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CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA DIVISÃO DE DESPORTO
DOCUMENTO DE ORIENTADOR
CENTRO DE FORMAÇÃO DESPORTIVA BASQUETEBOL
Técnico Desporto: Jorge Vicente
ÉVORA, 2008
CÂMARA MUNICIPAL ÉVORA – DIVISÃO DE DESPORTO
PROGRAMA JOGAR MAIS
Documento Orientador – Centro de Formação Desportiva Mini – Ténis
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ÍNDICE
ÍNDICE ..................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ........................................................................... 4
1. CENTROS DE FORMAÇÃO DESPORTIVA ................................. 6
2. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO ............................. 8
3. PROGRAMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TREINO ............................................................................. 10
3.1.Programa Anual de Treino ................................................... 10 3.2.Programa Mensal ............................................................... 11 3.3.Programa de Unidade de Treino ........................................... 11
3.5.Processo de Treino a Longo Prazo .................................... 13 3.5.1.Estruturação do Processo de Treino a Longo Prazo ............... 14
3.6.Formação Geral de Base ................................................... 14
3.7.Treino de Jovens .............................................................. 16 3.7.1.Competências a Desenvolver ............................................ 16
3.8. Estratégias Psicopedagógicas .......................................... 18
4. PROGRAMAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA COMPETIÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE TREINO ........................................... 21
4.1.Competição e Desenvolvimento sistemático da Performance ............................................................................................... 21
4.2.A competição como meio de treino eficaz ......................... 22
4.3. Planeamento do Centro de Formação em 2008 ................ 22
5. BASES DA BIOLOGIA DESPORTIVA NO TREINO DAS CRIANÇAS .............................................................................. 23
5.1. Desenvolvimento das Capacidades Motrizes Fundamentais ............................................................................................... 24
5.1.1.Treino da Força nesta Faixa Etária: .................................... 24 5.1.2.Treino da Resistência nesta Faixa Etária: ............................ 25 5.1.2. Treino da Velocidade nesta Faixa Etária: ........................... 26 5.1.3.Treino das Capacidades Coordenativas nesta Faixa Etária: ... 27
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6. DETECÇÃO E ENCOROJAMENTO DO TALENTO DESPORTIVO NAS CRIANÇAS ....................................................................... 28
6.1. A detecção do talento e das aptidões desportivas .................. 28
7. CENTRO DE FORMAÇÃO DE BASQUETEBOL .......................... 30
7.1. Treino da Técnica Desportiva ........................................... 30 7.1.1.Etapas de Aprendizagem Técnica ....................................... 30 7.1.2.Fases de Aprendizagem do Treino da Técnica ...................... 31
7.2. Objectivos Específicos ..................................................... 32
7.3. Propostas de Exercícios ................................................... 33
8. AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DESENVOLVIDA..................... 40
BIBLIOGRAFIA ....................................................................... 42
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INTRODUÇÃO
O Programa JOGAR MAIS, vem no prosseguimento do Programa JOGAR, que
funciona no âmbito das Actividades de Enriquecimento Curricular. O processo
didáctico surge com o objectivo de dar-mos a conhecer às crianças um maior
número de modalidades possíveis, bem como as especifidades de cada uma
para a construção de um repertório motor mais valorizado e enriquecido. A
abertura nos processos de ensino, de aprendizagem e de prática do desporto
é ditada pela preocupação de transmitir a todos as crianças qualificações e
competências fundamentais, recorrendo para tanto a diversidade, variedade,
criatividade e fantasia nas formas de abordagem.
Em resumo esta abertura pedagógico-didáctica não subentende qualquer
atitude de reserva em relação ao ensino das modalidades desportivas, antes
procura concretizar três ideias principais:
Ultrapassar o entendimento restrito de cada modalidade desportiva,
enriquecendo-o com a latitude de perspectivas da evolução presente e
futura do desporto e relacionando-o com novos conteúdos e formas de
organização de movimento, jogo e desporto;
Corresponder às necessidades insuficientes resultantes, das condições
de vida das crianças, estabelecendo os elementos e fundamentos de
um repertório motor imprescindível à afirmação de uma capacidades
de aprendizagem desportiva abrangente;
Contemplar o leque de interesses e motivações, encorajando e
capacitando, com soluções diferenciadas, para um relacionamento
afectivo e inteligível com as práticas desportivo-motoras, para uma
aquisição e expressão individuais da competência desportiva.
O Programa JOGAR MAIS, tem Centros de Formação Desportiva, fora do
contexto escolar e com um conjunto de objectivos, bem definidos e de
importância extrema para o desenvolvimento desportivo do concelho. Estes
Centros de Formação Desportiva, procuram complementar a actividade de
sensibilização à actividade física proporcionada nas escolas, pretende
também ir ao encontro das necessidades e motivações desportivas
específicas de cada criança, proporcionando-lhe as condições desejáveis para
o início de um novo ciclo desportivo. Com o novo modelo de intervenção nas
escolas, as crianças têm acesso a um conjunto de modalidades, tendo como
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finalidade a iniciação à prática da modalidade e despistar possíveis
praticantes da mesma. Ao terem acesso às diversas modalidades leccionadas
pelos monitores, irão ter a possibilidade de escolher aquela para a qual têm
maior apetência e que gostariam de praticar regularmente. Assim, será
também da responsabilidade de cada monitor conseguir cativar as crianças a
participarem neste programa, bem como já foi referido, despistar algumas
que revelem já nestas idades, mais talento e capacidades de praticar uma ou
outra modalidade.
O presente documento é destinado a todos os coordenadores dos centros, é
um documento mais direccionado para o treino e para o desenvolvimento das
competências básicas e específicas da criança em cada modalidade. Foi
elaborado pelos técnicos da Divisão de Desporto, e vai de encontro às
perspectivas e finalidades da Câmara Municipal de Évora, no que diz respeito
ao desenvolvimento desportivo e sensibilização para a prática desportiva.
(Nota: Adaptado do Documento Orientador 2006 do Prof. Óscar Tojo –
Técnico da Div. Desporto da C.M.E.)
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1. CENTROS DE FORMAÇÃO DESPORTIVA
Hoje em dia as cidades, ruas e praças são cada vez menos compatíveis com
os jogos e brincadeiras das crianças, mas cada vez mais compatíveis com o
automóvel e com a ofensiva do betão. Por outro lado as crianças copiam de
muitos adultos e da televisão os seus comportamentos de consumo do
tempo, reduzindo actividades motoras a índices preocupantes. Deste modo
ficam por realizar experiências e operações motoras fundamentais, afectando
o repertório de habilidades e capacidades.
A alteração das condições de vida das crianças provoca obviamente
modificações intra e inter individuais nos seus interesses, inclinações, hábitos
e apetências. O que implica problemas de motivação, de instabilidade e
individualização de interesses em relação ao desporto em geral e a cada
modalidade desportiva em particular.
O desporto é assim, chamado a cumprir uma função de compensação e
recuperação, pelo que as modalidades desportivas prestam um serviço que
transcende, nos seus objectivos, conteúdos, métodos, espaços e materiais,
os limites habituais e naturais noutras circunstâncias.
Conscientes de que a realidade desportiva do país, expressa por número de
praticantes extremamente baixo, obrigam à tomada de medidas globais e
concertadas, estamos a avançar cautelosamente, mas com segurança, para a
tomada de medidas que venham a contribuir para uma melhoria da situação
do Desporto, quer no Sistema Educativo, quer no Sistema Desportivo.
