cenário de referência

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  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Maio 2004 2

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    NDICE

    1. INTRODUO ...................................................................................... 5

    2. CENARIZAO DA PROCURA DE ENERGIA 2000-2010 ............................... 9

    2.1 Introduo ..................................................................................... 10

    2.2 Metodologia.................................................................................... 11

    2.2.1 Cenrios de Evoluo Demogrfica ............................................... 13

    2.2.2 Cenrios Macroeconmicos.......................................................... 14

    2.2.3 Cenrios Sectoriais..................................................................... 15

    2.2.4 Cenrios de evoluo do preo do petrleo .................................... 17

    2.2.5 A metodologia de simulao das emisses ..................................... 18

    2.3 Cenrios de evoluo da procura de energia 2000-2010........................ 19

    2.3.1 Oferta de Energia....................................................................... 20

    2.3.2 Indstria e Construo................................................................ 26

    2.3.3 Transportes............................................................................... 29

    2.3.4 Outros Sectores......................................................................... 50

    3. CENARIZAO DAS EMISSES DE SO2, NOX, COVNM E NH3 ..................... 59

    3.1 Oferta de Energia ............................................................................ 60

    3.1.1 Gerao de Electricidade ............................................................. 60

    3.1.2 Refinao, armazenamento e distribuio de produtos petrolferos .... 61

    3.1.3 Emisses de COVNM e NH3 ......................................................... 63

    3.2 Industria e Construo ..................................................................... 66

    3.2.1 Emisses de SO2 e NOx.............................................................. 66

    3.2.2 Emisses de COVNM e NH3 ......................................................... 72

    3.3 Transportes .................................................................................... 79

    3.3.1 Metodologia de clculo de emisses.............................................. 81

    3.3.2 Emisses Gases Acidificantes 2000-2010....................................... 88

    3.4 Outros Sectores .............................................................................. 94

    Maio 2004 3

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    3.4.1 Estimativa das emisses de NOx e SO2 (sectores Residencial, Servios e Agricultura) ....................................................................................... 94

    3.4.2 Emisses de COVNM e NH3 (Sectores Residencial e Servios)........... 96

    3.4.3 Emisses de COVNM e NH3 (Sector Agricultura e Pecuria).............. 98

    3.5 Quadros Sntese 2000-2010.............................................................105

    4. EFICCIA AMBIENTAL DOS INSTRUMENTOS EM VIGOR ..........................107

    5. RESDUOS .......................................................................................113

    5.1 Enquadramento e Objectivo .............................................................114

    5.2 Evoluo da produo e gesto de resduos 2000-2010........................116

    5.2.1 Resduos Slidos Urbanos...........................................................116

    5.2.2 Resduos Industriais Banais ........................................................124

    5.2.2.2 PNAPRI ..............................................................................126

    5.2.3 Resduos Hospitalares................................................................129

    5.2.4 guas Residuais........................................................................130

    5.2.5 Sntese....................................................................................131

    5.3 Emisses de Gases Acidificantes .......................................................132

    5.3.1 Resduos Slidos Urbanos...........................................................132

    5.3.2 Resduos Industriais Banais ........................................................136

    5.3.3 Resduos Hospitalares................................................................138

    5.3.4 guas Residuais........................................................................138

    5.4 Sntese de Emisses de GA ..............................................................140

    6. CENRIO DE REFERNCIA DAS EMISSES DE SO2, NOX, COVNM E NH3: 2010 143

    7. REFERNCIAS...................................................................................153

    Maio 2004 4

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    1. INTRODUO

    Maio 2004 5

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    O Programa para os Tectos de Emisso Nacional (PTEN), enquanto programa do

    Governo Portugus, tem como objectivo definir a estratgia nacional para o

    cumprimento dos tectos de emisses supracitados e, assim, da Directiva

    2001/81/CE (Directiva Tectos).

    Os estudos tcnicos que lhe servem de base encontram-se organizados em 4

    Documentos:

    Documento 1 - CENRIO DE CUMPRIMENTO DA DIRECTIVA 2001/81/EC

    Documento 2 CENRIO DE REFERNCIA

    Documento 3 AVALIAO DO POTENCIAL DE EFICCIA AMBIENTAL DOS

    INSTRUMENTOS DE POLTICA EM VIGOR AT 2010

    Documento 4 MEDIDAS PARA O CONTROLO DAS EMISSES NACIONAIS DE

    COVNM

    O presente documento CENRIO DE REFERNCIA constitui-se como a pea

    basilar na identificao do esforo (adicional) de reduo das emisses de gases

    acidificantes (GAs), em 2010, e na construo do cenrio de cumprimento da

    Directiva Tectos (Documento 1).

