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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE Graduação em Tecnologia em Biotecnologia Biorremediação de solos contaminados por petróleo Thiago Antônio Cavalcanti da Silva Rio de Janeiro 2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE

Graduação em Tecnologia em Biotecnologia

Biorremediação de solos contaminados por petróleo

Thiago Antônio Cavalcanti da Silva

Rio de Janeiro

2012

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Thiago Antônio Cavalcanti da Silva

Revisão acerca da Biorremediação de solos contaminados por petróleo

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, apresentado

ao Curso de Graduação em Biotecnologia da UEZO

como parte dos requisitos para a obtenção de grau de

Tecnólogo em Biotecnologia.

Orientador: Professora Judith Liliana Solórzano Lemos.

Rio de Janeiro

2012

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Revisão acerca da Biorremediação de solos contaminados por petróleo

Thiago Antônio Cavalcanti da Silva

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, apresentado

ao Curso de Graduação em Biotecnologia da UEZO

como parte dos requisitos para a obtenção de grau de

Tecnólogo em Biotecnologia, sob a orientação da

Professora Judith Liliana Solórzano Lemos.

Grau: _________

Rio de Janeiro, de de 2012.

_________________________________________________________

Profa Marise Costa de Mello, DSc

Membro

_________________________________________________________

Profa

Vânia Lúcia Muniz da Cruz, DSc,

Presidente da banca de TCC

_________________________________________________________

Profa Judith Liliana Solórzano Lemos, DSc

Orientadora

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.

S586 Silva, Thiago Antônio Cavalcanti da

Biorremediação de solos contaminados por petróleo. / Thiago

Antônio Cavalcanti da Silva — 2012

57 f. ; 30 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Tecnológica em Biotecnologia —

Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Rio de Janeiro, 2012.

1. Petróleo. 2. Biorremediação. 3. Biossurfactantes. 4. Fungos Filamentosos.

I. Título.

CDD 665.538

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Agradecimentos

Agradeço a Deus por me permitir cursar na UEZO o curso de Tecnologia em

Biotecnologia e de resistir diante das dificuldades.

Agradeço a minha família (Mãe, Avó, Avô e Tios) que me ajudaram muito durante a

minha jornada na Instituição.

Agradeço a Professora e Orientadora Judith Liliana Solórzano Lemos que auxiliou

muito meu TCC, com o qual eu estava tendo muita dificuldades. E aos professores da

UEZO que me auxiliaram, ensinaram e ajudaram a me especializar na área de

Biotecnologia desde de 2007.

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Resumo

O presente trabalho diz respeito a uma revisão bibliográfica sobre a biorremediação de

solos contaminados por petróleo em que são abordadas as principais estratégias

utilizadas na biorremediação, além de comentar aspectos relacionados aos micro-

organismos, em especial dos fungos filamentosos. O petróleo é um dos principais

responsáveis pelos impactos ambientais da atualidade, que acontecem em diversos

ecossistemas devido aos derramamentos não intencionais, sejam estes ocasionados no

solo ou nos ambientes marinhos. Dentre as ferramentas utilizadas para minorar o

impacto ambiental pode ser mencionado o emprego de biossurfactantes ou tensoativos

biológicos, que são moléculas que se caracterizam por apresentar uma parte apolar

(hidrofóbica) e uma parte polar (hidrofílica) na mesma molécula. Os biossurfactantes

apresentam muitas vantagens em relação aos surfactantes químicos; uma delas é a de

possuir valores baixos de CMC (Concentração Micelar Crítica) além de serem menos

tóxicos do que os surfactantes derivados do petróleo. Com os futuros avanços nas

tecnologias empregadas na biorremediação será possível não apenas remediar áreas

contaminadas por petróleo, mas, também locais contaminados por outros tipos de

substâncias tóxicas que demoram muito tempo para serem degradadas.

Palavras chave: Biorremediação, Biossurfactantes, Fungos Filamentosos, Petróleo.

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Abstract

The present work concerns a literature review on the bioremediation of soils

contaminated by oil that addresses the main strategies used in bioremediation, and

comment on aspects related to microorganisms, particularly filamentous fungi. Oil is a

major contributor to the environmental impacts of today, that occur in various

ecosystems due to unintentional spills, whether caused in soil or in marine

environments. Among the tools used to lessen the environmental impact may be

mentioned the use of organic surfactants or biosurfactants, which are molecules that are

characterized by presenting both an apolar (hydrophobic) and a polar (hydrophilic) part

in the same molecule. The biosurfactants have many advantages over chemical

surfactants, one of them is not to have low levels of CMC (critical micelle

concentration) and are less toxic than petroleum-derived surfactants. The use of

biosurfactants is increasing in industrial biotechnology in bioremediation of soils

contaminated by oil. With future advances employed in biorremediation technologies

not only contaminated areas by oil as well as sites that were contaminated by other toxic

substances, that take too long to be degraded, will be corrected.

Keywords: Bioremediation, Biosurfactants, Filamentous fungi, Oil.

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Lista de figuras

FIGURA 1 Sistema para acompanhamento do processo de atenuação natural.................. 19

FIGURA 2 Esquema ilustrativo de um tratamento realizado por biopilhas....................... 21

FIGURA 3 Imagem da unidade piloto do biorreator e pás agitadoras............................... 22

FIGURA 4 Esquema representativo de um sistema de tratamento de solo contaminado

empregando biorreator de lama.......................................................................

23

FIGURA 5 Esquema representativo de um biorreator de fase sólida empregado no teste

de biodegradação.............................................................................................

24

FIGURA 6 Protótipo de biorreator de fase sólido.............................................................. 25

FIGURA 7 Tubos de ensaios com fungos isolados do solo e cultivados em meio

apropriado........................................................................................................

30

FIGURA 8 Estruturas químicas de alguns biossurfactantes............................................... 36

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Lista de tabelas

TABELA 1 Densidade das populações microbianas presentes na superfície do

solo m²...................................................................................................

28

TABELA 2 Principais grupos de surfactantes de origem natural e Sintética........... 33

TABELA 3 Principais classes de biossurfactantes e micro-organismos

envolvidos.............................................................................................

34

TABELA 4 Principais aplicações comerciais dos biossurfactantes......................... 43

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Lista de abreviaturas e siglas

ANM Atenuação Natural Monitorada

CETEM Centro de Tecnologia Mineral

CMC Concentração micela crítica

CRA Capacidade de Retenção de Água

DDT Dicloro-difenil-tricloroetano

FDA Food and Drugs Administration

HPAs Hidrocarbonetos poliaromáticos

MEOR Recuperação melhorada do petróleo

NASA Agência Espacial Norte Americana

OECD Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PRP Petroleum Remediation Product

TPF Trifenil formazan

TTC Fenil Tetrazolium

USEPA Agência de Proteção Ambiental Americana

USEGS Escritório de Estudos Geológicos do Departamento do Interior do

Governo Americano

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Sumário

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 12

2 OBJETIVO GERAL................................................................................................... 14

2.1 Objetivos Específicos................................................................................................... 14

3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 15

3.1 Áreas Contaminadas................................................................................................... 15

3.2 Biorremediação............................................................................................................ 16

3.3 Micro-organismos empregados na biorremediação................................................. 28

3.3.1 Fungos filamentosos...................................................................................................... 29

3.4 Tensoativos biológicos ou biossurfuctantes............................................................... 31

3.4.1 Propriedades dos biossurfactantes................................................................................. 37

3.4.2 Aplicação de biossurfactantes na biotecnologia industrial............................................ 38

3.5 Ensaios de ecotoxicidade em processos de biorremediação.................................... 44

3.5.1 Organismos utilizados em testes de toxicidade............................................................. 45

3.5.2 Atividade enzimática..................................................................................................... 48

4 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 49

5 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

Com a rápida expansão do desenvolvimento tecnológico e industrial em

diferentes setores nos últimos 30 anos, surgiu uma preocupação no mundo atual em

relação à liberação de resíduos industriais oleosos e metálicos, que podem causar graves

danos ao ecossistema. Os processos químicos utilizados em refinarias, unidades

petroquímicas, indústrias têxteis, farmacêuticas, de alimentos, de aromatizantes e de

cosméticos podem vir a contaminar, por acidente, o meio ambiente. Uns dos problemas

que podem ser evidenciado são os derrames de petróleo que vêm causando graves danos

ao ecossistema.

Explorado desde meados do século XIX, o petróleo foi usado por muitas

décadas, para iluminação, e numa escala menor como lubrificante. A invenção do motor

de combustão interna e sua utilização rápida em todas as formas de transporte

ampliaram o emprego desse recurso natural, aumentando a demanda e com isso, a

produção, o transporte, a estocagem e a distribuição tanto do óleo cru quanto dos seus

derivados. Todas essas atividades evolvem riscos de poluição. A poluição pode ser de

forma acidental, onde ocorre por causa de vazamentos ou derramamentos, ou de forma

proposital onde ocorrem despejos indiscriminados de efluentes e resíduos, gases e

particulados de chaminés industriais, e estoques inapropriados de óleo cru.

O solo tem a capacidade de atenuar estes impactos, por meio de processos

naturais, biológicos, químicos e físicos, conhecidos como atenuação natural. No solo

existe uma grande quantidade de micro-organismos, incluindo bactérias, fungos,

protozoários, algas e vírus. A microbiota encontrada em amostras de solos depende da

umidade, pH, temperatura, conteúdo em oxigênio gasoso, composição de matéria

orgânica e inorgânica, que podem variar de solo para solo ao longo dos anos (Macedo,

2002).

Existe uma necessidade do emprego de processos que permitam descontaminar o

solo sem afetar o meio ambiente. Por conta disso vários processos físicos, químicos e

biológicos estão sendo pesquisados para obter uma proposta de descontaminação. Os

processos biológicos são preferidos e empregados por serem de baixo custo. No entanto,

apresentam a desvantagem de promover a remediação em períodos prolongados.

Contudo, os processos físicos e químicos são aplicados para a remediação imediata de

compostos orgânicos. Por outro lado, aqueles processos que empregam micro-

organismo para eliminar ou minimizar os contaminantes no ambiente não costumam

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acarretar impacto ambiental drástico, como acontece com os processos convencionais.

