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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia de São Sebastião Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial MAYARA RODRIGUES FERREIRA VALDIRENE ALVES MACEDO SILVA A IMPORTÂNCIA DA INFORMATIZAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS: atendimento na Unidade de Saúde da Família Canto do Mar - Município de São Sebastião/SP. São Sebastião 2015

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

Faculdade de Tecnologia de São Sebastião

Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial

MAYARA RODRIGUES FERREIRA VALDIRENE ALVES MACEDO SILVA

A IMPORTÂNCIA DA INFORMATIZAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS: atendimento na Unidade de Saúde da Família Canto do Mar - Município de São

Sebastião/SP.

São Sebastião

2015

MAYARA RODRIGUES FERREIRA

VALDIRENE ALVES MACEDO SILVA

A IMPORTÂNCIA DA INFORMATIZAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS: atendimento na Unidade de Saúde da Família Canto do Mar - Município de São

Sebastião/SP.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcialpara obtenção do título deTecnólogo em Gestão Empresarial. Orientadora: Profª Me. Maria Inês

Soeltl Kitahara.

São Sebastião

2015

MAYARA RODRIGUES FERREIRA VALDIRENE ALVES MACEDO SILVA

A IMPORTÂNCIA DA INFORMATIZAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS: atendimento na Unidade de Saúde da Família Canto do Mar - Município de São

Sebastião/SP.

Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 15 de julho de 2015.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Profª. Me. MARIA INÊS SOELTL KITAHARA

________________________________________________________

Profº ORLANDO JOSÉ DE SOUZA CELESTINO

______________________________________________________

Profº. Me. RICARDO DE LIMA RIBEIRO

MÉDIA FINAL: ___________________

Dedico este trabalho a minha família, amigos, professores e todos aqueles que me

apoiaram, ajudaram nesta jornada e não mediram esforços para que eu chegasse

até aqui.

Mayara

Dedico esse trabalho ao meu marido e às minhas filhas.

Valdirene

AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, a Deus por nos ter concedido saúde e

determinação para alcançarmos nossos objetivos;

a todos os funcionários da Unidade Básica da Família,Canto do Mar, que

atende à comunidade com atenção e profissionalismo, mesmo em meio a tanta

carência;

aos funcionários da Unidade Básica de Saúde Morro do Abrigo por nos

ter atendido tão gentilmente e por ter compartilhado conosco os conhecimentos

e experiências que tinham vivenciado até nossa entrevista com a implantação do

sistema integrado de saúde pública; sem essa sinceridade que brotou de vocês

não teríamos concluído esse trabalho;

à Secretária de Saúde de São Sebastião, na pessoa do secretário Urandy

Rocha Leite e do funcionário José Silvério da Costa, articulador e coordenador

da implantação do sistema integrado nas unidades de saúde de São Sebastião,

pela receptividade que nos abriu o caminho para as entrevistas nas unidades

Canto do Mar e Morro do Abrigo, enriquecendo sobremaneira o foco que demos

a esse trabalho; se não fosse sua transparência não teríamos conhecido na

prática a informatização em andamento nas unidades básicas de saúde de São

Sebastião; essa abertura nos permitiu comparar as questões levantadas na

Unidade Básica da Família Canto do Mar com o que já havia sido previsto com a

informatização na Unidade Básica de Saúde Morro do Abrigo; ao consultor

Marcos Vinícius de Souza Júnior que juntamente com Silvério nos cederam

horas de seus descanso para apresentar aos alunos da Fatec São Sebastião a

implantação em curso;

em especial agradecemos a professora Maria Inês; foi uma honra tê-la

como nossa orientadora, por nos ter orientado com paciência e dedicação em

todas as etapas desse TG, fazendo com que essa experiência fosse ainda mais

rica;uma pessoa e professora maravilhosa, que admiramos muito;a nossa eterna

gratidão;

ao professor Rafael Romero, por todas as sugestões e, principalmente,

pelas críticas; se não fosse por elas, não teríamos chegado aqui;

agradecemos ao professor e diretor Ricardo Ribeiro, por nos incentivar a

continuar em momentos de fraquezas e por suas ricas recomendações que

tornaram o TG mais compreensível;

ao professor Orlando Celestino, pelas sugestões que ajudaram a

complementar esse trabalho já na reta final;

a todos os professores, que com seus ensinamentos e posturas

contribuíram para nossa formação pessoal e profissional;

à bibliotecária Veridiana, por sua paciência e dedicação em nos ajudar a

selecionar os livros usados nesse TG;

finalmente, mas não menos importante, a nossa amiga Maria Geliana, por

sua amizade e dedicação em nos ajudar em nossa caminhadadurante esses três

anos de curso.

Mayara

“Sem sonhos, a vida não tem brilho; sem metas, os sonhos não

têm alicerces; sem prioridades, os sonhos não se tornam reais.”

AUGUSTO CURY

Valdirene

“As duas áreas que estão mudando são a tecnologia de

informação e a tecnologia médica. São nestas áreas que o

mundo estará bem diferente daqui a 20 anos.”

BILL GATES

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância da informatização

para a melhoria no atendimento em todos os processos das Unidades Básicas de

Saúde de São Sebastião/SP, fazendo um relato de como acontece o

atendimento na Unidade de Saúde da Familia Canto do Mar e na Unidade Básica

de Saúde Morro do Abrigo, São Sebastião/SP, escolhida como unidade piloto

para a implantação do sistema integrado nas unidades básicas de saúde de São

Sebastião. As entrevistas foram feitas nos meses de março e abril de 2015, com

os funcionários das duas Unidades de Saúde, com o objetivo de identificar as

dificuldades enfrentadas no dia a dia devido a ausência da informatização a fim

de demonstrar como seria importante se fosse implantado o sistema integrado

para auxiliar na gestão de dados dos pacientes com o intuito de prevenir

situações que possam influenciar negativamente no atendimento. Por meio de

pesquisa qualitativa, este trabalho buscou em fontes bibliográficas exemplos que

comprovam o sucesso com o uso dessa ferramenta. Por meio dos resultados foi

possível concluir que a área da Saúde pode ganhar muito em todos os

processos, inclusive em redução de custos levando a satisfação de todos os

envolvidos com a informatização.

Palavras-chave: Atendimento. Informatização. Unidades de Saúde Públicas.

ABSTRACT

This paper intends to demonstrate the importance of the Information Technology to

improve the care in every process of the “Unidades Básicas de Saúde de São

Sebastião/SP”, making an account of how the service takes place in “Unidade Básica

de Saúde Morro do Abrigo, São Sebastião/SP”, chosen as a pilot unit for the

implementation of the integrated system on this area, on the health basic units of

“São Sebastião” city. The interviews were conducted in March and April 2015, with

the Health Care Centers employees, in order to identify the difficulties faced in day-

to-day due to the lack of information technology, confirming that it would be

extremely important to integrate the data management for patients in order to prevent

situations that may negatively influence the services. During the qualitative research,

this study identifies examples to prove the success using bibliographic sources that

deal with this aspect. Considering the results, it was possible to conclude that the

area of Health can gain much with all processes, including cost reduction and

employees and patient´s satisfaction, reflecting as contentment for all the local

community.

Keywords: Treatment. Information. Public Health Units.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ARPA Agência de Pesquisa e Projetos Avançados

CPU Unidade Central de Processamento

DATA SUS Departamento de Informática do SUS

LSI Grande Escala de Integração

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia

NSF Fundação Nacional de Ciência

RNP Rede Nacional de Pesquisa

SUS Sistema Único de Saúde

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxo de Informação nas Organizações..........................................15

Figura 2 - Variáveis de interação e influência...................................................22

Figura 3 - Modelo Conceitual de Organização..................................................25

Figura 4 - Organograma das Secretarias da Prefeitura de São Sebastião....37

Figura 5 - Estrutura Organizacional da Secretária da Saúde..........................38

Figura 6 - Folder à comunidade sobre a implantação do sistema..................45

Figura 7 - Informatização na Saúde - Palestra 06 mai 15.................................46

Figura 8 - Dimensões organizacionais, humanas e tecnológicas...................51

Figura 9 - Integração TI, Pacientes e Unidade Básica de Saúde.....................53

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Estágio da Tecnologia da Informação nas Organizações................19

Tabela 2- Paradigmas da Administração Pública (antes e pós-burocrático).29

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................09

2. REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................13

2.1 A ORIGEM DO COMPUTADOR...............................................................13

2.2 A ORIGEM DA INFORMAÇÃO.................................................................14

2.3 A ORIGEM DA INTERNET E WORLD WIDE WEB..................................15

2.4 A IMPORTÂNCIA DA INFORMATIZAÇÃO...............................................17

2.5 A RESISTÊNCIA DAS PESSOAS ÀS MUDANÇAS.................................20

2.6 SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE..........................................................25

2.7 SUS - CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE..................................................26

2.8 PARTICIPAÇÃO DO PREFEITONO SUS................................................27

3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO........................................................31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................51

REFERÊNCIAS...........................................................................................54

APÊNDICE A- SISS – menu e algumas funcionalidades……................57

APÊNDICE B- Transtorno de usuários no agendamento de consultas.....61

APÊNDICE C- Agendamento de consultas com sistema integrado...........62

APÊNDICE D- Solicitação da Fatec para Secretaria de Saúde..................64

APÊNDICE E- Autorização da Secretaria de Saúde...................................65

APÊNDICE F- Ficha-Relatório de Orientação de Trabalho de Graduação66

ANEXO A- Decreto 3228/2005....................................................................68

9

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi elaborado na cidade de São Sebastião, Litoral Norte

do estado de São Paulo, mais precisamente na Unidade de Saúde da Família Canto

do Mar, localizada no bairro de mesmo nome, e na Unidade de Saúde Morro do

Abrigo, localizada no bairro do Morro do Abrigo.

É sabido que a área da saúde vem sofrendo sérios problemas na gestão de

dados dos pacientes, inclusive na cidade de São Sebastião, e um desses problemas

é por consequência da falta de um Sistema de Informação, abordado neste estudo.

As duas Unidades de Saúde foram escolhidas para esse fim porque a primeira,

Canto do Mar, não possui nenhum apoio de informatização, ou seja, todos os

procedimentos são realizados e controlados manualmente, enquanto a segunda,

Morro do Abrigo, é a unidade piloto definida pela prefeitura de São Sebastião para a

parametrização e implantação do sistema integrado.

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

Esta pesquisa justifica-se, pois mostra na prática a importância da

informatização para trazer agilidade e melhoria na gestão de dados dos pacientes

eotimização dos processos auxiliando na resolução dos problemas que o usuário

enfrenta como filas longas, demoras no agendamento de consultas, perda de

documentos importantesque gera a falta de conhecimento do paciente acarretando

erros médicos.

Uma das pesquisadoras mora no bairro Canto do Mar e, há 3 anos, ela e seus

familiares (marido, filha e sogro), como usuários da Unidade de Saúde Canto do

Mar, têm observadoas dificuldades enfrentadas pela Unidade; daí, enxergou uma

oportunidade de refletir a respeito de como seria importante um sistema de

informação na Unidade para auxiliar na resolução dos problemas que os usuários

estavam (e estão) enfrentando.

