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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: SERVICO NACIONAL DE APRNDIZAGEM COMERCIAL Exercício: 2014 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201503992 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503992, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo DEPARTAMENTO NACIONAL DO SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC/DN. 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 06/07/2015 a 10/07/2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas, consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

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Unidade Auditada: SERVICO NACIONAL DE APRNDIZAGEM COMERCIAL Exercício: 2014 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201503992 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

_______________________________________________

Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503992, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo DEPARTAMENTO NACIONAL DO SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC/DN.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 06/07/2015 a 10/07/2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas, consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

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2. Resultados dos trabalhos

De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em 04/11/2014, entre a Coordenação Geral de Auditoria da Área de Serviços Sociais (DPSES) da Controladoria-Geral da União (CGU) e a Secretaria de Controle Externo da Previdência, Trabalho e Assistência Social do Tribunal de Contas da União (TCU), foram efetuadas as seguintes análises:

- Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão;

- Avaliação da Conformidade das Peças;

- Avaliação da Gestão de Pessoas;

- Avaliação da Gestão das Transferências concedidas mediante convênio, contrato de repasse, termo de parceria, termo de cooperação, termo de compromisso ou outros instrumentos congêneres; e

- Avaliação da Gestão de Compras e Contratações.

Analisou-se, também, a implementação de determinações do TCU nos casos em que os acórdãos continham determinação expressa de verificação pelo Controle Interno e a implementação das recomendações desta CGU.

2.1 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

O SENAC - DN não tem programas e ações submetidos ao regime de competência da Lei Orçamentária Anual.

O Relatório de Gestão informa que, no âmbito do Planejamento Estratégico 2011-2015, o Departamento Nacional concentrou esforços para o desenvolvimento de ações que garantissem o desdobramento das estratégias definidas e o alcance dos compromissos assumidos. Nesse sentido, foram eleitos seis projetos estratégicos de alcance nacional, quais sejam:

1) Acompanhamento e avaliação do Programa SENAC de Gratuidade (PSG);

2) Gestão do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC);

3) Modelo Pedagógico Nacional - Fase: implementação;

4) Plano de desenvolvimento de equipes dos Departamentos Regionais para implantação do novo Modelo Pedagógico;

5) Levantamento de requisitos para a reestruturação do Sistema de Gestão de Produção;

6) Implantação Nacional do Sistema Escolar Integrado (SEI).

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De acordo com o Relatório de Gestão, o desempenho dessa carteira especial de projetos resultou no alcance das metas físicas previstas para o exercício, bem como na definição de práticas que objetivam a melhoria contínua da gestão.

A respeito dos instrumentos adotados para cumprimento dos objetivos estratégicos, o Relatório de Gestão destaca os seguintes: (a) o início da implantação do Business Intelligence, que estrutura um sistema de indicadores dos principais macroprocessos de gestão da UJ; (b) os encontros gerenciais e as reuniões de Análise Crítica de Projetos, focados na integração e no fortalecimento do trabalho entre as áreas do Departamento Nacional; e (c) a construção de canais de comunicação diretos com os Departamentos Regionais, por intermédio da construção de comitês gestores e técnicos, que ampliaram o esforço de convergência sistêmica, evitando o desperdício de recursos em ações desalinhadas com o que foi definido nesses fóruns.

Com vistas a avaliar o alcance dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão do SENAC – DN no exercício de 2014, selecionamos, pelo critério da relevância, a Gestão do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Trata-se de programa finalístico de prioridade estratégica para o Governo Nacional, que demonstra impacto em termos de formação educacional técnica e profissional, principalmente como forma de inserção no mercado de trabalho no segmento de comércio de bens e serviços.

O objetivo específico da gestão do PRONATEC é executar projetos e ações que garantam o efetivo e contínuo monitoramento do programa, em âmbitos regional e nacional, visando obter diagnósticos que embasem a melhoria dos processos educacionais, de produção e financeiros. A gestão do PRONATEC é realizada diretamente pelo SENAC/DN.

O programa está inserido na diretriz estratégica "Desenvolvimento Organizacional", cujo objetivo é expandir e qualificar a oferta educacional da Instituição em todos os segmentos e modalidades da educação profissional, a partir de programas nacionais que garantam o posicionamento e fortaleçam a unidade institucional nos cenários nacional e internacional.

Verifica-se, portanto, sintonia entre o programa, a diretriz estratégica correspondente e a missão institucional do SENAC-DN, que é a promoção da educação profissional de trabalhadores para o comércio.

Apresentamos, no quadro a seguir, os resultados físicos e financeiros informados pela entidade, quanto às metas do projeto Gestão do PRONATEC no exercício de 2014:

Quadro 1: Resultados da Gestão do PRONATEC no exercício de 2014

Meta física Prevista Realizada Representatividade Laboralidade*: egressos absorvidos no mundo do trabalho em 2013

60% 62,3% 103,8%

Índice de aprovação (acima de)

70% 75,77% 108,2%

Índice de qualidade percebida

80% 89,48% 111,8%

Meta financeira Prevista Realizada Representatividade Meta orçamentária 2014 R$

1.252.100,00 R$

297.280,52

23,7%

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Fonte: Relatório de Gestão 2014

* Laboralidade: refere-se à porcentagem de egressos absorvidos no mundo do trabalho durante ou após a realização do curso no Senac. Seu cálculo é realizado com base em pesquisa nacional liderada pelo Departamento Nacional, levando em consideração o número de egressos que conseguiram trabalho durante ou após a realização do curso no Senac dividido pelo total de egressos que estavam trabalhando no momento de realização da pesquisa.

A partir dos dados do Relatório de Gestão de 2014, as três metas físicas foram superadas, com economia de recursos, uma vez que apenas 23,7% da meta orçamentária foi realizada. Verificamos, ainda, que as despesas realizadas apresentam coerência com a gestão do programa, uma vez que foram aplicadas no desenvolvimento do Portal PRONATEC, na realização da Reunião de Avaliação do PRONATEC e em viagens para participação em reuniões de gestão do Programa em Brasília ao longo do exercício.

Reproduzimos, a seguir, a análise crítica apresentada pelo gestor no Relatório de Gestão:

"Metas finalísticas

O Índice de Laboralidade ultrapassou em 2,3 pontos percentuais a meta de 60%, alcançando 62,3%. Assim como em anos anteriores, essa superação pode ser explicada pela manutenção das baixas taxas de desocupação no País.

Mantendo o comportamento verificado no ano de 2013, a taxa de aprovação nos cursos concluídos do Pronatec fechou em 75,77%, 5,77pontos percentuais acima da meta prevista de 70%.

O Índice de Qualidade Percebida apurado em 89,48 pontos ultrapassou em 9,48 pontos a meta prevista de 80 pontos.

Historicamente, os cursos do Pronatec têm superado a meta de Qualidade Percebida, o que indica que a meta pode ser revista para o ano de 2015.

Metas orçamentárias

Verifica-se divergência entre a meta e a execução orçamentária, dado que a contratação de empresa especializada para desenvolvimento de auditoria se tornou desnecessária, considerando o aperfeiçoamento dos processos internos de controle e acompanhamento da execução da Instituição no Pronatec pelo Departamento Nacional. Além disso, diante das mudanças dos mecanismos de pactuação do Pronatec, o Ministério da Educação cancelou a reunião nacional de pactuação, habitualmente realizada no fim de cada ano, contando com a presença de representantes de todos os Departamentos Regionais."

O Relatório de Gestão informa as metas previstas para 2015, nas quais se verifica a manutenção da meta referente aos índices de laboralidade e de aprovação, bem como o incremento da meta correspondente ao índice de qualidade percebida, que passou para 85%. Por outro lado, a meta orçamentária de 2015 foi reduzida para R$ 590.000,00 (quinhentos e noventa mil reais), que corresponde ao percentual aproximado de 47% da meta orçamentária de 2014, demonstrando o impacto dos resultados alcançados em 2014 na previsão de metas para o exercício seguinte.

Diante das informações apresentadas, a gestão do PRONATEC alcançou os resultados previstos para o exercício de 2014. Contudo, não consideramos satisfatória a

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documentação comprobatória da aferição dos resultados informados, conforme detalhado nos Achados de Auditoria.

##/Fato##

2.2 Avaliação da Conformidade das Peças

O Departamento Nacional do SENAC elaborou Rol de Responsáveis e Relatório de Gestão com as especificidades a ele atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União para o exercício de referência. As peças incluem o parecer da Auditoria Interna e do Conselho Fiscal, e contemplam os formatos e conteúdos obrigatórios nos termos da DN TCU nº 134/2013, da DN TCU nº 140/2014 e da Portaria-TCU nº 90/2014.

Destacamos, todavia, que o Relatório de Gestão não apresenta a remuneração paga aos administradores, membros de diretoria e de conselhos, informando que a estrutura remuneratória e as relações de dirigentes e corpo técnico encontram-se em http://www.senac.br/institucional/dados-de-gestao-e-transparencia.aspx.

Com relação ao Rol de Responsáveis, destacamos a ausência de identificação do responsável pela Direção Geral da UJ no período de 14/07/2014 a 02/08/2014 e do responsável pela Diretoria de Integração com o Mercado no período de 28/03/2014 a 16/04/2014. A esse respeito, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503992/06, a Gerência de Recursos Humanos informou o seguinte, mediante Memorando Interno s/nº de 06/07/2014:

“Na ausência do responsável pela Direção-Geral, quem responde é o Dirigente máximo da Instituição.

No período de 28.03.2014 a 16.04.2014 em que o responsável da Diretoria de Integração com o Mercado estava em férias, suas atribuições foram exercidas pela Diretoria de Operações Compartilhadas.”

##/Fato##

2.3 Avaliação da Gestão de Pessoas

Com base nas análises efetuadas, consideramos que a gestão de pessoas do SENAC/DN está apoiada por políticas e procedimentos que as formalizam e detalham. Além disso, possui objetivos e indicadores que buscam a adequabilidade da força de trabalho frente às suas atribuições. A entidade avalia o desempenho de seus colaboradores e identifica as necessidades de desenvolvimento, agregando qualidade à gestão.

Destacamos, todavia, que o quantitativo de cargos da UJ é fixado de acordo com a necessidade e o interesse da entidade, sendo que a Instituição não dispõe de estudo para estimar a força de trabalho necessária para o desempenho de suas atribuições. Por outro lado, não são realizadas pesquisas salariais periódicas com vistas a avaliar a adequabilidade dos salários praticados com o mercado de trabalho.

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As admissões de pessoal são precedidas de autorização do Presidente e ocorrem, via de regra, mediante processo seletivo. O regulamento interno que estabelece as normas de processo seletivo para a contratação de empregados veda a prática de nepotismo, tráfico de influência, apadrinhamento, troca de favores, em obediência aos princípios da moralidade e da impessoalidade.

Com base na análise amostral de processos seletivos, destacamos que os procedimentos de seleção de pessoal se basearam na descrição do perfil dos cargos, que especifica escolaridade, experiência profissional, conhecimentos específicos exigidos, bem como as principais atividades. Os salários correspondem à tabela de remuneração em vigor na UJ. Foram utilizados procedimentos e critérios de seleção adequados ao perfil dos cargos. Os anúncios dos processos seletivos foram publicados em jornais de grande circulação e apresentaram os requisitos do cargo e demais informações relevantes. Além disso, constam dos processos solicitação de contratação pela área competente, justificativa da necessidade de contratação e autorização correspondente. Não obstante, foram observadas fragilidades na condução de cinco processos seletivos analisados, conforme registrado nos Achados de Auditoria.

Não foram identificadas situações de acúmulo de empregos, cargos e/ou funções com incompatibilidade da carga horária, nem de empregados da UJ beneficiários de aposentadoria por invalidez ou com registro de óbito em sistema governamental.

O SENAC/DN informou que não instituiu e não efetua pagamento de remuneração variável aos seus empregados a título de resultados, prêmios ou bônus. A confirmação dessas informações deu-se por meio da verificação da folha de pagamento dos empregados, disponibilizada pela entidade, na qual se constatou a inexistência de rubricas destinadas ao registro de eventos dessas naturezas.

Por fim, destacamos que o SENAC/DN instituiu Plano de Previdência Complementar para seus empregados, a respeito do qual constatamos desatenção ao princípio constitucional de paridade contributiva, conforme se apresenta nos Achados de Auditoria.

Muito embora as fragilidades detectadas, consideramos que as mesmas não comprometem a gestão da área de Recursos Humanos, que conta com uma estrutura eficiente de controles internos, capaz de identificar e mitigar os riscos relevantes relativos à gestão de pessoas.

##/Fato##

Recomendações: Recomendação 1: Formalizar as ações realizadas para estimar e distribuir a força de trabalho necessária para o desempenho das atribuições do SENAC/DN. Recomendação 2: Manter rotina de realização de pesquisa salarial com vistas a avaliar a adequabilidade dos salários praticados com os do mercado de trabalho. 2.4 Avaliação da Situação das Transferências Voluntárias

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O SENAC/DN não concedeu transferências financeiras discricionárias no exercício de 2014. Nesse sentido, o Relatório de Gestão de 2014 não informa transferências de recursos mediante convênios, contratos de repasse, termos de parceria, termos de cooperação, termos de compromisso ou outros acordos, ajustes ou instrumentos congêneres no exercício.

##/Fato##

2.5 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

O Relatório de Gestão de 2014 apresenta os processos licitatórios realizados no exercício, em quadro que reproduzimos a seguir:

Quadro 2: Processos licitatórios realizados no exercício de 2014

Modalidade Quantidade % Valor total (R$) % Dispensa 1.563 88,46 6.484.865,08 16,94 Convite 39 2,21 1.296.248,29 3,39 Pregão Eletrônico 70 3,96 20.366.907,90 53,20 Pregão Presencial 33 1,87 5.386.445,67 14,07 Concorrência 9 0,51 1.800.100,00 4,70 Inexigibilidade 53 3,00 2.949.191,05 7,70 Total 1.767 100,00 38.283.757,99 100,00

Fonte: Relatório de Gestão 2014

Os procedimentos de compras e contratações realizados no exercício de 2014 foram analisados por amostragem, abrangendo os processos relacionados nos quadros seguintes:

Quadro 3: Processos de Pregão componentes da amostra

Pregão Fornecedor Valor contratado

(R$)

Valor Pago

(R$)

Pregão Presencial 01/2014 – com Registro de Preço –

Aquisição de Carnes e Ave

Fica Bem Alimentos Ltda

(CNPJ 72388465000172)

201.633,90 76.120,44

Pregão Presencial 04/2014 - com Registro de preço -

Aquisição de carnes e ave

Juno Veloso Eirelli

(CNPJ 37145968000116);

Frigorífico Frigoalpha Ltda. (CNPJ 02394368000107)

711.281,00 370.740,39

Pregão Presencial 05/2014 – com Registro de Preço –

Aquisição de peixes e frutos do mar

Juno Veloso Eirelli

(CNPJ 37145968000116);

Litoral Pescados Ltda

783.841,00 214.775,99

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(CNPJ 11042059000169)

Pregão Presencial 10/2014 – com Registro de preço –- Serviço de elaboração e

correção de prova

JR Lages Cosultoria em Adm. Emp. e Des. Prof. e

cursos Prep. Ltda-ME

(CNPJ 09435592000149)

1.220.000,00 208.345,00

Pregão Eletrônico 22/2014 com Registro de Preço – Serviço de

impressão gráfica de livros

Rettec Artes Gráficas e Editora Ltda.

(CNPJ 62060074000170)

2.014.730,00 1.995.510,00

Total 4.931.485,90 2.865.491,82

Quadro 4: Processos de inexigibilidade de licitação componentes da amostra

Inexigibilidade Fornecedor Valor contratado Valor Pago

Contrato n.º 21/2014 - Serviço de desenvolvimento de interface web e transferência de tecnologia

MXM Sistemas e Serviços de Informáticas S/A

1.139.472,00 839.954,00

Contrato n.º 64/2014 - Serviço de assessoria técnica

Peabiru Educacional Ltda 152.400,00 152.400,00

Contrato n.º 58/2014 - Serviço especializado e convencional de táxi

Coopacarioca – Cooperativa de Trabalho de Táxi Carioca

297.000,00 329.371,20

Contratação de tradutores para Certificação ProChef

Lucinda Maria Simas Magalhães e KQi Produções

59.000,00 59.000,00

Total 1.647.872,00 1.380.725,20

Quadro 5: Processos de dispensa de licitação componentes da amostra

Dispensa Fornecedor Valor contratado

Valor Pago

Dispensa 585 - Culinária / Certificação Internacional

Culinary Institute of America

213.614,91 213.614,91

Dispensa 324 - Aquisição de carnes Diversos 8.098,00 5.568,00

Dispensa 368 - Aquisição de carnes Diversos 22.379,40 15.520,03

Dispensa 458 - Aquisição de carnes Diversos 5.552,45 7.442,95

Dispensa 489 - Aquisição de carnes Diversos 6.664,00 6.052,24

Dispensa 638 - Aquisição de carnes Diversos 6.157,00 6.157,00

Dispensa 697 – Aquisição de frios Diversos 5.282,56 5.701,86

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Dispensa 798 - Aquisição de carnes Diversos 6.268,00 6.331,95

Dispensa 818 - Aquisição de carnes Diversos 3.108,00 3.108,00

Dispensa 929- Aquisição de carnes Diversos 1.506,00 2.243,89

Dispensa 981- Aquisição de carnes Diversos 5.978,00 6.123,20

Dispensa 1041 – Aquisição de carnes

Diversos 5.193,00 4.691,01

Dispensa 1077 – Alimentos diversos Diversos 732,62 158,17

Dispensa 1078 – Aquisição de bebidas

Diversos 1.019,60 737,89

Dispensa 1091_ Aquisição de carnes Diversos 13.647,48 5.344,31

Dispensa 1200 - Aquisição de carnes Diversos 4.459,00 3.999,55

Dispensa 1229 - Aquisição de carnes Diversos 4.798,40 4.837,35

Dispensa 1280 - Aquisição de carnes Diversos 2.990,00 3.108,05

Total 317.448,42 300.740,36

Com base na amostra analisada, não identificamos inconsistências nos processos de pregão eletrônico e dispensa de licitação realizados no exercício de 2014. Por outro lado, verificamos fragilidades na condução de dois pregões presenciais e nas contratações decorrentes de dois procedimentos de inexigibilidade de licitação. Consideramos que as falhas apontadas não comprometem a gestão de compras e contratações da UJ, que, não obstante, deve aprimorar suas ferramentas de controle interno, conforme apresentado na segunda parte deste Relatório. O quadro a seguir resume os processos analisados e as conclusões relacionadas.

Quadro 6: Representatividade dos processos analisados e conclusões relacionadas

Modalidade Valor total (R$)

Valor contratado amostra

% por modalida

de

Valor amostra considerada regular

%

Dispensa 6.484.865,08 317.448,42 4,9 317.448,42 100% Convite 1.296.248,29 0,00 0,0 - - Pregão Eletrônico

20.366.907,90 2.014.730,00 9,9 2.014.730,00 100%

Pregão Presencial

5.386.445,67 2.916.755,90 54,1 1.495.122,00 51,3%

Concorrência 1.800.100,00 0,00 0,0 - - Inexigibilidade 2.949.191,05 1.647.872,00 55,9 1.436.472,00 87,2% Total 38.283.757,99 6.896.806,32 5.263.772,42 76,3%

##/Fato##

2.6 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

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O TCU não apresentou determinação específica à CGU para ser acompanhada junto ao SENAC/DN.

Em consulta ao sítio eletrônico do TCU, realizada em 18/06/2015, identificamos o Acórdão 2585/2014 Plenário expedido no exercício de 2014 com determinações ao SENAC-DN, conforme segue:

"9.1. determinar ao Senac - Departamento Nacional que, caso ainda mantenha contrato com a empresa EME EFE Publicidade Ltda. - relativo ao processo de licitação 07/2011 cujo objeto é a prestação de serviços de publicidade na modalidade de veiculação de anúncios em jornais - abstenha-se de prorrogá-lo e efetue licitação caso pretenda contratar o serviço objeto daquela avença;"

A referida determinação foi atendida pela UJ, conforme informações constantes do Relatório de Gestão:

"O contrato com a empresa EME EFE não foi renovado. Foi realizado o pregão eletrônico n. 49/2013, tendo sido contratadas duas empresas, ampliando a competitividade e permitindo a obtenção de preços e condições mais vantajosos ao Senac."

##/Fato##

2.7 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

O SENAC/DN apresenta em sua estrutura organizacional a Assessoria de Controladoria, subordinada diretamente à Direção-Geral, que, dentre outras atribuições, deve gerenciar as demandas dos órgãos de controle.

Foi realizada a revisão do Plano de Providências Permanente (PPP) do SENAC-DN no período de março a maio de 2015. O resultado da análise foi comunicado à instituição por meio do Ofício n.º 12344/2015/NAC-5/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 27/05/2015.

A revisão abrangeu todas as recomendações constantes no PPP, no total de nove, envolvendo as áreas de recursos humanos, aquisições e contratações, tecnologia da informação e convênios. Após análise das providências adotadas pela UJ, bem como realização de novos exames, consideramos sete recomendações atendidas, o que representa aproximadamente 78% do total, demonstrando alto percentual de implementação.

Consideramos que a Entidade mantém uma rotina adequada de acompanhamento e atendimento das recomendações emanadas pela CGU. As recomendações pendentes de atendimento são afetas à gestão de aquisições e contratações, conforme detalhado em itens específicos deste relatório.

##/Fato##

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3. Conclusão

Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Rio de Janeiro/RJ, 08 de setembro de 2015.

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_______________________________________________

Achados da Auditoria - nº 201503992 1 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

1.1 MOVIMENTAÇÃO

1.1.1 QUANTITATIVO DE PESSOAL

1.1.1.1 INFORMAÇÃO

Avaliação da Gestão de Pessoas Fato

O SENAC/DN dispõe de Regulamento de Pessoal, aprovado pela Resolução 877/2008, de 14/11/2008. De acordo com o referido regulamento, o quadro de pessoal é estruturado na forma prevista no Plano de Cargos e Salários e nas tabelas de cargos em comissão e funções gratificadas, sendo que os quantitativos dos cargos são fixados de acordo com a necessidade e o interesse da entidade.

Posteriormente à Resolução 877/2008, foi aprovado o Plano de Cargos e Salários do SENAC Gastronomia – PCSSG, conforme Resolução SENAC 948/2012, de 02/05/2012, alterada pela Resolução SENAC 1004/2014, de 07/08/2014.

