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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA Curso Técnico em Serviços Jurídicos JÉSSICA PATRÍCIA CIPRIANO PEREIRA MAYARA CRISTINE ROSA DA SILVA UMA ANÁLISE SOBRE A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO DO ESTUPRO NO BRASIL Palmital - SP 2017

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA Curso Técnico em Serviços Jurídicos

JÉSSICA PATRÍCIA CIPRIANO PEREIRA

MAYARA CRISTINE ROSA DA SILVA

UMA ANÁLISE SOBRE A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO DO ESTUPRO NO BRASIL

Palmital - SP 2017

JÉSSICA PATRÍCIA CIPRIANO PEREIRA MAYARA CRISTINE ROSA DA SILVA

UMA ANÁLISE SOBRE A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO DO ESTUPRO NO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Serviços Jurídicos.

Orientadores: Roberto Gabriel Ronqui Valdiza Maria do Nascimento Fadel

Palmital - SP 2017

“Estupro é um dos crimes mais terríveis da

Terra. O problema dos grupos que lidam

com o estupro é que eles tentam ensinar

às mulheres como se defender. Enquanto

que o que precisa ser feito é ensinar aos

homens a não estuprar”.

KURT COBAIN

RESUMO

No do presente Trabalho de Conclusão de Curso, é relatada a evolução e os conceitos sobre a violência contra a mulher, abordando o conceito histórico, desde quando se começou a defender as mulheres contra qualquer tipo de violência, tanto sexual como doméstica. No decorrer do trabalho foi estudado sobre a Constituição Federal, demonstrando as formas de penalidades para qualquer tipo de violência cometida, bem como para cada tipo de faixa etária da vítima. Também foi estudado sobre a Lei Maria da Penha, que foi criada com o intuito de proteger as mulheres sobre qualquer tipo de violência. Além disso, abordaram-se, alguns possíveis problemas na hora da aplicação da legislação sob o crime, como preconceitos, vergonha, entre outros que podem vir a ocorrer com o acontecimento do delito. Como contribuição, a pesquisa descreveu um pouco das possíveis características de um estuprador, para que assim os leitores fiquem mais informados sobre como esse sujeito talvez se comporte diante de sua possível vítima. Na pesquisa também foi realizada uma comparação da antiga e nova lei sobre o estupro, mostrando que com o decorrer dos anos o estupro não é só mais uma conjunção carnal, pois, na nova lei, apenas uma cantada que ofenda a mulher, pode se considerar uma maneira de assédio sexual. Para finalizar, fez-se uma pesquisa de campo para observar a concepção das pessoas sobre o assunto. Palavras-chave: Constituição Federal; Estupro; Lei Maria da Penha.

RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

In this Course Conclusion Paper, we describe the evolution and concepts of violence against women, addressing the historical concept, from when it began to defend women against any type of violence, both sexual and domestic. In the course of the study, it was studied about the Federal Constitution, showing the forms of penalties for any type of violence committed, as well as for each type of age group of the victim. It was also studied about the Maria da Penha Law, which was created with the purpose of protecting women from any type of violence. In addition, there were some possible problems at the time of the application of the legislation under the crime, such as prejudices, shame, among others that could occur with the occurrence of the crime. As a contribution, the research described a bit of the possible characteristics of a rapist so that readers are more informed about how this subject might behave in the face of his or her potential victim. In the research, a comparison of the old and new law on rape was also made, showing that over the years rape is not just a carnal conjunction, since in the new law only a slash that offends the woman can be considered A way of sexual harassment. To conclude, a field survey was done to observe the conception of the people on the subject. Keywords: Federal Constitution; Rape; Maria da Penha Law

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 06

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................... 08

2.1 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CONCEITOS E EVOLUÇÃO................ 08

2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL......................................................................... 10

2.3 LEI MARIA DA PENHA ................................................................................. 11

2.4 PROBLEMAS PARA A APLICABILIDADE DA LEGISLAÇÃO ..................... 12

2.5 PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DE UM ESTUPRADOR......................... 13

2.6 DIFERENÇAS ENTRE A NOVA E A ANTIGA LEI SOBRE O ESTUPRO ... 16

2.7 DADOS ESTATÍSTICOS............................................................................... 17

3 RESULTADOS .............................................................................. 19

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................... 25

REFERÊNCIAS ................................................................................ 27

APÊNDICES ..................................................................................... 29

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1 INTRODUÇÃO

A evolução da legislação do estupro do Brasil, diz sobre a violência contra

todas as pessoas que sofrem algum tipo de abuso carnal, mostrando que tanto os

homens quanto as mulheres correm os mesmos riscos. Salientando ainda, que no

Brasil ocorrem muitos casos de estupro e dentre os motivos que levam os

estupradores a cometer esse crime contra as vítimas, pode-se citar, traumas de

infância, distúrbios mentais ou até apenas a vontade ou desejo de fazer mal para

outras pessoas pelo simples fato de gostar de ver a vítima sofrendo.

A maior parte das vítimas que sofrem essa violência são menores,

abrangendo principalmente crianças e adolescentes de 12 a 18 anos. Diante de

tanta violência foi criada a Lei Maria da Penha, sendo uma legislação voltada para

as vítimas do sexo feminino.

Com base nas pesquisas feitas foram apontados vários tópicos importantes

sobre o estupro contra a mulher, como por exemplo, a maneira que as pessoas

fazem o percurso de ida e volta da casa até a escola, o meio de transporte que ela

utiliza, se ela vai sozinha ou acompanhada pelos amigos, colegas, ou até com a

família que algumas vezes acompanham os estudantes no turno da noite. Além

disso, foi realizada uma pesquisa que demonstra a porcentagem de alunos que

conhecem alguém que já sofreu alguma ameaça, um beijo a força ou até mesmo ter

sido a própria vítima do crime.

