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CESA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA GILBERTO APARECIDO CELINSKI QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UM ESTUDO NO INSTITUTO EMATER UNIDADE REGIONAL DE APUCARANA - PR LONDRINA 2011

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CESA – CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA

GILBERTO APARECIDO CELINSKI

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UM ESTUDO NO INSTITUTO EMATER – UNIDADE REGIONAL DE

APUCARANA - PR

LONDRINA 2011

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GILBERTO APARECIDO CELINSKI

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UM ESTUDO NO INSTITUTO EMATER – UNIDADE REGIONAL DE

APUCARANA - PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, do Departamento de Administração, como requisito final para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof. Gerson Antonio Melatti.

LONDRINA 2011

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GILBERTO APARECIDO CELINSKI

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UM ESTUDO NO INSTITUTO EMATER – UNIDADE REGIONAL DE

APUCARANA - PR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, do Departamento de Administração, como requisito final para obtenção do título de Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Orientador

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Componente da Banca

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Componente da Banca

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, _____de ___________de _____.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa Suzana

Raquel de Almeida Celinski, minhas filhas Eduarda

Celinski e Lívia Celinski pelo desprendimento e

carinho demonstrado no decorrer da realização

deste, sempre me apoiando durante todos os

momentos desta jornada. Pelo amor, perseverança e

comprometimento dedicado por elas, que foram

fundamentais para a conclusão deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, fonte Inspiradora para todas as realizações, pois sem ele

nada seria possível.

A minha família, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu

chegasse até esta etapa de minha vida.

Ao professor e orientador Professor Gerson Antonio Melatti pelo apoio na execução

e conclusão deste trabalho.

A todos os professores e colegas de curso por juntos conseguirmos trilhar esta

etapa em nossas vidas.

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"Quando o trabalho é um prazer, a

vida é alegria. Quando o trabalho é

um dever, a vida é escravidão”.

Maxin Gork

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Celinski, Gilberto Aparecido. Qualidade de vida no trabalho: Um estudo no

Instituto Emater – Unidade Regional de Apucarana - PR. 2011. 61 f. Trabalho de

Conclusão de Curso (Especialização em Administração Pública para Gestores do

Sistema Estadual de Agricultura). Universidade Estadual de Londrina – Londrina –

PR – 2011.

RESUMO

Atualmente a necessidade de qualidade de vida vem se tornando cada vez mais explícita. Faz parte do direito do trabalhador conviver em um ambiente que lhe proporcione satisfação e o motive a trabalhar sempre da melhor forma possível. O ambiente e as relações existentes em um convívio social devem estar alinhados com saúde ocupacional e o bem estar. Cada vez mais, é importante possuir qualidade de vida no trabalho, sendo esta uma prerrogativa a ser trabalhada tanto nas empresas privadas como também nas empresas públicas. Neste sentido este trabalho busca mensurar a Qualidade de Vida no Trabalho dos funcionários do Instituto Emater - Unidade Regional de Apucarana, utilizando o modelo de Walton (1973). A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, exploratória e descritiva. O universo de pesquisa constituiu-se de 39 funcionários concursados, sendo que 31(79,48 %) deles responderam ao questionário enviado por meio eletrônico. Como resultado pode-se constatar que de modo geral há um bom nível de satisfação por parte dos funcionários em relação aos diversos fatores pesquisados e analisados, os quais influenciam de forma direta ou indireta na qualidade de vida no trabalho destes colaboradores.

Palavras-chave: Qualidade de vida no Trabalho. Satisfação. Emater.

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Celinski, Gilberto Aparecido. Qualidade de vida no trabalho: Um estudo no

Instituto Emater – Unidade Regional de Apucarana - PR. 2011. 61 f. Trabalho de

Conclusão de Curso (Especialização em Administração Pública para Gestores do

Sistema Estadual de Agricultura). Universidade Estadual de Londrina – Londrina –

PR – 2011.

ABSTRACT

Currently the need for quality of life is becoming increasingly explicit. Part of the worker's right to live in an environment that gives you satisfaction and motivates to work always in the best possible way. The environment and the relationships in a social life should be in line with occupational health and wellbeing. Increasingly, it is important to have quality of life at work, which is a prerogative to be worked both in private companies as well as in public enterprises. In this sense this paper seeks to measure the Quality of Working Life of the staff of the Office Emater - Regional Unit Apucarana, using the model of Walton (1973). The research is characterized as literature, exploratory and descriptive. The research universe consisted of 39 gazetted officers, and 31 (79.48%) of them responded to the questionnaire sent by electronic means. As a result we can see that there is a generally good level of satisfaction on the part of officials to researched and analyzed various factors, which influence directly or indirectly on the quality of work life of employees. Keywords: Quality of Life at Work. Satisfaction. Emater.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Sexo ...................................................................................................... 41

Gráfico 2 – Faixa Etária ........................................................................................... 41

Gráfico 3 – Estado Civil ........................................................................................... 42

Gráfico 4 – Escolaridade ......................................................................................... 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Cargos oupados na Regional de Apucarana ......................................... 39

Tabela 2 – Unidades da Regional de Apucarana ..................................................... 39

Tabela 3 – Tempo de trabalho na empresa ............................................................. 44

Tabela 4 – Cargo Ocupado ...................................................................................... 45

Tabela 5 – Tempo no cargo ocupado ...................................................................... 45

Tabela 6 – Atividades em hora de folga ................................................................... 46

Tabela 7 – Remuneração......................................................................................... 47

Tabela 8 – Condições de Trabalho .......................................................................... 48

Tabela 9 – Uso e desenvolvimento de capacidades ............................................... 49

Tabela 10 – Tempo no cargo ocupado .................................................................... 50

Tabela 11 – Integração social na organização......................................................... 51

Tabela 12 – Direitos na Instituição ........................................................................... 51

Tabela 13 – Equilíbrio trabalho e vida ...................................................................... 53

Tabela 14 – Relevância do Trabalho ....................................................................... 53

Tabela 15 – Saúde física e psicológica .................................................................... 54

Tabela 16 – Resultado dos blocos ........................................................................... 55

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Evolução da QVT .................................................................................. 29

Quadro 2 – Modelo de Walton ................................................................................. 31

Quadro 3 – QVT na perspectiva de Werther e Davis ............................................. 34

Quadro 4 – Resumo da proposta de Huse e cumings para a melhoria do bem-estar

dos trabalhadores e da produtividade ...................................................................... 34

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de abrangência da Unidade Regional ........................................ 40

Figura 2 – Mapa do Paraná com destaque a região de Apucarana.......................41

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO............................................................................................. 15

2 – OBJETIVOS.................................................................................................

2.1 Objetivo Geral..............................................................................................

2.2 Objetivos Específicos...................................................................................

18

18

18

3 – METODOLOGIA........................................................................................... 19

3.1 – Classificação da Pesquisa........................................................................ 19

3.2 – Universo da amostra................................................................................. 19

3.3 – Instrumentos de pesquisa e coleta de dados............................................ 20

3,4 – Tratamento dos dados.............................................................................. 21

3.5 – Estrutura do trabalho................................................................................. 21

4 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 23

4.1 – Conceitos de Qualidade de vida no trabalho............................................ 24

4.2 – Surgimento da QVT................................................................................... 26

4.3 – Evolução histórica da QVT........................................................................ 30

4.4 – Modelos existentes para análise de QVT................................................. 36

5 – CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO............................ 36

5.1 – Histórico da Instituição.............................................................................. 36

5.2 – Objetivos da Instituição............................................................................. 37

5.3 – Atribuições do Instituto EMATER.............................................................. 37

5.4 – Unidade Regional de Apucarana.............................................................. 38

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5.4.1 – Estrutura de funcionamento do regional................................................ 38

6 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA............................ 42

6.1 – Bloco I – Dados Demográficos.................................................................. 42

6.2 – Análise dos dados segundo Modelo de Walton........................................ 46

7 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS DA PESQUISA............................. 56

8 – CONCLUSÕES............................................................................................ 59

9 – CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 60

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 62

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1 INTRODUÇÃO

A humanidade vive atualmente um fantástico momento de transição

que se reflete na busca incessante pelo incremento da competitividade

organizacional. Tal desafio, por sua vez, pode ser apontado como um dos

responsáveis pela necessidade da busca constante da qualidade em todos os

aspectos dentro das organizações.

Qualquer empresa, independentemente do seu porte ou ramo de

atividade é afetada pelas influências provenientes do processo de globalização.

Sendo assim, a cada dia surgem novos processos e modelos para o

gerenciamento das empresas, sendo os mesmos necessários para a

modernização e a permanência de qualquer organização no mercado

competitivo que hoje predomina.

O processo de globalização exige uma completa reavaliação do papel

das empresas na sociedade, procurando estabelecer que enquanto unidades

sociais, as organizações tem responsabilidades que transcendem a mera função

de fonte geradora de lucros.

Desde os tempos mais remotos o trabalho vem sendo uma

preocupação básica da humanidade e tornou-se um fator fundamental com a

revolução industrial. De acordo com Drucker(1981 apud Assaf 2008) nos últimos

duzentos anos as teorias econômicas e sociais concentraram-se no trabalho.

O final do século XX é marcado definitivamente por uma nova forma

mercadológica. Torna-se, portanto, crucial às organizações pensar em

sedimentar suas habilidades e potenciais para abraçar o novo conceito de

trabalho, bem como os desafios a ele inerentes. Para tanto, é preciso falar em

qualidade de vida no trabalho, ressaltando-se, sempre, a abordagem deste

assunto como questão de competitividade organizacional.

Inúmeros estudiosos baseados no conhecimento do comportamento

humano dedicaram-se e vem se dedicando ao entendimento dos fatores que

influenciam os homens na execução de suas tarefas laborais. Isso se deve à

importância que o trabalho tem na vida das pessoas, uma vez que estas além de

utilizarem o trabalho como referencial para o seu sustento e o de sua família,

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também utilizam-no para a sua satisfação pessoal e realização profissional.

No passado, o próprio artesão era responsável pelos métodos e

controles da produção, bem como pela comercialização dos produtos. Mas com

o advento da Revolução Industrial e do capitalismo, o trabalho passou a ser

organizado através dos estudos da Administração Científica e se tornou

padronizado, ritmado e com funções bastante simplificadas na linha de

produção. Em decorrência desses avanços ocorridos, os artesãos perderam seu

espaço na sociedade, assim como seus conhecimentos foram desapropriados,

uma vez que a produção industrial afastou-os do seu saber, do seu poder de

planejar e controlar suas próprias atividades, separando assim o trabalho manual

do intelectual. Dejours (apud OLIVEIRA, 2001), alegou que o sistema taylorista

limitou a atividade mental dos operários, em razão disso o aparelho psíquico não

aparece como primeira vítima do sistema, mas o corpo submisso e disciplinado

entregue, sem obstáculos, a injunção da organização do trabalho, ao engenheiro

de produção e à direção hierarquizada do comando.

