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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL RIMA CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS BELFORD ROXO/RJ Dezembro/2012

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL RIMA

CENTRAL DE TRATAMENTO

DE RESÍDUOS SÓLIDOS BELFORD ROXO/RJ

Dezembro/2012

 

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

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EIA/RIMA do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

AR 584/12

Dezembro/2012

Resumo das Informações sobre o Complexo de Tratamento e Disposição de Resíduos Urbanos Belford Roxo – CTDR BR.

Localização da CTDR Município de Belford Roxo.

Área do empreendimento 1.637.284m2

Investimento Estimado para implantação R$ 68.627.754,00

Recebimento máximo de resíduos por dia 3.000 toneladas/dia

Tempo de obras Inicio de cada unidade

Tempo mínimo de operação 21 anos e 6 meses

Geração de empregos diretos durante a Implantação

21 empregos diretos

Geração de empregos diretos durante a Operação 53 empregos diretos

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EIA/RIMA do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

AR 584/12

Dezembro/2012

INTRODUÇÃO

1.1 O que é o EIA e o RIMA?

Para a instalação de empreendimentos que possam gerar impactos significativos no

meio ambiente e na população

como, por exemplo, indústrias, minerações, aterros sanitários, entre outros, a

Legislação Federal Brasileira, por meio das resoluções do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) n° 01/86 e n° 237/97, exige a elaboração de um Estudo de

Impacto Ambiental, denominado EIA e de seu respectivo Relatório de Impacto

Ambiental, o RIMA.

Estes estudos ambientais são realizados para que o Estado, por meio do órgão

ambiental competente (neste caso a INEA) e as demais partes interessadas, como, por

exemplo, a população local, possam avaliar a viabilidade do projeto e conhecer as

principais alterações, positivas e/ou negativas, que ele deverá causar no ambiente, na

sociedade e na economia da região.

De modo geral, o EIA abrange quatro etapas principais:

1) Descrição detalhada da implantação e operação do empreendimento, com

destaque para as atividades que podem causar alterações ambientais;

2) Diagnóstico das condições ambientais, sociais, culturais e econômicas

encontradas na região e que poderão ser modificadas pelo projeto;

3) Avaliação das possíveis alterações que deverão ocorrer no ambiente durante

a implantação e operação do projeto. Estas alterações são chamadas de

impactos ambientais.

4) A partir da identificação destes impactos ambientais, são propostas ações na

forma de programas e medidas para amenizar as alterações negativas e

aumentar o efeito dos benefícios decorrentes do empreendimento.

Estas ações são de responsabilidade do empreendedor e fiscalizados pelos

órgãos ambientais competentes.

Após a avaliação e aprovação do EIA pelo órgão ambiental, é emitida a denominada

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Licença Prévia (LP). É importante lembrar que a LP não autoriza o início da

implantação do empreendimento; ela apenas sinaliza que o projeto é viável do ponto de

vista ambiental, incluindo sua localização.

A Licença Prévia é o primeiro passo para o empreendedor incorporar as exigências

técnicas do órgão ambiental para a implantação de seu projeto e, ao mesmo tempo,

incorporar as sugestões e reclamações da população diretamente envolvida.

Este Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) apresenta o resumo das principais

informações e conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Central de

Processamento e Tratamento de Resíduos, para que você possa ter mais clareza

sobre este projeto, sobre as alterações ambientais que ele pode vir a causar e,

principalmente, sobre a forma de disposição dos resíduos no solo e os mecanismos de

proteção ambiental que envolvem o projeto.

Informações mais detalhadas sobre o projeto, suas possíveis alterações ambientais,

sociais e econômicas, e as ações de gestão previstas podem ser obtidas no Estudo de

Impacto Ambiental do CTDR Belford Roxo disponível no INEA – Instituto Estadual do

Ambiente do Rio de Janeiro.

1.2 Quem é o Empreendedor?

BOB Ambiental Ltda - Boechat do Bairro Tratamento de Resíduos, Coleta e

Conservação, empresa idealizadora do projeto.

Revita Engenharia S.A - Empresa do Grupo Solví que possui mais de 20 anos no

mercado de tratamento de resíduos; é uma empresa de capital fechado com sede no

município de São Paulo.

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1.3 O que é o CTDR Belford Roxo?

O CTDR Belford Roxo é um Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos

Urbanos. É um empreendimento particular constituído por várias construções como as

5 Etapas do Aterro Sanitário e as instalações de apoio, para recebimento e destinação

final de Resíduos Sólidos Urbanos.

A seguir, a descrição das principais unidades que compõe o CTDR - BR:

• Aterro Sanitário: local adequado, preparado previamente, para deposição de

resíduos gerados pela atividade humana.

• Usina de biogás: nesta unidade, será aproveitado o biogás gerado pela

decomposição dos resíduos para geração de energia elétrica.

Camada de resíduos

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• Unidade de triagem: onde é feita a separação de resíduos que podem ser

reciclados ou reutilizados como: plásticos, vidros, metais e papéis.

• Usina de compostagem: onde é feito o processamento de resíduos orgânicos

(restos de frutas, legumes, alimentos em geral), para geração de adubo.

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1.4 Qual a diferença entre Aterro e Lixão?

ATERRO X LIXÃO

Controle de Entrada

Entrada restrita a veículos devidamente cadastrados, desde que contenham apenas resíduos permitidos para aquele aterro.

Sem qualquer controle de entrada de veículos e resíduos.

Pesagem, procedência, composição do lixo, horário de entrada e de saída dos veículos são observados.

Não dispõe de controle de horário, procedência, etc.

Recepção dos Resíduos

Impermeabilização Antes do terreno, o local é devidamente impermeabilizado seguindo critérios de engenharia.

O lixo é depositado diretamente sobre a camada de solo, o que provoca danos ao meio ambiente e à saúde.

Drenagem

Possui dispositivos para captação e drenagem do líquido resultante da decomposição dos resíduos (chorume), evitando a sua infiltração no local.

Não possui dispositivos para drenagem interna, possibilitando maior infiltração do chorume na sua base ou o escoamento superficial sem qualquer controle.

Cobertura

É feita diariamente com camada de solo, reduz a produção de chorume; impede que o vento carregue o lixo e afasta vetores de doenças.

A exposição do lixo permite a emissão de fortes odores, o espalhamento de lixo leve, além de atrair vetores de doenças (ratos, urubus, moscas, etc.).

Acesso restrito às pessoas devidamente identificadas. O aterro deve ser bem cercado para impedir invasões.

Além dos catadores, adentram nos lixões os animais por falta de cercamento e fiscalização.

Acessibilidade

Impacto Visual

É amenizado com a construção de um "cinturão verde" com espécies nativas da região que ainda serve de abrigo para predadores de alguns dos vetores.

Visual impactante, área degradada.

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Antigo lixão em Belford Roxo BOB Ambiental – CTR Belford Roxo

Fase 1 - Preparação de célula para

recebimento do resíduo

1.5 Lixo ou Resíduo?

Lixo e Resíduo são materiais diversos provenientes das atividades humanas, ou seja,

significam a mesma coisa. Só que atualmente as pessoas chamam de lixo tudo o que

não pode ser aproveitado e resíduo aquilo que pode ser aproveitado.

1.6 Que tipo de resíduos o CTDR vai receber? O que são resíduos Classe II e resíduos de serviços de saúde?

O CTDR vai receber resíduos classificados como Classe II pela Associação Brasileira

de Norma Técnica (ABNT), ou seja, resíduos não perigosos, que não têm risco de

contaminação para pessoas, animais e para o meio ambiente. São constituídos por:

resíduos domiciliares, resíduos de poda e capina, resíduos de varrição e limpeza de

feiras livres gerados nos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Nilópolis e São

João do Meriti, e também irá atender as demandas extraordinárias de resíduos

oriundos de estabelecimentos situados na RMRJ.

Receberá, ainda, resíduos de serviços de saúde, constituídos por materiais utilizados

em hospitais, clinicas veterinárias, laboratórios e clínicas médicas. Este tipo de resíduo

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é classificado como Classe I, perigosos, pois podem conter produtos contaminados e,

também, produtos perfurocortantes, como por exemplo, agulhas, navalhas e laminas.

Este tipo de resíduo exige um tratamento especial, e este será oferecido no CTDR.

1.7 O que é o Percolado?

Líquidos provenientes da decomposição do resíduo, também conhecido como

chorume.

1.8 Onde será construído o CTDR?

A área destinada à implantação do Complexo de Tratamento e Destinação Final de

Resíduos está localizado na Estrada do Cadunga, Lote 436, Núcleo Colonial São

Bento, bairro Recantus, em Belford Roxo, conforme apresentado na Figura 1.8-1 .

Está situada na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ),

entre as Rodovias Rodovia Washington Luís (BR-040) e Presidente Dutra (BR-116). As

vias de acesso encontram-se em bom estado de conservação.

O acesso ao local pode ser a partir da Rodovia Presidente Dutra, pela rua Carvalhaes,

a avenida Joaquim da Costa Lima, a estrada da Imprensa, a estrada de Itaipu, o

caminho Jango e a “estrada do Babi”, até o encontro com a avenida Brasil.

Mesquita

Queimados

Petrópolis

Nova IguaçuBelford Roxo

Duque de Caxias

São João de Meriti

APA do Alto Iguaçu

Nilópolis

Reserva Biológica do Tinguá

BR-116

RJ-105

RJ-125

BR-101

RJ-111

RJ-081

RJ-071

BR-04

0

BR-040/BR-116

BR-465

BR-116/BR-493/BR-493

BR-040/BR-101

BR-101/BR-116

RJ-079

RJ-111

RJ-11

1

Rio Santana

Rio Iguaçu

Rio C

apiva

ri

Rio Pati

Rio São Pedro

Rio Pavuna

Rio da Bota

Rio Dour

o

Rio Pil ar

R io Saracuruna

Rio TinguáR io do Sapé

Rio da Taquara

Canal do P

aiol

Rio SarapóRio

dos Afon sos

Rio Cabaçu

Rio dos Velhas

Cana

l de Sa

rapuí

Vala da MadameRio Inhomirim

R io Piabanha

Rio d

a B

ota

43°20'W

43°20'W

43°30'W

43°30'W

22°30

'S

22°30

'S

22°40

'S

22°40

'S

22°50

'S

22°50

'S

1:160.000

formato A3 paisagem

0 2,5 5 7,5 101,25 km

MG

RJ

ES

SP

42°W

42°W

45°W

45°W

21°S

21°S

24°S

24°S

FIGURA NºDATA: OUTUBRO/2012

CLIENTE: BOB Ambiental

TÍTULO: MAPA DE CONTEXTO TERRITORIAL

PROJETO: EIA RIMA DO CTDR BELFORD ROXO

Sistema de Coordenadas WGS 1984

HidrografiaCurso D'águaCurso D'água - Principais

Oceano Atlântico

FONTE:Cartas 1:50.000Petropólis:SF-23-Z-B-IV-2 - IBGE, 1979Baía de Guanabara: SF-23-Z-B-IV-4 - DSG, 1987Cava: SF-23-Z-B-IV-1- DSG, 1966Miguel Pereira:SF-23-Z-B-I-3- DSG, 1979 (2 ed)Paracambi:SF-23-Z-B-VI-2 - DSG, 1966Santa Cruz:SF-23-Z-B-VI-4 - DSG, 1963Vila Militar: SF-23-Z-B-IV-3 - DSG, 1963IBGE BCIM, 2009 ¯

OceanoAtlântico

Ilha doGovernador

Limites AdministrativosSede MunicipalLimite Municpal

InfraestruturaRodoviasFerrovias

4.3.3 - 1

Áreas de InfluênciaMeio Físico e Biótico

ADA - Área Diretamente AfetadaAID - Área de Influência Direta

AII - Área de Influência IndiretaMeio Antrópico

AID - Área de Influência DiretaAII - Área de Influência Indireta

APA Gericino / Mendanha

APA GericinoMendanha

Proximidade da Área Diretamente Afetada - ADA5 kmAII_Antropico_merge_v01_030312_my

Unidades de ConservaçãoEsfera Administrativa

FederalEstadualMunicipal

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2. DESCRIÇÃO DO PROJETO

2.1 Como será o CTDR?

O CTDR será constituído de um Aterro Sanitário, Usina de Triagem e Compostagem,

usina de biogás e diversas unidades de apoio, como: guarita, portaria, balança, oficina,

vestiários, refeitório, etc. Abaixo será feita uma descrição resumida de cada unidade

que compõem o empreendimento.

2.1.1 Aterro Sanitário

O descarte em aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição de resíduos

sólidos no solo, particularmente, lixo domiciliar que através de critérios de engenharia e

normas operacionais específicas, permite o controle da poluição ambiental e proteção à

saúde pública, e, no caso deste aterro especificamente, será aceito também resíduos

de serviço de saúde, que precisam de um tratamento especial.

O Aterro Sanitário foi projetado de forma a aproveitar o terreno da melhor maneira

possível e, ao mesmo tempo, preservar de forma mais segura o meio ambiente.

O empreendimento tem uma área total de 1.637.284m², sendo que 1.095.514m² serão

usados diretamente para a disposição de resíduos e implantação das demais unidades

previstas, 35.682 m² para linha de transmissão e 506.078 m² de áreas remanescentes

serão indicadas para restauração de áreas de preservação e averbação de reserva

legal.

Durante os estudos realizados para elaborar o projeto, foram considerados os

seguintes parâmetros:

• Recuos mínimos de preservação (zonas habitadas, rios, parques, estradas, etc.);

• Minimização dos impactos visuais;

• Maximização das condições de estabilidade geotécnica do maciço de resíduos;

• Morfologia e geomorfologia dos terrenos;

• Interferência com o embasamento rochoso;

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• Interferência com as águas subterrâneas;

• Interferência com os recursos hídricos presentes nas áreas;

• Necessidades de acessos;

• Limites de propriedades.

A Figura 2.1.1-2 apresenta a geometria adotada para o Aterro Sanitário projetado para

esta área.

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Figura 2.1.1-2 Geometria do Aterro.

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2.1.2 Unidades de Apoio

Portaria (Guarita / Cancela): A função

desta unidade é controlar a entrada e a

saída de veículos autorizados a circular na

área da CTDR-BR, exercendo a atividade

de fiscalizar a entrada de resíduos.

Balança: Serão duas balanças instaladas

na via de acessos ao aterro, onde são

registradas as quantidades de resíduos

que chegam ao CTDR.

Edifício Administrativo: A função desse

edifício é de propiciar as condições

adequadas para se efetuar as atividades

administrativas do CTDR-BR.

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Laboratório: A função desse edifício é a

de propiciar condições adequadas para a

realização de análises simples de materiais

que possam vir a entrar no CTDR-BR e

que não apresentem as características

previstas. Fonte: Aterro de Salvador – Operado pela Revita

Refeitório / cozinha: Este edifício tem por

função oferecer aos trabalhadores do

CTDR-BR condições adequadas para sua

alimentação.

O prédio já existe no empreendimento e

está inserido no edifício administrativo.

Banheiros e vestiários: Este edifício tem

por função oferecer ambiente adequado

para a necessária higiene dos funcionários.

Os banheiros e vestiários também estão

inseridos no prédio administrativo.

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821 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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Auditório: Esta unidade tem por função

oferecer uma área adequada para a

realização de palestras e cursos educativos

e de capacitação aos trabalhadores do

CTDR-BR.

Almoxarifado / Oficina: possui a função

de estocagem de ferramentas manuais

para pequenos reparos.

A localização das unidades de apoio é apresentada na Figura 2.1.2-1 a seguir

Descrição do Empreendimento – Memorial Descritivo

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EIA/RIMA do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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Figura 4.3.2.2-1: Layout do prédio administrativo (existente).

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823 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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2.1.3 Usina de Triagem e Compostagem

A usina de triagem e compostagem contribui para diminuir a massa de resíduo

destinada ao aterro. A Figura 2.1.3-1 apresenta a localização da Usina de

Compostagem e Triagem de Resíduos na área do CTDR-BR.

Figura 2.1.3-1 Localização da Usina de Compostagem e Triagem de Resíduos na área do CTDR-BR

Triagem de Materiais Recicláveis

As etapas básicas de uma usina de triagem são:

• recebimento/estocagem

• separação (esteiras ou mesa bancada)

• prensagem/engradamento.

A seguir são apresentados alguns desenhos esquemáticos sugerindo a concepção a

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ser adotada na unidade de triagem do CTDR Belford Roxo.

Fonte: Ministério das Cidades – PAC Resíduos Sólidos (2008).

Figura 2.1.3-2 Esquema de galpão em terreno inclinado

Fonte: Ministério das Cidades – PAC Resíduos Sólidos (2008).

Figura 2.1.3-3: Esquema de galpão em terreno plano.

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Fonte: Ministério das Cidades – PAC Resíduos Sólidos (2008).

Figura 2.1.3-4 Organização do galpão de estocagem

Compostagem de Matéria Orgânica

Aproximadamente 50% do resíduo urbano é composto por matéria orgânica. Conforme

visto nos primeiros itens desse relatório, a compostagem é a transformação do resíduo

orgânico (restos de alimentos) em adubo. Esse adubo não possui nutrientes, mas,

devido a disponibilidade de carbono orgânico, proporciona a recuperação dos solos.

A produção do adubo através do lixo urbano possui um problema, que é a mistura do

resíduo orgânico com diversos materiais que não podem ser processados na

compostagem. O que pode fazer com que o composto produzido não seja adequado

para a aplicação no solo.

Resíduos que não devem ser usados na compostagem:

• Madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizadas;

• Vidro, metal, óleo, tinta, couro, plástico e papel, que não são facilmente

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

826 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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degradados pelos microorganismos,

• Gorduras, laticínios, carne, peixe e marisco, cinzas em grande quantidade;

• Excrementos de animais domésticos, plantas doentes.

Resíduos que podem ser usados na compostagem:

• Esterco de animais;

• Qualquer tipo de plantas, pastos, ervas, cascas, folhas verdes e secas;

• Palhas;

• Todas as sobras de cozinha que sejam de origem animal ou vegetal: restos de

legumes e folhas crus, cascas de ovo, entre outros;

Para evitar tal mistura de resíduos, é ideal que seja implantado um sistema de coletas

especial para retirar somente os resíduos orgânicos e campanhas de comunicação

social e educação para a população.