É comum as pessoas julgarem desorganizadas as Unidades Públicas de

Saúde e, por isso, não oferecer um serviço de qualidade; mas como julgar sem

antes de conhecer o que de fato está ocasionando a má qualidade? Quando se

‘sofre na própria pele’ os prejuízos da falta de qualidade na prestação de serviços

10

públicos de saúde, o cidadão é levado a agir no sentido de ajudar a eliminar as

causas que o estão afligindo, a ele, a seus familiares e vizinhos; enfim, a sociedade.

Quando as pesquisadoras deste trabalho iniciaram o 5º semestre do curso, da

disciplina de Projeto de Graduação exigiu a escolha de um tema; ambas partiram do

desejo de escolher um assunto que pudesse de alguma forma, contribuir para um

projeto social a fim de minimizar problemas que a comunidade vinha enfrentando

justamente pela falta de informatização, pois ambas desde cedo se identificaram

com as novas tecnologias, utilizavam computador como ferramenta de organização

de suas vidas, enfim, gostariam de unir o útil ao agradável, ou seja, desenvolver um

projeto e o futuro TG relacionado à área da informática. Embora, a princípio, uma

das autoras tivesse optado por outro cenário (um mercadinho localizado no bairro do

Reino em Ilhabela também carente de informatização), a essência da realidade a ser

estudada era a mesma: como a falta de informatização prejudica a prestação de

serviços, qualquer que seja o tipo de serviço.

1.2 PROBLEMA

Esta pesquisa procura mostrar que nos últimos tempos, o sistema de

informação passou a ser necessário à realidade dos órgãos públicos. Todo o

ambiente da administração pública passou a utilizar o sistema informatizado como

fundamental instrumento de apoio à gestão. A informatização permite acabar com as

filas infinitas e os transtornos no atendimento aos usuários, contribuindo para um

serviço público de qualidade. É uma meta que está sendo alcançada nos três níveis

do serviço público no Brasil (nacional, estadual e municipal), através do uso

crescente dos recursos da informática. Com estas informações surge uma pergunta:

Em que medida a informatização favorece o atendimento ao público na Unidade de

Saúde da Família Canto do Mar e quais seus benefícios?

1.2.1 Hipótese

Este trabalho pretende buscar conhecimento para verificar a validadeda

seguinte hipótese: a utilização de um Sistema de Informaçãonas Unidades de Saúde

de São Sebastião/SP otimiza o planejamento e o agendamento dos atendimentos

11

aos pacientes, diminuindo o tempo de espera no agendamento, aprimorando o

atendimento, com mais segurança, qualidade e efetividade.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Demonstrar a importância da informatização para a melhoria no atendimento

em todos os processos das Unidades Básicas de Saúde de São Sebastião, com

mais eficiência e satisfação das necessidades dos usuários (comunidade, pacientes,

profissionais da saúde e gestores públicos na esfera municipal).

1.3.2 Objetivos específicos

Definir a importância de um Sistema de Informaçãona Unidade de Saúde da

Família Canto do Mar, São Sebastião/SP;

Fazer um levantamento das consequências negativas em decorrência da

ausência de um Sistema de Informação na unidade;

Identificar os benefícios envolvidos baseados na implantação de um Sistema de

Informação.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está organizado em cinco capítulos da seguinte forma: o

primeiro, Introdução, expõe a justificativa, a contextualização de toda a problemática

do trabalho, a formulação da hipótese e os objetivos.

O segundo capítulo, Referencial Teórico, procura apresentar de forma sucinta

os conhecimentos essenciais para o desenvolvimento e entendimento deste

trabalho, partindo da origem do computador, da Internet, da informaçãoe da

informatização para chegarà importância da utilização da tecnologia da informação e

à resistência das pessoas à automatização de seus processos de trabalho; por fim,

12

pincela a importância e origem do SUS (Sistema Único de Saúde) e do Cartão

Nacional de Saúde (SUS).

O terceiro capítulo, Procedimentos Metodológicos, enumera os métodos

utilizados por este trabalho a fim de alcançar seus objetivos, como pesquisa

bibliográfica e entrevistas.

Já no quarto capítulo são apresentados os resultados obtidos com a pesquisa

e as discussões levantadas durante o desenvolvimento do trabalho.

O último capítulo reflete as conclusões que o estudo de caso permitiu

observar.

13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, o leitor encontra a base teórica que fundamentou a

observação das autoras nesta pesquisa, por meio de descrição sucinta das teorias e

dos conceitos utilizados, apresentando o surgimento do computador na vida da

humanidade, como a informação foi sendo tratada desde o simples dado para

atender a um cadastro mecanizado até a informação como ferramenta de apoio à

gestão, moldando-se ambos (computador e informação) à tecnologia da Internet e

do World Wide Web.

2.1 A ORIGEM DO COMPUTADOR

Segundo Chiavenato (2003), a cadadiaos computadores estão cada vez mais

presentes no cotidiano das pessoas. Ainda para o mesmo autor, (2003, p.425), “o

primeiro computador eletrônico, foi o ENIAC, construído para o exército americano

entre 1942 e 1945, na Universidade de Pensilvânia”.

Chiavenato (2003, p. 425) explica que o ser humano recepciona e processa

as informações de forma parecida com a forma como o computador as lê, consiste e

armazena, havendo, pois, "um paralelismo e uma analogia entre o funcionamento

físico do indivíduo e o das máquinas de comunicação; ambos buscam dominar a

entropia (tendência à deterioração, à desorganização) através da retroação".

Detalhando seu raciocínio dessa analogia, Chiavenato (2003, p. 425)

continua:

Em ambos, há um mecanismo de recepção de informações do ambiente externo a níveis muito baixos de energia, tornando-as acessíveis. Ainda em ambos, as informações são acolhidas, não no seu estado puro, mas por meios internos de transformação. Os sistemas nervosos do homem e do animal funcionam como sistemas de computação e contêm neurônios ou células nervosas que funcionam como relés. Cada nervo tem dois estados típicos do relé: disparo e repouso. A informação é passada ou retida. Também o computador é um sistema que lê, registra e processa informações, guardando os resultados desse processamento em uma memória, acessível por dispositivos de entrada e de saída. De um modo simplificado, o computador é constituído por uma unidade central de

processamento, uma memória e dispositivos de entrada.

Para Cortes (2008), de maneira equivalente o surgimento dos computadores

mainframes (computador de grande porte) possibilitou um grande impacto no modo

14

como as empresas passaram a trabalhar com a informação, autorizando que formas

artesanais fossem modificadas por meio mais concreto e colaborativo de trabalho,

enquanto equipes passaram a trabalhar de maneira muito mais agregada, seja por

meio de sistemas específicos, seja mesmo com o simples uso do e-mail e do

compartilhamento de arquivos e planilhas.

Na opinião de Chiavenato (2003), o aparecimento do computador pessoal, em

1975, foi o que popularizou o uso da informática em longa escala, tanto corporativa

ou doméstica quanto a integração dos sistemas de processamentos de dados

corporativos em redes corporativas de informação; um novo mundo organizacional

estava sendo criado.

Na visão do último autor, a tecnologia começou a invadir o andamentodas

organizações, permitindo que suas atividades passassem a apresentar as atuais

características da computação, e proporcionando-lhes a capacidade de lidar com

amplos números e com variados negócios oferecendo um custo baixo com maior

velocidade e absoluta confiança.

2.2 A ORIGEM DA INFORMAÇÃO

Chiavenato (2003) descreve que nossos antepassados viviam a maior parte

de seu tempo tentando achar uma maneira de encontrar energia ou informação para

dirigir suas organizações; hoje para acessar essas informações, basta ligar um

interruptor ou um computador; enquanto antigamente o administrador foi ensinado a

colher e investigar informações contestáveis sobre o que aconteceu no dia anterior,

hoje se tem essas informações acessíveis e garantidas em tempo real.

Para o autor Chiavenato (2003, p. 422), afirma que “informação é um conjunto

de dados com um significado, ou seja, que reduz a incerteza ou que aumenta o

conhecimento a respeito de algo”.

Conforme o autor Chiavenato, entende-se que informação na verdade é uma

comunicação com definição em um determinado contexto, acessível para uso

instantâneo e que oferece orientação às ações pelo fato de reprimir a margem de

imprecisão a respeito de nossas decisões.

Já na opinião do autor Oliveira (2011), a informação é o produto da análise

dos dados existentes na empresa, devidamente registrados, classificados,

15

organizados e interpretados dentro de um contexto, para transmitir conhecimentos e

permitir a tomada de decisão de forma otimizada.

Diante da idéia de Oliveira (2011), informação pode ser entendida como

símbolos que foram processados e armazenados com um conteúdo precisamente

coerente, como um produto coordenado para auxiliar os processos decisórios.

De acordo com Barreto (1997), o fluxo da informação oscila entre dois

raciocínios: o da tecnologia da informação (que proporciona o maior e melhor

acesso à informação disponível) e o critério da ciência da informação (que intercede

para qualificar esse acesso em termos das competências para compreensão da

informação), como sendo uma condição que deve ter o receptor da informação

acessada em elaborar a informação para seu uso, seu crescimento pessoal e dos

seus espaços de convivência.

Para um melhor entendimento no assunto, a Figura 1 define o funcionamento

do fluxo de informação dentro da empresa:

Figura 1 - Fluxo de Informação nas Organizações

Fonte: espaço conhecimento ¹1

2.3 A ORIGEM DA INTERNET E DA WORLD WIDE WEB

Nesta etapa, o presente trabalho apresenta uma breve definição das origens

da Internet e da World Wide Web (www).

1Imagem extraída do site de espaço conhecimento onde explica todo o processo do Fluxo de

informação.

16

Segundo a autora Ferrari (2014), é preciso regressar no tempo para entender

melhor a transformação da Internet e a formação de seu ambiente gráfico World

Wide Web.

Ferrari (2014, p. 15) informa que a Internet:

Foi concebida em 1969, quando o Advanced Research Projectos Agency (Arpa - Agência de Pesquisa e Projetos Avançados), uma organização do departamento de Defesa norte-americano focado na pesquisa de informação para o serviço militar, criou a Arpanet, rede nacional de computadores, que servira para garantir comunicação emergencial caso os Estados Unidos fossem atacados por outro país - principalmente a União Soviética.

Para Ferrari (2014, p. 15) um dos aspectos significativos que contribuiu para a

Internet se deu em:

1986, a National Science Foundation (NSF- Fundação Nacional de Ciência) quando desenvolveu uma rede que conectava pesquisadores de todo o país por meio de grandes centros de informática e computadores. Foi chamada de NSFNET. Essas redes trafegavam, em seu backbone, dados viam computadores, voz (telefonia convencional), fibras ópticas, micro-ondas e links de satélites. Batizadas de super high ways, estas redes conversavam entre si e ofereciam serviços ao governo, à rede acadêmica e aos usuários. A NSFNET continuou se expandindo e, no começo da década de 1990, eram mais de oitenta países interligados.

De acordo com a autora (2014), no começo as pessoas não sabiam da

existência da Internet; só alguns anos mais tarde, quando Tim Bemers-Lee criou a

World Wide Web (www), um jeito de tornar comunicativa a leitura e a compreensão

pelos usuários comuns sem depender de códigos e linguagem especiais, foi que a

Internet ganhou as universidades e entrou nas casas das pessoas.

