou influências não directamente relacionadas com o projecto mas que são desencadeadas pela presença física do projecto ou actividades associadas

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)

O processo através do qual se faz a avaliação dos efeitos antecipados de um desenvolvimento ou projecto proposto sobre o ambiente.

dB(A)

Unidade usada para medir a intensidade de um som ou nível de potência de um sinal eléctrico através da sua comparação com um dado nível numa escala logarítmica. A escala tem uma ponderação A, a fim de a aproximar à sensibilidade da audição humana.

Estudo de Previabilidade Ambiental e Definição de Âmbito

Um relatório que visa focar na Avaliação de Impacto Ambiental através da definição das questões principais de entre uma ampla variedade de potenciais questões de preocupação para estudo no processo de AIA. O relatório é tipicamente suportado por uma revisão da informação existente e por consultas públicas.

Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

O relatório elaborado na finalização de uma Avaliação de Impacto Ambiental.

Falhas / Riscos fatais

Qualquer factor social ou ambiental que é tão desfavorável ou severo que, mesmo que considerado isoladamente, poderia ter uma importância tão elevada que ameace a viabilidade do projecto, ou de qualquer aspecto do projecto. Em termos simples, a característica seria considerada “impeditiva”.

Plano de Gestão Ambiental

Um plano específico a um local, normalmente desenvolvido com base nas recomendações feitas numa Avaliação de Impacto Ambiental para garantir que todas as medidas necessárias para a gestão de impactos sejam identificadas e implementadas, de forma a proteger os ambientes biofísico e social e cumprir com a legislação ambiental.

Processo de Participação Pública

O processo através do qual uma organização consulta indivíduos, organizações e entidades governamentais interessados ou afectados antes e tomar uma decisão.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 1

1.0 RESUMO NÃO TÉCNICO

1.1 Introdução

A CGG Services SAS (CGG), é uma empresa dedicada a geociências, que opera globalmente para fornecer

uma gama de tecnologias, serviços e equipamentos necessários para a aquisição de dados e imagens

precisas da subsuperfície da Terra. No ambiente marinho, tem experiência em pesquisas sísmicas em alto

mar. Esta empresa encontra-se actualmente sediada na França mas possui diversas representações por todo

o mundo.

A CGG pretende implementar um projecto de pesquisa sísmica 3D no mar, ao longo das costas das províncias

de Sofala e Zambezia. A área proposta foi adjudicada a CGG seguindo um concurso formal para clientes

múltiplos para a aquisição de dados sísmicos através do Instituto Nacional de Petróleo (INP). A documentação

de concurso INP permite que as empresas contratadas adquiram mais do que a área de 52.816 km²

especificada nos documentos. A obtenção de dados numa área mais vasta irá permitir ao INP adquirir um

maior entendimento regional sobre a geologia e promover outros blocos na região durante os ciclos de

emissão de licenças futuras. A área a azul na figura abaixo evidencia as áreas adjudicadas a empresa CGG

para pesquisa 3D.

O calendário específico para a realização da pesquisa 3D irá depender de vários factores, incluindo as

condições do tempo, cronograma e sensibilidades associadas a restrições biológicas e socioeconómicas. A

CGG Services pretende iniciar as actividades no segundo trimestre do ano de 2017, por um período

aproximado de 12 meses.

1.1.1 Objectivos do Documento

Este documento constitui o Resumo Não Técnico da versão preliminar (Draft) do Relatório do Estudo de

Impacto Ambiental (REIA) do Projecto de Pesquisa Sísmica 3D em alto Mar, nas províncias de Sofala e

Zambezia, Moçambique. O projecto está registado junto ao MITADER e é classificado como um projecto de

Categoria A em termos do regulamento ambiental de Moçambique.

1.2 Consultor Ambiental

A Golder Associados Mocambique Lda., foi contratada para elaborar os estudos ambientais necessários com

o objecto de obter uma licença ambiental para o projecto em referência.

A Golder Associados Mocambique Lda. (Golder), pretence a Golder Associates, um grupo global de empresas

de consultoria especializada em engenharia de solo e, em serviços ambientais e sociais que opera como um

grupo de propriedade dos funcionários desde a sua formação em 1960. Desde a sua formação, Golder criou

uma cultura única de fornecimento de serviços tecnicamente sólidos e economicamente viáveis e com isso,

tem experimentado um crescimento constante por mais de cinco décadas e emprega mais de 8.000

funcionários que operam nos escritórios localizados em África, Ásia, Austrália, Europa, América do Norte e

América do Sul.

A Golder realizada trabalhos em Moçambique desde 1997 e tem uma experiência considerável em todo o

país. Tendo reconhecido que para apoiar os nossos clientes de forma mais eficaz, foi estabelecida

formalmente a empresa Golder Associados Moçambique Limitada em 2008, com escritórios sede em Maputo.

Esta abordagem permitiu que a nossa equipa consolidasse sua presença no país e fornecesse experiência e

competências específicas locais.

1.3 Quadro Legal

Foram considerados para os estudos compreendidos pelo Processo de AIA e nas recomendações para

mitigação, toda a Legislação Moçambicana e internacional pertinente aplicável a este projecto.

1.4 Processo de AIA

O registo do projecto proposto foi efectuado em Maio de 2016, junto ao MITADER, tendo este sido classificado

como um Projecto de Categoria A, estando portanto sujeito a realização de um estudo de Impacto Ambiental

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 2

(EIA) nos termos do Artigo 11 do Regulamento de AIA (Decreto 54/2015) e Artigo 5 do Decreto 56/2006

(Regulamento Ambiental das Operações Petrolíferas).

Em seguida foi realizado o Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e foram

definidos os Termos de Referencia (TdR) para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e posteriormente

aprovados pelo MITADER. O presente documento apresenta o relatório do Estudo de Impacto Ambiental,

elaborado de acordo com as recomendações feitas pelo MITADER aquando da aprovação do EPDA e de

acordo com o Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental - Decreto 54/2015.

A Consulta Pública é parte importante deste processo de Avaliação de Impacto Ambiental, e será feita de

acordo com os requisitos legais nacionais (Diploma Ministerial nº 130/2006). O Relatório preliminar do EIA

estará disponível para comentários durante o período da consulta pública. As preocupações do público

recolhido serão incluídas no Relatório Final do EIA.

1.5 Descrição do Projecto

1.5.1 Antecedentes

Vários programas de aquisição de dados sísmicos em alto mar ao longo das Províncias de Sofala e Zambézia

já foram realizados por várias empresas de investigação sísmica. O objectivo das actividades de exploração

em alto mar da CGG no alto mar das províncias de Sofala e Zambezia (Bloco de Sofala) é de adquirir dados

sísmicos a fim de permitir ao INP, à ENH e a Empresas Petrolíferas Internacionais (IOCs) identificar as

estruturas geológicas do subsolo que podem conter quantidades comerciais de hidrocarbonetos

1.5.2 Localização

A área de concessão do projecto tem a forma de um polígono e localiza-se ao largo da costa das províncias

de Sofala e Zambézia, abrangendo vários blocos comerciais de exploração de hidrocarbonetos, tendo uma

área total de 52.816 km². O perímetro da Área do Projecto situa-se geralmente a uma distância de cerca de

80 km ou mais do litoral de Moçambique, com excepção da uma secção norte 1/5 que tem um vértice situado

a cerca de 20 km da linha costeira (Figura 1).

Figura 1: Localização do Project

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 3

1.5.3 Levantamentos Sísmicos

Os levantamentos sísmicos são realizados na investigação de formações geológicas submarinas durante a

prospecção de petróleo e gás marinhos. Durante os levantamentos sísmicos são direccionados sons de baixa

frequência, de nível elevado para o fundo do mar, a partir de fontes sonoras perto da superfície da água que

são transmitidos a partir de uma embarcação. Os sinais refletidos a partir das descontinuidades geológicas

abaixo do fundo do oceano são registados por hidrofones montados em cabos “streamer”. Os sinais reflectivos

são registados e transmitidos para o navio sísmico para o seu processamento eletrónico. As análises dos

sinais enviados processados permitem a interpretação das formações geológicas no subsolo marinho.

