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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
Faculdade de Tecnologia da São Sebastião
Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial
DAISY MARIA FERNANDES DE QUEIROZ
CONSTRUÇÃO DE PERFIL: o empreendedor informal do bairro da Topolândia, São Sebastião/SP
São Sebastião
2014
DAISY MARIA FERNANDES DE QUEIROZ
CONSTRUÇÃO DE PERFIL: o empreendedor informal do bairro da Topolândia, São Sebastião/SP
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Prof. Me. Ricardo de Lima Ribeiro.
São Sebastião
2014
DAISY MARIA FERNANDES DE QUEIROZ
CONSTRUÇÃO DE PERFIL: o empreendedor informal do bairro da Topolândia, São Sebastião/SP
Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 10 de junho de 2014.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Me. Ricardo de Lima Ribeiro
_________________________________________________________
Prof. Áurea Ruivo da Silva
_________________________________________________________
Me. Eduardo Hipólito do Rego
MÉDIA FINAL: ___________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, aos trabalhadores que permitiram que a pesquisa fosse realizada, fornecendo os dados necessários, ao meu orientador Ricardo de Lima Ribeiro pela sua paciência e dedicação, aos professores que se empenharam ao ensinar, as minhas amigas Claudia Rodrigues e Joelma Sutil, que me ajudaram nesse trajeto da minha vida, ao meu companheiro, família e amigos que consentiram com a minha ausência.
RESUMO
Este projeto dispõe de informações a respeito dos empreendedores informais do bairro da Topolândia, no município de São Sebastião/SP. O propósito deste projeto foi construir o perfil desse empreendedor. Para atingir tal objetivo, este trabalho utilizou o método de pesquisa qualitativo, junto à pesquisa descritiva. A técnica de coleta de dados utilizada foi a observação direta extensiva. O formulário foi utilizado como instrumento de pesquisa, com questões sobre o perfil do empreendedor em geral. A abordagem foi a amostragem não probabilística e o modelo da amostragem foi a acidental ou por conveniência, em virtude de que os elementos das amostras eram acessíveis a pesquisadora. Através do resultado e discussão do formulário foi possível identificar as informações sobre as principais características sociodemográficas desse empreendedor. Conclui-se que o empreendedor informal da Topolândia é homem, com idade entre 45 e 54 anos, não tem educação formal, ou tem ensino fundamental incompleto ou completo, ou ensino médio incompleto. Grande parte não tem experiência profissional prévia e tem renda mensal menor que três salários mínimos. Estes empreendedores não possuem funcionários, nem sócios, nem experiência prévia. Foram motivados pela obtenção de uma renda e por não terem condições de empreenderem de modo estruturado. Planejam, não utilizam estratégia de marketing, tomam decisões em locais inseguros e ficam a vontade com conflitos. Palavras-chave: Empreendedorismo. Empreendedor informal. Perfil empreendedor.
ABSTRACT
This project provides information about the informal entrepreneurs in Topolândia neighborhood, situated in São Sebastião/SP. The purpose of this project was to build the profile of these entrepreneurs. To achieve this goal, this study used a qualitative research method, with the descriptive research. The data collection technique used was extensive direct observation. The form has been used as a research tool, with questions about the entrepreneur profile in general. The approach was a non-probability sampling and the sampling model was accidental or convenience, given that the elements of the samples were accessible to the researcher. With the results and discussion of the form was possible to identify the information about the main sociodemographic characteristics of entrepreneur. It is concluded that the informal entrepreneur of Topolândia are man between 45 to 54 years old, has no formal education, primary school or have incomplete or complete secondary education. Much has previous professional experience and has monthly income of less than three minimum wages. These entrepreneurs have no employees, partners or previous experience. Were motivated by obtaining an income and do not have conditions work in a structured way. Plan, do not use marketing strategy, take decisions in insecure locations and are comfortable with conflict. Keywords: Entrepreneurship. Informal entrepreneurs. Entrepreneurial profile.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 09
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 12
2.1 EMPREENDEDORISMO .................................................................................. 12
2.1.1 Definição de empreendedorismo ................................................................. 15
2.1.2 Processo de empreender .............................................................................. 16
2.1.3 Motivação empreendedora............................................................................ 17
2.2 EMPREENDEDOR ........................................................................................... 21
2.2.1 História do empreendedor ............................................................................ 23
2.2.2 Características do empreendedor ................................................................ 24
2.2.3 Tipos de empreendedores ............................................................................ 31
2.3 EMPREENDEDOR INFORMAL ........................................................................ 32
2.3.1 Mercado de trabalho ...................................................................................... 32
2.3.2 Trabalhador autônomo ou por conta própria .............................................. 34
2.3.3 Características do trabalhador autônomo ou por conta própria ............... 36
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 51
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 53
APÊNDICE - Formulário ................................................................................... 57
9
1 INTRODUÇÃO
Este projeto de pesquisa propõe estudar o trabalhador autônomo ou por conta
própria, nomeado de empreendedor informal neste trabalho, no bairro da
Topolândia, na cidade de São Sebastião, Litoral Norte Paulista, a fim de fazer um
levantamento do perfil do empreendedor, com base em uma pesquisa qualitativa.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
A importância deste trabalho se dá devido à necessidade de informação e
conhecimento a respeito dos empreendedores informais no bairro da Topolândia, na
região de São Sebastião/SP, para que, a partir dos dados, gestores e interessados
possam desfrutar das informações relevantes ligadas à história, cultura e a
sociedade, e serve como base para diversos estudos.
1.2 PROBLEMA
Como em vários locais, no bairro da Topolândia em São Sebastião/SP
também existe o empreendedorismo informal, porém há uma carência a respeito de
informações sobre as características desse empreendedor. Com este problema
surge a seguinte pergunta a ser respondida nesta pesquisa: Qual é o perfil do
empreendedor informal no bairro Topolândia, no município de São Sebastião/SP?
1.2.1 Hipótese
Há diversos tipos de empreendedores informais no bairro da Topolândia, na
região de São Sebastião/SP e como forma de sustentação desta pesquisa formula-
10
se a seguinte hipótese: Os empreendedores informais no bairro Topolândia são em
grande parte homens, negros ou pardos, com mais de 40 anos, com renda inferior a
dois salários mínimos e de baixa escolaridade.
1.3 OBJETIVOS
De acordo com Lakatos e Marconi (2010), para saber em uma pesquisa o que
se vai buscar e o que se quer alcançar, ela tem que conter um objetivo.
1.3.1 Objetivo geral
O propósito deste projeto será construir o perfil do empreendedor informal no
bairro Topolândia, no município de São Sebastião/SP.
1.3.2 Objetivos específicos
Identificar as características sociodemográficas desse empreendedor.
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho utilizará o método qualitativo, junto à pesquisa descritiva. Como
técnica de pesquisa será empregada a pesquisa de campo e também será utilizada
a pesquisa bibliográfica. A técnica de coleta de dados será a observação direta
extensiva. O formulário será o instrumento de pesquisa. Logo, a abordagem deste
trabalho será a amostragem não probabilística e o modelo da amostragem acidental
ou por conveniência.
11
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Este trabalho está divido em sete capítulos. O primeiro capítulo aborda a
introdução com a justificativa do tema, o problema, a hipótese, objetivo geral e
específico e procedimentos metodológicos. O segundo capítulo contêm o referencial
teórico sobre o empreendedorismo, o empreendedor e o empreendedor informal. O
terceiro capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizados no projeto. O
quarto capítulo é referente aos resultados e discussão do trabalho. O quinto capítulo
contêm as considerações finais do trabalho. O sexto capítulo aborda as referências
utilizadas no trabalho. O sétimo e último capítulo contêm o apêndice com o
formulário utilizado na pesquisa.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo apresentará os conceitos e definições de alguns autores sobre o
empreendedorismo, o processo de empreender e a motivação empreendedora.
2.1 EMPREENDEDORISMO
Conforme Dornelas (2008), o empreendedorismo tem sido associado ao
desenvolvimento econômico. Grande parte das inovações que promoveram esse
desenvolvimento foi apoiada pelo empreendedorismo. Os países desenvolvidos
sabem que o empreendedorismo é a base do aumento da economia, do crescimento
do emprego e da renda. Esses países têm cedido atenção e suporte às ações
empreendedoras.
O empreendedorismo é um fator crítico para o desenvolvimento da economia.
Está vinculado com a inovação e, juntos, são componentes essenciais para o
desenvolvimento econômico, conclui Dornelas (2008).
A função do empreendedorismo no desenvolvimento da economia abrange o
aumento de produção e da renda, o início e a mudança da estrutura de negócios e
da sociedade. O crescimento e uma produção maior acompanham tais mudanças, o
que possibilita que mais riqueza seja compartilhada entre os participantes, explicam
Hisrich, Peters e Shepherd (2009).
A existência da economia empreendedora é um acontecimento cultural,
psicológico, econômico ou tecnológico. Drucker (2008) diz que para os economistas
o empreendedorismo influencia e molda a economia.
Acadêmicos e governantes confirmam que o empreendedorismo é importante
para o desenvolvimento e o bem estar da sociedade. Algo evidente sobre o
empreendedorismo é seu impacto na criação de emprego e renda em um país. É
importante para o desenvolvimento de empreendimentos a existência de uma
mentalidade aderente dos indivíduos ao empreendedorismo, unida às condições que
o país oferece para gerar e desenvolver novos negócios. Este desenvolvimento
coopera com o crescimento social e da economia. (ANDREASSI et al, 2011)
13
Mesmo com as dificuldades que os empreendedores têm o
empreendedorismo ainda é o jeito mais eficiente de ligar os estudos e o mercado,
com novas empresas e levando novos produtos e serviços ao mercado. Essas
atividades empreendedoras interferem significativamente na economia de uma
região ao construir sua base econômica e gerar empregos. (HISRICH; PETERS;
SHEPHERD, 2009)
Andreassi et al (2011) revelam que a cultura empreendedora cresce quando
as pessoas têm uma percepção favorável sobre ela. Quando o empreendedorismo é
visualizado como uma boa opção de carreira, há maiores chances de pessoas ao
redor empreenderem. Os relatos de empreendedores de sucesso divulgados pela
mídia de negócios e a exibição dos mesmos como ídolos fortalecem a mentalidade
positiva sobre os empreendedores.
Observar a mentalidade dos indivíduos com relação ao empreendedorismo é
fundamental, pois mostra o interesse das pessoas sobre o assunto e seu potencial
para empreender. Andreassi et al (2011) argumentam que toda a sociedade é
beneficiada quando as pessoas percebem as oportunidades de negócios em seus
ambientes e capacidade para explorá-la.
