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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEÃO SAMPAIO
CURSO DE BACHALEDADO EM FISIOTERAPIA
CICERO EMANNUEL BARBOSA DE CASTRO
A FISIOTERAPIA APLICADA À BRONQUIECTASIA – UMA REVISÃO
NARRATIVA
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2018
CICERO EMANNUEL BARBOSA DE CASTRO
A FISIOTERAPIA APLICADA À BRONQUIECTASIA – UMA REVISÃO
NARRATIVA
Monografia apresentado ao Curso de Bacharelado em Fisioterapia, do Centro Universitário Leão Sampaio, como requisito para obtenção do título de bacharel em fisioterapia. Orientador: Prof. Esp. Francisca Alana De Lima Santos.
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2018
Todas as conquistas começam com o
simples ato de acreditar que elas são
possíveis.
(Autor desconhecido)
LISTA DE QUADROS E TABELAS
QUADRO 1: fluxograma de pesquisa nas bases de dados ............................. 17
TABELA 1: resultados dos artigos analisados na integra. ............................... 21
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 6
2.OBJETIVOS ............................................................................................................................... 8
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 8
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 8
3.REFERENCIAL TEORICO ......................................................................................................... 9
3.1 ANATOMO-FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................. 9
3.2 DEFINIÇÃO DA PATOLOGIA ........................................................................................... 11
3.3 TÉCNICAS MANUAIS DE DESOBSTRUÇÃO ENDOBRÔNQUICA ................................ 13
3.3.1 VIBRAÇÃO .................................................................................................................. 14
4. METODOLOGIA ...................................................................................................................... 15
4.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................ 15
4.2 SELEÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................................. 15
4.2.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ....................................................................................... 15
4.2.2 CRITÉRIOS DE EXLUSÃO ........................................................................................ 15
4.3 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................................ 16
4.5 ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 16
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 17
7. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 24
8. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 25
4
CASTRO, C.E.B. A FISIOTERAPIA APLICADA À BRONQUIECTASIA – UMA REVISÃO NARRATIVA. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em fisioterapia) – Centro Universitário Leão Sampaio, Juazeiro do Norte 2018.
RESUMO Introdução: A bronquiectasia é uma dilatação anormal, permanente e
irreversível de brônquios e bronquíolos. A fisioterapia respiratória atua com as
técnicas de higiene brônquica, utilizadas para melhorar a função pulmonar
através da mobilização do excesso de secreção permitindo que um maior
número de alvéolos fique livre, aumentando assim as áreas de troca gasosa e
evitando novas inflamações do parênquima pulmonar. Objetivo: Realizar uma
análise na literatura sobre os efeitos da fisioterapia aplicada à bronquiectasia.
Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa nas principais bases de
dados: Scielo, Lilacs e Medline utilizando descritores disponíveis na plataforma
Decs; Bronquiectasia/Bronchiectasis, Obstrução das Vias
Respiratórias/Respiratory Tract Obstruction, Técnicas de Fisioterapia/
Physiotherapy Techniques, nas línguas portuguesa e inglesa, no período entre
2009 e 2018. Foram excluídos os artigos onde não havia correlação entre o
tema proposto e com no mínimo dois dos descritores. Foram selecionados 6
artigos para serem lidos na integra. Desenvolvimento: Assim como outras
patologias, a bronquiectasia apresenta um quadro clínico, sendo este
caracterizado pela presença de expectoração persistente e em grande
quantidade. A fisioterapia respiratória possui uma grande atuação em
patologias do sistema respiratório, contribuindo em prevenção e tratamento de
diversas complicações, como o acúmulo de secreção podendo gerar a dispneia
e a obstrução do fluxo aéreo, melhorando também o desempenho durante as
atividades físicas e a qualidade de vida. Conclusão: Pode-se concluir que a
fisioterapia respiratória é de suma importância na redução dos sinais e
sintomas apresentados pelos pacientes com bronquiectasia, principalmente na
remoção da secreção brônquica e na melhora da qualidade de vida desses
pacientes. Mas faz-se necessário a realização de estudos com maior acurácia
cientifica, descrevendo técnicas e manobras como forma de intervenção.
Palavras-chave: Bronquiectasia, Obstrução das Vias Respiratórias, Técnicas de Fisioterapia.
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CASTRO, C.E.B. PHYSIOTHERAPY APPLIED TO BRONCHIECTASIA - A
NARRATIVE REVIEW. Graduation in Physical Therapy - University Center
Leão Sampaio, Juazeiro do Norte 2018.