Ora os Centros de Formação encerram em si mesmo conteúdos e objectivos
próprios tão específicos, nomeadamente, os da promoção da saúde para um
desenvolvimento e crescimento harmonioso e equilibrado (somente esta área
tem esta virtualidade), bem como o da prevenção de comportamentos
desajustados, integração social, respeito pelas regras, pelos outros e por si
próprio, de superação, compreensão e aceitação dos outros, em suma, para
o desenvolvimento de um conceito de cidadania. Para não falar dos
objectivos operacionais inerentes a cada modalidade/centro.
Assim e tendo em conta esta realidade, o Programa JOGAR MAIS apresenta
os seguintes objectivos gerais:
Desenvolver o gosto pela prática da Actividade Física e Desporto;
Diversificar a oferta desportiva do Concelho;
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Proporcionar prática desportiva sem custos, para todos indivíduos do
escalão etário a que se destina;
Ocupar os tempos livres de uma forma saudável;
Desenvolver e continuar a prática das modalidades desportivas no 1º
ciclo;
Colmatar as insuficiências resultantes do estilo de vida cada vez mais
sedentário das crianças, procurando estimular e enriquecer o seu
reportório motor;
Fomentar o processo de iniciação Desportiva como uma etapa
fundamental no processo de formação do praticante desportivo;
Possibilitar a aquisição, nos momentos certos (períodos críticos), de
habilidades e competências motoras essenciais para p futuro pessoal e
desportivo dos jovens;
Envolver e incentivar as Associações Desportivas, para que no futuro
criem núcleos/grupos destas modalidades, que lhes permitam a
posteriori enveredar pela vertente federada.
Incentivar à prática de modalidades desportivas com menor
capacidade de mobilização;
É importante reforçar que a acção dos coordenadores de cada Centro
Formação Desportiva, em cada Escola do concelho, torna-se essencial e de
extrema importância para cativar e sensibilizar as crianças a integrarem os
mesmos. Assim, deverão os coordenadores ser os próprios a desenvolver
estratégias de divulgação e sensibilização, com organização de actividades e
iniciativas de promoção, de forma a aumentar o número de participantes no
Centro de Formação Desportiva da Modalidade.
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2. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO
Tendo o Programa “JOGAR” uma intervenção dirigida à população das escolas
do 1º Ciclo do Ensino Básico, é de todo pertinente que o monitor se acerque
das particularidades desenvolvimentais desta população, para que possa
desenvolver uma metodologia de trabalho adequada às suas características
e, assim, atingir os objectivos previamente delineados.
Durante o escalão etário dos 6/7 aos 10/11 anos, no qual se inscreve a
população alvo em questão, ocorre a fase mais crucial dos processos de
crescimento do sistema nervoso e do desenvolvimento motor. Neste último,
a criança aperfeiçoa progressivamente as suas acções, nomeadamente ao
nível da rapidez e precisão, como também é capaz de acompanhar o
aumento de complexidade das tarefas. Verifica-se também a consolidação da
adaptação às estruturas espaciais e temporais, o que permite à criança
melhorar a coordenação das suas acções e uma maior segurança na
realização dos movimentos. Outra aquisição característica desta fase é a
capacidade de diferenciação das diferentes partes do corpo, sendo que o
ganho de consciência corporal permite à criança ter comportamentos
socialmente mais ajustados.
Em termos morfológicos, segundo Pacheco (2001) a criança poderá ser
considerada como um “Mosaico”, que possui mais de 1500 cartilagens em
período de crescimento, que se irão posteriormente transformar nos cerca de
208 ossos que todos nós possuímos na idade adulta, havendo por isso que
ter alguns cuidados nas cargas a ministrar nas sessões de ensino.
É, no entanto, necessário entender que as características que se descrevem
para uma determinada idade, nem sempre têm uma correspondência
absoluta com a realidade. Isto porque pode haver diferentes formas de
expressão e de envolvimento durante a infância e também porque nem
sempre a idade cronológica (o número de anos e dias de vida decorridos
após o nascimento) corresponde à idade biológica (a maturidade geral do
organismo, do sistema hormonal, do esqueleto, determinado neste caso, pelo
grau de ossificação da estrutura óssea) da criança.
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Passamos a enumerar algumas características predominantes:
Quadro I – Características das Crianças entre os 6 e os 10 anos (adaptado de Pacheco, 2001)
Boa capacidade de aprendizagem dos exercícios e dos
objectivos a atingir;
Possuem o gosto pelo movimento, pelo jogo e pelas
actividades físicas;
Fraca capacidade de atenção à informação que lhe
queremos fornecer;
Fraca possibilidade de integração e de retenção de
conteúdos, se os mesmos não forem sistematizados;
Boa capacidade de imaginação;
Impera o pensamento concreto e o pensamento centrado
em si;
Gostam de ser o centro das atenções, atraindo para si as
atenções do professor e colegas;
Constituição física equilibrada e harmoniosa;
Boa predisposição para o desenvolvimento de
flexibilidade, capacidades coordenativas e lateralidade.
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3. PROGRAMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TREINO
Para que um processo de treino seja eficaz, é preciso não apenas prever-lhe
a forma, mas também a programação a longo prazo, a estruturação e
avaliação fundamental.
3.1.Programa Anual de Treino
O programa anual do treino indica a estruturação do trabalho no desportista
ou do grupo de desportistas no espaço de um ano. Ele concretiza, portanto, o
programa plurianual para o ano corrente. Contém:
A definição dos diferentes objectivos e pontos importantes no decorrer
do ano;
A programação das cargas de treino, metodologia aplicada e conteúdos
das sessões;
O diagnóstico com caracter previsional da performance;
O programa de aproximação à competição, estando nele contidas as
fases de preparação e as competições-testes;
O programa de avaliação.
No Programa Jogar Mais, o planeamento ocorre durante o ano lectivo em
causa, sendo a planificação elaborada Setembro a Junho cumprindo com as
interrupções lectiva, organizando o plano de actividades para o respectivo
período.
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3.2.Programa Mensal O programa de treino mensal, denominado também como microciclo ou como
programa operacional, indica a programação de sequências de treino de
vários dias, podendo ir até uma semana. Ele contém, por um lado, a
definição da carga de treino para a semana e, por outro lado, a sucessão de
variação de tarefas principais no interior das unidades de treino. Por
conseguinte, ele mostra também os dias em que as cargas superiores ou
inferiores devem ser programadas e a ordem pela qual devem intervir os
métodos e conteúdos de treino.
O Coordenador Modalidade deverá periodizar em função do mês em causa
tendo em conta 2 sessões semanais.
3.3.Programa de Unidade de Treino O programa de unidades de treino encerra a indicação concreta da
estruturação de cada sessão de treino, precisando os objectivos individuais
da carga, assim como os métodos, os conteúdos e os meios necessários para
a sua realização. Ele fornece indicações sobre a estruturação do programa de
aquecimento, do ponto forte da sessão e do fim do treino, como por exemplo
uma pequena marcha de descanso ou outras medidas de recuperação;
Estruturação de uma Unidade de Treino - A sessão de treino representa a
mais pequena unidade na totalidade do processo de treino; o seu conteúdo, a
sua forma, a sua periodicidade e a sua organização constituem um todo. A
unidade de treino desenvolve factores físicos da performance, as
competências técnicas e tácticas, as disposições e os comportamentos
desportivos específicos da modalidade desportiva em questão. Na prática,
demonstrou-se ser produtivo dividir a sessão de treino em três fases
sequenciais: fase preparatória, fase principal e fase terminal.