Figura 2: Ilustração dos princípios base de levantamentos de aquisição de dados sísmicos em alto mar

1.5.4 Disposição do Levantamento

A figura 4 a seguir constitui um exemplo de um

possível padrão de levantamento para a aquisição

de dados para um levantamento 3D. As áreas a

vermelho e a azul (faixas) são passagens de

aquisição num azimute Norte e Sul,

respectivamente. As áreas a amarelo destacam as

viragens do navio entre as linhas onde

normalmente a fonte não é lançada. Serão

priorizadas as faixas que englobam os blocos Z5-

C e Z5-D numa primeira fase e em seguida os

restantes blocos.

Figure 3: Plano de Aquisição de dados durante o levantamento 3D

A área e os parâmetros exactos da aquisição de dados para o levantamento estão a ser avaliados pela CGG,

INP e IOCs. No entanto, a área final de levantamento será no enquadramento dos 52.816km² conforme

ilustrado na Figura 4. A CGG irá fazer a aquisição dos dados numa base de Clientes Múltiplos de tal forma

que os dados resultantes estarão disponibilizados para a concessão de licenças por todos os actuais

Operadores do bloco, futuros Operadores e empresas suas parceiras.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 4

Prevê-se que a aquisição dos dados sísmicos inicie no segundo trimestre do ano de 2017. O programa de

aquisição de dados irá depender da configuração final do equipamento bem como da extensão da área do

levantamento. Inicialmente a área proposta para a realização da pesquisa sísmica, era de 15,000km² no

mínimo, sobre os blocos Z5-C e Z5-D, e dependendo do progresso do projecto, os blocos circundantes

também serão acessados (entre 20-80 km da costa).

1.5.5 Metodologia do levantamento sísmico

O método de levantamento sísmico proposto pela CGG é constituído por um navio sísmico que reboca o

equipamento sísmico directamente na parte traseira do navio (fonte e cabos “streamer”). Estará presente um

navio (ou navios) de apoio para assegurar a segurança do navio sísmico e do equipamento, bem como para

controlar o tráfego marinho nas proximidades. Este método constitui o método padrão, mais fiável, para a

aquisição de dados sísmicos em alto mar e é o mais adequado para áreas de mar alto com profundidades

superiores a 10m.

A CGG pode utilizar um ou dois navios da sua frota para o levantamento de forma a encurtar o prazo de

tempo geral do projecto. Estes navios são o Geo Caspian e/ou o Oceanic Endeavour (Figura 4eFigura 5). Os

navios propostos estão sujeitos à sua disponibilidade, e a CGG reserva-se o direito de substituir o (s) navio

(s) referidos acima por um outro de capacidade semelhante.

Figura 4: Geo Caspian

Figura 5: Oceanic Endeavour

Ambos os navios são de desenho DNV-CLEAN,

ultrapassando os mais elevados padrões

ambientais, com o casco, lemes e hélices todos

otimizados para operações de reboque sísmico,

levando a redução de ruído, redução do consumo

de combustível e menores emissões de CO2.

Estas embarcações são ideais para grandes

pesquisas 3D, alta resolução de banda larga e

pesquisas 4D. Eles podem implantar até 16 Sercel

Sentinel ® flâmulas solidas, proporcionando

flexibilidade para empregar uma variedade de

geometrias de aquisição.

As fontes de som são dispositivos pneumáticos

submarinos dos quais é libertado, repentinamente,

ar de alta pressão para a água circundante. Ao ser

libertada esta pressão produz bolhas pulsantes

que produzem um sinal acústico que é

proporcional à taxa de mudança do volume da

bolha. O sinal acústico propaga-se pela água e

pelo subsolo e as reflexões são transmitidas de

retorno para a superfície. A fonte de som deve

estar submersa na água, tipicamente a

profundidades de entre 5 a 10 metros.

Uma das características de um disparo sísmico é

que tem uma duração curta (o impulso principal em

geral dura entre 5 a 30 milissegundos). O primeiro

impulso é seguido por uma reflexão de pressão

negativa da superfície do mar de vários impulsos

de bolhas com uma magnitude baixa. Muito

embora os níveis máximos durante o disparo

possam ser elevados, a energia geral é limitada

pela duração do disparo.

Os sinais acústicos reflectidos são registados por

um conjunto de receptores, designados

hidrofones. Estes hidrofones captam a energia

acústica das reflexões e convertem-na em sinais

eléctricos que são registados. Os hidrofones são

tipicamente fabricados em material piezoelétrico

encapsulado numa mangueira de borracha. Esta

mangueira que contém os hidrofones é designada

por “streamer”. Os “streamers” podem ser

rebocados pelo navio a profundidades que variam

entre os 5 e 50 metros e normalmente estão a uma

distância de 300 a 500 metros do navio.

O comprimento dos cabos “streamer” tipicamente

variam entre os 6.000m e 10.000m. Um

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 5

levantamento 3D envolve um leque constituído por

até 14 cabos “streamer”, normalmente espaçados

entre 100 a 150 metros na parte dianteira da

configuração e 100 a 200 metros na outra

extremidade. A aquisição de dados sísmicos de

alta qualidade requer que o posicionamento do

navio sísmico e o espaçamento dos cabos seja

conhecido com exactidão. Consequentemente, os

levantamentos sísmicos requerem uma

navegação muito rigorosa da fonte de som sobre

transectos de levantamento pré-determinados.

Este aspecto, e o facto de que esta configuração

dos cabos e cabos “streamer” que contêm os

hidrofones necessitam de ser rebocados numa

configuração específica na parte traseira do navio,

significa que a operação de levantamento possui

um nível muito limitado de capacidade de manobra

durante as operações.

Figura 6: Configuração típica para a aquisição de dados durante o levantamento.

Figura 7: Propagação de aquisição

Estará também posicionado no local uma

Embarcação de Apoio para o reboque de

emergência a operações de reabastecimento e

outros serviços. Como parte da prática normal da

CGG são realizados exercícios de simulação de

reboque.

1.5.6 Equipamento de Registo/ Gravação

“Streamers” Digitais

Os barcos da CGG estão equipados com

“Streamers” Sercel Sólidos. Estes podem ser

rebocados a profundidades entre os 5 e os 50

metros numa variedade de perfis. O CGG propõe

adoptar um reboque fixo a uma profundidade que

seja aproximadamente de 8m por reboque com

uma variação de ± 1.0 metro de variação.

Em algumas ocasiões, caso exista um risco de os

“streamers” se cruzarem devido às condições do

mar, as profundidades dos mesmos são mudadas

para evitar danos e impedir o emaranhar dos

“streamer”.

Figura 8: “Streamer” sólido e sistema de guincho.

Os cabos são controlados por unidades de direção

posicionadas em intervalos regulares ao longo da

serpentina. Tipicamente 1 unidade a cada 150m-

300m ao longo de um cabo de 8km. Estes

dispositivos permitem que o pessoal do navio

controlem a profundidade do cabo à medida que a

linha é adquirida e mantém o equipamento

rebocado numa configuração estável.

Fonte de Energia Sísmica

Energia sísmica para o levantamento será providenciada por configurações duplas espelhadas de um

conjunto de fontes de até 5.000 polegadas cúbicas afinadas, rebocadas a uma profundidade de 5 a 10 metros.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 6

Estes conjuntos são constituídos por elementos tipo 2 G-Gun Sercel, com cada conjunto de fonte de até três

subconjuntos individuais separados por 8.0 metros, separação geral de 16.0m. A separação nominal dos

conjuntos é tipicamente metade da separação do “streamer” (por ex., 50m ou 60m).

Durante a aquisição de uma linha sísmica, as pistolas de ar rebocadas imediatamente a popa do navio são

disparadas aproximadamente a cada 10 segundos.

Figura 9: Exemplo de Subconjunto de Fontes Individuais

Figura 10: Pistola de ar individual

1.5.7 Resumo da Produção

Direcção da Linha

O levantamento pré-traçado irá ser constituído por

várias linhas de navegação que serão

determinadas no início da aquisição dos dados. As

linhas pré-traçadas terão um espaçamento de

entre 600 metros dependendo do equipamento a

ser utilizado. Prevê-se que o azimute das linhas de

navegação seja num sentido Norte e Sul seguindo

a geometria do bloco.