ABSTRACT
Introduction: Bronchiectasis is an abnormal, permanent and irreversible dilation of the bronchi and bronchioles. Respiratory physiotherapy works with bronchial hygiene techniques used to improve lung function by mobilizing excess secretion, allowing a greater number of alveoli to become free, thus increasing areas of gas exchange and avoiding new inflammation of the pulmonary parenchyma. Objective: To perform an analysis in the literature on the effects of physiotherapy applied to bronchiectasis. Methodology: This is a narrative review in the main databases: Scielo, Lilacs and Medline using descriptors available on the Decs platform; Bronchiectasis / Bronchiectasis, Respiratory Tract Obstruction, Physiotherapy Techniques / Physiotherapy Techniques, in the Portuguese and English languages, between 2009 and 2018. Articles were excluded where there was no correlation between the proposed theme and with at least two two descriptors. We selected 6 articles to be read in their entirety. Development: Like other pathologies, bronchiectasis presents a clinical picture, being characterized by the presence of persistent expectoration and in great quantity. Respiratory physiotherapy has a great role in respiratory system pathologies, contributing to the prevention and treatment of various complications, such as the accumulation of secretion, which can lead to dyspnea and obstruction of the airflow, also improving performance during physical activities and quality of life. life. Conclusion: It can be concluded that respiratory physiotherapy is of great importance in reducing the signs and symptoms presented by patients with bronchiectasis, mainly in the removal of bronchial secretion and in the improvement of the quality of life of these patients. But it is necessary to carry out studies with more scientific accuracy, describing techniques and maneuvers as a form of intervention.
Key words: Bronchiectasis, Respiratory Tract Obstruction, Physiotherapy Techniques.
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1.INTRODUÇÃO
A bronquiectasia é uma doença pulmonar caracterizada por uma
dilatação irreversível dos brônquios afetando de forma direta o pulmão dos
pacientes acometidos. A sua principal causa, são infecções e inflamações
recorrentes que vão destruir as paredes das vias aéreas e que podem causar
uma discinenesia no sistema muco-ciliar (GUIMARÃES, et al., 2012).
O aparelho respiratório está à todo momento exposto à agentes
agressores que, em alguns casos, poderá sofrer uma alteração na sua
mecânica respiratória, incluindo as trocas gasosas, volumes pulmonares, o
sistema muco-ciliar e ao reflexo da tosse como resposta de defesa,
comprometendo a função do mesmo como um todo (LOPES, 2010).
Dentre as patologias que podem acometer o sistema respiratório, seja
através da Via Aérea Superior, como rinite alérgica ou sinusite, existem
aquelas que causam maior comprometimento, atingindo a Via Aérea Inferior,
afetando tecidos mais profundos incluindo as vias aéreas inferiores como
traqueia, brônquios e os pulmões, desenvolvendo a bronquiectasia (IGNOTTI,
et. Al., 2010).
Devido essas inflamações recorrentes, haverá um processo de fibrose,
tanto nos brônquios, como no sistema muco-ciliar, devido ao aumento de
processos de cicatrização recorrentes. A mesma tem como apresentação
clinica a tosse produtiva, crônica com secreção purulenta e fétida, infecções
respiratórias recorrentes e em alguns casos, hemopitise (TAMBASCIO, et. Al.,
2010).
Levando em consideração os benefícios que a fisioterapia pode
apresentar para esse paciente, diminuindo o grau de obstrução pulmonar com
os mais variados recursos e técnicas, surge então o seguinte questionamento:
Quais os efeitos da Acapella associada com à plataforma vibratória no
tratamento das pessoas acometidas com Bronquiectasia?
Presume-se que o uso da técnica Acapella associada com à plataforma
vibratória produzam resultados significativos no tratamento da bronquiectasia.
O presente trabalho justifica-se pela curiosidade do pesquisador entender
7
melhor a junção das duas técnicas propostas para um tratamento eficaz da
bronquiectasia.
É de suma importância entender como os pacientes portadores da
bronquiectasia vai responder ao tratamento fisioterapêutico com uso de
técnicas combinadas que busca à melhora do quadro clinico desses pacientes,
visto que com uma melhora desse quadro os pacientes acometidos com
bronquiectasia vai ter uma melhora no convivo social, na sua vida pessoal e
econômico, onde que os achados clínicos desses pacientes, compromete de
forma direta no modo de vida.