Em conformidade com tal raciocínio, observou-se que o homem teve

que se adequar a um trabalho totalmente diferenciado do que estava

acostumado a desenvolver. Em consequência do contato com um trabalho

desinteressante, os operários desenvolveram uma falta de envolvimento,

frustração e indignidade o que, de acordo com Dejours (apud OLIVEIRA, 2001),

cria uma vida profissional fria e pálida sem qualquer significação para quem o

realiza, para a família e para o ciclo social do trabalhador.

Em face da situação criada pelo “esfriamento” dos trabalhadores em

relação às suas novas atribuições no trabalho, vários estudiosos como Maslow,

McGregor, Herzberg, Mayo e outros, buscaram conhecer as condições que

favoreceriam os trabalhadores a se identificarem com o trabalho e buscarem um

maior envolvimento dos indivíduos com as tarefas desempenhadas. Dessa forma

os primeiros estudos de qualidade de vida no trabalho surgem não

necessariamente como uma preocupação com os trabalhadores, mas como um

processo da necessidade de maiores níveis de produção, uma vez que havia a

carência de mão-de-obra, lutas e reivindicações dos operários que procuravam

melhores condições de trabalho e de saúde. (NADLER & LAWLER;

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FERNANDES & BECKER; MORAES et al apud OLIVEIRA, 2001).

Dentre os vários autores que se dedicaram e conceituaram QVT, destaca-

se Walton (1973), que compreende a Qualidade de Vida no Trabalho como uma

expressão para caracterizar determinados valores ambientais e humanos que foram

suprimidos em favor do avanço tecnológico, da produtividade industrial e do

crescimento econômico.

Além de Walton, autores como Lippit (1978), Westley (1979), Hackman &

Lawler (1971), Hackman & Oldham (1975), Thériault (1980), Denis (1980), Belanger

(1973), Werther & Davis (1983), Nadler & Lawler (1983) e Huse & Cummings (1985),

também se destacam como literatos no estudo de QVT e se dedicam a estudar as

variáveis que melhor explicam a qualidade de vida dos trabalhadores no âmbito das

organizações (OLIVEIRA, 2001).

Sem dúvida alguma a QVT é um instrumento chave da Administração,

relacionada fortemente com a gestão estratégica de pessoas. A QVT visa o

desenvolvimento profissional dos trabalhadores, uma vez que é nas empresas que

eles encontram o tão almejado sucesso profissional ou a sua frustração, cabendo às

organizações, então, a criação de soluções capazes de fornecer uma melhor

qualidade de vida aos seus colaboradores.

O serviço de assistência técnica e extensão rural constitui um importante

instrumento de apoio ao desenvolvimento rural. No Paraná, como também nos

demais estados da federação, esta importância torna-se ainda maior se analisarmos

a realidade brasileira e considerarmos o imenso problema social com que hoje nos

defrontamos, ou seja, o elevado número de brasileiros que não tem acesso a um

dos fatores básicos e indispensáveis da cidadania que é poder alimentar-se de

forma digna. Em razão disto, a valorização e o reconhecimento pessoal e

profissional dos indivíduos inseridos no quadro funcional das organizações que

atuam no ramo da assistência técnica e extensão rural deve ser uma necessidade a

ser suprida.

Dentro desse enfoque, este trabalho procura avaliar a QVT dos

funcionários que prestam serviços nos municípios que compõem o Regional da

Emater de Apucarana – PR, sendo que tal escolha foi fundamentada na

necessidade da elaboração de um diagnóstico para visualização das reais condições

de trabalho destes funcionários. Este diagnóstico poderá servir de instrumento para

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a composição dos indicadores para o desenvolvimento de projetos e planos de ação

para a área de recursos humanos, propiciando uma melhor qualidade de vida para

os funcionários do Instituto Emater.

Para este estudo, a abordagem de Walton (1973) foi escolhida com

modelo teórico, pois abrange uma análise que enfoca desde as necessidades

básicas do ser humano até as condições da organização, passando pelas suas

necessidades secundárias com destaque para a auto-realização (OLIVEIRA,2001).

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Mensurar as condições da Qualidade de Vida no Trabalho dos

funcionários do Instituto Emater na região de Apucarana, com base no modelo

conceitual de Walton (1973).

2.2 Objetivos Específicos

- Identificar o nível de satisfação dos funcionários do Instituto EMATER –

Unidade Regional de Apucarana, conforme os indicadores de Qualidade de Vida no

Trabalho do modelo adotado;

- Verificar quais são os aspectos relacionados à QVT que mais afetam a

condição de trabalho, o bem estar, a produtividade e qualidade dos serviços

prestados pelos funcionários pesquisados;

- Fornecer subsídios para as políticas de RH da instituição em relação às

melhorias na estrutura de cargos, carreiras e desenvolvimento pessoal e profissional

dos colaboradores.

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3. METODOLOGIA

3.1 Classificação da Pesquisa

A pesquisa em questão caracteriza-se, segundo Vergara (apud

OLIVEIRA, 2001), como um estudo descritivo. A justificativa para isto centra-se no

objetivo geral do mesmo que é mensurar o nível de Qualidade de Vida no Trabalho

dos funcionários do Instituto Emater lotados na área de abrangência do Escritório

Regional de Apucarana/Paraná a qual é composta por treze unidades municipais.

O presente estudo caracteriza-se nos procedimentos técnicos como

pesquisa de campo, de natureza aplicada e ainda com perfil de pesquisa

quantitativa. Já, quanto à problemática apresentada, o estudo configura-se como

sendo de modelo exploratório.

Este trabalho foi desenvolvido a partir da seleção de uma amostra

representativa do universo em estudo. Com esta amostra pretendeu-se dar

credibilidade ao trabalho bem como realizar uma análise da situação da Qualidade

de Vida no Trabalho no Instituto Emater – Unidade Regional de Apucarana.

3.2 Universo e Amostra

Na área de abrangência da Regional da Emater de Apucarana trabalham

50 funcionários, sendo: 39 contratados através de concurso público; 05 estagiários;

04 cedidos por outros órgãos e 02 cedidos por convênio. Os questionários foram

aplicados somente aos 39 funcionários que possuem vínculo empregatício direto

com o Instituto, sendo que deste total, 31 efetivamente demonstraram interesse na

pesquisa e preencheram os questionários, perfazendo um percentual de 79,48 %.

Como se trata de um quadro reduzido de profissionais procurou-se obter

a colaboração de todos os funcionários (censo) que possuem vínculo empregatício

direto com a instituição.

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3.3 Instrumento de Pesquisa e Coleta de Dados

Os dados foram coletados por meio de pesquisa de campo através de

questionário com perguntas fechadas. Os sujeitos de pesquisa foram os funcionários

do Instituto em questão.

Um questionário composto por critérios sugeridos por Walton (1973) foi

adaptado à realidade da organização em estudo e adotado como instrumento básico

para a coleta dos dados. É constituído por nove blocos, os quais exploram dados

pessoais e as variáveis do modelo teórico de Walton, sendo que:

O bloco I apresentou questões que levantaram os dados sócio-

demográficos (sexo, estado civil, faixa etária, escolaridade, tempo de serviço, dentre

outros), objetivando uma caracterização da amostra obtida.

O bloco II ao bloco IX está constituído por questões que abrangem o

modelo proposto por Walton (1973) e adaptado para esta pesquisa. Neste bloco

estão contidos os seguintes critérios: remuneração, condição de trabalho, uso e

desenvolvimento de capacidades, oportunidade de crescimento, integração social na

organização, direitos na instituição, equilíbrio trabalho e vida, relevância do trabalho.

O bloco X foi composto por 03 perguntas relacionadas à saúde física e

psicológica. Procurou-se neste bloco analisar os dados relacionados à prática de

esportes, problemas de saúde decorrentes do trabalho e exposição a agentes

químicos ou biológicos durante a execução dos trabalhos.

O questionário aplicado é uma adaptação do instrumento utilizado na

dissertação de Mestrado submetida à UFMG no ano de 2001, por Rita de Cássia

Martins de Oliveira, que teve como objeto de estudo os detetives lotados na

METROPOL de Belo Horizonte/MG (Anexo I). O mesmo instrumento tem sido

utilizado em diversas pesquisas que buscam medir o grau de QVT, como por

exemplo, no estudo feito por Lima (2009) junto aos policiais civis do Estado do

Paraná. A adaptação do questionário utilizado por Oliveira (2001) foi constituída de

escalas de cinco pontos (Likert), sendo formado por dez blocos estruturados,

conforme conteúdos descritos para cada bloco no item 3.3.

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Com o objetivo de abranger o maior número de funcionários na aplicação

do questionário foi utilizado o meio eletrônico, sendo este enviado através do e-mail

corporativo particular, no período de 30/09/2010 a 30/10/2010 Utilizou-se também do

contato e entrega pessoal durante as visitas rotineiras de trabalho nas unidades

locais para aqueles funcionários que não haviam ainda respondido o questionário

eletronicamente.

3.4 Tratamento dos dados

Devido à utilização de questionário, a tabulação dos dados foi facilitada e

a interpretação dos mesmos se deu através de metodologias específicas com a

devida supervisão do orientador.

Para a análise dos dados oriundos da aplicação do questionário, utilizou-

se a estatística descritiva, elaboração de tabelas, gráficos, descrições e comentários

sobre as distribuições das freqüências.

3.5 Estrutura do Trabalho

Este trabalho constitui-se de 05 capítulos. O primeiro, refere-se ao tema,

à definição do problema, a importância do estudo, aos objetivos e à metodologia

utilizada para o estudo.

No segundo capítulo, inicia-se o referencial teórico, pertinente ao tema,

onde estão apresentadas as concepções sobre o trabalho.

O terceiro capítulo descreve a Caracterização da organização em estudo,

o Instituto EMATER.

No quarto capítulo aconteceu a apresentação dos resultados

No quinto capítulo colocou-se o tratamento dos dados analisados e os

resultados da pesquisa de campo realizada para verificar a Qualidade de Vida no

Trabalho dos funcionários.

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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com a necessidade do aumento da produtividade, os economistas liberais

dentre eles Adam Smith e Malthus , no século XVIII e posteriormente pelos teóricos

da Administração Científica, Frederick Taylor e Henry Fayol, seguido por Elton Mayo

da Escola de Relações Humanas no século XIX, começaram a analisar as condições

de trabalho, sendo que estas passaram a ser estudadas de forma científica

(SAMPAIO,1999).

A Revolução Industrial deu princípio ao debate que traz em seu núcleo a

sistematização dos métodos de produção em prejuízo das estruturas artesanais e

corporativas da Idade Média. Diversos estudiosos passaram a estudar o trabalho de

forma científica visando responder às exigências dos gestores organizacionais, com

o objetivo de encontrar parâmetros norteadores da obtenção de maior produtividade

dos trabalhadores (OLIVEIRA, 2001).

