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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia da São Sebastião Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial DAISY MARIA FERNANDES DE QUEIROZ CONSTRUÇÃO DE PERFIL: o empreendedor informal do bairro da Topolândia, São Sebastião/SP São Sebastião 2014

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

Faculdade de Tecnologia da São Sebastião

Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial

DAISY MARIA FERNANDES DE QUEIROZ

CONSTRUÇÃO DE PERFIL: o empreendedor informal do bairro da Topolândia, São Sebastião/SP

São Sebastião

2014

DAISY MARIA FERNANDES DE QUEIROZ

CONSTRUÇÃO DE PERFIL: o empreendedor informal do bairro da Topolândia, São Sebastião/SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Prof. Me. Ricardo de Lima Ribeiro.

São Sebastião

2014

DAISY MARIA FERNANDES DE QUEIROZ

CONSTRUÇÃO DE PERFIL: o empreendedor informal do bairro da Topolândia, São Sebastião/SP

Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 10 de junho de 2014.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

Me. Ricardo de Lima Ribeiro

_________________________________________________________

Prof. Áurea Ruivo da Silva

_________________________________________________________

Me. Eduardo Hipólito do Rego

MÉDIA FINAL: ___________________

Dedico este trabalho ao meu companheiro, minha família, amigos e professores que me apoiaram.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, aos trabalhadores que permitiram que a pesquisa fosse realizada, fornecendo os dados necessários, ao meu orientador Ricardo de Lima Ribeiro pela sua paciência e dedicação, aos professores que se empenharam ao ensinar, as minhas amigas Claudia Rodrigues e Joelma Sutil, que me ajudaram nesse trajeto da minha vida, ao meu companheiro, família e amigos que consentiram com a minha ausência.

"Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo". Platão

RESUMO

Este projeto dispõe de informações a respeito dos empreendedores informais do bairro da Topolândia, no município de São Sebastião/SP. O propósito deste projeto foi construir o perfil desse empreendedor. Para atingir tal objetivo, este trabalho utilizou o método de pesquisa qualitativo, junto à pesquisa descritiva. A técnica de coleta de dados utilizada foi a observação direta extensiva. O formulário foi utilizado como instrumento de pesquisa, com questões sobre o perfil do empreendedor em geral. A abordagem foi a amostragem não probabilística e o modelo da amostragem foi a acidental ou por conveniência, em virtude de que os elementos das amostras eram acessíveis a pesquisadora. Através do resultado e discussão do formulário foi possível identificar as informações sobre as principais características sociodemográficas desse empreendedor. Conclui-se que o empreendedor informal da Topolândia é homem, com idade entre 45 e 54 anos, não tem educação formal, ou tem ensino fundamental incompleto ou completo, ou ensino médio incompleto. Grande parte não tem experiência profissional prévia e tem renda mensal menor que três salários mínimos. Estes empreendedores não possuem funcionários, nem sócios, nem experiência prévia. Foram motivados pela obtenção de uma renda e por não terem condições de empreenderem de modo estruturado. Planejam, não utilizam estratégia de marketing, tomam decisões em locais inseguros e ficam a vontade com conflitos. Palavras-chave: Empreendedorismo. Empreendedor informal. Perfil empreendedor.

ABSTRACT

This project provides information about the informal entrepreneurs in Topolândia neighborhood, situated in São Sebastião/SP. The purpose of this project was to build the profile of these entrepreneurs. To achieve this goal, this study used a qualitative research method, with the descriptive research. The data collection technique used was extensive direct observation. The form has been used as a research tool, with questions about the entrepreneur profile in general. The approach was a non-probability sampling and the sampling model was accidental or convenience, given that the elements of the samples were accessible to the researcher. With the results and discussion of the form was possible to identify the information about the main sociodemographic characteristics of entrepreneur. It is concluded that the informal entrepreneur of Topolândia are man between 45 to 54 years old, has no formal education, primary school or have incomplete or complete secondary education. Much has previous professional experience and has monthly income of less than three minimum wages. These entrepreneurs have no employees, partners or previous experience. Were motivated by obtaining an income and do not have conditions work in a structured way. Plan, do not use marketing strategy, take decisions in insecure locations and are comfortable with conflict. Keywords: Entrepreneurship. Informal entrepreneurs. Entrepreneurial profile.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 09

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 12

2.1 EMPREENDEDORISMO .................................................................................. 12

2.1.1 Definição de empreendedorismo ................................................................. 15

2.1.2 Processo de empreender .............................................................................. 16

2.1.3 Motivação empreendedora............................................................................ 17

2.2 EMPREENDEDOR ........................................................................................... 21

2.2.1 História do empreendedor ............................................................................ 23

2.2.2 Características do empreendedor ................................................................ 24

2.2.3 Tipos de empreendedores ............................................................................ 31

2.3 EMPREENDEDOR INFORMAL ........................................................................ 32

2.3.1 Mercado de trabalho ...................................................................................... 32

2.3.2 Trabalhador autônomo ou por conta própria .............................................. 34

2.3.3 Características do trabalhador autônomo ou por conta própria ............... 36

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 51

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 53

APÊNDICE - Formulário ................................................................................... 57

9

1 INTRODUÇÃO

Este projeto de pesquisa propõe estudar o trabalhador autônomo ou por conta

própria, nomeado de empreendedor informal neste trabalho, no bairro da

Topolândia, na cidade de São Sebastião, Litoral Norte Paulista, a fim de fazer um

levantamento do perfil do empreendedor, com base em uma pesquisa qualitativa.

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

A importância deste trabalho se dá devido à necessidade de informação e

conhecimento a respeito dos empreendedores informais no bairro da Topolândia, na

região de São Sebastião/SP, para que, a partir dos dados, gestores e interessados

possam desfrutar das informações relevantes ligadas à história, cultura e a

sociedade, e serve como base para diversos estudos.

1.2 PROBLEMA

Como em vários locais, no bairro da Topolândia em São Sebastião/SP

também existe o empreendedorismo informal, porém há uma carência a respeito de

informações sobre as características desse empreendedor. Com este problema

surge a seguinte pergunta a ser respondida nesta pesquisa: Qual é o perfil do

empreendedor informal no bairro Topolândia, no município de São Sebastião/SP?

1.2.1 Hipótese

Há diversos tipos de empreendedores informais no bairro da Topolândia, na

região de São Sebastião/SP e como forma de sustentação desta pesquisa formula-

10

se a seguinte hipótese: Os empreendedores informais no bairro Topolândia são em

grande parte homens, negros ou pardos, com mais de 40 anos, com renda inferior a

dois salários mínimos e de baixa escolaridade.

1.3 OBJETIVOS

De acordo com Lakatos e Marconi (2010), para saber em uma pesquisa o que

se vai buscar e o que se quer alcançar, ela tem que conter um objetivo.

1.3.1 Objetivo geral

O propósito deste projeto será construir o perfil do empreendedor informal no

bairro Topolândia, no município de São Sebastião/SP.

1.3.2 Objetivos específicos

Identificar as características sociodemográficas desse empreendedor.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho utilizará o método qualitativo, junto à pesquisa descritiva. Como

técnica de pesquisa será empregada a pesquisa de campo e também será utilizada

a pesquisa bibliográfica. A técnica de coleta de dados será a observação direta

extensiva. O formulário será o instrumento de pesquisa. Logo, a abordagem deste

trabalho será a amostragem não probabilística e o modelo da amostragem acidental

ou por conveniência.

11

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está divido em sete capítulos. O primeiro capítulo aborda a

introdução com a justificativa do tema, o problema, a hipótese, objetivo geral e

específico e procedimentos metodológicos. O segundo capítulo contêm o referencial

teórico sobre o empreendedorismo, o empreendedor e o empreendedor informal. O

terceiro capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizados no projeto. O

quarto capítulo é referente aos resultados e discussão do trabalho. O quinto capítulo

contêm as considerações finais do trabalho. O sexto capítulo aborda as referências

utilizadas no trabalho. O sétimo e último capítulo contêm o apêndice com o

formulário utilizado na pesquisa.

12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresentará os conceitos e definições de alguns autores sobre o

empreendedorismo, o processo de empreender e a motivação empreendedora.

2.1 EMPREENDEDORISMO

Conforme Dornelas (2008), o empreendedorismo tem sido associado ao

desenvolvimento econômico. Grande parte das inovações que promoveram esse

desenvolvimento foi apoiada pelo empreendedorismo. Os países desenvolvidos

sabem que o empreendedorismo é a base do aumento da economia, do crescimento

do emprego e da renda. Esses países têm cedido atenção e suporte às ações

empreendedoras.

O empreendedorismo é um fator crítico para o desenvolvimento da economia.

Está vinculado com a inovação e, juntos, são componentes essenciais para o

desenvolvimento econômico, conclui Dornelas (2008).

A função do empreendedorismo no desenvolvimento da economia abrange o

aumento de produção e da renda, o início e a mudança da estrutura de negócios e

da sociedade. O crescimento e uma produção maior acompanham tais mudanças, o

que possibilita que mais riqueza seja compartilhada entre os participantes, explicam

Hisrich, Peters e Shepherd (2009).

A existência da economia empreendedora é um acontecimento cultural,

psicológico, econômico ou tecnológico. Drucker (2008) diz que para os economistas

o empreendedorismo influencia e molda a economia.

Acadêmicos e governantes confirmam que o empreendedorismo é importante

para o desenvolvimento e o bem estar da sociedade. Algo evidente sobre o

empreendedorismo é seu impacto na criação de emprego e renda em um país. É

importante para o desenvolvimento de empreendimentos a existência de uma

mentalidade aderente dos indivíduos ao empreendedorismo, unida às condições que

o país oferece para gerar e desenvolver novos negócios. Este desenvolvimento

coopera com o crescimento social e da economia. (ANDREASSI et al, 2011)

13

Mesmo com as dificuldades que os empreendedores têm o

empreendedorismo ainda é o jeito mais eficiente de ligar os estudos e o mercado,

com novas empresas e levando novos produtos e serviços ao mercado. Essas

atividades empreendedoras interferem significativamente na economia de uma

região ao construir sua base econômica e gerar empregos. (HISRICH; PETERS;

SHEPHERD, 2009)

Andreassi et al (2011) revelam que a cultura empreendedora cresce quando

as pessoas têm uma percepção favorável sobre ela. Quando o empreendedorismo é

visualizado como uma boa opção de carreira, há maiores chances de pessoas ao

redor empreenderem. Os relatos de empreendedores de sucesso divulgados pela

mídia de negócios e a exibição dos mesmos como ídolos fortalecem a mentalidade

positiva sobre os empreendedores.

