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Ano VI / nº68 | Diretor: Norberto Luís | Periodicidade: Mensal | www.diariodalagoa.com | facebook.com/diariodalagoa | Novembro 2019 | Preço: Gratuito Este movimento religioso, fundado nos Açores em 1867, tem, contudo, ori- gem remota em França, onde surgiu em 1844. Chegou a Portugal em 1864. Pub. Página 06 Centro do Apostolado da Oração de Nossa Senhora do Rosário é o mais antigo da Diocese de Angra Foto: DL Filarmónica Estrela D’Alva tem novo maestro Associação de Pais da EBI de Lagoa assinala 10 anos Página 07 Úlma página Ciclovia da Lagoa será uma realidade em 2020 Página 03 Páginas 08 e 09 São Martinho volta a ser comemorado na Lagoa Foto: DL

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Page 1: Centro do Apostolado da Oração de Nossa Senhora do …história Desculpa… Por acaso és uma bruxa?, de Emily Horn. Durante o conto, apelou-se à interação das crianças, que

Ano VI / nº68 | Diretor: Norberto Luís | Periodicidade: Mensal | www.diariodalagoa.com | facebook.com/diariodalagoa | Novembro 2019 | Preço: Gratuito

Este movimento religioso, fundado nos Açores em 1867, tem, contudo, ori-gem remota em França, onde surgiu em 1844. Chegou a Portugal em 1864.

Pub.

Página 06

Centro do Apostolado daOração de Nossa Senhora do Rosário é o mais antigo da

Diocese de Angra

Foto: DL

Filarmónica EstrelaD’Alva tem novo maestro

Associação de Pais da EBIde Lagoa assinala 10 anos

Página 07 Última página

Ciclovia da Lagoa seráuma realidade em 2020

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Páginas 08 e 09

São Martinho volta a ser comemorado na Lagoa

Foto: DL

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Diário da Lagoa | novembro 2019Página 02 EBI DE LAGOA/ EBI DE ÁGUA DE PAU

Parabéns, bibliotecas escolares!

No dia 21 de Setembro, no auditório daExpolab, a Escola Básica Integrada de Lagoareconheceu os alunos do 4º e 6º anos deescolaridade que mais se destacaram noano letivo 2018/2019. Assim, foram atribuí-dos 17 certificados de Mérito Académico aalunos do 4º ano e 7 a alunos do 6º ano; 14certificados de Mérito Desportivo e 1 certi-ficado de Mérito Cívico.

Parabéns aos alunos premiados e a todosos que contribuíram para o seu sucesso!

Entrega de Prémios de Mérito Académico, Cívico e Desportivo Se dúvidas ainda restam quanto ao facto

de as bibliotecas se adaptarem aos novostempos e aos gostos e interesses dos maisnovos, elas desvanecem-se quando olha-mos para a forma como os alunos encarameste espaço escolar, cativados pelos seusrecursos, pelo seu programa e pelo tipo deapoio disponibilizado. Na EBI de Água dePau, a biblioteca nunca é um espaço vazioe, também por isso, a felicitamos neste mêstão especial em que se comemoram inter-nacionalmente as bibliotecas escolares.

A data foi assinalada pela primeira vez emoutubro de 1999 com o objetivo de desta-car a importância destas instituições naeducação, bem como para promover ogosto pela leitura. E foi com isto em menteque a BEAP planeou para este mês um con-junto de projetos e atividades focadas natemática, conciliando-a com elementos deHalloween, num casamento que resultouem perfeição, não fossem as bruxas e osgatos pretos os grandes amigos das biblio-tecas.

Realizadas pelos alunos com programasespecíficos de aprendizagem - Pré- profis-sionalizante (5ºano), Socioeducativo (1ºCiclo), Ocupacional (6ºano) e ProgramaDespiste e Orientação Vocacional (4ºano) -sob a orientação da professora da equipada BE, Zaida Pereira, estas atividades deco-rativas vieram lembrar que a BE pretende,cada vez mais, ser um espaço inclusivo eaberto a toda a comunidade educativa.Para além da gratificação a nível pessoalsentida por estes alunos, verificou-se ummaior empenho nas atividades desenvolvi-das em sala de aula nas diversas disciplinas.Por outro lado, a Biblioteca ganhou umnovo foco de interesse e a afluência dacomunidade educativa ao seu espaçoaumentou.

Também os alunos do ensino pré-escolarmarcaram presença na BE neste mês espe-cial. Levados pelas suas educadoras àbiblioteca, onde puderam apreciar o es-paço, para muitos pela primeira vez, des-frutaram, na rubrica “Hora do Conto”, dahistória Desculpa… Por acaso és umabruxa?, de Emily Horn. Durante o conto,apelou-se à interação das crianças, que iamcolaborando com a sua forma tão única eespecial, e procurou-se desmistificar a ideiade que os gatos pretos dão azar (motivopelo qual são, tantas vezes, maltratados) ede que as bruxas são cruéis e insensíveis (oque provoca tanto medo aos mais peque-ninos). Por fim, para terminar a atividadede forma divertida, a docente da BE, Cata-rina Viveiros, ensinou às crianças a letra dacanção “Não se atira o pau ao gato” e todosa cantaram com o trecho musical respetivo.Já na oficina de Expressão Plástica, os alu-nos com idades compreendidas entre os 2e os 3 anos de idade, executaram um fan-tasminha a 3D feito com plasticina, pau deespetada e guardanapos de papel. Foimuito motivador ver o entusiasmo destesalunos, com a sua destreza manual aindaténue.

A par destas rubricas anuais, outros pro-jetos de articulação curricular alusivos às

comemorações foram dinamizados pelosrestantes membros da equipa, sempreguiados pelo mesmo princípio que orien-tará toda a atuação da biblioteca, que é oda colaboração. Colaborar no processo deaprendizagem, articulando conteúdos e dis-ciplinas, é o objetivo número um da BEneste ano letivo e muitos são os projetospensados para o concretizar.

Disso são exemplo a articulação feita naSemana da Alimentação, de 14 a 18 de ou-tubro. A apresentação do conto A Lagarti-nha muito comilona, de Eric Carl, aosalunos do 1.º ano deu o mote para a explo-ração de números, operações e dias da se-mana com a ajuda do robot DOC. Este novo“amiguinho” da BE percorreu, com a ajudados alunos, um tapete cheio de números efrutos criado para o efeito e fez as delíciasdos pequenitos com a oferta de uma espe-tada saudável de fruta e gelatina aos ven-cedores, que foram todos, pelo seu enormeempenho na atividade. Os alunos do 3.ºano também perceberam a importância delevar uma vida equilibrada com o projeto“Ler é saudável” através de uma história deVictor Rui Dores, “O menino que não queriaser guarda-redes”. Esta apresentou-lhes umdesporto novo, que posteriormente joga-ram na aula de Expressão Físico-motora.

Outro exemplo de cooperação curricularvivido em outubro foi o projeto “Warmingup”, feito com o 5.ºA, que juntou a Músicaà Cidadania na criação de músicas dedica-das à problemática ambiental.

A rubrica “Palavrada” trouxe ao 1.º e ao3.º ciclo temas de acesa discussão emtorno dos nossos medos e das formas delidar com eles, com objetos e rituais “má-gicos”, e das discriminações pessoais deque os alunos ou os seus próximos foramalvo ao longo da vida, compiladas em “li-vros- pessoas” na atividade “Biblioteca Hu-mana”, com o 7.ºA e o 9.ºA.

De resto, foram elaborados vários recur-sos físicos e digitais sobre bibliotecas eobras do Plano Nacional de Leitura, divul-gados na página do Facebook e no novo siteda BE (bit.ly/beaguadepau), usados para di-namizar o Cantinho da Criatividade, queocupa alguns dos tempos livres dos leitoresmais pequeninos.

Para isto, foi fundamental o enorme con-tributo dos estagiários da BE da turma do5.ºPP, que dispõem, este ano, de uma salade recursos multifuncionais dentro do es-paço da biblioteca, onde colaboram com otrabalho planificado, juntamente com assuas docentes, Sandra Mendes e ElisabeteLopes. Também eles são parte da equipa daBE e com ela partilham esta missão de levara leitura e a aprendizagem a todos de for-mas criativas e variadas. Tudo para que “Bi-blioteca” continue a ser uma palavra dopresente com o enorme potencial demudar o futuro.

A equipa da BE

Foto: EBI AP

No dia 21 de setembroa Praça do Nonagon en-cheu-se de alegria, commuita música, jogos, arte-sanato, ciência, dança…

Na Feira de Ocupação detempos Livres, da respon-sabilidade da Associaçãode Pais e Encarregados deEducação da EBI de Lagoa(à qual também se asso-ciou a EBI de Lagoa), as

crianças, jovens, pais e en-carregados de educaçãotiveram a oportunidadede contactar com um con-junto de atividades extra-curriculares quepoderão ser excelentesopções de ocupação detempos livres que, deforma saudável, comple-mentem a educação dosjovens lagoenses.