Esses processos brandos são conhecidos como biorremediação.

Dentre as várias tecnologias disponíveis para tratamento destes locais

contaminados, a biorremediação, aproveita justamente a capacidade dos micro-

organismos em degradar substâncias orgânicas produzidas através de mineralização, que

gera ao final do processo CO2 e água. Vale salientar que, nem todas as degradações de

poluentes conduzem à mineralização. Alguns compostos podem ser parcialmente

degradados e, inclusive, podem ser transformados em substâncias mais tóxicas. A

biorremediação utiliza micro-organismos para eliminar poluentes ambientais dos solos,

águas e sedimentos, sendo considerada o principal processo natural de remoção de

várias frações de petróleo do meio ambiente.

Alguns desses micro-organismos possuem propriedades surfactantes, ou seja,

possuem substâncias com capacidade de alterar propriedades superficiais e interfaciais

de um líquido. Essa característica permite a alguns micro-organismos degradar

hidrocarbonetos de petróleo e/ou seus derivados. .

Entre os melhores degradadores de petróleo e produtores de biossurfactantes

estão as bactérias. Porém, os fungos filamentosos têm conquistado uma posição de

destaque quanto à sua capacidade degradadora.

No processo de avaliação de solos contaminados existem metodologias

analíticas que permitem identificar a toxicidade de substâncias químicas utilizando

bioindicadores (exposição de organismos vivos). Dentre esses bioindicadores podem ser

mencionados: as plantas (fitotoxicidade), bactérias, algas, crustáceos, peixes, minhocas

e, inclusive a atividade enzimática de algumas substâncias pode ser empregada para

detectar os níveis de poluição, em solos e águas contaminados por petróleo, sobre a

população microbiológica dos referidos ambientes.

Atualmente a biorremediação está sendo uma das alternativas mais utilizadas

para controlar as áreas contaminadas (solos, rios, praias, lagos) não só por petróleo

como também contaminadas por outras substâncias.

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2. OBJETIVO GERAL

Este trabalho de revisão bibliográfica tem como objetivo abordar os aspectos

relevantes relacionados à biorremediação de solos contaminados e impactados por

petróleo.

2.1 Objetivos específicos

Mostrar as possíveis tecnologias empregadas em biorremediação, bem como as

técnicas utilizadas.

Conhecer os micro-organismos que participam do processo de biorremediação,

dando ênfase aos fungos filamentosos.

Apresentar o uso de tensoativos biológicos como ferramentas auxiliar à

biorremediação.

Mostrar que é possível avaliar a toxicidade do impacto ambiental utilizando

plantas (fitotoxicidade) e outros organismos.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Áreas contaminadas

As áreas contaminadas são aquelas que apresentam substâncias tóxicas

distribuídas de forma descontrolada em diferentes compartimentos do ambiente, e que

de acordo com os níveis de concentração determinam riscos potenciais à saúde de seres

vivos e ao meio ambiente. Com o avanço tecnológico e o aumento das técnicas de

produção, tem ocorrido um aumento de áreas contaminadas nos últimos anos. Um dos

agentes responsáveis por várias áreas contaminadas e inúmeros desastres ambientais é o

petróleo, a principal fonte de combustível de todo o planeta.

O óleo cru corresponde à fração líquida do petróleo, cuja composição é de

hidrocarbonetos alifáticos, e aromáticos, compostos sulfidrilados, oxigenados e

nitrogenados, e alguns metais dissolvidos em água (Oliveira, 2001). De acordo com a

origem do petróleo, a composição química e as propriedades físicas do óleo cru podem

variar demasiadamente, e é devido a esses fatores (composição complexa e

variabilidade na composição) que se encontram dificuldades para o tratamento de áreas

contaminadas por tal substância.

O petróleo é uma substância oleosa, menos densa que a água e inflamável. É

constituído de carbono e hidrogênio, o que corresponde a 90% da sua composição, com

quantidades relativamente pequenas de compostos orgânicos sulfurados, nitrogenados,

oxigenados e organometálicos. Os hidrocarbonetos acíclicos saturados (alcanos),

cíclicos (cicloalcanos) com cadeias normais ou ramificadas e os aromáticos são

predominantes. Os demais compostos por apresentarem composição com teores

menores são classificadas como impureza oleofílicas. Os hidrocarbonetos diferem

quanto a sua susceptibilidade ao ataque de micro-organismos (Lemos, 2001).

Com base na informação de que micro-organismos procariotos e eucariotos

podem degradar hidrocarbonetos, realizam-se cada vez mais estudos que visam o

desenvolvimento de tecnologias para descontaminação de áreas impactadas por óleo

cru.

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Devido à elevada diversidade de compostos presentes no petróleo, estudos de

biorremediação de ambientes contaminados por este material e seus derivados, tornam-

se necessários, visto que pode se encontrar moléculas de fácil e difícil biodegradação

(Oliveira, 2001).

3.2 Biorremediação

A biorremediação é uma tecnologia ecologicamente aceitável para a recuperação

de solos contaminados, a qual utiliza o estímulo da atividade microbiana para degradar

compostos orgânicos em especial hidrocarbonetos de petróleo, que resulta na

degradação parcial ou total (mineralização) de contaminantes (Molina – Barahona et al.,

2004; Nakagawa e Andréia, 2006).

A biorremediação tem sido definida de muitas formas. A Agência de Proteção

Ambiental Americana (USEPA) apresenta uma definição genérica sobre a prática de

biorremediação: Biorremediação é o processo de tratamento que utiliza a ocorrência

natural de micro-organismos para degradar substâncias toxicamente perigosas

transformando-as em substâncias menos tóxicas ou não tóxicas. O Escritório de

Estudos Geológicos do Departamento do Interior do Governo Americano (USGS), por

sua vez, adota a definição do American Heritage Dictionary of the American Language

que define biorremediação como: O uso de agentes biológicos tais como bactérias e

plantas para remover ou neutralizar contaminantes do solo e da água (Chapelle apud

Martins et al., 2003).

No tratamento biológico de solos contaminados por petróleo, os micro-

organismos, dos quais as bactérias são as mais estudadas, utilizam os hidrocarbonetos,

principais constituintes dos contaminantes, como fonte de carbono e energia alternativa

para formação de biomassa. Esse metabolismo envolve a transformação de

hidrocarbonetos em unidades menores e, posteriormente, a incorporação desses

compostos como material celular (biotransformação) ou conversão a gás carbônico,

resultando na redução da concentração de hidrocarbonetos de petróleo (Martins et al.,

2003).

A biorremediação possui três aspectos principais:

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A existência do micro-organismo que tenha capacidade de degradar o

contaminante;

A disponibilidade do contaminante ao ataque microbiano ou enzimático;

As condições ambientais de crescimento adequadas e a atividade do agente

biorremediador.

Os micro-organismos têm a capacidade de degradar compostos orgânicos e vem

sendo utilizados nos processos de tratamento biológicos de efluentes líquidos e resíduos

sólidos. Com essa capacidade apresentada pelos micro-organismos foram desenvolvidos

processos biotecnológicos destinados a varias áreas de pesquisas, sendo os de maior

interesse a degradação de poluentes, a lixiviação de minerais, a desobstrução de poços

de petróleo e a recuperação de locais contaminados (Barros, 2004). Alguns micro-

organismos podem ser encontrados no próprio ambiente impactado, onde na maioria

dos casos são responsáveis pelo desaparecimento dos contaminantes.

Os micro-organismos são capazes de promover a biodegradação de muitos

compostos com a finalidade de suprir suas necessidades energéticas e de crescimento.

No entanto, no fenômeno conhecido como cometabolismo os micro-organismos

utilizam as mesmas vias metabólicas que são normalmente utilizadas para crescimento e

obtenção de energia na degradação de moléculas contaminantes, sem obter um benefício

direto, uma vez que o composto alvo é enzimaticamente atacado, porém não é usado

como fonte de carbono.

A biorremediação vem sendo aplicada em solos contaminados com óleo cru. O

solo contaminado pode ser tratado no próprio local (In situ), ou pode ser removido para

outro (Ex situ ou Off site), permitindo assim um melhor tratamento. Por outro lado, o

solo pode ser tratado após escavação no próprio local da contaminação (On site). Na

técnica de biorremediação estão envolvidas inúmeras estratégias, tais como: atenuação

natural ou biorremediação passiva, bioventilação, landfarming, biopilhas,

biorreatores, fitorremediação; sendo a bioestimulação e a bioumentação duas técnicas

auxiliares (Moreira, 2002).

A atenuação natural é uma sucessão de processos biológicos, químicos, físicos

geológicos e meteorológicos que ocorrem naturalmente, resultando na contenção,

transformação ou destruição de produtos químicos indesejáveis e tóxicos ao meio

ambiente. A atenuação natural também é conhecida como biorremediação passiva, pois

é um processo que ocorre sem a intervenção humana (Alexander, 1999).

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A atenuação natural monitorada (ANM) é baseada nos princípios naturais de

degradação in situ com o intuito de reduzir a massa, toxicidade, mobilidade, volume, ou

concentração de contaminantes no solo (Nobre & Nobre, 2003; Furtado 2006).

Durante o processo de atenuação natural monitorada, a degradação do poluente

orgânico no solo ocorre sem adequação de qualquer condição ambiental. O processo de

biodegradação ocorre devido à adaptação natural da microbiota nativa do solo à

presença do contaminante. Esses micro-organismos passam a utilizar o composto

orgânico poluente como fonte de carbono, ocasionando assim uma redução da sua

concentração ao longo do tempo. Nesse sistema não só os processos biológicos estão

envolvidos, mas também a volatilização, processo que pode ser responsável pela

redução da concentração do poluente em áreas contaminadas (Bezerra, 2004). A

lixiviação propriamente dita está envolvida com o arraste vertical, pela infiltração de

água, de partículas, dissolvidas ou em suspensão, da superfície do solo para as camadas

mais profundas (Andrade et al., 2010).