Observar a mentalidade dos indivíduos com relação ao empreendedorismo é

fundamental, pois mostra o interesse das pessoas sobre o assunto e seu potencial

para empreender. Andreassi et al (2011) argumentam que toda a sociedade é

beneficiada quando as pessoas percebem as oportunidades de negócios em seus

ambientes e capacidade para explorá-la.

O GEM (Global Entrepreneurship Monitor) é um projeto de pesquisa. A

finalidade do GEM é gerar e divulgar as informações das atividades

empreendedoras no mundo, explicam Andreassi et al (2011). O Brasil tem

participação na pesquisa do GEM desde 2000. A pesquisa é conduzida no país pelo

Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade – IBQP. (ANDREASSI et al 2012)

Segundo a pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) mais de 30%

da população do Brasil, de 18 a 64 anos, têm envolvimento na criação ou

administração de algum negócio abrangendo o empreendedorismo. Andreassi e

Macedo (2012) afirmam que os dados demonstram a relevância social e econômica

do assunto e a carência de ações não governamentais e governamentais para

consolidação do tema.

O objetivo do GEM é medir o envolvimento do empreendedor em estágio

inicial. O GEM utiliza como medidas as seguintes taxas:

Total Early-Stage Entrepreneurial Activity - TEA - Taxa de

Empreendedores em Estágio Inicial: abrange os empreendedores que

conduzam um empreendimento há menos de 42 meses e os indivíduos

que iniciarão um novo negócio, referente à população de 18 a 64 anos;

14

Taxa de Empreendedores Estabelecidos - TEE: abrange os indivíduos que

conduzam os negócios há mais 42 meses; e

TTE - Taxa Total de Empreendedores: é compreendida como o total

desses empreendedores em relação à população de referência.

Conforme Andreassi et al (2012) a Figura 1 mostra o processo empreendedor

segundo o GEM.

Figura 1 - O processo empreendedor

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 19)

O empreendedorismo possui diversas fases, e elas estão representadas na

figura 1. O empreendedor potencial é a primeira fase, onde o indivíduo enxerga a

oportunidade, tem habilidade e reconhecimento, não tem medo de fracassar e tem

atitude positiva. Em seguida vem a fase da intenção, que é o intuito de começar um

negócio. Na sequência aparecem os nascentes, que representam a etapa do inicio

do negócio, com até três meses. A fase de administrar o negócio, com até 42

meses, é representada na figura como novos. E, a fase do empreendimento

estabelecido, que a figura apresenta como estabelecidos.

15

O Gráfico 1 apresenta a evolução da atividade empreendedora formal,

segundo o estágio de empreendimento TEA, TEE e TTE no Brasil de 2002 a 2012.

Gráfico 1 - Evolução da atividade empreendedora formal, segundo estágio do empreendimento

(TTE, TEA e TEE): taxas - Brasil - 2002:2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 41)

Verifica-se no gráfico que a TEA no Brasil, no período de 2002, era de

(13,5%), próximo do ano de 2012 que era de (15,4%). Já a TEE no Brasil em 2002

era de (7,8%), e teve um aumento significante para (15,2%) em 2012. A TTE foi de

20,9% em 2002, e 30,2% em 2012, um aumento na taxa total de empreendedores

de quase 10 pontos percentuais em dez anos.

Para Andreassi et al (2012) este progresso acompanha a economia brasileira.

No período de 2002 a 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) teve um aumento de cerca

de 4%, com uma grande participação da expansão do mercado interno, o que

ofereceu oportunidade para diversos tipos de atividades empreendedoras.

2.1.1 Definição de empreendedorismo

Greco et al (2010) definem o empreendedorismo como uma tentativa de

iniciar um novo negócio ou empreendimento. Como exemplos a atividade autônoma,

13,5% 12,9% 13,5% 11,3% 11,7%

12,7%

12,0%

15,3% 17,5%

14,9% 15,4%

7,8% 7,6%

10,1% 10,1% 12,1%

9,9%

14,6%

11,8%

15,3%

12,2% 15,2%

20,9% 20,3%

23,0% 21,1%

23,4% 22,4%

26,4% 26,9%

32,3%

26,9%

30,2%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2008 2010 2011 2012

Taxa de Empreendedores Iniciais (TEA)

Taxa de Empreendedores Estabelecidos (TEE)

Taxa Total de Empreendedores (TTE)

16

um novo empreendimento ou a expansão de um negócio existente. A iniciativa pode

vir de um indivíduo, grupos de indivíduos ou até por empresas estabelecidas.

"Entende-se como empreendedorismo qualquer tentativa de criação de um

novo empreendimento, como por exemplo: uma atividade autônoma, uma nova

empresa ou a expansão de um empreendimento existente". (ANDREASSI et al,

2012, p. 19)

De acordo com Andreassi et al (2011), para o GEM o empreendedorismo

compreende as etapas de evolução dos empreendimentos. A partir da intenção de

começar um negócio, ao iniciá-lo e até ao administrá-lo.

O empreendedorismo sob um prisma individual foi explorado neste século,

refletindo nas definições de tomar iniciativa, organizar e reorganizar mecanismos

sociais e econômicos para transformar recursos e situações para proveito prático e

de aceitar o risco ou o fracasso, relatam Hisrich, Peters e Shepherd (2009).

No conceito de Morales (2005, p. 8)

“Empreendedorismo é um neologismo derivado da palavra empreendedor, sendo utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seus sistemas de atividades e seu universo de atuação.³ Atualmente, o empreendedorismo é visto como um ramo da administração de empresas e, no Primeiro Mundo, as escolas de administração costumam ter um setor, grupo ou área de pesquisa em empreendedorismo”.

2.1.2 Processo de empreender

Conforme o Quadro 1, há quatro fases distintas relacionadas aos aspectos do

processo de empreender. (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009)

Conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2009), o processo de empreender faz

parte da procura de um novo empreendimento. O processo consiste em quatro

fases. As fases são a identificação e avaliação da oportunidade, desenvolvimento

do plano de negócio, determinação dos recursos necessários e administração da

empresa resultante. A primeira fase é referente a avaliação, criação e dimensão, o

valor real e valor percebido, os riscos e retornos da oportunidade, também é

referente a oportunidade versus aptidões e metas pessoais e ambiente competitivo.

17

Quadro 1 - Aspectos do processo de empreender

Identificação e avaliação da oportunidade

Desenvolvimento de um plano de negócio

Recursos necessários

Administração da empresa

Avaliação da oportunidade

Criação e dimensão da oportunidade

Valor real e valor percebido da oportunidade

Risco e retornos da oportunidade

Oportunidade versus aptidões e metas pessoais

Ambiente competitivo

Página de título

Sumário

Resumo executivo

Principal seção

Descrição do negócio

Descrição do setor

Plano tecnológico

Plano de marketing

Plano financeiro

Plano de produção

Plano organizacional

Plano operacional

Resumo

Apêndices

Determinar os recursos necessários

Determinar os recursos existentes

Identificar a falta de recursos e os fornecedores disponíveis

Desenvolver acesso aos recursos necessários

Desenvolver o estilo administrativo

Conhecer as principais variáveis para o sucesso

Identificar problemas e possíveis problemas

Implementar sistemas de controle

Desenvolver a estratégia de crescimento

Fonte: Hisrich, Peters e Shepherd (2009, p. 32)

A segunda fase conta com o desenvolvimento do plano de negócios, a partir

de página de título, sumário, resumo executivo, principal seção, descrição do

negócios e do setor, plano tecnológico, de marketing, financeiro, de produção,

organizacional, operacional, o resumo e apêndices.

A terceira fase dos recursos necessários envolve determinar os recursos

necessários e existentes, identificar a falta de recursos e os fornecedores

disponíveis e desenvolver acesso aos recursos necessários.

A administração da empresa é a quarta e última fase. Esta fase envolve

desenvolver o estilo administrativo, conhecer principais variáveis para o sucesso,

identificar problemas e possíveis problemas, implementar sistemas de controle e

desenvolver a estratégia de crescimento.

2.1.3 Motivação empreendedora

Greco (2008) aborda a motivação para o empreendedorismo como um fator

relevante para entender o avanço da realidade empreendedora no Brasil. Da

18

influência de fatores, gerados por mudanças econômicas, sociais, tecnológicas,

governamentais, ambientais e serviços surgem o empreendedorismo por

necessidade e por oportunidade, argumentam Andreassi et al (2011).

Em relação a isto, Andreassi et al (2012) dizem que os indivíduos têm motivos

particulares para empreenderem, em razão da necessidade ou da oportunidade.

Em relação à oportunidade, Longenecker (2007) considera o indivíduo que

complementou sua formação técnica analisando disciplinas não técnicas como

empreendedores por oportunidade.

Empreendedores por oportunidade tentam diminuir os riscos, são atentos aos

passos seguintes do empreendimento, têm metas e visão do futuro, destaca

Dornelas (2007).

Nas concepções de Greco et al (2005), os indivíduos que empreendem após

reconhecer uma oportunidade ou enxergar um nicho de mercado são denominados

empreendedores por oportunidade.

Junto aos desafios, este empreendedor adquire potencialidades, e com ela o

empreendedor por oportunidade pode inovar e ampliar o seu negócio, alvejando ser

competitivo. (ANDREASSI et al, 2011)

Machado et al (2009) consideram empreendedores por oportunidades

aqueles que são estimulados pelo reconhecimento de uma oportunidade no

mercado. Os indivíduos que têm opções de renda e emprego e decidem iniciar um

novo negócio, para manter ou aumentar sua renda, ou mesmo pela independência

no trabalho, são chamados de empreendedores por oportunidade, destacam

Andreassi et al (2012).

Como forma de melhorar sua condição de vida, os empreendedores por

oportunidade têm maiores chances de sobrevivência e sucesso. Estes

empreendedores trazem mais vantagens aos países, afirmam Greco et al (2010).

Em complemento, explicam que a possibilidade de aparecerem os empreendedores

por oportunidades são maiores. Os mesmos são mais aptos para o mundo dos

negócios.

O desenvolvimento econômico é maior quando tem mais empreendedores por

oportunidade no país. No entendimento de Dornelas (2008) esta situação permite ao

país o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras.

19

Logo, as atividades iniciadas pelas pessoas que não conseguiram melhores

alternativas de trabalho retratam o empreendedorismo por necessidade, revelam

Bastos Junior et al (2004).

Os indivíduos que são motivados por não existir alternativas gratificantes de

renda e serviço são chamados de empreendedores por necessidade, como aborda

Machado (2009).