VII Feira de Ocupação dos Tempos Livres

De 23 a 30 de Se-tembro a Biblioteca Es-colar deu as boas vindasaos novos alunos daEB2, 3 Padre João Josédo Amaral. As turmasde 5º Ano, DOV e PCA

foram recebidas pelaequipa da biblioteca,em sessões onde se deuenfase à importância daleitura e onde foramexplicadas as normas defuncionamento doespaço.

Bem-vindos à Biblioteca

No dia 1 de outubrocelebrou-se o Dia Mun-dial da Música. Esta datafoi comemorada pela EBIde Lagoa com um con-certo dado pela BandaMilitar dos Açores noCine Teatro Lagoense.

A organização desta ativi-dade foi da responsabili-dade da Equipa daBiblioteca Escolar e doClube de Música da EBIde Lagoa, cujos alunostambém tiveram oportu-nidade de brilhar.

Comemoração do Dia Mundial da Música

A Equipa da Saúde Esco-lar, no dia 14 de outubrorealizou o concurso “AMinha Lancheira Saudá-vel” no qual participaram osalunos do 2º Ciclo e contoucom a colaboração da nutri-cionista da DRE, Dra. Cata-rina Carvalho.

Esta equipa, com a colabo-ração do Departamento deMatemática e Ciências, pro-porcionou, no dia 16 de ou-tubro, à comunidadeeducativa da EB 2,3 PadreJoão José do Amaral, a de-gustação de um lanche sau-dável, como forma de

assinalar o Dia Mundialda Alimentação.

Para a concretizaçãodesta atividade contoucom a generosidade daFinançor Agro-Alimen-tar S.A., Boa Fruta,Yoçor, Continente daLagoa, Junta de Fregue-sia do Rosário e dosenhor André Oliveira,que ofereceram os génerosalimentícios.

Graças à colaboração daempresa Portas Amarelas,foi ainda oferecido umautocolante alusivo à ativi-dade, cuja imagem é daautoria do professor Moisés

Carvalho.Agradecemos a todos os

que colaboraram na prepa-ração e distribuição do lan-che.

Noélia Cunha (Coordena-dora da Saúde Escolar)

Dia Mundial da Alimentação

Fotos: EBIL

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Diário da Lagoa | novembro 2019 Página 03ESL/ LOCAL

Conferência sobre: “Exploração Espacial – A última fronteira!”

Realizou-se no passado mês desetembro, no auditório da EscolaSecundária da Lagoa, uma confe-rência, denominada “ExploraçãoEspacial – A última fronteira? Geo-caching no Espaço?”. Esta palestradestinou-se essencialmente a alu-nos do ensino secundário, estandoo auditório completamentelotado, e foi palestrante o Profes-

sor Doutor Pedro Mota Machado,que se havia deslocado a S.Miguel, a convite do Governo Re-gional dos Açores, para participarna Noite do Cientista. Esteve tam-bém presente a Sra. VereadoraAlbertina Oliveira, em representa-ção da Câmara Municipal daLagoa.

O coordenador do Clube de Geo-caching, Professor Luis Machado,efetuou uma pequena apresenta-ção sobre as caches alusivas aoespaço, que existem um poucopor todo o mundo (e tamb´4maqui em S. Miguel) e tambémsalientou a existência de um trac-kable de Geocaching na EstaçãoEspacial Internacional. Referiuainda a cache “Starwars no Oasa”que o Clube está a produzir emconjunto com o ObservatórioEspacial de Santana – Açores. De

seguida o conferencista efetuouuma apresentação sobre a explo-ração espacial, tendo referido vá-rios dos projetos que estão a serplaneados e sobre outros já emexecução. Também falou sobrealgumas das mais recentes desco-

bertas relativas aos “exo-plane-tas”.

Clube encontra 1.000 caches

Têm sido muitas as caches en-contradas pelos membros (alunos

e professores) deste Clube deGeocaching, nestes últimosmeses, tendo, recentemente, sidoatingida a “marca” das mil caches!

Luis Filipe Machado e MarcoPereira

Ciclovia da Cidade de Lagoa vai ser uma realidade em 2020A ciclovia da Cidade de Lagoa

deverá ser uma realidade já nopróximo ano. A 14 de outubro, foilançada a primeira pedra do iníciodaquela que é considerada umagrande obra na Lagoa.

Segundo a presidente da Câmarade Lagoa, “para além de valorizarparte da frente marítima dacidade de Lagoa, esta obra repre-senta um investimento do municí-pio demonstrativo daquilo que sepretende para o concelho e, emgeral, para a ilha de São Miguel,tanto em termos ambientais,como turísticos, em prol de umacidade que aposta na descarboni-zação, promoção de estilos de vidasaudáveis junto dos seus muníci-pes e visitantes, contribuindo,desse modo, para uma mobilidadeurbana sustentável”.

A construção da ciclovia da Ci-dade de Lagoa compreenderá,assim, a requalificação de umaárea extensiva entre o Portinho deSão Pedro e o Largo do Cruzeiro,num valor orçado em quase ummilhão de euros. Entre o Portinhode São Pedro e a Avenida Vulcano-lógica, será construída uma plata-forma com pista ciclável partilhadabidirecional. Nas zonas rochosas

de maior declive, a pista será ma-terializada através de um passa-diço, minimizando a intervençãoem termos ambientais. Já a ilumi-nação será LED, com postes aolongo de toda a ciclovia. Nas zonasde acesso secundário e no passa-diço, serão colocadas lumináriasde encastrar na parede, de modoa não retirar o caráter principal daciclovia. A mesma vai surgir emmalha urbana, que compreenderázonas habitacionais, industriais ecomerciais, entre outros equipa-mentos públicos e privados comfluxos de pessoas.

Para a Presidente da Câmara Mu-nicipal de Lagoa o início desta obrarepresenta “um marco há muitoaguardado pelos munícipeslagoenses, afirmando que se “as-siste a um momento memorávelda história lagoense” e a “um atopúblico de grande importância.

Com um plano de execução de 9meses, esta empreitada será divi-dida em três grupos, nomeada-mente a construção da ciclovia,em dois troços, um mirante e umcentro interpretativo e, serão uti-lizados materiais regionais, no-meadamente criptoméria, pedrade basalto e espécies endémicas.

A edil anunciou ainda o projeto

de mobilidade sustentável, quedesincentivará o uso de veículosmotorizados e individuais, reequi-librando a afetação do espaçopúblico aos diferentes modos dedeslocação, através da criação debolsas de estacionamento e a suainterligação regular com os servi-ços, comércio e equipamentosurbanos.

Trata-se de um circuito municipalde transporte público de passagei-ros, elétrico, sendo que, para oefeito submeterá uma candidaturada edilidade lagoense ao POAço-res2020.

Falando na cerimónia de lança-

mento da primeira pedra da obra,a Secretária Regional dos Trans-portes e Obras Públicas afirmouque este é um exemplo de investi-mento que, além de beneficiar aqualidade de vida dos locais, con-tribui também para o fortaleci-mento do ciclo dedesenvolvimento e progresso daRegião no seu todo.

Ana Cunha frisou que, por todasas mais-valias que esta obra repre-senta, a Lagoa “reforça ainda maiso contributo que dá para o pro-cesso de desenvolvimento daRegião”, salientando que isso é no-tório num conjunto de investimen-

tos públicos e privados que esteconcelho recebeu e continua areceber nas mais diversas áreas.

A governante sublinhou a opçãoda autarquia de avançar em áreasdeterminantes para a melhoria daqualidade de vida dos Lagoenses,ao mesmo tempo que denota“também a visão de contribuir, poresta via, para o esforço que temsido feito pelo Governo de capaci-tar a Região com as infraestruturasnecessárias ao desenvolvimentosustentável”.

DL/CML

Foto

s: C

GESL

Foto: DL

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PUBLICIDADEPágina 04 Diário da Lagoa | novembro 2019

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Página 06 REPORTAGEM Diário da Lagoa | novembro 2019

Centro do Apostolado da Oração de Nossa Senhora do Rosário é o mais antigo da Diocese de Angra

O Centro do Apostolado daOração de Nossa Senhora do Rosá-rio é, sabe-se, o mais antigo daDiocese de Angra e um dos maisantigos de Portugal, tendo sidofundado em 1867.

Esse movimento religioso doApostolado da Oração tem, con-tudo, origem remota na França,onde surgiu, pela primeira vez, em1844, tendo vindo para Portugalem 1864, e, pela primeira para osAçores, designadamente paraNossa Senhora do Rosário, em1867. Instalada em Nossa Senhorado Rosário por iniciativa do padreJacinto Ignacio de Souza, este na-tural, precisamente, da freguesiade Nossa Senhora do Rosário, naaltura, ainda, o Papa era o Beato

Pio IX e o Bispo de Angra, D. FreiEstevão de Jesus Maria.