O processo de atenuação natural monitorada tem sido adotado como uma

alternativa de tratamento de áreas impactadas onde não existe o risco de migração do

poluente e consequente contaminação do lençol freático. Acrescenta-se ainda o custo

reduzido da manutenção do processo como um todo, sendo necessário apenas o custo

com o monitoramento analítico. No entanto, o tempo envolvido no processo de

atenuação natural costuma ser bastante longo (meses ou anos) o que inviabiliza, na

maioria das vezes, a sua utilização. Dependendo da área contaminada, do tipo e da

concentração do contaminante, torna-se necessária a remoção do solo impactado e

encaminhamento do mesmo para tratamento ex-situ (fora do local onde ocorreu a

contaminação) (Bezerra, 2004).

Com o intuito de aumentar a biodegradação, foi divulgado no CETEM o produto

Petroleum Remediation Product (PRP) como uma alternativa de aceleração do processo

natural de biorremediação. O mesmo foi introduzido ao sistema experimental, utilizado

para simular a atenuação natural de solos contaminados. Este biodegradador foi

descoberto a partir de experiências científicas desenvolvidas pela Agência Espacial

Americana (NASA) e patenteado pela Unireminc (Bezerra, 2004).

O PRP é fabricado usando-se um único ingrediente ativo, cera pura de abelhas,

que contém nitrogênio, fósforo e potássio que são ingredientes que o tornam uma fonte

de alimentos para os micro-organismos presentes na natureza, sem a necessidade de

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utilizar organismos exógenos. É um produto não combustível, não reativo, não tóxico,

em forma de pó e de cor amarelada (Bezerra, 2004).

Embora produzido de microesferas menores do que um milésimo de milímetro,

ele pode absorver/biorremediar solos e águas, contaminadas por hidrocarbonetos, em até

30 vezes mais do que seu próprio peso. Pode também ser embalado em várias formas,

atendendo necessidades específicas. Ele é oleofílico, isso significa que ele pode ter

afinidade com partículas apolares, que encapsula o óleo ao seu contato e não precisa ser

recolhido. Uma vez aplicado ele biodregadará todo o óleo de uma área contaminada

(Bezerra, 2004).

Os experimento realizado por pesquisadores do CETEM era constituído por duas

caixas de acrílico de 20 litros de capacidade total (40 x 25 x 20 mm), com fundo

perfurado (tela) para permitir o escoamento da água de percolação, proveniente da

chuva. No fundo de cada uma das caixas adicionou-se uma camada de brita, uma

camada de areia de filtração e, uma nova camada de brita, de forma a evitar o arraste da

fração mais fina do solo contaminado (fração silte + argila) durante os ensaios. Como

mostrado na Figura 1, as caixas de acrílico foram apoiadas em caixas de polietileno com

o objetivo de recolher a água percolada da chuva (Baptista, 2005).

A bioventilação é uma técnica geralmente utilizada para remediar solos

contaminados por hidrocarbonetos do petróleo, que aumenta a capacidade degradadora

da microbiota do solo por meio de injeções de ar, porque fornece condições de

transporte de oxigênio adequadas, permitindo que a degradação possa continuar de

forma eficiente por longos períodos (Alexander, 1999).

Landfarming é o processo em que o solo contaminado com

hidrocarbonetos de petróleo é distribuído em uma camada de meio metro de espessura

com adição de nutrientes, o qual deve ser revolvido periodicamente. Essa estratégia

promove a mistura de resíduos a camadas férteis do solo, permitindo que a microbiota

atue como agente degradador (Alexander, 1999).

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Fonte: Baptista (2004)

Figura 1. Sistema para acompanhamento do processo de atenuação natural (Microcosmos).

Biopilhas: essa técnica de biorremediação envolve basicamente a disposição do

material contaminado em montes denominados de biopilhas. Para o emprego desta

técnica, inicialmente o solo é escavado e, em seguida, preparado e disposto em pilhas,

onde é feita a estimulação da atividade microbiana mediante aeração, adição de

nutrientes e aumento da umidade do solo, com o propósito de promover a

biodegradação dos contaminantes de interesse. O esquema característico do sistema de

um tratamento por biopilhas é mostrado na Figura 2 (EPA, 2004).

As biopilhas são construídas sobre uma base impermeável para reduzir o

potencial de migração do lixiviado da camada superficial para o interior do solo. Além

disso, elas são cobertas por uma membrana, também impermeável, para prevenir a

liberação de contaminantes voláteis e semi-voláteis da biopilha para a atmosfera, bem

como para proteger o solo de intempéries naturais, como ventos e chuvas (USAEC,

2003). Os materiais a serem tratados devem ser submetidos a um estudo prévio, para a

comprovação da tratabilidade, mediante a realização de testes físico-químicos e de

ensaios biológicos, e posterior otimização das condicionantes em laboratório. O

propósito destes estudos é avaliar o tipo e a concentração dos poluentes, a presença de

possíveis inibidores da biodegradação, a estrutura do material, os teores ótimos de

umidade, de nutrientes e de oxigênio, a temperatura e os demais fatores que influenciam

no processo (EPA, 2004).

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Fonte: EPA (2004)

Figura 2. Esquema ilustrativo de um tratamento realizado por biopilha.

O emprego de biorreatores é uma alternativa ainda mais atrativa e promissora

quando comparada com as limitações sob o ponto de vista técnico e/ou econômico das

demais técnicas utilizadas. Na Figura 3 mostra-se uma imagem de uma unidade piloto

de tratamento empregando um biorreator. Os biorreatores são sistemas completamente

fechados que permitem o controle de emissões e apresentam as seguintes vantagens:

monitoramento efetivo do processo, maior controle de variáveis do processo (valor de

pH, temperatura, umidade), melhor incorporação de aditivos, redução do tempo de

processo (Alef & Nannipieri, 1995).

Fonte: Soares, 2006

Figura 3. Imagem da unidade piloto do biorreator (a) e das pás agitadoras no seu interior (b).

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Na biorremediação de solos contaminados por hidrocarbonetos de petróleo pode-

se utilizar tanto reatores de fase semi-sólida (reatores de lama) (Figura 4), quanto

reatores de fase sólida (Figuras 5 e 6). No tratamento de solos empregando biorreatores

de fase semi-sólida, após a escavação e peneiramento do solo contaminado, este é

misturado com água em um reator geralmente vertical. A lama gerada poderá conter de

10% a 40% p/p de sólidos, em função do tipo do solo, dos equipamentos de agitação e

aeração disponíveis e da taxa de remoção dos contaminantes a ser atingida. Esse tipo de

reator é mais indicado para solos que contenham partículas finas. Os referidos reatores

de lama apresentam como vantagem altas taxas de degradação, mas em contrapartida há

necessidade de tratamento posterior dos efluentes gerados, o que eleva o custo da

aplicação desta tecnologia. Já no tratamento de solo empregando biorreatores de fase

sólida, adiciona-se ao solo apenas quantidade de água suficiente para manter a atividade

microbiana (50 a 75%). O equipamento, geralmente, é disposto horizontalmente e

apresenta como sub-configurações os reatores do tipo tambor rotativo e do tipo tambor

fixo. Os reatores de fase sólida são mais adequados para o tratamento de solos com alto

teor de sólidos (Raimundo, 2002).

Fonte: Raimundo (2002)

Figura 4. Esquema representativo de um sistema de tratamento de solo contaminado empregando

biorreator de lama.

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23

Fonte: Raimundo (2002)

Figura 5. Esquema representativo de um biorreator de fase sólida empregado no teste de biodegradação.

Fonte: Raimundo (2002)

Figura 6. Protótipo de biorreator de fase sólida.

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24

A seleção da configuração mais indicada do biorreator a ser adotada, deve ser

realizada levando-se em consideração as características do solo a ser tratado (percentual

de material argiloso), a natureza do contaminante (recalcitrância e viscosidade), a

composição da mistura a ser tratada (sólido, água e contaminantes), os micro-

organismos envolvidos, o grau de aeração, a necessidade de agitação, dentre outros

(Raimundo, 2002).

A fitorremediação utiliza vegetais dentre os quais podem ser mencionados as

árvores, arbustos, plantas rasteiras e aquáticas acompanhados de seus micro-organismos

com a finalidade de remover, degradar ou isolar substâncias tóxicas e contaminantes do

meio ambiente. A fitorremediação apresenta a vantagem de ser de baixo custo. Porém, a

sua desvantagem reside no tempo longo para observar os resultados, por causa do ciclo

vital da planta. Aliado ainda ao problema da concentração dos poluentes e de outras

toxinas, pois, podem estar dentro dos limites de tolerância da planta (Chaney et al.,

1997; Glass, 2000).

Paralelamente às estratégias anteriormente abordadas existem também técnicas

auxiliares de biorremedição, o bioaumento e a bioestímulo. O bioaumento envolve a

introdução de micro-organismos que tem a capacidade de degradar os contaminantes

(várias cadeias de hidrocarbonetos dentro de um sistema contaminado), e esses

micróbios apresentam estabilidade genética, possuem um alto nível de atividade

enzimática e também possuem a capacidade de competir com populações intrínsecas do

solo. Esses agentes microbianos não podem ser patogênicos e não devem produzir

substâncias tóxicas no processo de biodegradação (Sarkar et al., 2005).

Sabe-se que alguns estudos têm como objetivo isolar bactérias do sedimento de

manguezais, que por sua vez apresentem capacidade de degradar petróleo e produzir

biossurfactantes. No Estado do Rio de Janeiro, os manguezais mais extensos são os

encontrados na foz do Paraíba do Sul e nas baías de Guanabara, Sepetiba e Angra dos

Reis (FEEMA, 1980; Menezes et al., 2000). Estes ecossistemas são sensíveis a

distúrbios antrópicos, como a contaminação por petróleo ou de outros produtos tóxicos,

que podem provocar danos a toda biota, exercendo impacto por longo prazo (Krepsk et

al., 2007; Cury, 2002). Por outro lado, o estudo de Yu et al. (2005) sugere que as

comunidades microbianas indígenas apresentam um potencial considerável para

remediar sedimentos contaminados por petróleo.

A sorção dos componentes hidrofóbicos de petróleo às partículas de sedimento

dos manguezais limita sua biodisponibilidade aos micro-organismos indígenas,

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25

reduzindo a eficiência da biorremediação (Krepsky et al., 2007). Algumas bactérias, no

entanto, possuem a capacidade de produzir biossurfactantes, que são compostos com

características de detergência, que podem emulsificar o óleo, facilitando assim a sua

degradação (Krepsky et al., 2007; Nitschik &Pastore, 2002).