Cobertura e Enchimento

A Interface de Orientação SeaProNav permite que

os navegadores direccionem o navio à distância a

partir da sala de instrumentos. Neste levantamento

a aquisição de dados sísmicos será feita com base

no princípio 3D de aquisição no qual o navio é

direccionado em termos de abrangência, portanto,

reduzindo o número de passagens de enchimento

necessárias para assegurar a cobertura total da

área a ser obtida.

Velocidade do Barco

Prevê-se que a velocidade do barco de aquisição

seja entre 4 a 5 nós.

1.5.8 Logística

O navio de pesquisa será apoiado por dois barcos

de perseguição e um navio de apoio. A fim de

limitar o tempo necessário na área a pesquisa será

adquirida continuamente. Sempre que possível, os

navios serão reabastecidos no mar por barcos de

apoio. As operações de reabastecimento no mar

estão em conformidade com as considerações

regulamentares internacionais relativas à

MARPOL e a SOLAS.

Sempre que possível e mediante disponibilidade,

serão utilizados helicópteros durante a operação

para deslocar a tripulação entre a costa e os

diferentes navios envolvidos na operação. Em

alternativa, a tripulação pode ser transportada em

navios de abastecimento e juntar-se à frota no mar.

Pequenas embarcações rápidas podem ser

desdobradas do navio para transportar pequenos

números de tripulantes e suprimentos dentro da

frota.

Ao longo do levantamento, os navios comerciais e

outros navios serão notificados por sinais

adequados de acordo com o Direito Marítimo

Internacional; Estes incluirão comunicações via

rádio, luzes e bandeiras. Um barco de perseguição

será usado para notificar pequenos barcos de

pesca que não são contactáveis ou não têm

conhecimento do sistema de sinal marítimo

internacional.

Um agente de terra será usado para auxiliar na

logística e reabastecimento do lado da terra. Estes

também serão responsáveis por organizar o

recebimento e gestão adequada e eliminação de

materiais de resíduos gerados e trazidos para terra

provenientes do navio sísmico em actividade.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 7

A tripulação técnica marítima para aquisição

sísmica, seja composta por Observadores de

Mamíferos.

Marinhos (OMM)/Operadores de PAM, as equipas

de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio

Ambiente, responsáveis pela comunicação com

pescadores locais. Poderá ainda existir um

elemento de apoio em terra. O programa sísmico

proposto será conduzido usando protocolos para

prevenção da poluição por petróleo, esgoto e

resíduos, de acordo com as normas internacionais

e as convenções da OMI que regulam a gestão de

resíduos e descarga de material dos navios para o

ambiente marinho.

1.6 Área de Influencia

A área de influência directa (AID) inclui a zona de exclusão segurança em vigor em torno do navio sísmico,

durante as actividades de aquisição e, a área de influência indirecta (AII) inclui a região ao longo das

províncias de Sofala e Zambézia.

Figure 11: Mapa ilustrando a área do projecto evidenciada a azul, a AID (verde) e a AII (vermelho).

1.7 Ambiente Biofísico e Socioeconómico

1.8 Clima

A área do Projecto não foge do padrão geral prevalecente no Sul de Moçambique e que de uma forma geral

é classificado de tropical. Ocorrem ao longo do ano, duas principais estações: a chuvosa e quente que vai de

Outubro a Abril; e a seca e fria que vai de Maio a Setembro.

Do ponto de vista do comportamento das variáveis climáticas como a temperatura, a precipitação e a

evapotranspiração, verifica-se para a Província de Sofala, a ocorrência de uma significativa variabilidade

espacial. Registam-se temperaturas elevadas, com valor médio anual superior a 24º C, com amplitude térmica

anual inferior a 10º C e com uma média anual de humidade relativa entre 55% e 75%.

A precipitação média mensal varia de 10 a 15 mm durante os meses de Junho a Outubro para cerca de 35 a

110 mm durante os meses de Novembro a Março.

A pressão atmosférica na Cidade da Beira oscila entre os 1009 hPa para o mês de Janeiro, chegando ao

máximo 1020 hPa nos meses de Junho e Julho, começando a descer novamente.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 8

Na Província da Zambézia, ocorre cerca de 70% da precipitação total anual, sendo o mês de Janeiro o mês

mais chuvoso, com precipitação média mensal de cerca de 280 mm, e a estação seca e fresca que vai de

Abril a Outubro, onde as médias mensais de precipitação não ultrapassam os 50 mm.

De acordo com Tinley (1971), o Norte de Moçambique é afectado pela extensão do sistema de monções do

leste de África com ventos soprando do norte ao nordeste durante o verão do sul e do sul ao sudoeste durante

o inverno do sul. As regiões Centro e Sul de Moçambique são afectadas pelo Sistema de Vento do Sudeste

e recebe ventos predominantes do Leste durante o ano.

1.9 Oceanografia

O Oceano Índico contém uma grande corrente oceânica conhecida por Corrente Equatorial do Sul (SEC) que

circula no sentido anti-horário. Esta massa aquática equatorial circula na direcção Oeste pelo Oceano Índico

dividindo-se, quando atinge a parcela oriental de Madagáscar, na Corrente do Madagáscar Oriental (EMC)

(que circula para Sul), e numa corrente que se dirige para Norte até ao Cabo Âmbar, o ponto mais setentrional

do Madagáscar, onde flete em direcção à costa de África, bifurcando-se de novo em fluxos para Norte e Sul.

O fluxo para Norte torna-se na Corrente Costeira da África Oriental, enquanto o fluxo para Sul se torna na

Corrente de Moçambique.

As marés ao longo do litoral moçambicano são semidiurnas, com variações entre 2 m e 6,5 m e estão

geralmente relacionadas com a pouca profundidade da plataforma continental. Por exemplo, as variações de

marés na Beira são de 6,3 m, devido à plataforma continental ser rasa e com 140 km de largura neste ponto,

fazendo com que seja uma das variações mais elevadas do litoral africano (ERM, 2010).

Ao nível do sul da Província de Quelimane, estima-se que a linha de costa tenha cerca de 100 km, onde

quase toda a extensão do mar territorial está dentro da linha batimétrica superficial inferior a 50 m de

profundidade. A faixa de batimetria inferior a 50 m, apresenta uma largura de 50 km em toda extensão, e a

partir desta distância as linhas batimétricas se sucedem suavemente para os 1000 m (Impacto, 2012)

1.10 Ecossistemas Marinhos

A costa ao longo da área de estudo é parte da

costa pantanosa, característica da zona centro do

país, onde está concentrada uma enorme

quantidade de rios, que aqui desaguam (Hoguane,

2007). Por esta razão, nesta região ocorrem

estuários e deltas de grande importância, onde se

destacam os estuários dos rios Gorongosa, Búzi e

Púnguè na Província de Sofala, os estuários dos

Bons sinais e de Macuse na Zambézia e os Deltas

dos Rios Save e Zambeze (limites norte e sul da

Província de Sofala). Estes rios são de uma

importância vital, pois garantem o fornecimento de

água doce às florestas de mangal e descarregam

sedimento e nutrientes para o mar, que são os

grandes responsáveis pela elevada produtividade

do Banco de Sofala.

O mangal do Delta do Zambeze é composto por

oito espécies de árvores: Avicennia marina,

Bruguiera gymnorhiza, Ceriops tagal, Heritiera

littoralis, Lumnitzera racemosa, Rhizophora

mucronata, Sonneratia alba e Xylocarpus

granatum. Estas espécies encontram-se

geralmente em associação com espécies como

Guettarda speciosa, Hibiscus tiliaceous e

Achrostichum aureum (Barbosa et al., 2001;

Beilfuss et al., 2001; Stringer et al., 2014).

Figura 12: Mangal que envolve o Estuário dos Bons Sinais.