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2.OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Conhecer os efeitos da fisioterapia aplicada à bronquiectasia, através da
literatura.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer os principais sinais e sintomas apresentados pelo
paciente acometido;
Identificar os recursos e técnicas utilizadas pela fisioterapia
respiratória para tratamento da patologia;
Constatar os principais efeitos da fisioterapia respiratória nesses
pacientes;
9
3.REFERENCIAL TEORICO
3.1 ANATOMO-FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório é composto por um conjunto de órgãos que
alimentam o organismo através dos mantimentos gasosos, onde todo esse
processo é realizado através da respiração, processo em que o corpo realiza a
troca do oxigênio com o dióxido de carbono, o CO2. A função básica
respiratória é a ventilação, sendo está o processo mecânico inspiratório e
expiratório, além da difusão gasosa, onde há a passagem de oxigênio dos
alvéolos para o sangue presente nos capilares e, do CO2 dos capilares para os
alvéolos (IKE, 2009).
Ao ocorrer o deslocamento de oxigênio do alvéolo para os capilares e
em seguida para o sangue, haverá a captação do mesmo para as células,
promovendo a absorção nas organelas mitocondriais para que seja realizada a
produção da molécula energética ATP e, por consequência, haverá a saída do
dióxido de carbono das células para o sangue, e do sangue para os alvéolos,
onde será retirado do organismo por meio da expiração (GUIMARÃES,
FERNANDO, et al., 2011).
Todo o sistema respiratório é divido em vias aéreas superiores e vias
aéreas inferiores, que serão definidos conforme a sua função no devido
sistema. As vias aéreas superiores são compostas por estruturas que realizam
a captação do ar presente na atmosfera e é composta por: narinas, cavidade
nasal, coanas, o complexo nasobucofaringolaríngeo, a laringe até o final da
traqueia ainda como parte das vias aéreas superiores (SOBOTTA, 2013).
As narinas são definidas como uma proeminência piramidal mediana da
face, possuindo ápice, dorso e nariz que é amparada pelos ossos do nariz e
contém os orifícios separados pelo septo nasal e que são limitados
lateralmente pelas asas do nariz. As narinas possuem como principal função,
realizar a captação de ar atmosférico, porém, também realizam a filtração,
umidificação e o aquecimento do ar que entra, além de receber as secreções
da túnica mucosa nasal e as lágrimas (PIO; NORONHA FILHO, 2014).
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Assim como as narinas, a cavidades nasal é dividida em duas câmaras
do mesmo diâmetro pelo septo mediano, e vão das narinas até as coanas. Esta
região foi dada funções semelhantes a das narinas, uma vez que as cavidades
nasais são responsáveis por umidificar, filtrar e aquecer o ar. E ainda, na região
superior, estão presentes as terminações nervosas que são responsáveis pelo
olfato (Leal,2014).
A faringe, segundo Netter -(2014) é definida como um tubo que está
associado ao sistema respiratório e ao sistema digestório, e está localizado
posteriormente à cavidade nasal, bucal e a laringe. Possui conexão com o
sistema digestório em virtude da sua ligação com a boca, a orofaringe, que os
alimentos passam para o esôfago conforme a sua permissão. A ligação da
faringe com o sistema respiratório, ocorre por meio da anastomose com a
laringe e o nariz.
Em seguida, a laringe é formada internamente por um revestimento do
epitélio cilíndrico ciliado e vibrátil, onde na sua parte superior possui a
cartilagem da epiglote funcionando como uma válvula para abertura e
fechamento durante a passagem do ar. Apresenta também uma importante
função como a fonação da voz, pois é responsável pela fala, uma vez que
próximo a ela estão localizadas as cordas vocais, e ela atua também nos
processos de espirros, soluço, risos e tosse (BELÉM, 2012).
As vias aéreas inferiores (VAI) tem o objetivo e a função de conduzir o ar
para dentro dos alvéolos, para que haja a hematose. As VAI são constituídas
por tubos denominados de árvore brônquica, iniciando na traqueia, passando
pelos brônquios e bronquíolos até terminarem nos alvéolos (DÂNGELO e
FATTINI, 2007).
