certificação de uma empresa...
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Certificação de uma empresa
aerónautica
EFA PAME 009
FT40 Práticas e conceitos para certificação internacional da empresa aeronáutica Page 2
Indíce Introdução ..................................................................................................................................... 3
Organizações Internacionais de Regulamentação da Aviação Civil .............................................. 4
FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION (FAA) ............................................................................ 4
JOINT AVIATION AUTHORITIES (JAA) ........................................................................................ 5
European Aviation Safety Agency (EASA) ................................................................................. 6
Diferenças relativas á JAA .................................................................................................... 6
Jurisdição ............................................................................................................................... 7
Regulação .............................................................................................................................. 8
Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC)............................................................................... 12
Missões ................................................................................................................................ 12
Organização ......................................................................................................................... 13
História ................................................................................................................................ 14
Organismo Normativo ................................................................................................................. 14
OACI / ICAO – INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION .......................................... 14
CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE ................................................................................................... 16
Quais são as vantagens de ter uma certificação .................................................................... 18
O que é As 9100?..................................................................................................................... 18
AS9100, AS9110, AS9120 Aeroespacial ............................................................................... 20
OHSAS 18001:2007- “Occupational Health and Safety Assessment”. .................................... 21
Relação entre OHSAS 18001:2007, ISO9001 e ISO14001 ................................................... 22
ISO 14000:2004 - “Environmental Management Systems”. ................................................... 22
ISO 9001- “Quality Management Systems” ............................................................................ 23
NORMAS ESSENCIAIS DA SÉRIE ISO 9000 ............................................................................ 25
Aeronavegabilidade .................................................................................................................... 25
Requisitos de Aeronavegabilidade .......................................................................................... 26
Certificações de projecto, Fabricação e Aeronavigabilidade .................................................. 26
Segurança de Voo .................................................................................................................... 27
Manutenção de voo ................................................................................................................ 27
Programas de Manutenção das Aeronaves (PMA) ................................................................. 28
Aprovação do PMA .................................................................................................................. 28
Aprovação do Protocolo de Manutenção ou Inspecção ......................................................... 29
Conclusão .................................................................................................................................... 30
Bibliografia .................................................................................................................................. 31
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Introdução
Para que uma empresa possa construir aviões é necessário de ter o projeto
avaliado e certificado pelo orgão regulador do seu país.
Aeronavegabilidade pode definir-se como a capacidade de um avião, atender a
todas as normas e testes de segurança de voo. Assim obtém as certificações
de projeto, fabricação e aeronavegabilidade, necessárias para sua produção e
comercialização, de forma a garantir a máxima qualidade da aeronave e do
próprio voo.
As normas são necessárias para garantir a qualidade do produto e satisfação
dos clientes, para que a credibilidade possa aumentar frente ao mercado, e
também aumenta a produtividade e a qualidade evitando assim as perdas dos
produtos, isso leva as empresas possam ter uma boa imagem no mundo
comercial.
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Organizações Internacionais de Regulamentação da Aviação Civil
FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION (FAA)
É a autoridade de aviação nacional dos Estados
Unidos da America. É uma agência do departamento dos
transportes dos E.U.A. Regula e averigua todos os
aspectos da aviação civil. O acto da federação de aviação
de 1958 criou a organização sob o nome “ Federal Aviation
Agency” e adoptou o corrente nome em 1966 quando ficou
inserido parte do departamento dos transportes dos E.U.A.
A FAA tem oito funções importantes:
Regulações dos Estados Unidos acerca dos transportes do espaço
comercial;
Regulações dos armazéns das navegações do ar, geometria e
inspeções de voo;
Desenvolver o Sistema National Aerospacial e aeronautica civil;
Suspenção e revogação dos certificados dos pilotos;
Regular a aviação civil para promover a segurança, especialmente
através dos escritórios locais chamados Flight Standards District
Offices;
Desenvolvimento e operar o sistema do trafico aéreo e navegação
para a aviação civil e militar;
Explorar e desenvolver o espaço aéreo nacional e aéronautica civil;
Desenvolver e carregar os programas de controlo de aviação e outros
efeitos da aviação civil.
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JOINT AVIATION AUTHORITIES (JAA)
JAA esta associado ao corpo da ECAC que
representa a autoridade reguladora da aviação civil
de um número de estados europeus que concordou
em co-operar no desenvolvimento e implementação
comum das regulações de segurança e
procidimentos.
Na implementação do chamado FUJA report, a
JAA entrou numa fase no 1 de Janeiro de 2007.
Nesta nova fase o formato “JAA” tornou-se “JAA T ( transição). JAA T é
considerado como um escritório Liaison (JAA LO) e um escritório de treino
(JAA TO). Os escritórios do JAA LO estão localizados na European Aviation
Safety Agency (EASA) na Colónia (Alemanha).
O JAA começou como Joint Airworthiness Authorities em 1970.
Originalmente, os seus objectivos eram somente produção de códigos de
certificados comuns para grandes aeroplanos e motores de modo a ir de
acordo com as necessidades da industria europeia e a consórcios
internacionais (Airbus). Depois de 1987 o trabalho foi extendido para
operações, manutenções, licensas e certificações para classes de aviões.
De adaptação ás Regulações (EC) no 1592/2002 através do parlamento
europeu e o Conselho da União Europeia juntamente com a EASA criaram a
autoridade reguladora da europa que obsorveram quase todas funções da JAA
( dos estados membros da EASA). Entre as funções transferidas foi a
segurança e tipo de certificação da nave, motores, partes e a aprovação. No
futuro, outras funções vão ser transferidas como as licensas dos pilotos de
aviação.
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European Aviation Safety Agency (EASA)
A European Aviation Safety Agency (EASA)
agência pertencente á União Europeia na qual
são efectuadas tarefas executivas e de
regulamentação na área da segurança
aeronáutica. Com base em Cologne, Alemanha, a
agência EASA foi criada em 15 de Julho 2002, e
atingiu toda a sua funcionalidade em 2008,
assumindo assim os papeis da agência Joint
Aviation Authorities (JAA). Os paises pertencentes
á European Free Trade Association (EFTA) ficam assim com participação
garantida na agência.