1.1 OBJETIVOS

Constitui objetivo geral deste trabalho realizar uma análise comparativa

sobre as mudanças na legislação do estupro no Brasil, oferecendo informações que

possam contribuir para a conscientização da sociedade.

Constituem objetivos específicos:

a) conhecer os conceitos, princípios e evolução da legislação que

regulamenta o crime de estupro no Brasil;

b) verificar o conhecimento da sociedade acerca das mudanças da

legislação do estupro;

c) identificar dados estatísticos para observar o percentual de casos de

estupros no Brasil nos últimos anos;

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1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foram realizadas pesquisas bibliográficas em artigos específicos disponíveis

na internet para ampliar o conhecimento sobre o tema. De forma inerente ao

sucesso desta pesquisa, foram feitas análises documentarias na legislação

pertinente ao estupro no Brasil e sobre a nova legislação sobre o crime, por meio

das quais identificou as leis e penalidades cabíveis ao assunto abordado.

Para poder acrescentar e comprovar as pesquisas realizadas, foram utilizados

alguns dados estatísticos para dar ênfase no conteúdo estudado.

Também foi aplicado um questionário para 190 alunos, afim de verificar o

conhecimento dos estudantes sobre a nova legislação relacionada ao estupro, na

escola ETEC Professor Mário António Verza. Tal pesquisa de campo teve como

público alvo os estudantes da escola que fazem curso no período noturno.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão organizados os resultados das pesquisas bibliográficas,

expondo os principais conceitos propostos por autores especialistas no assunto, tais

como, Branco, Barreto, Brasil, Beech, Campolina, Diniz, Fisher, Hueck, Junior,

Maggio, Marques, Narloch, Oliveira, Pechorro, Pinafi, Poiares, Queiroz, Reis, Silva,

Souza, Ward, Wielewickie, Worken.

2.1 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CONCEITOS E EVOLUÇÃO

A violência em sua essência contempla conceitos muito abrangentes. De

acordo com Silva (2009, p. 01): “A violência pode ser definida como um ato

libidinoso.

Da mesma forma, a violência contra a mulher envolve inúmeros fatores, que

de acordo com o art. 213 da Lei 12.015, de agosto de 2009: “A violência pode ser

cometida por qualquer pessoa. E até mesmo menores de 18 anos sofrem algum tipo

de violência dos próprios familiares”. (BRASIL, 2009, p. 503).

Silva (2013), completa que a violência contra mulheres envolve em sua

acepção, necessariamente, a violência de gênero, conceito mais amplo, tendo em

vista que a violência de homens contra mulheres extrapola os limites domésticos.

A violência contra a mulher existe desde muitos anos. A (ONU) iniciou seus

esforços contra a violência, na década de 50, com a criação da comissão de Status

da Mulher que formulou entre os anos de 1949 e 1962 uma série de tratados

baseados em provisões da Carta das Nações Unidas – que firma expressamente

direitos iguais entre homens e mulheres e na Declaração Universal dos Direitos

Humanos – que declara que todos os direitos e liberdades humanas, devem ser

aplicados igualmente a homens e mulheres, sem distinção de qualquer natureza

(PINAFI ,2007).

A legislação brasileira oferece amparo para as vítimas que sofrem qualquer

tipo violência.

De acordo com o art. 213 da lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009:

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Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é

menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena e reclusão, de 8 (oito) a

12 (doze) anos.(BRASIL, 2009, p. 01).

Da mesma forma que constranger alguém também é considerado um crime:

De acordo com o art. 215 da lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso tem pena e reclusão de 6 a 10 anos.” (BRASIL, 2009, p. 01).

De acordo com o art. 6 da lei n° 11.340, de 07 de agosto de 2016: “A

violência doméstica e familiar contra a mulher constituiu uma das formas de violação

dos direitos humanos”. (BRASIL, 2016, p. 01).

O estupro ou a “Cultura de Estupro” não é novidade dentro das ciências

sociais e do feminismo, mas o debate ainda está cercado de dúvidas entre a maioria

das pessoas. “Estupro é um assunto muito delicado e, por isso, as pessoas falam dele menos que deveriam, seja dentro de casa ou nas escolas. Isto porque o sexo ainda é tabu na sociedade e a violência envolvendo sexo é duplamente tabu. Não é agradável debater o tema, mas é ainda mais desagradável se deparar com a estimativa de que a cada onze minutos uma mulher é estuprada no Brasil”. (WARKEN, 2016, p. 02).

A ocorrência do estupro é extremamente frequente no Brasil, construindo

estatísticas alarmantes. Oliveira (2016, p. 01) cita que: “35% dos casos de estupro

no Brasil que são notificados ocorrem em Roraima que lidera o índice de registros,

com 55,5 casos a cada 100 mil habitantes”.

De acordo com Reis (2015, p. 01), o Brasil no ano de 2014, teve 47.646

estupros. Esse número representa uma queda de 7% em relação com 51.090 casos

de estupros registrados no ano anterior.

Em 2016 foram registrados três casos de estupro coletivo, feministas dizem

que a causa do estupro coletivo no Morro do Barão, no Rio, foi o machismo e a

“cultura do estupro” que “ainda legítima, naturaliza e justifica a violência de gênero”.

Certamente os homens que participaram do crime em Jacarepaguá não são ativistas

feministas. (NARLOCH, 2016).

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A partir da Constituição e dos Códigos Penais que abordam crimes contra a

violência, foi criada a Lei Maria da Penha que trata de crimes cometidos em vítimas

do sexo feminino.

Além da violência contra a mulher também temos muitos casos contra

menores, e esse número cresce a cada ano, e esses casos ocorrem dentro do antro

familiar: No ano de 2012 foram abertos 1800 inquéritos de abuso sexual de menores, o que representa uma média de quase 5 casos de abuso sexual de menores por dia. Os agressores são na maioria homens (94,8%), com idades entre os 31 e os 40 anos, sendo o abuso na grande parte dos casos intrafamiliar, ou seja, é vivido no seio familiar (44%). (MÄDCHE, 2017, p. 01).