A traqueia marca o início do sistema condutor de ar, onde a mesma é
denominada de árvore traqueobrônquica. É uma estrutura tubular, iniciando na
cartilagem cricóide, na laringe percorrendo pelo pescoço, seguindo até o
mediastino, mais especificamente, irá até a região entre o manúbrio e o corpo
esternal. A traqueia mede em torno de 15cm de comprimento e 2,5cm de
diâmetro e é um tubo semicilíndrico (IGNOTTI, et. Al., 2010).
Esse tubo semicilíndrico, é revestido internamente por um epitélio
pseudo-estratificado ciliado, onde encontram-se em grande quantidade a
presença de receptores da tosse, com o objetivo de defesa do organismo, onde
11
em situações que haja a entrada de antígeno, os receptores serão ativados,
causando o reflexo da tosse para que o antígeno seja expelido. (TAMBASCIO,
et. Al., 2010).
Após a carina, onde ocorre a divisão dos brônquios, fontes direita e
esquerda, cada brônquio se divide em ramos menores, se dirigindo até os
lobos dos pulmões, recebendo por este motivo, os nomes de brônquios lobares
ou secundários, que também são subdivididos e formam os brônquios
segmentares ou terciários, e essa divisão segue acontecendo até que se
formem milhares de bronquíolos e alvéolos (PRESTO, 2005.)
Existe uma diferença entre os brônquios esquerdo e direito, onde o direito é de
maior diâmetro, mais curto e com uma menor angulação, já o esquerdo é de
menor calibre com um comprimento maior, sendo o dobro do brônquio direito e
apresenta uma angulação mais verticalizada, explicando dessa forma o motivo
ao qual muitas infecções acometem com mais frequência o pulmão direito.
Após os brônquios direito e esquerdo, existe a divisão entre os brônquios
principais, lobares, segmentares e terminais, até que se chegam nos alvéolos
onde ocorrem as trocas gasosas. Além dos alvéolos, existem também as
pleuras visceral e parietal, sendo estas responsáveis por atuar durante a
respiração, onde a visceral atual auxiliando a expiração e a parietal atua
auxiliando na inspiração por meio de diferença de pressão (SOBOTTA, 2013).
3.2 DEFINIÇÃO DA PATOLOGIA
A bronquiequitasia origina-se habitualmente durante a infância, podendo
estar associada a episódios de bronquiolite ou bronquite, que ocorre durante
surtos infecciosos de vírus ou bactérias, tendo com complicação condições que
levem ao desenvolvimento da fibrose cística (JACQUES et al,2012).
É uma patologia de caráter heterogêneo e de várias etiologias, sendo
caracterizada por uma ou mais dilatações permanentes e irreversível dos
brônquios. O desenvolvimento da doença, é causado por processos
inflamatórios associados a uma infecção no sistema respiratório, sendo a
infecção de etiologia congênita ou adquirida (LEAL, 2014).
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Por conta da perda do tônus muscular e das fibras elásticas, a região
acometida torna-se mais dilatada e flácida e o aumento da produção de muco
desencadeia um meio de cultura para a produção de bactérias e causa a
obstrução dos brônquios, levando a uma redução da hematose (VEIGA, et al.
2008).
Assim como outras patologias, a bronquiectasia apresenta um quadro
clínico, sendo este caracterizado pela presença de expectoração persistente e
em grande quantidade, apresentando-se enfatizado no período matinal, podem
apresentar também períodos de piora com febre, falta de ar, perda do apetite,
sibilo e expectoração com sangue, porém já a bronquiectasia seca não tem
expectoração de maneira persistente manifestando-se apenas com episódios
de hemoptise (AIDÊ et al. 2008).
Em virtude da dilatação anormal dos brônquios, haverá como
consequência a destruição das fibras elásticas e das estruturas musculares
presentes nas suas paredes. Visto que as células ciliadas encontram-se
destruídas, a produção de muco torna-se ainda mais aumentada, pois há a
perda da capacidade de remoção do mesmo (IGNOTTI, et. Al., 2010).
Todo processo infeccioso desencadeia a inflamação, tendo como
consequência a presença de células do sistema imunológico no local da lesão,
sendo este o sistema respiratório, sendo que um dos leucócitos presentes em
maior quantidade são os macrófagos, causando a produção de pus como
resultado dos mecanismos inflamatórios em resposta a infecção presente no
tecido, e também pode ocorrer a presença de sangue durante a tosse -
hemoptise (LEAL, R. K. R.. 2014)
A inflamação é uma série de eventos causada pela ativação dos
mediadores químicos, sendo estes derivados do ácido araquidônico, onde
ocorre subsequentemente ativação de células do sistema imunológico, os
leucócitos. Essas células tem o objetivo de eliminar o agente agressor e
reparar o tecido lesionado, com isso observa-se que a bronquiectasia por ser
causada por uma infecção haverá a produção de leucócitos com o objetivo de
eliminar o agente infeccioso, sendo benéfica ao organismo humano no entanto,
apresentando ônus de destruição de células saudáveis dos tecidos inflamados
dificultando as trocas gasosas, no caso dos alvéolos (KUMAR, et. Al., 2010).
