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ESTADO DO CEARÁ CÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBE COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO Nº 001/2010 RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBE

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO Nº 001/2010

RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO

MAIO DE 2011

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBE

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO Nº 001/2010

1. APRESENTAÇÃO

A presente CPI foi criada pelo Requerimento n.º 070, de 2010, de autoria dos Vereadores Antonio Ivanir Queiroz Peixoto Filho, Lucivaldo Torres Sombra, Francisco Célio Oliveira dos Santos, e Francisco José Aguiar Freire para investigar e apurar a execução de obras públicas no Município de Beberibe/CE, realizadas pela empresa FAMEL FACÓ MÁQUINAS E ENGENHARIA LTDA (CNPJ/MF 06.599.096/0001-32), de propriedade dos tios do Exmo. Sr. Prefeito Municipal, Srs. Oduvaldo Facó e Sr. Orlando Facó, nas localidades de Sítio Lucas, Barra da Sucatinga, Morro Branco e Uruaú, nos exercícios de 2009 e 2010, bem ainda, apurar as circunstâncias do dispêndio de recursos públicos na aquisição de passagens aéreas em favor de pessoas estranhas ao serviço público municipal, especificamente na aquisição de passagens aéreas em favor do Sr. Orlando Facó, tio do Prefeito Municipal, com destino a Brasília/DF, em abril/2010.

Esta CPI iniciou seus trabalhos no dia 20 de janeiro de 2011 e teve seus trabalhos prorrogados ante o volume de investigações, sendo composta pelos Vereadores Antonio Ivanir Queiroz Peixoto Filho, Francisco Célio Oliveira dos Santos e Robério Facó Miranda de Paula Pessoa, que, mediante notificações, ouviram testemunhas, bem ainda, as pessoas envolvidas, sempre acompanhadas por seus advogados e com depoimentos filmados com a autorização dos ouvidos.

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Em que pese a tentativa de suspensão dos trabalhos investigativos, através do manejo de Mandados de Segurança impetrados pelas pessoas envolvidas, o Poder Judiciário local indeferiu as liminares buscadas, numa demonstraç ão de que esta CPI obedeceu aos ditames legais.

RELATÓRIO

DO FATO 01

“dispêndio de recursos públicos na aquisição de passagens aéreas em favor de pessoas estranhas ao serviço público municipal, especificamente na aquisição de passagens aéreas em favor do Sr. Orlando Facó, tio do Prefeito Municipal, com destino a Brasília/DF, em abril/2010”

Em abril de 2010, o periódico “Vento Leste” (doc. 1), que circula no Litoral Leste Cearense, trouxe em sua pág. 04, matéria versando sobre audiência, em Brasília/DF, do Prefeito de Beberibe com o Secretário Nacional de Monitoramento e Controle do Ministério da Pesca, Dr. Eloy de Sousa Araújo. Naquela matéria, consta uma foto do Prefeito, acompanhado do Secretário do Min. da Pesca e do ex-prefeito de Beberibe/CE, Sr. Orlando Facó. Referida matéria destaca que foram tratados assuntos de interesse desta.

Tal fato causou estranheza, pelo fato de que, como se sabe, o ex-Prefeito, tio do atual Prefeito, em que pese não integrar a Administração Municipal, foi agraciado com passagens aéreas arcadas

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com recursos públicos municipais. A presença do ex-Prefeito, conforme se demonstrará no item 02 a seguir, deixa evidente a sua participação “duvidosa” no trato da coisa pública municipal.

Analisando detidamente a documentação que compõe a demonstração do respectivo dispêndio, a CPI constatou que no processo de pagamento do empenho nº 07040002 (doc. 2), de 07/04/2010, constava como objeto a “concessão de passagem aérea ao prefeito de Beberibe Sr. Odivar Facó e seu assessor (grifo nosso)... nos dias 07, 08 e 09/04/2010”.

A Câmara Municipal solicitou informações ao Prefeito Odivar Facó acerca da identificação de tal assessor a que se referia o Empenho 07040002, no que foi respondida através de Ofício (doc. 3, 4), informando que tratava-se do Sr. Orlando Facó, que fora chamado para tal viagem a fim de prestar assessoramento técnico nas discussões no Ministério da Pesca, relativo ao Terminal Pesqueiro de Parajuru, ante a sua qualificação técnica e pelo profundo conhecimento daquele espaço. Por fim, o Prefeito informa que recebeu autorização do Min. da Pesca para a retomada das obras no referido terminal pesqueiro.

Além da confirmação emanada do próprio Poder Executivo, de que o assessor/acompanhante tratava-se do Sr. Orlando Faço, tio do Prefeito, esta CPI levantou junto aos processos de pagamentos da Prefeitura de Beberibe, os dados que confirmassem o nome do assessor beneficiário da passagem aérea, sendo que, através do Fatura 13048, da

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empresa Ana Ximenes Turismo (doc.5), constatou-se que o Sr. Orlando Facó era realmente o beneficiário da referida passagem.

Além da confissão e do documento comprobatório, pasmem, foi constatado que, além do pagamento da referida passagem, havia outros 06 (seis) pagamentos de passagens aéreas em favor do Sr. Orlando Facó, no período de agosto de 2007 a abril de 2010 (docs.6 à 17).

A fim de buscar informações acerca do vínculo do Sr. Orlando Facó com a Prefeitura Municipal de Beberibe, esta CPI convocou o Secretário Municipal de Administração - Sr. Raimundo Nonato Bessa Moreira, a Chefe de Gabinete do Prefeito - Sra. Adélia Colaço Bessa e o auxiliar administrativo - Sr. Jose Edmar Gama Cartaxo.

Em seu depoimento (docs. 18 e 19) filmado, o Sec. Municipal de Administração, Sr. Raimundo Nonato Bessa Moreira, afirmou perante a Comissão, que o Sr. Orlando Facó não exerce nenhum cargo na administração da Prefeitura de Beberibe, além de confirmar que autorizou o pagamento de 03 (três) passagens aéreas em favor do mesmo, a mando do Prefeito Odivar Facó.