Ainda referenciando a mesma autora, em 1996, aconteceu uma arrebentação

de acesso à Internet:

Nesse mesmo ano já existia 56 milhões de usuários no mundo todo. Naquele mesmo ano, 95 bilhões de mensagens eletrônicas foram enviadas nos Estados Unidos, em comparação as 83 bilhões de cartas convencionadas postadas nos correios, segundo dados da Computer Industry Almanac. Para dar dimensões do crescimento da Internet, o número de computadores conectados ao redor do mundo pulou de 1,7 milhões em 1993 para vinte milhões em 1997. (FERRARI, 2014, p. 17).

De acordo com Gil (2008, p. 33), “a Internet transformou o planeta numa

aldeia global, possibilitando não apenas as transformações comerciais significativas,

bem como a aplicação em bolsas dos mais diversos países do mundo”.

Gil (2008) considera que os negócios feitos pelas empresas de tecnologia e

Internet vêm sendo comemorados pelas organizações como o marco de uma nova

17

economia; toda essa revolução da Internet é vista como um instrumento de

comunicação, informação, de pesquisa e de produção de conhecimento.

2.4 A IMPORTÂNCIA DA INFORMATIZAÇÃO

A informatização invadiu de um modo transformador as organizações e as

vidas das pessoas, conforme o autor Chiavenato (2003, p. 428), descreve:

A Era da Informação trouxe o conceito de escritório virtual ou não territorial. Prédios e escritório sofreram uma brutal redução em tamanho. A compactação fez com que arquivos eletrônicos acabassem com o papelório e com a necessidade de móveis, liberando espaço para outras finalidades. A fábrica enxuta foi decorrência da mesma ideia aplicada aos materiais em processamento e à inclusão dos fornecedores como parceiros no processo produtivo. Os centros de processamento de dados (CPD) foram enxugados (downsizing) e descentralizados através de redes integradas de microcomputadores nas organizações. Surgiram as empresas virtuais conectadas eletronicamente, dispensando prédios e reduzindo despesas fixas que se tornaram desnecessárias. A miniaturização, a portabilidade e a virtualidade passaram a ser a nova dimensão espacial fornecida pela Tecnologia da Informação.

Para Rezende (2008), os benefícios dos sistemas de informação são: garantia

nas informações com menos erros e mais confiabilidade; maiores oportunidades de

negócio e aumento da rentabilidade, um meio de conseguir proveito diante da

concorrência e de grande importância para a tomada de decisões em uma

organização.

No entendimento de Haberkorn (2003, p. 74)

Um Sistema de Informação visa a automação dos procedimentos de uma empresa. Abrange o seu planejamento, execução e controle sob o ponto de vista econômico e financeiro, através de uma série de técnicas, conhecidas e simples, que realizam esta tarefa de uma forma mais eficiente e rápida do que qualquer outro método de trabalho, fornecendo mobilidade para toda a empresa, independente da sua área de atuação no mercado.

Já na opinião do autor Laudon e Laudon (2007), a informatização é

fundamental para o sucesso de uma empresa, é através dela que todos os

processos são resolvidos. Dessa forma é entendido que, sem informatização, a

empresa perde a competividade entre seus concorrentes.

Oliveira (2011, p. 25), relata que um sistema de informações “é o processo de

transformação de dados em informações”.

18

Segundo o autor Cesar (2005) oobjetivo principal de um sistema

computacional é:

[...] gerar meios para captar, interpretar, processar, direcionar, informar e conduzir os dados dentro da empresa de tal forma que estes dados venham a criar ações facilitadoras dos diversos processos decisórios dentro da empresa. Para tanto, o SISTEMA DE INFORMAÇÃO deve ser eficaz, isto é, tirar dos dados o máximo de informações pretendidas para que consiga obter os melhores indicadores para a tomada de decisão; para com isto possa ter métodos e processos eficientes de tal forma a ter o maior volume de informações com os menores recursos consumidos. (CÉSAR, 2005, p. 2).

Albertin e Albertin (2009) definem que as tecnologias têm sido classificadas

como um dos componentes mais aceitáveis no ambiente empresarial atual, sendo

que as organizações brasileiras têm usado muito positivamente essa tecnologia

tanto em nível estratégico quanto operacional.

Diante desses fatores, segundo os autores citados acima, a informatização é

de extrema importância para auxiliar na gestão das empresas que pretendem

sobreviver num mundo de adaptação, onde inovação acontece constantemente,

visto que não se trata de um modismo da administração, mas sim algo fundamental

para o sucesso.

Em Côrtes (2008) que cita de exemplo à contabilidade das empresas e sua

evolução, há muito tempo se dava o nome para os contadores de guarda-livros, pois

seu serviço era verificar os registros contábeis em livros de sua responsabilidade, o

que demorava muito. Para ele, com informatização, os processos contábeis foram

digitalizados e houve uma transformaçãona velocidade e na flexibilidade nos

processos de negócios, e teve um impacto muito grande nas atividades empresariais

como um todo.

. Suwardyet al. (2003) citam cincos motivos pelos quais as empresas são

movidas a investir em projetos de TI:

Ampliar a eficiência operacional,

Promover melhores informações à administração,

Reduzir custos,

Obter vantagem competitiva,

Satisfazer expectativas do cliente.

A informatização tem um objetivo, dentro do ambiente organizacional, de

acordo com Oliveira (1996), de instruir a empresa a conquistar seus objetivos por

19

meio de uso efetivo dos patrimônios disponíveis (pessoas, dinheiro, materiais,

tecnologia, equipamentos, além da própria informação). A respeito desse assunto, o

autor ainda expõe que o conceito da informação conceitua os problemas e as

acomodações do seu uso apropriado pelas tomadas de decisões.

Enfim, com base nas opiniões dos autores acima o Sistema de Informação

traz uma transformação dentro e fora da empresa, disponibilizando informações

organizadas para suporte nos processos decisórios, melhorando a qualidade de

decisão e, consequentemente, favorecendo o atingimento dos resultados esperados.

A Tabela 1, segundo Chaves e Falsarella (1995), revela que há uma relação

entre as características dos sistemas de informação e os estágios de

desenvolvimento da informatização em que uma organização se encontra.

Tabela 1 - Estágio da Tecnologia da Informação nas Organizações

Estágio Características Sistemas

Iniciação Automação de processos manuais

Inexiste planejamento

Inexiste participação de usuário

Proliferação de aplicações

Inexiste planejamento

100%- Dos sistemas são para controles operacionais (Transacionais)

Contágio Fraca participação do usuário

Reestruturação interna do CPD

Pelo menos 15%- Dos sistemas são para controles gerenciais

Controle Início de controle dos recursos de Informática

Usuário do Banco de Dados

Controle e Contabilização do Processamento De Dados

80%- Operacional 20%- Gerencial

Integração Usuários participantes e envolvidos nos processos

Organização e Integração das aplicações

65%- Operacional 35%- Gerencial

Administração de Dados

Organização voltada para Administração Corporativa

Usuário consciente do processo

Fluxo de informações Integrado

55%- Operacional 45%- Gerencial (Executivos)

Equilíbrio Planejamento da informação com recursos

Efetiva participação dos usuários

45%- Operacional 55%- Gerencial

Fonte: Adaptado de Chaves e Falsarella (1995).

No ponto de vista de Rezende (2008), a tecnologia da informação veio para

centralizar todos os esforços nos negócios, ou seja, no reconhecimento, na atuação,

na melhoria e no crescimento destes, ajudando de forma efetiva a empresa.

20

Indubitavelmente, quando bem selecionada e implementada, tecnologia de

informaçãose torna indispensável ao pleno desenvolvimento das empresas.

Estamos vivenciando um momento de muitas e rápidas transformações. Não

há como negar que estamos na era da informação; porém as empresas precisam se

conscientizar que nenhuma tecnologia por si só opera milagres; se o usuário de um

Sistema de Informação não tiver um bom treinamento e a percepção de que o

Sistema de Informação é uma ferramenta útil para a realização de suas tarefas com

efetividade (eficácia e eficiência), por melhor que seja a tecnologia empregada, seus

benefícios correm o risco de jamais aparecer. Neste contexto, segundo Chiavenato

(2010 p.37):

A principal característica dessa nova era são as mudanças, que se tornaram rápidas, imprevistas, turbulentas e inesperadas. A tecnologia da informação integrando a televisão, e o computador trouxeram desdobramentos imprevisíveis e transformou o mundo em uma verdadeira aldeia global.

Essa velocidade nas mudanças pode trazer resistências às pessoas, ou seja,

as consequências dessas transformações são inesperadas conforme o próximo

capítulo pretende mostrar.

2.5 RESISTÊNCIAS DAS PESSOAS ÀS MUDANÇAS

De acordo com o autor Chiavenato (2010), os líderes que não forem capazes

de administrar as mudanças tornar-se-ão suas vítimas e perderão o controle sobre o

destino de suas organizações. Uma das principais responsabilidades do líder é

defender e lançar mudanças, desse modo recriando a organização continuamente

em respostas ao ambiente empresarial em contínuo processo de transformação.

Albertin e Albertin (2009) consideram que cada empresa é um

empreendimento humano, no qual é preciso que todos os envolvidos se esforcem e

se envolvam nos processos, a fim de que a organização tenha sucesso.

Continuando com o pensamento dos autores, os avanços de estudo do

comportamento dos seres humanos possibilitaram nos últimos tempos que as

empresas adquirissem medidas de variáveis de intervenção que cuidassem da

qualidade e do efeito da eficiência das pessoas comprometidas nos processos

organizacionais e por meio de metodologias específicas, segundo esses autores

permite medir as seguintes variáveis:

21

O nível de motivação das pessoas, com relação a desempenho, qualidade, eliminação, de problemas e redução de custo, melhoria de produtos, melhoria de processos tecnológicos e melhoria dos processos e da empresa.

O grau de confiança e responsabilidade, entre os diferentes níveis hierárquicos e entre as diferentes áreas da empresa.

A característica da estrutura da organizacional.

O nível de competência e habilidade das pessoas para resolver os problemas e executar as atividades.

A eficiência e a adequação do processo de comunicação entre todas as pessoas e reais da empresa.

A eficiência do processo de influência, incluindo o tipo e a reação a esses tipos de influência sobre as pessoas e áreas da empresa.

A clareza, a conclusão e a funcionalidade a respeito dos papéis de cada uma das pessoas da empresa.

O nível de liderança e habilidade da gerência.

A habilidade e a personalidade das pessoas da empresa.

(ALBERTIN e ALBERTIN 2009, p. 39) A respeito desse assunto Albertin e Albertin (2009) afirmam que é de extrema

importância que as organizações se baseiem nesse conjunto de indicadores para

perceber não só o que pensam e sentem as pessoas das organizações, mas suas

aspirações também. Tais indicadores são importantes porque com a análise podem

mostrar porque ocorrem algumas situações de baixo desempenho ou de conflito,

que tipo de mudanças é conveniente para aprimorar o resultado e qual a melhor

maneira de ir para a direção adequada. E ainda contando com o raciocínio

deAlbertine Albertin (2009, p. 40), “as variáveis a serem analisadas podem ser

casuais: estrutura organizacional, objetivos da empresa, práticas e comportamentos

administrativos e supervisão, investimentos de capitais, necessidades e desejos dos

membros da empresa etc”.

