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1
CENTRO PAULA SOUZA
PROGRAMA DE MESTRADO EM TECNOLOGIA
WALTER PICHI JUNIOR
Construção de Protótipo Para Ensino na Área Tecnológica: Cromatografia como estudo de caso
SÃO PAULO -SP OUTUBRO 2011
2
Walter Pichi Junior
Construção de Protótipo Para Ensino na Área Tecnológica: Cromatografia como estudo de caso
SÃO PAULO - SP OUTUBRO 2011
Dissertação apresentada como exigência para obtenção do título de Mestre em tecnologia no Centro Estadual de Educação tecnológica Paula Souza, no Programa de Mestrado em Tecnologia: Gestão Desenvolvimento e Formação, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia Pereira da Silva
3
FICHA ELABORADA PELA BIBLIOTECA NELSON ALVES VIANA
FATEC-SP / CEETEPS
Pichi Junior, Walter
P592c Construção de protótipo para ensino na área tecnológica:
cromatografia como estudo de caso / Walter Pichi Junior. – São
Paulo : CEETEPS, 2011.
140 f. : il.
Orientadora: Profª. Drª Maria Lúcia Pereira da Silva.
Dissertação (Mestrado) – Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza, 2011.
1. Ensino em engenharias. 2. Interação de fluídos. 3. Miniaturização. 4. Cromatografia. I. Silva, Maria Lúcia Pereira da. II. Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. III. Título.
4
5
Agradecimentos Agradeço ao Dr. Roberto Rocha Lima pela infra-estrutura oferecida e pela
oportunidade de trabalhar ao seu lado
À Profª Drª Maria Lucia Pereira da Silva com quem eu tive o prazer de trabalhar e
aprender um pouco de seu vasto conhecimento, o meu obrigado pela oportunidade.
Aos meus amigos, em especial, André, Christian, Leonardo, Edson R, Edson S.,
Roberto, Wilson, pelo apoio e pela ajuda no desenvolvimento deste protótipo.
À FAPESP e ao CNPq pelo apoio financeiro.
6
Resumo – O ensino tecnológico demanda, muitas vezes, equipamentos de alto
custo e que, na maioria das vezes, não facilitam a compreensão dos fenômenos
ocorrendo durante o seu uso. Uma solução possível é a simulação, mas esta, se
desprovida de experimentação, não contribui para elucidar os problemas reais da
utilização destes equipamentos. O cromatógrafo a gás é um dos casos, onde a
correta manipulação de fluidos aquecidos em microcanais é essencial para a
performance do instrumento. Portanto, o objetivo deste trabalho foi criar protótipo, e
correspondente simulação, para utilização no ensino de cromatografia.
O protótipo foi produzido com materiais de baixo custo e equipamento convencional
de usinagem ou por produção de placas de circuito impresso convencional. A
simulação utilizou o programa FEMLAB® e foi feita em 1D.
O conjunto pode ter duas funções distintas, pois, devido à miniaturização, é pequeno
o suficiente para o uso em demonstrações em sala de aula (em um arranjo
denominado kit do professor), mas também permite a atuação de um grupo de
alunos (arranjo denominado kit do aluno).
Os testes efetuados apresentam como performance do protótipo: possibilidade de
compreender a relação entre a programação de temperatura e o perfil do pico
cromatográfico, com bom limite de detecção para compostos orgânicos voláteis (da
ordem de ppm ou menos).
7
Abstract – Many times, technological teaching requires high cost equipment;
however, such equipment usually does not facilitate the knowledge the phenomena
that rules its performance. A possible solution is the use of simulation; nonetheless,
without experimentation it is impossible to sort out the actual problems involved on
using complex equipment. Gas chromatograph is a useful example, in which the
proper manipulation of heated fluids in microchannels is essential for a good
performance. Thus, the aim of this work was to produce a prototype, and respective
simulation, to be used on chromatography teaching.
The prototype was produced with low cost material and conventional tools or using
conventional printed circuit boards. The 1D simulation was performed using
FEMLAB® program.
The whole system shows two different uses because is portable enough to be used
on demonstration during class (teacher‟s kit) whereas, due to miniaturization also
allows manipulation by student team (students´ kit).
Tests pointed out as prototype performance: understanding correlation between
temperature profile and chromatogram shape, good detection limit (ppm or less) to
organic volatile compounds.
Palavras-chave: Ensino em engenharias, Interação de fluidos, Miniaturização,
Cromatografia.
8
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 Esquema dos blocos que forma um cromatógrafo a gás 18
Figura 2.2 Representação do tempo morto e do tempo de retenção 20
Figura 2.3 Representação de um ciclo de cromatografia ............... 21
Figura 2.4(a) Difusão longitudinal, (b) Transferência da massa
móvel
23
Figura 2.4 (c) Contribuição dos diferentes termos da equação de
Van Deemter.....................................................................................
23
Figura 2.5 Evolução do numero de publicações................................ 25
Figura 2.6 Estrutura de acrílico, capilares em aço inoxidável.......... 28
Figura 2.7(a) Montagem da coluna com a resistência de
aquecimento envolvida pelo celerol 2.7(b). Vista do conjunto..........
29
Figura 3.1 Principais funções abordadas pela engenharia do
processo, pela engenharia do produto e pelo gerenciamento..........
32
Figura 3.2 As etapas do ciclo de vida do projeto de software.......... 34
Figura 3.3 Descrição das etapas do pré projeto............................... 35
Figura 3.4 Etapas do trabalho.......................................................... 36
Figura 3.5 Fluxograma de decisão adotado...................................... 41
Figura 4.1 Esquema de blocos de um cromatógrafo a gás.............. 44
Figura 4.2 Gráfico da sensibilidade do sensor.................................. 48
Figura 4.3 Diagrama de testes da bancada de testes....................... 55
Figura 4.4 Válvula de teste e dimensões da mesma......................... 57
Figura 4.5 Coluna ilustrativa e sistema de aquecimento................... 68
Figura 4.6 Perfil genérico de uma rampa de temperatura e seu
respectivo cromatograma..................................................................
69
Figura 4.7(a)e (b) Variações de temperatura em função do tempo. 70
Figura 4.8 Rampas de aquecimento obtidas com numero de
intervalos implementados.................................................................
71
Figuras 4.9(a) a(d) perfis do componente dentro da coluna............ 73
Figuras 4.10(a) Injeção de propanol a temperatura ambiente e a
(b) temperatura de 28°C
74
Figura 4.11 Família de microcontroladores....................................... 78
9
Figura 4.12 Controlador 18f2550 e diagrama esquemático.............. 79
Figura 4.13 Elementos de programação assembly........................... 79
Figura 4.14 Diagrama de programação em linguagem “C”............... 80
Figura 4.15 Fluxograma do software desenvolvido........................... 81
Figura 4.16 Retificação e filtragem.................................................... 82
Figura 4.17 Estabilização da fonte e filtragem................................... 83
Figura 4.18 Circuito montado de aquisição de dados...................... 84
Figura 4.19 Circuito de entrada de dados......................................... 85
Figura 4.20 (a)Interior do sensor e (b) Esquema elétrico do TGS
2620 ..................................................................................................
86
Figura 4.21 Aspecto final do módulo................................................ 87
Figura 4.22 Vista do painel frontal .................................................. 88
Figura 4.23 Vista do interior do módulo de aquisição....................... 89
Figura 4.24 Vista superior do módulo............................................ 90
Figura 4.25 Vista em detalhe do módulo de aquecimento................ 90
Figura 4.26..Detalhes das válvulas de admissão.............................. 91
Figura 4.27 Vista do sistema de distribuição de para as válvulas
superiores
92
Figura 4.28 Simbologia equivalente das três válvulas soldadas....... 93
Figura 4.29 Vista em detalhes das válvulas superiores.................... 94
Figura 4.30 Representação esquemática das válvulas..................... 94
Figura 4.31 Representação real da posição da válvula..................... 95
Figura 4.32 conexão da válvula superior com o microreator............. 95
Figura 4.33 Indica o estado que se encontra o sistema eletrônico.. 96
Figura 4.34 injeção de álcool isopropilico 50 µl 98
Figura 4.35 injeção de álcool isopropilico 10 µl 99
Figura 4.36 injeção de álcool isopropilico 10 µl 100
Figura 4.37 injeção de álcool isopropilico 5 µl 101
Figura 4.38 injeção de álcool isopropilico 3 µl 102
Figura C1(a) Controlador utilizado e (b) Funções do teclado............ 113
Figura C2 Possíveis esquemas de ligação do controlador............... 114
Figura C3 Esquema de ligação do rele com o resistor de
aquecimento......................................................................................
115
10
Figura C4 curva do PT100................................................................ 116
Figura E.1 Lista de arquivos do programa aquisitor.......................... 123
Figura F.1 Controlador de emissor de gases.................................... 125
Figura F.2 Identificação da porta....................................................... 126
Figura F.3a Seleção da porta selecionada........................................ 127
Figura F.3b Identificação do controlador ao computador.................. 128
Figura F.4 Identificação de canais amostrados................................. 129
Figura F.5 Identificação do numero de amostras por segundo ........ 130
Figura F.6 Identificação do tempo de amostragem .......................... 131
Figura F.7a Identificação da pasta de arquivos................................. 132
Figura F.7b Seleção da pasta destino............................................... 133
Figura F.7c Seleção da pasta destino............................................... 133
Figura F.7 d Identificação da pasta destino....................................... 134
Figura F.7e Seleção de iniciar/parar amostragem............................. 135
Figura F.7f Seleção de iniciar/parar amostragem............................. 136
Figura F.7g Identificação dos dados adquiridos.............................. 137
Figura H.1 Esquema elétrico .......................................................... 139
Figura H.2 circuito impresso vista de cima ...................................... 139
Figura H.3 circuito impresso vista de baixo...................................... 140
Figura H.4 máscara de solda........................................................... 140
Figura H.5 Circuito com componentes.............................................. 140
11
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1.1 tipos de cromatografia.................................................... 17
Tabela 2.2 tipos de cromatógrafos.................................................... 26
Tabela 3.1 detalhamento das etapas a serem cumpridas, de
acordo com o referencial teórico......................................................
40
Tabela 4.1 elementos utilizados na bancada de teste....................... 56
Tabela 4.2 parâmetros do programa FEMLAB, parâmetros
utilizados e as justificativas para a escolha ......................................
73
Tabela C.1 comparação das placas de circuito impresso............ .... 118
12
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
1. Introdução...................................................................................... 13
CAPITULO II
2. Aspectos teóricos.......................................................................... 15
2.1 Cromatografia.............................................................................. 15
2.1.1 Definição e métodos de cromatografia..................................... 16
2.1.2 Cromatografia gasosa e parâmetros de análise....................... 18
2.2 Miniaturização.............................................................................. 23
2.2.1 O uso da miniaturização no ensino.......................................... 26
2.2.2 Outras Informações.................................................................. 30
CAPÍTULO III
3. Metodologia, Métodos e Materiais................................................. 31
3.1 Metodologia................................................................................ 31
3.2 Métodos....................................................................................... 42
3.2.1 Ligação do detector com o sistema de aquisição de dados..... 42
3.2.2 Ligação da bancada de testes ao sistema de detecção........... 43
3.3 Materiais...................................................................................... 43
CAPÍTULO IV
4 Resultados e Discussões............................................................... 44
4.1 Descrição do conjunto................................................................. 44
4.2 Descrição dos blocos................................................................... 46
4.2.1 Sistema de admissão de amostra............................................ 47
4.2.1.1 O limite de detecção do sistema de detecção....................... 47
4.2.1.1.1 Conclusão parcial .............................................................. 54
4.2.1.2 Testes dos elementos mecânicos ........................................ 54
4.2.1.2.1 Testes efetuados ............................................................... 58
4.2.1.2.2 Conclusão parcial.............................................................. 68
4.2.2 Sistema de aquecimento e respectiva coluna ......................... 68
4.2.2.1 Testes efetuados................................................................... 69
4.2.2.2 Performance obtida............................................................... 70
13
4.2.2.3 Simulação do comportamento na coluna e comparação
com resultados experimentais ..........................................................
71
4.2.2.3.1 Simulação do comportamento na coluna .......................... 71
4.2.2.3.2 Comparação com os resultados experimentais.................. 74
4.2.2.4 Conclusão parcial................................................................. 75
4.2.3 Sistema de aquisição de dados ............................................... 76
4.2.3.1 Característica do hardware construído................................. 76
4.3 Descrição do conjunto................................................................ 86
4.3.1 Descrição geral do conjunto do conjunto................................ 88
4.3.2 Testes de funcionamento da parte mecânica ......................... 91
4.3.3 Testes de funcionamento da parte elétrica .............................. 95
4.3.4 Testes de detecção ................................................................. 98
4.3.4 Testes de detecção ................................................................. 98
4.4 Conclusão ................................................................................... 103
CAPÍTULO V
5 Conclusões. e trabalhos futuros
.....................................................
103
Referências Bibliográficas................................................................. 104
Anexos
Anexo A programa do controlador CTM 45...................................... 109
Anexo B características e esquema de ligação do sensor utilizado.. 111
Anexo C Controlador CTM 45, acessórios e esquemas de
ligação...
113
Anexo D Relação de material e custos para o sistema de aquisição
de dados...........................................................................................
119
Anexo E Programa do controlador de aquisição de gases................ 123
Anexo F identificação do programa de controlador de aquisição de
gases................................................................................................
124
Anexo G Fluxograma de gravação no microcontrolador .................. 138
Anexo H esquemas da placa eletrônica........................................... 139
14
1. Introdução
O ensino tecnológico nem sempre pode prescindir do uso de equipamentos
sofisticados. Esse uso, contudo, pode apresentar duas dificuldades: tais
equipamentos em geral são altamente integrados – o que não permite acesso aos
módulos que o compõem – e, também, de alto custo. Assim, neste contexto além
das dificuldades de aprender os conceitos fundamentais agrega-se a dificuldade de
se observar, mesmo que em aula demonstrativa, o funcionamento dos instrumentos.
Um caso especialmente importante é a área de análises químicas. Em recente
revisão sobre o ensino de Química Analítica na Polônia [1], foi avaliado que, devido
à grande necessidade de controles, tanto de poluição como de novas tecnologias,
ocorreu aumento da demanda desse ensino pelos alunos. A sugestão, então, é uma
estratificação do ensino e do conhecimento, desde a graduação até o doutorado,
devido, entre outras coisas, ao alto custo dos equipamentos e à infra-estrutura
necessária. Nesta proposta, aos graduandos oferecem-se conceitos e, muitas vezes
apenas aos doutorandos, acesso a equipamento sofisticado. A área de análises
químicas utiliza conceitos comuns à área de Engenharia Química e, também nesta,
questões similares aparecem [2,3].
Nickerson [4] resume as propostas para fazer frente ao problema em três grandes
correntes: laboratórios reais, simulações de laboratórios e uma situação
intermediária, com laboratórios acessados remotamente. No primeiro caso, embora
o custo seja alto, há a vantagem do contato direto com o objeto de estudo além de
todas as variáveis e possibilidades de um problema real. No segundo caso o custo e
a infra-estrutura necessária são bem menores, principalmente porque, muitas vezes,
em condições reais (no laboratório ou no campo) o tempo gasto para otimizar o
experimento é bem maior que o utilizado na experimentação propriamente dita. O
acesso remoto a laboratórios, por sua vez, permite que a infra-estrutura seja rateada
entre vários usuários, o que diminui o custo e viabiliza o conhecimento de situações
reais [5,6].
É observado em todas essas propostas que não se cogita outra situação
intermediária, em que o ensino seja feito em equipamentos miniaturizados,
aproveitando-se adequadamente da diminuição de custo para compra e manutenção
15
que decorre dessa escolha, além da menor infra-estrutura necessária. Um caso
emblemático é o ensino de cromatografia; processo de separação de misturas
igualmente importante tanto para a análise química como para a extração de
compostos de misturas complexas. Apesar das controvérsias sobre o início da
técnica [7-9], Grob ressalta que registros de extração de pigmentos de extrato de
plantas pelo uso de tecido como suporte datam de 1834 (por F. F. Runge) [10]. A
extração de pigmentos, até hoje, é bastante dependente da técnica de
cromatografia.
Atualmente, a técnica de cromatografia está amplamente disseminada e apresenta
uma grande gama de variações; porém, de modo geral os principais conceitos
podem ser ensinados através da cromatografia gasosa [10] e líquida [11], muito
embora Von Mühlen e Lanças [12] considerem que nos dois casos os princípios de
funcionamento são os mesmos, e que, portanto, ocorrerá a unificação. Os
equipamentos utilizados para tais análises são extremamente precisos e também
bastante complexos [10,11], mas, por outro lado, o ensino de cromatografia ainda se
baseia no uso de materiais simples, como giz [13], e vidraria comum em laboratórios
de química [14]. Estes experimentos, apesar de bastante úteis já que demonstram o
conceito de separação de compostos, não delineiam questões relevantes que
necessariamente estarão presentes nos equipamentos, como é o caso de
aquecimento e transporte de fluido em um microcanal, o que certamente ocorre com
a técnica de cromatografia, principalmente devido às dimensões reduzidas onde
ocorre a separação.
Assim, foi objetivo deste trabalho desenvolver protótipo, e respectiva simulação para
explicar os resultados obtidos, para o ensino de cromatografia. Devido à
complexidade dos cromatográficos, apenas cromatografia gasosa e em coluna
capilar foi abordada.