A bioestimulação é uma técnica que consiste na correção das condições

ambientais, por causa do implemento dos níveis de nutrientes (nitrogênio, fósforo,

potássio e oxigênio) e umidade, aumentando, concomitantemente, a população

microbiana e a degradação nas áreas impactadas (Sarkar et al., 2005).

Durante o processo biológico de tratamento de solos é reconhecido que a adição

de material estruturante, de natureza orgânica melhora algumas das propriedades do

referido solo que contribui para a biorremediação: diminui a densidade, aumenta a

porosidade, assim como a difusão por oxigênio e a sua permeabilidade (Rhykerd et al.,

1999).

Por causa disso, na pesquisa de Barros (2006) foi avaliado o emprego da casca

de coco para remediar o problema gerado por um resíduo acidental (solo contaminado

não intencionalmente) aliado ao recurso biológico. A casca do coco pode oferecer uma

atmosfera mais oxigenada que sempre é benéfica aos micro-organismos aeróbios, pois

ela promove um microambiente mais aerado (Barros, 2006).

As fibras do coco são constituídas de materiais lignocelulósicos, obtidos do

mesocarpo do coco (Cocus nucifera). Possuem grande durabilidade, atribuída ao alto

teor de lignina (41 a 45% p/p), quando comparadas com outras fibras naturais. O

mesocarpo do coco maduro e seco fornece fibra dura, enquanto o coco verde fornece

melhor fibra celulósica (Amin e Pacheco, 2004).

A casca de coco se constitui num rejeito abundante no Brasil, por causa do

grande consumo da fruta in natura, sendo o descarte do resíduo um problema de difícil

solução. Algumas alternativas têm sido propostas para contornar o problema, por

exemplo: compostagem do coco e a reciclagem mecânica. Desta forma, o emprego da

fibra da casca de coco como material estruturante, para o biotratamento de solos

contaminados por petróleo, seria uma alternativa viável, uma vez que o resíduo

favoreceria a aeração das amostras, bem como serviria de nutriente, beneficiando, tanto

a microbiota aeróbica nativa quanto a inoculada (Gomes, 2000).

Os hidrocarbonetos de petróleo podem ser degradados em menor tempo do que

no processo de degradação natural, por causa da elevação do número de micro-

organismos, estimulados pelo aumento do número de nutrientes (Sarkar et al., 2005). A

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26

suplementação de nutrientes para a degradação de hidrocarbonetos tem sido

tradicionalmente focada na adição de fontes de N e P, tanto orgânica quanto inorgânica.

Devido ao fato de o carbono ser o principal constituinte dos combustíveis de

petróleo, a sua dosagem tem sido considerada um índice para a determinação das

quantidades de N e P que necessitam ser adicionadas para atingir uma ótima relação

C:N:P , que via de regra é de 100:10:1, respectivamente (Riser-Roberts, 1998 apound

Sarkar et al, 2005). Várias fontes de nutrientes, tais como fertilizantes inorgânicos,

uréia, serragem, húmus, estrume e biosólidos têm sido utilizados no bioestímulo (Cho et

al., 1997; Namkoong et al., 2002 apound Sarkar et al., 2005).

A partir desse pressuposto, Oliveira & Lemos 2008, empregaram duas fontes de

nitrogênio comerciais empregadas como fertilizantes, para a correção das relações

nutricionais para a microbiota nativa do solo contaminado: a uréia e a torta de mamona.

Dessa maneira, foram realizados ensaios de biodegradação, utilizando condições

adequadas, que buscaram estabelecer: a melhor fonte de nitrogênio, a relação

nutricional adequada e a capacidade de retenção de água (CRA) mais favorável para

otimização do processo de biorremediação de um solo contaminado com de óleo cru

(Oliveira & Lemos, 2008).

3.3 Micro-organismos empregados na Biorremediação

Os micro-organismos apresentam uma imensa diversidade genética e

desempenham funções únicas e cruciais na manutenção de ecossistemas como

componentes fundamentais de cadeias alimentares e ciclos biogeoquímicos. Com base

nos tamanhos das populações, a biota do solo pode ser classificada como micro, meso e

macrofauna. As bactérias são as mais abundantes no solo e incluem formas esporuladas

ou não esporuladas de bacilos, cocos, vibriões, espirilos e filamentosos (actinomicetos),

variando consideravelmente de tamanho e forma, de metabolismo e de fonte nutricional,

autotrófica ou heterotrófica. Por outro lado, os fungos também estão presentes no solo,

só que em quantidade inferior à das bactérias, como apresentado na Tabela 1, que

mostra a distribuição típica da população microbiana na superfície do solo.

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Tabela 1. Densidade das populações microbianas presentes na superfície do solo m2.

Micro-organismos População

(n° de células por g de solo)

Bactérias 108 - 10

9

Fungos 105 - 10

6

Algas 104 - 10

5

Fonte: Adaptado de Millioli et al., (2008)

Por volta de 1903, foi descoberto o primeiro organismo capaz de utilizar

hidrocarbonetos como fonte de energia. Recentemente, muitas espécies de micro-

organismos são conhecidas na degradação biológica de hidrocarbonetos. Os referidos

micro-organismos podem ser isolados de águas doces, oceanos como também do

próprio solo. O número de bactérias e fungos que é capaz de degradar os

hidrocarbonetos aumenta rapidamente no local após um derrame de óleo (Miroslav et

al., 1996).

Baseados na descoberta de que os micro-organismos endógenos podem degradar

os hidrocarbonetos de petróleo, inúmeras pesquisas têm sido realizadas em

biorremediação de solos impactados com petróleo. E dentre todas as tecnologias

desenvolvidas, a biorremediação destaca-se por ser um processo atrativo e

economicamente viável. Os baixos custos requeridos pelas transformações bioquímicas,

capazes de reduzir e até mesmo eliminar os contaminantes, associados à possibilidade

do tratamento no próprio local de contaminação são fatores que favorecem a

atratividade das tecnologias de biorremediação.

A microbiota do solo é a principal responsável pela decomposição dos resíduos

orgânicos, pela ciclagem de nutrientes e pelo fluxo de energia dentro do solo, exercendo

influência tanto na transformação da matéria orgânica, quanto na estocagem do carbono

e nutrientes minerais.

3.3.1 Fungos filamentosos

Dentre os fungos podemos encontrar tanto organismos unicelulares quanto

pluricelulares (fungos filamentosos), e são encontrados em várias regiões do planeta

desempenhando importantes funções relacionadas ao equilíbrio em inúmeros

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ecossistemas. Os fungos são seres eucariotos e, em decorrência desse fato são

constituídos por várias organelas; são heterotróficos (saprofíticos ou parasitas), sendo

encontrados em solos, água, vegetais, animais, no homem e detritos. Alguns fungos têm

importantes funções na indústria e na medicina, nesta última mais especificamente na

fabricação de alguns antibióticos.

Os fungos filamentosos possuem características que os classificam como bons

degradadores de petróleo. Por causa do seu crescimento micelial e sua bioatividade, os

fungos ramificam-se rapidamente no substrato, digerindo-o por meio da secreção de

enzimas extracelulares; possibilitando o ataque fúngico. Os fungos são capazes de

crescer sob condições ambientais de estresse, ou seja, meios com valores de pH baixos,

pobres em nutrientes e com baixa atividade de água. Diferentes espécies de fungos

filamentosos utilizados no processo de biorremediação foram identificadas e

caracterizados nos últimos anos (Mollea, 2005).

Como biodegradadores naturais, os fungos encontram as substâncias necessárias

para o seu desenvolvimento na natureza, principalmente, macromoléculas insolúveis,

que precisam ser primeiramente degradadas em unidade monoméricas solúveis antes de

sua assimilação. Esse é o caso de polissacarídeos, proteínas, ácidos nucléicos, lignina,

lipídios e outros compostos de grande peso molecular que não podem ser incorporados

diretamente sem antes terem sido reduzidos. Os fungos absorvem nutrientes através da

membrana plasmática, para isso, esses organismos secretam enzimas específicas para o

meio exterior, conseguindo reduzir o tamanho das moléculas e aumentando a

solubilidade das mesmas. Assim, essas substâncias passam pela membrana plasmática

que possui grande poder seletivo para moléculas pequenas, e é dotada de proteínas

carreadoras.

Desse modo, moléculas simples terão preferência na sua utilização como

nutrientes, sendo, então, reprimida a síntese de enzimas para moléculas mais complexas.

Por exemplo, se houver glicose no meio, a qual é preferida pelo fungo, não serão

formadas as enzimas para degradar substratos complexos, como amido e celulose, nem

enzimas para degradar dissacarídeos, como galactose, maltose e sacarose (Putzke,

2002). Várias pesquisas já foram realizadas com intuito de descobrir a capacidade dos

fungos como agentes de biorremediação (Figura 7) e inclusive como produtores de

biossurfactantes (Pereira 2002a; Pereira 2004b; Reiche 2005; Reiche 2006).

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Fonte: Reiche (2005)

Figura 7. Tubos de ensaios com fungos isolados do solo e cultivados em meio apropriado que apresentam

capacidade biodegradadora e são produtores de biossurfactantes.

3.4 Tensoativos biológicos ou biossurfactantes

Surfactantes sintéticos e biológicos têm sido utilizados no auxílio à

biorremediação. Surfactante é uma palavra derivada da contração da expressão surfact

active agent, termo que significa, literalmente, agente de atividade superficial. Em

outras palavras, surfactante é um composto caracterizado pela capacidade de alterar as

propriedades superficiais e interfaciais de um líquido. O termo interface denota o limite

entre duas fazes imiscíveis, enquanto o termo superfície indica que uma das fases é

gasosa. Outra propriedade fundamental dos surfactantes é a tendência de formar

agregados chamados micelas que, geralmente, se formam a partir de uma concentração

mínima chamada concentração micelar crítica (CMC).