Desta forma, a partir de 2012, o SENAC dispõe de dois Planos de Cargos e Salários, além dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, que podem ser ocupados por pessoal do quadro efetivo ou não. Ressaltamos que não está determinado o quantitativo máximo de empregados da Instituição.

O gestor informou que SENAC/DN não dispõe de estudo para estimar a força de trabalho necessária para o desempenho de suas atribuições.

De acordo com as informações apresentadas pelo gestor, verificamos que o quadro de pessoal do SENAC/DN, em 31/12/2014, era composto pelo total de 660 empregados, dos quais 635 empregados em exercício, 01 cedido e 24 afastados. A UJ não conta com servidores requisitados.

De acordo com o Regimento Interno do SENAC/DN, aprovado pela Resolução SENAC 996/2014, de 26/03/2014, a estrutura organizacional do SENAC/DN é composta pela Direção Geral e quatro Diretorias. A Diretoria de Operações Compartilhadas responde pelas atividades da área meio, notadamente contabilidade, finanças, recursos humanos, aquisições e infraestrutura, ao passo que as demais diretorias dedicam-se a atividades finalísticas.

Apresentamos nos quadros a seguir a distribuição dos empregados por lotação e por Plano de Cargos e Salários.

Quadro 7: Distribuição dos empregados por lotação

Lotação Quantidade de empregados

Representatividade

Conselho Fiscal 15 2,3%

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13

Direção Geral 15 2,3% Diretoria de Educação Profissional 45 6,8% Diretoria de Integração com o Mercado 126 19,1% Diretoria de Operações Compartilhadas 131 19,8% Diretoria de Unidades Especializadas 327 49,6% Divisão de Promoção de Saúde e do Bem-Estar Social

1 0,1%

Total 660 100% Nota: A Divisão de Promoção de Saúde e do Bem-Estar Social não existe mais na estrutura organizacional atual, no entanto o empregado lá lotado não foi transferido porque está afastado por motivo de doença desde 03/11/2009.

Fonte: Memorando interno s/ nº da Gerência de Recursos Humanos de 16/03/2015.

A Diretoria de Unidades Especializadas, que concentra quase metade do quadro de pessoal da UJ, responsabiliza-se pelas atividades das Unidades Especializadas em Gastronomia.

Quadro 8: Distribuição dos empregados por plano

Plano de Cargos e Salários Quantitativo de empregados Representatividade (aprox.)

PCS 265 40,1% PCSSG 300 45,5% Outros Cargos 3 0,5% Cargos em comissão 47 7,1% Funções Gratificadas 45 6,8% Total 660 100%

Nota: Existem três cargos que não compõem os planos de cargos e salários atuais, quais sejam, Agente Administrativo, Assessor Técnico Junior e Magarefe. De acordo com as informações prestadas pela Gerência de Recursos Humanos, os ocupantes dos cargos de Agente Administrativo e Magarefe estão aposentados por invalidez e mantiveram os cargos da época da aposentadoria. O ocupante do cargo de Assessor Técnico Junior é não optante do sistema FGTS e possui estabilidade prevista no art. 492 da CLT.

Fonte: Memorandos internos s/ nº da Gerência de Recursos Humanos de 20/03/2015 e 25/03/2015.

De acordo com as informações prestadas pela Gerência de Recursos Humanos, 40 ocupantes de cargo em comissão acumulam cargos efetivos do PCS ou PCSSG, assim como os 45 empregados com funções gratificadas. Desta forma, verifica-se que apenas sete ocupantes de cargos em comissão não pertenciam ao quadro efetivo da instituição antes da designação para o cargo em comissão, o que revela a prevalência de pessoal efetivo no desempenho de cargos de confiança (92,4% dos cargos em confiança são ocupados por pessoal que já era do quadro efetivo).

Verificamos que os cargos constantes dos planos de cargos e salários bem como os cargos de confiança guardam conformidade com a estrutura organizacional do SENAC/DN.

Não identificamos fatores significativos de redução da força de trabalho da UJ no exercício de 2014, tendo em vista que 630 empregados estavam em efetivo exercício em 31/12/2014, o que representa aproximadamente 95% do quadro de pessoal da UJ. A situação dos demais é a seguinte: um empregado cedido e 29 empregados afastados.

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Destacamos que a cessão de pessoal não representa ônus para a UJ, uma vez que as despesas com a remuneração do empregado são integralmente ressarcidas pela entidade cessionária.

Sobre os afastamentos, de acordo com as informações constantes do Relatório de Gestão de 2014 da UJ, são predominantemente ocorrências de auxílio doença. Verifica-se 16 casos de auxílio doença, 05 licenças maternidade, 04 acidentes de trabalho e 04 aposentadorias por invalidez.

De acordo com informações constantes do Relatório de Gestão do SENAC - DN, a terceirização da mão de obra foi utilizada para os serviços temporários, transporte, brigadistas e outros, objetivando o suprimento das demandas setoriais para o exercício das atividades não vinculadas às competências estratégicas e finalísticas da Instituição.

No exercício de 2014, houve duas contratações de consultoria, uma das quais visando ao assessoramento da Diretoria de Educação Profissional (contrato n.º 64/2014), na qual identificamos a ocorrência de terceirização de atividades finalísticas da UJ, conforme registrado em item específico deste Relatório.

O Regulamento de Pessoal do SENAC/DN dispõe que a frequência dos empregados será apurada com base no registro de ponto. Além disso, estabelece que as faltas e impontualidades não abonadas serão descontadas do salário do empregado, sem prejuízo da ação disciplinar cabível.

De fato, o relatório gerencial da folha de pagamentos do SENAC/DN, referente a dezembro de 2014, registra descontos relativos à faltas, atrasos e saídas antecipadas.

Ademais, verificamos o sistema eletrônico de controle de frequência em funcionamento, bem como o sistema eletrônico de acesso às dependências da entidade e, especificamente, ao restaurante que atende os empregados da UJ. Consideramos, portanto, que a entidade conta com sistema de controles internos eficientes para controle da frequência. Verificamos a movimentação de pessoal ocorrida no exercício, representada por admissões, demissões e transferências, conforme segue:

Quadro 9: Movimentação quantitativa de pessoal em 2014

Total de empregados em 31/12/2013

Empregados admitidos

Empregados transferidos

Empregados demitidos

Quantidade de empregados em 31/12/2014

568 158 54 120 660 Nota 1: De acordo com informações prestadas pela Gerência de Recursos Humanos, o total de empregados em 31/12/2013 era 568, incluindo 04 empregados aposentados por invalidez.

Nota 2: Os empregados transferidos são originários de unidades regionais estaduais do SENAC, atualmente no Departamento Nacional.

Fonte: Relatório de Gestão de 2013; Relatório de Gestão de 2014; Memorandos internos s/ nº da Gerência de Recursos Humanos, de 16/03/2015 e 20/03/2015.

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De acordo com o Relatório de Gestão, o aumento do quadro de pessoal está diretamente relacionado à necessidade de atender à demanda de serviços e à abertura de novas Unidades-escola na área de Gastronomia e Unidades Avançadas do Sistema Escolar Integrado (SEI), em GO e MS. Considerando o total de 212 ingressos (admitidos e transferidos), 69 foram para a sede do Departamento Nacional, 19 para o SEI/GO, 12 para O SEI/MS e 112 para as Unidades Especializadas de Gastronomia, que absorveram aproximadamente 53% dos ingressos.

De acordo com o Regulamento de Pessoal, o SENAC/DN dispõe das seguintes formas de provimento de cargos: admissão, nomeação, designação e promoção.

As admissões devem ser precedidas de autorização do Presidente e ocorrer mediante processo seletivo. A Resolução SENAC 875/2008, de 14/11/2008, aprova o regulamento que estabelece as normas de processo seletivo para a contratação de empregados do SENAC. Destacamos que seu art. 2º veda a prática de nepotismo, tráfico de influência, apadrinhamento, troca de favores, em obediência aos princípios da moralidade e da impessoalidade.

A nomeação é o ato de provimento de cargo em confiança por pessoa não integrante do quadro de pessoal do SENAC/DN, ao passo que a designação é o ato de provimento de cargo em confiança por pessoa integrante do quadro de pessoal da entidade.

Por fim, promoção é a progressão salarial do empregado, segundo as normas estabelecidas no Plano de Cargos e Salários, podendo ser horizontal ou vertical, esta última quando houver mudança de cargo. Além das promoções, o Plano de Cargos e Salários autoriza a reclassificação, que é a movimentação funcional e salarial do empregado resultante de seu acesso para cargo de outra classe.

No que se refere às demissões, verificamos 120 ocorrências no exercício de 2014, cuja motivação está distribuída conforme quadro a seguir:

Quadro 10: Motivação das demissões ocorridas em 2014

Motivação da demissão Quantidade Representatividade (aprox.)

Adesão ao Plano de Incentivo à Demissão Voluntária 50 42% Iniciativa do Empregador sem justa causa 47 39% Iniciativa do Empregado sem justa causa 16 13% Iniciativa do Empregador com justa causa 5 4% Término do contrato de trabalho 2 2% Total 120 100%

Fonte: Memorando interno s/ nº da Gerência de Recursos Humanos de 16/03/2015, anexo 8.

O Plano de Incentivo à Demissão Voluntária foi aprovado pela Portaria “N” SENAC 505/2014, de 03/06/2014, que estabeleceu suas condições e procedimentos. O prazo para inscrição no mesmo foi até o dia 31/07/2014, sendo os empregados inscritos desligados até o dia 30/09/2014.

A indenização prevista no Plano corresponde a até 03 meses de remuneração; 65% da remuneração por ano de efetivo exercício computado, inclusive, o tempo anterior à

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aposentadoria; e 40% dos depósitos, juros e correção monetária, efetuados na conta do FGTS.

De acordo com informação prestada pela Gerencia de Recursos Humanos, por meio de Memorando Interno s/n.º, de 01/04/2015, 50 empregados aderiram ao plano, dando origem ao pagamento de indenizações no montante total de R$ 13.158.733,70 (treze milhões, cento e cinquenta e oito mil, setecentos e trinta e três reais e setenta centavos).

Verificamos o cálculo da indenização de quatro empregados que aderiram ao Plano e não identificamos inconsistências. Contudo, constatamos que um empregado não cumpriu os requisitos para adesão ao plano, conforme registrado em item específico deste Relatório.

Ainda sobre o assunto, verificamos três demissões por iniciativa do empregador, duas sem justa causa e uma com justa causa, com vistas a avaliar sua regularidade, inclusive no que se refere ao cálculo de verbas rescisórias. Não identificamos inconsistências.

Apresentamos, a seguir, os custos de pessoal nos últimos três exercícios, conforme registrado no Relatório de Gestão de 2014:

Quadro 11: Custos de pessoal

Exercício Vencimentos e vantagens fixas

Indenizações/ Decisões judiciais

Benefícios assistenciais e previdenciários

Demais despesas variáveis

Total

2012 27.518.575,47 2.610.030,14 6.226.248,24 486.887,68 36.841.741,53 2013 33.079.983,11 1.401.712,48 6.624.338,66 973.250,93 42.079.285,18 2014 42.469.592,57 14.147.904,25 7.985.014,30 1.524.316,41 66.126.827,53

Fonte: Relatório de Gestão de 2014

O Relatório de Gestão de 2014 apresenta a seguinte análise crítica relativa aos custos de pessoal:

“O crescimento está relacionado às indenizações pagas aos empregados desligados, considerando inclusive as que se referem aos desligamentos dos 50 empregados que aderiram ao Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV), regulamentado pela Portaria 505/2014. O crescimento reflete também o aumento do quadro de pessoal, que ocorreu, principalmente, pela demanda de serviços e em decorrência da abertura de novas Unidades-escola na área de Gastronomia e Unidades Avançadas Sistema Escolar Integrado (SEI) em GO e MS.”

A respeito do aumento dos custos de pessoal, destacamos o impacto do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária, que acarretou o pagamento de indenizações no montante total de R$13,1 milhões no exercício. Além disso, ressaltamos o acréscimo de 92 empregados no exercício, representando um aumento 16% com relação ao exercício anterior.

O gestor relacionou os cursos e treinamentos ofertados à força de trabalho por meio de Memorando Interno da Gerência de Recursos Humanos, s/nº, de 30/06/2015. Da relação contam 153 ações de capacitação (dentre cursos, palestras, fóruns, congressos etc) oferecidas ao longo do exercício, alcançando 364 empregados. O custo de inscrição nas referidas ações foi de R$ 569.144,75.

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Verificamos que o SENAC/DN apresenta um conjunto de indicadores de desempenho, abrangendo várias áreas da gestão, dentre as quais a área de Recursos Humanos. Um deles é o índice de empregados em ações de treinamento e desenvolvimento, que indica a proporção de empregados que participam de eventos formais de treinamento e desenvolvimento patrocinados pela Instituição.

De acordo com o Relatório de Gestão, a meta proposta para o indicador no exercício de 2014 foi 35% e o resultado alcançado foi 55,49%. Nos exercícios de 2012 e 2013, o indicador alcançou os resultados de 22,22% e 44%, respectivamente.

O Relatório de Gestão registra a seguinte análise do indicador:

“A meta estabelecida foi significativamente superada, refletindo a busca pelo aprimoramento da gestão no que se refere ao desenvolvimento de pessoas. Esses resultados estão associados, também, à implantação do Modelo de Gestão de Pessoas por Competências em 2013, que deu origem aos Planos de Desenvolvimento Individuais (PDIs) pactuados entre gestores e empregados, visando à eliminação de gaps de competências, cujas ações de desenvolvimento são promovidas/acompanhadas pela Gerência de Recursos Humanos.”

##/Fato##

1.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Motivação não adequadamente comprovada para instituiçao do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária Fato

O Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) foi aprovado pela Portaria “N” SENAC 505/2014, de 03/06/2014, que estabeleceu suas condições e procedimentos. O prazo para inscrição no mesmo foi até o dia 31/07/2014, sendo os empregados inscritos desligados até o dia 30/09/2014.

De acordo com o artigo 1º da Portaria, o referido plano abrangeu os empregados que preenchessem as seguintes condições alternativas, no ano de 2014:

i) Idade mínima de 59 anos e 15 anos de efetivo exercício, ou;

ii) Mínimo de 35 anos de efetivo exercício.

A indenização prevista no Plano corresponde a até 03 meses de remuneração; 65% da remuneração por ano de efetivo exercício computado, inclusive, o tempo anterior à aposentadoria; e 40% dos depósitos, juros e correção monetária, efetuados na conta do FGTS.

De acordo com informação prestada pela Gerência de Recursos Humanos, por meio de Memorando Interno s/n.º, de 01/04/2015, 50 empregados aderiram ao plano, dando origem ao pagamento de indenizações no montante total de R$13.158.733,70 (treze milhões, cento e cinquenta e oito mil, setecentos e trinta e três reais e setenta centavos).

A referida portaria apresentou no seu preâmbulo a motivação para a aprovação do plano, que reproduzimos a seguir:

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CONSIDERANDO a necessidade de modernização das políticas de recursos humanos da Instituição com a sua adequação a contemporaneidade e realidade do mercado de trabalho,

CONSIDERANDO a oportunidade de aliar a oxigenação do quadro de pessoal com o justo reconhecimento aos serviços prestados pelos nossos empregados ao longo dos anos,

CONSIDERANDO que haverá possibilidade de retorno financeiro, uma vez que, em sua maioria, os empregados a serem contratados ingressarão na Instituição no salário de admissão,

Consideramos que as informações apresentadas para motivar a instituição do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária não foram suficientemente embasadas em estudos de impacto e aspectos de economicidade.

Analisamos, por amostragem aleatória, a adesão ao PIDV de quatro empregados, com vistas a verificar a aderência ao plano no que se refere à elegibilidade e cálculo da indenização, não tendo sido identificadas inconsistências no cálculo das indenizações. Contudo, constatamos que um empregado não cumpriu os requisitos exigidos para adesão ao plano.

Trata-se da empregada portadora de CPF ***.710.957-**, nascida em 02/06/1956 com data de admissão na UJ em 19/04/1982. A empregada solicitou adesão ao plano em 28/07/2014 e foi desligada do SENAC/DN em 30/09/2014. Contudo, ela não preencheu os requisitos do PIDV, uma vez que tinha 58 anos de idade e 32 anos e 5 meses de efetivo exercício.

Ressaltamos que, mesmo considerando o final do exercício de 2014, ela não preencheria os requisitos.

##/Fato##

Causa

Motivação da instituição do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária sem embasamento suficiente em estudos de impacto e aspectos de economicidade.

Ademais, destaca-se a falta de aderência aos requisitos previstos na Portaria “N” SENAC 505/2014, de 03/06/2014, que aprovou o Plano de Incentivo à Demissão Voluntária.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Tendo em vista que 50 empregados aderiram ao plano e 158 novos empregados foram admitidos no exercício de 2014, solicitamos ao gestor apresentar o estudo sobre o impacto financeiro decorrente das demissões voluntárias e indenizações previstas, bem como a estimativa de valor a ser utilizado no âmbito do PIDV. Em resposta a Gerência de Recursos Humanos informou o que segue, por meio de Memorando Interno s/n.º, de 14/04/2015:

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“Conforme tabela do estudo financeiro do plano, anexa, o pagamento de indenizações no valor total de R$ 13.158.733,70 pagas aos 50 empregados que aderiram ao Plano de Incentivo à Demissão Voluntária – PIDV, equivaleria à manutenção desses empregados na folha de pagamento pelo período aproximado de 20 meses, considerando o custo mensal total de R$ 649.456,92.

Foi previsto no estudo a substituição de 43 dos 50 empregados que aderiram ao PIDV, sendo que esses empregados a serem contratados ingressarão na Instituição no salário inicial do cargo, possibilitando assim redução de aproximadamente 45% do custo com esses empregados na folha de pagamento e retorno financeiro total previsto para 45 meses.

Considerando que até a presente data, só tivemos 18 substituições de empregados que aderiram ao PIDV (14 em 2014 e 4 em 2015), já obtivemos 34% de retorno financeiro referente ao valor pago com indenizações e redução do prazo de retorno para 29 meses, caso todas as substituições sejam realizadas até mai/2015. Porém, cabe esclarecer que nem todas as admissões previstas serão realizadas em 2015 e o prazo de retorno será ainda menor.

Quanto as 158 admissões, informamos que essas estão diretamente relacionadas a atender à demanda de serviços e à abertura de novas Unidades-escola na área de Gastronomia e Unidades Avançadas do Sistema Escolar Integrado (SEI) e também à substituição de empregados, sendo que somente 14 foram em substituição aos empregados do PIDV.”

Com relação à ausência de cumprimento dos requisitos por parte de uma empregada para adesão ao plano, por meio da Solicitação de Auditoria n.º 201503165/17, foi relatada a impropriedade ao gestor e solicitada justificativa. Em resposta, por meio de Memorando Interno s/n.º, de 01/04/2015, a Gerência de Recursos Humanos apresentou a seguinte manifestação:

“Com fulcro no art. 7.º da Portaria “N” 505/2014, foi encaminhada ao Presidente solicitação formal da empregada para inclusão no Plano de Incentivo à Demissão Voluntária - PIDV, alegando sua proximidade com os critérios estabelecidos. Considerando que o custo não ultrapassaria a estimativa de valor a ser utilizado, por não ter tido adesão de todos os empregados elegíveis, em 7.08.2014, o Presidente autorizou a referida inclusão. Dessa forma foi paga a indenização correspondente ao plano.”

Após recebimento da versão preliminar deste Relatório, o gestor apresentou suas manifestações finais, datadas de 31/08/2015, que passamos a reproduzir: "As informações que motivaram a instituição do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária – PIDV constam no documento (Anexo 1) encaminhado para a aprovação do plano, assim como a estimativa de custos e o estudo financeiro.

Os planos de demissão voluntária praticados pelo mercado geralmente não possuem limitações tão restritivas de idade e tempo de serviço como o do Senac, conforme pode ser visto no levantamento realizado (Anexo 2). Visando a uma possível ampliação de aderência ao plano por parte de empregados próximos aos critérios estabelecidos e que se julgassem inadaptados aos avanços tecnológicos e aos modernos métodos de trabalho implementados, inserimos a cláusula 7.ª acerca de omissões na Portaria “N” n.º 505/2014. Apesar de ser essa a nossa motivação, talvez não tenhamos dado a melhor redação para a citada cláusula. O caso da empregada mencionada na auditoria enquadra-se na argumentação acima, conforme pode ser constatado na carta encaminhada pela mesma (Anexo 3).

Quanto à possibilidade de contestação judicial, esclarecemos que recentemente o STF alterou o entendimento do TST sobre a quitação de PDV, dando validade à cláusula de quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas decorrentes do contrato de emprego, desde que este item conste

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dos instrumentos assinados pelo empregado. O posicionamento foi adotado no julgamento do Recurso Extraordinário 590415, com repercussão geral reconhecida. No caso do PIDV do Senac, esse item constou tanto no parágrafo 3.º, do art. 5.º, na Portaria “N” n.º 505/2014, como no termo de inscrição do empregado no plano.

Vale ressaltar que o Senac-DN não possui sistema de premiação, bônus e/ou participação nos resultados, como muitas empresas no mercado. Nesse sentido, o PIDV é uma forma de incentivo para retenção dos talentos na organização, pois demonstra o reconhecimento das pessoas que aqui prestam serviço. Ao mesmo tempo, permite substituir pessoas que já se consideram cansadas ou menos adequadas às suas funções, possibilitando o repasse do conhecimento adquirido, novas contratações e mantendo a boa imagem da empresa junto à sociedade e em relação aos empregados que ficam, que podem comprovar a preocupação e a assistência prestada aos que se dedicam à Instituição.

O PIDV do Senac preocupou-se, ainda, com o retorno financeiro do incentivo pago, já que não haveria a reposição de todos os empregados desligados e os empregados a serem contratados ingressariam na Instituição no salário de admissão, reduzindo em 33% o custo com esses empregados na folha de pagamento, conforme demonstrado no Anexo 1.

Diante do exposto, podemos afirmar que a instituição do PIDV foi suficientemente embasada em estudos de impacto e aspectos de eficiência e economicidade, proporcionado uma relação custo- benefício favorável ao Senac-DN."