Nesse contexto desponta o teórico Frederick Winslow Taylor que arranjou

e sistematizou o processo industrial sobre o lema de Administração Científica,

pressupondo que a consonância dos interesses de patrões e empregados deveria

existir, uma vez que a maior prosperidade dos patrões seria sentida beneficamente

pelos trabalhadores (OLIVEIRA, 2001).

A QVT está diretamente relacionada à satisfação e ao bem-estar do

indivíduo na execução de suas tarefas, é indispensável à produtividade e a

competitividade, sem as quais uma organização não sobrevive no mercado e pode

ser considerada como uma gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos,

sociológicos, psicológicos e tecnológicos que afetam a cultura e interferem no clima

organizacional.

Os próprios empresários já reconhecem que é necessário criar condições

adequadas para que as pessoas possam desenvolver o seu potencial e sua

criatividade e evitar aquelas que possam gerar uma má qualidade de vida e estresse

no trabalho. Em razão disso o tema “Qualidade de Vida no Trabalho” vem ganhando

destaque, sendo cada vez mais amplamente discutido e considerado como objeto de

pesquisas (RODRIGUES, 2002).

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Vários autores se dedicaram ao estudo da QVT, dentre eles podem ser

citados Walton (1973), Hackman e colaboradores (1975), Westley (1979), Werther e

Davis (1983), Nadler e colaboradores (1983), Huse e Cummings (1985), sendo que

no Brasil destacam-se estudos realizados pela EMBRAPA e Universidades do Rio

Grande do Sul e Minas Gerais (RODRIGUES, 2002).

4.1 Conceitos de Qualidade de Vida no Trabalho

Vários conceitos podem ser encontrados na literatura sobre Qualidade de

Vida no Trabalho (QVT) e os mesmos vêm sendo abordados desde os anos de

1970, sendo que em 1973, Walton a definiu como sendo o atendimento das

necessidades e pretensões humanas baseadas na idéia de humanização e

responsabilidade social da empresa. Drucker (1981) definiu QVT como uma

avaliação qualitativa da qualidade relativa das condições de vida incluindo-se

atenção aos agentes poluidores, barulho, estética, complexidade, etc (apud

LIMONGI-FRANÇA, 1996).

Chiavenato (1999, p. 390-391) assim explana sobre a evolução e definição do termo Qualidade de Vida no Trabalho: O termo (QVT) foi cunhado por Louis Davis na década de 1970, quando desenvolvia um projeto sobre desenho de cargos. Para ele, o conceito de QVT refere-se à preocupação com o bem-estar geral e a saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas. Alguns autores europeus desenvolveram outras conceituações dentro da abordagem sóciotécnica e da democracia industrial. Atualmente, o conceito de QVT envolve tanto os aspectos físicos e ambientais como os aspectos psicológicos do local de trabalho. A QVT assimila duas posições antagônicas: de um lado, a reivindicação dos empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho; e, de outro, o interesse das organizações quanto aos seus efeitos potenciais sobre a produtividade e a qualidade.

Walton (apud OLIVEIRA, 2001), salienta que a qualidade de vida no

trabalho pode ser aceita como uma expressão para caracterizar determinados

valores ambientais e humanos que foram abolidos em benefício do avanço

tecnológico, da produtividade industrial e do crescimento econômico.

Para Limongi-França e Arellano (1996), Qualidade de Vida no Trabalho

(QVT) é o agrupamento de ações de uma empresa que envolve a implantação de

melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de

trabalho.

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24

Limongi-França (2002) considera QVT como um conceito muito amplo e

em razão disso, interdisciplinar, envolvendo a medicina para buscar a preservação

da integridade física, mental e social do ser humano, erradicação de doenças,

visando o crescimento da expectativa de vida. A ergonomia estuda as condições de

trabalho e busca na tecnologia industrial, na medicina, na enfermagem, na

fisioterapia e na psicologia o conforto e a proteção no trabalho do empregado. Já a

psicologia tem sua participação apontando a influência das questões internas e

necessidades de cada pessoa como fator determinante no desempenho e na

percepção de QVT. Em razão disso a QVT tem uma visão biopsicossocial, a qual

revela a preocupação com o indivíduo como um todo e adota uma visão ampla e

moderna do conceito de saúde. (LIMONGI-FRANÇA, 2002).

Ogata (2004) observa que há maior disposição para o trabalho, melhoria

do clima interno, maior comprometimento, fidelidade à empresa e atração pelos

benefícios quando os métodos de gestão incorporam os conceitos de qualidade de

vida no trabalho.

Para essa autora, a qualidade de vida demonstra e resume os direitos da

cidadania (políticos, civis e sociais) acrescidos dos benefícios e satisfações

proporcionados pelas ações do tempo livre e pelo equilíbrio ambiental. Indica uma

convergência de fatores econômicos e sociais, como também de acesso a serviços

públicos, que permitem a vivência de situações concretas e positivas de renda e de

segurança social, de bem estar físico e mental, de disponibilidade temporal, de

desenvolvimento artístico-cultural, de usufruto racional e preservação dos recursos

naturais, de capacidade produtiva e exercício de papéis sociais. Pode também

indicar um nível satisfatório na consecução de objetivos de vida, conscientemente

eleitos (OGATA, 2004).

Para Rodrigues (1996), uma melhor qualidade de vida no trabalho

significa não somente ter melhores condições materiais, mas também buscar

melhores condições para a maior autonomia, participação e auto-desenvolvimento

dos funcionários, enfim, ter condições de maior auto-realização.

Limongi-França (2004, p.24), destaca que:

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A base da discussão sobre o conceito de qualidade de vida encerra escolhas de bem-estar e percepção do que pode ser feito para atender às expectativas criadas tanto por gestores como por usuários de ações de qualidade de vida na empresa”. Por considerar a pluralidade de indicações e a diversidade de formas de discussão, a autora propõe agrupar as dimensões sobre o tema QVT em Escolas do Pensamento. As Escolas do Pensamento propostas são: Socioeconômica, Organizacional e Condição Humana no Trabalho.

Observa-se, nas diversas conceituações de qualidade de vida no

trabalho, várias dimensões, entre as quais pode-se citar a reestruturação do

desenho de cargos e novas formas de organizar o trabalho; a formação de equipes

de trabalho semiautônomas ou auto gerenciadas; e a melhoria do meio ambiente

organizacional (Fernandes, 1988). Cabe também ressaltar que as definições de QVT

são muitas, porém a satisfação e anseios dos trabalhadores são pontos essenciais

para um programa de qualidade de vida alcançar o sucesso.

Sem a pretensão de esgotar toda a conceituação da Qualidade de Vida

no Trabalho, apresenta-se o conceito de Albuquerque e França (1998, p. 35): para

quem a Qualidade de Vida no Trabalho é “um conjunto de ações de uma empresa

que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e inovações gerenciais,

tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando propiciar

condições plenas de desenvolvimento humano na realização do seu ofício”.

4.2 Surgimento da QVT

Historicamente muitos estudos, teorias e ensinamentos que tiveram suas

bases desde as épocas remotas à era cristã teriam servido para melhorias,

facilitação da vida e diminuição do esforço dos trabalhadores. No século XX muitos

pesquisadores, dentre eles George Elton Mayo, em concordância com a opinião de

vários autores, teria contribuído de forma altamente relevante para o estudo do

comportamento humano, motivação dos indivíduos para alcance de metas e da QVT

do trabalhador, isto através de pesquisas e estudos realizados na Western Eletric

Company (Chicago) no início dos anos 1920, que culminaram com a escola de

Relações Humanas (VASCONCELOS, 2001).

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A expressão Qualidade de Vida no Trabalho surgiu na Inglaterra, no início

da década de 1950, através de estudos de Eric Trist e alguns colaboradores,

baseando-se no trinômio indivíduo, trabalho e organização (BITENCOURT, 2004).

Da mesma forma o trabalho de Maslow merece crédito, pois criou a

hierarquia das necessidades, que é composta por cinco necessidades fundamentais:

fisiológicas, segurança, amor, estima e auto-realização. Douglas McGregor, autor da

Teoria X, considerava que o compromisso com os objetivos depende das

recompensas à sua consecução e que o ser humano não só aprende a aceitar as

responsabilidades como passa a procurá-las, sendo que muitas dimensões

destacadas por McGregor são analisadas em programas de QVT. (VASCONCELOS,

2001).

McGregor apud Oliveira (2001) afirma que a Teoria X não motiva as

pessoas no trabalho. Pelo contrário, quando estas são despojadas de oportunidades

para satisfazer as necessidades mais importantes, comportam-se, exatamente como

poderia ser previsto; com preguiça, passividade, má vontade em aceitar

responsabilidades, resistência às mudanças, propensão a aderir aos demagogos e

as exigências exageradas de benefícios econômicos.

McGregor apud Oliveira (2001) sugere a Teoria Y em contraposição à

Teoria X, a qual imagina o homem como um ser disposto a se autodirigir e se

autocontrolar em benefício dos objetivos organizacionais com os quais se

compromete. Nessa direção, o gasto de esforço físico e mental no trabalho é tão

natural como o jogo ou o descanso, o controle externo e ameaça de punição não

são os únicos meios de incitar o trabalho.

Frederick Hersberg formulou a teoria da motivação, alegando que a

satisfação ocorre a partir do enriquecimento do cargo e teve base em um estudo

empírico realizado com engenheiros e contadores de nove indústrias localizadas em

Pittsburgh. Sua hipótese sugeria que os fatores que causam satisfação no trabalho

eram distintos daqueles que causavam insatisfação, considerando que o contrário

da satisfação com o trabalho não seria a insatisfação, mas, nenhuma satisfação com

ele. (RODRIGUES, 2002).

Posteriormente outras preocupações maiores com a QVT se deram a

partir das convenções da OIT – Organização Internacional do Trabalho, em que os

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países membros adequaram a legislação em seus países para a melhoria do

trabalho, principalmente no que concerne à saúde, higiene e segurança do

trabalhador.

Os primeiros estudos acerca da QVT no Brasil, ainda muito influenciados

pelos modelos estrangeiros, só se realizaram a partir da década de 1980 e, somente

na década de 1990, medidas voltadas para QVT ganharam importância e as

empresas passaram a buscar profissionais capazes de orientá-las nesse campo.

(LIMONGI-FRANÇA e ARELLANO, 1996).

Para Oliveira (2001), atualmente observa-se um grande interesse na

disseminação do tema de Qualidade de Vida no Trabalho no mundo industrial

voltado para o desenvolvimento de pesquisas nessa área. A QVT está bastante

difundida na Europa, nos Estados Unidos, Canadá e México e vem recebendo as

merecidas atenções nos Tigres Asiáticos. A abordagem da QVT, no Brasil, foi

originalmente adotada por estudiosos da EMBRAPA (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e

da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a qual até hoje permanece

realizando pesquisas importantes nessa área por meio do grupo de pesquisas

NEACO (Núcleo de Estudos Avançados em Comportamento Organizacional).