As responsabilidades da EASA incluem a realização de análise e
pesquisa de segurança, autorização para operadores estrangeiros, participação
para a elaboração na legislação da União Europeia, implementação e
monitorização das regras de segurança (incluindo inspecções nos Estados
membros), certificação de tipos de aeronaves e componentes, bem como a
certificação das entidades envolvidas no projeto, fabricação e manutenção de
produtos aeronáuticos.
Diferenças relativas á JAA
JAA tem a sua sede em Hoofddorp, Amsterdão. Uma diferença entre a
EASA e a JAA é que a AESA tem autoridade reguladora legal dentro da União
Europeia através da promulgação de sua regulamentação através da
Comissão Europeia , Conselho da União Europeia e Parlamento Europeu ,
enquanto a maioria dos produtos da JAA são códigos harmonizados sem força
direta da lei.
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Jurisdição
A AESA tem jurisdição sobre novos certificados e de outras aprovações
de projectos relacionados com a aeronavegabilidade de aeronaves, motores,
hélices e peças. A AESA trabalha com as autoridades nacionais de aviação
(NAA) dos membros da UE, mas assumiu muitas de suas funções no interesse
da padronização da aviação em toda a Turquia membro da UE e não-UE. A
EASA também é responsável por apoiar a Comissão Europeia na negociação
de acordos internacionais de harmonização com o resto do mundo em nome
de estados membros da UE e também conclui acordos técnicos de forma a
trabalhar directamente com os seus homólogos de todo o mundo, como a
Federal Aviation Administration (FAA). A AESA também define a política para
as estações de reparação aeronáutica (norma CS-145 organizações na Europa
e nos EUA - também conhecidas como norma CS-571 organizações no
Canadá) e emite certificados de reparo da estação para centros de reparação
situados fora da União Europeia (que permite estações de reparos estrangeiros
para executar um trabalho aceitável para da União Europeia em aeronaves
UE). A EASA desenvolveu regras para operações aéreas, licenciamento da
tripulação de aeronaves utilizadas na UE e estas são aplicáveis depois da
legislação Europeia necessária para expandir o mandato da Agência em vigor
(a legislação foi publicada em 19 de março de 2008).
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Regulação
Norma CS-66 Certificação dos funcionários
Na Europa, os funcionários de certificação de manutenção de aeronaves
têm de cumprir a norma CS-66 certificação de funcionários da EASA.
A norma CS-66 baseia-se no sistema mais antigo JAR e do nível
desejado de formação seguindo o sistema 104 ATA.
Existem três níveis de autorização:
Categoria A (Mecânica de Manutenção de Linha):
Licença A categoria de base + Treino de Tarefas (Nível depende da
complexidade da tarefa) + autorização de certificação da empresa para tarefas
específicas ("A categoria de licença de manutenção de aeronaves permite aos
seus titulares a emição de certificados de aptidão para serviço após pequenas
operações de rotina como manutenção de linha e rectificação de falhas
simples, no âmbito das tarefas especificadas na respectiva licença. As
competências de certificação são limitadas às operações que o titular da
licença já tenha realizado pessoalmente em uma organização da norma CS-
145 "),
Categoria B1 (mecânica) e / ou B2 (Aviónica) (Técnico de Manutenção de
Linha):
Licença de categoria de base B1/B2 + Treino Tipo (ou seja, linha e base de
manutenção IAW ATA 104 Nível III) + autorização de certificação da
Companhia ("A categoria de manutenção de aeronaves B1 permitirá aos seus
titulares a emitição de certificados de aptidão para o serviço de manutenção
seguinte, incluindo estrutura da aeronave, motor, sistemas mecânicos e
elétricos. A substituição de unidades de linha do avião, que exigem testes
simples para comprovar a sua manutenção, deve também ser incluído nesta
categoria. A Categoria B1, inclui automaticamente a subcategoria A relevante
"," A categoria B2, licença de manutenção de aeronaves autoriza os seus
titulares a emitir certificados de aptidão para serviço após manutenção em
sistemas eléctricos ").
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Categoria C (Engenheiro de Manutenção Base):
A carta de categoria C + Treino Básico Tipo (Base de Dados de Manutenção
IAW ATA 104 Nível III para a primeira qualificação de tipo e nível ATA 104,
treino para tipos de aeronaves de tecnologia semelhante, nível de treino III) +
Autorização da empresa de certificação ("A categoria C, licença de manutenção
de aeronaves autoriza os seus titulares a emitir certificados de aptidão para
serviço após a manutenção de base de aeronaves. Os privilégios aplicam-se às
aeronaves na sua totalidade numa organização da norma CS-145").
Uma diferença significativa entre os EUA e os sistemas europeus é que,
nos Estados Unidos, os técnicos de manutenção de aeronaves (fuselagem
norma CS-65 e Mecânica motopropulsor) estão autorizados a trabalhar sob os
seus próprios certificados e aprovar o seu próprio trabalho para retorno ao
serviço. OS portadores de certificados da norma CS-66 são necessários para
executar suas funções sob a organização da norma CS-145 para a categoria
de Transportes (MTOM kg> 5700) e grandes aeronaves. A norma CS-145 no
sistema EASA tem a autoridade para aprovar o retorno ao serviço.
Aprovação Organização da norma CS-145 Manutenção
Para obter a aprovação de forma a ser uma estação de reparação
aeronáutica, uma organização deve escrever, apresentar e manter actualizada
uma entidade de manutenção (MOE). Para apoiar a sua MOE as organizações
devem ter um conjunto documentado de procedimentos. A organização deve
ter uma matriz de conformidade para mostrar como atender aos requisitos da
norma CS-145.