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Reiteramos que a motivação apresentada na Portaria “N” SENAC 505/2014, de 03/06/2014, para a instituição do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária não está suficientemente embasada em estudos de impacto e aspectos de economicidade.

A primeira consideração apresentada, pertinente à modernização das práticas de recursos humanos, é bastante genérica e não apresenta vinculação com a instituição do plano.

No que tange à segunda consideração, relacionada à necessidade de oxigenação do quadro de pessoal e reconhecimento dos serviços prestados, ressaltamos que não há relação entre o merecimento ou reconhecimento de habilidades e a estratégia de incentivo de desligamento de pessoal. Pelo contrário, os planos e programas de demissão voluntária são instituídos precipuamente com o objetivo de redução de quadro de pessoal, readequação de postos de trabalho e redução de despesas, ao passo que as iniciativas relacionadas ao reconhecimento da atuação dos colaboradores buscam retê-los na instituição, e, para tanto, associam-se em geral a promoções na carreira com as respectivas retribuições pecuniárias do cargo ou função. Outrossim, como esse reconhecimento seria financeiro, não provocaria uma redução, mas sim um aumento da folha de pagamento de pessoal. Dessa forma, não consideramos adequada a motivação da instituição do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária tendo como propósito remunerar empregado por reconhecimento/merecimento no exercício de atribuições do cargo.

Com relação à terceira consideração, atinente à possibilidade de retorno financeiro, não consideramos satisfatória a tabela de estudo financeiro apresentada em resposta à solicitação de auditoria, tampouco os documentos apresentados em anexo às manifestações finais ao Relatório Preliminar de Auditoria, fragilizando a análise dos aspectos de economicidade.

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De acordo com os documentos apresentados como anexo, a tabela de estimativa de custos considerou a existência de 43 empregados elegíveis ao plano e, assim, calculou o custo da adesão ao PIDV destes 43 empregados, bem como o custo da admissão de 43 novos empregados. Muito embora o gestor tenha afirmado que não haveria a reposição de todos os empregados desligados, não considerou a redução do quadro em sua estimativa de custos. Nesse sentido, ressaltamos a ausência de estudo estimativo da força de trabalho necessária ao desempenho das atribuições da entidade, conforme já consignado neste Relatório.

Além disso, destacamos que o estudo financeiro apresentado mostra-se bastante simplificado, considerando os 43 empregados de forma global, sem qualquer detalhamento por cargos e/ou níveis salariais, e sem demonstrar a previsão de redução em 33% do custo dos novos empregados.

Desta forma, não foi adequadamente comprovado que a instituição do plano de incentivo à demissão voluntária proporcionou uma relação custo-benefício mais favorável à entidade, em consonância com os princípios constitucionais da eficiência e economicidade.

Por fim, quanto à ausência de cumprimento dos requisitos para adesão ao plano, não consideramos adequadas as justificativas apresentadas pelo gestor. O artigo 7º da Portaria “N” SENAC 505/2014 estabelece que os casos omissos serão resolvidos pela Administração Superior. Não consideramos que o caso em questão possa ser considerado omisso, uma vez que a Portaria estabelece que os requisitos de idade e tempo de serviço devem ser cumpridos no ano de 2014. E a empregada portadora de CPF ***.710.957-** só cumpriria os requisitos em junho de 2015, de forma que não estaria elegível à adesão ao PDIV.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apresentar análise da relação custo-benefício da instituição do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária, aprovada pela Portaria N SENAC 505/2014, de 03/06/2014, em consonância com os princípios constitucionais da eficiência e economicidade, considerando a previsão da redução do quadro de pessoal e detalhando a redução do custo dos novos empregados na folha de pagamento. 1.1.1.3 INFORMAÇÃO

Avaliação dos Critérios de Seleção Fato

O Regulamento do Processo Seletivo do SENAC/DN estabelece que toda contratação de empregados deve ser precedida de processo seletivo, ressalvadas as hipóteses previstas no art. 14, que são as seguintes:

a) contratações destinadas a preencher cargos/funções de confiança;

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b) nos casos de urgência para o atendimento de situações comprovadamente imprevisíveis, em que

não haja tempo hábil para se realizar o processo seletivo, ficando esse contrato limitado a 6 (seis)

meses de duração ou até a conclusão do processo seletivo, o que ocorrer primeiro;

c) na contratação de profissional de notória especialização, assim entendido aquele cujo

conhecimento específico dos serviços sociais autônomos ou conceito no campo de sua

especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, permita

inferir que o seu trabalho é o mais adequado ao pleno desempenho das funções a serem

exercidas.

Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201503165/06, solicitamos a UJ relacionar as contratações de empregados no exercício de 2014 que não foram precedidas de processo seletivo, informando a motivação, de acordo com as hipóteses previstas no art. 14 do Regulamento de Processo Seletivo.

Em resposta, o Memorando Interno s/nº da Gerência de Recursos Humanos, de 20/03/2015, informou a realização de duas contratações no exercício de 2014 com fundamento no art. 14, item I, do Regulamento, ambas destinadas a preencher cargos/funções de confiança, quais sejam: gerente de finanças e subgerente do Restaurante-Escola Senac Downtown DF. Analisamos a primeira contratação referida e consideramos adequados os procedimentos e critérios de avaliação adotados.

Em resposta à Solicitação de Auditoria, a Gerência de Recursos Humanos relacionou os processos seletivos de pessoal realizados no exercício de 2014, no total de 91 processos, dos quais 56 foram concluídos em 2014, 7 foram cancelados e 28 estavam em andamento.

Dentre os processos seletivos concluídos, selecionamos cinco para análise, que, no conjunto, deram origem a 24 admissões. Posteriormente, foram incluídos na amostra dois processos seletivos iniciados em 2013 e concluídos em 2014, que deram origem a três admissões.

Com relação à amostra analisada, destacamos que os procedimentos de seleção de pessoal se basearam na descrição do perfil dos cargos, que especifica escolaridade, experiência profissional, conhecimentos específicos exigidos, bem como as principais atividades. Os salários correspondem à tabela de remuneração em vigor na UJ. Foram utilizados procedimentos e critérios de seleção adequados ao perfil dos cargos. Os anúncios dos processos seletivos foram publicados em jornais de grande circulação e apresentaram os requisitos para o cargo e demais informações relevantes. Além disso, constam dos processos solicitação de contratação pela área competente, justificativa da necessidade de contratação e autorização correspondente.

Não identificamos situações sugestivas de nepotismo. A esse respeito, consta da ficha cadastral dos empregados admitidos declaração de inexistência de parentesco até 3º grau (afim ou consanguíneo) do Presidente ou dos membros, efetivos e suplentes, do Conselho Nacional e do Conselho Fiscal ou dos Conselheiros Regionais do SENAC ou do SESC, de dirigentes de entidades civis ou sindicais do comércio, patronais ou de empregados, bem como de empregados do SENAC ou do SESC. Além disso, os comunicados de abertura dos processos seletivos informam sobre a impossibilidade de admissão, como empregados do SENAC, de pessoas com o parentesco especificado acima.

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Não obstante, foram observadas fragilidades na condução de cinco processos seletivos analisados, conforme registrado no item 1.1.1.4 deste Relatório.

Com relação às promoções, solicitamos a relação dos empregados promovidos no exercício de 2014. Em resposta, a Gerência de Recursos Humanos relacionou 29 promoções e informou que todas elas foram decorrentes de aprovação em processo seletivo, que utilizaram recrutamento externo.

##/Fato##

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Falta de aderência aos instrumentos convocatórios na condução dos processos seletivos Fato

Verificamos, por amostragem, os processos seletivos de pessoal realizados no exercício de 2014, com vistas a avaliar sua conformidade com o normativo interno próprio, aprovado pela Resolução SENAC 875/2008, de 14/11/2008, bem como com os instrumentos convocatórios. Compuseram a amostra os seguintes processos:

- Processo seletivo n.º 01/2014 – 01 vaga para o cargo de Assistente Técnico III – Assistente Administrativo/Secretariado, tendo sido contratadas 04 pessoas;

- Processo seletivo n.º 24/2014 – 14 vagas para o cargo de Cumim de bar e restaurante, tendo sido contratadas 06 pessoas;

- Processo seletivo n.º 28/2014 – 11 vagas para o cargo de Praticante, tendo sido contratadas 06 pessoas;

- Processo seletivo n.º 29/2014 – 01 vaga para o cargo de Assessor Técnico II / Orientador Educacional, tendo sido contratada 01 pessoa;

- Processo seletivo n.º 49/2014 – 01 vaga para o cargo de Motorista, tendo sido contratadas 02 pessoas;

- Processo seletivo n.º 63/2013 – 01 vaga para o cargo de Assessor Técnico IV, tendo sido contratada 01 pessoa;

- Processo seletivo n.º 65/2013 – 01 vaga para o cargo de Assessor Técnico IV, tendo sido contratadas 02 pessoas.

Os processos encaminhados estavam devidamente organizados e munidos de documentos atinentes às etapas e resultados parcial e final dos processos seletivos. Contudo, identificamos fragilidades na condução de cinco processos componentes da amostra, que passamos a relatar:

a) Aproveitamento do cadastro de reserva do processo seletivo n.º 01/2014 sem

obediência à ordem classificatória

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O comunicado de abertura do processo seletivo n.º 01/2014 divulgou uma vaga para o cargo de Assistente Técnico III. Após a realização de todas as etapas da seleção, foi divulgado o resultado final do processo com seis candidatos classificados, elencando a colocação de cada um. Constatamos que foram contratados quatro candidatos, ocupantes da 1ª, 2ª, 4ª e 6ª classificações, sem obediência, portanto, à ordem classificatória.

b) Tratamento diferenciado aos candidatos na etapa de avaliação individual dos processos

seletivos 63/2013 e 01/2014

O comunicado de abertura do processo seletivo n.º 63/2013, para o cargo de Assessor Técnico IV, informou que a avaliação individual comportamental seria realizada por um profissional da área de Recursos Humanos e a avaliação individual técnica pelo gestor imediato e/ou mediato da área requisitante, que, no caso em questão, é a própria Gerência de Recursos Humanos. Quatro candidatas participaram desta etapa do processo seletivo, sendo que apenas uma foi habilitada. Ocorre que duas candidatas foram submetidas a duas entrevistas e duas candidatas foram submetidas a três entrevistas, sem a apresentação de justificativa correspondente.

De forma semelhante, observamos dispensa de tratamento diferenciado aos candidatos do processo seletivo n.º 01/2014 na etapa de avaliação individual, uma vez que três candidatos foram submetidos a duas avaliações individuais técnicas e um candidato a apenas uma avaliação individual técnica, sendo que o resultado final do processo seletivo dos quatro candidatos considerou o resultado de apenas uma avaliação técnica. Pela manifestação do gestor, verificamos que estas ocorrências se apresentaram na fase de aproveitamento do cadastro de reserva.

c) Inversão das etapas do processo seletivo n.º 01/2014

O comunicado de abertura do processo seletivo n.º 01/2014 divulgou as etapas componentes da seleção, na seguinte sequência: (i) envio de currículo; (ii) análise de currículo; (iii) prova de conhecimentos técnicos (caráter eliminatório e classificatório); (iv) avaliação de habilidades por meio de testes práticos (caráter eliminatório e classificatório); (v) avaliação individual comportamental e técnica (caráter eliminatório e classificatório); e (vi) avaliação psicológica (caráter eliminatório). No entanto, verificamos que esta ordem não foi respeitada, uma vez que a avaliação de habilidades por meio de testes práticos foi realizada nos dias 10, 12, 17 e 18/06/2014, posteriormente, portanto, à avaliação individual, que se deu em 03, 06 e 09/06/2014.

d) Erros na apuração do resultado final do processo seletivo n.º 28/2014

Identificamos divergência nas notas registradas nos formulários de avaliação e no formulário de consolidação do resultado final de três candidatos classificados no processo

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seletivo n.º 28/2014, acarretando em pontuação final equivocada, com consequência direta na ordem classificatória.

e) Ausência de registro da realização de entrevista com o responsável pelo menor, prevista

na 6ª etapa do processo seletivo n.º 28/2014

O comunicado de abertura do processo seletivo n.º 28/2014, para o cargo de o cargo de “Praticante”, destinado a menores de idade, divulgou as etapas componentes da seleção, sendo que a sexta etapa se refere à avaliação individual do candidato e entrevista com o responsável, apresentando caráter eliminatório e classificatório. Na documentação encaminhada verificamos o registro da avaliação individual técnica e comportamental dos candidatos. No entanto, não verificamos registro da entrevista com o responsável.

f) Inclusão de etapa não prevista nos processos seletivos n.º 63/2013 e 29/2014

O processo seletivo 63/2013 se destinou ao preenchimento de uma vaga do cargo Assessor Técnico IV, para atuar como Analista em Segurança do Trabalho. Quatro candidatos foram habilitados para a terceira etapa, referente à prova de conhecimentos técnicos, que foi aplicada em 21/11/2013. De acordo com as regras da seleção, o candidato que atingisse pontuação inferior a 7 não seria habilitado. Em 28/11/2014, foi divulgado o resultado final desta etapa, com a informação de que um candidato não compareceu à prova e três não foram habilitados. Na mesma data foi divulgada a aplicação de nova prova de conhecimentos técnicos aos candidatos, em 06/12/2013, devido à inexistência de candidatos habilitados na prova anterior. Os quatro candidatos realizaram a prova e foram considerados habilitados para a etapa seguinte.

Da mesma forma, o processo seletivo 29/2014, para o cargo de Assessor Técnico II/Orientador Educacional, habilitou sete candidatos para a terceira etapa, qual seja, prova de conhecimentos técnicos, que foi aplicada em 12/08/2014. Em 22/08/2014, foi divulgado o resultado final desta etapa, com a informação de que um candidato não compareceu à prova e seis não foram habilitados, por não terem atingido a pontuação mínima. Na mesma data foi divulgada a aplicação de nova prova de conhecimentos técnicos aos candidatos em 29/08/2014, devido à inexistência de candidatos habilitados na prova anterior. O resultado desta segunda prova foi a habilitação de uma candidata.

Ressaltamos que os instrumentos convocatórios dos processos seletivos não previram a possibilidade de aplicação de nova prova aos candidatos inabilitados e ausentes.

O item 6.1.2 de ambos os comunicados de abertura do processo seletivo prevê o seguinte:

“Na hipótese excepcional de haver um número de candidatos igual ou inferior a 5 (cinco), por vaga, aprovados na etapa de Prova de Conhecimentos Técnicos, poderá a critério do Senac – Administração Nacional, ser procedida a redução da pontuação mínima de 7 (sete) para 6 (seis), a fim de ampliar a concorrência.”

Verifica-se que a regra das seleções prevê, excepcionalmente, a possibilidade de diminuir a nota mínima aceitável para seis, mas não prevê a possibilidade de descartar a nota e

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realizar nova prova, uma vez que os candidatos que não atingiram a nota mínima não atenderiam o perfil do cargo.

g) Pontuação da avaliação psicológica nos processos seletivos n.º 01/2014, 24/2014 e

28/2014, sem previsão nos comunicados de abertura dos processos seletivos

Verificamos que alguns candidatos dos processos seletivos n.º 01/2014, 24/2014 e 28/2014 obtiveram pontuação 7 e a outros foi atribuída a pontuação 10 na etapa de avaliação psicológica. Destacamos que a pontuação recebida na etapa de avaliação psicológica compôs o resultado final do candidato, contrariando os comunicados de abertura dos processos seletivos, que atribuiu caráter eliminatório à etapa, e não classificatório. Portanto, os candidatos deveriam ser considerados “adequados” ou “não adequados”, sem qualquer espécie de gradação ou pontuação.

##/Fato##

Causa

O Diretor Geral do SENAC/DN, por delegação de competência mediante a Portaria “N” SENAC 506/2014, aprovou a contratação de empregados decorrentes dos processos seletivos n.º 63/2013, 01/2014, 24/2014, 28/2014 e 29/2014, que demonstraram ausência de aderência aos instrumentos convocatórios correspondentes.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Todas as impropriedades relatadas foram apresentadas ao gestor durante o período de campo, por meio de solicitações de auditoria, nas quais foi solicitada a apresentação de justificativas. Segue a manifestação do gestor para cada impropriedade:

a) Aproveitamento do cadastro de reserva do processo seletivo n.º 01/2014 sem

obediência à ordem classificatória

Por meio do Memorando Interno s/n.º, de 30/03/2015, a Gerência de Recursos Humanos prestou os seguintes esclarecimentos:

“No processo seletivo 01/2014, no que se refere à 5.ª etapa – Avaliação Individual, foi realizada apenas uma avaliação individual técnica para todas as candidatas participantes, mantendo-se a igualdade de procedimentos. A segunda avaliação individual técnica ocorreu exclusivamente com as candidatas do cadastro reserva, no momento de seu aproveitamento.

Na avaliação individual técnica da candidata [...], no momento do aproveitamento do cadastro reserva, foram avaliados “Agilidade e rapidez” e “Conhecimentos em assessoramento de rotinas administrativas” que eram competências importantes para a área requisitante. No entanto, os requisitos básicos do cargo foram mantidos.

As candidatas [...], [...] e [...] tiveram seus resultados de avaliação individual técnica, realizadas por [...], [...] e [...] e também da comportamental realizada pelo RH somente no momento do aproveitamento do cadastro reserva, etapa que todas as candidatas do cadastro reserva passaram

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quando aceitaram participar do aproveitamento para outra área, mantendo a igualdade dos procedimentos.

Anexo descritivo do processo elaborado para melhor entendimento.”

O descritivo do processo seletivo, apresentado em anexo, informa a sequência de fatos do processo seletivo, sendo a última movimentação ocorrida em 22.07.2015, referente a encaminhamento de expediente para reclassificação, a partir de 01/08/2014, da empregada classificada em 1º lugar, com o preenchimento da vaga prevista no comunicado, permanecendo em cadastro reserva os demais candidatos classificados.

Reproduzimos a seguir as informações contidas no descritivo, atinentes ao aproveitamento do cadastro de reserva:

“Com o surgimento de novas vagas com os mesmos requisitos básicos do cargo e perfis similares, as áreas requisitantes foram consultadas quanto ao interesse no aproveitamento do cadastro reserva.

As candidatas do cadastro reserva também foram consultadas quanto ao interesse em participar de avaliações para outras áreas.

As candidatas participaram de avaliação individual técnica e comportamental com os respectivos gestores para fins de verificação da adequação do perfil do profissional à área requisitante, a fim de garantir êxito na contratação.

1.º Aproveitamento – 15/7 - vaga para a Gerência de Infraestrutura (Pág. 827 831)

Foi realizada a avaliação individual técnica e comportamental com a 2.ª classificada, a qual foi indicada para contratação.

2.º Aproveitamento – 29/8 – vaga para a Gerência de Tecnologia da Informação e Comunicação

(Pág. 843 a 848)

Foram realizadas avaliações individuais técnicas e comportamentais com as 3.ª e 4.ª classificadas, sendo indicada para contratação a 4.ª classificada.

3.º Aproveitamento – 29/8 – vaga para a Gerência de Prospecção e Avaliação Educacional (Pág.

832 a 842)

Foram realizadas avaliações individuais técnicas e comportamentais com as 3.ª, 5.ª e 6.ª classificadas, não havendo aproveitamento de nenhuma das candidatas.

4.º Aproveitamento – 9/9 – vaga para a Gerência de Contabilidade - (Pág. 849 a 853)

Foi realizada avaliação individual técnica e comportamental com a 6.ª classificada, sendo indicada para contratação.

A candidata [...], 3.ª Classificada, foi mantida em cadastro reserva, mas não foi indicada para avaliação com a Gerência de Contabilidade por ter sido não habilitada na avaliação comportamental, feita pelo RH no 2.º e 3.º aproveitamento.

A candidata [...], 5.ª Classificada, não foi recomendada a manutenção no cadastro reserva para aproveitamento futuro, conforme avaliação individual comportamental da área de RH, por isso também não foi indicada para avaliação com a Gerência de Contabilidade.

Salientamos que as contratações realizadas tiveram êxito.

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Por fim, informamos que o Resultado da pontuação de cada aproveitamento que não constava no processo 01/2014 foi impresso, numerado e anexado ao final do processo e que nos próximos aproveitamentos de candidato organizaremos o processo em ordem cronológica, de forma a facilitar a análise e entendimento do ocorrido.”

b) Tratamento diferenciado aos candidatos na etapa de avaliação individual dos processos

seletivos 63/2013 e 01/2014

Por meio do Memorando Interno s/n.º, de 09/07/2015, a Gerência de Recursos Humanos prestou os seguintes esclarecimentos relativos ao processo seletivo 63/2013:

“Devido à impossibilidade de conciliação da agenda da etapa de avaliação individual técnica e comportamental com a agenda do gestor imediato da área requisitante, a avaliação foi realizada pelo gestor mediato [...], Responsável Técnica de Avaliação e Retenção. Visto que as candidatas não obtiveram a pontuação mínima para aprovação, não foram encaminhadas para avaliação do gestor da Gerência de Recursos Humanos, não havendo, dessa forma, tratamento diferenciado ou prejuízo na avaliação das candidatas.”

A manifestação do gestor relativa ao processo seletivo 01/2014 foi reproduzida na alínea anterior.

c) Inversão das etapas do processo seletivo n.º 01/2014

Por meio do Memorando Interno s/n.º, de 30/03/2015, a Gerência de Recursos Humanos prestou os seguintes esclarecimentos:

“A inversão de etapas ocorreu visando atender a necessidade de compatibilização de agenda com

o Gestor da área requisitante para realização das avaliações individuais técnicas, contudo além

da publicação, entramos em contato por telefone com cada candidato para informar a inversão

e data das referidas avaliações.”

d) Erros na apuração do resultado final do processo seletivo n.º 28/2014

Por meio do Memorando Interno s/n.º, de 31/03/2015, a Gerência de Recursos Humanos prestou os seguintes esclarecimentos:

“Quanto ao processo seletivo 28/2014, informamos que os lançamentos foram corrigidos, no entanto, não houve prejuízo aos demais candidatos considerando que a inversão na ordem de classificação ocorreu entre os contratados.”