No ano de 1828 nascia, registe-se, Jacinto Ignacio de Souza (o bar-bas d´alho). Celebrou Missa Nova,crê-se, em 1852. Surge na obra dopadre João José Tavares – A Vila daLagoa e o Seu Concelho – como“um dos mais ilustres e respeitá-veis párocos micaelenses. Filho deJacinto Ignácio de Sousa – naturalda freguesia de São José de PontaDelgada e cirurgião pela EscolaMédico-Cirúrgica de Lisboa – e deD. Maria Amália, natural da paro-quial de S. Pedro de Filbadosa(diocese de Coimbra), nasceu nafreguesia do Rosário desta vila a 4de fevereiro de 1828 e faleceu a 6de fevereiro de 1904.”

Acrescenta ainda que “mos-trando possuir umadecidida vocaçãopara a vida eclesiás-tica, recebeu dobispo D. Frei Estêvãoos diferentes grausde ordem, entrandologo no exercício dasfunções paroquiais,primeiro como coad-jutor da Matriz deSanta Cruz, e, suces-sivamente, párocoem São Roque,Santa Cruz da Lagoae vigário da fregue-sia do Rosário, dei-xando em todasestas partes mar-cada a sua passa-gem…”.Veio para a paró-quia de NossaSenhora do Rosárioem 1865. Restaurou

a imagem de Santo Agostinho, quefoi exposta ao culto público e aimagem de Santo Antão. A ima-gem do Sagrado Coração de Jesusfoi adquirida no seu tempo noRosário, no ano de 1888, na cidadedo Porto, tendo sido feita peloescultor José Soares de Oliveira.Benzeu a Ermida de NossaSenhora das Mercês a 25 de junhode 1893, sabe-se. Foi, igualmente,um bom organista [mandou vir, daAlemanha, inclusive, o órgão detubos da Igreja de Nossa Senhorado Rosário] e compositor.

Para além disso, em 1867 haviaa escola das Filhas de Maria, pararaparigas, mantida pela associaçãocom esse nome, instituição comsede em Ponta Delgada, e que aca-bou no ano de 1884. Foi essaescola criada por Jacinto Ignaciode Souza no ano de 1867. A suafrequência era de doze alunas, aquem a associação dava roupa,calçado e os utensílios indispensá-veis para o uso da escola. Foi, estefilho de Nossa Senhora do Rosário,benemérito daquela escola,olhando pelo futuro das alunas,quando estas completavam otempo de escola, obtendo-lhesserviços em casas de famílias dasociedade.

“A acção do Padre Jacinto Ignaciode Sousa foi, na verdade, exem-plar”, refere o padre João JoséTavares.

Foi cura da Igreja Matriz deLagoa, Santa Cruz, de 6 de marçode 1859 até fevereiro de 1862.Foi, o padre Jacinto, sepultado nocemitério da Lagoa.

O Centro do Apostolado da Ora-ção é constituído por uma Direção,composta, esta, por uma presi-

dente [Maria do Céu TavaresMedeiros], um secretário [D.Raquel Simas Cardoso] e por umtesoureiro [Maria do Carmo Mar-tins Correia], bem como por umdirector espiritual, que é o párocoda paróquia em questão [NelsonVieira, em Nossa Senhora do Rosá-rio]. Reúnem uma vez por mês, naquinta-feira antes da primeirasexta-feira de cada mês, que é asexta-feira própria do Apostoladoda Oração.

Nessa sexta-feira, igualmente,Nossa Senhor é exposto às 17h00,com as zeladoras do Apostoladoda Oração a orientarem a dinâ-mica em torno de Jesus, seguindo-se, depois, a Missa.

Ainda nas reuniões, com efeito,recebem, os membros, umarevista, O Mensageiro, onde sur-gem, aí, as intenções todas quedurante aqueles mês devem serrezadas - o Apostolado é vocacio-nado mais para a oração, como opróprio nome indica. Nas reu-niões, ainda, existem as chamadasatas, que são lidas no início decada reunião, e cujo acumula-mento no arquivo paroquial per-mite entender que a ação desteCentro tem sido ininterruptadesde a sua fundação, em 1867.Há, ainda, também, um manual,através do qual se guiam os mem-bros de cada Centro do Aposto-lado da Oração, nas reuniõesmensais.

Constituído por dezassete zela-doras - catorze do sexo feminino etrês do sexo masculino -, esteApostolado pode ter agora,registe-se, outro nome: Rede

Mundial da Oração do Papa, peloqual pode passar a ser chamadodesde 2014. Com cerca de 400associados, cada qual com as suasruas próprias, cada um dessesrecebe as intenções do Aposto-lado da Oração, para cada mês,distribuídas, em conformidade,por essas mesmas ruas.

O jornal Diário da Lagoa esteve àconversa com a atual presidentedo Centro do Apostolado da Ora-ção de Nossa Senhora do Rosário,Maria do Céu Tavares Medeiros,que revela que, pelos 150 anosdaquele Centro, comemorados em2007, fez-se “um levantamentohistórico”, sempre difícil e moroso.

“Contatei tanta gente, as igrejas,contatei tanto lugar”, conta-nosMaria do Céu, ao jornal Diário daLagoa, acrescentando, ainda, que,aquando da comemoração da-quela efeméride, foi “cunhadauma medalha, com a comemora-ção dos 150 anos, foi feito umguião em que tem Sagrado Cora-ção de Jesus e 150 anos, que é oque sai quando é pela festa doSagrado Coração de Jesus”.

“Depois preparámos uma MissaSolene, na qual o Orfeão de NossaSenhora do Rosário participou. Opadre Silvano Vasconcelos foiincansável, ele ajudou muito”,complementando, Maria do CéuTavares que “o Apostolado da Ora-ção é um serviço à Igreja e àHumanidade, procurando quetodos rezem por todos, fazendo,assim, uma grande família deorantes”, termina.

DL/JTO

Fotos: DR

Maria do Céu Tavares Medeiros, pres. do C. A. Oração de Nossa Senhora do Rosário.

Padre Jacinto Ignacio de Souza

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Diário da Lagoa | novembro 2019 EDUCAÇÃO/ REPORTAGEM Página 07

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EscolaBásica Integrada de Lagoa assinala dez anos de existência

A professora Susete Benevidesterminou, este mês de outubro, oseu segundo mandato consecutivo(de dois anos), à frente dos desti-nos da Associação de Pais e Encar-regados de Educação da EscolaBásica Integrada de Lagoa, asso-ciação esta constituída formal-mente em dezembro de 2009, eque, neste mandato que agora ter-mina, contou com uns órgãossociais compostos pelos seguintesmembros: na Mesa da Assem-bleia-Geral, como presidentePaulo Ferreira e as secretárias Emí-lia Correia e Ana Pacheco.

A presidente da Direção foi Su-sete Benevides, acompanhadapela vice-presidente SusanaCabral, pelos secretários PedroRodrigues e André Almeida e pelatesoureira Marisa Cabral. O Conse-lho Fiscal, por seu turno, compôs-se pelo presidente João Almeida epelas vogais Maria Odete Cabral eGraça Santos.

Os conhecidos propósitos destaassociação são os de zelarem pelaqualidade da educação dos alu-nos; representarem os pais eencarregados de educação nosórgãos de gestão da escola, parti-cipando de forma ativa nas reu-niões do Conselho Pedagógico[que reúne, no mínimo, uma vezpor mês], na da Assembleia deEscola [onde têm três represen-tantes: um para o Pré-Escolar, umpara o 1º Ciclo e um para o 2ºCiclo] e Equipa Multidisciplinar[que é a equipa que gere a ação

social da escola]; reúnem-se sem-pre uma vez por mês, enquantoórgãos sociais, sendo que, todosos anos, no mês de outubro, rea-liza-se uma Assembleia-Geral depais; há também o propósito de sereunirem sempre que necessáriocom o Conselho Executivo da es-cola, representantes das turmas,órgãos autárquicos ou outras enti-dades, contribuindo, assim, para amelhoria de qualidade do ensino ebem-estar dos alunos.

Nota, ainda, para a missão de in-formar e sensibilizar os pais eencarregados de educação para aimportância da relação Escola/Família e de fomentarem ativida-des de caráter pedagógico, cultu-ral, social, desportivo [a maisvisível, porventura, será a popularFeira de Ocupação de TemposLivres], bem como a de colabora-rem nas festas e outras atividadespromovidas pela escola, entre tan-tos outros objetivos anualmentedefinidos.