EASA Norma-M Aeronavegabilidade Continuada
A Norma-M da EASA é composta por várias subpartes. As subpartes
são a F (Manutenção de aeronaves abaixo 5,700 kg em ambiente não
comercial), a G ( Aeronavegabilidade Continuada Gestão da Organização =
CAMO, coordenando o cumprimento de aeronaves com programa de
manutenção, as directivas de aeronavegabilidade e boletins de serviço) - o
código de aeronavegabilidade está disponível no website da AESA
([easa.europa.eu]) na seção de regulamentos.
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Norma da EASA CS-147 Requisitos de Formação da Organização
Para estar de acordo com a norma CS-66 sobre a emissão de licenças é
a maior área de criação e obtenção de aprovação para uma escola de
formação para mecânicos de aeronaves. A norma CS-147 Dia qual a melhor
situação para estabelecer uma escola de formação.
EASA norma CS-21, subparte J Projeto Organização
Organização do design, significa que uma organização é responsável
pelo design de aeronaves, motores de aeronaves, hélices, unidades de
potência auxiliares, ou das suas peças e aparelhos, e aprovação de projeto de
contenção, ou requerer, certificados de tipo, certificados-tipo suplementares,
alterações ou reparos ou autorizações ETSO. Uma organização de projeto
mantém a DOA (Aprovação Organização do design).
Norma CS-21 representa os requisitos para aprovação de projeto
Organização e Aprovações de Organização de Produção, conforme descritas
no Regulamento (CE) 1702/2003 sobre "normas de execução»
EASA norma CS-21, subparte G Organização de Produção
A holding de Aprovação de Produção Organização (POA), tem a
aprovação para construir e certificar peças de aeronaves quando um DOA
acordar que a POA está no lugar.
Uma peça construída para uma aeronave pode ser certificada com um
formulário EASA One como aprovado para um determinado tipo de aeronave,
uma vez que foi instalado como protótipo para uma aeronave e foi certificada
por uma entidade de projecto com uma aprovação de pequena alteração, um
Certificado de Tipo Suplementar (Supplemental STC) ou um Certificado de Tipo
(CT).
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Análise de Segurança e atividades de pesquisa
O trabalho dos centros da EASA é garantir os mais altos níveis de
segurança da aviação civil, através da certificação de produtos de aviação, a
aprovação de organizações para fornecer serviços de aviação,
desenvolvimento e implementação de um quadro europeu normalizado
regulamentar.
Estas tarefas são suportados por:
- Coordenação das iniciativas de melhoria interna e externa de segurança. Por
exemplo, a Iniciativa Europeia de Segurança Estratégica (ESSI) é uma parceria
entre a segurança da aviação EASA, outros reguladores e da indústria com o
objetivo de melhorar ainda mais a segurança dos cidadãos na Europa e em
todo o mundo através de análises de segurança, implementação de planos de
custo eficazes de ação e coordenação com outras iniciativas de segurança em
todo o mundo.
- Fornecimento de relatórios sobre a segurança da aviação europeia e mundial
- Ponto focal para a coordenação de acidentes de aviação recomendações de
segurança de investigação.
Revisão anual de Segurança na Aviação
AESA é encarregada pelo artigo 15 (4) do Regulamento (CE) n º
216/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de fevereiro de 2008
para apresentar uma revisão de segurança da aviação anual.
O Relatório Anual de Segurança apresenta estatísticas sobre a
segurança da aviação civil europeia e mundial. As estatísticas são agrupadas
de acordo com o tipo de operação, por exemplo, o transporte aéreo comercial,
e a categoria de aeronave como aviões, helicópteros, planadores, etc... A
EASA tem acesso a acidentes e informações de estatísticas coletadas
pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Os Estados são
obrigados, de acordo com o Anexo 13 da ICAO sobre Acidentes Aeronáuticos e
Investigação de Incidentes, de informar a ICAO informações sobre acidentes e
incidentes graves com aeronaves com uma massa máxima à descolagem de
cerca de 2250 kg. Além dos dados da OACI, foi feito um pedido aos Estados-
membros da EASA para obter dados de acidentes leves de aeronaves. Os
dados sobre a operação de aeronaves de transporte aéreo comercial foi obtido
a OACI e a NLR Air Transport Safety Institute.
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Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC)
O Instituto Nacional de Aviação Civil, I. P. (INAC, I. P. ou
simplesmente INAC) é o organismo regulador da
aeronáutica civil em Portugal. O INAC exerce também
as competências de Autoridade Aeronáutica Nacional e
de Registo Aeronáutico Nacional.
Missões
No âmbito de regulador e autoridade aeronáutica o INAC tem as seguintes
missões básicas:
a) Assegurar o Governo de Portugal na definição de políticas de aviação civil;
b) Intervir no planeamento das infraestruturas aeronáuticas e na gestão do
espaço aéreo nacional;
c) Promover a segurança aeronáutica;
d) Regular e fiscalizar o exercício das actividades de aviação civil;
e) Regular as actividades económicas aeronáuticas;
f) Proceder à observação do mercado do transporte aéreo e de outras
actividades relacionadas com a aviação civil;
g) Colaborar na negociação e execução de tratados e acordos internacionais;
h) Representar o Estado Português em organismos internacionais relacionados
com a aviação civil;
i) Assegurar o registo das aeronaves de matrícula portuguesa, bem como das
suas partes e componentes;
j) Promover e regular a informação aeronáutica;
k) Coordenar com o Instituto de Meteorologia, os procedimentos relativos à
meteorologia nacional;
l) Coordenar com a Autoridade Nacional de Comunicações a gestão das radio-
comunicações aeronáuticas;
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m) Credenciar entidades externas para o exercício de funções técnicas no
âmbito da aviação civil;
n) Participar nos sistemas nacionais de protecção civil em tudo o que envolva
aeronaves e cooperar na prevenção e investigação de acidentes com
aeronaves civis;
Organização
O INAC é um instituto público dotado de personalidade jurídica e de
autonomia administrativa e financeira, tutelado pelo ministério responsável
pelos transportes (actualmente denominado Ministério das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações). Como órgãos superiores o INAC inclui:
a) Presidente do Conselho de Administração.
b) Conselho de Administração.
c) Conselho Fiscal.