2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Na Constituição Federal só se é considerado estupro se o agressor tiver

constrangido, ameaçado e ter tido uma conjunção carnal ou ainda ter praticado um

ato libidinoso com a vítima. O estupro é considerado um dos crimes mais hediondos

e violentos existentes no Brasil: Souza (2016), diz que “O estupro é considerado um dos crimes mais violentos, sendo considerado um crime hediondo. O crime pode ser praticado mediante violência real (agressão) ou presumida (quando praticado contra menores de 14 anos, alienados mentais ou contra pessoas que não puderem oferecer resistência). Logo, drogar uma pessoa para manter com ela conjunção carnal configura crime de estupro praticado mediante violência presumida, pois a vítima não pode oferecer resistência. ”

Atualmente na Constituição Federal Brasileira tem a classificação da

quantidade de pena para cada tipo de estupro e idade da vítima: Souza (2016), complementa dizendo que “Atualmente a pena no Brasil é de 6 a 10 anos de reclusão para o criminoso, aumentando para 8 a 12 anos se há lesão corporal da vítima ou se a vítima possui entre 14 a 18 anos de idade, e para 12 a 30 anos, se a conduta resulta em morte. ”

Costumeiramente é observado no Brasil uma impunidade velada quando se

trata de crime sexual, fruto muitas vezes de uma cultura preconceituosa e machista: Souza (2016), diz que “Apesar das leis, muitas vezes os estupradores saem impunes no Brasil, e a vítima sofre tanto na hora do crime quanto durante o processo criminal. Há muitos casos de policiais que menosprezam a denúncia da vítima e processos que não são investigados, principalmente se quem sofreu o crime estava se vestindo com roupas mais curtas; ou se o crime ocorreu há muito

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anos, o que torna difícil investigar e provar o ocorrido. É preciso levar em conta que, além do abuso físico, existe também um abuso psicológico e moral. “

2.3 LEI MARIA DA PENHA

A Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, mais conhecida como Lei Maria

da Penha, foi criada no intuito de cuidar de crimes cometidos que envolva qualquer

tipo de agressão contra as mulheres, a qual foi instituída para criar mecanismos para

coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Contudo, a violência

doméstica ocupa o topo da lista dos maiores problemas sociais da atualidade em

todo o mundo, atingindo milhares de crianças, adolescentes e, sobretudo, as

mulheres.

Para Silva (2013, p. 01):

A Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha foi criada para atender aos anseios da sociedade contra a sensação de impunidade despertada pela aplicação da Lei do Juizado Especial Criminal aos casos de violência doméstica e familiar praticada, especialmente, contra as mulheres. Contudo, as fragilidades nela existentes, notadamente na esfera criminal, aliada à falta de vontade política e de empenho da sociedade, acabam por comprometer a concretização dos direitos e sanções que pretende assegurar.

A legislação brasileira também trata do assunto de crimes sexuais, que tem

características e determinadas penalidades. Por exemplo, a pena que se aumenta

quanto a violência sexual leva a vítima a morte.

De acordo com o art. 213 da lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009:

Art. 215 Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30

(trinta) anos

De acordo com Queiroz (2011, p. 01) os crimes sexuais tratam-se de um tipo

de constrangimento ilegal imposto a alguém, homem ou mulher, visando à

satisfação de um desejo sexual (libido). É crime definido como hediondo em

quaisquer de suas formas, isto é, simples e qualificado, consumado e tentado.

Assédio sexual é um fato pelo qual o agente constrange alguém: “Assédio sexual consiste no fato de o agente constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”.(MAGGIO, 2013, p. 01),

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Neste sentido, é fundamental que este assunto seja amplamente discutido

pelas pessoas, buscando divulgar as regulamentações legais, canais de denúncia e

demais informações que possam contribuir para a redução deste tipo de crime.

Entretanto, é preciso considerar que a falha da aplicabilidade das penas previstas na

legislação ou até mesmo da falta do registro de denúncias podem favorecer a

ocorrência deste tipo de crime.

O que toda vítima de estupro deve fazer imediatamente após o crime é: “Chamar a polícia ou ir até uma delegacia. Lá, será registrado um Boletim de Ocorrência e a vítima será encaminhada em seguida a um hospital para realizar exames e receber medicamentos anti-retrovirais (para impedir a contaminação pelo vírus da AIDS, por exemplo) e a pílula do dia seguinte. O registro do BO é importante para que a vítima possa em seguida fazer o exame de corpo de delito, realizado no Instituto Médico Legal (IML). ” (ROSSI, 2016, p. 02).

2.4 PROBLEMAS PARA A APLICABILIDADE DA LEGISLAÇÃO

Os desafios relacionados a aplicabilidade da legislação ainda são muitos. O

primeiro deles se trata de uma questão cultural, onde as mulheres vítimas deste tipo

de violência ainda sofrem preconceito na sociedade, o que faz com que muitas delas

não registrem denúncia formal.

De acordo com Campolina (2015), muitas vezes a mulher agredida não

denuncia por medo de ser assassinada, medo dos filhos sofrerem agressões ou de

perder a guarda deles. Além do medo, a dependência emocional, dependência

financeira e até mesmo a vergonha, sentir culpa também influenciam que mulheres

não denunciem seus agressores.

Segundo Barreto (2010, p. 01), a Lei n° 12.015/2009, define que os crimes

de atentado ao pudor e de estupro são a mesma coisa e passíveis de uma única

pena, ainda é considerado um problema.

O estupro ainda é visto como um tema bem comentado por vários motivos,

como por exemplo, o fato de poder levar anos na justiça, pois é necessário ter

provas contundentes sobre aquele delito para condenar o acusado.