    Em qualquer trabalho de natureza prospectiva, abarcando o longo prazo, feito

    apelo a metodologias de cenarizao tendo em vista abarcar a gama possvel de

    evoluo de variveis fundamentais para a compreenso da realidade em estudo.

    assim, por exemplo, em estudos relacionados com o planeamento energtico de

    longo prazo ou com o Programa Nacional para as Alteraes Climticas (PNAC). Os

    cenrios e projeces so, em geral, revistos periodicamente, logo que se constate

    que ocorrem alteraes estruturais na sociedade, sejam elas de natureza

    econmica, social ou tecnolgica. Na leitura e interpretao dos cenrios devero,

    deste modo, ser desvalorizadas as flutuaes conjunturais registadas na economia.

    Neste volume apresentam-se a metodologia, assunes de base, e resultados das

    emisses acidificantes, SO2, NOx, COVs e NH3, associadas ao cenrio de referncia,

    para os diversos sectores da economia portuguesa. Define-se cenrio de

    referncia, at 2010, como o cenrio business as usual, decorrente de cenrios

    demogrficos, macroeconmicos e sectoriais, de mdio-longo prazo, ajustado do

    potencial de reduo de emisses resultantes da implementao dos instrumentos

    de poltica ambiental em vigor no perodo at 2010. sobre o cenrio de referncia

    que se estima o esforo adicional de reduo de emisses de gases acidificantes,

    Maio 2004 6

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    por forma a cumprir os limites estabelecidos na Directiva Tectos para Portugal

    (Documento 1).

    O presente documento comea por apresentar a cenarizao da procura de energia

    no perodo 2000-2010 (Captulo 2), incluindo a metodologia utilizada,

    nomeadamente sobre cenrios de evoluo demogrficos, macroeconmicos,

    sectoriais, de evoluo do preo do petrleo e a metodologia seguida na simulao

    das emisses de gases acidificantes. Mais adiante, mas ainda no Captulo 2,

    apresentam-se os resultados da evoluo esperada da procura de energia face

    aqueles cenrios, para os diversos sectores, nomeadamente oferta de energia,

    indstria e construo, transportes, domstico e servios. A cenarizao das

    emisses de gases acidificantes decorrentes, maioritariamente, da evoluo da

    procura de energia para os diversos sectores apresentada no Captulo 3.

    O Captulo 4 sistematiza o potencial de eficcia ambiental, em termos de reduo

    das emisses de gases acidificantes, dos instrumentos em vigor identificados e

    analisados. Esta sistematizao uma sntese da informao contida no Documento

    3.

    O Captulo 5 apresenta o cenrio de referncia do sector dos resduos. A opo de

    individualizar este sector foi motivada pelas caractersticas marcadamente

    diferenciadas da metodologia que sustenta o cenrio de referncia dos resduos. De

    facto, enquanto para qualquer dos outros sectores estudados, o cenrio de

    referncia resultou da abordagem business as usual deduzida da eficcia

    ambiental associada aos instrumentos em vigor, at 2010, o cenrio de referncia

    do sector dos resduos incorpora desde logo os instrumentos previstos at 2010,

    nomeadamente objectivos relativos valorizao das embalagens, e ao desvio de

    matria orgnica dos aterros sanitrios. Assim, no foi construdo qualquer cenrio

    business as usual assente na manuteno da situao actual, mas procedeu-se

    desde o incio incorporao daqueles instrumentos na avaliao das emisses

    acidificantes.

    A finalizar o Captulo 6 sintetiza a informao relativa s emisses associadas ao

    cenrios business as usual de procura de energia, previstas at 2010, bem como

    as emisses reduzidas pela eficcia dos instrumentos em vigor, at 2010, dando

    assim corpo ao cenrio de referncia. Embora no mbito do PTEN interesse uma

    leitura por tipo de poluente, respeitando a letra da Directiva, este documento

    oferece uma leitura dos poluentes em cada sector de actividade permitindo aos

    diversos agentes econmicos uma melhor identificao do contexto em que decorre

    a sua actividade.