A Gerência de Recursos Humanos acrescentou que os documentos relativos ao novo resultado do processo seletivo serão incluídos ao final do referido processo seletivo. Além

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disso, comprovou a publicação de errata do resultado final da seleção no sítio eletrônico da UJ em 31/03/2015.

e) Ausência de registro da realização de entrevista com o responsável pelo menor, prevista

na 6ª etapa do processo seletivo n.º 28/2014

Por meio do Memorando Interno s/n.º, de 31/03/2015, a Gerência de Recursos Humanos prestou os seguintes esclarecimentos:

“A entrevista realizada com os responsáveis tem a finalidade de confrontar as informações prestadas pelo menor na avaliação individual, que é a única pontuada, por isso não realizamos o registro da entrevista, apesar de ter sido feita. No entanto, passaremos a realizar o devido registro nos próximos processos seletivos de Praticantes.”

f) Inclusão de etapa não prevista nos processos seletivos n.º 63/2013 e 29/2014

Por meio do Memorando Interno s/n.º, de 09/07/2015, a Gerência de Recursos Humanos prestou os seguintes esclarecimentos relacionados ao processo seletivo 63/2013:

“A decisão de aplicar nova prova de conhecimentos técnicos aos candidatos que não foram habilitados nesta etapa da seleção teve como finalidade oferecer nova oportunidade aos candidatos, considerando que não houve nenhum habilitado, visando inclusive a economicidade do processo. Desta forma, foi mantida a igualdade de procedimentos, e entramos em contato por telefone com todos os candidatos, inclusive os que não compareceram, a fim de informar a ocorrência de nova prova.

Por meio do Memorando Interno s/n.º, de 31/03/2015, a Gerência de Recursos Humanos apresentou justificativa semelhante para a aplicação de nova prova no âmbito do processo seletivo 29/2014, conforme segue:

“A decisão de aplicar nova prova de conhecimentos técnicos aos candidatos que não foram habilitados nesta etapa da seleção teve como finalidade oferecer nova oportunidade aos candidatos, considerando que não houve nenhum habilitado. Desta forma, foi mantida a igualdade de procedimentos, e entramos em contato por telefone com todos os candidatos, inclusive os que não compareceram, a fim de informar a ocorrência de nova prova. Ressaltamos que a data divulgada para a nova prova foi dia 29.8.2014.”

g) Pontuação da avaliação psicológica nos processos seletivos n.º 01/2014, 24/2014 e

28/2014, sem previsão nos comunicados de abertura dos processos seletivos

Por meio dos Memorandos Internos s/n.º, de 30/03/2015 e 31/03/2015, a Gerência de Recursos Humanos prestou os seguintes esclarecimentos:

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“Tendo em vista que a Avaliação Psicológica, em cumprimento ao artigo 9.º do Código de Ética Profissional do Psicólogo, deve ser mantida em sigilo sobre os resultados, a publicação informada no Comunicado, fica restrita a somente essas informações “Adequado” ou “Não adequado”. Contudo quando recebemos o laudo do candidato temos três tipos de resultados: “Adequado”, “Adequado com restrições” ou “Não adequado”, então na análise do resultado dessa etapa, que fica restrita a Recursos Humanos, usamos a seguinte pontuação: “Adequado” = 10 (por essa ser a nota máxima em qualquer etapa), “Adequado com restrições” = 7 (por ser a nota mínima em cada etapa para classificação) ou “Não adequado” = 0 (pois será eliminado). A pontuação é dada para que possamos diferenciar o candidato “Totalmente Adequado” para o exercício do cargo do que está “Adequado com restrições”, sendo considerado o desempenho de cada candidato.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

a) Aproveitamento do cadastro de reserva do processo seletivo n.º 01/2014 sem

obediência à ordem classificatória

O comunicado de abertura do processo seletivo n.º 01/2014 informa a existência de uma vaga para o cargo de Assistente Técnico III – Assistente Administrativo/Secretariado. Em seu item 8, contempla a possibilidade de aproveitamento dos candidatos classificados, nos seguintes termos:

“8.1. Os candidatos aprovados no Processo Seletivo poderão ser convocados para admissão no prazo de 1 (um) ano, podendo ser prorrogado, a critério do Senac, por no máximo igual período contados a partir da data de divulgação do resultado do processo seletivo e ordem de classificação, obedecendo o número de vagas disponíveis neste Comunicado.”

Desta forma, a rigor, nem poderia haver aproveitamento de candidatos, uma vez que o candidato que obteve a 1ª colocação foi contratado para a vaga disponível. Além disso, destacamos que as contratações posteriores à primeira não obedeceram a ordem classificatória, tendo sido preteridas a 3ª e 5ª colocadas. A Gerência de Recursos Humanos informou que a 3ª classificada foi mantida no cadastro reserva, mas não foi indicada para avaliação com a Gerência de Contabilidade por ter sido não habilitada na avaliação comportamental feita pela área de Recursos Humanos quando do aproveitamento. Acrescentou que a 5.ª classificada não foi recomendada para a manutenção no cadastro reserva, conforme avaliação individual comportamental da área de Recursos Humanos. O gestor alegou que, após a contratação do 1º colocado, surgiram três vagas para o mesmo cargo, porém em outros setores da instituição. Em razão disso, foram inseridos outros procedimentos na seleção, ou seja, foram realizadas outras entrevistas técnicas e comportamentais e foram avaliados outros requisitos. Contudo, tal procedimento não se mostra adequado, considerando que se trata do mesmo processo seletivo e mesma descrição de perfil profissional. Ressaltamos que as candidatas classificadas em 3ª e 5ª lugares já haviam sido consideradas “habilitadas” para o exercício do cargo de Assistente Técnico III – Assistente Administrativo/Secretariado, inclusive tendo sido submetidas à avaliação comportamental no âmbito do processo seletivo. Desta forma, não se avalia razoável que

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posteriormente sejam consideradas “não habilitadas” ou “não mantidas no cadastro de reserva” em razão de nova avaliação comportamental para o mesmo perfil de cargo.

b) Tratamento diferenciado aos candidatos na etapa de avaliação individual dos processos

seletivos 63/2013 e 01/2014

Com relação ao processo seletivo 63/2013, destacamos que quatro candidatas participaram da etapa de avaliação individual, sendo que duas candidatas foram submetidas a duas entrevistas, enquanto outras duas foram submetidas a três entrevistas. Como justificativa, o gestor alegou que apenas a candidata que obteve pontuação mínima para aprovação foi encaminhada para a terceira entrevista, realizada pelo gestor imediato. Ocorre que tal alegação não procede, uma vez que apenas uma candidata foi habilitada nesta etapa, porém duas foram submetidas à terceira entrevista. Desta forma, reiteramos a dispensa de tratamento diferenciado aos candidatos do processo. Com relação ao processo seletivo 01/2014, de acordo com a manifestação do gestor, o surgimento de novas vagas levou à inclusão de procedimentos na seleção, por meio de novas entrevistas técnicas e comportamentais, que avaliaram outros requisitos. Contudo, foi aproveitado o processo seletivo já existente, que apresenta mesmo cargo e mesma descrição de perfil, de forma que a aplicação de procedimentos ou critérios diferenciados entre participantes do mesmo processo não está adequada às normas do edital e aos princípios da isonomia e impessoalidade.

c) Inversão das etapas do processo seletivo n.º 01/2014

Ainda a respeito do processo seletivo n.º 01/2014, também não possui respaldo no edital a mudança na sequencia das etapas do processo seletivo em razão de compromissos do gestor da área requisitante. A negociação da agenda e a definição do cronograma devem preceder a divulgação do processo seletivo.

d) Erros na apuração do resultado final do processo seletivo n.º 28/2014

As impropriedades verificadas no processo seletivo n.º 28/2014, visando à contratação de menores carentes para o cargo de Praticante, referem-se a erros na apuração do resultado final e ausência de registro da realização de entrevista com o responsável pelo menor. O gestor reconheceu as falhas, sendo a primeira corrigida conforme publicação de errata do resultado final. Quanto à segunda, o gestor informou que as entrevistas foram realizadas, porém não registradas, acrescentando que passará a realizar o devido registro nos próximos processos seletivos. Ainda sobre os erros na apuração do resultado final, o gestor informou que não houve prejuízo aos demais candidatos uma vez que a inversão na ordem de classificação ocorreu entre os contratados. A esse respeito, destacamos que os erros na pontuação revelam deficiências nos controles internos na fase de apuração do resultado final, fragilizando a segurança do processo seletivo. Esta equipe de auditoria só conferiu as fichas de avaliação dos candidatos aprovados, no total de seis, sendo que se mostraram erros na ficha de três candidatos.

e) Ausência de registro da realização de entrevista com o responsável pelo menor, prevista

na 6ª etapa do processo seletivo n.º 28/2014

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O gestor admitiu a falha e informou que passará a efetuar o registro da realização da entrevista. Consideramos que tal registro otimiza a transparência do processo seletivo.

f) Inclusão de etapa não prevista nos processos seletivos n.º 63/2013 e 29/2014

A decisão do gestor de aplicar nova prova aos candidatos que não atingiram a pontuação mínima e, por isso, foram considerados inabilitados para os cargos referentes aos processos seletivos n.º 63/2013 e 29/2014 não está amparada nas cláusulas editalícias. A Gerência de Recursos Humanos informou que a motivação foi oferecer nova oportunidade aos candidatos já que não houve nenhum habilitado na primeira prova, bem como economia de recursos. Assim, considerou que foi mantida a igualdade de procedimentos uma vez que entrou em contato com todos os candidatos, inclusive com os que não compareceram à primeira prova. Contudo, o instrumento convocatório não prevê qualquer possibilidade de concessão de nova oportunidade de habilitação aos candidatos. A única situação de excepcionalidade está prevista no item 6.1.2, nos seguintes termos:

“Na hipótese excepcional de haver um número de candidatos igual ou inferior a 5 (cinco), por vaga, aprovados na etapa de Prova de Conhecimentos Técnicos, poderá a critério do Senac – Administração Nacional, ser procedida a redução da pontuação mínima de 7 (sete) para 6 (seis), a fim de ampliar a concorrência.”

Nesse sentido, a regra da seleção prevê, excepcionalmente, a possibilidade de diminuir a nota mínima aceitável para seis, mas não prevê a possibilidade de descartar a nota e realizar nova prova, uma vez que os candidatos que não atingiram a nota mínima não atenderiam o perfil do cargo. O processo seletivo deve prover igualdade de tratamento aos participantes e segurança quanto à adequação do profissional selecionado às exigências do cargo. A concessão de nova oportunidade aos candidatos não habilitados em uma etapa, mas não em outras, fere a igualdade de tratamento aos participantes. Por outro lado, a concessão de nova oportunidade aos candidatos que foram considerados não adequados em uma das etapas aponta o risco de admissão de empregados sem aderência ao perfil do cargo.

g) Pontuação da avaliação psicológica nos processos seletivos n.º 01/2014, 24/2014 e

28/2014, sem previsão nos comunicados de abertura dos processos seletivos

Destacamos que os instrumentos convocatórios das seleções de pessoal incluem a etapa de avaliação psicológica, de caráter exclusivamente eliminatório, ao final da qual os candidatos seriam considerados adequados ou não adequados, sem possibilidade de qualquer espécie de gradação ou pontuação. Não obstante, houve atribuição de pontuação nesta fase, concedendo-lhe caráter classificatório não previsto nas regras da seleção. A classificação dos candidatos em “adequado”, “adequado com restrições” ou “não adequado” não guarda conformidade com as regras anunciadas nos comunicados de abertura dos processos seletivos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Inserir uma etapa de conferência e validação da apuração do resultado final dos processos seletivos para atestar a aderência dos procedimentos ao instrumento convocatório, de forma a aprimorar os controles internos atinentes. Recomendação 2: No caso de inexistência de candidatos habilitados em qualquer fase do processo seletivo, promover a realização de novo processo seletivo, com divulgação de novo instrumento convocatório e demais etapas. Recomendação 3: No caso de aproveitamento do cadastro de reserva, ater-se às regras da seleção constantes no comunicado de abertura do processo seletivo, deixando de aproveitar o cadastro de reserva no caso de as novas vagas demandarem perfil profissional distinto. 1.1.2 Gestão de Pessoas

1.1.2.1 INFORMAÇÃO

Avaliação de acumulação funcional Fato

Por meio da Solicitação de Auditoria 201503165/01, solicitamos apresentar os procedimentos adotados pelo SENAC/DN para identificar e tratar as acumulações ilegais de cargo, bem como apresentar os casos que eventualmente tenham sido identificados e/ou tratados no exercício de 2014. Em resposta, a Gerência de Recursos Humanos informou o seguinte, por meio de memorando interno s/ nº, de 16/03/2015:

“Não há acumulações ilegais de cargo. Nas contratações de pessoal, verificamos por meio da CTPS se há baixa da empresa anterior, em caso negativo, analisamos a compatibilidade de carga horária. Além disso, temos o controle de ponto eletrônico para verificar o cumprimento do horário de trabalho do empregado. Quando o candidato é empregado público ou autárquico, ainda é exigida a apresentação de autorização do titular do respectivo ministério, ou autoridade correspondente, em atendimento ao artigo 61 do Regulamento de Pessoal da Administração Nacional do Senac.”

O Regulamento de Pessoal do SENAC/DN estabelece, no art. 9º, os requisitos para admissão de empregados, sendo que o inciso VII exige a apresentação de declaração do candidato, por escrito, se ocupa ou não cargo, função ou emprego público.

O art. 61 do regulamento condiciona a admissão de empregado público ou autárquico no SENAC/DN à prévia autorização do titular do respectivo Ministério ou autoridade correspondente.

A respeito da acumulação de empregos na iniciativa privada, a Gerência de Recursos Humanos informou que o procedimento adotado é a verificação da carteira de trabalho no ato da contratação de pessoal. No caso de duplo vínculo, é analisada a compatibilidade de horário. Por outro lado, a UJ realiza o controle eletrônico de frequência.

Com base nos exames realizados, não foram identificadas situações de acúmulo de empregos, cargos e/ou funções com incompatibilidade da carga horária, nem de empregados da UJ beneficiários de aposentadoria por invalidez ou com registro de óbito em sistema governamental.

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##/Fato##

1.2 REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS

1.2.1 CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS

1.2.1.1 INFORMAÇÃO

Análise da Folha de Pagamento Fato

Por meio da Solicitação de Auditoria 201503165/03, solicitamos apresentar o relatório gerencial da Folha de Pagamentos do SENAC/DN, por rubrica, referente a dezembro de 2014; a tabela salarial dos cargos componentes dos Planos de Cargos e Salários do SENAC/DN, inclusive dos cargos em comissão e funções gratificadas; bem como a última pesquisa salarial realizada pelo SENAC/DN a fim de verificar a posição da UJ perante o mercado de trabalho.

Os planos de cargos e salários do SENAC/DN foram aprovados pela Presidência do Conselho Nacional, por meio de resoluções, que trataram, também, da administração salarial. Dentre as reponsabilidades previstas está a condução ou participação de pesquisa salarial periódica com vistas a verificar a posição do SENAC/DN perante o mercado de trabalho.

No entanto, verificamos que esta prática não está sistematizada na entidade, tendo em vista que, em resposta à Solicitação de Auditoria, foram apresentadas apenas duas pesquisas salariais parciais: uma referente aos cargos de gastronomia, realizada em agosto de 2010, em Brasília, e a outra referente a profissionais de Tecnologia da Informação, realizada em maio de 2013.

Ainda a respeito da administração salarial, verificamos que as resoluções que aprovaram os planos de cargos e salários permitem pagamentos em valores superiores aos valores definidos para a última faixa salarial de cada cargo. Desta forma, verifica-se que, apesar de a tabela de cargos definir valores salariais em seis faixas, as resoluções permitem aumentos salariais após atingido o salário final do cargo, na mesma proporção dos aumentos correspondentes às mudanças de faixa salarial, de forma que a limitação de seis faixas salariais não é efetiva.

Segue o disposto nos planos de cargos e salários, aprovados pelas Resoluções SENAC 899/2009 e 948/2012, a respeito das normas e procedimentos de administração salarial (item 9.1.1.1):

“h) Uma vez atingido o salário final do cargo do empregado, poderá ele ser aumentado, bienalmente, no percentual de 6% (seis por cento), a juízo da Administração Superior, desde que preenchidos os requisitos exigidos pelo PAD [Processo de Administração de Desempenho].”

Considerando que as faixas salariais foram definidas no Plano, representados pelas letras ‘A’ a ‘F’, e representam valores salariais de cada cargo, com intervalos de 6% entre si, solicitamos ao SENAC/DN apresentar motivação para a previsão de aumento de salário

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no percentual de 6% após o atingimento do salário final do cargo, uma vez que demonstra a ausência de teto salarial e a possibilidade de pagamento de salários em valores acima da última faixa da tabela. Em resposta, a Gerência de Recursos Humanos apresentou o seguinte posicionamento, por meio de memorando interno s/ nº de 20/03/2015:

“A motivação é ter uma política salarial eficaz que cria instrumentos que contribuam para a atração, fixação, reconhecimento, manutenção e fidelização dos empregados, de forma a estimular e valorizar o conhecimento, a competência e o desempenho da força de trabalho. A adoção da continuação da progressão por mérito quando atinge o salário final do cargo é uma prática no mercado, que tem os critérios geralmente baseados no desempenho do empregado e, a partir da avaliação de desempenho, concede aumentos salariais individuais para reconhecimento do valor agregado por uma pessoa, que pode ser produtiva naquele cargo que atua, não havendo pretensão de ascensão funcional. Acrescentamos, ainda, que a promoção por mérito no Senac está diretamente relacionada ao desenvolvimento das potencialidades e crescimento do nível de qualificação identificado no empregado, implícito ao exercício de suas atividades, mediante resultado da avaliação de desempenho individual.”

Com relação aos cargos de confiança, verificamos que as tabelas de cargos em comissão e de funções gratificadas apresentam a mesma especificação de cargos e funções, porém, com salários diferentes, não esclarecendo como se define a remuneração do cargo comissionado e/ou função gratificada nesses casos.

Em resposta à solicitação de auditoria, a Gerência de Recursos Humanos esclareceu que o empregado designado para exercer cargo em comissão pode optar pelo regime de gratificação de função, ou seja, pode optar por manter o salário do cargo efetivo acrescido da função gratificada ou abrir mão do salário do cargo efetivo para receber o salário do cargo em comissão.

No que tange à existência de Programa de Remuneração Variável, em resposta à Solicitação de Auditoria n.º 201503165/03, o Memorando Interno s/nº da Gerência de Recursos Humanos, de 20/03/2015, informou que o SENAC/DN não dispõe de Programa de Remuneração Variável e apresentou informações sobre o Programa de Previdência Privada Complementar vigente em 2014.

Constatamos que, no exercício de 2014, o SENAC/DN aportou recursos ao Plano de Previdência Complementar em valores superiores ao segurado, contrariando o art. 202, § 3º da Constituição Federal, conforme registrado no item 1.3.1.1 deste relatório.

##/Fato##

1.3 SEGURIDADE SOCIAL

1.3.1 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

1.3.1.1 CONSTATAÇÃO

Aporte de recursos ao Plano de Previdência Complementar em valores superiores ao segurado, contrariando dispositivo constitucional Fato

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O SENAC/DN oferece aos seus empregados o Plano de Complementação de Aposentadoria, custeado pela empresa e pelo participante, administrado pela BrasilPrev Seguros e Previdência S.A., com o objetivo de complementar o valor recebido da previdência oficial.

O programa apresenta as condições para participação, os índices de atualização monetária, as condições de elegibilidade e de recebimento dos benefícios, dentre outras informações.

O gestor informou que 591 empregados participavam do plano em 31/12/2014. Verificamos que a adesão ao plano é oferecida a todos os empregados com idade entre 18 e 55 anos. Os benefícios oferecidos são os seguintes: aposentadoria, que pode ser paga sob a forma de renda mensal ou de uma só vez; pensão ao cônjuge ou companheiro(a) e/ou filhos menores ou inválidos; e pecúlio por morte do participante. O plano apresenta condições de elegibilidade referentes a cada benefício.

O programa informa que o custo dos benefícios é dividido entre o SENAC/DN e o participante, mas não esclarece em que proporção. Acrescenta que o custeio do participante está limitado a até 10% do seu salário referência, ao passo que o custeio do SENAC está limitado a 6,5% da folha total de salários.

O participante pode, também, fazer contribuições suplementares com a finalidade de melhorar os benefícios oferecidos de complementação de aposentadoria.

A contribuição dos empregados ao Plano de Previdência Complementar é realizada por meio de descontos mensais na folha de pagamento.

Por meio da Solicitação de Auditoria n.º 201503165/09, solicitamos à UJ informar a proporção da participação do SENAC/DN e dos empregados no custeio do Plano de Previdência Privada Complementar, e, ainda, informar os valores mensais pagos pelo SENAC/DN no exercício de 2014 e os valores mensais descontados dos empregados no mesmo período. Em reposta, o Memorando Interno s/nº, de 25/03/2015, informou o que segue:

No Plano de Previdência Privada Complementar CSS-PREV, os empregados possuem a participação de 50% (cinquenta por cento) das contribuições relativas ao benefício e a Instituidora pelos 50% (cinquenta por cento) restantes do custeio. O valor das contribuições mensais realizadas pelos empregados possuem o limitador de 10% (dez por cento) do salário de referência do participante, cabendo à Instituidora a responsabilidade pelo pagamento da diferença entre o valor da contribuição devido e o valor estipulado pelo limitador.

Com relação aos valores mensais, reproduzimos no quadro a seguir as informações apresentadas pela Gerência de Recursos Humanos.

Quadro 12: Custeio do Plano de Previdência Complementar em 2014

Mês Valores mensais pagos pelo SENAC/DN

Valores descontados dos empregados

Proporção SENAC/ Empregados

Janeiro/2014 105.189,10 68.459,22 1,54 Fevereiro/2014 105.844,37 71.450,24 1,48 Março/2014 107.598,82 67.444,59 1,60

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Abril/2014 107.677,19 67.690,92 1,59 Maio/2014 109.208,63 68.708,39 1,59 Junho/2014 109.388,26 68.816,93 1,59 Julho/2014 108.101,62 67.430,57 1,60 Agosto/2014 108.345,65 67.457,33 1,61 Setembro/2014 101.205,82 66.106,19 1,53 Outubro/2014 79.857,56 55.075,62 1,45 Novembro/2014 76.077,07 51.461,00 1,48 Dezembro/2014 68.791,39 59.106,38 1,16 Dezembro - 13˚ contribuição

61.511,10 50.208,98 1,23

Total em 2014 1.248.796,58 829.416,36 Fonte: Anexo ao Memorando interno s/ nº da Gerência de Recursos Humanos de 25/03/2015.