O GEM (Global Entrepreneurship Monitor) é um projeto de pesquisa. A
finalidade do GEM é gerar e divulgar as informações das atividades
empreendedoras no mundo, explicam Andreassi et al (2011). O Brasil tem
participação na pesquisa do GEM desde 2000. A pesquisa é conduzida no país pelo
Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade – IBQP. (ANDREASSI et al 2012)
Segundo a pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) mais de 30%
da população do Brasil, de 18 a 64 anos, têm envolvimento na criação ou
administração de algum negócio abrangendo o empreendedorismo. Andreassi e
Macedo (2012) afirmam que os dados demonstram a relevância social e econômica
do assunto e a carência de ações não governamentais e governamentais para
consolidação do tema.
O objetivo do GEM é medir o envolvimento do empreendedor em estágio
inicial. O GEM utiliza como medidas as seguintes taxas:
Total Early-Stage Entrepreneurial Activity - TEA - Taxa de
Empreendedores em Estágio Inicial: abrange os empreendedores que
conduzam um empreendimento há menos de 42 meses e os indivíduos
que iniciarão um novo negócio, referente à população de 18 a 64 anos;
14
Taxa de Empreendedores Estabelecidos - TEE: abrange os indivíduos que
conduzam os negócios há mais 42 meses; e
TTE - Taxa Total de Empreendedores: é compreendida como o total
desses empreendedores em relação à população de referência.
Conforme Andreassi et al (2012) a Figura 1 mostra o processo empreendedor
segundo o GEM.
Figura 1 - O processo empreendedor
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 19)
O empreendedorismo possui diversas fases, e elas estão representadas na
figura 1. O empreendedor potencial é a primeira fase, onde o indivíduo enxerga a
oportunidade, tem habilidade e reconhecimento, não tem medo de fracassar e tem
atitude positiva. Em seguida vem a fase da intenção, que é o intuito de começar um
negócio. Na sequência aparecem os nascentes, que representam a etapa do inicio
do negócio, com até três meses. A fase de administrar o negócio, com até 42
meses, é representada na figura como novos. E, a fase do empreendimento
estabelecido, que a figura apresenta como estabelecidos.
15
O Gráfico 1 apresenta a evolução da atividade empreendedora formal,
segundo o estágio de empreendimento TEA, TEE e TTE no Brasil de 2002 a 2012.
Gráfico 1 - Evolução da atividade empreendedora formal, segundo estágio do empreendimento
(TTE, TEA e TEE): taxas - Brasil - 2002:2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 41)
Verifica-se no gráfico que a TEA no Brasil, no período de 2002, era de
(13,5%), próximo do ano de 2012 que era de (15,4%). Já a TEE no Brasil em 2002
era de (7,8%), e teve um aumento significante para (15,2%) em 2012. A TTE foi de
20,9% em 2002, e 30,2% em 2012, um aumento na taxa total de empreendedores
de quase 10 pontos percentuais em dez anos.
Para Andreassi et al (2012) este progresso acompanha a economia brasileira.
No período de 2002 a 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) teve um aumento de cerca
de 4%, com uma grande participação da expansão do mercado interno, o que
ofereceu oportunidade para diversos tipos de atividades empreendedoras.
2.1.1 Definição de empreendedorismo
Greco et al (2010) definem o empreendedorismo como uma tentativa de
iniciar um novo negócio ou empreendimento. Como exemplos a atividade autônoma,
13,5% 12,9% 13,5% 11,3% 11,7%
12,7%
12,0%
15,3% 17,5%
14,9% 15,4%
7,8% 7,6%
10,1% 10,1% 12,1%
9,9%
14,6%
11,8%
15,3%
12,2% 15,2%
20,9% 20,3%
23,0% 21,1%
23,4% 22,4%
26,4% 26,9%
32,3%
26,9%
30,2%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2008 2010 2011 2012
Taxa de Empreendedores Iniciais (TEA)
Taxa de Empreendedores Estabelecidos (TEE)
Taxa Total de Empreendedores (TTE)
16
um novo empreendimento ou a expansão de um negócio existente. A iniciativa pode
vir de um indivíduo, grupos de indivíduos ou até por empresas estabelecidas.
"Entende-se como empreendedorismo qualquer tentativa de criação de um
novo empreendimento, como por exemplo: uma atividade autônoma, uma nova
empresa ou a expansão de um empreendimento existente". (ANDREASSI et al,
2012, p. 19)
De acordo com Andreassi et al (2011), para o GEM o empreendedorismo
compreende as etapas de evolução dos empreendimentos. A partir da intenção de
começar um negócio, ao iniciá-lo e até ao administrá-lo.
O empreendedorismo sob um prisma individual foi explorado neste século,
refletindo nas definições de tomar iniciativa, organizar e reorganizar mecanismos
sociais e econômicos para transformar recursos e situações para proveito prático e
de aceitar o risco ou o fracasso, relatam Hisrich, Peters e Shepherd (2009).
No conceito de Morales (2005, p. 8)
“Empreendedorismo é um neologismo derivado da palavra empreendedor, sendo utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seus sistemas de atividades e seu universo de atuação.³ Atualmente, o empreendedorismo é visto como um ramo da administração de empresas e, no Primeiro Mundo, as escolas de administração costumam ter um setor, grupo ou área de pesquisa em empreendedorismo”.
2.1.2 Processo de empreender
Conforme o Quadro 1, há quatro fases distintas relacionadas aos aspectos do
processo de empreender. (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009)
Conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2009), o processo de empreender faz
parte da procura de um novo empreendimento. O processo consiste em quatro
fases. As fases são a identificação e avaliação da oportunidade, desenvolvimento
do plano de negócio, determinação dos recursos necessários e administração da
empresa resultante. A primeira fase é referente a avaliação, criação e dimensão, o
valor real e valor percebido, os riscos e retornos da oportunidade, também é
referente a oportunidade versus aptidões e metas pessoais e ambiente competitivo.
17
Quadro 1 - Aspectos do processo de empreender
Identificação e avaliação da oportunidade
Desenvolvimento de um plano de negócio
Recursos necessários
Administração da empresa
Avaliação da oportunidade
Criação e dimensão da oportunidade
Valor real e valor percebido da oportunidade
Risco e retornos da oportunidade
Oportunidade versus aptidões e metas pessoais
Ambiente competitivo
Página de título
Sumário
Resumo executivo
Principal seção
Descrição do negócio
Descrição do setor
Plano tecnológico
Plano de marketing
Plano financeiro
Plano de produção
Plano organizacional
Plano operacional
Resumo
Apêndices
Determinar os recursos necessários
Determinar os recursos existentes
Identificar a falta de recursos e os fornecedores disponíveis
Desenvolver acesso aos recursos necessários
Desenvolver o estilo administrativo
Conhecer as principais variáveis para o sucesso
Identificar problemas e possíveis problemas
Implementar sistemas de controle
Desenvolver a estratégia de crescimento
Fonte: Hisrich, Peters e Shepherd (2009, p. 32)
A segunda fase conta com o desenvolvimento do plano de negócios, a partir
de página de título, sumário, resumo executivo, principal seção, descrição do
negócios e do setor, plano tecnológico, de marketing, financeiro, de produção,
organizacional, operacional, o resumo e apêndices.
A terceira fase dos recursos necessários envolve determinar os recursos
necessários e existentes, identificar a falta de recursos e os fornecedores
disponíveis e desenvolver acesso aos recursos necessários.
A administração da empresa é a quarta e última fase. Esta fase envolve
desenvolver o estilo administrativo, conhecer principais variáveis para o sucesso,
identificar problemas e possíveis problemas, implementar sistemas de controle e
desenvolver a estratégia de crescimento.
2.1.3 Motivação empreendedora
Greco (2008) aborda a motivação para o empreendedorismo como um fator
relevante para entender o avanço da realidade empreendedora no Brasil. Da
18
influência de fatores, gerados por mudanças econômicas, sociais, tecnológicas,
governamentais, ambientais e serviços surgem o empreendedorismo por
necessidade e por oportunidade, argumentam Andreassi et al (2011).
Em relação a isto, Andreassi et al (2012) dizem que os indivíduos têm motivos
particulares para empreenderem, em razão da necessidade ou da oportunidade.
Em relação à oportunidade, Longenecker (2007) considera o indivíduo que
complementou sua formação técnica analisando disciplinas não técnicas como
empreendedores por oportunidade.
Empreendedores por oportunidade tentam diminuir os riscos, são atentos aos
passos seguintes do empreendimento, têm metas e visão do futuro, destaca
Dornelas (2007).
Nas concepções de Greco et al (2005), os indivíduos que empreendem após
reconhecer uma oportunidade ou enxergar um nicho de mercado são denominados
empreendedores por oportunidade.
Junto aos desafios, este empreendedor adquire potencialidades, e com ela o
empreendedor por oportunidade pode inovar e ampliar o seu negócio, alvejando ser
competitivo. (ANDREASSI et al, 2011)
Machado et al (2009) consideram empreendedores por oportunidades
aqueles que são estimulados pelo reconhecimento de uma oportunidade no
mercado. Os indivíduos que têm opções de renda e emprego e decidem iniciar um
novo negócio, para manter ou aumentar sua renda, ou mesmo pela independência
no trabalho, são chamados de empreendedores por oportunidade, destacam
Andreassi et al (2012).
Como forma de melhorar sua condição de vida, os empreendedores por
oportunidade têm maiores chances de sobrevivência e sucesso. Estes
empreendedores trazem mais vantagens aos países, afirmam Greco et al (2010).
Em complemento, explicam que a possibilidade de aparecerem os empreendedores
por oportunidades são maiores. Os mesmos são mais aptos para o mundo dos
negócios.
O desenvolvimento econômico é maior quando tem mais empreendedores por
oportunidade no país. No entendimento de Dornelas (2008) esta situação permite ao
país o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras.
19
Logo, as atividades iniciadas pelas pessoas que não conseguiram melhores
alternativas de trabalho retratam o empreendedorismo por necessidade, revelam
Bastos Junior et al (2004).
Os indivíduos que são motivados por não existir alternativas gratificantes de
renda e serviço são chamados de empreendedores por necessidade, como aborda
Machado (2009).
Os indivíduos que começam em um empreendimento autônomo, por não
existir melhor alternativa de trabalho, com objetivo de obter renda são denominados
como empreendedores por necessidade. (ANDREASSI et al, 2012)
Greco et al (2010) salienta que o empreendedorismo por necessidade diminui
quando a oferta de emprego aumenta, portanto está mais sujeito à situação
econômica. Conforme Longenecker (2007) empreendedores por necessidade são
as pessoas que, após passarem por problemas financeiros ou por outra situação
negativa, deram início a alguma atividade empresarial. Não costumam delegar
poder, não obtêm muitas fontes de dinheiro, as estratégias de marketing são
tradicionais e o planejamento é mínimo quanto ao crescimento e as futuras
transformações.