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Diferentes modalidades de programação de uma Sessão de Treino
Conteúdo dos
exercícios e
objectivos;
Fase Preparatória Fase Principal Fase Terminal
Estipular situações pedagógicas;
Preparação do organismo;
Exercícios de estímulo inicial.
Melhoramento do estado de treino; Exercer e reforçar o desenrolar do movimento;
Preparação da competição.
Acalmar o organismo ou trabalhar novamente os pontos importantes;
Interpelar as sensações (experiência do sucesso);
Conclusões pedagógicas positivas.
Métodos
observações;
Escolha da
Matéria;
Controlo do vestuário e aparelhos desportivos;
Começar a sessão a horas;
Definição de objectivos de tarefas;
Exercícios simples e diversificados; (exercícios de base; jogos);
Dar atenção à passagem para a parte seguinte;
Intervenções, assimilação e reforço dos conhecimentos das capacidades e das habilidades;
Resolver consequentemente os exercícios e os objectivos parciais;
Considerar a compatibilidade dos esforços;
Fazer avançar a sua própria educação;
Exercícios de relaxamento, jogos, etc;
Retorno à calma do organismo após exercícios intensos;
Arrumar os exercícios e a sessão de treino (avaliação e reconhecimento);
Conclusão do exercício ou da unidade de treino;
Esforço Cargas de trabalho crescentes
Cargas elevadas Cargas Elevadas
Duração 10-15min 35-45min
5-10min
As sessões do Centros de Formação Desportiva, deverão ter uma duração
mínima de 50 minutos até uma 1h 10m no máximo de prática efectiva.
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3.4.Controlo e Avaliação do Treino Distinguimos o controlo imediato e o controlo diferido. O controlo imediato
efectua-se no seguimento de uma única sessão de treino cuja eficácia se
deseja verificar;
O controlo diferido diz respeito à análise do efeito interactivo de um certo
número de sessões que, geralmente, formam um bloco de treino (período de
treino, treino de um ano inteiro). A ligação entre o controlo imediato e o
controlo diferido, ou seja, entre o controlo detalhado e o controlo mais
complexo, é particularmente significativo, visto que os efeitos de uma sessão
ou de um bloco de treino não são efectivamente conhecidos a não ser ao fim
de um certo período de tempo.
As sessões devem ser definidas de acordo com blocos programáticos que se
pretendam envolver na aprendizagem.
3.5.Processo de Treino a Longo Prazo A prática desportiva demonstra cada vez mais claramente que as mais
elevadas performances desportivas só podem ser atingidas se as bases
necessárias para esse efeito tiverem sido adquiridas desde a infância e
adolescência. Isto supõe uma programação sistemática do processo de treino
a longo prazo.
Para a programação do processo de treino a longo prazo, os elementos
decisivos são, por um lado, a programação a longo prazo das condições de
evolução da performance e, por outro, a definição das etapas necessárias no
tempo, em função da idade performance máxima e das condições gerais de
preparação a longo prazo para o desenvolvimento de performances ideias.
Pretende-se que a evolução surja com base numa sequenciação sistemática e
regular de aulas a longo prazo.
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3.5.1.Estruturação do Processo de Treino a Longo Prazo
O processo de treino a longo prazo está muito em geral dividido em
diferentes sequências, apresentando cada uma objectivos, métodos e
conteúdos relativamente independentes e uma organização adaptada a uma
determinada faixa de idade.
O objectivo do processo de treino a longo prazo é o aumento progressivo das
exigências do treino, ou seja, o melhoramento contínuo da capacidade de
performance desportiva. Esta capacidade de performance desportiva depende
das capacidades físicas, psíquicas, técnicas, tácticas e intelectuais. Para
chegar, dentro do conjunto destas componentes parciais da capacidade de
performance desportiva, ao mais alto nível possível, é preciso que o processo
de treino seja programado judiciosamente.
Aumentar a complexidade ao longo do período anual para que ocorra
aprendizagem.
3.6.Formação Geral de Base
A formação geral de base é a sequência (etapa) de encorajamento dos
talentos. Designámo-la também de «treino motor de base» e ela corresponde
sobretudo ao desenvolvimento das capacidades de coordenação. O essencial
é a ocorrência da aprendizagem de habilidades e de combinações motoras
simples, adaptadas ao estádio de desenvolvimento respectivo, que serão o
«veículo» do melhoramento progressivo das capacidades de coordenação em
particular a capacidade de equilíbrio, capacidade de ritmo, a capacidade de
reactividade, a capacidade de diferenciação muscular, a capacidade de
orientação no tempo e no espaço, a capacidade de correlação e a de
adaptação.
A formação geral de base deve fixar as exigências (diversas e variadas)
adaptadas à idade e deve desenrolar-se numa atmosfera feliz para permitir o
enriquecimento sistemático do repertório motor e acumulação mais diversas
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experiências motoras e psíquicas. Para certas categorias de idade, a
aprendizagem pode efectuar-se apenas de forma lúdica.
É preciso respeitar, desde esta etapa, o princípio da progressividade das
cargas: o aumento da complexidade dos movimentos e dos encadeamento
motores, o aumento da velocidade de movimento e da precisão do
movimento melhoram não apenas capacidades de performance coordenativa,
mas também aumentam a capacidade de aprendizagem motora pela
aquisição de uma grande quantidade de «rotinas motoras».
As rotinas base transversais a todas as modalidades deverão estar sempre
presentes.
Crianças e Adolescentes
Treino de
Base Geral
Treinos de
Sensibilização para
Actividade Desportiva
Jogar Júnior;
Jogar;
Práticas informais;
Treino de
Aprendizagem
Treino de Base
Treino Intensivo
Treino de transição
Jogar Mais;
Actividade no Clube;
Competição;
Treino de Alta
Performance
Treino de
Aperfeiçoamento
Actividade no Clube;
Actividade nas
Associações/Federações;
Competição;
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3.7.Treino de Jovens
O objectivo do treino dos jovens é, antes de mais, a detecção das qualidades
específicas e das capacidades de desenvolvimento individual na modalidade
desportiva considerada.
A utilização de indicações específicas de uma modalidade desportiva
desempenha, nesta ocorrência, um papel importante.
No que diz respeito por exemplo ao Treino de Base tem como objectivos os
seguintes pontos:
Uma formação de base polivalente orientada para uma modalidade
desportiva;
O emprego de métodos e de conteúdos de treino polivalentes,
inscrevendo-se no âmbito da formação geral;
A aquisição de capacidades técnicas fundamentais, por exemplo de
um importante repertório de capacidades motoras de base;
3.7.1.Competências a Desenvolver
O contributo da educação psicomotora constitui um elemento fundamental
para o desenvolvimento da inteligência, da afectividade e da personalidade
da criança, uma vez que não só lhe permite ganhar consciência do seu corpo
e do mundo que a circunda, como também lhe providencia o espaço para os
seus primeiros contactos sociais dentro de um grupo, que auxiliam o
desenvolvimento da sua espontaneidade, criatividade e responsabilidade
(Dominguez, et al., 1999).
Por outro lado, o desenvolvimento físico da criança atinge estádios
qualitativos que precedem o desenvolvimento cognitivo e social. Assim, a
actividade física educativa oferece aos alunos experiências concretas,
necessárias às abstracções e operações cognitivas inscritas nos Programas de
outras áreas, preparando os alunos para a sua abordagem ou aplicação.