16
2. Aspectos teóricos
Este item dará ênfase a conceitos de cromatografia. Entre os modernos sistemas de
análise, a cromatografia ocupa um lugar de destaque devido a sua facilidade,
identificação e quantificação das espécies químicas, por si mesma ou em conjunto
com outras técnicas instrumentais de análise [15]. Após esse breve resumo analisa-
se a importância da miniaturização, tanto para a cromatografia como para o ensino.
2.1 Cromatografia
A palavra cromatografia deriva das palavras gregas Chroma (cor) e graphe
(escrever); embora o nome cor apareça no título, o processo não depende da cor,
exceto para facilitar a identificação dos componentes separados [16].
O primeiro cientista a reconhecer, no seu tempo, a cromatografia como um método
eficiente de separação foi o botânico russo Michael Semenovich Tswett. Por volta
dos anos 1900, em seus estudos sobre a clorofila, ele usou uma forma simples de
cromatografia liquido/sólido para separar pigmentos de folhas de plantas. As faixas
coloridas (por isso a descrição como cor) que ele produziu no leito adsorvente
sugeriam a um tipo de separação: a cromatografia. Apesar da cor hoje ter pouca
relação com a cromatografia moderna, o nome tem persistido e ainda é usado para
todas as técnicas de separação que empreguem os mesmos conceitos [16].
Durante anos a técnica de separação em bandas coloridas, descrita por Tswett,
permaneceu ignorada, até que em 1931 Khun e Lederer resolveram aperfeiçoá-la e
a usaram com êxito. A partir desse período houve um aumento crescente de
publicações e aperfeiçoamento de diferentes métodos cromatografia, até que em
1952, Martin & Synge receberam o premio Nobel da Química pelos trabalhos em
cromatografia de alta pressão, cromatografia gasosa e cromatografia gasosa de alta
eficiência [15,16, 17].
Outros desenvolvimentos na década de 60, como a cromatografia de alta eficiência,
com o aperfeiçoamento dos sistemas de bombeamento e detecção entre outros,
criou diferentes formas de cromatografia [16].
As aplicações da cromatografia gasosa são inúmeras, dentre as quais sobressaem
às áreas de:
17
Ambiente – determinação de resíduos de pesticidas em produtos alimentares;
águas ou esgotos, determinação de gases e solventes orgânicos na atmosfera,
solos ou rios.
Química – determinação de antioxidantes, nutrientes ou contaminantes em
alimentos, análise de produtos derivados de petróleo, gases e líquidos. Neste último
caso, a técnica de cromatografia gasosa está limitada a componentes que possuam
pesos moleculares abaixo de 2000, pois é necessário que estes se vaporizem. [18,
19,20]
2.1.1 Definição e Métodos de cromatografia
Varias definições se estendem ao longo da cromatografia, uma delas:
“Cromatografia é um método físico químico de separação de componentes de
uma mistura, realizada através da distribuição desses componentes em duas fases,
que estão em contato. Uma delas permanece estacionária, enquanto a outra se move
através dela. Durante a passagem da fase móvel sobre a fase estacionária, os
componentes da mistura são distribuídos pelas duas fases de tal forma que cada um
deles é seletivamente retido pela fase estacionária, o que resulta em migrações
diferentes desses componentes.” [15]
Essencialmente a cromatografia é uma separação técnica, sendo utilizada não só
em análises como também em processos de separação para isolação de
quantidades relativamente pequenas de materiais que têm alto valor intrínseco. A
cromatografia é provavelmente a técnica mais poderosa e versátil disponível para o
analista moderno. Em um único processo pode-se separar uma mistura em seus
componentes individuais e, simultaneamente, fornecer uma estimativa quantitativa
de cada componente. As amostras podem in natura ser gasosas, líquidas ou sólidas
e variar em complexidade de uma simples mistura de dois materiais a uma mistura
de múltiplos componentes contendo ampla variedade de espécies químicas. Além
disso, a análise pode ser realizada utilizando desde um sistema de alta sofisticação,
adequado somente para especialistas, até por um instrumento de extrema
simplicidade, que pode ser facilmente manipulado por não peritos, e mantendo uma
boa precisão em sua realização. [15,17]
18
Os critérios usados para a classificação das modalidades de cromatografia estão
relacionados com a tecnologia empregada, com o mecanismo de separação
envolvido e aos diferentes tipos de fases cromatográficas. A tabela 2.1 apresenta
uma visão genérica dos diversos tipos de cromatografia, com ênfase especial dada à
cromatografia gasosa [15,21], e a seguir faz-se, também, breve descrição destes.
1- Classificação pela forma física do sistema cromatográfico: Pode ser dividida
em cromatografia planar ou de coluna. A cromatografia planar, por sua vez,
subdivide-se em cromatografia centrífuga, cromatografia em camada delgada
(CCD) e cromatografia planar (CP)
2- Classificação pela fase móvel empregada: Neste item têm-se três tipos de
cromatografia: a cromatografia gasosa – que corresponde à gasosa (CG) e à
gasosa de alta resolução (CGAR); a cromatografia líquida – que se divide em
clássica e de alta eficiência (CLAE) – e a cromatografia supercrítica (CSC)
3- Classificação pela fase estacionária utilizada: distingue-se entre fases
estacionárias sólidas, líquidas e quimicamente ligadas.
4- Classificação pelo modo de separação: Por esse critério, as separações
cromatográficas se devem mecanismos de adsorção, partição, troca iônica e
exclusão, ou mesmo a misturas desses mecanismos.
Tabela 2.1 tipos de cromatografia
Fonte [22]
19
2.1.2 Cromatografia gasosa e parâmetros de análise
A Figura 2.1 apresenta os blocos que formam um cromatógrafo convencional.
Assim, na cromatografia gasosa, a fase móvel é um gás retido em um cilindro sob
pressão. Este serve como fonte de gás de arraste para a amostra sob análise, que
deve ser injetada para dentro de uma coluna, onde irá atingir a fase estacionária. Os
gases mais usuais na fase móvel são hidrogênio, hélio e argônio [15,17]. O gás de
arraste não deve interagir com o adsorvente presente na coluna.
Figura 2.1 – Esquema dos blocos que forma um cromatógrafo ao gás
Fonte [23]
A coluna é formada, principalmente, por um tubo de ¼` preenchido com material
adsorvente (coluna empacotada) ou um capilar com um filme fino adsorvente
presente sob sua superfície (coluna capilar). Nesse segundo caso é comum
capilares entre 10 m e 100 m de comprimento e com diâmetro interno da ordem de
centenas de micras. Na cromatografia gasosa a separação é muito dependente da
temperatura, o que exige a utilização de um forno com boa precisão de medida e
controle estrito das variações de temperatura.
As substâncias presentes na amostra passam através da coluna, onde são
separadas, e chegam ao sistema de detecção. [18,24] Um detector é um dispositivo
que indica a presença de um fenômeno sempre que o limiar de uma grandeza é
excedido, ou seja, quando é atingido por uma perturbação sofre uma variação e uma
resposta é gerada. Como se trata de um sensor ativo precisa de energia externa
20
para sua operação [19]. Um detector de cromatografia é um dispositivo capaz de
identificar componentes de uma mistura que tenha sido submetida a um processo
cromatográfico e, assim, apreciar a sua separação [25]. O resultado obtido –
variação no detector em função do tempo é denominado cromatograma, e a Figura
2.1 apresentam um esquema de um possível resultado para uma única substância
inserida no cromatógrafo (2o pico), com o solvente usado para preparar a amostra
também sendo detectado (1o pico). Este tempo corresponde ao tempo que o gás de
arraste demora a percorrer a coluna e é denominado tempo de retenção do
composto não retido (ou tempo morto).
Várias informações são relevantes para permitir a análise de um cromatograma,
entre elas:
Tempo de retenção: Na figura 2.2, o tempo de retenção em uma coluna
cromatográfica pode ser definido como o tempo transcorrido entre a injeção da
amostra e o máximo do pico cromatográfico. Assim, mesmo que a substância não
interaja com a fase estacionaria, o tempo de retenção não será nulo, pois
transcorrerá algum tempo entre a sua entrada e sua medição no detector. Portanto,
o parâmetro que realmente reflete as características físico-químicas de retenção de
um determinado composto é o tempo de retenção descontado o tempo morto,
chamado de tempo de retenção ajustado ou tempo de retenção corrigido. O tempo
de retenção é correlacionado, principalmente, à adsorção na fase estacionária e à
velocidade da fase móvel [25,26].
21
tR
Figura 2.2 Representação de um cromatograma. Parâmetros de tempo
morto e do tempo de retenção
Fonte [27]
tR = tempo de retenção
Para o tempo de retenção, a resposta ideal seria a de um pulso gaussiano
totalmente simétrico [16], como mostrado na figura 2.2., ou seja, nesse caso as
condições experimentais estão de acordo com a teoria. Além disso, em um
cromatograma ideal, os picos se apresentariam separados e simétricos; na prática,
porém, os picos podem estar sobrepostos, indicando que os componentes adsorvem
de modo similar na coluna. A figura 2.3 apresenta um cromatograma completo. Além
do tempo de retenção pode-se determinar o volume de retenção, o que é relevante
para garantir que a coluna não recebeu amostra em quantidade maior do que é
possível manipular. A largura do pico, ou a largura a meia altura, também é
importante para determinar a eficiência da coluna.
22
Figura 2.3 Representação de um ciclo de cromatografia Fonte [28] Eficiência: A eficiência de uma coluna é medida em pratos teóricos. Um prato teórico
corresponde a uma etapa de equilíbrio da substância entre a fase estacionária e a
fase móvel; ou seja, para a separação entre dois ou mais componentes da mistura é
necessário que ocorram sucessivas interações. Portanto, quanto maior o numero de
pratos maior será a eficiência (picos mais estreitos). O numero de pratos teóricos
pode ser calculado pela expressão 1a
N= 16 ( dR –Wb) 2 expressão 1a
Onde N representa o numero de pratos teóricos, dR o tempo da retenção, Wb a
largura do pico na linha base (ver figura 2.3)
Outro modo de considerar a eficiência é pela altura equivalente a um prato teórico
(H), que corresponde ao comprimento da coluna dividido pelo número de pratos
teóricos.
23
Muitos fatores afetam o desempenho de uma coluna cromatográfica, tais como:
comprimento da coluna, diâmetro interno da coluna capilar, temperatura, vazão da
fase móvel, técnica de injeção, etc. Assim, informação significativa pode ser obtida
através da análise dos picos obtidos no cromatograma, e, Van Deemter e
colaboradores desenvolveram uma equação que relaciona a altura equivalente a
um prato teórico, velocidade linear do gás de arraste e fatores que provocam o
alargamento do pico. A equação de Van Deemter é dada pela expressão 1b :
H = A + B/u + Cu expressão 1b
Onde, H é a altura equivalente a um prato teórico; u – a velocidade do gás de
arraste, é dado por u = L/tM, sendo L o comprimento da coluna e tM o tempo em que
as moléculas do soluto ficam na fase móvel, o termo A refere-se ao alargamento
dos picos devido aos diferentes caminhos do componente na coluna; o termo B está
relacionado com a difusão molecular do soluto na fase móvel – que é proporcional à
difusibilidade do soluto nesse gás, e o termo C está relacionado com a facilidade de
transferência de moléculas do soluto da fase estacionária para a fase móvel.
Uma representação pictórica da equação de Van Deemeter pode ser observada na
Figura 2.4. Assim, a Figura 2.4.a corresponde à influência da difusão longitudinal; ou
seja, diferentes caminhos levam os diferentes tempos de retenção. A Figura 2.4b
considera a mudança no formato do pico de acordo com a transferência da massa
da fase móvel para a fase estacionária. Finalmente a Figura 2.4.c apresenta a
composição desses fenômenos na equação de Van Deemter em função da
velocidade linear da fase móvel. O mínimo da curva, nesse caso corresponde à
melhor velocidade de fase móvel, ou seja, melhor eficiência (maior número de pratos
teóricos ou menor altura equivalente de prato teórico).
24
Figura 2.4a difusão longitudinal Figura 2.4b transferência da massa
móvel para a estacionaria
Fonte [15]
2.2 Miniaturização
Com a invenção do circuito integrado e a conseqüente diminuição dos componentes
eletrônicos a partir dos anos 60, ocorreu uma verdadeira revolução na indústria,
principalmente na eletrônica [29]. Contudo, essa revolução, mesmo considerando-se
apenas dentro da área de eletrônica, criou um rápido avanço na produção de outros
componentes miniaturizados que não os eletrônicos. Um exemplo é o
Figura 2.4c contribuição dos diferentes termos da equação de Van
Deemter no valor de altura do prato em função da velocidade linear
da fase móvel
Fonte [15]
25
desenvolvimento de sistemas eletromecânicos (Microelectromechanical systems),
que são responsáveis por produção de dispositivos miniaturizados em várias áreas
do conhecimento, e em especial na área de Engenharia Química e de análises
Químicas. [21,23] .
Quanto às análises químicas, “como os microchips revolucionaram o universo dos
computadores e da eletrônica de um modo completo, os microchips analíticos tem
revolucionado a química nos últimos anos, na qual a principal razão para a
miniaturização era a de aumentar o desempenho analítico. Entretanto a redução do
tamanho trouxe outras vantagens, tais como: diminuição dos reagentes, redução do
volume utilizado, análise em tempo reduzido, entre outros.”[29]. Assim, o número de
publicações sobre sistemas miniaturizados úteis na área de análise tem crescido
exponencialmente, como demonstra a figura 2.5. [29]
Trabalhos recentes também demonstraram que o uso de sistemas miniaturizados é
um modo interessante de aplicar os princípios da engenharia verde ao ensino. “Para
o uso no ensino, e o desenvolvimento de equipamentos ambientalmente corretos,
permite a análise química com pequenas quantidades de amostra e baixa produção
de residual,já que tais dispositivos podem diminuir o volume de recursos necessários
para o ensino” .[21,30,31,32]
A miniaturização sempre foi uma “driving force” no desenvolvimento de
cromatógrafos. A primeira versão do cromatógrafo miniaturizado foi apresentada na
década de 70. Em uma lâmina circular de silício com diâmetro de 5 cm, “foi
construída uma válvula de injeção e uma coluna de separação de 1,5 m de
comprimento. Um detector de condutividade térmica foi fabricado em outro
substrato, sendo posteriormente prensado mecanicamente para integrá-lo ao
substrato contendo a coluna de separação. Apesar da capacidade de fazer rápidas
separações o dispositivo não foi bem aceito pela comunidade cientifica devido à falta
de experiência tecnológica em métodos de separação... O renascimento dos
microdispositivos analíticos ocorreu no inicio da década de 90, com a apresentação
de um microsistema para cromatografia em fase líquida. Simultaneamente à
apresentação desse microdispositivo, Manz e colaboradores propuseram o conceito
de microsistemas para análises totais, ou simplesmente µTAS. Com o
desenvolvimento dos µTAS, tornou-se possível integrar várias etapas analíticas,
como introdução da amostra, pré-tratamento da amostra, reações químicas,
26
separação analítica e detecção em um único dispositivo” [29]. Para finalizar, a
miniaturização atualmente se estende para a área de processamento da amostra,
compatibilizando ainda mais a idéia de se utilizar um sistema analítico completo em
campo. Esse sistema é finalizado com tratamento de dados e impressão dos
resultados obtidos. [29,33]
Figura 2.5 Evolução do numero de publicações relacionadas à
microsistemas entre 1996 e 2006
Fonte [33]
Quanto à produção comercial de cromatógrafos portáteis, Yashin [29,34] criou uma
classificação, que é apresentada na tabela 2.2. Os cromatógrafos portáteis foram
primeiramente usados para os laboratórios móveis e as características desses são
similares aos usados em laboratórios de análise. Contudo, as tendências atuais
indicam uma significativa diminuição do tamanho sem o sacrifício das características
de performance, ou seja, dispositivos miniaturizados em um único chip.
27
Tabela 2.2 Tipos de cromatógrafos
Fonte [34]
2.2.1 O uso da miniaturização no ensino
O uso de sistemas miniaturizados é um modo interessante de aplicar os princípios
da engenharia verde aos processos de produção de um modo geral, e ao ensino em
particular. Para a utilização no ensino, e no desenvolvimento, de equipamentos
ambientalmente corretos, o sistema permite uma análise química com pequenas
quantidades de amostra e baixa produção de resíduo, já que tais dispositivos podem
diminuir o volume de recursos necessários para sua aplicação [21, 30,35]. Neste
contexto, o grupo onde esse trabalho se insere desenvolveu uma série de projetos;
assim, como essa proposta decorre de linhas de pesquisa desenvolvidas
anteriormente, as realizações já obtidas são sumariadas a seguir.
A construção de microestruturas exige processamento estrito, com processos
semelhantes aos utilizados em Microeletrônica. As estruturas MEMS, por sua vez,
são da ordem de centenas de micrômetros, ou seja, processamento mais simples.
Estas estruturas, apesar da função bem ampla, de válvulas a sistemas de análise
química, têm exemplos de fabricação por processo barato [36,37]. Contudo, o grupo
28
onde o trabalho foi desenvolvido escolheu uma abordagem diferente, atuando numa
região de dimensões intermediárias entre as estruturas MEMS e as estruturas de
pequena dimensão, comuns na Engenharia Química. Assim, as estruturas são
produzidas em dimensões da ordem de poucos centímetros e denominadas de
estruturas miniaturizadas. Além disso, a proposta de ensino é por resolução de
problemas (PBL – problem based learning) e o propósito e o desenvolvimento de
equipamentos de baixo custo.