O composto gerado na atividade da compostagem deve ter alto valor agregado e baixo

custo de aquisição e produção. Ele será produzido a partir de uma coleta especial e se

diferencia dos adubos convencionais pela sua atividade e atuação sobre o solo, as

plantas e o ambiente, onde normalmente tem efeitos positivos como um todo,

produzindo menores impactos que os convencionais.

Condição de Coleta Especial

Como a intenção é não retirar fração orgânica do lixo domiciliar, o CTDR optou por um

sistema de coleta especial, destinado a resíduos puramente orgânicos de restaurantes,

feiras, supermercados, capina, poda e roçadas, os quais deverão ser processados sem

passar pela Usina de Triagem.

Considerando as projeções locais, as atividades de compostagem serão iniciadas com

a quantidade em torno de 10 t/dia de resíduos, a ampliação da capacidade da unidade

de compostagem será avaliada conforme a desempenho dos resultados obtidos.

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Operação do Processo de Compostagem

• Sistema de Recepção: O sistema de recepção servirá para a descarga e

beneficiamento da matéria orgânica originária da coleta especial. A descarga

será feita no pátio e encaminhada para beneficiamento através de uma moega.

• Sistema de beneficiamento: O sistema de beneficiamento será constituído de

mesa classificadora para a retirada de materiais indesejáveis (sacos plásticos,

metais etc.) e um triturador de facas para a adequação do material a ser

compostado.

• Compostagem em leiras: A mistura de resíduos será disposta em leiras, sendo a

aeração fornecida pelo revolvimento dos materiais e pela convecção do ar na

massa do composto.

• Cobertura do Pátio de Compostagem: O sistema mais econômico e viável para

este tipo de compostagem é complementado com a cobertura permanente das

leiras por “bags” ou telheiros, conforme a situação.

A Figura 2.1.3-5 que segue detalha uma vista panorâmica de um galpão de

compostagem:

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

828 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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FIGURA 2.1.3-5: Cobertura do pátio de compostagem (exemplo).

• Sistemas de Drenagens de Percolado: Apesar do pátio de compostagem

contemplar uma cobertura permanente, é visto que o processo requer a

manutenção de certo nível de umidade e nutrientes, indicando a possível

necessidade de aspersão de líquidos sobre as leiras. Este fato não descarta a

exigência de canaletas de drenagem para a coleta de líquidos percolados.

• Sistema de Peneiramento: Após as etapas de degradação ativa e de maturação,

o composto deve ser encaminhado para a unidade de peneiramento.

2.1.4 Unidade de Processamento de Resíduos de Podas de Árvores

Em uma avaliação da procedência dos resíduos sólidos destinados aos aterros de uma

cidade de médio ou grande porte, no Brasil ou em outras partes do mundo revela que

parte deste resíduo é composto por restos de poda de árvores de áreas verdes

públicas, de jardins residenciais e de áreas comerciais e das vias públicas.

A utilização de uma unidade de processamento (picador) reciclará todo o resíduo

proveniente das podas da região, evitando assim problemas de poluição e o

desperdício de matéria orgânica. Esta será reciclada e reutilizada como insumo na

compostagem.

Exemplo de equipamento usado

para o processamento de podas

de árvores – Picador.

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

829 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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2.1.5 Usina de Queima de Biogás e Geração de Energia

O biogás gerado na decomposição dos resíduos dispostos no aterro sanitário deve ser

queimado, visando atenuar os danos causados pelas emissões gasosas e contribuir no

controle de redução de gases de efeito estufa. A instalação desta unidade será em

área próxima à ETE.

Para o CTDR será utilizado, ainda, um sistema de geração de energia com motores de

combustão interna e seus dispositivos complementares. Como sistema complementar a

geração de energia elétrica, será desenvolvido um projeto de co-geração para o

aproveitamento do rejeito térmico dos motores (água de arrefecimento e gases de

exaustão) para evaporação do chorume.

2.1.6 Unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) Os resíduos de serviços de saúde requerem, por sua característica de risco de

contaminação e por seus vários tipos de uso e composição, soluções específicas de

gerenciamento, que vão desde os procedimentos de manuseio dentro da unidade

geradora, até sua reação à tecnologia de tratamento, antes de ser levado ao seu lugar

de disposição final.

A escolha da tecnologia de tratamento deste tipo de resíduo depende, segundo a

legislação vigente, da eficiência do processo em alterar as características físicas,

químicas e biológicas dos resíduos de serviços de saúde, a minimização de riscos

ambientais e de saúde pública, atendendo aos padrões de qualidade ambiental.

Foi proposto pela BOB Ambiental, um sistema modular e totalmente automatizado,

estando previsto um módulo com capacidade para tratamento de 500 kg/hora de

resíduos.

A logística foi subdividida em quatro Setores: Recepção, Transporte/Alimentação,

Tratamento e Transporte ao Destino Final no Aterro Sanitário. As fases, com exceção

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

830 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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Dezembro/2012

do transporte final até o destino final, ocorrerão em ambiente coberto de forma a evitar

o contato direto dos resíduos a tratar com o ambiente externo.

Operação do Processo de Tratamento do Resíduo de Serviço de Saúde

• Setor de Recepção: Todos os veículos serão pesados antes e depois de

descarregarem o resíduo, em balanças já instaladas no CTDR, para saber o

peso total dos resíduos. A área de recepção dos resíduos será coberta,

estanque e isolada das demais unidades de processo.

• Setor de transporte/ alimentação: Os resíduos descarregados no setor de

recepção serão colocados dentro das caixas de tratamento. Assim que a

primeira caixa estiver cheia de resíduos a tratar, o operador a encaminhará para

o interior da autoclave.

• Setor de tratamento: As caixas contendo os resíduos de serviço de saúde são

introduzidas na autoclave, e, neste momento, tem início o ciclo de esterilização.

Os resíduos, após autoclavagem, estarão estéreis e terão o seu volume

reduzido em mais de 50%. Então, as caixas são levadas, por transporte

adequado, para o aterro.

Exemplo de autoclave operada pelo

Grupo Solví.

• Transporte dos resíduos tratados ao destino final: Os resíduos serão

descarregados em um caminhão e levados ao Aterro Sanitário.

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

831 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

AR 584/12

Dezembro/2012

Após o tratamento, os resíduos estarão totalmente esterilizados e com aparência física

bastante distinta da inicial. O tratamento de resíduos por esterilização a vapor não

provoca redução de peso dos resíduos, ou seja, o peso inicial da carga de resíduos

que entrou no tratamento será semelhante ao peso registrado no final do processo. Os

resíduos esterilizados têm teor de umidade similar aos teores de umidade

apresentados pelos resíduos de serviços de saúde antes do tratamento por

esterilização a vapor, o que possibilita sua disposição em aterro sanitário, sem nenhum

outro tratamento intermediário.

2.1.7 Estação de tratamento de efluentes O aterro licenciado em operação envia atualmente o chorume gerado para a ETE da

empresa EnviroChemie Technology for Water, localizada na RMRJ. Com o aumento da

demanda de disposição de resíduos, e consequente aumento da geração de chorume,

a alternativa para o problema será o envio para a estação de tratamento de esgotos

sanitários da Cedae de Sarapuí – RJ, quando já estiver licenciada perante o INEA.

Antes de ser encaminhado para as unidades licenciadas pelo INEA, o chorume gerado

passará por um pré-tratamento. A BOB Ambiental decidiu instalar e operar uma

unidade piloto no CTDR-BR com capacidade de tratar o chorume até os níveis de

qualidade exigidos pelas legislações estaduais e determinações específicas do órgão

ambiental.

2.1.8 Área destinada a implantação de novas tecnologias

O CTDR-BR pretende, além de implantar um aterro sanitário, implementar alternativas

tecnológicas que já estejam disponíveis para processar e tratar vários tipos de

resíduos, pois com diferentes tratamentos, a vida útil do aterro iria aumentar, dado que

seria reduzido o volume disposto.

Evidentemente, essas alternativas, existentes ou futuras, deverão passar por

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832 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

AR 584/12

Dezembro/2012

licenciamentos específicos junto ao INEA, sendo, em muitos casos, divididas em

etapas de instalação, iniciando por unidades piloto que permitam o devido

monitoramento e controle dessas tecnologias alternativas.

2.1.9 Estacionamentos, pátios e área de emergência.

Estacionamento para visitantes e funcionários

Trata-se da área reservada para o estacionamento de veículos de pequeno porte,

utilizados no apoio às atividades operacionais do aterro e veículos pertencentes aos

funcionários e/ou visitantes. É uma área já existente, pavimentada, localizada ao lado

da guarita, em frete ao prédio administrativo,

Vista do estacionamento para

veículos de pequeno porte e, ao

fundo, do prédio administrativo.

Pátios de descarga e manobra

Os pátios de descarga e manobra têm a função de receber os veículos transportadores

e possibilitar as descargas dos resíduos em quaisquer condições climáticas, para evitar

a contaminação do solo no caso de acidentes com derramamento de resíduos de forma

inadequada.

Pátio de estocagem de materiais

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833 Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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Dezembro/2012

Este pátio se configura como local de armazenamento temporário de material utilizado

no aterro, como: canaletas, pedras, tubos, material de cobertura do aterro e outros

materiais indispensáveis ao desenvolvimento das obras e à operação do aterro.

2.2 Quais são os sistemas de proteção do meio ambiente para a área do Aterro?

Em um aterro sanitário, devido ao processo de decomposição dos resíduos, são

gerados gases e líquidos que necessitam de tratamentos específicos para que não haja

contaminação do meio ambiente. Abaixo segue apresentação dos principais

mecanismos de controle para esses subprodutos do processo de tratamento de

resíduos:

a) Sistema de drenagem de subsuperficial

Com a diferença de elevações do terreno, o solo será escavado para a destinação de

lixo e o mesmo solo será usado como material de cobertura para este resíduo. Esta

escavação chegará próxima ao nível do lençol freático. Por este motivo, será

implantada uma drenagem subsuperficial para resguardar o lençol profundo. Desse

modo, será evitado o desenvolvimento de pressão da água em direção ao maciço de

lixo, a fim de não comprometer o sistema de impermeabilização, e impedir a ocorrência

de erosões internas, devido à retirada de solo pela água subterrânea.

Exemplo de instalação do dreno subsuperficial.

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Dezembro/2012

b) Aterro de Regularização

Este aterro de regularização serve para deixar o terreno uniforme para que possa ser

colocada a camada de impermeabilização. É executado após todos os serviços de

limpeza, escavação e drenagem. O solo é compactado e preparado para receber as

barreiras impermeabilizantes.

Exemplo de acompanhamento da compactação para formação do aterro de regularização.

Exemplo de preparação do solo para ser compactado.

c) Camada de Impermeabilização

A camada de impermeabilização deverá ser executada sobre o aterro de regularização

e deverá contar com um sistema de múltiplas barreiras, além de um sistema de

drenagem do chorume que evite a sua acumulação e o crescimento das pressões de

líquidos e gases no interior da pilha de aterro.

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As múltiplas barreiras são constituídas por uma camada de argila compactada, camada

de manta de polietileno de alta densidade e, por cima, aterro compactado com solo

selecionado.

Esta proteção múltipla será implantada em todas as superfícies que terão contato com

os resíduos, não só na base, mas também nas laterais.

Solo compactado na primeira camada.

Colocação da manta de polietileno.

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Impermeabilização da lagoa de chorume.

Impermeabilização das laterais e da fundação do aterro.

Solo compactado também em cima da manta.

d) Sistema para coleta e remoção de gases

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As bases dos drenos verticais de captação e condução de gás serão instaladas no

inicio da operação do aterro, mas a implantação do sistema de drenagem irá evoluir de

forma conjunta com a do sistema de drenagem interna de chorume, constituindo

sistemas interdependentes. Assim, conforme a disposição do lixo, os drenos serão

inseridos no sistema, e ligados a rede de captação.

Idealiza-se a implantação de uma usina de queima deste biogás. O gás será conduzido

por tubulação até a usina, onde será aproveitado para geração de energia.

e) Sistema de Drenagem de chorume

O sistema de drenagem de chorume será instalado sobre a camada de

impermeabilização do solo. O escoamento seguirá pelo emissário de chorume, que tem

a função de fazer a ligação entre as áreas de disposição de resíduos e a lagoa de

chorume.

Exemplo de Instalação do dreno de chorume.

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Exemplo de instalação do dreno, com ligação na lagoa de chorume.

Exemplo de emissário de chorume instalado. Ligação entre a área de disposição de resíduos e a lagoa de chorume.

Exemplo de entrada do emissário na lagoa de chorume, já impermeabilizada.

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f) Sistema de Drenagem de Águas Superficiais

As águas pluviais serão coletadas e encaminhadas para a caixa de passagem, por

meio de canaletas, canais, descidas hidráulicas galerias, implantados sobre os aterros

e sobre as demais áreas do empreendimento.

Exemplo de canaleta.

Exemplo de descidas hidráulicas.

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Exemplo de canal.

2.3 Quais serão os sistemas de monitoramento implantados no CTDR para monitorar a eficiência dos sistemas de proteção do meio ambiente?

Para certificar a eficiência dos métodos de proteção ambiental propostos pelo CTDR,

serão realizados monitoramentos de taludes, efluentes líquidos e gasosos, e dos

corpos hídricos superficial e subterrâneo, conforme apresentado a seguir.

a) Sistema de monitoramento de taludes, efluentes líquidos e gasosos.

Será monitorado o comportamento do terreno com as mudanças feitas para a

implantação e para a operação do complexo. Serão acompanhadas as condições de

estabilidade do solo, possibilitando a prevenção de ocorrências que possam colocar em

risco os trabalhadores, a comunidade, causarem prejuízos materiais e interrupções na

operação.

As avaliações realizadas neste monitoramento e a experiência na operação de

empreendimentos similares permitem, ainda, elaborar e propor medidas corretivas para

eventuais ocorrências e situações de emergência.

Os pontos de monitoramento estão apresentados na figura 2.3.a-1 abaixo

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Figura 2.3.a-1 – Localização dos pontos de monitoramento

A partir dos aparelhos instalados, será possível verificar periodicamente as pressões de

gás e chorume, os deslocamentos dos marcos superficiais, mapear a superfície e

movimentação de terra.

b) Monitoramento dos corpos hídricos superficiais e subterrâneos.

Por entender que a responsabilidade sobre o complexo é do empreendedor, com isso,

também é de sua responsabilidade o monitoramento das águas superficiais e

subterrâneas que estão sob a influência do empreendimento. Para o monitoramento,

acompanhamento e controle ambiental dos corpos hídricos, foi desenvolvido um Plano

de Monitoramento Ambiental.

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O plano de monitoramento ambiental tem como objetivo detectar variações na

qualidade da água do corpo receptor dos efluentes tratados que possam ser causadas

pelas atividades do aterro, como por exemplo, o tratamento do chorume, coleta de

água superficiais, drenagem da chuva, entre outras.

Será feito o controle através da coleta e análise de amostras dessa água, em 6 pontos

de monitoramento, conforme a figura abaixo.

Figura 2.3.b-1 – Localização dos pontos de monitoramento das águas superficiais

Serão feitos relatórios mensais, que considerarão os parâmetros pré-estabelecidos de

acordo com a legislação vigente. Nestes relatórios, serão apresentados os dados da

analise de cada coleta e os motivos para possíveis alterações, caso ocorram.

As águas subterrâneas também serão monitoradas através poços e analises de água,

com amostras e relatórios a cada 3 meses. Abaixo, a figura mostra a localização dos

poços.

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Figura 2.3.b-2: Localização dos pontos de amostragem das águas subterrâneas.

2.4 Como será a operação do CTDR-BR?

2.4.1 Recepção dos Resíduos

O recebimento dos resíduos seguirá a seguinte rotina:

• Recebimento dos caminhões previamente cadastrados;

• Identificação dos transportadores;

• Registro e verificação da procedência dos resíduos;

• Pesagem e registro dos dados.

Resíduos que podem entrar no CTDR-BR:

- resíduos domésticos;

- resíduos de podas de árvores e capina;

- resíduos de varrição de ruas públicas;

- limpeza de feiras;

- resíduos de serviço de saúde.

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2.4.2 Transporte dos Resíduos ao CTDR-BR

Os estudos realizados abrangeram as alternativas para o deslocamento dos veículos coletores de Belford Roxo, Nilópolis, São João do Meriti e de Duque de Caxias até o CTDR BR em Belford Roxo.

2.3.2 Disposição dos Resíduos

Deslonagem dos veículos de transferência de resíduos.

Os veículos de transferências trafegarão pela cidade e mesmo nas vias internas de

acesso da CTDR BR, obrigatoriamente, com lona de cobertura da carga. A lona será

retirada por ajudantes alocados na obra em local específico, próximo a frente de

operação para, só então, ser encaminhado para a área de descarga.

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Descarga de resíduos

O caminhão deve depositar o material na

frente de serviço mediante presença do

fiscal, para controle do tipo dos resíduos.

Espalhamento e Compactação do Resíduo

Após a descarga junto à frente de trabalho um trator de esteiras fará o espalhamento e

a compactação do resíduo passando por cima da massa de resíduo em movimentos de

“vai e vem”.

Cobertura do Resíduo

Serão cavadas jazidas para a disposição de resíduos, e o solo retirado dessa

escavação será utilizado para cobrir o resíduo. No final do dia, esse novo monte de

Compactação de

resíduos por trator de

esteira.

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resíduo deverá receber uma cobertura de terra, cerca de 20 cm, espalhada em

movimentos de baixo para cima. Para dias de chuva intensa, está prevista a criação de

áreas destinadas e preservadas para este caso.

2.4.2 Equipamentos Mecânicos Utilizados na Operação do Empreendimento

Trator de esteira: este equipamento

terá por finalidade o manuseio e a

compactação dos resíduos, além de

realizar cobertura de terra.

Cobertura diária com solo

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Pá Carregadeira: a pá carregadeira terá

a função principal de carregar os

caminhões com material de cobertura

(terra) e materiais em geral (areia,

rachão, tubos, etc.).

Escavadeira Hidráulica: a escavadeira

hidráulica terá por principal função a

escavação de solo para a cobertura do

aterro sanitário.

Retroescavadeira: terá como principal

função a abertura de drenos de águas

pluviais e líquidos percolados.

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Caminhão Basculante: terá como

função principal o transporte da terra e

materiais para a frente de operação do

aterro.