Estas evidências justificam a importância crucial desta Área Curricular no 1º
Ciclo, como componente inalienável da Educação.
As actividades lúdicas e pré-desportivas assumem assim importância
fundamental como veículo de desenvolvimento da criança, entendido num
processo integral e harmonioso. Resumidamente, podemos considerar três
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grandes domínios do desenvolvimento: o cognitivo, o sócio-afectivo e o
psicomotor:
Domínio Capacidades a desenvolver
Psicomotor
Coordenação motora global;
Execução de elementos e gestos técnicos e tácticos
específicos a cada modalidade;
Resistência geral;
Flexibilidade e agilidade;
Ritmo;
Controlo da orientação espacial;
Velocidade de reacção simples e complexa de execução
de acções motoras básicas e de deslocamento;
Equilíbrio dinâmico em situações de “voo”, de aceleração
e de apoio instável e/ou limitado;
Auto-estima;
Auto-confiança;
Motivação intrínseca;
Sócio-
afectivo
Respeito pelo próximo;
Cooperação;
Responsabilidade;
Cordialidade e auto-controlo;
Cognitivo
Interpretação correcta dos exercícios realizados;
Compreensão, aplicação e cumprimento de regras;
Realização de forma correcta das componentes críticas
de cada exercício;
Expressão oral com correcção de alguns elementos da
actividade;
Utilização destas aprendizagens noutras áreas
curriculares;
Quadro II: Identificação de algumas capacidades a desenvolver nos
domínios psicomotor, sócio-afectivo e cognitivo.
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Porque a criança é uma totalidade, personalidade complexa que se
desenvolve de forma integrada, global, a intervenção do monitor processa-se
de forma sistemática, interagindo em qualquer dos domínios. A riqueza de
estímulos e vivências diversificadas, devem reforçar todas as dimensões
possíveis dos três domínios de aprendizagem, potenciando-se umas às outras
(Matos, 2000).
Orientada neste sentido, a intervenção do monitor deve desenvolver-se de
forma estruturada, procurando em cada momento o desenvolvimento de
capacidades concretas, que assegurem no final do processo a aquisição de
um conjunto de competências fundamentais.
3.8. Estratégias Psicopedagógicas Segundo Coelho (2004), apesar da preparação psicopedagógica dos técnicos
desportivos ser um instrumento fundamental e indispensável à acção e
intervenção dos mesmos no processo desportivo, verifica-se que os
insucessos obtidos pelos técnicos no exercer das suas funções e
cumprimento dos seus objectivos, em geral, são justificados por carências
psicopedagógicas (estratégias desajustadas do contexto de intervenção).
Posto isto, apresentamos em seguida ALGUMAS sugestões de estratégias
psicopedagógicas a que o monitor poderá recorrer no decurso da sua
actividade (Buceta, 2001; Martens, 1999).
Motivação
Providenciar um clima de trabalho agradável, em que predominem
actividades estimulantes e interessantes;
Programar tarefas concretizáveis e exigências adequadas ao nível das
capacidades dos alunos, salvaguardando uma aprendizagem gradual e
diferentes ritmos de progressão;
Utilizar diferentes materiais e exercícios que pressuponham tanto o trabalho
em grupo como individual;
Proporcionar aos alunos experiências de êxito e ajudá-los a atribuir o
sucesso às suas próprias capacidades, à sua competência;
Centrar o elogio no esforço, empenho e progresso conseguidos pelos
alunos, ao invés dos resultados propriamente ditos;
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Elogiar imediatamente a seguir à apresentação de um comportamento
desejado;
Reforçar continuamente os alunos no início da aprendizagem de conteúdos
novos e, numa fase mais avançada, atribuir o reforço de forma
intermitente;
Abordar positivamente os aspectos a corrigir, destacando primeiramente
um aspecto positivo evidenciado pelo aluno, em seguida o que se pretende
corrigir e, por último, novamente o reconhecimento de um aspecto positivo.
Comportamento
Equilibrar a intervenção estruturada e proposta pelo monitor e a
participação dos alunos nos processos de tomada de decisão, atendendo ao
seu nível de maturidade;
Reconhecer que a superação dos erros é alcançada com o tempo, que
permite uma melhor assimilação e domínio da informação recebida, e que os
mesmos são inerentes ao processo formativo dos alunos;
Complementar uma explicação com a respectiva demonstração,
executada pelo monitor ou pelos alunos, por forma a consolidar a explicação
e os critérios de êxito da tarefa;
Ser activo nos deslocamentos no espaço de aula para que os alunos
possam ser adequadamente supervisionados, garantindo aspectos de
segurança, rentabilização do tempo de aula e prevenção de comportamentos
menos correctos;
Observar como os alunos actuam para que o monitor se certifique se a
explicação foi compreendida e, em caso contrário, interromper o exercício e
explicar de novo;
Explicar, em caso de realização incorrecta de uma tarefa, onde o aluno
procedeu mal, como o deve corrigir e oferecer-lhe uma nova oportunidade
de realização da tarefa, ao invés de o repreender;
Centrar a atenção no progresso dos alunos mais do que nos seus
aspectos deficitários, destacando sempre os aspectos de evolução;
Distribuir a atenção por todos os alunos;
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Providenciar aos alunos um feedback descritivo e avaliativo, para que
saibam como estão a executar uma determinada tarefa, o que necessitam
de melhorar e como;
Dar prioridade à aprendizagem e execução dos exercícios propostos e só
depois deixar o aluno fazer o que mais gosta;
Comunicação
Apresentar de forma clara, precisa e sucinta as tarefas e os seus objectivos
Estabelecer regras de funcionamento da tarefa e as consequências do seu
não cumprimento;
Permitir que os alunos pensem por si mesmos, ao invés de ser o monitor a
dizer sistematicamente o que deverão fazer em cada momento;
Apropriar comportamentos verbais e não verbais, como sendo o olhar para
os alunos quando falamos com eles, utilizar um tom e volume de voz
adequados, etc.;
Utilizar o questionamento como método de ensino, quer na fase principal
quer na final, de forma a verificar os conhecimentos/aquisições dos alunos.
Organização
Utilizar tarefas que se relacionem com aprendizagens anteriores;
Consciencializar os alunos para a necessidade de se disporem em “U”,
sempre que o monitor dê qualquer tipo de instrução;
Fazer com que todos os alunos participem na arrumação do material.
Quadro III: Sugestões de algumas estratégias psicopedagógicas a que o
monitor poderá recorrer no decurso da sua actividade.
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4. PROGRAMAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA COMPETIÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE TREINO A performance individual máxima só pode ser atingida pela utilização
adequada de todas as categorias de exercícios, isto é, no momento certo, na
medida ajustada e com a intensidade própria.
As competições desportivas são importantes sob várias perspectivas. Elas
servem para o desenvolvimento sistemático da performance, para o
melhoramento do estado de treino do desportista, para a verificação do
estado de performance desportiva, para atingir uma boa concretização do
plano e permitem controlar a eficácia do treino.
4.1.Competição e Desenvolvimento sistemático da Performance De um modo geral, a competição desportiva pratica-se em interacção com o
treino. A competição e o treino constituem uma unidade.