Na Figura 2, Albertin e Albertin (2009), ilustram que as idéias que as pessoas

criam das situações vivenciadas num momento determinado são influenciadas pelas

experiências passadas, pelas esperanças, pelas tradições e pelos valores que cada

indivíduo carrega intrinsecamente, inconscientemente, esse conjunto de ideias

oferecem orientações cognitivas, ou seja, como informações, para um melhor

conceito das metas da empresa e suas finalidades. Ainda com os pensamentos dos

autores, Albertin e Albertin (2009), as pessoas, quando têm vontade, podem

contribuir para o desenvolvimento de uma organização com sua experiência, sua

dedicação, suas atitudes, sua motivação, seu comportamento e suas expectativas,

formando um todo coeso, entendido como cultura organizacional.

22

Figura 2 - variáveis de interação e influência

Fonte: Adaptado de Albertin e Albertin (2009).

Ratificando o ponto de vista dos autores anteriores, Motta (1998, p. 94),

posiciona que as resistências incluem e agregam no processo de mudança, poisa

mudança tecnológica envolve “alteração da tecnologia, especialização de funções e

de seus processos produtivos, ou seja, rever a forma pela qual se utilizam os

recursos materiais e intelectuais”.

No ponto de vista do autor Graeml (1998), a tecnologia em geral tem um

papel de influenciar as mudanças e é considerada como um fator de força no

desenvolvimento e colaborador da atividade administrativa; os principais problemas,

com foco nas pessoas, são por resistência destas às mudanças.

Na opinião do mesmo autor (1998, p. 5):

A resistência é uma resposta legítima de um sistema que vê o custo da mudança como sendo maior que o seu benefício. Cabe ao implementador da mudança responder abertamente a essa expressão de resistência, buscando superá-la.

23

Como pode observar, segundo os autores Motta (1998) e Graeml (1998), o

mundo é repleto de mudanças às quais temos que nos adaptar constantemente e,

se isso não acontecer, essas mudanças podem acarretar impactos sobre as

pessoas envolvidas, podendo tornar-se uma situação de difícil gerenciamento; por

isso as empresas promovidas devem criar uma estratégia de conscientização dos

funcionários sobre a necessidade e importância dessa mudança e incentivá-los à

participaçãoporque só as empresas que reagem rapidamente prosperam e, muitas

vezes, só elas sobrevivem.

Já para o autor Gil (2008), as pessoas que trabalham há muito tempo em uma

mesma função geralmente resistem mais fortemente às mudanças. Como meio de

prevenção, as organizações devem implantar programas contínuos de:

conscientização sobre a responsabilidade da informação que elas geram

treinamento técnico no uso das tecnologias de informação envolvidas e

desenvolvimento comportamental e atitudinal (aulas de Sistemas Integrados de

Gestão na Fatec São Sebastião durante o 1º. Semestre de 2015); nestes programas

contínuos, as dúvidas dos funcionários devem ficar totalmente esclarecidas,

deixando transparentes as possíveis mudanças e adaptações necessárias para a

sobrevivência tanto da organização quanto dos empregos de seus funcionários.

Segundo Gil (2008, p. 139),

A execução do treinamento centra-se na relação instrutor-treinado. Os instrutores podem ser pessoas da própria organização ou de fora, especialistas ou experientes em determinada área ou atividade, que transmitem suas instruções de maneira organizada aos treinados. O autor declara que os treinados poderão ser pessoas situadas em qualquer nível da organização, de quem se espera que adquiram os conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas para o desempenho de suas atribuições.

Entretanto o autor explica que a rapidez com que as mudanças tecnológicas

vêm surgindo, se as empresas quiserem sucesso ou pelo menos sobreviver,

devemadaptar-se a essa velocidade de mudança. Para tanto, necessitam de

colaboradores mais qualificados e com vontade de crescer. Diante desses fatos, a

vontade e capacidade de aprendizagem deve ser contínua, para que possam

acompanhar o ritmo dessas transformações e para agregar valores as organizações

e assim entrarem na briga da competividade

Segundo o autor (GIL, 2008), há uma grande preocupação com relação à

especialização do profissional, por parte das empresas, pois elas sabem que para o

sucesso necessitam de pessoas cada vez mais capacitadas.

24

Gil (2008, p. 39) ainda completa que, o conhecimento e a capacidade humana

passam a ser considerados como estratégia fundamental para enfrentar as

mudanças; “não são apenas as máquinas e os equipamentos que se tornam

obsoletos; os conhecimentos e as habilidades também”, pois todos os processos

produtivos estão sendo realizados com a integração e participação do conjunto dos

diversos parceiros, cada um contribuindo e colaborando com algum recurso; os

empregados, por exemplo, contribuem com seus conhecimentos, capacidades e

habilidades, proporcionando decisões e ações que melhoram a organização.

Já na opinião do autor Chiavenato (2010 p.11),“mais importante do que o

dinheiro é o conhecimento, aplicado de maneira rentável e que o parceiro mais

centrado da organização é o empregado e que as pessoas constituem o principal

ativo das organizações.” Daí a necessidade de tornar as organizações mais

conscientes e atentas para os funcionários.

Para que a tecnologia traga informação confiável, de acordo com Gil (2008, p.

33)

É necessário que sejam garantidas por um suporte humano e inteligente. O autor descreve que a tecnologia mesmo sendo máquinas e equipamentos que a envolva ainda é necessária a capacidade humana para que elas funcionem. As pessoas constituem, portanto, um dos mais importantes elementos para as efetivas respostas às modificações no ambiente da comunicação.

Segundo Souza e Saccol (2010), as dificuldades aparecem por envolver

mudanças e a fase que isso mais acontece é na da implantação do sistema, porque

precisa passar por uma alteração nas tarefas e nas responsabilidades de indivíduos

e departamentos.

Os autores Souza e Saccol (2010, p. 71) definem que “o processo de

adaptação do sistema aos processos da empresa pode ser feito por meio de

parametrização ou customização, (desenvolvimento de programas extras para

complemento das funções existentes)”.

As organizações, segundo o autor Hatch (1997) citado por Albertin e Albertin (2009, p. 16),

São frequentemente conceituadas como tecnologia, cultura e estrutura social e física que exercem influência mútua dentro do contexto de ambiente (...). A tecnologia não é uma aplicação pura da ciência, uma vez que é influenciada por relacionamentos sociais, culturais, econômicos e técnicos, que precedem sua existência e também colaboram na forma como esta tecnologia irá ser utilizada na organização.

25

A Figura 3 - Modelo Conceitual de Organização - ilustra a interdependência

dos conceitos mencionados acima.

Figura 3 - Modelo Conceitual de Organização

Fonte: Adaptado de Albertin e Albertin (2009, p.17).

2.6 SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Oportuno, nesse momento deste trabalho, esclarecer o funcionamento do

sistema público de saúde adotado para todos os municípios brasileiros, infelizmente

criticados pela maioria de seus usuários; entretanto, muito o beneficiaria se todos os

usuários conhecessem seus direitos e seus deveres. Durante a palestra (consta no

trabalho emconclusão e discursão) preferida pelo articulador da implantação do

sistema integrado de saúde no município de São Sebastião, duas pessoas

presentes declararam desconhecer o sistema e não possuir o cartão SUS! Tão

importante quanto a carteira de identidade é o cartão SUS!

O site portalsaude (2009) informa que:

Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado, em 1988, pela Constituição Federal Brasileira, para ser o sistema de saúde dos mais de 180 milhões de brasileiros.

26

SUS Sistema Único de saúde, tem a responsabilidade de:

Garantir a integralidade da atenção à saúde, com qualidade e responsabilidade, para o conjunto da população brasileira, com os princípios e diretrizes que devem ser observados pela Gestão Municipal na implementação dos serviços e das ações municipais. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS, 2004, p. 21)

De acordo com o portalsaude (2009), o SUS é um sistema de atendimento

que “funciona de modo descentralizado e hierarquizado, ou seja, de forma que a

gestão do sistema de saúde passa para os municípios, com a consequente

transferência de recursos financeira para União”.

Ainda o mesmo site (2009), relata que o município não tem todos os tipos de

serviços de saúde porque a maior parte deles não tem condições suficientes de

ofertar na integridade os serviços de saúde. Para que o sistema funcione, de acordo

com o mesmo site, é necessária que haja uma estratégia regional de atendimento,

uma parceria entre estado e município para corrigir essas distorções de acesso.

Essa estratégia de referencialização é feita pelo Sistema Único de Saúde: o

atendimento, para cada tipo de enfermidade, possui um local de referência para o

serviço. De acordo com o mesmo site (2009), a entrada ideal do cidadão na rede de

saúde é a atenção básica realizada nos Postos de Saúde, equipes da Saúde da

Família etc.

No entendimento desse conceito segundo a Confederação Nacional de

Municípios (2004. p. 21),“todo cidadão brasileiro deve ser cadastrado e fazer parte

do sistema único de saúde (SUS) assim terá direito ao cartão SUS e acesso gratuito,

às ações e serviços de saúde”.

2.7 SUS - Cartão Nacional de Saúde

Segundo a Confederação Nacional de Municípios (2004), o Cartão Nacional

de Saúde (CNS) é um documento numerado que possibilita a identificação de

qualquer pessoa no Brasil, ao utilizar os serviços de Saúde; ele pode ser

considerado uma identidade da Saúde.

Ainda para o mesmo (2004), o número do cartão possibilitará o registro em

prontuários eletrônicos únicos a serem utilizados em serviços públicos e privados de

Saúde.

27

De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (2004, p. 95), o

cartão SUS entrou na vida da população com o objetivo de: 1. Cadastrar usuários do

Sistema Único de Saúde, 2. Organizar a rede de atenção à saúde e 3. Implantar

sistema de informação que garanta o acesso de todos os usuários às ações e

serviços de saúde; desta forma, é um importante instrumento de gestão, que pode

facilitar o planejamento e a implementação de processos operacionais e gerenciais

de controle e de planejamento na área da saúde.

2.8 - Participações do prefeito no SUS

Um dever de grande importância entre as responsabilidades que o prefeito

deve assumir após sua posse são as relacionadas à área da saúde. Segundo a

Confederação Nacional de Municípios (2004, p.13), essas responsabilidades

envolvem “a vida das pessoas e das necessidades de desenvolver ações de

promoção da saúde, prevenção de doenças, além do cuidado no atendimento e na

reabilitação”.

Destaca-se nesse contexto que o prefeito atua como principal responsável

pela criação e implantação de projetos de melhorias e inovação para auxiliar no

atendimento dos usuários.

É muito importante que, segundo Confederação Nacional de Municípios

(2004), a administração do sistema seja localizada perto do cidadão e de seus

problemas de saúde para que a fiscalização de sua gestão seja facilitada com

clareza e transparência; a organização dos serviços de saúde seja priorizada pela

rede básica; os serviços de saúde sejam capazes de resolver os problemas de

saúde de todos sem medir os níveis de assistência.

Confederação Nacional de Municípios (2004, p. 41-42) declara ainda que “o

acompanhamento, a fiscalização e o controle da aplicação dos recursos estejam

vinculados em ações gerenciadas pelos sistemas de informatização sobre

orçamento público em saúde”.

Deve-se observar que o plano Municipal de Saúde (instrumento de gestão)

resvala a responsabilidade do gestor, deve ser plurianual devendo ser atualizado

sempre que necessário descrevendo o elenco de ações e operações com as

melhorias da saúde da população, que conforme Confederação Nacional de

Municípios (2004, p. 43) deve conter:

28

Análise da situação atual de saúde;

Condições de saúde da população;

Recursos disponíveis;

Identificação dos problemas;

Priorização dos problemas;

Objetivos e estratégias de ação;

Recursos humanos, materiais e financeiros.