Subordinados aos órgãos superiores situam-se os vários departamentos e
áreas de actuação do INAC, nomeadamente:
1) Departamentos e áreas de apoio: Centro de Documentação e Informação,
Comunicação e Imagem, Assuntos Jurídicos, Administração e Finanças e
Recursos Humanos;
2) Departamentos e áreas operacionais: Infraestruturas e Navegação Aérea,
Centro de Medicina Aeronáutica, Pessoal Aeronáutico, Licenciamento de
Empresas, Operações, Medicina Aeronáutica, Regulação Económica e
Aeronavegabilidade.
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História
Até 1944 a actividade aeronáutica civil em Portugal era regulada e
tutelada pela Aeronáutica Militar. Nesse ano a área da aeronáutica civil foi
separada da militar, sendo criado um organismo tutelar para aquela,
denominado Secretariado da Aeronáutica Civil (SAC) antecessor do actual
INAC. Em 1946, o SAC absorveu o Gabinete Técnico dos Aeródromos Civis e
passou a denominar-se Direcção-Geral de Aeronáutica Civil (DGAC),
dependente do então Ministério das Comunicações. Posteriormente passou
a Direcção-Geral de Aviação Civil e, em 1998, adoptou a actual denominação
de Instituto Nacional de Aviação Civil.
Inicialmente o SAC/DGAC, além da função reguladora de aeronáutica
civil, exercia a administração directa das infraestruturas aeronáuticas, do
controlo da navegação aérea e mesmo de certas áreas dos transportes aéreos.
Por exemplo, foi no seio do SAC que nasceu a actual TAP, mais tarde
transformada em empresa autónoma. Posteriormente estas áreas foram sendo
privatizadas ou atribuídas a outras entidades públicas, limitando-se a função do
actual INAC à de regulamentação e fiscalização.
Organismo Normativo
OACI / ICAO – INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION
A actividade da OACI evidencia-se de muitos modos, tantos quantos aqueles que se afirmam compatíveis com a sua posição de organização internacional para universal, com fins especializados e integrada na família das Nações Unidas.
Evidentemente que a própria Convenção de Chicago de 1944 representa a mais relevante manifestação desse Direito Internacional Aéreo produzido no âmbito do sistema de Chicago, uma vez que é possível descobrir inúmeras orientações jurídicas que dela se desprendem, que podem ser sintetizadas pelas cinco liberdades do ar,
tal como elas se têm apresentando:
1. Liberdade de sobrevoo;
2. Liberdade de escala;
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3. Liberdade de desembarque de pessoas, correio e mercadoria;
4. Liberdade de embarque de pessoas, correio e mercadoria;
5. Liberdade de trânsito.
A OACI, o que aconselha à sua posição especial de poder emitir orientações normativas dotadas de maior tecnicidade.
Actualmente é possível a realização de uma viagem para qualquer parte do mundo numa questão de horas. O herói dessa façanha é o avião com sua capacidade de voar com velocidade equiparada a do som e de sobrepujar todos os obstáculos terrestres, tais como montanhas, oceanos, rios e desertos. Entretanto, para tornar isso possível é necessário o apoio em terra de milhares de técnicos como os controladores de voo, meteorologistas, especialistas em comunicações, mecânicos, etc. A padronização internacional cria acordos entre países nos campos legais, técnicos e económicos, absolutamente necessários, em todas as circunstâncias deve ser assegurada a segurança como objetivo principal. Deve ser afastada a possibilidade de erro por desconhecimento ou interpretação errada das regras e regulamentos. Para esse fim as nações estabeleceram a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para servir de meio para se conseguir a compreensão e os acordos internacionais. Essa organização foi criada em 1944 com a assinatura da Convenção da Aviação Civil Internacional (chamada de Convenção de Chicago) e em 1947 tornou-se uma Agência da Organização das Nações Unidas (O.N.U.) com sede em Montreal e escritórios regionais em Bangkok, Cairo, Dakar, Lima, México e Paris.
A principal actividade da OACI é promover a padronização internacional
das práticas e recomendações a serem observadas pelos países nos
procedimentos técnicos da aviação civil, na qualificação e habilitação do
pessoal navegante e de terra, nas regras de circulação no espaço aéreo,
meteorologia, mapas aeronáuticos, unidades de medidas, operação de
aeronaves, nacionalidade e registo de aeronaves, certificados de
aeronavegabilidade, comunicações aeronáuticas, tráfego aéreo, busca e
salvamento, investigação e prevenção de acidentes, ruído e segurança.
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CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE
A certificação é a avaliação do sistema de gestão e o reconhecimento de
que este está de acordo com as normas internacionais de referência. Este processo conduz à atribuição da designação «Empresa certificada», de acordo com a norma de referência.
Para obter um produto ou serviço com características e atributos que o tornam apto ao uso ou a satisfazer necessidades/expectativas é preciso recorrer de forma coordenada a várias actividades como a normalização, a metrologia, e à qualificação.
Podemos nos certificar nos sistemas de gestão, da qualidade, gestão ambiental, gestão da saúde, higiene e segurança no trabalho e mais recentemente o sistema de responsabilidade social. Também se podem certificar produtos - garantindo a sua qualidade e segurança no uso e serviços A certificação permite que as empresas/organizações obtenham as seguintes vantagens:
· Melhoria na organização interna; · Aumento da satisfação/confiança dos clientes; · Aumento da motivação/envolvimento no sistema por parte dos
colaboradores internos; · Confiança no sistema; · Melhoria da posição competitiva; · Aumento da produtividade; · Redução de custos; · Acesso a determinados mercados e concursos; · Facilidade de acesso a informação, entre outros · Permite o reconhecimento por entidades internacionais · Garante a Qualidade ao cliente e dá confiança à gestão · Confere mais notoriedade · Permite ser auditado por entidades independentes e especializadas · Assegura menor risco para quem compra ou subcontrata · É uma das componentes que pode assegurar:
1. o ao fornecedor, que o seu produto e/ou serviço cumpre as especificações do comprador;
2. o ao comprador, que a qualidade dos produtos e/ou serviços que estão
a ser adquiridos é a pretendida;
É necessário seguir um caminho para atingir a certificação, iniciando pelo diagnóstico, passando pelo planeamento, a implementação, a auditoria, acções correctivas, com objectivo de atingir o sucesso da certificação.