O treino sem a competição perde o seu valor para o desportista, dado que o
treino é a preparação para o sucesso em competição. De um ponto de vista
metodológico pedagógico e didáctico, temos necessidade não só de uma
teoria de treino, que vise a optimização da capacidade da performance, mas
também de uma teoria da competição. Assim, é necessário aquando da
realização dos convívios com cariz mais competitivo respeitar os seguintes
pontos:
Uma sucessão de competições judiciosa;
Um número de competições adequado;
Um nível de competição correspondente ao nível de preparação;
O jovem desportista deve poder provar a sua capacidade, as
técnicas e comportamentos que adquiriu;
O jovem desportista deve participar em competições nas diferentes
disciplinas da sua modalidade desportiva e de outras modalidades
(pluridisciplinar);
As competições devem desenvolver-se ao longo do ano e ao longo
de todas as fases do treino. As competições devem ser organizadas
no interior dos grupos de treino e entre grupos de treino com
mesmo nível de performance.
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4.2.A competição como meio de treino eficaz As competições desportivas destinam-se geralmente à melhoria do nível do
treino. Elas constituem, por conseguinte, um meio específico de treino que
faz desenvolver e estabilizar a performance desportiva. As competições
colocam em jogo factores de melhoria da performance que de outro modo
não se poderiam adquirir: esforços físicos e psíquico externos, experiência da
competição, observação táctica do adversário, detecção das falhas de treino.
A participação em competições frequentes e variadas reforça ainda a
capacidade de adaptação a situações de competição diversas.
É no entanto necessário notar que a participação num número demasiado
elevado de competições compromete o desenvolvimento regular da
performance. A programação das competições e do treino deve coordenar
equilibradamente estes dois aspectos.
No que diz respeito, aos centros de desenvolvimento da modalidade, a
competição será uma constante numa vertente lúdica e desportiva, com uma
interacção entre todas as crianças. Assim, será programado periodicamente
um convívio entre as crianças inscritas, onde o jogo inerente à competição
estará presente ao longo dessa sessão, bem como todo um aspecto festivo
com brindes e acessórios de oferta para o promover o gosto pela modalidade
e pelo centro.
4.3. Planeamento do Centro de Formação em 2008 Em anexo A, podemos observar todo planeamento anual do centro de
formação estando definido os dias e o número das sessões que cada um irá
realizar. O seu início será no dia 31 de Março (2ª Feira) estando previsto
funcionar até 28 Junho retomando a actividade em Setembro e nova
interrupção a 13 Dezembro.
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5. BASES DA BIOLOGIA DESPORTIVA NO TREINO DAS CRIANÇAS
A criança não é um adulto em miniatura e a sua mentalidade não é
unicamente diferente do ponto de vista quantitativo, mas também é
qualitativamente a do adulto, de modo que uma criança não é somente mais
pequena, mas também diferente.
O movimento é necessário para o desenvolvimento psicofísico harmonioso
das crianças e adolescentes. Esta necessidade de movimento é, em geral,
exercida de um modo espontâneo por elas.
Sendo dado que o movimento, consideravelmente limitado pela educação e
pela escola (posição sentada obrigatória), constitui uma necessidade de
desenvolvimento, existindo toda a razão em preconizar a prática de treino
desportivo nesse período, pressupondo que ele seja precisamente
programado em função da idade e do nível de desenvolvimento da criança.
Esta idade vai do início da escolaridade (por volta dos 5-6 anos) até ao
décimo ano (fim da escola primária). Esta faixa etária caracteriza-se por um
comportamento fogoso que não retorna ao nível normal senão no fim do
período. Uma das expressões desta necessidade apaixonada pelo movimento
é um entusiasmo pelo desporto, é o momento em que a percentagem de
inscrição nos clubes desportivos, e nas diversas actividades organizadas são
mais elevadas. Assim, torna-se extremamente pertinente a criação dos
centros de formação com objectivo de sensibilizar a criança “motivada” para
a prática da actividade física regular e os benefícios que dai advêm.
Existem outras características específicas deste período, que são: bom
equilíbrio psíquico, atitude optimista perante a vida, despreocupação,
assimilação entusiasta de conhecimentos e de habilidades motrizes, ausência
de espírito crítico. Devido aos dados morfológicos favoráveis (as crianças
desta idade são pequenas, ligeiras e gráceis, elas têm uma boa relação de
força-alavanca, capacidades de concentração que melhoram em relação com
a fase precedente, aptidão para uma maior diferenciação na motricidade fina
e uma capacidade de assimilação e interpretação mais precisa da informação,
a primeira idade escolar constitui logo um excelente período de
aprendizagem.
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É necessário por conseguinte que os elementos de novo aprendidos nesta
fase sejam repetidos com bastante frequência para se inscreverem
definitivamente no seu repertório motor.
5.1. Desenvolvimento das Capacidades Motrizes Fundamentais
5.1.1.Treino da Força nesta Faixa Etária: Na primeira idade escolar o reforço harmonioso (bilateral) do aparelho de
suporte e do aparelho motor, deve ter, antes de tudo, uma forma lúdica,
variada e harmónica. Podemos, de qualquer forma, desde já explorar
sistematicamente a necessidade de actividade motriz das crianças para um
treino de força adaptado à idade;
O único método de treino utilizável é pois, o treino dinâmico, na medida em
que o organismo da criança, pelo facto da sua fraca capacidade anaeróbia,
não apresenta de todo disposições favoráveis para um trabalho muscular
estático. Antes de tudo, é preciso desenvolver a força-velocidade. Dado que
as jovens crianças só conseguem, em geral, concentrar-se por breves
minutos numa só tarefa, o treino por circuito evidenciou-se como
particularmente eficaz para esta faixa etária, na condição de que os
exercícios sejam doseados em função do nível.
Esta forma de treino responde às necessidades de performance individual a
curto prazo que as crianças experimentam e garante um bom
desenvolvimento geral do aparelho muscular;
O método de treino por circuito está completamente adaptado ao treino dos
jovens, quer seja para o melhoramento da força, força-resistência ou da
força-velocidade;
Nesta faixa etária torna-se importante o desenvolvimento da força de todo o
corpo, os exercícios de lutas puxando ou empurrando são particularmente
adequados, na medida em que fazem intervir um grande número de grupos
musculares importantes.
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5.1.2.Treino da Resistência nesta Faixa Etária:
Na primeira idade escolar, observamos um nítido aumento do volume
sistólico com uma baixa continua do ritmo cardíaco no estado de repouso.
Estas modificações funcionais resultam, por um lado, do aumento do peso do
coração e ampliação das suas cavidades, por outro lado, da baixa da
resistência periférica (devido ao aumento da secção média dos canais da
rede circulatória).
Observamos nas crianças e nos adolescentes treinados em resistência uma
progressão mais marcada do que nos indivíduos sem treino.
A evolução da capacidade de resistência é válida não só para a capacidade
aeróbia, como também para a capacidade anaeróbia, não dependendo
unicamente do grau de treino mas sim da maturidade biológica das crianças.
A utilização moderada de formas de treino de resistência de curta e média
duração não deve, por conseguinte, de forma alguma, ser excluída.
Nesta idade a resistência escolar deve ser desenvolvida preferencialmente
pelo método de corrida de longa duração com o andamento tão regular
quanto possível pois desta maneira a capacidade de performance existente é
utilizada com mais rentabilidade em particular nas crianças sem treino.
É importante referir que nesta faixa etária, o treino da resistência deveria
sobretudo limitar-se aos jogos em movimento, nos quais a alternância entre
trabalho e recuperação do esforço e sob a forma de intervalos, e às corridas
continuas numa grande diversidade de situações.