Entre esses, e no espectro desensibilizar cada vez mais os paispara a participação na vida daescola, tentam realizar reuniõescom os representantes das salas,desde o Pré-Escolar ao 2º Ciclo.Quando não é possível, percor-rem-se todas as escolas do 1ºCiclo, apresentando o trabalhofeito, vendo no local quais, então,as sugestões ou ideias dos respe-tivos pais.

Desde há quatro anos para cá,desenvolvem, igualmente, a inicia-tiva da doação de livros, do Plano

Nacional de Leitura, às bibliotecasescolares, solicitando o respetivopatrocínio aos empresários daLagoa. A par disso, registe-se arealização de trilhos pedagógicos,trilhos entre pais e filhos, trilhosculturais, tentando incorporar ati-vidades que tragam os pais àescola e que levem a própria es-cola para fora do espaço físico tra-dicional da mesma.

No início, conta-nos em declara-ções ao jornal Diário da Lagoa,Susete Benevides, “havia umaintenção dos pais se organizarem,para se fazerem representar nosórgãos da escola. Na altura, fuiconvidada a participar. Eu façoparte da associação desde a suaconstituição. Como presidente, sónos últimos quatro anos, e a ideiamesmo era zelar pela educação”,sublinha.

Uma das mais velhas e mais re-silientes lutas desta Associação dePais e Encarregados de Educaçãoda Escola Básica Integrada deLagoa é, precisamente, a requalifi-cação da escola EB 2,3 Padre JoãoJosé do Amaral, sendo que aex- presidente da Direção, SuseteBenevides, diz que esta “foi sem-pre uma luta da associação”,acrescentando que “nos últimosquatros anos, todos os anos,temos tido uma reunião com oSecretário Regional da Educação,e este é sempre um assunto quediscutimos”.

“Isto desagrada-nos muito, por-que é uma das últimas escolas queainda necessita de reabilitação. O

próprio governo, acerca da últimainterpelação que fizemos, compro-meteu-se, em ofício, que as obrasse iriam iniciar, previsivelmente,agora no verão”, assunto que,todavia, acabou adiado sob a des-culpa de não haver “disponibili-dade financeira”, refere SuseteBenevides.

“Os pais já estão a ficar satura-dos de estar, diplomaticamente, aexigir a remodelação”, frisa, anun-ciando, a presidente da APEEEBIL,que se abriu, em reunião recentecom a presidente e vereadora daEducação da Câmara Municipal deLagoa, a possibilidade de que“pelo menos seja feito um estudosobre a presença de partículas deamianto para que possamos estarminimamente tranquilos”, conclui.Embora a escola EB 2,3 Padre JoãoJosé do Amaral seja da responsa-

bilidade do governo regional, asoutras sete que compõem a EBI deLagoa são a competência daCâmara Municipal de Lagoa e,sobre essas, Susete Benevides dizque “no últimos anos, desde queeu estou na associação, as escolastêm sido gradualmente melhora-das, nomeadamente na constru-ção de espaços de recreiocobertos”, acrescentando que aCML “teve o cuidado de percorrertodas as escolas”, fazendo umlevantamento das infra-estruturasa melhorar. As poucas melhoriasque têm sido feitas, inclusive, naescola EB 2,3 Padre João José doAmaral, têm sido feitas “pelaCâmara Municipal de Lagoa, por-que o Governo, que é quem tem aresponsabilidade, diz que não háverba”.

Entendendo ser necessário quese faça um estudo de como deveráser o Parque Escolar do concelhode Lagoa para a próxima década, aex-presidente da APEEEBIL assumeque há que observar a “demogra-fia, a quantidade de criançasexpectável que esteja a frequentaros nossos estabelecimentos deensino, porque também há umasituação que nós consideramosque, pedagogicamente não é amelhor: na escola Octávio GomesFilipe e na escola Manuel Medei-ros Guerreiro, por serem escolasde menor dimensão, estarem namesma sala de aula alunos de doisanos de escolaridade distintos”,revela.

No término do seu segundomandato, Susete Benevides consi-dera que o balanço do seu mesmoé “positivo”.

“O que nos deixa tristes é que,em dez anos, a questão da PadreJoão José do Amaral continue cadavez pior, fisicamente”, termina.

DL/JTO

Foto: APEEEBILMembros da Associação de Pais que terminaram o seu mandato a 30 de outubro.

Foto

: DL

Susete Benevides na entrega de diplomas de mérito.

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Página 08 LOCAL/ PUBLICIDADE Diário da Lagoa | novembro 2019

Cabouco recebe 7ª edição da Feira Gastronómica de São Martinho

A Freguesia do Cabouco voltaa receber mais uma edição daFeira Tradicional e Gastronómicade São Martinho, numa organiza-ção da Associação Amigos do SãoMartinho, sediada nesta freguesia.Trata-se da 7ª edição e que irádecorrer nos dias 15, 16 e 17 denovembro, na Praça Dona Amélia.

A aposta volta a estar direcio-nada para a gastronomia tradicio-nal e típica desta época, sendo

que, a organização, espera con-tar com a presença de muitopublico, que todos os anos temaderido e participado em massa.

Este ano a festa terá a coberturada RTP Açores, e será transmitidapara todo o mundo, em especialjunto das comunidades de emi-grantes, através do programaAtlântida, mais concretamente nodia 16 de novembro.

Segundo a organização, esta co-bertura mediática, vai permitir dar

ainda mais visibilidade à Feira e àprópria freguesia do Cabouco.

A 7ª edição da Feira Tradicionale Gastronómica do São Martinhodo Cabouco volta a apostar na cul-tura, na gastronomia, com muitaanimação e participação de gru-pos musicais açorianos, sendo quea essência da festa mantém osmoldes de anos anteriores.

A participação é aberta a todasas instituições do concelho, ondeo objetivo é continuar a promo-

ver a união entre todos, como temsido feito em edições anteriores.

Fonte da associação recorda queesta tem participado nas ativida-des de outras associações da doconcelho, seguindo esse objetivo.

Segundo Cláudio Gaspar, “as fes-tas fechadas têm um prazo e nósnão queremos isso, nós, associa-ção, queremos festas de partilha,é essa a nossa aposta. O objetivoda associação não é só trabalharpara dentro, mas também articu-lar com todas as associações doconcelho, para isso são feitas par-cerias com todos os que tem inte-resse nesse sentido”.

No primeiro dia do evento, dia15, depois da tarde infantil, quedecorrerá a partir das 14h00, terálugar a aberturada Feira, pelas19h00, seguidado festival depetiscos, ondeforam convida-das associaçõesdo concelho.

No sábado,dia 16, a tardeinfantil tem iní-cio pelas 15h00,seguida do pro-

grama Atlântida da RTP Açores. Após o programa haverá porco

no espeto e sardinhas.No domingo, o último dia do

evento, pelas 14h30 decorrerá umdos pontos altos do evento com arealização do cortejo etnográfico“Lenda de São Martinho”.

De salientar ainda que, duranteo evento, não faltarão as tradicio-nais barraquinhas de comes ebebes, assim como não faltarátambém a animação musicaldurante os três dias.

O encerramento da Feira acon-tecerá pelas 24h00 de domingo.

DL

Pub.

Foto: DL

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Diário da Lagoa | novembro 2019 LOCAL Página 09

Jardim dos Frades em Santa Cruz recebe 2ª edição da Feira Solidária de Natal

O Jardim dos Frades, na fre-guesia de Santa Cruz, será palcopara mais uma edição da Feira So-lidária de Natal, numa organizaçãoda Junta de Freguesia local.

Nesta segunda edição, os mol-des serão os mesmos do ano tran-sato, havendo mais espaço natenda devido à procura elevadapor artesãos e instituições.

Em entrevista ao Jornal Diário daLagoa, o presidente da edilidadeadianta que tem sido vários osartesãos e instituições que têmprocurado a Junta de Freguesiaem busca de um espaço na FeiraSolidária de Natal, o que demons-tra a importância da realização damesma.

Para esta segunda edição serãovários os momentos que irãoacontecer, como o caso da festa daCatequese, o concerto da Orques-tra de São Roque, bem como oconcerto solidário pela banda la-goense 7 Geração.

Sérgio Costa salienta o propósitosolidário desta feira onde as pes-soas são convidadas a levar um oumais alimentos para depois pode-rem ser constituídos cabazes que,posteriormente, serão entreguesa famílias carenciadas da fregue-sia.

O edil adianta que 2ª edição daFeira Solidária de Natal em SantaCruz tem como novidade umamaior abrangência da iluminaçãode Natal que chega ao Convento ea todo o Jardim dos Frades.

Iluminação deNatal

Falando da iluminação de Natal,Sérgio Costa recorda a promessafeita em 2018 que será cumpridaeste ano, ou seja, a iluminação deNatal chegará a mais zonas da Fre-guesia, com novos motivos natalí-cios. “Esta é uma promessa queiremos cumprir mas dentro da-quilo que são as nossas possibili-dades”, recorda.