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Sabe-se que o alvéolo recebe o oxigênio proveniente do ar atmosférico
para que o mesmo seja absorvido pelos capilares, porém, em situações que há
processos inflamatórios, haverá a presença de secreção, e a barreira alvéolo-
capilar será aumentada dificultando a hematose, por conta disso, existirá
redução da relação V/Q no pulmão do indivíduo portador de bronquiectasia
(GUIMARÃES “et al”, 2011).
3.3 TÉCNICAS MANUAIS DE DESOBSTRUÇÃO ENDOBRÔNQUICA
A fisioterapia respiratória possui uma grande atuação em
patologias do seguinte sistema, contribuindo em prevenção e tratamento de
diversas complicações, como o acúmulo de secreção podendo gerar a dispneia
e a obstrução do fluxo aéreo, melhorando também o desempenho durante as
atividades físicas e a qualidade de vida (SILVA, 2016).
Para que se previna os danos ao organismo causado pelas
complicações respiratórias, é indispensável a prevenção ou eliminação de
secreção melhorando a ventilação e o clarence mucociliar, aumentando a
mobilidade da caixa torácica e favorecendo as trocas gasosas (BELÉM, 2012)
A princípio as técnicas utilizadas pela fisioterapia respiratórias não
apresentavam grande eficácia nos resultados, uma técnica que foi muito
utilizada era a tapotagem, porém após estudos científicos observou-se que a
mesma não fornecia eficiência suficiente quanto as mais novas que foram
surgindo com o passar do tempo, levando a tapotagem ao desuso (AMORIM,
2011)
Atualmente usam-se como técnicas manuais para desobstrução
endobrônquica a vibração, percussão e a drenagem postural, porém, além das
manobras manuais, também existem técnicas com o uso de aparelhos como
Acapella, onde ela promoverá uma vibração de vias aéreas inferiores causando
a remoção da secreção. (VERNEK et al., 2013)
14
3.3.1 VIBRAÇÃO
Existem alguns efeitos fisiológicos causados pela vibração, são eles:
aumento do fluxo aéreo expiratório, aumento do pico expiratório, mover o fluxo
de muco para a orofaringe, diminuição da viscosidade do muco aumentando
dessa forma o transporte do mesmo para as vias aéreas superiores e a
melhora do reflexo de tosse pela estimulação das vias aéreas (SILVA, 2016)
O objetivo da vibração é de mobilizar as secreções em direção aos
brônquios de maior calibre e, por consequência, promover a sua eliminação,
utilizando dessa maneira movimentos oscilatórios, rítmicos e progressivos. A
Acapella é um aparelho que irá promover de forma precisa todos esses
quesitos, e a aplicação da técnica é feita durante a expiração, onde o paciente
deve puxar o ar pelo nariz e soltar pela boca, onde irá acoplar o aparelho
(LIBEANO, et. Al., 2012).
A frequência que a vibração deve ser realizada não é preconizada pela
literatura, contudo entende-se que a quantidade de repetições da mesma deve
ser realizada conforme o feed back de cada paciente, e compreende-se
também que, quanto maior for o seu número de repetições, maior será a
quantidade de secreção mobilizada, assim também deve-se seguir para a
carga aplicada na Acapella, porém deve-se tomar cuidados quanto a isso, pois
não pode ser excedido a quantidade de repetições e nem a carga aplicada,
estando sempre atento à clínica do paciente (MORITZ, et. Al., 2008).
Em virtude de ser uma técnica expiratória, durante a sua aplicação é de
suma importância a observação do movimento das costelas e o não
assessoramento com os músculos intercostais, pois sendo aplicada de maneira
incorreta, poderá ser acarretado anormalidades nos movimentos respiratórios.
(DIVINO et al, 2015).