Pequenos Jogos por ex.: toda a variedade de jogos tácteis,
mudanças de grupo, corridas por numeração, jogos com mudança
de lugares, polícias e ladrões, caça à bola, etc.
Pequenos jogos de grupo: bola em campo, bola na turma, bola
rolada, minibasquetebol, etc;
Corridas de figuras: o instrutor dirige a marcação, traçando
grandes e pequenas figuras cujos contornos devem ser seguidas,
ida e volta ou em continuo.
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5.1.2. Treino da Velocidade nesta Faixa Etária: É na primeira idade escolar que se produz o mais forte aumento da
frequência e da velocidade de movimento. A maturação anatómica e
funcional do córtex cerebral, termina também nesta faixa etária, o que
produz um melhoramento considerável da velocidade de reacção e do tempo
de latência que a condiciona.
É necessário ter em conta o facto que este período é o da percentagem de
melhoramento máxima das capacidades de velocidade, além dos processos
de funcionamento nervoso, as relações de alavanca favoráveis desempenham
um papel importante nessa ocorrência, privilegiando no treino geral dos
factores da performance física os exercícios que colocam o acento sobre a
velocidade. Isto é tanto mais importante quanto, em razão da necessidade
de movimento e da curiosidade irreprimível desta idade, todo o «pretexto
para movimento», seja ele qual for, é um desencadeador bem vindo da
actividade, o mesmo é válido consequentemente para as corridas de treino
da velocidade e deverá portanto ser utilizado como apoio de uma
aprendizagem sistemática.
Na nossa apresentação dos métodos e conteúdos de treino para o
desenvolvimento de diferentes factores determinantes da performance, nós
insistiremos repetidamente, e é uma das nossas preocupações centrais,
sobre a necessidade da variedade e da diversidade de um treino adaptado à
criança, sem negligenciar não obstante uma formação sistematicamente
orientada. Devido à necessidade de movimento que a criança experimenta, o
desejo constante de mudar de actividade lúdica e os dados fisiológicos, os
conteúdos de treino devem ser qualitativa e quantitativamente adaptados a
cada faixa etária. O princípio supremo é a adaptação dos métodos e dos
conteúdos à idade da criança.
É necessário prevalecer antes de tudo o melhoramento dos factores
elementares de velocidade e da capacidade de aceleração que ocupa um
lugar notável em todos os jogos lúdicos de perseguição, estafetas, entre
outros.
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5.1.3.Treino das Capacidades Coordenativas nesta Faixa Etária:
Nesta faixa etária, a extrema plasticidade do córtex cerebral permite um
forte desenvolvimento da capacidade de coordenação.
Dado que a capacidade de coordenação se desenvolve de diferentes modos
em diferentes momentos, o conhecimento das etapas de mais intenso
desenvolvimento é indispensável se queremos exercer neste domínio uma
acção sistemática e eficaz. A primeira idade escolar (6-10 anos) pode ser
considerada como a idade do desenvolvimento intensivo óptimo para o
aperfeiçoamento da capacidade de reacção, a capacidade de alta frequência
motora, a capacidade de análise espacial e capacidade de coordenação em
tempo limitado, e a capacidade de equilíbrio.Um programa de treino
sistemático nesta idade deve colocar como objectivo o aperfeiçoamento
destas mesmas capacidades.
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6. DETECÇÃO E ENCOROJAMENTO DO TALENTO DESPORTIVO NAS CRIANÇAS
Entre as tentativas de definição do talento desportivo, distingue-se uma
concepção estática e uma concepção dinâmica.
A definição estática resume o talento pelos seguintes quatro pontos:
as disposições determinam as capacidades;
as disposições fazem prevalecer a vontade;
o contexto social determina as possibilidades;
os resultados (performance) testemunham o nível real.
A definição dinâmica parte do princípio que o talento se «estrutura» durante
um processo activo e orientado («especificação») que faz intervir uma
transformação que actua sobe o conjunto da personalidade.
A definição dinâmica do talento apoia-se essencialmente sobre os três pontos
seguintes:
processo de transformação activa;
condução do processo pelo treino e a competição;
acompanhamento pedagógico.
O desenvolvimento do talento é um processo de transformação activa que se
torna objecto de um acompanhamento pedagógico, é controlado pelo treino e
fornece assim a base das capacidades de alto nível de performance
(desportiva) que serão atingidas posteriormente.
Assim, entende-se por talento desportivo numa criança ou num adolescente
o conjunto das qualidades e das aptidões necessárias à realização e ao
desenvolvimento de altas performances desportivas. É necessário contudo
precisar que o nível da performance desportiva depende das disposições e do
processo da actividade.
6.1. A detecção do talento e das aptidões desportivas A detecção do jovem talento efectuar-se de modo judiciosos e
suficientemente cedo, porque a performance máxima absoluta não pode ser
atingida senão ao fim de um processo sistemático de preparação a longo
prazo que se estende de seis a dez anos de acordo com as diversas
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modalidades; Isso quer dizer, que a idade propícia para a performance deve
ser determinada em cada modalidade desportiva de tal maneira que a
capacidade óptima de performance seja atingida ao fim um certo período de
treino.
6.2.Os factores Essenciais da Detecção do Talento das Aptidões
Desportivas
A detecção de talentos desportivos deve ter em conta múltiplos factores ou
características que são determinantes para a performance futura.
dados antropométricos: a altura, o peso, a densidade corporal, as
proporções do corpo e localização do centro de gravidade;
factores da condição física, como a resistência aeróbia e anaeróbia, a
força estática e dinâmica, a velocidade de reacção e de acção, a
mobilidade, etc.;
características técnicas-motrizes, como o equilíbrio, a capacidade de
apreciar as distâncias, o ritmo, a capacidade de dominar a bola, etc.;
capacidade de aprendizagem, facilidade de aquisição, capacidade de
observação e de análise;
predisposições para a performance, potencial de treino, perseverança,
aplicação, tolerância à frustração;
capacidades cognitivas, concentração, inteligência motriz (por exemplo
inteligência do jogo), criatividade, sentido táctil.;
factores efectivos, estabilidade psicológica, predisposições para a
resistência à influência exterior, domínio da tensão;
factores sociais, aceitação do papel a desempenhar, ajuda à sua equipa,
etc..
Depois de inumerar os factores essenciais da Detecção do Talento
Desportivo, resta-nos referir novamente, que as acções (divulgação,
sensibilização, actividades) dos coordenadores/monitores nas escolas do
concelho junto das crianças para a sua participação nos diversos centros, é
de extrema importância e utilidade para o programa sendo essencial para o
seu êxito.
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7. CENTRO DE FORMAÇÃO DE BASQUETEBOL
7.1. Treino da Técnica Desportiva O processo de treino não deve ser dirigido unicamente para o
aperfeiçoamento dos factores físicos da performance, mas também para
conhecimento técnico indissociavelmente ligado aos factores físicos. A técnica
não se reveste da mesma importância em todas as modalidades desportivas.
O aperfeiçoamento técnico não deve, pois, ser ponderado da mesma forma
no treino de todas as modalidades: as modalidades de precisão e de
expressão (por exemplo patinagem e ginástica), exigem um máximo de
perfeição técnica, pois a técnica é neste domínio um factor determinante, em
parte autónomo, para a apreciação da performance. Nos desportos
colectivos, a técnica é umas das determinantes da escolha das diferentes
soluções respondendo à complexidade das situações de confronto e de jogo.