Portanto a atenção básica tem como princípio, “garantia de atendimento aos

problemas de saúde da população, mais próxima de sua residência e com

capacidade de resolução de acordo com as necessidades da população”.

(CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS, 2004, p.47).

As responsabilidades dos municípios e do Distrito Federal na atenção básica

à saúde, de acordo com Confederação Nacional de Municípios (2004), têm como

garantia o acesso a serviços de saúde de qualidade na humanização do

atendimento com o desenvolvimento de responsabilidade com a população,

valorização dos profissionais de saúde por meio de garantia de qualificação e de

educação.

Bond (2007) explica que a administração pública passou por diversas

mudanças ocorridas na crise da década de 1980, passando por três reformas:

Reforma burocrática em 1936, na qual surgiram princípios como o desenvolvimento e a profissionalização do servidor, o plano de carreira, a hierarquia funcional e o formalismo;

Em 1967, quando houve um ensaio de reforma de descentralização e de desburocratização;

Em 1995, a reforma do estado, quando ele deixou, nesse novo paradigma, de ser o prestador direto dos serviços públicos e começou a atuar como gestor. Assim, o serviço público pode, em alguns casos, ter um perfil de atividade econômica.(BOND, 2007, p.19 a 20)

Conforme Bond (2007), o papel do estado foi se modificando com o tempo,

partindo de um perfil basicamente burocrático para o perfil flexível, aberto e até

mesmo empreendedor. Para ele, hoje, o estado é muito mais participativo e

integrado com as necessidades da sociedade.

Na Tabela 2, é possível observar como era a administração pública no estado

paradigma burocrático e como é agora quando passou a atuar com gestor.

29

Tabela 2 - Paradigmas da Administração Pública (antes e pós-burocrático)

Paradigma burocrático Administração pública gerencial (ou paradigma pós-burocrático)

Baseia-se na noção geral de interesso público Busca obter resultados valorizados pelos cidadãos

Eficiência Qualidade e valor

Administração Produção

Controle Ganhar adesão a normas

Especificar funções, autoridade e estrutura Identificar missão, serviços, usuários e resultados

Justificar custos Transferir valor

Garantir cumprimento de responsabilidade Criar accountability Fortaleceras relações de trabalho

Seguir regras e procedimento Compreender e aplicar normas Identificar e resolver problemas Melhorar continuamente os processos

Operar sistemas administrativos Separar serviços e controle, Criar apoio para normas Ampliar a escolha do usuário Encorajar ação coletiva Criar incentivos Definir, medir e analisar resultados

Estrutura hierárquica Redução dos níveis hierárquicos. Gestão participativa

Definição rígida e fragmentada de cargos alta especialização

Multifuncionalidade flexibilidade nas relações de trabalho

Chefias zelam pelo cumprimento de normas e procedimentos

Gerentes incentivam a obtenção de resultados e animam equipes

Fonte: Adaptado do Dossiê empresariado de empresas.

Ainda referenciando o mesmo autor, a flexibilidade perante as inovações

ocorridas também éimportante na gestão pública, uma vez que a organização está

direcionada ao cidadão e ao bem-estar da sociedade como um todo.

No entendimento de Bond (2007), a gestão pública deve acompanhar e

corresponder com todas as exigências estabelecidas em leis, pois deve representar

o comportamento moral e ético de uma sociedade, já que mostra a imagem de

todanação.

Segundo Bond (2007), os recursos públicos devem respeitar os direitos legais

e éticos de todos aqueles que necessitam do serviço público, pois atendimento é

feito diretamente com o cidadão.

Os servidores públicos não satisfazem às necessidades de vários indivíduos,

chamados cidadãos, e de toda estrutura social na qual eles vivem conforme Bond

(2007).

30

Bond (2007) declara que os cidadãos estão cada vez mais preocupados com

a sua saúde, seus direitos e a qualidade dos seus anos de vida, que não se

contentam mais com as condições precárias, pois o fluxo de informações,

principalmente da Internet, possibilita que muitos brasileiros tenham acesso às

informações que os levem a refletir sobre as possibilidades da melhoria continua.

“Diante desse quadro, pode-se compreender por que a gestão pública é de

certa forma, cobrada e pressionada pela sociedade, esperando resultados. (BOND,

2007, p. 21)”.

Segundo Bond (2007), o comprometimento de cada servidor público e o seu

desempenho que precisam estar relacionados com a tecnologia da informação, pois

a globalização surgiu como a terceira revolução industrial da informação, da

microeletrônica e telecomunicações, deixando de ser um sistema baseado em

manufatura de bens materiais.

31

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia utilizada neste estudo abrangeu pesquisa bibliográfica,

descritiva, qualitativa, documental, técnicas de entrevistas, observatória e a técnica

de história oral, referenciada ao estudo de caso de duas unidades básicas de saúde

reais.

De acordo com Marconi e Lakatos (2012, p. 15), “a pesquisa pode ser

considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que

requer um tratamento científico”.

Pesquisa bibliográfica, segundo Gil (2010), é feita em cima de material já

publicado como: livros, revistas, jornais, teses, dissertações, anais de eventos

científicos, discos, fitas magnéticas, CDs, e material de Internet.

Segundo Severino (2007) a pesquisa documental tem como fonte

documentos com significado mais amplo, ou seja, não só de documentos impressos,

sobretudo de outros tipos de documentos como: jornais, fotos, filmes, gravações,

documentos legais.

O autor ainda afirma que a pesquisa bibliográfica é aquela que se realizam a

partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos

impressos como livros, artigos, teses etc. Para ele ainda: que buscam dados ou

categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e propriamente

registradas; assim os textos tornam- se fontes dos temas a serem pesquisados.

Nesta pesquisa foram utilizadas fontes tanto bibliográficas, como documentais fotos

entre outras.

Andrade (2010) comenta que podemos classificar uma pesquisa quanto a

seus objetivos como exploratória, descritiva e explicativa. Os objetivos que esta

pesquisa apresenta, segundo a ideia de Andrade (2010), se encaixam como

descritivos, pois procuram identificar, registrar, analisar e interpretar fatos que não

serão alterados pelo pesquisador.

Segundo Marconi e Lakatos (2012), pesquisa descritiva delineia o que é

aborda também quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de

fenômenos atuais, objetivos o seu funcionamento no presente.

A pesquisa classifica-se como qualitativa, pois, de acordo com Rezende e

Abreu (2003), a tecnologia da informação é considerada uma combinação de

recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. Ainda

32

segundo os autores esse conceito se adapta na visão da gestão da Informação e do

conhecimento: ter um bom suporte à tomada de decisão e ter clareza e objetividade

no negócio.

De acordo com Severino (2007), existem dois tipos de abordagem sendo

quantitativa e qualitativa. Este trabalho utilizou a abordagem qualitativa que

conforme Creswell (2010, p. 206) comenta “a investigação qualitativa emprega

diferentes concepções filosóficas; estratégias de investigação; e métodos de coleta,

análise e interpretação”.

A pesquisa qualitativa segundo Rampazzo (2002) busca um entendimento

particular daquilo que se estuda: o foco da sua atenção é ligado no específico, no

peculiar, no individual, almejando sempre a compreensão e não os fenômenos

estudados. Rampazzo (2002) também descreve a pesquisa descritiva que procura,

pois, descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre,

sua relação e sua conexão com outros, sua natureza e suas características. O autor

também busca conhecer diversas situações e relações que ocorrem na vida social,

política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do

indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas.

A pesquisa realizada foi de natureza explicativa, com o objetivo de aprofundar

o entendimento de aspectos-chaves relativos aos processos de decisões e seleção,

implementação e utilização de um sistema de informação. Também procurou

identificar os benefícios e problemas envolvidos e analisá-los em relação aos

contextos das empresas pesquisadas. Para tanto, foram analisados os casos de

duas unidades básicas de saúde: uma com início da implantação do sistema e outra

sem o uso do sistema.

Gil (2010 p.120) afirma que “na maioria dos estudos de caso bem conduzidos,

a coleta de dados é feita mediante entrevistas observação e análise de

documentos".

Gil (2010 p.37) define estudo de caso como “[...] estudo profundo e exaustivo

de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já

considerados”.

De acordo com Lazzarini (1995), os estudos de caso são úteis nas pesquisas

que têm como objetivo contextualizar e aprofundar o estudo de um tema.

33

De acordo com Marconi e Lakatos (2012), a entrevista é o encontro de duas

pessoas onde o entrevistador busca informações do entrevistado acerca de um

determinado assunto. Esse método de pesquisa geralmente é utilizado como

investigação para encontrar uma solução de um determinado problema.

Este trabalho utilizou para a coleta de dados as entrevistas despadronizadas

ou não estruturadas com os funcionários da Secretária da Saúde e das duas

Unidades de Saúde estudadas.

Segundo os autores Marconi e Lakatos (2012), a entrevista despadronizada

ou não estruturada é muito importante porque o entrevistado tem liberdade para

desenvolver cada situação em qualquer direção que considera adequada. É uma

forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral as perguntas são

abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversa informal: ainda

referenciando os mesmos autores, esse tipo de entrevista geralmente tem um roteiro

de tópicos relativos ao problema que vai estudar e o entrevistador tem a liberdade

de fazer as perguntas que achar conveniente para o clima criado durante a

entrevista, não obedecendo obrigatoriamente a uma estrutura formal.

O roteiro que serviu de guia para a entrevista de levantamento dos processos

de trabalho na Unidade do Canto do Mar a fim de abordar as dificuldades advindas

da falta de informatização foi:

Quais são e como se relacionam as tarefas realizadas nessa unidade de saúde?

Se possível, mencionar:

o informações utilizadas na entrada, durante a tarefa e na saída,

relacionando a cada tarefa com a que vem antes e a que vem depois;

como por exemplo:

como são abertos os prontuários?

como são organizados os prontuários?

seria possível ver alguns prontuários?

seria possível obter uma cópia (mesmo que não identificada) de

alguns prontuários?

se não: poderíamos conhecer as informações contidas num

prontuário, como por exemplo:

dados pessoais (nome, data de nascimento, sexo, estado

civil, endereço, telefone dentre outros),

34

informações médicas de consultas e de exames;

que facilidade ou dificuldade existe para localizar e entender

as anotações de consultas médicas, como por exemplo:

o a letra do profissional que redigiu?

o o que ele quis registrar?

o o que dá margem da ser interpretado?

o tem alguma estrutura (padrão) para registro de tais

informações?

o se não obedece a nenhuma estrutura – estrutura livre

– como outro profissional da saúde interpreta depois

de algum tempo a fim de dar continuidade ao

atendimento do paciente?

o funcionários (cargo, perfil equantidade) que participam da entrada, da

execução e da saída de cada tarefa;

o dificuldades que vocês encontram em cada uma.

Esse mesmo roteiro foi utilizado na reunião na Unidade do Morro do Abrigo

com o intuito de verificar como os processos de trabalho, levantados na Unidade do

Canto do Mar que apresentavam dificuldade operacional, estariam sendo (ou

poderiam ser) otimizados pela implementação do sistema integrado de saúde.