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É necessário ter em conta os princípios de Gestão de qualidade que são 8 e são os seguintes: 1. Focalização no Cliente As organizações dependem dos seus clientes, portanto, devem entender as suas necessidades correntes e futuras, satisfazer os seus requisitos e esforçar-se por exceder as suas expectativas. 2. Liderança Os líderes criam a visão e missão da organização. Devem criar e manter um ambiente interno que permita o envolvimento total das pessoas para poder atingir os objectivos da organização. 3. Envolvimento dos Trabalhadores As pessoas, de todos os níveis, são a essência da organização, e o seu envolvimento proporsiona que as suas vocações sejam colocadas ao serviço da organização. 4. Abordagem por Processos Um resultado desejado é atingido de forma mais eficiente se os recursos e as actividades relacionadas forem geridos como um processo. 5. Abordagem Sistemática da Gestão Identificar, compreender e gerir um sistema de processos interrelacionados para a concretização de um dado objectivo, contribui para que a Organização melhora a eficácia e eficiência. 6. Melhoria Contínua A melhoria contínua deverá ser um objectivo permanente da organização. 7. Abordagem Factual para Tomada de Decisões As decisões são tomadas com base em dados e informações.
8. Relações de Mútuo Benefício com Fornecedores As organizações e os seus fornecedores são interdependentes, e as relações de benefício mútuo aumentam a capacidade de ambos em criar valor.
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Quais são as vantagens de ter uma certificação
As vantagens para as empresas consistem em abertura de novos mercados nacionais e internacionais, pois os padrões atendem a especificações técnicas e requisitos internacionais, o que as tornam amplamente aceitas em diversos países; maior satisfação dos clientes, pois oferece um melhor serviço, melhores produtos, além de fazer o tratamento de suas reclamações; aumento da lucratividade; aumento da credibilidade da empresa frente ao mercado; melhora do processo produtivo aumentando a qualidade e diminuindo as perdas com produtos e/ ou serviços não conformes; aumento da competitividade do produto ou serviço no mercado; melhoria na qualificação dos funcionários e fornecedores, através de treinamento, capacitação e conscientização e melhor transparência nas decisões.
A certificação é também uma excelente estratégia de marketing, porque uma empresa certificada desfrutará de uma boa imagem não apenas frente ao mercado, como também obterá o reconhecimento e respeito de seus colaboradores, fornecedores, consumidores, comunidade e governo.
O que é As 9100?
As 9100 é a Gestão da qualidade
setanderizada especifica para a Industria
Aeroespacial. Foi considerada por maior parte
das entidades, como o FAA, que a ISO 9000
series é, inadequada nos termos de assegurar
a qualidade e segurança no “alto risco” da
Industria Aerosespacial, As 9000 foi primeiro
publicado em Agosto de 1997 e foi escrito
numa forma larga de contratos aerosespaciais
incluindo Lockeed Martin, Northrop Grumman
e GEAircraft Engines e foi escrito contra as claúsulas da ISO 9001:1994.
No fim de 1999, a primeira revisão da AS9100 foi publicado pelo The
Society of Automative Engineers( SAE International) que empoe a partir da
American Aerospace Quality Group (AAQG) e suporta a Internacional
Aerospace Quality Group (TAQG) e a Society of British Aerospace Companies
(SBAC).
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A corrente versão de AS9100 e alinha com o ISO 9001:2008 e tem o
requirimento extra que tem haver com o Regulatory Compliance e a seguir os
requirimentos especificos do setor especial que são:
Configuração da gestão;
Verificação do desenho, validação e os testes;
Reabilitação, manutenção e segurança;
Aprovar e rever o subcontrato;
Verificação da compra do produto;
Identificação do produto através do ciclo de vida do produto;
Decomentação do produto;
Controlo de produção do processo de mudanças;
Controlo de equipamentos, produção, ferramentas e máquinas de
programação numérica;
Controlo d trabalho fora das empresas de fornecimento;
Processos especiais;
Inspecção e procedimentos de testes;
Métodos;
Acção corretiva;
Expansão da audição Interna que requer a ISO 9001:2000;
Primeiro artigo inspeccionado;
Serviço, inclui receber e analizar dados, entregar, investigar, reportar e
controlar a decumentação técnica;
Rever a disposição de não conformidade do produto;
Com este resultado, a ISO 9001:2008 é totalmente equivalente com a AS
9100 com estes requerimentos adicionais aplica especialmente a segurança do
avião. É o único considerado o principal da Regulatory Authorities e muitas das
“add-ins” é directamente direcionadas para FAA regulations FAR part 21
(Certificação dos procedimentos de produtos e partes), part 39 ( directivas de
aeronavegabilidade) e part 45 ( identificação e registros de markting).
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AS 9100 fica complementado com o contrato e as leis e regulações
aplicavéis. Qualquer empresa que implementou o AS9100 garante que o
sistema de qualidade pode assegurar os requirimentos adicionais dos clientes
das agencias reguladoras (FAA, JAA, etc) locais, e das leis estatuais e
nacionais que são referênciadas com os sistemas.
Agora há novas familias da norma AS9100 aplicaveís para diferentes áreas
da Industria aeroespacial que são as seguintes;
AS9101 – Qualidade do sistema de avaliação
AS9102 – Requirimento do primeiro artigo de inspecção aerosespacial
AS9104 – Controlo padrão da sheme aeroespacial
AS9110 – Requirimentos de organização de manutenção
AS9120 – Requirimentos de distribuição e armanezamento
AS9100, AS9110, AS9120 Aeroespacial
Qualidade e confiabilidade são fatores críticos para a indústria aeroespacial. Em um ambiente onde os erros ou falhas de produtos ou serviços podem ser fatais, a operação eficaz de um sistema de gestão da qualidade tem um papel essencial na redução de riscos e provisão de uma estrutura confiável para organizações que fornecem um produto ou serviço. Sistemas de gestão da qualidade têm sido utilizados na indústria aeroespacial
por muitos anos. Os esforços dos membros da indústria aeroespacial para
estabelecer um único Sistema de Gestão da Qualidade resultaram nas Normas
AS9100, 9110 e 9120. Elas são usadas e apoiadas pelas companhias
aeroespaciais líderes no mundo, como também através de parcerias com suas
cadeias de fornecedores.