7.1.1.Etapas de Aprendizagem Técnica O desenvolvimento da capacidade motora complexa, e por consequência ao
mesmo tempo da técnica, desenrola-se em três etapas:
Desenvolvimento Polivalente: A prioridade é dada ao alargamento da
capacidade de coordenação, ao enriquecimento do repertório motor e
da experiência motriz e à aquisição de habilidades técnicas de base
(coordenações globais). Logo que uma estagnação técnica se
manifeste em determinada fase, é normalmente porque a base de
coordenações iniciais era muito restrita;
Preparação Geral: insiste no afinamento cruzando técnicas desportivas
em correlação com uma preparação física geral;
Preparação Específica: Domínio da elaboração de uma técnica
optimizada, automatizada, infalível, adaptada às possibilidades
individuais, na base de uma preparação física específica,
especialmente centrada na modalidade respectiva;
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7.1.2.Fases de Aprendizagem do Treino da Técnica O processo de aprendizagem técnica desenrola-se em várias fases.
1. Fase de comunicações e de concepção, o desportista toma conhecimento
do movimento a aprender e assegura-se das condições da concepção de um
plano de acção. Serve-se, na ocorrência da sua experiência motriz, do seu
nível motor de arranque e das suas capacidades de observação e de
conceptualização quase sempre ligadas aos aspectos precedentes.
2. Fase de coordenação grosseira, as primeiras tentativas de execução
prática constituem, com as indicações verbais simples, a principal fonte de
informação nesta fase. No fim desta etapa, a aprendizagem da estrutura
global do movimento deve estar adquirida.
Os fenómenos mais frequentemente observados nesta fase são um
investimento de força excessivo, a irregularidade de execução, os
movimentos desastrados, falhas de ritmo (demasiado precipitado ou
demasiado lento), uma insuficiente precisão.
3. Fase de coordenação fina.
No final desta fase de trabalho e de rectificação, a aprendizagem da
execução motriz assegurada até ao detalhe. Deve chegar-se a um
investimento de força bem calculado, um ritmo de execução correcto, um
volume e uma amplitude de movimento correctos. A precisão crescente do
movimento baseia-se essencialmente num tratamento cada vez melhor
adaptado de informações verbais.
4.Fase de coordenação e de aperfeiçoamento, assim, como da disponibilidade
variável
A etapa da coordenação é a mais fina do movimento, a qual pode, daqui a
diante, ser executada nas condições mais difíceis e inusitadas. A
automatização parcial da cadeia motriz permite ao desportista consagrar a
sua atenção nos pontos críticos do seu desenvolvimento.
O movimento é, daqui em diante, exacto, regular e harmonioso.
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Nesta idade, a capacidade de aprendizagem motora é relativamente
desenvolvida, convém tirar proveito disso para aumentar o repertório e a
experiência motriz da criança.
Observamos que em certos desportos, cujas exigências técnicas são
importantes, as crianças desta idade realizam performances apreciáveis (por
exemplo, patinagem artística, ginástica), mesmo em casos onde são
solicitados parâmetros específicos da condição física (natação). Estas
crianças estão empenhadas num início de processo de treino, o qual, a longo
prazo, se orienta para a alta performance. Podemos, pois, desde a primeira
idade escolar praticar um treino adaptado mas desde logo orientado para a
técnica, na base de uma informação geral.
7.2. Objectivos Específicos
No que diz respeito à Escola Municipal de Basquetebol, pretendemos que
exista uma familiarização por parte dos alunos aos conteúdos seleccionados
na modalidade no início do 2º ciclo, ou seja, 5º ano. Com o objectivo que a
adaptação por parte destes, seja mais facilitado aquando do seu ingresso no
referido ano.
Tendo em vista este pressuposto os objectivos à atingir nesta actividade, são
os seguintes:
Cooperar com os companheiros, quer nos exercícios quer no jogo,
escolhendo as acções favoráveis ao êxito pessoal e do grupo,
admitindo as indicações que lhe dirigem e aceitando as opções e falhas
dos seus colegas;
Aceitar as decisões da arbitragem e trata com igual cordialidade e
respeito os companheiros e os adversários evitando acções que
ponham em risco a sua integridade física, mesmo que isso implique
desvantagem no jogo;
Conhecer o objectivo do jogo, a função e o modo de execução das
principais acções técnico/tácticas e as regras;
Adquirir um enorme reportório motor, no que diz respeito, ao manejo
de bola, isto é, aumento da capacidade de controlar a bola, nas
diversas trajectórias;
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Driblar, se tem espaço à sua frente, para progredir, no campo de jogo
e ou para ultrapassar o seu adversário directo, aproximando a bola do
cesto, para lançamento ou passe a um jogador;
Passar com segurança a um companheiro desmarcado, de preferência
em posição mais ofensiva;
Lançar ao cesto se tiver situação de lançamento (cesto ao seu alcance,
em vantagem ou livre do defesa).
7.3. Propostas de Exercícios
CONTROLE DE BOLA
Denomina-se controle ou manejo de bola aos gestos tendentes ao
aumento da capacidade de controlar a bola.
Exercícios:
1. Criança de pé, faz passar a bola à volta do pescoço;
2. Criança de pé, faz passar a bola à volta da cintura;
3. Criança de pé, faz passar a bola à volta das pernas unidas;
4. “A volta ao Mundo”. Associação dos 3 exercícios anteriores;
5. Braços estendidos, passa a bola de uma mão para a outra;
6. Passar a bola duma mão para a outra, por cima da cabeça;
7. Pernas afastadas, a bola descreve um oito no chão à volta das pernas;
8. “O oito”. Idem, mas sem tocar no chão, passando de mão para mão;
9. De pé, pernas afastadas, agarrar a bola no meio das pernas, com a
mão direita à frente e a esquerda atrás. Trocar a posição das mãos
deixando a bola cair uma vez no chão e apanhando de seguida;
10. Idem, mas sem a deixar cair;
11.Lançar a bola ao ar, bater as palmas e apanhar a bola;
12.Idem, mas bater as palmas à frente a atrás antes de apanhar a bola;
13.Lançar a bola ao ar e passar por baixo dela as vezes que for capaz;
14.Pernas flectidas e afastadas, bola segura à frente com as duas mãos.
Fazer a bola ressaltar no chão, no meio das pernas, voltando a agarrá-
la atrás das costas;
15. O mesmo exercício sem deixar cair a bola no chão;
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16. Segurar a bola com as duas mãos, atrás da cabeça. Deixar cair a bola,
e voltar a apanhá-la atrás das costas;
17. Atirar a bola ao ar, tocar com as duas mãos no chão e apanhar a bola
antes desta tocar o solo;
18. Bola presa junto aos tornozelos. Andar para a frente e para trás;
19. Empurrar a bola pelo chão usando uma das mãos;
20. Idem, usando a cabeça;
21.Sentado de pernas cruzadas, fazer com que a bola circunde o corpo,
pelo chão;
22.Sentado de pernas flectidas, fazer com que a bola circunde as pernas;
23.Partindo da posição de pé, driblar, passar à posição de sentado e
posteriormente de deitado dorsal, sempre a driblar. Voltar à posição
de pé, sem interromper o drible, trocar de mão e repetir.
