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CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DA ROTEIRIZAÇÃO NA D.A.G. ALIMENTOS ME ALINE DE MELO EDUARDO DE JESUS FERREIRA VARGAS THAIS CRISTINA MOTA FERREIRA THAIS RASLOSNEK MASCARENHAS Guarulhos Setembro de 2010

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  • CENTRO UNIVERSITRIO METROPOLITANO DE SO PAULO CURSO DE ADMINISTRAO DE EMPRESAS

    LOGSTICA DE DISTRIBUIO: UM ESTUDO DE CASO DA ROTEIRIZAO NA D.A.G. ALIMENTOS ME

    ALINE DE MELO EDUARDO DE JESUS FERREIRA VARGAS

    THAIS CRISTINA MOTA FERREIRA THAIS RASLOSNEK MASCARENHAS

    Guarulhos

    Setembro de 2010

  • ALINE DE MELO EDUARDO DE JESUS FERREIRA VARGAS

    THAIS CRISTINA MOTA FERREIRA THAIS RASLOSNEK MASCARENHAS

    LOGSTICA DE DISTRIBUIO: UM ESTUDO DE CASO DA ROTEIRIZAO NA D.A.G. ALIMENTOS ME

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado como exigncia para a obteno de grau de Bacharel em Administrao de Empresas do Curso de Administrao do Centro Universitrio Metropolitano de So Paulo.

    Orientador Professor: Paulo Jos Lopes Folgueral

    CENTRO UNIVERSITRIO METROPOLITANO DE SO PAULO

    GUARULHOS - 2010

  • ALINE DE MELO EDUARDO DE JESUS FERREIRA VARGAS

    THAIS CRISTINA MOTA FERREIRA THAIS RASLOSNEK MASCARENHAS

    LOGSTICA DE DISTRIBUIO: UM ESTUDO DE CASO DA ROTEIRIZAO NA D.A.G. ALIMENTOS ME

    Guarulhos,______/__________de 2010

    Nota______ (_____________________)

    ____________________________________ Prof. Paulo Jos Lopes Folgueral - Orientador

    Centro Universitrio Metropolitano de So Paulo

  • DEDICATRIA

    Dedicamos este trabalho aos nossos pais que sempre nos apoiaram, estiveram presentes e acreditaram em nosso potencial, nos incentivando na busca de novas realizaes.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradecemos a Deus que nos deu fora para vencer todos os obstculos que surgiram em nosso caminho durante esses quatro anos, assim como nossos pais, familiares, amigos e instituies que colaboraram para a execuo deste trabalho. Expressamos nossos sinceros agradecimentos empresa D.A.G. Alimentos ME, em especial ao amigo Eduardo, pela realizao deste trabalho na empresa onde atua. Aos professores do curso de Administrao, em especial aos nossos orientadores Professores Paulo Folgueral e Paulo Leandro Maia, por todo ensinamento durante os anos em que convivemos, os quais nos fizeram alcanar a maior riqueza que um homem pode ter, o conhecimento.

    .

  • EPGRAFE

    "Bom mesmo ir luta com determinao, abraar a vida e viver com paixo, perder com classe e viver com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve

    e a vida muito bela para ser insignificante." (Charles Chaplin)

    http://www.epigrafeslegais.org/search/label/Charles Chaplin##http://www.epigrafeslegais.org/search/label/Charles Chaplin##http://www.epigrafeslegais.org/search/label/Charles Chaplin##http://www.epigrafeslegais.org/search/label/Charles Chaplin##http://www.epigrafeslegais.org/search/label/Charles Chaplin##
  • RESUMO

    O presente trabalho explora o papel da utilizao da logstica de distribuio e

    de softwares de roteirizao para um melhor atendimento de entrega. Quanto ao

    enfoque terico, sero enfatizadas as questes relacionadas logstica, mais

    particularmente, logstica de distribuio e suas implicaes no desempenho das

    empresas na entrega de produtos dentro do prazo determinado pelo cliente. Quanto

    ao enfoque prtico, o trabalho compreende, especificamente, o desenvolvimento de

    um estudo de caso da empresa distribuidora de alimentos D.A.G. ALIMENTOS ME,

    combinando-se conceitos logsticos e sistemas de roteirizao nesta rea, que

    poderiam otimizar a utilizao dos recursos disponveis e aprimorar o atendimento

    logstico aos clientes. O caso prtico apresentado, mostra que possvel conseguir

    resultados significativos e imediatos atravs da remodelagem de distribuio

    logstica, que garantem a entrega dos produtos dentro das necessidades e

    expectativas do cliente e conseqentemente sua fidelizao, fazendo com que

    negcio torne-se mais competitivo.

    Palavras chaves: Logstica / Distribuio / Tecnologia / Cliente / Roteirizao

  • ABSTRACT

    This paper explores the role of the use of logistics distribution and routing

    software to better delivery service to customers. As for the theoretical approach will

    be emphasized issues related to logistics, more particularly, the logistics of

    distribution and its implications on corporate performance in delivering products

    within the period specified by the customer. As for the practical focus, the paper

    includes, specifically, developing a case study of food distribution company D.A.G.

    ALIMENTOS ME, combining logistical concepts and systems for routing in this area,

    which could optimize use of available resources and enhance logistics service to

    customers. The presented case shows that it is possible to achieve significant and

    immediate through the redesign of logistics distribution, ensuring the delivery of

    products within the customer's needs and expectations and therefore their loyalty, so

    that business becomes more competitive.

    Keywords: Logistics / Distribution / Technology / Customer / Routing

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Atividades logsticas.................................................................................25

    Figura 2 - Logstica Integrada...................................................................................26

    Figura 3 Principais elementos conceituais da logstica .........................................28

    Figura 4 Canal de Distribuio ..............................................................................35

    Figura 5 Apresentao do funcionamento de um software de roteirizao ...........56

    Figura 6 - Software RoadShow sendo operado........................................................59

    Figura 7 TransCad em operao...........................................................................60

    Figura 8 Exemplo de cadastramento de clientes..................................................66

    Figura 9 Organograma da estrutura logstica ........................................................78

    Figura 10 Anlise Swot da D.A.G. ALIMENTOS ...................................................82

    Figura 11 Representao das 5 Foras de Porter.................................................83

    Figura 12 - Processo de Roteirizao de Cargas .....................................................87

    Figura 13 Tela Interface Software Tropics............................................................89

    Figura 14 - Rota programada, itinerrio da rota , funcionrios envolvidos ...............90

    Figura 15 - Definio das Cargas ou Servios .........................................................91

    Figura 16 - Restries de Atendimento ....................................................................92

    Figura 17 - Parmetros de Roteirizao de Cargas .................................................92

    Figura 18 - Definio da Frota Disponvel ................................................................93

    Figura 19 - Relatrio Rota Programada....................................................................94

    Figura 20 - Localizao dos Pontos de Atendimento ...............................................95

    Figura 21 - Rota Programada...................................................................................96

    Figura 22 Interface do Sistema..............................................................................97

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Caractersticas tpicas dos softwares comerciais ....................................55

    Tabela 2 Alguns exemplos de sucesso de aquisio e resultados alcanados......63

    Tabela 3 - Requisitos bsicos de um sistema de Roteirizao. ................................64

    Tabela 4 Produtos comercializados pela empresa D.A.G. ALIMENTOS ...............70

    Tabela 5 Relao de clientes da D.A.G. Alimentos.............................................702

    Tabela 6 Oramento do Software Tropics ............................................................102

    Tabela 7 Dados Financeiros da D.A.G Alimentos ................................................102

  • SUMRIO

    INTRODUO ..........................................................................................................13 CAPTULO I ..............................................................................................................16 1. LOGSTICA DE DISTRIBUIO ..........................................................................16

    1.1 Histrico da Logstica ......................................................................................16

    1.2 Renascimento da Logstica .............................................................................19

    1.2.1 Antes de 1950 Anos adormecidos ......................................................19

    1.2.2 1950-1970: o perodo de desenvolvimento............................................20

    1.2.3 Alteraes nos padres e atitudes da demanda dos consumidores ......22

    1.2.4 Presso por custos nas indstrias .........................................................22

    1.2.5 Avanos na tecnologia de computadores ..............................................23

    1.2.6 1970 e alm: os anos de crescimento ...................................................23

    1.3 Conceito de Logstica......................................................................................24

    1.3.1 Objetivo e Misso da Logstica ..............................................................29

    1.3.2 A Estratgia de Logstica .......................................................................29

    1.4 Conceito de Logstica de Distribuio .............................................................33

    CAPTULO II .............................................................................................................39 2. TECNOLOGIA DA INFORMAO.......................................................................39

    2.1 Conceituando Sistemas de Informao...........................................................41

    2.1.1 Sistemas de Informao e o avano tecnolgico...................................42

    2.2 A Roteirizao .................................................................................................43

    2.2.1 Evoluo Histrica .................................................................................46

    2.2.2 Problema de Roteirizao......................................................................48

    2.2.3 Classificao dos problemas de roteirizao.........................................49

    2.2.4 Caractersticas gerais de um sistema roteirizador .................................51

    2.3 Softwares de Roteirizao ..............................................................................53

    2.3.1 Processo de escolha e seleo .............................................................56

    2.3.2 Caracterizao de Alguns Sistemas Disponveis no Mercado...............57

    2.3.2.1 Trucks........................................................................................58

    2.3.2.2 Truckstops .................................................................................58

    2.3.2.3 RoadShow .................................................................................58

    2.3.2.4 TransCAD..................................................................................59

  • 2.3.2.5 RotaCerta ..................................................................................60

    2.3.3 Benefcios do sistema de roteirizao ...................................................61

    2.3.4 Relao Custo x Benefcio na Aquisio de um Roteirizador ................62

    2.3.5 Requisitos de um software para roteirizao de veculos ......................63

    CAPITULO III ............................................................................................................68 3. APRESENTAO DA EMPRESA D.A.G. ALIMENTOS......................................68