A Chefe de Gabinete, Sra. Adélia Colaço Bessa, afirmou em seu depoimento (docs.20 e 21) filmado, que não é do seu conhecimento qualquer vínculo remunerado do Sr. Orlando Facó com a Prefeitura de Beberibe, e que somente autorizou o pagamento de 02

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(duas) passagens aéreas em favor do mesmo por ter recebido ordem direta do Prefeito Odivar Facó para tal ato.

O Sr. Edmar Gama Cartaxo, auxiliar administrativo da Sec. de Finanças, em seu depoimento (docs. 22 e 23) filmado, confirmou que assinou conjuntamente com os gestores, 07 (sete) autorizações de pagamentos de passagens aéreas em favor de Orlando Facó.

Convidados a prestarem depoimento à CPI sobre estes fatos e os demais da investigação, o Prefeito Odivar Facó não compareceu, alegando impossibilidade por problemas decorrentes de sua agenda. Já o Sr. Orlando Facó justificou o não comparecimento por compromissos anteriormente agendados (docs. 24,25,26,27,28).

CONCLUSÕES ACERCA DO ITEM 01A CPI constatou:

1) a concessão de passagens aéreas em favor do Sr. Orlando Facó, tio do Prefeito, pagas pela Prefeitura Municipal de Beberibe;

2) que o Sr. Orlando Facó, à época das viagens, não era servidor e nem possuía vínculo contratual com a Administração Municipal, restando comprovada a denúncia do item 2 da presente CPI.

3) O Sr. Orlando Facó, conforme também ficará demonstrado pelo teor do item 02 abaixo, exerce forte influência administrativa na Prefeitura

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Municipal de Beberibe, inclusive no manejo de recursos públicos.

DO FATO 02

1) “execução de obras públicas no Município de Beberibe/CE, realizadas pela empresa FAMEL FACÓ MÁQUINAS E ENGENHARIA LTDA (CNPJ/MF 06.599.096/0001-32), de propriedade dos tios do Exmo. Sr. Prefeito Municipal, Srs. Oduvaldo Facó e Sr. Orlando Facó, nas localidades de Sítio Lucas, Barra da Sucatinga, Morro Branco e Uruaú, nos exercícios de 2009 e 2010”;

DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE O ÍTEM

Esta CPI, com o desenrolar das investigações, constatou a existência de um verdadeiro esquema de malversação de recursos públicos desenvolvido pelo Prefeito e seus parentes.

O ponto de partida das averiguações sobre este item, deveu-se ao fato de que máquinas pertencentes a empresa FAMEL - Facó Máquinas e Engenharia Ltda, de propriedade de tios do Prefeito Municipal, estavam executando serviços em obras públicas nas localidades de Morro Branco, Sítio Lucas, Barra da Sucatinga e Uruaú.

Inicialmente, a CPI colacionou aos autos algumas fotos e filmagens das máquinas da FAMEL desempenhando serviços nas obras

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públicas municipais (docs. 29,30,31,32 e filmagens 41,42,43), e em seguida foi requerido junto ao Detran/CE (doc. 33) uma declaração acerca da propriedade de veículos tipo caçamba e outros que constavam das fotos. Aquela Autarquia Estadual respondeu afirmando que ditos veículos pertencem à FAMEL (doc. 34, 35, 36).

Em seguida, foi requerida Certidão Simplificada da Junta Comercial do Ceará - JUCEC acerca da composição societária da Empresa Famel (CNPJ/MF no. 06.599.096/0001-32) (docs. 37,38), ficando constado que os sócios são os Srs. Oduvaldo Facó, Olivar Facó e Orlando Facó.

Em seguida a Comissão identificou junto ao Portal da Transparência do Tribunal de Contas dos Municípios – TCM/CE a inexistência de contratos entre a empresa FAMEL e a Prefeitura de Beberibe, tanto pela razão social (doc. 39), como pelo CNPJ (doc. 40).

DAS OBRAS REALIZADAS PELA FAMEL

A partir daí, a Comissão buscou identificar de que forma a empresa FAMEL estava realizando obras em Beberibe.

Inicialmente, causou espécie o fato de que, em alguns dos equipamentos e veículos da empresa, estavam afixados em suas laterais, um tipo de adesivo com o nome “S C Serviços e Locações de Veículos Ltda” (filmagens 41,42,43).

Foi realizada pesquisa junto ao Portal da Transparência do TCM/CE e foi constatado que a empresa S C Serviços e Locações de

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Veículos Ltda possuía contratos com a Prefeitura de Beberibe, notadamente duas licitações, a de nº: 003/2008/TP/SEIN (doc.44), no valor de R$642.500,00 (SEISCENTOS E QUARENTA E DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS), mais aditivo de R$146.115,00 (CENTO E QUARENTA E SEIS MIL, CENTO E QUINZE REAIS), com objeto de “Locação de Máquinas e Equipamentos para recuperação de estradas vicinais no Município”, e a Licitação no. 001/2010INFRA-CP, no valor de R$799.000,00 (SETECENTOS E NOVENTA E NOVE MIL REAIS) (doc.45), também com o mesmo objeto da licitação anterior.

Mediante Certidão da Junta Comercial do Ceará - JUCEC (doc.46), constatou-se que referida empresa tem por sócio majoritário, o Sr. Stuart Castro Farias de Lima, que foi convocado para depor perante esta CPI.

Em seu depoimento (docs.47,48) filmado, o Sr. Stuart Castro confirmou 1) ser proprietário da empresa S C Locações, 2) que nas obras que realizava em Beberibe, utilizava, há aproximadamente 03 (três) anos, as máquinas da empresa FAMEL, 3) que havia um contrato formal entre as duas empresas, 4) que o pagamento à FAMEL era realizado mediante notas fiscais e na ausência destas através de recibos, 5) a possibilidade das máquinas sublocadas terem sido utilizadas por outras empresas para obras de pavimentação em pedra tosca para a Prefeitura de Beberibe.