“Especialistas alertam que o Judiciário é lento e, muitas vezes, a falta de

provas cabíveis e a presunção da inocência do acusado tendem dificultar a

imposição de penas severas por parte do Estado. ” (SILVA, 2016, p. 01).

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Hoje em dia o homem também pode ser vítima de abusos sexuais: “A tradição secular desde 1940 em que somente podia o homem ser a pessoa ativa e a mulher a pessoa passiva no crime de estupro ganhou nova roupagem e hoje também o homem pode ser o sujeito passivo e até a mulher pode também ser o sujeito ativo em tal delito. ” (MARQUES, 2016, p. 03).

Outro ponto relevante de se verificar é que, por exemplo, em alguns países

africanos crianças são forçadas a ter relações sexuais em troca de comida.

Como lembra HUECK, (2016) “meninos de 9 anos fizeram sexo oral em

adultos para conseguir comida, isso ocorreu em 2014 em um pais africano, esses

adultos erram soldados franceses de paz da ONU.” E essa história não para por aí,

em um relatório da organização mais de 11 crianças sofreram esse mesmo tipo de

abuso”.

Muitas das vítimas de estupro acabam sofrendo grandes traumas

psicológicos e mentais por conta da violência vivenciada, principalmente quando as

vítimas são mulheres, os traumas sempre são maiores: “ A violência sexual contra a mulher é um problema de saúde pública que pode acarretar consequências médicas, psicológicas e sociais. As vítimas podem sofrer de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios sexuais e de humor. “ (BARRETO, DREZETT, MEIRELLES, SOUZA, 2013, p 01).

2.5 PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DE UM ESTUPRADOR

Não há como apontar uma única causa para alguém cometer um estupro.

Muitos possuem características emocionais de insegurança em relação às mulheres.

Aí, vem a fantasia de que elas são seres de difícil acesso e que o único jeito de

conquistá-las é pela força.

Outros têm dificuldades para controlar o impulso sexual. Por isso se é

preciso saber fazer a distinção entre impulso sexual excessivo que normalmente é

chamado de “ninfomania”, que pode ser tratado com remédios, mas por sua vez

tratar um estuprador com remédios é muito mais difícil:

“Os criminosos que têm problemas em controlar seus impulsos, normalmente têm algum tipo de retardo mental. Mais raros ainda são aqueles que, detentores de transtorno bipolar, quando estão na fase da “mania” cometem estupros. “Alguns ficam muito erotizados. A

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fantasia sexual é ativada pela doença e eles podem praticar atos nesse sentido”. (SERAFIM, 2016, p. 01).

Ainda existem aqueles estupradores que não têm foco no desejo sexual. O

foco está no prazer de estar no conjunto da ação, gerando uma ameaça,

provocando sofrimento na vítima e humilhação: Diz o professor Serafim (2016), “Não

seria estranho se tiverem personalidades antissociais associadas à psicopatia. ”

Muitos estupradores que têm esses traços de personalidade antissocial são

os que mais comentem estupro: Estima-se que de 1% a 3% da população tenha esses traços em sua personalidade – são pessoas indiferentes às regras sociais, patologicamente egoístas, insensíveis, manipuladoras e que tendem a responsabilizar os outros por seus atos. Mas, claro, nem todo mundo que tem essa personalidade virá a cometer algum crime ao longo da vida. (SERAFIM, 2016, p. 02)

Aos estupradores de crianças, tanto a Medicina quanto a Criminologia

apontam algumas características um pouco diferentes dos que estupram pessoas de

outras idades. Para a Psiquiatria, há duas situações nesse caso: “Há os pedófilos:

adultos que têm uma ideia fixa de que vão ter prazer com uma criança, que não

necessariamente vão cometer crimes. Parte deles fica no desejo, nunca toca (a

criança).” (SERAFIM, 2016, p. 03)

Também existem pessoas que abusam de crianças, mas não têm nenhum

tipo de transtorno psicológico: Serafim (2016), diz que: O estupro, nesse caso, vem porque a criança está disponível. Muitas vezes, a ocasião faz o abusador. E se usa álcool, por exemplo, fica pior ainda. O mais comum é encontrarmos abusadores e não pedófilos. Enquanto os pedófilos precisam ser tratados como doentes, outros abusadores não precisam também de tratamento; precisam apenas da lei. (SERAFIM, 2016, p. 03)

Os perfis dos agressores sexuais infantis podem ser divididos principalmente

em identificação de características como sexo, idade e proximidade com a vítima:

De acordo com Wielewicki (2013), “As características comportamentais é da história

de vida dos abusadores e identificação da percepção dos agressores sobre as

vítimas, é sobre sua própria sexualidade e sobre o ato de abuso”.

A maioria dos abusos sexuais a crianças e adolescentes é cometida por

homens, Wielewicki (2013), complementa dizendo que muitos dos agressores tem

idade entre 18 e 45 anos com vínculo biológico ou de responsabilidade com a vítima.

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Quando o abusador é do sexo feminino, costumam ser jovens com cerca de 20

anos.

Quanto às características comportamentais: Vieira (2010) destaca “É comum encontrar fracas competências sociais; baixa auto-estima; sentimentos de inadequação; sentimento de vulnerabilidade; dificuldade nos relacionamentos interpessoais com outros adultos; sentimento de que são fisicamente pouco atrativos; problemas em termos de realização sexual, humilhação e solidão; limitações para identificar emoções alheias, principalmente raiva, medo e nojo”. (Vieira 2010 apud Wielewicki 2016, p. 01)

Foi constatado que a frequência de fantasias sexuais era aumentada em

situações de conflito, raiva, solidão e humilhação e essas fantasias eram

frequentemente acompanhadas de masturbação: Em relação às características psiquiátricas dos abusadores, a literatura aponta que pouco menos de 5% dos agressores sexuais são psicóticos e o único diagnóstico consistentemente relacionado aos agressores é o Transtorno de Personalidade Antissocial, embora com alguma frequência possam ser encontrados transtornos de humor, de ansiedade e abuso de álcool (Fisher, Ward & Beech, 2006; Pechorro, Poiares, & Vieira, 2008 apud Wielewicki 2016).