Fauna Marinha

Na costa Este de África ocorrem 32 espécies de

cetáceos (baleias e golfinhos). Nesta região as

grandes baleias são normalmente observadas

durante o período de Junho a Outubro. Isto porque

elas migram anualmente percorrendo longas

distâncias, em alguns casos mais de 8.000 km em

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 9

cada direcção), entre as áreas de alimentação no

verão (latitudes altas perto da Antártica) e as áreas

de reprodução no inverno (latitudes baixas perto

do Equador) (Berggren e Coles, 2009).

Na área do Projecto poderão ocorrer 12 espécies

de cetáceos: cinco golfinhos, cinco baleias

odontocetes (baleias com dentes) e duas baleias

misticetes (baleias de barbela) (IMPACTO e ERM,

2011).

As espécies de águas profundas, com particular

importância na região da pesquisa sísmica

proposta, incluem espécies de peixe pelágicos,

baleias, tubarões, raias, tartarugas e golfinhos.

Na foz dos rios, que desaguam na área de estudo,

poderão ocorrer espécies de peixes de água doce

como a Tilápia de Peito Vermelho (Tilapia rendalli),

a Tilápia Moçambicana (Oreochromis

mossambicus) e a Tilápia Negra (Oreochromis

placidus placidus).

Por outro lado, no mar da região do Banco de

Sofala poderão encontrar-se, entre outras, as

seguintes espécies (Entrix, 1998; IMPACTO, 2005;

IMPACTO, 2007):

Espécies pelágicas: principalmente anchovas

(Stolephorus sp.), sardinhas (várias

espécies), xaréu Macoa (Caranx hippos),

várias espécies de arenque, carapau

(Scomberomorous sp.), e barracudas (quatro

espécies).

Espécies demersais: escienídeos (Johnius

belangerii, J. dussumieri, Otolithes rubber),

roncadores (Pomadasys hasta, P.

maculates), salmonetes (Upeneus vittatus),

peixe lagarto (Saurida undosquamis) e peixe-

fita (Trichiurus lepturus).

Espécies costeiras/estuarinas:

principalmente rombanas (Ambassis safgha),

peixe-porco-galhudo (Arothron immaculatus),

tainha (Valmugil sp., Mugil sp.), Peixe-zebra-

violão (Therapon jarbua), pargo tinteiro

(Lutjannus fulviflamma), anchova do Índico

(Anchoviella indica), sardinha de banda azul

(Harengula ovalis), meia agulha manchada

(Hemiranphus far), peixe-prata (Pranesus

pinguis), peixe coelho (Siganus rivulatus),

entre outros.

Não existem evidências da presença de dugongos

na região do Banco de Sofala, isto deve-se

provavelmente à escassez de ervas marinhas. No

entanto, é possível que a área possa servir como

corredor de migração entre o Norte e o Sul de

Moçambique, sendo assim possível que ocorram

indivíduos solitários em mar aberto em direcção à

isobata de 20 m (IMPACTO e ERM, 2011). Os

pescadores, na área de estudo, não conhecem

bem este animal e, os poucos que conhecem

viram-no em outras áreas, portanto o dugongo não

deverá ocorrer na área de estudo

Duas espécies de focas, nomeadamente a foca

caranguejeira (Lobodon carcinophagus) e o lobo-

marinho sub-antártico (Arctocephalus tropicalis) já

foram observados próximo a área de estudo. Mas,

as águas costeiras de Moçambique são

consideradas fora da sua amplitude de

distribuição. Portanto, estes registos são anormais

e sugerem indivíduos nómadas (Guissamulo e

Cockroft, 1996

Na área do Banco de Sofala poderão avistar-se as

cinco espécies de tartarugas marinhas (Costa et

al., 2007; Videira et al., 2008) que ocorrem no país

(e na região ocidental do Oceano Indico),

nomeadamente: verde (Chelonia mydas),

cabeçuda (Caretta caretta), olivácea (Lepidochelys

olivacea), coriácea (Dermochelys coriacea) e bico-

de-falcão (Eretmochelys imbricata).

Figura 13: Cabeçuda (canto superior direito) e coriácea (canto inferior direito).

As duas áreas são consideradas de grande

importância para aves marinhas migratórias,

sendo que foram observadas congregações de

algumas espécies com números superiores ao

limiar de 1% da população nas áreas do Bazaruto

e do Delta do Zambeze. Segundo Parker (2001)

estas espécies são: Tarambola-cinzenta (Pluvialis

squatarola), Borrelho-mongol (Charadrius

mongolus), Pilrito-sanderlingo (Calidris alba),

Gaivina-comum (Sterna hirundo), Gaivina-de-bico-

laranja (Sterna bengalensis), Gaivina-pequena

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Fevereiro 2017 Report No. 1657630 10

(Sterna albifrons), Cegonha-de-bico-aberto

(Anastomus lamelligerus) e Grou-carunculado

(Bugeranus carunculatus).

Áreas Protegidas

A área do Projecto não abrange áreas protegidas,

no entanto quatro áreas protegidas localizam-se

nos seus arredores (Figura 29). Estas áreas são:

Reserva Nacional de Marromeu (faz parte da

zona RAMSAR do Delta do Zambeze):

localizada no Delta do Rio Zambeze, na costa

a cerca de 15 km a oeste da parte norte da

área do Projecto (a AID abrange uma parte

desta área protegida);

Área de Protecção Ambiental das Ilhas

Primeiras e Segundas: Localizada na parte

norte do Banco de Sofala, a cerca de 130 km

do limite norte da área do Projecto;

Coutada de caça Número 5: Na margem

norte do Delta do Rio Save, localizada a cerca

de 90 km a oste do limite sul da área do

Projecto (a área de estudo abrange o limite

da Coutada);

Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto

(PNAB): Localizado a sul do Banco de Sofala,

a cerca de 70 km do limite sul da área do

Projecto.

A autoridade responsável pela gestão destas

áreas é o Ministério da Terra, Ambiente e

Desenvolvimento Rural (MITADER), através da

Administração Nacional de Áreas de Conservação

(ANAC). No entanto, a Coutada de Caça é gerida

por um operador privado a Africa Futura Wildlife

Restoration Lda.

Figura 14: Areas de influência do projecto, a preta é a área do projecto, a verde é a Área de Influencia Directa, é a vermelha e a Área de Estudo.

1.11 Socioeconomia

Em 2011 Moçambique tinha um total estimado de 23.049.621 habitantes e uma densidade populacional de

28,8 hab/km2, uma das mais baixas a nível mundial. A maioria da população (67%) está localizada nas regiões

centro e sul, com 43% da população a habitar os distritos litorais e ocupando 19% do território nacional.

De acordo com censo de 2007 (INE, 2008), a Província de Sofala tem uma estimativa de 1.642.920 habitantes.

A tabela a seguir mostra a população da Província de Sofala por sexo.

Tabela 1: População da Província de Sofala por sexo

Para a Província da Zambézia, os resultados do Censo de População e Habitação de 2007 apresentam um

total de cerca de 3 849 455 habitantes habitantes para esta província. Zambézia é considerada a província

mais populosa depois de Nampula com 3,985,613 habitantes.

A taxa de alfabetização é um bom indicador da vulnerabilidade de uma comunidade, sendo uma taxa de

analfabetismo elevada um indicador de forte dependência do sector primário (agricultura, pesca e pecuária)

Grupos por sexo e idades Número da Pop.

Total 1.642.920

Mulheres 843.169

Homens 799.751

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Fevereiro 2017 Report No. 1657630 11

e do emprego informal para subsistência, ao passo que uma baixa taxa de analfabetismo indica a presença

de um sector de emprego mais formal.

A taxa de analfabetismo parece seguir um padrão decrescente de norte para sul, a Província da Zambézia

tem uma taxa de analfabetismo mais elevada do que Sofala (43,4%).

Na Região Centro (Zambézia e Sofala) apenas as capitais das províncias estão equipadas com hospitais

centrais. As infraestruturas da saúde são limitadas e têm muitas vezes falhas de armazenamento de bens

médicos e uma falta geral de comodidades básicas.

A taxa de incidência do VIH/SIDA abrange mais do que 10% da população. A malária é a principal causa de

morte, a cólera e a diarreia são também doenças dominantes.