Caminhão Tipo Pipa: O caminhão tipo

pipa terá como finalidade umedecer os

acessos e auxiliar a lavagem dos

equipamentos.

Além dos equipamentos descritos acima o empreendimento contará com Cavalos

mecânicos, caminhão carroceria, caminhão comboio de lubrificação e abastecimento,

caminhão munck, compactador vibratório pé de carneiro, motoniveladora, rolo

compactador de lixo, 1 van e 3 automóveis utilitários, que serão veículos de apoio.

2.5 Qual a quantidade de resíduo que o CTDR pode receber?

A CPTR poderá receber até 3.000 toneladas/dia de resíduos, capacidade máxima de

recebimento do Aterro Sanitário da CPTR. O que equivale 188 caminhões com

capacidade de 16 toneladas.

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2.6 Qual será a vida útil da CPTR?

A CPTR terá uma vida útil de 21 anos e 6 meses, aproximadamente, para as 3.000

toneladas/dia. Dependerá da quantidade de resíduos que será encaminhado

diariamente ao longo dos anos.

2.7 Como será o encerramento da CPTR?

O aterro sanitário terá uma cobertura final constituída por duas camadas, uma primeira

de 40 cm de argila compactada e outra com 10 cm de solo vegetal. Sobre o solo

vegetal será implantado um revestimento vegetal.

2.8 Qual o uso proposto para a área após encerramento das atividades?

A proposta de uso futuro da área do CTDR BR é com a construção de um parque

socioambiental. Será transformado em um espaço público com reintegração ao entorno

e à comunidade, juntamente ao papel que já desempenha em termos de educação

ambiental. Este aproveitamento só poderá ser realizado após a total estabilização do

solo, da emissão de chorume e de biogás, incluindo a interrupção de seu

aproveitamento.

A infraestrutura desse Parque, incluindo também os equipamentos (campos de futebol,

quadras, área de lazer, áreas de contemplação, etc.) estará diretamente ligada ao

projeto de monitoramento geotécnico e ambiental. Também será necessário adequar

seu sistema viário à implantação dos sistemas de drenagem de chorume, de gases, de

micro e macrodrenagem de água pluvial, reconstituição de árvores e arbustos, e

implantação de equipamentos de monitoramento complementar.

Junto ao projeto arquitetônico serão definidos os equipamentos de lazer, culturais e

esportivos que serão implantados no local, conjuntamente com o respectivo programa

de gestão. Nesse momento, serão feitas avaliações e consultas aos moradores, para

definir como será o plano de gestão deste espaço.

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3 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO

Que áreas poderão ser afetadas pelo projeto?

Para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do CTDR foram definidas

áreas de estudo onde são previstos os impactos ambientais, diretos e indiretos,

causados pelas atividades de implantação e operação do empreendimento.

Impactos diretos

Alterações ambientais causadas por uma atividade do empreendimento.

Impactos indiretos

Alterações ambientais causadas por um impacto direto decorrente do empreendimento.

Estas áreas de estudo são denominadas áreas de influência e variam para cada meio

estudado: meio físico (solos, rochas, relevo, rios, ar), meio biótico (vegetação e animais

terrestres e aquáticos) e meio socioeconômico (população, cultura, infra-estrutura e

economia).

Desta forma, a equipe de especialistas que elaborou os estudos do EIA trabalhou com

as seguintes áreas de influência:

A Área de Influência Indireta (AII) área onde os impactos da implantação e operação

do CTDR deverão se manifestar de forma indireta. Para o presente estudo foram

consideradas as seguintes definições:

• Meio Antrópico: municípios de Duque de Caxias, Nilópolis, Mesquita e São João

do Meriti;

• Meios Físico e Biológico: Bacia Hidrográfica do rio Iguaçu.

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A Área de Influência Direta (AID): Abrange o espaço onde as alterações nos fatores

do meio ambiente resultam clara e diretamente das atividades inerentes à implantação

e operação do empreendimento. Os limites dessa área variam conforme os aspectos

ambientais analisados. Abrange o espaço onde as alterações nos fatores do meio

ambiente resultam clara e diretamente das atividades inerentes à implantação e

operação do empreendimento. Os limites dessa área variam conforme os aspectos

ambientais analisados. Para o presente estudo foram consideradas as seguintes

definições:

Meio Antrópico: Município de Belford Roxo;

Meios Físico e Biológico: Bacias Hidrográficas dos rios Botas e Velhas.

A Área Diretamente Afetada (ADA): esta área consiste no espaço da implantação do

empreendimento, onde as alterações no ambiente são intensas, seja pela substituição

completa dos usos atuais, seja pela alteração das feições morfológicas, de vegetação e

de outros fatores ambientais. Para o presente estudo foram consideradas as seguintes

definições:

• Meios Físico, Biológico e Socioeconômico: Área do Empreendimento.

A Figura 3-1 apresenta a AII, AID e ADA consideradas para o CTDR.

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Figura 3-1 - Mapa das Áreas de Influência do CTDR.

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3.1 Aspectos Físicos

Neste item são apresentadas as características hidrológicas, do clima, das rochas, do

relevo e do solo, das áreas diretamente afetadas e de influência direta e indireta.

Águas Como pode ser observado na figura 3.1-1, o empreendimento está localizado próximo

ao Rio das Velhas em sua porção norte, e próximo ao Rio das Botas em sua porção

sudeste. Estes dois rios deságuam no Rio Iguaçu.

Figura 3.1-1 – Recursos hídricos na ADA.

Foi feito um estudo com base em modelagem matemática que provou que não haverá

inundação na área do empreendimento pelos próximos 100 anos. A Figura 3.1-1

mostra o trecho estudado e a área onde, possivelmente, haverá inundações.

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Figura 3.1-2 – Trecho estudado e área de inundações.

Existe ainda um projeto do INEA – Instituto Estadual do Ambiente – que tem como

objetivo controlar as inundações e recuperar as bacias hidrográficas dos Rios Iguaçu,

Botas e Sarapuí. Chama-se Projeto Iguaçu, está inserido no PAC – Programa de

Aceleração do Crescimento do Governo Federal.

A análise da qualidade de água dos rios das Velhas mostrou que a maior parte dos

parâmetros sanitários e de nutrientes encontra-se significativamente alterada devido à

presença de esgotos sanitários.

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Clima O clima da região é Tropical, sendo o período mais chuvoso entre novembro e março, e

o mais seco entre junho e agosto, com média anual de chuva de, aproximadamente,

1.200 mm.. A temperatura média mensal varia entre 21ºC e 27ºC.

Rochas, Relevo e Solos

A paisagem e os aspectos ambientais (relevo, solo e subsolo) da Região Metropolitana

do Rio de Janeiro se mostram de forma bastante simplificada como foi observado nos

diversos levantamentos executados e nas publicações disponibilizadas para este

trabalho.

O município de Belford Roxo situa-se na Baixada Fluminense, entre as planícies

litorâneas e a Serra dos Órgãos. A região é dominada por colinas de altitude reduzida,

inferiores a 200 m, com geometria côncavo-convexa e coberta por extenso manto de

intemperismo. A drenagem é fina e média, com planícies fluviais abertas de baixo

gradiente hidráulico. A geologia da região abrange rochas do arqueano ao paleozoico e

sedimentos continentais e litorâneos, do terciário e quaternário. A área de ampliação do

CTDR se situa na unidade geológica Serra dos Órgãos, margeada pelo complexo Rio

Negro onde predomina embasamento de rochas gnáissicas e granitóides.

Colinas de topo convexo/arredondado.

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Dezembro/2012

A Área Diretamente Afetada - ADA, no contexto geral da geomorfologia, está localizada

dentro da unidade morfoestrutural da Bacia Sedimentar Cenozóica, no domínio

morfoescultural das Planícies Flúvio-Marinhas, na Baixada da Baía de Guanabara,

Sepetiba e Restinga da Marambaia, onde há o predomínio dos sistemas de relevo de

degradação, denominado Colinas Isoladas.

Vista da Etapa III. No centro da foto está a área de planície, que se configura como um fundo de vale. Ao fundo está a calha do rio Velhas cercada por morros, com declividades que chegam a quase 30%.

A ADA apresenta as seguintes Unidades da Paisagem:

1) Unidade dos morros - caracterizada por topos arredondados e vertentes retilíneas a

côncavas, apresentam altitudes entre 45 a 70 metros e declividade de até 30%. O tipo

de solo que ocorre nesta unidade é o Latossolo, e a vegetação varia de densa à

rasteira;

2) Unidade das planícies - se configura por uma área plana e baixa, com altitudes de

10 a 6 metros e declividade nula. Normalmente apresentam solos hidromórficos e

vegetação de gramíneas a árvores de pequeno porte;

3) Unidade das áreas saturadas – caracterizadas por áreas mais deprimidas e que

ficam encharcadas durante um período do ano, com a elevação do lençol freático.

Também apresentam solos do tipo hidromórficos e vegetação de pequeno porte;

4) Unidade das rampas de colúvio – que se caracterizam por formas de fundo de vale

suavemente inclinadas, constituídas por acumulações detríticas, provenientes das

Morros

Planície

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Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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Dezembro/2012

vertentes, que se acumulam nos sopés.

Local onde ocorre a retirada de solo para o recobrimento das células do aterro;

Detalhe da foto ao lado com destaque à erosão.

Esquema de ocorrências de tipos de solos em relação ao tipo de relevo.

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

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Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

AR 584/12

Dezembro/2012

A) Divisão das classes de capacidade de uso das terras na ADA; B) Esquema representativo das divisões das classes em função do relevo e do tipo de solo.

RIMA

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EIA/RIMA do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

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Dezembro/2012

3.2 Aspectos Biológicos

Aspectos bióticos são aqueles relacionados aos seres vivos em geral, como as plantas e

os animais, assim como suas relações com o ambiente de estudo.

Neste item são apresentadas as características do meio biótico da área de influência do

empreendimento, especialmente quanto à sua vegetação, fauna e áreas de proteção

ambiental.

3.2.1 Vegetação

Os estudos para a caracterização da cobertura vegetal foram realizados de maneira a

fornecer uma visão geral da área de implantação da Complexo de Tratamento e

Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo, CTDR-BR e de seu entorno.

Na área onde será implantada a Central de Processamento e Tratamento de Resíduos –

CPTR corresponde à região outrora ocupada pela Floresta Ombrófila Densa, ou

simplesmente “Mata Atlântica”. O município de Belford Roxo não possui atualmente áreas

remanescentes do Bioma, apenas fragmentos secundários. Atualmente, ocorrem na área

grandes extensões de pastagens e ambientes decapeados para empréstimo de solo,

localizados sobre antigos ambientes de pastagens e de capoeiras sobre terra firme. (Foto

3.2.1-1).

Nas áreas relativamente planas, como as próximas ao rio das Velhas e também em áreas

brejosas há ocorrência de pasto puro ou sujo, onde é comum a presença de espécies

herbáceas e arbustivas (Foto 3.2.1-2).

RIMA

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EIA/RIMA do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

AR 584/12

Dezembro/2012

Foto 3.2.1-1: Vista do

tipo de pastagem na

área de influência

direta (capim-

braquiária e grama).

Foto 3.2.1-2: Área de

brejo onde predomina

espécies herbáceas,

tais como, falsa-poaia,

capim-guaçú, mata-

cavalo, mata-pasto,

dentre outras.

Ocorrem na área algumas manchas de vegetação secundária, a maior parte em estágio

inicial de sucessão ecológica (Foto 3.2.1-3) e uma pequena área com vegetação nativa

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adensada em estágio médio de regeneração secundária (Foto 3.2.1-4).

Foto 3.2.1-3: Mancha

de fragmento em

estágio inicial de

sucessão ecológica

(cambarazal).

Foto 3.2.1-4:

Identificação visual da

do fragmento em

estágio médio de

regeneração

secundária.

A vegetação predominante é formada em grande parte por cambarás, com três

subformações. A primeira subformação é caracterizada pela ocorrência do Gochnatia

polymorpha (cambará) (Foto 3.2.1-5). A segunda caracteriza-se pela ocorrência associada

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de G. polymorpha (cambará) com Attalea humilis (pindoba) (Foto 3.2.1-6). A terceira

formação corresponde as manchas de cambarás com ocorrência de trepadeiras (Foto

3.2.1-7).

Foi observado, de forma isolada, a ocorrência natural de alguns exemplares de espécies

arbóreas remanescentes, tais como, pau-de-canzil, abiu, açoita-cavalo, camboatá,

sapucaia-mirim.

A escassez espécies pode ser observada em diversas outras áreas que foram

desmatadas para ocupação por pecuária. O impacto decorrente do uso para pastoreio,

associado à capacidade de colonização de novas áreas que o cambará apresenta, tem

permitido o crescimento de sua área ocupada em diversas regiões do Estado do Rio de

Janeiro.

Foto 3.2.1-5: Área

totalmente ocupada por

cambará.

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Foto 3.2.1-6: Outro

aspecto da cobertura

vegetal onde se observa

uma mancha de

cambará com abundante

presença de pindoba.

Foto 3.2.1-7: Detalhe

do excesso de

trepadeiras (cipó-

navalha-de-macaco).

O fragmento secundário em estágio médio de regeneração possui aproximadamente 3,0

hectares de superfície e apresentou um total de 1.574 indivíduos, sendo que 68 destes

estavam mortos. Foi identificado um total de 69 espécies, distribuídas em 27 famílias

botânicas (Foto 3.2.1-8).

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Foto 3.2.1-8:

Aspecto do interior

do fragmento com

vegetação densa e

presença dos dois

estratos de

vegetação (arbóreo

e de subbosque).

Espécies raras e ameaçadas de extinção

Segundo a listagem da IUCN (Lista de espécies ameaçadas de extinção ocorrentes no

Brasil), foram registradas dois exemplares. Trata-se de Myroxylon brauna (braúna) oriundo

de rebrotamento de um toco, e um indivíduo remanescente de Lecythis lanceolata

(sapucaia-mirim), presente na borda do fragmento, onde igualmente existem varias

jaqueiras cultivadas. Ambas encontram-se fora da área diretamente afetada pelo

CTDR_BR.

3.2.2 Fauna

Mesmo após a devastação de grande parte das suas matas, restando apenas 20% da

cobertura original, o Estado do Rio de Janeiro ainda abriga uma grande riqueza faunística.

Em relação aos mamíferos terrestres, por exemplo, as 166 espécies identificadas para o

Estado, correspondem a 66,4% das espécies deste grupo com ocorrência conhecida para

a Mata Atlântica. São mais de 100 as espécies de anfíbios endêmicas da Mata Atlântica

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com ocorrência conhecida no Estado do Rio de Janeiro, cerca de 30 das quais, todas da

ordem Anura, são endêmicas do estado.

Sabe-se que a concentração de endemismos e de espécies ameaçadas desse grupo está

fortemente associada aos remanescentes de Mata Atlântica que praticamente ausentes na

área do CTDR.

De acordo com a metodologia adotada nas amostragens em campo, realizadas nas áreas

da futura CTDR, a riqueza local da fauna de vertebrados demonstrou a incidência de 22

espécies de mamíferos, 106 espécies de aves, 8 espécies de peixes e 18 espécies de

herpetofauna (anfíbios e repteis).

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Figura 3.2.2-1: Distribuição de espécies nos grupos faunisticos.

Mamíferos

Os mamíferos identificados na área de estudo ficaram distribuídos em 05 ordens, 11

famílias, 19 gêneros e 22 espécies (Figura 3.2.2-1).

Figura 3.2.2-2: Diversidade de mastofauna na AID do empreendimento.

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Foto 3.2.2-1: Morcegos-

fruteiros (Carollia

perspicillata) em casa

abandonada.

Quanto ao seu status de conservação, não foi registrada a ocorrência de nenhuma

espécie constante das listas oficiais de animais ameaçados ou em perigo de extinção

no Brasil.

Aves

A avifauna registrada ficou distribuída em 17 ordens, 27 famílias, 103 gêneros e 106

espécies.

Não raramente, em estudos referentes ao levantamento e/ou monitoramento de fauna

terrestre, as aves são a categoria melhor representada em termos de diversidade

taxonômica, em virtude de seus grandes grupos heterogêneos de hábitos terrestres

restritos (ratitas), aquáticos ou semi-aquáticos, e terrestres.

Contribui também para a grande diversidade esperada para este grupo, o fato de que

muitas espécies adaptam-se com facilidade a áreas antropizadas pelas práticas

agropecuárias e/ou extrativistas.

Não foram encontradas nesta fase espécies ameaçadas de extinção.

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Figura 3.2.2-3: Diversidade de espécies na AID do empreendimento.

Foto 3.2.2-2: Anu-branco

(Guira guira) em habitat

campestre.

Ictiofauna

A ictiofauna encontrada na AID do empreendimento ficou distribuída em 5 ordens, 7

famílias e 9 gêneros e 9 espécies.

Quanto ao seu status de conservação, não foi registrada a ocorrência de nenhuma

espécie constante das listas oficiais de animais ameaçados ou em perigo de extinção

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no Brasil.

Figura 3.2.2-4: Diversidade de ictiofauna encontrada na AID do empreendimento.

Herpetofauna

No presente trabalho foram registradas um total de 5 ordens, 9 famílias, 13 gêneros e

16 espécies.

Através da análise das listas oficiais de animais ameaçados ou em perigo de extinção

no Brasil, nenhuma espécie de anfíbio ameaçada foi registrada no presente estudo.

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Figura 3.2.2-5: Diversidade de herpetofauna na AID do empreendimento.

Foto 3.2.2-3: Cobra-

d´água.

Foto 3.2.2-4: Rã-

assobiadora.

Não foi encontrada nenhuma espécie endêmica restrita à região do empreendimento,

bem como relacionadas aos habitats descritos. Também não foram encontradas

espécies ameaçadas de extinção. Nas entrevistas foi citada a espécie Caiman

latirostris (jacaré-de-papo-amarelo) que figura na lista do Estado do Rio de Janeiro.

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Unidades de Conservação

As Unidades de Conservação de interesse pertencem às seguintes categorias:

• Área de Preservação Permanente (APP): as APP’s são áreas de domínio público

ou privado para a proteção de dunas, mananciais e remanescentes de Mata

Atlântica, na qual ficam vedadas a exploração de vegetação nativa e a utilização

de recursos naturais;

• Área de Proteção Ambiental (APA): as APA’s são áreas de domínio público ou

privado dotadas de características ecológicas e/ou paisagens notáveis, onde são

proibidos ou limitados o uso e a ocupação do solo e atividades potencialmente

poluidoras ou degradadoras do meio ambiente;

• Parque: é área de domínio público destinada à visitação e ao lazer, podendo

compreender Área de Relevante interesse Ecológico ou Área de Preservação.