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBE Perguntado se poderia apresentar à Comissão os

documentos que se referiu, o depoente entregou a posteriori os seguintes documentos:

1 - cópia de um contrato (doc.49,50,51 ) impresso em papel timbrado da FAMEL, firmado entre a S C e aquela, datado de 03 de março de 2010;

2 - cópia de uma única nota fiscal (doc.52) e recibo correspondente (doc.53), no valor de R$90.000,00 (NOVENTA MIL REAIS), datados de 11 de fevereiro de 2011;

3 – recibo (doc.54) no valor de R$62.600,00 (SESSENTA E DOIS MIL E SEISCENTOS REAIS), de 19/08/2010, sem a correspondente nota fiscal;

4 – recibo (doc.55) no valor de R$77.700,00 (SETENTA E SETE MIL E SETECENTOS REAIS), de 18/10/2010, sem a correspondente nota fiscal.

A Comissão levantou junto aos Pagamentos da Prefeitura de Beberibe, 14 (quatorze) processos referentes às duas Licitações. Dentre os documentos, a Comissão analisou as Notas Fiscais e os “Boletins Analíticos de Medição” (docs. 56 à 56p ) todos referentes a licitação nº 003/2008/TP/SEIN.

Constatou-se que em nenhum documento dos Processos de pagamentos havia a indicação do local onde foram realizadas as obras de recuperação de estradas, o que está em desacordo com o Contrato nº 2008/21.07-001 do Processo Licitatório 003/2008 (docs: 57 à 57c)

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especificamente em sua cláusula quinta, que diz: ”5.1.1. O pagamento do objeto licitado só será efetuado mediante a apresentação da respectiva fatura e nota fiscal, devidamente acompanhada da relação das estradas e/ou trechos onde foram executados os serviços,(grifo nosso) fornecida pelo responsável pela fiscalização, no prazo de cinco dias úteis”. Também se constatou que o contrato 2008/21.07-001 em sua Cláusula Décima Primeira, ítem 11.2.4, veda a “subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do CONTRATADO com outrem...”; o que foi burlado, configurando, portanto, verdadeiro ilícito decorrente da subcontratação da empresa FAMEL por parte da S C para a realização das obras, ferindo o art. 77 e SS. da Lei 8666.

Foi constatado que nas medições, os veículos tipo caçamba, carro pipa e carro prancha, eram pagos mediante horas trabalhadas, sendo uma forma não usual de medir o trabalho desses tipos de máquinas, chegando a tal ponto de o Sec. de Obras afirmar em depoimento que deixava uma pessoa observando as máquinas e contando as horas.

O Relator solicitou a oitiva de um ex-funcionário da Secretaria de Infraestrutura e Obras, Sr. Roberval Torres Sombra, que havia afirmado em conversa com o mesmo, que possuía muitas informações sobre a participação da FAMEL em obras da Prefeitura de Beberibe, no que a Comissão convocou-o para prestar depoimento.

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Depoimento do Sr. Roberval Torres Sombra ( docs.58,59,60,61,62 )

Em seu depoimento filmado, o Sr. Roberval Torres Sombra afirmou que havia sido funcionário da Sec. de Infraestrutura e Obras de Beberibe, no período de agosto de 2007 a outubro de 2010, trabalhando inicialmente como contratado direto, depois trabalhou na empresa Transmaster Ltda, que detém contrato com a Prefeitura de Beberibe para a coleta de lixo, sendo de conhecimento público, notadamente dos servidores da Sec. Municipal de Infra-estrutura, que o Sr. Stuart de Castro é o proprietário da Transmater.

Dentre muitas afirmações, asseverou 1) que conhecia as máquinas da FAMEL, 2) que tinha presenciado as mesmas realizando serviços nas obras de pavimentação em calçamento e serviços de terraplanagem em diversos locais de Beberibe, 3) que visitava tais obras por determinação do Sec. de Infraestrutura e Obras, Sr. João Batista, 4) que em todas as obras em que trabalhavam máquinas da FAMEL havia a presença do Sr. Orleivar Facó irmão do Prefeito Municipal que era exatamente a pessoa que administrava referidas obras.

Afirmou ainda que os equipamentos da FAMEL usavam um adesivo da S C Locações, e que tinha dado suporte a um trator de esteira da FAMEL que trabalhava no lixão de Beberibe, sendo que por várias vezes foi encarregado pelo Sec. de Infraestrutura para dar apoio

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ao trator, tanto quanto ao abastecimento com óleo diesel, como refeições para o operador.

O Sr. Roberval ainda disse 1) que presenciou quando o Sr. Orlando Facó disse que iria comprar 150 carradas de pedra para as obras de calçamento, 2) que nas obras de pavimentação em Uruaú, viu constantemente o Sr. Orlando Facó dando ordens ao encarregado do calçamento conhecido, por “Seu Sales”.

Também disse 1) que nas obras em que havia máquinas da FAMEL era comum a participação de um “caçambão” e uma pá mecânica pertencentes à Prefeitura de Beberibe, 2) que o “caçambão” levava materiais para as obras de Pavimentação no Sítio Lucas e na Localidade Uruaú, 3) e que a Pá mecânica enchia o referido caçambão e as caçambas da FAMEL com materiais retirados de uma jazida pertencente a Prefeitura de Beberibe localizada no Sítio Bom Jardim.