Assim, operações unitárias foram miniaturizadas e permitiram sugerir processos de
produção adequados [38,39]. As estruturas correspondem a escalamento linear das
estruturas macroscópicas usadas em plantas químicas, que são manufaturadas em
acrílico e utilizam ferramentas comuns de usinagem. Estas estruturas também
podem ser facilmente desmontadas ou avaliadas por microscopia óptica, devido à
sua transparência. A parte responsável pela atuação da estrutura em geral é
formada por um microcanal ou uma constrição. Entre as sete estruturas
miniaturizadas que foram obtidas e testadas [40,41,42,43] encontram-se
microcolunas cromatográficas. Todas as estruturas foram testadas em meio gasoso
ou líquido, usando ar ou água como fluido de arraste. O modo de teste das
estruturas já foi provado ser, no mínimo, semi-quantitativo [44]. A maioria das
estruturas foi simulada quanto ao seu comportamento fluídico e o uso educacional
destas foi testado por grupo da Universidade de Porto Rico. Para a produção das
colunas cromatográficas, vários filmes finos adsorventes foram desenvolvidos
[45,46,47,48,49,50] para modificar a superfície da estrutura, alterando, deste modo,
sua função e/ou performance [51]. Tais filmes foram caracterizados quanto à
adsorção de VOCs (compostos orgânicos voláteis) [52,53].
Devido à importância da coluna cromatográfica anteriormente desenvolvida, esta
será pormenorizada a seguir. A figura 2.6 permite uma visão de uma destas
estruturas. A usinagem é em acrílico e os capilares são em aço inoxidável. Neste
caso não é possível o aquecimento.
29
Figura 2.6 esquema da estrutura de acrílico e desenho da estrutura
com microcanais
Fonte [30]
Para que ocorra o aquecimento, a coluna, nesse caso, possui uma resistência de
aquecimento na sua parte interior e uma cápsula protetora em celerol®, o que
mantém constante o calor e distribuído de forma uniforme por toda a coluna. O
controle da temperatura é essencial para obter uma boa separação em se referindo
a cromatografia gasosa e a figura 2.7a apresenta uma montagem como exposto
acima e usada para ensino. [30]. O sistema de detecção é de baixo custo e possui
bom limite de detecção (5,81.10-4μg/ΔΩ) para compostos orgânicos voláteis (VOC),
mas número de pratos teóricos baixos (<5). Arranjo semelhante foi utilizado nesse
trabalho, vide figura 2.7b.
30
Figura 2.7(a) montagem da coluna com a resistência e o celerol
Fonte [30]
Figura 2.7b vista do conjunto
Fonte [30]
31
2.2.2 Outras informações
A construção de qualquer destes sistemas miniaturizados implica no conhecimento
de processos de produção mecânicos e/ou eletrônicos. De modo geral, tais
informações estão disponíveis para qualquer profissional que tenha interesse em
reproduzir o protótipo aqui proposto. Contudo, para facilitar a manipulação das
informações, vários desses conceitos estão disponíveis nos anexos.
32
3.Metodologia, Métodos e Materiais
3.1 Metodologia
Como o objetivo final é a obtenção de um protótipo, seguiu-se a metodologia de
projeto e produto, em especial considerando-se as propostas para a área de
eletroeletrônicos.
Como proposto às seguintes etapas devem ser consideradas para a produção de
um novo produto: [54]
1. Requisitos básicos do produto: “As necessidades e desejos relatados
pelos usuários considerados como ponto de partida para a formulação dos
requisitos básicos do produto.”
2. análises em produtos similares encontrados no Mercado:
Análise em relação ao uso: “úteis à formulação adequada dos requisitos do projeto
evitando a repetição de detalhes problemáticos.” Análise diacrônica do
desenvolvimento histórico: “com objetivo de entender equipamentos similares em
relação: (i) as tecnologias empregadas; (ii) aos recursos disponíveis; (iii) aos
materiais utilizados; e (iv) ao design.” Análise sincrônica: “por finalidade conhecer
a posição do produto similar atualmente encontrado no mercado” Análise
estrutural: viabiliza “o conhecimento dos princípios de montagem e características
mecânicas do produto.”
Análise funcional: verifica “as características técnico-físicas dos sistemas e
subsistemas que compõe o atual produto similar, as aplicações e relações quanto ao
aspecto funcional.” Análise morfológica: Com objetivo de “conhecer a concepção
formal do produto similar.”
3. Resultados das análises: “organização sistemática dos requisitos sugeridos
pelos usuários em comparação com os dados obtidos pela aplicação do
processo analítico”,
4. Estruturação: “ordenar os requerimentos, segundo afinidades, facilitando a
execução.”
5. Descrição do conceito
33
6. Projeto: “da definição do conceito do produto... realiza-se o projeto que
determina os parâmetros dos sistemas mecânico e eletrônico, e gera a
documentação para a construção do protótipo.”
7. Prototipagem: “essencialmente prática e constituída por três fases: (i)
construção e montagem das placas de circuitos impressos; (ii) construção do
painel frontal e adaptação da estrutura mecânica; e (iii) montagem e
interligação eletro-mecânica dos componentes.”
8. Verificação: “ revisão bem elaborada de um projeto pode oferecer uma série
de vantagens como: (i) mostra o quanto o projeto atende aos requisitos do
cliente; (ii) fornece informações sobre custos e potencial de lucro; e (iii)
fornece dados sobre o desempenho e confiabilidade do produto.”
As funções de uma empresa de software encontram-se em três grupos principais,
abordados pela engenharia do processo, pela engenharia do produto e pelo
gerenciamento de projeto [55] de acordo com a Figura 3.1.
Figura 3.1 Principais funções abordadas pela engenharia do processo, pela
engenharia do produto e pelo gerenciamento de projeto,
Fonte [55]
34
Assim, a engenharia do produto “é encarregada do desenvolvimento e
manutenção dos produtos e serviços” e a “principal figura da engenharia do produto
é a metodologia de desenvolvimento, que engloba uma linguagem de
representação, um modelo de ciclo de vida e um conjunto de técnicas.” A
engenharia de processo “deve ser capaz de facilitar a definição, a análise e a
simulação de um processo, assim como estar apta a implantá-lo, avaliá-lo, medi-lo e
melhorá-lo.” O gerenciamento de projeto “objetiva assegurar que processos
particulares sejam seguidos, coordenando e monitorando as atividades da
engenharia do produto.”
Seguindo as etapas do ciclo de vida do projeto de software são delineados de
acordo com a Figura 3.2.[55]. Na prospecção identifica-se “necessidades de um
cliente, ou uma demanda de mercado e a construção de um protótipo é um exemplo
de atividade desta fase.” Na proposta ocorre “a formalização de uma proposição da
empresa para um determinado cliente interno ou externo. As características
principais desta fase são: a existência de uma requisição formal, a delimitação do
escopo do projeto e o processo decisório do que deverá ser realizado. A execução
se caracteriza pela realização de um escopo definido por um projeto… garantia
estabelece um esforço técnico, para a revisão de alguns problemas encontrados
após o término do projeto” após o que ocorre a finalização. Cada uma destas etapas
pode utilizar como artefatos para cumprimento das tarefas “documentos de
requisitos e atas de reunião, relatórios de teste”, etc.
35
Figura 3.2. As etapas do ciclo de vida do projeto de software
Fonte [55]
Existe a necessidade de se estruturar um projeto de produto a partir de um pré-
projeto e, para um “pré-projeto feito dentro da academia é recomendado os
seguintes quesitos: definição e delimitação; objetivos; justificativa; metodologia;
cronograma; orçamento; bibliografia... A definição trata do que projetar não é
possível definir e delimitar um projeto sem entrevistas com usuários e vivências
participativas. Os objetivos dividem-se em: um objetivo principal que se relaciona
com a definição do projeto; vários objetivos secundários elaborados a partir da
constatação do seu contexto e abrangências. A justificativa do projeto está baseada
na veracidade da definição. A metodologia detalha o que será feito em cada fase e
etapa proposta, servindo de guia para orientação do cronograma e
consequentemente do orçamento do projeto. A bibliografia lista o referencial
bibliográfico utilizado para o pré-projeto e previsto para o projeto.” A partir dessas
etapas Rodrigues cria uma tabela para requisitos (Figura 3.3). [56]
36
Figura 3.3 Descrição das etapas do pré-projeto
Fonte [56]
Sobre o desenvolvimento de software educacional, este “deve considerar a
integração entre os desenvolvedores, professores e estudantes, sendo justificada
nos seguintes termos: (1) os professores detêm as estratégias de ensino, a
experiência em relação à receptividade dos estudantes e o conhecimento profundo
do tópico; (2) os estudantes, ao participarem da avaliação, contribuem para dar a
medida da eficiência do software e (3) os desenvolvedores, quando em contato com
professores, têm condições para estruturar o código de modo mais eficiente.
Justifica-se desta maneira a necessidade de propor uma metodologia participativa
para o desenvolvimento de software educacional”. Alem disso, acrescenta-se que
uma abordagem orientada a prototipação é adequada em casos que o cliente não
definiu requisitos de entrada, processamento e saída detalhados ou em que o
desenvolvedor não tem certeza da eficiência de um algoritmo ou da forma que a
integração homem – máquina deve assumir. A autora define protótipo “como um
modelo operacional, modificável e extensível de um sistema, porém não
necessariamente representativo do sistema completo, e que fornece aos usuários da
37
aplicação final uma representação física dos principais aspectos do sistema depois
de sua implementação.”
Para o desenvolvimento do protótipo, um dos modelos que a autora apresenta, é o
CESD (Cooperative Experimental System Development), que sugere “integrar
ativamente o usuário durante todo o processo; testar protótipos em situações reais
ou muito próximas das reais e fazer projetos sob medida.” As etapas de
desenvolvimento, segundo a autora, são apresentadas na Figura 3.4.
.Por fim, a autora alerta sobre a dificuldade dos usuários em utilizar o computador, o
que leva, a “em média 48% do código de um sistema interativo ser dedicado à
interface. Quanto ao tempo total de desenvolvimento, consome-se com a interface o
equivalente a 48% do tempo de projeto de todo o sistema, 50% de toda a
implementação e 37% da manutenção.”. O que se reflete na existência de uma série
de “normas internacionais que buscam orientar as etapas de produção e avaliação
de interfaces homem-computador. Este conjunto é composto pelas normas ISO
13407 e ISO 9241.”
Figura 3.4: Etapas do trabalho, de acordo como proposto pela autora
Fonte [37]
38
Para determinar requisitos de sistema, considera-se como ferramenta bastante útil,
reuniões com o formato JAD (Joint Application Development). “Neste processo de
grupo, os participantes interagem livremente, o que substitui a técnica de empregar
entrevistas com usuários para determinar requisitos de um sistema.” Outra
ferramenta para “auxiliar no levantamento inicial de requisitos do projeto educacional
é nativa da engenharia de produção, chamada Design Macroergonômico – DM que
contempla as seguintes etapas:
1. identificação do usuário e coleta organizada de informações acerca de sua
demanda ergonômica;
2. priorização dos itens de demanda ergonômica;
3. incorporação da opinião de especialistas;
4. listagem dos itens de design a serem considerados;
5. determinação da relação de força entre os itens de demanda ergonômica e
os itens de design. O objetivo é identificar grupos de itens de design a
priorizar;
6. tratamento ergonômico dos itens de design;
7. implementação do novo design e acompanhamento.”
A avaliação da interface pode ocorrer por Checklists, “verificações que podem ser
conduzidas por não especialistas” e que a autora, informa apresentar as seguintes
características: não exigem especialistas; sistematiza a avaliação; facilita a
identificação dos problemas de usabilidade; reduz a subjetividade; reduz o custo. A
autora complementa ressaltando que “o teste com usuários deve ser executado, pois
é o que têm maior capacidade de encontrar problemas.” Em relação à quantidade de
usuários necessária para a avaliação, a autora, informa que 5 usuários encontram
cerca de 80% dos problemas.
Para o desenvolvimento de protótipo em tempo curto, pode-se também aplicar a
engenharia simultânea, uma vez que esta permite a integração do projeto do produto
e do processo em toda a empresa. Isso é consistente com uma nova forma de
pensar o projeto academicamente através de uma metodologia não linear. 4P‟s do
Design que fortalece o modo de pensar do ser humano que é reconhecidamente não
linear”, o que os autores também consideram adequados à procura da
Sustentabilidade; portanto, adequados aos 12 princípios de Engenharia Verde [58].
39
A Figura 3.5 apresenta o fluxograma de decisão adotado nessa dissertação para
construção do referido protótipo. Para esse fluxograma, a Tabela 3.1 apresenta cada
etapa cumprida, de acordo com o referencial teórico usado nessa metodologia. A
comprovação das necessidades do projeto foi feita, através da pesquisa on line,
sobre o tema educação e cromatografia. Como já abordado na introdução teórica,
não foi encontrado experimento didático em equipamento de baixo custo que
demonstre a teoria, ou algum conceito a ela relacionado, de cromatografia, e isso é
especialmente verdadeiro para o ensino médio. Portanto, o interesse é ensinar os
principais conceitos sobre cromatografia gasosa usando equipamentos de baixo
custo.
Quanto ao pré-projeto, estudo prévio, apresentado por pessoas que pertenceram ao
grupo de estudo onde se insere essa dissertação sugere que alunos de nível médio
ou início de graduação em nível superior podem se beneficiar de equipamentos de
baixo custo. A partir de estudos prévios, também é possível definir adaptações aos
projetos já existentes, com o objetivo de melhorar a performance do conjunto, de
acordo com a lista de requisitos. Quanto a essa lista é importante observar que a
cromatografia gasosa normalmente implica em:
Manipulação de pequena quantidade de amostra (<=1 uL);
Determinação com boa precisão de pequena quantidade de componentes de
uma amostra;
Fluxo contínuo de gás inerte, geralmente He ou H2;
Controle preciso de temperatura e perfil de temperatura;
Existência de microcanal longo ou região com partículas muito pequenas, para
permitir a adsorção de componentes de uma amostra.
A análise de produtos semelhantes implica em comparação direta com
cromatográficos, e, por comparação com seu desenvolvimento histórico, o ensino
usando tal equipamento pode ter como objetivo a performance encontrada em
sistemas comerciais da década de 60, quando a análise em sistemas miniaturizados
começou a ser proposta. Isto significa que o número de pratos teóricos pode ser
baixo e a análise pode demonstrar a separação apenas por processos físicos, tais
como variação no aquecimento. Além disso, os procedimentos não precisam
considerar mais do que dois reagentes analisados simultaneamente.
40
Quanto ao menor custo, o valor da aquisição de dados pode ser diminuído
sensivelmente pela definição de placas de aquisição de dados que aceitem mais de
um ponto de entrada, ou seja, o número de computadores necessários para o
atendimento de vários alunos simultaneamente pode ser reduzido, ou um único.
A construção dos blocos deve considerar dois momentos: o teste em separado de
cada um e o uso em conjunto com outro bloco, ou mesmo já no conjunto final. Por
fim, cada bloco precisa ser descrito, em relação à solução que se mostrou mais
adequada, não só pelo aspecto construtivo como de procedimentos de uso.
Após o estudo das necessidades de cada bloco é possível proceder a uma
montagem e, por fim, avaliar a performance do protótipo.
41
Tabela 3.1 detalhamento das etapas a serem cumpridas, de acordo com o referencial teórico usado nessa metodologia.
Etapa de construção do
protótipo
Detalhamento dos Marcos de
referência
Pessoal envolvido
Ferramenta utilizada
Parâmetro atendido
Definição do escopo
Comprovação das necessidades
2 pesquisadores Ferramentas de
busca on line
Definição do conteúdo a ser
abordado
Definição do pré-projeto
Definição dos Blocos do sistema
a partir de desenvolvimento
anteriores
pessoas pertencentes ao
grupo de pesquisa anteriormente à
dissertação
--- Estudos
específicos, público alvo
Descrição dos Blocos do sistema
a partir de desenvolvimento
anteriores
2 pesquisadores JAD Lista de requisitos
Adaptação de blocos existentes e
definição de necessidades específicas a serem neste
trabalho
3 pesquisadores brainstorm Lista de requisitos/
análise de produtos similares
brainstorm
Análise de alternativa e
redesenho das alternativas
Descrição dos procedimentos
3 pesquisadores JAD
Definição do conteúdo a ser
abordado durante o ensino com o uso do protótipo
Construção dos blocos
3 pesquisadores e
2 alunos de graduação
Seleção parcial de soluções
Desenho técnico das soluções encontradas
Otimização dos blocos
3 pesquisadores e
2 alunos de graduação
Ferramenta de avaliação: checklist
Implementação de soluções
Desenho técnico das soluções
Montagem dos blocos
3 pesquisadores e
2 alunos de graduação
Ferramenta de avaliação: checklist
Desenho final do protótipo Testes de
protótipo para definição de performance
42
Figura 3.5 Fluxograma de decisão adotado nessa dissertação para construção do referido protótipo Fonte [57]
43
3.2 Métodos
A simulação utilizou o programa FEMLAB® e computador Pentium IV, plataforma,
2.4 GHz, 2 GB de RAM.
A construção de cada bloco do protótipo seguiu regras de projeto mecânico e
eletrônico. As partes e peças foram construídas em bancada eletrônica ou em
equipamentos comerciais de usinagem.