Os indivíduos que começam em um empreendimento autônomo, por não

existir melhor alternativa de trabalho, com objetivo de obter renda são denominados

como empreendedores por necessidade. (ANDREASSI et al, 2012)

Greco et al (2010) salienta que o empreendedorismo por necessidade diminui

quando a oferta de emprego aumenta, portanto está mais sujeito à situação

econômica. Conforme Longenecker (2007) empreendedores por necessidade são

as pessoas que, após passarem por problemas financeiros ou por outra situação

negativa, deram início a alguma atividade empresarial. Não costumam delegar

poder, não obtêm muitas fontes de dinheiro, as estratégias de marketing são

tradicionais e o planejamento é mínimo quanto ao crescimento e as futuras

transformações.

Os empreendedores por necessidade iniciam o negócio por falta de opção, e

na maioria das vezes não tem acesso ao mercado de trabalho ou foram despedidos.

A instrução e as condições de trabalhar de modo estruturado não são acessíveis a

estes empreendedores. (DORNELAS, 2007)

Greco et al (2005) consideram os empreendedores por necessidade aqueles

que dão início a um empreendimento por falta de opção para ocupação e renda.

Pela falta de alternativas satisfatórias de trabalho, o empreendedor por necessidade

se sente obrigado a começar seu próprio negócio, como sua última opção. (IBQP,

2003)

Para se manter, o empreendedor por necessidade baseia-se em suprir as

necessidades básicas de renda. Dornelas (2008) destaca que este empreendedor

não planeja, não tem visão de futuro e não enxerga as oportunidades. Também não

tem engajamento com o crescimento e desenvolvimento da economia.

Andreassi et al (2011) colocam que para fazer o negócio acontecer, o

empreendedor por necessidade pode perceber uma oportunidade de negócio e

desenvolver atitudes, proceder como empreendedor e obter potencialidade para

iniciar algo novo, incentivado por fatores relevantes. Os motivos que levam o

20

empreendedor a caçar as oportunidades são a busca pela independência e pelo

aumento da renda pessoal.

Greco et al (2010) afirmam que mesmo os empreendedores por necessidade,

que empreendem por falta de opções profissionais, podem gerar oportunidade de

negócios e se tornarem empreendedores por oportunidade.

Conforme Andreassi et al (2012), o Gráfico 2 apresenta a evolução da taxa

dos empreendedores inicias (TEA) por oportunidade e por necessidade no Brasil, no

período de 2002 até 2012.

Gráfico 2 - Evolução da taxa dos empreendedores iniciais (TEA) por oportunidade e necessidade - Brasil - 2002:2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 90)

Os dados mostram que em 2002 a taxa de empreendedores iniciais por

necessidade era de 7,5%, maior que a taxa de oportunidade (5,8%). De 2003 a

2006, mesmo com os valores aproximados, o empreendedorismo por oportunidade

ultrapassou o empreendedorismo por necessidade. A taxa de empreendedorismo

por oportunidade teve um grande aumento em relação ao empreendedorismo por

necessidade depois do ano de 2007. (ANDREASSI et al, 2012)

5,8%

6,8% 7,0%

6,0% 6,0%

7,2% 8,0%

9,4%

11,9% 10,2% 10,7%

7,5%

5,5% 6,2% 5,3% 5,6% 5,3%

4,0%

5,9% 5,4%

4,6% 4,7%

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

12,0%

14,0%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2008 2010 2011 2012

Oportunidade Necessidade

21

2.2 EMPREENDEDOR

Empreendedor é “aquele que assume riscos e inicia algo novo”. (HISRICH;

PETERS; SHEPHERD, 2009, p. 27). O empreendedor é aquele que constrói alguma

coisa nova e com valor, enfrentando os riscos financeiros, psíquicos e sociais. Como

consequência obtêm a satisfação e a independência.

Para Hisrich, Peters e Shepherd (2009), esse conceito ressalta quatro

aspectos de um empreendedor. O primeiro é criar algo novo, de valor para o

empreendedor e para o público para qual é criada. O segundo é que exige tempo e

esforço. O terceiro são as recompensas de ser um empreendedor, englobando a

independência, satisfação pessoal e recompensa econômica. O quarto é assumir os

riscos.

O site JUSBRASIL, aborda a lei do código civil 10406/02, Artigo 966.

"Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica

organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços".

Há um aumento no interesse em estudar assuntos relacionados a

empreendedorismos, já que a origem de negócios está relacionada à prosperidade,

e que com a ação empreendedora pode-se obter mais riquezas. Segundo Drucker

(2008), tais prosperidades são geradas pelos indivíduos que assumem riscos,

quanto a bens, tempo ou empenho. Esses indivíduos levam o nome de

empreendedores.

Schumpeter apud Drucker (2008) relaciona o empreendedor ao

desenvolvimento econômico, a inovação, ao desfrute de oportunidades no negócio e

alguém que faz combinações novas de elementos.

Apropriadamente, Morales (2005) coloca que a responsabilidade pela geração

de novas empresas, em grande parte de micro e pequeno porte, é dos

empreendedores. Há diversas referências à significância dos empreendedores no

desenvolvimento econômico e social na literatura.

No entendimento de Cavalcante, Farah e Marcondes (2008) os estudos sobre

empreendedorismo concentram-se no estudo das pessoas e dos desempenhos. O

que compõe o que o empreendedor de sucesso necessita, e o comando de

ferramentas gerenciais são visualizados como decorrência da aprendizagem. A

pessoa que tem condições para empreender, absorve o que for preciso para gerar,

desenvolver e atingir sua visão.

22

Os empreendedores não nascem com o conhecimento e a experiência para

identificar e avaliar os negócios. A razão pela diferença entre organizações comuns

e empreendedoras é a capacidade de criar. O empreendedor gera competências e é

improvável abordá-lo sem vê-lo como um gestor inovador, afirmam Cavalcante,

Farah e Marcondes (2008).

O empreendedor segue uma linha de comportamento que o faz atingir seus

objetivos, ele precisa ser dono de suas decisões e de seus caminhos, significando

falta de limites ou parâmetros, destaca Drucker (2008). Em sequência, afirma que,

ao apontar algo que identifique um empreendedor, tais definições revelam ordens de

preocupação, começando pelo âmbito que o empreendedor atua, se é na economia

ou em outras áreas da sociedade, também quando se trata do perfil do

empreendedor e por último é sobre o raio de influência que tem um empreendedor

na sociedade.

Hisrich, Peters e Shepherd (2009) afirmam que os empreendedores pensam

diferente das outras pessoas, e são frequentes as decisões em ambientes

inseguros, com ricos, pressões de tempo e investimento emocional. Dada à natureza

do local da tomada de decisões de um empreendedor, frequentemente ele precisa

executar, se adaptar de modo cognitivo e aprender com o fracasso.

O empreendedor concretiza seus sonhos e atinge seus objetivos a partir de

um comportamento padrão, o mesmo tem que ser dono de suas decisões e de seus

passos, o que implica na ausência de limites ou parâmetros. (DRUCKER, 2008)

O empreendedor é frequentemente conceituado nos Estados Unidos como

aquele que inicia seu próprio negócio pequeno e novo, porém, nem todos são

considerados empreendedores, aborda Drucker (2008).

Qualquer pessoa que tenha que tomar uma atitude pode aprender a

empreender e proceder como tal. Drucker (2008) explica que o empreendedorismo é

um comportamento, a teoria e o conceito são seus apoios.

De acordo com Dornelas, Timmons e Spinelli (2010) há muitas atitudes e

comportamentos que demonstram como o empreendedor é, e não um conjunto

único. O empreendedor tem sido considerado como um inovador independente,

confiante e defensor da economia do empreendimento historicamente. Seu contexto

é imprevisível e inconstante.

Os empreendedores sempre estão pensando em novas ideias para o

empreendimento e estão atentos às tendências, reconhecem padrões e juntam os

23

pontos para compor e aperfeiçoar um só empreendimento. Eles sabem que ideias

boas são frequentes, mas as boas oportunidades são apenas algumas e utilizam

suas experiências passadas para se apoiar ao criar suas novas oportunidades.

Suportam as incertezas e a falta de clareza e se sentem à vontade com conflitos,

também arriscam o capital e sua credibilidade. (DORNELAS, TIMMONS e SPINELLI,

2010)

Os empresários que iniciam um novo negócio de sucesso são disciplinados,

determinados e perseverantes. Procuram vencer as dificuldades e concluir os

deveres. Não ficam assustados em momentos difíceis e não são inconsequentes. Se

a tarefa for difícil, ele cede antes dos outros indivíduos. Apesar de serem

persistentes, também têm os pés no chão para saber o que podem ou não fazer.

Para Dornelas, Timmons e Spinelli (2010) esse empreendedor é conhecedor da

tecnologia e do mercado atuante, é experiente e obtêm um histórico e habilidades

administrativas. Os bons empreendedores improvisam, são ligeiros, inteligentes e

fazem invenções.

2.2.1 História do empreendedor

Hisrich, Peters e Shepherd (2009) revelam que Marco Polo foi considerado o

primeiro empreendedor como intermediário entre os séculos XII e XIII. Marco Polo

assumiu os riscos físicos e emocionais ao tentar estabelecer rotas comerciais para o

Extremo Oriente. Na Idade Média, o conceito foi utilizado para um participante ou

administrador de grandes projetos de produção, no qual os recursos eram fornecidos

e ele não assumia os riscos físicos e emocionais. No século XVII ouve a ligação do

risco com o empreendedorismo, o indivíduo tinha um acordo contratual com o

governo para fazer um serviço ou fornecer produtos estipulados.

No século XVIII, com a industrialização, o empreendedor foi diferenciado do

fornecedor de capital, o atual investidor de risco. Já nos séculos XIX e XX, não se

via diferença de gerentes e dos que eram vistos a partir de uma perspectiva

econômica. (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009)

24

2.2.2 Características do empreendedor

A Figura 2 apresenta o contexto familiar, os mercados e a tecnologia, o apoio

institucional, o histórico e a personalidade como fatores que interferem na abertura

de novo empreendimento.

Figura 2 - Fatores que afetam a criação de novos negócios

Fonte: Bessant e Tidd (2008, p. 289)

Pesquisadores estudam características e traços pessoais ou a influência de

fatores contextuais para explicar o comportamento empreendedor. Bessant e Tidd

(2009) ressaltam que pesquisas norte-americanas sobre empreendedorismo

destacam experiências anteriores e características de um empreendedor típico, logo,

os estudos na Europa e em outros países dão importância ao contexto. O histórico

religioso e familiar, educação formal e experiência profissional prévia e o perfil

psicológico são fatores que afetam a possibilidade de fundar um novo

empreendimento.

A respeito deste assunto, Hisrich, Peters e Shepherd (2009) apontam

algumas características do empreendedor, como o nível educacional do

empreendedor que é importante na formação de um empreendedor e ajuda os

empreendedores a lidar com os problemas que enfrentam. Mesmo que para

25

começar um negócio não seja preciso uma educação formal, ela disponibiliza uma

experiência boa e, quando tem a ver com a área do empreendimento, é notável.