Na área de influência do CTDR-BR, as UC’s existentes que possuem área de

amortecimento (Lei federal nº 9.985/00) são apresentadas seguir, ressaltando-se que

não há maiores interfaces diretas do CTDR-BR com estas UC´s devido à natureza do

empreendimento em tela.

Abaixo estão relacionadas as áreas de proteção e conservação próximas ao

empreendimento:

• Área de Proteção Ambiental (APA) Maringá-Recantus, aproximadamente 1 km a norte do empreendimento (AID);

• Reserva Biológica (ReBio) Tinguá;

• Área de Proteção Ambiental (APA) Petrópolis;

• Parque Nacional (PN) Serra dos Órgãos;

• Parque Municipal (PNM) de Nova Iguaçu;

• Área de Proteção Ambiental (APA) Tinguá (Nova Iguaçu);

• Área de Proteção Ambiental (APA) rio do Ouro;

• Área de Proteção Ambiental (APA) Tinguazinho;

• Área de Proteção Ambiental (APA) Morro Agudo;

• Área de Proteção Ambiental (APA) Retiro (AID);

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• Área de Proteção Ambiental (APA) Jaceruba;

• Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Guandu;

• Área de Proteção Ambiental (APA) das Serras do Gericinó-Mendanha;

• Parque Municipal (PNM) do Mendanha;

• Parque Nacional (PN) da Tijuca;

• Parque Estadual (PE) da Pedra Branca;

• Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim;

• Área de Proteção Ambiental (APA) Bacia do Rio Macaco.

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Dezembro/2012

3.3 Aspectos Antrópicos

O estudo do meio socioeconômico lança um olhar sobre as questões econômicas,

sociais, comerciais e culturais que pautam o desenvolvimento da região e o dia-a-dia

dos seus habitantes.

Para este estudo, foram considerados como área de influência indireta (AII) os

municípios de Duque de Caxias, Nilópolis, Mesquita e São João do Meriti, e como área

de influência direta (AID), o município de Belford Roxo.

Figura 3.3-1 - Área de influência do CTDR Belford Roxo - Meio Antrópico.

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Dezembro/2012

População

A população atualmente residente na bacia do rio Iguaçu é praticamente toda urbana.

A AII do empreendimento constitui, atualmente, uma conurbação com

aproximadamente 1.480.000 habitantes, sendo importante ressaltar a influência dos

municípios de Duque de Caxias e São João de Meriti, que apresentaram,

respectivamente, as estimativas de 861.158 e 459.379 pessoas em 2011. Duque de

Caxias é o município que apresenta maior crescimento populacional nos últimos anos,

representando, em 2010, 7,22% da população da RMRJ, enquanto Nilópolis possui

dinâmica populacional menos representativa, com população inferior a 170.000

habitantes. Segundo o IBGE, o município de Belford Roxo tem 469.332 habitantes.

Economia

O município de Belford Roxo tem sua formação socioeconômica diretamente

relacionada ao desenvolvimento do setor industrial da Baixada Fluminense que lhe

concedeu características de cidade-dormitório, onde a função dentro da Região

Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) está atrelada a disponibilidade de moradia

para massa trabalhadora e ao desenvolvendo do comércio e serviços dentro de uma

lógica de suporte para a atividade industrial na região. De modo geral, essa dinâmica

socioeconômica de Belford Roxo em relação à região metropolitana, onde se insere,

corresponde ao eixo central para uma análise referente ao potencial de oferta de bens

e serviços.

O gráfico abaixo ilustra o cenário atual da concentração de empresas em Belford Roxo

de micro, pequeno, médio e grande porte. O porte das empresas esta baseado na

Classificação Nacional de Atividades Econômicas.

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Dezembro/2012

Figura 3.3-2 - Percentual de estabelecimentos por classe empresarial no

município da AID, 2012.

No quadro referente à oferta de serviços do município em foco estão sistematizadas as principais classes dos setores serviços, comércio, indústria e agropecuária de Belford Roxo, segundo a CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), identificadas com base em dados secundários.

Quadro 4.5.3.2-1: Oferta de Serviços no município da AID, 2010

Serviços Nº estabelecimentos

Atividades de organizações religiosas 555

Restaurantes, alimentação e bebidas. 194

Cabeleireiros/tratamentos de beleza 106

Transporte rodoviário e de carga 80

Estabelecimentos hoteleiros 3

Agencia dos Correios 20

Agências Bancárias 13

Comércio Nº estabelecimentos

Fonte: MTE/RAIS, 2012.

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Dezembro/2012

Comércio varejista de ferragens, madeira e materiais de construção. 276

Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de

produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns. 236

Comércio varejista de produtos novos não especificados anteriormente. 224

Comércio varejista de produtos de padaria, lacticínio, doces, balas e

semelhantes. 202

Comércio varejista de produtos farmacêuticos para uso humano e

veterinário. 129

Indústria Nº estabelecimentos

Obras de acabamento 76

Construção de edifícios 59

Confecção de peças de vestuário, exceto roupas íntimas. 46

Serviços especializados para construção não especificados anteriormente. 43

Obras de instalação em construções não especificadas anteriormente. 30

Agropecuária Nº estabelecimentos

Criação de bovinos 2

Atividades de apoio à agricultura 1

Atividades paisagísticas 1

Fonte: MTE/RAIS, 2012.

Ao analisar a composição do PIB municipal verifica-se que o setor com maior

importância é o de serviços, cuja participação é de 69%, enquanto que a atividade

industrial representa 25%.

Educação

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Dezembro/2012

Segundo dados do Censo Educacional 2009 realizado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), o número total de escolas no município de Belford Roxo

é 305 em todos os níveis de ensino (pré-escola, fundamental e médio), sendo que

deste total, 156 pertencem à rede pública (municipal e estadual) e 149 são da rede

privada. Em relação ao número de estabelecimentos de ensino por série na rede

pública no município existem atualmente 30 escolas para atendimento pré-escolar, 167

do ensino fundamental e 42 escolas do ensino médio.

Dados do IBGE de 2009 apontam que havia, no município de Belford Roxo, um número

total de 103.612 matrículas efetivadas em todos os níveis de educação existentes no

município. Do total de matrículas efetivadas destaca-se o número de matrículas no

ensino fundamental da rede pública municipal que totalizou 43.704 matrículas no

período.

Os valores do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) são projetados

para que as escolas e redes de ensino atinjam suas metas, a fim de diminuir a

desigualdade educacional e melhoria contínua na qualidade da educação. O índice

varia de 0 a 10 pontos e de acordo com dados obtidos no Instituto Nacional de Estudos

e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no período de 2005 a 2009, o IDEB

do município de Belford Roxo alcançou 3,7, sendo considerado não satisfatório.

No que se refere ao analfabetismo, houve uma redução do percentual de analfabetos

no município de Belford Roxo na última década. De modo geral, verifica-se que em

todos os grupos de idade houve uma redução aproximada de 50% do percentual de

analfabetos em todos os grupos de idade analisados. Quando tal taxa é comparada

aos números relativos ao estado do Rio de Janeiro, verifica-se que a redução do

número de analfabetos no município acompanhou a tendência do estado onde se

insere.

Saneamento Básico Junto à Secretaria de Infraestrutura e Obras do município foi levantado que existem

dois projetos de expansão da rede de abastecimento de água canalizada, sendo um

RIMA

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Belford Roxo – CTDRBR

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Dezembro/2012

deles viabilizado pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de

iniciativa do Governo Federal. Quanto ao esgotamento sanitário, a situação é

semelhante. O cenário atual encontrado em Belford Roxo em relação à adequação de

saneamento básico nos domicílios permanentes, considerando como adequado os

imóveis que dispõem de abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitários

por rede ou fossa séptica e coleta de resíduos sólidos, alcançou um percentual de 60%

do total de domicílios, seguido de 37% que possuem pelo menos uma forma de

saneamento considerada adequada e 3%, ou aproximadamente 4.370 imóveis

permanentes, onde inexiste qualquer forma de saneamento considerada adequada.

Resíduos Sólidos Os resíduos sólidos gerados no município de Belford Roxo, até o início da implantação

da Fase I do CTDR eram destinados ao lixão Babi, no bairro Recantus, sendo esta

destinação inadequada frente aos impactos sociais e ambientais decorrentes do

manejo incorreto de resíduos no município. Atualmente o lixão está desativado e em

fase de recuperação. Esta situação vem ao encontro da Política Estadual do Rio de

Janeiro, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos que, desde

2007,objetiva de erradicar os lixões existentes em vários municípios.

De acordo com o Censo Demográfico 2010 (IBGE), o atendimento de rede de coleta de

resíduos em Belford Roxo abrangia mais de 88% do total de domicílios que compõem o

universo em estudo, conforme dados apresentados no Quadro 4.5.3.7-4 Situação do

Destino Final dos Resíduos Sólidos. Dentre as propriedades não atendidas por rede de

coleta de resíduos, a destinação final dos mesmos era então comumente realizada no

próprio local de residência, representando 4,7% do total de domicílios pesquisados,

sendo que deste percentual, grande parte, ou seja, 4,6% costumam queimar o lixo e

0,1%, enterram.

RIMA

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Belford Roxo – CTDRBR

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Dezembro/2012

Saúde

Belford Roxo apresenta um quadro deficitário na área de saúde. As redes públicas,

filantrópica e cáritas são responsáveis pela oferta de serviços ambulatoriais. A

população recorre ao hospital de Nova Iguaçu em casos de internação, apontando

precariedade no setor de saúde do município.

Uso do Solo

A AID é composta pelas bacias do rio das Velhas e do rio Botas. Nelas podemos

encontrar as primeiras aglomerações urbanas, sendo que num raio de 1 km ocorrem

apenas algumas residências isoladas onde ocorrem atividades rurais. As aglomerações

urbanas mais próximas são bairros situadas a oeste e ao sul, a cerca de 1,5 km de

distância da área do empreendimento. A leste ocorrem alguns sítios, muitos dos quais

de lazer.

Á 4,5 km da área do CTDR-BR ao sul e sudoeste ocorrem grandes aglomerações

urbanas dos municípios de Belford Roxo e parte de Nova Iguaçu. Essa área no entorno

do Rio das Botas é altamente urbanizada e totalmente consolidada sendo parcialmente

atendida por redes de abastecimento de água e de esgotos sanitários.

A ocupação urbana da bacia está nitidamente vinculada a sua infraestrutura viária, da

qual são destacáveis as Rodovias Presidente Dutra (BR-116) e Washington Luiz (RJ-

040), a Avenida Joaquim da costa lima, a Avenida Automóvel Clube (RJ-085), a Via

Light (RJ-081) e a Estrada Adrianópolis (RJ-113).

As áreas mais densamente ocupadas na bacia situam-se nas seguintes regiões:

Centro, em Nilópolis; Independência, Fraternidade, Ponte Branca e Metrópole, em

Nova Iguaçu; Mesquita, em trecho atravessado pela via Dutra; ao longo da Av.

Francisco Sá, próximo do rio do Prata em Belford Roxo/Vila Dagmar; Vilar dos Teles;

periferia do Centro, em São João do Meriti.

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Dezembro/2012

Encontro dos rios das

Velhas e Botas.

Ao norte e a nordeste do empreendimento ainda dentro da AID ocorre a bacia do rio

das Velhas, rio que faz divisa com a APA do Alto Iguaçu, uma região onde ocorre uma

baixa densidade de ocupação. As poucas ocupações da Bacia não contam com

serviços regulares de coleta e remoção de resíduos sólidos nas áreas ribeirinhas, e

acaba ocorrendo de a própria população jogar seu lixo diretamente nos rios e canais,

boa parte do lixo doméstico produzido acaba indo para os cursos d'água, concorrendo

para aumentar a frequência das inundações, pois acaba comprometendo a capacidade

de escoamento dos canais, além de contaminar as águas.

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EIA/RIMA Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos

Belford Roxo – CTDRBR

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ADA e aglomeração

urbana na AID ao

fundo.

A ADA é confinada por morros, não havendo concentrações urbanas em suas

imediações. A vegetação nos dois morros existentes na área do CTDR-BR é formada

em grande parte por Cambarás sendo classificadas como vegetações secundarias em

estado inicial e médio de regeneração. O sub-bosque é fechado por cipós e lianas

estando bem preservado.

Entre os principais morros ocorre uma área de brejo e há também grandes manchas de

pastagem com espécies arbustivas, chamadas no mapa de Pasto Sujo, além da área

em que esta instalada a Etapa I do aterro. Dentro dessa primeira Etapa ocorrem as

construções, escritório e refeitório feitos de alvenaria.

No fundo da propriedade onde está instalado o empreendimento ocorre áreas

degradadas, classificadas como Área Antropizada. Nessas áreas não há a presença de

vegetação, sendo dominada por gramíneas.

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EIA/RIMA Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos

Belford Roxo – CTDRBR

AR 584/12

Dezembro/2012

A ADA é cortada por pequenas vias sem pavimentação, sendo a mais importante a

Avenida Brasil, que da acesso aos caminhões de coleta ao CTDR-BR vindo do bairro

do Baby, localizado ao sul do empreendimento.

Os principais bairros do entorno são o Jardim Nova Aurora e o Babi, nome esse do

pesqueiro que se localiza próximo ao empreendimento na Estrada Xerem.

A área está inserida em zona classificada pelo zoneamento da Prefeitura Municipal de

Belford Roxo (PMBR) como Zona Especial 7 (centro de tratamento de lixo) e faz parte

de um conjunto que tem como objetivo implantar no local, além do sistema em pauta,

outros empreendimentos que possibilitem o desenvolvimento daquela parte do

município.

Área de implantação da

Etapa I do

empreendimento.

Arqueologia

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EIA/RIMA Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos

Belford Roxo – CTDRBR

AR 584/12

Dezembro/2012

A pesquisa no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA, 2012) retorna 07

sítios cadastrados no município de Belford Roxo, entre sítios históricos e pré-históricos.

Os sítios estão nominados na tabela abaixo.

Sigla do CNSA Nome do sítio Município

RJ00142 Sítio do Redentor Belford Roxo

RJ00143 Sítio Vacaria Belford Roxo

RJ00145 Sítio do Cruzeiro Belford Roxo

RJ00146 Sítio da Fábrica Belford Roxo

RJ00147 Sítio Madame Picucha Belford Roxo

RJ00148 Sítio da Baixada Belford Roxo

RJ00149 Sambaqui da Marquesa Belford Roxo

Durante a vistoria arqueológica da área do projeto Complexo de Tratamento e

disposição Final Belford Roxo (CTDR-BR), não foram encontrados vestígios de material

arqueológico em superfície. Contudo, o levantamento histórico da ocupação do

município da Baixada Fluminense e a presença de sítios, históricos e pré-históricos

cadastrados no IPHAN na região, mostram que a área como é potencialmente rica em

vestígios arqueológicos.

Desta maneira, a área total de implantação do empreendimento é passível de

prospecção arqueológica subsuperfície para a fase de Licença de Instalação do CTDR-

BR, a fim de averiguação da existência de remanescentes arqueológicos a serem

protegidos de acordo com a legislação brasileira pertinente.

RIMA

885 EIA/RIMA do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR

AR 584/12

Dezembro/2012

4. ALTERAÇÕES AMBIENTAIS

Como é realizada a avaliação de impactos ambientais?

As principais alterações ou impactos ambientais que podem

ocorrer durante a implantação e a operação da CPTR são

descritas a seguir, juntamente com as ações para gestão

ambiental de cada impacto previsto. O detalhamento, os

objetivos e as atividades de cada programa de gestão serão

apresentados no próximo item.

A avaliação dos impactos ambientais do empreendimento foi

realizada de forma integrada, considerando os seguintes

atributos: natureza, ocorrência, reversibilidade, abrangência,

duração, forma de manifestação, prazo de ocorrência,

magnitude, significância e relevância do impacto.

Para facilitar a apresentação dos principais impactos

ambientais da CPTR, estes foram organizados em quadros,

de acordo com o meio em que se manifestam (físico, biótico e

socioeconômico). Os quadros incorporam as ações de gestão

e a avaliação dos impactos após a adoção das ações de

controle e das medidas mitigadoras/potencializadoras, que

corresponde a sua “relevância”.

O Que é Impacto Ambiental?

O Conselho nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) define

impacto ambiental como

“Qualquer alteração das

propriedades físicas, químicas ou

biológicas do meio ambiente,

causada por qualquer forma de

matéria ou energia resultante das

atividades humanas, que direta ou

indiretamente afetem: a) saúde,

segurança e bem estar da

população; b) as atividades

sociais e econômicas; c) a biota;

d) as condições estéticas e

sanitárias do meio ambiente; e) a

qualidade dos recursos

ambientais.” (Resolução

CONAMA 001/86).

O que são Ações de Gestão Ambiental?

São ações que visam amenizar os

impactos negativos e ampliar os

impactos positivos. Podem ser de

prevenção e controle, de

mitigação, de potencialização, de

monitoramento e de

compensação.

RIMA

886

EIA/RIMA do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo CTDR-BR AR 584/12

Dezembro/2012

Mei

o Fí

sico

Impacto Etapa Fator Impactante Natureza Significância Ações de Gestão Relevância

Alterações físicas no lençol freático Implantação

Cortes e alteração da geometria dos terrenos

Negativa Significativo

Medidas de Controle:

• Destinação de local adequado para a manutenção de equipamentos e troca de óleo;

• Identificação e caracterização dos condicionantes geológicos, hidrogeológicos e geomorfológicos previamente à remobilização de solo e implantação de infraestrutura;

• Implantação de sistema impermeabilizante de base, composto por dupla camada de impermeabilização do aterro, esta composta por camada de manta geossintética em PEAD (polietileno de alta densidade), com espessura de 2mm, camada subjacente de argila compactada com permeabilidade inferior a 10-7 cm/s e com espessura mínima de 60 cm;

• Implantação do sistema de drenagem de percolados, os quais serão encaminhados para as lagoas de percolado para posterior tratamento de tais líquidos;

• Implantação do sistema de drenagem subsuperficial com drenos principais e secundários, além de emissário e caixas finais de recepção, com o objetivo de rebaixamento do lençol freático, aumentando a profundidade do mesmo;

• Instalação dos elementos do sistema de drenagem de águas pluviais.