    Maio 2004 7

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Maio 2004 8

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2. CENARIZAO DA PROCURA DE ENERGIA

    2000-2010

    Maio 2004 9

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2.1 INTRODUO

    Em qualquer trabalho de natureza prospectiva, abarcando o longo prazo, feito

    apelo a metodologias da cenarizao tendo em vista abarcar o leque possvel de

    evoluo das variveis fundamentais para a compreenso da realidade em estudo.

    o caso, por exemplo, dos estudos relacionados com o planeamento energtico

    dos centros produtores de electricidade de longo prazo, do Programa Nacional para

    as Alteraes Climticas (PNAC), e do presente Programa para os Tectos de

    Emisso Nacional (PTEN). Faz-se notar que cenrios e projeces so, em geral,

    revistos periodicamente, logo que se constate que ocorrem alteraes estruturais

    na sociedade, sejam elas de natureza econmica, social ou tecnolgica. Na leitura e

    interpretao dos cenrios devero, deste modo, ser desvalorizadas as flutuaes

    conjunturais registadas na economia.

    Os exerccios de cenarizao de longo prazo tm sido motivados, tradicionalmente,

    pelas necessidades ditadas pela preparao dos Planos Energticos, que ocorreram

    nos anos 80 e 901. A problemtica em causa, nomeadamente no que se referia

    necessidade de fazer grandes opes sobre as estratgias a seguir na expanso do

    parque electroprodutor, com a concorrncia entre as alternativas nuclear e carvo,

    obrigava a estabelecer alternativas sobre a evoluo da procura de energia no

    longo prazo, dado o elevado perodo de gestao dos investimentos.

    A problemtica especfica do PTEN obriga a estabelecer uma correspondncia entre

    cenrios scio-econmicos e cenrios de emisses de gases acidificantes (GAs),

    tendo em vista a avaliao de polticas, medidas e instrumentos existentes ou a

    desenvolver, por forma a assegurar o cumprimento das metas a que Portugal se

    encontra obrigado.

    A pesquisa efectuada sobre o estado da cenarizao de longo prazo em Portugal

    aconselha a reter, como cenrios de referncia, os cenrios macroeconmicos

    desenvolvidos pelo CISEP (CISEP (2001)) para a Rede Elctrica Nacional (REN) e

    para o Gabinete de Estudos e Prospectiva Econmica do Ministrio da Economia

    (GEPE). Este Gabinete procedeu, depois, ao estabelecimento de cenrios sectoriais

    compatveis com os cenrios macroeconmicos e intrasectorialmente coerentes.

    O Programa para os Tectos de Emisso Nacional (PTEN) exige a produo de

    estimativas de emisses dos gases S02 (dixido de enxofre), NOx (xidos de azoto),

    NH3 (amnia) e COVNM (compostos orgnicos volteis no metnicos), associadas

    ao funcionamento da economia para o perodo 2000-2010 (cenrio de referncia).

    1 Consultar, por exemplo, DGE (1995).

    Maio 2004 10

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Importa referir que o exerccio de cenarizao de emisses apresentado neste

    volume assenta numa base que comum ao Programa Nacional para as Alteraes

    Climticas (PNAC), a qual produz estimativas de emisses de gases com efeito de

    estufa. Desta forma, assegura-se a consistncia da evoluo econmica, social e

    tecnolgica para o mesmo horizonte temporal nos dois instrumentos.

    Note-se que, contrariamente ao PNAC, o PTEN diz respeito apenas s emisses

    registadas no territrio do Continente pelo que os resultados globais obtidos a

    partir dos cenrios scio-econmicos e energticos sero objecto de correco

    tendo por objectivo deduzir o impacto das Regies Autnomas em termos de

    emisses.

    No mbito da construo do cenrio de referncia, importa referir e realar a

    necessidade identificada de compatibilizao de informao entre os produtores de

    dados, nomeadamente a Direco Geral da Energia (DGE) e o Instituto do

    Ambiente (IA). Assim, foi criado um grupo de trabalho com o objectivo especfico

    de compatibilizar a informao contida nos balanos energticos produzidos pela

    DGE e os inventrios de emisso nacionais produzidos pelo IA, tendo-se convergido

    para uma soluo comum.