Os empreendedores por necessidade iniciam o negócio por falta de opção, e
na maioria das vezes não tem acesso ao mercado de trabalho ou foram despedidos.
A instrução e as condições de trabalhar de modo estruturado não são acessíveis a
estes empreendedores. (DORNELAS, 2007)
Greco et al (2005) consideram os empreendedores por necessidade aqueles
que dão início a um empreendimento por falta de opção para ocupação e renda.
Pela falta de alternativas satisfatórias de trabalho, o empreendedor por necessidade
se sente obrigado a começar seu próprio negócio, como sua última opção. (IBQP,
2003)
Para se manter, o empreendedor por necessidade baseia-se em suprir as
necessidades básicas de renda. Dornelas (2008) destaca que este empreendedor
não planeja, não tem visão de futuro e não enxerga as oportunidades. Também não
tem engajamento com o crescimento e desenvolvimento da economia.
Andreassi et al (2011) colocam que para fazer o negócio acontecer, o
empreendedor por necessidade pode perceber uma oportunidade de negócio e
desenvolver atitudes, proceder como empreendedor e obter potencialidade para
iniciar algo novo, incentivado por fatores relevantes. Os motivos que levam o
20
empreendedor a caçar as oportunidades são a busca pela independência e pelo
aumento da renda pessoal.
Greco et al (2010) afirmam que mesmo os empreendedores por necessidade,
que empreendem por falta de opções profissionais, podem gerar oportunidade de
negócios e se tornarem empreendedores por oportunidade.
Conforme Andreassi et al (2012), o Gráfico 2 apresenta a evolução da taxa
dos empreendedores inicias (TEA) por oportunidade e por necessidade no Brasil, no
período de 2002 até 2012.
Gráfico 2 - Evolução da taxa dos empreendedores iniciais (TEA) por oportunidade e necessidade - Brasil - 2002:2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 90)
Os dados mostram que em 2002 a taxa de empreendedores iniciais por
necessidade era de 7,5%, maior que a taxa de oportunidade (5,8%). De 2003 a
2006, mesmo com os valores aproximados, o empreendedorismo por oportunidade
ultrapassou o empreendedorismo por necessidade. A taxa de empreendedorismo
por oportunidade teve um grande aumento em relação ao empreendedorismo por
necessidade depois do ano de 2007. (ANDREASSI et al, 2012)
5,8%
6,8% 7,0%
6,0% 6,0%
7,2% 8,0%
9,4%
11,9% 10,2% 10,7%
7,5%
5,5% 6,2% 5,3% 5,6% 5,3%
4,0%
5,9% 5,4%
4,6% 4,7%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2008 2010 2011 2012
Oportunidade Necessidade
21
2.2 EMPREENDEDOR
Empreendedor é “aquele que assume riscos e inicia algo novo”. (HISRICH;
PETERS; SHEPHERD, 2009, p. 27). O empreendedor é aquele que constrói alguma
coisa nova e com valor, enfrentando os riscos financeiros, psíquicos e sociais. Como
consequência obtêm a satisfação e a independência.
Para Hisrich, Peters e Shepherd (2009), esse conceito ressalta quatro
aspectos de um empreendedor. O primeiro é criar algo novo, de valor para o
empreendedor e para o público para qual é criada. O segundo é que exige tempo e
esforço. O terceiro são as recompensas de ser um empreendedor, englobando a
independência, satisfação pessoal e recompensa econômica. O quarto é assumir os
riscos.
O site JUSBRASIL, aborda a lei do código civil 10406/02, Artigo 966.
"Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços".
Há um aumento no interesse em estudar assuntos relacionados a
empreendedorismos, já que a origem de negócios está relacionada à prosperidade,
e que com a ação empreendedora pode-se obter mais riquezas. Segundo Drucker
(2008), tais prosperidades são geradas pelos indivíduos que assumem riscos,
quanto a bens, tempo ou empenho. Esses indivíduos levam o nome de
empreendedores.
Schumpeter apud Drucker (2008) relaciona o empreendedor ao
desenvolvimento econômico, a inovação, ao desfrute de oportunidades no negócio e
alguém que faz combinações novas de elementos.
Apropriadamente, Morales (2005) coloca que a responsabilidade pela geração
de novas empresas, em grande parte de micro e pequeno porte, é dos
empreendedores. Há diversas referências à significância dos empreendedores no
desenvolvimento econômico e social na literatura.
No entendimento de Cavalcante, Farah e Marcondes (2008) os estudos sobre
empreendedorismo concentram-se no estudo das pessoas e dos desempenhos. O
que compõe o que o empreendedor de sucesso necessita, e o comando de
ferramentas gerenciais são visualizados como decorrência da aprendizagem. A
pessoa que tem condições para empreender, absorve o que for preciso para gerar,
desenvolver e atingir sua visão.
22
Os empreendedores não nascem com o conhecimento e a experiência para
identificar e avaliar os negócios. A razão pela diferença entre organizações comuns
e empreendedoras é a capacidade de criar. O empreendedor gera competências e é
improvável abordá-lo sem vê-lo como um gestor inovador, afirmam Cavalcante,
Farah e Marcondes (2008).
O empreendedor segue uma linha de comportamento que o faz atingir seus
objetivos, ele precisa ser dono de suas decisões e de seus caminhos, significando
falta de limites ou parâmetros, destaca Drucker (2008). Em sequência, afirma que,
ao apontar algo que identifique um empreendedor, tais definições revelam ordens de
preocupação, começando pelo âmbito que o empreendedor atua, se é na economia
ou em outras áreas da sociedade, também quando se trata do perfil do
empreendedor e por último é sobre o raio de influência que tem um empreendedor
na sociedade.
Hisrich, Peters e Shepherd (2009) afirmam que os empreendedores pensam
diferente das outras pessoas, e são frequentes as decisões em ambientes
inseguros, com ricos, pressões de tempo e investimento emocional. Dada à natureza
do local da tomada de decisões de um empreendedor, frequentemente ele precisa
executar, se adaptar de modo cognitivo e aprender com o fracasso.
O empreendedor concretiza seus sonhos e atinge seus objetivos a partir de
um comportamento padrão, o mesmo tem que ser dono de suas decisões e de seus
passos, o que implica na ausência de limites ou parâmetros. (DRUCKER, 2008)
O empreendedor é frequentemente conceituado nos Estados Unidos como
aquele que inicia seu próprio negócio pequeno e novo, porém, nem todos são
considerados empreendedores, aborda Drucker (2008).
Qualquer pessoa que tenha que tomar uma atitude pode aprender a
empreender e proceder como tal. Drucker (2008) explica que o empreendedorismo é
um comportamento, a teoria e o conceito são seus apoios.
De acordo com Dornelas, Timmons e Spinelli (2010) há muitas atitudes e
comportamentos que demonstram como o empreendedor é, e não um conjunto
único. O empreendedor tem sido considerado como um inovador independente,
confiante e defensor da economia do empreendimento historicamente. Seu contexto
é imprevisível e inconstante.
Os empreendedores sempre estão pensando em novas ideias para o
empreendimento e estão atentos às tendências, reconhecem padrões e juntam os
23
pontos para compor e aperfeiçoar um só empreendimento. Eles sabem que ideias
boas são frequentes, mas as boas oportunidades são apenas algumas e utilizam
suas experiências passadas para se apoiar ao criar suas novas oportunidades.
Suportam as incertezas e a falta de clareza e se sentem à vontade com conflitos,
também arriscam o capital e sua credibilidade. (DORNELAS, TIMMONS e SPINELLI,
2010)
Os empresários que iniciam um novo negócio de sucesso são disciplinados,
determinados e perseverantes. Procuram vencer as dificuldades e concluir os
deveres. Não ficam assustados em momentos difíceis e não são inconsequentes. Se
a tarefa for difícil, ele cede antes dos outros indivíduos. Apesar de serem
persistentes, também têm os pés no chão para saber o que podem ou não fazer.
Para Dornelas, Timmons e Spinelli (2010) esse empreendedor é conhecedor da
tecnologia e do mercado atuante, é experiente e obtêm um histórico e habilidades
administrativas. Os bons empreendedores improvisam, são ligeiros, inteligentes e
fazem invenções.
2.2.1 História do empreendedor
Hisrich, Peters e Shepherd (2009) revelam que Marco Polo foi considerado o
primeiro empreendedor como intermediário entre os séculos XII e XIII. Marco Polo
assumiu os riscos físicos e emocionais ao tentar estabelecer rotas comerciais para o
Extremo Oriente. Na Idade Média, o conceito foi utilizado para um participante ou
administrador de grandes projetos de produção, no qual os recursos eram fornecidos
e ele não assumia os riscos físicos e emocionais. No século XVII ouve a ligação do
risco com o empreendedorismo, o indivíduo tinha um acordo contratual com o
governo para fazer um serviço ou fornecer produtos estipulados.
No século XVIII, com a industrialização, o empreendedor foi diferenciado do
fornecedor de capital, o atual investidor de risco. Já nos séculos XIX e XX, não se
via diferença de gerentes e dos que eram vistos a partir de uma perspectiva
econômica. (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009)
24
2.2.2 Características do empreendedor
A Figura 2 apresenta o contexto familiar, os mercados e a tecnologia, o apoio
institucional, o histórico e a personalidade como fatores que interferem na abertura
de novo empreendimento.
Figura 2 - Fatores que afetam a criação de novos negócios
Fonte: Bessant e Tidd (2008, p. 289)
Pesquisadores estudam características e traços pessoais ou a influência de
fatores contextuais para explicar o comportamento empreendedor. Bessant e Tidd
(2009) ressaltam que pesquisas norte-americanas sobre empreendedorismo
destacam experiências anteriores e características de um empreendedor típico, logo,
os estudos na Europa e em outros países dão importância ao contexto. O histórico
religioso e familiar, educação formal e experiência profissional prévia e o perfil
psicológico são fatores que afetam a possibilidade de fundar um novo
empreendimento.
A respeito deste assunto, Hisrich, Peters e Shepherd (2009) apontam
algumas características do empreendedor, como o nível educacional do
empreendedor que é importante na formação de um empreendedor e ajuda os
empreendedores a lidar com os problemas que enfrentam. Mesmo que para
25
começar um negócio não seja preciso uma educação formal, ela disponibiliza uma
experiência boa e, quando tem a ver com a área do empreendimento, é notável.