A Região Centro também recebe energia vinda de Cahora Bassa, mas apenas 6% da população tem acesso

a este serviço. A restante população usa sobretudo madeira e parafina como fontes de energia (INE, 2007).

Apenas 6% das famílias na Região Centro têm acesso ao fornecimento de água canalizada, enquanto o resto

utiliza água não tratada de rios, poços e outras fontes.

Região Centro também é servida por uma linha férrea que liga o Zimbabwé ao Porto da Beira. A linha férrea

do Sena, que liga Moatize (na Província de Tete) com o Porto da Beira e as estradas N1, N7, N104, e N6

ligam a Região Sul ao norte de Moçambique.

A Cidade da Beira tem o segundo maior porto do país e a cidade de Quelimane tem o quarto maior.

A população dos distritos costeiros vivem basicamente da agricultura de subsistência e igualmente da pesca,

particularmente para as populações que vivem nas proximidades da costa e ao longo dos rios Zambeze. A

agricultura praticada é completamente dependente das condições climáticas, o que a torna extremamente

vulnerável.

O sector de pesca em Moçambique está categorizado em três subsectores: sector artesanal, semi-industrial

e industrial. O sector artesanal é constituído por pescadores de subsistência que se encontram ao longo de

toda a faixa costeira em aldeias piscatórias e que usam embarcações pequenas (<10 m) e uma grande

variedade de equipamento de pesca de baixa selectividade, operam geralmente dentro de um raio de três

milhas náuticas da faixa costeira (em ecossistemas diferentes) mas mais recentemente adquiriram a

capacidade de se deslocarem mais para o alto mar durante o ano.

O sector semi-industrial, por outro lado, é um sector comercial que só se encontra nas águas costeiras mais

próximas dos seus respectivos portos (por ex. Beira e Angoche) e usam embarcações de tamanho médio (10-

20 m) e fazem a preservação do pescado em gelo. Esta frota visa espécies diferentes dependendo das áreas

de pesca. A maior parte destas frotas pescam emáguas superficiais, e praticam a pesca de demersais ao

longo da plataforma continental do Banco de Sofala e de outras regiões costeiras de Moçambique.

Figura 15: Parte da frota de pesca de camarão que realiza actividades no Banco de Sofala e na Área do Projecto

Contudo, o sector industrial utiliza embarcações maiores com mais de 20m, dedicando-se à pesca comercial

de camarão no Banco de Sofala, enquanto as outras frotas pesqueiras praticam a pesca à linha e camarão

de águas profundas no Banco de Sofala, e em outras áreas de pesca.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 12

As actividades de pesca que são consideradas relevantes dado se sobreporem às do Projecto incluem,

Apesca artisanal nos distritos de Chinde, Inhassunge e Quelimane;

A pesca industrial de camarão em águas superficiais no Banco de Sofala

A pesca semi-industrial de camarão em águas superficiais no Banco de Sofala

A pesca semi-industrial e industrial à linha no Banco de Sofala

A pesca de atum

A pesca de crustáceos em águas profundas

O número de pescadores nos três distritos foi estimado em 8.087. Cerca de 52 por cento dos quais usam

barcos (IDDPE 2013, banco de dados do censo). Em termos de números relativos, Chinde hospeda 64 por

cento do número de pescadores e 19 por cento são de Inhassunge e os restantes 17 por cento relatados de

Quelimane.

Em 2015 foram concedidas licenças a um total de 12 embarcações semi-industriais e uma embarcação

industrial que operam no Banco de Sofala. O esforço total de pesca (dias de pesca) reduziu ligeiramente em

3.7 durante 2015 com relação ao ano anterior, invertendo a tendência crescente que se tinha observado

durante os últimos três anos. Esta frota tanto opera durante o dia como à noite.

Turismo

Na província da Zambézia, no eixo das ilhas segundas, acima Moma e Pebane existe um arquipélago

constituído pelas ilhas primeiras (Silva, Fogo, Coroa, Epidendron), com potencial para o estabelecimento de

empreendimentos turísticos, registando um lodge na Ilha Silva que presentemente esta fechado.

Na província de Sofala, a sul da baía do mesmo nome, existe a ilha de Chiloane que não dispõe de qualquer

empreendimento turístico.

A província da Zambézia, para além da baía de Quelimane, não apresenta outras dignas de menção e na

província de Sofala, existe a baía de Nhandoze e a grande baía de Sofala.

A Província de Sofala é caracterizada por áreas de natureza pantanosa, confluência de estuários e por estas

características não é propícia ao desenvolvimento do turismo de Sol&Praia e de lazer ao longo da sua costa.

A quase totalidade dos estabelecimentos turísticos construídos junto a praia estão situados na Cidade da

Beira, com a excepção de uma pequena unidade de alojamento de baixa qualidade e capacidade, o Savane

lodge, junto da embocadura do rio Savane.

A actividade turística ainda é incipiente nos distritos a Sul da Cidade de Quelimane, apesar de apresentar

grandes potencialidades ligadas à sua localização na costa e no Delta do Zambeze onde existem inúmeros

riachos, onde ocorrem formações florestais densas de mangal, únicas em toda a Bacia do Zambeze.

Transito Maritimo

O Canal de Moçambique é uma rota marítima preferida nas ligações marítimas entre a América do Norte e

do Sul, o Golfo Pérsico, a Ásia e o Sul ea África Oriental. Esta rota tem em conta tanto o tráfego de navios

petroleiros como de navios contentores e de carga geral, o tráfego marítimo regional costeiro e da África

Oriental e o transporte marítimo nacional de Moçambique.

O Porto da Beira tem três cais principais: o cais de Mercadorias Gerais, o cais para Minérios (para o

manuseamento de carvão de Tete e de outros minerais dos países vizinhos) e o Terminal de Petróleo que

atende à importação nacional de produtos petrolíferos e de produtos dos países vizinhos, o Oleoduto Beira-

Zimbabwe. Este porto inclui também um Porto Pesqueiro que serve a indústria de pesca industrial e semi-

industrial.

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Fevereiro 2017 Report No. 1657630 13

Figura 16: Vista Geral do Porto da Beira.

O maior volume de tráfego de cabotagem é de nível regional, com o porto sul-africano de Durban a constituir

o ponto de origem do tráfego regional de referência, dado este porto desempenhar a função de “Principal

Centro Portuário” para a Região da África Austral. Em termos de volume de cabotagem, depois do porto de

Durban, segue-se o tráfego marítimo a nível regional nos segmentos de Maputo-Beira, Beira-Quelimane,

seguido do outro tráfego gerado pelos outros portos nacionais (Nacala, Pemba, Angoche, Quelimane,

Inhambane e Chinde).

De entre a rede portuária de Moçambique, o Porto de Quelimane é um porto de segunda linha, com uma

capacidade de manuseamento para acomodar o tráfego local, a cabotagem nacional e regional bem como o

tráfego internacional. Também acomoda um Porto Pesqueiro para as embarcações de pesca industrial e semi-

industrial, juntamente com uma componente sólida de pesca artesanal. O porto tem um cais de pequenas

dimensões que só pode acomodar dois navios de tamanho médio (com um comprimento de até 120 metros)

de cada vez e tem uma profundidade máxima de 6.1 metros. O maior volume de tráfego deste porto

compreende a cabotagem nacional e regional, sendo que o tráfego estabelece ligação com os portos da Beira,

Nacala, Pemba, Angoche, e algum tráfego de menor volume a escala local com os portos mais pequenos de

Chinde e Pebane.

O Canal de Moçambique constitui uma das principais rotas de navegação marítima do mundo, estando

integrado na área de estudo, e acomodando uma vasta variedade de tipos de tráfego tais como:

Navios de grande capacidade que ligam a América do Sul com os países da África Austral bem como o

tráfego entre a Península Arábica e a América do Norte;

Embarcações de capacidade grande e médias envolvidas no comércio regional entre os portos da

África do Sul, Moçambique, Madagáscar, Ilhas Comores, Tanzânia e Quénia;

Embarcações envolvidas no tráfego doméstico de e para os Portos da Beira, Chinde e Quelimane;

Embarcações médias e pequenas que estabelecem a ligação com os postos de Chinde e de

Quelimane;

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Fevereiro 2017 Report No. 1657630 14

Barcos pesqueiros envolvidos na pesca industrial e semi-industrial que actuam nesta área e utilizam os

portos da Beira e de Quelimane como Portos de Base;

Tráfego local constituído por pequenas embarcações de transporte que operam entre os pequenos

povoados nas proximidades das Cidades da Beira e de Quelimane, bem como em redor da Vila de

Chinde;

Pequenas embarcações de pesca envolvidas na pesca artesanal nos Povoados dentro da área de

estudo e em redor da mesma.

