centro universitÁrio do cerrado patrocÍnio … · de aplicação do herbicida chlorimuron-ethyl...

25
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO Graduação em Tecnologia em Cafeicultura FITOTOXICIDEZ DE CHLORIMURON-ETHYL EM MUDAS DE CAFEEIRO ASSOCIADO OU NÃO A AMINOÁCIDOS Warley Abadio Rodrigues PATROCÍNIO 2017

Upload: nguyentuyen

Post on 07-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO

PATROCÍNIO

Graduação em Tecnologia em Cafeicultura

FITOTOXICIDEZ DE CHLORIMURON-ETHYL EM MUDAS DE

CAFEEIRO

ASSOCIADO OU NÃO A AMINOÁCIDOS

Warley Abadio Rodrigues PATROCÍNIO

2017

WARLEY ABADIO RODRIGUES

FITOTOXICIDEZ DE CHLORIMURON-ETHYL EM MUDAS DE

CAFEEIRO

ASSOCIADO OU NÃO A AMINOÁCIDOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de Tecnólogo em Cafeicultura, pelo Centro Universitário do Cerrado Patrocínio.

Orientador: Prof. D.Sc. Aquiles Junior da

Cunha. PATROCÍNIO

2017

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO

PATROCÍNIO Graduação em Tecnologia em Cafeicultura

Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Fitotoxicidez de chlorimuron-ethyl em mudas de cafeeiro associado ou não a aminoácidos” de autoria do graduando Warley Abadio Rodriguês, aprovado pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:

__________________________________________________ Prof. D.Sc. Aquiles Junior da Cunha

Instituição: UNICERP

__________________________________________________

Prof.ª.D.Sc. Ana Beatriz Traldi

Instituição: UNICERP

__________________________________________________

Prof.Esp. Caio Marcos Veloso

Instituição: UNICERP

Data de aprovação:___/___/____

Patrocínio, ______de dezembro de 2017

DEDICO A todos aqueles qυe, dе

alguma forma, estiveram е estão

próximos dе mim, fazendo esta

vida valer cada vеz mais а pena.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado saúde e inteligência para superar todas as

dificuldades e conseguir chegar onde hoje estou.

A esta instituição de ensino (centro universitário do cerrado - Unicerp) pelo excelente

ambiente oferecido aos seus alunos e os profissionais qualificados que disponibiliza

para nos ensinar;

Agradeço ao meu orientador, Prof. D. Sc. Aquiles Junior da Cunha, pela paciência,

dedicação e ensinamentos que possibilitaram que eu realizasse este trabalho;

À Professora D. Sc. Ana Beatriz Traldipor toda sua atenção, dedicação e esforço para

que eu pudesse ter confiança e segurança na realização deste trabalho.

Agradeço de forma especial ao meu pai Vando Rodrigues e à minha mãe Luciene

Rodrigues, por não medirem esforços para que eu pudesse levar meus estudos adiante,

aos meus irmãos: Alex, Amanda, Hugo e Vitor Hugo. A minha namorada Amanda que

sempre esteve presente em cada momento dessa minha caminhada. Ao meu sogro e

minha sogra. Aos meus grandes amigos Emerson (Borgin), e ao Wesley, que sempre

foram grandes companheiros. Meus avós e tios por compreenderem minha ausência.

A todos que de forma direta ou indiretamente fizeram parte da minha vida e da

realização deste sonho, meu muito obrigado!

Pois é Deus quem

efetua em vocês tanto o querer quanto

o realizar, de acordo com a boa

vontade dele.