Apesar de a educação ser uma boa influência na possibilidade de um indivíduo
descobrir novas oportunidades, ela não é determinante.
O Gráfico 3 apresenta os empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo o
nível de escolaridade no Brasil e na Região Sudeste em 2012.
Gráfico 3 - Empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo o nível de escolaridade: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 68)
Conforme Andreassi et al (2012), a Faixa 1 atribui os empreendedores sem
educação formal, ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo e
ensino médio incompleto; a Faixa 2 atribui os empreendedores com ensino médio
completo e curso superior incompleto; a Faixa 3 atribui os empreendedores com
curso superior completo, especializações e mestrado incompleto; e a Faixa 4 atribui
os empreendedores com mestrado completo e doutorado completo e incompleto.
Segundo a taxa de empreendedores iniciais, no Brasil o nível de escolaridade
com maior percentual é o dos empreendedores com ensino médio completo e curso
superior incompleto que representam 47,2%, já os empreendedores com mestrado
completo e doutorado completo e incompleto representam o menor percentual, de
1,4% no Brasil.
Na Região Sudeste, o nível de escolaridade prevalecente também é o ensino
médio completo e curso superior incompleto com 51,8%. O menor percentual
38,9%
47,2%
12,5%
1,4%
30,9%
51,8%
16,2%
1,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 4
Brasil
Região Sudeste
26
(11,1%) também se encontra nos empreendedores com mestrado completo e
doutorado completo e incompleto. (ANDREASSI et al, 2012)
As faixas têm a mesma representatividade no Gráfico 4, na qual apresenta os
empreendedores em estágio estabelecido (TEE), segundo nível de escolaridade em
2012 no Brasil e na Região Sudeste.
Gráfico 4 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo nível de escolaridade: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 68)
Conforme Andreassi et al (2012), diferente da proporção dos empreendedores
iniciais, entre os empreendedores estabelecidos a faixa 1 é que ganha destaque no
Brasil (55,2%) e na Região Sudeste (45,4%), com a maior porcentagem de
empreendedores sem educação formal, ensino fundamental incompleto, ensino
fundamental completo e ensino médio incompleto. Seguidos da faixa 2, que
representam 35,3% no Brasil e 41,4% na Região Sudeste. Logo, a faixa 4 dos
empreendedores com mestrado completo e doutorado completo e incompleto
mantêm o menor percentual no Brasil (2,1%) e na Região Sudeste (1,6%).
Em relação à idade Hisrich, Peters e Shepherd (2009) afirmam que há duas
classificações, a primeira é a idade empresarial, que é a do empreendedor
espelhado em sua experiência, a segunda é a idade cronológica. Os autores
afirmam que o melhor indicador para prever o sucesso é a experiência, em especial
quando o novo empreendimento tem relação com a atividade exercida
anteriormente.
52,5%
35,3%
10,1%
2,1%
45,4%
41,4%
11,6%
1,6%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 4
Brasil
Região Sudeste
27
Para Hisrich, Peters e Shepherd (2009), na idade cronológica, a maior parte
dos empreendedores começam a carreira entre 22 e 45 anos, ela também pode ter
início antes ou depois, mesmo sendo improvável. Os homens empreendedores
iniciam seu primeiro empreendimento importante no começo dos 30 anos, e as
mulheres em meados dessa década da vida.
Segundo Andreassi et al (2012), o Gráfico 5 apresenta os empreendedores
em estágio inicial (TEA) segundo a faixa etária no Brasil e na Região Sudeste em
2012.
Gráfico 5 - Empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo faixa etária: proporções - Brasil
e Região Sudeste - 2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 65)
No gráfico dos empreendedores em estágio inicial, a faixa etária
predominante é a de 25 a 34 anos no Brasil (33,8%) e na Região Sudeste (32,0%),
em sequência a faixa etária entre 35 e 44 anos. A taxa de menor nível de
empreendedores é a faixa etária entre 55 e 64 anos que a nível nacional e também
na Região Sudeste representa 7,0%. (ANDREASSI et al, 2012)
O Gráfico 6 mostra os empreendedores em estágio estabelecido (TEE),
segundo faixa etária no Brasil e na Região Sudeste em 2012.
A faixa etária de maior nível de empreendedores é a de 35 a 44 anos no
Brasil (29,8%) e na Região Sudeste (30,4%), seguidos da faixa etária entre 45 e 54
anos. O menor nível de empreendedores é encontrado na faixa etária de 18 a 24
anos que no Brasil representa 4,0% e na Região Sudeste 3,2%. (ANDREASSI et al,
2012)
18,3%
33,8%
26,6%
14,4%
7,0%
20,8%
32,0%
27,5%
12,7%
7,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
18-24 25-34 35-44 45-54 55-64
Brasil
Região Sudeste
28
Gráfico 6 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo faixa etária: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 66)
Quanto à experiência prévia, ela pode possibilitar conhecimento na
administração de uma organização independente aos empreendedores, também
pode propiciar parâmetros quanto à importância das informações. A mesma pode
ser um provedor para empresas consecutivas. Quanto à probabilidade de alcançar
resultados empreendedores com êxito, a experiência disponibiliza uma maior
segurança concluem Hisrich, Peters e Shepherd (2009).
O gênero é uma das características dos empreendedores que também tem
sido analisada. A quantidade de mulheres empreendendo teve um importante
aumento. Para Hisrich, Peters e Shepherd (2009) as empreendedoras são diferentes
dos empreendedores quanto à motivação, habilidades empresariais e histórico
profissional.
A natureza do negócio também difere a empreendedora do empreendedor.
Os homens se envolvem mais para alta tecnologia, área da indústria e construção.
As mulheres voltam-se mais para as áreas de serviços como relações públicas, lojas
ou serviços educacionais. A consequência frequente são empreendimentos de
mulheres menores e com um menor rendimento líquido abordam Hisrich, Peters e
Shepherd (2009).
4,0%
19,2%
29,8% 28,5%
18,4%
3,2%
22,3%
30,4%
27,5%
16,5%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
18-24 25-34 35-44 45-54 55-64
Brasil
Região Sudeste
29
A Tabela 1 mostra as taxas de empreendedores iniciais (TEA) e as taxas de
empreendedores estabelecidos (TEE) segundo gênero no Brasil em 2012.
Tabela 1 - Taxas¹ específicas de empreendedorismo inicial (TEA) e taxas¹ específicas de empreendedorismo estabelecido (TEE) segundo gênero - Brasil, 2012
Gênero TEA TEE
Medida Medida
Taxa1 masculino (%) 16,2 17,4
Taxa2 feminino (%) 14,7 13,1
Razão3 masculino/feminino 1,1 1,3
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 59)
Na taxa de empreendedores iniciais, a taxa de empreendedorismo feminino é
maior, se comparada à taxa de empreendedores estabelecidos. Logo, a taxa
masculina é menor, se comparada à taxa de empreendedores estabelecidos. As
razões masculino/feminino variam de 1,1 na taxa de empreendedores iniciais para
1,3 na taxa de empreendedores estabelecidos. (ANDREASSI et al, 2012)
Com relação à renda dos empreendedores, o Gráfico 7 aponta os
empreendedores em estágio inicial (TEA) conforme as faixas de rendas no Brasil e
na Região Sudeste em 2012.
Gráfico 7 - Empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo a faixa de renda: proporções - Brasil em 2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 66)
1 As taxas significam o percentual de empreendedores iniciais e empreendedores estabelecidos em
cada classe no Brasil. 2 idem
3 A razão significa a quantidade de empreendedores em relação à quantidade de empreendedoras.
47,1% 47,9%
3,2% 1,7%
49,3% 46,4%
3,6% 0,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Menos de 3 salários mínimos
3 a 6 salários mínimos
6 a 9 salários mínimos
mais de 9 salários mínimos
Brasil
Região Sudeste
30
As faixas de rendas foram agrupadas em quatro segmentos, de acordo com o
salário mínimo. A primeira faixa é inferior a três salários, a segunda é de 3 a 6
salários, a terceira é de 6 a 9 salários e a última é de mais de 9 salários mínimos
abordam Andreassi et al (2012).
Conforme Andreassi et al (2012), no gráfico dos empreendedores em estágio
inicial (TEA) no Brasil, a maior proporção se encontra na faixa de 3 a 6 salários
(47,9%). Já na Região Sudeste a faixa inferior a 3 salários é que ganha destaque
com o percentual de 49,3%. A faixa superior a 9 salários mínimos têm o menor
percentual no Brasil (1,7%) e também na Região Sudeste (0,7%).
Com o mesmo agrupamento das faixas de renda, Andreassi et al (2012)
apresenta no Gráfico 8 os empreendedores em estágio estabelecido (TEE) no Brasil
e na Região Sudeste, segundo a faixa de renda em 2012.
Gráfico 8 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo a faixa de renda: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012
Fonte: Andreassi et al (2012, p. 67)
Diferente do gráfico dos empreendedores em estágio inicial, no gráfico dos
empreendedores em estágio estabelecido, a faixa de menos de 3 salários é
predominante no Brasil, com o percentual de 48.5%, e na Região Sudeste a faixa
que se destaca é a de 3 a 6 salários mínimos que representa 52.8%. (ANDREASSI
et al, 2012)
48,5% 45,2%
3,0% 3,2%
43,0%
52,8%
2,9% 1,3%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Menos de 3 salários mínimos
3 a 6 salários mínimos
6 a 9 salários mínimos
mais de 9 salários mínimos
Brasil
Região Sudeste
31
2.2.3 Tipos de empreendedores
Vesper apud Morales (2005) apresenta uma lista no Quadro 2 contendo os
tipos de empreendedores.
Quadro 2 - Tipos de empreendedores
Autônomos Exercem seus serviços pessoalmente.
Formadores de equipes Contratam e delegam tarefas as pessoas.
Inovadores independentes Criadores de novos produtos e empresas para fabricar e desenvolver produtos.
Multiplicadores de padrão Criam ou reconhecem um padrão de negócio que possa ser multiplicado para adquirir lucro.
Exploradores de economia de escala Fundamentam seu negócio em valor inferior adquirido em decorrência da economia de escala.
Agregadores de capital Para bancar a operação de bancos, fundos ou seguradoras adquirem os recursos de várias fontes.
Aquisidores Obtêm organizações já em operação.
Especialistas de compra e venda Compram empresas com problemas, as saneia e as revende por um valor melhor.
Formadores de conglomerados Adquirem de uma organização o controle acionário, como consequência obter o controle de outras organizações.