A produção mundial de surfactantes excede 3 milhões de t/ano sendo que sua

utilização se concentra nas indústrias de petróleo, de cosméticos, de produtos de

higiene e de limpeza, sendo este último o setor que utiliza a maior parte dos surfactantes

produzidos como matérias-prima para a fabricação de detergentes de uso doméstico

(Barros et al, 2007).

A grande maioria dos surfactantes disponíveis comercialmente é sintetizada a

partir de derivados de petróleo. Entretanto, o aumento da preocupação ambiental entre

os consumidores, combinado com novas legislações de controle do meio ambiente

levou à procura por surfactantes naturais como alternativa aos produtos existentes

(Barros et al., 2007).

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Nas últimas décadas, diversos micro-organismos têm sido relatados como

produtores de vários tipos de biossurfactantes. A biodegradabilidade e a baixa

toxicidade dos biossurfactantes constituem vantagens adicionais sobre ingredientes

sintéticos e, consequentemente, tornam-se substitutos dos emulsificantes convencionais

em alimentos e cosméticos, originando maior apelo de mercado pelo fato desses

produtos serem considerados naturais, além de apropriados para aplicação ambiental. Os

biossurfactantes são produzidos principalmente pelo crescimento aeróbico de micro-

organismos em meio aquoso com uma fonte de carbono, como carboidratos,

hidrocarbonetos, óleo e graxas e misturas destes (Barros et al, 2007).

As bactérias juntamente com as arqueobactérias, são as maiores responsáveis

pela produção de alguns biossurfactantes. Estes micro-organismos têm sido isolados do

solo, da água marinha, de sedimentos do mar e áreas contaminadas por óleos. Diversas

evidências indicam que os biossurfactantes são produzidos, em alguns casos em grande

quantidade nestes ambientes. Uma delas é a presença de espuma e emulsões em áreas de

derramamento de óleos em oceanos, bem como seu efeito positivo no aumento da

recuperação terciária do óleo (Barros et al, 2007).

Os primeiros relatos registrando a utilização de biossurfactantes datam de 1949,

quando alguns pesquisadores detectaram as atividades antibiótica e hemolítica de um

ramnolipídio, e em 1968 quando foi descoberta a existência de um novo composto

biologicamente ativo produzido por Bacillus subtilis, o qual foi denominado surfactina

devido à sua grande atividade superficial e sua estrutura elucidada. Mais tarde, foi

registrada a produção de biossurfactantes em meios hidrofóbicos, o que levou a estudos

de sua aplicação em tratamento de resíduos de petróleo, recuperação de petróleo e

biorremediação no derramamento de óleos (Barros et al , 2007).

Os biossurfactantes são moléculas anfifílicas, ou seja, compostos que

apresentam uma parte apolar (hidrofóbica) e uma parte polar (hidrofílica) na mesma

molécula. A porção apolar geralmente é uma cadeia hidrocarbonada enquanto a porção

polar pode ser iônica (aniônica ou catiônica), não-iônica ou anfotérica. Em função da

presença de grupos hidrofílicos e hidrofóbicos na mesma molécula, os surfactantes

tendem a se distribuir nas interfaces entre fases fluídas com diferentes polaridades

(óleo/água e água /óleo), formando micelas de variados tamanhos e formas (Rocha,

1999). A formação de um filme molecular, ordenado nas interfaces, reduz a tensão

superficial, o que caracteriza uma propriedade única dos biossurfactantes (Nitschke &

Pastore, 2002).

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A parte hidrofóbica é formada por hidrocarbonetos com 10 a 18 átomos de

carbono, a parte hidrofílica é mais diversificada, podendo ser carboidrato, éster,

hidroxila, fosfato ou grupo carboxílico. Os biossurfactantes possuem melhores

propriedades que muitos surfactantes químicos, pois geralmente possuem valores baixos

de CMC (Concentração Micelar Crítica) e tensão interfacial na solução aquosa (Banat,

1995).

Estas propriedades tornam os biossurfactantes adequados para muitas aplicações

industriais envolvendo: detergência, emulsificação, lubrificação, capacidade espumante,

capacidade molhante, solubilização e dispersão de fases. Geralmente a utilização de

surfactantes sintéticos se concentra na indústria dos produtos de limpeza (detergentes e

sabões), na indústria de petróleo e na indústria de cosméticos e produtos de higiene.

Os biossurfactantes são produzidos por micro-organismos para aumentar a

acessibilidade a substratos hidrófobos pelas células, levando ao desenvolvimento e

crescimento da população microbiana a aumentar, desta forma, a biodegradação (Rocha,

1999). Nos solos que sofreram derramamento de petróleo, o tratamento com

biossurfactantes torna-se eficaz, principalmente, em aqueles solos submetidos a um

longo intemperismo, pois o poluente permanece mais aderido à matriz e, neste caso, o

papel do biossurfactante é conduzir o poluente ao seio da solução possibilitando o

ataque pelos micro-organismos. A adição de tensoativos sintéticos costuma inibir a

biodegradação porque são tóxicos à microbiota. No entanto, os biossurfactantes

produzidos biologicamente não possuem efeitos prejudiciais ao ambiente e não

costumam ser tóxicos para os micro-organismos (Morán, 2000). Na Tabela 2 são

apresentados os principais grupos de surfactantes de origem natural e sintética.

Os biossurfactantes são classificados de acordo com sua composição química e

origem metabólica, sendo produtos metabólicos de bactérias e fungos. As principais

classes incluem glicolipídios, lipossacarídeos, lipopeptídios e lipoproteínas,

fosfolipídios e ácidos graxos/lipídios neutros (como os ácidos ustilágico e

corinomicólico), surfactantes poliméricos e surfactantes particulados, sendo os

lipopeptídios os biossurfactantes mais efetivos. Os surfactantes lipoprotéicos são os

mais reconhecidos por suas atividades antibióticas, sendo melhores caracterizados

aqueles produzidos por Bacillus sp, incluindo surfactina, iturina, fengicina, liquenisina,

micosubtilisina e bacilomicina. Esse composto se caracteriza pela existência de

pepetídios ligados a ácidos graxos, sendo que a porção protéica da molécula pode ser

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neutra ou aniônica e os aminoácidos estão frequentemente dispostos em uma estrutura

cíclica (Barros et al., 2007).

Tabela 2. Principais grupos de surfactantes de origem natural e sintética.

Naturais Sintéticos

Alquil poliglicosídios Alcanolaminas

Biossurfactantes Alquil e aril éter carboxilato

Amidas de ácidos graxos Alquil aril sulfatos

Aminas de ácidos graxos Alquil aril éter sulfatos

Glucamidas Alquil etoxilados

Lecitinas Alquil sulfonatos

Derivados de proteínas Alquil fenol etoxilados

Saponinas Aminoóxidos

Sorbitol e ésteres de sorbitan Betaínas

Ésteres de sacarose Co-polímeros de óxido de etil/propileno

Sulfatos de álcoois graxos naturais Ácidos graxos etoxilados

Fonte: Nitschke & Pastore (2002)

Esse tipo de biomolécula é produzida pelo crescimento aeróbico de micro-

organismos em meio aquoso contendo como fonte de carbono carboidratos,

hidrocarbonetos e misturas destes (Bognolo, 1999). Os biossurfactantes produzidos por

bactérias são mais estudados e frequentemente os mais isolados são os glicolipídeos

(Millioli, 2007). Os biossurfactantes são classificados de acordo com a sua composição

química e sua origem microbiana (Tabela 3). Na Figura 8 mostra-se a estrutura química

de alguns glicolipídeos e surfactina.

Uma das mais importantes estratégias de sobrevivência dos micro-organismos é

a sua capacidade de colonizar nichos ecológicos onde consigam se multiplicar. Nesta

estratégia o elemento chave são as estruturas de superfície celular responsáveis pela

aderência das células às superfícies. Os micro-organismos podem utilizar surfactantes

ligados à parede celular para regular as propriedades da superfície celular, com o

objetivo de aderir em um determinado local de acordo com suas necessidades de

encontrar novos habitats com maior disponibilidade de nutrientes (Nitschke & Pastore,

2002).

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Tabela 3. Principais classes de biossurfactantes e micro-organismos envolvidos.

Tipos de biossurfactantes Micro-organismos

Glicolipídios:

- raminolipídios

- soforolipídios

- trehalolipídios

Peseudomonas auruginosa,

Torulopsis bombicola, T. apícola,

Rhodococcus erythropolis,

Mycobacterium sp.

Lipopeptídeos e lipoproteínas:

- Peptídio-lipídio

- Viscosina

- Serrawetina

- Surfactina

- Subtilisina

- Gramicidina

- Polimixina

Bacillus licheniformis

Pseudomonas fluorescens

Sarratia marcences

Bacillus subtilis

Bacillus subtilis

Bacillus brevis

Bacillus polymyxa

Ácidos graxos, lipídios neutros e

fosfolipídios:

- Ácidos graxos

- Lipídios neutros

- Fosfolipídios

Corynebacterium lepus

Nocardia erythropolis

Thiobacillus thiooxidans

Surfactantes poliméricos:

- emulsan

- biodispersan

- liposan

- carboidrato-lipídio-proteína

- manana-lipídio-proteína

Acinetobacter calcoaceticus

Acinetobacter calcoaceticus

Candida lipolytica

Pseudomonas fluorecens

Candida tropicalis

Surfactantes particulados:

- vesículas

- células

Acinetobacter calcoaceticus

Várias bactérias

Fonte: Nitschke & Pastore (2002)

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Fonte: Nitschek & Pastore (2002)

Figura 8. Estruturas químicas de alguns biossurfactantes.

Lin (1996) demonstrou que vários biossurfactantes, principalmente, da classe

dos lipopeptídios e glicopeptídios como o ramnolipídios de P. aeruginosa e a surfactina

de B. subtilis funcionam como antibióticos, pois solubilizam os principais componentes

das membranas celulares microbianas. Os micro-organismos adquirem maior

probabilidade de sobrevivência e maior competitividade na busca por nutrientes por

meio da excreção de biossurfactantes no meio.