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As Normas Aeroespaciais são uma série de Normas específicas baseadas na
ISO 9001 e desenvolvidas pelo grupo internacional da qualidade aeroespacial -
International Aerospace Quality Group (IAQG) para fornecer consistência
internacional e tratar de requisitos específicos regulatórios, de segurança e
confiabilidade obrigatórios para o setor aeroespacial.
OHSAS 18001:2007- “Occupational Health and Safety Assessment”.
É uma certificação especifica para ocupação
da segurança e saúde do trabalho, especifica os
requisitos para a implementação de um sistema de
gestão de segurança e saúde no trabalho (SST),
deixa que qualquer empresa possa controlar melhor
os riscos de acidentes e doenças ocupacionais e
melhora o seu desempenho em saúde e segurança
no trabalho.
O objectivo desta norma OHSAS 18001 (NP EN 4397) é auxiliar as
empresas a controlar os riscos de acidentes no local de trabalho. A certificação
por essa norma garante o compromisso da empresa com a redução dos riscos
ambientais e com a melhoria contínua de seu desempenho em saúde
ocupacional e segurança de seus colaboradores.
A gestão da Segurança deve seguir, como modelo, os princípios da norma, documentando e implementando os seguintes processos:
Identificação de perigos, avaliação de riscos e estabelecimento de medidas de controlo operacional necessárias;
Identificação de requisitos legais aplicáveis e avaliação de conformidade legal;
Estabelecimento anual de objectivos de segurança e respectivos programas para a sua implementação;
Acções de formação, sensibilização e treino em matérias de segurança;
Comunicação, participação e consulta dos trabalhadores;
Resposta a situações de emergência;
Reporte e investigação de incidentes (acidentes e quase acidentes) e não conformidades e estabelecimento das respectivas de acções preventivas e correctivas;
Auditorias internas.
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Relação entre OHSAS 18001:2007, ISO9001 e ISO14001
Há muitos elementos comuns entre as 3 normas, como controlo de documentos, acção correctiva e requirimentos para treino de pessoal. Estes podem ser integrados no simples sistema de junção, A audição do sistema de junção é avaliado e pode ser o melhor método para algumas empresas. Por outras palavras intrega-se no mesmo modelo apresentado uma bordagem por processo.
Os sistemas de integração pode não só ajudar a organização interna, para poder reduzir a duplicação e providenciar a centralização do documento do sistema de controlo.
ISO 14000:2004 - “Environmental Management Systems”.
Especifica os requesitos de um sistema de
gestão ambiental e deixa que a organização
possa desenvolver e praticar politicas e metas
ambientais sustentaveís. A implementação dessa
norma levam a que as empresas desejam
estabelecer um sistema de gestão ambiental, tem
que estar confiantes sobre as politicas ambientais
praticadas.
A aplicação da norma depende de fatores com a politica ambiental da
organização, da natureza das actividades por ela desenvolvida, dos seus
produtos e dos serviços, dos locais e das condições nos quais o sistema esta
implementado.
Esta norma contém os seguintes procedimentos:
Uma política ambiental suportada pela Alta Administração;
Identificação dos aspectos ambientais e dos impactos significativos;
Identificação de requisitos legais e outros requisitos;
Estabelecimento de objetivos e metas que suportem a política ambiental;
Um programa de gerenciamento ambiental;
Definição de papéis, responsabilidades e autoridade;
Treinamento e conhecimento dos procedimentos;
Processo de comunicação do sistema de gerenciamento ambiental com todas as partes interessadas;
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Procedimentos de controlo operacional;
Procedimento para emergências;
Procedimento para monitorar e medir as operações que tem um significativo impacto ambiental;
Procedimento para corrigir não conformidade;
Procedimento para gerenciamento dos registros;
Programa de auditorias e ação corretiva;
Procedimentos de revisão do sistema pela alta administração
Um dos grandes beneficios da normalização da série ISO 14000 é a
uniformização das rotinas e procedimentos necessários para uma organização
certificar-se ambientalmente, cumprindo um mesmo roteiro padrão de
exigências válido internacionalmente.
ISO 9001- “Quality Management Systems”
É um Sistema de Gestão de Qualidade
standard que exige que uma organização
satisfaça as suas próprias exigências e a dos
seus clientes e reguladores.
Através de uma metodologia plan-do-
check-act (planear-fazer-verificar-agir), que
ajuda as organizações a criar, implementar ,
monitorizar e medir os seus avanços para que
se possa obter resultados que encaixam no
perfil das exigências e melhoram continuamente a performance, baseando-se
nos oito princípios da qualidade. A linguagem foi simplificada para ir ao
encontro das expectativas dos seus utilizadores. Consequentemente, a
clássica ênfase na demonstração da conformidade através da documentação
de todas as actividades foi passada para segundo plano e relativizada no
contexto da obtenção dos resultados. Esta alteração da Norma implicou
necessidades de actualização de competências através da formação para os
utilizadores da Norma e revisões substanciais dos sistemas de gestão da
qualidade.
Em 1987, a ISO editou a serie 9000 para estabelecer critérios para
implementação de Sistemas de Garantia da Qualidade. Na primeira versão
criou três normas sujeitas à certificação, a ISO 9001,9002 e 9003. Em 1994 a
serie foi revista apenas modificada numa pequena ampliação continuaria com
a mesma estrutura. As normas da série 9000 são indubitavelmente as
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publicações ISO mais conhecidas e têm sido largamente aceites como base
para as organizações gerarem confiança nos seus clientes e noutras partes
interessadas, sobre a sua capacidade de compreender os requisitos do cliente,
os requisitos legais e regulamentares e para fornecer, sistematicamente,
produtos e serviços que cumprem esses requisitos.