2.6 DIFERENÇAS ENTRE A NOVA E A ANTIGA LEI SOBRE O ESTUPRO

O estupro tem duas formas de ser caracterizado: a tentativa de estupro

quando o agente visa à conjunção carnal, mas não alcança o resultado por

circunstâncias alheias à sua vontade e tentativa de estupro, quando o agente visa

apenas outro ato libidinoso, mas não o alcança por circunstâncias alheias à sua

vontade. A melhor solução em relação à tentativa do delito, mesmo reconhecendo o seguinte contra senso: se o agente realiza qualquer ato libidinoso como prelúdio da conjunção carnal não alcançada, responde por tentativa de estupro; mas, se realiza qualquer outro ato libidinoso, quando não visa à conjunção carnal, responde por estupro consumado. (MAGGIO, 2013).

O estupro pode ter três classificações: O estupro qualificado pela lesão

corporal de natureza grave, Estupro qualificado pela idade da vítima e Estupro

qualificado pela morte. Maggio (2013), explica cada uma delas: “A lesão corporal

de natureza grave está classificada exclusivamente preterdolosa, ou seja,

pressupõe que haja dolo no estupro e culpa em relação ao resultado lesão grave.

Assim, se ficar demonstrado que houve dolo (direito ou eventual) também em

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relação à lesão corporal, o agente responde por estupro simples em concurso

material com a lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, conforme o caso.

Já pela idade da vítima existe uma injustificável lacuna no texto legal em

relação à vítima que é estuprada no dia do seu 14º aniversário, isto porque no

estupro de vulnerável a vítima é menor de 14 anos, e no estupro qualificado pela

idade, a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos. Quando o estupro é qualificado

pela morte também é exclusivamente preterdolosa, ou seja, pressupõe que haja

dolo no estupro e culpa em relação ao resultado morte. Assim, se houver dolo

(direto ou eventual) também em relação à morte, o agente responde por estupro

simples em concurso material com o homicídio qualificado.

O beijo só se considerada estupro se houver tentativa de conjunção canal,

caso contrário é apenas um simples beijo. O fato analisado na ocasião do julgamento do Superior Tribunal de Justiça tinha um plus, ou seja, da forma violenta com que se deu o beijo roubado entre outras singularidades do caso. A hipótese examinada no caso não se trata daqueles “beijos roubados” em eventos festivos ou até mesmo os famosos “selinhos”. (JUNIOR, 2016).

A respeito do beijo lascivo diferenciando, o beijo lascivo como

demonstração de afeto e do beijo lascivo como forma de humilhar a vítima, embora

admita a possibilidade de ambas, as condutas terem o condão de configurarem

crime de estupro: Outro exemplo, em que seria preciso um pouco de razoabilidade para o intérprete, é o “roubo de um beijo lascivo”. Por “beijo lascivo” entende-se o beijo destinado a produzir ou estimular o prazer sexual, diferentemente de um rápido e fugaz toque entre os lábios. Pois bem, se o indivíduo rouba um beijo lascivo da vítima como forma de demonstrar-lhe seu afeto, ter-se-á uma conduta diferente daquela em que o sujeito rouba o beijo lascivo para humilhar a vítima. Qualquer das hipóteses poderia, em tese, configurar o estupro, haja vista o constrangimento a que a vítima é submetida, a violência no ato em si, e o ato libidinoso (tendente a produzir ou estimular o prazer). É necessário, portanto, que se verifique a real ofensa ao bem jurídico “dignidade sexual”, no fruir da liberdade da vítima em escolher com quem e quando quer beijar” (BITENCOURT, 2012 aput JUNIOR, 2016).

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2.7 DADOS ESTATÍSTICOS

Em cada 11 minutos alguém está sendo vítima de estupro no Brasil, que é

considerado um crime brutal que é praticado com outra pessoa do mesmo sexo ou

ambos: Reis (2015), diz que é possível observar que o número de estupro no Brasil

caiu, porém ainda é constatado que a cada 11 minutos alguém está sendo vítima de

estupro.

Reis (2015), Complementa que foi registrado no Brasil uma média de 47.646

casos de estupros é o que mostra todas as Secretarias Estaduais da Segurança

coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em todo o ano de 2015, um

número considerado bem assustador por ser um crime tão brutal.

Nota-se ainda que a grande maioria dos abusados são crianças ou

adolescentes, menores de 14 anos e de ambos os sexos. (REIS, p. 01, 2015).

Reis (2015), diz: que se formos comparar com alguns anos atrás teve uma

queda de 7% de números de casos de estupro, e esse número também inclui

estupros de vulneráveis, que são crimes cometidos contra menores de 14 anos.

Corroborando a informação, o site BBC Brasil (2017), revela que a maioria

dos casos de estupro, ocorre com crianças e adolescentes, e a porcentagem é

assustadora, pois mais de 70% das vítimas são menores de idade.

Mas para a editora-executiva do fórum Samira Bueno esse número talvez

não seja tão exato, pois a grande maioria dos casos não são registrados, ou seja,

provavelmente esse número seja ainda maior. (REIS, p. 02, 2015).

Nota-se também que cerca de apenas 15% dos estupros que são

registrados no sistema do Ministério da Saúde havendo dois ou mais agressores em

uma só vítima, acabam gerando vários tipos de consequências como, por exemplo,

baixa autoestima, depressão, vergonha, medo de todas as pessoas que tentarem se

aproximar dela, distúrbios mentais. E quando se trata de serem vítimas do sexo

feminino a vergonha é muito maior. (SITE BBC BRASIL, p. 01, 2017).