Filipenses 2:13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Forma de aplicação do herbicida chlorimuron na linha de plantio do cafeeiro........17

Tabela 2- Diâmetro de caule (mm) e altura (cm) de plantas de cafeeiro em função de formas

de aplicação do herbicida Chlorimuron-ethyl em pós-emergência das plantas

daninhas....... 19 Tabela 3- Número médio de nós por ramo e comprimento (cm) de ramos (plagiotrópicos de

plantas de cafeeiro em função de formas de aplicação do herbicida Chlorimuron-

ethyl em pós-emergência das plantas

daninhas....................................................................... ............... 20

RESUMO

A cafeicultura brasileira passa por uma grande revolução tecnológica, com maiores

investimentos em modernos insumos e ganhos significativos de produtividade e qualidade do

café. A fase de formação do cafeeiro compreende uma etapa bastante crítica, haja visto o

pequeno crescimento inicial das mudas e a grande sensibilidade à interferência das plantas

daninhas. O manejo correto é manter uma faixa de 40 a 50 cm de cada lado das mudas no

limpo, evitando-se assim a mato-competição. Avaliou-se nesse estudo a interferência de

diversas formas de aplicação em pós-emergência do herbicida Chlorimuron-ethyl sobre as

mudas de cafeeiro. Os resultados obtidos mostraram que, independentemente das formas de

aplicação, em jato dirigido, simulando deriva sobre as mudas, ou associando a aplicação de

fertilizantes à base de aminoácidos sobre as mudas de cafeeiro, não afetaram as características

vegetativas das mudas avaliadas. No entanto, a época de aplicação dos tratamentos coincidiu

com o início do período seco, o que pode ter prejudicado sua translocação nas mudas de

cafeeiro nos tratamentos que simularam deriva sobre as mudas, não havendo portanto o efeito

fitotóxico esperado.

Palavras-chave: Coffea arábica Mato-competição. Plantas daninhas.

SUMÁRIO

CAPITULO 1 ...................................................................................................................... 10

1INTRODUÇAO ................................................................................................................ 10

2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 12

2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 12

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 12

CAPITULO 2 – FITOTOXICIDEZ DE CHLORIMURON-ETHYL EM MUDAS

DE CAFEEIRO ASSOCIADO OU NÃO A AMINOÁCIDOS ...................................... 13

RESUMO ............................................................................................................................ 13

CHLORIMURON-ETHYL PHYTOXICITY IN COFFEE SEEDLING

ASSOCIATED OR NOT TO AMINOACIDS ................................................................. 14

ABSTRACT ........................................................................................................................ 14

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15

2 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 17

3 RESULTADOS E DISCUSSÂO .................................................................................... 19

4 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 23

CAPITULO 3 ...................................................................................................................... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 24

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 25

10

CAPITULO 1

1INTRODUÇAO

O café é uma das principais commodities agrícolas do Brasil e a principal do Estado de

Minas Gerais, e pela estimativa da CONAB (2017), espera-se uma safra 2017 entre 43 e 47

milhões de sacas. O agronegócio do café emprega grande quantidade de mão-de-obra,

contribuindo muito para a economia nacional. Por isso, a busca de tecnologia em toda cadeia

produtiva é constante, pois é possível diminuir o custo de produção, aumentar o rendimento

de trabalho e, ainda, conseguir produtividade maior. Para maximizar a eficiência, é de

extrema importância investir em novas tecnologias e também em busca de informações.

As tecnologias disponíveis para o cafeeiro também se aplicam em plantas daninhas.

Existem diversas espécies que competem com o cafeeiro, cada região possui algumas

predominantes. As diferentes plantas encontradas também se dão pelo: tipo de metabolismo

fotossintético c3 ou c4; pelo ciclo vegetativo, entre outros. Um grande problema causado

pelas plantas daninhas na formação da lavoura é o atraso que causam no desenvolvimento

inicial, em que a planta busca atingir o estádio reprodutivo.