Testes, para cada bloco do protótipo e para o conjunto final, foram desenvolvidos e
são descritos na maioria das vezes em conjunto com resultados e discussão. Dois
testes, por sua especificidade, necessitaram construção de arranjo experimental e
são descritos a seguir.
3.2.1 Ligação do detector (sensor TGS 2620) com o sistema de aquisição de dados
Foi montada uma câmara para a adição controlada de contaminante. A câmara
consistiu em um recipiente de volume 1.1litro, sendo o frasco de polietileno da
NALGON®, vedado por uma tampa de rosca. O sensor foi colocado no centro da
câmara, através da tampa por uma mangueira látex que o isolava do meio externo,
evitando assim a mistura do contaminante com o meio ambiente. A adição do
sistema de reagente consistia na abertura da tampa injeção do reagente que estava
contido na seringa, e em seguida o fechamento da tampa. O processo obtenção do
reagente para inserção foi a coleta do vapor saturado de dentro do recipiente de
isopropanol p.a. e injeção de vapor na câmara de teste. Cabe ressaltar que a
câmara de teste sempre mantida na temperatura ambiente. O tempo de medida
variou de acordo com volume inserido na câmara e da necessidade de se obter um
equilíbrio do reagente nesta câmara; assim, o tempo variou entre 3 (três) minutos e
10 (dez) minutos. O tempo foi tanto maior quanto menor a quantidade de reagente
inserida. O reagente usado para fazer o teste foi o isopropanol p.a., com a ajuda de
injeções descartáveis de polietileno de 1, 0,5 e 0,3 ml. Os erros aproximados das
injeções foram da ordem de 0,001ml, o erro aumenta para as amostras injetadas em
menor quantidade, pois a medida é feita por diluição e nesse caso pode haver
44
interação com as paredes da câmara. Foram obtidas 3 ( três) amostras por segundo
em cada amostra.
3.2.2 Ligação da bancada de testes ao sistema de detecção
A finalidade desta bancada foi de averiguar a performance de cada elemento
mecânico utilizado para a construção do protótipo. As principais características
avaliadas foram a existência de volume morto considerável e a estanqueidade do
elemento. Por sua especificidade os procedimentos de teste são descrito juntos com
os respectivos resultados.
3.3 MATERIAIS
Esse trabalho utilizou como condição de contorno os 12 princípios de Engenharia
Verde, assim, os reagentes são ambientalmente corretos e utilizados em pequenas
quantidades, podendo ser descartados sem qualquer tratamento. Apenas água
destilada foi utilizada para a lavagem do material e vidraria comum de laboratório foi
empregada em várias etapas de teste.
45
4. Resultados e discussões
Esse capítulo é apresentado nos seguintes itens: descrição dos blocos que formam
o sistema; construção e teste de cada bloco encerrando-se, então, com a descrição
e testes do conjunto.
4.1 Descrição do conjunto
Para a construção do protótipo foi considerado que um cromatógrafo a gás é
constituído de alguns blocos [59], como descrito na figura 4.1. Assim, em um
sistema comercial, um cilindro de gás provê um fluxo, que é mantido constante
através de medidor de fluxo. Esse gás é admitido em um capilar cuja superfície é
modificada para ocorrer adsorção seletiva de uma classe de compostos. Esse
capilar é denominado de coluna cromatográfica e, em geral apresenta diâmetro
inferior a 100 μm e comprimento superior a 10 m. A amostra para análise é inserida
imediatamente antes da coluna por um septo de látex e utilizando seringa de
microlitro. A temperatura da coluna pode ser variada através do controle de
temperatura do forno onde a coluna se encontra. Um detector, localizado
imediatamente após a coluna, registra o cromatograma, ou seja, a intensidade do
sinal em função do tempo. Portanto, o sensor deve ser de algum modo sensível à
presença da amostra.
Figura 4.1 – Esquema dos blocos que forma um cromatógrafo ao gás
Fonte [23]
46
A definição de cada um dos blocos ocorreu como segue:
1. fase móvel – fluxo, provido por um cilindro de gás, que é mantido constante
através de medidor de fluxo.
Nesse caso optou-se pelo uso de um compressor de aquário e rotâmetro
(medidor de fluxo) opcional (conforme descrito posteriormente). Arranjo
similar já foi utilizado para teste de sistemas miniaturizados e não
apresentou dificuldades de construção [60]
2. injeção de amostra
testes anteriores demonstraram que é possível adicionar de modo
reprodutível pequena quantidade de amostra gasosa, mesmo que usando
sistema manual. A concentração dessa pequena quantidade, por sua vez,
dependendo do detector utilizado, pode ser da ordem de 10 ppb [30,31,32]
Muito embora a injeção manual seja possível e corresponda a situação de
baixo custo, é necessário encontrar um septo que apresente boa
resistência à manipulação e válvulas de admissão com baixo volume
morto e boa conexão, isto é, baixo vazamento.
3. o tipo de forno e seu aquecimento é dependente da escolha da coluna
cromatográfica. Coluna cromatográfica miniaturizada já foi produzida em
acrílico e usada para separação e/ou retenção de compostos. Essa mesma
coluna foi adaptada para catálise ocorrendo aquecimento 300 ºC. Este
sistema já foi testado com sucesso para uso no ensino [31,61]
a coluna cromatográfica desenvolvida por Lima e modificada por Carvalho
pode ser utilizada sem muitas adaptações. Por outro lado, o sistema de
aquecimento para um reator não se preocupa com rampas de
aquecimento bem definidas, o que implica que o sistema de aquecimento
deve ser adaptado para este trabalho.
4. a escolha do modo de detecção é bastante dependente da amostra a ser
analisada. Os trabalhos citados anteriormente e que serão adaptados têm em
comum a análise de compostos orgânicos voláteis (VOCs) [52,53], um
problema ambiental sério. Nesse caso, o uso de detectores de baixo custo
(sensores a base de óxido de estanho) é possível e apresenta limite de
detecção na ordem de ppb.
47
O uso de VOCs em um experimento, mesmo que dentro de uma sala
fechada, desde que ocorra uma escolha criteriosa de reagentes e os
procedimentos sejam exaustivamente ensinados para o conjunto de
alunos, não implica em qualquer risco para a saúde dos envolvidos ou
para o ambiente.
5. A aquisição de dados é necessária para permitir que os alunos manipulem a
informação e a compare com outros resultados obtidos ao longo do período
de uso do equipamento, ou mesmo com resultados obtidos por simulação.
Um modo de diminuir o custo envolvido na análise é o uso de aquisição de
dados em vários pontos e agregados em um único sistema de aquisição e
sistema de baixo custo já foi desenvolvido utilizando sensores simples
[32]; contudo, este sistema é limitado em algumas propriedades. Assim, o
referido sistema apresenta taxa de amostragem alta, mas, para tanto,
diminui a faixa de linearidade da medida. Este trabalho colocou como
prioridade a diminuição do limite de detecção à expensas da taxa de
amostragem de medidas. Portanto, sistema de aquisição de dados foi
desenvolvido.
Observações finais:
É oportuno lembrar que esse trabalho utilizou algumas outras condições de
contorno. Assim, projetou-se, inicialmente, como meta que o conjunto em
desenvolvimento apresentasse custo inferior a R$2000. Esse valor foi obtido como
média de resultados de entrevista com 10 professores do ensino médio, onde se
questionou qual valor de equipamento poderia ser considerado baixo para as
condições de ensino que ele enfrentava no período.
4.2 Descrição dos blocos
A descrição dos blocos do sistema seguirá a utilizada anteriormente, para a
descrição de um equipamento de cromatografia.
48
4.2.1 Sistema de admissão de amostra
O sistema de admissão de amostra, mesmo que adaptado de Kameoka [31] precisa,
para ser construído, de definição de elementos mecânicos a serem utilizados e de
compatibilidade com o sistema de detecção, quanto ao limite de detecção e volume
máximo de admissão. Portanto, anteriormente à construção1 do sistema de
admissão, testou-se a sensibilidade do sistema de admissão e o comportamento em
fluido gasoso de cada elemento mecânico escolhido.
4.2.1.1 O limite de detecção do sistema de detecção
Como será abordado posteriormente, o sistema escolhido para detecção é composto
por sensor para VOC, TGS 2620, da Figaro Ltd.[62]. O teste objetivou identificar a
menor faixa possível de detecção, o que corresponde o inicio da sensibilidade do
equipamento (limite de detecção) – e a maior faixa de valor do equipamento, o que
corresponderia à faixa de saturação do equipamento, quando se atinge um valor
aproximado de 3V na sua saída (no sistema de aquisição de dados construído nesse
trabalho). Além disso, é preciso verificar se existe e qual a faixa de linearidade da
medida, ou seja, a região onde a resposta obtida no sensor é diretamente
proporcional à concentração. Isso é necessário porque a resposta do sensor, cujas
características são apresentadas no gráfico da figura 4.2, é normalmente obtida em
taxa de variação da resistência, e esta não é linear com a concentração; portanto, a
tensão que será medida neste trabalho, também não o deve ser. Assim, deseja-se
verificar se, dentro de um erro aceitável, existe uma faixa que possa ser considerada
linear, para facilitar o ensino usando este equipamento. Considera-se faixa aceitável
um acerto de curva linear onde a correlação obtida seja de 0,8 ou maior, o que está
de acordo com medidas semi-quantitativas feitas em análise química.
Os testes utilizaram a câmara de teste descrita na metodologia e os resultados
foram divididos em quatro grupos (faixas) de concentração (O que corresponde à
comparação com a sensibilidade indicada pelo fabricante, figura 4.2.):
Primeira faixa 0,001 ppm até 0,7 ppm
Segunda faixa 0,7 ppm até 7,6 ppm
Terceira faixa 7,6 ppm até 38 ppm
Quarta faixa 38 ppm até 304 ppm
49
Figura 4.2 gráfico de sensibilidade do sensor publicado pela FIGARO
Anexo B
Fonte [62]
As respostas obtidas são como segue.
a) Primeira faixa: 0,001 ppm até 0,7 ppm
O gráfico 4.1 apresenta resultado típico. Os valores estão extremamente dispersos;
embora exista uma tendência de aumento entre 0,1 e 0,7 ppm, não se obtém um fit
linear nem polinomial – de ordem 2,3 ou 4 – de nenhum desses valores, como o
melhor fit polinomial ocorrendo com ordem 2. Assim, os valores estão muito
dispersos, mas o sensor ainda é sensível ao produto; porém, não consegue
proceder a uma determinação mesmo que semi-quantitativa da concentração. Isto
pode dever-se, entre outras coisas, à perda do reagente para a superfície por
adsorção, ou seja, a dificuldade da medida pode decorrer de fenômenos
secundários atuando no sistema e não necessariamente apenas ao erro no sensor
ou do valor admitido dentro câmara de teste.
50
Gráfico 4.1 Tensão obtida em função da concentração de 2-propanol e
sistema de medida descrito na metodologia. Faixa de medida de 0,001 ppm
até 0,7 ppm
b) Segunda faixa de 0,7ppm a 7,6ppm
O gráfico 4.2 apresenta resultado típico. Ainda existe uma dispersão grande dos
dados, principalmente na região de 1ppm, contudo existe uma tendência mais clara
de aumento da tensão com o aumento da concentração. Ainda é possível fazer um
FIT linear ou polinomial de ordem 1. Contudo, principalmente para os valores que
ficam próximos a 1 ppm, o erro é grande, provavelmente pelos mesmos motivos
expostos para o gráfico 4.1. Assim, a correlação é da ordem de 0,8, ou seja, o
resultado é semi-quantitativo.
51
0 1 2 3 4 5 6 7 8
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
0,24
0,26
0,28T
en
soم
(V
)
concentraçمo (ppm)
2a. faixa 2 (0,7 ppm - 7,6 ppm)
fit linear
fit polinomial grau 1
Gráfico 4.2 Tensão obtida em função da concentração de 2-propanol e
sistema de medida descrito na metodologia. Faixa de medida de 0,7 ppm até
7,6 ppm
c) Terceira faixa 7,6 ppm até 38 ppm
O gráfico 4.3 apresenta resultado típico. Nota-se uma melhor resposta do
sensor em função da concentração, ou seja, uma dispersão menor nesta faixa. Essa
faixa, para uso em equipamentos de ensino pode ser considerada adequada, uma
vez que a correlação obtida é de 0,9.
52
5 10 15 20 25 30 35 40
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
Te
nsã
o (
V)
concentração (ppm)
3a faixa (7,6 ppm - 38 ppm)
fit linear
Gráfico 4.3 Tensão obtida em função da concentração de 2-propanol e
sistema de medida descrito na metodologia. Faixa de medida de 7,6 ppm até
38 ppm
d) Quarta faixa de 38ppm a 350ppm
O gráfico 4.4 apresenta resultado típico. Nesta faixa a dispersão é muito menor
(correlação 0,95), tornando-se a melhor região para se fazer medidas, o que é
consistente com o apresentado como resposta do sensor pela empresa (figura 4.2).
A saturação do sinal ocorre nesta faixa, atingindo-se a resposta de saturação (~
3,5V no equipamento utilizado) para concentrações da ordem de 300 ppm. A
dificuldade do uso de concentrações de centenas de ppm, contudo, é a possível
saturação do microcanal utilizado como coluna cromatográfica.
53
0 50 100 150 200 250 300 350
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5T
en
sã
o (
V)
concentração (ppm)
4a faixa (38 ppm - 350 ppm)
fit linear
Gráfico 4.4 Tensão obtida em função da concentração de 2-propanol e
sistema de medida descrito na metodologia. Faixa de medida de 38 ppm até
350ppm
Para facilitar a visualização dos resultados obtidos, os gráficos 4.5 e 4.6 apresentam
a variação de concentração em função da tensão utilizando-se gráficos de barra
enquanto o gráfico 4.7 mostra a variação do sistema em função de toda a faixa de
concentração. Nos gráficos observa-se a tendência de resposta linear até o limite
de aproximadamente 20 ppm, quando não mais se observa claramente esse
comportamento, para qualquer modo de apresentação dos dados. Portanto, quando
do uso do protótipo proposto nesse trabalho, uma possibilidade é o desenvolvimento
de aula prática para determinação de limites de detecção, onde as diferenças de
pessoas e de apresentação dos dados pode levar a conclusões distintas sobre a
região de linearidade da medida.
54
0
50
100
150
200
250
300
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Tensão (V)
co
nce
ntr
açã
o (
pp
m)
2-propanol
Gráficos 4.5 e 4.6 Gráficos de barra da variação de concentração em função
da tensão no sistema de medida pelo uso do reagente 2-propanol
0 50 100 150 200 250 300 350
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
ten
são
(V
)
concentração (ppm)
2-propanol
fit linear
Gráfico 4.7 Variação da tensão no sistema de medida em função da
concentração
Este sistema de aquisição de dados, que foi desenvolvido neste trabalho, foi usado
para a maioria dos experimentos utilizados no desenvolvimento do protótipo. Assim,
inicialmente as medidas com este sistema de aquisição foram comparadas com as
produzidas em um sistema anteriormente avaliado contra equipamento comercial
[21]. Portanto, foi possível uma comparação de performance antes do uso do
sistema construído nesse trabalho em outras medidas para o desenvolvimento do
protótipo.
55
O sistema de aquisição semelhante e anteriormente avaliado foi produzido por A. R.
Leite [32] que, por informação pessoal, indicou que o sistema em questão tem
possibilidade de detecção entre 10 ppm a 100 ppm e é compatível com equipamento
comercial desenvolvido para análise de contaminantes em fase gasosa.
4.2.1.1.1 Conclusão parcial
O sistema apresentou-se bastante adequado para ser usado com as estruturas
miniaturizadas que possuem a função de coluna cromatográfica, como descrito nos
aspectos teóricos, uma vez que a faixa entre 50ppm a 300ppm é mais adequada
para se efetuar as medidas, restringindo-se, se possível, ao valor de 100 ppm, para
se evitar o preenchimento do canal [30]
4.2.1.2 Testes dos elementos mecânicos
Na descrição do conjunto, este sistema corresponde aos itens listados como
componentes para admissão da fase móvel e para injeção de amostra.
Nesse item descrevem-se os testes efetuados nos elementos mecânicos (septo,
válvula e conexões) utilizados para a fabricação do sistema de admissão. Os testes
tiveram como objetivo determinar as propriedades mais relevantes para o
comportamento do fluido (fase móvel) dentro desses elementos, tais como,
reprodutibilidade, espaço morto, contaminação, etc. Para tanto, uma bancada de
teste foi construída e a Figura 4.3 apresenta do diagrama desta bancada enquanto a
Tabela 4.1 lista os elementos utilizados em sua construção.
56
Figura 4.3 Diagrama de blocos da bancada de testes Fonte própria
57
Tabela 4.1 elementos utilizados na bancada de teste
Elemento: descrição fornecedor Foto do dispositivo Compressor de ar
Precision SR 7500
Distribuidor Hartmann
Válvula de 3 vias Hartmann
Suporte para sensor e
sensor e tgs 2620
Fígaro
Para os testes dos elementos citados na Tabela 4.1 utilizaram-se sensores TGS
2620, Figaro, Japão, [39] em um arranjo de dez sensores monitorados por um
sistema de aquisição de dados, que serão descritos posteriormente, no item sistema
de aquisição. Entre a saída das válvulas utilizadas no sistema de teste na bancada
da Figura 4.1 variou-se o tipo de conexão (macho ou fêmea) [63] e a distância média
entre sensor e saída da válvula. O uso de três válvulas em série permite que se
verifique estanqueidade (dificuldade de vazamento) [63] entre os elementos do
58
conjunto e/ou problemas de divisão de fluxo. A adição de amostra ocorreu
manualmente, com um único operador e por uso de injeção descartável.