Para esclarecer a irregularidade na emissão dos boletins analíticos de medição das obras da Licitação 003/2008/TP/SEIN, bem como os fatos levados à tona pelo Sr. Roberval Torres Sombra, foram convocados a depor: 1 - o Secretário de Infraestrutura e Obras, Sr. João Batista de Araújo; 2 - o Engenheiro Civil vinculado à Sec. de Infraestrutura e Obras, Sr. Benedito Torquato de Oliveira; 3 - o Engº Civil vinculado à Sec. de Infra. e Obras, Sr. Isaac Gurgel de Moura e; 4 - o

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Sec. de Planejamento da Prefeitura de Beberibe, Sr. Carlos Alberto Rios Nogueira.

Depoimentos de Servidores Públicos Municipais responsáveis pela Fiscalização e Medição de Obras

O primeiro depoente (doc.63,64,65), Sr. Benedito Torquato de Oliveira, afirmou que é Eng. Civil contratado pela Prefeitura de Beberibe e afirmou entre outros fatos: 1) que atestou diversos Boletins de Medição da Licitação 003/2008/TP/SEIN; 2) que não ia nos locais fazer o levantamento das horas e que os dados eram fornecidos pelo Secretário João Batista e ele apenas emitia as planilhas com os dados recebidos do Secretário; que não sabia onde haviam sido efetuados os serviços de recuperação de estradas; 3) que quando realizou fiscalização na obra da Escola José Bessa, em Morro Branco, estava presente o Sr. Orlando Facó; 4) que a referida obra era executada pela Empresa S2 Construções, de propriedade do genro do Sr. Orlando Facó, conhecido como Sylos Montezuma; 5) afirmou que havia atestado medições na obra de pavimentação em Uruaú e 6) que a executora da obra era a Empresa S2 Construções.

O segundo depoente (doc. 66,67,68,69), Sr. João Batista Araújo, Secretário de Infraestrutura e Obras da Prefeitura de Beberibe, entre muitos fatos, disse: 1) que achava que havia máquinas da FAMEL realizando obras em Beberibe; 2) que tinha ouvido falar de um contrato entre a FAMEL e a S C Locações; 3) que era de seu conhecimento que

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um Trator da FAMEL trabalhou no lixão de Beberibe, tendo ele inclusive dado apoio ao equipamento na forma de abastecimento de diesel e que os serviços desse trator foram pagos a S C Locações mediante a licitação de recuperação de estradas vicinais e que o trator executou serviço de desbaste de lixo; 4) que em obras que fiscalizava, via com freqüência, como responsável das empresas, o Sr. Orleivar Facó (irmão do Prefeito); 5) que o Sr. Orlando Facó freqüentava a SEINFRA;

Também disse: 1) que era ele próprio quem anotava as horas das máquinas trabalhadas na recuperação de estradas e que assinava juntamente com um engenheiro os Boletins de Medição; 2) que nas caçambas e carro pipa não havia “horímetro”, mas havia uma pessoa anotando as horas trabalhadas por esses veículos; questionado acerca de não constar nas medições o local onde os serviços foram realizados, informou que emitia os Boletins conforme os ditames da Licitação; 3) que fiscalizou obras de pavimentação de calçamento em Uruaú e Barra da Sucatinga; 4) que era de responsabilidade de sua pasta os equipamentos “pá mecânica” e “Caçambão”, da Prefeitura de Beberibe e não lembrava de ter autorizado a trabalharem para empresas privadas em obras públicas e que se na licitação da obra não houvesse a previsão de aterro, a Prefeitura poderia suprir com as máquinas;

O Secretário de Planejamento, Carlos Alberto Rios Nogueira, em seu depoimento (doc.70,71,72,73), afirmou o que segue: 1) que conhece a empresa FAMEL e que sabe que é de

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propriedade da família Facó; 2) que viu máquinas da FAMEL em obras do Mun. de Beberibe, e que essas máquinas estavam a serviço da S C Locações; 4) que Orlando Facó o acompanhava em visitas a obras do Município; 5) que viu o Sr. Orleivar Facó (irmão do prefeito) dando assistência aos equipamentos da FAMEL em obras públicas municipais;

Entre outros fatos respondeu ainda: 1) que conhecia a empresa S2 Construções e seu proprietário, Sr. Sylos Montezuma, e que o mesmo é genro de Orlando Facó e que a empresa S2 Construções realiza diversas obras para a Prefeitura de Beberibe;

O último depoente convocado, Eng. Civil da Prefeitura de Beberibe, Sr. Isaac Gurgel de Moura, não pôde comparecer por estar de licença laboral e não ter sido possível notificá-lo.

CONCLUSÕES

A prova documental constante de fotos (docs. 29,30,31,32) e filmagens (docs. 41,42,43) foi confirmada pelos depoimentos de Roberval Torres Sombra, João Batista Araújo ,Carlos Alberto Rios Nogueira e Stuart de Castro, que comprovam que as máquinas da empresa FAMEL realizaram serviços para a Prefeitura de Beberibe, seja através da S C LOCAÇÕES LTDA (obras de recuperação de estradas vicinais), bem como da S2 CONSTRUÇÕES (pavimentação em pedra

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tosca na Localidade de Uruaú e Barra da Sucatinga), e pela GOIANA CONSTRUÇÕES LTDA (pavimentação em pedra tosca na Localidade de Sítio Lucas), restando confirmada a participação da empresa FAMEL – FACÓ MÁQUINAS E ENGENHARIA em obras públicas no Município de Beberibe.

De tudo, conforme foi devidamente apurado, o fato investigado foi devidamente comprovado, ou seja, a empresa FAMEL FACÓ MÁQUINAS E ENGENHARIA LTDA (CNPJ/MF 06.599.096/0001-32), de propriedade dos tios do Exmo. Sr. Prefeito Municipal, Srs. Oduvaldo Facó e Sr. Orlando Facó, executou obras públicas no Município de Beberibe/CE, nas localidades de Sítio Lucas, Barra da Sucatinga, Morro Branco e Uruaú, nos exercícios de 2009 e 2010.