Especuladores Dedicam-se a área imobiliária ou à aquisição e revenda de produtos básicos.
Manipuladores de valor aparente Compram bens ou empresas baratas e revende por um maior preço após melhorar sua aparência.
Fonte: Vesper apud Morales (2005, p. 11)
Na lista de empreendedores se encontram os autônomos, que exercem seus
serviços pessoalmente, com apoio de uma habilidade técnica ou comercial, seguido
dos formadores de equipes, que se caracterizam por contratar e delegar tarefas as
pessoas.
Vesper apud Morales (2005) aborda no quadro os inovadores independentes,
conceituando-se como os criadores de novos produtos e empresas para fabricar e
desenvolver os produtos. Também os multiplicadores de padrão, que se baseiam na
criação ou reconhecimento de um padrão de negócio que possa ser multiplicado, e,
a partir dessa multiplicação, adquirir lucro. Os exploradores de economia de escala
estão no quadro, que fundamentam seu negócio em valor inferior adquirido em
decorrência da economia de escala. Também estão os agregadores de capital, os
quais para bancar a operação de bancos, fundos ou seguradoras adquirem os
recursos de várias fontes.
32
A lista também inclui os aquisidores, que preferem obter organizações já em
operação. Junto com os especialistas de compra e venda, compram empresas com
problemas, as saneia e as revende por um valor melhor. Logo os formadores de
conglomerados que se dedicam a adquirir de uma organização o controle acionário,
e como consequência, obterem o controle de outras organizações. Também os
especuladores que se dedicam a área imobiliária ou à aquisição e revenda de
produtos básicos. E o último da lista de Vesper apud Morales (2005) são os
manipuladores de valor aparente, onde o empreendedor compra bens ou empresas
baratas e revende por um maior preço após melhorar sua aparência.
2.3 EMPREENDEDOR INFORMAL
Este capítulo abordará o trabalhador por conta própria, que neste trabalho é
denominado de empreendedor informal.
O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)
define que o empreendedor informal é indivíduo que exerce uma atividade
profissional por conta própria ou empregador que não tem CNPJ e nem registro na
prefeitura. (SEBRAE, 2003)
2.3.1 Mercado de trabalho
Existem dois setores no mercado de trabalho urbano, o mercado formal e o
informal. Prealc apud Krein e Proni (2010) afirmam que os empreendimentos
organizados fazem parte do mercado formal.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) conceitua trabalhadores
formais como os que possuem carteira de trabalho assinada, militares e os que
trabalham no setor público. (IPEA, 2011)
Já a informalidade é definida como trabalhadores que não tem carteira e
trabalham por conta própria, ou que não contribuem para previdência social, aborda
Ulyssea (2006).
Os trabalhadores que não tem carteira assinada, ou não recebem
remunerações, ou trabalham como empregados domésticos, ou empregadores, ou
33
mesmo os trabalhadores por conta própria, que produzem para o seu próprio
consumo, são considerados trabalhadores informais. (IPEA, 2011)
A teoria de Barros, Mello e Pero apud IPEA (2013) traz que no setor informal
se concentra os trabalhadores jovens, com um menor grau de escolaridade e de cor
morena. Com relação aos rendimentos, o indivíduo do setor informal recebe baixa
remuneração.
Na perspectiva de Prealc apud Krein e Proni (2010) o setor informal no
mercado de trabalho urbano era visto como uma oportunidade. As baixas
remunerações caracterizavam o setor informal, também eram vistos como pobres,
com menor grau de instrução e os jovens e mais velhos se encaixam na faixa etária.
A isenção do pagamento de impostos, assim como o não cumprimento da
legislação trabalhista, os altos custos e o tempo resultado do processo de
formalização seriam a razão para a informalidade. (KREIN; PRONI, 2010)
Prealc apud Krein e Proni (2010) consideram o mercado informal pertinente
às atividades com pouca produtividade, que são realizadas por trabalhadores
independentes ou por pequenas empresas.
Diversas formas de estruturar a produção e de probabilidade de entrar no
mercado de trabalho, na qual não tem relacionamento com as firmas e questões
trabalhistas englobariam o setor informal aborda Ramos apud IPEA (2013).
Conforme Santos apud Krein e Proni (2010), o Quadro 3 das expressões
tradicionais da informalidade mostra como a literatura brasileira considera a
informalidade.
Dentre as expressões tradicionais, o quadro aborda o trabalhador por conta
própria, que é o enfoque deste trabalho, definido como o indivíduo que tem seu
próprio local para trabalhar ou é dono de seus meios para produzir ou proprietários
de pequenos negócios. O quadro também mostra outras situações ocupacionais
como os proprietários de pequenos negócios; os produtores para autoconsumo; os
membros voluntários de ONGs e do terceiro setor; os trabalhadores domésticos; e
os trabalhadores sem registro em carteira.
34
Quadro 3 - Expressões tradicionais da informalidade
SITUAÇÃO OCUPACIONAL DESCRIÇÃO
Proprietários de pequenos negócios
Núcleo central da informalidade clássica, baseada em pequenas unidades econômicas voltadas para o mercado, sem a utilização constante de mão-de-obra assalariada. São unidades geralmente familiares e não tipicamente capitalistas. Característica básica: não são registradas ou não respeitam a legislação vigente. É um segmento muito amplo e heterogêneo, que inclui os pequenos empregadores.
Trabalhador autônomo ou por
conta própria
São os que têm o seu próprio domicílio como local de trabalho ou proprietários de seus meios de produção, sem, no entanto, estarem assegurados pela seguridade social. Dois grupos se destacam: os que estão na informalidade como estratégia de sobrevivência e os que optaram, a partir de suas particularidades, pela atividade autônoma sem efetuar a formalização.
Produtores para autoconsumo
Ocupados que não têm uma atividade voltada para o mercado, com ênfase na produção agrícola familiar, mas incluindo a autoconstrução e o trabalho doméstico não remunerado.
Membros voluntários de ONGs e
do terceiro setor
Atividades não remuneradas, voluntárias, voltadas para atividades sociais e cooperativas, que não operam no mercado de trabalho.
Trabalhadores domésticos
Empregados em domicílios familiares, sem garantia de proteção social e acesso aos direitos básicos do trabalho.
Trabalhadores sem registro em carteira
Empregados em estabelecimentos que não têm o vínculo de emprego formalizado e, portanto, está à margem do sistema público de proteção social (aposentadoria, seguro-desemprego, auxílio doença e acidente, FGTS, PIS etc.). Também estão incluídos, nesta categoria, os trabalhadores sem remuneração.
Fonte: Santos apud Krein e Proni (2010, p. 27)
2.3.2 Trabalhador autônomo ou por conta própria
Krein e Proni (2010) destacam que historicamente o trabalho por conta
própria tem várias versões, o trabalho desqualificado e de pouco rendimento, o
especializado de grande rendimento, a prestação de serviço à empresa, o trabalho
de consultoria, o pedreiro, o motoboy etc.
35
Baltar apud Leone (2010) relata que a proliferação de pequenos negócios e a
terceirização de atividades, que antes eram elaboradas pelos funcionários, resultou
em um aumento de trabalhadores por conta própria nos anos 90.
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) apud SEBRAE
(2009), os trabalhadores por conta própria são os que trabalham em seu próprio
negócio, à partir e uma atividade econômica, sem funcionários, sozinho ou com um
sócio, com ou sem ajuda de trabalhador.
Santos apud Krein e Proni (2010) explicam que trabalhadores por conta
própria e os pequenos proprietários exercem várias atividades parecidas, e alguns
trabalhadores autônomos passaram a ser pessoa jurídica. Para prestar um serviço
legalizado, com menos risco ou até mesmo pela nota fiscal exigida pelo cliente.
O trabalhador por conta própria possui ferramentas para trabalhar e a
autonomia para usar sua capacidade de trabalho, e quanto à organização da sua
tarefa e para comercializar seus serviços ou a oferta de seus produtos afirmam
Chahad e Cacciamali apud Krein e Proni (2010).
O Gráfico 9 apresenta a distribuição da população ocupada, conforme as
categorias de posição na ocupação de janeiro de 2004 à setembro de 2013. (IBGE,
2013)
Gráfico 9 - Distribuição da população ocupada segundo as categorias de posição na ocupação
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2013, p. 31-32)
A população por conta própria representava 5,3% em 2004 e teve uma queda
de 1,1 ponto percentual até o período de 2013. Ao contrário do total de empregados
73,6 74,5 75,4 75,3 76,1 75,9 76,9 77,5 77,6 77,6
20,4 19,6 19 19,3 18,6 18,8 18,1 17,5 17,5 17,9
5,3 5,1 4,8 4,8 4,6 4,6 4,5 4,5 4,5 4,2 0,8 0,8 0,8 0,6 0,6 0,7 0,5 0,4 0,4 0,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Total Empregados com e sem carteira assinada (%)
Conta Própria (%)
Empregador (%)
Não Remunerado de Conta Própria ou Empregador (%)
36
com e sem carteira assinada que representavam 73,6% em 2004 e avançou para
77,6% em 2013.
Mesmo assim durante os períodos de 2004 a 2013, os indivíduos por conta
própria tinham percentuais maiores do que os empregadores e os não remunerados
de conta própria ou empregador. (IBGE, 2013)
2.3.3 Características do trabalhador autônomo ou por conta própria
O IBGE (2012) destaca a partir da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio) o Gráfico 10 que apresenta a distribuição percentual de homens com mais
de 16 anos de idade por ocupação, no período de 2001 a 2011 no Brasil.
Gráfico 10 - Distribuição percentual de homens de 16 anos ou mais de idade, segundo a posição na ocupação - Brasil - 2001/2011
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2012, p. 137)
A faixa 6 representa o foco deste trabalho, o indivíduo que trabalha por conta
própria; a faixa 1 representa o empregado com carteira; a faixa 2 o empregado sem
carteira; a faixa 3 o trabalhador doméstico com carteira; a faixa 4 o trabalhador
doméstico sem carteira; a faixa 5 o militar ou funcionário público estatuário; a faixa 7
o empregador; a faixa 8 o trabalho na produção para o próprio consumo e na
construção para o próprio uso; e por último a faixa 9 que representa outro trabalho
não remunerado.