Em 2014, a ausência de paridade ocasionou aportes da entidade no montante de R$ 419.380,22 a mais que os valores autorizados.

Constamos, portanto, que no exercício de 2014 o SENAC/DN aportou mensalmente recursos ao Plano de Previdência Complementar em valores superiores ao segurado, contrariando o art. 202, § 3º da Constituição Federal.

##/Fato##

Causa

Entendimento da UJ a respeito da não aplicabilidade da regra de paridade prevista no art. 202, § 3º da Constituição Federal.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio da Solicitação de Auditoria n.º 201503165/10, solicitamos justificar o aporte de recursos ao Plano de Previdência Complementar em valor superior ao segurado, contrariando o art. 202, § 3º da Constituição Federal.

Em resposta, a Gerência de Recursos Humanos apresentou a seguinte manifestação, por meio de Memorando Interno s/n.º, de 26/03/2015:

“Segundo as regras estabelecidas para o Plano de Previdência Privada Complementar CSS-PREV, os empregados possuem a participação de 50% (cinquenta por cento) das contribuições relativas ao benefício e a Instituidora pelos 50% (cinquenta por cento) restantes do custeio. O valor das contribuições mensais realizadas pelos empregados possui o limitador de 10% (dez por cento) do salário de referência do participante, cabendo à Instituidora a responsabilidade pelo pagamento da diferença entre o valor da contribuição devido e o valor estipulado pelo limitador, explicando assim a que se refere o valor superior da contribuição do Senac-DN.

Quanto à citada contrariedade do art. 202, § 3.º da Constituição Federal, informamos:

O § 3.º do art. 202 da Constituição Federal, com a redação que lhe foi conferida pela Emenda Constitucional n.º 20/98, estabeleceu o critério da paridade entre as contribuições de patrocinador - quando este for integrante da Administração Pública - e participantes de plano de previdência complementar. Segue o texto constitucional:

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Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (...) § 3.º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.

A simples leitura do texto constitucional deixa claro que os destinatários da norma são os entes federados e os integrantes da Administração Pública. Ou seja, o § 3.º acima mencionado dirige-se, expressamente, à União, Estados, Distrito Federal, Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas. De todo modo, acrescentamos que a diferença apresentada, deve ser equalizada quando da próxima avaliação do plano, passando empregados e empresa a ter as contribuições mensais iguais.”

Após recebimento da versão preliminar deste Relatório, o gestor apresentou suas manifestações finais, datadas de 31/08/2015, que passamos a reproduzir:

"Quanto à contrariedade ao dispositivo constitucional, reiteramos nossa manifestação de que não somos integrantes da Administração Pública e apresentamos as seguintes argumentações:

A Lei Complementar 108/2001 ao regulamentar o parágrafo 3.º, do art. 202, da CF, limitou no seu art. 1.º o alcance a ser dado à expressão “outras entidades públicas” a às empresas

controladas direta ou indiretamente.

Art. 1o - A relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas

controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadores de entidades fechadas de previdência complementar (...) a que se referem os §§ 3.o, 4.o, 5.o e 6.o do art. 202 da CF, será disciplinada pelo disposto nesta Lei Complementar.

Desse modo, considerando o art. 240 da CF, os Serviços Sociais Autônomos – SSA são controladas pelo sistema sindical, no caso do Senac com vinculação à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC, então não pode ser considerado como outras entidades públicas.

Reforça esse entendimento a própria posição do TCU, contida na decisão plenária 907/97, na qual o tribunal decidiu que a Lei 8.666/93 não se aplicava aos SSA, justamente pelo fato dessas entidades não se enquadrarem no conceito de “demais entidades controladas direta ou

indiretamente.”

Art. 1.º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas

direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

A visão do Supremo Tribunal Federal – STF sobre os Serviços Sociais Autônomos - SSA tem mostrado que, mesmo recebendo recursos públicos, não se equipara a entidades públicas:

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� As normas públicas, advindas do art. 37 da CF, não podem ser exigidas dos serviços sociais autônomos, com destaque especial, mas não exclusivo, às contratações de empregados e de bens e serviços. (ADI 1864, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 02/05/2008, vide também MS 33.442/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes - DJe 12/03/2015)

� Mesmo que se tenha a contribuição compulsória como receita pública, no momento em que ela ingressa nos cofres do Sesi e do Senai passa a ser de natureza privada. (ACO 1.382-4, Rel. Min. Eros Grau, decisão de 26/8/2009 - DJe de 02/09/2009)

� O produto das contribuições quando ingressa nos cofres dos Serviços Sociais Autônomos perde o caráter de recurso público. (AgR na ACO n.º 1953/ES, Rel. Min. Ricardo Lewandowski - DJe de 19/02/2014)

No Recurso Extraordinário 789.874 (DJe 19/11/2014), ainda decidiu:

� Os SSA têm natureza jurídica de direito privado e não integram a administração pública, direta

ou indireta. � Os SSA possuem a prerrogativa de autogerir seus recursos, inclusive no que se refere à

elaboração de seus orçamentos, ao estabelecimento de prioridades e à definição de seus quadros de cargos e salários, segundo orientação política própria.

� O fato de serem subvencionados por recursos públicos não determina a submissão aos princípios gerais da Administração Pública, por não haver previsão em lei e por não decorrer de princípio

constitucional. � Os SSA vinculados ao sistema sindical patronal não podem ser confundidos com a APEX e

ABDI, por exemplo, que não são propriamente autônomas. � Têm sua autonomia limitada pelo controle finalístico exercido pelo TCU da aplicação dos

recursos recebidos.

Ou seja, pelo modelo consagrado pelo STF e pelo art. 240 da CF, os Serviços Sociais Autônomos são:

� Entidades privadas; � Não integram a Administração Pública; � Não subordinadas às normas da Administração Pública; � Titulares de contribuições de natureza tributária; � Gestão privada; � Contribuições vinculadas às finalidades previstas em lei; � Administração superior do sistema sindical patronal; � Prestação de contas finalística ao TCU.

O TCU, a partir da visão do STF, vem revendo sua posição, conforme podemos ver abaixo:

� Ao Sistema S Sindical não se aplica o art. 37 da CF, pois de Administração Pública não se trata (Ac 3554/2014-TCU-Plenário).

� Os SSA não integram o Poder Público e, portanto, a eles não se aplica o disposto no § 3.º do art. 195 da CF (TC 015.406/2009-6 – Subprocuradora-Geral Cristina Machado, 16/03/2015).

� A partir da decisão do STF, cabe ao TCU exercer um controle essencialmente finalístico sobre os resultados do SSA, ao invés de um controle de rigidez regulamentar (TC 004.531/2004-5 – Subprocurador-Geral Lucas Furtado, 08/05/2015).

A suposta subordinação à Lei Complementar 108/2001 decorre de uma interpretação jurídica do órgão de controle, que contraria o Acordão 5.706/2013 - TCU - 1ª. Câmara:

“Sem o embasamento jurídico construído a partir das decisões deste Tribunal, não se

poderia inferir diretamente da expressão aberta "outras entidades públicas“, que as regras ali estabelecidas abarcam as unidades integrantes do Sistema S, reconhecidamente de natureza privada.”

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Diante do exposto, o Senac-DN não pode ser considerado como “outras entidades públicas”, eis que é:

� Privado; � não controlado direta ou indiretamente pela União; � controlado pelo sistema sindical.

Portanto, os SSA não se enquadram na tipicidade do § 3.º, do art. 202, da CF e não são destinatários da Lei Complementar 108/2001, mas da Lei Complementar 109/2001.

O Senac-DN possui liberdade de gestão para estabelecer sua previdência complementar, com juízo próprio de conveniência e de oportunidade do gestor, o que lhe permite ponderar a razoabilidade, a eficiência e a economicidade na escolha da modelagem do plano de previdência complementar.

O enquadramento do Senac na Lei Complementar 109/2001 não retira a competência do TCU, com apoio da CGU, para o exercício do controle externo, que deve considerar os parâmetros do mercado, como já aplicado no Acórdão 2.788/2006 - TCU – 1.ª Câmara:

“Os SSA não estão sujeitos ao teto remuneratório, eis que não explicitamente mencionados pela CF para esse fim. O mercado é o parâmetro de referência. Excessos poderão ser questionados pelo Tribunal.”

Não obstante nosso posicionamento, conforme informado no Memorando Interno de 26/03/2015, as contribuições foram equalizadas por ocasião da avaliação atuarial do plano realizada em julho/2015. Em agosto de 2015, a contribuição da empresa importou em R$ 77.535,46 e a contribuição dos empregados totalizou R$ 83.040,55."

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Verifica-se que a UJ entende não ser destinatária da regra constitucional de paridade de contribuição do plano de previdência complementar. Contudo, na condição de gestora de recursos públicos, equipara-se a entidades públicas para fins de atendimento à regra de paridade contributiva estabelecida no art. 202, § 3º da Constituição Federal. Da mesma forma, está submetida aos preceitos da Lei Complementar n.º 108/2001.

A Lei Complementar n.º 108/2001 limitou a contribuição normal do patrocinador para plano de benefícios em valor que não exceda a contribuição do participante. É inquestionável que os entes do Sistema S, como entidades jurídicas de direito privado, geridas com recursos públicos, por analogia, estão sob a égide da referida lei e, portanto, obrigados a adequar as suas contribuições às entidades de previdência privada aos limites de paridade fixados em lei, ou seja, um por um. Além das contribuições normais, os planos poderão prever o aporte de recursos pelos participantes, a título de contribuição facultativa, sem contrapartida do patrocinador.

Destacamos que os valores aportados pelo SENAC/DN que superam a relação paritária alcançaram o montante de R$ 419.380,22 (quatrocentos e dezenove mil, trezentos e oitenta reais e vinte e dois centavos) no exercício de 2014.

Verificamos que o Tribunal de Contas da União já determinou a diversas entidades do Sistema a aplicação da regra constitucional da paridade no que se refere às contribuições ao plano de previdência complementar, conforme se observa, exemplificativamente, nos

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Acórdãos 8804/2012 2ª Câmara, 5162/2011 2ª Câmara, 4008/2009 1ª Câmara e 2125/2007 Plenário.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Considerar a aplicabilidade da regra constitucional prevista no art. 202, § 3º ao SENAC/DN, na condição de gestor de recursos públicos. 2 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

2.1 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

2.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

2.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Contratação de serviços técnicos especializados de consultoria com falhas na definição do objeto, na forma de remuneração e na prestação de contas Fato

Trata-se da análise do contrato n.º 64/2014, objetivando a prestação de serviço de consultoria educacional pela empresa Peabiru Consultoria Educacional (CNPJ 05.384.247/0001-72), no valor anual de R$ 152.400,00.

Constatamos que o objeto do contrato não foi adequadamente definido, estabelecendo como objeto diversas atividades, muitas delas genéricas, algumas próprias da competência institucional, previstas no regulamento e regimento interno do Senac/DN e que deveriam ser desenvolvidas pelo próprio corpo funcional da entidade.

Outro ponto constatado refere-se à natureza e aos objetivos dos serviços de consultoria. O serviço de consultoria é caracterizado pelo desenvolvimento de produtos específicos, definição das etapas da execução (subprodutos) e com prazos também definidos para execução de cada etapa e do produto final. Já o pagamento pela consultoria prestada deve ser realizado por produto contratado. Para isso, é necessário que o objeto contenha detalhes suficientes que propiciem ao contratante a adequada verificação e avaliação do desenvolvimento do produto até sua conclusão, bem como, do preço cobrado pelo prestador.

Entretanto, no contrato com a Peabiru Consultoria Educacional, como exposto anteriormente, o objeto é genérico, sem o detalhamento suficiente do produto esperado. Além disso, a remuneração é fixa e mensal, independente do que for produzido. Esses fatos descaracterizam o serviço de consultoria. Cabe ressaltar que, o contrato com o professor e sócio da empresa (CPF ***.582.948-**) foi firmado pela primeira vez em 2002, e, desde então, vem sendo prorrogado e/ou recontratado de forma contínua por inexigibilidade, com valores mensais fixos e reajustes anuais, demonstrando que, na realidade, o objeto do contrato é, em grande parte, uma terceirização da atividade fim do SENAC/DN.

Por fim, destacamos, ainda, impropriedades verificadas nos relatórios mensais apresentados pelo contratado, onde são descritos os serviços de consultoria realizados naquele mês:

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- Nos relatórios de atividades apresentados, referentes aos meses de setembro a dezembro de 2014 (amostra selecionada), constam atividades como a participação em reuniões ordinárias do Conselho Nacional de Educação (CNE) em Brasília. Considerando que o contratado é membro do referido Conselho e participa dessas reuniões por ser atribuição sua como conselheiro do CNE, recebendo jetons, concluímos que o Senac/DN está pagando por um serviço que não é prestado para a entidade, mas para o Conselho Nacional de Educação.

- Com exceção de algumas atividades descritas em que constam as datas de realização de eventos em que o contratado participou, as atividades realizadas foram sempre as mesmas. Cabe ressaltar que todos os relatórios fazem referência ao mês de maio de 2014, e contêm sempre os mesmos sete tópicos, demonstrando que os relatórios são elaborados de forma mecânica e padronizada, sendo reproduzidas, mês a mês, as mesmas atividades, de forma genérica, sem informar detalhes essenciais como, por exemplo, os resultados alcançados, os documentos produzidos, a carga horária utilizada, etc. ##/Fato##

Causa

Descrição genérica do objeto do contrato; definição inadequada da forma de remuneração dos serviços prestados; falhas na prestação de contas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA 201503165/28, por meio de mensagem eletrônica enviada em 07/05, a Diretoria de Educação Profissional apresentou as seguintes manifestações:

Sobre a singularidade do objeto:

“A notória especialidade do contratado, efetivamente, não gera dúvidas, pois o Consultor da Peabiru Educacional é hoje um dos maiores especialistas nacionais na área da Educação Profissional e Tecnológica, reconhecido no Brasil e no exterior. É exatamente neste ponto que está situada a singularidade do objeto, pois esta é definida pelo conjunto da obra. Embora pareça que o contrato estabelece atividades que seriam genéricas e inseridas no âmbito da própria competência institucional que poderiam ser desenvolvidas pelo próprio corpo funcional da Entidade, tais atividades não incluem a rotina do dia a dia da vida institucional que é voltada para disseminação de processos internos para promover o aperfeiçoamento do Senac em todo o país. O Consultor, sempre que necessário, está pronto a apoiar a Instituição na resolução de desafios inesperados e inusitados à luz de seus conhecimentos acumulados e de sua experiência de mais de quarenta anos na área educacional, na gestão de Sistemas, participando de Conselhos de Educação nos níveis de Município, de Estado e da União, e especialmente em relação à Educação Profissional, onde tem atuação em níveis técnicos e gerenciais. Para dar conta desse rol de atividades diversificadas, porém especializadas, constantes do contrato firmado pelo SENAC com a Peabiru Educacional, só mesmo contando com uma pessoa com esse perfil de competência profissional, que demonstre condições de garantir respostas rápidas com o grau de excelência exigido, cuja dedicação ao trabalho transmita segurança aos dirigentes na tomada de decisões na área técnica da Educação Profissional.”

Sobre o objeto ser genérico, sem o detalhamento suficiente do produto esperado, a remuneração ser fixa e mensal, independente do que for produzido, a prestação de

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serviços ser contínua desde 2002 com características de terceirização de atividade fim da entidade:

“Conforme detalhamento da cláusula 1 do contrato, alíneas de “a” a “r”, o objeto é específico não cabendo pagamento por cada ação descrita, devido ao tipo de serviço prestado, que não prevê rotina e agenda fixa e é, por sua natureza, decorrente de demandas específicas e/ou inesperadas.

Em relação aos serviços prestados pelo consultor, de acordo com o contrato firmado entre a Peabiru Educacional e o SENAC, entende-se que não representam terceirização da atividade fim do SENAC, mas sim uma garantia de segurança técnica, especialmente, daquelas relacionadas a mudanças legislativas e normativas da Educação Profissional. As atividades da consultoria respaldam a tomada de decisão da Instituição para a execução dessa atividade fim, configurando, dessa forma, um forte apoio à atividade fim, uma vez que o consultor é detentor de alta expertise no assunto.”

Sobre a atividade do consultor como conselheiro do CNE ser apresentada como serviço de consultoria prestado ao SENAC/DN nos relatórios de atividades:

“O núcleo central dos relatórios apresentados mensalmente pelo Consultor da Peabiru Educacional, juntamente com as correspondentes notas fiscais emitidas pela contratada, registra as atividades desenvolvidas em termos de articulação com órgãos governamentais nas diversas instâncias da Federação, com reflexos diretos nas ações educativas da Instituição, ou de continuidade de estudos em relação a propostas de atos normativos da ação institucional, ou de assessoria aos dirigentes e técnicos da área de Educação Profissional do Departamento Nacional do SENAC, bem como de seus Departamentos Regionais, ou ainda de participação na redação ou na revisão de documentos técnicos e normativos produzidos pelo Departamento Nacional do SENAC para orientar a ação institucional na oferta de cursos e programas de Educação Profissional e Tecnológica, em toda a estrutura do itinerário formativo das pessoas, dos níveis básicos e técnicos aos níveis superiores de profissionalização e educação permanente. Além desses registros e outros similares, os relatórios em questão ainda registram participação física real do especialista da Peabiru em eventos de interesse do SENAC, bem como em atividades e reuniões promovidas pelo Departamento Nacional da Instituição. É neste contexto que consta, também, sua participação nas reuniões ordinárias do Conselho Nacional de Educação, obviamente, não na condição de conselheiro que é e dos mais atuantes, mas como registro do calendário de sua presença em Brasília, momento em que desenvolve uma série de contatos e articulações de interesse da Instituição.”

Sobre o conteúdo e a forma dos relatórios mensais das atividades desenvolvidas pelo contratado:

“A grande carga de trabalho do consultor da contratada não está centrada na realização de eventos relacionados nas datas constantes da parte final de cada relatório mensal. O trabalho essencial refere-se às respostas rápidas e precisas que são dadas aos desafios técnicos e de ordem legal e normativa que são apresentadas com grande frequência pelos técnicos do SENAC, tanto no âmbito do Departamento Nacional, quanto dos próprios Departamentos Regionais. Esta precisão e presteza nas respostas, além de oferecer segurança aos seus técnicos e administradores, ainda representa importante fator de treinamento e desenvolvimento técnico-profissional dos colaboradores do SENAC. Neste particular, os relatórios mensais podem até merecer a classificação de genéricos e padronizados, porque estão fundamentados em ações que são diversificadas quanto aos resultados, mas que se repetem no varejo da ação diária da instituição. Elas estão voltadas quase sempre para as ações de orientação, assessoria, redação, correção, participação, treinamento, revisão, acompanhamento etc. Neste contexto, como

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diversos tópicos são repetidos em diferentes relatórios, por se tratar de atividades que foram repetidas, por conta da natureza dos serviços prestados, até é possível aparecer deslizes de distração, os quais não comprometem nem a essência do trabalho realizado, nem sua qualidade e real utilidade no âmbito do desenvolvimento técnico da Instituição.

Como exemplos dessas atividades de caráter mais perene podem ser elencados as seguintes:

a) Articulação com SETEC/MEC e debates sobre as alterações introduzidas na Lei nº 12.513/2001, em especial no seu Artigo 20, pela Lei nº 12.816/2013 de conversão das Medidas Provisórias nº 593/2012 e nº 606/2013, especialmente quanto aos seus reflexos nas ações educativas do SENAC e do SESC;

b) Assessoria aos dirigentes da área de Educação Profissional do DN, tanto na redação de propostas de Resolução para os Conselhos Nacionais do SENAC e do SESC, quanto em relação aos procedimentos operacionais para a implantação de Unidade de Educação Profissional do SENAC em regime de colaboração com a Escola SESC de Ensino Médio, para oferta de cursos de Qualificação Profissional;

Efetiva participação no processo de reestruturação do Boletim Técnico do SENAC, objetivando melhorar sua avaliação junto ao QUALIS/CAPES/MEC, valorizando-o ainda mais junto ao mundo acadêmico, especialmente quanto aos artigos publicados e à composição do novo Conselho Editorial da Revista.”

Após recebimento da versão preliminar deste Relatório, o gestor apresentou suas manifestações finais, datadas de 31/08/2015, que passamos a reproduzir:

"O Senac esclarece a pertinência da contratação direta por inexigibilidade de licitação para o referido contrato por tratar-se de contratação de serviços técnicos por notória especialização, tendo sido realizado em conformidade com o que preceitua o inciso II do art. 10 da Resolução Senac n.º 958/2012, o qual afirma:

II. na contratação de serviços com empresa ou profissional de notória especialização, assim entendido aqueles cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados com sua atividade, permita inferir que seu trabalho é o mais adequado à plena satisfação do objeto a ser contratado.

Assim, cabe-nos elucidar que:

I. O objeto de contratação compreende serviços técnicos de alta especialização em educação profissional para as atividades do comércio de bens, serviços e turismo. Na qualidade de instituição sem fins lucrativos dedicada a educação profissional e tecnológica, mantida pelas empresas do setor terciário, o Senac precisa estar em sintonia com uma diversificada gama de regulamentações e princípios técnico-pedagógicos que embasam a sua oferta de cursos nas modalidades educacionais de formação inicial e continuada, educação profissional técnica de nível médio e educação superior. Para cada uma dessas modalidades o Senac mantém hoje um portfólio de programações que atende a demandas profissionais variadas de 56 diferentes atividades econômicas.

II. Com sua oferta estruturada em 11 eixos tecnológicos, a Instituição necessita atentar para uma complexa rede de interlocuções que envolve: órgãos normativos e regulamentares federais e estaduais; órgãos de fiscalização profissional; e entidades de representação sindical (patronal e laboral); além de fóruns da sociedade civil organizada.

III. Considerando que o Departamento Nacional tem função deliberativa, sendo responsável pela elaboração e disseminação de diretrizes e orientações para mais de 620 unidades em todo o País, mister se faz manter um assessoramento técnico de alta especialização que possibilite respostas tempestivas e análises confiáveis sobre os impactos de demandas específicas ou regionalizadas, mas que podem atingir a instituição nacionalmente. Neste contexto, a Peabiru Educacional, cujo Diretor-Presidente Professor [...] guarda inquestionável competência técnico-pedagógica, sendo hoje a maior referência no País em legislação educacional, tem assegurado ao Senac, de forma pertinente e satisfatória,

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assessoramento técnico fundamental em questões regulamentares, normativas ou mesmo de processualística da educação profissional, contribuindo, sobremaneira, para o aprimoramento do planejamento e execução das nossas ações educacionais, bem como a transferência de conhecimento para as equipes técnica do Senac.