O autarca recorda que aquandoda crise que a iluminação foi alvode uma redução muito grande, oatual executivo, desde que tomouposse, tem como objetivo ir recu-perando a iluminação a toda a fre-guesia, mas sempre dentro do quefor exequível financeiramente.

Sérgio Costa destaca igualmentea iluminação que será feita nolugar dos Remédios, com a ilumi-nação da Ermida. O autarcarecorda ainda, além da iluminaçãofeita pela Junta, a continuação dotradicional presépio na Igreja Ma-triz.

A iluminação na Freguesia deSanta Cruz terá a sua inauguração01 de dezembro, aliás, data queabrange as restantes freguesias doconcelho.

Segundo Sérgio Costa, a Junta deSanta Cruz tem igualmente a pre-tensão de colocar música alusiva àépoca em algumas das principaisruas da freguesia, contudo, faceaos elevados custos das respetivas

taxas exigidas pela passagem demúsica ambiente, a Junta ficanuma situação ingrata, pois,durante um mês, os custos podemultrapassar os dois mil euros, sóem taxas, não incluindo o aluguerdo equipamento. Trata-se dumasituação que ainda está a ser estu-dada.

Passeio deidosos

Durante o mês de dezembro aJunta irá realizar mais uma ediçãodo passeio de idosos da Freguesiade Santa Cruz, para que estes pos-sam visitar os vários presépios quese fazem ao longo da ilha.

Sérgio Costa recorda que nasprimeiras edições, os idosos dafreguesia tiveram oportunidadede visitar presépios das Furnas,Nordeste, Ribeirinha e Vila Franca.“Este ano os idosos que participa-rem neste passeio terão a oportu-nidade de ver os presépios do ladopoente da ilha, ou seja, passarápelas Bretanhas terminando emPonta Delgada”.

O autarca destaca a importânciadesta atividade para os idosos deSanta Cruz, uma vez que muitosdestes acabam por sair de casaapenas por esta altura, por dificul-dades várias.

“Estes acabam por ser momen-tos importantes de convívio entreos idosos da freguesia, idosos queacabam por ter oportunidade de

ver diferentes presépios”.

São Martinhoem Santa CruzPelo 14º ano consecutivo, a fre-

guesia de Santa Cruz volta a feste-jar o São Martinho. Asfestividades, este ano, decorremno parque de estacionamento daEscola Primária, junto ao Con-vento dos Franciscanos.

A ter lugar dia 09 de novembro,uma vez mais a organização é daresponsabilidade da Irmandadedo São Martinho de Santa Cruz,contando com o apoio da Junta deFreguesia local.

Este ano, e por forma a não coin-cidir com a Feira Gastronómica adecorrer na freguesia do Cabouco,foi acordado entre a Irmandade ea Associação do São Martinho doCabouco, a realização das duasfestividades em datas distintas,por forma a proporcionar umamaior participação aos interessa-dos.

O presidente da Junta de Fregue-sia de Santa Cruz, em declaraçõesao Jornal Diário da Lagoa, vê esteentendimento com bons olhos,aliás, vai ao encontro do que temdefendido, ou seja, um intercâm-bio e bom entendimento entrequem realiza as festividades paraque haja uma maior abrangência,a bem de quem organiza os even-tos como para quem neles parti-cipa.

O São Martinho de Santa Cruzvolta a apostar nos artistas locaispara uma noite de boa músicacom as tradicionais castanhas,vinho e churrasco, num eventoque terá o seu início pelas 19h30,com o Desfile de São Martinho.

De salientar que além de SantaCruz e Cabaouco, o São Martinhoserá também comemorado nasfreguesias da Ribeira Chã e Águade Pau.

DL

Fotos: DR

Imagens referentes à edição de 2018 da Feira Solidária de Natal na Freguesia de Santa Cruz, Lagoa.

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Página 10 REPORTAGEM/ SAÚDE Diário da Lagoa | novembro 2019

Maria dos Anjos Amaral, maisconhecida por “Marquinhas deAmaral”, dentro e fora de Água dePau - uma vez que “Maria dosAnjos”, popularmente falando,remete para o nome “Marqui-nhas” - nasceu mesmo na Vila deÁgua de Pau, em 1890, falecendo,na sua casa, onde sempre viveu,na antiga Rua da Espiga, hoje RuaPadre João Botelho Mota, em1972.

Filha de uma mãe natural deSanta Maria, o pai fazia muitas via-gens, sabe-se. Sendo natural deSão Miguel, trouxe a futuramulher para a mesma ilha, ondeviveram até ao fim dos seus dias.Como irmãos teve José, António,Manuel, Luís e a Belmira, todosnaturais de Água de Pau, consta-tando-se que uns emigraram paraos Estados Unidos da América,menos o Luís, que “ficou por aqui”,mais a Maria dos Anjos, tendo aBelmira casado, inclusive, naRibeira das Tainhas.

Casou Maria dos Anjos Amaralcom Serafim de Sousa Baganha,natural de Água de Pau, igual-mente, que faleceu dois anos apósa sua esposa, em 1974, portanto.Com ele esteve casado muitos

anos, sendo que o mesmo tinha“uma indústria de cordas, fazia assuas cordas”, mas era tambémcamponês. A conhecida “Marquinha de Ama-

ral” também teve filhos e filhas:cinco no total, tendo falecido dois:os sobreviventes chamam-seManuel de Amaral, José Luís Baga-nha e a Maria dos Anjos.

Grande benemérita pauense, averdade é que conhecia muitobem o corpo humano: os ossos,principalmente. Não havendograndes cuidados de saúde,naquele tempo recorria-se muitoa cuidados ditos menos profissio-nalizados, sendo que Maria dosAnjos Amaral prestava o serviço deconsertar ossos partidos - braços,pernas partidas - a pessoas, auxi-liando-as também em casos emque havia feridas abertas, ou atémesmo torcicolos no pescoço.Conhecia muito bem os ossos docorpo, usando as mãos para apli-car o tratamento que achasse omais adequado para cadapaciente, e sobre o que sabia, ape-nas dizia que de ninguém haviaaprendido, pois “já nascera comela”. Dizia frequentemente quehavia nascido com aquele dom.

“Era um dom”, afirmava, convic-

tamente, Maria dos Anjos Amaral,para espanto da comunidade, queainda hoje se espanta perante ashistórias, aqui e ali, muitas vezesde pessoas que passaram pelassuas mãos e que a ela muito têma agradecer os seus serviços sempedir nada em troca.

Os serviços envolviam, assim,apenas o tratamento em causanão havendo qualquer reembolso:a conhecida “Marquinhas de Ama-ral”, da antiga Rua da Espiga, nãocobrava a ninguém o que fazia,nem a ricos nem a pobres,tratando todos por igual. Inclusive,chegou a ser recomendada peloconhecido Dr. Simas, da VilaFranca do Campo, que frequente-mente mandava os seus pacientesirem ter com a “Marquinhas”, aÁgua de Pau, pois “ela é que sabefazer isso”, mesmo não tendo elaformação específica académica,sendo imensamente respeitadapor aquilo que fazia, portanto.

Não deixando nenhum caso porresolver, e “ninguém defeituoso”,mais nenhuma pessoa teve essedom na família, nem ninguém oherdou, sabe-se.

Como grandes amigas, na suaterra, Maria dos Anjos Amaral tevea Francelina de Torres, a tia MariaAgustina, da antiga Rua daCarreira, primas, a Isabelina, tam-bém, sendo que “era carros todosos dias à porta. As pessoas gosta-vam muito dela”, tratando Mariados Anjos Amaral pessoas de todaa ilha, ricos e pobres, querendo,apenas, “fazer o bem”, prestar“um gesto de bondade”, tambémagarrando-se à sua fé católica per-sistente e permanente - ia todosos domingos à Missa, apanhando-se muitas vezes a “Marquinhas” aler, à luz solar, todos os domingos,o Antigo e o Novo Testamentos, jáque sabia ler e escrever bastantebem, embora a pouquíssima for-mação que possuía.

Veio e inseriu-se, assim, numafamília profundamente religiosa edevota na fé cristã: tanto que tinhadois sobrinhos padres, naturais deÁgua de Pau: Gil Soares da Costa eJosé Gregório Amaral.

“O que ela tinha, dava”, refereCecília Vieira, ao jornal Diário daLagoa, com quem estivemos àconversa, sendo a mesma nora dagrande benemérita, cuidando deladurante duas décadas, e conhe-cendo-a, desta forma, profunda-mente.

DL/JTO

Maria dos Anjos Amaral: a conhecida“Marquinhas de Amaral”, da Vila deÁgua de Pau, que tinha um dom

Ansiedade

As exigências da sociedademoderna contribuem para o apa-recimento de transtornos men-tais e comportamentais, como aansiedade, o stress e a depres-são, que tem implicações nasaúde emocional, física e psico-lógica, tornando-se queixasfrequentes nos serviços desaúde.