Faixa 1
Faixa 2
Faixa 3
Faixa 4
Faixa 5
Faixa 6
Faixa 7
Faixa 8
Faixa 9
2001 33,7% 21,7% 0,4% 0,5% 6,6% 29,1% 6,8% 3,3% 2,9%
2006 36,0% 20,6% 0,4% 0,5% 5,3% 25,6% 5,9% 2,6% 3,1%
2011 42,5% 16,8% 0,4% 0,5% 5,4% 25,4% 4,3% 3,0% 1,6%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
37
Os dados do IBGE (2012) revelam que na distribuição percentual de homens
que trabalham por conta própria (faixa 6) o percentual era 29,1% em 2001 e caiu
para 25,4% em 2011, uma diferença de 3,7 pontos percentuais.
A mesma classificação adotada para os homens em relação à atribuição das
faixas, também servem para representar a distribuição percentual das mulheres no
Gráfico 11.
Gráfico 11 - Distribuição percentual de mulheres de 16 anos ou mais idade, segundo a posição
na ocupação - Brasil - 2001/2011
Fonte: IBGE - PNAD (2012, p. 137)
No gráfico de distribuição percentual de mulheres, o trabalhador por conta
própria representava 20,9% em 2001 e caiu para 15,7%, uma diferença de 5,2
pontos percentuais. A população feminina por conta própria teve uma maior queda
durante os 10 anos, se comparada à população masculina por conta própria.
A Tabela 2 mostra a distribuição dos trabalhadores por conta própria,
conforme gênero no Brasil em 2004 a 2008, segundo IBGE apud Leone (2010).
Tabela 2 - Distribuição dos trabalhadores por conta própria conforme gênero - Brasil, 2004:2008
Gênero 2004 2008
Homem 69,0 66,8
Mulher 31,0 33,2
Total 100,0 100,0
Fonte: Elaborado pela autora a partir do IBGE - PNAD apud Leone (2010, p. 26)
Faixa 1
Faixa 2
Faixa 3
Faixa 4
Faixa 5
Faixa 6
Faixa 7
Faixa 8
Faixa 9
2001 25,8% 13,2% 4,6% 13,2% 12,6% 20,9% 3,5% 7,4% 7,7%
2006 27,6% 13,5% 4,5% 12,2% 8,8% 16,3% 2,8% 6,9% 7,4%
2011 35,1% 11,9% 4,6% 10,9% 9,9% 15,7% 2,3% 5,1% 4,4%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
38
Os dados do IBGE apud Leone (2010) mostram que o total de homens que
trabalham por conta própria no ano de 2004 foi de 69% e em 2008 caiu para 66,8%.
Já o total de mulheres que trabalham por conta própria apresentou um total de 31%
em 2004 e em 2008 aumentou para 33,2%.
Conforme IBGE apud Leone (2010), a Tabela 3 mostra os trabalhadores por
conta própria, conforme anos de estudos, gênero e cor no Brasil em 2008.
Tabela 3 - Trabalhadores por conta própria conforme anos de estudo, gênero e cor - Brasil, 2008
Anos de estudo
Distribuição
Homem Branco
Mulher Branca
Homem Negro
Mulher Negra
Menos de 8 52,8 37,1 69,5 50,9
De 8 a 10 15,8 17,8 14,9 20,6
De 11 a 14 22,7 31,6 13,6 25,6
15 ou mais 8,7 13,5 2,0 2,9
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: IBGE - PNAD apud Leone (2010, p. 26)
Os dados do IBGE apud Leone (2010) revelam que quanto à baixa
escolaridade, os que se sobressaem são os negros, principalmente os homens. O
número de homens negros que tem menos de oito anos de estudos é maior que o
número de homens brancos também com menos de oito anos de estudos, uma
diferença de 16,7 pontos percentuais. A quantidade de mulheres negras com menos
de 8 anos de estudos também são maiores se comparados com as mulheres
brancas, com uma diferença de 13.8 pontos percentuais.
Em relação à renda, a Tabela 4 mostra o rendimento médio real que
habitualmente é recebido pelos indivíduos ocupados, referente aos trabalhadores
por conta própria, englobando 6 regiões metropolitanas. (IBGE, 2012)
Em 2003 a região de São Paulo teve o maior rendimento médio pela
ocupação trabalhador por conta própria, no valor em reais de 1.335,33. A região de
Recife apresentou um rendimento médio de 652,58 em reais, menos que a metade
do rendimento médio de São Paulo e bem longe do rendimento médio total, que teve
o valor em reais de 1.112,40. São Paulo manteve um maior rendimento médio real
até 2012, com o valor em reais de 1.818,63. Logo, Recife também se manteve com
o menor rendimento médio, com valor de 1.010,98 em reais, ainda longe do
rendimento médio total, que em foi de 1.551,23 em reais no período de 2012.
39
Tabela 4 - Rendimento médio real habitualmente recebido pela população ocupada, por regiões metropolitanas, segundo a posição na ocupação por conta própria (em reais)* - a
preços de dez/12
Conta própria
Total Recife Salvador Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Porto Alegre
2003 1.112,40 652,58 745,49 1.041,29 1.071,21 1.335,33 1.136,20
2004 1.104,73 657,83 739,87 1.050,10 1.077,97 1.316,79 1.117,58
2005 1.127,36 694,57 763,02 1.058,21 1.134,13 1.318,94 1.135,28
2006 1.180,07 687,79 779,38 1.120,38 1.157,78 1.396,37 1.277,43
2007 1.257,63 759,95 810,75 1.177,07 1.268,44 1.466,90 1.290,41
2008 1.309,53 729,27 852,06 1.223,04 1.353,51 1.529,61 1.281,90
2009 1.352,92 704,79 912,87 1.282,28 1.326,84 1.637,43 1.363,08
2010 1.396,90 801,30 919,96. 1.379,19 1.386,79 1.633,16 1.477,75
2011 1.453,29 872,54 996,92 1.449,04 1.458,64 1.642,13 1.594,30
2012 1.551,23 1.010,98 1.061,12 1.608.03 1.455,12 1.818,63 1.623,71
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego (2012, p. 18)
* Médias das estimativas mensais
Conforme IBGE (2013), a Tabela 5 mostra as variações do rendimento
habitual da população ocupada, conforme suas posições para as seis regiões do
Brasil, no período de setembro de 2012 a agosto/setembro de 2013.
Tabela 5 - Variações do rendimento real habitual da população ocupada, segundo as posições na ocupação, a preços de setembro de 2013, para as seis regiões
Rendimento médio real habitualmente recebido
Categorias de posição na ocupação
Setembro de 2012
Agosto de 2013
Setembro de 2013
Variação mensal
Variação anual
Empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado
1.720,53
1.748,09
1.758,20
0,6
2,2
Empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado
1.321,86
1.397,47
1.432,40
2,5
8,4
Militares e Funcionários Públicos
3.205,21
3.180,97
3.243,90
2,0
1,2
Pessoas que trabalham por conta própria
1.604,61
1.599,56
1.616,60
1,1
0,7
Fonte: IBGE (2013, p. 23)
Os trabalhadores por conta própria são o segundo que teve a menor variação
mensal com 1,1, perdendo para os empregados com carteira de trabalho assinada
no setor privado com uma variação de 0,6. Já anualmente, os indivíduos por conta
própria tiveram a menor variação, seguido dos militares e funcionários públicos.
(IBGE, 2013)
40
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho foi realizado pelo método qualitativo, definido por Creswell
(2010, p. 25) como “um meio para explorar e para entender o significado que os
indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano”.
O tipo de pesquisa realizada neste trabalho foi a descritiva, que enfoca
descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, focando o
funcionamento no presente, mencionam Lakatos e Marconi (2010).
Como técnica de pesquisa, foi empregada a pesquisa de campo neste
trabalho, descrito por Andrade (2010) como aquela que foca apanhar e registrar os
dados sobre o tema que se está estudando. Logo Severino (2007) declara que o
objetivo é abordado em seu próprio meio ambiente, sendo que a coleta de dados é
realizada naturalmente, os fenômenos são observados diretamente sem
interferência do pesquisador.
Também foi utilizada a pesquisa bibliográfica, sendo ela um resumo geral
sobre os trabalhos anteriores, que podem prover dados recentes e relevantes,
afirmam Lakatos e Marconi (2010). Em complemento, Severino (2007) alega que a
pesquisa bibliográfica desfruta de informações ou de teorias já trabalhadas por
outros pesquisadores e registradas.
A técnica de coleta de dados foi a observação direta extensiva, que segundo
Andrade (2010, p. 124) “baseia-se na aplicação de formulários e questionários;
medidas de opinião e de atitudes; testes; pesquisas de mercado; história de vida
etc". Para Rampazzo (2005) é caracterizada como observação sistemática de modo
direto, se aplica de modo direto os sentidos sobre no que se quer observar.
Neste estudo, como instrumentos de pesquisa foram empregados formulários,
descrita por Rampazzo (2005) como um conjunto de questões que tem como
objetivo apanhar específicas informações.
A população neste trabalho foi o empreendedor informal na região da
Topolândia. Para Lakatos e Marconi (2010) a população é o conjunto de seres
animados ou não, que apresentam alguma característica semelhante.
A amostra é uma parcela, adequadamente escolhida da população,
esclarecem Lakatos e Marconi (2010). Neste trabalho as amostras foram de vinte
elementos.
41
Existem dois tipos de amostragem. A amostragem probabilística, que pode se
sujeitar a tratamento estatístico, admitindo compensar falhas amostrais e outros
aspectos importantes para relevância da amostra; e a amostragem não
probabilística que é a de que, se não utilizar formas aleatórias de escolha, não é
possível empregar fórmulas estatísticas para calcular, esclarecem Lakatos e Marconi
(2010).
Para Bruni (2008), os modelos não probabilísticos são a amostragem
acidental ou por conveniência, cujos elementos da amostra são escolhidos por
acessibilidade ou facilidade de serem estudados; a amostragem por julgamento, no
qual são escolhidos para a amostra, de acordo com julgamento do perito no assunto,
julgando os mais adequados; a amostragem intencional ou proposital, no qual são
escolhidos intencionalmente os elementos da amostra; e a amostragem por quotas,
na qual define como um refinamento e uma tentativa de aprimorar a importância da
amostragem acidental.
O tipo de abordagem utilizado neste trabalho foi a amostragem não
probabilística e o modelo da amostragem acidental ou por conveniência. Em virtude
de que os elementos da amostra eram acessíveis a pesquisadora, pois no período
da pesquisa a mesma residia no mesmo bairro das fontes, tem parentesco com
alguns pesquisados, proximidade para conseguir as informações necessárias e
relevantes para a pesquisa, e também trabalhava por conta própria na região.
Alguns dos trabalhadores foram encontrados trabalhando em pontos fixos na rua, e
outros trabalhando em locais diversos pelo bairro. A abordagem de amostragem não
probabilística também foi escolhida pela inexistência de dados confiáveis sobre a
quantidade aproximada de empreendedores informais do bairro da Topolândia, para
se obter uma amostra exata.