Além do sexo feminino também se tem estupros contra o sexo masculino, de

acordo com os dados estatísticos do site BBC Brasil (2017), foi comprovado que em

2014 houve uma média diária de 13 casos de denúncia de meninos que já sofreram

abuso sexual, porém, grande parte dos meninos que sofrem o abuso não fazem a

denúncia por conta dos constrangimentos da sociedade.

18

No site BBC Brasil (2017), há uma porcentagem de 67% de pessoas de

municípios diferentes do Brasil que confessaram ter medo de sofrer qualquer tipo de

abuso sexual, o percentual sobe para 90% entre mulheres. Já entre os homens,

42% temem ser estuprado.

Existe uma grande parte de pessoas que acham que a mulher que anda

muito despida está pedindo para ser estuprada. O site BBC Brasil (2017), revela

que, uma pesquisa feita pelo Ipea, 26% dos entrevistados concordam que a mulher

que anda com roupas curtas está pedindo para ser atacada, no entanto 58,5%

concordam parcialmente que se a mulher soubesse como se vestir haveria menos

casos de estupro no Brasil.

No Brasil a muitos casos de estupros, porém nem a metade desses casos

chegam ao conhecimento da polícia.

Pesquisas feitas pelo Ipea no ano de 2011, houve mais de 527 mil casos de

estupros, no entanto, apenas 10% dos casos foram registrados. Em registros a

maior parte desses casos de estupros com a média de 89% das vítimas são do sexo

feminino com e baixa escolaridade e mais o menos 70% das vítimas são crianças e

adolescentes. (BBC BRASIL, p. 04, 2017).

Em geral, muitos dos casos de estupros infelizmente são cometidos pelos

país ou padrastos das vítimas, no site BBC Brasil (2017), foi possível observar que

24,1% dos agressores são os próprios membros da família e 32,2% são amigos ou

desconhecidos das vítimas.

Com pesquisas realizadas pelo Ipea mais 70% dos casos de agressões

sexuais são cometidos por parentes próximos da vítima, como por exemplo, o

namorado, pais e avôs, o que indica que os maiores inimigos estão dentro de suas

próprias casas. (BBC BRASIL, p. 05, 2017).

19

3 RESULTADOS

Para observar os conhecimentos das pessoas sobre a nova legislação sobre

o estupro, foi aplicada uma pequena pesquisa de campo com o intuito de se obter

informações sobre os que as pessoas sabem sobre o estupro.

Esta pesquisa foi realizada na escola ETEC Professor Mário Antônio Verza,

com todos os alunos do período noturno, com isso foi possível observar a

quantidade de alunos que participou da pesquisa, a sua faixa de idade, os seus

conhecimentos da nova lei sobre o estupro, se já foram assediados ou não e

principalmente foi possível observar o que eles acham sobre o que causa alguém a

cometer um crime tão brutal como o estupro. Com a pesquisa, também foi possível verificar que a maioria dos alunos se

sentiram um pouco incomodados em falar sobre o assunto.

Os resultados obtidos na escola, foram colocados em gráficos e assim pode-

se concluir que quase todos os alunos da escola ETEC Professor Mário Antônio

Verza tiveram os mesmos conceitos sobre o tema abordado e com eles foi possível

ver que estupro ainda é um tema muito complicado de se falar.

Figura 1: Porcentagem por curso de alunos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Os resultados dos gráficos comprovam que o maior número de alunos

entrevistados foi no curso de Informática com 33% do total de respondentes. Já o

menor número de alunos que participou da pesquisa realizada nas salas, foi do

curso de Contabilidade com 8%.

14% 8%

18%

33%

27% Administração

Contabilidade

Enfermagem

Informática

Serviços Jurdícos

20

Figura 2: Porcentagem da faixa etária dos alunos

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Com a obtenção do resultado do gráfico acima foi verificado que os alunos

da escola ETEC Professor Mário Antônio Verza, no período noturno, têm 66% de

alunos entre 15 a 20 anos de idade que participou da pesquisa. No período noturno

apenas 24% dos alunos tem idade entre 20 a 30 anos, e apenas 10% de alunos com

idade acima de 30 anos que participaram da pesquisa realizada nas salas de aula.

Figura 3: Porcentagem de gênero

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

O gráfico acima aponta que 54% dos alunos da escola ETEC Professor

Mário Antônio Verza que fizeram a pesquisa são mulheres e 46% de alunos são do

sexo masculino.

66%

24%

10%

Entre 15 e 20 anos

Entre 20 e 30 anos

Maoires de 30 anos

54% 46% Feminino

Masculino

21

Figura 4: Porcentagem sobre consideração do estupro

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Com os resultados da pesquisa percebe-se que 74% de alunos

entrevistados considera o estupro, como uma violência sexual, e com 11% de aluno

que consideram como estupro um constrangimento, já como uma ameaça apenas

4% dos alunos acham que o estupro pode ser considerado como outros tipos de

violências.

Figura 5: Porcentagem do sexo de vítimas de estupro

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

O gráfico revela que 89% de alunos acham que tanto homens quanto

mulheres podem ser vítimas do estupro, seguido de 10% de alunos entrevistados

que acham que só o sexo feminino pode ser vítima de estupro, e somente 1% dos

alunos acham que só os homens podem ser vítimas de violência sexual.

11% 11%

74%

4%

Constrangimento

Ameaça

Violência Sexual

Outros

10% 1%

89%

Mulher

Homem

Ambos

22

Figura 6: Porcentagem sobre a consideração de um beijo roubado

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

A partir dos resultados da pesquisa pode-se observar que 64% dos alunos

acham que um beijo roubado é um assédio sexual, e 22% de alunos acham que um

beijo roubado não passa de apenas um simples beijo sem nenhum tipo de assédio,

e 12% de alunos acham que um beijo é uma forma de tentativa de estupro sob a

pessoa, apenas 2% de alunos que participaram da pesquisa consideram um beijo

roubado qualquer outro tipo de assédio.