DOS DESDOBRAMENTOS DAS INVESTIGAÇÕES

As investigações focaram-se no objeto dos itens 1 e 2, entretanto, no relatório até aqui apresentado, não foram incluídas outras evidências de irregularidades detectadas no curso das investigações. Em verdade, as investigações detectaram diversas impropriedades ligadas ao favorecimento de parentes do Prefeito Odivar Facó em obras públicas, que vão desde o conluio em licitações, à não realização dos serviços contratados, gerando grandes prejuízos aos cofres públicos.

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A bem do erário municipal e como forma de denunciar a sangria do dinheiro público, passamos a demonstrar de forma cabal o grande esquema de desvio de recursos públicos montados na Prefeitura Municipal de Beberibe na gestão de Odivar Facó.

Ressaltamos que esta “dilação” não configura uma desvirtuação do objeto investigado, sendo necessária para o fortalecimento do que se prova com a presente CPI.

DO ESQUEMA COMANDADO POR ORLANDO FACÓ

O ponto de partida são as diversas viagens realizas pelo Sr. Orlando Facó a Brasília/DF, pagos com recursos públicos. Exercendo o papel de “lobista” junto a Gabinetes e Ministérios em Brasília, o Sr. Orlando Facó apressava/apressa recursos para o Município de Beberibe, destinados, quase sempre, a empresas de familiares seus ou empresas laranjas por ele comandadas.

Em sua viagem realizada à Brasília/DF, em 07 de abril de 2010, acompanhado do Prefeito Odivar, onde conseguiu verba para o Cais Pesqueiro de Parajuru conforme resposta do Pref. Odivar Facó à Câmara Municipal (docs. 3, 4), o Sr. Orlando Facó exerceu magistralmente sua função de lobista em favor de empresas de seus familiares, pois passados poucos dias após seu retorno, precisamente na data de 14 de abril, ocorreu uma licitação na Prefeitura de Beberibe, de nº 001/2010SDRP (doc. 84), no valor de R$571.439,90 (QUINHENTOS E SETENTA E UM MIL, QUATROCENTOS E TRINTA E NOVE REAIS E

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NOVENTA CENTAVOS), tendo por objeto a “Reforma do Terminal Pesqueiro de Parajuru”, que, para surpresa desta CPI, foi vencida pela Empresa S2 Construções Ltda, de propriedade do Sr. Sylos Mendonça Montezuma, que é genro de Orlando Facó.

A partir daí, as investigações adentram no universo da Licitações e descobre uma extensa teia de empresas que servem de laranjas para a execução de fraudes em processos licitatórios, sempre tendo como pano de fundo os interesses de Orlando Facó e seus parentes.

DA EMPRESA DO GENRO DE ORLANDO FACÓ – S2 CONSTRUÇÕES LTDA

A empresa do genro de Orlando Facó se instala na Prefeitura desde a assunção do Sr. Odivar Facó no cargod e Prefeito Municipal, em meados de agosto de 2007, onde “estreou” “vencendo” uma Licitação na modalidade Carta Convite, em 11/10/2007, no valor de R$142.832,67 (CENTO E QUARENTA E DOIS MIL, OITOCENTOS E TRINTA E DOIS REAIS E SESSENTA E SETE CENTAVOS). A partir daí, percorre uma saga de 21 licitações (doc. 79) até 2010, obtendo contratos com a Prefeitura em 11 delas, amealhando um valor total de, PÁSMEM, R$3.676.070,13 (TRÊS MILHÕE, SEISCENTOS E SETENTA E SEIS MIL, SETENTA REAIS E TREZE CENTAVOS).

O direcionamento de contratos para aquela empresa é gritante, chegando ao ponto de concorrer sozinha em três licitações;

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002/2008/TP/SEINF (doc.80), 003/2009/INFR/TP (doc.81), 003/2010/EDUC/DP (doc.82), sendo que nesta última ocorreu dispensa de licitação, sendo agraciada com um contrato não licitado, para serviços que provavelmente não se realizaram.

No endereço da empresa S2, informado na Junta Comercial - JUCEC, consta a Rua Nunes valente, 922-D, Aldeota, em Fortaleza/Ce. Ocorre que, naquele local, encontra-se instalado um salão de beleza (doc. 85), algo deveras estranho para uma empresa que faturou milhões de reais junto a PMB.

O receio de ser investigada pela CPI foi de tal monta, que levou a S2 Construções a intentar Mandado de Segurança (doc.86) contra a CPI, com o objetivo de ser excluída das investigações da Comissão, sendo tal pedido indeferido pelo Poder Judiciário local.

Em todos os levantamentos efetuados pela Comissão, as obras realizadas pela S2 Construções foram executadas sob os auspícios do genro do proprietário, Sr. Orlando Facó (docs. 58, 59, 60, 61, 62), que se desdobrava desde a compra de carradas de pedras, passando pela terraplanagem com as máquinas da FAMEL, até em ordens dadas aos trabalhadores.

Capítulo especial merecem as licitações 002/2008/SEIN/TP e 001/2009/SEIN/TP, referentes a obras com verbas federais vencidas pela S2 Construções. Nelas, estão claros os indícios de conluio licitatório;

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direcionamento; obra paga e executada em parte; e participação ativa de Orlando Facó e sua FAMEL.

A Comissão efetuou medições para constatar os serviços executados nestas duas licitações, chegando a constatação de que, além de fraudar licitações, a empresa do genro de Orlando Facó se beneficiou com pagamentos de serviços não realizados.