Foram utilizados como comparativo para algumas questões da pesquisa
deste trabalho, os dados sobre os empreendedores em estágio estabelecido (TEE)
no Brasil. Andreassi et al (2012) definem como a taxa que abrange os indivíduos que
conduzam os negócios há mais 42 meses. Logo, que todos os trabalhadores
autônomos ou por conta própria entrevistados alegam estar no ramo de atividade
atual por mais de 3 anos e 6 meses.
42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O objetivo deste trabalho foi construir o perfil do empreendedor informal, mais
conhecido como trabalhador autônomo ou por conta própria, no bairro Topolândia,
município de São Sebastião, São Paulo. Para atingir tal objetivo, foram empregados
formulários para os trabalhadores autônomos ou por conta própria no bairro da
Topolândia entre o mês de março e abril de 2014.
O Gráfico 12 apresenta o ramo de atividade dos trabalhadores autônomos ou
por conta própria do bairro da Topolândia, pesquisados no período de março e abril
de 2014.
Gráfico 12 - Trabalhador autônomo ou por conta própria, segundo ramo de atividade
Fonte: Elaborado pela autora
Os trabalhadores autônomos ou por conta própria entrevistados exercem
atividades de trabalho diversas. De acordo com o gráfico, nove dos trabalhadores
autônomos ou por conta própria entrevistados, trabalham com comercialização de
enxovais; oito com a comercialização de alimentos; dois trabalham na
comercialização de roupas; e um trabalha com a comercialização de produtos
artesanais.
9
2
8
1
0 2 4 6 8 10
Comercialização de enxovais
Comercialização de roupas
Comercialização de alimentos
Comercialização de produtos artesanais
43
A Tabela 6 apresenta a distribuição dos trabalhadores autônomos ou por
conta própria, conforme gênero.
Tabela 6 - Distribuição dos trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme gênero
Gênero Quantidade %
Homem 14 70,0
Mulher 6 30,0
Total 20 100,0
Fonte: Elaborado pela autora
Conforme os dados coletados, o total de homens que trabalham como
autônomo ou por conta própria são 14 no total de 20 pesquisados (70%). Já as
mulheres são a minoria, representando seis dos 20 pesquisados, um total de 30%.
Os dados coletados no bairro da Topolândia, município de São Sebastião/SP
são semelhantes aos dados obtidos, sobre período entre 2004 e 2008, através do
IBGE apud Leone (2010). Os dados do IBGE apresentam a distribuição dos
trabalhadores por conta própria no Brasil em 2004 e 2008. Segundo a pesquisa, o
percentual de homens que trabalham por conta própria no ano de 2004 foi de 69% e
em 2008 foi de 66,8%. Já o percentual de mulheres que trabalham por conta própria
apresentou um total de 31% em 2004 e 33,2% em 2008.
Com relação à faixa etária, o Gráfico 13 aborda os trabalhadores autônomos
ou por conta própria, segundo faixa etária.
Gráfico 13 - Trabalhador autônomo ou por conta própria, segundo faixa etária: proporções
Fonte: Elaborado pela autora
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
18-24 25-34 35-44 45-54 55-64
10% 10%
5%
40%
35%
44
A faixa etária com o maior número de trabalhadores por conta própria em
estágio estabelecido na Topolândia é a faixa de 45 a 54 anos com oito trabalhadores
(40%), seguidos da faixa etária entre 55 e 64 anos com sete trabalhadores (35%). O
menor nível de trabalhadores por conta própria se encontra na faixa de 35-44 anos
com apenas um trabalhador (5%).
Na faixa etária dos empreendedores em estágio estabelecido (TEE)
apresentado por Andreassi e Macedo (2012), a faixa que se destaca é a de 35 a 44
anos (29,8%) no Brasil e na Região Sudeste (30,4%), e a faixa que tem o menor
número de empreendedores é a de 18 a 24 anos que no Brasil representa 4% e na
Região Sudeste 3,2%.
Os dados do bairro da Topolândia contradizem o que diz Barros, Mello e Pero
apud IPEA (2013) que no setor informal se concentra os trabalhadores autônomos
jovens.
Quanto à cor da pele, a Tabela 7 apresenta a distribuição dos trabalhadores
autônomos ou por conta própria conforme cor.
Tabela 7 - Distribuição dos trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme cor
Cor Quantidade %
Branca 10 50,0
Parda ou negra 10 50,0
Total 20 100,0
Fonte: Elaborado pela autora
Pode-se notar na tabela acima, que 50% dos trabalhadores autônomos ou por
conta própria são de cor branca e os outros 50% são de cor parda ou negra. Para
Barros, Mello e Pero apud IPEA (2013) no setor informal se concentra os
trabalhadores autônomos de cor parda.
No caso do nível de escolaridade, o Gráfico 14 apresenta o trabalhador
autônomo ou por conta própria, segundo o nível de escolaridade.
De acordo com a pesquisa, 12 dos 20 trabalhadores por conta própria em
estágio estabelecido (60%) se encontram na faixa dos trabalhadores sem educação
formal, ou ensino fundamental incompleto ou completo, ou ensino médio incompleto.
Em seguida, a faixa dos trabalhadores com ensino médio completo e curso
superior incompleto se destaca, representando oito dos 20 trabalhadores por conta
própria em estágio estabelecido (40%). Logo, a faixa 3 e a faixa 4 não apresenta
nenhum trabalhador por conta própria.
45
Gráfico 14 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo nível de escolaridade: proporções
Fonte: Elaborado pelo autora
Os números são próximos aos do Brasil e Região Sudeste em 2012,
apresentados por Andreassi et al (2012). Os dados mostram o nível de escolaridade
dos empreendedores em estágio estabelecido (TEE). A faixa 1 é que ganha
destaque no Brasil (55,2%) e na Região Sudeste (45,4%). Seguidos da faixa 2 que
representam 35,3% no Brasil e 41,4% na Região Sudeste. Os dados do nível de
escolaridade dos empreendedores estabelecidos no Brasil e na Região Sudeste, vão
ao encontro com os do nível de escolaridade dos trabalhadores autônomos ou por
conta própria estabelecidos no bairro da Topolândia. Ambos apresentam maior nível
na faixa 1 e na sequência a faixa 2.
Os dados confirmam conceito de Barros, Mello e Pero apud IPEA (2013), que
traz que no setor informal se concentra trabalhadores com um baixo grau de
escolaridade.
Quanto à renda, o Gráfico 15 apresenta o trabalhador autônomo ou por conta
própria em estágio estabelecido (TEE), conforme faixa de renda mensal. Os valores
de referência são os do salário mínimo de 724,00 reais, no mês de janeiro de 2014.
Cinco dos 20 trabalhadores autônomos ou por conta própria entrevistados
(25%) afirmam receber entre 3 e 6 salários mínimos. Logo, 15 alegam que recebem
Faixa 1: Sem educação
formal; ensino fundamental incompleto;
ensino fundamental completo e
ensino médio incompleto
Faixa 2: Ensino médio
completo e curso superior
incompleto
Faixa 3: Curso superior
completo; especializações e mestrado incompleto
Faixa 4: Mestrado completo; doutorado completo e incompleto
Série1 60% 40% 0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
46
menos de 3 salários mínimos mensalmente (75%). Nenhum dos entrevistados
alegam que recebem mais de 6 salários por mês.
Gráfico 15 - Trabalhador autônomo ou por conta própria em estágio estabelecido (TEE),
conforme faixa de renda mensal: proporções
Fonte: Elaborado pela autora
Os dados coincidem com os apresentados pelo GEM (Global
Entrepreneurship Monitor), sobre os empreendedores em estágio estabelecido
(TEE) no Brasil e a Região Sudeste em 2012. A faixa de empreendedores que
recebem menos de 3 salários é predominante no Brasil, com o percentual de 48.5%.
Já na Região Sudeste, a faixa que se destaca é a de 3 a 6 salários mínimos que
representa 52.8% dos empreendedores. (ANDREASSI et al, 2012)
Os valores sobre a renda mensal recebido pelo trabalhador autônomo ou por
conta própria em 2014 apresentados no gráfico, também se asemelham com os
dados do IBGE (2012), que mostra que os o rendimento médio real que
habitualmente é recebido pelos trabalhadores por autônomo ou por conta própria no
estado de São Paulo em 2012, com valor em reais de 1.818,63, aproximadamente
equivalente a três salários mínimos em 2012.
Com relação à experiência prévia, a Tabela 8 aborda os trabalhadores
autônomos ou por conta própria, conforme experiência profissional prévia.
Segundo os dados da Topolândia, os trabalhadores que têm experiência
profissional além do negócio atual são 45%, representando nove dos 20
trabalhadores pesquisados. E, os trabalhadores que não têm experiência prévia
75%
25%
0 0
Menos de 3 salários mínimos
3 a 6 salários mínimos
6 a 9 salários mínimos
Mais de 9 salários mínimos
47
representam 11 (55%). Para os autores Bessant e Tidd (2009), a experiência
profissional prévia é um fator que afeta a possibilidade de fundar um novo
empreendimento.
Tabela 8 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme experiência prévia
Experiência profissional prévia %
Sim 9 45%
Não 11 55%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora
A Tabela 9 exibe o trabalhador autônomo ou por conta própria, referente à
experiência prévia, se têm relação o negócio atual.
Tabela 9 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme experiência prévia
Experiência prévia - Tem relação com o negócio atual %
Sim 3 33,33%
Não 6 66,66%
Total 9 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Segundo a tabela acima, apenas três dos nove trabalhadores com
experiência prévia (33,33%), atualmente exerce uma atividade que têm relação com
a experiência profissional anterior.
Hisrich, Peters e Shepherd (2009) afirmam que o melhor indicador para
prever o sucesso é a experiência, em especial quando o novo empreendimento tem
relação com a atividade exercida anteriormente.
No caso dos trabalhadores autônomos ou por conta própria pesquisados, a
experiência prévia profissional não mostra ser um fator decisivo para a longevidade
do negócio, já que não representa nem metade dos trabalhadores e apenas uma
minoria tem relação com a atividade exercida atualmente.
Quanto aos funcionários, a Tabela 10 expõe quais trabalhadores autônomos
ou por conta própria possuem funcionários.
Tabela 10 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme quais possuem funcionários
Trabalhador autônomo ou por conta própria Têm funcionários %
Sim 3 15%
Não 17 85%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora
48
Pode-se notar na tabela 10, uma minoria de três indivíduos dos 20
entrevistados (15%) têm funcionários, e os 3 que têm alegam ter 1 funcionário.