    3.1 Histrico da Empresa ......................................................................................68

    3.2 Misso, Viso e Valores..................................................................................69

    3.2.1 Misso ...................................................................................................69

    3.2.2 Viso......................................................................................................69

    3.2.3 Valores...................................................................................................70

    3.3 Produtos..........................................................................................................70

    3.3.1 Armazenagem de Produtos ...................................................................70

    3.4 Clientes e Locais de Entrega...........................................................................71

    3.5 Meios de Comunicao e Marketing da Empresa ...........................................72

    3.6 Roteirizao da Frota ......................................................................................73

    3.6.1 Recursos para entregas.........................................................................74

    3.7 Meios Tecnolgicos Usados na Distribuio ...................................................74

    3.7.1 GPS .......................................................................................................74

    3.7.2 Nextel.....................................................................................................75

    3.7.3 Sem Parar..............................................................................................75

    3.8 Concorrentes...................................................................................................76

    3.8.1 Desvantagens em relao ao concorrente ............................................76

    3.8.2 Vantagens em relao ao concorrente ..................................................77

    3.9 Estrutura da Cadeia de Suprimentos da D.A.G. Alimentos .............................78

    3.9.1 Processo de Distribuio .......................................................................79

    3.10 Dificuldades no Mercado...............................................................................80

    3.11 Anlise Swot..................................................................................................81

    3.12 Anlise das 5 Foras de Porter...................................................................82

    3.12.1 Rivalidade entre concorrncia..............................................................83

    3.12.2 Ameaa de novos produtos .................................................................84

    3.12.3 Poder de negociao dos fornecedores ..............................................84

    3.12.4 Ameaa de novos entrantes ................................................................84

    3.12.5 Poder de negociao dos clientes .......................................................84

  • CAPTULO IV............................................................................................................85 4. ESTUDO DE CASO DA D.A.G. ALIMENTOS ......................................................85

    4.1 Situao Problema ..........................................................................................85

    4.2 Situao Proposta ...........................................................................................86

    4.2.1 Proposta: Aquisio do Software de Roteirizao Tropics ....................86

    4.2.1.1 Apresentao do Software de Roteirizao Tropics ..................87

    4.3 Resultados Esperados ....................................................................................98

    4.3.1 Apresentao da Proposta da Geologstica - Software Tropics.............98

    4.3.1.1 Maptitude Sistema de Informaes Geogrficas ....................98

    4.3.1.2 Mapas Digitais ...........................................................................99

    4.3.1.3 Licena de funcionamento do Tropics .......................................99

    4.3.1.4 Implantao e Treinamento .....................................................101

    4.3.1.5 Manuteno e Suporte ............................................................101

    4.3.1.6 Prazo .......................................................................................101

    4.3.1.7 Preos e Forma de Pagamento ...............................................101

    4.3.2 Anlise da situao real da D.A.G. ALIMENTOS x Relao Proposta x

    Cenrio Futuro ...........................................................................................102

    CONCLUSO .........................................................................................................105 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................107 ANEXOS .................................................................................................................110

  • 13

    INTRODUO

    O termo e o conhecimento das atividades logsticas surgiram apenas aps a

    Segunda Guerra Mundial, quando foi usado para definir o conjunto de atividades

    relacionadas movimentao de recursos humanos, armamentos e munies para

    os campos de batalha. Em sua raiz militar, teve como primeiro objetivo integrar, de

    forma eficiente, nos campos de batalha, o tempo, os custos e os recursos

    disponveis. Aps a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento dos meios de

    transporte e a evoluo da tecnologia da informao, intensificaram a demanda pela

    movimentao de mercadorias. Mais recentemente, nos anos 90, a globalizao e o

    comrcio eletrnico aceleram esse processo, tornando a logstica uma questo

    estratgica para o quesito venda-entrega e para o atendimento das necessidades de

    produtores e consumidores, se tornando assim, fonte de potencial vantagem

    competitiva.

    A logstica tem como objetivo, diminuir as dificuldades existentes entre a

    produo de bens e servios e a necessidade de consumo, uma vez que os

    recursos necessrios para a produo e os consumidores podem estar

    geograficamente distantes.

    A distribuio fsica de produtos notadamente um dos itens que mais

    adiciona custos em uma organizao, pois engloba transportes, processamento de

    pedidos e movimentao de cargas. A ineficincia logstica pode acarretar demora

    na realizao das entregas, custos desnecessrios, perda de mercadorias

    perecveis, gastos excessivos com estocagem e rotas cruzadas. Por outro lado,

    muitas so as oportunidades de aumentar a eficincia do sistema logstico e da

    cadeia de suprimentos, sendo que o aspecto chave para manter o cliente fidelizado

    a empresa, est relacionado com a gesto eficiente do sistema de transporte. Nesse

    sentido, a informao precisa e em tempo hbil se torna um recurso estratgico para

    a prtica da gesto logstica.

    Segundo Ballou (2006, pg. 148), a misso da logstica consiste em colocar os

    produtos certos no lugar certo, no momento certo, e nas condies desejadas. A

    logstica tem seu foco, na distribuio fsica, visto que para se entregar o produto

    certo, na hora certa e da maneira correta, necessria uma anlise adequada de

  • 14

    informaes como tempo de viagem, quantidade de entregas mximas, peso

    excedente e espao ocioso. Com o acirramento da competio nos mercados

    globais, os clientes esto cada vez menos tolerantes a erros e por isso a excelncia

    nas entregas est deixando de ser diferencial para ser tornar uma condio

    imprescindvel para a manuteno de uma carteira de clientes fiel.

    possvel observar que a logstica evoluiu muito desde os seus primrdios.

    Nos ltimos anos, ela vem sendo reconhecida como uma oportunidade mpar de

    crescimento, rentabilidade e competitividade para as empresas. Ela aprimora os

    esforos de marketing, criando condies de vantagem competitiva no mercado.

    Agrega valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informao cadeia produtiva.

    Implica tambm em otimizao de recursos, pois, se de um lado so almejados o

    aumento de eficincia e a melhoria da qualidade de realizao dos servios, do

    outro a competio no mercado obriga uma reduo contnua de custos.

    Sendo assim, aps breve apresentao, o tema a ser desenvolvido na

    pesquisa deste Trabalho de Concluso de Curso a Logstica de Distribuio e a

    roteirizao na empresa D.A.G. Alimentos.

    De maneira mais especfica, o objetivo do trabalho consiste em encontrar uma

    forma de aumentar o cumprimento dos prazos de entrega da empresa D.A.G.

    ALIMENTOS, nosso estudo de caso, atravs do uso de um sistema de informao

    (roteirizao), demonstrando que a adoo deste sistema pode contribuir para uma

    melhor gesto logstica da organizao, com o intuito de otimizar a distribuio fsica

    e elevar o nvel de servio oferecido aos clientes.

    A empresa D.A.G. ALIMENTOS, possui dificuldades em entregar os produtos

    dentro do prazo para grandes quantidades de clientes alocados em diferentes

    regies. Devido a estas falhas em sua distribuio, por muitas vezes a empresa

    perdeu clientes pelo no atendimento de suas necessidades. Ser que com a

    aplicao de um sistema de roteirizao aliado com a logstica de distribuio

    aperfeior a performance de entrega dos produtos dentro do prazo?

    Se o resultado desta pesquisa for bem sucedido a partir do sistema de

    roteirizao, a empresa poder atender todos seus clientes de acordo com suas

    necessidades, alcanando seus objetivos e garantindo um crescimento satisfatrio

    dentro do ramo de distribuio. Se no ocorrer o resultado esperado a empresa

    poder continuar perdendo clientes, pois no estar entregando seus produtos no

  • 15

    prazo, ocorrendo falhas no processo logstico de distribuio e deixar de ganhar

    vantagem competitiva frente s outras empresas do mercado em que atua.

    A justificativa desta pesquisa d-se ao perceber que para uma melhor

    eficincia de entregas de produtos para os clientes da D.A.G. ALIMENTOS,

    necessrio ir alm do operacional e buscar a tecnologia da informao para auxiliar

    este processo. Uma forma de conduzir esta realidade da empresa buscar um

    sistema de roteirizao para auxiliar em suas rotas, reduzindo seus custos,

    minimizando o tempo da entrega e evitando desperdcios, assim a D.A.G.

    ALIMENTOS pode fidelizar os seus clientes e buscar adquirir novos.

    Utilizamos como metodologia de pesquisa a pesquisa de campo, dirigida ao

    estudo de caso e a pesquisa bibliogrfica, que ocorre quando a pesquisa

    elaborada a partir de material j publicado, constitudo principalmente de livros,

    artigos peridicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.

    Primeiramente, apresentado no captulo I um breve histrico e conceito de

    logstica, seguido pelos conceitos de tecnologia da informao e de sistema de

    informao no captulo II, em especial o sistema roteirizao, que desenvolve rotas

    mais eficientes para gerar o menor custo possvel, atendendo s exigncias dos

    clientes e aumentado a efetividade e velocidade das entregas. Posteriormente, no

    captulo III apresentada a empresa D.A.G. ALIMENTOS, o estudo de caso, onde

    realizamos o levantamento de todos os dados relevantes, assim como anlise,

    identificao e proposta no captulo IV para soluo de seu principal problema

    atualmente. Por fim, so apresentadas as consideraes finais do trabalho, seguidos

    pelas referncias bibliogrficas.

  • 16

    CAPTULO I

    1. LOGSTICA DE DISTRIBUIO

    A logstica no Brasil constitui-se como um negcio de grandes propores

    que evoluiu muito e rapidamente nos ltimos anos, passando por profundas

    transformaes na direo de sua sofisticao. Neste primeiro captulo

    apresentaremos um breve histrico da logstica e sua evoluo at os dias atuais,

    assim como os principais conceitos de logstica e logstica de distribuio.

    1.1 HISTRICO DA LOGSTICA

    A origem da palavra vem do grego LOGISTIKOS, do qual o latim

    LOGISTICUS derivado, ambos significando clculo e raciocnio no sentido

    matemtico.

    O desenvolvimento da logstica est intimamente ligada ao progresso das

    atividades militares e das necessidades resultantes das guerras. Segundo Novaes

    (2004, p. 31) o conceito de logstica estava essencialmente ligada as operaes

    militares. O exrcito persa foi o primeiro a utilizar uma marinha em grande escala.