Avaliacao de Impactos

Os potenciais impactos ambientais e socioeconomicos do Projecto foram identificados atraves de estudos de

gabinete e algumas interações a nível de campo. Todos os impactos provaveis resultantes das actividades

propostas foram identificados, descritos e avaliados. A avaliação de impactos leva em conta quatro elementos

principais

Previsao da magnitude dos impactos (as consequencias do Projecto no ambiente natural e social);

Avaliacao da importancia (ou significancia) dos impactos, tendo em conta a sensibilidade dos recursos

ambientais e ambiente social;

Desenvolvimento de medidas de mitigacao para evitar, reduzir ou gerir os impactos; e

Avaliacao dos impactos significativos residuais depois da aplicacao das medidas de mitigacao.

A Significância do Impacto foi avaliada em termos das duas fases principais do projecto: i) a mobilização e

ii) as operações. Embora este termo seja algo subjectivo, constitui regra geral de aceitação que a significância

é uma função da magnitude do impacto e da probabilidade de o impacto ocorrer. A magnitude do impacto

constitui uma função da extensão, duração e severidade do impacto.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 1657630 15

Tabela 2: Classificação da Significância do Impacto

Valor Significância Comentário

SP >75

Indica uma

significância

ambiental

Elevada

Onde um limite ou padrão aceite pode ser excedido, ou ocorrem

impactos de grande magnitude sobre recursos / receptores

sensíveis/de alto valor. Os impactos de significância elevada irão

tipicamente influenciar a decisão de avançar ou não com o projecto.

SP 46 - 75

Indica uma

significância

ambiental

moderada

Onde se podem sentir efeitos do impacto, mas a magnitude do mesmo

é suficientemente pequena e enquadra-se adequadamente nos

padrões aceites, e/ou o receptor tem uma sensibilidade baixa / valor

reduzido.

É improvável que esse tipo de impacto venha a ter uma influência sobre

a decisão. Os impactos podem justificar uma alteração significante ao

desenho do projecto ou uma mitigação alternativa.

SP 15 - 45

Indica uma

significância

ambiental

baixa

Onde se podem sentir efeitos do impacto, mas a magnitude dos

mesmos é baixa e está em conformidade com os padrões aceites, e/ou

o receptor tem uma sensibilidade baixa / valor reduzido ou a

probabilidade do impacto é extremamente baixa. É pouco provável que

esse tipo de impacto tenha qualquer influência sobre a decisão final

muito embora o impacto deva à mesma ser reduzido para um nível tão

baixo quanto possível, particularmente quando se aproxima de uma

significância moderada.

SP < 15

Indica uma

significância

ambiental

insignificante

Quando qualquer recurso ou receptor não venha a ser afectado de

forma material por uma actividade específica, ou o efeito previsto é

considerado como sendo imperceptível ou não se distingue dos níveis

de fundo naturais. Não é necessária qualquer mitigação.

+ Impacto Positivo Onde são prováveis consequências / efeitos positivos.

Foram identificados um total de 10 impactos biofísicos; 5 impactos socioeconómicos (2 dos quais são

positivos). A tabela abaixo, resume os impactos e a as medidas de mitigação recomendadas para a

minimização e potenciação dos mesmos dos mesmos

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 16

Tabela 3: Avaliacão de Impactos

Impacto Significancia

Sem Metigação Medida de Gestão Significancia

Com Metigação

Meio Biofisico

1.Introdução e

proliferação de

espécies invasoras

introduzidas nos navios

do Projecto, nas águas

de lastro dos navios e

nos equipamentos de

prospecção sísmica

provenientes de outras

regiões.

Baixa Ter um plano de gestão e um livro de registro de

biofouling e ter um sistema anti-incrustante

adequado;

Insignificante

Realizar regularmente inspecções sob água,

limpeza e manutenção.

Os navios devem executar a gestão da área de

lastro até que sejam atingidas os padrões

estipulados, em conformidade com o plano de

gestão específico do navio;

Os navios devem ter um livro de registro de água

de lastro e ter um certificado internacional para a

gestão da água de lastro.

2.Perturbações

auditivas, alterações

fisiológicas ou

comportamentais em

cetáceos e tartarugas

marinhas causadas por

ruído subaquático

derivado de tiros de ar

comprimido.

Moderada Deve ser estabelecida uma "zona de exclusão"

para os cetáceos e tartarugas marinhas, na área

num raio de 500 m, em relação aos tiros de ar

comprimido.

Baixa

As actividades de exploração sísmica devem ser

bem planejadas, de modo a ocorrerem no menor

período possível.

A exploração sísmica não deve exceder o nível de

exposição de 180dB re 1 μPa rms, que é o limite

utilizado para outras regiões (como nos EUA) para

proteger os cetáceos (UNEP / CBD / SBSTT,

2012).

Tiros de ar comprimido só podem ser levados a

cabo na área do Projecto;

Antes do tiroteio começar, deve haver um período

de observação de 30 minutos ou 60 minutos (em

águas mais profundas do que 200 m). No caso de

qualquer mamífero marinho ou tartaruga marinha

ser avistado, a actividade de tiroteio deve ser

adiada até 20 minutos sem qualquer avistamento

dentro desta zona de exclusão.

Deve-se utilizar um procedimento de aumento ou

início lento para os tiros de canhão (cada canhão

deve iniciar individualmente ou, se isso não for

possível) a pressão dos canhões deve ser

manipulada para aumentar gradualmente), durante

30 min.

Se, por qualquer razão, o disparo parar, ele só

pode ser reiniciado com força máxima se a

paralisação não exceder 5 min. Se o período for

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 17

mais longo, então um processo completo de

aumento deve ser implementado.

Os canhões de ar comprimido devem ser

desligados enquanto o navio está realizando

manobras para mudar a linha sísmica, caso este

procedimento dure mais de 30 min (período de

procedimento para o arranque progressivo). Se a

mudança da linha durar mais de 30 minutos, os

canhões podem operar durante este processo,

mas de preferência com uma intensidade reduzida.

Programas de conscientização ambiental devem

ser organizados para todos os membros da

tripulação para explicar o estado de conservação

dos cetáceos e tartarugas e para destacar a

importância das medidas de mitigação.

Ruído desnecessário de alta intensidade deve ser

evitado sempre que possivel.

Monitorar e registar a ocorrência de de animais

mortos (cetáceos ou tartarugas marinhas) que

possam ser avistados na costa, encalhados nas

praias ou na água da área do Projecto.

3.Distúrbios auditivos,

alterações fisiológicas

ou comportamentais em

peixes, cefalópodes e

outros invertebrados

marinhos causados

pelo ruído subaquático

causado pelos tiros de

ar comprimido.

Baixa As medidas de mitigação descritas para impacto nr

2 também são aplicáveis para a mitigação deste

impacto

Registrar a ocorrência de todos os grandes

tubarões e manta raias (elasmobrânquios) para

garantir a aplicação das medidas de mitigação e da

zona de exclusão.

Baixa

Sempre que espécies em perigo de extinção (como

o tubarão-baleia e a manta raia) forem observadas

dentro da zona de exclusão, os disparos devem ser

interrompidos e, em seguida, o procedimento deve

prosseguir iniciando de modo suave.

Deve ser evitada a aquisição de dados sísmicos

perto da linha da costa, nos primeiros 20km, pois

trata-se de área muito rica em peixes e

invertebrados e de extrema importância para a

pesca.

Analise das taxas de captura, antes, durante e

apos a pesquisa sísmica.