A ISO 9001 é constituida por oito secções, as três primeiras fornecem
informações gerais, e as outras cinco falam na sua implementação.
Secção 1 – âmbito
Seccão 2 – Referência normativa
Secção 3 – Termos e definições
Secção 4 – Sistema de Gestão de Qualidade
Contém requirimentos aplicavéis para o sistema, incluem
requirimentos para definir processos, para decumentos.
Secção 5 – Responsabilidade de Gestão
É cerca da responsabilidade da gestão. Incluem requirimentos para o
cliente e focado através da politica da privacidade, planear, definir
responsabilidades, colocar objectivos.
Secção 6 – Gestão de recursos
É cerca dos recursos. É para certificar que o empenho das pessoas no
trabalho afecta a qualidade do serviço/produto e as infraestruturas certas são
providênciadas.
Secção 7 – Realização do produto
É cerca de todos os processos e actividades involvidos na entrega de
serviços e produtos. Contém mais requirimentos para a comunicação com os
clientes, produtos e serviços desenvolvidos, identificação e controlo dos
produtos e entrega de serviços.
Secção 8 – Medição, analise e melhoria
Cobre a medição, a analise e o melhoramento, através do requirimento
para a verificação e o empenho, asseder ao empenho, identificar e fixar vários
problemas e melhorá-los.
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NORMAS ESSENCIAIS DA SÉRIE ISO 9000
A família ISO 9000 inclui actualmente quatro normas centrais e um
número significativo de normas de suporte, relatórios técnicos e documentos orientadores. As quatro normas essenciais são: 1. NP EN ISO 9000:2005, “Sistemas de gestão da qualidade. Fundamentos e vocabulário.”
2. NP EN ISO 9001:2008, “Sistemas de gestão da qualidade. Requisitos.”
3. ISO 9004:2009, “Managing for the sustained success of an organization – A quality management approach.”
4. NP EN ISO 19011:2003, “Linhas de orientação para auditorias de sistemas de gestão da qualidade e/ou de gestão ambiental.”
Aeronavegabilidade
Aeronavegabilidade é a propriedade ou capacidade de uma aeronave de realizar um voo seguro ou navegar com segurança no espaço aéreo, para o transporte de pessoas, bagagens ou cargas, ou para a realização de serviços aéreos especializados, policiais ou outros.
Na maioria dos países, particularmente os que integram a Organização da Aviação Civil Internacional, aeronaves civis não podem voar sem primeiro obter um certificado de aeronavegabilidade do órgão governamental responsável.
A aeronavegabilidade depende de três componentes básicos:
- a certificação do projeto da aeronave, que engloba actividades de avaliação de engenharia, simulações, testes de laboratórios e em protótipos, e voos experimentais;
- a certificação de fabricação, onde se procura assegurar que cada unidade que sai da linha de montagem é idêntica ao projeto certificado;
- a manutenção da aeronave, que deve ser continuamente mantida através de um programa de manutenção/inspeções, geralmente conduzido por uma equipa de mecânicos de manutenção aeronáutica habilitados, podendo contar com o auxílio de um sistema de análise, diagnóstico e gerenciamento da "saúde" e da confiabilidade da aeronave.
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Requisitos de Aeronavegabilidade
Ferramenta importante no princípio da aeronavegabilidade continuada, os
requisitos de aeronavegabilidade asseguram que as aeronaves voem com
segurança mesmo após o período de certificação, pois, mesmo com todo o
avanço da tecnologia empregada no desenvolvimento de uma aeronave, erros
de projeto, defeitos em componentes, fadiga de material ou erros de operação
entre outros problemas podem ser detectados no decorrer da vida de um
equipamento.
Os requisitos são emitidos pela autoridade aeronáutica de cada país após
análise de uma condição insegura existente em um produto aeronáutico que
possa se desenvolver em outros produtos do mesmo projeto. Como resultado
da análise de algum acidente investigado ou condição insegura reportada em
relatórios de confiabilidade mecânica, relatórios de dificuldades em serviço e
relatórios de interrupção de vôo emitidos por operadores; relatório de defeito ou
de condição não aeronavegável reportados por oficinas de manutenção ou
boletins e cartas de serviço editadas por fabricantes, a autoridade emite a
diretriz tornando obrigatórias as correções das anormalidades constatadas.
Portanto, não somente o fabricante, mas as oficinas e operadores têm papel
fundamental na emissão de novos requisitos, uma vez que, são responsáveis e
devem emitir e enviar à autoridade aeronáutica os relatórios com a descrição
dos problemas encontrados no dia a dia de suas actividades.
Certificações de projecto, Fabricação e Aeronavigabilidade
A certificação das aeronaves, é uma actividade mais preocupada com a
segurança, e consiste em certificar se as aeronaves, possuem os padrões
minimos de especificação do órgão componente.
Toda a certificação de projecto passa por vários testes buscando
concretizar, se o projecto está dentro das normas de segurança. Vários testes
são feitos para extrair dados e informações, obtidos em túnel de vento e
simulações de softwares e computadores.
A certificação de Fabricação tem a função de garantir que alguns
procedimentos estejam implantados, como qualidade de recebimentos de
matéria-prima, tratamento de não conformidades, seguidas de actividades de
calibração, medição e aferição de seus equipamentos.
“Na produção de aeronaves, segurança, confiabilidade e engenharia de
manutenção, são profissões avançadas que se reforçam mutuamente”.
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Terminada fabricação, as aeronaves precisam de um certificado de
aeronavigabilidade, que é concedido pelo órgão competente , que avalia todos
os itens que a aeronave possui, e só será aprovado ou hoolgado se oferecer
condições de operação seguras.
Segurança de Voo
Segurança de voo é um conceito muito importante no meio aeronautico,
e é tambem conhecido como segurança aérea.