    Na expedio de Xerxes de encontro aos gregos, em 481 a.C., foram utilizados mais

    de 3.000 navios de transporte para sustentar o exrcito.

    Uma das grandes lendas na Logstica, que inspirou outros grandes lderes

    como Jlio Csar e Napoleo e que at hoje inspira as grandes empresas, foi

    Alexandre o Grande, da Macednia. Seu imprio alcanou diversos pases, incluindo

    a Grcia, Prsia e ndia. Ele foi capaz de superar os exrcitos inimigos e expandir

    seu reinado graas a fatores como:

    Incluso da logstica em seu planejamento estratgico

    Detalhado conhecimento dos exrcitos inimigos, dos terrenos de

    batalha e dos perodos de fortes intempries.

    Inovadora incorporao de novas tecnologias de armamentos

    Desenvolvimento de alianas

    Manuteno de um simples ponto de controle. Era ela quem

    centralizava todas as decises; era o ponto central de controle, gerenciando o

    sistema logstico e incorporando-o ao plano estratgico.

  • 17

    Alexandre foi o primeiro a empregar uma equipe especialmente treinada de

    engenheiros e contramestres, alm da cavalaria e infantaria. Esses primitivos

    engenheiros desempenharam um papel importante para o sucesso de Alexandre o

    Grande, pois tinham a misso de estudar como reduzir a resistncia das cidades

    que seriam atacadas. Os contramestres, por sua vez, operacionalizavam o melhor

    sistema logstico existente naquela poca. Eles seguiam frente dos exrcitos com

    a misso de comprar todos os suprimentos necessrios e de montar armazns

    avanados no trajeto. Aqueles que cooperavam eram poupados e posteriormente

    recompensados; aqueles que resistiam, eram assassinados. O exrcito de

    Alexandre o Grande consumia diariamente cerca de 100 toneladas de alimentos e

    300.000 litros de gua!

    O exrcito de 35.000 homens de Alexandre o Grande no podia carregar

    mais do que 10 dias de suprimentos, mas mesmo assim, suas tropas marcharam

    milhares de quilmetros, a uma mdia de 32 quilmetros por dia. Seu exrcito

    percorreu 6.400 km, na marcha do Egito Prsia e ndia, a marcha mais longa da

    histria. Outros exrcitos se deslocavam a uma mdia de 16 ou 17 quilmetros por

    dia, pois dependiam do carro de boi, que fazia o transporte dos alimentos. Um carro

    de boi se deslocava a aproximadamente 3,5 quilmetros por hora, durante 5 horas

    at que os animais se esgotassem. Cavalos moviam-se a 6 ou 7 quilmetros por

    hora, durante 8 horas por dia. Eram necessrios 5 cavalos para transportar a mesma

    carga que um carro de boi.

    Tambm inovou nos armamentos. Seus engenheiros desenvolveram um

    novo tipo de lana, chamada Sarissa, que tinha 6 metros de comprimento,

    largamente utilizada pela infantaria. Com esse armamento derrotou um exrcito

    combinado de persas e gregos de 40.000 homens perdendo apenas 110 soldados.

    Devido a esse sucesso, a grande maioria das cidades se rendeu ao exrcito

    macednico sem a necessidade do derramamento de sangue. Assim, Alexandre o

    Grande criou o mais mvel e mais rpido exrcito da poca.

    Em 218 a.C., o general Anbal inovou durante a Segunda Guerra Pnica

    entre Cartago e Roma, utilizando elefantes para o transporte de 60.000 homens e

    suprimentos na travessia dos Pirineus em direo Itlia. Apesar dos avanos

    verificados no passado, apenas no sculo 17 a logstica passou a ser utilizada

    dentro dos modernos princpios militares.

  • 18

    Por volta de 1.670, um conselheiro do Rei Lus XIV sugeriu a criao de uma

    nova estrutura de suporte para solucionar os crescentes problemas administrativos

    experimentados com o novo exrcito desenvolvido a partir do caos medieval. Foi

    criada a posio de Marechal General de Logis, cujo ttulo se originou do verbo

    francs loger, que significar alojar. Entre seus deveres estavam a responsabilidade

    pelo planejamento das marchas, seleo dos campos e regulamentao do

    transporte e fornecimento.

    O termo LOGISTIQUE, depois traduzido para o ingls LOGISTICS foi

    desenvolvido pelo principal terico militar da primeira metade do sculo XIX, o Baro

    Antoine Henri Jomini. Baseado em suas experincias vividas em campanhas de

    guerra ao lado de Napoleo, Jomini escreveu o Sumrio da Arte da Guerra em

    1.836. Ele dividiu a arte da guerra em 5: estratgia, grandes tticas, logstica,

    engenharia e tticas menores, definindo logstica como a arte de movimentar

    exrcitos. A logstica no se limitava apenas aos mecanismos de transporte, mas

    tambm ao suporte, preparativos administrativos, reconhecimentos e inteligncia

    envolvidos na movimentao e sustentao das foras militares.

    Paralelamente a Jomini, Karl Clausewitz s Vom Kriege publicou,

    postumamente, em 1.831, a Bblia da Cincia Militar. Brilhante em seus escritos

    sobre estratgias e tticas, a sua obra se tornou a grande referncia em prticas e

    pensamentos militares no final da primeira metade do sculo XIX. A obra influenciou

    a grande maioria dos lderes militares. Infelizmente, em sua obra, Vom Kriege

    ignorou a atividade logstica, fazendo com que o conceito de logstica perdesse o

    sentido militar que Jomini tinha desenvolvido. Essa situao perdurou at meados

    do sculo XX, sendo resgatado pelos militares americanos que fizeram uso da

    logstica no conflito blico durante a Segunda Guerra Mundial.

    Em suma, para Novaes (2004, p.31) na sua origem, o conceito de Logstica

    estava essencialmente ligado s operaes militares. Ao decidir avanar suas tropas

    seguindo uma determinada estratgia militar, os generais precisavam ter, sob suas

    ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munio,

    vveres, equipamentos e socorro mdico para o campo de batalha. Por se tratar de

    um servio de apoio, sem o glamour da estratgia blica e sem o prestgio das

    batalhas ganhas, os grupos logsticos militares trabalhavam quase sempre em

    silncio.

  • 19

    1.2 RENASCIMENTO DA LOGSTICA

    Antes da dcada de 50, as empresas executavam normalmente, a atividade

    logstica de maneira puramente funcional. No existia nenhum conceito ou uma

    teoria formal de logstica integrada.

    Antes da grande difuso dos computadores e de tcnicas quantitativas, no

    havia nenhum motivo para se acreditar que funes logsticas pudessem ser

    integradas ou que essa integrao de funes logsticas pudessem aprimorar o

    desempenho total. Nas dcadas seguintes, comearam a ocorrer mudanas as

    prticas de gerenciamento logstico. No era possvel ignorar a presena da

    emergente tecnologia de informao no terreno frtil da logstica. Os primeiros

    aplicativos de computador e as primeiras tcnicas quantitativas concentravam-se no

    aperfeioamento do desempenho de funes logsticas especficas, como o

    processamento de pedidos, previses, controle de estoque, transporte etc. O que

    despertou o interesse pela integrao entre funes foi o significativo potencial de

    melhorias.

    1.2.1 Antes de 1950 Anos adormecidos

    Hoje, a logstica um campo fascinante e em expanso, com potencial, mas

    no era assim 20 anos atrs. A prtica moderna da logstica configura como uma

    nova disciplina, mas isso no significa que as atividades essncias de logstica so

    novidades. Entretanto, recente a teoria para guiar seus passos.

    Segundo Ballou (2006, p. 28), at cerca de 1950, o campo logstico

    permanecia em dormncia. No existia nenhuma filosofia dominante para gui-lo. As

    empresas fragmentavam a administrao sob o comando gerencial da produo; os

    estoques eram responsabilidade de marketing, finanas ou produo; e o

    processamento de pedidos eram controlados por finanas ou vendas. Isto resultava

    no conflito de objetivos e de responsabilidades para as atividades logsticas.

    Entretanto, existiram alguns pioneiros. Antigos estudiosos de marketing e

    empresrios como Arch Shaw e Fred Clark que identificaram a natureza da

    distribuio fsica e como ela diferia da criao de demanda no marketing.

    A atividade logstica militar na Segunda Guerra Mundial foi o incio para

    muitos dos conceitos logsticos utilizados atualmente, como citado no captulo

    anterior. Mas infelizmente, o exemplo militar somente influenciou as atividades

  • 20

    logsticas das firmas comerciais alguns anos depois. Por volta de 1945, algumas

    empresas j haviam colocado transporte e armazenagem de produtos acabados sob

    um nico gerente.

    As atividades logsticas sempre foram administradas pelas empresas, mas a

    maior parte dos aperfeioamentos gerenciais das atividades logsticas surgiu do

    reagrupamento destas atividades tradicionais. Mas poucas empresas exploraram os

    benefcios desse arranjo.

    Segundo Ballou (2006, p. 29), nem o ambiente econmico nem a teoria

    estavam aptos para a criao do clima necessrio a uma mudana de atitudes. A

    rea de administrao de marketing estava crescendo em importncia, assim como

    a administrao estava mudando seu foco da produo (como influncia dominante)

    para uma orientao para marketing (consumidor).

    Esta foi uma mudana natural, pois a economia americana no geral alterou-

    se de escassez da capacidade industrial para uma situao de capacidade

    adequada e competio crescente. Aps a Segunda Guerra Mundial, a economia

    dos EUA experimentou rpido crescimento, devido parcialmente demanda

    reprimida dos anos de depresso e posio dominante da indstria americana no

    mercado mundial.

    O clima era pra vender e produzir. Os lucros eram altos. Portanto, a certa

    ineficincia na distribuio de produtos podia ser tolerada.