IV. Ressalta-se ainda que tais serviços técnicos não se caracterizam por terceirização de atividade-fim, visto que se referem a assessoramento de natureza estratégica para apoio à tomada de decisão pelos gestores e não a substituição de práticas ou processos internos. Tal como uma consultoria jurídica especializada não substitui a assessoria jurídica de uma organização ou uma consultoria financeira não elimina as práticas de gestão financeira de determinada empresa, uma consultoria educacional não significa negligenciar a atividade-fim de uma instituição educacional, mas apenas visa ao aprimoramento dos processos decisórios. Assim sendo o Senac, em caso de renovação do contrato de consultoria com a Peabiru, atentará para as recomendações dessa auditoria, no tocante à melhor formalização dos planos de trabalho, cronogramas de execução e entregas a serem realizadas."

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Acatamos os argumentos do gestor com relação ao enquadramento da contratação como inexigibilidade de licitação à luz do normativo interno próprio de Compras e Contratações. Todavia, ratificamos que não verificamos nos serviços contratados e prestados as características de uma consultoria, mas sim de terceirização de atividade finalística da entidade, tendo em vista que os serviços foram definidos de forma genérica e a remuneração foi estipulada de forma inadequada, por meio de valores mensais fixos. Como já relatado, para que um serviço seja caracterizado como de consultoria devem estar bem definidos os produtos, subprodutos, etapas, prazos, entre outros, o que não ocorreu na contratação em tela. Nesse sentido, cabe ressaltar que essa impropriedade já foi tratada em trabalhos anteriores, inclusive com jurisprudência do TCU, conforme Acórdão 4398/2012 - 1ª Câmara, exarado especificamente para o SENAC/DN, que transcrevemos a seguir:

Acórdão 4398/2012

1.7.1. Dar ciência ao SENAC/DN que:

[...]

1.7.1.4., a inexistência, nos processos de contratação de consultoria, de plano de trabalho, contemplando cronograma para as etapas da prestação do serviço, prazos para apresentação de subprodutos e produto final, custos parciais e custo total máximo do objeto contratado, com especificação do valor do produto a ser adquirido, bem como a inclusão de parâmetros variáveis, como horas trabalhadas, sem justificativa circunstanciada, descumpre o previsto no art. 26 do RLC do Senac, tal como ocorrido na Inexigibilidade de Licitação 4/2010.

Quanto aos relatórios das atividades apresentados pelo contratado, em que pese a argumentação da entidade, o relatório de atividades não pode sofrer o tratamento como apenas uma formalidade a ser cumprida, mas, sim, como um importante instrumento de verificação e avaliação dos serviços prestados, previsto em cláusula contratual, também como condição para que o pagamento seja efetuado ao contratado, e portanto, deve ser elaborado com a maior precisão e detalhes possível, refletindo exatamente o que foi realizado.

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##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Revisar o contrato n.º 64/2014 com vistas e definir de forma mais precisa o objeto contratado, especificando a execução de atividades ou produtos específicos que, comprovadamente, não possam ser desempenhados por servidores ou empregados do SENAC/DN, bem como atrelar a remuneração aos produtos contratados. Recomendação 2: Estabelecer um plano de trabalho, nos processos de contratação de consultoria, contemplando cronograma para as etapas da prestação do serviço, prazos para apresentação de subprodutos e produto final, custos parciais e custo total máximo do objeto contratado, com especificação do valor do produto a ser adquirido. Recomendação 3: Exigir, nos contratos de consultoria, que nos relatórios das atividades realizadas pelo contratado sejam apresentadas informações detalhadas o suficiente, especialmente no que tange aos resultados alcançados, documentos produzidos, carga horária utilizada, dentre outros, para que se possa verificar e avaliar precisamente a conformidade e os custos dos serviços contratados. 2.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Contratação de serviços técnicos especializados de tradução simultânea com falhas na definição do objeto Fato

Trata-se da inexigibilidade n.º 47/2014, referente à contratação de serviço de tradução simultânea (dois tradutores) para acompanhar a Certificação ProChef 2014, cujas provas foram realizadas em um mesmo momento em salas distintas. Foram contratados dois prestadores, sendo uma pessoa física e uma pessoa jurídica. O valor total contratado foi de R$ 59.000,00, sendo, R$ 39.500,00 (KQi Produções Culturais Ltda. / CNPJ 10.664.922/0001-57) e R$ 19.500,00 (CPF ***.421.891-**).

Verificamos que a execução dos serviços prestados pela empresa KQi Produções Culturais Ltda. não guardou plena conformidade com o objeto conforme descrito no contrato, demonstrando falha na definição do objeto, possibilitando o questionamento sobre a legalidade dos pagamentos realizados, conforme segue.

A cláusula primeira de ambos os contratos, apresenta a seguinte definição do objeto:

"1. O presente Contrato tem por objeto a prestação de serviços relativos à Tradução Simultânea para acompanhar a certificação ProChef1 cujas provas serão aplicadas pelo staff do The Culinary Institute of America - CIA, compreendendo ainda:

1.1.1 Acompanhamento dos momentos de provas que acontecerão em salas distintas e avaliação dos resultados."

Já a cláusula segunda descreve os serviços da seguinte forma:

"2.1 A CONTRATADA desenvolverá a atividade de traduzir oralmente, ao mesmo tempo, a fala de um orador para a língua dos participantes das provas."

Assim, muito embora o objeto descrito seja o acompanhamento do processo de certificação Pro Chef, sua especificação restringe-o à aplicação das provas , assim como o faz a definição dos serviços na cláusula segunda.

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No mesmo sentido, a requisição de compra de ambos os processos de contratação vincula a atividade de tradução simultânea à aplicação das provas.

Conforme exposto nos autos, as provas foram realizadas durante 15 dias não consecutivos (prazo do contrato da tradutora CPF ***.421.891-**), quais sejam: 26 a 28/8, 31/8 a 2/9, 5 a 7/9, 10 a 12/9 e 15 a 17/9. Contudo, os pagamentos realizados à empresa KQi Produções Culturais Ltda. abrangeram também os dias 29/8, 03/9, 8/9 e 13/9.

Dessa forma, apesar de não estarem inicialmente previstos outros serviços que não fossem a tradução simultânea das provas, o contrato com a empresa KQi Produções previu 24 dias consecutivos para a execução dos serviços, sem que houvesse justificativa para a diferença entre este e o outro contrato. Sendo assim, além dos 15 dias inicialmente previstos para os dias de prova, foram efetuados pagamentos à empresa KQi Produções por mais nove dias de serviços. Desses nove dias que diferiram da outra contratada, verificamos no relatório das atividades executadas pela empresa KQi Produções, que nos dias 25/8, 30/8, 4/9, 9/9 e 14/9 foram realizadas diversas atividades que não estavam inicialmente previstas no contrato (cláusulas 1 e 2) e nem na requisição de compra, e, nos dias 29/8, 03/9, 8/9 e 13/9 foi informado que o dia era livre, ou seja, sem atividades. ##/Fato##

Causa

Falhas nos controles internos que acarretaram a descrição inadequada do objeto contratado.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA 201503165/26, por meio de correio eletrônico, em 28/04/2015, as Gerências de Aquisição e de Educação Corporativa apresentaram as seguintes manifestações com relação às atividades dos dias 25/8, 30/8, 4/9, 9/9 e 14/9:

“Inicialmente, os dias 25/8, 30/8, 4/9, 9/9 e 14/9 eram somente preparatórios ao período de provas para cada grupo de participantes na Certificação ProChef 1, sendo fundamental a participação dos tradutores para realizar o contato entre os Chefs do CIA e a equipe do Senac responsável pelas atividades preparatórias. Nessas datas específicas, os avaliadores do CIA realizaram o set up day (dia de montagem), conforme agenda anexa enviada pelo CIA. Nesses dias, os Chefs avaliadores do CIA verificaram se os ingredientes e os preparos (fundos e caldos necessários para realização das provas práticas de cozinha) estavam de acordo com o que haviam solicitado.

Além disso, os Chefs avaliadores do CIA fizeram alteração no cronograma inicialmente previsto e realizaram, também nessas datas, para cada grupo de participantes, as provas de “Identificação de matérias-primas”. Essas provas foram precedidas por encontros com os participantes de cada grupo para dar instruções sobre a maneira como seriam realizadas todas as avaliações e os resultados esperados em cada uma delas. Para todas essas atividades, fez-se necessária a presença e atuação dos profissionais de tradução simultânea contratados.”

“Nos dias livres, 29/8, 03/9, 8/9 e 13/9, a equipe da KQi ficou responsável por acompanhar os chefs do CIA em suas atividades, tais como visitas a restaurantes, para conhecer a culinária local e brasileira, assim como aos restaurantes-escola do Senac em Brasília, atuando como tradutores nessas ocasiões. A profissional [...] não tinha disponibilidade para atuar nessas datas.”

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Após recebimento da versão preliminar deste Relatório, o gestor apresentou suas manifestações finais, datadas de 31/08/2015, que passamos a reproduzir: Quanto à alegação da falta de detalhamento das atividades realizadas nos dias 25/08, 30/08, 04/09, 09/09 e 14/09, cabe esclarecer que o contrato (Anexo 4), em sua cláusula primeira, informa que o objeto é a tradução simultânea para acompanhamento da certificação ProChef1, inclusive durante a aplicação das provas e das avaliações. Portanto, fica claro que os tradutores deveriam estar disponíveis para quaisquer atividades inerentes que necessitassem de tradução, seja lá quais fossem, no período de 25 de agosto a 17 de setembro de 2014.

O Senac apresenta, a seguir, agenda com o detalhamento das atividades nos dias questionados, nos quais, apesar de não haver tradução simultânea em provas, a equipe de tradutores realizou atividades de acompanhamento dos Certificadores da empresa CIA, dos participantes, da equipe de cozinha do Senac e demais funcionários, para explanação sobre a forma de aplicação das provas, reconhecimento dos ambientes pedagógicos, verificação de equipamentos, entre outros, tudo conforme previsto no contrato firmado.

Quanto ao pagamento referente aos dias 29/08, 03/09, 08/09 e 13/09, justifica-se em razão da realização de atividades durante todo o período contratado. Os citados dias livres correspondiam aos dias em que, apesar de não haver a realização de provas, os tradutores da empresa atuavam em atividades de acompanhamento dos certificadores, da equipe de participantes (certificandos) e dos empregados do Senac conforme agenda de atividades já mencionada.

Diante do exposto, consideramos improcedentes a alegação de pagamentos indevidos e, por conseguinte, a recomendação para devolução de quaisquer valores.

Agenda de Atividades ProChef – 2014

Data Atividades Descrição das atividades Participantes

25/8, 30/8,

4, 9 e

14/9/2014

Mise em place

Momento em que os Chefs do CIA

verificam, dentro da cozinha

pedagógica, se todos os ingredientes e

alimentos solicitados para a execução

das provas práticas (na cozinha) estão

de acordo com o solicitado, assim

como a qualidade dos caldos e fundos

pré-preparados para os participantes

utilizarem na confecção de

determinados pratos durante as

provas.

- Chefs do CIA-

Equipe da cozinha

do Senac Nacional

- Funcionários do

Senac/DN

- Tradutor da KQi

Orientação

sobre os

exames

Os Chefs do CIA se reuniram com os

participantes, em sala de aula, para

orientá-los sobre as provas que seriam

aplicadas, e o objetivo esperado em

cada uma delas.

- Chefs do CIA

- 8 participantes de

Departamentos

Regionais

- Tradutor da KQi

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Data Atividades Descrição das atividades Participantes

- Funcionários do

Senac DN

Ambientação

na cozinha

pedagógica

Os participantes visitaram a cozinha

pedagógica, local de realização das

provas práticas, para

conhecerem/verificarem os

equipamentos que seriam utilizados

durante a execução das provas, bem

como os ingredientes e alimentos

disponíveis para a elaboração de seus

menus.

- 8 participantes de

Departamentos

Regionais

- Funcionários do

Senac DN

Prova de

Identificação

de matérias-

primas

Os Chefs do CIA aplicaram a prova de

Identificação de matérias-primas para

os participantes dos Departamentos

Regionais

- Chefs do CIA

- 8 participantes de

Departamentos

Regionais

- Tradutor da KQi

- Funcionários do

Senac DN

26, 27 e

28/8/2014

31/8, 1 e

2/9/2014

5, 6 e

7/9/2014

10, 11 e

12/9/2014

15,16 e

17/9/2014

Realização de

provas

práticas e

teóricas, para

cada grupo,

durante três

dias

consecutivos

Os participantes foram divididos em

dois grupos: enquanto 4 participavam

de provas práticas (na cozinha

pedagógica), os outros 4 participavam

de provas teóricas (em salas de aula).

Durante os três dias de provas, um

tradutor ficou na cozinha em tempo

integral, enquanto o outro ficou nas

salas de aula e de avaliação, ambos

realizando tradução inglês/português

e português/inglês durante a execução

das provas práticas e teóricas, e na

apresentação e avaliação dos pratos.

- Chefs do CIA

- 8 participantes de

Departamentos

Regionais

- Tradutor da KQi

- Outro tradutor

contratado

- Funcionários do

Senac DN

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Data Atividades Descrição das atividades Participantes

29/8, 3, 8 e

13/9/2014

Nesses dias não houve realização de

provas. Neles foram realizadas visitas

pedagógicas em restaurantes-escola

do Senac localizados na Câmara dos

Deputados, no Senado Federal e no

Restaurante Downtown CNC, em

Brasília, para conhecerem o trabalho

do Senac, e visitas a fazendas da

Região para conhecerem o cultivo de

produtos nativos e a cultura local.

Outras atividades, de caráter menos

formal, mas de troca profissional,

foram realizadas entre a equipe do

Senac DN e a equipe de Chefs do CIA.

- Chefs do CIA

- Funcionários do

Senac DN

- Tradutor da KQi

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Acatamos os argumentos do gestor com relação ao enquadramento da contratação como inexigibilidade de licitação à luz do normativo interno próprio de Compras e Contratações. Contudo, ratificamos que o objeto dos contratos não está adequadamente previsto de forma a incluir atividades que não se relacionam à aplicação de provas propriamente ditas. Muito embora seu objeto tenha sido descrito como acompanhamento da certificação Pro Chef, a especificação dos serviços ficou atrelada à aplicação das provas. Assim, muito embora o gestor tenha informado que as atividades desenvolvidas nos dias 29/08, 03/09, 08/09 e 13/09 tenham relação com a certificação Pro Chef, as mesmas não foram adequadamente previstas no contrato celebrado.

Em relação às atividades realizadas nos dias 25/8, 30/8, 4/9, 9/9 e 14/9, estas deveriam estar documentadas e detalhadas antes da contratação, de forma que todo o serviço estivesse detalhado de forma clara e precisa, evitando questionamentos sobre a legalidade desses pagamentos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Definir de forma clara e precisa os objetos a serem contratados, com critérios objetivos contemplando os elementos necessários, suficientes e adequados para caracterizar a contratação a ser efetuada, de modo que permitam a comprovação de que os serviços foram efetivamente realizados em acordo com o objeto licitado/contratado. 2.2 PROCESSOS LICITATÓRIOS

2.2.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

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2.2.1.1 CONSTATAÇÃO

Inversão das fases da habilitação e da abertura das propostas em pregão presencial, prejudicando a competitividade e a celeridade do certame Fato

Trata-se da análise do Pregão Presencial n.º 01/2014, referente à aquisição de carnes e aves para as unidades do Senac/DN no Rio de Janeiro. O valor contratado foi de R$ 201.633,90 para seis meses.

O pregão 01/2014 teve a participação inicial de três licitantes. Apesar da pouca competitividade, a comissão de licitação resolveu inverter a ordem da abertura dos envelopes das propostas e da habilitação, como faculta o Regulamento de Licitações do Senac/DN. Como resultado, apenas uma empresa foi habilitada e duas inabilitadas. A empresa Portefrio, por não apresentar atestado de capacidade técnica, contrato social e garantia de qualidade dos produtos, e, a empresa Rio Hortifrut, por não apresentar atestado de visita técnica.

A inabilitação antes da abertura das propostas impossibilitou a disputa da fase de lances, principal vantagem da modalidade pregão, fase em que a administração tem a chance de conseguir propostas mais vantajosas. Outra grande vantagem do pregão, a celeridade, também ficou prejudicada pela decisão da comissão da licitação. A inversão das fases tornou o certame bastante moroso, aproximadamente dois meses entre a data de abertura (10/2) e a homologação (07/4) e, ainda assim, a administração teve que anunciar nova licitação para os diversos itens que tiveram seus preços acima do estimado e não foram contratados. ##/Fato##

Causa

O pregoeiro, sem justificativa, inverteu as fases de abertura das propostas e de habilitação do pregão presencial, fato que impossibilitou a entidade de obter preços mais vantajosos, haja vista que restou apenas um licitante na fase de propostas/lances. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio da SA n.º 201503165/27, solicitamos que a entidade justificasse a decisão de inverter o procedimento da ordem das aberturas dos envelopes.

“Na data marcada para abertura da primeira sessão do Pregão Presencial 01/2014, três empresas compareceram: Porte Frio, Rio Hortifrut e Fica Bem Alimentos.

Ante a necessidade de regularizar o fornecimento dos produtos objeto da citada licitação para a Unidade Especializada do Senac no Rio de Janeiro, a natureza dos citados itens (gêneros perecíveis) e o fato de tais produtos serem fundamentais para atuação da Unidade, que utiliza os insumos licitados para desenvolvimento de atividades práticas pedagógicas no restaurante escola do Senac, a Comissão de Licitação decidiu inverter as fases do processo licitatório, garantindo a celeridade e eficiência do procedimento.

Quando da conferência dos documentos de habilitação, a Comissão de Licitação suscitou dúvida quanto à regularidade do documento expedido pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil - Vigilância Sanitária e apresentado pela empresa Fica Bem, o que ocasionou a suspensão da

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sessão para conferência da documentação (realização de diligências - fl. 207 – suspensão pelo prazo de 18 dias).

No processo em análise, o resultado da diligência citada não consta do processo licitatório analisado já que as informações/dúvidas sobre documentos para fins licitatórios ou outros fins expedidas pela Vigilância Sanitária apenas são fornecidas pelo órgão por meio de contato telefônico (1746), pessoalmente ou no site da Prefeitura (http://www.rio.rj.gov.br>Campo Empresa>Licenciamento e Fiscalização), tendo sido esclarecida a dúvida mediante diligência pessoal realizada por membro da Comissão de Licitação.

Após a constatação das informações necessárias, a Comissão de Licitação publicou o resultado da fase de habilitação, declarando a empresa Fica Bem como única habilitada. Na data de abertura da proposta comercial, a referida empresa não compareceu. Por tal razão, a Comissão de Licitação propôs negociação com a mesma do valor dos itens da licitação, já que os itens encontravam-se com preços acima do estimado por essa Instituição.

Assim, ao inverter as fases do procedimento, a Comissão de Licitação buscou a celeridade do processo, mas esbarrou na necessidade de realização de diligência junto à Vigilância Sanitária, além disso, com o feriado prolongado de Carnaval (início do mês de março – 10 dias), o prazo global para conclusão do procedimento foi estendido.

Cumpre ressaltar que apesar de não ter ocorrido a fase de lances, não houve prejuízo ao Senac quanto à obtenção da proposta mais vantajosa, pois houve êxito da Comissão de Licitação quando da negociação de preço dos itens da licitação em análise e cancelamento dos demais cujo valor proposto foi mantido com custo acima do preço de referência.”

Após recebimento da versão preliminar deste Relatório, o gestor apresentou suas manifestações finais, datadas de 31/08/2015, que passamos a reproduzir:

"Na hipótese, a intenção do pregoeiro, ao efetivar a inversão de fases do procedimento, teve por fim obter maior celeridade do processo.

Em verdade, não houve prejuízo ao Senac. O pregoeiro negociou com o licitante arrematante habilitado de forma a obter proposta em valor abrangido no preço de referência. Não há que se

falar, ainda, em cerceamento da competitividade, tendo em vista a ampla publicidade conferida ao processo.

Apesar de não haver ofensa aos princípios acima, o Senac reconhece a recomendação, de forma a aprimorar os procedimentos internos."

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

As duas principais características e vantagens da modalidade pregão são a disputa de preços na fase de lances e a celeridade. A celeridade é possibilitada pelo fato da fase de habilitação ser realizada após a fase de lances, quando apenas a documentação da vencedora é analisada, e, caso seja habilitada, não há necessidade da análise da documentação de habilitação de outras licitantes. Portanto não procede a justificativa da entidade de que buscou a celeridade do processo ao inverter as fases do pregão.

Assim, as principais consequências da decisão de inversão das fases do pregão foram a ausência de disputa de preços na fase de lances e a provável redução dos preços ofertados, o que seria vantajoso ao Senac/DN, especialmente tendo em vista que os valores ofertados

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pela empresa vencedora estavam acima do estimado e foi preciso negociar com a mesma, que sequer compareceu no dia da abertura da proposta. A manutenção da fase de lances anteriormente à de habilitação poderia, inclusive, ter evitado a necessidade de cancelamento dos itens para os quais a empresa não aceitou a negociação caso naquela fase a empresa tivesse aceitado a redução, potencialmente pressionada pela competição à que estaria submetida. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Somente inverter as fases de habilitação e propostas do pregão presencial, facultado no regulamento de licitações e contrato do SENAC/DN, no caso em que houver justificativa em ata e que possa ser comprovada a vantagem desta decisão para a administração, e desde que não frustre o caráter competitivo do certame e nem a sua celeridade. 2.2.1.2 CONSTATAÇÃO

Procedimento licitatório realizado sem a adequada definição do objeto e sem elementos suficientes para a avaliação dos custos envolvidos no serviço contratado Fato

Trata-se da análise do Pregão n.º 010/2014, referente à contratação de empresa para elaboração e correção de provas objetivas e discursivas para processos seletivos de empregados e/ou estagiários. O valor anual estimado do serviço foi de R$ 1.230.000,00.