Como a válvula de três vias tem a função mais importante, isto é, injeção da amostra
via septo, uma delas foi desmontada e seu interior medido. A foto da Figura 4.4
apresenta o resultado obtido, onde o volume interno da região onde deve ocorrer a
inserção de amostra deve ser da ordem de 6. 10-3 mL, aceitável para um sistema de
ensino. Observe-se que em cromatografia a inserção de amostra é no valor de 1 µL
ou menos.
Figura 4.4 Foto da válvula de três vias e diâmetros do seu interior.
59
4.2.1.2.1 Testes Efetuados
Os testes em bancada de testes tiveram como objetivo, os testes de volume morto e
de vazamento das válvulas além da resposta do sensor em conjunto com estas. Por
fim, verificou-se se o distribuidor de fluxo influía na obtenção dos resultados, ou seja,
adicionava desuniformidade na distribuição desse fluxo e se o compressor podia
alimentar todas as saídas de fluxo e respectivas válvulas.
Para se evitar distorções na resposta do conjunto e, com o intuito de se minimizar o
erro, todas as medições foram feitas por um único operador. Todos os sensores
foram posicionados a distâncias por volta de1 mm do sensor. A injeção de amostra
utilizou seringa descartável de 0,3 mL de volume total.
Apesar de o sistema oferecer ate dez sinais de entrada, a bancada possui apenas
cinco pontos de medidas, ou seja, os sensores devem ser testados em blocos
distintos. Isto se deve à concepção final do protótipo, como será descrito
posteriormente.
Como esses procedimentos podem ser úteis para testar qualquer conjunto de
elementos mecânicos, por exemplo, sistemas de vedação, outras tubulações, etc.,
será feita uma descrição mais detalhada destes procedimentos. Nos resultados cada
conjunto válvula/sensor é denominado canal de medida (ou simplesmente canal, nos
gráficos).
Procedimento 1
Objetivo: avaliar a rapidez de resposta do sensor nesse sistema. Injetou-se reagente
vapor de 2-propanol, 0,1 mL. O uso do 2-propanol foi privilegiado porque se trata de
um reagente ambientalmente correto e, que pode ser manipulado por alunos sem
nenhum conhecimento de química (não deve provocar reações alérgicas de
qualquer tipo quando do contato). Para esse procedimento o reagente foi aplicado
na região entre a entrada do sensor e a saída da válvula. Neste teste não foi usada
o compressor de ar. Com o compressor de ar desligado, e aplicando-se a mesma
quantidade de reagente em todos os sensores observa-se que os mesmos foram
levados a saturação rapidamente, mas exigiram tempo longo para retornar ao seu
estado natural. Esse tempo é semelhante em todos os casos, ou seja, é pouco
dependente do uso de conexão macho ou fêmea.
60
Gráfico 4.8 Resposta do sistema tensão (v) x tempo (seg) para o
procedimento 1
Procedimento 2
Objetivo: avaliar se o operador do sistema pode influir significativamente no
resultado, como por exemplo, pela manipulação da seringa de injeção, tempo de
injeção, posição da injeção, etc. Este teste foi realizado com compressor de ar
desligado e de modo semelhante ao Procedimento 1. Resultado típico pode ser
observado no gráfico 4.9; uma grande modificação no comportamento só é obtida se
a seringa é mantida em ângulo agudo em relação ao sensor (canal 4).
61
Gráfico 4.9 Resposta do sistema tensão (v) x tempo (seg) para o
procedimento 2
Procedimento 3
Objetivo: Ainda com o compressor de ar desligado, verificar se há comunicação
entre os fluxos de ar através do distribuidor. O procedimento é semelhante ao
anterior, mas os canais 4 e 5 não recebem reagentes. Como pode ser observado no
gráfico 4.10, o canal 1 que tem a saída diretamente alocada no compressor,
enquanto os canais 2 e 3 passam por divisores. Contudo, independente da
configuração, os canais 1,2 e 3 apresentam praticamente o mesmo resultado
enquanto os canais 4 e 5 permaneceram sem variação na linha de base, indicando
que não há vazamento no conjunto pelas tubulações.
62
Gráfico 4.10 Resposta do sistema tensão (v) x tempo (seg) para o
procedimento 3
Procedimento 4
Objetivo: verificar como o operador pode influenciar o resultado. Repetiu-se o teste
do procedimento 2, mas na configuração do procedimento 3, obtendo-se resultado
semelhante (no caso, o canal 2 corresponde ao canal afetado, gráfico 4.8).
63
Gráfico 4.11 Resposta do sistema tensão (v) x tempo (seg) para o
procedimento 4
Procedimento 5
Objetivo: Avaliar a influência do tempo de injeção da amostra. Nesse caso, ainda
sem a operação do compressor, o operador injetou a mesma quantidade de
reagente, mas com velocidades diferentes (o mais rapidamente possível, gráfico
4.12a e sem a preocupação com o tempo, mas continuamente, e, sem paradas,
gráfico 4.12b). É possível observar que a diferença pode ser significativa, o que
exige um único operador para o protótipo proposto.
64
Gráficos 4.12a e 4.12b Resposta do sistema tensão(v) x tempo (seg) para o
procedimento 5, injetando-se o reagente (a) mais rapidamente ou (b) lenta, mas
continuamente
Esse conjunto de medidas demonstra a necessidade do sensor ser mantido fora de
caixa fechadas, como é o caso do cromatógrafo convencional, pois isso pode levar à
saturação. Isso já havia sido notado por Carvalho [30]
Procedimento 6
Objetivo: avaliar a adsorção do reagente na região entre sensor/válvula. Nesse caso,
injeta-se o reagente, como nos processos anteriores, e, liga-se o compressor e
avalia-se o sinal obtido. Resultado típico para um canal encontra-se no gráfico 4.13.
Neste caso, a variação da linha de base (0,2 V) é consistente com uma
concentração de 7 ppm, ou seja, no início da faixa adequada de medida nessa
montagem (ver item 4.2.1.1.).
65
Gráfico 4.13 Resposta do sistema tensão (v) x tempo (seg) para o
procedimento 6
Procedimento 7
Objetivo: verificar a influência do operador na introdução do reagente se a injeção
deste deve ser em intervalos de tempo curtos (10s) e ocorrer com o uso de um septo
acoplado às válvulas. Neste caso o compressor está ligado e apenas o canal 1 foi
monitorado. O gráfico 4.14 apresenta o resultado para uma condição onde o sistema
foi pouco utilizado – poucas medidas contínuas efetuadas (gráfico 4.14a) – ou muito
utilizado (gráfico 4.14b). Para permitir melhor visualização dos dados o gráfico 4.1c
apresentam uma única medida efetuada após uso intenso. Observa-se que a linha
de base não retorna rapidamente ao nível anterior (150 s no gráfico 4.14c) e
permanece alta, ou seja, diminui a quantidade de amostra que poderia ser analisada
em um protótipo de ensino. Portanto, é importante manter as amostras utilizadas em
tal protótipo abaixo de um volume de 0,03 mL. De qualquer modo, com a mesma
quantidade de gás o dispositivo respondeu da mesma forma, mas operador não
consegue injetar a mesma quantidade de gás continuamente, por isso ocorre à
irregularidade. Por fim, o comportamento é semelhante com ou sem septo, ou seja,
este não adiciona volume morto significativo.
66
Gráficos 4.14 (a), (b) e (c) Resposta do sistema tensão (v) x tempo (seg) para o
procedimento 7, para a condição onde o sistema foi pouco utilizada (a), muito
utilizada(b), ou uma única medida efetuada após uso intenso(c)
Procedimento 8
Objetivo: verificar se a existência do septo e a injeção de reagente em um canal
influem significativamente nos outros, e em essencial no que se encontra ligado por
uma derivação. A adição utilizou o menor volume mensurável na seringa descartável
(0,05 mL). O gráfico 4.15 apresenta vários resultados obtidos em diferentes
configurações e após uso intensivo de cada canal onde foi injetado o reagente. A
seqüência de medidas apresenta adição de reagente em um canal com todos os
outros fechados, ou seja, com máximo fluxo naquela tubulação (gráfico 4.15.a) e
após 1 minuto da adição (gráfico 4.15.b). Contudo, uma injeção de quantidade
mínima após muito uso (gráfico 4.15.c, d, f, h) não é facilmente identificada, o que
exige o uso de maior quantidade de amostra (0,3 ml; gráficos 4.15 e, g, i) para
identificação inequívoca. De qualquer modo, não parece haver vazamento
significativo entre os vários elementos da bancada e o sistema funciona de modo
semelhante não importando se todas (gráfico 4.15.a, b) ou apenas um das válvulas
(gráfico 4.15.i) encontra-se aberta.
67
gráfico 5.15a gráfico 5.15b
gráfico 5.15c gráfico 5.15d
gráfico 5.15e gráfico 5.15f
68
gráfico 5.15g gráfico 5.15h
gráfico 5.15i
Os gráficos 4.15 (a), (b), (c), (d), (e), (f), (g), (h) e (i) Tem como resposta do sistema
tensão (v) x tempo (seg) para o procedimento 8. As figuras apresentam sequências
obtidas em diferentes configurações e após uso intensivo de cada canal onde foi
injetado o reagente
69
4.2.1.2.2 Conclusão parcial As válvulas e conexões testadas mostraram-se eficientes para a utilização com
pequenas quantidades de amostra, ou seja, são adequadas para o desenvolvimento
do protótipo. O compressor de ar mostrou-se eficiente não importa quantos canais
fossem mantidos abertos. O comportamento semelhante do reagente inserido, não
importa qual canal utilizado, indica que o distribuidor de fluxo funciona
adequadamente. Por fim, não se observou vazamento significativo no conjunto.
4.2.2 Sistema de aquecimento e respectiva coluna
O conjunto utilizado para prover o aquecimento do canal é formado por uma
resistência de alumina [64] e um controlador de temperatura [65]. Os dois
elementos, mais as conexões elétricas necessárias, têm um custo total de R$
280,00. A Figura 4.5 apresenta foto ilustrativa da coluna e do sistema de
aquecimento utilizado.
Figura 4.5 a coluna ilustrativa Figura 4.5.b sistema de aquecimento Figura 4.5 Foto ilustrativa da coluna (a) e sistema de aquecimento utilizado (b) Fonte [30]
70
4.2.2.1 Testes efetuados O uso de um controlador de temperatura e celerol® como isolante elétrico, contudo,
apresenta limitações, pois não se trata de um forno e a temperatura pode elevar-se
sensivelmente acima do pretendido antes do controlador desligar o aquecimento.
Desligar o aquecimento, por sua vez, não é garantia de atingir a temperatura
desejada, devido à massa térmica do conjunto resistência/canal. Contudo, em um
cromatógrafo a gás, a rampa de temperatura costuma ser ampla, na faixa de
ambiente a 200 ºC, e ser rápida, não sendo incomum o aumento a 10 ºC/min. Além
disso, não podem ocorrer picos, ou seja, a transição entre aumento de temperatura
e patamar em temperatura fixa deve ser suave. Para tanto, os equipamentos utilizam
fornos controlados eletronicamente (com controles microprocessados e fornos
selados e com resfriamento, o que é inviável, devido ao alto custo, para a finalidade
do trabalho – dispositivos educacionais) e obtêm perfis semelhantes ao indicado na
Figura 4.6. A imagem é meramente ilustrativa, mas perfis reais são facilmente
encontrados na literatura [por exemplo, [66]. Portanto, avaliou-se o melhor modo de
obter um perfil de temperatura no sistema em desenvolvimento foi efetuado.
Figura 4.6 Perfil genérico e uma rampa de temperatura e seu respectivo cromatograma
71
4.2.2.2 Performance obtida Estas variações podem ser obtidas e registradas através de um sensor de
temperatura colocado em três pontos da coluna onde podemos obter diferentes
pontos de aquecimento ao longo da mesma. Os gráficos das figuras 4.7a e b,
mostram em duas situações diferentes o comportamento da temperatura na coluna
através do tempo.
Figuras 4.7 (a) e (b) As variações da temperatura em função do tempo Portanto, a solução encontrada foi, na programação do controlador de temperatura,
a criação de pequenos degraus, ou seja, pequenos intervalo de tempo em
temperatura fixa intercalado com igual região de rampa de aquecimento. Isso
representa uma atenuação nos picos de temperatura fazendo com que as rampas se
tornem menos íngremes, representando assim um aumento gradual de temperatura,
ao longo da coluna. Os programas de programação da coluna podem ser vistos no
apêndice A.
Dentre as várias programações de rampas que formam feitas as melhores rampas
obtidas são apresentadas na Figura 4.8, para estas o número de intervalos
implementados são de 6, 18 e 34 para as taxas de 8 ºC/min, 6 ºC/min e 3 ºC/min,
respectivamente. Observe-se que o limite está no atuador, ou seja, controlador de
temperatura, que apresenta uma retificação da temperatura a cada minuto.
72
Figura 4.8– Rampas de aquecimento obtidas com número de intervalos
implementados de (a) 6 [8 ºC/min.], (b) 18 [6 ºC/min.] e (c) 34 [3 ºC/min.], além de (d)
rampa de aquecimento programada
4.2.2.3 Simulação do comportamento na coluna e comparação com resultados experimentais
4.2.2.3.1 Simulação do comportamento na coluna
Em um cromatógrafo a gás, o filme depositado sobre o capilar, para favorecer a
adsorção, é denominado fase estacionária enquanto o gás de arraste é chamado de
fase móvel. A separação da amostra depende da interação que ocorrer entre os
componentes da mistura e a fase estacionária, ou seja, principalmente de dois
parâmetros: solubilidade e volatilidade. Assim, quanto maior a solubilidade do
componente na fase estacionária mais lentamente este percorre a coluna; por outro
lado, quanto mais volátil, mais rápido sua saída. Outro parâmetro importante é o
movimento aleatório da amostra no canal (eddy diffusion), portanto, quanto maior o
tempo que a amostra permanece na coluna maior a região que ela ocupa. Os
processos que ocorrem na coluna geram na saída, um perfil aproximadamente
gaussiano, e, quanto maior o tempo que amostra permanece na coluna, mais
73
“larga”, e, portanto “menos intensa”, será a gaussiana obtida. Nessa condição o
limite de detecção piora; portanto, para diminuir tal interferência, é comum mesmo
para análises complexas, como as análises de frações de petróleo raramente
ultrapassam meia hora [66,67]. Para tanto, um modo de favorecer a saída de um
componente que tem alta afinidade pela fase móvel e/ou baixa volatilidade é com
aquecimento controlado da coluna, o que torna o perfil de aquecimento crítico para
definir a performance do instrumento. Por fim, a grande quantidade de amostra na
coluna também favorece a dispersão. Em trabalhos anteriores, a questão de
saturação do canal já foi abordada [31] e neste trabalho, a superfície não é aderente;
portanto, serão avaliados apenas os comportamentos devido à volatilidade dos
componentes e sua difusão aleatória.
O programa FEMLAB® permite a simulação do perfil de concentração de um
componente na coluna desde que os parâmetros constantes da Tabela 4.2 sejam
fornecidos e, para permitir a compreensão dos valores utilizados, também se
apresentam as justificativas para a escolha. Dois parâmetros foram variados para
simular, volatilidade e eddy diffusion, respectivamente, difusão efetiva e coeficiente
de difusão. A difusão do componente é tanto maior quanto maior sua volatilidade;
por outro lado, na fase vapor, a maioria dos compostos orgânicos voláteis tem
coeficiente de difusão de 10-8 m2 /s [68], mas pode atingir valores de até 10-4
m2/s se
alguma condição externa favorecer a dispersão (rápido aquecimento, etc.) [69]. No
programa, a difusão efetiva tem valores normalizados; onde o valor 1 corresponde à
condição mais comum em cromatografia. O tempo de permanência na coluna foi
fixo, e inferior a 180s, compatível com valores experimentais.
74
Tabela 4.2 – Parâmetros do programa FEMLAB®, valores utilizados e as justificativas para a escolha.
Parâmetro Valor assumido nesse trabalho/justificativa
Comprimento da coluna 3500 mm, como canal produzido
Área superficial da coluna 1145mm2, como canal produzido
Porosidade da coluna 1(sem porosidade), porque não há material para adsorção dentro do canal
Velocidade da fase móvel ~3m/s(velocidade linear), definida pela vazão no medidor de fluxo
Difusão efetiva Variável, nesse caso (0,5; 1;2)
Constante de adsorção <<0,01, porque não há adsorção na coluna (1.10-4
)
Concentração na fase estacionária
<< 1.10-6
mol/m2 porque não há adsorção, portanto o valor
que se encontra na superfície é menor que o obtido em uma superfície mediante adsorvente (1.10
-8 mol/m
2 )
Concentração do analito (componente da mistura)
1 mol/m3, definido pela massa admitida de amostra dividida
pelo volume do canal
Coeficiente de difusão Variável, nesse caso (10-8
m2/s ou 10
-4 m
2/s)
A Figura 4.9 apresenta o perfil do componente (denominado analito) dentro da
coluna quando o escoamento atinge a metade do comprimento do canal. Muito
embora a volatilidade favoreça o alargamento da gaussiana, o que diminui o valor
máximo do pico, ou seja, aumenta o limite de detecção (Figuras 4.8a e 4.8b), o
aquecimento é mais significativo no espalhamento do fluido (Figuras 4.8c e 4.8d), ou
seja, o aquecimento só se justifica se a amostra puder sair muito mais rapidamente
da coluna.