15
4. METODOLOGIA
4.1 TIPO DE ESTUDO
O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, desta forma, não utiliza
critérios explícitos e sistemáticos para realização de busca e investigação
crítica da literatura. A realização da busca pelos estudos não precisa esgotar
as fontes de informações. Esta revisão, não se aplica estratégias de busca
sofisticadas. A seleção dos estudos e a interpretação das informações podem
estar sujeitas à subjetividade dos autores. É apropriada para a fundamentação
teórica de artigos, dissertações, teses e trabalhos de conclusão de cursos
(VOSGERAU; ROMANOWSKI, 2014)
4.2 SELEÇÃO DA AMOSTRA
A amostra dessa pesquisa foi formada de artigos publicados nas
seguintes bases de dados para rastreamento dos artigos: Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS), Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO) e
PhysiotherapyEvidenceDatabase (PEDro). Utilizou-se como método para
busca, os descritores na língua portuguesa e inglesa cadastrados em Ciências
da Saúde (DeCS) “Bonquiectasia”, “Obstrução das Vias Respiratórias”,
“Técnicas de Fisioterapia”.
4.2.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Foram inclusos nesse estudo, somente estudos na língua portuguesa e
inglesa, no período de 2007-2018, Artigos completos e disponíveis, sendo
citados no mínimo dois descritores utilizados no estudo.
4.2.2 CRITÉRIOS DE EXLUSÃO
Adotaram-se como critérios de exclusão, aqueles que apresentaram
fuga do tema, não indexados nas bases de dados mencionadas, outros idiomas
de publicação, artigos de revisão ou estudo de caso, duplicação de publicação,
16
artigos não gratuitos para download, bem como aqueles que disponibilizaram
somente os resumos de publicação.
4.3 ANÁLISE DE DADOS
Após a seleção dos artigos relevantes condizentes com a pesquisa, os
dados foram analisados e interpretados através do programa Microsoft Excel
for Windows 2013, sendo representados através de percentual, gráficos e
tabelas.
4.5 ASPECTOS ÉTICOS
O estudo não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, pois não
houve necessidade, por se tratar de uma pesquisa de revisão narrativa, onde
apenas foram utilizados dados disponíveis na literatura. Os riscos que puderam
estar contidos nesta pesquisa foram os de generalizar os artigos, confundir os
dados, realização da pesquisa de forma errônea e erros de interpretação
durante a leitura.
17
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a busca com os descritores nas bases de dados, obteve-se os
seguintes dados.
QUADRO 1: fluxograma de pesquisa nas bases de dados
Ao final restaram 6 artigos para serem lidos na integra, na qual foram
organizados em uma tabela, com a seguinte ordem: autores, ano de
publicação, intervenção e desfecho. De acordo com a tabela a seguir.
Busca nas bases
de dados
BVS =4.366
PEDro= 4
B V S
SCIELO= 25
Aplicação
dos filtros
BVS =3 PEDro= 1
B V S
SCIELO= 5
Leitura na integra
BVS =3 PEDro= 1
B V S
SCIELO= 2
Duplicados=3
18
Nº Autores Ano Intervenção Desfecho
01
Guimarães “et
al”.
2011
10 pacientes com
diagnóstico de
bronquiectasia submetidos
ao protocolo controle e a
duas intervenções de forma
randomizada e com
intervalo de uma semana
entre os procedimentos.
O FLUTTER® e a técnica
ELTGOL reduzirem a
hiperinsuflação pulmonar a
curto prazo, porém apenas o
ELTGOL aumentou a
eliminação de secreção de
secreção pulmonar de
pacientes com bronquiectasia.
02
Nascimento “et
al”
2013
Amostra composta por 43
pacientes, onde realizou
avaliação da força
respiratória (pimáx e
pemáx) e avaliação do pico
de fluxo (peak flow). O
grupo experimental foi
submetido ao tratamento
com reabilitação
respiratória duas vezes por
semana, com duração de
40 minutos por sessão, no
período de 12 semanas e o
grupo controle manteve o
tratamento conservador
clínico, sem
acompanhamento da
fisioterapia, durante o
período da pesquisa, pois
fazia parte de uma lista de
espera para atendimento.
Infere-se que o tratamento
fisioterapêutico proposto
influencia no aumento da força
muscular respiratória e no pico
de fluxo expiratório de
pacientes com bronquiectasia.