Um número crescente de pesquisadores do tema de QVT é percebido

na atualidade, os quais saem da teoria e estruturam modelos práticos para a

implementação em empresas. Exemplos disto são os trabalhos de Eda Conte no Rio

Grande do Sul e de Edina Bom Sucesso em Minas Gerais que desenvolveram e

elaboraram modelos próprios de QVT para organizações específicas de seus

estudos (OLIVEIRA, 2001).

4.3 Evolução histórica da QVT

O interesse em melhorar a qualidade de vida no trabalho, segundo

Werther e Davis (1983), espelha a evolução da sociedade em geral e do nível de

instrução do pessoal. A democratização crescente nas relações de trabalho torna

cada vez menor a probabilidade do trabalhador aceitar autoridade sem questionar já

que a evolução do conhecimento e dos meios de divulgação fazem com que cada

vez mais as pessoas sejam esclarecidas com maior rapidez sobre o que acontece e

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clamem por soluções amplas para seus problemas, exigindo dos dirigentes

capacidade de renovação e adaptação constante à esta evolução.

Limongi-França e Arellano (2002) destacam que após a crise da década

de 1930 a QVT estaria relacionada com os objetivos do movimento sindical, que se

centraram na segurança e salubridade do trabalho, no tratamento dispensado ao

trabalhador e no aumento do salário. Na década de 1950 estaria associada ao

enfoque da psicologia, a qual considera que há uma correlação positiva entre o

estado de ânimo e produtividade, afirmando que é possível elevá-los com a melhoria

das relações humanas. Nos anos de 1960 fez parte de novos conceitos como a

igualdade de oportunidades e esquemas de enriquecimento do trabalho.

O conceito de qualidade de vida no trabalho em sua evolução é

apresentado com diferentes enfoques por autores da área, porém apresentam

abordagens de comum sentido, conforme revela o quadro 01:

QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA QVT

CONCEPÇOES EVOLUTIVAS DA

QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

CARACTERISTICAS OU VISAO

1 - Qualidade de Vida no Trabalho

como uma variável

(1959 a 1972)

Reações do indivíduo ao trabalho. Era

investigado como melhorar a Qualidade de

Vida no Trabalho para o indivíduo.

2 - Qualidade de Vida no Trabalho

como uma abordagem

(1969 a 1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado

organizacional; mas ao mesmo tempo,

tendia a trazer tanto emprego como a

direção.

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3 - Qualidade de Vida no Trabalho

como um método

(1972 a 1980)

Um conjunto de abordagens, métodos ou

técnicas para melhorar o ambiente do

trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e

mais satisfatório. Qualidade de Vida no

Trabalho era visto como um sinônimo de

grupos autônomos de trabalho, enriquecido

de cargo ou desenho de novas plantas com

integração social e técnica.

4 - Qualidade de Vida no Trabalho

como um movimento

(1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre natureza do

trabalho e as relações de trabalhadores com

a organização. Os termos – administração

participativa e democracia industrial – eram

frequentemente ditos como ideais do

movimento de Qualidade de Vida no

Trabalho.

5 - Qualidade de Vida no Trabalho

como tudo

(1979 a 1982)

Como panacéia contra a competição

estrangeira, problemas de baixa qualidade.

6 - Qualidade de Vida no Trabalho

como nada

(Futuro)

No caso de alguns projetos de qualidade de

vida no trabalho fracassarem no futuro, não

passará de um modismo “passageiro”.

Fonte: Adaptado de Fernandes (1996, p. 42).

4.4 Modelos Existentes para Análise de QVT

Oliveira (2001) relata que como o conceito de QVT foi ganhando

importância ao longo do tempo, vários autores desenvolveram modelos de análise

para dimensioná-la, sendo que na década de 1970 surgiram diversos modelos, os

quais são relatados a seguir:

a) Belanger (1973), para este autor os seguintes aspectos devem ser

levados em consideração:

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- O trabalho em si: as variáveis que devem ser avaliadas são a criatividade,

variabilidade no trabalho, o grau de autonomia, envolvimento e feedback. Abordam-

se então, as condições sob as quais os indivíduos desenvolvem suas atividades;

- O crescimento pessoal e profissional: refere-se à oportunidade de

ascensão dentro da carreira além do desenvolvimento de suas potencialidades. As

variáveis são: treinamento, oportunidade de crescimento, relacionamento no

trabalho e papéis organizacionais;

- Tarefas com significado: relaciona-se com o nível de complexidade e

desafio que as tarefas devem conter. Os fatores que constituem essa dimensão são:

tarefas completas, responsabilidade aumentada, recompensas financeiras/não

financeiras e enriquecimento das tarefas;

- Funções e estruturas organizacionais abertas: o relacionamento ente os

indivíduos contribui de forma significativa para a execução da eficácia global dos

objetivos.

b) Walton (1973) - é considerado dentre os modelos existentes o mais

abrangente, pois é dividido em oito fatores e cada um abrange diversas dimensões

que afetam a QVT, conforme consta no quadro 02:

Quadro 2 – Modelo de Walton

Fatores de QVT Dimensões

1 - Compensação justa e adequada

• Salário adequado ao trabalhador.

• Eqüidade ou compatibilidade interna.

• Eqüidade e compatibilidade externa.

2 - Condições de segurança e saúde

no trabalho

• Jornada de trabalho.

• Ambiente físico (seguro e saudável).

3 - Utilização e desenvolvimento de

capacidades

• Autonomia.

• Significado da tarefa.

• Identidade da tarefa.

• Variedade de habilidades.

• Retroação e retroinformação.

4- Oportunidades de crescimento

contínuo e segurança

• Possibilidade de carreira.

• Crescimento profissional.

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• Segurança do emprego.

5 - Integração social na organização

• Igualdade de oportunidades.

• Relacionamentos interpessoais e

grupais.

• Senso comunitário.

6 – Garantias constitucionais

• Respeito às leis e direitos trabalhista.

• Privacidade pessoal.

• Liberdade de expressão.

• Normas e rotinas claras da organização.

7 - Trabalho e espaço total de vida • Papel balanceado do trabalho na vida

pessoal

8 - Relevância social da vida no

trabalho

• Imagem da empresa.

• Responsabilidade social pelos

produtos/serviços.

Fonte: Cavassani et al (2006) XIII SIMPEP.

De acordo com Walton (apud Oliveira 2001), um número crescente de

indivíduos está passando a menosprezar o valor do seu trabalho e da carreira

profissional em face de suas organizações, com reflexos altamente negativos na

auto-estima do trabalhador, sendo que o nível de satisfação e a auto-estima do

empregado estão diretamente relacionados à Qualidade de Vida no Trabalho.

Do ponto de vista de Walton (apud Oliveira 2001), as oito dimensões ora

apresentadas são importantes em razão de que os empregados envolvidos nas

diferentes organizações de trabalho possuem expectativas sobre as mesmas.

Na concepção de Walton (apud Asfora 2004), os oito critérios propostos

se relacionam entre si, portanto a alteração de um critério poder gerar alteração em

outros. A tentativa é desagregar o conceito de qualidade de vida no trabalho para

expor os elementos que podem ser mensurados separadamente e posteriormente

agrega-los quando as suas inter-relações tiverem sido restabelecidas.

Em razão de tais considerações, o estudo em questão receberá como

suporte teórico o modelo de Walton (1973). Esta escolha se justifica em razão de

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que esta abordagem contém em sua estrutura de critérios, aspectos amplos que

envolvem, além do conteúdo do trabalho, a vida do indivíduo fora da organização.

c) Hackman e Oldhan (1975) – as dimensões dos cargos refletem em

aspectos psicológicos que afetam os resultados pessoais e de trabalho, que

interferem na QVT. Estas dimensões do cargo são:

1 - Variedade de habilidades;

2 - Identidade da tarefa;

3 - Significado da tarefa;

4 - Autonomia;

5 - Retroação do próprio trabalho;

6- Retroação extrínseca;

7- Inter relacionamento

d) Westley (1979) – leva em consideração os aspectos internos e

externos à organização em que o funcionário atua. Westley (apud ASFORA, 2004)

afirma, que quatro são os problemas que interferem diretamente na QVT, os quais

são: políticos, econômicos, psicológicos e sociológicos. Os problemas políticos

geram a insegurança, os econômicos, a injustiça e ambos possuem como

indicadores as insatisfações e greves. Na visão de Westley (apud ASFORA , 2004),

a concentração de poder seria o fator responsável pela insegurança e a injustiça

teria como principal causa a acumulação dos lucros e a exploração da força de

trabalho. Os problemas psicológicos causam alienação e os sociológicos motivam a

anomia, que é a perda de significado do trabalho pelo indivíduo.

Na década de 1980 surgiram os modelos de: Nadler e Lawler (1983),

Werther e Davis (1983), Huse e Cummings (1985), os quais revelam as seguintes

características:

a) Nadler e Lawler (1983) – a qualidade de vida no trabalho é vista como

uma maneira de pensar a respeito das pessoas, do trabalho e das organizações e

está fundamentada em quatro aspectos:

1 - Participação dos funcionários nas decisões;

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2 - Reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas e de

grupos autônomos de trabalho;

3 -Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima

organizacional;

4 - Melhoria no ambiente de trabalho tanto físico quanto psicológico.

b) Werther e Davis (1983) – especificam os elementos organizacionais,

ambientais e comportamentais como aspectos que têm influência nos cargos em

termos de qualidade de vida no trabalho, conforme se vê no Quadro 3:

Quadro 3 – QVT Na Perspectiva de Werther e Davis

Fatores Organizacionais

Relacionados com o pleno entendimento da tarefa e

com o estabelecimento de fluxo de trabalho que

minimize tempo e esforço do trabalhador para com isso

obter-se o máximo de produtividade.

Fatores Ambientais

O projeto de um cargo deve levar em consideração as

habilidades dos profissionais potenciais, grau de

experiência, instrução e expectativas sociais dos

trabalhadores.

Fatores Comportamentais

Autonomia, variedade de habilidades, identidade da

tarefa, feedback sobre desempenho e outros aspectos

relacionados à motivação e satisfação das pessoas.

Fonte: Werther e Davis adaptado por ASFORA (2004)

c) Huse e Cummings (1985) – conceituam a qualidade de vida no trabalho

como forma de pensamento que envolve pessoas, trabalho e organização e,

segundo Asfora (2004) envolve dois objetivos que são a melhora da produtividade e

o bem-estar dos trabalhadores.

Para tanto existe quatro classificações de atividades representativas de

programas de QVT: participação na solução de problemas, projeto de cargos,

sistemas inovadores de recompensas e também melhorias no ambiente de trabalho,

conforme se vê do resumo constante do Quadro 4.

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Quadro 4: Resumo da Proposta de Huse e Cummigs Para a Melhoria do Bem-

Estar dos Trabalhadores e da Produtividade.