Figura 4.9 Perfil do componente (analito) dentro da coluna quando o escoamento atinge a metade do comprimento do canal. Difusão efetiva de 0,5 (a) ou 2,0 (b). Coeficiente de difusão de 10-8
(c) ou 10-8 (d)
75
4.2.2.3.2 Comparação com resultados experimentais
Essa taxa pequena também explica as maiores variações na linearidade (picos) das
curvas com rampa de 8 ºC/min, que não podem ser minimizadas pelo aumento do
número de intervalos. Apenas para comparação a Figura 4.9d apresenta a rampa de
aquecimento programada, ou seja, a ser obtida apenas em um sistema ideal. É
possível também observar que a dispersão nos valores de temperatura entre os três
sensores é tanto menor quanto menor for a rampa de aquecimento. Considerando-
se, assim, as duas variáveis mais importantes, formação de picos e dispersão entre
os três sensores da temperatura ao longo da coluna, a melhor rampa de
aquecimento é a de 3 ºC/min taxas, contudo, está é muito distante dos valores
comuns em cromatografia, portanto a rampa de 6 ºC/min corresponde a uma
condição de desempenho. Por fim, uma correlação entre simulação e medidas no
arranjo experimental pode ser obtida pela injeção de 0,02 ml de 2-propanol a 1ml
padrão/min ou a 10mlpadrão/min na temperatura ambiente comparadas à injeção a
10mlpadrão/min e 28 ºC ou 48 ºC (Figura 4.10). Como pode ser observado na figura,
há uma maior dispersão na gaussiana, devido à maior temperatura, o que é
coerente com os resultados de simulação. O maior fluxo, por sua vez, diminui o
tempo de residência do fluido e a gaussiana é mais aguda.
Figura 4.10 – Injeção de 0,02 ml de 2-propanol na temperatura ambiente e a (a) 1ml padrão/min ou a 10mlpadrão/min. (b) injeção a 10 ml padrão/min e 28 ºC ou 48 ºC.
76
4.2.2.4 Conclusão parcial
Foi possível definir um conjunto coluna, aquecedor onde as rampas de temperatura
são semelhantes às obtidas em cromatógrafos a gás de mediana performance. A
boa reprodutibilidade permite a admissão da amostra por meio manuais.
77
4.2.3 Sistema de aquisição de dados
Neste item descrevem-se as principais características do hardware e do software
projetado e construído com a função de fornecer a tensão de alimentação dos
detectores, bem como interligá-los ao computador além de permitir a manipulação
do sinal.
O programa utilizado nos testes, bem como os esquemas de ligação e custos podem
ser encontrados no anexos A ,C e D.
4.2.3.1. Características do hardware projetado e construído
Devido à crescente demanda por aparelhos cada mais sofisticados, e, em
conseqüência, cada vez mais caros, a utilização destes equipamentos por alunos
dos cursos de graduação, ou mesmo de pós-graduação, torna-se cada vez mais
restrita. Assim, a especificação do projeto foi elaborada a fim de atender essas
necessidades com um dispositivo capaz de adquirir dados de forma simples e
barata, em relação ao aos existentes profissionais, e eficazes, para que possa ser
utilizado em tanto em laboratório para ensaios gerais como um instrumento de
complemento de pesquisa.
A especificação do projeto indica qual a funcionabilidade que o projeto terminado
deve fornecer e que possa incluir uma variedade de exigências elétricas [70]. A
especificação inicial é basicamente uma descrição técnica detalhada de como o
circuito terminado que ira realizar determinadas funções como: sinais que o circuito
receberá quais os sinais de saída, quais as tensões de alimentação disponíveis,
além dos parâmetros físicos que o projeto deve respeitar, tais como, tamanho e
peso do conjunto, resistência a umidade, vibração, ambientes agressivos, etc.[71]
Bloco aquisitor
O bloco aquisitor é composto por uma placa de circuito impresso contendo um
microcontrolador que rege todas as funções, e componentes que fazem parte do
ajuste/proteção do sistema. Sua função básica é a captura e tratamento de dados
para a futura entrega dos mesmos a um computador que contenha o software de
aquisitor de gases.
O tamanho deste bloco é limitado pelos terminais de colocação dos detectores, de
onde são recebidas informações a serem tratadas. Os detectores são pequenos
78
soquetes onde se encontram os sensores (TGS 2620, Figaro), que detectam as
variações na concentração de compostos orgânicos voláteis e componentes
adequados para a alimentação e obtenção do sinal de saída. A saída do sensor
(tensão) é amplificada para compensar as perdas provenientes do cabo.
Os dados amplificados nessa etapa são encaminhados para o microcontrolador, que
converterá variações de tensão em níveis binários e que serão encaminhados ao
computador através de uma saída USB tipo B, para armazenamento e futura
análise.
Optou-se por construir um aquisitor de dados com dez entradas devido à relação
custo/ beneficio. O custo do microcontrolador unitário seria superior em comparação
a um único controlador de dez entradas, com isso os canais de entrada dependem
agora somente do controlador utilizado e apenas um computador é necessário para
fazer o diagnóstico das entradas.
Microcontrolador A Microchip Technology Inc. é uma empresa de grande porte, com sede no Arizona,
EUA, que possui uma expressiva participação em semicondutores e
microcontroladores. Entre seus principais produtos destaca-se o microcontrolador
PIC® (Periferal Interface Controler), que possui boa diversidade de recursos,
capacidade de processamento, custo e flexibilidade de aplicações, mas, sem duvida,
o ponto mais forte desta tecnologia está na simplicidade de aplicação, o que permite
a aplicação deste microcontrolador em projetos de pequeno porte, facilitando a
implementação e diminuindo o custo de desenvolvimento. A figura 4.11, destaca
essa família de microcontroladores
79
Fig 4.11 Família de microcontroladores Microchip PIC
Fonte [72]
Microcontrolador 18F2550 Antes de iniciar o projeto desses circuitos, foram realizados estudos sobre os
microcontroladores PIC da Microchip pertencentes à família 18F. Os tipos mais
conhecidos desta família são o 18F4550 e 18F2550; foram, então, estudados
nesses dispositivos os blocos de E/S, conversor A/D, timer, consumo, entre outros.
Os microcontroladores desta família são ideais para aplicações que necessitam de
processamento de 10 a 16 MIPS (milhões de instruções por segundo), além disso
são otimizados para executar códigos gerados por compiladores da linguagem “C”,
esta família permite ainda a implementação de USB. Após estudos relacionados
com as características dos microcontroladores optou-se pelo 18F2550, de 28 pinos
que atende perfeitamente as necessidades do projeto. A figura 4.12 apresenta foto e
o símbolo esquemático do microcontrolador
80
Figura 4.12 Foto e diagrama esquemático do controlador Fonte [72] Linguagem de programação As linguagens “assembly” (figura 4.13) e “C” (figura 4.14) são as mais usadas para a
programação dos microcontroladores. Assembly, que significa montagem, é o termo
que melhor define o processo de criação de arquivo em linguagem binária. Para que
isso ocorra, faz-se necessário o uso de um programa montador, chamado
assembler. A linguagem C é bastante poderosa e versátil, e é conhecida pelo seu
equilíbrio entre estruturação e eficiência. Desta forma, o programa fonte gerado pelo
programador é processado em outro programa, conhecido por “compilador”, que irá
gerar o programa em linguagem binária. No caso o programa foi construído em “C”
pelas características abordadas anteriormente.
Figura 4.13 Elementos de programação assembly
Fonte[73]
81
Figura 4.14 Diagrama de programação em linguagem C
Fonte [73]
O software foi desenvolvido a fim de atender os parâmetros do projeto mencionado anteriormente nos itens de produção e requerimento do equipamento. A figura 4.15 mostra um fluxograma do projeto.
82
Figura 4.15 Fluxograma do software desenvolvido Fonte própria Fonte de alimentação A fonte de alimentação tem como função alimentar eletricamente o sistema com
tensão continua. Para tanto, são necessários apenas um transformador abaixador
de tensão, uma ponte retificadora, um filtro capacitivo e três reguladores de tensão.
O esquema da figura 4.16 ilustra o exposto. O transformador (fabricante genérico)
deve possuir as seguintes características: entrada 110/220V/0-9V-1A. Os diodos que
formam a ponte retificadora (fabricante genérico) e o capacitor eletrolítico (fabricante
83
genérico) devem possuir as seguintes características: capacidade 2200μF/16V, com
uma tensão mínima de trabalho. A fonte de retificação e filtragem encontra-se fora
da placa de aquisição de dados para evitar interferências, como ripple (ondulação),
que possa ser introduzida na placa de aquisição de dados.
T1D11N4004
D21N4004
D31N4004
D41N4004
C12200uF-POL
primario secundario
Figura 4.16 Retificação e filtragem Fonte própria
A figura 4.17 apresenta a etapa de estabilização da fonte, que se encontra montada
na placa de aquisição de dados. A fonte foi projetada a ter três sistemas de saída
estabilizada; duas delas com sinalização visual. Os capacitores colocados na
entrada da fonte têm como objetivo principal eliminar qualquer ruído que possa vir
da retificação e filtragem ou qualquer interferência que possa ser introduzida na
placa. As sinalizações têm como objetivo indicar o nível de tensão de saída. As
duas saídas com sinalizações (leds amarelos) servem: uma para alimentar os
sensores de gás e outra para alimentação dos amplificadores operacionais. No caso
de um dos sensores entrarem em curto circuito ou se tornar um circuito aberto, o
sistema não ficará prejudicado, continuando a funcionar e o mesmo ocorre em
relação aos amplificadores operacionais. A terceira alimentação é só para a
alimentação do microprocessador, pois se houver alguma pane em alguns dos
sensores ou nos amplificadores operacionais o sistema continuará a adquirir os
dados normalmente, sem interrupção do sistema.
84
Figura 4.17 Estabilização da fonte e filtros A figura 4.18 apresenta foto do modelo completo do aquisitor de dados, contendo todos seus componentes, já com a ligação do sensor Figura 4.18 Foto do modelo completo do aquisitor de dados
85
Entrada de dados Após haver uma variação de corrente no sensor, uma variação de tensão é sentida
no resistor RL, que está em série com o sensor (vide figura 4.20b). Como esta
variação é muito pequena, é então amplificada por meio de um amplificador
operacional. Esse amplificador operacional tem duas finalidades: a primeira é de
compensar as perdas que podem acontecer no cabo dando um ganho de
aproximadamente 4,83; a segunda é uma proteção da entrada do controlador, pois
se uma entrada do sinal for acima de 5V poderá queimar a entrada do controlador.
Neste caso isso é evitado porque o operacional saturaria e a saída máxima seria de
aproximadamente 3,5V, evitando a queima de uma entrada do controlador. Na
entrada do amplificador operacional foi colocado um resistor de 1KΩ para evitar que
qualquer ruído pudesse ser inserido na entrada do mesmo, o que poderia acarretar
algum erro na saída
Como pode ser observado no esquema da figura 4.19, existem duas tensões; uma
para os sensores e uma para os amplificadores operacionais. O motivo é proteção;
assim, se algum sensor entrar em curto ou ficar em aberto, o restante dos sensores
pode enviar seus dados sem qualquer perda. O mesmo se aplica aos amplificadores
operacionais, caso algum deles apresente algum problema os outros continuarão a
funcionar normalmente. A saída amplificada é levada então a entrada do
microcontrolador onde é convertida para digital e depois armazenada conforme o
canal de amostra. Os resistores pertinentes a este circuito são todos de tolerância
de 1% para minimizar o erro e os capacitores são de acoplamento para evitar
qualquer entrada de ruído no sistema. A figura 4.19 ilustra o descrito acima
86
Figura 4.19 Circuito de entrada de dados Sensor utilizado Sensores de pequenas dimensões são muito comuns em diversas áreas, e
apresentam características muito interessantes. O sensor utilizado neste trabalho, o
TGS2620 fabricado pela Figaro – Japão é um sensor desenvolvido para a detecção
de vapores de solventes orgânicos voláteis, sendo usado para identificação de
gases combustíveis. Suas principais características são: baixo consumo, alta
sensibilidade, baixo custo e longa durabilidade.
Na presença de gases combustíveis – como, por exemplo, etanol – a razão de
oxigênio disponível diminui, o que implica em uma diminuição da resistência do
sensor, e, por conseqüência, maior queda de tensão em RL. As figuras 4.20 (a) e
(b) apresentam o interior do sensor e o b o diagrama elétrico para sua a ligação,
respectivamente. Mais informações são apresentadas pelo fabricante, e cópia se
encontra no anexo B
87
Figura 4.20(a) estrutura interna (b) Esquema elétrico Fonte 62
4.3 Descrição do conjunto Os sub-sistemas (descritos nos itens de 4.1 a 4.3) formam um conjunto que tem
características similares a um cromatógrafo convencional com coluna capilar. Para
este conjunto de elementos foi elaborado um projeto e finalizada a construção de um
equipamento portátil (protótipo). Esse equipamento, denominado analisador de
gases uma vez que a coluna capilar utilizada não apresenta filme adsorvente, é
descrito a seguir.
Os sub-sistemas foram colocados dentro de um rack para maior segurança e
também para permitir transporte. Os racks têm a sua principal utilização na
aplicação, proteção e organização de uma variedade de equipamentos, que incluem
desde equipamentos eletroeletrônicos, cabeamento estruturado, abrangendo
também os segmentos de telecomunicações, CPDs, entre outros. Os racks mais
“usuais“ têm um padrão de 19” e 23”. Para “uma largura útil de 19” ou 23”, os racks
mais comuns têm a sua altura em Us (U = 44,45mm) e a profundidade em
milímetros. É importante frisar que cada fabricante pode padronizar alturas e
profundidades. Portanto, é necessário verificar as dimensões e peso de cada
equipamento (altura, largura e profundidade), totalizar e a partir destas informações
compatibilizar o dimensional do rack. Os principais itens para configurar um rack
estão relacionados com o tipo de produto que se pretende acondicionar, a
quantidade, o grau de proteção necessário, o controle de temperatura, de ventilação,
etc. É também relevante o espaço para a passagem e fixação de cabos, dissipação
de calor e acessórios como bandejas leves, pesadas, deslizantes, réguas de
88
alimentação, unidade de ventilação, passa cabos, etc. Por fim, deve ser verificado o
local de instalação do módulo, ou seja, se o ambiente está condizente com o grau de
aplicação e proteção exigido para o mesmo. [74,75].
No presente projeto utilizou-se um “rack de 19”, altura de 4,9Us (220 mm) e a
profundidade de 431mm e a figura 4.21 propicia uma idéia geral do conjunto obtido.
Figura 4.21 aspecto final do módulo
89
4.3.1 Descrição geral do conjunto
O painel frontal do equipamento é mostrado na figura 4.22, com a descrição de cada
componente do conjunto apresentada em seqüência.
Figura 4.22 vista do painel frontal [1= aciona controlador de
temperatura (3) e sistema eletrônico (4); 2= alimentação; 5= disjuntor; 6= rotâmetro;
7=8= válvula para seleção de N2 ou ar; ]
A chave azul (1) aciona o controlador de temperatura (3) e o sistema eletrônico (4) e
a chave verde (2) põe em operação os controles internos. Quando qualquer uma das
chaves está acionada, uma LED em seu interior provoca variação de luminosidade.
Com chave azul ligada, o controlador de temperatura (3) ficará em espera e a parte
eletrônica do circuito (4) também estará energizada, o que poderá ser verificado por
uma lâmpada na cor amarela, que deverá estar acesa. O disjuntor (5) é a parte que
permite a alimentação do sistema de aquecimento do conjunto. O rotâmetro (6)
indica a vazão do gás advindo do compressor de ar ou de um torpedo,
preferencialmente de N2. A escolha da alimentação do rotâmetro é feita com ás
90
válvulas metálicas (7,8). O conjunto de três válvulas de três vias (9) permite
direcionar o fluxo de gás para cada um dos 10 terminais (10) utilizados para a
injeção do gás a ser analisado. O bloco sistema de aquecimento (11) é formado de
dois blocos distintos, cada um com até 5 colunas e respectivos detetores. Esse
bloco é guardado no interior do rack quando não está em uso.
A figura 4.23 mostra a vista interior do rack e como são distribuídos alguns dos seus
componentes enquanto a figura 4.24 apresenta a vista superior do rack, com
destaque para as dez válvulas e respectivos septos para injeção de amostra além
das colunas suportadas no módulo de aquecimento. Por fim, na figura 4. 25
visualiza-se com melhor o módulo de aquecimento e colunas.
Figura 4.23 vista do interior do módulo de aquisição
91
Figura 4.24 vista superior do módulo
Figura 4.25 vista do sistema de aquecimento
92
4.3.2 Testes de funcionamento da parte mecânica Antes de se iniciar o uso do protótipo, deve-se escolher qual será a fonte da fase
móvel (compressor interno de ar ou torpedo de gás externo), bem como conectar o
computador para a aquisição dos dados.