Apesar de a educação ser uma boa influência na possibilidade de um indivíduo

descobrir novas oportunidades, ela não é determinante.

O Gráfico 3 apresenta os empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo o

nível de escolaridade no Brasil e na Região Sudeste em 2012.

Gráfico 3 - Empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo o nível de escolaridade: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 68)

Conforme Andreassi et al (2012), a Faixa 1 atribui os empreendedores sem

educação formal, ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo e

ensino médio incompleto; a Faixa 2 atribui os empreendedores com ensino médio

completo e curso superior incompleto; a Faixa 3 atribui os empreendedores com

curso superior completo, especializações e mestrado incompleto; e a Faixa 4 atribui

os empreendedores com mestrado completo e doutorado completo e incompleto.

Segundo a taxa de empreendedores iniciais, no Brasil o nível de escolaridade

com maior percentual é o dos empreendedores com ensino médio completo e curso

superior incompleto que representam 47,2%, já os empreendedores com mestrado

completo e doutorado completo e incompleto representam o menor percentual, de

1,4% no Brasil.

Na Região Sudeste, o nível de escolaridade prevalecente também é o ensino

médio completo e curso superior incompleto com 51,8%. O menor percentual

38,9%

47,2%

12,5%

1,4%

30,9%

51,8%

16,2%

1,1%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 4

Brasil

Região Sudeste

26

(11,1%) também se encontra nos empreendedores com mestrado completo e

doutorado completo e incompleto. (ANDREASSI et al, 2012)

As faixas têm a mesma representatividade no Gráfico 4, na qual apresenta os

empreendedores em estágio estabelecido (TEE), segundo nível de escolaridade em

2012 no Brasil e na Região Sudeste.

Gráfico 4 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo nível de escolaridade: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 68)

Conforme Andreassi et al (2012), diferente da proporção dos empreendedores

iniciais, entre os empreendedores estabelecidos a faixa 1 é que ganha destaque no

Brasil (55,2%) e na Região Sudeste (45,4%), com a maior porcentagem de

empreendedores sem educação formal, ensino fundamental incompleto, ensino

fundamental completo e ensino médio incompleto. Seguidos da faixa 2, que

representam 35,3% no Brasil e 41,4% na Região Sudeste. Logo, a faixa 4 dos

empreendedores com mestrado completo e doutorado completo e incompleto

mantêm o menor percentual no Brasil (2,1%) e na Região Sudeste (1,6%).

Em relação à idade Hisrich, Peters e Shepherd (2009) afirmam que há duas

classificações, a primeira é a idade empresarial, que é a do empreendedor

espelhado em sua experiência, a segunda é a idade cronológica. Os autores

afirmam que o melhor indicador para prever o sucesso é a experiência, em especial

quando o novo empreendimento tem relação com a atividade exercida

anteriormente.

52,5%

35,3%

10,1%

2,1%

45,4%

41,4%

11,6%

1,6%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 4

Brasil

Região Sudeste

27

Para Hisrich, Peters e Shepherd (2009), na idade cronológica, a maior parte

dos empreendedores começam a carreira entre 22 e 45 anos, ela também pode ter

início antes ou depois, mesmo sendo improvável. Os homens empreendedores

iniciam seu primeiro empreendimento importante no começo dos 30 anos, e as

mulheres em meados dessa década da vida.

Segundo Andreassi et al (2012), o Gráfico 5 apresenta os empreendedores

em estágio inicial (TEA) segundo a faixa etária no Brasil e na Região Sudeste em

2012.

Gráfico 5 - Empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo faixa etária: proporções - Brasil

e Região Sudeste - 2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 65)

No gráfico dos empreendedores em estágio inicial, a faixa etária

predominante é a de 25 a 34 anos no Brasil (33,8%) e na Região Sudeste (32,0%),

em sequência a faixa etária entre 35 e 44 anos. A taxa de menor nível de

empreendedores é a faixa etária entre 55 e 64 anos que a nível nacional e também

na Região Sudeste representa 7,0%. (ANDREASSI et al, 2012)

O Gráfico 6 mostra os empreendedores em estágio estabelecido (TEE),

segundo faixa etária no Brasil e na Região Sudeste em 2012.

A faixa etária de maior nível de empreendedores é a de 35 a 44 anos no

Brasil (29,8%) e na Região Sudeste (30,4%), seguidos da faixa etária entre 45 e 54

anos. O menor nível de empreendedores é encontrado na faixa etária de 18 a 24

anos que no Brasil representa 4,0% e na Região Sudeste 3,2%. (ANDREASSI et al,

2012)

18,3%

33,8%

26,6%

14,4%

7,0%

20,8%

32,0%

27,5%

12,7%

7,0%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

18-24 25-34 35-44 45-54 55-64

Brasil

Região Sudeste

28

Gráfico 6 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo faixa etária: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 66)

Quanto à experiência prévia, ela pode possibilitar conhecimento na

administração de uma organização independente aos empreendedores, também

pode propiciar parâmetros quanto à importância das informações. A mesma pode

ser um provedor para empresas consecutivas. Quanto à probabilidade de alcançar

resultados empreendedores com êxito, a experiência disponibiliza uma maior

segurança concluem Hisrich, Peters e Shepherd (2009).

O gênero é uma das características dos empreendedores que também tem

sido analisada. A quantidade de mulheres empreendendo teve um importante

aumento. Para Hisrich, Peters e Shepherd (2009) as empreendedoras são diferentes

dos empreendedores quanto à motivação, habilidades empresariais e histórico

profissional.

A natureza do negócio também difere a empreendedora do empreendedor.

Os homens se envolvem mais para alta tecnologia, área da indústria e construção.

As mulheres voltam-se mais para as áreas de serviços como relações públicas, lojas

ou serviços educacionais. A consequência frequente são empreendimentos de

mulheres menores e com um menor rendimento líquido abordam Hisrich, Peters e

Shepherd (2009).

4,0%

19,2%

29,8% 28,5%

18,4%

3,2%

22,3%

30,4%

27,5%

16,5%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

18-24 25-34 35-44 45-54 55-64

Brasil

Região Sudeste

29

A Tabela 1 mostra as taxas de empreendedores iniciais (TEA) e as taxas de

empreendedores estabelecidos (TEE) segundo gênero no Brasil em 2012.

Tabela 1 - Taxas¹ específicas de empreendedorismo inicial (TEA) e taxas¹ específicas de empreendedorismo estabelecido (TEE) segundo gênero - Brasil, 2012

Gênero TEA TEE

Medida Medida

Taxa1 masculino (%) 16,2 17,4

Taxa2 feminino (%) 14,7 13,1

Razão3 masculino/feminino 1,1 1,3

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 59)

Na taxa de empreendedores iniciais, a taxa de empreendedorismo feminino é

maior, se comparada à taxa de empreendedores estabelecidos. Logo, a taxa

masculina é menor, se comparada à taxa de empreendedores estabelecidos. As

razões masculino/feminino variam de 1,1 na taxa de empreendedores iniciais para

1,3 na taxa de empreendedores estabelecidos. (ANDREASSI et al, 2012)

Com relação à renda dos empreendedores, o Gráfico 7 aponta os

empreendedores em estágio inicial (TEA) conforme as faixas de rendas no Brasil e

na Região Sudeste em 2012.

Gráfico 7 - Empreendedores em estágio inicial (TEA) segundo a faixa de renda: proporções - Brasil em 2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 66)

1 As taxas significam o percentual de empreendedores iniciais e empreendedores estabelecidos em

cada classe no Brasil. 2 idem

3 A razão significa a quantidade de empreendedores em relação à quantidade de empreendedoras.

47,1% 47,9%

3,2% 1,7%

49,3% 46,4%

3,6% 0,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Menos de 3 salários mínimos

3 a 6 salários mínimos

6 a 9 salários mínimos

mais de 9 salários mínimos

Brasil

Região Sudeste

30

As faixas de rendas foram agrupadas em quatro segmentos, de acordo com o

salário mínimo. A primeira faixa é inferior a três salários, a segunda é de 3 a 6

salários, a terceira é de 6 a 9 salários e a última é de mais de 9 salários mínimos

abordam Andreassi et al (2012).

Conforme Andreassi et al (2012), no gráfico dos empreendedores em estágio

inicial (TEA) no Brasil, a maior proporção se encontra na faixa de 3 a 6 salários

(47,9%). Já na Região Sudeste a faixa inferior a 3 salários é que ganha destaque

com o percentual de 49,3%. A faixa superior a 9 salários mínimos têm o menor

percentual no Brasil (1,7%) e também na Região Sudeste (0,7%).

Com o mesmo agrupamento das faixas de renda, Andreassi et al (2012)

apresenta no Gráfico 8 os empreendedores em estágio estabelecido (TEE) no Brasil

e na Região Sudeste, segundo a faixa de renda em 2012.

Gráfico 8 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo a faixa de renda: proporções - Brasil e Região Sudeste - 2012

Fonte: Andreassi et al (2012, p. 67)

Diferente do gráfico dos empreendedores em estágio inicial, no gráfico dos

empreendedores em estágio estabelecido, a faixa de menos de 3 salários é

predominante no Brasil, com o percentual de 48.5%, e na Região Sudeste a faixa

que se destaca é a de 3 a 6 salários mínimos que representa 52.8%. (ANDREASSI

et al, 2012)

48,5% 45,2%

3,0% 3,2%

43,0%

52,8%

2,9% 1,3%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Menos de 3 salários mínimos

3 a 6 salários mínimos

6 a 9 salários mínimos

mais de 9 salários mínimos

Brasil

Região Sudeste

31

2.2.3 Tipos de empreendedores

Vesper apud Morales (2005) apresenta uma lista no Quadro 2 contendo os

tipos de empreendedores.

Quadro 2 - Tipos de empreendedores

Autônomos Exercem seus serviços pessoalmente.

Formadores de equipes Contratam e delegam tarefas as pessoas.

Inovadores independentes Criadores de novos produtos e empresas para fabricar e desenvolver produtos.

Multiplicadores de padrão Criam ou reconhecem um padrão de negócio que possa ser multiplicado para adquirir lucro.

Exploradores de economia de escala Fundamentam seu negócio em valor inferior adquirido em decorrência da economia de escala.

Agregadores de capital Para bancar a operação de bancos, fundos ou seguradoras adquirem os recursos de várias fontes.

Aquisidores Obtêm organizações já em operação.

Especialistas de compra e venda Compram empresas com problemas, as saneia e as revende por um valor melhor.

Formadores de conglomerados Adquirem de uma organização o controle acionário, como consequência obter o controle de outras organizações.