4. Perturbação aos

crustáceos (camarão e

outros) e às funções

vitais de moluscos

pelágicos

Baixa A matriz do canhão de ar não deve ser maior do

que o necessário para o levantamento sísmico 3D

específico

Baixa

Deve ser evitada a aquisição de dados sísmicos

perto da linha da costa, nos primeiros 20km, pois

trata-se de área muito rica em peixes e

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 18

invertebrados e de extrema importância para a

pesca.

Sistemas de monitoramento para manter um

registro de todos os peixes, cefalópodes (ou outros

invertebrados) animais mortos ou desorientados

que possam ser avistados na costa, encalhados

nas praias ou na água da área do Projecto, com

especial atenção aos elasmobrânquios.

5. Afugentamento

temporário de cetáceos

e tartarugas marinhas

dos seus habitats

causada pelo ruído

subaquático derivado

do tráfego dos navios

do Projecto.

Baixa Deve assegurar-se que o navio de exploração

sísmica e outros navios de apoio estão equipados

com sistemas de ponta para reduzir o ruído

causado pelas máquinas e hélices.

Insignificante

Os navios que estão envolvidos no Projecto devem

evitar sempre que possível o encontro com os

cetáceos e tartarugas marinhas, distanciando-se

sempre.

A manutenção regular deve ser realizada nos

navios do Projecto e a equipe de manutenção deve

prestar especial atenção ao ruído produzido pelos

navios.

Deve estabelecer-se um sistema de monitorização

de registos de animais (cetáceos ou tartarugas

marinhas) mortos que sejam vistos na costa,

encalhados nas praias ou nas águas ao longo da

Área do Projecto. Para tal, deve ser estabelecido

um sistema de comunicação que permita, às

pessoas que vivem ou trabalham ao longo da costa

da área de estudo, comunicar este tipo de

observações.

6. Morte ou lesões de

cetáceos e tartarugas

marinhas devido a

colisões com

embarcações do

Projecto ou

emaranhamento em

equipamentos usados

para exploração

sísmica

Baixa As medidas de mitigação descritas para o impacto

2 também são aplicáveis à mitigação deste

impacto.

Sempre que possível, a velocidade dos navios de

Projecto deve ser limitada a um máximo de 13 nós.

Insignificante

Sempre que possível, deve assegurar-se de que os

materiais de exploração rebocados (boias,

canhões aéreos, etc.) não tenham lacunas (ou

estas devem ser cobertas ou reduzidas) nas quais

os animais (por exemplo tartarugas) podem ficar

presos.

Todos os membros da tripulação devem ser

proibidos de matar ou causar ferimentos à fauna

marinha. Qualquer membro da tripulação que

deliberadamente matar ou causar qualquer dano à

fauna marinha deve ser imediatamente demitido,

comunicado às autoridades competentes e

enviado para a costa.

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Fevereiro 2017 Report No. 19

Observar a ocorrência destes animais na

vizinhança do navio de exploração sísmica,

sempre que se mover, mesmo quando não

realizar-se qualquer actividade de exploração

sísmica.

Deve haver alguém nos navios de apoio, que seja

responsável pela observação para a possível

ocorrência destes animais nas proximidades de

navios.

Prestar atenção para qualquer possível

emaranhamento desses animais no material de

exploração (canhões de ar e cabos de hidrofone).

Em caso de emaranhamento, todas as actividades

devem parar e as acções de resgate para resgatar

o animal devem ser postas em prática.

Um sistema para monitorar o registro de mamíferos

marinhos mortos ou feridos ou tartarugas marinhas

devido a colisões / emaranhamento deve ser

instalado no navio de exploração sísmica, nos

navios de apoio e material de exploração.

7. Redução da

qualidade da água do

mar e dos

desequilíbrios

ecológicos causados

pela adição de

compostos orgânicos

ou poluentes derivados

das águas de esgoto e

das águas residuais

Baixa Os procedimentos de deposição aplicados devem

obedecer à legislação nacional (por exemplo,

Regulamento para a Prevenção da Poluição e

Protecção Ambiental Marinha e Costeira, Decreto

n.º 45/2006, de 30 de Novembro) e às melhores

práticas internacionais (por exemplo, a Convenção

Internacional para a Prevenção da Poluição por

Navios - Marpol 73/78).

Insignificante

O tratamento dos esgotos deve ser feito antes de

serem descarregados para o mar, de acordo com

as recomendações da Marpol 73/78.

Os navios devem efectuar o tratamento das águas

de esgoto a bordo ou efectuar o transbordo no mar,

em conformidade com as recomendações da

Marpol 73/78.

Implementar um Programa de Controlo da

Poluição, incluindo o tratamento, eliminação

adequada e minimização de resíduos, de acordo

com as recomendações da Marpol 73/78.

O monitoramento frequente das águas

descartadas, como forma de garantir que os níveis

de poluentes estão dentro das normas

recomendadas.

8. Produção de

resíduos domésticos

Baixa Os procedimentos de deposição aplicados devem

estar em conformidade com a legislação nacional

(por exemplo, o Regulamento de Prevenção da

Poluição e Protecção Ambiental Marinha e

Costeira, Decreto n.º 45/2006, de 30 de Novembro)

Insignificante

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 20

e as melhores práticas internacionais (por

exemplo, a Convenção Internacional para a

Prevenção da Poluição por Navios - Marpol 73/78).

O navio sísmico deve possuir um manual de

procedimentos para lidar com os resíduos

domésticos que, se aplicado correctamente evita e

minimiza os potenciais efeitos negativos desse

impacto.

A CGG deve assegurar que o navio sísmico possui

um Plano de Gestão de Resíduos Domésticos que

esteja em conformidade com o Anexo V da

Convenção MARPOL: Prevenção da Poluição por

Navios.

9. Mudança na

qualidade do ar

(poluição atmosférica)

Baixa Todas as emissões de poluição atmosférica devem

estar em conformidade com as Leis de

Moçambique e Linhas de Guia Internacional.

Insignificante

De acordo com o Anexo VI da Convenção

MARPOL 73/78, o conteúdo de óleos sulfúricos

deve ter um valor máximo de 4,5% m / m, excepto

se o navio sísmico estiver equipado com um

sistema de limpeza aprovado para o tratamento de

gases de exaustão ou qualquer outro método

técnico que seja verificável e que reduza as

emissões de SO2 para um máximo de 6,0 g /

kWh1.

É proibida a incineração de materiais

contaminados embalados a bordo do navio sísmico

e do policloreto Bifenil (PCB). Além disso, também

é proibida a emissão deliberada de substâncias

prejudiciais à camada de ozono, incluindo o halon

e os clorofluorcarbonetos (CFC).

10.Degradação de

habitats costeiros e

marinhos, e

mortalidade dos

animais associados a

eles, causada por

derrames de

combustível

Baixa Todos os equipamentos e máquinas que possam

potencialmente vazar ou derramar combustível

devem ser regularmente mantidos, inspecionados

e testados.

Insignificante

Um Plano de Resposta de Emergência para

Derrames de Petróleo deve ser preparado e deve

incluir, pelo menos, os requisitos especificados

pelo Banco Mundial relativos à Saúde, Segurança

e Meio Ambiente durante operações de petróleo e

Gás no mar (Grupo do Banco Mundial, 2015).

No caso de derrames de combustível ou outros

produtos químicos, um plano de reacção de

emergência para derrames de petróleo deve ser

posto em prática / implementado. A capacidade de

implementar esse plano deve ser comprovada

antes do início de qualquer actividade.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 21

O Plano de Reação de Emergência para Derrames

de Petróleo deve levar em conta a melhor medida

e os métodos mais avançados para conter

derrames ou perda de combustíveis, óleos e

produtos químicos em todos os navios envolvidos

no Projeto.

Deve-se oferecer treinamento regular e adequado

para todos os funcionários do Projecto,

relacionados à prevenção, contenção e resposta

aos derrames.

Todo o equipamento envolvido na resposta a

derrames deve ser frequentemente mantido,

inspeccionado e testado.