A ansiedade é um estado emo-cional que se caracteriza porsentimentos de tensão, preocu-pação e pensamentos desagra-dáveis que se fazem acompanharpor alterações físicas como oaumento da tensão arterial e dafrequência cardíaca, sudação,secura da boca, tremores, tontu-ras, entre outros.

É uma resposta natural do or-ganismo ao stress. Dentro doslimites considerados normais,este sentimento estimula a pes-soa a projetar ou planear ofuturo bem como a prepara-lapara identificar situações deperigo, possibilitando assim umamelhor preparação para fazerface a estas.

Quando estes sintomas se tor-nam frequentes e intensos alte-ram a qualidade de vida dapessoa causando doença. Estãoidentificados vários tipos detranstornos da ansiedade, porexemplo, transtorno de ansie-dade generalizada e transtornode pânico.Existem vários fatores que estão

na origem da ansiedade predis-posição genética, fatoresambientais, fatores emocionais,história familiar, em certas situa-ções esta poderá ter uma causaevidente, noutras, não o quecontribui por si só para o agrava-mento dos sintomas. Dai aimportância da identificação dosfatores que desencadeiam aansiedade no tratamento desta.

Não existem nem pessoas nemvivências iguais, embora os

sintomas possam ser comuns ascausas são particulares de cadaum.

A ansiedade traduz-se em sin-tomas emocionais: tristeza, ner-vosismo, irritabilidade, sintomasfisiológicos: coração acelerado,sensação de formigueiro, falta dear, sudorese, tontura, dor decabeça, dores musculares, insô-nia, sintomas comportamentais:impulsividade, agressividade,fala acelerada e sintomas cogni-tivos: dificuldade de concentra-ção e tomada de decisão,preocupações excessivas.

Apesar de ser uma queixa fre-quente nas consultas o diagnós-tico da ansiedade pode ser difícilatendendo que deverá serexcluída a presença de doençafísica real. A confirmação dodiagnostico está dependente dapresença dos critérios definidosinternacionalmente.

Para o tratamento é de ex-trema importância a conscienti-zação. Levar a pessoa a aprendera reconhecer a génese de pensa-mentos que desencadeiamansiedade, faz com que, quandoesses surgem são mais fáceis deidentificar, gerenciar e reduzir.

O seu médico pode prescrevermedicamentos do grupo dosansiolíticos, ou outros, depen-dendo da especificidade do seucaso.

Os medicamentos para ansie-dade servem para aliviar ossintomas, mas não devem sertidos como suficientes. A adoçãode estilos de vida saudáveis,cuidados com a alimentação,uma boa higiene do sono, hábi-tos de repouso e atividade física,a evicção do consumo de alimen-tos ou bebidas estimulantes oudepressoras do sistema nervosocentral são fundamentais.

A gestão do stress através daaprendizagem ou pratica de ioga,meditação exercícios ou rituaisde relaxamento têm sido referi-das como eficazes, por algumaspessoas com transtornos daansiedade.

O seu médico também podereferencia-lo para uma consultade Psicologia. Existem váriasterapias para a redução dossintomas de ansiedade sãoexemplos as Terapias Cognitivo-Comportamentais e a Terapia deExposição Prolongada.

Dr. João Martins de SousaDelegado de Saúde de Lagoa

Foto

: DR

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Diário da Lagoa | novembro 2019 OPINIÃO Página 11

Isabel Sachola de Água de Pau - Homenagem à mulher rural

Por vezes vem-me ao pensa-mento pessoas da minha terra quejá não se encontram entre nósmas que a memória não consegueapagá-las porque a sua vida oualgo que fizeram, nos marcou, anós ou a muita gente desta Vila deÁgua de Pau.

Estava eu mesmo a sintonizar orádio no meu carro, e a locutoradestaca de imediato a efeméridedo Dia Internacional das MulheresRurais – 15 de Outubro. Pensologo a seguir comigo: - “Que penaa tia Isabel Sachola do Foral Novo,já não estar viva, senão hoje era oseu dia”!.

Isabel Craveiro, muito mais co-nhecida por todos como IsabelSachola foi uma grande MulherRural. Talvez tenha mesmo sidodas grandes mulheres rurais queÁgua de Pau conheceu. Contavaela que desde criança que ajudavaos pais no amanho das terras e de-pois ao marido e mais tarde osfilhos, genros e netos na mesmafaina, sempre de “sachola” na mãoquando era preciso. A sua vida nãofoi toda de sachola na mão mas oseu exemplo passou. E nas vezesque a usou no campo, poucoseram os que a acompanhavam nodesempenho e muitas vezes osque começavam de manhã ao seulado, depois do almoço já nãovinham trabalhar com vergonhapelo vexame de serem por ela

ultrapassados nos regos vencidose nas cavas feitas por ela à suafrente.

Nunca percebi porque lhe cha-mavam de “sachola”, porque seela tinha a fama de trabalharmuito e bem melhor do que mui-tos homens, então teria de traba-lhar com um “sacho” e não comuma “sachola” que é uma ferra-menta mais pequena. Sendo maispequena a “sachola” do que o“sacho”, como diabo conseguia elaultrapassar então um homem quetrabalhava com uma ferramentamaior?

De duas uma; - ou o homem eramesmo um aselha ou a tia IsabelSachola “sachava” ou “cavava”terra com um “sacho” mesmo oque lhe aumenta mais ainda afama de grande Mulher Rural.

Recordo-me de um dia o tio JoséMoniz Nogueira, agricultor conhe-cedor, um dos genros de “MariaSachola”, na altura responsável eolheiro das terras d’A Cova daOnça, pedir a meu pai que o dis-pensasse, naquele dia porquetinha numa das suas terrashomens a trabalhar e também láestaria a sua sogra a Tia IsabelSachola. Quando ele regressou euperguntei-lhe por curiosidade porque cargas d’água ele tinha a sograa trabalhar na sua terra? Então elerespondeu-me que pelo facto de aterra também ser dela, sentia aobrigação de lá estar ao lado dos

homens e de os fazer render omesmo que ela. Na altura eu pen-sei que ele estivesse a brincar, masmais tarde, e já com mais idade,assumi a realidade daquilo que otio Zé Moniz Nogueira me tinhadito. Aliás eu gostava muito dele enunca duvidei daquilo que elesempre cordialmente me dizia econtava sobre a sogra e sobre opoder da terra e dos homens quenela acreditavam e ele era um des-ses homens, pois viveu sempre daterra até emigrar e falecer emNew Bedford, na América, já velhi-nho.

EM ÁGUA DE PAU QUANDO ÉDIA DA MULHER RURAL - É DIA

DE ISABEL SACHOLA

“A capacitação das mulheres ru-rais é crucial. O mundo tem reco-nhecido cada vez mais o papelfundamental desempenhadopelas mulheres na construção dapaz, justiça e democracia.

Ao negar os direitos e oportuni-dades às mulheres, negamos aosseus filhos e às sociedades umfuturo melhor”.

História que se conta em Água dePau

Naquele ano a terra da Tia IsabelSachola dava gosto olhar paraaquele «serrado» de terra cobertade rama bem verdinha com batata

doce. O seu genro José MonizNogueira que a tinha semeado etrabalhado com os seus filhos esogra “Sachola” orgulhava-se doseu esforço e por isso agradecia aDeus pela fartura que a terra lhesdera este ano. Quem também gos-tou disso foram os amigos doalheio.

Então, no dia seguinte a se tertirado uma parte da batata-doceda terra, encontrava-se o senhorJosé Moniz Nogueira a tomar oseu habitual galão-de-café na sau-dosa Casa-de-Pasto de Guilhermede Arruda na Praça de Água dePau, quando chegou ofegante etriste um dos seus filhos para lhetransmitir que a batata quetinham tirado da terra no dia ante-rior e deixado na terra, coberta derama, desaparecera. Tinhamlevado os 12 cestos !

Nas calmas, o Tio José Nogueira,continuou a beber o seu café e láfoi acalmando o filho dizendo-lhe:

- “Deus quando dá riqueza nãose importa que a gente a dividacom os outros. A terra tem muitamais batata e há-de dar para agente também.”

Ora ao lado, ouvindo esse desa-bafo estava uma pessoa que habi-tualmente não ia todas as manhãstomar café ali e neste dia atéestava a fazer conversa com o tioNogueira. Este foi para casa ecomentou com a sogra, Tia MariaSachola a ocorrência e esta ainda

antes que o genro dissesse o queia fazer adiantou-se e recomen-dou-lhe que nessa noite fosse paraa terra, para ver se o ladrão apare-cia para vir apanhar o resto dabatata, isso antevendo que, oamigo do alheio, não era outrapessoa senão o indivíduo queestava a beber o café ao ladogenro, no Guilherme de Arruda naPraça. Até porque ele tinha umcamião que facilmente teria che-gado à terra e carregado sozinho abatata toda, por via da sua boaconstituição física e força, bemconhecida na nossa vila.