Portanto, é preciso sempre deixar a linha de plantio “limpa” pois, adubos e outros

insumos aplicados terão melhor aproveitamento. É preciso sempre tomar o cuidado de não

deixar as plantas daninhas ficarem maior que o cafeeiro, porque irá ter uma grande

competição de nutrientes na qual o cafeeiro poderá até apresentar alguma deficiência, mesmo

tendo feito todas as correções necessárias. A longo prazo, irá ocorrer o retorno desses

nutrientes, mas é demorado pois terá que ocorrer todo processo de decomposição e a liberação

é bastante lenta. Em cafeeiro adulto isso até seria interessante pois tem uma reserva maior,

que consegue esperar essa liberação, isso se não for em ano de carga alta, pois se for, precisa

de nutrientes mais rapidamente disponíveis, para enchimento de grãos e crescimento de parte

vegetativa, a qual em anos de alta produtividade, pode levar ao esgotamento e,

consequentemente perdas dos ápices dos ramos plagiotrópicos.

11

Outro ponto a ser observado é que plantas daninhas, concorrendo com o cafeeiro novo,

deixa as plantas mais susceptíveis a cercosporiose e a bicho mineiro (MATIELLO, 2016). Por

outro lado não é aconselhável deixar o solo totalmente livre de plantas daninhas, em especial

os arenosos, no qual elas tem importante papel no controle da erosão.

Existe alguns mecanismos disponíveis para o controle de plantas daninhas no cafeeiro

em formação, os mais usados são: controle mecânico – realizado com trincha, grade

cultivadora, roçadeira. Controle químico- é feito com o uso de herbicidas que tenham total ou

parcial seletividade. Com esse mecanismo é possível atingir mais precisamente as plantas

daninhas, de forma superior economicamente a capina manual (LORENZI, 2014).

Esses são os métodos mais comuns e mais usados, há na literatura outros métodos de

controle, porém, não tão usados. Dentre eles os: herbicidas “naturais” que, em geral, é feito

com a extração de moléculas de microrganismo e de plantas (HATZIOS, 1987). Com a

introdução de agentes, dentre eles os insetos predadores da ordem, Lepidóptera, Hemíptera,

Díptera e Coleóptera, pode-se conseguir baixar seu nível de infestação (DEUBER,1992).

Contudo, o método que mas proporciona melhor custo- benefício é o controle químico,

pois demanda pouca mão-de-obra, consegue realizar a operação com menos tempo de serviço

e ainda, oferece vantagens como por exemplo, não danificar o ramo ortotrópico da muda de

café, que por sinal é uma grande porta de entrada de doença em especial as fúngicas.

Pensando por outro lado, a forma de controle químico oferece desvantagens em períodos

chuvosos onde fica difícil a aplicação, correndo riscos de perdê- lá se aplicado e logo após

ocorrer chuva.

O uso de herbicidas não seletivos também é um entrase, pois pode trazer problemas a

curto e longo prazo. Uma alternativa usada para o controle de dicotiledôneas, em mudas

recém implantadas no campo é o uso de herbicidas pós emergentes como o clorimuron.

Porém, a aplicação de maneira não seletiva poderá causar alterações no desenvolvimento das

mudas de cafeeiro e causar sinais de fitotoxicidez. Dessa forma, trabalhos que avaliem a

interferência desse herbicida na aplicação em pós- emergência sobre as plantas daninhas e de

maneira não seletiva sobre o cafeeiro, bem como, a utilização de aminoácidos associados são

de extrema importância para o correto manejo do cafeeiro em formação.

12

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Foi avaliada a fitotoxicidez pelo o clorimuron no cafeeiro, objetivando verificar quais os

possíveis danos que o uso deste herbicida pode trazer em decorrência do seu uso sobre a

muda, pra atingir as plantas daninhas que se encontram na linha de plantio. Com base nos

resultados obtidos técnicos e produtores terão conhecimento cientifico para aplicar tais

técnicas no campo de forma a amenizar plantas invasoras.

2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste estudo foram:

•avaliar o tamanho da planta (cm);

•o número de nós por ramo (unid);

•sintomas de fitointoxicaçao;

•tamanho de ramos plagiotrópicos (cm);

•diâmetro de caule (mm).