    1.2.2 1950-1970: o perodo de desenvolvimento

    O perodo entre o incio dos anos 50 at a dcada de 60 representa a poca

    de decolagem para a teoria e a prtica da logstica. O ambiente propcio para as

    novidades no pensamento administrativo. O marketing estava bem estabelecido em

    muitas instituies educacionais e orientava muitas empresas, mas alguns

    professores de marketing no estavam totalmente satisfeitos com o que haviam

    criado. Um conhecido professor de marketing, em 1954, disse que as companhias

    deveriam prestar mais ateno a distribuio logstica do que somente a compra e

    venda.

    Drucker (2001, p. 44) se referiu as atividades de distribuio que ocorriam

    aps a produo dos bens como as reas de negcios infelizmente mais

    desprezadas e mais promissoras na Amrica.

  • 21

    Posteriormente, reconheceu-se o desenvolvimento da logstica como

    disciplina quando um estudo foi conduzido para determinar o papel que o transporte

    areo poderia desempenhar na distribuio fsica. Esse estudo mostrou que o alto

    custo do transporte areo no necessariamente deteria o uso deste servio, mas

    que a chave para sua aceitao deveria ser o seu menor custo total, decorrente da

    soma das taxas do frete areo e do menor custo devido diminuio de estoques,

    conseguido pela maior velocidade da movimentao por via area. Esta

    compensao de um tipo de custo por outro ficou conhecida como o conceito do

    custo total. Ele tornou-se importante argumento para um reagrupamento lgico das

    atividades de distribuio que estava ocorrendo em algumas poucas empresas

    pioneiras.

    Segundo, Bowersox e Closs (2001, p. 27) a falta de ateno dada

    logstica durante a evoluo de outros conceitos pode ser atribuda a trs

    importantes fatores: primeiro, antes da grande difuso dos computadores e de

    tcnicas quantitativas, no havia nenhum motivo para se acreditar que funes

    logsticas pudessem ser integradas ou que essa integrao de funes pudesse

    aprimorar o desempenho total. Nas dcadas seguintes, comearam a ocorrer

    mudanas as prticas de gerenciamento logstico. No era possvel ignorar a

    presena da emergente tecnologia de informao no terreno frtil da logstica. Os

    primeiro aplicativos de computador e as primeiras tcnicas quantitativas

    concentravam-se no aperfeioamento do desempenho de funes logsticas

    especficas, como o processamento de pedidos, previses, controle de estoque,

    transporte etc. O que despertou o interesse pela integrao entre funes foi o

    significativo potencial de melhorias.

    Um segundo importante fator que contribui para as abrangentes mudanas

    foi o ambiente econmico voltil. A contnua presso no sentido de elevar os lucros,

    que teve incio em meados da dcada de 50, em conjunto com condies de

    mercado instveis, continuou durante a dcada de 90. Atualmente, essa presso por

    lucro tem-se refletido numa preocupao gerencial com a conteno e a reduo de

    custos.

    Segundo Ballou (2006, p. 32), as condies econmicas eram tais que

    tambm encorajavam o desenvolvimento da disciplina. Condies-chave foram

    identificadas: alteraes nos padres e atitudes da demanda dos consumidores,

    presso por custos nas indstrias e avanos na tecnologia de computadores.

  • 22

    1.2.3 Alteraes nos padres e atitudes da demanda dos consumidores

    Durante os anos da formao da logstica existiram mudanas populacionais

    com relevantes impactos nos custos logsticos. Houve migrao das reas rurais

    com direo aos centros urbanos j estabelecidos. Isto em si poderia reduzir a

    distribuio pelo incremento dos volumes movimentados para uma menor

    quantidade de centros demanda. Porm, ao mesmo tempo, populaes comearam

    a migrar do centro das cidades para os subrbios circundantes. Varejistas seguiram

    a populao para os subrbios com pontos de vendas adicionais. Servir com

    entregas uma maior rea metropolitana e manter maiores estoques totais requeridos

    pelas filiais adicionais, incrementaram o custo da distribuio.

    Alm das migraes, os consumidores comearam a demandar maior

    variedade de mercadorias ofertadas. A variedade demanda maiores custos de

    manuteno de estoques.

    Finalmente, os padres de distribuio comearam a mudar. Onde antes o

    varejista tipicamente carregava estoques substanciais, ele passou a manuteno do

    estoque para seu fornecedor ou para centrais de distribuio especializadas e,

    portanto, passou a demandar entregas para ressuprimento. Isso demandou maiores

    nveis de inventrio e ao mesmo tempo, maior disponibilidade de estoque e entregas

    mais velozes.

    1.2.4 Presso por custos nas indstrias

    O clima econmico geral nos anos 50 era interessante para fomentar o

    interesse em logstica, devido ao crescimento econmico aps a Segunda Guerra,

    seguido de recesso, e um perodo prolongado de presso nos lucros.

    Perodos recessivos tipicamente foram os administradores a procurar

    maneiras de melhorar a produtividade. Comearam a analisar que as atividades

    promocionais e vendas no ajudavam muito no aumento da produtividade, ento a

    administrao pode olhar a logstica como, a ltima fronteira para a reduo de

    custos nas empresas americanas, Ballou (2006).

    Como incentivo adicional, comeou-se a reconhecer que os custos logsticos

    eram substanciais. Em meados dos anos 50, poucas firmas tinham uma idia clara

  • 23

    de quanto eram os custos logsticos. Quando analistas iniciaram suas pesquisas, os

    nveis de custo mostraram-se surpreendentes.

    1.2.5 Avanos na tecnologia de computadores

    Com o passar dos anos, os problemas logsticos tendem a tornar-se mais

    complicados. Existem mais tipos de servios de transporte para selecionar, a

    proliferao de variedade de produtos leva a maior nmero de itens em estoque

    para serem administrados e a demanda dos consumidores por melhores servios

    muitas vezes resulta em maior quantidade de depsitos no sistema de distribuio.

    Esta complexidade podia ser tratada efetivamente pro novas tecnologias que

    emergiam em meados da dcada de 50. O computador acabava de realizar sua

    estria no mundo dos negcios.

    Segundo, Borwesox (2001, p. 28) o impacto do microcomputador sobre a

    logstica integrada, tem sido de longo alcance. Encontram-se recursos

    computacionais disponveis para o gerenciamento de toda a logstica em processo

    integrado, desde o suprimento, passando pela manufatura, at a distribuio de

    produtos acabados. A capacidade de desenvolver o planejamento de recursos

    logsticos dessas reas inter-relacionadas, utilizando banco de dados relacionais,

    oferecem uma base de informaes para que se possa atingir nveis de

    desempenho logstico sem precedentes.

    1.2.6 1970 e alm: os anos de crescimento

    A logstica empresarial, como campo da administrao de empresas, entrou

    na dcada de 70 em estado descrito como de semi maturidade. Os princpios

    bsicos estavam estabelecidos e algumas firmas estavam comeando a colher os

    benefcios do seu uso. Retrospectivamente, a aceitao do campo transcorria

    vagarosamente, pois as empresas pareciam estar mais preocupadas com a gerao

    de lucros do que com o controle de custos. Expanso de mercado muitas vezes

    mascara ineficincias tanto na produo como na distribuio. Entretanto, foras de

    mudanas se acumulavam pouco antes desta dcada. A competio mundial nos

    bens manufaturados comeou a crescer, ao mesmo tempo em que a falta de

    matrias-primas de boa qualidade passou a ocorrer.

    Controle de custos, produtividade e controle de qualidade passaram a ser

    rea de interesse, a medida que as empresas tentaram enfrentar o fluxo de

  • 24

    mercadorias importadas. As funes logsticas foram mais afetadas do que as outras

    reas da empresa, os assuntos logsticos tornaram-se relevantes para a alta

    administrao. Os princpios e conceitos formulados durante anos de

    desenvolvimento passaram a ser utilizados com sucesso.

    O alto grau de interesse acabou levando logstica integrada. Apesar de a

    distribuio fsica ter sido, dominante nas dcadas 50 e 60. Hoje a logstica

    entendida como a integrao tanto da administrao de materiais, como da

    distribuio fsica.

    1.3 CONCEITO DE LOGSTICA

    A Logstica a rea da gesto responsvel por prover recursos,

    equipamentos e informaes para a execuo de todas as atividades de uma

    empresa. Entre as atividades da logstica esto o transporte, movimentao de

    materiais, armazenagem, processamento de pedidos e gerenciamento de

    informaes.

    O termo Logstica, de acordo com o Dicionrio Aurlio, vem do francs

    Logistique. De acordo com Rodrigues (2007, p. 147):

    Logistique um derivado do posto existente no exercito francs durante o sculo XVII Marechal de Logis, responsvel pelas atividades administrativas relacionadas com o deslocamento, o alojamento e o acampamento das tropas em campanha.

    Para Rodrigues (2007, p. 147), o desenvolvimento da logstica se deu em

    virtude da necessidade dos exrcitos em transportar alimentos, informao,

    deslocamento de tropas, produo macia de armamentos, desenvolvimento

    acelerado dos processos industriais.

    Diante disto, Rodrigues (2007, p.147) conta que foi observado a introduo,

    ao longo do tempo, de alguns mtodos e processos que at hoje so aprimorados e

    desenvolvidos para se utilizar nas indstrias. Desta forma acredita-se que a logstica

    se tornou um sinnimo de reduo de custos e melhoria nos servios, observando-

    se que o relacionamento entre clientes e fornecedor proporcionou um lao mais

    confiante, cujo auxlio mtuo resulta em uma viso de longo prazo, tendo um

    sistema de coordenao sistematizada com objetivos comuns.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Aur%C3%A9lio
  • 25

    Segundo o Council of Logistics Management 1 apud Oliveira (2009, p.35),

    logstica pode ser definida como: O processo de planejamento, implementao e controle da eficincia e eficcia e dos custos, dos fluxos de matrias-primas, produtos em estoque, produtos acabados e informao relacionada, desde o ponto de origem at ao ponto de consumo, com o objetivo de atender as necessidades dos clientes". (COUNCIL, 1993:22)

    A funo da logstica sugestiona vrias atividades como a gesto de

    estoques, gesto de transportes e principalmente a gesto da informao, seja da

    empresa ou dos clientes. Desta forma acredita-se que a logstica pode ser

    responsvel pela diminuio de custos, melhorando algumas atividades bsicas,

    como aquisio, movimentao, armazenagem e entregas de produtos.