Na Licitação 001/2009/SEIN/TP (doc.87), no valor de R$502.577,32 (QUINHENTOS E DOIS MIL, QUINHENTOS E SETENTA E SETE REAIS E TRINTA E DOIS CENTAVOS), com recursos Federais oriundos do Ministério do Turismo, conforme Plano de Trabalho nº 0259160-04, estavam previstas a pavimentação de diversas ruas nas Localidades de Uruaú, Parajuru e Morro Branco, além de obras na Praça Francisco Matias, em Parajuru. No item “pavimentação” consta no contrato entre Prefeitura e S2 Construções, a pavimentação da Rua Francisco Martins Nogueira, em Uruaú, que, de acordo com o contrato, teria uma extensão de 650 x 7 (seiscentos e cinqüenta metros de comprimento por sete de largura), tendo inclusive sido paga de acordo com esta metragem. Ocorre que, mediante inspeção no local, esta CPI constatou que foram executados apenas 485 x 6 (quatrocentos e oitenta e cinco metros de comprimento por seis de largura), resultando numa diferença gritante.

Nessa mesma Licitação, a fiscalização detectou que no item que previa o assentamento de 677,2 m² (devidamente pago) de Pedra

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Cariri na recuperação da Praça Francisco Matias, da Localidade de Parajuru, em verdade, foram assentados apenas 350 m² e nada mais;

Nessa Licitação a Comissão detectou um vasto indício de fraude.

Na documentação referente ao Processo licitatório recebida pela CPI, consta que, além da S2, participaram mais 04 (quatro) concorrentes, destas, 03 (três) tem uma característica comum, ou seja, apresentaram documentos tipo acervo técnico, CREA e etc, através de Certificado emitido por um Cartório de Registro Civil localizado na Cidade de João Pessoa, na Paraiba, denominado Azevêdo Bastos, (doc.88,89,90), inclusive diversas outras empresas que participaram de Licitações em Beberibe apresentaram documentos com registros naquele estranho Cartório. Algumas das empresas está na lista de investigadas pela Operação Gárgula II da Polícia Federal.

Outra característica entre as 04 (quatro) empresas é o fato de nunca terem ganho licitações em Beberibe, sendo que serviram apenas de “cobertura” para que as empresas do esquema de Orlando Facó vencessem as licitações em Beberibe.

Na Licitação 002/2008/SEIN/TP, obra realizada com recursos Federais mediante o convênio nº0238886-34/2007-Min-Cidades, vencida pela S2 Construções, a Comissão constatou mediante vistoria na obra, que o serviço está realizado de acordo com o contrato, porém, a Prefeitura aditou e pagou um valor de R$17.599,66 (DEZESSETE MIL,

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QUINHENTOS E NOVENTA E NOVE REAIS E SESSENTA E SEIS CENTAVOS) (doc.91,92), sendo que a fiscalização “in loco” detectou que esse aditivo não acrescentou qualquer serviço as pavimentações constantes do contrato original, havendo sido, portanto, uma manobra burocrática para lesar o erário.

O Processo Licitatório merece um destaque especial, na medida em que as empresas que se habilitaram para concorrer, com exceção de uma, são as mesmas da Licitação 001/2009/SEIN/TP, entretanto, como num passe de mágica, todas desistem de concorrer, ficando apenas a S2 Construções como única licitante (doc.93).

A Comissão constatou que na licitação nº 001/2010EDUC-TP no valor de R$1.296.216,87 (HUM MILHÃO, DUZENTOS E NOVENTA E SEIS MIL, DUZENTOS E DEZESSEIS REAIS E OITENTA E SETE CENTAVOS) (doc.94), cujo objeto era a “construção de uma creche Pro Infancia tipo B na localidade de sítio Lucas”, a ser realizada com verbas oriundas do FNDE, vencida pela S2 Construções, quem está executando a obra é outra empresa laranja, denominada MAGNA CONSTRUÇÕES LTDA (investigada pela Operação Gárgula II), que usa de falsidade ideológica para esconder a condição de empresa que participou deste certame licitatório e ser também ligada a Sylos Montezuma. Contatou-se que essa empresa participa de Licitações apenas em Beberibe, nunca tendo vencido qualquer licitação.

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBEA comissão teve acesso a uma requisição de material nº

10868 requerendo a um fornecedor, materiais diversos (doc.95), em papel timbrado da empresa MAGNA LOCAÇÔES LTDA e com um carimbo da S2 Construções Ltda, onde consta a assinatura, como representantes da empresa no canteiro de obra, os Ss. Fco Costa e Renato Vasconcelos. A Comissão requereu informações a MAGNA LOCAÇÕES acerca de sua participação na referida obra, no que respondeu (doc.96) que não possui qualquer responsabilidade e participação, direta ou indireta na execução da obra, afirmando ainda que a requisição em papel timbrado não foi emitida pela mesma.

Na referida requisição foi aposto o telefone 3055-0001 que, ao ser discado, a atendente informou ser a sede da MAGNA ENGENHARIA LTDA, localizada na Prof. Dias da Rocha 1101- Fortaleza/CE, e perguntado sobre o responsável pela empresa, foi dado o nome de RENATO MAIA COSTA, entretanto, este nome consta graciosamente como sócio da empresa S2 Construções na Certidão da Junta Comercial –JUCEC (doc.97). A tentativa de dissimular o nome MAGNA ENGENHARIA é total, chegando ao ponto de tentar usar indevidamente o nome de outra empresa que não possui relação com a obra em questão.

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Interessante notar que a Licitação nº 001/2010SDRP (doc.84), no valor de R$571.439,90 (QUINHENTOS E SETENTA E UM MIL, QUATROCENTOS E TRINTA E NOVE REAIS E NOVENTA CENTAVOS), cujo objeto era a “Reforma do Terminal Pesqueiro de Parajuru”, vencida pela Empresa S2 Construções Ltda, apresenta como concorrentes as empresas MAGNA ENGENHARIA que tem como responsável o Sr. Renato Maia Costa, sócio da S2; Performance Pavimentação e Drenagem, que faz parte das empresas que se utilizam do Cartório Azevedo Bastos da Paraiba; Marcosil Importação e Exportação que é recordista de participações em Licitações em Beberibe (39) tendo vencido 15 (quinze) e que tem um detalhe curioso, só participa de licitações em Beberibe.