Especuladores Dedicam-se a área imobiliária ou à aquisição e revenda de produtos básicos.

Manipuladores de valor aparente Compram bens ou empresas baratas e revende por um maior preço após melhorar sua aparência.

Fonte: Vesper apud Morales (2005, p. 11)

Na lista de empreendedores se encontram os autônomos, que exercem seus

serviços pessoalmente, com apoio de uma habilidade técnica ou comercial, seguido

dos formadores de equipes, que se caracterizam por contratar e delegar tarefas as

pessoas.

Vesper apud Morales (2005) aborda no quadro os inovadores independentes,

conceituando-se como os criadores de novos produtos e empresas para fabricar e

desenvolver os produtos. Também os multiplicadores de padrão, que se baseiam na

criação ou reconhecimento de um padrão de negócio que possa ser multiplicado, e,

a partir dessa multiplicação, adquirir lucro. Os exploradores de economia de escala

estão no quadro, que fundamentam seu negócio em valor inferior adquirido em

decorrência da economia de escala. Também estão os agregadores de capital, os

quais para bancar a operação de bancos, fundos ou seguradoras adquirem os

recursos de várias fontes.

32

A lista também inclui os aquisidores, que preferem obter organizações já em

operação. Junto com os especialistas de compra e venda, compram empresas com

problemas, as saneia e as revende por um valor melhor. Logo os formadores de

conglomerados que se dedicam a adquirir de uma organização o controle acionário,

e como consequência, obterem o controle de outras organizações. Também os

especuladores que se dedicam a área imobiliária ou à aquisição e revenda de

produtos básicos. E o último da lista de Vesper apud Morales (2005) são os

manipuladores de valor aparente, onde o empreendedor compra bens ou empresas

baratas e revende por um maior preço após melhorar sua aparência.

2.3 EMPREENDEDOR INFORMAL

Este capítulo abordará o trabalhador por conta própria, que neste trabalho é

denominado de empreendedor informal.

O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)

define que o empreendedor informal é indivíduo que exerce uma atividade

profissional por conta própria ou empregador que não tem CNPJ e nem registro na

prefeitura. (SEBRAE, 2003)

2.3.1 Mercado de trabalho

Existem dois setores no mercado de trabalho urbano, o mercado formal e o

informal. Prealc apud Krein e Proni (2010) afirmam que os empreendimentos

organizados fazem parte do mercado formal.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) conceitua trabalhadores

formais como os que possuem carteira de trabalho assinada, militares e os que

trabalham no setor público. (IPEA, 2011)

Já a informalidade é definida como trabalhadores que não tem carteira e

trabalham por conta própria, ou que não contribuem para previdência social, aborda

Ulyssea (2006).

Os trabalhadores que não tem carteira assinada, ou não recebem

remunerações, ou trabalham como empregados domésticos, ou empregadores, ou

33

mesmo os trabalhadores por conta própria, que produzem para o seu próprio

consumo, são considerados trabalhadores informais. (IPEA, 2011)

A teoria de Barros, Mello e Pero apud IPEA (2013) traz que no setor informal

se concentra os trabalhadores jovens, com um menor grau de escolaridade e de cor

morena. Com relação aos rendimentos, o indivíduo do setor informal recebe baixa

remuneração.

Na perspectiva de Prealc apud Krein e Proni (2010) o setor informal no

mercado de trabalho urbano era visto como uma oportunidade. As baixas

remunerações caracterizavam o setor informal, também eram vistos como pobres,

com menor grau de instrução e os jovens e mais velhos se encaixam na faixa etária.

A isenção do pagamento de impostos, assim como o não cumprimento da

legislação trabalhista, os altos custos e o tempo resultado do processo de

formalização seriam a razão para a informalidade. (KREIN; PRONI, 2010)

Prealc apud Krein e Proni (2010) consideram o mercado informal pertinente

às atividades com pouca produtividade, que são realizadas por trabalhadores

independentes ou por pequenas empresas.

Diversas formas de estruturar a produção e de probabilidade de entrar no

mercado de trabalho, na qual não tem relacionamento com as firmas e questões

trabalhistas englobariam o setor informal aborda Ramos apud IPEA (2013).

Conforme Santos apud Krein e Proni (2010), o Quadro 3 das expressões

tradicionais da informalidade mostra como a literatura brasileira considera a

informalidade.

Dentre as expressões tradicionais, o quadro aborda o trabalhador por conta

própria, que é o enfoque deste trabalho, definido como o indivíduo que tem seu

próprio local para trabalhar ou é dono de seus meios para produzir ou proprietários

de pequenos negócios. O quadro também mostra outras situações ocupacionais

como os proprietários de pequenos negócios; os produtores para autoconsumo; os

membros voluntários de ONGs e do terceiro setor; os trabalhadores domésticos; e

os trabalhadores sem registro em carteira.

34

Quadro 3 - Expressões tradicionais da informalidade

SITUAÇÃO OCUPACIONAL DESCRIÇÃO

Proprietários de pequenos negócios

Núcleo central da informalidade clássica, baseada em pequenas unidades econômicas voltadas para o mercado, sem a utilização constante de mão-de-obra assalariada. São unidades geralmente familiares e não tipicamente capitalistas. Característica básica: não são registradas ou não respeitam a legislação vigente. É um segmento muito amplo e heterogêneo, que inclui os pequenos empregadores.

Trabalhador autônomo ou por

conta própria

São os que têm o seu próprio domicílio como local de trabalho ou proprietários de seus meios de produção, sem, no entanto, estarem assegurados pela seguridade social. Dois grupos se destacam: os que estão na informalidade como estratégia de sobrevivência e os que optaram, a partir de suas particularidades, pela atividade autônoma sem efetuar a formalização.

Produtores para autoconsumo

Ocupados que não têm uma atividade voltada para o mercado, com ênfase na produção agrícola familiar, mas incluindo a autoconstrução e o trabalho doméstico não remunerado.

Membros voluntários de ONGs e

do terceiro setor

Atividades não remuneradas, voluntárias, voltadas para atividades sociais e cooperativas, que não operam no mercado de trabalho.

Trabalhadores domésticos

Empregados em domicílios familiares, sem garantia de proteção social e acesso aos direitos básicos do trabalho.

Trabalhadores sem registro em carteira

Empregados em estabelecimentos que não têm o vínculo de emprego formalizado e, portanto, está à margem do sistema público de proteção social (aposentadoria, seguro-desemprego, auxílio doença e acidente, FGTS, PIS etc.). Também estão incluídos, nesta categoria, os trabalhadores sem remuneração.

Fonte: Santos apud Krein e Proni (2010, p. 27)

2.3.2 Trabalhador autônomo ou por conta própria

Krein e Proni (2010) destacam que historicamente o trabalho por conta

própria tem várias versões, o trabalho desqualificado e de pouco rendimento, o

especializado de grande rendimento, a prestação de serviço à empresa, o trabalho

de consultoria, o pedreiro, o motoboy etc.

35

Baltar apud Leone (2010) relata que a proliferação de pequenos negócios e a

terceirização de atividades, que antes eram elaboradas pelos funcionários, resultou

em um aumento de trabalhadores por conta própria nos anos 90.

Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) apud SEBRAE

(2009), os trabalhadores por conta própria são os que trabalham em seu próprio

negócio, à partir e uma atividade econômica, sem funcionários, sozinho ou com um

sócio, com ou sem ajuda de trabalhador.

Santos apud Krein e Proni (2010) explicam que trabalhadores por conta

própria e os pequenos proprietários exercem várias atividades parecidas, e alguns

trabalhadores autônomos passaram a ser pessoa jurídica. Para prestar um serviço

legalizado, com menos risco ou até mesmo pela nota fiscal exigida pelo cliente.

O trabalhador por conta própria possui ferramentas para trabalhar e a

autonomia para usar sua capacidade de trabalho, e quanto à organização da sua

tarefa e para comercializar seus serviços ou a oferta de seus produtos afirmam

Chahad e Cacciamali apud Krein e Proni (2010).

O Gráfico 9 apresenta a distribuição da população ocupada, conforme as

categorias de posição na ocupação de janeiro de 2004 à setembro de 2013. (IBGE,

2013)

Gráfico 9 - Distribuição da população ocupada segundo as categorias de posição na ocupação

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2013, p. 31-32)

A população por conta própria representava 5,3% em 2004 e teve uma queda

de 1,1 ponto percentual até o período de 2013. Ao contrário do total de empregados

73,6 74,5 75,4 75,3 76,1 75,9 76,9 77,5 77,6 77,6

20,4 19,6 19 19,3 18,6 18,8 18,1 17,5 17,5 17,9

5,3 5,1 4,8 4,8 4,6 4,6 4,5 4,5 4,5 4,2 0,8 0,8 0,8 0,6 0,6 0,7 0,5 0,4 0,4 0,3

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Total Empregados com e sem carteira assinada (%)

Conta Própria (%)

Empregador (%)

Não Remunerado de Conta Própria ou Empregador (%)

36

com e sem carteira assinada que representavam 73,6% em 2004 e avançou para

77,6% em 2013.

Mesmo assim durante os períodos de 2004 a 2013, os indivíduos por conta

própria tinham percentuais maiores do que os empregadores e os não remunerados

de conta própria ou empregador. (IBGE, 2013)

2.3.3 Características do trabalhador autônomo ou por conta própria

O IBGE (2012) destaca a partir da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílio) o Gráfico 10 que apresenta a distribuição percentual de homens com mais

de 16 anos de idade por ocupação, no período de 2001 a 2011 no Brasil.

Gráfico 10 - Distribuição percentual de homens de 16 anos ou mais de idade, segundo a posição na ocupação - Brasil - 2001/2011

Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2012, p. 137)

A faixa 6 representa o foco deste trabalho, o indivíduo que trabalha por conta

própria; a faixa 1 representa o empregado com carteira; a faixa 2 o empregado sem

carteira; a faixa 3 o trabalhador doméstico com carteira; a faixa 4 o trabalhador

doméstico sem carteira; a faixa 5 o militar ou funcionário público estatuário; a faixa 7

o empregador; a faixa 8 o trabalho na produção para o próprio consumo e na

construção para o próprio uso; e por último a faixa 9 que representa outro trabalho

não remunerado.

Faixa 1

Faixa 2

Faixa 3

Faixa 4

Faixa 5

Faixa 6

Faixa 7

Faixa 8

Faixa 9

2001 33,7% 21,7% 0,4% 0,5% 6,6% 29,1% 6,8% 3,3% 2,9%

2006 36,0% 20,6% 0,4% 0,5% 5,3% 25,6% 5,9% 2,6% 3,1%

2011 42,5% 16,8% 0,4% 0,5% 5,4% 25,4% 4,3% 3,0% 1,6%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

37

Os dados do IBGE (2012) revelam que na distribuição percentual de homens

que trabalham por conta própria (faixa 6) o percentual era 29,1% em 2001 e caiu

para 25,4% em 2011, uma diferença de 3,7 pontos percentuais.