A entrevista da Unidade Canto do Mar foi realizada no dia 20 de março de

2015 às 14 horas com duração de 1 hora e 30 minutos. Quando esta entrevista foi

agendada, dia 17/03/2015, as pesquisadoras ainda não sabiam da existência da

implantação do sistema nas Unidades de Saúde de São Sebastião. Como foi

mencionado na Introdução desde trabalho, esse tema foi escolhido porque uma das

pesquisadoras e seus familiares (marido, filha e sogro) são usuários da Unidade de

Saúde Canto do Mar; no dia 17/03/2015 (como já tivesse escolhido o tema no 5º.

Semestre de 2014 para o Projeto de Graduação da Faculdade), uma das

pesquisadoras foi levar a filha para ser vacinada e ao chegar à unidade encontrou a

médica chateada porque havia sumido o prontuário! Então, aproveitando o fato,

comentou com a enfermeira como seria importante criar um cadastro com os dados

do prontuário no computador para que não ocorressem mais situações

desagradáveis e custosas (tanto para funcionários como para profissionais da saúde

e pacientes) como as que estavam vivenciando naquele dia. E, assim, a entrevista

foi agendada pela enfermeira para o dia 20; somente com a enfermeira porque se

35

todos participassem acabaria prejudicando o atendimento. O ofício à Secretaria de

Saúde (ver Apêndice C), por questões burocráticas da Faculdade, não pôde ser

protocolado antes desta data. Posteriormente, quando a Secretaria indicou o

funcionário (Silvério) para atender as pesquisadoras, é que as mesmas tomaram

conhecimento da implantação do sistema integrado nas Unidades de São Sebastião

e por sugestão do mesmo foram convidadas a conhecer o início da implantação do

sistema integrado na unidade Morro do Abrigo, escolhida pela consultoria de

implantação e pela prefeitura comounidade piloto por apresentar todos os cenários

de todas as unidades de saúde do município.

Já na Unidade do Morro do Abrigo, inicialmente, a proposta era somente

entrevistar a enfermeira; porém, ao chegar ao local, à enfermeira introduziu as

pesquisadoras na reunião para que todo mundo pudesse se manifestar de forma

sincera, espontânea e transparente; oportunidade em que as pesquisadoras ouviram

o relato dos funcionários, profissionais de saúde e médico dos problemas

encontrados durante a implantação e os benefícios esperados com o novo modo de

trabalhar. A reunião foi realizada no dia 30 de abril, às 14 horas com duração de 1

hora e 30 minutos.

A técnica da observação foi utilizada nesse trabalho porque é uma técnica

muito importante na coleta de dados, pois é onde o pesquisador irá examinar dado a

partir da observação. De acordo com Marconi e Lakatos (2012, p. 76), “A

observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza

os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade”. Ainda conforme

os mesmos autores Marconi e Lakatos (2012), a observação não consiste apenas

em ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar.

O tipo de observação utilizado nesse trabalho foi a observação não

estruturada ou assistemática, porque segundo os autores Marconi e Lakatos (2012)

a observação não estruturada ou assistemática, também “denominada, espontânea,

informal, simples, livre, ocasional e acidental, consiste em recolher e registrar os

fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise

fazer perguntas diretas”.

O que caracteriza a observação assistemática é o fato de o conhecimento ser

extraído através de uma experiência casual, sem que se tenha planejado.

Nesse trabalho foi utilizada também como técnica de pesquisa para a coleta

de dados a história oral que de acordo com Marconi e Lakatos (2012, p. 128) “é um

36

método que utiliza a técnica da entrevista e outros procedimentos articulados entre

si, no registro de narrativas da experiência humana”.

O tipo da história oral que foi usado como técnica foi a temática que segundo

Marconi e Lakatos (2012, p. 129), “a história oral temática é quando a pessoa tem

participação restrita na sociedade”.

A história oral utilizada nesse trabalho foi composta pelo relato da

pesquisadora dos atendimentos recebidos nos últimos 3 anos da Unidade Canto do

Mar e pela palestra do funcionário da Secretaria de Saúde, José Silvério da Costa

Júnior, indicado como articulador e coordenador da implantação do sistema

integrado nas Unidades de Saúde do município, juntamente com o consultor Marcos

Vinícius de Souza Júnior (ver item 4.3 neste estudo).

37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 4 apresenta o organograma das secretarias que se reportam

diretamente ao prefeito, cujas atribuições encontram-se nos recortes do Decreto

3228/2005 colados no Anexo A.

Figura 4 - Organograma das Secretarias da Prefeitura de São Sebastião.

Fonte: Prefeitura Municipal de São Sebastião2

2Imagem extraída do site da Prefeitura municipal de São Sebastião, onde possui informações sobre todas as secretarias e seus organogramas.

38

A Secretaria de Saúde de São Sebastião apresenta-se dividida nas unidades

organizacionais representadas na Figura 5, cujas atribuições encontram-se nos

recortes do Capítulo XII do Decreto 3228/2005 colados no anexo A.

Figura 5 - Estrutura Organizacional da Secretária da Saúde de São Sebastião.

Prefeitura Municipal de São Sebastião3

Uma vez compreendido o ambiente organizacional em que as unidades de

saúde se encontram, bem como parte do arcabouço institucional que rege seu

funcionamento, as autoras entrevistaram os funcionários das 2 Unidades de Saúde.

3Imagem extraída do site da Prefeitura municipal de São Sebastião, onde possui informações sobre

todas as secretarias e os seus organogramas.

39

4.1 UNIDADE DE SAÚDE CANTO DO MAR

A Unidade de Saúde da Família Canto do Mar conta com a seguinte equipe: 1

Atendente Clínico, 1 Pediatra, 1 Atendente Odontológico, 1 Enfermeira, 2 Auxiliares

de Enfermagem (SOS), 1 Recepcionista e 9 Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

Na entrevista realizada no mês de março na Unidade Canto do Mar com uma

funcionária, a enfermeira chefe foram abordadas questões relacionadas à forma

como são relacionadas as tarefas realizadas na unidade.

Segundo a enfermeira, as tarefas são: os atendimentos de consultas

(pediátrica, gestantes, odontológico e clínico geral e coletas de exames) são

agendados uma vez por mês para os usuários que não têm nenhuma doença

congênita; para a pediatria pode-se agendar todos os dias.

Ela explica que os agendamentos de consultas são realizados manualmente

e registrados numa agenda de papel; no ato é entregue ao paciente um papel com a

data da consulta; às vezes, o paciente, por não entender a letra do funcionário, falta

no dia da consulta.

Para Cortes (2008), de maneira equivalente, o surgimento dos computadores

possibilitou um grande impacto no modo como as empresas passaram a trabalhar

com a informação, autorizando que formas artesanais fossem modificadas por meio

mais concreto e colaborativo de trabalho, enquanto equipes passaram a trabalhar de

maneira muito mais agregada, seja por meio de sistemas específicos, seja mesmo

com o simples uso do e-mail e do compartilhamento de arquivos e planilhas.

No entendimento do Cortes, se na Unidade do Canto do Mar existisse pelo

menos um computador esses problemas certamente não aconteceriam.

Outro problema reportado foi às filas longas que são formadas nos dias dos

agendamentos de consultas. Muitas vezes, inclusive a enfermeira tem que ir

conversar com cada um dos usuários para acalmar e para que não possa ocasionar

discussões entre eles e funcionários.

Ao ser questionado sobre os motivos que podem estar ocasionando essa fila

quando do agendamento, ela mencionou a falta de uma infraestrutura melhor de

trabalho como, por exemplo, um sistema de informação baseado em computador

que agilizasse a localização das informações de cada família/paciente.

Para Rezende (2008), os benefícios dos sistemas de informação são: garantia

nas informações com menos erros e mais confiabilidade, maiores oportunidades de

40

negócio e aumento da rentabilidade, um meio de conseguir proveito diante da

concorrência e de grande importância para a tomada de decisões em uma

organização.

Conforme observado por Rezende (2008), a situação da unidade do Canto do

Mar é exatamente o que uma empresa encontra quando não utiliza e não observa os

benefícios de um sistema de informação como garantia das informações e

confiabilidade dos dados.

Outro problema, segundo a funcionária, é que além dos usuários enfrentarem

essas filas longas por oportunidade do agendamento, quando chega no dia da

consulta, muitas vezes acontece à perda de prontuário, que dificulta o atendimento

do paciente, deixando-o muito irritado. Muitas vezes isso acaba gerando discussões

entre paciente e funcionários. Para resolver esse problema, é feito um pré

atendimento pela enfermeira-chefe contendo informações como nome do paciente,

data de nascimento, se tem algum tipo de doença etc.

No ponto de vista da funcionária, pacientes e profissionais sofrem com tudo

isso porque gera muito transtorno e muita perda de tempo. Ao invés de ficar

resolvendo esses problemas, a enfermeira-chefe poderia está ajudando em outros

processos.

De acordo com os autores Laudon e Laudon (2009), a informatização é

fundamental para o sucesso de uma empresa; é através dela que as informações

dos processos são registradas e compartilhadas.

Dessa forma, no entendido destes autores, fica claro que, sem um sistema de

informatização, a unidade do Canto do Mar não tem como resolver todos esses

problemas.

Em alguns casos, com a perda do prontuário que não são encontrados, o

paciente tem que fazer novos exames, gerando insegurança nos medicamentos

receitados e criando mais requisitos, que resultam em demora no atendimento. Se

não houvesse a perda do prontuário, o problema desse paciente poderia ser

resolvido na consulta e não o levaria a marcar novas consultas, gerando um

ressentimento e uma imagem negativa e, ainda, um maior fluxo no próximo

agendamento.

A informatização tem um objetivo dentro do ambiente organizacional que, de

acordo com Oliveira (1996), é o de instruir a empresa a conquistar seus objetivos por

meio de uso efetivo dos patrimônios disponíveis (pessoas, dinheiro, materiais,

41

tecnologia, equipamentos, além da própria informação). A respeito desse assunto, o

autor ainda expõe que o conceito da informação conceitua os problemas e as

acomodações do seu uso apropriado pelas tomadas de decisões.

Enfim, com base na opinião de Oliveira (1996), o Sistema de Informação traz

uma transformação dentro e fora da unidade, disponibilizando informações

organizadas para suporte nos processos decisórios, melhorando a qualidade de

decisão e, consequentemente, favorecendo o atingimento dos resultados esperados.

Segundo a funcionária, uma das principais reclamações é sobre as frequentes

perdas de prontuário dos pacientes. Segundo ela, são atendidas 3.800 pessoas com

um total de 1135 famílias; há um funcionário exclusivo só para guardar esses

prontuários no final do dia.

Quando o paciente chega para a consulta e seu prontuário não é localizado, é

aberto outro; quando o prontuário anterior é encontrado, anexa-se o que fora aberto.

Os dados que são pedidos nesse prontuário são: Nome data de nascimento,

RG, CPF e nome da mãe.

Os prontuários ficam em envelopes guardados em ordem alfabética pelo

nome do responsável pela família.

A unidade conta com dois computadores, um na recepção, que veio por

doação de um dos funcionários (infelizmente está quebrado e precisa ser

consertado) e outro que fica dentro da pediatria (doado pela vigilância sanitária).

A respeito do sistema de informação que será implantado dentro de alguns

meses na unidade, a funcionária acha maravilhoso e certamente ajudará bastante,

mas lembrou da resistência de alguns funcionários em relação a essa nova forma de

atendimento.

Conforme o autor Gil (2008), as pessoas que trabalham há muito tempo em

uma mesma função geralmente resistem mais fortemente às mudanças.