    Figura 1 - Atividades logsticas

    Fonte: Ballou (2006, p.26).

    A figura 1, de acordo com Ballou (2006, p. 26), mostra as principais

    atividades da logstica empresarial: primrias e de apoio. As atividades primrias so

    consideradas essenciais para o desempenho da empresa, alm de contriburem com

    a maior parcela do custo total da logstica. Tambm apresentam importncia

    primria para atingir os objetivos logsticos de custo e nvel de servio. Ela 1 O Council of Logistics Management uma organizao fundada sem fins lucrativos formada por gestores de logstica, que tem, por objetivo, desenvolver a teoria e a compreenso da logstica.

  • 26

    composta pelo processamento de pedidos, transportes e gesto de estoques. J as

    atividades de apoio no so suficientes para atingir o nvel de servio desejado

    pelos clientes, elas do suporte s atividades primrias. So elas: armazenagem,

    manuseio, compras, embalagem, programao da produo e gesto de

    informaes.

    A logstica pode ser a ferramenta para integrar os meios da empresa, pois o

    seu conceito induz viso de uma cadeia completa.

    As diferentes atividades que hoje compe o grande sistema que se denomina logstica (transporte, compras, armazenagem, controle de estoque, processamento de pedidos, expedio a clientes, etc.) eram organizadas de forma segmentada. (RODRIGUES, 2007:148).

    Segundo Bowersox e Closs (2001) atravs da figura 2 mostrado como a

    logstica pode ser considerada uma ferramenta para integrar o fluxo de informaes

    dentro da atividade empresarial, podendo ser chamada de Logstica Integrada:

    Figura 2 - Logstica Integrada

    Fonte: Bowersox e Closs, (2001).

    Entende-se que o conceito de Logstica Integrada tem uma abrangncia

    maior, pois no se limita apenas s tarefas citadas, e sim ao gerenciamento de todo

    o fluxo de informao, bem como na emisso de relatrios essenciais para a

    empresa no intuito de mant-la entre as lderes de mercado, administrando dados

    para se tornar competitiva.

  • 27

    Atualmente, as empresas visam o trabalho de forma eficiente e eficaz, que as

    obrigam a desenvolver constantemente vantagens competitivas nas operaes e na

    cadeia de suprimentos.

    A logstica apia a competitividade da cadeia de suprimento como um todo atendendo a demanda do cliente final por meio do suprimento do que necessrio, na forma que for necessria e quando for necessrio por um custo competitivo. (HARRISON e HOEK, 2003:38)

    Existem vrias estratgias envolvidas em todos os processos logsticos. De

    acordo com Rocha (2007, p.16), introduzido o conceito para anlise da posio da

    empresa no mercado competitivo, de valores. Dentre vrios fatores preponderantes,

    deve-se considerar o dia a dia, os concorrentes, problemas inerentes ao processo e

    natureza, de modo a minimizar o impacto econmico e financeiro. Rocha (2007,

    p.61): A estratgia competitiva envolve posicionamento de um negcio de modo a

    maximizar valores das caractersticas que o distinguem de seus concorrentes.

    Geralmente, o conceito de logstica pensado como o gerenciamento do

    fluxo de materiais e de informaes, do seu ponto de aquisio (in-bound logistics)

    at o seu ponto de consumo (out-bound logistics).

    Na figura 3 apresentado um quadro sinptico contendo os principais elementos conceituais da logstica. A logstica como pelo estudo e a planificao do

    projetou ou do processo a ser implantado. Uma vez planejado e devidamente

    aprovado, passa-se fase de implementao e operao. Muitas empresas acham

    que o processo termina ai. Na verdade, devido complexidade dos problemas

    logsticos e sua natureza dinmica, todo sistema logstico precisa ser

    constantemente avaliado, monitorado e controlado. H inclusive uma especializao

    denominada auditoria logstica, que executa de forma sistemtica e permanente

    essas atividades de avaliao, monitoramente e controle.

  • 28

    Figura 3 Principais elementos conceituais da logstica

    Fonte: Novaes, (2004).

    A atividade logstica agrega valor, melhorando os nveis de satisfao dos

    usurios. Entretanto, preciso atentar para a definio correta do termo logstica e a

    sua aplicao como diferencial competitivo em qualquer tipo de organizao, ela

    est inserida em diversos pontos da organizao e sua correta aplicao se faz

    necessria para o bom andamento das atividades. Desta forma, constatamos que ao

    adicionar valor aos produtos e servios torna-se essencial para as vendas e a

    satisfao dos clientes.

    A logstica diz respeito criao de valor valor para clientes e fornecedores de empresa e valor para acionistas de empresa. O valor em logstica expresso em termos de tempo e lugar. Produtos e servios no tm valor a menos que estejam sobre a posse do cliente quando (tempo) e onde (lugar) eles desejam consumi-los. (BALLOU, 2006:25)

    Como exemplo podemos citar, descontos ao um evento esportivo no tem

    valor para os consumidores se eles no estiverem disponveis na hora e no lugar em

    que o evento estiver ocorrendo ou se forem mantidos estoques inadequados para

    atender a demanda. adicionado valor quando clientes esto dispostos a pagar

    mais para um produto ou servio do que o custo de sua obteno. Para muitas

  • 29

    empresas ao redor do mundo, a logstica tornou-se um importante processo de

    adicionar valor por inmeras razes.

    1.3.1 Objetivo e Misso da Logstica

    A logstica tem como objetivo ajudar a criar valor para o cliente pelo menor

    custo total possvel. A logstica de uma empresa um esforo integrado com o

    objetivo de ajudar a criar valor para o cliente pelo menor custo possvel.

    A logstica existe para satisfazer s necessidades do cliente, facilitando as operaes relevantes de produo e marketing. Do ponto de vista estratgico, os executivos de logstica procuram atingir uma qualidade predefinida de servio ao cliente por meio de uma competncia operacional que represente o estado-da-arte. O desafio equilibrar as expectativas de servios e os gastos de modo a alcanar os objetivos de negocio. (BOWERSOX e CLOSS, 2001: 23)

    Ainda segundo Ballou (2006, p. 21), a misso da logstica dispor a

    mercadoria ou servio certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condies

    desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuio empresa.

    Para Razzolini (2006, p.22) esta exigncia de rapidez e flexibilidade leva as

    empresa a buscarem a integrao de seus canais de suprimentos de forma que

    possam atender adequadamente aos seus mercados em que atuam. Alm de

    tornar disponveis produtos e servios no local onde so necessrios, no momento

    em que so desejados. A Logstica agrega valor quando o estoque corretamente

    posicionado para facilitar as vendas.

    O Gerenciamento logstico inclui o projeto e a administrao de sistemas para

    controlar o fluxo de materiais, os estoques em processo e os produtos acabados

    com o objetivo de fortalecer a estratgia das unidades de negcios da empresa. O

    objetivo central da logstica atingir um nvel desejado de servio ao cliente pelo

    menor custo total possvel. Atividades especficas essenciais para o desempenho

    logstico vo desde o recebimento de pedidos at a conduo de um caminho,

    abarcando at mesmo as atividades sob a responsabilidade do diretor de logstica.

    1.3.2 A Estratgia de Logstica

    A globalizao da economia ampliou exponencialmente a importncia da

    logstica, na medida em que os custos logsticos relativos aos meios de transportes

    representam uma parcela expressiva no custo total das mercadorias transacionadas

    nos mercados internos e externos. As empresas globais buscam permanentemente

  • 30

    configuraes mais econmicas para as suas cadeias produtivas, as quais requerem

    estratgias que melhorem a relao entre o custo da logstica e as vendas. (BALLOU,

    2006).

    Conforme Ballou (2006, p. 26), a logstica assumiu a responsabilidade pela

    disponibilidade dos estoques de matrias-primas, de produtos semi-acabados e dos

    produtos finais, no momento e local onde so requisitados e ao menor custo possvel.

    Assim, atravs dos processos logsticos que os insumos chegam at as fbricas e

    os produtos so distribudos aos consumidores.

    Para Bowersox e Closs (2001, p.20), [...] a logstica agrega valor quando o

    estoque corretamente posicionado para facilitar a venda, mas para agregar este

    valor, despendem-se altos custos com as operaes logsticas.

    Estudos mostram que, em 1994, nos EUA os custos logsticos se aproximaram

    de 10% do PNB, sendo que os transportes consumiram cerca de 60% desses custos.

    Ballou (2006, p.25) relata os vrios estudos que vm sendo feitos para

    determinar os custos logsticos em relao economia da nao e das empresas. De

    acordo com o Fundo Monetrio Internacional, o custo da logstica representa em

    torno de 12% do produto interno bruto mundial.

    No caso das empresas, o custo logstico varia de 5 35% do valor das

    vendas, a depender da atividade, da rea geogrfica e da relao entre o peso e o

    valor dos materiais ou produtos. Em muitas empresas, o custo logstico total uma

    das maiores parcelas do custo final do produto, superado apenas pelo custo das

    matrias primas ou pelos custos da intermediao dos produtos vendidos no atacado

    ou no varejo. (BOWERSOX E CLOSS, 2001; BALLOU, 2006).

    Para Bowersox e Closs, (2001, p. 21) embora os custos logsticos sejam

    significativos, o foco de interesses no est na conteno dos custos, mas na

    competncia logstica que algumas empresas desenvolveram para criar vantagens

    competitivas.

    De acordo com Ballou, (2006, p.20), as atividades logsticas de movimentao

    e armazenagem vm sendo praticadas h muitos anos pelas empresas. A inovao

    atual est no gerenciamento coordenado das atividades inter-relacionadas, evoluindo

    do formato tradicional de segmentao das funes para a gesto integrada ou

    coordenao interfuncional. Atualmente, a logstica passou a ser reconhecida como

    uma rea estratgica para agregar valor aos produtos e servios.