O objeto do certame foi assim descrito no edital: “O objeto da presente licitação é a contratação de empresa de elaboração e correção de provas objetivas e discursivas para os processos seletivos de empregados e/ou estagiários do SENAC-Administração Nacional, pelo sistema de Registro de Preços, nas condições descritas neste Edital e seus Anexos”. Três empresas fizeram cotação de preços na fase anterior ao edital, mas apenas uma delas participou do certame. Apesar de o edital ter sido publicado em jornal de grande circulação, somente duas empresas participaram do certame. Na data de abertura dos envelopes, foram apresentadas as seguintes propostas:

Quadro 13: Propostas de preço do Pregão n.º 010/2014.

(1) Empresa (CNPJ) 13.309.336/0001-82

Nivel Quant. Valor unitário (R$) Valor total (R$)

Fundamental incompleto, Ensino Fundamental completo ou Ensino Médio incompleto.

100 40 4.000

Superior Incompleto e/ou Ensino Médio Completo

100 80 8.000

Superior Completo 100 120 12.000

Total 300 24.000

(2) Empresa (CNPJ) 09.435.592/0001-49

Nivel Quant. Valor unitário (R$) Valor total (R$)

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Fundamental incompleto, Ensino Fundamental completo ou Ensino Médio incompleto.

100 3.800 380.000

Superior Incompleto e/ou Ensino Médio Completo

100 4.000 400.000

Superior Completo 100 4.500 450.000

Total 300 1.230.000,00

Fonte: Pregão Presencial n.º 10/2014

Como pode ser observado, houve uma diferença muito discrepante entre os valores das propostas. Como consequência, a empresa 2 entrou com recurso junto à comissão de licitação alegando que a proposta da empresa 1 era inexequível, obtendo êxito no seu pleito e sendo declarada a vencedora do certame.

Entretanto, verificou-se que o objeto da contratação não foi definido de forma clara, detalhada e precisa o suficiente para que os orçamentos e as propostas fossem elaborados contendo todos os custos envolvidos no serviço para uma adequada avaliação dos preços praticados. A falha na descrição do objeto foi o fator determinante para a ocorrência de propostas tão desiguais e que culminou na ausência de competitividade do certame.

Além disso, a entidade apresentou mapa de cotação de preços do pregão, sem especificar se os preços se referem a valores unitários ou globais, corroborando para a ausência de clareza, detalhes e precisão na definição do objeto licitado, principalmente no que diz respeito à composição dos seus custos:

A UJ apresentou o seguinte mapa de cotação de preços, que serviu de base para estimar o valor da contratação, composto pelos orçamentos realizados por três empresas:

Quadro 14: Mapa de cotação do Pregão n.º 010/2014

Nível Quantidade Econrio J.R. Lages

Fundação Bio Rio

Média Total

Superior Completo 100 4.300 4.500 4.700 4.500 450.000 Superior Incompleto e/ou Ensino Médio Completo

100 3.800 3.900 4.300 4.000 400.000

Fundamental incompleto, Ensino Fundamental completo ou Ensino Médio incompleto.

100 3.800 3.800 3.800 3.800 380.000

Fonte: Pregão Presencial n.º 10/2014

Ocorre que o orçamento da empresa Bio Rio está informado equivocadamente, pois na cotação da empresa foram apenas descritos os valores unitários de RS 3.800,00 (nível fundamental), R$ 4.300,00 (ensino médio) e R$ 4.700,00 (ensino superior), ou seja, a Bio Rio não informou na sua cotação que o preço unitário deveria ser multiplicado por 100 como descrito no mapa acima. Além desses valores, a Bio Rio ainda acrescentou no seu orçamento o custo de R$ 4,70 por aluno inscrito, o que não foi levado em conta pelo setor de compras do SENAC/DN. Essa falha pode justificar a discrepância de valores verificada nas empresas participantes do Pregão n.º 10/2014, reforçando que o objeto não estava suficientemente claro. ##/Fato##

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Causa

Cotação de preços realizada de forma inadequada, visto que a ausência de detalhamento impossibilitou a identificação de valores unitários e globais pesquisados, relevantes para a avaliação da adequabilidade dos serviços contratados.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio da SA n.º 201503165/27, fizemos os seguintes questionamentos à entidade:

- Quanto ao pregão 10/2014, referente à contratação de empresa para elaborar e corrigir provas, esclarecer/justificar os fatos destacados a seguir:

O objeto não foi especificado de forma clara e detalhada (projeto básico) para que as empresas pudessem elaborar os orçamentos e as propostas em conformidade com o objeto pretendido e, ficassem demonstrados todos os custos envolvidos no serviço para adequada avaliação dos preços praticados.

“O processo licitatório em análise teve início mediante requisição do setor solicitante, conforme fl. 24 dos autos do procedimento. No referido documento, há a descrição do serviço licitado (elaboração e correção de provas para processos seletivos de empregados e estagiários, sendo 100 provas para nível médio completo; 100 provas para nível superior incompleto e/ou ensino médio completo; 100 provas para o nível fundamental incompleto, ensino fundamental completo e/ou ensino médio incompleto).

O objeto licitado foi definido de forma precisa, possibilitando efetiva competição entre os licitantes, em conformidade com o princípio da igualdade, possibilitando ainda o cumprimento fiel às necessidades da entidade na execução do contrato.

Quanto ao projeto básico, o Senac, como ente integrante do Sistema S, não está adstrito aos termos estritos da Lei Geral de Licitações e, portanto, não existe obrigatoriedade (legal ou mesmo decorrente da imposição dos órgãos de controle) de elaboração do referido instrumento, para o serviço licitado, o qual pode ser substituído pela especificação do objeto a ser contratado (documento reproduzido quando da elaboração do edital — 29/52). Apesar disso, estamos aprimorando os processos de contratações de forma a adotar a elaboração de projetos como documentos hábeis a subsidiar os processos licitatórios da instituição.

Dessa forma, com a delimitação do objeto a ser contratado no edital, não houve qualquer óbice à formulação de orçamentos e propostas pelos possíveis interessados, tendo sido cumprido o disposto no Artigo 13 do Regulamento de Licitações e Contratos do Senac.

Além disso, pela análise dos orçamentos propostos pelas empresas Jr Lages, Econ Rio e Fundação Bio Rio, verifica-se que a soma dos valores propostos pelas mesmas para execução do serviço é similar, não havendo discrepância relevante que pudesse evidenciar qualquer obscuridade quando da descrição do objeto a ser contratado.”

- Apesar do mapa de cotação de preços informar que a empresa Bio Rio teria elaborado seu orçamento para 100 unidades de cada um dos três níveis de prova, verificamos que

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os preços orçados pela empresa não previram 100 unidades, ou seja, foram orçados valores unitários de RS 3.800,00 (nível fundamental), R.$ 4.300,00 (ensino médio) e RS 4.700,00 (ensino superior), demonstrando que o objeto não estava totalmente claro.

“Na fase anterior à publicação do edital, a empresa Fundação Bio Rio propôs um dos orçamentos utilizados para formação do valor de referência da licitação em questão. Na ocasião, a referida empresa, ao ser questionada sobre o teor de sua proposta (mensagem datada do dia 31.03.2014, anexa), informa. que:

"As provas são por emprego e não pelo quantitativo de impressões. Se forem feitas 20 seleções com 20 tipos diferentes de empregos que podem ter algo com 600 pessoas num intervalo de 12 meses, o que será cobrado é a preparação e impressão das provas (tantas quantas forem demandadas pelo Senac) por cada seleção/emprego (ex.: engenheiro. etc)."

“Da análise da resposta acima, é possível constatar que a proponente possuía ciência dos custos envolvidos na execução do serviço licitado. A mensagem anexa à presente resposta demonstra que houve o pleno esclarecimento, pelo Senac, e entendimento, pela Bio Rio, no que diz respeito à quantidade de processos seletivos a serem demandados referentes a cada um dos três níveis solicitados de prova.”

Após recebimento da versão preliminar deste Relatório, o gestor apresentou suas manifestações finais, datadas de 31/08/2015, que passamos a reproduzir:

"O processo licitatório em questão foi efetivado considerando a descrição clara e precisa do objeto, qual seja, elaboração e correção de provas para processos seletivos, de acordo com as seguintes quantidades e especificações:

- 100 provas para nível superior completo;

- 100 provas para nível superior incompleto e/ou ensino médio completo;

- 100 provas para nível fundamental incompleto, ensino fundamental completo e/ou ensino médio incompleto.

Não obstante tais especificações, as empresas, instadas a ofertar proposta para formação do preço de referência, o fizeram de acordo com os custos, despesas e suas expectativas de lucro.

Quanto à proposta da Bio Rio, além dos valores relativos à elaboração da prova (conteúdo), verificamos que foi acrescido um valor unitário, considerando o número de inscritos, no importe de R$ 4,70 por candidato.

O Senac solicitou esclarecimento sobre o teor da proposta apresentada pela Bio Rio, em 31.03.2014, informando que as propostas deveriam ser elaboradas com base na estimativa para realização de provas, e não de questões, de forma que o valor de R$ 4,70 deveria ser considerado no custo total, e não de forma isolada.

A empresa Bio Rio informou que a elaboração de provas consideraria o cargo/emprego a ser preenchido, e não a quantidade de impressão de provas.

Com base na proposta formulada pela Bio Rio, verifica-se que não haveria como o Senac estimar a quantidade de candidatos inscritos em cada processo seletivo que ainda iria ocorrer, o que dificultaria a inclusão de tal custo na formação do valor de referência da contratação em análise.

Assim, a empresa Bio Rio, embora questionada quanto à alteração de sua proposta, em decorrência dos esclarecimentos e solicitação formulados pelo Senac em 31.03.2014, manteve o teor de sua proposta tal qual ofertada inicialmente.

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Em verdade, não obstante o Senac não tenha considerado o custo unitário de R$ 4,70 por candidato previsto pela proponente quando da formulação do preço de referência, tal fato não trouxe prejuízo à formalização do processo licitatório.

Apesar de não haver ofensa aos princípios acima, o Senac reconhece a recomendação, de forma a aprimorar os procedimentos internos."

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Inicialmente cabe informar que, de fato, a utilização do termo projeto básico como exemplo não foi adequada, pois para a modalidade pregão o instrumento que deve conter todos os elementos capazes de definir o objeto, de forma clara, concisa e objetiva, bem assim com nível de precisão adequado para caracterizar o bem ou o serviço, é o Termo de Referência, com função similar ao projeto básico, porém mais simples.

Apesar de o regulamento de compras da entidade não prever formalmente a obrigação de se utilizar esses instrumentos previstos na legislação federal, entende-se que, em função dos princípios da impessoalidade, competitividade, economicidade e julgamento objetivo, aos quais a entidade está adstrita (artigo 2º do Regulamento de Licitações do SENAC/DN), a entidade deve definir o objeto a ser contratado de forma clara, concisa e objetiva, com nível de precisão adequado para caracterizar o bem ou serviço, o que não ocorreu.

Em relação ao orçamento elaborado pela empresa Bio Rio e à mensagem datada de 31/03/14, citada na manifestação, transcrevemos, a seguir, ambos, para uma análise mais adequada:

Orçamento elaborado

“2. Do preço e da forma de pagamento: 2.1. Da elaboração de Provas: Os valores a serem cobrados por serviço de produção dos conteúdos programáticos e produção das questões de prova: 1 - Cargos de Nível Superior com 20 questões de prova objetiva e 02 questões de prova discursiva - RS 4.700,00 2 - Cargos de Nível Médio com 20 questões de prova objetiva - R$ 4.300,00 3 - Cargos de Nível Fundamental (Completo ou Incompleto) com 20 questões de prova objetiva - R$ 3.800,00 2.2. Do Processamento de Dados: O valor unitário por candidato para serviços técnicos especializados para processamento de dados (item 1.B.) de emissão de Cartão de Respostas e Lista de Presença, bem como todos os demais produtos e todos os serviços de correção que compõem esta proposta para o processamento de concursos públicos e processo seletivo será de R$ 4,70 (quatro reais e setentas centavos).”

Mensagem de esclarecimento da empresa Bio Rio datada de 31/03/2014

“As provas são por emprego e não pelo quantitativo de impressões. Se forem feitas 20 seleções com 20 tipos diferentes de empregos que podem ter algo com 600 pessoas num intervalo de 12 meses o que será cobrado é a preparação e impressão das provas (tantas quanto forem demandadas pelo SENAC) por cada seleção/emprego (ex.: engenheiro, etc). Quanto ao item 2.2 o valor significa impressão de todos os materiais para a aplicação da prova, como cartão de respostas, lista de presença, etc e o processamento. O custo seria a quantidade de inscritos para cada seleção vezes o custo de R$ 4,70, ex: um determinado processo deu 21 inscritos, multiplicasse 21 x 4,70 = 98,70”

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Preliminarmente, destaca-se que a necessidade de mensagem de esclarecimento da empresa Bio Rio reforça a ausência de clareza e detalhamento do objeto para as cotações e apresentação das propostas.

Ademais, como pode ser observado, o orçamento da empresa Bio Rio foi dividido pelos custos dos itens 2.1 (elaboração das provas) e 2.2 (Processamento de Dados). No item 2.1 são orçados os valores para o serviço de produção dos conteúdos programáticos e produção das questões para cada um dos três diferentes níveis. No item 2.2 foram orçados os valores unitários por candidato referentes ao processamento de dados e correção das provas (R$ 4,70).

Na mensagem de esclarecimento datada de 31/03/2014, a empresa Bio Rio ratificou o seu orçamento, composto pela soma entre os valores da elaboração de cada prova (emprego/ex:engenheiro) e do custo individual do processamento de dados e correção das provas (item 2.2) multiplicado pelo número de inscritos.

Portanto, ao ratificar os custos do item 2.2 sem alterar os valores individuais de cada prova no item 2.1, a empresa demonstrou que não houve o entendimento alegado na manifestação da entidade, principalmente ao que se referiam as 100 unidades de cada nível. Mesmo assim, a entidade, ao elaborar o mapa de cotações, não considerou os custos referentes ao item 2.2 orçados pela Bio Rio e ainda multiplicou por 100 cada nível, sem que a empresa o tivesse feito em seu orçamento.

Para finalizar, cabe registrar que, em pesquisa realizada na internet, verificou-se em diversas entidades que a remuneração das atividades de elaboração e correção de provas é calculada com base nas horas trabalhadas, sendo esta remuneração um dos principais componentes dos custos de um processo seletivo com aplicação de provas, mas não o único. Portanto, ratificamos que neste processo licitatório elaborado pelo SENAC/DN o detalhamento dos custos do serviço não foi demonstrado pelos proponentes, o que inviabiliza uma avaliação adequada do preço contratado.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Nas contratações de serviços de elaboração e correção de provas, fazer constar nos orçamentos e propostas, planilha contendo o detalhamento dos custos que compõem o serviço, a fim de garantir uma adequada avaliação do seu preço total. 3 GESTÃO OPERACIONAL

3.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

3.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

3.1.1.1 INFORMAÇÃO

Avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão do PRONATEC Fato

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O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) foi instituído pela Lei n.º 12.513, de 26/10/2011, com a finalidade de ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica, por meio de programas, projetos e ações de assistência técnica e financeira. O gestor do Programa é o Ministério da Educação.

O público prioritário do Programa é apresentado na Lei n.º 12.513/2011, nos seguintes termos:

Art. 2º. O Pronatec atenderá prioritariamente:

I - estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos;

II - trabalhadores;

III - beneficiários dos programas federais de transferência de renda; e

IV - estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral, nos termos do regulamento.

Os cursos oferecidos no âmbito do PRONATEC são financiados pelo Governo Federal e ofertados de forma gratuita por instituições da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica e das redes estaduais, distritais e municipais de educação profissional e tecnológica. Também são ofertantes as instituições do Sistema S, como o SENAI, SENAT, SENAC e SENAR. A partir de 2013, as instituições privadas, devidamente habilitadas pelo Ministério da Educação, também passaram a ser ofertantes dos cursos do Programa.

O SENAC aderiu ao PRONATEC na condição de parceiro ofertante da bolsa-formação, conforme Termo de Adesão assinado entre as partes. Dessa forma, a participação do SENAC se relaciona à oferta de cursos de formação inicial e continuada (FIC) e cursos de habilitação técnica de nível médio, vinculada ao financiamento governamental previsto na bolsa-formação, que abrange as modalidades estudante e trabalhador.

A Bolsa-Formação Estudante é destinada aos cursos técnicos, ao passo que a Bolsa-Formação Trabalhador destina-se aos cursos de formação inicial e continuada (FIC).

De acordo com o documento intitulado “A participação do Senac no Pronatec - Diretrizes versão 4”:

“A bolsa-formação é implementada a partir de parcerias entre três agentes: MEC, demandantes e ofertantes. Ao MEC cabe planejar, formular, coordenar e avaliar as políticas públicas de educação profissional, em geral, e a oferta da bolsa-formação, em específico. Os parceiros demandantes são os órgãos ou entidades da administração pública direta e indireta que aderirem ao Pronatec e demandarem por vagas da bolsa-formação. Eles têm a responsabilidade de mobilizar, captar, selecionar e pré-matricular beneficiários.

Aos parceiros ofertantes cabe ofertar e ministrar cursos Técnicos e de Formação Inicial e Continuada, além de auxiliar na divulgação do programa dos cursos e respectivos pré-requisitos. Também é papel dos parceiros ofertantes a construção de itinerários formativos.

(...)

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São objetivos e características dessa modalidade [bolsa-formação estudante]:

I - formar profissionais para atender às demandas do setor produtivo e do desenvolvimento

socioeconômico e ambiental do país;

II - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público, por meio da articulação com a educação profissional; e

III - ampliar e diversificar as oportunidades educacionais aos estudantes, por meio do incremento da formação Técnica de Nível Médio.

(...)

Para a bolsa-formação trabalhador, a oferta deve ser de cursos de Formação Inicial e Continuada, com pelo menos 160 horas, inseridos no Guia Pronatec de Cursos FIC destinados a beneficiários com idade igual ou superior a 15 anos no ato da matrícula, escolaridades variadas, setores produtivos diversificados e segmentos sociais distintos, conforme público listado no Art. 3º da Portaria 168/2013.

Para os beneficiários da bolsa-formação trabalhador, a oferta de cursos FIC significa a formação profissional para inserção ou reinserção no mundo do trabalho. Por isso, é de fundamental importância conhecer o perfil do público a quem se destina a oferta e as condições para sua permanência e êxito no curso, de maneira a favorecer as possibilidades de elevação da escolaridade associada à profissionalização e ao desenvolvimento do sujeito.”

Os recursos correspondentes à bolsa-formação são repassados pelo MEC para o Departamento Nacional de cada Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI, SENAC, SENAR E SENAT), com base no valor hora-aluno fixado em Resolução do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O Departamento Nacional é responsável pelo repasse dos recursos financeiros aos seus departamentos regionais, bem como a comprovação das informações solicitadas pelo MEC, pelo FNDE e por órgãos de controle interno e externo do governo federal.

A Lei 12.513/2011, no art. 6º e parágrafos, disciplina o repasse de recursos nos seguintes termos:

§ 1o As transferências de recursos de que trata o caput dispensam a realização de convênio, acordo, contrato, ajuste ou instrumento congênere, observada a obrigatoriedade de prestação de contas da aplicação dos recursos.

§ 2o Do total dos recursos financeiros de que trata o caput deste artigo, um mínimo de 30% (trinta por cento) deverá ser destinado para as Regiões Norte e Nordeste com a finalidade de ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica.

§ 3o O montante dos recursos a ser repassado para as bolsas-formação de que trata o caput corresponderá ao número de vagas pactuadas por cada instituição de ensino ofertante, que serão posteriormente confirmadas como matrículas em sistema eletrônico de informações da educação profissional mantido pelo Ministério da Educação, observada a obrigatoriedade de devolução de recursos em caso de vagas não ocupadas.

§ 4o Os valores das bolsas-formação concedidas na forma prevista no caput correspondem ao custo total do curso por estudante, incluídos as mensalidades, encargos educacionais e o eventual custeio de transporte e alimentação ao beneficiário, vedada cobrança direta aos estudantes de taxas de matrícula, custeio de material didático ou qualquer outro valor pela prestação do serviço.

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§ 5o O Poder Executivo disporá sobre o valor de cada bolsa-formação, considerando-se, entre outros, os eixos tecnológicos, a modalidade do curso, a carga horária e a complexidade da infraestrutura necessária para a oferta dos cursos.

(...)

De acordo com informações prestadas pelo gestor, em resposta às solicitações de auditoria, no exercício de 2014, o FNDE repassou ao SENAC/DN o montante de R$ 953.137.030,00, destinado ao pagamento das horas-aula da bolsa-formação executadas pelos Departamentos Regionais do SENAC. A esse valor devem ser acrescidos os rendimentos da aplicação financeira.

Por sua vez, o SENAC/DN repassou aos Departamentos Regionais o valor de R$ 957.103.766,00, de acordo com as informações disponíveis nos sistemas acadêmicos de cada regional.

O prazo estabelecido para o SENAC/DN apresentar prestação de contas dos recursos recebidos em 2014, referentes à bolsa-formação, encerra em 29/10/2015.

O documento normativo do Programa “A participação do Senac no Pronatec - Diretrizes versão 4” estabelece o seguinte fluxo para realização dos repasses financeiros:

a) os departamentos regionais informam, mensalmente, por meio do Sistema de Gestão

da Produção do Departamento Nacional, os dados relativos à execução da bolsa-

formação, respeitado o montante das horas pactuadas por turma;

b) o sistema gera o “Termo de Responsabilidade - Carga Horária Executada (CHE)”,

contendo o extrato mensal dos dados de produção do Pronatec, que deverá ser assinado

pelo Diretor Regional e incluído no sistema;

c) os departamentos regionais informam, por meio do Sistema de Gestão Financeira

(Gesfin) do Departamento Nacional, os valores desembolsados a título de assistência

estudantil, para fins de reembolso. Essa informação tem valor fiscal, sendo de

responsabilidade do Departamento Regional a conformidade dos dados apresentados;

d) o Gesfin disponibiliza o Termo de Responsabilidade – Valores, a ser assinado pelo

Diretor Regional e pelos gestores das áreas de Educação Profissional e de Finanças, ou

equivalente;

e) após validação dos valores informados, o Departamento Nacional realiza o repasse

financeiro.