As pesquisadoras tiveram oportunidade de discutir essa questão nas aulas de

Sistemas Integrados de Gestão na Faculdade e viram que, embora natural, essa

resistência das pessoas precisa ser trabalhada tanto antes como durante e depois

da informatização de processos, por meio de programas contínuos de: 1.

Conscientização (também conhecida como sensibilização, como a adotada pela

prefeitura de São Sebastião para a implantação do sistema integrado) sobre a

responsabilidade da informação que as pessoas geram e utilizam ao executar

determinada tarefa ou processo; 2. Treinamento técnico no uso das tecnologias de

42

informação envolvidas (basicamente, abrange a navegação das telas);

3.desenvolvimento comportamental e atitudinal (exigido pela maior velocidade com

que as informações trafegam pela organização). Nestes programas contínuos, as

dúvidas dos funcionários devem ficar totalmente esclarecidas, deixando

transparentes as possíveis mudanças, seja de modus operandi quanto de atitude.

A funcionária entrevistada na Unidade Canto do Mar citou um exemplo de

como o sistema de informação poderia auxiliar: aqueles pacientes que não

possuíssem o cartão SUS não precisariam mais esperar os 3 dias para a chegada

do seu cartão; para ser feito o cartão SUS tem que ser enviado para Secretaria da

Saúde um pedido com os dados do paciente; com o sistema, eles próprios com a

sua chave de acesso poderiam ali na recepção mesmo fazer o cartão, sem muita

espera, facilitando o atendimento.

Segundo a Confederação Nacional de Municípios (2004. p. 21), “todo cidadão

brasileiro deve ser cadastrado e fazer parte do sistema único de saúde (SUS); assim

terá direito ao cartão SUS e acesso gratuito às ações e serviços de saúde”.

O cartão do SUS é um documento importante para os usuários da saúde

pública, pois éa identificação do paciente (número do cartão)que se pode registrar

em prontuários eletrônicos únicos a serem utilizados em toda rede de saúde; por

isso, um sistema de informação seria fundamental para auxílio no processo da

unidade.

Nas entrevistas (tanto na Unidade Canto do Mar quanto no Morro do Abrigo),

levantou-se a oportunidade que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) teriam

para sensibilizar, informar e esclarecer os usuários externos (pacientes, público em

geral) sobre a nova sistemática de funcionamento da unidade com a informatização.

Para a Unidade Canto do Mar (na pessoa da funcionária entrevistada), um

sistema de informação seria um sonho; ‘pelo menos um computador resolveria a

metade dos problemas’.

Albertin e Albertin (2009) consideram que cada empresa é um

empreendimento humano, no qual é preciso que todos os envolvidos se esforcem e

se envolvam nos processos, a fim de que a organização tenha sucesso.

Com a ajuda das ACS na divulgação do sistema implantado, a informação

chegaria ao usuário de forma antecipada, para que não houvesse surpresas e

transtornos em relação à nova forma de trabalho.

43

4.2 UNIDADE DE SAÚDE MORRO DO ABRIGO

A Unidade de Saúde Morro do Abrigo conta com uma estrutura maior do que

a unidade Canto do Mar, tanto de instalações quanto da quantidade de pacientes

atendidos. Foram entrevistados: 8 Agentes comunitário de Saúde (ACS), 1 auxiliar

de saúde, 1 enfermeira e o médico clínico-geral.

Na entrevista, procurou-se conhecer o ponto de vista de cada um sobre a

implantação do sistema, com relação aos problemas enfrentados e aos benefícios

que esperavam encontrar com a implantação.

Por estar na fase da implantação do sistema, ainda não funcionam os

benefícios na unidade de saúde.

A unidade atende 7 mil usuários. Recentemente, passou por uma reforma.

Por ser uma unidade-referência de qualidade, foi escolhida para ser piloto da

implantação do sistema integrado de saúde do município de São Sebastião; por

isso, ganhou novos computadores para a implantação do sistema.

Na opinião de Chiavenato (2003), o aparecimento do computador pessoal, em

1975, foi o que popularizou o uso da informática em larga escala, tanto corporativa

quanto doméstica,e integrou as atividades dos sistemas de processamentos de

dados corporativos em redes corporativas de informação; um novo mundo

organizacional estava sendo criado.

No ponto de vista da equipe, a implantação está sofrendo com a

descontinuidade da Internet, dificultando a atualização das informações, gerando

confusão e impaciência dos usuários. Quando a conexão cai tem que ser utilizada a

forma “antiga” no papel, pois o atendimento não pode parar; depois quem vai fazer

essa digitação no sistema das informações nesse dia em que a Internet não

funcionou. Para eles precisa de alguém que alimente esse sistema, precisam de

mais auxílio em relação a isso.

Na opinião dos funcionários entrevistados faltou uma maior comunicação com

a população, que ainda não entende direito o que está acontecendo; além disso, a

cultura dos moradores dificulta muito. Deveria ter-se trabalhado melhor a divulgação

da implantação com os moradores.

44

No ponto de vista do autor Graeml (1998), a tecnologia em geral tem um

papel de influenciar as mudanças e é considerada como um fator de força no

desenvolvimento e colaborador da atividade administrativa; os principais problemas,

com foco nas pessoas, são por resistência destas às mudanças. Como pode

observar, segundo o autor Graeml (1998), o mundo é repleto de mudanças às quais

temos que nos adaptar constantemente e, se isso não acontecer, essas mudanças

podem acarretar impactos sobre as pessoas envolvidas, podendo tornar-se uma

situação de difícil gerenciamento; por isso as empresas promovidas devem criar

uma estratégia de conscientização dos funcionários sobre a necessidade e

importância dessa mudança e incentivá-los à participação porque só as empresas

que reagem rapidamente prosperam e, muitas vezes, só elas sobrevivem.

Se a Prefeitura de São Sebastião tivesse implantado o sistema de

informatização conforme descreve Graeml, esses problemas não teriam acontecido.

Um dos funcionários afirmou que eles não podem mais usar o papel; se caie o

sinal, eles não podem atender, gerando transtorno tanto a pacientes quanto a

funcionários. Foram também mencionados, ausência de dados no sistema integrado

que hoje fazem parte das informações utilizadas, e treinamento insuficiente para

entender (visão geral da utilização do sistema), implantar e utilizar adequadamente o

sistema integrado. E ainda, um reforço na equipe para ajudar na alimentação do

sistema.

Segundo o autor (GIL, 2008), há uma grande preocupação com relação à

especialização do profissional, por parte das empresas, pois elas sabem que para o

sucesso necessitam de pessoas cada vez mais capacitadas.

Gil (2008, p. 39) ainda completa que, o conhecimento e a capacidade humana

passam a ser considerados como estratégia fundamental para enfrentar as

mudanças; “não são apenas as máquinas e os equipamentos que se tornam

obsoletos; os conhecimentos e as habilidades também”

Portanto se tivesse usado o conceito do Gil, a maioria desses problemas já

teriam sido solucionados.

Os autores Souza e Saccol (2010, p. 71) definem que “o processo de

adaptação do sistema aos processos da empresa pode ser feito por meio de

parametrização ou customização.

45

Nesse processo de implantação nas unidades há diversas barreiras que

precisam ser quebradas e a aquelas que só precisam ser aperfeiçoadas conforme a

necessidade de cada unidade de saúde.

No conjunto, a equipe da Unidade Morro do Abrigo estáfeliz, torcendo para

que, no final, tudo dê certo e, ansiosos para poder ‘conversar’ (comunicar-se) com

os laboratórios, com a Secretaria e outras unidades através do sistema.

Figura 6 - Folder à comunidade sobre a implantação do sistema

Fonte: Prefeitura Municipal de São Sebastião (prospecto de divulgação da implantação do sistema

integrado)

4.3 O SISTEMA INTEGRADO

Segundo o funcionário da Secretaria de Saúde da prefeitura de São

Sebastião, José Silvério da Costa Júnior, coordenador e articulador da implantação

do Sistema Integrado de Saúde nas unidades de saúde do município, em palestra

proferida aos alunos, no dia 06 de maio de 2015, por ocasião da Semana

Acadêmica da Fatec São Sebastião, a situação da Saúde Pública, não só de São

46

Sebastião, mas de uma forma geral, é crítica por causa da ineficiência com que

muitos serviços são prestados. As pessoas reclamam da demora, os funcionários

que trabalham nas unidades reclamam que perdem muito tempo preenchendo

papel, alguns querem se livrar logo da demanda, agilizar o atendimento para poder ir

embora mais cedo dentre muitos outros fatos nesse sentido.

Figura 7 - Informatização na Saúde - Palestra 06 mai 15

Adaptado pelo mesmo autor

A seguir, nesta seção, trechos extraídos desta palestra.

Daí a necessidade de um modelo de sistema que permita à Saúde (nas 3

esferas públicas) que será uma evolução para toda população. A sociedade está

crescendo e se desenvolvendo cada vez mais, as soluções que antes poderiam ser

aceitas, hoje já não fazem mais efeito, pois quantidade da demanda aumentou sem

mencionar a qualidade.

A tecnologia está aí para que a comunidade ganhe serviços com melhor

qualidade de uma gestão pública como e o caso da Saúde, que passa a considerar

de forma mais ampla, fatos em tempo real, informações mais confiáveis, trazidas

pela integração dos processos de planejamento e execução.

O cenário atual da saúde pública no Brasil é premiado com um ambiente de

alta entropia, que tem o SUS, o Estado e as Prefeituras, cada qual com suas

47

normativas e regras, que dificultam o completo entendimento de todas as políticas e

de todos os serviços.

O ambiente interno da prefeitura de São Sebastião é bem parecido com o seu

ambiente externo, no que tange a regras, profissionais formados por escolas de

culturas diferentes; por conta disso, em alguns momentos, pela natureza do próprio

trabalho em equipe, brotam confusões, aumentando a entropia nas unidades que só

faz aumentar a pressão sobre a gestão da Secretaria de Saúde.

Segundo Silvério articulador do sistema integrado a política norteadora da

Área da Saúde Nacional é a política SUS, tudo que se faz na saúde deve seguir

primeiramente os regulamentos (normativas) do SUS. Uma das questões que se

levanta de imediato é o que se trata no SUS em nível Nacional; como por exemplo,

um perfil epidemiológico, que engloba doenças mais acidente que o que é válido, em

muitos momentos, para o Norte não é igualmente válido para o Sudeste; da mesma

forma, o que é válido para o Sudeste não acontece igualmente no Sul, por se tratar

de uma região mais fria, ou não acontece igualmente na região Sudoeste, e assim

vai. Com isso varia de região o funcionamento dos regulamentos do SUS.

Aqui se percebe quão útil pode ser a informatização; ela ajuda a manter a

homogeneidade e o rigor exigido pela normatização do SUS ao mesmo tempo em

que permite a customização para as regionalidades presentes num país como o

Brasil.

Segundo Silvério a informatização se inicia com a análise da atualização dos

processos em relação ao momento que cada organização presta seu serviço; nas 40

unidades de saúde de São Sebastião não foi diferente.

Segundo Bond (2007), os recursos públicos devem respeitar os direitos legais

e éticos de todos aqueles que necessitam do serviço público, pois atendimento é

feito diretamente com o cidadão.

A unidade de saúde tem que seguir as normas e leis que regem a respeito da

saúde pública, para que o seu trabalho possa ser executado com eficiência e

eficácia para todos os usuários e funcionários.