Medidas de Monitoramento:

• Implantação do Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas, realizado através da coleta periódica de amostras e posterior análise de diversos parâmetros físicos-químicos, objetivando determinar a ocorrência de contaminação e avaliar a eficiência dos sistemas de drenagens e segurança da central de tratamento de resíduos sólidos.

• Caso seja adotada a medida de tratamento in situ do percolado, deverá ser implementado o monitoramento do efluente antes do descarte, através de análise de parâmetros da Resolução CONAMA nº 357/2005 e Resolução CONAMA nº 430/2011.

Baixa Relevância

Impermeabilização dos solos

Alteração de qualidade das águas subterrâneas

Implantação

Uso e destinação inadequada de produtos químicos e embalagens (tintas, óleos e graxas)

Negativa Pouco Significativo

Baixa Relevância

Vazamentos de combustível e óleos

Dinamização de processos erosivos

Implantação

Impermeabilização do solo

Negativa Pouco Significativo

Medida de Controle:

• Otimização do cronograma das obras visando à redução dos prazos de exposição dos terrenos à ação dos agentes erosivos;

• Implantação imediata das medidas de controle da erosão, como cobertura vegetal e sistemas de drenagem definitivos já previstos em projeto;

• Implantação de sistemas de drenagem provisórios, com medidas como: sumps, camaleões em nível, diques de contenção de sólidos, tanto durante as obras de implantação quanto ao redor das pilhas de estocagem de solos para a cobertura das células diárias.

• A retirada de solos das vertentes será feita em forma de bermas para aumentar a infiltração das águas e com isto minimizar o impacto do escoamento das águas pluviais;

• Implantação do Programa de Gestão e Controle Ambiental das Obras e da Operação do Aterro, especialmente as medidas que contemplam o controle de erosão e do carreamento de sedimentos por ocasião das chuvas.

Medida de Monitoramento:

Baixa Relevância

Alteração da geometria dos terrenos

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Exposição do solo e subsolo

• Implantação do Programa de Controle e Monitoramento dos Processos Erosivos e Assoreamento e do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais.

Dinamização de processos de assoreamento de corpos d’água

Implantação

Exposição do solo e subsolo

Negativa Pouco Significativo

• Otimização do cronograma das obras visando à redução dos prazos de exposição dos terrenos à ação dos agentes erosivos;

• Implantação imediata das medidas de controle da erosão, como cobertura vegetal e sistemas de drenagem definitivos já previstos em projeto;

• Implantação de sistemas de drenagem provisórios, com medidas como: sumps, camaleões em nível, diques de contenção de sólidos, tanto durante as obras de implantação quanto ao redor das pilhas de estocagem de solos para a cobertura das células diárias.

• A retirada de solos das vertentes será feita em forma de bermas para aumentar a infiltração das águas e com isto minimizar o impacto do escoamento das águas pluviais;

• Implantação do Programa de Gestão e Controle Ambiental das Obras e da Operação do Aterro, especialmente as medidas que contemplam o controle de erosão e do carreamento de sedimentos por ocasião das chuvas.

Baixa Relevância Carreamento de

sedimentos e outros resíduos sólidos para os corpos d’água

Alteração da qualidade das águas superficiais

Implantação

Exposição do solo e subsolo e dinamização de erosões

Negativa Significativo

Caso seja adotada a medida de tratamento in situ do percolado, deverá ser implantado o monitoramento do efluente antes do descarte, através de análise de parâmetros da Resolução CONAMA nº 357/2005.

Será feito também um monitoramento da drenagem do chorume para as lagoas, no intuito de verificar ocorrências de possíveis vazamentos.

Baixa Relevância

Vazamentos e/ou derramamentos de produtos

Geração de resíduos sólidos e efluentes

Operação

Aumento da turbidez das águas fluviais

Negativa Significativo

Baixa Relevância

Lançamento de efluente tratado em corpo d’água

Desativação Lançamento de efluente tratado em corpo d’água

Negativa Significativo

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Contaminação da água subterrânea decorrentes de líquidos percolados

Operação

Vazamento acidental de combustível óleos e geração de resíduos sólidos, como estopas e embalagens

Negativa Pouco Significativo

Medidas de Controle:

• Destinação de local adequado para a manutenção de equipamentos e troca de óleo;

• Identificação e caracterização dos condicionantes geológicos, hidrogeológicos e geomorfológicos previamente à remobilização de solo e implantação de infraestrutura;

• Implantação de sistema impermeabilizante de base, composto por tripla camada de impermeabilização do aterro,

• Instalação de dreno testemunho entre duas camadas impermeabilizantes (manta de PEAD e GCL) tendo como função conduzir qualquer líquido que venha a transpor a primeira barreira, levando-o para uma caixa de inspeção, onde será detectado o rompimento dessa primeira proteção, de forma a possibilitar a execução dos serviços de recuperação e/ou remediação necessários, aumentando com isso a segurança e a confiabilidade do sistema;

• Implantação do sistema de drenagem subsuperficial com drenos principais e secundários, além de emissário e caixas finais de recepção;

• Instalação de drenagem para captação de água de chuva de áreas passíveis de contaminação.

Medidas de Monitoramento

• Implantação do Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas, realizado através da coleta periódica de amostras e posterior análise de diversos parâmetros físicos-químicos, objetivando determinar a ocorrência de contaminação e avaliar a eficiência dos sistemas de drenagens e segurança da central de tratamento de resíduos sólidos.

• Caso seja adotada a medida de tratamento in situ do percolado, deverá ser implementado o monitoramento do efluente antes do descarte, através de análise de parâmetros da Resolução CONAMA nº 357/2005.

Média Relevância

Disposição inadequada dos resíduos sólidos e de efluentes líquidos advindos de sanitários – Geração de chorume Vazamentos acidentais de chorume

Desativação Vazamentos acidentais de chorume

Negativa Pouco Significativo

Desencadeamento de processos erosivos e de assoreamento

Operação

Extração de material para recobrimento das jazidas, causando exposição de solo e subsolo e alteração da topografia

Negativa Significativo

Medida de Mitigação e de Controle:

• Implantação de proteção constante dos taludes naturais e das células de resíduos com plantio de grama;

• Implantação do sistema de drenagem superficial previsto nas áreas de taludes naturais e de disposição de resíduos, promovendo o encaminhamento das vazões incidentes de forma controlada por meio dos elementos hidráulicos projetados;

• Execução dos taludes naturais e dos taludes das células de resíduos com geometrias que resultem com fatores de segurança adequados para este propósito;

• Implantação do Programa de Gestão e Controle Ambiental das Obras e da Operação do Aterro, especialmente as medidas que contemplam o controle de erosão e do carreamento de sedimentos por ocasião das chuvas.

Medidas de Monitoramento:

• Implantação do Programa de Controle e Monitoramento dos Processos Erosivos e Assoreamento e do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais.

Baixa Relevância

Alteração da paisagem Operação

Alteração do relevo e da cobertura do solo

Negativa Significativo A alteração da paisagem será atenuada em função das seguintes medidas:

• Cobertura do talude com gramíneas; Baixa Relevância

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Desativação Negativa Significativo

• Criação do Parque Socioambiental após encerramento do empreendimento;

• Reflorestamento das áreas de apoio após a desmobilização;

Aumento dos picos de enchente nos afluentes do rio das Velhas

Operação

Impermeabilização

das células de

recebimento de

resíduos sólidos

Pouco Significativo

O aumento das vazões de enchente pode ser minimizado através de medidas mitigadoras destinadas a evitar que as construções tornem o terreno impermeável. Podem ser elencadas as seguintes medidas mitigadoras passíveis de serem adotada, de acordo com as possibilidades do projeto e das características do terreno:

• Implantação de sistema de pisos drenantes nos pátios de estacionamento;

• Estabelecimento de poços drenantes que coletem as águas pluviais provenientes das coberturas das edificações e permitam sua infiltração no terreno;

• Implantação de vegetação arbustiva nas áreas de preservação permanente ao longo dos cursos d’água que cortam o empreendimento;

Arborização das áreas livres remanescentes, permitindo o armazenamento de parte da precipitação e diminuindo a velocidade da água, permitindo um aumento no tempo de detenção.

Baixa Relevância

Mei

o B

iótic

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Impacto Etapa Fator Impactado Natureza Significância Ações de Gestão Relevância

Perda de habitats para exemplares da fauna e da flora locais

Implantação Supressão de vegetação Negativa Significativo

Medidas de Controle:

• Supressão da vegetação acompanhado do resgate de germoplasma (especialmente plântulas) a serem utilizadas na revegetação de áreas degradadas em locais sem previsão de utilização no restante do empreendimento;

• Revegetação com espécies autóctones de estradas desativadas em pontos de importância ecológica para a formação vegetal;

• Programa de Resgate da Fauna silvestre durante o processo de supressão da vegetação.

Medidas de Monitoramento:

• Programa de Educação Ambiental, para que os operários envolvidos na supressão de vegetação recebam informações sobre encontros com animais, manejo e prevenção de acidentes;

• Programa de Gestão Ambiental das Obras será responsável pelas instruções sobre o direcionamento da supressão, de acordo com os critérios estabelecidos pelos técnicos responsáveis pelo Programa de Resgate e Salvamento de Fauna.

Média Relevância

Afugentamento/Alteração de hábitos

Implantação Geração de ruídos Negativa Pouco Significativo

Medidas de Controle:

• A implantação da barreira vegetal no entorno do empreendimento contribuirá, não somente com o aspecto paisagístico, mas também atuará na atenuação dos ruídos produzidos durante sua fase de operação;

Irrelevante

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da fauna

Operação Geração de ruídos Negativa Significativo

• As obras de terraplanagem, pavimentação e adequação das vias de acesso contribuirão para a redução dos níveis de vibração provocados pelo trânsito de veículos e maquinário durante as fases de implantação, operação e desativação do empreendimento;

• Controle das atividades do pessoal envolvido com as diferentes fases da obra em espaços protegidos, principalmente durante a fase de implantação do empreendimento, com o intuito de se minimizar as interferências produzidas;

• Gerenciamento dos processos de transporte dos resíduos e velocidade de cobertura dos mesmos para que não possibilitem a atração de espécies associadas ao lixo.

Medida de monitoramento:

Durante as obras de implantação e durante o período de operação e desativação do empreendimento, será realizado o Programa de Monitoramento de Ruído.

Baixa Relevância

Perda de espécimes da fauna

Implantação Aumento da atividade de caça Negativa Significativo

Medidas de Controle:

• Controle das incursões do pessoal envolvido com as diferentes fases da obra em áreas florestais, principalmente durante a fase de implantação do empreendimento;

• Repressão às agressões à fauna.

Baixa Relevância

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o A

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pico

Impacto Etapa Fator Impactado Natureza Significância Ações de Gestão Relevância

Incômodos à população Implantação

Geração de ruídos e vibrações sonoras

Negativa Pouco Significativo

Medida de Mitigação e de Controle:

• Cobertura diária dos resíduos;

• Cobertura da bacia de contenção de líquidos percolados;

• Manutenção e preservação da barreira vegetal;

• Manutenção e revisão constante das máquinas e veículos utilizados;

• Promover a aspersão de água nas vias de circulação de máquinas e equipamentos;

• Controle permanente das áreas onde pode ocorrer o acúmulo de água pluvial;

• Implantação do Programa de Educação Ambiental e Treinamento Ambiental dos Trabalhadores;

• Implantação do Programa de Comunicação e Interação com a Comunidade;

• Implantação das medidas relacionadas ao sistema viário

Medidas de Monitoramento

• Programa de Monitoramento de Ruídos;

• Programa de Comunicação e Interação com a Comunidade.

Irrelevante

Emissões de gases e material particulado na atmosfera

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Interferência da execução de obras de instalação das unidades nos sistemas e infraestrutura e nos equipamentos urbanos

Implantação

Aumento da demanda nos equipamentos de saúde, transporte e educação Negativa Pouco

Significativo Irrelevante

Aumento da demanda por serviços locais

Expectativas na população em relação ao empreendimento

Planejamento

Criação de expectativas na população a partir de carência de informações precisas sobre o empreendimento

Negativa Significativo

Medidas de controle

• Priorizar contratação de mão de obra local;

• Desenvolver a realizar um Programa de Qualificação e Capacitação de Mão de Obra Local;

• Reaproveitar a mão de obra existente a cada frente de trabalho iniciada;

• Desenvolver e implantar o Programa de Comunicação e Interação Social, contemplando, entre outras informações, a divulgação do processo de licenciamento, oportunidades de emprego e dos pré-requisitos necessários nas diferentes atividades e fases do empreendimento;

• Desenvolver e implantar o Programa de Educação Ambiental e Treinamento Ambiental dos Trabalhadores.

Baixa Relevância

Implantação e Operação

Geração de expectativas de empregabilidade

Negativa

Significativo na Implantação e Pouco Significativo na Operação

Baixa Relevância na Implantação e Irrelevante na Operação

Possibilidade de atração de população e conflitos culturais

Possibilidade de sobrecarga da infraestrutura e dos equipamentos urbanos.

Dinamização da economia local associada à oferta de empregos e geração de renda

Implantação Aumento de postos de trabalho Positiva Pouco

Significativo Medidas de Controle:

• Programa de Qualificação e Capacitação da Mão de Obra Local

• Priorização de contratação de mão de obra local;

• Ações de planejamento para a desmobilização de mão de obra (acompanhadas do Programa de Educação Ambiental);

• Programa de Comunicação e Interação com a Comunidade;

• Incluir no Programa de Treinamento Ambiental para os Trabalhadores informações acerca do cronograma de implantação do CTDR-BR e do caráter temporário das contratações na fase de implantação, e também da vida útil prevista para o empreendimento após o início de suas operações, a fim de que estes possam se planejar para a época da desmobilização;

• Programa de Inserção dos Catadores de Lixo no Mercado de Trabalho.

Medidas de Monitoramento:

• Programa de Comunicação e Interação com a Comunidade.

Média Relevância

Operação geração de emprego e renda Positiva Significativo Média

Relevância

Desativação Retração da oferta de postos de trabalho e renda

Positiva Significativo Média Relevância

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Possível Perda do Patrimônio Arqueológico

Implantação Alteração do solo e subsolo Negativa Pouco

Significativo

Mesmo com a não evidência de registro arqueológico, será feito no local na fase de Licença de Instalação, antes do início das obras de implantação, um levantamento arqueológico subsuperfície nas áreas do empreendimento. Esse tipo de ação é de caráter preventivo para que os possíveis impactos não se manifestem.

Irrelevante

Desenvolvimento de vetores

Implantação

Formação de ambientes propícios à ao acúmulo de água

Negativa

Pouco Significativo

Medidas de Controle:

• Controle de acesso e circulação de equipamentos pesados, como caminhões tratores e retroescavadeiras e, também, agilidade e eficiência nos trabalhos de revestimento do solo e controle/direcionamento adequado da drenagem superficial (sistema de drenagem);

• Caso seja necessário, será realizada a desratização e outros procedimentos específicos para a eliminação de vetores transmissores de enfermidades, com a aplicação semestral de venenos e raticidas.

• Gerenciamento dos processos de recobrimento dos resíduos para que não possibilitem a atração de espécies associadas ao lixo;

• Formação Ambiental dos Trabalhadores (através do Programa de Educação Ambiental e Treinamento Ambiental dos Trabalhadores).

Irrelevante

Operação

Formação de ambientes propícios à ao acúmulo de água e deposição de resíduos sólidos

Significativo Baixa Relevância

Impactos associados à saúde da população atendida

Operação

Preservação da qualidade ambiental e melhoria da saúde

Positiva Muito Significativo

Alta Relevância

Atendimento à legislação e melhoria na condição ambiental e de saúde da população

Incômodos à população devido a odores, proliferação de vetores, ruídos, poeiras e intensificação na circulação de veículos de transporte de resíduos

Operação

Abertura de valas, e possibilidade de acúmulo de água

Negativa Significativo

Medidas de Controle:

• Impermeabilização do solo e manutenção dos mecanismos de controle;

• Recobrimento diário do resíduo com camada de solo após compactação;

• Coleta e tratamento do líquido percolado;

• Redução da disponibilidade de alimentos;

• Manutenção das Frentes de Trabalho;

• Formação Ambiental dos Trabalhadores (através do Programa de Educação Ambiental e Treinamento Ambiental dos Trabalhadores).

Medidas de Monitoramento:

• Durante a execução do Plano de Comunicação Social devem ser feitos questionários com a população do entorno para verificar a percepção do odor, com avaliação dos horários de maiores reclamações. Além de deixar disponível um canal aberto para que a população possa fazer reclamações ou deixar sugestões.

Baixa Relevância

Emissões atmosféricas

Geração de ruído e vibração

Geração de odores

Atração e proliferação de vetores

Piora nas condições de fluidez do trânsito

Operação Aumento no tráfego de veículos Negativa Significativo

Como ação mitigadora para este impacto, propõem-se que seja promovida a revitalização viária das duas rotas de tráfego envolvidas neste estudo. As ações mais importantes de serem realizadas são:

• Recapeamento total do trecho mais próximo do CTDR de Belford Roxo, envolvendo as vias Rua Barão de

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Congonhas, Rua Engenheiros, Avenida Sami, Estrada do Xerém e Avenida Brasil.

• Recapeamento de pequenos trechos das vias Avenida Automóvel Clube, Avenida Joaquim da Costa Lima, Avenida Estrela Branca e Avenida Atlantica.

• Implantação de sinalização viária em toda a extensão das duas rotas, com enfoque na sinalização horizontal e vertical de regulamentação e advertência.

• Padronização de todos os dispositivos redutores de velocidade (lombadas).

Piora nas condições físicas das vias

Operação Aumento no tráfego

de veículos Negativa Significativo

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Entenda melhor os principais impactos ambientais previstos

Os principais impactos ambientais e sociais identificados são detalhados a seguir.