13

CAPITULO 2 – FITOTOXICIDEZ DE CHLORIMURON-ETHYL EM MUDAS DE

CAFEEIRO ASSOCIADO OU NÃO A AMINOÁCIDOS

RESUMO

O uso de herbicidas sobre mudas de cafeeiro no campo vem crescendo devido ao elevado

custo de mão de obra. É possível fazer o controle de plantas daninhas monocotiledôneas e

dicotiledôneas de forma química, com a combinação de herbicidas seletivos a planta cafeeira,

com isso o produtor pode ter uma redução nos gastos e um ganho de tempo, sendo mais

rápida a aplicação de herbicida do que a capina manual. O objetivo deste trabalho foi avaliar a

possível fitotoxicidez causada pelo o herbicida chlorimuron – ethyl. O experimento foi

conduzido durante o período de abril a julho de 2017, na fazenda Macaúbas de Baixo,

município de Patrocínio/MG. Foi realizado apenas uma avaliação, avaliando as seguintes

característica: Sintomas de fitotoxidez na muda; Altura das plantas; Número médio de

nós/ramo; Diâmetro de caule. Este trabalho foi composto por 4 tratamentos, 5 repetições,

totalizando 20 parcelas experimentais. Sendo os tratamentos: T1 - Testemunha (capina

manual); T2 – Chlorimuron – ethyl, com deriva nas mudas; T3 – Chlorimuron – ethyl em jato

dirigido; T4 – Chorimuron – ethyl com deriva + aminoácidos. Com as avaliações em campo e

os dados submetidos a análise estatística pelo o teste de Tukey ao nível de 5% de

significância, foi possível verificar que o uso do herbicida Chlorimuron – ethyl com deriva

nas mudas, não causou interferência alguma nas características vegetativas e também não

apresentou sintomas de fitotoxicidez, portanto seu uso é justificado principalmente, pelo seu

custo/benefício

Palavras chave: Herbicida no café. Plantas daninhas. Uso de chlorimuron.

14

CHLORIMURON-ETHYL PHYTOXICITY IN COFFEE SEEDLING ASSOCIATED

OR NOT TO AMINOACIDS

ABSTRACT

The use of herbicides on coffee seedlings in the field has been increasing due to the high cost

of labor. It is possible to control monocotyledonous and dicotyledonous weeds in a chemical

way, with the combination of selective herbicides into the coffee plant, with this the producer

can have a reduction in expenses and a gain of time, once the application of herbicide is faster

than the manual weeding. The objective of this work is to evaluate the possible phytotoxicide

caused by the herbicide chlorimuron-ethyl. The experiment was conducted during the period

of April to July of 2017, at the Macaúbas de Baixo farm, in the municipality of

Patrocínio/MG. Only one evaluation was carred out, monitoring the following characteristics:

symptoms of phytotoxicity in molt; height of plants; average number of nodes/branch; and

stem diameter. This work was composed of 4 treatments and 5 repetitions, totaling 20

experimental plots. The treatments were: T1 - Witness (manual weeding); T2 - Chlorimuron-

ethyl with drift in the seedlings; T3 - Chlorimuro –ethyl, directed jet; and T4 - Chorimuron-

ethyl with drift plus amino acids. The field evaluations and the data were submitted to

statistical analysis by the Tukey Test at 5% level of significance, making possible to verify

that the use of the herbicide Chlorimuron-ethyl was derived in the seedlings and it did not

cause any interference in the vegetable and also had no symptoms of phytotoxicide were

noted, therefore its use is justified mainly by its cost/benefit.

Keywords: Herbicide in coffee. Use of chlorimuron.Weeds.

15

1 INTRODUÇÃO

O agronegócio do café emprega grande quantidade de mão-de-obra, por isso, a busca de

tecnologia em toda cadeia produtiva é constante, pois é possível diminuir o custo de

produção, aumentar o rendimento de trabalho e ainda conseguir uma produtividade maior.

Para maximizar a eficiência é de extrema importância investir em novas tecnologias e também

informações.