Para implantar um sistema integrado, é preciso ter processos consistentes e

eficientes não somente quanto a custo como também na garantia de ser o melhor

meio para fazer o que está sendo feito. José Silvério afirma que, além disso, os

processos devem ser curtos, enxutos e claros, pois processos mal definidos ficam

mais subjetivos e vulneráveis. É preciso otimizar a utilização da informação.A

48

informação não é minha ou sua é de todo mundo que precisa utilizá-la para melhor

desempenho dos processosem que tal informação participa, seja na entrada, na

execução do processo ou na saída.

Segundo Bond (2007), o comprometimento de cada servidor público e o seu

desempenho precisam estar relacionados com a tecnologia da informação, pois a

globalização surgiu como a terceira revolução industrial da informação, da

microeletrônica e telecomunicações, deixando de ser um sistema baseado em

manufatura de bens materiais.

A relação dos funcionários e o sistema de informação precisam estar

intregados e relacionados para que os serviços prestados para os seus usuários

estejam funcionando corretamente.

A otimização da informação envolve identificar o perfil do grupo de pessoas

que podem acessá-la ou atualizá-la, de forma que passe a ser visível aos processos

dos quais ela participa. Em outras palavras, a informação precisa estar acessível a

todos que tiverem autorização e somente a estes.

Com o acesso garantido às informações, os processos tornam-se mais ágeis;

ou seja, aumenta a velocidade das ações e reações.

Num processo manual, existe uma dificuldade no trânsito do papel, além do

que o papel pode ser extraviado ou perdido ou ainda ter sido arquivado fora de seu

lugar; o papel pode ter ficado junto a outro e vai parar no malote; esse malote vai

parar onde não devia, com isso vai aumentando o tempo do processo; a informação

vai se tornando "velha" (idade da informação é o tempo decorrido entre a ocorrência

do fenômeno que a informação espelha e o momento de seu uso no processo

seguinte), declara Silvério.

Portanto a Confederação Nacional de Municípios (2004, p.47) declara que a

atenção básica tem como princípio, “garantia de atendimento aos problemas de

saúde da população, mais próxima de sua residência e com capacidade de

resolução de acordo com as necessidades da população”.

As Unidades ainda enfrentam problemas em relação ao o uso manual dos

processos de atendimento em que erros, perdas e dificuldades de entendimento são

constantes.

E, tempo na saúde é mais que dinheiro,representa vida.

Sem falar das necessidades dos clientes.

49

Quando se aperfeiçoa um processo na saúde, passa-se imediatamentehá ter

mais tempo para os pacientes, para ouvi-lo mais, com mais atenção, as informações

de cada atendimento são mais facilmente transcritas para o sistema informatizado;

neste, por exemplo, o funcionário não precisa preencher o cabeçalho, pois a tela da

transação daquele atendimento já é apresentada ao funcionário pré-preenchida com

os dados de identificação do paciente e do tipo de atendimento agendado e à espera

do preenchimento apenas das informações obrigatórias exigidas pelo tipo de

atendimento; desta forma, o sistema dirige, educa, treina, disciplina o funcionário e o

paciente que, aos poucos, vão se moldando à nova sistemática exigida pelo sistema

de saúde.

Albertin e Albertin (2009) definem que as tecnologias têm sido classificadas

como um dos componentes mais aceitáveis no ambiente empresarial atual, sendo

que as organizações brasileiras têm usado muito positivamente essa tecnologia

tanto em nível estratégico quanto operacional.

Hoje todas as empresas estão informatizando seus processos, não muito

diferente a saúde pública também está investindo nesse novo modo de trabalhar,

facilitando o trabalho e executando melhor o seu atendimento para os usuários.

Desta forma, a tendência de ganho na qualidade é muito grande, com um

melhor gerenciamento, pois quando se tem informação de todos os processos, de

todos os trabalhos, pode-se afirmar que está se trabalhando com gestão

propriamente dita, porque o gestor passa a ter informações que até então não tinha.

O sistema passa a ser um grande ganho para a população.

Já na opinião dos autores Laudon e Laudon (2009), a informatização é

fundamental para o sucesso de uma empresa, pois é através dela que todos os

processos são resolvidos.

Quando se informatiza os processos, o ganho de qualidade é grande, pois os

recursos são diversos, facilitando na resolução de problemas e aperfeiçoamento

ainda mais de outros processos.

As coisas não acontecem por acaso e, sim, por necessidade.

Hoje, de uma forma geral, a prefeitura tem sistemas e programas não

integrados para a gestão pública. Com o sistema integrado que está sendo

implantado, o gestor público passa a ter informação que até então não tinha e que

diminuía sua capacidade de gerenciar com qualidade; essa informatização vem para

trazer benefício para São Sebastião, agilizando os processos, diminuindo os

50

desperdícios e custos com medicamentos; por exemplo, o novo sistema registra

quantas vezes o cidadão pegou remédio ou se ainda não pegou; esse registro

auxiliará na prevenção quanto ao uso desses medicamentos, pois muitos destes

devem ser ingeridos na dose prescrita pelo médico; infelizmente, algumas pessoas

acabam ingerindo doses menores ou maiores que as prescritas o que, além de não

ajudar pode atrapalhar e, às vezes, levar até a morte!

Hoje o secretário (o gestor) não quer mais relatórios em papel; ele quer

conhecer a informação, como por exemplo, a quantidade de pacientes atendidos;

pois quando esse número aumenta deve-se prever aumento da oferta dos serviços e

estar preparado para suprir tal demanda.

O objetivo de implantar um sistema é para que o gestor, por meio do banco

de dados do sistema integrado, converse com todos os processos do governo,

integrando em tempo real ações municipais, estaduais e federais no que tange à

saúde pública.

A implantação do sistema integrado nas unidades básicas de saúde de São

Sebastião está seguindo uma metodologia de implantação diferenciada que obedece

não apenas a sequência natural dos processos (1. Recepção; 2. Triagem e assim

por diante) como conta com 4 analistas que residem em São Sebastião e foram

capacitados para esta implantação na sede da software-house que desenvolveu o

sistema integrado e dá acompanhamento à atual implantação e posterior utilização.

A fala do Silvério terminou com essa frase: o objetivo final não é apenas

implantar um sistema; o sistema é o meio que permitirá às unidades básicas de

saúde de São Sebastião melhorar a qualidade do atendimento à população e

otimizar o uso dos recursos humanos, materiais e financeiros da prefeitura.

O consultor Marcos Vinícius de Souza Júnior apresentou o SISS – Sistema

Integrado de Serviços de Saúde. (Ver item em apêndice A).

51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o desenvolvimento deste trabalho, pôde-se observar na prática

quanto o uso da tecnologia da informação pode ser útil à gestão de saúde pública.

Especialmente na Unidade de Saúde da Família Canto do Mar, queainda vem

sofrendopor causa dafalta de agilidade e praticidade dos processos manuais em

uso. Essa unidade ainda não tem o sistema integrado de saúde que a prefeitura de

São Sebastião definiu como instrumento de gestão para as 40 unidades de saúde

do município.

A Figura 8 ilustra alguns dos problemas e dificuldades enfrentadas pela

Unidade de Saúde da Família Canto do Mar e ajudam na reflexão sobre a

necessidade deconscientização dos funcionários e dos pacientes procurarem se

adaptarao sistema integrado; este retribui tal esforço oferecendo processos mais

eficientes (ágeis e confiáveis) aumentaa satisfação tanto dos funcionários da

unidade quanto dos pacientes. O caminho até esse ponto de excelência não precisa

ser árduo, embora exija mudanças nos processos e, consequentemente, de

paradigmas que norteiam as pessoas na execução dos mesmos.

Figura 8 - Dimensões organizacionais, humanas e tecnológicas.

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2007).

52

A Figura 8 mostra que é preciso compreender as influências exercidas pelas

dimensões organizacionais, humanas e tecnológicas que fazem parte do sistema

integrado ora em implantação na cidade, a fim de que os problemas sejam

devidamente solucionados com a ajuda da tecnologia de informação sozinhos, o

sistema integrado não soluciona. O sistema integrado é apenas parte da solução;

esta depende das pessoas envolvidas na Unidade de Saúde da Família Canto do

mar.

Albertin e Albertin (2009) consideram que cada empresa é um

empreendimento humano, no qual é preciso que todos os envolvidos se esforcem e

se envolvam nos processos, a fim de que a organização tenha sucesso.

Nesta unidade, todos os registros de agendamentos e atendimentos são

realizados manualmente em papel e arquivos manuais. Por isso, a unidade recebe

diversas reclamações: grandes filas que se formam, mensalmente, no período

reservado para o agendamento de consultas, perdas de prontuários e resultados de

exames etc. Grande parte da espera quando dos agendamentos é devido à demora

da recepção durante o atendimento que é totalmente manual, por meio de ficha em

papel que precisa ser localizada; e que não raras vezes não está no lugar que

deveria.

Por não haver uma integração em tempo real entre a unidade e a Secretaria

de Saúde de São Sebastião, leva-se um tempo até que as necessidades dos

pacientes (exames, procedimentos específicos não realizados na unidade etc.)

sejam atendidas.

Durante a pesquisa na unidade piloto do Morro do Abrigo não foi observado

nenhum benefício relevante em curto prazo, por estar em fase de implantação.

Embora o sistema de informação prometa em longo prazo melhorar e solucionar o

atendimento.

Portanto, seria muito importante para a unidade se fosse implantado um

sistema integrado que permitisse ao paciente já receber no ato do atendimento uma

resposta à sua necessidade (conforme mostra a Figura 9).

53

Figura 9 - Integração TI, Pacientes e Unidade Básica de Saúde.

Fonte: Adaptado de Turbam (2007).

Se fosse solicitado às pesquisadoras resumir o acréscimo de conhecimento

teórico e de experiência prática com este trabalho, elas assim se expressariam:

“Acreditamos ter conseguido com este trabalho de conclusão de curso unir a

teoria e a prática da melhor maneira que foi possível: adaptando os conceitos a um

desafio real – ainda que essa realidade tivesse de ser suposta em muitos momentos

— e utilizando novos recursos e ferramentas que significaram um acréscimo

humanista e solidário a respeito de como a tecnologia pode melhorar a qualidade de

vida das pessoas; especialmente, as servidas pelo sistema público oferecido pelas

Unidades Básicas de Saúde de São Sebastião”.

54

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RAMPAZZO, L. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2002.

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REZENDE, D.A. Tecnologia da informatização empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. REZENDE. D. A. e ABREU, A. F. Tecnologia da informação aplicada a sistema de informação empresariais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – SISS – menu e algumas funcionalidades

http://www.sissonline.com.br/

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E mais 12 módulos.

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Fonte: site do SISS

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APÊNDICE B - Transtorno de usuários no agendamento de consultas.

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APÊNDICE C - Agendamento de consultas com sistema integrado (Unidade Morro do Abrigo)

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APÊNDICE D - Solicitação da Fatec para Secretaria de Saúde.

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APÊNDICE E - Autorização da Secretaria de Saúde.

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APÊNDICE F - Ficha-Relatório de Orientação de Trabalho de Graduação

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ANEXOS ANEXO A - Decreto 3228/2005 (Disponível no site da Prefeitura de São Sebastião) Foram destacados (do geral para o específico) os trechos que descrevem as atribuições da Secretaria de Saúde bem como os das Unidades Básicas.

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