Assim foi. Durante a noite, oamigo do alheio ou o «gabirú»como se diz na nossa vila, repetiua façanha e propôs-se a carregar abatata, ou sejam, mais 12 cestos.Depois de carregar a batata nocamião, cobriu-a de rama para aspessoas pensarem que ele estavaa transportar apenas a rama paradar de alimento a bezerros, poisassim ninguém desconfiaria.Quando o «gabirú» entra nocamião, o tio José Moniz saltoupara a porta-de-trás aberta,segura por duas correntes lateraispara assim poder levar a cargatoda no chão do camião. Escon-dido na rama, deixou – o chegar acasa para descarregar a batata.Quando se abriu uma garagemnos baixos da casa eram visíveis osoutros cestos de batata roubadosno dia anterior.

José Moniz Nogueira salta parao chão abeira-se do larápio e diz-lhe: -- “Carrega a batata que tensna tua garagem aqui no camião evamos já levá-la toda ao “Mer-cado”.

O outro nem piou, apesar de serhomem para o arrear em doistempos. Porém lembrou-se quecom certeza ele já devia ter infor-mado a família que ia fazer isso enem pensou duas vezes e pediuajuda ao Tio Nogueira para oajudar, coisa que esse não fez,reclamando-lhe que se tivera forçapara a carregar na terra teria alitambém para voltar a carrega-laem cima da outra que já se encon-trava no camião.

No antigo Mercado, toda a ba-tata foi descarregada pelo larápioque depois desandou de cabeçabaixa sob o olhar risonho do tioJosé Moniz Nogueira e da TiaMaria Sachola que também alihavia chegado … para contar oscestos com a batata que ela tam-bém tinha dado um contributo – asemear e a sachar !

RoberTo MedeirOs

Foto: DRIsabel Sachola de lenço na cabeça, sentada no meio de genros, filhas e filhos.

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Página 14 LOCAL / NECROLOGIA Diário da Lagoa | novembro 2019

NECROLOGIALagoa recebeXVI JornadasAutárquicas

A 22 de novembroterão lugar, na cidade deLagoa, na Região Autó-noma dos Açores, as XVIJornadas Autárquicas dasRegiões Ultraperiféricasda União Europeia e CaboVerde, realizadas no âm-bito do Projeto JARUP III –Reforço da CapacidadeInstitucional cofinanciadopelo Programa de Coope-ração Territorial MAC2014-2020.

Este evento será promo-vido pela Associação deMunicípios da Região Au-tónoma dos Açores(AMRAA) e terá comotemas a modernizaçãoadministrativa, smart ci-ties, autonomia e gover-nação territorial naEuropa e Agenda 2030.

O evento decorrerá noExpolab entre as 09h00 eas 13h00, estando a de-correr as inscrições.

Ficha TécnicaDiário da LagoaRegisto ERC: 126473Deposito Legal: 402139/15Propriedade: Símbolos e Cedilhas -AssociaçãoNIPC: 514101911Sede: Rua Calhau D’Areia, nº26, 9560-057 - Lagoa - Açores

Fundador: Norberto LuisDiretor/ Editor: Norberto LuisRedação: Norberto Luis (TE-563 A)Direção Comercial: Suzi MonizColaboradores nesta edição:Julio T. Oliveira, Dr. João Martins deSousa, Roberto Medeiros, Luís Moniz,Funerária Carvalho.Periodicidade: MensalImpressão: Gráfica Funchalense.Rua da Capela da Nossa Senhora da

Conceição, nº 50 - Morelena2715-029 Pêro Pinheiro – PortugalTiragem: 750 exemplares Sede do editor:Rua Calhau D’Areia, nº26, 9560-057 - Lagoa - AçoresRedação:Rua do Estaleiro, nº6, 560-080 - Lagoa - AçoresEmail: [email protected]: 296 916 357/ 935 319 608

Estatuto Editorial disponível na páginada internet em: http://diariodalagoa.com

nota: Os conteúdos dos artigos deopinião, aqui publicados, são da res-ponsabilidade de quem os assina.Os anúncios aqui publicados são daresponsabilidade dos respetivos anun-ciantes, salvo erro tipográfico.

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Freguesia do Cabouco

Carlos Tavares FragosoNasceu: 10-07-1948Faleceu: 16-10-2019

Câmara de Lagoarealiza campanhade esterilização de

animaisA Câmara Municipal de

Lagoa, através do Centro deRecolha Oficial (CRO), irá reali-zar, durante os meses de no-vembro e dezembro, umacampanha de esterilizaçãodestinada a animais de compa-nhia (cães e gatos). Esta cam-panha será destinada aanimais de companhia, cujosdonos sejam portadores docartão “Lagoa + Saúde”, sendolimitada a dois animais porutente.

Recorda uma nota da autar-quia que o Cartão Lagoa+Saúde, destina-se a apoiar mu-nícipes que, com mais de 65anos ou em situação de inca-pacidade atestada a partir dos45 anos, se verifique vulnera-bilidade económica. Este

mecanismo apoia os seus be-neficiários com um valor fixomensal na comparticipaçãodos medicamentos, tarifareduzida nas taxas de águas esaneamento e apoio de teleas-sistência médica ao domicílio.A presente iniciativa de esteri-lização de animais de compa-nhia promove o acesso destegrupo de população a uma dasprincipais estratégias de con-trolo de abandono de animaisde estimação.

Assim todos os interessadosem participar nesta campanhade esterilização de animais decompanhia, cão ou gato, deve-rão contatar o Gabinete deAção Social da Câmara Munici-pal de Lagoa, através do con-tato 296 916 483.

DL/CML

Governo dos Açores apoia Centros deRecolha Oficial em 2020 para campanhas

de esterilização de animais errantesO Secretário Regional da

Agricultura e Florestas anun-ciou a criação, em 2020, deum apoio financeiro especí-fico para que os Centros deRecolha Oficial (CRO) nosAçores reforcem as campa-nhas de esterilização de ani-mais errantes.

O governante falava à mar-gem da visita ao CRO daLagoa, que também abrangeo concelho do Nordeste,uma infraestrutura que éconsiderada um exemplo aonível do cumprimento dalegislação que proíbe oabate de animais de compa-nhia e errantes, bem comodas medidas de redução e

controlo desses animais.João Ponte referiu que este

apoio estratégico tem umduplo objetivo, pois, por umlado, pretende-se apoiar osCRO existentes para queaumentem o número de ani-mais esterilizados e, poroutro, incentivar as CâmarasMunicipais que ainda nãotêm CRO a fazerem-no nomais curto espaço de tempo.

Por outro lado, salientouque será reforçada a realiza-ção de controlos oficiais aosCRO e canis municipais, comvista à minimização dosincumprimentos, depois de,este ano, ter duplicado onúmero de fiscalizações, emrelação a 2017.

João Ponte lançou um de-safio às Câmaras Municipaisque ainda não têm CRO paraque sigam o exemplo dosCRO intermunicipais, quepartilham recursos, conse-guindo de forma mais rápidacumprir a legislação, aler-tando que o Governo dosAçores não deixará de apli-car coimas aos municípioscom inconformidades gra-ves, no estreito cumpri-mento das obrigações legaisno que respeita aos CRO ecanis municipais.

Por outro lado, João Ponterevelou que, em 2020, oGoverno Regional pretendealargar o apoio às nove asso-ciações de Defesa e Proteção

dos Animais existentes nosAçores, aperfeiçoando aportaria que regula osapoios financeiros.Presentemente existem nos

Açores quatro CRO, abran-gendo oito concelhos (Vilado Porto, Ponta Delgada,Vila Franca do Campo,Povoação, Lagoa, Nordeste,Angra do Heroísmo e Praiada Vitória).

De acordo com o DecretoLegislativo Regional,12/2016/A, a partir de 2022passa a ser proibido abateranimais de companhia eerrantes nos Açores.

DL/Gacs

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Diário da Lagoa | novembro 2019 Página 15PASSATEMPO / HORÓSCOPO

Soluções dos passatempos.

Labirinto: Descubra o caminho correto.

Descubra as sete diferenças.

PASSATEMPO HORÓSCOPO DE NOVEMBROCarneiro (21/3 a 20/4)

A vida afetiva marca a sua vontadede iniciar novos planos e decerto terá aoportunidade de demonstrar o seu valor,através de ações concretas.

A nível profissional, adote uma ati-tude otimista e mostre a sua criatividade.Assuma as suas responsabilidades e tomeiniciativas perseverantes.