A escolha da fase móvel é feita pelas válvulas existentes na parte inferior esquerda
da região frontal rack (números 7 e 8 da figura 4.22 e detalhe na figura 4.26). A
válvula mais a esquerda (8) admite em fonte externa de gás; esta fonte pode ser
acoplada ao equipamento por meio de uma conexão existente na parte traseira do
protótipo. Quando o sistema utiliza fonte externa, devido à grande diferença de
pressão entre compressor e torpedo, a válvula 7 deve ser mantida fechada ou o
sistema pode sofrer danos, tais como rompimento da câmara do compressor,
vazamento de gás, etc. Por outro lado, quando se utiliza o compressor de ar interno
ao conjunto, a válvula 8 deve estar fechada e a 7 aberta. Nesse caso liga-se o
compressor por meio da chave verde (2) no painel frontal. Quando do uso do
compressor o gás a ser injetado é o ar comum sem nenhum tratamento ou
filtragem.
Figura 4.26 detalhes das válvulas 7 e 8 (entrada de gás externo e
entrada de compressor de ar)
93
Após a seleção da fase móvel, ajusta-se o fluxo desejado de gás para ser distribuído
para os 10 terminais através do rotâmetro (6), situado na frente do painel. Após esse
ajuste seleciona-se quais módulos de aquecimento e/ou terminais serão
alimentados. Isso é possível selecionando-se a combinação das vias das válvulas
que estão soldadas na placa de acrílico no painel frontal (figura 4.22), vista eme
detalhe na figura 4.27. A figura 4.28 apresenta o modo de conexão das válvulas.
Figura 4.27 Vista do sistema de distribuição de para as válvulas superiores
94
Figura 4.28 Distribuição do fluxo nas válvulas. Entrada por compressor ou rotâmetro e saída através de distribuidores de fluxo de quatro ou duas vias (simboliza os pelos números 4 e 2, respectivamente) Através dessas válvulas seleciona-se os terminais (em detalhe a figura 4.29) que
receberão a fase móvel. Assim, a primeira válvula de três vias abastece os quatro
primeiros terminais (da esquerda para a direita, válvulas de 1 a 4 e agrupadas na
figura sob o número 4), a válvula do meio abastece as duas em seqüência (válvulas
5 e 6, agrupadas na figura sob o número 2) enquanto a última válvula abastece as
quatro ultimas válvulas (válvulas 7 a10). A seleção se o terminal será usado para
inserir amostra, para alimentar a coluna ou mesmo se permanecerá fechado é feita
individualmente nas 10 válvulas.
Figura 4.29 vista em detalhes das válvulas superiores
95
O sistema de admissão de ar pelo compressor foi avaliado usando-se um
bolhometro para determinar a vazão em cada uma das 10 válvulas, mas sem o uso
da coluna. O compressor de ar permite uma vazão de até 20 ml/s e não se observou
mudança significativa nesse valor mesmo com todas as válvulas abertas. Esse valor
é também bem maior do que o máximo necessário para a utilização de colunas
capilares (em geral menor que 2 ml/min [10]). Portanto, o sistema pode ser utilizado
mesmo com um grande número de alunos. Além disso, para a utilização de todas as
colunas simultaneamente sem incorrer no risco de diminuição do fluxo de gás ainda
se pode recorrer ao uso de torpedo de gás.
4.3.3 Testes de funcionamento da parte elétrica
Uma vez que a parte mecânica do sistema encontra-se a contento, deve-se iniciar o
uso da parte elétrica, e as figuras 4.30 a 4.32 apresentam uma possível seqüência.
Em um experimento em que somente a ultima válvula de três vias fosse selecionada
(figuras 4.30 e 4.31) até quatro válvulas na parte superior poderiam receber gás.
Caso a última válvula dos terminais fosse adaptada a uma coluna (figura 4.32),
desde que as outras três que se encontram na seqüência estejam fechadas, é
possível fazer uma análise, sendo necessário, contudo, previamente a definição do
fluxo desejado no rotâmetro.
Figura 4.30 representação esquemática das válvulas
96
Figura 4.31 representação real da posição da válvula
Figura 4.32 conexão da válvula superior com a coluna
97
Após estes primeiros procedimentos, conecta-se o cabo USB (encontra-se na parte
interna do protótipo) a um computador para efetuar as aquisições de dados. A chave
azul é acionada e, como abordado anteriormente, o sistema fica energizado, os
módulos eletrônicos (4) e controlador de temperatura (3) ficam em regime de espera
e o controle das condições elétricas passa a ser feito no painel central (figura 4.22 e
detalhe na figura 4.33). O controle da condição do módulo eletrônico em espera é
feita pela lâmpada E; se conectado a um computador pela C, pronto para adquirir
dados, A, ou sem reconhecer o programa, B ou D. Portanto, caso o programa não
seja reconhecido pelo computador, às lâmpadas C e D não acendem e a lâmpada B
irá acender e piscar; maiores detalhes podem vistos no anexo F. É importante
salientar que esse módulo de aquisição de dados é completamente auto-suficiente,
e pode ser usado pelo professor para o desenvolvimento de aulas expositivas. Esse
módulo, portanto, foi denominado kit do professor
Figura 4.33 conjunto de lâmpadas que indicam o estado em que se encontra
o sistema eletrônico. A = pronto para adquirir dados; B = programa é acionado junto
com o computador ( piscando) C, D = sem reconhecer o programa; E = dispositivo
energizado.
O controlador de temperatura deve ser acionado para que o sistema seja aquecido e
o programa de rampas de temperatura já está incluído no protótipo dispositivo, mas
maiores detalhes de programação pode ser visto no anexo C.
Para a liberação programa usa-se:
98
● PG1 indica o programa que ser executado
▼ pulsar ate “STAT”
◄► pulsar OFF/ RUN
Deixar em OFF o sistema vai para STAT
▼ pulsar ate RUN
O sistema começa a rodar
O disjuntor (7, figura 4.22), situado ao lado rotâmetro, permite a ligação do sistema
de aquecimento. Quando ligado aquece a coluna até a temperatura programada no
controlador de temperatura. Toda vez que for encerrada uma medição com
temperatura alta recomenda-se que o disjuntor seja desligado.
4.3.4.Testes de detecção
É preciso avaliar qual a influência da proximidade dos detectores no protótipo, ou
seja, possível contaminação cruzada e, também, qual o mínimo valor medido pelo
conjunto (limite de detecção). Estes parâmetros foram obtidos com um set de
experimentos como segue.
TESTE 1 :
Injeção de vapor de álcool isopropilico (50 µl a cada 30 segundos) no septo
acoplado à última válvula superior (figura 4.32), compressor interno ligado, sem
aquecimento e tempo de aquisição de 3 minutos. A figura 4.34 evidencia que o
sistema saturou no canal 1, como esperado, mas sem afetar o canal 2.
99
0:00:19:00:00:39:00:00:59:00:01:19:00:01:39:00:01:59:00:02:19:00:02:39:00:02:59:0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0va
ria
çoم
(v)
tempo (min))
canal1
canal2
Figura 4.34. Injeção de vapor de álcool isopropilico (50 µl a cada 30 segundos) no
septo acoplado à última válvula superior, conforme descrito no teste 1.
TESTE 2:
Semelhante ao teste 1, mas com o aquecimento a 60 ⁰C, tempo de aquisição de 5
minutos e injeção de 10 µl de vapor de isopropanol após 2 minutos. A separação dos
canais foi mantida por anteparo de papel. A figura 4.35 apresenta resultado típico,
onde se observa que, como esperado, o sistema foi capaz de detectar a amostra
injetada (canal 1), mas ocorre pequena interferência (<20% do valor total). Esta
interferência, não observada no teste 1, provavelmente decorre da difusão do gás
aquecido - que espalha após a saída do capilar. Esta interferência, contudo, não
impede utilização do conjunto.
100
0:00:49:0 0:01:39:0 0:02:29:0 0:03:19:0 0:04:09:0 0:04:59:0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
va
ria
çoم
(v)
tempomin
canal 1
canal 2
Figura 4.35. Injeção de álcool isopropilico (10 µl após 2 minutos) no septo acoplado
à última válvula superior, conforme descrito no teste 2
TESTE 3
Este teste tem como objetivo verificar se injeções freqüentes em uma coluna
aumentam a interferência no detector contiguo. Assim, com o aquecimento a 60 °C,
compressor interno ligado, tempo de aquisição 5 minutos, injetou-se 10 µl de vapor
de isopropanol após 1 minuto e 2 minutos. O sistema foi capaz de detectar as
amostras injetadas e sem forte influencia de um canal sobre o outro, ou seja, a
contaminação cruzada não tende a ser cumulativa (figura 4.36).
101
0:00:49:0 0:01:39:0 0:02:29:0 0:03:19:0 0:04:09:0 0:04:59:0
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8va
ria
çoم
(v)
tempomin
canal1
canal2
Figura 4.36. Injeção de álcool isopropilico (10 µl após 1 e 2 minutos) no septo
acoplado à última válvula superior, conforme descrito no teste 3
TESTE 4
Este teste tem como objetivo avaliar o limite de detecção do conjunto. Assim,
repetiram-se as condições do teste 4 (aquecimento a 60 °C, compressor de ar
ligado, tempo de aquisição 5 minutos), mas a injeção de vapor de isopropanol no
canal 1 foi de apenas de 5 µl. O sistema foi capaz de detectar amostra injetada e
apresentou pouca ou nenhuma interferência, devido à menor quantidade inserida
(figura 4.37).
102
0:00:49:0 0:01:39:0 0:02:29:0 0:03:19:0 0:04:09:0 0:04:59:0
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00va
ria
çoم
(v)
tempomin
canal 1
canal 2
Figura 4.37. Injeção de vapor de álcool isopropilico (5 µl após 2 minutos) no septo
acoplado à última válvula superior, conforme descrito no teste 4
TESTE 5
Neste caso atinge-se o limite de detecção. Para tanto, repete-se o teste 4, mas
adiciona-se apenas 3 µl de isopropanol no canal 1. Como se pode observar na figura
4.38, o sistema não foi capaz de detectar amostra injetada e, por conseguinte, não
interfere no canal contiguo. As variações obtidas na linha de base são apenas
ruídos, já que os valores são muito baixos.
103
0:00:50:0 0:01:40:0 0:02:30:0 0:03:20:0 0:04:10:0 0:05:00:0
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70va
ria
çoم
(v)
tempo (min)
canal 1
canal 2
figura 4.38. Injeção de vapor de álcool isopropilico (3 µl após 2 minutos) no septo
acoplado à última válvula superior, conforme descrito no teste 4
4.4 Conclusão
Os testes efetuados evidenciaram que a performance do sistema satisfaz os
requisitos para situações onde o nível de detecção não seja muito crítico (isto é,
limite de detecção aproximando de 3 µl, aquecimento não superior a 100 ºC, coluna
de apenas 72 cm e sem filme adsorvente na superfície, entre outros parâmetros de
cromatografia utilizados).
Por outro lado, por ser um instrumento de uso em laboratório e de baixo custo, além
adequado para a demonstração de todas as etapas de cromatografia, o protótipo
mostrou-se uma opção viável mesmo para instituições com pouco capital para
investimento em aulas de laboratório.
104
5 . Conclusões e Trabalhos futuros
A proposta desse mestrado foi a composição de um protótipo para ensino de
cromatografia com desempenho similar a equipamento comercial e baixo custo. O
protótipo proposto, composto principalmente por um compressor de ar, um
aquecedor, um microcanal e um sistema de detecção, conseguiu atender a essa
expectativa.
A abordagem utilizada para se obter essas vantagens foi o uso compartilhado dos
vários sistemas que formam o cromatógrafo, tais como aquecimento e detecção
único, além de utilização de apenas um microcomputador para aquisição dos dados,
mas que atenda até 10 alunos. Essa abordagem é inovadora e pode ser adaptada
para o desenvolvimento de outros instrumentos. Outras vantagens são boa
sensibilidade e robustez do conjunto. Além disso, pelo uso do sistema de detecção
(sensores e aquisição de dados) como um sistema de bancada, o professor tem
condições de desenvolvimento de aulas expositivas.
Como trabalhos futuros recomenda-se o uso de um aquecedor de cobre para
melhorar a estabilidade térmica para o todo o sistema, muito embora o sistema
mostrou-se eficaz. A melhoria das condições de aquecimento permite, por exemplo,
o estudo e/ou desenvolvimento de microrreatores e de outras operações unitárias,
igualmente importantes para o ensino na área de engenharias.
105
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110
Anexo A Programa do controlador CTM 45 PROGRAMA PARA 60 Graus
Feito com 10 rampas para evitar os picos de temperatura
1 Prog 42 ↔ 83 45 124 ↔ 165 PAL 206 ↓
2 ↓ 43 PRT 84 ↔ 125 0 01 166 ↔ 207 PRT
3 Pg fn 44 ↓ 85 SP3 126 ↔ 167 OFF 208 ↔
4 ↔ 45 PAL 86 ↓ 127 T5 168 ↔ 209 TIME
5 Edit 46 ↔ 87 PRT 128 ↓ 169 PAL 210 ↔
6 ↔ 47 OFF 88 ↔ 129 SP5 170 ↓ 211 PRT
7 Pg fn 48 ↔ 89 TIME 130 ↔ 171 T7 212 ↓
8 ↓ 49 PAL 90 ↔ 131 53 172 ↔ 213 PAL
9 Pg pu
50 ↓ 91 PRT 132 ↔ 173 0 01 214 ↔
10 ↔ 51 T2 92 ↓ 133 SP5 174 ↔ 215 OFF
11 No 52 ↔ 93 PAL 134 ↓ 175 T7 216 ↔
12 ↔ 53 0 01 94 ↔ 135 PRT 176 ↓ 217 PAL
13 Pg pu
54 ↔ 95 OFF 136 ↔ 177 SP7 218 ↓
14 ↓ 55 T2 96 ↔ 137 TIME 178 ↔ 219 T9
15 Mod 56 ↓ 97 PAL 138 ↔ 179 58 220 ↔
16 ↔ 57 SP2 98 ↓ 139 PRT 180 ↔ 221 0 01
17 0 58 ↔ 99 T4 140 ↓ 181 SP7 222 ↔
18 ↔ 59 40 100 ↔ 141 PAL 182 ↓ 223 T9
19 Mod 60 ↔ 101 0 01 142 ↔ 183 PRT 224 ↓
20 ↓ 61 SP2 102 ↔ 143 OFF 184 ↔ 225 SP9
21 SP 0 62 ↓ 103 T4 144 ↔ 185 TIME 226 ↔
22 ↔ 63 PRT 104 ↓ 145 PAL 186 ↔ 227 60
23 25 64 ↔ 105 SP4 146 ↓ 187 PRT 228 ↔
24 ↔ 65 TIME 106 ↔ 147 T6 188 ↓ 229 SP9
25 SP 0 66 ↔ 107 50 148 ↔ 189 PAL 230 ↓
26 ↓ 67 PRT 108 ↔ 149 0 01 190 ↔ 231 PRT
27 T1 68 ↓ 109 SP4 150 ↔ 191 OFF 232 ↔
28 ↔ 69 PAL 110 ↓ 151 T6 192 ↔ 233 TIME
29 0 01 70 ↔ 111 PRT 152 ↓ 193 PAL 234 ↔
30 ↔ 71 OFF 112 ↔ 153 SP6 194 ↓ 235 PRT
31 T1 72 ↔ 113 TIME 154 ↔ 195 T8 236 ↓
32 ↓ 73 PAL 114 ↔ 155 56 196 ↔ 237 PAL
33 SP1 74 ↓ 115 PRT 156 ↔ 197 0 01 238 ↔
34 ↔ 75 T3 116 ↓ 157 SP6 198 ↔ 239 OFF
35 35 76 ↔ 117 PAL 158 ↓ 199 T8 240 ↔
36 ↔ 77 0 01 118 ↔ 159 PRT 200 ↓ 241 PAL
37 SP 1 78 ↔ 119 OFF 160 ↔ 201 SP8 242 ↓
38 ↓ 79 T3 120 ↔ 161 TIME 202 ↔ 243 T10
39 PRT 80 ↓ 121 PAL 162 ↔ 203 60 244 ↔
40 ↔ 81 SP3 122 ↓ 163 PRT 204 ↔ 245 0 01
111
41 TIME 82 ↔ 123 T5 164 ↓ 205 SP8 246 ↔ 247 T10 248 ↓ 249 SP10 250 ↔ 251 60 252 ↔ 253 SP10 254 ↓ 255 PRT 256 ↔ 257 TIME 258 ↔ 259 PRT 260 ↓
261 PAL
262 ↔
263 OFF
264 ↔
265 PAL
266 ↓
267 END
112
Anexo B Características e esquema de ligação do sensor utilizado
113
114
Anexo C Controlador CTM 45, acessórios e esquemas de ligação [76] A figura C19a ilustra o controlador utilizado e a figuraC19(b) indica as funções do teclado Figura C1a controlador utilizado
Figura C1b funções do teclado
115
A figura C2 mostra os possíveis esquemas de ligação do controlador CTM45
Figura C2 possíveis esquemas de ligação A figura C3 mostra o esquema de ligação do Relé Solido CR1-, com a resistência de aquecimento
Figura C3 esquema de ligação do rele com a resistência de aquecimento
116
O download explicativo contendo todas as informações pode ser obtido pelo site http://www.contemp.com.br/downloads/pdf/CTM45_view.pdf
117
Termopar PT100 O termopar PT-100 é um termômetro de resistência elétrica feito de platina. É
chamada de termoresistor, possuindo uma resistência de aproximadamente 100Ω a
0º C. A norma DIN IEC 751 padronizou a faixa das termoresitências de -200 a 850ºC
A platina é um metal especialmente indicado para a construção de sensores de
temperatura. O PT 100 é considerado sensor de alta precisão e ótima repetitibilidade
de leitura. O princípio físico de funcionamento deste dispositivo é baseado numa
relação linear da variação da resistência em função da variação da temperatura,
segundo a expressão:
Rt = R0 ( 1+ a Δt + b Δt2 ) Onde: R é a resistência em função da temperatura
R0 a resistência inicial
Δt é a variação da temperatura
“a” é o coeficiente de temperatura do metal, pela norma DIN 43760 a= 0,00385
“b” pode ser considerado nulo para a platina, logo a curva resistência versus
temperatura é teoricamente linear, a figura C4 abaixo mostra esta curva
Figura C4 curva do PT100 Controlador
118
Os controladores CPM possuem uma entrada analógica universal configurável por
software que permite a conexão de diversos tipos de sensores de temperatura e
outras grandezas elétricas sem a necessidade de qualquer alteração de hardware.