Figura 7: Porcentagem de pessoas que conhecem alguém que já foi vítima de estupro

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Com a pesquisa realizada pode-se observar que 59% de alunos não

conhecem nenhuma pessoa que já tenha sofrido uma tentativa de estupro, e 41%

dos alunos afirmam conhecer pelo menos uma pessoa que tenha sido vítima de uma

tentativa de estupro.

41%

59% Sim

Não

12%

64%

22% 2%

Tentativa de Estupro

Assédio Sexual

Apenas um Beijo

Outros

23

Figura 8: Porcentagem sobre o que motiva a pessoa cometer o crime de estupro

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

O gráfico acima, nos revela que 40% dos alunos entrevistados acredita que

motiva a pessoa a cometer um crime de estupro são distúrbios mentais, 24% de

alunos consideram que a pessoa comete uma violência sexual apenas por sentir

prazer em ver a vítima sofrendo, e com apenas 12% dos alunos que participaram da

pesquisa consideram como vingança um dos motivos para estuprar as vítimas; 10%

de todos os entrevistados concordam que leva a pessoa a cometer o crime é a raiva

do sexo oposto, e 14% dos alunos que fizeram a pesquisa acham que são outros

tipos de pensamentos que levam as pessoas a cometer essa brutal violência.

Figura 9: Porcentagem de meio de locomoção dos alunos

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Com base nos resultados acima que foram feitos pelos alunos da escola

ETEC Mário Antônio Verza, conclui-se que 42% dos alunos vão para a escola de

bicicleta acompanhados por seus amigos, e 22% dos alunos usam como meio de

locomoção o automóvel, apenas com 11% vão caminhando pelo trajeto da casa até

40%

10% 12%

24%

14%

Distúrbios Mentais

Raiva do Sexo Oposto

Vingança

Prazer em ver a Vítima Sofrendo

Outros

22%

42%

11%

25% Carro

Bicicleta

Caminhando

Outros

24

a escola, e 25% dos restantes vão com outros tipos de locomoção como, por

exemplo, ônibus e moto.

Figura 10: Porcentagem de alunos que voltam sozinhos ou acompanhados para casa

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

A partir dos resultados obtidos conclui-se que com mais da metade dos

alunos entrevistados com 58% voltam acompanhados para a casa e com menos da

metade, 42% não voltam acompanhados para a casa.

Figura 11: Porcentagem de alunos que já foram abordados ou assediados no percurso para a escola

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Com base nos resultados apontados acima mostra que com 90% dos alunos

entrevistados nunca foram abordados ou que já sofreram algum tipo de assédio pelo

percurso para a escola, e com apenas 10% dos restantes dos alunos já sofreram

algum tipo de assédio pelo percurso da escola.

42%

58% Sim

Não

10%

90%

Sim

Não

25

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que o estupro é um dos crimes mais brutais da atualidade, sendo

também um tema bem complicado de se falar, pois muitas pessoas não gostam do

assunto, ou não sabem o que realmente é considerado como um estupro.

E o que motiva uma pessoa a cometer esse crime são distúrbios mentais,

raiva, prazer em fazer este ato tão cruel, inveja do sexo oposto ou até mesmo por

vingança, e muitas vezes estes criminosos estão mais perto do que possam

imaginar, pois, em grande parte dos casos de estupros confirmados no Brasil, o

delito é efetuado por pessoas próximas das vítimas.

Com base nas pesquisas realizadas para este Trabalho de Conclusão de

Curso confirma-se que a cada 11 minutos no Brasil tem alguém sendo vítima de

exploração sexual, grande parte dessas vítimas são menores de idade, ou pessoas

com baixa escolaridade, e o que mais deixa as pessoas indignadas, é que muitas

vezes os agressores são os próprios pais das vítimas.

Além disso, foi possível observar que quando a pessoa quer cometer este

crime ela fica isolada da sociedade, e também é possível observar o sexo, idade e

proximidade com a vítima, são os elementos primordiais para conseguir distinguir

uma pessoa com algum problema psicológico, que o leve a talvez cometer um crime

sexual.

Achar uma solução para este problema é um grande desafio, pois não é

muito fácil para as vítimas denunciarem, pois muitas vezes elas estão sendo

ameaças, e se contarem, podem até morrer.

A vergonha que uma vítima de estupro passa é enorme, por conta disso ela

pode não denunciar, por medo das pessoas ficarem sabendo e achar que as

pessoas vão julga-las. Mas o essencial seria que todas as vítimas tanto de estupro

quanto apenas uma tentativa de roubar um beijo à força, fizessem o registro do ato

junto à polícia, fazendo com que a lei fosse aplicada e com que pessoas

susceptíveis a cometer esse delito, percebessem que se cometessem alguma

tentativa de violência sexual poderia ser denunciado e preso.

Se pudesse haver outras formas para conseguir identificar uma pessoa na

sociedade com grandes índices de psicopatia seria talvez uma outra forma de

diminuir os casos de estupros. Se o comportamento dos estupradores fosse

26

estudado, seria um pouco mais fácil de identifica-lo em meio a sociedade, pois

assim, saberia qual as características e formas de comportamento do possível

psicopata.