  • 31

    Nos pargrafos seguintes trazemos a viso de Bowersox e Closs (2001, p.21-

    29) sobre a importncia da logstica para as empresas classe mundial (reconhecidas

    no mercado pelo desempenho superior).

    As empresas que atingiram nveis diferenciados de desempenho em termos de

    disponibilidade de estoques, velocidade e confiabilidade nas entregas, conquistando

    a preferncia dos clientes, confirmam o acerto das estratgias de gerenciar a

    logstica como uma das competncias centrais da organizao.

    Na viso desses autores, a competncia logstica decorre da avaliao relativa

    da capacitao da empresa para fornecer ao cliente um servio competitivamente

    superior e ao menor custo.

    Uma empresa classe mundial apresenta nveis de desempenhos acima da

    mdia do setor em todas as competncias necessrias, atingindo a excelncia

    apenas nas competncias centrais. Sob esta perspectiva, a logstica deve ser

    inserida no grupo das competncias centrais das organizaes.

    O servio logstico deve ser medido em termos de disponibilidade,

    desempenho operacional e flexibilidade. A disponibilidade significa ter estoque para

    atender o cliente no local e momento certo. O desempenho operacional se refere ao

    tempo entre o recebimento e entrega do pedido. A flexibilidade mostra a capacidade

    de a empresa responder s situaes no previstas.

    Bowersox e Closs (2001) complementam que a resposta rpida a eventuais

    problemas outro indicador de desempenho, e que a confiabilidade est relacionada

    qualidade da logstica, ou seja, a capacidade da empresa sustentar os nveis de

    disponibilidade e do desempenho operacional.

    Acrescenta que outra forma medir o nvel de servio em termos de

    percentagem das quantidades atendidas de cada pedido.

    Para assegurar o nvel de servio, as empresas em geral trabalham com

    estoques mais elevados, embora esta estratgia afete a eficincia e a lucratividade.

    Mas, h outras possibilidades, como o uso de transportes mais rpidos, a tcnica just

    in time (JIT) e os diversos modelos desenvolvidos para lidar com as incertezas no

    fluxo logstico.

    Ballou (2006, p.27) afirma que os produtos ou servios passam a ter valores

    quando estiverem disponveis aos clientes no tempo e lugar que eles gostariam de

    consumir. Portanto, ao movimentar os produtos em direo aos clientes ou

    disponibilizar estoques no momento oportuno, a logstica est criando valores aos

  • 32

    clientes. Ballou (2006) prope quatro tipos de valores gerados pelas empresas:

    forma, tempo, lugar e posse. A forma o valor gerado pela produo ao transformar

    a matria prima em produto, e a posse o valor gerado ao cliente quando ele adquire

    o produto. A logstica agrega os valores do tempo e do lugar dos produtos, atravs

    das informaes, transportes e estoques.

    Rocha (2007, p.34), [...] em termos competitivos, valor o montante que os

    compradores esto dispostos a pagar por aquilo que uma empresa lhes oferece.

    Representa a receita total, ou seja, o resultado das vendas dos seus produtos a um

    preo que os clientes se dispuseram a pagar.

    A rentabilidade da empresa a diferena do valor e o custo do produto,

    acrescido dos impostos. Logo, a meta central das empresas criar valor aos clientes

    que exceda o custo.

    Rocha (2007, p.39) afirma ainda que a cadeia de valores gera o valor total, a

    qual se constitui em margem e atividades. As atividades de valor so uma seqncia

    de processos operacionais e de apoio para a produo de um bem ou servio

    demandado pelos compradores. A margem a diferena entre o valor total e o custo

    das atividades de valor. Estas atividades de valor so classificadas em duas

    categorias: atividades primrias e de apoio.

    As atividades primrias contemplam a logstica interna (recebimento,

    armazenagem e distribuio de insumos, controle de estoques, manuseio de material

    e programao de frotas); operaes (transformao dos insumos em produtos

    finais); logstica externa (atividades de processamento de pedidos, programao de

    coleta, distribuio do produto) e marketing e vendas (divulgao e comercializao

    dos produtos).

    As atividades de apoio envolvem a aquisio (compra dos insumos

    necessrios na cadeia de valor); desenvolvimento de tecnologia (pesquisa e

    inovaes para melhorar as atividades e o produto final); gerncia de recursos

    humanos (seleo, treinamento, plano de cargos e salrios, outras); e infra- estrutura

    da empresa (administrao, planejamento, finanas, contabilidade, jurdico, relao

    com o estado, e gesto da qualidade).

    Chopra e Meindl (2003, p.32) propem os indicadores denominados de

    responsividade e eficincia para medir o desempenho de toda a cadeia de

    suprimentos. A responsividade indica a habilidade da cadeia de suprimentos em

    atender os clientes em termos de quantidades, rapidez na entrega, variedade e

  • 33

    produtos altamente inovadores e um nvel elevado de servio. A eficincia da cadeia

    de suprimentos se refere ao custo de reabastecimento dos estoques e da entrega do

    produto ao cliente.

    Para os autores, encontrar o equilbrio entre a eficincia e responsividade deve

    ser o objetivo estratgico das empresas, pois qualquer melhora na responsividade

    implica em algum aumento de custo de produo ou na cadeia de suprimentos

    Chopra e Meindl, (2003, p.33).

    Conforme exposto, os autores consideram a logstica uma das reas vitais

    para o desempenho das empresas, na medida em que esta responsvel pela

    gesto e operacionalizao do fluxo de materiais ou produtos ao longo da cadeia de

    suprimentos.

    Portanto, a estratgia da logstica desenvolver competncias diferenciadas

    em seus diversos processos, tendo como foco o melhor equilbrio entre o nvel de

    servios de atendimento dos clientes e a eficincia operacional na movimentao,

    armazenagem e distribuio dos produtos.

    1.4 CONCEITO DE LOGSTICA DE DISTRIBUIO

    De acordo com Kapoor et al., (2004), distribuio um dos processos da

    logstica responsvel pela administrao dos materiais a partir da sada do produto

    da linha de produo at a entrega do produto no destino final. Aps o produto

    pronto ele tipicamente encaminhado ao distribuidor; o distribuidor por sua vez

    vende o produto para um varejista e em seguida aos consumidores finais. Este o

    processo mais comum de distribuio, porm dentro desse contexto existe uma srie

    de variveis e decises a serem tomadas pelo profissional de logstica.

    Segundo Kapoor et al., (2004) o marketing v que a distribuio um dos

    processos mais crticos, pois problemas como o atraso na entrega so refletidos

    diretamente no cliente. A partir do momento que o produto vendido a distribuio

    se torna uma atividade de front office e ela capaz de trazer benefcios e problemas

    resultantes de sua atuao.

    Uma organizao pode ser divida em trs processos principais suprimentos,

    produo e distribuio segundo Gomes et al., (2004.). Onde termina o processo de

    distribuio de uma empresa, inicia o processo de suprimentos da empresa

    seguinte. As empresas esto cada vez mais terceirizando suas atividades

  • 34

    relacionadas a distribuio. A distribuio um setor de atividade econmica que

    assegura uma funo essencial de intermediao entre produtores e consumidores.

    A distribuio tem grande importncia dentro da empresa por ser uma

    atividade de alto custo. Os custos de distribuio esto diretamente associados ao

    peso, volume, preo, Lead Time do cliente, importncia na Cadeia de suprimentos,

    fragilidade, tipo e estado fsico do material e estes aspectos influenciam ainda na

    escolha do modal de transporte, dos equipamentos de movimentao, da

    qualificao e quantidade pessoal envolvido na operao, pontos de apoio, seguro.

    Outro fator importante o planejamento adequado dos Canais de Distribuio

    (Centro de Distribuio Central e Regional, depsito local, atacadista, varejista,

    revendedor, loja, representante, etc.) que interferem no tempo de entrega dos

    produtos, nos custos de manuseio e armazenagem e de vendas perdidas.

    A palavra distribuio esta associada tambm a entrega de cargas

    fracionadas, neste tipo de entrega o produto/material entregado em mais de um

    destinatrio, aproveitando a viagem e os custos envolvidos. As entregas neste caso

    devem ser muito bem planejadas, pois a entrega unitizada tem um menor custo total

    e menor lead time, as entregas fracionadas devem ser utilizadas somente quando

    no for possvel a entrega direta com o veculo completamente ocupado. A

    globalizao e o foco na reduo de custos intensificaram a necessidade de

    intercmbio entre unidades de uma mesma empresa, fornecedores e clientes,

    implicando em um grande aumento de fluxo de materiais dai o destaque que a

    Logstica de Distribuio e Transporte ocupa atualmente. Distribuio Fsica um

    conjunto das operaes associadas transferncia de materiais e produtos, desde a

    produo at o local designado, normalmente pelo cliente, inclusive os fluxos de

    informao.

    A cadeia de distribuio formada por um canal de vrios nveis, isto , entre

    o fabricante e o consumidor existem alguns intermedirios, o varejista, o atacadista,

    o representante e o vendedor missionrio.Segundo os especialistas em logstica

    denominam de distribuio fsica de produtos, ou resumidamente distribuio

    fsica,os processos operacionais e de controle que permitem transferir os produtos

    desde o ponto de fabricao at o ponto em que a mercadoria finalmente entregue

    ao consumidor final.Em geral, esse ponto final da distribuio fsica a loja de

    varejo, mas h diversos casos de entrega do produto na casa do consumidor,

    situao essa observada principalmente com produtos pesados e ou volumosos.

  • 35

    Assim, os responsveis pela distribuio fsica operam elementos fsicos

    especficos, de natureza predominantemente material: depsitos, veculos de

    transporte, estoques equipamentos de carga e descarga, entre outros.

    H um certo paralelismo, e uma correlao estreita entre as atividades que

    constituem a distribuio fsica de produtos e os canais de distribuio ,conforme

    pode ser visto na figura abaixo.

    Figura 4 Canal de Distribuio

    Fonte: Novaes, (2004).

    Segundo Novaes (2004, p. 145) o objetivo geral da distribuio fsica, como

    meta ideal aonde levar os produtos certos, para os lugares certos, no momento

    certo e com o nvel de servio desejado pelo menor custo possvel.