    Define-se cenrio de referncia, at 2010, como o cenrio business as usual,

    decorrente de cenrios demogrficos, macroeconmicos e sectoriais, de mdio-

    longo prazo, ajustado do potencial de reduo de emisses resultantes da

    implementao dos instrumentos de poltica ambiental em vigor no perodo at

    2010. sobre o cenrio de referncia que se estima o esforo adicional de reduo

    de emisses de GAs, por forma a cumprir os limites estabelecidos na Directiva

    Tectos para Portugal.

    2.2 METODOLOGIA

    De forma sucinta, o processo de produo das estimativas de emisses dos GA, no

    cenrio business as usual, envolveu a realizao das seguintes tarefas

    sequenciais:

    Adopo de cenrios demogrficos, macroeconmicos, sectoriais e de preos da

    energia, de mdio-longo prazo. Foram adoptados dois cenrios contrastados,

    por forma a garantir a aderncia, com maior probabilidade, evoluo real da

    economia portuguesa.

    Traduo dos cenrios econmicos em cenrios de procura de energia business

    as usual, com recurso a um modelo tcnico-econmico de simulao da

    Maio 2004 11

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    procura de energia assente na metodologia MEDEE (Modle Europen de

    Demande dnergie)2 e sua calibrao.

    Estimativa das emisses dos GA associados aos cenrios scio-econmicos e

    energticos business as usual.

    Estimativa da participao das Regies Autnomas nos cenrios de emisses e

    sua deduo no balano nacional das emisses de GA.

    Validao dos resultados obtidos. Nesta tarefa, foram realizadas consultas aos

    principais sectores de actividade econmica3, nomeadamente os maiores

    consumidores de energia, tendo-se procedido validao de variveis relativas

    ao consumo de energia e a factores de emisso.

    A construo do cenrio de referncia, a partir da base business as usual implicou

    o desenvolvimento das seguintes tarefas:

    Identificao de todos os instrumentos de poltica ambiental em vigor at 2010

    com impacte na reduo de gases acidificantes, incluindo os instrumentos j

    implementados, em implementao ou em planeamento;

    Avaliao da eficcia ambiental dos instrumentos identificados no ponto

    anterior;

    Subtraco da reduo de emisses previstas pelos instrumentos em vigor at

    2010, ao balano de emisses de gases acidificantes do cenrio business as

    usual.

    2Ver, por exemplo:

    Chateau, B., B. Lapillone, G. Leo, Le modle europen de demande en nergie a long terme MEDEE 3. Description rsume et nouveaux dveloppements. Rapport EUR 9970 FR, Direction Gnrale Science, Recherche et Dveloppement, Commission des Communauts Europennes, Bruxelles, 1985.

    MARTINS, .; NETO, C.; BAGUENIER, H.;MATIAS, L.; RIBEIRO, S.; SOUSA, A.; CRAVO, J.; "A Procura de Energia em Portugal (cenrios alternativos)", Edio GEBEI e Direco-Geral de Energia, 1981.

    3Nomeadamente os sectores de produo de electricidade, refinao e distribuio de produtos petrolferos, cermicas e vidro, cimento, e sector da pasta e papel.

    Maio 2004 12

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Business as usual

    Cenrio de referncia

    2010

    Emisses

    Instrumentos em Vigor

    Figura 2.1

    Esquema ilustrativo do Cenrio de referncia

    2.2.1 Cenrios de Evoluo Demogrfica

    Tendo em conta os resultados do censo de 2001, o cenrio retido para a evoluo

    das variveis demogrficas o que se apresenta na Tabela 2.1. Consideramos,

    dado o horizonte temporal em causa, no se justificar a adopo de mais do que

    um cenrio, dada a natureza semi-estrutural das variveis envolvidas.