O cálculo da bolsa-formação é efetuado pela multiplicação das horas do curso pelo valor da hora-aula aluno de R$ 10,00 para a modalidade presencial (sendo R$ 8,00 para a bolsa-formação e R$ 2,00 para auxílio à assistência estudantil), e R$ 4,50 para a oferta na modalidade a distância (que não contempla assistência estudantil). A assistência estudantil se destina ao pagamento de auxílio para alimentação e transporte.

O gestor informou que o valor recebido do FNDE não compõe a meta orçamentária da gestão do PRONATEC, tendo em vista o integral repasse aos departamentos regionais, de forma que o Departamento Nacional não utiliza este recurso financeiro para realizar a gestão interna do programa.

No exercício de 2014, o valor executado na gestão do programa foi de R$ 297.280,52, recursos estes que provêm inteiramente do SENAC/DN e que foram aplicados no

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desenvolvimento do Portal PRONATEC, realização da Reunião de Avaliação do PRONATEC e viagens de participação nas reuniões de gestão do programa em Brasília ao longo de 2014.

O SENAC/DN não oferece cursos no âmbito do PRONATEC, sendo sua atuação direcionada à gestão do programa. Nesse sentido, gestor apresentou as principais ações executadas em 2014, conforme segue:

a) Participação em reuniões técnicas no MEC para alinhamento de informações e orientações, juntamente com demais ofertantes e demandantes, e para resolução de problemas identificados pelo Departamento Nacional e Departamentos Regionais.

b) Participação em encontros e oficinas proporcionadas por demandantes e pelo órgão gestor nacional do programa (MEC).

c) Atualização e publicação do documento “A Participação do Senac no Pronatec: diretrizes versão 4”, visando nortear a nossa participação no Programa, para que ela ocorra de modo uniforme e transparente de norte a sul do país.

d) Orientações aos Departamentos Regionais sobre meios de comunicação e divulgação do Pronatec (Plano de Comunicação).

e) Manutenção de dados cadastrais atualizados, no Sistec, das unidades educacionais do Senac, inclusive das unidades remotas e polos de educação a distância.

f) Instruir os gestores dos Departamentos Regionais sobre normas e procedimentos relativos à oferta de vagas para a Bolsa-Formação.

g) Atuação constante junto aos Departamentos Regionais para identificação de demandas e possíveis melhorias nos processos da gestão do programa.

h) Acompanhamento da execução do programa por meio de registro em sistema informatizado.

De acordo com os documentos normativos do programa, a matrícula dos candidatos encaminhados pelos demandantes é de responsabilidade dos Departamentos Regionais. Da mesma forma, o controle da frequência dos alunos não é atribuição do SENAC/DN. Cabe ao Departamento Regional cadastrar, no sistema próprio, o gestor acadêmico da Unidade de Ensino, que realizará registros de frequência e da situação de cada matrícula, a partir do início das aulas de cada turma.

Com relação ao acompanhamento da execução do programa, o SENAC/DN estabeleceu avaliações periódicas com vistas a medir os resultados alcançados e elaborar eventuais propostas de revisão do programa, com base nos seguintes indicadores: número de matrículas, taxas de aprovação, reprovação e evasão, índice de laboralidade e índice de qualidade percebida. De acordo com as informações constantes do Relatório de Gestão, as metas previstas foram alcançadas, contudo, não foi disponibilizada documentação comprobatória da aferição dos indicadores.

##/Fato##

3.1.1.2 CONSTATAÇÃO

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Fragilidade na documentação comprobatória referente aos resultados alcançados na gestão do PRONATEC no exercício de 2014 Fato

O Relatório de Gestão do SENAC/DN de 2014 apresenta três indicadores para aferir a meta física da gestão do PRONATEC, quais sejam, laboralidade (egressos absorvidos no mundo do trabalho em 2013), índice de aprovação e índice de qualidade percebida.

O documento normativo do Programa “A participação do Senac no Pronatec - Diretrizes versão 4” define os indicadores e apresenta o método de cálculo.

O Relatório de Gestão apresenta os resultados alcançados no exercício, conforme quadro 15.

Quadro 15: Resultados da gestão do PRONATEC 2014

Meta física Prevista Realizada Laboralidade: egressos absorvidos no mundo do trabalho em 2013

60% 62,3%

Índice de aprovação (acima de)

70% 75,77%

Índice de qualidade percebida

80% 89,48%

Fonte: Relatório de Gestão SENAC/DN 2014

Por meio da Solicitação de Auditoria 201503992/02, reiterada pela Solicitação de Auditoria 201503992/10, solicitamos apresentar a documentação comprobatória da aferição dos resultados alcançados no exercício de 2014, incluindo relatórios de acompanhamento, resultados das pesquisas aplicadas, dentre outros. Contudo, a documentação apresentada pelo gestor não foi suficiente para demonstrar os resultados divulgados no Relatório de Gestão, conforme segue.

A laboralidade se refere à porcentagem de egressos absorvidos no mundo do trabalho durante ou após a realização do curso no Senac. Seu índice é calculado por meio de pesquisa nacional liderada pelo Departamento Nacional, levando em consideração o número de egressos que conseguiram trabalho durante ou após a realização do curso no Senac dividido pelo total de egressos que estavam trabalhando no momento de realização da pesquisa.

A metodologia utilizada na aplicação da pesquisa foi apresentada em resposta à Solicitação de Auditoria 201503992/10. De acordo com as informações recebidas, a pesquisa é realizada anualmente, via telefone, com os egressos que concluíram um curso do Senac no ano anterior, com base no cadastro fornecido pelos departamentos regionais. Dessa forma, na pesquisa de 2014, foram entrevistados egressos de 2013. O questionário utilizado na pesquisa foi estruturado pelo SENAC/DN, que contratou a Fundação Getúlio Vargas para executar a pesquisa. Para a realização da pesquisa, considera-se o intervalo de seis meses entre a finalização do curso e a realização da pesquisa, de forma a haver um tempo mínimo para que o curso possa ter algum efeito na colocação profissional dos respondentes.

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Ocorre que a entidade divulgou o resultado alcançado pelo índice com base em relatório preliminar de auditoria da Fundação Getúlio Vargas, que consignou a possibilidade de ajustes até a elaboração do resultado final.

O índice de aprovação se refere ao número de estudantes matriculados e aprovados. O índice é apurado mediante a divisão do número de alunos que concluíram o curso pelo número de matrículas efetivas. Embora solicitado, não foi apresentada documentação comprobatória dos resultados divulgados relativos ao índice.

O índice de qualidade percebida é apurado em pesquisa anual, mediante a avaliação dos alunos dos serviços e produtos educacionais do Pronatec, com o objetivo de melhoria contínua dos processos. São avaliados sete quesitos, que interferem direta ou indiretamente na oferta dos cursos, quais sejam: atendimento escolar, curso, material didático, docente, supervisão pedagógica e equipamentos e utensílios usados no processo ensino-aprendizagem e instalações físicas. Cada quesito é composto por um conjunto de atributos que buscam dar conta de suas principais dimensões, avaliando a expectativa e percepção do aluno quanto ao curso que lhe foi oferecido. A pesquisa tem abrangência nacional, é realizada por meio de questionário estruturado e disponibilizado na internet, sendo a apuração do resultado realizada por sistema automatizado específico.

Em resposta à solicitação de auditoria, foi apresentado documento informando os resultados alcançados por cada um dos sete quesitos e o resultado final do índice de qualidade percebida. Muito embora o documento tenha informado a abrangência nacional da aplicação de questionário estruturado, disponibilizado na internet, não identifica o responsável pela tabulação dos dados, não informa a quantidade de alunos que responderam o questionário, sua representatividade frente ao universo de alunos que realizaram cursos do programa no exercício de 2014, nem a distribuição geográfica dos respondentes e o período em que a pesquisa foi realizada.

Desta forma, consideramos frágil a documentação utilizada para comprovar os resultados divulgados referentes à gestão do PRONATEC no exercício de 2014.

##/Fato##

Causa

Falha nos procedimentos de controle de documentação comprobatória da aferição dos resultados da gestão do PRONATEC.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à Solicitação de Auditoria 201503992/02, o gestor informou o que segue:

“O gestor estabeleceu avaliações periódicas com o objetivo de acompanhar o Pronatec e medir seus resultados. Os indicadores a serem analisados estão descritos no item 20 do documento Diretrizes, encaminhado como anexo da solicitação n° 1 – Estruturação dos Indicadores.

A qualidade do programa e a satisfação do aluno são prioridades para o Senac. Assim, com a intenção de avaliar eficiência desse indicador, é apurada anualmente a percepção dos alunos por

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meio de pesquisa “Qualidade percebida”, cujo índice em 2014 foi de 89,48. O relatório de Avaliação da Qualidade Percebida encontra-se em elaboração.

O relatório de Avaliação de Egressos do Senac 2014 tem sua previsão de fechamento para o dia 23 de julho de 2015 e quanto ao índice de laboralidade do Pronatec 2014, o resultado preliminar é de 63,3% a ser confirmado no fechamento da pesquisa.

Em relação ao índice de aprovação do exercício 2014 os alunos do Senac alcançaram 75,7%.”

Por meio da Solicitação de Auditoria 201503992/10, solicitamos justificar a utilização de resultado não confirmado para divulgar o índice de laboralidade do PRONATEC no Relatório de Gestão de 2014. Além disso, reiteramos a solicitação de apresentação da documentação comprobatória da aferição dos resultados alcançados no exercício de 2014, conforme registrado no Relatório de Gestão, incluindo relatórios de acompanhamento, resultados das pesquisas aplicadas, dentre outros. Em resposta, o gestor apresentou as seguintes informações:

“O indicador de Laboralidade do Pronatec que consta no Relatório de Gestão de 20014 era definitivo no momento da divulgação do referido Relatório. O caráter preliminar informado na resposta à solicitação n° 201503992/02 refere-se somente ao relatório final da pesquisa de Egressos do Senac, que se encontra em fase final de elaboração e tem conclusão prevista para o dia 23 de julho de 2015.

Em anexo, segue a documentação comprobatória da Avaliação Nacional de Qualidade Percebida dos Cursos – 2014, contendo metodologia, tabela com indicadores finais de qualidade percebida por quesito, atributo e indicador geral do Pronatec, além do questionário utilizado n pesquisa.

A documentação comprobatória da Pesquisa de Avaliação do Egresso do Senac também encontra-se em anexo.”

Após recebimento da versão preliminar deste Relatório, o gestor apresentou suas manifestações finais, datadas de 31/08/2015, que passamos a reproduzir: "Em relação à recomendação, esclarecemos:

1. Sobre o Indicador de Laboralidade, apresentado no Relatório de Gestão 2014: a) Em junho de 2014, o Senac contratou a Fundação Getúlio Vargas para a realização de Pesquisa Nacional de Avaliação de Egressos da Instituição, tendo como universo 736.798 alunos concluintes dos cursos ofertados nas modalidades de recurso Pronatec, Programa Senac de Gratuidade - PSG e Comercial, com a expectativa de uma amostra de 7.000 entrevistados egressos e 300 empregadores. b) Dividida em duas etapas, conforme contrato firmado, a pesquisa envolveu a elaboração de índices de laboralidade Nacional e por Departamento Regional, tendo a FGV apresentado em janeiro/2015, relatório com o índice nacional finalizado de 62,3% para a modalidade de recurso Pronatec. Na oportunidade, foram contabilizadas, nessa primeira fase, 7.000 entrevistas nas três modalidades de recursos, sendo, nessa amostra, 2.520 egressos do Pronatec. Portanto, o indicador evidenciado pela amostra era consistente e apoiava-se em base de dados analíticos compatível com o planejado para a avaliação nacional. c) No entanto, entanto, a meta amostral de egressos para a construção de indicadores regionais ficou abaixo do planejado, levando ao Senac a realizar aditivo contratual com a FGV para a execução complementar de entrevistas de egressos e empregadores, o que resultou na elevação do nº de participantes da pesquisa para 8.440 egressos e 400 empregadores. d) Esse aditivo permitiu a elevação do número de entrevistas relativas aos egressos Pronatec de 2.520 para 2.978. Essa nova base amostral, finalizada em julho/2015, levou a um índice de

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laboralidade de 63,3%, ou seja, um ponto percentual superior ao dado assinalado no Relatório de Gestão de 2014, variação, portanto, inferior ao erro amostral, estimado em 1,8% para essa modalidade de recursos. e) Importante ressaltar que, tanto no caso do relatório Nacional quanto no Relatório que incluiu os Departamentos Regionais emitidos pela FGV, foram fornecidas pela fundação pesquisadora as bases de dados analíticos comprobatórias da pesquisa, que apresentamos em CD (Anexo 5).

2. Sobre o Índice de Qualidade Percebida: a) Quanto ao índice de qualidade percebida, informamos que o universo foi de 111.941 concluintes e a amostra pesquisada de 8.567 alunos do Senac, sendo 2.037 alunos Pronatec, 4.106 alunos PSG e 2.424 alunos de cursos comerciais. A pesquisa foi realizada de 10 de novembro a 23 de dezembro de 2014, por meio de questionários on-line desenvolvidos com a ferramenta Sphinx, um software para coleta e análise de dados acadêmicos e gerenciais, estando as tabelas e base de dados analíticos dessa pesquisa disponíveis para verificação e análise dessa Controladoria. De fato, o que não estava concluído por ocasião da auditoria era tão-somente a publicação do relatório analítico e sintético da pesquisa. b) Apresentamos em CD (Anexo 6) a referida base de dados das pesquisas, que comprova as entrevistas realizadas.

3. Sobre o Índice de Aprovação: a) Ressalvamos que este índice é calculado a partir de dados analíticos e consolidados fornecidos pelos Departamentos Regionais e que os documentos comprobatórios das aprovações integram os controles de Secretaria Acadêmica desses Departamentos. Destacamos, ainda, que os dados de aprovação e conclusão de cursos podem ser acompanhados, também, pelo Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica – Sistec, administrado pelo MEC (http://sistec.mec.gov.br/login/login). b) Dessa forma, cabe a este Departamento Nacional apenas a consolidação dos dados educacionais encaminhados pelos 27 Departamentos Regionais do Senac.

Por fim, conforme demonstrado, os resultados apresentados basearam-se em relatórios consistentes e definitivos."

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Foram apresentados dois anexos à resposta à Solicitação de Auditoria 201503992/10. O anexo 1 trata da avaliação da qualidade percebida e o anexo 2 se refere à pesquisa de avaliação de egressos. Destacamos que não foi apresentada nenhuma documentação que comprovasse a aferição do resultado do índice de aprovação, nem mesmo o relatório do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - SISTEC, mencionado pelo gestor em suas manifestações finais.

Com relação à laboralidade, muito embora o gestor tenha afirmado que o resultado apresentado no Relatório de Gestão já era definitivo, reafirmamos que o documento apresentado é um relatório parcial, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, datado de 15/01/2015, que contém o registro da seguinte observação:

“Os dados coletados ainda estão em processo de revisão e supervisão das entrevistas realizadas, portanto, eles podem sofrer pequenos ajustes até a elaboração do relatório final.”

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Dessa forma, verifica-se que a instituição executora da pesquisa alertou que os dados divulgados não eram definitivos, pois poderiam sofrer ajustes até a elaboração do relatório final, que, segundo o gestor, tem conclusão prevista para 23/07/2015. Desta forma, ratifica-se a utilização pelo gestor de dados não conclusivos no Relatório de Gestão.

A respeito das manifestações finais do gestor, destacamos que o contrato que o SENAC/DN assinou com a Fundação Getúlio Vargas para a realização de pesquisa com a finalidade de auxiliá-lo na avaliação acerca da inserção profissional dos alunos egressos dos cursos ofertados tem prazo de vigência de sete meses, a contar da sua assinatura, em 24 de novembro de 2014. Verificamos a previsão contratual da realização da pesquisa em duas etapas, que correspondem, respectivamente, às entrevistas realizadas com egressos e às entrevistas realizadas com os empregadores. Para a primeira etapa, está prevista a entrega de relatório parcial e final. Para a segunda etapa, foi prevista somente a entrega de relatório final. O indicador de laboralidade está incluído no escopo da primeira etapa.

O Primeiro Termo Aditivo, assinado em 24 de fevereiro de 2015, prorroga o prazo de vigência do contrato por um mês, ou seja, o termo final da vigência passa a ser 24 de julho de 2015. Além da prorrogação da vigência, o termo aditivo implicou em acréscimo do valor contratual e inclusão dos seguintes serviços: realização de 1.250 entrevistas adicionais a egressos dos cursos do SENAC no exercício de 2013 e a elaboração e entrega do indicador de laboralidade dos programas. O documento referido registra a previsão de conclusão das entrevistas até o final do quarto mês de vigência do contrato e a entrega do indicador de laboralidade na primeira semana do quinto mês de vigência do contrato. Assim, verifica-se que foi contratada a entrega do referido indicador até dia 23 de março de 2015. Contudo, em janeiro de 2015 foi entregue um relatório parcial e o relatório final foi entregue em 23/07/2015, revelando atraso diante do cronograma acordado. Desta forma, reiteramos o caráter preliminar e não conclusivo das informações utilizadas pelo gestor para divulgação do resultado do indicador de laboralidade no seu Relatório de Gestão.

Quanto ao índice de qualidade percebida, o documento apresentado em anexo informa a abrangência nacional da aplicação de questionário estruturado, disponibilizado na internet. Além disso, apresenta os resultados alcançados por cada um dos sete quesitos e o resultado final do indicador. Porém, deixa de apresentar informações relevantes para validar os resultados divulgados, tais como a quantidade e representatividade dos alunos que responderam o questionário, período de realização da pesquisa, tipo de curso avaliado, dentre outras. A base de dados encaminhada pelo gestor nas manifestações finais ao Relatório Preliminar de Auditoria apresenta informações sobre a pesquisas realizadas no âmbito do Programa Senac de Gratuidade (PSG); não se referem ao PRONATEC.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Elaborar relatórios consistentes que demonstrem os resultados alcançados nas ações destinadas à formação profissional, com base em dados definitivos capazes de validar o comportamento dos indicadores utilizados na aferição das metas propostas.

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201503992 Unidade(s) Auditada(s): SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Ministério Supervisor: MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO Município (UF): Rio de Janeiro (RJ) Exercício: 2014 1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01/2014 e 31/12/2014 pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada.

3. Foram registradas as seguintes constatações relevantes para as quais, considerando as análises realizadas, não foi identificado nexo de causalidade com atos de gestão de agentes do Rol de Responsáveis:

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC/DN - OS 201503992

- Motivação não adequadamente comprovada para instituição do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (item 1.1.1.2); - Falta de aderência aos instrumentos convocatórios na condução dos processos seletivos (item 1.1.1.4);

- Aporte de recursos ao Plano de Previdência Complementar em valores superiores ao segurado, contrariando dispositivo constitucional (item 1.3.1.1); - Contratação de serviços técnicos especializados de consultoria com falhas na definição do objeto, na forma de remuneração e na prestação de contas (item 2.1.1.1); - Contratação de serviços técnicos especializados de tradução simultânea com falhas na definição do objeto (item 2.1.1.2); - Inversão das fases da habilitação e da abertura das propostas em pregão presencial, prejudicando a competitividade e a celeridade do certame (item 2.2.1.1);

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

- Procedimento licitatório realizado sem a adequada definição do objeto e sem elementos suficientes para a avaliação dos custos envolvidos no serviço contratado. (item 2.2.1.2); - Fragilidade na documentação comprobatória referente aos resultados alcançados na gestão do PRONATEC no exercício de 2014 (item 3.1.1.2).

4. Nestes casos, conforme consta no Relatório de Auditoria, foram recomendadas medidas saneadoras.

5. Diante do exposto, proponho que o encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja pela regularidade.

Rio de Janeiro (RJ), 08 de setembro de 2015.

FÁBIO DO VALLE VALGAS DA SILVA

Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro

Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201503992

Unidade Auditada: SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

Ministério Supervisor: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO - MTE

Município/UF: Rio de Janeiro/RJ

Exercício: 2014

Autoridade Supervisora: Manoel Dias

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do exercício de

2014, do Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC/DN,

expresso a seguinte opinião acerca dos atos de gestão com base nos principais registros e

recomendações formulados pela equipe de auditoria.

O SENAC/DN tem a missão institucional de prestar educação profissional para as

atividades do comércio de bens, serviços e turismo. Nesse sentido, cumpre destacar o cumprimento

das metas referentes ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec),

em sua modalidade Bolsa Formação.

Ressalta-se que foram identificadas fragilidades na execução dos processos seletivos, no

Plano de Incentivo à Demissão Voluntária e no Plano de Previdência Complementar da Entidade,

bem como em processos de contratação de serviços técnicos especializados. No entanto,

considerando as análises realizadas, não foi identificado nexo de causalidade com atos de gestão de

agentes do Rol de Responsáveis.

Essas fragilidades tiveram como causas estruturantes a falta de planejamento adequado

das ações e falhas nos controles internos da área de compras do SENAC/DN, sendo recomendadas

melhorias nesses controles, a realização de uma avaliação do custo-benefício da instituição do

Plano de Incentivo à Demissão Voluntária e a aplicação de regras no Plano de Previdência

Complementar.

Essas fragilidades decorrem da ausência de detalhamento objetivo de critérios na etapa

de análise curricular dos processos seletivos, de falhas no planejamento dos processos licitatórios e

atraso nos trâmites para o cadastramento da Entidade no portal Licitações-e, junto ao Banco do

Brasil, para a realização de pregões eletrônicos.

Quanto ao monitoramento das recomendações do Controle Interno, cumpre ressaltar que

restam pendentes de atendimento duas recomendações referentes à gestão de aquisições e

contratações.

Os controles internos administrativos na área de pessoal foram considerados eficientes,

sendo capazes de identificar e mitigar os riscos relevantes. Com relação aos controles internos da

área de compras, foram consignadas algumas oportunidades de aprimoramento desses controles.

Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei n.º

8.443/92, combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da

IN/TCU/N.º 63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão expressa no

Certificado de Auditoria. Desse modo, o Ministro de Estado supervisor deverá ser informado de

que as peças sob a responsabilidade da CGU estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com

vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial de que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e

posterior remessa ao Tribunal de Contas da União por meio do mesmo sistema.

Brasília/DF, 24 de setembro de 2015.

Diretor de Auditoria das Áreas de Previdência, Trabalho, Pessoal,

Serviços Sociais e Tomada de Contas Especial