O cafeeiro, quando recém plantado, deve passar por diversos cuidados, pois ainda é uma

planta muito sensível e pode encontrar diversos fatores que o prejudique durante o seu

desenvolvimento. Dentre eles, podemos destacar as plantas daninhas. A presença dessas

espécies podem contribuir para diversos problemas, como por exemplo: a diminuição da

absorção de nutrientes fornecidos via solo, os quais terão parte absorvidos pelas plantas

daninhas ao invés do café, com essa competição de nutrientes o cafeeiro poderá até apresentar

algumas deficiências, mesmo tendo feito todas as correções necessárias.

Outro ponto a ser observado é que, plantas daninhas concorrendo com o cafeeiro recém

implantado, deixa as plantas mais susceptíveis à cercosporiose e ao bicho mineiro

(MATIELLO, 2016). Por outro lado, não é aconselhável deixar o solo totalmente livre de

plantas daninhas, em especial os arenosos, na qual elas tem um importante papel no controle

da erosão.

Dentre os principais métodos de manejo se destacam: controle-mecânico, com o uso da

trincha, grade cultivadora, roçadeira; controle químico, com o uso de herbicidas, que tenham

total ou parcial seletividade. Com esse mecanismo é possível atingir mais precisamente as

plantas daninhas, de forma superior economicamente à capina manual (LORENZI, 2014).

Existe também na literatura outros métodos de controle, porém, não tão usados, tais como os

herbicidas “naturais” que, em, geral são feitos com a extração de moléculas de microrganismo

e de plantas (HATZIOS,1987). Com a introdução de agentes, dentre eles, os insetos

predadores da ordem Lepidóptera, Hemíptera, Díptera e Coleóptera, pode conseguir baixar

seu nível de infestação (DEUBER, 1992).

O controle químico proporciona melhor custo-benefício, pois demanda pouca mão-de-

obra, consegue realizar a operação com menos tempo de serviço, e ainda oferece vantagens,

16

como por exemplo, não danificar o ramo ortotrópico da muda de café, que por sinal é uma

grande porta de entrada de doença em especial as fúngicas.

No cafeeiro em formação, as plantas daninhas causam maiores interferências que em

lavouras já formadas, haja visto a pequena taxa de desenvolvimento inicial da muda recém-

plantada no campo. O controle geralmente é feito na faixa de plantio da muda,

aproximadamente 40 a 50 cm de cada lado. Normalmente, o controle na faixa é realizado com

capinas e aplicações de herbicidas em pré–emergência. No entanto, nos últimos anos, tem–se

aumentado a aplicação de herbicidas em pós–emergência na linha de plantio, um desses

herbicidas é o clorimuron–ethyl, cujo mecanismo de ação é a inibição da enzima

acetolactatosintase (ALS) e pode causar injúrias às mudas de cafeeiro se aplicado de maneira

“ não–seletiva.”, pois essa enzima é responsável pela síntese dos aminoácidos vanila, leucina

e isoleucina. A inibição desta enzima interrompe a produção de proteínas, interferindo na

divisão celular e levando a planta à morte. Portanto, deve ser avaliado os riscos de uma

aplicação de herbicidas não seletivos, pois, podem trazer problemas a curto e longo prazo,

como: interferência no crescimento da planta; e perda de produtividade.

Dessa forma, trabalhos que avaliem a interferência desse herbicida na aplicação em pós-

emergência sobre as plantas daninhas e de maneira não seletiva sobre o cafeeiro, bem como a

utilização de aminoácidos associados são de extrema importância para o correto manejo no

cafeeiro em formação. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar o possível efeito fitotóxico

do herbicida chlorimuron – ethyl em mudas de cafeeiro associados ou não a aminoácidos, pois

um conjunto de aminoácidos poderá repor os que estão em falta quando o herbicida

clorimuron – ethyl inibir a enzima (ALS).