Touro (21/4 a 21/5)

A vida afetiva reflete maior capa-cidade de diálogo e poderá aproveitar estafase de crescimento sentimental para har-monizar as relações familiares.

A nível profissional, seja mais per-fecionista e procure aprender novos méto-dos de trabalho para alcançar estabilidadeem termos da carreira.

Gémeos (22/5 a 21/6)

A vida afetiva pode beneficiar dasua capacidade de diálogo, essencial pararesolver problemas familiares, no entantodeve evitar o isolamento.

A nível profissional, estabeleçaprioridades e seja persistente. Conseguiráefetuar todas as suas tarefas quotidianas eatingirá os seus objetivos.

Caranguejo (21/6 a 23/7)

A vida afetiva traz-lhe a possibili-dade de vivenciar um romance encantador,baseado na honestidade e de acordo comos seus sentimentos.

A nível profissional, pode confiarno plano que imaginou, mas adote uma ati-tude despreocupada e firme para poderagarrar as oportunidades.

Leão (24/7 a 23/8)

A vida afetiva depende especial-mente do diálogo sincero, justo e com-preensivo. Provavelmente resolverádúvidas e encontrará sossego.

A nível profissional, surgirão novaspropostas ou mudanças de rumo muito be-néficas. Analise as suas atitudes e atue demodo muito consciente.

Virgem (24/8 a 23/9)

A vida afetiva revela maior harmo-nia nas relações familiares, mas seja coe-rente e não tenha medo de manifestar osseus verdadeiros sentimentos.

A nível profissional, valorize a ex-pansão dos seus conhecimentos e eviden-cie a sua competência. Defenda as suasideias com convicção e ética.

Balança (24/9 a 23/10)

A vida afetiva vivencia encontrosmuito promissores e a sua sensualidade vaiestar em evidência. Porém, aja de acordocom a sua sensibilidade.

A nível profissional, este é um pe-ríodo de grande atividade intelectual e deenorme capacidade de expressão. Apro-veite essa energia libertadora.

Escorpião (24/10 a 22/11)

A vida afetiva em crescimento dá-lhe a possibilidade de começar um ciclomuito próspero e poderá assumir novas res-ponsabilidades familiares.

A nível profissional, avance comtarefas anteriormente adiadas e concretizeos seus novos projetos. Ótima fase para arealização de bons contratos.

Sagitário (23/11 a 21/12)

A vida afetiva acusa a sua neces-sidade de proceder a mudanças. O desejode conquista e de novidade promoveráaventuras em busca da paixão.

A nível profissional, estude profun-damente um novo projeto de investimento.Época de negociações, que poderão sermuito lucrativas.

Capricórnio (22/12 a 20/1)

A vida afetiva proporciona-lhe aoportunidade de encontrar os meios neces-sários para equilibrar a sua harmonia inte-rior, através do pensamento.

A nível profissional, dirija a aten-ção para o futuro e não tenha medo de afir-mar os seus pensamentos, que deverãoestar coerentes com o “Ser”.

Aquário (21/1 a 19/2)

A vida afetiva atravessa umagrande agitação em termos sociais, contudoterá a energia e as ideias originais para ul-trapassar todos os desafios.

A nível profissional, expanda osentido coletivo e valorize e as opiniões daspessoas circundantes. Contudo, seja sem-pre leal ao seu pensamento.

Peixes (20/2 a 20/3)

A vida afetiva enfatiza o seu poderde sedução e tranquilamente poderá usu-fruir da sua faceta romântica para vivenciaruma paixão delicios.

A nível profissional, sentirá todasas condições para encontrar maior satisfa-ção no seu quotidiano. É tempo de acredi-tar nas suas habilidades.

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Diário da Lagoa | novembro 2019Última LOCAL/ PUBLICIDADE

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Filarmónica Estrela D’Alva, deSanta Cruz, tem novo maestro

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A Filarmónica Estrela D’Alva reali-zou, no mês de outubro, o seu “Con-certo de Outono”, que serviu paraapresentar o novo maestro destabanda filarmónica de Santa Cruz,Lagoa.

O evento, que decorreu no Salãoda Igreja Matriz, em Santa Cruz, ser-viu ainda para homenagear o maes-tro Paulo Gordo que, após 13 anosligado a esta banda filarmónica, deixaagora a regência da mesma.

Ao Jornal Diário da Lagoa o presi-dente da direção da FilarmónicaEstrela D’Alva fala numa nova fase davida da banda. “Não é um adeus aomaestro, é mais um até já, uma vezque no maestro Paulo Gordo encon-trámos um amigo, uma pessoa quenão se encontra igual”.

Ricardo Tavares adianta que estapassagem de testemunho será umacontinuidade do trabalho feito nestafilarmónica.

A Estrela D’Alva é uma filarmónicacom muitos jovens, mas não temsido fácil conseguir chamar mais

jovens para a banda,pois estes encon-tram-se divididospelas várias associa-ções da freguesia.“Temos tido nanossa escola unscinco ou seis porano, gostávamos deter mais, mas nãotem sido fácil”,admite o responsá-vel.

Segundo adianta,o convite feito ao novo maestro foinesse sentido, o de dar continuidadepara o futuro, uma vez que, segundodisse, “a juventude é o trabalho danossa filarmónica, se não houverjovens a filarmónica pode chegar auma altura que pode acabar”.

Na hora de saída, o maestro PauloGordo diz sair com saudade, depoisde um trabalho de 13 anos ligado aesta banda, numa aposta de forma-ção dos jovens, mas só possível coma ajuda de muitas pessoas, quer dasvárias direções, como de músicos eoutras entidades.

Segundo recordou ao Diário daLagoa, todo o trabalho foi feito comrespeito mútuo, desde a convivênciaao ensinamento com sentido de res-ponsabilidade.Sobre o novo maestro, Paulo Gordo

adianta que a banda fica agora bementregue. “O Luís Paulo tem forma-ção musical, tem qualidade, tembom coração e é humilde, e como amaioria dos jovens, ele foi um dospilares de formação da banda, acre-ditando que o novo maestro vai

alcançar outros patamares mais ele-vados.

Ligado à Estrela D’Alva desde 2001,Luís Paulo assume agora a regênciada banda. Este admite que não seráum trabalho fácil, mas acredita que,com o apoio de todos, o trabalhopoderá ser facilitado. “Sei que nãovai ser fácil, são muitos jovens, massabendo lidar com todos, o trabalhoserá mais fácil”.

Segundo adiantou ao nosso jornal,a passagem do maestro Paulo Gordopela Estrela D’Alva, marcou a bandasempre pela positiva, sendo alguémque soube ultrapassar os problemas.“Foi o maestro Paulo Gordo que meincentivou a seguir em frente, tendosido sempre uma referência para afilarmónica”.

O novo maestro admite que ficacom o trabalho facilitado depois doque foi feito ao longo destes últimos13 anos. “Tenho vindo a trabalharestes anos com ele na escola demúsica e pretendo dar continuidadeao trabalho que o Sr. Paulo fez. Oobjetivo é continuar a formar naEstrela D’Alva”.

A Sociedade Filarmónica EstrelaD'Alva foi fundada a 2 de fevereiro de1887, na freguesia de Santa Cruz, porManuel José Tavares Canário.

O primeiro presidente desta filar-mónica foi o Padre João José Tavares.Foi da sua autoria a letra e música dohino que se canta à padroeira destafreguesia – Nossa Senhora da Estrela.

Atualmente, esta filarmónica écomposta por cerca de 40 músicos,de várias faixas etárias.

DL

O sem cerimónia

Num verão harmonioso,límpido e prometedor deum tempo sem reprimen-das, um bardo de hortênsiasaconchegava-se a um Solalegre e bem-disposto, já hámuito desperto, que de sor-riso feliz e aberto acariciavaas pétalas, ofertando-lhesum brilho tão belo e lindoquanto a vivência do pró-prio dia, surpreendida, ape-nas, de quando em vez, porligeiro e curioso vento que,de passagem, olhava oscanários da terra, por aliesvoaçando sem receios oupreocupação.

De pronto, brincalhão esem cerimónia, o ventoinvade uma das casas darua. Galga a janela, fazendoabanar fortemente as corti-

nas.– Quem é? Pergunta uma

voz feminina, entre curiosae ocupada.

Na ausência de resposta, ofilho mais novo, o único demomento em casa, éadmoestado:

– Não mexas nas cortinas!O rebento, solto nas suas

brincadeiras, não entende…nem ouve a reprimenda.

A mãe-dona-de-casa pros-segue os afazeres diáriosdeitando uma olhadela,rápida, ao pequenito.

O vento ri. Fecha, agorasuavemente, a porta e saisem que ninguém dêconta…

Ruben Santos 14 outubro 2005

Foto: DR

Fotos: CML