Meio Socioeconómico

11. Redução da área

comercial de pesca

industrial e semi-

industrial; e

12. Redução da área

de pesca artesanal

Moderada Manter as zonas de exclusão de segurança tão

pequenas quanto possível para reduzir os

potenciais efeitos sobre a pesca do camarão de

águas rasas, a pesca à linha e a pesca do atum;

Baixa

Será estabelecida uma comunicação eficaz com os

operadores

A matriz do canhão não deve ser maior do que o

necessário para o levantamento sísmico 3D

específico

Deve ser aplicada uma zona de segurança de 500

m do barco e equipamento sísmico.

Solicitar ao Instituto Marítimo Nacional (INAMAR),

na qualidade de Autoridade Marítima, a instrução

sobre as regras e procedimentos a serem

cumpridas antecipadamente e durante as

operações sísmicas em águas territoriais

(jurisdicionais) moçambicanas;

Notificar ao INAMAR sobre a chegada da frota de

navios a utilizar nas operações sísmicas nas águas

sob jurisdição moçambicana, com indicação das

coordenadas geográficas

Será considerada a possibilidade de utilização de

meios de divulgação de Avisos de Navegação,

como a rede de radiodifusão de Rádio

Moçambique.

Assegurar que o navio sísmico é fornecido com

radar adequado e outros equipamentos de

detecção, assistidos permanentemente, para

permitir a detecção de qualquer navio que possa,

potencialmente, interferir com a segurança das

operações sísmicas

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 22

Para garantir que os navios de apoio estão

permanentemente em vigília da zona de segurança

estabelecida ao redor da embarcação sísmica

(500m ao redor do navio); esta medida vai permitir

a redução dos potenciais riscos de segurança

associados com as operações sísmicas

Para assegurar a conformidade com as normas

internacionais e moçambicanas em termos de

comunicação, gestão de danos / reclamações e

eventuais compensações.

Para estabelecer um procedimento de

reclamações / gestão de danos e, se qualquer

reclamação de terceiros for considerada

substancialmente evidente, para determinar as

medidas de reparação adequadas aos danos.

13.Criação de

Oportunidades de

Emprego e

Desenvolvimento de

Competências Locais

Insignificante Continuar a desenvolver o Fórum de Ligação

Comunitária (CLF) como um ligação para

comunicar as oportunidades para as comunidades

locais, para apresentar as candidaturas de

emprego das comunidades locais e seus

fornecedores.

Baixa

Gerir expectativas em relação às oportunidades de

emprego e evitar conflitos dentro das comunidades

locais. As comunidades locais têm criticado o

recrutamento na área, realizadas por diferentes

empreiteiros e fornecedores, em que as pessoas

envolvidas no recrutamento, geralmente os líderes

comunitários, dão preferência aos membros da

família e amigos.

14.Aumento da receita

e benefícios

econômicos devido à

aquisição de bens e

serviços locais

Baixa Oferecer oportunidades para os fornecedores

locais moçambicanos para apresentação de

propostas para o fornecimento de bens e serviços;

Moderada

Promover iniciativas para aumentar e melhorar a

produção agrícola e o comércio localIsso pode

incluir o conceito de agregar valor aos produtos;

15. Interferência no

Transporte Marítimo e

no Movimento de

Navios

Moderada O Proponente deverá notificar a Autoridade

Marítima, nomeadamente ao Instituto Marítimo

Nacional (INAMAR), sobre a entrada e

permanência do navio sísmico e quaisquer outros

navios associados às suas actividades para

realizar operações de aquisição sísmica nas águas

sob jurisdição de Moçambique, com indicação

precisa da área em que os navios operarão

(através de coordenadas de localização

geográfica);

Baixa

Deve ser assegurado que "Avisos de navegação"

são emitidos e divulgados através da rede de

comunicações marítima, bem como através de

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 23

1.12 Conclusão

Depois de realizado o Estudo de Impacto Ambiental do Projecto de pesquisa sísmica 3 D no mar alto das

províncias de Sofala e Zambézia, e analisadas as diferentes componentes do Projecto e do meio ambiente

em que este se insere, conclui-se que o Projecto e ambientalmente viável.

Em resumo, a maioria dos impactos seriam de curta duração e limitados à área de levantamento imediata.

Como resultado, a maioria dos impactos associados às actividades de exploração são considerados de

importância MODERADA A BAIXA a BAIXA após mitigação.

As duas questões-chave identificadas neste estudo referem-se a:

O potencial impacto sobre os mamíferos marinhos (lesão fisiológica e evasão comportamental) como

resultado de ruído sísmico; e

O potencial impacto no sector das pescas (interação dos navios e perturbação das operações de

pesca) devido à presença do navio de levantamento com a sua zona de segurança associada.

Embora a maior parte dos impactos sobre os cetáceos seja avaliada como tendo significância BAIXA, o

impacto poderia ser de muito maior significância devido à pouca compreensão de como os efeitos de curto

prazo dos levantamentos sísmicos se relacionam com impactos de longo prazo. Por exemplo, se uma fonte

sonora desloca uma espécie de uma área de reprodução importante por um período prolongado, os impactos

ao nível da população podem ser mais significativos. A fim de mitigar o impacto potencial sobre os cetáceos,

recomenda-se que as actividades de exploração propostas sejam planeadas, sempre na para evitar a

migração de cetáceos.

Se o levantamento nos períodos sensíveis dos cetáceos for inevitável, a tecnologia PAM, que detecta animais

através de suas vocalizações, deve ser implementada 24 horas por dia. São recomendadas várias outras

medidas para mitigar ainda mais o potencial impacto nos cetáceos, por exemplo arranques suaves,

interrupção temporária do levantamento, etc. Deve notar-se, no entanto, que se as actividades de

levantamento forem realizadas quando mais baleias estiverem provavelmente presentes na área, pode haver

um aumento do tempo de inactividade devido à interrupção temporária de Actividades de levantamento.

O potencial impacto na indústria da pesca varia de significância MODERADA -BAIXA a BAIXA com e sem

mitigação. No entanto, se os peixes evitarem a área de levantamento e/ou alterarem o seu comportamento

alimentar, poderia ter um impacto mais significativo sobre o sector da pesca. Contudo, a investigação

demonstrou que os efeitos comportamentais são geralmente de curta duração, sendo a duração do efeito

inferior ou igual à duração da exposição, embora estes variem entre espécies e indivíduos e dependem das

propriedades do som recebido.

outros meios de difusão desses "Avisos de

navegação".

Estabelecer e implementar mecanismos de

comunicação com o público em geral, a fim de

assegurar que a informação possa chegar a

qualquer navio que não possa ser alcançado pelos

"Avisos de Navegação" normalmente divulgados

através dos canais formais de comunicação e

outros canais que podem ser utilizados para esse

efeito; As informações serão divulgadas

devidamente antecipadamente (ou seja, pelo

menos 30 dias antes do início das operações ou,

se aplicável, conforme estabelecido pela

Autoridade Marítima).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

Fevereiro 2017 Report No. 24

É importante que o CGG se envolva temporariamente com a indústria pesqueira antes e durante o

levantamento, assim como os pescadores artesanais. A comunicação regular com os navios de pesca nas

proximidades durante o levantamento irá minimizar a possível interrupção das operações de pesca e o risco

de enredamentos dos dispositivos.

1.13 Passos Seguintes

Após as Consulta Públicas, será permitido um periodo de 2 semanas para comentários (até ao dia 21 de

Março) a qualquer pessoa que deseje enviar comentários ao projeto. Após este periodo, o relatorio final do

EIA será finalizado, levando em consideração as observações e questões relevantes levantadas durante as

reuniões públicas (devidamente respondidos e integrados na avaliação ambiental).

O relatório final do EIA será enviado ao MITADER para aprovação. O MITADER emitirá uma Licença

Ambiental para prosseguir com o projeto, assim que este for aprovado.

O seu comentário é importante

Se você estiver interessado em participar na elaboração do Relatório do

Estudo de Impacto Ambiental, por favor, comente sobre este documento

até ao dia 21 de Março de 2017 para:

Jamila das Neves e Cândida Boavida

Golder Associados Moçambique Lda

Av. Vladimir Lenine, 174, Edificio Millenium Park, Bloco A, 6º Andar, Maputo Tel: 21 301 292 or 21 360 750; Fax: 21 301 289

Email: [email protected] e [email protected]

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