17

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido durante o período de abril a julho de 2017 na fazenda

Macaúbas de baixo, município de Patrocínio/MG, com altitude de 878 m, 19 1’6,574 latitude

sul e 47 16’0, 506 longitude oeste. A área foi formada com uma lavoura de café recém

implantada, em janeiro/2017, o espaçamento da mesma foi de 3,80 x 0,60m, em sistema de

sequeiro. O solo dessa área é classificado como Latossolo vermelho amarelo, de textura

argilosa. O clima da região é tropical, com verão úmido e inverno seco, a classificação do

clima é Aw. A temperatura média é 21,4 °C, com precipitação média anual de 1507 mm.

O experimento foi realizado com quatro tratamentos, correspondentes à forma de

aplicação do herbicida clorimuron na linha de plantio do cafeeiro (Tabela 1).

Tabela 1. Tratamentos experimentais

Tratamentos Dosagem (g/ha) Forma de aplicação

T1 0 Testemunha (capina manual)

T2 80 Chlorimuron com deriva nas mudas

T3 80 Chlorimuron em jato dirigido

T4 80 Chorimuron com deriva + aminoácidos

O delineamento utilizado foi em blocos casualizado (DBC), com 5 repetições,

totalizando 20 parcelas experimentais. Cada parcela foi constituída por uma linha com 10

plantas.

Para condução do experimento foi utilizado um pulverizador costal com 20 litros de

capacidade, o qual foi calibrado com uma regulagem de volume de calda de 200L/ha. A dose

usada do herbicida com princípio ativo, clorimuron etílico foi de 8 gramas/20litros d’água.

Foi usado bico tipo defletor com ângulo de 110 graus, para os tratamentos T2, T3 e T4, para o

tratamento T3 foi usado além do bico um protetor para evitar derivas, conhecido como

“chapéu napoleão”. No tratamento T1 foi realizado a capina manual como testemunha com

18

auxílio de uma enxada; tratamento 2 foi usado o herbicida clorimuron na faixa sobre a muda;

no tratamento 3 foi realizado clorimuron em jato dirigido; e no tratamento 4 foi usado

clorimuron na faixa sobre a muda, com aplicação do produto com nome comercial

PREMIUM na dose de 1L/há, o qual contém diversos aminoácidos, três dias após o uso do

herbicida sobre as mudas.

Como o clorimuron é um herbicida seletivo somente para dicotiledôneas e na área do

experimento também havia plantas monocotiledôneas, foi usado para o controle 30 dias após

a aplicação do clorimuron, para todos os tratamentos o herbicida com o princípio ativo

haloxifope-p-metílico (124,70 g/L) na dose de 0,5 L/ha, do produto comercial, já que o

mesmo é seletivo para o cafeeiro e não causaria interferência no experimento.

O manejo na lavoura como as adubações, pulverizações foliares para o controle de

pragas e doenças e nutrição foliar foram realizadas normalmente, conforme as recomendações

técnicas, segundo Matielo et al (2016).

As características avaliadas foram:

•Sintomas de fitotoxidez na muda como, amarelecimento e folhas levemente torcidas. Para

essa avaliação o método utilizado foi a diagnose visual técnica;

•Altura das plantas para verificar se o uso do herbicida chlorimuron influenciou no

crescimento inicial das plantas. O método usado para coleta de dados foram a medição com

fita métrica;

•Número médio de nós/ramo. Para obter o resultado foi feita a contagem do número de nós

em 2 ramos plagiotrópicos um de cada lado da planta sendo padronizado para todas as

plantas;

•Diâmetro de caule, para verificar se o uso do clorimuron causou alguma interferência no

desenvolvimento secundário da planta. Para avaliar foi usado o equipamento paquímetro;

Todas as características avaliadas foram realizadas nas 6 plantas centrais de cada

parcela.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e, no caso de diferenças

significativas, as médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. O

programa estatístico utilizado foi o ASSISTAT® (SILVA, 2016).