Com relação aos sócios, todos os trabalhadores entrevistados, alegam não
ter sócios no negócio atual.
Os dados vão de encontro com a teoria do IBGE apud SEBRAE (2009), que
afirma que o trabalhador por conta própria trabalha em seu próprio negócio sem
funcionários, sozinho, ou com um sócio, com ou sem ajuda de trabalhador.
Referente a motivação, a Tabela 11 aborda os trabalhadores autônomos ou
por conta própria, conforme os motivos que levaram os indivíduos a empreenderem.
Tabela 11 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme motivos para empreenderem
MOTIVOS Sim Não
Obter uma renda 20 0
Independência 13 7
Falta de opção 6 14
Não teve acesso ao mercado de trabalho 8 12
Não teve acesso a educação 9 11
Não teve condições de empreender de modo estruturado 20 0
Reconheceu uma oportunidade 2 18 Fonte: Elaborado pela autora
A tabela comprova que todos os trabalhadores autônomos ou por conta
própria alegam que o fator de obter uma renda foi decisivo para abrirem um negócio;
a independência também é o motivo para 13 indivíduos; seis pessoas alegam que a
falta de uma opção melhor de emprego também é um motivo; 12 trabalhadores
alegam que não tiveram acesso ao mercado de trabalho; todos também afirmam que
não tiveram condições de empreender de modo estruturado; e apenas dois dizem
que reconheceram uma oportunidade no mercado de trabalho.
As informações da tabela mostram que grande parte dos trabalhadores
entrevistados tem razões parecidas ao dos empreendedores por necessidade.
Empreendedor por necessidade é conceituado por Andreassi et al (2012), como
indivíduos que começam um empreendimento autônomo, por não existir melhor
alternativa de trabalho, com objetivo de obter renda. E, Dornelas (2007) afirma que
os empreendedores por necessidade iniciam o negócio por falta de opção, e na
maioria das vezes não tem acesso ao mercado de trabalho, e as condições de
trabalhar de modo estruturado não são acessíveis a estes empreendedores.
49
Diferentemente dos indivíduos que empreendem após reconhecer uma
oportunidade ou enxergar um nicho de mercado são denominados empreendedores
por oportunidade. (GRECO et al, 2005)
Quanto ao planejamento, a Tabela 12 exibe quantos trabalhadores
autônomos ou por conta própria planejam e têm visão do futuro.
Tabela 12 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme planejamento e visão do futuro
Têm planejamento e visão do futuro %
Sim 10 50%
Não 10 50%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora
A tabela acima mostra que 50% dos trabalhadores entrevistados têm
planejamento e visão do futuro quanto ao negócio, e os outros 50% alegam não ter
planejamento e visão do futuro no negócio.
As informações da tabela coincidem com a teoria do empreendedor por
necessidade, que conforme Longenecker (2007) empreendedores por necessidade
têm planejamento mínimo quanto ao crescimento e as futuras transformações.
Dornelas (2008) destaca que este empreendedor não planeja, não tem visão de
futuro.
Referente a estratégias de marketing, a Tabela 13 aborda os trabalhadores
autônomos ou por conta própria, segundo estratégia de marketing tradicional.
Tabela 13 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme estratégia de marketing tradicional
Utilizam estratégia de marketing tradicional %
Sim 9 45%
Não 11 55%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Nove dos 20 trabalhadores entrevistados (45%) alegam utilizar algum tipo de
estratégia de marketing tradicional. E 11 (55%) afirmam não utilizar estratégias de
marketing.
Os dados da Topolândia mostram que nem todos os trabalhadores
autônomos ou por conta própria utilizam estratégia de marketing tradicional. Esse é
um aspecto que também caracteriza o empreendedor por necessidade. Como
50
aborda Longenecker (2007), os empreendedores por necessidade utilizam
estratégias de marketing tradicionais.
Com relação às tomadas de decisões, a Tabela 14 aborda quantos dos
trabalhadores autônomos ou por conta própria costumam tomar decisões em
ambientes inseguros.
Tabela 14 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme tomada de decisão
Tomam decisões em local inseguro %
Sim 20 100%
Não 0 0
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Conforme a tabela acima, todos os entrevistados alegam que costumam
tomar decisões em locais inseguros.
Os dados da Topolândia vão de encontro com a teoria de Hisrich, Peters e
Shepherd (2009), que afirmam que é frequente o empreendedor tomar decisões em
ambientes inseguros, com riscos, pressões de tempo e investimento emocional.
A Tabela 15 aborda os trabalhadores autônomos ou por conta própria,
segundo conflitos.
Tabela 15 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme conflitos - Topolândia - Março-Abril 2014
Ficam a vontade com conflitos %
Sim 19 95%
Não 1 5%
Total 20 100%
Fonte: Elaborado pela autora
Pode-se notar na tabela acima, que 19 dos 20 entrevistados (95%) afirmam
que se sentem a vontade com conflitos. Apenas 1 entrevistado (5%) alega não se
sentir a vontade com conflitos no negócio.
O resultado dos dados da Topolândia é semelhante ao conceito dos
empreendedores segundo Dornelas, Timmons e Spinelli (2010) que afirmam que os
empreendedores suportam as incertezas e a falta de clareza e se sentem à vontade
com conflitos.
51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este projeto respondeu a pergunta do problema, sobre qual o perfil do
empreendedor informal do bairro Topolândia, no município de São Sebastião/SP. Os
resultados obtidos conferem com a hipótese deste trabalho. O propósito deste
trabalho foi atingido ao construir o perfil, identificando as características
sociodemográficas desse empreendedor informal. A partir de uma amostragem não
probabilística, e um modelo acidental ou por conveniência. Tal amostragem foi
escolhida porque os elementos da amostra eram acessíveis a pesquisadora.
Também pela inexistência de dados confiáveis sobre a quantidade aproximada de
empreendedores informais no bairro da Topolândia, para se obter uma amostra
exata.
Através da pesquisa bibliográfica e de formulários aplicados aos
trabalhadores autônomos ou por conta própria da região foram levantadas
características sociodemográficas desse empreendedor informal abordadas a seguir.
A comercialização de enxovais e de alimentos são os ramos de negócios
mais escolhidos pelos empreendedores informais da Topolândia como atividade de
trabalho. Estes empreendedores informais são homens, com a faixa etária entre 45
e 54. Metade desses empreendedores é de cor branca e a outra metade é de cor
negra ou parda.
Os empreendedores informais da Topolândia não têm educação formal, ou
têm ensino fundamental incompleto ou completo, ou ensino médio incompleto, e
grande parte não têm experiência profissional prévia. Aqueles que têm experiência
profissional prévia, atualmente não exercem atividades relativas à experiência
profissional anterior. Estes empreendedores recebem menos de três salários
mínimos, trabalham sozinhos, não têm funcionários e não têm sócios.
Como fatores decisivos para a abertura do negócio, os empreendedores
informais apontaram a obtenção de uma renda e o fato de que não tiveram
condições de empreenderem de modo estruturado.
Metade dos empreendedores informais entrevistados faz planejamento e tem
visão do futuro. Estes empreendedores não costumam utilizar estratégia de
marketing tradicional. Costumam tomar decisões em local inseguro. E, se sentem a
vontade com conflitos.
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Conclui-se que o objetivo deste projeto foi atingido, ao identificar o perfil do
empreendedor informal da Topolâdia, no município de São Sebastião/SP. Este
trabalho dispõe de dados sobre as principais características e traços, até o momento
ausentes sobre o empreendedor informal do bairro da Topolândia. Os dados
levantados podem ser necessários para futuros projetos relacionados ao tema deste
projeto.
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6 REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
Formulário
1) Ramo de atividade atual: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Tempo em que está nesse ramo de atividade. *42 meses = 3 anos e 6 meses: ( ) Menos de 42 meses ( ) Mais de 42 meses 3) Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino 4) Idade: ( ) 18-24 ( ) 25-34 ( ) 35-44 ( ) 45-54 ( ) 55-64 5) Cor: ( ) Branca ( ) Parda ou Negra 6) Nível de escolaridade: ( ) Sem educação formal; Ensino fundamental incompleto; Ensino fundamental completo; Ensino médio incompleto. ( ) Ensino médio completo; Curso Superior incompleto. ( ) Curso superior completo; Especializações e mestrado incompleto. ( ) Mestrado completo; Doutorado completo e incompleto. 7) Renda mensal: *Salário mínimo 724,00 - valores de referência em reais no mês de janeiro de 2014. ( ) Menos de 3 salários mínimos: Menos de 2.172,00 ( ) 3 a 6 salários mínimos: De 2.172,00 à 4.344,00 ( ) 6 a 9 salários mínimos: De 4.344,00 à 6.516,00 ( ) mais de 9 salários mínimos: Mais de 6.516,00 8) Experiência profissional além do negócio atual (Se a resposta for não pular para a questão 9): ( ) Sim ( ) Não 9) Se a resposta da questão 6 for sim, tem relação com a atividade exercida atualmente: ( ) Sim ( ) Não 10) Funcionários: (Se a resposta for não pular para questão 12). ( ) Sim ( ) Não 11) Se a resposta da questão 10 for sim, colocar quantidade de funcionários: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ou mais.
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12) Sócios: ( ) Sim ( ) Não
13) Por que decidiu empreender? Marque quantas opções forem necessárias: ( ) Para obter uma renda ( ) Pela independência no trabalho ( ) Por falta de opção ( ) Não teve acesso ao mercado de trabalho ( ) Não teve acesso a educação ( ) Não teve condições de empreender de modo estruturado ( ) Reconheceu uma oportunidade no mercado 14) Tem planejamento e visão do futuro no negócio? *Faz planos para seu negócio no futuro? Exemplo: Aumentar a variedade de produtos oferecidos. ( ) Sim ( ) Não 15) Utiliza estratégias de marketing tradicionais? *Divulga de modo tradicional a empresa. Por exemplo: Folhetos; Cartões de visita; Correio eletrônico; Jornal e revista; Boca a boca. ( ) Sim ( ) Não 16) Toma decisões em ambientes inseguros? *Lugar ou situação onde não está acostumado a tomar decisões e que se sente desconfortável. Por exemplo: alguma mudança de lei, de preço ou até mesmo de fornecedor. ( ) Sim ( ) Não 17) Suporta as incertezas e se sente a vontade com conflitos? *Encara as situações com dúvidas. Quando não sabe ao certo e se está sob pressão ou com problemas. Por exemplo: Quando está com problemas com fornecedores ou com clientes. ( ) Sim ( ) Não