Existe uma instituição responsável por organizar esse factor de
segurança que é a O.A.C,I (Organização de Aviação Civil Internacional).
Para definir se uma aeronave tem condições de realizar um voo seguro,
ela deve passar por rigorosos testes de segurança, que somados a resultados
da análise de investigações de acidentes aéreos, vem criando novas normas
de segurança obrigatórias, que se atualizam a cada novo dado descoberto num
acidente aéreo. Evitando assim acidentes se repitam pelo mesmo motivo ou
falha.
Manutenção de voo
É a tecnologia relacionada com as ações solicitadas para manter ou
melhorar a aeronavegabilidade e a confiabilidade prevista no projeto da
aeronave e nos seus sistemas, subsistemas e componentes durante todo o
periodo operacional da aeronave.
A Empresa deve ter um regulamento que ajude a manuntenção que tem
de ser feita consoante as regras com o objectivo de aprovar os programas de
manuntenção e os procedimentos aplicaveis
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Programas de Manutenção das Aeronaves (PMA)
Nestes programas são definidos os processos de manutenção a executar na aeronave, sistemas e componentes e a regularidade sua execução com o fim de assegurar a continuidade da sua condição de aeronavegabilidade.
A elaboração, o desenvolvimento e a constante actualização do PMA é da responsabilidade do operador ou poderá ser contratada uma empresa devidamente qualificada.
O PMA poderá ser apresentado em CD-ROM só de leitura, juntamente com o ofício que deverá ser enviado ao INAC, em duplicado e em papel, terá de conter uma tabela de revisões contendo cada capítulo, secção, tarefa e subtarefa a serem revistos, a lista de páginas efectivas e a declaração.
Os Protocolos de manutenção ou inspecção são o conjunto dos documentos de execução do PMA, normalmente designados por cartas ou ordens de trabalho.
Nas aeronaves de maior complexidade, estes documentos são preparados a partir do PMA contendo, para além da definição das acções de manutenção a executar, as instruções e procedimentos a seguir na sua execução e os espaços para as assinaturas de execução e de certificação.
Nas aeronaves de menor complexidade o PMA apresenta-se nuns casos sob uma forma que permite a sua transformação em protocolo pela adição dos espaços de assinatura de execução e de certificação, noutros casos sob a forma de protocolos já preparados para a sua execução e certificação.
A elaboração, o desenvolvimento e a constante actualização dos protocolos podem ser contratadas a uma empresa devidamente qualificada mas a responsabilidade de assegurar e demonstrar a sua adequação ao PMA é do operador pois é ele que segue directamente a manutenção da aeronave.
Aprovação do PMA
O PMA é considerado o elemento fundamental para assegurar a
condição de maeronavegabilidade das aeronaves, através da execução em tempo devido, das acções de manutenção nele definidas. Esta aprovação ocorre concomitantemente com a aprovação inicial ou com a alteração da Organização de Gestão da Continuidade da Aeronavegabilidade da aeronave.
A manutenção de uma aeronave por programas de manutenção inadequados ou desactualizados não é aceitável porque coloca a aeronave na situação de não satisfação dos requisitos de aeronavegabilidade.
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Aprovação do Protocolo de Manutenção ou Inspecção
O protocolo é como um procedimento de aplicação do PMA sob a forma
de documentos de execução e certificação. Como tal não carece de aprovação prévia do INAC, competindo ao
operador a definição do procedimento de elaboração do protocolo e a responsabilidade de demonstrar a sua adequação ao PMA respectivo, a sua execução de acordo com os procedimentos aprovados e a sua constante actualização.
A manutenção de uma aeronave por protocolos de manutenção inadequados ou desactualizados não é aceitável porque coloca a aeronave na situação de não satisfação dos requisitos de aeronavegabilidade.
O INAC procederá à apreciação do PMA proposto para determinar a sua conformidade com o conteúdo da documentação apresentada.
Se não houver discrepâncias, ou se a sua condição de correcção for considerada satisfatória, o INAC aprovará o PMA e comunicará ao operador, por escrito, a sua aprovação com as limitações pertinentes.
O PMA poderá ser aprovado por um período de tempo limitado, sendo que neste caso as acções de manutenção cujo cumprimento for devido nesse período de tempo, aprovação provisória do PMA poderão incluir limitações definidas pelo INAC, O PMA completo poderá ser aprovado antes do fim desse período de tempo.
A aprovação do PMA deverá ser firmada nas páginas de controlo de revisões e nas listas de páginas efectivas por meio de assinatura e carimbo do auditor responsável e na página de rosto por meio da assinatura da Chefe do Departamento de Manutenção e Produção e selo branco.
A aprovação de alterações ao PMA devidas à alteração das acções de manutenção e ou da sua frequência deve, no caso específico de revisão dos documentos de referência mencionados deve ser requerida no prazo máximo de um mês após recepção da revisão daqueles documentos os protocolos de manutenção deverão estar actualizados à data de aprovação da alteração do PMA.
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Conclusão
Com este trabalho podemos concluir que a certificação e as suas normas são
uma mais valia para a nossa segurança e para o bom funcionamento de uma
aeronave e de todas as actividades que o envolvem.
Temos também interligação entre normas o que as torna bastante mais
eficazes para a qualidade do produto final.
Em Portugal temos agências como a INAC que controlam desde a segurança á
qualidade na aviação civil.
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Bibliografia
http://en.wikipedia.org/wiki/Main_Page
http://www.bsibrasil.com.br/certificacao/sistemas_gestao/normas/as/
http://www.isoqar.com/uk/standards/AS9100/AS-9100-About.aspx
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA0qsAE/condicoes-aeronavegabilidade
http://www.icao.int/Pages/icao-in-brief.aspx
http://certificacaoiso.com.br/iso-14001/
http://www.manutencaodeaeronaves.eng.br/principal.asp?page=4&article=12
http://max.uma.pt/~a2093007/images/trabalho3.pdf
http://www.iso9001consultant.com.au/index.html
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Identificações:
Trabalho realizado por:
- Carlos Esteves
- João Mota
- João Barroca
- Nádia Casquinha