27

REFERÊNCIAS

ANTONIO, Irene Pires. BBC, 2017. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36401054>. Acesso em: 30 ag. 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6023: informação e documentação / referências / elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______.NBR 10520: informação e documentação / citações em documentos / apresentação. Rio de Janeiro, 2002. BRANCO, Álvaro Castelo. Correio Brasiliense, 2016: Disponível em: <www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2016/01/06/interna_cidadesdf,5>. Acesso em: 17 ago. 2016. BRASIL. LEI n°º 12.015, de 7 de Agosto de 2009. Dispõe sobre as penas e idade de cada vítima de uma violência sexual. Disponível em: <http://www.plan.alto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm>. Acesso em: 16 ago. 2016. CORREIO BRASILIENSE, 06 de Setembro de 2016, Diz que, todos os casos dependem de uma investigação profunda e muitas provas contundentes contendo o laudo do IML que confirma a relação entre vítimas e acusados. Disponível em: <12908/especialistas-alertam-que-casos-de-estupros-tendem-a-levar-anos-na-jus.shtml>. Acesso em: 20 set. 2016. CORREIO, p, 01 Dizendo que, Diante de um ato cruel, em reação de muitas pessoas é buscar uma resposta de maneira rápida se o estuprador, sofrer de algum tipo de doença, mesmo sabendo que não justifica mas muitas vezes acalma as pessoas. Disponível em: <http://www.correio24horas.com.br/blogs/silenciodasinocentes/?page_id=1353>. Acesso em: 24 set. 2016. DINIZ, Gláucia. Correio Brasiliense, 2016: Disponível em: <12908/especialistas-alertam-que-casos-de-estupros-tendem-a-levar-anos-na-jus.shtml>. Acesso em: 20 de ago. 2016. GARCIA, Carolina. Último segundo, Brasil, 2014: Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-04-25/90-das-mulheres-estupradas-nao-denunciam-agressor-diz-especialista.html>. Acesso em: 23 ago. 2016. HUECK, Karin. Super interessante, 2016: Disponível e: <http://super.abril.com.br/comportamento/como-silenciamos-o-estupro/>. Acesso em: 20 ago. 2016. JÚNIO, Joaquim Leitão. JusBrasil, 2017. Disponível em: <https://joaquimleitaojunior.jusbrasil.com.br/artigos/410259629/afinal-o-beijo-roubado-e-crime-ou-contravencao-penal>. Acesso em: 5 set. 2016. JUSBRASIL, ANJOS, Lei n°12.015/09. Diz que, em vista a desperta a necessidade de consultar aspectos detalhados e todos os criteriosos sobre a legislação penal

28

brasileira em relação à aplicação das leis e dos crimes relacionados ao estupro. Disponível em: <https://biancadireito.jusbrasil.com.br/artigos/167352639/o-crime-de-estupro-apos-o-advento-da-lei-n-12015-09>. Acesso em: 4 out. 2016. LEI Nº 9.503, de 23.09.1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. D.O.U. de 24.09.1997. LEITE, F. Ovelhas nascem de ovários congelados. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 jun. 2001. Folha Ciência, p. 10. SOUZA, F. C. Formação de bibliotecários para uma sociedade livre = University education or librarians for a free society. Encontros BIBLI. Revista de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n. 11, p. 1-13, jun. 2001. Disponível em: <http://www.encontros-bibli.ufsc.br>. Acesso em: 30 jun. 2001. NAGIB ELUF, 13 de setembro de 2009. Lei de crimes sexuais que fica no meio termo, que modifica diversos artigos do Código Penal referentes a todos os crimes sexuais, como estupro, assédio sexual, atentado ao pudor, exploração sexual. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2009-set-13/lei-crimes-sexuais-cria-problemas-soluciona>. Acesso em: 15 set. 2016. REIS, Thiago. G1 Política, 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/n-oficial-de-estupros-cai-mas-brasil-ainda-tem-1-caso-cada-11-minutos.html>. Acesso em: 2 set. 2016. TURMINHA DO MPF, p. 01, 2016. Garante a proteção das crianças contra o abuso e a exploração sexual. Disponível em: <http://www.turminha.mpf.mp.br/direitos-das-criancas/18-de-maio/copy_of_a-lei-garante-a-protecao-contra-o-abuso-e-a-exploracao-sexual.> . Acesso em: 10 set. 2016. Wielewicki, 02 de Outubro de 2013, Contém características dos agressores sexuais infantis, dizendo sobre a maioria dos abusos sexuais a crianças e adolescentes que é cometida por homens entre 18 e 45 anos. Disponível em: <http://www.comportese.com/2013/10/caracteristicas-dos-agressores-sexuais-infantis>. Acesso em: 29 set. 2016.

29

APÊNDICES

APÊNDICE A – Modelo de questionário utilizado na pesquisa de campo – Estudante

Somente estudantes de cursos noturnos irão responder este questionário.

1. Qual o seu curso?

a) ( ) Serviços Jurídicos

b) ( ) Contabilidade

c) ( )Enfermagem

d) ( )Informática

2. Qual a sua idade?

a) ( ) Entre 15 e 20 anos?

b) ( ) Entre 20 e 30 anos?

c) ( ) Ou maior de 30 anos?

3. Qual seu gênero?

( ) Feminino ( ) Masculino

4. O que você considera como estupro?

a) ( ) Um constrangimento

b) ( ) Uma ameaça

c) ( ) Uma violência sexual

d) ( ) Outro: _____________________

5. Em sua opinião a vítima de estupro pode ser?

a) ( ) Mulher b) ( ) Homem c) ( ) Os dois

6. Em sua opinião um beijo roubado a força é um(a) ?

a) ( )Tentativa de estupro

b) ( )Assedio sexual

c) ( ) Apenas um beijo

d ( )Outro:______________________

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7. Você conhece alguém que já tenha sido vítima de estupro?

( ) Sim ( ) Não

8. O que você acha que motiva uma pessoa a cometer um crime de

estupro?

a) ( ) Distúrbios mentais

b) ( ) Raiva do sexo oposto

c) ( ) Vingança

d) ( ) Prazer em ver a vítima sofrendo

e) ( ) Outro: _____________________

9. Geralmente você volta da escola para casa como?

a) ( ) de carro;

b) ( ) de bicicleta;

c) ( ) caminhando;

d) ( ) outro: _____________________.

10.Geralmente você volta sozinho(a) da escola para casa no período

noturno?

a) ( ) sim b) ( ) não

11.Você já foi abordado(a) ou assediado(a) por algum desconhecido no

percurso da escola para casa no período noturno?

a) ( ) sim b) ( ) Não