232 prontuários de história clínica de bronquiectasia. Todos foram submetidos a
Com base nos resultados do presente estudo realizado em prática real com
19
03
Faria “et al”
2013
anamnese, exame físico, gasometria arterial e exames de imagem.
bronquiectasias não-fibrose cística, o perfil clínico de pacientes com bronquiectasia (principalmente pós-infecção ou pós-tuberculose na origem) é caracterizada por um baixo nível educacional, tosse excessiva, expectoração, dispneia, fadiga muscular, um padrão espirométrico obstrutivo com freqüente hipoxemia e múltiplas comorbidades, principalmente de origem cardiovascular. No entanto, nossos pacientes têm baixo índice de exacerbações e hospitalizações que pode ser atribuído a um protocolo clínico para monitoramento. Todos os pacientes do presente estudo fizeram uso regular (3 vezes por semana) de azitromicina (250 mg), de acordo ao protocolo clínico
04
Camargo “et al”
2013
Em dias separados, com
24 horas de intervalo, dois
CSTs e cada MIST foi
realizado, separados por
30 minutos de descanso. A
ordem de teste foi
randomizada pelo desenho
de lotes de envelopes
opacos selados contendo
um cartão que indicava
“CST” ou “MIST”. Cada
cartão correspondeu ao
teste a ser realizado na
Em conclusão, CST e MIST
são confiáveis em indivíduos
diagnosticados com TBC, e
esses pacientes mostram
maior tolerância do MIST.
Melhor pulmão função e
distância de 6-MWT prever
melhor passo teste de
desempenho, e os pacientes
atingem maiores RHs no
exercício de pico.
20
primeira visita; o outro teste
seria realizado na visita
subsequente. Os pacientes
realizaram o 6-MWT em
um dia separado.
05
Ramos “et al”,
2009
Foram incluídos no estudo
15 pacientes estáveis com
bronquiectasia (7 homens;
média de idade = 53 ± 16
anos), submetidos a duas
intervenções PEPO
consecutivas, com 24 h de
intervalo entre si, utilizando
pressões expiratórias de 15
cmH2 O (P15) e 25 cmH2
O (P25). O protocolo
consistiu de tosse
voluntária; nova
expectoração voluntária
após 20 min, denominado
tempo zero (T0); repouso
de 10 min; e utilização da
técnica em duas séries de
10 min (S1 e S2) de PEPO
em P15 e P25, com
intervalo de 10 min entre si.
A viscosidade e
transportabilidade do
escarro foram avaliadas
pela viscosimetria,
velocidade relativa de
transporte no palato de rã,
deslocamento em máquina
Houve diminuição significante
da viscosidade do escarro
após S1 em P15 e após S2 em
P25. Não houve diferenças
significantes entre todas as
amostras para a
transportabilidade, o que
sugere que não seja
necessário gerar alta pressão
expiratória para obter o
resultado desejado.
21
simuladora de tosse e
ângulo de adesão. As
amostras de escarro foram
coletadas em T0, após S1
e após S2.
06
Jacques “et al”
2012
70 pacientes na qual
responderam questionários
de qualidade de vida,
escala de dispneia,
revisados três últimos
meses de exames de
escarro, espirometria,
manovacuometria.
Nesta amostra de pacientes
com bronquiectasias não
fibrocísticas, uma parcela
significativa apresentou uma
baixa DTC6. O
desempenho no exercício não
se associou com
a qualidade de vida. Os fatores
idade e IMC se
associaram de forma
independente com menor
DTC6.
TABELA 1: resultados dos artigos analisados na integra.
Diante da investigação da Tabela 01, podemos dizer que foram
encontrados artigos atualizados sobre a temática, como também a
apresentação das técnicas utilizadas durante o tratamento da patologia em
questão. A tabela 2 apresenta a quantidade de artigos selecionados pelo
idioma, sendo que 50% foram na língua portuguesa e 50% na inglesa.
O quadro 1 expõe a quantidade amostral de cada artigo selecionado,
sendo o maior número o artigo de número três, referente ao estudo de Faria e
colaboradores no ano de dois mil e treze, através de uma análise de duzentos
e trinta e dois prontuários e o de menor número o de Guimarães e
colaboradores em dois mil e onze com um estudo de intervenção com dez
pacientes.
Ainda há uma grande escassez de evidências sobre os efeitos
fisiológicos e terapêuticos em indivíduos com bronquiectasia, embora a
22
fisioterapia respiratória para esse tipo de paciente seja considerada de suma
importância (NASCIMENTO “et al”, 2013).