A mesma classificação adotada para os homens em relação à atribuição das

faixas, também servem para representar a distribuição percentual das mulheres no

Gráfico 11.

Gráfico 11 - Distribuição percentual de mulheres de 16 anos ou mais idade, segundo a posição

na ocupação - Brasil - 2001/2011

Fonte: IBGE - PNAD (2012, p. 137)

No gráfico de distribuição percentual de mulheres, o trabalhador por conta

própria representava 20,9% em 2001 e caiu para 15,7%, uma diferença de 5,2

pontos percentuais. A população feminina por conta própria teve uma maior queda

durante os 10 anos, se comparada à população masculina por conta própria.

A Tabela 2 mostra a distribuição dos trabalhadores por conta própria,

conforme gênero no Brasil em 2004 a 2008, segundo IBGE apud Leone (2010).

Tabela 2 - Distribuição dos trabalhadores por conta própria conforme gênero - Brasil, 2004:2008

Gênero 2004 2008

Homem 69,0 66,8

Mulher 31,0 33,2

Total 100,0 100,0

Fonte: Elaborado pela autora a partir do IBGE - PNAD apud Leone (2010, p. 26)

Faixa 1

Faixa 2

Faixa 3

Faixa 4

Faixa 5

Faixa 6

Faixa 7

Faixa 8

Faixa 9

2001 25,8% 13,2% 4,6% 13,2% 12,6% 20,9% 3,5% 7,4% 7,7%

2006 27,6% 13,5% 4,5% 12,2% 8,8% 16,3% 2,8% 6,9% 7,4%

2011 35,1% 11,9% 4,6% 10,9% 9,9% 15,7% 2,3% 5,1% 4,4%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

38

Os dados do IBGE apud Leone (2010) mostram que o total de homens que

trabalham por conta própria no ano de 2004 foi de 69% e em 2008 caiu para 66,8%.

Já o total de mulheres que trabalham por conta própria apresentou um total de 31%

em 2004 e em 2008 aumentou para 33,2%.

Conforme IBGE apud Leone (2010), a Tabela 3 mostra os trabalhadores por

conta própria, conforme anos de estudos, gênero e cor no Brasil em 2008.

Tabela 3 - Trabalhadores por conta própria conforme anos de estudo, gênero e cor - Brasil, 2008

Anos de estudo

Distribuição

Homem Branco

Mulher Branca

Homem Negro

Mulher Negra

Menos de 8 52,8 37,1 69,5 50,9

De 8 a 10 15,8 17,8 14,9 20,6

De 11 a 14 22,7 31,6 13,6 25,6

15 ou mais 8,7 13,5 2,0 2,9

Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: IBGE - PNAD apud Leone (2010, p. 26)

Os dados do IBGE apud Leone (2010) revelam que quanto à baixa

escolaridade, os que se sobressaem são os negros, principalmente os homens. O

número de homens negros que tem menos de oito anos de estudos é maior que o

número de homens brancos também com menos de oito anos de estudos, uma

diferença de 16,7 pontos percentuais. A quantidade de mulheres negras com menos

de 8 anos de estudos também são maiores se comparados com as mulheres

brancas, com uma diferença de 13.8 pontos percentuais.

Em relação à renda, a Tabela 4 mostra o rendimento médio real que

habitualmente é recebido pelos indivíduos ocupados, referente aos trabalhadores

por conta própria, englobando 6 regiões metropolitanas. (IBGE, 2012)

Em 2003 a região de São Paulo teve o maior rendimento médio pela

ocupação trabalhador por conta própria, no valor em reais de 1.335,33. A região de

Recife apresentou um rendimento médio de 652,58 em reais, menos que a metade

do rendimento médio de São Paulo e bem longe do rendimento médio total, que teve

o valor em reais de 1.112,40. São Paulo manteve um maior rendimento médio real

até 2012, com o valor em reais de 1.818,63. Logo, Recife também se manteve com

o menor rendimento médio, com valor de 1.010,98 em reais, ainda longe do

rendimento médio total, que em foi de 1.551,23 em reais no período de 2012.

39

Tabela 4 - Rendimento médio real habitualmente recebido pela população ocupada, por regiões metropolitanas, segundo a posição na ocupação por conta própria (em reais)* - a

preços de dez/12

Conta própria

Total Recife Salvador Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Porto Alegre

2003 1.112,40 652,58 745,49 1.041,29 1.071,21 1.335,33 1.136,20

2004 1.104,73 657,83 739,87 1.050,10 1.077,97 1.316,79 1.117,58

2005 1.127,36 694,57 763,02 1.058,21 1.134,13 1.318,94 1.135,28

2006 1.180,07 687,79 779,38 1.120,38 1.157,78 1.396,37 1.277,43

2007 1.257,63 759,95 810,75 1.177,07 1.268,44 1.466,90 1.290,41

2008 1.309,53 729,27 852,06 1.223,04 1.353,51 1.529,61 1.281,90

2009 1.352,92 704,79 912,87 1.282,28 1.326,84 1.637,43 1.363,08

2010 1.396,90 801,30 919,96. 1.379,19 1.386,79 1.633,16 1.477,75

2011 1.453,29 872,54 996,92 1.449,04 1.458,64 1.642,13 1.594,30

2012 1.551,23 1.010,98 1.061,12 1.608.03 1.455,12 1.818,63 1.623,71

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego (2012, p. 18)

* Médias das estimativas mensais

Conforme IBGE (2013), a Tabela 5 mostra as variações do rendimento

habitual da população ocupada, conforme suas posições para as seis regiões do

Brasil, no período de setembro de 2012 a agosto/setembro de 2013.

Tabela 5 - Variações do rendimento real habitual da população ocupada, segundo as posições na ocupação, a preços de setembro de 2013, para as seis regiões

Rendimento médio real habitualmente recebido

Categorias de posição na ocupação

Setembro de 2012

Agosto de 2013

Setembro de 2013

Variação mensal

Variação anual

Empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado

1.720,53

1.748,09

1.758,20

0,6

2,2

Empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado

1.321,86

1.397,47

1.432,40

2,5

8,4

Militares e Funcionários Públicos

3.205,21

3.180,97

3.243,90

2,0

1,2

Pessoas que trabalham por conta própria

1.604,61

1.599,56

1.616,60

1,1

0,7

Fonte: IBGE (2013, p. 23)

Os trabalhadores por conta própria são o segundo que teve a menor variação

mensal com 1,1, perdendo para os empregados com carteira de trabalho assinada

no setor privado com uma variação de 0,6. Já anualmente, os indivíduos por conta

própria tiveram a menor variação, seguido dos militares e funcionários públicos.

(IBGE, 2013)

40

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho foi realizado pelo método qualitativo, definido por Creswell

(2010, p. 25) como “um meio para explorar e para entender o significado que os

indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano”.

O tipo de pesquisa realizada neste trabalho foi a descritiva, que enfoca

descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, focando o

funcionamento no presente, mencionam Lakatos e Marconi (2010).

Como técnica de pesquisa, foi empregada a pesquisa de campo neste

trabalho, descrito por Andrade (2010) como aquela que foca apanhar e registrar os

dados sobre o tema que se está estudando. Logo Severino (2007) declara que o

objetivo é abordado em seu próprio meio ambiente, sendo que a coleta de dados é

realizada naturalmente, os fenômenos são observados diretamente sem

interferência do pesquisador.

Também foi utilizada a pesquisa bibliográfica, sendo ela um resumo geral

sobre os trabalhos anteriores, que podem prover dados recentes e relevantes,

afirmam Lakatos e Marconi (2010). Em complemento, Severino (2007) alega que a

pesquisa bibliográfica desfruta de informações ou de teorias já trabalhadas por

outros pesquisadores e registradas.

A técnica de coleta de dados foi a observação direta extensiva, que segundo

Andrade (2010, p. 124) “baseia-se na aplicação de formulários e questionários;

medidas de opinião e de atitudes; testes; pesquisas de mercado; história de vida

etc". Para Rampazzo (2005) é caracterizada como observação sistemática de modo

direto, se aplica de modo direto os sentidos sobre no que se quer observar.

Neste estudo, como instrumentos de pesquisa foram empregados formulários,

descrita por Rampazzo (2005) como um conjunto de questões que tem como

objetivo apanhar específicas informações.

A população neste trabalho foi o empreendedor informal na região da

Topolândia. Para Lakatos e Marconi (2010) a população é o conjunto de seres

animados ou não, que apresentam alguma característica semelhante.

A amostra é uma parcela, adequadamente escolhida da população,

esclarecem Lakatos e Marconi (2010). Neste trabalho as amostras foram de vinte

elementos.

41

Existem dois tipos de amostragem. A amostragem probabilística, que pode se

sujeitar a tratamento estatístico, admitindo compensar falhas amostrais e outros

aspectos importantes para relevância da amostra; e a amostragem não

probabilística que é a de que, se não utilizar formas aleatórias de escolha, não é

possível empregar fórmulas estatísticas para calcular, esclarecem Lakatos e Marconi

(2010).

Para Bruni (2008), os modelos não probabilísticos são a amostragem

acidental ou por conveniência, cujos elementos da amostra são escolhidos por

acessibilidade ou facilidade de serem estudados; a amostragem por julgamento, no

qual são escolhidos para a amostra, de acordo com julgamento do perito no assunto,

julgando os mais adequados; a amostragem intencional ou proposital, no qual são

escolhidos intencionalmente os elementos da amostra; e a amostragem por quotas,

na qual define como um refinamento e uma tentativa de aprimorar a importância da

amostragem acidental.

O tipo de abordagem utilizado neste trabalho foi a amostragem não

probabilística e o modelo da amostragem acidental ou por conveniência. Em virtude

de que os elementos da amostra eram acessíveis a pesquisadora, pois no período

da pesquisa a mesma residia no mesmo bairro das fontes, tem parentesco com

alguns pesquisados, proximidade para conseguir as informações necessárias e

relevantes para a pesquisa, e também trabalhava por conta própria na região.

Alguns dos trabalhadores foram encontrados trabalhando em pontos fixos na rua, e

outros trabalhando em locais diversos pelo bairro. A abordagem de amostragem não

probabilística também foi escolhida pela inexistência de dados confiáveis sobre a

quantidade aproximada de empreendedores informais do bairro da Topolândia, para

se obter uma amostra exata.