Impactos sobre o Meio Físico

Alterações físicas no lençol freático Durante a fase de implantação do CTDR-BR, os cortes a serem realizados para a preparação das áreas que constituirão o aterro sanitário, embora tenham sido previstas de forma a resguardar distancia mínima de 3 metros, preferencialmente superior, da base em relação ao lençol freático, poderiam eventualmente expor o aquífero livre, com afloramento das águas em superfície, especialmente nos setores mais baixos das vertentes. A impermeabilização das áreas de implantação do aterro sanitário, que devem ocupar ao todo, 66,6 ha, deve reduzir as áreas de recarga de aquíferos semi-confinados e, principalmente, dos aquíferos livres. Ambos os processos descritos contribuem para o rebaixamento do lençol freático localmente e para a redução da disponibilidade hídrica subterrânea. Merece atenção que, conforme observado no diagnóstico ambiental, o solo e sub-solo do local de implantação do CTDR-BR possuem, de modo geral, baixas permeabilidades. Para exemplificar, as permeabilidades encontradas entre 0-5m de profundidade são estimadas da ordem de 10-6 a 10-7 cm/s. Considerando-se o exposto, as interferências de implantação do empreendimento sobre o lençol freático, além de eventuais e circunstanciais, serão somente locais e de média magnitude. A abrangência espacial do impacto deverá ser proporcional ao avanço da implantação do empreendimento, a qual deverá ocorrer em 5 etapas. Alterações de qualidade das águas subterrâneas Durante a fase de implantação, a utilização de produtos químicos, óleos, graxas, manutenção de equipamentos e outros, podem proporcionar a contaminação da água subterrânea através de vazamentos e/ou perdas acidentais de produtos (combustíveis, lubrificantes e outros) na superfície do solo. Quanto maior a espessura da zona não saturada, menor a flutuação do nível d’água e menor a permeabilidade dos solos, maiores serão as distâncias percorridas, o tempo transcorrido e a sorção obtida exercida pelo solo até o contaminante atingir as águas subterrâneas, o que possibilita a retenção dos contaminantes. Para o caso das áreas de implantação, destaca-se que 36,6% dos furos de sondagem realizados encontraram o NA a níveis rasos, entre 0 e 5m de profundidade.

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Em contrapartida, os solos do local, que predominantemente são argilosos e siltosos, conforme supracitado, são de baixa permeabilidade. Há de se considerar ainda que, conforme anteriormente afirmado, a área do aterro sanitário deverá ser impermeabilizada. Eventuais derramamentos de substâncias que ocorrerem nestas áreas, após elas estiverem impermeabilizadas, não chegarão ao solo e às águas subterrâneas. Deste modo, contaminações das águas subterrâneas do aquífero, como possibilidade decorrente da ocorrência de acidentes, deverão ter extensões pequenas e poderão atingir somente as camadas superficiais do solo, dependendo da agilidade das medidas de mitigação e remediação. Cabe ainda destacar que, conforme observado no diagnóstico da qualidade das águas subterrâneas, ocorreram ultrapassagens de parâmetros alumínio e chumbo total, de acordo com a Resolução CONAMA nº 420/2009 e Portaria do MS nº 518/2004. Mas no geral, a qualidade da água subterrânea se encontra em bom estado, ainda mais considerando-se que a qualidade no início do monitoramento era inferior à atual, sendo que no CTDR-BR iniciou-se a operação da Etapa I. Dinamização de processos erosivos A área destinada ao empreendimento se apresenta, atualmente, coberta por vegetação arbórea nas vertentes e topos de morros, e nas planícies apenas vegetação rasteira e alguns arbustos. A remoção dessa vegetação seguirá as etapas previstas no Plano de Avanço da Ocupação do Terreno, de acordo com a evolução e progressão das Etapas dos maciços sanitários, evitando assim a exposição desnecessária das vertentes. O mesmo será feito para a retirada dos solos, cujo material será utilizado para o recobrimento das camadas de resíduos das células. Portanto, esta remoção seguirá a ordem das Etapas de implantação dos aterros, ou seja, para a Etapa I será retirado material da Etapa II, e assim sucessivamente, com base na caracterização e mapeamento geológico detalhado da área. As atividades de implantação do empreendimento pressupõem:

• Supressão da vegetação;

• Terraplenagem de regularização das áreas destinadas ao aterro para a instalação do sistema de impermeabilização de sua base;

• Estocagem de solos em leiras para a utilização futura na cobertura das células;

• Terraplenagem de regularização para a instalação das estruturas complementares e de apoio;

• Execução e melhoria de vias internas de acesso. Tais atividades, inerentes ao processo construtivo, resultarão na exposição temporária de terrenos à ação dos agentes erosivos – chuvas e ventos – até que a construção das

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estruturas com a impermeabilização dos solos e implantação dos sistemas de drenagem de águas superficiais seja realizada. Nessas condições de exposição, os solos permanecem transitoriamente suscetíveis à desagregação pelo impacto das gotas de chuva e ao arraste pelo escoamento laminar ou concentrado das águas pluviais, o que poderá resultar, além da erosão em si, no assoreamento de corpos d’água próximos pela deposição dos sólidos arrastados.

Dinamização dos processos de assoreamento de corpos d’água

As atividades de supressão de vegetação e terraplanagem, as quais estão contidas na etapa de implantação do empreendimento, poderão causar a exposição temporária de terrenos à ação das águas pluviais. O escoamento destas águas poderá carrear sedimentos e resíduos sólidos até os corpos d’água. A deposição destes resíduos nos corpos d’água constitui o assoreamento destes em pontos específicos, em geral de menor energia e capacidade de transporte.

Alteração da qualidade das águas superficiais

Além de sedimentos que podem ser carreados aos corpos d’água superficiais, acarretando no impacto de dinamização de processos de assoreamento destes, estes sedimentos podem ser solubilizados ou transportados em suspensão nos corpos d’água, constituindo elevações em parâmetros de qualidade das águas, como turbidez, cor, sólidos dissolvidos, sólidos em suspensão, ferro e alumínio total. Além disso, outros resíduos sólidos e efluentes que poderão ser gerados durante a fase de implantação do empreendimento e poderão, em caso de acidentes ou manuseio, armazenamento e destino inadequado, serem levados aos corpos d’água a partir do escoamento superficial de águas de origem pluvial. Entre eles estão:

óleos e graxas provenientes da circulação manutenção e abastecimento de veículos, máquinas e equipamentos;

matéria orgânica proveniente do lançamento de efluentes sanitários, resíduos orgânicos provenientes do consumo e preparo de alimentos;

produtos químicos utilizados na construção civil e lançados no solo de onde podem alcançar a drenagem em eventos chuvosos;

resíduos de construção, resultantes de obras e restos de materiais de construção.

Cabe destacar que o monitoramento realizado no diagnóstico de meio físico mostra que, atualmente, a maior parte dos parâmetros sanitários e de nutrientes encontra-se

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significativamente alterada pela presença de esgotos sanitários provenientes de montante. A bacia hidrográfica que drena as contribuições pluviais do CTDR-BR é a do rio Botas, cujo afluente direto córrego das Velhas está a aproximadamente 250 m do empreendimento. As vazões pluviais incidentes na área do CTDR-BR serão captadas e encaminhadas, por meio de canaletas, canais, galerias e demais elementos de drenagem superficial, rígidos ou flexíveis, implantados sobre o corpo do maciço sanitário e também sobre o terreno natural. Em relação ao chorume, vários tipos de tratamento podem ser utilizados em aterros sanitários como foi apresentado no item 4.3.4.7 deste EIA. Neste caso optou-se pelo seu envio para a estação de tratamento de esgotos sanitários da Cedae de Sarapuí - RJ, a qual possui uma capacidade de projeto de 1,5 m³/s. Atualmente, o chorume gerado na operação da Etapa 01 é transportado para a ETE da empresa Envirochemie. O envio do chorume para ETE de Sarapuí, desde que devidamente autorizado pelo INEA, será realizado por meio de caminhões tanques, carregados a partir das lagoas. Nas fases de implantação dos aterros sanitários serão instalados os drenos de chorume na base do aterro. E durante a operação, serão implantados os drenos horizontais nas células de lixo e o alteamento dos drenos verticais que efetuarão além da drenagem de chorume, a drenagem do biogás. Deste modo, a alteração na qualidade das águas superficiais ocorrerá somente em eventuais casos de falhas ou acidentes onde os resíduos sólidos, chorume e sedimentos, atinjam os corpos d’água naturais. Contaminação da água subterrânea decorrentes de líquidos percolados Durante a fase de execução, a utilização de produtos químicos, óleos, graxas, manutenção de equipamentos e outros, podem proporcionar a contaminação da água subterrânea através de vazamentos e/ou perdas acidentais de produtos (combustíveis, lubrificantes e outros) na superfície do solo. Para controle dessa ação se faz necessária a adoção de medidas de controle, com vistas a evitar derrames e vazamentos no solo e medidas corretivas com vistas a executar os procedimentos cabíveis para remoção imediata do material derramado, caso de sua ocorrência. Na fase de execução e desativação do CTDR-BR, o líquido percolado proveniente da atividade de decomposição dos resíduos, conhecido como chorume, pode contaminar o solo e subsolo. Esse líquido em contato com o solo infiltrará no subsolo gerando a contaminação do aquífero livre. Para que não ocorra essa contaminação é importante proceder com a correta impermeabilização de toda base do aterro. A contaminação da água subterrânea também poderá ocorrer através da contaminação da água de chuva com o líquido percolado provenientes dos locais de disposição de

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resíduos na CTDR-BR. Para controle desse processo será instalado um sistema de drenagem de água de chuva e captação em eventuais locais onde possa ter contato com o percolado. De um modo geral, contaminantes infiltrados no subsolo provenientes de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos apresentam substâncias que tendem a ocasionar uma alteração da qualidade nas zonas mais superficiais do lençol freático, uma vez que o percolado não possui substâncias mais pesadas que a água, que possibilitem uma infiltração mais profunda no sistema aquífero local. A infiltração de elementos e/ou compostos provenientes de resíduos sólidos urbanos tendem a permanecer no circuito de fluxo raso das águas subterrâneas, com infiltração nos altos topográficos e surgência nas drenagens próximas, caracterizando assim um fluxo raso. O sistema de controle inerente ao projeto para evitar tal contaminação é a impermeabilização da base do aterro e dos taludes, além da correta captação e tratamento do líquido percolado. Destaca-se que 36,6% dos furos de sondagem realizados na região de implantação do empreendimento encontraram o NA a níveis rasos, entre 0 e 5 m de profundidade. Por outro lado, os solos do local, que predominantemente são argilosos e siltosos, conforme supracitado, resultando em baixa permeabilidade, o que aumenta o tempo de percolação necessário para que um contaminante atingisse o lençol freático. Desencadeamento de processos erosivos e de assoreamento

A área destinada ao empreendimento se apresenta, atualmente, coberta por vegetação arbórea nas vertentes e topos de morros, e nas planícies apenas por vegetação rasteira e alguns arbustos. A remoção dessa vegetação seguirá as etapas previstas no Plano de Avanço da Ocupação do Terreno, de acordo com a evolução e progressão das Etapas dos maciços sanitários, evitando assim a exposição desnecessária das vertentes. O mesmo será feito para a retirada dos solos, cujo material será utilizado para o recobrimento das camadas de resíduos das células. Portanto, esta remoção seguirá a ordem das Etapas de implantação dos aterros, ou seja, para a Etapa I será retirado material da Etapa II, e assim sucessivamente, com base na caracterização e mapeamento geológico detalhado da área. Esta retirada, progressiva e contínua, resultará na exposição do solo e do subsolo em uma área que posteriormente será utilizada para as demais Etapas. As atividades de operação do empreendimento pressupõem:

• Estocagem de solos em pilhas para a execução da cobertura das células diárias;

• Retirada de solo dos morros, da própria área do empreendimento, para a cobertura dos resíduos das células.

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Tais atividades resultarão na exposição temporária de terrenos à ação dos agentes erosivos – chuvas e ventos – até que as medidas de controle, como sistemas de drenagem e outras, passem a surtir os efeitos planejados. Nessas condições de exposição, os solos permanecem transitoriamente suscetíveis à desagregação pelo impacto das gotas de chuva e ao arraste pelo escoamento concentrado das águas pluviais, o que poderá resultar, além da erosão em si, no assoreamento de corpos d’água próximos pela deposição dos sólidos arrastados. A escavação de retirada do solo para recobrimento das células será feita de forma gradual, em função da utilização desses materiais para a cobertura dos resíduos. À medida que o solo vai sendo retirado, serão feitas bermas nos taludes no intuito de minimizar o escoamento de águas pluviais e aumentar a infiltração da água. Alteração da paisagem

Na área de implantação do CTDR-BR as formas de relevos predominantes são as colinas isoladas ou morros, com vertentes convexas e topos arredondados, cujas vertentes chegam a quase 30% de declividade, com cobertura vegetal arbórea, e também as áreas de planícies. Assim, com a ampliação do CTDR-BR haverá a alteração do relevo nestes morros, juntamente com a remoção de sua vegetação natural, devido a, inicialmente a utilização dos solos destes terrenos para o recobrimento das células existentes de resíduos, e posterior uso destas áreas para a disposição dos resíduos, conforme o plano de avanço das etapas de operação. Na medida em que o aterro for sendo ampliado, passará a ser visível nas imediações, constituindo elemento de impacto visual, uma vez que após intervenções nos morros e na vegetação, se formará um maciço único de resíduos nesta área, com formas retilíneas e notadamente, de origem antrópica. Cabe mencionar que as áreas onde ocorrerá a ampliação do projeto não são utilizadas atualmente para o desenvolvimento de atividades econômicas, dentre as quais se incluem o turismo ativo ou para observação da paisagem e que nas imediações do empreendimento não existem núcleos urbanos, estando o mais próximo – Bairros Recantus e Nova Aurora, localizados a aproximadamente 4 km.

Aumento da velocidade de escoamento no rio das Velhas

A construção do empreendimento implica em impermeabilização do solo referente à área das células de deposição de resíduos sólidos, e da construção de acessos internos. Na área impermeabilizada não ocorre a infiltração das águas pluviais, produzindo dois efeitos principais:

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1) Aumento da vazão de escoamento superficial; 2) Aumento da velocidade do escoamento, resultante da diminuição da rugosidade

do terreno, acarretando numa diminuição do tempo de concentração e consequentemente redução da duração da chuva crítica.

O impacto da impermeabilização será um aumento de 113,67 m3/s para 114, 19 m3/s na vazão de pico do exutório da bacia do rio das Velhas, significando um aumento de 0,45% em relação à situação atual.

Impactos sobre o Meio Biótico

Perda de habitats para exemplares da fauna e da flora locais A supressão da vegetação irá ocorrer em função da execução de atividades de terraplenagem e preparo do terreno para abertura de acessos e de infraestruturas e acarretará não só a perda de populações de espécies da flora, mas, também, a mudança completa nas populações e espécies da fauna ocorrente.

Quadro 4.6.1.1.8-1: Classe de uso da terra

A magnitude desse impacto está relacionada ao estado de conservação dos habitats encontrados e a tipologia da fauna e flora registrada para o local, bem como aos quantitativos de áreas a serem suprimidas. No caso particular do CTDR-BR, a implantação acarretará pequena interferência sobre a biota local considerando-se sua característica secundária (no caso da flora) e

Tipologia Classe de Uso da terra Tamanho (ha)

Volume a ser suprimido (m3/ha)

1 Vegetação Secundária - Estágio Inicial (Amansa-fogo) - -

2 Vegetação Secundária - Estágio Médio (Cambará) 48,33 2.813,80

3 Vegetação Secundária - Estágio Médio 2,74 123,56

4 Área antrópica - -

5 Pasto sujo - -

6 Brejo - -

7 Bambuzal - -

Total 51,08 2.937,37

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basicamente sinantrópica (no caso da fauna). As poucas áreas autóctones de brejo e exíguos trechos melhor conservados não possuem dimensão para abrigo de populações de espécies não adaptadas à interferência antrópica. Afugentamento/Alteração de hábitos da fauna Na fase de implantação, o afugentamento da fauna se dará pela supressão de vegetação, movimentação de máquinas, equipamentos e pessoal, e trará um aumento na geração de ruídos e de material particulado ampliando as situações de estresse a que a fauna residente e ocorrente está submetida, sendo possível incidir na redução temporária de espécies de maior frequência. A ocorrência deste potencial impacto poderá se refletir na limitação e/ou restrição do espaço, modificando ou afugentando os animais, ou seja, pressionando a fauna (principalmente a avifauna), forçando-a a buscar novos espaços, alterando assim, seus habitats e comportamentos. Poderá acarretar indiretamente a interferência com áreas de refúgio como, por exemplo, a APA Recantus-Maringá e as APPs do rio das Velhas e rio Botas. Durante a fase de operação do empreendimento será necessária a utilização de veículos pesados para o transporte de resíduos e de retroescavadeiras para os trabalhos de compactação e aterro dos mesmos. Estas atividades são potenciais causadoras de ruídos e vibrações que podem afugentar, ainda que temporariamente, exemplares de fauna como aves, mamíferos e répteis. Outra interferência durante a operação é pela atração de aves e mamíferos sinantrópicos associados aos resíduos, que já é observada na área em função da proximidade do antigo lixão, que a Etapa I permitiu fechar. A correta operação (transporte apropriado, velocidade de deposição e cobertura do aterro) poderá mitigar e até mesmo eliminar estes impactos. Cabe ainda destacar que o aterro já apresenta atividades de sua etapa 1 e este impacto já é existente, podendo se intensificar com a ampliação do empreendimento. Perda de espécimes da fauna

O aumento da caça é um impacto localizado que poderá ocorrer durante a fase de implantação das obras. Este processo poderá ocorrer notadamente sobre algumas espécies de mamíferos de pequeno e médio porte (Dasypus e Cavia) e sobre aves cinegéticas, tais como os tinamídeos (Crypturellus tataupa) e columbídeos (Columba picazuro), criando assim uma pressão negativa quanto aos estoques populacionais.