EXERCÍCIOS DE DESMARCAÇÃO COM MUDANÇAS DE DIRECÇÃO
Sempre que um jogador está marcado (vigiado) deve tentar fugir a essa
marcação.
Exercício:
AAAAA
A e C tentam tocar-se, sem serem tocados por
B.
Quem toca ganha 1 ponto para a sua equipa.
Os jogadores das colunas A e C pertencem à
BBBBB
mesma equipa.
Vence a equipa que chegar primeiro a 10.
CCCCC
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EXERCÍCIOS DE DESMARCAÇÃO, PASSE E DRIBLE
AAAAA
Idem, mas a coluna A com bola.
(Os jogadores devem aprender quando devem
driblar ou passar).
Os jogadores da coluna C devem trabalhar para
receber.
BBBBB
CCCCC
DRIBLE
Chamamos drible ao acto de fazer ressaltar a bola no solo, através de
“batimentos” suaves de uma só mão (dedos).
Exercícios:
1. Grupos de 2 alunos com uma bola cada, dão as mãos e driblam com a
mão livre;
2. Grupos de 2 alunos com uma bola cada, em drible tentam com a mão
livre tocar na bola do companheiro;
3. Jogadores em círculo, numerados, fazendo parte de uma equipa e com
uma bola na mão. O professor diz um número e as crianças com esse
número saem do lugar em drible, dão uma volta à roda, pontuando o
1º a chegar ao lugar. A equipa que atingir primeiro X pontos é a
vencedora;
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4. “Caçadores”. Os coelhos colocados numa das extremidades do campo,
tentam chegar às tocas (na outra ponta) sem serem tocados pelos
caçadores que se encontram espalhados pelo campo e os perseguem em
drible, tocando-lhes apenas com a mão livre;
5. Estafeta em drible. Os alunos distribuídos por colunas correspondendo
cada uma a uma equipa. Ao sinal de partida o 1º aluno de cada coluna
parte em drible, com uma das mãos, controla o obstáculo colocado à
sua frente e regressa em drible, com a outra mão. Ao chegar dá a bola
ao companheiro que faz o mesmo percurso. A equipa que terminar
primeiro será a vencedora;
1
1
1
2
2
2
3
3
3
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Variante: Idem, mas em zigue-zague;
PASSE
O passe é a forma mais rápida de levar a bola de um cesto ao outro e
consiste em fazer com que a bola “viaje” de uma criança a outra.
Exercícios:
1. Alunos colocados em duas colunas, frente a frente. O aluno com
bola passa-a ao companheiro da coluna da frente e, de seguida,
coloca-se no fim da sua coluna;
2. “O Relógio”. Alunos colocados em círculo, com um companheiro
com bola, no meio. A bola é passada a cada uma das crianças
colocadas na roda, no sentido dos ponteiros do relógio, sendo
sempre devolvida ao jogador do meio. Competição entre várias
rodas;
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3. “Os 4 cantos”. Alunos distribuídos pelos 4 cantos do quadrado.
Um deles com uma bola, passa-a ao companheiro do canto
seguinte e troca de coluna, seguindo a bola;
4. “Rabia”. Alunos dispostos em círculo tentam passar a bola entre
si, sem que o aluno ou alunos colocados no meio toquem na
bola. Quando isso acontece o jogador que fez o mau passe troca
com o do meio;
5. Idem, mas impondo regras, como estas: Não podemos passar ao
jogador de quem recebemos ou aos jogadores colocados
imediatamente à nossa direita e esquerda, etc.;
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LANÇAMENTO
O lançamento é o gesto pelo qual se pretende introduzir a bola no cesto.
Exercícios:
a) Lançamento parado
1. Competição entre as equipas colocadas junto de cada tabela.
Quem lança vai ao ressalto e troca de coluna. Vence a equipa
que concretizar X cestos de cada posição;
2. Idem, mas colocando uma criança no ressalto. Quem lança
vai, de seguida, ao ressalto;
3. Idem, mas com outra disposição;
b) Lançamento na passada após drible
1. Alunos distribuídos por duas colunas, uma das quais com
bola. Jogador da frente dribla e lança na passada, trocando
de coluna. O aluno da coluna sem bola vai ao ressalto e troca
de coluna;
2. Idem, mas mudando a bola de lado;
c) Lançamento na passada após passe
1. Uma coluna com jogadores com bola. Em frente está um
aluno sem bola. A criança com bola, passa-lha e corre na
direcção do cesto, recebe a devolução da bola e lança na
passada. Quem lança não quer saber da bola e troca com o
jogador que lhe passou. Este por sua vez vai ao ressalto e
vai para o fim da coluna.
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8. AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DESENVOLVIDA
A avaliação é sempre uma questão alvo de preocupação no contexto
educativo.
De acordo com Castejón (1999), entende-se por avaliação um processo que
integra a observação de um determinado meio de acordo com parâmetros
delineados previamente, objectivando no final a elaboração de uma valoração
com base nos dados recolhidos.
Nesta definição, é extremamente importante destacar o termo valoração.
Ainda que seja possível através dos instrumentos de medida alcançar um
grau elevado de objectividade na recolha da informação, a avaliação em
contexto educativo é difícil de se assumir somente neste registo (Castejón,
1999). Ela é um processo mais amplo que, para além de integrar a medição,
pressupõe também a formulação de um juízo de valor sobre algo ou alguém
(Contreras, 1990 citado por Castejón, 1999), pelo que aqui se introduz
alguma subjectividade. Neste sentido, é importante reconhecer que a
avaliação é sempre uma aproximação ao real.
A avaliação é extremamente importante no processo de ensino-
aprendizagem, devendo esta ser parte integrante do planeamento da
actividade do monitor. Na medida em que lhe permite averiguar a validade e
a adequação ao contexto em questão de uma metodologia de trabalho, em
ordem a aumentar a qualidade do seu ensino. Através da avaliação o monitor
recebe, pela recolha de informação a diversos níveis, um feedback acerca do
desenvolvimento das aprendizagens dos seus alunos, que lhe possibilita
traçar a evolução dos mesmos e, caso necessário, reformular o processo de
ensino.
A avaliação é susceptível de ser (deve ser!) desenvolvida em diversos
momentos no decorrer da actividade. O seu conhecimento atempado por
parte do corpo docente é um instrumento de extrema utilidade para a
avaliação formal e representa uma importância acrescida do papel do
monitor no contexto educativo.
A avaliação global ao funcionamento do Programa é um processo complexo,
que cruza informações de forma transversal, implicando contributos dos
alunos, docentes, auditores, pais e outros intervenientes.
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Aos Coordenadores de cada Centro de Formação, compete a responsabilidade
de avaliar todo o processo de ensino-aprendizagem, bem como o de controlo
da actividade, realizando relatórios semestrais sobre um conjunto de
situações, tais como assiduidade das crianças ao centro, controlo do material
e do processo logístico necessário ao desenrolar do centro, e avaliação de
todo o funcionamento.
A avaliação constitui um precioso instrumento para o melhoramento do
programa nas suas diversas componentes no qual se deve insistir na sua
concretização.
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BIBLIOGRAFIA
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juvenil (2ª ed.) (pp. ). Lisboa: Livros Horizonte.
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Weineck, Jurgen (2002), Manual do Treino Óptimo, Instituto Piaget, Lisboa.
1 Nota: Os documentos de apoio supracitados podem ser consultados na secção de desporto da Câmara
Municipal de Évora.
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ANEXO A
PERIODIZAÇÃO ANUAL