    A distribuio fsica cobre os segmentos que vo desde a sada do produto da

    fbrica at a sua entrega final ao consumidor. Algumas vezes, o produto

    despachado da fbrica para um depsito de um atacadista. Outras vezes, o produto

    transportado do fabricante para o centro de distribuio do varejista. So tambm

    comuns os casos em que o fabricante abastece diretamente a loja de varejo. Na

    prtica, podem tambm ocorrer outros esquemas de distribuio fsica, mais os

    mencionados so os mais comuns.

  • 36

    A distribuio fsica de produtos realizada com a participao de alguns

    componentes, fsicos ou informacionais, a saber:

    Instalaes fixas (centro de distribuio, armazns);

    Estoque de produtos;

    Veculos;

    Hardware e software diversos;

    Custos;

    Pessoal.

    As instalaes fixas fornecem os espaos destinados a abrigar as

    mercadorias at que sejam transferidas para as lojas ou entregues aos clientes. So

    tambm providas de facilidades para descarga dos produtos, transporte interno e

    carregamento dos veculos de distribuio (plataformas de carga/descarga,

    carrinhos, empilhadeira, transelevadores etc.).

    O segundo elemento o estoque de produtos. O custo do capital dos

    produtos acabados que permanecem estocados no depsito da fbrica, nos centros

    de distribuio, nos varejistas, nas lojas de varejo, e nos veculos de transporte

    passou a ser um encargo elevado para as empresas. A variedade de produtos abriu-

    se num leque e acabou por ocasionar um acrscimo nos nveis de estoque.

    Uma vez que os produtos so normalmente comercializados em pontos

    diversos dos locais de fabricao, sua distribuio implica o deslocamento de

    veculos para efetu-los. Na transferncia de produtos, podem-se utilizar veculos

    maiores (fabricante at o centro de distribuio varejista ou depsito atacadista) com

    lotao plena, ou menor para o abastecimento de lojas, pois as condies de

    trnsito e de manobrabilidade nas regies urbanas difcil. Outro fator condicionante

    a freqncia das entregas, sendo melhores veculos menores.

    Para operar um sistema de distribuio necessrio dispor de informaes

    variadas. Por exemplo, no caso de distribuio para vrios pontos de varejo,

    fundamental dispor de um cadastro de clientes, composto pela razo social,

    endereo, coordenadas geogrficas (para uso de GIS e/ou software de roteirizao),

    e demais elementos considerados importantes para a operao logstica. Outros

    tipos de informao utilizadas na operao da distribuio so: as quantidades de

    produtos a serem entregues a cada cliente, condies (horrios para entrega, tipo de

  • 37

    acondicionamento), roteiros de distribuio (seqncia dos clientes a serem

    entendidos), alm de outros.

    Hoje grande parte das atividades de distribuio planejada, programada e

    controlada por meio de softwares aplicativos, que ajudam na preparao de

    romaneios de entrega, roteirizao dos veculos, controle dos pedidos, devolues,

    monitoramento da frota, alm de outros. Esses softwares funcionam em

    computadores (hardware) especificamente instalados para isso, ou seguindo

    tendncia moderna, centralizado num sistema computacional abrangente, muitas

    vezes como parte de pacotes de gerenciamento amplos, do tipo genericamente

    denominado de ERP (Enterprise Resource Planning). Outros tipos de hardware so

    tambm empregados na distribuio de produtos, tais como sistemas do tipo GPS

    para monitoramento da frota de veculos, computadores de bordo, scanners,

    coletores de dados de radio freqncia, entre outros.

    O sexto elemento necessrio para operar de forma competitiva um sistema de

    distribuio fsica a disponibilidade de uma estrutura de custos adequada q

    constantemente atualizada. Na distribuio fsica so bastante comuns roteiros

    compartilhados por vrios clientes, com o veculo realizando uma seqncia de

    entregas numa nica viagem. H clientes que demoram muito tempo para receber a

    mercadoria, forando o veculo e sua equipagem esperar em fila por longos

    perodos, ou empregando rotinas excessivamente burocrticas na recepo do

    pedido. Essas prticas no implicam nenhum aumento na quilometragem percorrida

    pelo veculo, mas oneram o custo do servio como resultado das horas inativas do

    pessoal e do equipamento alocado distribuio fsica.

    No caso dos operadores logsticos, que esto sendo solicitados pela indstria

    e pelo comrcio a desempenhar funes logsticas anteriormente realizadas pelas

    empresas-clientes, a determinao do custo de um sem-nmero de atividades novas

    tambm passou a exigir um enfoque especfico. Torna-se necessrio, assim adotar

    uma estrutura de custos mais eficaz para os servios logsticos associados

    distribuio fsica de produtos.

    Para funcionar de modo correto necessrio dispor de pessoal devidamente

    capacitado e treinado. Com a sofisticao dos equipamentos e do tratamento da

    informao nas atividades logsticas nos dias de hoje, torna-se reciclar o elemento

    humano em todos os nveis. O motorista e seu ajudante, ao fazerem uma entrega,

    tm contato direto com o cliente, se mal orientados ou mal treinados, podem

  • 38

    transmitir imagem negativa sobre a empresa para a qual trabalham. Da mesma

    forma, os empregados que trabalham no centro de distribuio e noutras atividades

    correlatadas precisam estar a par dos conceitos de Logstica, de forma a

    desempenhar suas tarefas em sintonia com os objetivos estratgicos da empresa. A

    prpria administrao da empresa deve se reciclar de forma permanente, devido s

    mudanas constantes que se observam na estratgia e ns operaes das

    organizaes.

    No captulo II, apresentaremos os conceitos de tecnologia da informao e

    sistema de informao, com maior enfoque aos sistemas de roteirizao, pois aliar a

    tecnologia da informao gesto logstica contribui de forma relevante para

    otimizao e utilizao dos recursos disponveis, aprimorando assim, o atendimento

    logstico aos clientes.

  • 39

    CAPTULO II

    2. TECNOLOGIA DA INFORMAO

    No captulo anterior apresentamos um breve histrico da logstica e o

    principais conceitos e caractersticas de logstica e distribuio. Daremos sequncia

    neste trabalho com os conceitos de tecnologia e sistemas de informao, que com o

    passar do tempo tornou-se essencial sua integrao com a logstica para assim

    garantir um bom atendimento logstico aos clientes.

    O conceito de Tecnologia da Informao mais abrangente do que os de

    processamento de dados, sistemas de informao, engenharia de software,

    informtica ou o conjunto de hardware e software, pois tambm envolve aspectos

    humanos, administrativos e organizacionais. (OLIVEIRA, 2004).

    Alguns autores, como Rezende e Abreu (2000), fazem distino entre

    Tecnologia da Informao e Sistemas de Informao, restringindo primeira

    expresso apenas os aspectos tcnicos, enquanto que a segunda corresponderiam

    as questes relativas ao fluxo de trabalho, pessoas e informaes

    envolvidas. Outros autores, no entanto, usam o termo tecnologia da informao

    abrangendo ambos aspectos, como a viso de Graeml (2003).

    O termo Tecnologia da Informao serve para designar o conjunto de

    recursos tecnolgicos e computacionais para gerao e uso da informao. Tambm

    comumente utilizado para designar o conjunto de recursos no humanos

    dedicados ao armazenamento, processamento e comunicao da informao, bem

    como o modo como esses recursos esto organizados em um sistema capaz de

    executar um conjunto de tarefas.

    A Tecnologia da Informao no se restringe a equipamentos (hardware),

    programas (software) e comunicao de dados. Existem tecnologias relativas ao

    planejamento de informtica, ao desenvolvimento de sistemas, ao suporte ao

    software, aos processos de produo e operao, ao suporte de hardware, etc.

    A sigla T.I., tecnologia da informao, abrange todas as atividades

    desenvolvidas na sociedade pelos recursos da informtica. a difuso social da

    informao em larga escala de transmisso, a partir destes sistemas tecnolgicos

    inteligentes. Seu acesso pode ser de domnio pblico ou privado, na prestao de

    servios das mais variadas formas. Pequenas, mdias e grandes empresas

  • 40

    dependem dela para alcanar maior produtividade e competitividade. Atravs de

    passos simples ensinados por empresas do ramo, muitas alcanam sucesso e

    alavancam maiores rendimentos. A aplicao, obteno, processamento,

    armazenamento e transmisso de dados tambm so objeto de estudo na T.I.

    O processamento de informao, seja de que tipo for, uma atividade de

    importncia central nas economias industriais avanadas por estar presente com

    grande fora em reas como finanas, planejamento de transportes, design,

    produo de bens, assim como na imprensa, nas atividades editoriais, no rdio e na

    televiso.

    O desenvolvimento cada vez mais rpido de novas tecnologias de informao

    modificou as bibliotecas e os centros de documentao (principais locais de

    armazenamento de informao) introduzindo novas formas de organizao e acesso

    aos dados a obras armazenadas; reduziu custos e acelerou a produo dos jornais e

    possibilitou a formao instantnea de redes televisivas de mbito mundial.

    Alm disso, tal desenvolvimento facilitou e intensificou a comunicao pessoal

    e institucional, atravs de programas de processamento de texto, de formao de

    bancos de dados, de editorao eletrnica, bem de tecnologias que permitem a

    transmisso de documentos, envio de mensagens e arquivos, assim como consultas

    a computadores remotos (via rede mundiais de computadores, como a internet).

    A T.I. algo cada vez mais comum no dia-a-dia das pessoas e das empresas.

    Tudo gira em torno da informao. Portanto, quem souber reconhecer a importncia

    disso, certamente se tornar um profissional com qualificao para as necessidades

    do mercado. Da mesma forma, a empresa que melhor conseguir lidar com a

    informao, certamente ter vantagens competitivas em relao aos concorrentes.

    A logstica empresarial est cada vez mais evoluda quando se trata de

    Tecnologia de Informao. Para isso so utilizados sistemas integrados de gesto,

    desenvolvidos para integrar, controlar e gerenciar a cadeia de suprimentos com o

    objetivo final de atender melhor o cliente.