19

3 RESULTADOS E DISCUSSÂO

As diversas formas de aplicação do herbicida Chorimuron-ethyl em pós-emergência

para o controle das plantas daninhas na linha de plantio não influenciaram significativamente

o diâmetro de caule e a altura das plantas do cafeeiro recém plantado (Tabela 2).

TABELA 2. Diâmetro de caule (mm) e altura (cm) de plantas de cafeeiro em função de

formas de aplicação do herbicida Chlorimuron-ethyl em pós-emergência das

plantas daninhas

Tratamentos Diâmetro de

caule (mm)

Altura (cm)

Testemunha (capina manual) 7,44 a 26,01 a

Chlorimuron com deriva nas mudas 7,32 a 27,88 a

Chlorimuron em jato dirigido 6,76 a 27,66 a

Chorimuron com deriva + aminoácidos 6,54 a 25,66 a

DMS 2,15 5,44

CV (%) 16,36 10,81

* Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de 5% de

significância. (P>0,05)

Segundo BORGES (2014), o uso do herbicida chlorimuron – ethyl, principalmente

quando foi usado super doses na plantação de batata, foi prejudicial, pois houve sintomas

visuais de fitotoxidade, ocorreu redução do crescimento, diminuiu a produtividade quando

comparado com a testemunha, ocorreu também rachaduras no tubérculo. Todos esses

sintomas só foram observados quando foi utilizado superdoses, sendo em doses normais

nenhuma anomalia observada. Contudo, as características fisiológicas das plantas não foram

afetadas, pelo o uso do herbicida.

Da mesma forma das variáveis anteriores, as formas de aplicação do herbicida

Chlorimuron-ethyl em pós-emergência das plantas daninhas não influenciaram de forma

20

significativa o número médio de nós e o comprimento médio de ramos plagiotrópicos das

plantas do cafeeiro recém plantadas no campo (Tabela 3).

TABELA 3. Número médio de nós por ramo e comprimento (cm) de ramos (plagiotrópicos de

plantas de cafeeiro em função de formas de aplicação do herbicida Chlorimuron-

ethyl em pós-emergência das plantas daninhas

Tratamentos Número médio de

nós por ramo

Comprimento

de ramos (cm)

Testemunha (capina manual) 4,21 a 9,79 a

Chlorimuron com deriva nas mudas 4,38 a 10,69 a

Chlorimuron em jato dirigido 3,87 a 10,07 a

Chorimuron com deriva + aminoácidos 4,38 a 9,70 a

DMS 1,96 5,55

CV (%) 24,75 29,38

* Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de 5% de

significância. (P>0,05)

Neste trabalho verificou-se que não houve interferência do herbicida clorimuron na

muda do cafeeiro, uma das hipóteses para isso ter ocorrido é que o período no qual foi feito a

aplicação deste herbicida não havia umidade no solo, interferindo na absorção e translocaçâo

do mesmo, pelas as plantas do cafeeiro, pois o mecanismo de ação é a inibição da ALS, a

enzima chave na rota de biossíntese de aminoácidos valina, leucina e isoleucina. Após a

absorção, estes herbicidas são rapidamente translocados para áreas de crescimento ativo

(meristemas, ápices), onde o crescimento é inibido em plantas suscetíveis, porém a falta de

umidade no período de aplicação pode ter implicado para que essa translocação não

acontecesse.

Em concordância com este trabalho, Matielo (2016) verificou em ensaios que o uso do

clorimuron não ocasionou efeito negativos sobre mudas de cafeeiro. Foi usado apenas ele em

tanque e também em misturas como clorimuron + haloxifope-p-metílico, sendo verificado que

seu uso pode ser feito sem prejuízos a cultura.