Impactos sobre o Meio Antrópico

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Incômodos à população Devido à forma como será implantada a ampliação do aterro, na qual as obras ocorrerão concomitantemente com a operação do empreendimento, já em curso na Etapa licenciada e a ser ampliada, pode-se considerar que não ocorrerá o aumento de tráfego de veículos e intensificação da operação de máquinas na área e nas vias de acesso ao empreendimento, visto que são atividades que já se desenvolvem na progressão das implantações dessa etapa. De acordo com estudos realizados, não haverá aumento, durante a implantação, no número de veículos atual, que é de aproximadamente 100 veículos por dia transportando RSU do município de Belford Roxo/RJ. Haverá o tráfego de máquinas e equipamentos operando somente no canteiro de obras. Estas atividades poderão gerar desconforto à população do entorno, relacionados a ruídos e emissão de poeira na área interna do empreendimento. Entretanto, cabe destacar que nas imediações do empreendimento não existem núcleos urbanos, estando o mais próximo – Bairro Recantus e Nova Aurora localizado a aproximadamente 4 km, fator este que reduz de forma significativa os pontos receptores das emissões atmosféricas e de ruídos que deverão ser gerados pelo empreendimento, além do fato de que os serviços continuarão em vales confinados, que restringe ou atenua, já por essa condição, a propagação dos mesmos. Interferência da execução de obras de instalação das unidades nos sistemas e

infraestrutura e nos equipamentos urbanos

Para as obras, que ocorrerão concomitantemente com a operação do empreendimento, haverá necessidade de contratação de mão de obra que poderá, caso seja contratada fora do município de Belford Roxo, aumentar a procura por serviços na área de saúde e transporte e educação. A previsão é que sejam contratados 61 empregados, entre terceirizados, para desenvolver trabalhos no empreendimento. A atração de pessoas para residirem em Belford Roxo poderá potencialmente ocasionar pressão e sobrecarga nos sistemas de infraestrutura e equipamentos urbanos do município, demandando a instalação/ampliação de unidades de saúde e educação, por exemplo. Isto pode ocorrer principalmente caso não haja maximização da contratação de mão de obra local. Cabe ressaltar que o número de empregos gerados, apesar de significativos, devido à falta de empregos formais no município e ao porte dele (população de aprox. 470.000 pessoas em 2010, de acordo com dados do IBGE), é insuficiente para pressionar de forma significativa os equipamentos e serviços.

Expectativa da população em relação ao empreendimento

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A veiculação de informações sobre a ampliação do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos Belford Roxo (CTDR-BR), iniciada a partir da elaboração dos estudos ambientais nas áreas de influência do projeto através de entrevistas com membros da comunidade do entorno, prefeitura, órgãos do governo, etc. e sua retomada na realização das Audiências Públicas, poderá causar diferentes expectativas na população em relação às alterações realizadas pelo empreendimento e seu funcionamento. A inexistência de aterros sanitários nas cidades próximas, inclusive no Rio de Janeiro, com medidas adequadas de controle ambiental, por um lado, e a presença de vários lixões e aterros controlados, com impactos negativos evidentes, como geração de odor e chorume e a contaminação dos solos e das águas, de outro, gera uma expectativa na população local de que esses mesmos impactos ocorrerão com a implantação da CTDR-BR, ora em análise. Além deste fator, serão verificadas outras expectativas decorrentes da fase de construção e atividades desenvolvidas no aterro, em especial a geração de empregos, tanto na fase de implantação como na operação da CTDR-BR, e a possibilidade de sobrecarga das infraestruturas e equipamentos urbanos locais decorrentes da possibilidade de atração de população devido à necessidade de contratação de mão de obra. Ainda com relação à mão de obra a ser contratada, existe a possibilidade da vinda de profissionais de outras regiões e estados com hábitos e costumes diferentes dos moradores locais, o que poderá gerar potenciais conflitos socioculturais. É importante destacar que este impacto deve ocorrer principalmente na fase de implantação do empreendimento e com menor magnitude, durante a operação. Dinamização da economia local associada à oferta de empregos e geração de renda As atividades de implantação do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos Belford Roxo (CTDR-BR) preveem a contratação de aproximadamente 61 trabalhadores. Estes deverão ser contratados diretamente pelo empreendedor ou por empresas terceirizadas. A política de contratação de mão de obra do empreendedor privilegiará a população local residente nos Municípios de Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias e São João de Meriti, sendo contratados de outras localidades empregados para cargos que exijam formação especifica não disponível localmente. Neste sentido, a geração de empregos deverá contribuir para a ampliação da oferta de trabalho e dinamização da economia local, seja pelo aumento da massa salarial ou pela maior circulação de capital no mercado local, efeito que poderá ser mais intenso na cidade de Belford Roxo, pela sua proximidade do empreendimento. A forma como se dará a implantação da ampliação do aterro propiciará o aproveitamento da mão de obra contratada continuamente, pois as obras serão desenvolvidas em etapas.

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O encerramento das atividades do CTDR-BR acarretará na desmobilização da mão de obra permanente contratada durante toda a operação do empreendimento e trará consequentemente diminuição da massa salarial que poderão influenciar negativamente na economia da região.

Possível perda do patrimônio arqueológico

A avaliação de impactos sobre o patrimônio arqueológico/histórico existente na área projetada para implantação da CTDR-BR analisa o local sobre a realidade existente atualmente. No contexto regional, segundo o levantamento arqueológico realizado junto ao IPHAN, apresentado no item 4.5.3.9 do diagnóstico ambiental, no município de Belford Roxo não foram encontrados vestígios de material arqueológico em superfície. Contudo, o levantamento histórico da ocupação do município da Baixada Fluminense e a presença de sítios, históricos e pré-históricos cadastrados no IPHAN na região mostram que a área pode ser potencialmente rica em vestígios arqueológicos. Desta maneira, a área total de implantação do empreendimento é passível de prospecção arqueológica subsuperfície para a fase de Licença de Instalação do Complexo de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos Belford Roxo – CTDR-BR, a fim de averiguação da existência de remanescentes arqueológicos a serem protegidos de acordo com a legislação brasileira pertinente. Apesar da não evidência de registro arqueológico na área, o desenvolvimento das ações previstas para implantação do empreendimento poderia provocar alterações e/ou possível destruição do patrimônio arqueológico, resultando em perda de patrimônio cultural brasileiro protegido por legislação federal (Lei nº 3.924, Constituição de 1988).

Desenvolvimento de vetores

Este impacto é causado pela movimentação de terra para o preparo de terrenos, assim como a ocorrência de chuvas e tráfego de máquinas e veículos de serviço nas áreas em questão, que ocasionam alteração do microrrelevo do solo, contribuindo para a formação de marcas de pneus/esteiras, fendas e poças, formando assim ambientes propícios ao desenvolvimento de vetores. Também podem ocorrer devido ao acúmulo de água empossada em resíduos que podem ser sucatas, plásticos e pneus que estejam em situação inadequada de armazenamento. Na fase de operação pode ainda ocorrer devido às atividades operacionais do Aterro sanitário, principalmente devido à chegada de vetores atraídos pelo recebimento e presença de resíduos sólidos e ao seu tempo de recobrimento com solo, que se não realizado rapidamente, corrobora com a disseminação destes organismos.

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Impactos associados à saúde da população atendida

Conforme apresentado nos estudos ambientais, os municípios da AII do empreendimento não possuem destinação adequada para os resíduos sólidos urbanos. Os resíduos são destinados para lixões e/ou aterros controlados que não possuem mecanismos de controle da poluição e de contaminação do solo, água e do ar. Um exemplo a ser destacado refere-se ao Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho (AMJG), que, apesar de não estar adequado à Política Nacional de Resíduos Sólidos, atendia grande parcela da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Recentemente, este aterro teve suas operações encerradas, após atingir seus limites estruturais e ambientais, potencializando a necessidade de alternativas de destinação e gestão adequada dos resíduos sólidos. A ampliação do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos de Belford Roxo CTDR-BR irá, portanto, proporcionar a opção, para os municípios da AII, de realizar a destinação adequada para os resíduos sólidos, considerando as medidas de proteção adotadas no empreendimento, tais como: impermeabilização do solo, drenagem e tratamento do chorume, tratamento dos gases, cobertura diária do resíduo e etc.

Incômodos à população devido a odores, proliferação de vetores, ruídos, poeiras e

intensificação na circulação de veículos de transporte de resíduos

Locais de despejo de resíduos sólidos que não sejam construídos e manuseados em condições adequadas de segurança representam risco à saúde humana, seja por meio da contaminação das águas e do solo, pela atração de espécies sinantrópicas transmissoras de doenças, ou através do acúmulo do líquido percolado na bacia de chorume, nicho favorável à proliferação de vetores e hospedeiros intermediários de doenças. As doenças transmitidas por estas vias são majoritariamente doenças infecciosas e parasitárias. Não obstante a adequação do empreendimento a legislação vigente que contempla o monitoramento e gestão da destinação final de resíduos, durante as obras para ampliação pode ocorrer a formação de ambientes propícios para o desenvolvimento e proliferação de vetores a partir da abertura de valas, que podem acumular água, atraindo vetores como, por exemplo, o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. No mesmo sentido o acúmulo de resíduos expostos por tempos prolongados nas áreas de aterro durante a fase de operação do empreendimento pode atuar como um agente de atração e proliferação de ratos, pombos, baratas e mosquitos, dentre outras espécies que atuam na transmissão de doenças.

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Outra fonte de disseminação de doenças é a contaminação da água superficial ou subterrânea por agentes tóxicos presentes nos resíduos e/ou gerados por sua decomposição. Esses agentes, se não forem controlados e monitorados, podem entrar em contato com a água utilizada pela população, possibilitando sua ação enquanto agente patológico, causando diversos tipos de doenças. A geração de ruído, poeiras e de odores será pelo trânsito de caminhões dentro da unidade, que será contido em sua maioria dentro do aterro. Porém, nas vias de acesso ao empreendimento também deverá ocorrer intensificação do tráfego de caminhões que emanam odores, poeiras e ruídos, gerando incômodos na população que habita os arredores destes acessos. Outro fator gerador de odores é o acúmulo do liquido percolado na bacia de chorume, que será reduzido pela implantação da cobertura na bacia de acúmulo. Entretanto, cabe destacar que nas imediações do empreendimento não existem núcleos urbanos, estando o mais próximo – Bairro Recantus e Nova Aurora localizado a aproximadamente 4 km, fator este que reduz de forma significativa os pontos receptores das emissões atmosféricas, odores e de ruídos que deverão ser gerados pelo empreendimento.

Piora nas condições de fluidez do trânsito O atendimento aos municípios de Duque de Caxias, Nilópolis, São João de Meriti e demandas do lixo extraordinário da RMRJ pelo empreendimento, irá gerar um volume de tráfego diário adicional nas rotas estabelecidas de 62 veículos com origem em Duque de Caxias, 12 veículos com origem em Nilópolis, 33 veículos com origem em São João de Meriti e 100 veículos com origem na RMRJ. Este tráfego irá causar dois tipos de impactos no sistema viário envolvido: piora nas condições de fluidez das avenidas Joaquim da Costa Lima e Automóvel Clube e agravamento das condições físicas de todas as vias integrantes das rotas. É importante salientar que as rotas para o município de Nilópolis e para o lixo extraordinário do RMRJ ainda serão estudadas. Ao se avaliar quais serão as condições de fluidez das avenidas Joaquim da Costa Lima e Automóvel Clube no cenário futuro de atendimento aos municípios de Duque de Caxias e São João de Meriti pelo empreendimento, devemos considerar que os volumes de tráfego apresentados foram obtidos com contagens realizadas em período horário com maior volume de tráfego que o período horário que será utilizado pelos caminhões do empreendimento. Numa estimativa conservadora, adotou-se que o volume de tráfego horário máximo no período de operação deste atendimento, entre 20:00 e 6:00 horas, equivale a 85% do volume de tráfego obtido com as contagens. A Avenida Joaquim da Costa Lima, que integra as rotas de tráfego dos municípios de Duque de Caxias e São João de Meriti, receberá um acréscimo de tráfego de 11

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caminhões por hora e sentido. Portanto, estima-se que operará com um volume de tráfego de 991 veículos equivalentes por hora e sentido, resultado do cálculo 1.127 x 0,85 + 11 x 3. Com uma capacidade de escoamento de 1.500 veículos equivalentes / hora, o nível de serviço será de 0,66, que representa uma capacidade viária levemente saturada. A Avenida Automóvel Clube, que integra a rota de tráfego do município de São João de Meriti, receberá um acréscimo de tráfego de 4 caminhões por hora e sentido. Portanto, estima-se que operará com um volume de tráfego de 796 veículos equivalentes por hora e sentido, resultado do cálculo 922 x 0,85 + 4 x 3. Com uma capacidade de escoamento de 1.500 veículos equivalentes/hora, o nível de serviço será de 0,53, que representa uma capacidade viária nem ociosa e nem saturada. Piora nas condições físicas das vias As vias integrantes das rotas propostas para o atendimento aos municípios de Duque de Caxias e São João de Meriti pelo empreendimento apresentam diversos aspectos físicos negativos, como estado de conservação do pavimento variando de mediano a péssimo, sinalização viária deficiente ou inexistente, presença de inúmeros dispositivos redutores de velocidade (lombadas), na maioria das vezes despadronizadas, e pisos em terra entre a pista e os imóveis lindeiros em muitos trechos. Como consequência destas condições, ocorrem os seguintes problemas:

• Com tráfego de veículos pesados, pavimentos com estado de conservação não satisfatória pioram em curto espaço de tempo. Quando há presença de buracos, os mesmos aumentam de tamanho a medida que o tráfego continua ininterruptamente;

• Buracos e lombadas despadronizadas danificam os veículos;

• Sinalização viária deficiente ou inexistente contribui para a ocorrência de acidentes envolvendo veículos e pedestres;

• A presença de terra pulverizada sobre o asfalto torna-o escorregadio, podendo ser causa de acidentes de trânsito.

O acréscimo de tráfego de veículos a ser gerado pelo empreendimento poderá agravar as condições físicas das vias.

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5. AÇÕES DE GESTÃO

Como será a Gestão ambiental do projeto?

O CTDR, quando implantado, poderá gerar os impactos descritos anteriormente. A

partir desses impactos foram elaborados diversos programas ambientais para reduzir

os efeitos negativos e aumentar os efeitos positivos do empreendimento.

Os programas ambientais propostos correspondem a um primeiro instrumento da

gestão de qualidade do projeto, podendo ser aperfeiçoado ao longo das etapas de

implantação e operação do projeto.

Programa de Educação Ambiental e Treinamento Ambiental dos Trabalhadores

Objetivos Sensibilizar e estimular a participação dos trabalhadores e a população local no desenvolvimento de práticas sustentáveis buscando uma melhor qualidade de vida e a interação entre o meio ambiente e os aspectos socioeconômicos da localidade.

Atividades Realização de palestras e reuniões sobre a importância dos cuidados com o meio ambiente;

Promoção de reuniões e encontros entre as organizações identificadas para ouvi-las sobre as expectativas e percepções da comunidade a respeito do empreendimento.

Programa de Comunicação e Interação com a Comunidade

Objetivos Promover a integração entre empreendedor e comunidade da área de influência do empreendimento estabelecendo canais de comunicação e de difusão

Atividades Audiência Pública do Projeto Elaboração do Plano de Comunicação Social Ações de comunicação que garantam a manutenção das

informações para a comunidade sobre o empreendimento através de mídias locais, folders, etc.

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Programa de Comunicação e Interação com a Comunidade Apoio de comunicação para a apresentação dos impactos,

programas e ações do empreendedor Abastecer com material informativo, regularmente os veículos

de comunicação existentes na área de influência direta

Programa de Monitoramento de Ruído

Objetivos Monitorar os níveis de ruídos decorrentes da implantação e operação do empreendimento, avaliando principalmente o potencial incremento na área do entorno do empreendimento.

Atividades Medições periódicas do nível de ruído no entorno do empreendimento.

Programa de Gerenciamento e Operação do Aterro

Objetivos Prevenir e controlar os impactos diretos originados da operação do CTDR, evitando processos que possam desencadear a degradação ambiental de sua Área de Influência Direta.

Atividades Durante a operação do projeto da Bob Ambiental, as etapas de

Preparação, Enchimento e Fechamento de Célula serão

acompanhadas do início até o fechamento das células.

Programa de Acompanhamento das Obras

Objetivos Prevenir e controlar os impactos diretos originados pela execução das obras e atividades de implantação da CTDR, evitando processos que possam desencadear a degradação ambiental de

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Programa de Acompanhamento das Obras

sua Área de Influência Direta.

Atividades Elaboração de um código de conduta para os trabalhadores Atendimento às Normas Regulamentadoras do Ministério do

Trabalho durante a implantação Controle na Remoção de Camadas do Solo Controle na Atividade de Terraplanagem Controle dos Processos Erosivos Controle na Atividade de Adequação e Implantação das Vias

de Acesso Controle de Ruído Controle de Poeira

Programa de Controle e Monitoramento dos Processos Erosivos e Assoreamento

Objetivos Manutenção de uma boa condição ambiental da área ocupada pelo empreendimento e por suas estruturas de apoio.

Atividades Implantar a cobertura vegetal de superfícies; Implantar sistema de drenagem superficial; Implantar dispositivos de controle de erosão; Adequar a geometria dos taludes e pilhas; Definição de zonas suscetíveis a erosão.

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Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais

Objetivos Execução de monitoramento de qualidade da água, com pontos a jusante e a montante, para caracterização e avaliação no acompanhamento da influência da operação do empreendimento. Assim como pontos na área da drenagem que aflui diretamente da área do aterro ao rio das Velhas, com o objetivo de verificar a influência nesse pequeno córrego.

Atividades Campanhas de coleta e análise de águas superficiais e subterrâneas

Programa de Monitoramento dos Efluentes Líquidos e/ou Líquidos Percolados

Objetivos Avaliar a repercussão das atividades desenvolvidas na área nas condições ambientais locais.

Atividades Campanhas de coleta e análise dos líquidos percolados.

Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas

Objetivos Verificar periodicamente o nível d’água e se a qualidade ambiental da área em uso está adequada segundo normas ambientais dos órgãos fiscalizadores.

Atividades Campanhas de coleta e análise de águas; Campanhas de verificação dos níveis d’água (NA).

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Programa de Qualificação e Capacitação de Mão de Obra Local

Objetivos Contribuir com ações para o treinamento e qualificação de mão de obra local visando potencializar a contratação de profissionais locais para o desenvolvimento das atividades do empreendimento e contribuir para a formação/qualificação profissional da população local.