Uma utilidade é definir rampas e patamares que atenda um determinado perfil
térmico. A finalidade é que o tempo seja mantido durante o tempo de processo.
Durante a programação das rampas é possível definir a prioridade será o tempo ou a
temperatura, nesse trabalho a prioridade foi dada para o tempo.
Placa de circuito impresso
Compósitos poliméricos reforçados com fibra (CPRF) têm sido largamente utilizados
na construção componentes estruturais para a indústria aeronáutica e aeroespacial
em função das suas propriedades mecânicas e físicas. Uma outra aplicação
importante de CPRF, mais especificamente os reforçados com fibra de vidro, é a
indústria eletro-eletrônico, onde este material é usado para a produção de placas de
circuito impresso [77,78]
As principais propriedades das fibras de vidro são: alta resistência à tração, superior
a das demais fibras utilizadas na indústria têxtil; boa resistência ao calor e ao fogo,
devido à sua natureza inorgânica; boa resistência química e biológica, pois não
degrada na presença de diversos agentes químicos e não sofre dano por fungos e
bactérias; não absorve umidade, conservando suas propriedades mecânicas em
ambientes úmidos; excelente desempenho em ambientes aquecidos em virtude do
baixo coeficiente de expansão térmica e do alto coeficiente de condutividade
térmica; não são condutoras de eletricidade em face de alta resistência dielétrica e
baixa constante dielétrica, sendo adequadas para emprego em isolamentos elétricos
[79].
Portanto, a placa de circuito impresso é um meio prático para montagem de circuitos
eletrônicos, onde a corrente elétrica é transportada por uma fina camada de material
condutor, geralmente o cobre. A determinação do material a ser utilizado depende
das características e especificações desejadas, sendo mais usadas as placas de
119
fenolite e fibra de vidro. Na tabela C. 1 procura-se mostrar algumas das diferenças
entre os tipos acima citados
Tabela C.1 comparação das placas de circuito impresso
Fonte [80]
COMPARAÇÃO ENTRE MATERIAIS USADOS NAS PLACAS
Tipo Custo Resistência
mecânica
Resistência
térmica
Isolação
galvânica
Resistência
a furação
Fenolite baixo Razoável Baixa Baixa Baixa
Fibra de
vidro
Alto Alta Alta Alta Alta
Projeto eletrônico
O projeto eletrônico começa com as especificações para uma implementação das
especificações, que indica funcionabilidade que o projeto terminado deve fornecer.
O processo começa normalmente com a conversão da especificação em um
diagrama de blocos das várias funções que o circuito deve executar. Cada etapa do
circuito é considerada um „ bloco‟ isoladamente. Cada bloco é então considerado
mais detalhadamente, nos detalhes das funções elétricas a serem fornecidas. Os
blocos individuais do circuito são interligados e varias conexões elétricas de cada
componente, ou bloco, esta disposição é parte do formulário para a produção da
placa de circuito impresso. [77,78].
120
Anexo D Relação de material e custos para o sistema de aquisição de dados
A estrutura apropriada de um projeto incorpora considerações econômicas e
técnicas, os custos de manufatura são aplicáveis neste projeto e a tabela abaixo nos
mostra um quadro comparativo para o projeto em questão de um canal e sua
capacidade máxima de 10 canais
Placa de aquisição
Quantidade Identificação Descrição
1 U1 18F2550 microcontrolador – microchip
1 Soquete 28 pinos torneado
2 IC7,IC8 7805 – regulador de tensão
1 IC6 78L05 - regulador de tensão encapsulamento TO-92
1 D1 1N 4007 – diodo retificador
2 LED5, LED6 Led amarelo redondo Φ1mm
3 LED1 LED3,LED4 Led verde redondo Φ1mm
2 LED2, LED7 Led vermelho redondo Φ1mm
5 IC1,I2,IC3,IC4,IC5 LM358 – amplificador operacional
5 Soquete 8 pinos torneado
1 C18 2200Μf/16V – capacitor eletrolítico
2 C12,C19 220 μ/16v – capacitor eletrolítico
13 C3,C5,C6,C7,C8,C9,C10,C11,C13,C14,C15,C16,C17
100nF - capacitor cerâmico disco
1 C4 470nF – capacitor cerâmico disco
2 C1,C2 33pF – capacitor cerâmico disco
1 Xtal 12MHZ – cristal
1 R1 10KΩ – resistor de carbono 1/4W-5%
2 R37, R38 270KΩ – resistor de carbono 1/4W-5%
7 R2,R3,R4,R5,R6,R39,R40, 1KΩ – resistor de carbono 1/4W-5%
10 R7,R10,R13,R16,R19,R22,R25,R28,R31,R34
42,2KΩ – 1% - resistor de precisão
10 R8,R11,R14,R17,R20,R23,R26,R29,R32,R35
5,9KΩ – 1% - resistor de precisão
10 R9,R12,R15,R18,R21,R24,R27,R30,R33,R36
1KΩ – 1% - resistor de precisão
1 Terminal USB tipo B
21 Terminal tipo borne de ligação
1 Placa de circuito impresso
121
Sensor/detecção
Quantidade Identificação descrição
1 Sensor TGS 2620 - figaro
1 1K Ω 1 %resistor de precisão
1 Soquete de 16 pinos torneado
0,5m 0,5m fio flexível de 4 vias
Fonte de alimentação
Quantidade Identificação descrição
1 Transformador 110/220 – 0-5V – 1A
1 Ponte retificadora para 1A
1 2200µf/ 25V – capacitor eletrolítico
Controlador
Quantidade Identificação descrição
1 Controlador universal CPM45
1 Rele de estado sólido CR1
1 Termopar PT 100
122
CUSTOS
As tabelas apresentadas abaixo indicam o custo aproximado para 1 canal e no
maximo para 10 canais
Placa de aquisição
Descrição Quantidade 1 canal (R$) quantidade 10 canais(R$)
18F2550 1 25,00 1 25,00
Soquete 28 pinos 1 2,10 1 2,10
1N 4004 1 0,10 1 0,10
LM358 1 0,80 5 4,00
Soquete 8 pinos 1 0,60 5 3,00
7805 2 2,00 2 2,00
78L05 1 0,25 1 0,25
Cristal 1 0,75 1 0,75
Leds 3 mm 7 4,20 7 4,20
Resistor 1% 3 0,30 10 3,00
Resistor 5% 10 1,00 10 1,00
2200μF/16V 1 0,80 1 0,80
220μF/16V 1 0,25 1 0,25
Cap cer 16 6,40 16 6,40
Conector USB 1 1,50 1 1,50
Borne de ligação 3 1,20 21 8,40
Sub total 47,05 62,55
Sensor de aquisição
TGS 2620 1 130,00 10 1300,00
Resistor 1% 1 0,20 10 2,00
soquete 1 0,80 10 8,00
Fio 1m 1,00 10m 10,00
Subtotal 132,50 1320,00
Fonte de alimentação
transformador 1 16,65 1 16,65
Ponte retificadora 1 0,60 1 0,60
capacitor 1 0,80 1 0,80
Placa cir. Imp. 1 2,00 1 2,00
Subtotal 19,85 19,85
outros
Placa de aquisição
1 80,00 1 80,00
Softwares 200,00 1 200,00
Caixa alumínio 1 42,00 1 42,00
CTM 45 1 250,00 1 250,00
CR1 1 25,00 1 25,00
PT100 1 38,00 1 38,00
rack 150,00
subtotal 610,00 760,00
123
Total geral
1 canal 809,40
10 canais 2167,40
124
Anexo E Programa controlador de aquisição de gases Guia de instalação Para fazer a instalação à seqüência é:
1-descompacte o arquivo
2- com todos os arquivos na mesma pasta execute o setup.exe
3-siga as instalações na tela
4-após a instalação, quando conectar o controlador pela primeira vez, o Windows
pedirá um arquivo de driver para o controlador. O arquivo está na pasta de
instalação do programa e é o Ceg_usb.ini.
5 após isso, está pronto para uso
A figura E.1apresenta a lista de arquivos do programa
figura E.1 arquivos do programa
125
ANEXO F Identificação do programa de controlador de aquisição de gases IMPORTANTE - este sistema foi desenvolvido para o sistema operacional com 32
bits, ou seja, o sistema operacional que o computador trabalha (para fazer a
verificação – vá a meu computador > propriedades), dentre outros, incorpora desde
WIN 98 até WIN XP e WIN-7 ( 32 bits).
Uma vez o programa inserido no computador, abra uma pasta para o sistema e
outra pasta para que os resultados dos adquiridos pelo CEG possam ser guardados.
O sistema a ser descompactado é o CEG.EXE.RAR, após a descompactação todos
os elementos devem colocados em uma mesma pasta e executa-se o SET UP EXE;
é interessante que após a instalação do programa reinicie o computador. A outra
pasta será explicada mais adiante.
Quando o cabo da placa de aquisição é conectado ao computador via conector USB,
sinal é emitido pelo computador (semelhante a quando inserimos um PEN DRIVE
ao mesmo), um LED na placa de aquisição acende (segundo LED de cima para
baixo, cor verde, na figura 4.18), indicando que o computador reconheceu o
dispositivo, isto deve levar apenas poucos segundos. Caso o sistema não reconheça
o dispositivo retire e insira novamente o conector USB no computador. Lembre-se
que o computador deve emitir um sinal indicando que um novo dispositivo foi
conectado ao mesmo. Isto deve resolver o problema.
Dependendo do tipo de configuração do computador é necessário dar um reinicio no
mesmo. Caso o sistema não reconheça o dispositivo será preciso fazer uma
atualização de driver. Nesse caso, entrar no sistema do computador HARDWARE>
PORTAS COM/LPT> ( aparecerá dispositivo não conhecido),>ATUALIZAR DRIVER
e a partir daí é acompanhar a seqüência indicada pelo computador.
126
Identificação do painel principal
Clicando-se em CEG.USB.ini obtemos a tela principal, como mostrado abaixo (na
barra de ferramentas do computador já aparece este ícone). Na figura F.1 abaixo
tem-se o aspecto do captador de dados
. Figura F.1 controlador de emissor de gases
127
PORTAS - Deve-se agora seguir os seguintes passos a fim de configurar CEG para
sua aquisição.
Embora fosse possível fazer um circuito eletrônico USB (universal serial bus), que o
computador reconhecesse automaticamente e operasse, isso exigiria autorização do
consórcio dos desenvolvedores de circuitos USB para a realização. O consórcio
determina uma seqüência de números particulares (em especial o VENDOR ID e o
PRODUCT ID) para que o computador pudesse entender de forma única o circuito, e
para isso teríamos que pagar uma taxa de inscrição para o consórcio.
Como o circuito não é comercial, apenas público, a opção foi tratar a comunicação
computador circuito como se fosse uma porta de comunicação convencional PC.
Por isso, o circuito precisa ser ligado ao PC primeiramente, ou seja, antes de ativar o
programa, de forma que o computador possa se preparar e identificar a porta e, na
seqüência, o programa. A figura F.2 mostra a pasta a ser selecionada
Figura F.2 identificação da porta Uma vez identificada a porta, que em um PC de mesa normal deve se situar entre
COM5 e COM8, (no caso do laptop ou notebook, pode variar de COM1 a COM8),
basta clicar no botão CONECTAR CONTROLADOR
128
O circulo vermelho ao lado do botão, simula uma lâmpada do painel, se a conexão
for bem sucedida, ela passará de vermelho para verde.
Se a porta não for à correta ou o circuito não estiver conectado ao PC, o circuito
continua vermelho e um programa emite um aviso de erro. A solução, se o circuito
está alimentado, é desconectar e conectar novamente (o windows gera um sinal
sonoro, tal qual quando ligamos um pen drive a uma porta USB) e fazer uma nova
tentativa, ou escolher uma outra porta. A figura F.3a identifica a porta a ser
selecionada. E figura F.3b identifica a conexão do controlador ao computador
Figura F.3 seleção da porta selecionada
129
Figura F.3b identificação do controlador ao computador
130
Nº DE CANAIS AMOSTRADOS: o número de canais amostrados pode variar de 1
a 10, o sistema automaticamente adiciona ou subtrai os nomes dos arquivos
correspondentes, deixando habilitados apenas os canais correspondentes. A figura
F.4 abaixo mostra o enunciado
Figura F.4 identificação de canais amostrados
131
Nº DE AMOSTRAS POR SEGUNDO determina quantas amostras por segundo são
retiradas, os valores podem ir de 1 a 5, o sistema retira as amostras dos canais
selecionados simultaneamente, com uma diferença de 20µs de uma para outra,
conforme mostra a figura F.5 abaixo.
Figura F.5 identificação do numero de amostras por segundo
132
TEMPO DE AMOSTRAGEM – o tempo de amostragem pode variar de 1 a 250
minutos conforme indica a figura F.6 abaixo
Figura F.6 identificação do tempo de amostragem
133
PASTA DE ARQUIVOS – esta caixa informa para o sistema em qual pasta do
computador os arquivos serão gerados. Se não for informado um caminho, o
sistema informa a necessidade do mesmo. Ao lado existe um botão com o ícone de
uma pasta que dá a opção de buscar pastas destino com uma janela do windows,
em lugar de digitar manualmente. Para cada canal é gerado um arquivo, e o nome
do arquivo do canal é o que está na caixa correspondente.
Para cada amostragem é necessário abrir uma nova pasta, pois caso contrário os
dados serão gravados no arquivo salvo anteriormente. As figuras F.7a a figura F.7d
indicam a sequência de operação
Figura F.7a identificação da pasta de arquivos
134
Figura F.7b seleção da pasta destino
Figura F.7c seleção da pasta destino
135
Figura F.7d identificação da pasta destino
136
Depois de realizada a programação na tela principal do CEG, pode-se dar início à
coleta de dados clicando-se no botão “iniciar amostragem”. A luz na tela irá tornar-
se verde, indicando que o sistema iniciou a aquisição de dados. Caso aconteça
qualquer restrição, o sistema pode ser interrompido no botão parar amostragem, os
dados só serão gravados até o instante que o operador interferiu. A figura F.7e
indica iniciara amostragem e parar amostragem
Figura F.7e seleção de iniciar/parar amostragem
137
Após o término da coleta de dados, o programa indica em uma tela fim de aquisição.
É suficiente ir até a pasta destinada à entrada de dados e temos uma tabela
conforme mostra a figura F.7f. Os dados podem importados para o Excel ou outro
dispositivo para a obtenção de gráficos.
Figura F.7f identificação do fim do período de amostragem Uma observação deve ser feita quando do uso de várias aquisições: deve-se, a cada
término da aquisição, fechar o quadro do CEG, e abri-lo novamente para uma outra
amostra, caso contrário o sistema irá gravar sobre os dados obtidos anteriormente,
resultando na perda de dados já adquiridos.
138
Os arquivos de cada aquisição terão o seguinte formato, conforme mostra a figura F.7g
Controle de Emissão de Gases
Data da Coleta: 26/01/2011 10:19
Canal Amostrado: 01
Quantidade de Amostragens por segundo: 1
N° Amostra Tempo Valor Faixa
1 0:00:01:0 0,63 mV
2 0:00:02:0 0,63 mV
3 0:00:03:0 0,63 mV
4 0:00:04:0 0,63 mV
5 0:00:05:0 0,63 mV
6 0:00:06:0 0,63 mV
7 0:00:07:0 0,63 mV
8 0:00:08:0 0,63 mV
9 0:00:09:0 0,63 mV
10 0:00:10:0 0,63 mV
11 0:00:11:0 0,63 mV
12 0:00:12:0 0,63 mV
13 0:00:13:0 0,63 mV
Figura F.7g identificação dos dados adquiridos
139
Anexo G Fluxograma programa de gravação no microcontrolador conforme mostra a figura G.1
140
ANEXO H Esquemas da placa eletrônica Esquema elétrico, figura H.1 placa de circuito impresso vista de cima, figura H.2; placa de circuito impresso vista por baixo H3; mascarar de solda figura H.4 e circuito com componentes figura H.5
Figura H.1 esquema elétrico
Figura H.2 circuito impresso vista de cima
141
Figura H.3 circuito impresso vista de baixo Máscara de solda
Figura H.4 máscara de solda
Figura H.5 Circuito com componentes