Participação na solução de problemas

Envolvimento do trabalhador em vários

níveis, de questões e decisões

empresariais.

Projeto de cargos

Diz respeito à reestruturação de cargos

dos indivíduos e grupos, procurando-se

aliar as necessidades das pessoas às

exigências tecnológicas.

Sistemas inovadores de recompensas

Criação de sistemas de recompensas

que promovam um clima de alto

desempenho.

Melhorias no ambiente de trabalho

Mudança nas condições físicas do

ambiente de trabalho, podendo incluir

redefinição de layout e até flexibilização

de horários.

Fonte: Huse e Cummings adaptado por ASFORA (2004)

Na década de 1990 surgiram os modelos de Fernandes (1996) e

Gonçalves (1998), os quais possuem as seguintes características:

a) Fernandes (1996) – o qual apresenta as seis fases para a implementação

de um Programa de qualidade de Vida no Trabalho, quais sejam: preparação,

sensibilização, planejamento, execução, apresentação do relatório apreciativo e

plano de ação;

b) Gonçalves (1998) – que caracteriza a qualidade de vida no trabalho em

dois grandes grupos: condições ambientais e condições organizacionais. Para

avaliar a qualidade de vida no trabalho é preciso seguir uma metodologia, onde se

leva em consideração a percepção de todos os envolvidos no processo.

Através dos modelos acima expostos, pode-se perceber a importância das

empresas enfatizarem as condições físico-psicológicas visando valorizar os

trabalhadores, possibilitando oportunidades para estarem em sintonia com os

objetivos da instituição. A empresa ao investir numa melhor QVT do trabalhador,

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estará investindo indiretamente na elaboração de seus produtos, garantindo uma

melhor qualidade e produtividade.

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5 - CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO

5.1 Histórico da Instituição

A história da EMATER remonta ao ano de 1956, quando foi implantado no

Paraná o ETA-Projeto 15, em consequência de um acordo entre os governos do

Brasil e dos Estados Unidos. O objetivo era executar um programa de cooperação

agrícola, atuando nos campos de educação, pesquisa, conservação de recursos

naturais, produção agrícola e pecuária, economia doméstica e extensão rural. Três

anos depois o projeto ganharia o corpo de uma instituição que consolidou o serviço

de assistência técnica aos agricultores, a ACARPA.

O Serviço de Extensão Rural, no Paraná, foi criado em 20 de maio de

1956, em decorrência de convênio entre os governos do Brasil e dos Estados

Unidos. Era então denominado Escritório Técnico de Agricultura - ETA Projeto15.

Inicialmente, eram apenas 09 engenheiros agrônomos e 11 técnicas sociais, sendo

os 07 primeiros escritórios instalados nos municípios de Foz do Iguaçu, Campo

Largo, Prudentópolis, Rebouças, São Mateus do Sul, Toledo e União da Vitória.

Com a extinção do ETA Projeto15, diversas entidades paranaenses

ligadas à agricultura, reconhecendo a importância das atividades desenvolvidas,

assumiram a responsabilidade pelo Projeto, dando-lhe nova denominação. Assim,

em 4 de dezembro de 1959, era criada a ACARPA .

Em 1977, através da Lei 6.969, era criada a Empresa Paranaense de

Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER-Paraná, com a finalidade de

absorver as atividades da ACARPA que iniciou seu processo de extinção

Em 23 de dezembro de 2005, a EMATER tem modificado seu regime

jurídico, de empresa pública para autarquia, passando a denominar-se Instituto

Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER

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5.2 Objetivos da Instituição

Promover e desenvolver ações de assistência técnica e extensão rural,

mediante processos educativos, em parceria com as famílias rurais e suas

organizações, visando o desenvolvimento rural sustentável, através da melhoria da

qualidade de vida, segurança alimentar, geração de emprego e renda e da

preservação ambiental.

- Missão

Promover o desenvolvimento rural sustentável.

- Visão

Ser reconhecida como instituição essencial ao desenvolvimento

rural sustentável.

- Negócio

Assistência técnica e extensão rural oficial do Estado do Paraná.

- Valores

Comprometimento, responsabilidade, respeito, ética,

confiabilidade, probidade e transparência.

5.3 Atribuições do Instituto EMATER

O trabalho da Extensão é realizado atualmente por cerca de 850

extensionistas de campo. Esses profissionais atuam em todos os 399 municípios

paranaenses e percorrem os caminhos do interior do estado com a premissa básica

de atender necessidades dos agricultores com o foco no desenvolvimento

sustentável das famílias e do meio rural com um todo.

Os extensionistas desenvolvem trabalhos na área de Bem Estar Social,

no campo da nutrição, saúde, saneamento, educação e cidadania. Vale lembrar

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projetos de impacto como a racionalização no uso de agrotóxicos, a redução de

perdas na colheita, a conservação dos solos, além do manejo de pragas e doenças

nas lavouras.

Para garantir o atendimento ao seu público, a Emater possui estrutura

técnica estrategicamente distribuída cobrindo todo o Estado, com a seguinte

estrutura física: 01 Unidade Estadual, 21 Unidades Regionais, 393 Unidades

Municipais e 14 Unidades Distritais.

A Emater atualmente atua com uma estrutura composta de 1.412

funcionários, dos quais 1.190 funcionários próprios, 222 funcionários cedidos por

terceiros. Do montante de funcionários cedidos por terceiros, 113 foram cedidos

pelas prefeituras para atuação na área técnica e 109 na função de auxiliares

administrativos e operacionais.

Os profissionais próprios da instituição integram as seguintes categorias:

365 engenheiros Agrônomos, 344 Técnicos Agrícolas, 57 Técnicos em Bem Estar

social, 46 Médicos Veterinários, 33 Zootecnistas, 4 Engenheiros de Pesca, 2

Engenheiros Florestais, 270 Administrativos e 69 operacionais.

5.4 Unidade Regional de Apucarana

5.4.1 Estrutura de funcionamento do Regional

A Unidade Regional de Apucarana foi inaugurada no ano de 1990 e

atualmente conta com total de 39 funcionários concursados, 05 estagiários, 04

funcionários cedidos por outros órgãos e mais 01 engenheira agrônoma e 01 técnico

agrícola cedidos pelo convênio ATES/ INCRA para prestarem trabalho no Instituto

EMATER, perfazendo um total de 50 funcionários, exercendo os cargos

relacionados na tabela 1:

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TABELA 1 - Cargos Ocupados na Regional de Apucarana

Cargos Ocupados NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS

Engenheiro Agrônomo 11

Médico Veterinário 01

Zootecnista 02

Economista 01

Assistente Social 02

Técnico Agrícola 11

Administrativo 11

Estagiários 05

Cedidos de outros órgãos 04

ATES/INCRA 02

Total 50

Dos funcionários acima discriminados, trinta e nove exercem suas

funções nas treze Unidades Municipais da Unidade Regional de Apucarana e onze

funcionários desempenham suas funções na Unidade Regional.

Os funcionários do Instituto EMATER do regional de Apucarana, se

encontram distribuídos nas suas diferentes unidades, conforme demonstrado na

tabela 2:

TABELA 2 – Unidades da Regional de Apucarana

UNIDADE NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS

Unidade Regional Apucarana 09

Unidade Municipal de Apucarana 08

Unidade Municipal de Arapongas 05

Unidade Municipal de Bom Sucesso 02

Unidade Municipal de Califórnia 05

Unidade Municipal de Cambira 03

Unidade Municipal de Jandaia do Sul 02

Unidade Municipal de Kaloré 02

Unidade Municipal de Marilândia do Sul 03

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Unidade Municipal de Marumbi 02

Unidade Municipal de Mauá da Serra 03

Unidade Municipal de Novo Itacolomi 02

Unidade Municipal de Rio Bom 02

Unidade Municipal de Sabáudia 03

Fonte: Emater

A Unidade Regional de Apucarana através de suas treze unidades municipais

(ver mapa a seguir, figura 1) busca priorizar no seu processo de planejamento um

conjunto de procedimentos organizados de forma participativa em toda a estrutura

da instituição, bem como a realização dos trabalhos de forma integrada com

parceiros e clientes, o que permite a prestação dos serviços de assistência técnica e

extensão rural de forma eficiente visando o desenvolvimento rural sustentável,

procurando atender as expectativas dos seus clientes, suas organizações, parceiros

e mantenedores.

Figura 1 – Mapa do Paraná com Destaque à Região de Apucarana

Fonte: Unidade Central da EMATER- Paraná/Curitiba

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Figura 2. Mapa de abrangência da unidade regional

Fonte: Unidade Central da EMATER PARANÁ/ Unidade Central de Curitiba

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42

6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

6.1 - BLOCO I: Dados demográficos

GRÁFICO 01

Através do gráfico acima fica evidente que a maioria, ou seja, 65% dos

funcionários do Instituto EMATER – Unidade Regional de Apucarana, é composta

por pessoas do sexo masculino. Esta situação ocorre devido ao trabalho se dar em

nível de campo, nas propriedades rurais da região, o que desperta o interesse do

maior número de pessoas do sexo masculino, por ocasião da realização dos

concursos de admissão. É notório também que há uma maior formação de

profissionais do sexo masculino na área de ciências agrárias, isto ocorre tanto a

nível médio (colégios agrícolas) como também a nível superior.

GRÁFICO 02

O gráfico 02 mostra que 68% dos funcionários encontram acima de 46

anos de idade, o que revela o envelhecimento do quadro funcional. Devido a fatores

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de ordem política, ou seja, desatenção por parte dos governantes em relação à

importância da assistência técnica oficial, verificou-se que houve um período de

mais de 15 anos de estagnação em relação à contratação de funcionários através de

concursos públicos para reposição dos cargos, o que resultou no envelhecimento do

quadro funcional.

GRÁFICO 03

Este gráfico revela que 87% dos funcionários são casados. Esta situação

ocorre, principalmente devido ao fator estudado no gráfico 02 deste bloco, ou seja,

envelhecimento do quadro de funções devido a não contratação de novos

funcionários através de concursos públicos.

GRÁFICO 04

O gráfico número 04 mostra que 61% dos respondentes possuem

escolaridade de nível superior, sendo que as principais formações são: Agrônomos,

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Médicos Veterinários, Zootecnistas, Assistentes Sociais, dentre outras. Os

funcionários com nível médio, que representam 29% do total, na maioria são

constituídos por profissionais que possuem o curso Técnico em Agropecuária ou

atuam na área administrativa nos diversos municípios que estão subordinados ao

núcleo regional de Apucarana. Os 10% restantes são constituídos por profissionais

de nível superior com especialização e atuam em setores específicos.