Atividades Articulação com organismos governamentais e entidades do sistema S com atuação local para o desenvolvimento de parcerias para o desenvolvimento do programa

Firmar parceria com organismos governamentais e entidades do sistema S com atuação local para o desenvolvimento do programa

Elaborar e implantar política de capacitação de mão de obra local

Estabelecer e divulgar a política de capacitação de mão de obra local

Promover cursos profissionalizantes de capacitação de mão de obra

Instituir uma bolsa de empregos em parceria com o SINE e poder público local

Programa de Inserção dos Catadores de Lixo no Mercado de Trabalho

Objetivos Fortalecer e dar continuidade às ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas para auxiliar o fechamento do vazadouro BABI, dentre as quais se destacam o envolvimento e formalização dos catadores, e a formação de uma cooperativa; e contribuir para a redução da pressão por novas áreas para lixões e aterros através do aumento da vida útil dos sistemas de destinação já implantados, quer na localidade ou em outros municípios da RMRJ.

Atividades Envolvimento e Mobilização dos Catadores de Resíduos da Área de Influência Direta para a continuidade do Programa de fechamento do Vazadouro BABI;

Continuidade às ações de responsabilidade socioambientais desenvolvidas para auxiliar o fechamento do vazadouro BABI;

Acompanhamento e apoio nas atividades de comercialização

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Programa de Inserção dos Catadores de Lixo no Mercado de Trabalho

dos materiais recicláveis junto às empresas da região; Acompanhamento e apoio para fortalecimento da cooperativa

através de orientações sobre saúde e segurança para o desenvolvimento de suas atividades.

Programa de Resgate da Fauna Silvestre

Objetivos Minimizar os impactos causados pelo empreendimento sobre as comunidades faunísticas.

Atividades Seleção das áreas de soltura; Estimativa da capacidade suporte das áreas de soltura; Captura de espécimes de vertebrados nas áreas onde serão

realizadas atividades de supressão de vegetação; Gerar conhecimento científico através da disponibilização

dos dados coligidos durante os trabalhos. Atividades de salvamento, captura em abrigos ou resgate e

aproveitamento científico da fauna.

Programa de Conservação da Flora

Objetivos Estabelecer as medidas gerais de recuperação a serem adotadas durante as fases de implantação e operação das atividades da CTDRBR, definindo, ao mesmo tempo, a estabilidade e qualidade ambiental da área e um uso futuro adequado das respectivas áreas utilizadas pelo empreendimento.

Atividades Resgate de exemplares de epífitos e indivíduos jovens arbóreos presentes nas áreas a terem supressão da cobertura vegetal por conta da ampliação do CTDRBR;

Enriquecimento das áreas às margens do rio Botas ao longo da propriedade.

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Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre

Objetivos Minimizar os impactos causados pelo empreendimento sobre as comunidades faunísticas, possibilitando a ampliação acerca do conhecimento sobre as mesmas e, possibilitando a ampliação do conhecimento sobre as populações da fauna terrestre local.

Atividades Campanhas trimestrais com coletas dos grupos a serem monitorados durante a implantação e campanhas semestrais durante a operação do empreendimento, para efetuar o levantamento quali-quantitativo da fauna terrestre. Para quantificação dos dados, deverão ser empregados esforços amostrais fixos;

Estudo da estrutura, dinâmica e ordenação das comunidades faunísticas, acompanhando suas variações temporais;

Estimativa da capacidade suporte das áreas de soltura.

Programa de Monitoramento da Emissão de Gases

Objetivos Acompanhamento da geração de gás de forma que sua emissão para atmosfera se enquadre nas especificações legais existentes; que não provoque alterações significativas na qualidade do ar e risco a população local.

Atividades Amostragens na chaminé da usina Medições da pressão interna Verificação de vazamentos Obras e medidas corretivas de drenos danificados

Programa de Controle e Prevenção de Acidentes

Objetivos Prevenir a ocorrência de eventos acidentais associados a operação da CTDR-BR que possam colocar em risco a integridade física dos funcionários, a segurança da comunidade local e o meio ambiente.

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Programa de Controle e Prevenção de Acidentes

Atividades Gestão dos riscos do empreendimento Estabelecimento de atividades e mecanismos de controle e

verificação Treinamento e integração de funcionários Inspeção e manutenção preventiva Atualização das informações de segurança Registro e investigação de acidentes e quase acidentes Ações e medidas de emergência Instalação e manutenção de equipamentos e medidas de

proteção e combate a incêndios Instalação e sinalização de segurança Auditorias

Programa de Desmobilização

Objetivos Monitorar o aterro de forma a controlar de imediato qualquer evento indesejável que possa vir a ocorrer devido ao processo de decomposição do resíduo durante a fase de desativação

Atividades Atividades de manutenção Ações de monitoramento Reintegração da área do aterro à paisagem para uso

sequencial

Programa de Conservação da Barreira Vegetal

Objetivos Reduzir os impactos negativos gerados pela implantação e operação do CTDR-BR.

Atividades Delimitação das áreas Escolha das espécies Aquisição de mudas Preparação do terreno Plantio e manutenção das mudas

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Programa de Compensação Ambiental

Objetivos Solucionar as questões que envolvem impactos negativos muito significativos ou não mitigáveis.

Atividades Antendimento ao que dispõe a Lei nº 9.985/2000, regulamentada pelo Decreto Federal n° 4.340/2002 e na (Deliberação CECA nº 4.888/2007).

6. CONCLUSÃO

A destinação legalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos (RSU) tem recebido

muita atenção em todo o Brasil. No ano de 2011 o país gerou aproximadamente 72

milhões de toneladas de RSU, sendo coletados aproximadamente 65 milhões, o que

significa que 7 milhões de toneladas foram destinadas a locais impróprios, sem

identificação prévia, geralmente praças, igarapés e terrenos baldios (ABRELPE,

2010/2011; PNAD, 2001 a 2011; IBGE 2011). Do total coletado (65 milhões de

toneladas), somente 58,1% foram destinados a locais apropriados (103.335 ton./dia).

Os 41,9% restantes foram destinados a aterros controlados ou lixões, que não

garantem proteção ao meio ambiente, comprometendo a qualidade do solo, água e ar

(ABRELPE, 2011).

Tomando-se por base os dados analisados no Diagnóstico do Meio Antrópico, ao final

de 18 anos, Belford Roxo (AID), São João de Meriti (AII), Duque de Caxias (AII) e

Nilópolis (AII) juntos somarão 2.139.915 habitantes, sendo o montante de resíduos

sólidos urbanos gerados da ordem de 2.097.580 toneladas por dia, onde cada

habitante gerará uma média de 0,98 quilos de resíduos sólidos diariamente.

Além dos pontos supracitados, que por si só já seriam fortes justificativas para a

melhoria na infraestrutura local, a implantação do Complexo de Tratamento e

Disposição Final de Resíduos Urbanos Belford Roxo – CTDR-BR (a ser instalado na

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Estrada do Cadunga, Lote 436, Núcleo Colonial São Bento, bairro Recantus, em

Belford Roxo, Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ),

vai ao encontro das metas propostas na Lei nº 12.305 - Política Nacional de Resíduos

Sólidos, sancionada em 02 de agosto de 2010) ajusta-se perfeitamente aos seguintes

programas oficiais e aos benefícios gerados à qualidade ambiental e à população de

modo geral:

Programa Pacto pelo Saneamento, concebido pela Secretaria de Estado do Ambiente,

em 2007, e instituído pelo Decreto Estadual nº 42.930/2011 tem como meta erradicar,

até 2014, todos os lixões dos municípios fluminenses implantando aterros sanitários, e

como objetivo dobrar a coleta e tratamento de esgoto em todo o estado. ;

Projeto Iguaçu do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), que visa controlar as

inundações e recuperar ambientalmente as bacias hidrográficas dos rios Iguaçu (na

qual está inserido o CTDR-BR), Botas e Sarapuí, todos na Baixada Fluminense. O

Projeto Iguaçu faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do

Governo Federal. Serão beneficiados mais de 2,5 milhões de moradores dos

municípios de Duque de Caxias, São João do Meriti, Belford Roxo, Nilópolis e Nova

Iguaçu;

Projeto Limpa Rio, promovido pelo INEA que visa desassoreamento e a limpeza de

leitos e margens de corpos hídricos em todo Estado do Rio de Janeiro. Como o CTDR-

BR situa-se às margens do rio Velhas, afluente do rio Iguaçu, esse ajuste permitirá

maior enquadramento ambiental do empreendimento;

Projeto Coleta Seletiva Solidária, promovido pela Secretaria de Estado do Ambiente

(SEA), o INEA e a UERJ e visa assessorar a implantação de programas de coleta

seletiva nos municípios fluminenses, estimular a valorização e inclusão social dos

catadores de materiais recicláveis e fornecer assistência às escolas e demais órgãos

públicos estaduais na implantação de programas institucionais de coleta seletiva.

Os ajustas mencionados acima, que implicarão diretamente na qualidade de vida da

população, especificamente quanto à erradicação de doenças e aumento dos

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indicadores sociais, têm relação direta com o princípio que rege o modelo de

disposição de RSU em aterros sanitários, visto que, segundo a ABNT NBR nº

8.419/1992, atualizada pela ABNT NBR nº 13.896/97, o aterro sanitário é uma técnica

de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública

e ao meio ambiente, minimizando os impactos ambientais.

Também houve critério na escolha do terreno para a implantação do empreendimento.

O lote situa-se a cerca de 5 km do centro de Belford Roxo e a aproximadamente 70 km

do município do Rio de Janeiro. A gleba limita-se ao norte e nordeste com o rio das

Velhas e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Alto Iguaçu; a leste, sudeste, sul e

sudoeste com áreas urbanas de Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita e Nova

Iguaçu.

As instalações ocuparão um total de 1.637.284 m2, 1.017.991 m2 desta área serão

diretamente afetados pelo empreendimento, 35.692 m2 correspondem à faixa de

servidão de linha de transmissão e 583.601 m2 às áreas remanescentes que serão

indicadas como incremento à conectividade da paisagem (restauração de áreas de

preservação permanente e/ou para a averbação da reserva legal). Tal área está

inserida em uma zona especial, classificada como Zona Especial 7, que permite a

implantação de centro de tratamento de resíduos, conforme consta no Projeto

Municipal nº 0800/2012, que Dispõe Sobre o Uso e Ocupação do Solo no Município de

Belford Roxo – Lei de Zoneamento Urbano.

O projeto de ampliação do empreendimento prevê a implantação de outras quatro (4)

áreas para disposição de resíduos, as Etapas II, III, IV e a V, sendo que a primeira

etapa encontra-se licenciada e em operação.

Atualmente, com a Etapa I em operação, o Complexo recebe os resíduos sólidos

urbanos gerados no município de Belford Roxo e RMRJ e, após a sua ampliação,

poderá passar a receber parte dos resíduos gerados nos municípios de Duque de

Caxias, São João do Meriti e Nilópolis, além de outras demandas extraordinárias e de

resíduos industriais e comerciais classe II, oriundos de estabelecimentos situados na

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RMRJ, somando um total de 3.000 ton./dia ao longo dos 21 anos previstos para a

operação. No entanto, com a implantação das usinas de biogás, de triagem e

compostagem, dentre possíveis outras novas tecnologias de tratamento e destinação,

pretende-se ampliar ainda mais a vida útil dos aterros, aumentando a sua capacidade

de recebimento de resíduos.

Poderão ser dispostos no aterro sanitário os resíduos sólidos urbanos (RSU) classe II-

A (Não Inertes), segundo as definições da ABNT NBR nº 10.004/04, além de resíduos

sólidos urbanos de origem domiciliar e comercial, dos serviços de capina, varrição,

poda e raspagem. A ampliação em suas Etapas II a V prevê, complementarmente, a

implantação de usina de biogás, usina de unidade de triagem e reciclagem,

compostagem e tratamento de resíduos de serviços de saúde, sendo que estas foram

consideradas as alternativas tecnológicas mais adequadas para o empreendimento em

questão.

Quanto ao chorume, para o CTDR-BR, dadas as complexidades das soluções

possíveis, considerou-se o pré-tratamento desse resíduo e o encaminhamento para

tratamento na unidade de Envirochemie e/ou do CEDAE, devidamente licenciadas, e,

subsequentemente pela implantação de unidade com tratamento com osmose reversa.

O projeto de ampliação das atividades do aterro foi concebido de forma a aproveitar da

melhor maneira possível o terreno, além de levar em conta os seguintes parâmetros

ambientais:

• Recuos mínimos de preservação (zonas habitadas, rios, parques, estradas, etc.);

• Minimização dos impactos visuais;

• Maximização das condições de estabilidade geotécnica do maciço de resíduos;

• Morfologia e geomorfologia dos terrenos;

• Interferência com o embasamento rochoso;

• Interferência com as águas subterrâneas;

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• Interferência com os recursos hídricos presentes nas áreas;

• Necessidades de acessos;

• Limites das propriedades.

No desenvolvimento e levantamento dos elementos dos meios físico, socioeconômico e

biótico deste estudo ambiental, participou uma equipe multidisciplinar de técnicos

devidamente qualificados oferecendo informações e subsídios técnicos de qualidade

para avaliação e entendimento do trabalho apresentado, viabilizando sua aprovação. O

uso das ferramentas de geoprocessamento foi de extrema importância para a

realização do trabalho, pois permitiu o cruzamento de informações e a analise dos

resultados.

Ainda que as características ambientais das áreas de influência e do projeto de

implantação e operação do empreendimento apontem para a possibilidade de impactos

negativos de importância e magnitude significantes, entende-se que as ações de

gestão propostas deverão mitigar, de forma geral, com alta eficiência estes impactos, e

compensá-los quando necessários.

A partir dos resultados obtidos e considerando-se que a implantação, operação e

desativação do CTDR-BR sejam realizadas empregando-se adequadamente as ações

de gestão propostas neste EIA e diante dos fatores acima apresentados, das

informações e dados analisados no estudo e dos compromissos assumidos pelo

empreendedor, conclui-se favoravelmente à viabilidade técnica e ambiental do

empreendimento.

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7. GLOSSÁRIO

ALUVIAL: Produzido por aluvião (falando-se de um terreno) ALUVIÃO: Acumulação sucessiva de materiais (areias, cascalho, lodo etc.), depositados nas costas ou praias, ou na embocadura e nas margens dos rios, por inundações ou enchentes ARQUEOLOGIA: Ciência das coisas antigas. ASSOREAMENTO: Processo em que lagos, rios, baías e estuários vão sendo aterrados pelos solos e outros sedimentos neles depositados pelas águas das enxurradas, ou por outros processos. COMPOSTAGEM: Mistura de matéria orgânica decomposta utilizada para fertilizar e condicionar o solo. Provém normalmente dos despejos, lixos, resíduos orgânicos, excrementos de animais e lodos dos esgotos urbanos CONAMA:Conselho Nacional do Meio Ambiente DEGRADAÇÃO: Reduzir a complexidade de um composto em um ou mais grupos ou partes componentes; DEGRADAÇÃO AMBIENTAL: Termo usado para qualificar os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade ou a capacidade produtiva dos recursos ambientais DRENAGEM: Remoção natural ou artificial da água superficial ou subterrânea de uma área determinada DISPOSIÇÃO: Ato ou efeito de dispor; ordenação, arrumação, arranjo

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EFLUENTE: Qualquer tipo de água, ou outro líquido que flui de um sistema de coleta, de transporte, como tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou disposição final, como estações de tratamento e corpos d'água. ENCERRAMENTO: Ato ou efeito de encerrar; conclusão, fechamento FISIOGRAFIAS: Estudo das formas físicas da Terra, de suas causas e das relações entre elas HABITAT: Hábitat de um organismo é o lugar onde vive ou o lugar onde pode ser encontrado INFILTRAÇÃO: Ato ou efeito de se infiltrar PADRÃO: Em sentido restrito, padrão é o nível ou grau de qualidade de um elemento (substância ou produto), que é próprio ou adequado a um determinado propósito. PLANÍCIE: Extensão de terreno, mais ou menos considerável, de aspecto plano ou de muito poucos acidentes. RESÍDUOS: Constituem aquilo que genericamente se chama lixo: materiais sólidos considerados inúteis, supérfluos ou perigosos, gerados pela atividade humana, e que devem ser descartados ou eliminados. TALUDE: Inclinação natural ou artificial da superfície de um terreno. TRIAGEM: Escolha ou separação

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8. EQUIPE TÉCNICA

Profissional/Função Formação Registro em Conselho de Classe/Cadastro IBAMA

Coordenação Geral

Valdir Nakazawa Geólogo CREA-SP 06013239201

CTF IBAMA nº 118317

Coordenação Técnica

Daisy C. Oliveira Geógrafa CREA-SP nº 5062515887

CTF IBAMA nº

Caracterização do Empreendimento

Lívia Boccia Chieregati Engenheira

Ambiental

CREA-SP 5062948900

CTF IBAMA nº 5215605

Legislação Ambiental

Silvia de Sousa Mokarzel Engenheira

Ambiental CTF IBAMA nº 5521835

Meio Físico

Eliseu Teixeira Neto Geógrafo CREA-SP 2608214177

CTF IBAMA nº 5097719

Maurício Geógrafo CTF IBAMA nº

Tatiana Mascari Parizotto Geógrafa CTF IBAMA nº5521466

Elidiana Pereira Maretti Geóloga CREA 5062068064/D

Eliane Quirino Engenheira Elétrica CREA-SP 5061554792

Gisela Coelho Engenheira Civil CREA-SP 0600976915

Meio Biótico

Antonio Xavier Oceanógrafo CPF 002.574.147-03

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Profissional/Função Formação Registro em Conselho de Classe/Cadastro IBAMA

Camila Vital Engenheira

Florestal CREA-RJ 2009144901

Paola Mitie A. Garcia Bióloga CRbio-01 nº 68467/01-D

CTF IBAMA nº 5445777

Meio Socioeconômico

Antônio Carlos de França Geógrafo CREA-SP 0601620011

CTF IBAMA nº242186

Joana Rodrigues Caparro

Economista e

Administradora de

Empresas

CRASP: 82425

CTF IBAMA nº 242168

Ana Ramirez Gestora Ambiental CTF IBAMA nº 525596

Gilberto Shein Sociólogo CTF IBAMA nº 5020450

Guilherme Saad Ximenes Sociólogo CTF IBAMA nº 3620898

Bruna Amaral Socióloga CTF IBAMA nº 5533051

Lilian Andrade Socióloga CTF IBAMA nº 5521934

Claudio A. M. Ribeiro Arquiteto CREA nº 0601959354

Arqueologia

Karin Shapazian Arquiteta e

Arqueóloga CREA-SP nº 5060795153