Apesar de não ter registro para a utilização na cultura do cafeeiro, o herbicida

chlorimuron-ethyl tem sido bastante utilizado pelos cafeicultores, para o controle das plantas

21

daninhas latifolicidas na linha de plantio de mudas do cafeeiro no campo. No presente

trabalho as diversas formas de aplicação do herbicida simulando deriva nas folhas das mudas

de café não interferiram nas características vegetativas e também não apresentaram sinais de

fitotoxicidez nas mudas do cafeeiro. Portanto, sua utilização é justificável no manejo do

controle de plantas daninhas dicotiledôneas em pós-emergência nas lavouras recém-plantadas

no campo, principalmente em áreas aonde não foi possível a aplicação de herbicidas em pré-

emergência ou aonde não é possível realizar as capinas manuais devido ao seu alto custo.

22

4 CONCLUSÕES

Não houve interferência do herbicida chlorimuron-ethyl nas características vegetativas

das mudas de cafeeiro no campo.

Não houve sintomas de fitotoxicidez do herbicida chlorimuron-ethyl nas mudas de

cafeeiro no campo.

Recomenda-se o uso do herbicida com principio ativo clorimurom-etílico 250g/kg, na

dose de 80g/ha do produto comercial, pois o mesmo é eficiente no controle de plantas

daninhas e não verificou nenhuma fitotoxidez neste trabalho.

23

REFERÊNCIAS

BORGES, M. ; REZENDE. Produtividade de tubérculos de batata sob deriva simulada

do herbicida clorimuron etílico. In: 53º Congresso Brasileiro de Olericultura, 2014, Palmas.

Anais do 53º Congresso Brasileiro de Olericultura, 2014.

CONAB. Safra de café em 2017 pode ficar entre 43 e 47 milhões de sacas. Disponível em

<http://www.conab.gov.br> Acesso em: 30-08-2017.

DEUBER, R. Ciência das platas daninhas: fundamentos. Jaboticabal: FUNEP, 1992. V.

1,431.

HATZIOS, K. K. Biotecnologyaplications in weed management. Now and in the future:

advances in agronomy,San Diegov.41, p.325-375, 1987.

LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas – plantio direto

e convencional. 7.ed. Nova Odessa: Instituto plantarum, 2014. 371p.

MATIELLO, J. B. et al. Cultura de café no Brasil: manual de recomendações, edição

2015 São Paulo: FUTURAMA EDITORA, 2016.

24

CAPITULO 3

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de não ter registro para a utilização na cultura do cafeeiro, o herbicida

chlorimuron-ethyl tem sido bastante utilizado pelos cafeicultores para o controle das plantas

daninhas latifolicidas na linha de plantio de mudas do cafeeiro no campo. No presente

trabalho as diversas formas de aplicação do herbicida simulando deriva nas folhas das mudas

de café não interferiram nas características vegetativas e também não apresentaram sinais de

fitotoxicidez nas mudas do cafeeiro. Portanto, sua utilização é justificável no manejo de

plantas daninhas dicotiledôneas em pós-emergência nas lavouras recém-plantadas no campo,

principalmente em áreas onde não foi possível a aplicação de herbicidas em pré-emergência

ou onde não é possível realizar as capinas manuais devido ao seu alto custo.

25

REFERÊNCIAS

CONAB. Safra de café em 2017 pode ficar entre 43 e 47 milhões de sacas. Disponível

em <http://www.conab.gov.br> Acesso em: 30-08-2017.

DEUBER, R. Ciência das platas daninhas: fundamentos. Jaboticabal: FUNEP, 1992. V.

1,431.

HATZIOS, K. K. Biotecnologyaplications in weed management. Now and in the future:

advances in agronomy,San Diegov.41, p.325-375, 1987.

LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas – plantio direto

e convencional. 7.ed. Nova Odessa: Instituto plantarum, 2014. 371p.

MATIELLO, J. B. et al. Cultura de café no Brasil: manual de recomendações, edição

2015 São Paulo: FUTURAMA EDITORA, 2016.

SILVA, FAZ; AZEVEDO, CAV.The Assistat software version 7.7 and its use in the

analysis of experimental data.African journal research. v.1, n.39, p. 3733-3740, sep, 2016.