Foram utilizados como comparativo para algumas questões da pesquisa

deste trabalho, os dados sobre os empreendedores em estágio estabelecido (TEE)

no Brasil. Andreassi et al (2012) definem como a taxa que abrange os indivíduos que

conduzam os negócios há mais 42 meses. Logo, que todos os trabalhadores

autônomos ou por conta própria entrevistados alegam estar no ramo de atividade

atual por mais de 3 anos e 6 meses.

42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O objetivo deste trabalho foi construir o perfil do empreendedor informal, mais

conhecido como trabalhador autônomo ou por conta própria, no bairro Topolândia,

município de São Sebastião, São Paulo. Para atingir tal objetivo, foram empregados

formulários para os trabalhadores autônomos ou por conta própria no bairro da

Topolândia entre o mês de março e abril de 2014.

O Gráfico 12 apresenta o ramo de atividade dos trabalhadores autônomos ou

por conta própria do bairro da Topolândia, pesquisados no período de março e abril

de 2014.

Gráfico 12 - Trabalhador autônomo ou por conta própria, segundo ramo de atividade

Fonte: Elaborado pela autora

Os trabalhadores autônomos ou por conta própria entrevistados exercem

atividades de trabalho diversas. De acordo com o gráfico, nove dos trabalhadores

autônomos ou por conta própria entrevistados, trabalham com comercialização de

enxovais; oito com a comercialização de alimentos; dois trabalham na

comercialização de roupas; e um trabalha com a comercialização de produtos

artesanais.

9

2

8

1

0 2 4 6 8 10

Comercialização de enxovais

Comercialização de roupas

Comercialização de alimentos

Comercialização de produtos artesanais

43

A Tabela 6 apresenta a distribuição dos trabalhadores autônomos ou por

conta própria, conforme gênero.

Tabela 6 - Distribuição dos trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme gênero

Gênero Quantidade %

Homem 14 70,0

Mulher 6 30,0

Total 20 100,0

Fonte: Elaborado pela autora

Conforme os dados coletados, o total de homens que trabalham como

autônomo ou por conta própria são 14 no total de 20 pesquisados (70%). Já as

mulheres são a minoria, representando seis dos 20 pesquisados, um total de 30%.

Os dados coletados no bairro da Topolândia, município de São Sebastião/SP

são semelhantes aos dados obtidos, sobre período entre 2004 e 2008, através do

IBGE apud Leone (2010). Os dados do IBGE apresentam a distribuição dos

trabalhadores por conta própria no Brasil em 2004 e 2008. Segundo a pesquisa, o

percentual de homens que trabalham por conta própria no ano de 2004 foi de 69% e

em 2008 foi de 66,8%. Já o percentual de mulheres que trabalham por conta própria

apresentou um total de 31% em 2004 e 33,2% em 2008.

Com relação à faixa etária, o Gráfico 13 aborda os trabalhadores autônomos

ou por conta própria, segundo faixa etária.

Gráfico 13 - Trabalhador autônomo ou por conta própria, segundo faixa etária: proporções

Fonte: Elaborado pela autora

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

18-24 25-34 35-44 45-54 55-64

10% 10%

5%

40%

35%

44

A faixa etária com o maior número de trabalhadores por conta própria em

estágio estabelecido na Topolândia é a faixa de 45 a 54 anos com oito trabalhadores

(40%), seguidos da faixa etária entre 55 e 64 anos com sete trabalhadores (35%). O

menor nível de trabalhadores por conta própria se encontra na faixa de 35-44 anos

com apenas um trabalhador (5%).

Na faixa etária dos empreendedores em estágio estabelecido (TEE)

apresentado por Andreassi e Macedo (2012), a faixa que se destaca é a de 35 a 44

anos (29,8%) no Brasil e na Região Sudeste (30,4%), e a faixa que tem o menor

número de empreendedores é a de 18 a 24 anos que no Brasil representa 4% e na

Região Sudeste 3,2%.

Os dados do bairro da Topolândia contradizem o que diz Barros, Mello e Pero

apud IPEA (2013) que no setor informal se concentra os trabalhadores autônomos

jovens.

Quanto à cor da pele, a Tabela 7 apresenta a distribuição dos trabalhadores

autônomos ou por conta própria conforme cor.

Tabela 7 - Distribuição dos trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme cor

Cor Quantidade %

Branca 10 50,0

Parda ou negra 10 50,0

Total 20 100,0

Fonte: Elaborado pela autora

Pode-se notar na tabela acima, que 50% dos trabalhadores autônomos ou por

conta própria são de cor branca e os outros 50% são de cor parda ou negra. Para

Barros, Mello e Pero apud IPEA (2013) no setor informal se concentra os

trabalhadores autônomos de cor parda.

No caso do nível de escolaridade, o Gráfico 14 apresenta o trabalhador

autônomo ou por conta própria, segundo o nível de escolaridade.

De acordo com a pesquisa, 12 dos 20 trabalhadores por conta própria em

estágio estabelecido (60%) se encontram na faixa dos trabalhadores sem educação

formal, ou ensino fundamental incompleto ou completo, ou ensino médio incompleto.

Em seguida, a faixa dos trabalhadores com ensino médio completo e curso

superior incompleto se destaca, representando oito dos 20 trabalhadores por conta

própria em estágio estabelecido (40%). Logo, a faixa 3 e a faixa 4 não apresenta

nenhum trabalhador por conta própria.

45

Gráfico 14 - Empreendedores em estágio estabelecido (TEE) segundo nível de escolaridade: proporções

Fonte: Elaborado pelo autora

Os números são próximos aos do Brasil e Região Sudeste em 2012,

apresentados por Andreassi et al (2012). Os dados mostram o nível de escolaridade

dos empreendedores em estágio estabelecido (TEE). A faixa 1 é que ganha

destaque no Brasil (55,2%) e na Região Sudeste (45,4%). Seguidos da faixa 2 que

representam 35,3% no Brasil e 41,4% na Região Sudeste. Os dados do nível de

escolaridade dos empreendedores estabelecidos no Brasil e na Região Sudeste, vão

ao encontro com os do nível de escolaridade dos trabalhadores autônomos ou por

conta própria estabelecidos no bairro da Topolândia. Ambos apresentam maior nível

na faixa 1 e na sequência a faixa 2.

Os dados confirmam conceito de Barros, Mello e Pero apud IPEA (2013), que

traz que no setor informal se concentra trabalhadores com um baixo grau de

escolaridade.

Quanto à renda, o Gráfico 15 apresenta o trabalhador autônomo ou por conta

própria em estágio estabelecido (TEE), conforme faixa de renda mensal. Os valores

de referência são os do salário mínimo de 724,00 reais, no mês de janeiro de 2014.

Cinco dos 20 trabalhadores autônomos ou por conta própria entrevistados

(25%) afirmam receber entre 3 e 6 salários mínimos. Logo, 15 alegam que recebem

Faixa 1: Sem educação

formal; ensino fundamental incompleto;

ensino fundamental completo e

ensino médio incompleto

Faixa 2: Ensino médio

completo e curso superior

incompleto

Faixa 3: Curso superior

completo; especializações e mestrado incompleto

Faixa 4: Mestrado completo; doutorado completo e incompleto

Série1 60% 40% 0% 0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

46

menos de 3 salários mínimos mensalmente (75%). Nenhum dos entrevistados

alegam que recebem mais de 6 salários por mês.

Gráfico 15 - Trabalhador autônomo ou por conta própria em estágio estabelecido (TEE),

conforme faixa de renda mensal: proporções

Fonte: Elaborado pela autora

Os dados coincidem com os apresentados pelo GEM (Global

Entrepreneurship Monitor), sobre os empreendedores em estágio estabelecido

(TEE) no Brasil e a Região Sudeste em 2012. A faixa de empreendedores que

recebem menos de 3 salários é predominante no Brasil, com o percentual de 48.5%.

Já na Região Sudeste, a faixa que se destaca é a de 3 a 6 salários mínimos que

representa 52.8% dos empreendedores. (ANDREASSI et al, 2012)

Os valores sobre a renda mensal recebido pelo trabalhador autônomo ou por

conta própria em 2014 apresentados no gráfico, também se asemelham com os

dados do IBGE (2012), que mostra que os o rendimento médio real que

habitualmente é recebido pelos trabalhadores por autônomo ou por conta própria no

estado de São Paulo em 2012, com valor em reais de 1.818,63, aproximadamente

equivalente a três salários mínimos em 2012.

Com relação à experiência prévia, a Tabela 8 aborda os trabalhadores

autônomos ou por conta própria, conforme experiência profissional prévia.

Segundo os dados da Topolândia, os trabalhadores que têm experiência

profissional além do negócio atual são 45%, representando nove dos 20

trabalhadores pesquisados. E, os trabalhadores que não têm experiência prévia

75%

25%

0 0

Menos de 3 salários mínimos

3 a 6 salários mínimos

6 a 9 salários mínimos

Mais de 9 salários mínimos

47

representam 11 (55%). Para os autores Bessant e Tidd (2009), a experiência

profissional prévia é um fator que afeta a possibilidade de fundar um novo

empreendimento.

Tabela 8 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme experiência prévia

Experiência profissional prévia %

Sim 9 45%

Não 11 55%

Total 20 100%

Fonte: Elaborado pela autora

A Tabela 9 exibe o trabalhador autônomo ou por conta própria, referente à

experiência prévia, se têm relação o negócio atual.

Tabela 9 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme experiência prévia

Experiência prévia - Tem relação com o negócio atual %

Sim 3 33,33%

Não 6 66,66%

Total 9 100%

Fonte: Elaborado pela autora

Segundo a tabela acima, apenas três dos nove trabalhadores com

experiência prévia (33,33%), atualmente exerce uma atividade que têm relação com

a experiência profissional anterior.

Hisrich, Peters e Shepherd (2009) afirmam que o melhor indicador para

prever o sucesso é a experiência, em especial quando o novo empreendimento tem

relação com a atividade exercida anteriormente.

No caso dos trabalhadores autônomos ou por conta própria pesquisados, a

experiência prévia profissional não mostra ser um fator decisivo para a longevidade

do negócio, já que não representa nem metade dos trabalhadores e apenas uma

minoria tem relação com a atividade exercida atualmente.

Quanto aos funcionários, a Tabela 10 expõe quais trabalhadores autônomos

ou por conta própria possuem funcionários.

Tabela 10 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme quais possuem funcionários

Trabalhador autônomo ou por conta própria Têm funcionários %

Sim 3 15%

Não 17 85%

Total 20 100%

Fonte: Elaborado pela autora

48

Pode-se notar na tabela 10, uma minoria de três indivíduos dos 20

entrevistados (15%) têm funcionários, e os 3 que têm alegam ter 1 funcionário.