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3.4.1 Propriedades dos biossurfactantes

Existe um número crescente de investigações envolvendo propriedades

funcionais dos biossurfactantes, que os relacionam como produtos de origem

biotecnológica de real importância quanto às variadas aplicações. São propostas três

funções principais para esses compostos: aumentar a área superficial de substratos

hidrofóbicos insolúveis em água, aumentar a biodisponibilidade de substratos

hidrofóbicos pelo aumento da sua solubilidade aparente e influenciar a adesão de micro-

organismos a superfície. Essas funções têm forte influencias na sobrevivência dos

micro-organismos produtores de biossurfactantes no seu habitat natural: solo e rizosfera

(Barros et al., 2007).

Apesar da diversidade de composições químicas dos biossurfactantes estes

apresentam muitas vantagens sobre os surfactantes convencionais. Em relação à

atividade superficial e interfacial, os biossurfactantes são mais eficientes que alguns

surfactantes químicos, pois conduzem a baixos valores de tensão superficial mesmo em

baixas concentrações. A concentração micelar crítica (CMC) dos biossurfactantes varia

entra 1-2000mg/L, enquanto que a tensão interfacial (óleo/água) e superficial fica em

torno de 1 e 30mN/m (Nitschke & Pastore, 2002).

Os biossurfactantes apresentam elevada estabilidade térmica e de pH e por isso

podem ser utilizados em ambientes com condições hostis e drásticas. O lipopeptídio de

B. licheniformis JF-2 é estável a temperaturas em torno de 75º C por até 140h e pH entre

5 e 12. Os biossurfactantes suportam concentrações de 10% de NaCl enquanto que uma

concentração salina de 2-3% é suficiente para inativar surfactantes convencionais.

Diferentemente dos surfactantes químicos os biossurfactantes são facilmente

degradáveis na água e no solo, o que os torna adequados para aplicações na

biorremediação e tratamento de resíduos. Nos últimos anos os biossurfactantes têm

recebido maior atenção por causa da preocupação da população com os efeitos dos

produtos artificiais. A baixa toxicidade dos biossurfactantes permite o seu uso em

alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos (Nitschke & Pastore, 2002).

Os biossurfactantes também podem apresentar a vantagem de serem sintetizados

a partir de substratos renováveis e de possuírem grande diversidade química

possibilitando aplicações específicas para cada caso particular. Possuem características

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estruturais e propriedades físicas distintas, tornando-se comparáveis e superiores aos

surfactantes sintéticos em termos de eficiência. Outra vantagem dos biossurfactantes é o

fato de não serem compostos derivados de petróleo. A possibilidade de modificação da

estrutura química e das propriedades físicas dos biossurfactantes através de

manipulações genéticas, biológicas ou bioquímicas permite o desenvolvimento de

produtos para necessidades específicas (Nitschek & Pastore, 2002).

Alguns pesquisadores estudaram a aplicação de ramnolipídio, amplamente

utilizado como auxiliar no processo de biorremediação e avaliaram o seu efeito em

solos contaminados por hidrocarbonetos poliaromáticos (HPAs). Esse biossurfactante

foi produzido pela empresa JENEIL Company localizada nos Estados Unidos e

Alemanha com nome de JBR210. O ramnlipídio é caracterizado como aniônico e possui

10% de ingrediente ativo. Foi verificado que a adição de ramnolipídio aumentou a

biodegradação de hexadecano, octadecano, n-parafinas e fenantreno em sistemas

líquidos e a biodegradação de hexadecano, tetradecano, e misturas de hidrocarbonetos

em solo. Os efeitos do ramnolipídios foram úteis nos locais onde a taxa de

biodegradação era limitada (Millioli, 2007).

3.4.2 Aplicação de biossurfactantes na biotecnologia industrial

Os biossurfactantes são mais utilizados na indústria petrolífera, onde são

incorporados em formulações de óleos lubrificantes e na produção de petróleo. Outras

aplicações estão relacionadas à biorremediação, à dispersão no derramamento de óleos,

à remoção e mobilização de resíduos de óleo em tanques de estocagem, à recuperação

melhorada de petróleo (MEOR), às aplicações terapêuticas, à agricultura, mineração,

aplicação em produtos de higiene e cosméticos e na indústria de alimentos (Nitschke &

Pastore, 2002).

Os acidentes com derramamento de petróleo se tornaram numerosos e vem

causando muitos problemas ecológicos e sociais. Como os biossurfactantes aumentam a

interação superficial água/óleo e óleo/água, aceleram a degradação de vários óleos por

micro-organismos e promovem a biorremediação de águas e solos. A capacidade dos

biossurfactantes em emulsificar e dispersar hidrocarbonetos em água aumenta a

degradação destes compostos no ambiente. Uma vez que os micro-organismos

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degradadores estão presentes em oceanos, a biodegradação constitui um dos métodos

mais eficientes de remoção de poluentes; entretanto, os estudos ainda ocorrem à nível

laboratorial e a biorremediação de oceanos utilizando biossurfactantes permanece ainda

como um desafio. Os biossurfactantes podem ser usados diretamente para emulsificar e

aumentar a solubilidade de contaminantes hidrofóbicos no solo. Alternativamente,

podem ser utilizados micro-organismos produtores de biossurfactantes ou, pode ser

realizada a adição de fatores de crescimento de micro-organismos selvagens capazes de

produzir estes compostos.

Alguns estudos demonstraram o aumento da biodisponibilidade de compostos

aromáticos pouco solúveis como os aromáticos policíclicos (HPA) pelo uso de

biossurfactantes. O tratamento de amostras contaminadas por fenantrano e naftaleno

com biossurfactantes resultou em aumento em suas taxas de solubilização e

mineralização.

O uso de biossurfactantes na biodegradação de pesticidas vem sendo objeto de

investigação. A degradação de hexaclorociclohexano por biossurfactantes produzidos

por Pseudomanas foi relatada, sendo que outros organoclorados como DDT e

cicloedienos também foram emulsificados em menor grau. Os biossurfactantes também

são úteis na biorremediação de locais contaminados com metais pesados tóxicos como

urânio, cádmio e chumbo. Além do mais, os biossurfactantes produzidos por

Arthrobacter, Pseudomonas, Corynebacterium e B. subtilis demonstraram resultados

promissores na remoção de piche em areias contaminadas.

Os biossurfactantes podem ser utilizados para emulsificar e aumentar a

solubilidade de contaminantes hidrofóbicos no solo. Atualmente utiliza-se micro-

organismos produtores e adição de fatores de crescimento de micro-organismos

selvagens capazes de produzir biossurfactantes.

Resíduos e frações de óleos pesados que sedimentam no fundo de tanques de

estocagem são altamente viscosos e podem se tornar depósito de sólidos que não podem

ser removidos por meio de bombeamento convencional. A remoção requer lavagem

com solventes ou limpeza manual que são demoradas e caras. O uso de biossurfactantes

que promovem a diminuição na viscosidade e a formação de emulsões óleo/água,

facilita o bombeamento dos resíduos e a recuperação do óleo cru após a quebra da

emulsão. A utilização de biossurfactantes para a limpeza de tanques, substituindo os

surfactantes convencionais, promove a limpeza e recuperação de 90% dos

hidrocarbonetos presentes no resíduo (Nitschke & Pastore, 2002).

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A Recuperação Melhorada do Petróleo (MEOR) consiste em uma tecnologia

de recuperação terciária do petróleo que utilizam micro-organismos ou produtos de seus

metabolismos para a recuperação de óleo residual. Os micro-organismos produzem

polímeros e surfactantes que reduzem a tensão superficial óleo-rocha, reduzindo as

forças dos capilares que impedem a movimentação do óleo através dos poros da rocha.

A utilização de biossurfactantes também auxilia na emulsificação e na quebra dos filmes

de óleo das rochas.

O mecanismo MEOR in situ deve-se a múltiplos efeitos dos micro-oganismos

no ambiente e no óleo. Estes efeitos incluem: formação de gás e aumento da pressão;

produção de solventes; degradação da matriz calcárea; redução na viscosidade do óleo e

da tensão interfacial pela produção de biossurfactantes; produção de solventes;

degradação de macromoléculas do óleo, resultando em diminuição da viscosidade;

bloqueio seletivo da biomassa nas zonas de alta permeabilidade.

A utilização de biossurfactantes em MEOR envolve várias estratégias, como

a injeção de micro-organismos produtores de biossurfactantes no reservatório e

subsequente propagação in situ; ou a injeção de nutrientes no reservatório, estimulando

o crescimento de micro-organismos selvagens produtores de biossurfactantes, ou ainda

a produção de biossurfactantes em reatores e posterior injeção no reservatório. A última

estratégia é mais cara devido à necessidade de capital para produção, purificação e

introdução de biossurfactantes. As outras requerem que o reservatório contenha

bactérias capazes de produzir quantidades suficientes de biossurfactantes.

Na MEOR in situ os micro-organismos devem ser aptos a crescer em

condições extremas, como alta temperatura, pressão, salinidade e baixa tensão de

oxigênio. Muitos micro-organimos adaptados a condições extremas, com capacidade

para recuperação de óleo cru têm sido isolados e analisados (Nitschke & Pastore, 2002).

A surfactina, um dos mais conhecidos biossurfactantes, possui várias

aplicações farmacêuticas como a inibição da formação de coágulos; formação de canais

iônicos em membranas, atividade antibacteriana e antifúngica; atividade antiviral e

antitumoral. O biossurfactante produzido por R. erythropolis tem a capacidade de inibir

o vírus do herpes simples e vírus parainfluenza.

A iturina, lipopeptídio produzido pó B. subitilis, demonstrou atividade

antifúngica, afetando a morfologia e a estrutura de membrana celular de leveduras. A

inibição da adesão de bactérias entéricas patogênicas por biossurfactantes produzidos

por Lactobacillus foi avaliada. Alguns pesquisadores sugerem o desenvolvimento de

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agentes antiadesivos para uso em cateteres visando diminuir a formação de biofilmes

(Nitschke & Pastore, 2002).

Os biossurfactantes são usados na agricultura especialmente em formulações

de herbicidas e pesticidas. Os compostos ativos destas formulações são geralmente

hidrofóbicos, sendo necessários agentes emulsificantes para dispersá-los em soluções

aquosas. Biossurfactantes de Bacillus foram utilizados para emulsificar formulações de

pesticidas organofosforados imiscíveis. Os raminolopídios possuem potencial para o

combate biológico de fitopatógeno que produzem zoósporos (Nitschek & Pastore,

2002).