Na Licitação nº 003/2008TP/SEIN, no valor de R$642.500,00 (SEISCENTOS E QUARENTA E DOIS MIL E QUINHENTOS REAIS), e aditivada em R$146.115,00 (CENTO E QUARENTA E SEIS MIL, CENTO E QUINZE REAIS), que teve por objeto a “recuperação de estradas vicinais” foi “vencida” pela “S C Locações”, que comprovadamente sublocou os serviços à empresa FAMEL, as “cartas” estavam tão marcadas que o obra foi licitada tendo como únicas concorrentes (doc.98), a empresa S C Construções e S2 Construções, ou seja, qualquer que fosse a vencedora, havia uma certeza: a obra iria para as mão de Orlando Facó.

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBEA Comissão tentou por três vezes marcar a oitiva do Sr.

Sylos Mendonça Montezuma, entretanto, sempre por meio de escusas não compareceu para depor e esclarecer os fatos perante a CPI.

Também há que se destacar que nas obras contratadas pela S C Locações Ltda, que foram sublocadas à FAMEL, os pagamentos são uma farsa, na medida em que era feitos na forma de horas, quando não haviam horímetros nos equipamentos, conforme depoimento do Sec. de Infra Estrutura. Mais grave ainda é que nos processos de pagamentos não há a indicação do local onde foram realizados os serviços, tudo pelo fato de que as obras, NA VERDADE, não existiram, mas sim, era uma verdadeira lavagem de dinheiro público em favor de Orlando Facó e sua famigerada FAMEL.

Ainda sobre a empresa laranja S C Locações Ltda, de propriedade do “laranja” Stuart de Castro, que sublocou à FAMEL “serviços de recuperação de estradas vicinais” descobriu-se mais uma ramificação desta empresa a serviço de Orlando Facó: a TRANSMASTER Serviços de Limpeza Ltda, que detém o contrato de coleta de lixo em Beberibe, curiosamente, e a S C, embora possuam sócios distintos, possuem o mesmo objeto social e o mesmo endereço nas Certidões da JUCEC (doc. 99, 100), ou seja, trata-se de mais uma empresa de fachada, tanto é verdade que em depoimento na Câmara Municipal (doc. 101), sobre a Coleta de Lixo, compareceu como representante da empresa Transmaster, o Sr. Stuart de Castro.

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBENesta esteira de fraudes, a licitação nº 004/2009/SASC-TP

(doc. 102), no valor de R$492.852,57 (QUATROCENTOS E NOVENTA E DOIS MIL, OITOCENTOS E CINQUENTA E DOIS REAIS E CINQUENTA E SETE CENTAVOS), vencida pela empresa A Mendonça Engenharia Ltda, tendo como objeto a “construção de casas populares na localidade Macapá”, mostra a ramificação da família Facó nas empresas prestadoras de serviços à PMB.

Essa empresa, A Mendonça Engenharia, é ligada umbilicalmente a S2 Construções, seja pelos sobrenomes dos proprietários “Mendonça”, seja pelo fato de que o objeto social das duas, em determinado período, era absolutamente idêntico, seja pelo fato do endereço inicial da S2 Construções ser em um imóvel de propriedade da A Mendonça Engenharia, em Iguatu/CE, e ainda pelo fato de dividirem atualmente um mesmo endereço em Fortaleza/CE, na Rua Dom Luis nº 906, sala 406, (doc. 103,104,105,106,107). Nesta licitação destacamos que a concorrente Confaht pertence as empresas registradas no Cartório de João Pessoa.

DAS OBRAS REALIZADA NO SÍTIO LUCAS

A Comissão constatou que na Licitação nº002/2009INR-TP (doc.56), no valor de R$321.000,85 (TREZENTOS E VINTE E UM MIL REAIS E OITENTA E CINCO CENTAVOS), com o objeto de “Contratação de empresa para executar os serviços de pavimentação das ruas Pedro de Queiroz Ferreira, Risalva Teixeira e Rua da Paz na Localidade de Sitio Lucas no Município de Beberibe” a empresa vencedora foi a GOIANA Construções Ltda.

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBEMediante Certidão da Junta Comercial - JUCEC (docs.57,58),

constatou-se que referida empresa tinha como sócio majotitário, o Sr. Miguel Angelo Pinto Martins, sendo a sede empresarial localizada na Av. Eusébio de Queiroz, nº 2850-A, Sala 04, Centro, Cidade de Eusébio, Ce, CEP-61.760-000.

A Comissão tentou estabelecer contato com o representante legal no endereço constante da Certidão da JUCEC, tendo o Relator da CPI confirmado “in loco” que não existe referido endereço na Rua Euzébio de Queiroz e que não há qualquer indicação de que referida empresa estivesse regularmente estabelecida na Cidade de Eusébio.

Foi solicitado cópia da Licitação nº002/2009INR-TP à CPL da Prefeitura de Beberibe, no que o órgão respondeu a impossibilidade em atender ao requerido tendo em vista que a documentação havia sido apreendida mediante auto circunstanciado de Busca e Arrecadação da Polícia Federal (OPERAÇÃO GÁRGULA II) constante do Processo Criminal nº 2008.81.00.007309-5 (11ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Ceará) (doc.59,60). Essa empresa consta como uma das investigadas na Op. Gargula II exatamente por participar de um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos em diversos municípios Cearenses.

No rastro de irregularidades estão as Reformas e Ampliações

da Escola de ensino Fundamental José Bessa na Localidade de Morro Branco. As obras desta Escola são divididas em três etapas: a primeira, em 2008 com a Licitação 022/2008SEDUC, presenteada à S2 mediante

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uma carta Convite, que chega no limite de R$147.429,95 (cento e quarenta e sete mil, quatrocentos e vinte e nove reais e noventa e cinco centavos) para não sair da modalidade Convite .