Na referida patologia, a disfunção muscular é geralmente ocasionada
por inflamação, pelo desequilíbrio eletrolítico, alterações de trocas gasosas,
pelo sedentarismo, pela má nutrição e uso excessivo de drogas. A fraqueza
muscular periférica e a falta de resistência afetam de forma negativa a
capacidade de exercício e a percepção de fadiga (FARIA “et l”, 2013).
Segundo o autor supracitado, o perfil clínico de pacientes com
bronquiectasia avaliados em seu estudo é caracterizada com sinais e sintomas
de tosse excessiva, dispneia, expectoração, fadiga muscular, um padrão
espirométrico obstrutivo com frequente hipoxemia e complicações
principalmente de origem cardiovascular. No entanto, esses pacientes que
foram avaliados no estudo, têm baixo índice de internações e exacerbação do
quadro que pode ser atribuído a um protocolo clínico para monitoramento a
fisioterapia.
Na bronquiectasia os principais sintomas encontrados nos artigos
selecionados foram a dispneia, tosse e fadiga muscular. Segundo Faria “et al”
(2013), isso se dá pelo fato de ser uma doença que exige um uso excessivo da
musculatura acessória como, escalenos e esternocleidoocciptomastoideo e
pela irritação ocasionada nas vias aéreas.
A fisioterapia respiratória tem como principais objetivos realizar a
redução e prevenção das possíveis consequências que essa secreção causa
durante as infecções. Várias técnicas podem ser utilizadas para auxiliar o
clearance mucociliar, remover o excesso de secreção com menor esforço
possível, promover maior ventilação e melhorar a qualidade de vida desses
pacientes (CAMARGO “et al”, 2013).
Em um estudo realizado por Guimarães “et al” (2011), onde teve como
objetivo avaliar os efeitos fisiológicos imediatos do FLUTTER® e o ELTGOL na
função pulmonar de pacientes com bronquiectasia por meio de espirometria e
pletismografia de corpo inteiro e também determinar o efeito que essas
técnicas causam na remoção das secreções brônquicas, podendo perceber
que ambas as técnicas diminuíram a hiperinflação que havia no pulmão dos
dez pacientes avaliados durante a pesquisa.
23
Fortalecendo o conhecimento sobre desobstrução de vias áreas, Ramos
“et al” (2009), apresenta que um protocolo de tosse voluntária seguidos de dez
minutos de repouso sendo duas séries de 10 minutos cada, mostrou resultado
em uma diminuição significante da viscosidade do escarro após os primeiros 10
minutos.
Para o mesmo autor supracitado, a ELTGOL possui uma superioridade
com relação ao FLUTTER no quesito de remoção de secreção em curto prazo,
mas o FLUTTER reduz a hiperinsuflação e melhora da mecânica respiratória.
Durante o tratamento de pacientes crônicos que necessitam de procedimentos
que aumentem e facilitem a desobstrução ELTGOL pode vir a ser uma
alternativa interessante para o tratamento desses.
Sobre a utilização de testes da função pulmonar Nascimento “et al”
(2011) fala que em curto prazo é um método limitado para avaliação de
técnicas de remoção de secreção brônquica. A compressão torácica realizada
pela técnica como também a presença de secreção na via aérea medial pode
justificar a diferença significativa na espirometria.
Jacques “et al” (2012), em seu estudo transversal, observou que 33%
dos 70 pacientes com bronquiectasia apresentaram desempenho insatisfatório
no teste de caminhada de seis minutos, demonstrando que uma parcela
importante de pacientes com bronquiectasia apresenta redução da capacidade
ao exercício.
Para Camargo e colaboradores (2013), a fisioterapia respiratória deve
estar presente durante todo o tratamento dos pacientes com bronquiectasia,
levando em consideração os benefícios que as técnicas de desobstrução
brônquica trazem para o paciente, contribuindo para a melhora dos sinais e
sintomas durante o tratamento que segundo Guimarães “et al” (2011), deve ser
multiprofissional.
24
7. CONCLUSÃO
Dessa forma podemos concluir que, a importância da fisioterapia
respiratória na redução dos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes
com bronquiectasia, principalmente na remoção da secreção brônquica.
Apesar do estudo apresentar uma limitação pela quantidade de
evidencias apresentadas na literatura ele consegue assim, atingir os objetivos
proposto. E se fazendo necessário, estudos mais amplos com aplicação de
intervenção e com uma maior acurácia científica.
25
8. REFERÊNCIAS
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