TABELA 3 – Tempo de Trabalho na Empresa

HÁ QUANTO TEMPO TRABALHA NO INSTITUTO EMATER

TEMPO Nº de funcionários %

DE 0 A 5 ANOS - -

DE 06 a 10 01 3,23

De 10 a 15 02 6,45

De 16 a 20 anos 09 29,03

De 21 a 25 anos 05 16,12

Mais de 25 anos 14 45,17

Total 31 100

Observou-se na tabela 01, que 45,17 % dos funcionários trabalham a mais de

25 anos na instituição, 16,12 % trabalham entre 21 a 25 anos, 29,03 % entre 16 e 20

anos, 6,45% entre 10 a 15 anos e apenas 3,23% entre 06 e 10 anos. Estes dados

revelam um envelhecimento do quadro funcional e que não houve contratação de

novos funcionários nos últimos 05 anos.

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TABELA 4 - Cargo Ocupado

CARGO OCUPADO ATUALMENTE

Funções Quantidade %

Engenheiro Agrônomo 07 22,59

Zootecnista 04 12,90

Administrativo 06 19,35

Técnico Agrícola 12 38,70

Veterinário 01 3,23

Outros 01 3,23

Total 31 100

A tabela 02 retrata o número de cargos que estão sendo ocupadas

atualmente na área de ação do regional da Emater de Apucarana. Observou-se que

do total de 31 respondentes a maioria, ou seja, 12 são Técnicos Agrícolas, seguido

de 07 que são Engenheiros Agrônomos, 12 ocupam cargos na área administrativa,

04 Zootecnistas, 01 veterinário e 01 ocupa outra função.

TABELA 05 – Tempo no Cargo Ocupado

HÁ QUANTO TEMPO TRABALHA NO CARGO QUE ESTA OCUPANDO

DE 0 A 5 ANOS 02

De 06 a 10 anos 02

De 10 a 15 anos 03

De 16 a 20 anos 03

De 21 a 25 anos 05

Mais de 25 anos 16

Quanto ao tempo ocupado nas funções, observou-se na tabela 03 que o

tempo ocupado é semelhante aos resultados da tabela 01, a qual retrata a quanto

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tempo os funcionários estão trabalhando na Instituição. Conclui-se desta forma que

o índice de mobilidade entre as funções é muito baixa na região.

TABELA 06–Atividades em Hora de Folga

EXERCE OUTRA ATVIDADE PROFISSIONAL EM HORÁRIO DE FOLGA

SIM 08

NÃO 23

Conclui-se pelo resultado da tabela 04 que a grande maioria dos

respondentes não exercem outra atividade profissional em horários de folga.

6.2 - ANÁLISE DOS DADOS SEGUNDO O MODELO DE WALTON

Para a análise dos níveis de satisfação dos funcionários que responderam as

perguntas, foi utilizado como parâmetro uma escala que varia de 01 a 05, que foi

aplicada nos blocos II ao IX do questionário, conforme abaixo:

QUADRO 01 - Índices de referência para o nível de satisfação.

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

1 2 3 4 5

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TABELA 07 - Remuneração - Bloco II

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1-Com relação ao salário

recebido

- 02 - 24 05

2-Comparação salário e

atividades desempenhadas

- 02 06 18 05

3-Comparação salário com

outras vinculadas do estado

- 05 08 16 02

4-Com relação aos benefícios 12 13 - 06 -

5-Com empenho da

Instituição no sentido de

buscar melhorias salariais

junto aos governantes

08

09

-

12

02

Totais 20 31 14 76 14

Conforme resultados verificados na tabela 05, a qual é composta por 05

perguntas relacionadas a remuneração dos funcionários, observou-se maior número

de respostas no campo satisfeitos com 76 respondentes, seguido de 31 que se

dizem insatisfeitos, 20 muito insatisfeitos e para muito satisfeitos e indiferentes 14

respectivamente. A maior frequência para satisfeitos, verificou-se na pergunta 01

que trata do salário recebido, com 24 respondentes, seguido de 18 respostas para a

pergunta 02 que trata da comparação salário recebido com as atividades

desempenhadas e 16 respostas na questão relacionada à comparação do salário

recebido com o salário pago por outras vinculadas do estado. Em relação aos 31

respondentes que se declararam insatisfeitos e 20 muito insatisfeitos, para ambos os

campos, a questão que trata dos benefícios recebidos da empresa(seguros,

assistência médica, odontológica, jurídica, etc) foi relevante para a elevação do

índice, pois contabilizou-se 13 e 12 respostas respectivamente.

Pela constatação das 76 respostas para satisfeitos e 14 para muito

satisfeitos perfazendo um total de 90 respondentes, contra uma freqüência de 31

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insatisfeitos, 20 muito insatisfeitos e 14 indiferentes, conclui-se que há um alto índice

de funcionários satisfeitos em relação à remuneração recebida.

TABELA 08 – CONDIÇÕES DE TRABALHO – BLOCO III

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1-Jornada de trabalho 02 01 - 22 06

2-Mobílias, máquinas e

equipamentos de trabalho.

14 11 - 04 02

3-Equipamentos de Proteção

Individual

19 05 02 05 -

Totais 35 17 02 31 08

Em relação às condições de trabalho observou-se que o maior índice foi

observado no campo de muita insatisfação com um total de 35 respondentes.

Verificou-se, porém, que praticamente ocorre igual número de funcionários

satisfeitos para este mesmo quesito. A maior freqüência de respostas em relação

aos funcionários que se dizem muito insatisfeitos ou insatisfeitos em relação às

condições de trabalho, foi verificada de forma mais expressiva na pergunta 03 que

trata dos equipamentos de proteção individual com 19 respondentes e na pergunta

02 que trata dos mobiliários e equipamentos em geral com 14 respostas como muito

insatisfeito e 11 como insatisfeitos.

O total de 31 funcionários que se consideram satisfeitos em relação às

condições de trabalho, ocorreu ao fato de que houve um total de 22 respostas

favoráveis em relação ao item jornada de trabalho.

Apesar da constatação do alto índice de funcionários satisfeitos em

relação a jornada de trabalho, conclui-se que de maneira geral os funcionários

encontram-se insatisfeitos com as condições de trabalho, pois a soma dos muito

insatisfeitos e dos insatisfeitos perfaz um total 52 respondentes, sendo superior aos

49 funcionários que se consideram satisfeitos e muito satisfeitos.

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TABELA 09 – Uso e Desenvolvimento de Capacidades – Bloco IV

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1- Liberdade para planejar e

executar

04 03 08 16 -

2- Oportunidade para utilizar

no cargo conhecimento e

habilidades

05

03

04

18

01

3- Informações relativas ao

trabalho e acesso para

realizar atividades

09

10

07

02

03

4- Possibilidades de participar

de cursos de aperfeiçoamento

e capacitação profissional

08

09

04

10

-

Totais 26 25 23 46 03

Na tabela 07 foi questionado em relação ao uso e desenvolvimento de

capacidades, constatou-se na análise maior freqüência no índice que retrata a

satisfação dos funcionários com um total de 46 respostas, seguido de 26 respostas

para o índice de muita insatisfação, 25 no índice satisfação e no item indiferença

foram computados 25 respondentes. O alto índice de funcionários satisfeitos em

relação a este quesito foi verificado principalmente nas respostas das perguntas 01,

02 e 04. Em relação aos insatisfeitos e muito insatisfeitos, destaca-se a pergunta 03

que trata do acesso às informações relativas ao trabalho com um total de 19

respostas e a pergunta 04 que trata da capacitação profissional com um total de 17

respostas. Observou-se ainda um alto índice de funcionários indiferentes, pois,

contabilizando-se um total de 23 respondentes neste item.

Pela análise dos dados da tabela 07, conclui-se que houve praticamente um

empate entre a soma total dos funcionários satisfeitos e muito satisfeitos com um

total de 49 respostas, quando comparados com o total de 51 respostas para os que

responderam insatisfeitos e muito insatisfeitos em relação ao uso e desenvolvimento

de capacidades. Observou-se ainda um alto índice de funcionários indiferentes, pois,

contabilizando-se um total de 23 respondentes neste quesito.

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TABELA 10 – Oportunidade De Crescimento Profissional – Bloco V

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1- Oportunidades e critérios

para promoção que a

instituição oferece para a

carreira

02 10 07 08 04

2- Oportunidades que a

instituição oferece para

desenvolvimento de novos

conhecimentos/habilidades

para a função

01

02

12

15

01

3- Possibilidades para utilizar

as habilidades no

desenvolvimento das

atividades

02

07

10

09

03

4- Segurança quanto ao

futuro na instituição

08

11

-

10

02

Totais 13 30 29 42 10

No questionamento sobre as oportunidades de crescimento profissional,

observou-se que as maiores freqüências também ocorreram nos campos de

satisfação e da insatisfação, sendo constatado um total de 42 respostas dadas pelos

respondentes que se dizem satisfeitos e 30 respostas para insatisfeitos. O nível de

satisfação foi observado pelas 15 respostas dadas na pergunta 02, 10 respostas na

pergunta 04, 09 e 08 verificadas nas perguntas 03 e 01 respectivamente. O número

alto de respostas no campo de insatisfeitos é observado principalmente nas

perguntas 01 com 10 respostas e na pergunta 04 que trata da segurança quanto ao

futuro na instituição com 11 respostas para insatisfeitos e 08 para muito insatisfeitos.

Em relação às oportunidades de crescimento profissional, apesar do número total de

43 respondentes declararem insatisfação ou muita insatisfação, considera-se

situação favorável de contentamento por parte dos funcionários, pelo fato de haver

um total de 52 respostas entre os satisfeitos e muito insatisfeitos. Observou-se

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também, um alto índice de funcionários indiferentes em relação a este quesito, pois,

contabilizando-se um total de 29 respostas.

TABELA 11 – Integração Social na Organização – Bloco VI

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1- Relacionamento social com

superiores

06 08 03 05 09

2- Relacionamento social com

colegas na Unidade lotada

05 10 02 12 02

3- Apoio recebido de

superiores no

desenvolvimento do trabalho

06

07

03

14

01

4- Interação entre colegas de

outras unidades

02 05 02 20 02

Totais 19 30 10 51 14

Na análise da tabela 09, encontramos evidências de um bom nível de

integração social na organização, fato este que pode ser observado pela soma total

de 65 respostas para os itens satisfação e muita satisfação, contra um total de 49

respostas verificados na soma total do item insatisfeito e muito insatisfeito. O grau

de satisfação pode ser observado principalmente através da alta freqüência de

respostas para as perguntas 04, 03 e 02. Contudo, observa-se certo grau de

insatisfação ao verificar o total de 30 respondentes no item insatisfação, que é o

resultado do alto grau de freqüência do número de respostas verificadas nas

perguntas de 01 a 04 que são relacionadas a este item.