    Os Sistemas de Informao so os sistemas ou prticas utilizadas pelas

    empresas para melhorar o seu desempenho incluindo ter um custo operacional

    adequado, processos logsticos inteligentes e integrao com fornecedores e

    clientes atravs de ferramentas

    Um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento dos processos

    administrativos a aplicao de tecnologia de informao, proporcionando um

  • 41

    grande aumento de eficincia. Tais sistemas abrangem todas as ferramentas que a

    tecnologia disponibiliza para o controle e gerenciamento do fluxo de informao de

    uma organizao. (BALLOU, 2006).

    2.1 CONCEITUANDO SISTEMAS DE INFORMAO Todos os sistemas baseados ou no em tecnologia da informao, que lidam

    com dados e disseminam o produto da informao, podem ser identificados como

    sistemas de informao, estes que figuram como apoiadores no processo decisrio.

    Segundo Oliveira (2004, p.54), os sistemas de informao podem ser como

    redes, cujos fluxos convertem os insumos da informao para contribuir no

    processo de tomada de decises, no apenas da empresa como um todo, mas

    tambm de cada rea de responsabilidade.

    Rezende e Abreu (2000, p.11), afirma que:

    [...] sistemas de informao uma srie de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam (sada) os dados e informaes e fornecem um mecanismo de feedback.

    Nesse panorama, os sistemas de informao agregam a lgica sistmica,

    sendo que suas particularidades so potencialmente atribudas ao fluxo da

    informao.

    Conforme definio de Graeml (2003, p.14), os sistemas de informao

    compreendem um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnolgicos e

    financeiros agregados segundo uma seqncia lgica para o processamento dos

    dados e a correspondente traduo em informaes.

    Na viso de Borenstein (2002, p.241):

    [...] os sistemas de informao (management information systems) so mecanismos de apoio gesto, desenvolvidos com base na tecnologia de informao e com suporte da informtica para atuar como condutores das informaes que visam facilitar, agilizar e otimizar o processo decisrio nas organizaes.

  • 42

    Para Oliveira (2004), no que tange a principal vantagem dos sistemas de

    informao encontra-se:

    [...] a capacidade de processar um gigantesco nmero de dados simultaneamente, tornando a disponibilizao das informaes demandadas, praticamente on-line. Mas de pouco adianta esse potencial se os sistemas (rotinas, processos, mtodos) no estiverem muito bem coordenados e analisados. Informatizar sistemas ruins traz novos problemas e nenhuma soluo, alm de nublar as possveis causas dessas falhas.

    Seguindo nessa linha de pensamento que evidencia a relao entre os

    sistemas de informao e a tecnologia, o prximo tpico aborda o inter-

    relacionamento entre esses dois itens.

    2.1.1 Sistemas de Informao e o avano tecnolgico

    A qualidade geral de um sistema de informaes empresarial dependente

    da dosagem entre preciso e velocidade das informaes que transitam pelo

    sistema. Foina, (2001, p.19)

    Nesse contexto, a tecnologia atribui maiores xitos, pois vm ao encontro do

    cumprimento das expectativas do fluxo de transmisso da informao nos sistemas

    em geral.

    Segundo Rezende e Abreu (2000, p.10), evidencia-se que:

    A importncia da informao e do conhecimento no mundo contemporneo tem sido usualmente associada ao desenvolvimento das tecnologias de informao e comunicao (TICs), que, nas ltimas dcadas, transformaram as formas de produzir e distribuir bens materiais e imateriais, assim como as percepes de espao e de tempo. Da que, em diferentes abordagens sobre o que melhor caracteriza e distingue o cenrio atual, h claramente nfase tanto nessa dimenso tecnolgica, quanto nos aspectos econmicos que lhes esto subjacentes.

    Com a evoluo tecnolgica, a abordagem sistmica da informao passou a

    ser uma tendncia e uma necessidade para a compreenso das transformaes

    que predominam na sociedade, surgiu ento o conceito de Sistemas de Informao

    (SI), que segundo a concepo de Rezende e Abreu (2000), "veio dar ao

    computador uma nova dimenso, transformando-o de mero processador de dados

    em elemento preponderante na racionalizao e na dinamizao do trabalho na

    empresa."

  • 43

    A anlise sob esse prisma permite indicar que a tecnologia de informao

    oferece todo o aporte tecnolgico e computacional para a gerao de informaes

    e, portanto, apregoam transformaes nos processos, estruturas e estratgias

    empresariais. Oliveira (2004, p. 50)

    Para Cruz (2005, p.213), as tecnologias da informao so indispensveis a

    todo e qualquer processo de negcio, assim o autor pondera que:

    Tecnologias da informao relacionam-se com processos de negcios de vrias maneiras, em vrios nveis, com vrios propsitos. No so a parte mais importante, haja vista agora sabermos que a parte mais importante termos conhecimento sobre o que, como e para quem fazemos algo (processos de negcio), mas so indispensveis a todo e qualquer processo.

    Nesse panorama analtico das potencialidades da tecnologia no apoio

    deciso, Borenstein (2002, p.23), aponta que:

    As tecnologias da informao conduzem a profundas evolues organizacionais. Elas levam a novas formas de gesto e, por conseqncia, a novas formas organizacionais. As organizaes devem estar preparadas para suportar o crescente volume e rapidez de circulao de informaes e conhecimentos, implantando estruturas organizacionais e tecnolgicas flexveis que permitam a circulao das informaes e dos conhecimentos, a fim de poder tomar decises em tempo hbil e se adaptar s mudanas do meio ambiente em que esto inseridas.

    Silva e Fischmann (2000, p.2), expem que a adoo de tecnologia da

    informao tem sido considerada uma vantagem competitiva essencial para

    organizaes que buscam responder ativamente s mudanas cada vez mais

    rpidas no mercado.

    Para salientar a relao entre os sistemas de informao e o fomento

    tecnologia, Borenstein (2002, p.10), sinaliza que, importante reconhecer a

    extraordinria mudana social representada pelas novas tecnologias da

    informao.

    2.2 A ROTEIRIZAO

    O transporte uma rea chave de deciso dentro do composto logstico.

    exceo do custo de bens adquiridos, o transporte absorve, em mdia, a

    porcentagem mais elevada de custos do que qualquer outra atividade logstica.

  • 44

    O termo roteirizao, embora no encontrado nos dicionrios de lngua

    portuguesa, a forma que vem sendo utilizada como equivalente ao ingls routing

    para designar o processo de determinao de um ou mais roteiros ou seqncias

    de paradas a serem cumpridos por veculos de uma frota, objetivando visitar um

    conjunto de pontos geograficamente dispersos, em locais pr-determinados, que

    necessitam de atendimento.

    A grande competitividade dos dias atuais move as organizaes no sentido,

    de procurarem solues timas para suas operaes, agregando valor aos

    produtos/servios, sem sobrecarregar os custos, e fundamentalmente com a

    satisfao e o encantamento de clientes cada vez mais exigentes.

    A Logstica, e toda a complexidade nela envolvida, tornaram-se assim, de

    fundamental importncia, tanto para o sucesso das operaes globais, quanto ao

    aspecto do encantamento do cliente.

    O confronto entre a Tecnologia da Informao e a Roteirizao apresentado

    como uma das fases do processo logstico, capaz de fornecer grandes benefcios

    s organizaes, como auxlio no estabelecimento e manuteno das estratgias

    competitivas. A Roteirizao de veculos, objetiva criar roteiros de entregas, para

    gerar o menor custo possvel, atendendo s exigncias dos clientes, e

    aumentando a efetividade e velocidade das entregas.

    Segundo Assad e Sano (2003, p.41),

    A Roteirizao de veculos uma das histrias de grande sucesso da pesquisa operacional, nas ultimas dcadas. Um estudo que vem se desenvolvendo cada vez mais, em busca de resultados prximos do timo, ou da realidade.

    De acordo com Cunha (2000, p. 68),

    Esse interesse devido a dois fatores: A nfase cada vez maior dada, em contexto logstico, aos problemas de Roteirizao e sua complexidade matemtica. Pois impossvel determinar solues timas para os problemas de Roteirizao, desafiando a busca de clculos mais eficientes.

    Devido ao grande interesse na Roteirizao, as empresas de Tecnologia de

    Informao desenvolveram inmeras ferramentas (softwares), que baseados nos

    conceitos de Otimizao de Recursos, permitem a criao de rotas que levam em

    conta diversas restries, com maior confiabilidade, velocidade e flexibilidade,

    eficincia e pontualidade na distribuio.

  • 45

    Atualmente esses softwares trabalham com inmeros tipos de restries ou

    condicionantes: um ou mais depsitos de distribuio, janelas de atendimento de

    clientes, vrios tipos de veculos de distribuio, tempo nas paradas, velocidades

    variveis na malha viria, limitaes de capacidade dos veculos, compartimentos,

    barreiras fsicas, restries de circulao dos veculos, entre outros. Essas

    informaes permitem ao sistema gerar modelos muito prximos da realidade

    atual, que trabalhados em conjunto com poderosos recursos grficos fornecem

    importantes informaes para o processo de tomada de deciso.

    A Roteirizao com restrio a grades de horrio ou janelas de tempo visa

    atender as empresas que se preocupam primeiramente com a chegada de seus

    produtos no horrio agendado, principalmente aquelas que operam com produtos

    perecveis, onde a maior preocupao est relacionada ao atendimento s

    necessidades dos clientes, a partir de produtos que devem ser manuseados de

    forma especial, minimizando as perdas e desperdcios.

    Desde o incio do sculo XX a Logstica ganhou maior ateno, nas

    empresas, preocupadas com a organizao da produo e a distribuio de

    produtos, embora seus principais conceitos tenham sido desenvolvidos a partir

    da dcada de 40, nas operaes militares, principalmente durante a Segunda

    Guerra Mundial. No Brasil, na segunda metade da dcada de 90, com a

    estabilizao da economia nacional, as empresas implantaram e customizaram a

    maioria dos conceitos da Logstica In