Compostos tensoativos produzidos por culturas de Pseudomonas sp. e

Alcaligenes sp. foram utilizados para flotação e separação de calcita e eschelita. A

recuperação foi de 95% para CaWO4 e 30% para CaCO3, ressaltando que reagentes

químicos convencionais são incapazes de separar estes dois minerais. O Biodispersan

polissacarídeo aniônico, produzido por A. calcoaceticus A2, foi utilizado na prevenção

da floculação e dispersão de misturas de pedra calcárea e água. Biossurfactantes de C.

bombicola demonstram eficiência na solubilização de carvão (Nitschek & Pastore,

2002).

Devido a sua compatibilidade com a pele, os bissurfactantes podem ser usados

em produtos de higiene e cosméticos. Alguns pesquisadores observaram que em um

certo produto comercial que continha 1 mol de soforolipídios e 12 moles de

propilenoglicol, apresentou excelente compatibilidade dérmica, sendo utilizado como

hidratante em cremes faciais. Alguns soforolipídios são utilizados como umectantes

para incorporação em produtos de maquiagem. A KAO Co. Ltda desenvolveu um

processo fermentativo para produção de soforolipídios, que posteriormente sofrem

esterificação, resultando em um produto com aplicação em batons e como hidratante

para pele e cabelos. A preparação de biossurfactantes pela ação enzimática,

principalmente lipases, sobre moléculas hidrofóbicas promoveu um novo

direcionamento na produção de compostos utilizados em produtos de higiene e

cosméticos (Nitschek & Pastore, 2002).

A emulsificação tem um papel importante na formação da consistência e

textura, dispersão de fase e na solubilização de aromas. Os biossurfactantes são

utilizados como emulsionantes no processamento de matérias-primas. Os agentes

tensoativos encontram aplicação em panificação e produtos derivados de carne, onde

influenciam as características reológicas da farinha e a emulsificação de gorduras. O

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bioemulsificante produzido por C. utilis tem sido utilizado em molhos prontos para

saladas (Nitschke & Pastore, 2002).

Por definição, uma emulsão é um sistema heterogêneo, consistindo de ao

menos um líquido imiscível (fase interna descontínua) disperso em outro (fase externa

contínua) em forma de pequenas gotas, com um diâmetro que excede de 0,1µm. Tais

sistemas possuem uma estabilidade mínima, a qual pode ser aumentada por aditivos

surfactantes, sólidos finamente divididos, que atuam reduzindo a tensão interfacial,

diminuem a energia na superfície entre as duas fases e a coalescência das partículas por

meio da formação de barreiras estéricas e eletrostáticas. Exemplos de emulsões naturais

são o leite e a gema do ovo. Exemplos de alimentos processados, que são emulsões são:

creme de leite, manteiga, margarina, maionese, molhos para salada, salsicha, lingüiça,

sorvetes, bolos, chocolates, recheios e produtos instantâneos (Barros et al, 2007).

Algumas vantagens da aplicação de biossurfactantes em alimentos são: podem

ser produzidos sob aplicação de procedimentos relativamente simples e baratos; novos

tipos de surfactantes, que não são facilmente sintetizados por processo químico, podem

ser obtidos biologicamente; possuem um aspecto ecologicamente correto, devido à sua

completa biodegradabilidade; para aplicações específicas, diferentes propriedades do

mesmo composto podem ser utilizadas, bem como seu potencial para utilização como

ingrediente com propriedades funcionais (Barros et al, 2007).

Apesar da aplicação potencial, a indústria de alimentos não utiliza ainda os

biossurfactantes como aditivos em larga escala. Muitas propriedades dos

biossurfactantes, assim como sua regulação em relação à aprovação como novo

ingrediente para alimentos, têm que ser resolvidas. A elaboração de testes e a avaliação

de qualquer novo ingrediente podem ser requeridas de acordo como os regulamentos da

“Food and Drug Administration” (FDA) e este processo geralmente é longo. Os fatores

a serem considerados neste tipo de avaliação estão relacionados a questões nutricionais,

funcionais, sensoriais, biológicas e toxicológicas do novo ingrediente (Barros et al.,

2007).

Outras aplicações para a utilização de biossurfactantes incluem a indústria de

papel, têxtil e cerâmica. O biodispersan tem aplicação na indústria de tintas, pois gera

maior espalhabilidade e aumenta as propriedades de mistura. (Nitschek & Pastore,

2002). A tabela 4 mostra as principais aplicações comerciais dos biossurfactantes.

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Tabela 4. Principais aplicações comerciais dos biossurfactantes.

Funções Campos de aplicação

Emulsionantes e dispersantes Cosméticos, tintas, biorremediação, óleos

e alimentos

Solubilizantes Produtos farmacêuticos e de higiene

Agentes molhantes e penetrantes Produtos farmacêuticos, têxteis e tintas

Detergentes Produtos de limpeza, agricultura

Agentes espumantes Produtos de higiene, cosméticos e flotação

de minérios

Agentes espessantes Tintas e alimentos

Seqüestrantes de metais Mineração

Formadores de vesículas Cosméticos e sistema de liberação de

drogas

Fator de crescimento microbiano Tratamento de resíduos oleosos

Demulsificantes Tratamento de resíduos, recuperação de

petróleo

Redutores de viscosidade Transporte em tubulações, oleodutos

Dispersantes Misturas carvão-água, calcáreo-água

Fungicida Controle biológico de fitopatógenos

Agente de recuperação Recuperação terciária de petróleo

(MEOR)

Fonte: Nitschke & Patore (2002)

Estudos que visavam a produção de tensoativos biológicos utilizaram vários

gêneros de fungos filamentosos: Penicillium corylophilum, Aspergillus fumigatus e

Aspergillus versicolor para aplicação em biorremediação de solos contaminados por

petróleo. Algumas das linhagens identificadas, por espécie, foram: Aspergillus terreus,

Aspergillus fumigatus, Aspergillus versicolor, Aspergillus niveus, Aspergillus Níger,

Penicillium corylophilum, Paecilomyces variotti, Paecilomyces niveus, Fusarium sp.

No estudo de Reiche (2005) e Prata (2008) foi demonstrado que o fungo de maior

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potencial como agente de produção de tensoativos biológicos foi o Penicillium

corylophilum.

3.5 Ensaio de ecotoxicidade em processos de biorremediação

Toxologia é o estudo dos efeitos nocivos dos agentes químicos ou físicos sobre

os organismos vivos, tendo como objetivo principal estabelecer o uso seguro de agentes

químicos. As substâncias químicas de interesse incluem tanto produtos químicos,

sintéticos, quanto aqueles que existem naturalmente no ambiente. Na toxicologia, os

efeitos são determinados em geral, pela injeção ou administração oral de substâncias de

interesse em animais, observando-se como a saúde desses é afetada, por meio de relação

dose-resposta (Baird, 2002).

Os testes de toxicidade são amplamente empregados para a avaliação dos efeitos

adversos de agentes químicos sobre a biota terrestre e aquática, e possibilitam a

avaliação dos impactos de poluentes para organismos do solo e dos corpos receptores.

Sendo assim, os testes de toxicidade podem ser realizados para avaliar o potencial de

bioacumulação do contaminante fornecendo informações de toxicidade e

biodisponibilidade, podendo ser uma importante ferramenta no auxílio do

monitoramento de áreas degradadas (Ramos et al., 2007).

Uma vez no ambiente, os contaminantes podem estar sujeitos a uma combinação

de processos que podem afetar o seu destino e comportamento. As substâncias

potencialmente tóxicas podem ser degradadas por processos abióticos e bióticos que

ocorrem na natureza. No entanto, algumas delas resistem aos processos de degradação e

por isso são capazes de persistirem no ambiente no ambiente por longos períodos de

tempo. O descarte contínuo no ambiente de uma substância persistente pode levar à sua

acumulação em níveis ambientais suficientes para resultar em toxicidade (Costa et al.,

2008).

Segundo Sisinno et al. (2006), os testes de ecotoxicidade são, geralmente,

desenvolvidos para determinar a toxicidade de substâncias adicionadas a um solo

artificial, a fim de que vários interferentes sejam eliminados. O grande desafio na

adaptação desses métodos para a complementação da avaliação de áreas contaminadas é

a substituição do substrato artificial pelas amostras de solos trazidas dessas áreas, a

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avaliação dos possíveis interferentes nos resultados, bem como a escolha dos

organismos-teste para amostras com determinadas características (Sisinno et al., 2006).

Dorn & Salanitro (2000) ressaltam que poucos dados existem para efeitos

específicos de contaminação de hidrocarbonetos para tipos de solos, tipos de óleos e

outros produtos químicos presentes em solos. A maioria dos dados sobre os efeitos dos

hidrocarbonetos é derivada das informações sobre ambientes aquáticos, sendo estes

extrapolados para solos. Isso ressalta a importância da realização de testes de

ecotoxicidade para solos contaminados, antes e após o processo de biorremediação.

Existem metodologias analíticas que permitem caracterizar a toxicidade de

substâncias químicas utilizando exposição de organismos vivos como bioindicadores. A

utilização de bioindicadores é uma ferramenta essencial para teste de toxicidade em

solos, as interações entre compostos químicos e o solo devem ser avaliados para

identificar corretamente o impacto no ambiente.

Realizados no período inicial e final do tratamento de biorremediação, os testes

de toxicidade permitirão verificar se ouve de fato redução de toxicidade do solo. Estas

análises constituem um recurso prático, de baixo custo, e de sensibilidade razoável na

indicação qualitativa da presença de substâncias tóxicas e inibidores biológicos

(Inazaki, 2001).

Os contaminantes no solo podem ser adsorvidos ou liberados e podem ter efeitos

tóxicos variados dependendo do tipo de minerais, matéria orgânica, pH, potencial redox

umidade e manejo do solo (Kapenen & Itavaara, 2001).