TABELA 12 – Direitos na Instituição – Bloco VII

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1- Informações que a 09 07 05 08 02

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Instituição repassa sobre

direitos e deveres

2- Respeito ao direito de

pertencer ao sindicato

- 04 06 18 03

3- Liberdade de expressão

para reinvindicações

05 07 - 15 04

4- Possibilidades de participar

de cursos de aperfeiçoamento

e capacitação profissional

- - 03 25 03

Totais 14 18 14 66 12

Conforme resultados dos dados da tabela 10 referentes aos direitos

dos servidores na instituição, constatou-se a prevalência do item satisfeito com um

total de 66 respostas, seguido do item insatisfeito com 18 respostas e empate entre

muito insatisfeito e indiferente com 14 respostas respectivamente. No campo dos

satisfeitos a pergunta 04 relacionada a capacitação profissional foi a que recebeu o

maior número de respostas, seguido pelas perguntas 02, 03 e 01. Verifica-se ainda

um total de 16 respostas entre insatisfeitos e muito insatisfeitos na pergunta número

01, a qual trata das informações que a instituição repassa sobre os direitos e

deveres dos funcionários.

A somatória do total das freqüências que é 78 respostas para os itens

satisfeito e muito satisfeito, contra o total de 38 respostas para insatisfeito e muito

insatisfeito e somente 14 respostas para indiferentes, conclui-se que o item

estudado neste bloco também é visto pela maioria dos funcionários como um fator

positivo dentro da análise da QVT.

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TABELA 13 – Equilíbrio Trabalho e Vida – Bloco VIII

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1- Flexibilidade de horários 01 02 - 20 08

2- Equilíbrio entre trabalho e

lazer

- - 03 21 07

3- Respeito a minha

privacidade após jornada de

trabalho

- 02 01 19 09

Totais 01 04 04 60 24

Neste bloco de questões relacionadas ao equilíbrio entre trabalho e vida,

verificou-se que o maior número de respostas foram dadas no campo da satisfação

e de muita satisfação perfazendo 84 no total, contra 05 respostas verificadas nos

campos insatisfeitos e muito insatisfeitos e apenas 04 para indiferente.

Fica evidente o alto nível de satisfação dos funcionários da Emater da região

de Apucarana em relação ao equilíbrio entre trabalho e vida nos itens pesquisados

para este tema.

TABELA 14 – Relevância do Trabalho – Bloco IX

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito

Satisfeito

1- Respeito/valor do produtor

rural pelos extensionistas

- - - 20 11

2- Respeito/Valor da

sociedade pela Instituição

- - - 25 06

3- Atividades desempenhadas

ao exercício da profissão

01 03 - 21 06

4- Sensação de contribuição

para a melhoria da sociedade

ao realizar as atividades

-

-

-

23

08

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Totais 01 03 - 89 31

Quanto à relevância do trabalho, também foi constatado um alto grau de

satisfação por parte dos respondentes, como pode ser observado através da soma

total de 89 respostas para satisfeitos e 31 para muito satisfeitos, contra apenas 04

para insatisfeitos e muito insatisfeitos e nenhum para indiferente.

TABELA 15 – Saúde Física e Psicológica – Bloco X

Sim Não

Você pratica algum esporte? 11 20

Você teve ou tem problema de saúde decorrente do trabalho? 16 15

Exposição a agentes químicos/biológicos durante trabalho 09 22

Totais 36 57

Como se pode perceber a maioria dos funcionários entrevistados não

praticam nenhum tipo de esportes, 16 funcionários dos 31 entrevistados já tiveram

problema de saúde decorrente do trabalho e somente 09 deles acham que

trabalham expostos a agentes químicos/biológicos.

AVALIAÇÃO FINAL DOS DADOS LEVANTADOS DO BLOCO II AO BLOCO IX

Os resultados das informações do bloco II ao bloco IX estão apresentados na

tabela 16. Nesta tabela pode-se visualizar os totais das freqüências por blocos, a

média ponderada por bloco e a média geral, as quais demonstram o nível de

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satisfação em relação a qualidade de vida no trabalho dos funcionários da instituição

em estudo.

TABELA 16 – Resultado dos Blocos

Muito Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

1 2 3 4 5

BLOCOS TOTAIS DAS FREQUÊNCIAS MÉDIA

MÉDIA GERAL

II 20 31 14 76 14 3,2

3,3

III 35 17 02 31 08 2,6

IV 26 25 23 46 03 2,8

V 13 30 29 42 10 3,0

VI 19 30 10 51 14 3,1

VII 14 18 14 66 12 3,4

VIII 01 04 04 60 24 4,0

IX 01 03 - 89 31 4,2

A seguir serão realizadas as interpretações dos resultados apresentados na

tabela 16.

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7. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS DA PESQUISA

Para uma melhor análise dos resultados obtidos no questionário deste

trabalho de pesquisa, calculou-se a média ponderada para cada um dos critérios

estabelecidos pelo modelo de Walton (1973). Considerando-se um total de 05

pontos, foi possível obter o nível numérico de satisfação em cada um dos blocos da

pesquisa e também a média geral do nível da QVT na instituição, conforme

podemos verificar nas análises e valores apresentados abaixo:

a) Em relação ao critério da Remuneração, obteve-se a média 3,2 de um total de

05 pontos, o que demonstra que de modo geral há um bom nível de

satisfação por parte dos funcionários para este item. Porém verificou-se um

número significativo de freqüência de respostas de funcionários insatisfeitos

ou muito insatisfeitos, principalmente em relação aos benefícios oferecidos

pela instituição como; plano de saúde médico-hospitalar e odontológico,

assistência jurídica, vale-refeição e vale transporte.

b) No critério das Condições de Trabalho, encontrou-se a média de 2,6 pontos.

Este valor esta abaixo da média geral, o que retrata uma situação de

insatisfação dos funcionários. Este fato pode ser comprovado pelas altas

freqüências de respostas nos campos da insatisfação e muita insatisfação

para as questões de número 2 e 3 deste bloco, as quais tratam dos

mobiliários, equipamentos de informática e dos equipamentos de proteção

individual (EPI) que são oferecidos pela Instituição para a realização dos

trabalhos no cotidiano.

c) Quanto ao Uso e Desenvolvimento de Capacidades, verificou-se a média de

2,8 pontos, o que também revela uma situação de tendência à insatisfação

dos respondentes. Para esta conclusão, analisou-se que embora ter sido

encontrado a maior freqüência de respostas no campo da satisfação, a soma

de insatisfeitos, muito insatisfeitos e indiferentes foi numericamente bastante

alta, o que contribuiu para a redução da média dos itens deste bloco. As

perguntas 03 e 04 foram as que mais se destacaram em relação à alta

freqüência de insatisfeitos e muito insatisfeitos.

d) A média de 3,0 pontos obtida no critério Oportunidades de Crescimento

Profissional, também revela um indicativo do bom nível de satisfação dos

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colaboradores, apesar da ocorrência de altas freqüências de respostas de

insatisfeitos e muito insatisfeitos nos campos relacionados aos critérios de

promoção na carreira para o quadro de funções, ou seja, ao atual plano de

cargos e salários(PCS) e também da visível insegurança dos funcionários

quanto ao futuro na instituição.

e) Em relação ao critério relacionado à Integração Social na organização,

observou-se novamente um bom nível de satisfação dos respondestes. Neste

bloco de perguntas destacou a pulverização da freqüência de respostas entre

os itens do bloco e também por certa concentração de respostas verificadas

no campo de indiferentes, o que de certa forma influiu para o resultado de 3,1

pontos de média para este critério.

f) Da mesma forma, a média 3,4 pontos, retrata o bom nível de satisfação dos

respondentes em relação a QVT no aspecto relacionado aos Direitos na

Instituição. Verificou-se que concentração de freqüência de respostas de

insatisfeitos e muito insatisfeitos na questão que trata das informações dos

direitos e deveres dos funcionários, foi o que contribuiu para a diminuição do

índice de satisfação neste bloco.

g) O Equilíbrio entre Trabalho e Vida com a média obtida de 4,0 pontos, foi o

segundo critério em ordem de importância que mais elevou a média geral do

nível de satisfação no trabalho na instituição em estudo. Em todas as

perguntas do bloco foi bastante explícito o contentamento da maioria dos

respondentes em relação a este critério.

h) No critério que tratou a Relevância do Trabalho, constatou-se a média de 4,2

pontos. Foi a maior média individual obtida por bloco, portanto, a que mais

contribuiu para a elevação da média geral do nível de satisfação da QVT.

Observou-se neste bloco que houve um número muito baixo de freqüência

nos itens insatisfeito e muito insatisfeito e nenhuma indicação para

indiferente.

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58

8. CONCLUSÕES

Com base nos dados analisados e conforme média geral obtida de 3,3 pontos

de um total de 05 pontos, podemos concluir que o nível da Qualidade de Vida no

Trabalho dos funcionários ligados ao Regional de Apucarana do Instituto Emater é

bastante satisfatório. Este nível de satisfação foi comprovado através da aplicação

dos oito critérios sugeridos por Walton (1973), os quais fundamentaram a avaliação

da QVT na instituição.

Pelo resultado da pesquisa, observou-se que de modo geral os funcionários

demonstram uma satisfação acima da média em relação às condições de trabalho, e

que também gostam do que fazem e se sentem úteis no exercício de suas

respectivas funções. Contudo faz-se necessárias várias intervenções por parte dos

gestores da instituição para que continue havendo um avanço dos fatores que

influenciam o nível da QVT. Este trabalho de pesquisa pode ser utilizado como um

importante instrumento para a elaboração de propostas de trabalho e para a

formulação das políticas de RH, pois reflete a percepção dos funcionários em

relação ao contexto geral das condições de trabalho, seus anseios, necessidades

prementes e os itens que mais ocasionam transtornos, preocupações ou prejudicam

a eficiência na prestação dos serviços.

Com fundamento nos dados levantados na pesquisa e conforme necessidades

mais prementes, segue abaixo algumas sugestões aos gestores da instituição para

que contemplem nos planos de gestão, propostas que possam atender melhor as

necessidades dos colaboradores em relação às condições de trabalho:

a) Estruturar no departamento de RH uma equipe permanente de trabalho

para o estudo e tratamento de todas as questões que envolvem a

Qualidade de Vida no Trabalho na instituição.

b) Proporcionar melhorias em relação aos benefícios oferecidos aos

funcionários, principalmente em relação a planos de saúde, assistência

jurídica, vale-refeição, dentre outros.

c) Melhorar a infraestrutura de trabalho através da aquisição de novos

computadores, veículos para trabalho, mobiliários em geral e outros

equipamentos que se fizerem necessários.

d) Verificar a necessidade dos EPIs necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos.

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59

e) Reavaliar o atual plano de cargos e salários, para que possam ser

atendidas as expectativas da maioria dos funcionários.

f) Implantar medidas que visem mediar ou inibir possíveis situações de

conflitos entre funcionários e para que o ambiente de trabalho seja o mais

cordial e pacífico possível.

g) Verificar possíveis distorções ou problemas que estão ocorrendo no fluxo

das informações dentro da organização em todos os níveis. Investir na

implantação de projetos voltados à tecnologia da informação(TI).

h) Desenvolver propostas para o contínuo processo de capacitação

profissional de todo o quadro de funções.

i) Criar formas de acesso ao conhecimento dos direitos e deveres dos

funcionários para com a instituição.

j) Viabilizar a realização de concursos públicos para reposição do quadro de

funções.