No ano seguinte, a Licitação nº 001/2009/EDUC/TP coloca mais uma reforma no valor de R$230.000,00, desta vez vencida por uma empresa que ganhou a Licitação de Pavimentação na Localidade Sítio Lucas (executada totalmente pela FAMEL de Orlando Facó), trata-se da Laranja “Goiana Construções Ltda”, investigada pela Operação Gárgula II da Pol.Federal, sequer possui uma sede mas abocanhou R$ 1.298.151,77 em obras da Prefeitura de Beberibe.

Em 2010, nova reforma é destinada a Escola José Bessa, não houve licitação, mediante Contrato foi destinado R$ 165.822,90 para “Contratação de empresa para execução dos serviços remanescentes da obra de reforma e ampliação da Escola Municipal Jose Bessa de Ensino Fundamental”, e novamente a S2 Construções é agraciada com mais uma grave irregularidade.

CONCLUSÕES

Do que se vê, existe uma "teia", uma confusão entre os interesses da família do Prefeito Municipal e o erário público. A rigor, ao que tudo demonstra, as empresas contratadas pela PMB tratam-se de empresas interpostas, ou seja, verdadeiras "laranjas", já que, no endereço de uma (S2 CONSTRUÇÕES LTDA EPP) situa-se um salão de beleza e segundo informações, jamais fora instalada

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naquele local, e o endereço de outra (GOIANA CONSTRUÇÕES E PRESTAÇÕES DE SERViÇOS LTDA) nem sequer existe.

Nessa condição, de "laranjas", mediante licitações fraudulentas, conseguem vencer tais certames e imediatamente contratam os serviços da empresa FAMEL, de propriedade de tios do Prefeito, para a execução de serviços públicos, como se fosse uma mera coincidência, sem falar que é o próprio tio do Prefeito, o ex-Prefeito Orlando Facó, quem administra as obras, como se fosse o verdadeiro proprietário das empresas vencedoras das licitações. Tais condutas são observadas desde que o atual Prefeito assumiu o comando do Executivo, em julho de 2007 até a presente data.

A demonstração de conluio está evidenciada, sendo relevante ao interesse público a demonstração de que os tios do prefeito, o irmão do Prefeito e o genro do ex-prefeito recebem dinheiro público através de pessoa interposta, ou seja, as empresas fantasmas que contratam com o Município de Beberibe.

DOS ENCAMINHAMENTOS

Assim, após as diligências que foram empreendidas, que resultaram na obtenção de documentos e depoimentos com fortes evidências de Práticas criminosas no âmbito da Prefeitura Municipal de Beberibe, resta induvidoso que os cofres públicos foram "sangrados" em favor de integrantes da família do Exmo. Sr. Prefeito Municipal, que receberam milhões de reais, 1) seja através do favorecimento de

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empresas fantasmas, 2) seja através da inexecução de obras públicas ou 3) execução, pela própria família do Prefeito, 4) seja através do direcionamento de licitações em favor de empresas pertencentes a verdadeiro esquema capitaneado pelo ex-prefeito, tio do atual Prefeito, Sr. Orlando Facó e seu genro, o Sr. Sylus Montezuma.

O ESQUEMA É VERGONHOSO, NA MEDIDA EM QUE O ATUAL PREFEITO, SEU TIO, O GENRO DELE E OUTROS ASSECLAS, TRATAVAM A COISA PÚBLlCA COMO SE VERDADEIRAMENTE FOSSE SUA, COMO SE FOSSEM OS DONOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BEBERIBE, TRATADA COMO UM VERDADEIRO "PROSTÍBULO", ONDE ERAM FEITOS TODOS OS TIPOS DE ESQUEMAS ESCUSOS, E O PIOR, ÀS CLARAS, CONTANDO COM UMA INESPERADA IMPUNIDADE E/OU UMA INEXISTENTE BURRICE DO POVO DESTA CIDADE COMBALIDA OU INOPERÂNCIA DESTE PODER LEGISLATIVO, QUE EXERCEU SEU PAPEL FISCALIZADOR COM ALTIVEZ E DESTEMOR, DESMARCARANDO, COM ESTE RELATÓRIO, UMA VERDADEIRA QUADRILHA DE SANGUESUGAS DO DINHEIRO PÚBLICO.

Ante todas as evidências, resta clara a prática dos seguintes ilícitos, sem prejuízo de outras capitulações a cargo do Ministério Público, da Polícia Federal e da Polícia Civil:

CÓDIGO PENAL

Quadrilha ou bando

Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBEPena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

LEI N° 8.666/93: Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das

hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do

procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

CÓDIGO PENAL

PECULATO

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que

tem o posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de 2 (dois) o 12 (doze) anos, e multa.

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBE§ 10_ Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

ESTELIONATO

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

DECRETO-LEI N° 201/67

Art. 1º - São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:

I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;

II - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos;

III - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;

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ESTADO DO CEARÁCÂMARA MUNICIPAL DE BEBERIBEAnte tais tipificações, esta CPI propõe as seguintes

proposições, com o destaque de observância do art. 2° do Decreto-lei n° 201/67, no sentido de que o Poder Judiciário venha a decretar o afastamento do Sr. Odivar Facó do cargo de Prefeito do Município de Beberibe, durante a instrução processual, bem ainda:

SEJA ENCAMINHADA CÓPIA DO PRESENTE RELATÓRIO FINAL, de acordo com as respectivas competências, para fins de apuração e tomada das devidas providências, PARA:

1) O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, por sua PROCURADORIA DE CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PROCAP E A ILUSTRE REPRESENTANTE MINISTERIAL NESTA CIDADE;

2) A PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA NO ESTADO DO CEARÁ;

3) A CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO;

4) A SUPERINTENDÊNCIA DA POLíCIA FEDERAL NO ESTADO DO CEARÁ;

5) A SUPERINTENDÊNCIA DE POLíCIA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ, por sua DELEGACIA DE CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA;

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6) A SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL NO ESTADO DO CEARÁ;

7) A SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DO CEARÁ;

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ;

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