3.5.1 Organismos utilizados em testes toxicidade

Algas

O uso de algas como indicador biológico é importante porque, como produtores

primários, elas se situam na base cadeia alimentar e qualquer alteração na dinâmica e de

suas comunidades pode afetar os níveis tróficos superiores do ecossistema. Dentre as

vantagens em se utilizar algas em testes de toxicidades podemos destacar sua grande

sensibilidade às alterações ocorridas no meio ambiente e o seu ciclo de vida

relativamente curto, o que possibilita a observação de efeitos tóxicos em várias gerações

(Reginatto, apud Costa et al., 2008).

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Crustáceos e peixes

Crustáceos de água doce da ordem Cladocera e do gênero Daphnia, os quais são

vulgarmente conhecidos como pulgas d'água, são bastante utilizados em testes de

toxicidade porque são amplamente distribuídos nos corpos d'água doce, são importantes

em muitas cadeias alimentares e são fonte significativa de alimento para peixes,

possuem um ciclo de vida relativamente curto, são facilmente cultivados em laboratório,

são sensíveis a vários contaminantes do ambiente aquático e porque, devido ao seu

pequeno tamanho, necessitam de menores volumes de amostras-teste e água de diluição

do que os testes realizados com algas e peixes (American Public Health Association,

1998; Shaw & Chadwick, 1998; Tatarazako et al., 2003 Apud Costa et al., 2008).

Os Principais representantes dos consumidores secundários nas cadeias

alimentares são os peixes. Diversas espécies de peixes são utilizadas como

bioindicadores. No Brasil a espécie mais utilizada é o Danio rerio, o qual é vulgarmente

conhecido como peixe paulistinha ou peixe zebra, Pimephales promelas, o qual é

popularmente conhecido como ´´Fathead minnnow``, também é utilizado em testes de

toxicidade. O parâmetro avaliado nos testes de toxicidade aguda com peixes é a

mortalidade e os testes de toxicidade crônica com esses organismos requerem longos

períodos de tempo, uma vez que seu ciclo de vida e seu período reprodutivo são longos

quando comparados aos de outra espécie (Gherardi-Goldstein et al., 1990; Nakagome et

al., 2007).

Bactérias

Embora tradicionalmente algas, crustáceos e peixes sejam usados para medidas

de toxicidade aquática, esses testes requerem maiores tempo de exposição e volume de

amostra do que testes de toxicidade que utilizam bactérias. Dentre esses, o teste que

utiliza a bactéria marinha bioluminescente Vibrio fischeri e recebe o nome de Microtox

é, sem dúvida, o mais utilizado (Zwart & Slooff, 1983; Wadhia & Thompson, 2007

Apud Costa et al., 2008). Nesse teste é medida a redução da luminescência emitida

naturalmente pela bactéria quando ela é posta em contato com um agente tóxico, o qual

inibe a atividade da enzima luciferase. O tempo de duração do teste varia entre 15 e 30

min.

Microtox é um teste de toxicidade rápido, sensível, fácil de executar e de baixo

custo que pode ser utilizado no controle da poluição das águas e efluentes industriais.

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Apesar dessas vantagens é um teste criticado por empregar uma bactéria marinha de

pouco significado ecológico (Harmel, 2004 Apud Costa et al., 2008).

Minhocas

As minhocas são essencialmente cosmopolitanas e vulneráveis a maioria dos

fatores que afetam, especialmente, os ecossistemas do solo. As espécies recomendadas

pelo padrão ASTM (1995) e OECD (1984) são Eisenia fetida e Eiseni andrei que

podem ser cultivadas, facilmente, no laboratório. O padrão ASTM (1995) para

toxicidade em solo, utilizando E. fetida, é usado para avaliar os efeitos tóxicos letais ou

subletais das minhocas num curto período de tempo. Os efeitos subletais podem ser o

crescimento, comportamento, reprodução e processos fisiológicos. A duração do teste

de toxicidade aguda varia de 7 a 14 dias e o teste de reprodução em torno de 9 semanas

(Kapanen & Itavaara, 2001).

Há, também, o teste de fuga de minhocas que permite a avaliação de sítios

contaminados com nível de estresse mais baixo dos organismos do que os testes de

toxicidade aguda e pode ser aplicado, facilmente, para verificar compostos tóxicos no

solo. O teste de fuga pode, em muitos casos, ser um indicador mais sensível do que os

testes de toxicidade aguda. Esse teste pode ser avaliado em 24 ou 48 h (Yeardley et al.,

1996).

Plantas

As plantas são consideradas produtores primários em ecossistemas terrestres e,

dessa forma, é importante identificar e entender a magnitude de alguns impactos já que

as plantas são sensíveis às substâncias tóxicas e podem ser utilizadas como

bioindicadores (Schowanek, et al., 2004).

A fitotoxicidade é a utilização de plantas sensíveis a substâncias tóxicas e podem

ser utilizadas como bioindicadores. Os testes com plantas geralmente são utilizados nas

seguintes categorias:

Biotransformação: transformação em compostos produzidos e gerados pelas

plantas.

Captação de cadeia alimentar: quantidade e concentração de substâncias tóxicas

que podem entrar na cadeia alimentar pela captação das plantas.

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Sentinela: Monitoramento de poluentes observando os sintomas de toxicidade

apresentados pelas plantas.

Indicadores: capacidade que algumas plantas têm de indicar características

físicas ou químicas do solo.

Fitotoxicidade: pode ser definida pela germinação das sementes, alongamento da

raiz e crescimento da muda de plantas com a finalidade de exercer papel de

bioindicadores (Fletcher, 1991).

Algumas espécies que foram recomendadas pela Organização para a Cooperação

e Desenvolvimento Econômico (OECD), Agência de Proteção Ambiental Americana

(USEPA) e Administração de Alimentos e Drogas (FDA): azevém (Lolium perene),

arroz (Oryza sativa), aveia (Avena sativa), tomate (Lycopersicon), sorgo (Sorghum),

rabanete (Raphanus sativus), nabo (Brassica rapa), repolho (Brassica campestris),

feijão (Phaseolus aureus), alface (Lactuca sativa), cenoura (Daucus carota), soja

(Glycine Max), milho (Zea mays), cebola (Allium cepa) e trigo (Triticum) (Fletcher,

1991).

Na pesquisa de Millioli a autora utilizou alface e tomate para avaliar a toxicidade

de dois dos seis surfactantes por ela empregados em testes de biorremediação. Os testes

de toxicidade de ambos os surfactantes com L. sativa (alface) e L. esculentum (tomate)

indicaram que ambos apresentaram alta toxicidade em altas concentrações de

surfactantes.

3.5.2 Atividade Enzimática

A atividade enzimática pode ser utilizada para descrever os efeitos dos

compostos tóxicos sobre a população microbiológica do solo. As enzimas usadas na

atividade microbiológica do solo são as hidrolases (fosfatases e ureases) e as

oxidorredutases (desidrogenases) (Ratsep, 1991). A determinação da atividade

desidrogenásica é o método mais comum utilizado para testes de toxicidade enzimática

e é o método baseado na estimativa da taxa de redução de fenil tetrazolium (TTC) a

trifenil formazan (TPF) nos solos após incubação a 30°C por 24 h. O TTC funciona

como aceptor final de elétrons, sendo, portanto, um dos métodos mais frequentemente

usado para tal estimativa (Bitton & Koopman, 1992).

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4 CONCLUSÃO

A biotecnologia industrial esta se desenvolvendo cada vez mais de tal maneira

que os micro-organismos se utilizam de diversas formas em diferentes setores de

produção (industrial, medicina, alimentos, mineração, dentre outros). Na

biorremediação de solos contaminados com óleo cru o interesse é muito grande,

principalmente pela indústria de petróleo que investe bilhões em pesquisas para

recuperar as áreas afetadas pelos danos causados por esse combustível fóssil. As várias

técnicas de biorremediação associadas à microbiologia aplicada à biotecnologia serão

provavelmente um dos grandes avanços de pesquisas nos próximos anos,

principalmente quando aliados aos biossurfactantes. Os referidos compostos são

essenciais, não só para a remediação de solos impactados com petróleo, como também

para solos impactados com outras substâncias tóxicas, que possam contaminar

gravemente alguns ambientes e prejudicar vários ecossistemas. Os biossurfactantes

podem ser utilizados em várias aplicações industriais. Entretanto, ainda não são

amplamente utilizados por causa do seu custo de produção e de métodos ineficientes de

recuperação. Além do mais, se faz necessário o uso de substratos caros. Alguns

problemas econômicos relacionados à produção de biossurfactantes podem ser

reduzidos mediante a utilização de fontes alternativas de nutrientes.

Com os futuros avanços nas técnicas de biorremediação não só áreas

contaminadas por petróleo poderão ser remediadas, mas também locais que foram

contaminados por outro tipo de substâncias tóxicas e difíceis de serem degradadas.

Igualmente importante nos avanços tecnológicos na área de biorremediação está

a conscientização das pessoas, em especial do governo, porque são eles que irão exigir

um comportamento adequado das indústrias ou de qualquer empresa com potencial para

poluir o ambiente e, até mesmo poderão criar mediadas preventivas para evitar as

catástrofes ambientais ocasionadas pelo derramamento acidental dos hidrocarbonetos de

petróleo. Dessa forma, muitos derrames graves que aconteceram nos últimos anos

poderão ser remediados com eficácia e, inclusive evitados. Por outro lado considero o

uso de bioindicadores de grande importância para avaliar os níveis de toxicidade

provocados por substâncias químicas, ou por outro tipo de substâncias igualmente

tóxicas. Quanto à avaliação da ecotoxicidade acredito ser necessária a busca por

bioindicadores adequados para ser utilizados no processo de biorremediação,

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principalmente em solo, por entender que ainda não foi encontrado o organismo capaz

de indicar adequadamente a toxicidade provocada por substâncias poluidoras. Ou até

mesmo aperfeiçoar os testes existentes. No que tange aos biossurfactantes acredito que

sejam necessárias mais pesquisas para poder aplicar efetivamente esses compostos na

biorremediação de solos impactados por petróleo, principalmente naquelas áreas que

sofrem com o intemperismo e nas quais os hidrocarbonetos de petróleo se tornam

recalcitrantes. Esperamos que o domínio do conhecimento, bem como as vantagens que

os biossurfactantes oferecem em outros setores industriais sejam exercidos da mesma

forma quando se trata de resolver problemas ambientais.

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