Estas sugestões, certamente contribuirão para a melhoria do ambiente de

trabalho, proporcionando reflexos no bem estar e na saúde física e mental dos

funcionários. Em resumo, todo o esforço despendido para a melhoria da qualidade

de vida no trabalho, influenciará de forma positiva na qualidade dos serviços

prestados, proporcionando também benefícios indiretos para a Instituição, público

atendido e para a sociedade como um todo.

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A qualidade de vida dos funcionários influi diretamente na execução das

metas de uma organização. Este fator é despertado por programas participativos

que atentem para a qualidade de vida. As empresas devem se preocupar cada vez

mais para Qualidade de Vida no Trabalho, uma vez que se clientes internos não

estiverem satisfeitos, isto refletirá na sua produtividade, em outras palavras, o

produto final da empresa é o reflexo da satisfação e da qualidade de vida dos

funcionários.

A qualidade de vida no trabalho busca integrar o trabalhador ao seu

ambiente de trabalho satisfatoriamente, afim de que haja um equilíbrio entre sua

vida pessoal e profissional.

Além disso, pouco resolve atentar-se apenas para fatores físicos, pois

aspectos sociológicos e psicológicos interferem igualmente na satisfação dos

indivíduos em situação de trabalho; sem deixar de considerar aspectos tecnológicos

da organização do próprio trabalho que, em conjunto, afetam a cultura e interferem

no clima organizacional com reflexos na produtividade e na satisfação dos

empregados.

As formas de gestão baseadas na QVT podem trazer melhorias significativas

para a satisfação dos trabalhadores e para os resultados da organização. A idéia

central dos Programas de QVT é identificar os fatores que interferem na satisfação

dos indivíduos em situação de trabalho e, dentro do possível, torná-los mais

favoráveis conforme a percepção dos trabalhadores, como resultado a

produtividade, motivação e comprometimento dos trabalhadores elevam-se

aumentando o desempenho da organização.

Neste contesto, conclui-se que os objetivos dessa pesquisa foram

alcançados, pois através deste trabalho foi possível medir o nível de satisfação dos

funcionários em relação à Qualidade de Vida no Trabalho. Pôde-se ainda

diagnosticar as necessidades e anseios mais significativos para a maioria dos

colaboradores, os quais, deverão merecer especial atenção por parte dos gestores

da Instituição. Este trabalho de pesquisa poderá servir como um importante

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instrumento para a estruturação de propostas que visem a constante melhoria das

condições de trabalho e para a maior valorização e satisfação dos funcionários da

Instituição.

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REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, L. G.; FRANÇA, A C. L. Estratégias de recursos humanos e gestão de qualidade de vida no trabalho: o stress e a expansão do conceito de qualidade total. Revista de Administração, São Paulo, v. 33, n. 2, 1998.

ASSAF, Aedel Nassif. Qualidade de vida no trabalho na Polícia Militar de Minas Gerais. 2006. (Apresentação de Trabalho / Comunicação). VI Congresso de Stress da ISMA-BR. Centro de Convenções Plaza. Porto Alegre/RS.

DEJOURS, Cristophe. A loucura do trabalho. São Paulo: Ed. Cortez, 1992.

DRUCKER,P – Desafios Gerenciais para o Século XXI – Pioneira Ed, São Paulo,

1999

Fernandes, E. (1996). Qualidade de Vida no Trabalho: como Medir para Melhorar. (5ª ed.). Salvador: Casa da Qualidade.

LIMONGI-FRANÇA, A. C; ASSIS, M. P. Projetos de qualidade de vida no trabalho: caminhos percorridos e desafios. RAE Light, v. 2, n.2, p. 26-32. São Paulo, mar/abr, 1996. _______________________. Qualidade de Vida no Trabalho & Administração. Programa de Educação Continuada em Administração para Executivos. FEA/USP, São Paulo, 2001.

LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina; ARELLANO, Eliete Bernal. Qualidade de vida no trabalho. In: LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. (Org.) As pessoas na Organização. São Paulo: Ed. Gente, 2002.

OGATA, Alberto José N. Qualidade de vida no trabalho como ferramenta de gestão nas organizações públicas. In: Congresso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, 9. Madrid, España, 2004.

OLIVEIRA, Rita de Cássia Martins de. AConfiguração da QVT no contexto de trabalho dos detetives da polícia civil metropolitana de Belo Horizonte. 2001. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.

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RODRIGUES, Marcus Vinícius Carvalho. Qualidade de vida no trabalho: evolução e análise no nível gerencial. 9. ed. Petrópolis/RJ: Vozes. 1994.

___________, Marcus Vinicius Carvalho. Qualidade de vida no trabalho: evolução e análise no nível gerencial. Fortaleza: UNIFOR, 1999. SAMPAIO, J.R. Qualidade de Vida, Saúde Mental e Psicologia Social: Estudos Contemporâneos II. São Paul : Casa do Psicólogo, 1999. VASCONCELOS, Anselmo Ferreira. Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectivas. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo, v. 8, n. 1, jan/mar, 2001.

WERTHER, W. B.; DAVIS, K. Administração de pessoal e recursos humanos. São Paulo: McGraw-Hill, 1983.

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ANEXO I – Instrumento de Pesquisa

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PESQUISA SOBRE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Instruções

1) Preencha o questionário na sequência

2) Procure responder o questionário o mais imparcialmente possível, marcando com um

X e preenchendo os espaços apropriados

É extremamente importante que você preencha todas as questões.

BLOCO I – DADOS PESSOAIS SOBRE O RESPONDENTE

Neste bloco o questionário busca informações específicas sobre você. Por favor,

marque a alternativa que se adeque ao seu caso.

1) Sexo: Masculino Feminino

2) Faixa Etária Até 25 anos 26 a 30 anos

31 a 35 anos 36 a 40 anos

41 a 45 anos Acima de 46 anos

5) Há quanto tempo você trabalha no Instituto EMATER?

De 0 a 5 anos De 6 a 10 anos

De 10 a 15 anos De 16 a 20 anos

De 21 a 25 anos Mais de 25 anos

3) Estado Civil Solteiro Casado

Viúvo(a) Separado(a)

( ) outro

4) Escolaridade 1º grau completo 2º grau completo

3º grau completo

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6) Cargo ocupado atualmente

Engenheiro Agrônomo Técnico Agrícola

Zootecnista Veterinário

Administrativo Outro

7) Há quanto tempo você trabalha no cargo que está ocupando?

De 0 a 5 anos De 6 a 10 anos

De 10 a 15 anos De 16 a 20 anos

De 21 a 25 anos Mais de 25 anos

8) Você exerce outra atividade profissional (“bico”) em suas horas de folga?

Sim Não

A partir deste bloco utilize a escala de respostas escrevendo no espaço apropriado, o

ponto da escala que correspondeao seu grau de satisfação e/ou concordância.

BLOCO II – SOBRE SUA REMUNERAÇÃO

Por favor, escreva no espaço apropriado de cada questão, o ponto de escala que

corresponde ao seu sentimento em relação às informações solicitadas.

Muito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

1 Com relação ao salário que recebo

2 Quando comparo meu salário com as atividades que desempenho

3 Quando comparo meu salário com outras vinculadas do estado

4 Com relação aos benefícios (seguros, assistência hospitalar, assistência jurídica) que

recebo e a meus familiares.

6 Com o empenho da instituição no sentido de buscar melhorias salariais junto aos

governantes

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BLOCO III – SOBRE AS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Muito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

1

A jornada de trabalho que normalmente sou submetido

2 Móveis, máquinas e equipamentos e veículos utilizados por mim

3 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que são oferecidos

BLOCO IV – SOBRE O USO E DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES

Muito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

1

Com a liberdade que tenho para planejar e executar as ações que irei desempenhar

2 Com oportunidades que tenho para utilizar, em meu cargo, conhecimentos e ou

habilidades que possuo

3 Com as informações relativas ao meu trabalho que tenho acesso para realizar minhas

atividades

4 Com as possibilidades que tenho de participar de cursos de aperfeiçoamento e

capacitação profissional

BLOCO V – SOBRE AS SUAS OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO PROFISSIONAL.

Muito Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

1 2 3 4 5

1 Com as oportunidades e critérios para promoção que a Instituição oferece para que

eu progrida na carreira.

2 Com as oportunidades que a Instituição oferece para que eu desenvolva novos conhecimentos e/ou novas habilidades relativas à minha função.

3 Com as possibilidades que tenho para utilizar as habilidades adquiridas (nos cursos

realizados) no desenvolvimento de minhas atividades.

4 Com a segurança que tenho quanto ao meu futuro nesta Instituição.

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BLOCO VI – SOBRE SUA INTEGRAÇÃO SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO.

Muito Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

1 2 3 4 5

1 Com o relacionamento social que mantenho com os meus superiores.

2 Com o relacionamento social que mantenho com os meus colegas de trabalho na

qual estou lotado.

3 Com o apoio que recebo de meus superiores no desenvolvimento do meu trabalho.

4 Com a interação entre os colegas de outras Unidades.

BLOCO VII – Sobre seus Direitos na Instituição.

Muito Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

1 2 3 4 5

1 Com as informações que a instituição repassa sobre seus direitos e deveres.

2 Com o respeito ao direito de pertencer ao sindicato de minha classe.

3 Com a liberdade de expressão para reivindicar melhorias (críticas e / ou sugestões)

BLOCO VIII – SOBRE O EQUILÍBRIO TRABALHO E VIDA

Muito Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

1 2 3 4 5

1 Com a flexibilidade de horários que possuo, relativa ao meu trabalho.

2 Com o equilíbrio entre trabalho e lazer que possuo.

3 Com o respeito, por parte da Instituição, à minha privacidade após a jornada de trabalho

BLOCO IX – SOBRE A RELEVÂNCIA DE SEU TRABALHO

Muito Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito

1 2 3 4 5

1 Com o respeito/valor que o produtor rural tem pelos extensionistas

2 Com o respeito/valor que a sociedade atribui à Instituição a que pertenço.

3 Com as atividades que desempenho ao exercer minha profissão.

4 Com a sensação de estar contribuindo para melhoria da sociedade realizando minhas atividades

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BLOCO X – SOBRE A SUA SAÚDE FÍSICA E PSICOLÓGICA. Neste bloco o questionário busca informações específicas sobre você. Por favor, marque a alternativa que se adéque ao seu caso.

1 Você pratica algum tipo de esporte? sim não

2 Você teve ou tem algum problema de saúde decorrente do trabalho sim não

3 Esta exposto (na maior parte do tempo) a agentes químicos/biológicos nocivos a saúde durante a execução do trabalho

sim não

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