Com relação aos sócios, todos os trabalhadores entrevistados, alegam não

ter sócios no negócio atual.

Os dados vão de encontro com a teoria do IBGE apud SEBRAE (2009), que

afirma que o trabalhador por conta própria trabalha em seu próprio negócio sem

funcionários, sozinho, ou com um sócio, com ou sem ajuda de trabalhador.

Referente a motivação, a Tabela 11 aborda os trabalhadores autônomos ou

por conta própria, conforme os motivos que levaram os indivíduos a empreenderem.

Tabela 11 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme motivos para empreenderem

MOTIVOS Sim Não

Obter uma renda 20 0

Independência 13 7

Falta de opção 6 14

Não teve acesso ao mercado de trabalho 8 12

Não teve acesso a educação 9 11

Não teve condições de empreender de modo estruturado 20 0

Reconheceu uma oportunidade 2 18 Fonte: Elaborado pela autora

A tabela comprova que todos os trabalhadores autônomos ou por conta

própria alegam que o fator de obter uma renda foi decisivo para abrirem um negócio;

a independência também é o motivo para 13 indivíduos; seis pessoas alegam que a

falta de uma opção melhor de emprego também é um motivo; 12 trabalhadores

alegam que não tiveram acesso ao mercado de trabalho; todos também afirmam que

não tiveram condições de empreender de modo estruturado; e apenas dois dizem

que reconheceram uma oportunidade no mercado de trabalho.

As informações da tabela mostram que grande parte dos trabalhadores

entrevistados tem razões parecidas ao dos empreendedores por necessidade.

Empreendedor por necessidade é conceituado por Andreassi et al (2012), como

indivíduos que começam um empreendimento autônomo, por não existir melhor

alternativa de trabalho, com objetivo de obter renda. E, Dornelas (2007) afirma que

os empreendedores por necessidade iniciam o negócio por falta de opção, e na

maioria das vezes não tem acesso ao mercado de trabalho, e as condições de

trabalhar de modo estruturado não são acessíveis a estes empreendedores.

49

Diferentemente dos indivíduos que empreendem após reconhecer uma

oportunidade ou enxergar um nicho de mercado são denominados empreendedores

por oportunidade. (GRECO et al, 2005)

Quanto ao planejamento, a Tabela 12 exibe quantos trabalhadores

autônomos ou por conta própria planejam e têm visão do futuro.

Tabela 12 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme planejamento e visão do futuro

Têm planejamento e visão do futuro %

Sim 10 50%

Não 10 50%

Total 20 100%

Fonte: Elaborado pela autora

A tabela acima mostra que 50% dos trabalhadores entrevistados têm

planejamento e visão do futuro quanto ao negócio, e os outros 50% alegam não ter

planejamento e visão do futuro no negócio.

As informações da tabela coincidem com a teoria do empreendedor por

necessidade, que conforme Longenecker (2007) empreendedores por necessidade

têm planejamento mínimo quanto ao crescimento e as futuras transformações.

Dornelas (2008) destaca que este empreendedor não planeja, não tem visão de

futuro.

Referente a estratégias de marketing, a Tabela 13 aborda os trabalhadores

autônomos ou por conta própria, segundo estratégia de marketing tradicional.

Tabela 13 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme estratégia de marketing tradicional

Utilizam estratégia de marketing tradicional %

Sim 9 45%

Não 11 55%

Total 20 100%

Fonte: Elaborado pela autora

Nove dos 20 trabalhadores entrevistados (45%) alegam utilizar algum tipo de

estratégia de marketing tradicional. E 11 (55%) afirmam não utilizar estratégias de

marketing.

Os dados da Topolândia mostram que nem todos os trabalhadores

autônomos ou por conta própria utilizam estratégia de marketing tradicional. Esse é

um aspecto que também caracteriza o empreendedor por necessidade. Como

50

aborda Longenecker (2007), os empreendedores por necessidade utilizam

estratégias de marketing tradicionais.

Com relação às tomadas de decisões, a Tabela 14 aborda quantos dos

trabalhadores autônomos ou por conta própria costumam tomar decisões em

ambientes inseguros.

Tabela 14 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme tomada de decisão

Tomam decisões em local inseguro %

Sim 20 100%

Não 0 0

Total 20 100%

Fonte: Elaborado pela autora

Conforme a tabela acima, todos os entrevistados alegam que costumam

tomar decisões em locais inseguros.

Os dados da Topolândia vão de encontro com a teoria de Hisrich, Peters e

Shepherd (2009), que afirmam que é frequente o empreendedor tomar decisões em

ambientes inseguros, com riscos, pressões de tempo e investimento emocional.

A Tabela 15 aborda os trabalhadores autônomos ou por conta própria,

segundo conflitos.

Tabela 15 - Trabalhadores autônomos ou por conta própria, conforme conflitos - Topolândia - Março-Abril 2014

Ficam a vontade com conflitos %

Sim 19 95%

Não 1 5%

Total 20 100%

Fonte: Elaborado pela autora

Pode-se notar na tabela acima, que 19 dos 20 entrevistados (95%) afirmam

que se sentem a vontade com conflitos. Apenas 1 entrevistado (5%) alega não se

sentir a vontade com conflitos no negócio.

O resultado dos dados da Topolândia é semelhante ao conceito dos

empreendedores segundo Dornelas, Timmons e Spinelli (2010) que afirmam que os

empreendedores suportam as incertezas e a falta de clareza e se sentem à vontade

com conflitos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este projeto respondeu a pergunta do problema, sobre qual o perfil do

empreendedor informal do bairro Topolândia, no município de São Sebastião/SP. Os

resultados obtidos conferem com a hipótese deste trabalho. O propósito deste

trabalho foi atingido ao construir o perfil, identificando as características

sociodemográficas desse empreendedor informal. A partir de uma amostragem não

probabilística, e um modelo acidental ou por conveniência. Tal amostragem foi

escolhida porque os elementos da amostra eram acessíveis a pesquisadora.

Também pela inexistência de dados confiáveis sobre a quantidade aproximada de

empreendedores informais no bairro da Topolândia, para se obter uma amostra

exata.

Através da pesquisa bibliográfica e de formulários aplicados aos

trabalhadores autônomos ou por conta própria da região foram levantadas

características sociodemográficas desse empreendedor informal abordadas a seguir.

A comercialização de enxovais e de alimentos são os ramos de negócios

mais escolhidos pelos empreendedores informais da Topolândia como atividade de

trabalho. Estes empreendedores informais são homens, com a faixa etária entre 45

e 54. Metade desses empreendedores é de cor branca e a outra metade é de cor

negra ou parda.

Os empreendedores informais da Topolândia não têm educação formal, ou

têm ensino fundamental incompleto ou completo, ou ensino médio incompleto, e

grande parte não têm experiência profissional prévia. Aqueles que têm experiência

profissional prévia, atualmente não exercem atividades relativas à experiência

profissional anterior. Estes empreendedores recebem menos de três salários

mínimos, trabalham sozinhos, não têm funcionários e não têm sócios.

Como fatores decisivos para a abertura do negócio, os empreendedores

informais apontaram a obtenção de uma renda e o fato de que não tiveram

condições de empreenderem de modo estruturado.

Metade dos empreendedores informais entrevistados faz planejamento e tem

visão do futuro. Estes empreendedores não costumam utilizar estratégia de

marketing tradicional. Costumam tomar decisões em local inseguro. E, se sentem a

vontade com conflitos.

52

Conclui-se que o objetivo deste projeto foi atingido, ao identificar o perfil do

empreendedor informal da Topolâdia, no município de São Sebastião/SP. Este

trabalho dispõe de dados sobre as principais características e traços, até o momento

ausentes sobre o empreendedor informal do bairro da Topolândia. Os dados

levantados podem ser necessários para futuros projetos relacionados ao tema deste

projeto.

53

6 REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

Formulário

1) Ramo de atividade atual: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Tempo em que está nesse ramo de atividade. *42 meses = 3 anos e 6 meses: ( ) Menos de 42 meses ( ) Mais de 42 meses 3) Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino 4) Idade: ( ) 18-24 ( ) 25-34 ( ) 35-44 ( ) 45-54 ( ) 55-64 5) Cor: ( ) Branca ( ) Parda ou Negra 6) Nível de escolaridade: ( ) Sem educação formal; Ensino fundamental incompleto; Ensino fundamental completo; Ensino médio incompleto. ( ) Ensino médio completo; Curso Superior incompleto. ( ) Curso superior completo; Especializações e mestrado incompleto. ( ) Mestrado completo; Doutorado completo e incompleto. 7) Renda mensal: *Salário mínimo 724,00 - valores de referência em reais no mês de janeiro de 2014. ( ) Menos de 3 salários mínimos: Menos de 2.172,00 ( ) 3 a 6 salários mínimos: De 2.172,00 à 4.344,00 ( ) 6 a 9 salários mínimos: De 4.344,00 à 6.516,00 ( ) mais de 9 salários mínimos: Mais de 6.516,00 8) Experiência profissional além do negócio atual (Se a resposta for não pular para a questão 9): ( ) Sim ( ) Não 9) Se a resposta da questão 6 for sim, tem relação com a atividade exercida atualmente: ( ) Sim ( ) Não 10) Funcionários: (Se a resposta for não pular para questão 12). ( ) Sim ( ) Não 11) Se a resposta da questão 10 for sim, colocar quantidade de funcionários: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ou mais.

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12) Sócios: ( ) Sim ( ) Não

13) Por que decidiu empreender? Marque quantas opções forem necessárias: ( ) Para obter uma renda ( ) Pela independência no trabalho ( ) Por falta de opção ( ) Não teve acesso ao mercado de trabalho ( ) Não teve acesso a educação ( ) Não teve condições de empreender de modo estruturado ( ) Reconheceu uma oportunidade no mercado 14) Tem planejamento e visão do futuro no negócio? *Faz planos para seu negócio no futuro? Exemplo: Aumentar a variedade de produtos oferecidos. ( ) Sim ( ) Não 15) Utiliza estratégias de marketing tradicionais? *Divulga de modo tradicional a empresa. Por exemplo: Folhetos; Cartões de visita; Correio eletrônico; Jornal e revista; Boca a boca. ( ) Sim ( ) Não 16) Toma decisões em ambientes inseguros? *Lugar ou situação onde não está acostumado a tomar decisões e que se sente desconfortável. Por exemplo: alguma mudança de lei, de preço ou até mesmo de fornecedor. ( ) Sim ( ) Não 17) Suporta as incertezas e se sente a vontade com conflitos? *Encara as situações com dúvidas. Quando não sabe ao certo e se está sob pressão ou com problemas. Por exemplo: Quando está com problemas com fornecedores ou com clientes. ( ) Sim ( ) Não

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