    Tabela 2.1

    Populao, nmero de famlias e dimenso mdia da famlia

    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Populao1 (milhares) 9860 10036 10243 10430 10597 10730 10824

    Dimenso mdia das famlias (n. pessoas)

    3,23 3,07 2,91 2,80 2,68 2,57 2,47

    Nmero famlias (milhares)

    3054 3271 3525 3739 3956 4172 4383

    Nota: 1Cenrio CISEP corrigido com os resultados do Censo da Populao (2001)

    Tabela 2.2

    Taxas anuais de evoluo de variveis demogrficas

    1990-1995

    1996-2000

    2001-2005

    2006-2010

    2011-2015

    2016-2020

    Taxa mdia anual de crescimento da populao (%)1

    0,36 0,41 0,36 0,32 0,25 0,17

    Taxa de evoluo da dimenso mdia da famlia (%)2

    -0,99 -1,05 -0,81 -0,81 -0,81 -0,81

    Notas: 1Taxa de crescimento no perodo 2000-2005 corrigida tendo em conta as taxas dos intervalos adjacentes; 2A partir de 2005 adoptou-se a taxa de evoluo dos cenrios da DGGE implcita no cenrio adoptado no PNAC.

    Maio 2004 13

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2.2.2 Cenrios Macroeconmicos

    A pesquisa efectuada sobre cenarizao de mdio-longo prazo, em Portugal,

    aconselhou a reter, como cenrios de referncia business as usual (BAU), os

    cenrios macroeconmicos desenvolvidos por CISEP (2001), para a Rede Elctrica

    Nacional (REN) e para o Gabinete de Estudos e Prospectiva Econmica (GEPE) do

    Ministrio da Economia. O GEPE, por sua vez, procedeu ao estabelecimento de

    cenrios sectoriais compatveis com os cenrios macroeconmicos e

    intrasectorialmente coerentes. Em CISEP (2001) so propostos trs cenrios de

    evoluo para a economia portuguesa, para o perodo 2000-2025, cuja

    caracterizao se transcreve a seguir (Caixa 2.1). Os principais indicadores

    macroeconmicos para os trs cenrios para o perodo at ao ano 2025

    apresentam-se na Tabela 2.3.

    Caixa 2.1

    Cenrios macroeconmicos

    Cenrio Central

    O cenrio central no deve ser entendido como uma projeco quantitativa de tendncias passadas,

    mais ou menos recentes. Antes, e, bem entendido, tomando a evoluo recente da economia portuguesa

    como essencial na aferio das possibilidades, resulta de um conjunto de hipteses verosmeis adiante

    explicitadas. Estas hipteses so expresso quantitativa das principais tendncias pesadas a mdio

    prazo identificadas, como sejam as do reforo e consolidao do processo de globalizao ou de

    crescimento demogrfico com envelhecimento da populao. Considera-se ainda que, ao longo dos

    prximos 25 anos, a sociedade e a economia portuguesa enveredaro por um modelo de crescimento

    com as caractersticas explicitadas no captulo 2, com uma maior eficincia dos sistemas produtivos e

    organizacionais. Tal implica que as polticas pblicas se orientem essencialmente para reas onde

    existam externalidades e fracassos de mercado, com nfase na promoo de polticas de educao e

    formao e na consolidao das infra-estruturas tecnolgicas.

    Cenrio Baixo

    O cenrio baixo corresponde a algum fracasso,

    por parte dos agentes econmicos e sociais, na

    superao dos estrangulamentos com que se

    defronta o sistema produtivo. Nesta perspectiva

    "pessimista", a contribuio para o crescimento

    dos aspectos qualitativos ser inferior, por

    comparao com a contribuio dos factores

    meramente quantitativos.

    Cenrio Alto

    O cenrio alto, pelo contrrio, traduz um sucesso

    mais completo que aquele subjacente ao cenrio

    baixo. A evoluo qualitativa, traduzida no

    "progresso tcnico", ser neste caso mais elevada,

    evoluindo a economia portuguesa a uma maior

    velocidade de convergncia real. A maior taxa de

    investimento possibilitada por um menor consumo

    pblico e pela captao de poupana externa

    refora, neste cenrio, o crescimento mais elevado.

    Fonte: Transcrio de CISEP(2001), cap.3, n. 1.

    Maio 2004 14

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.3

    Cenrios Macroeconmicos (CISEP, 2001)

    Cenrio Central Cenrio Baixo Cenrio Alto

    1973-2000

    2000-2015

    2016-2025

    2000-2015

    2016-2025

    2000-2015

    2016-2025

    Consumo Privado

    2,54 3,41 2,79 2,71 2,45 4,08 3,85

    Consumo Pblico

    4,81 3,19 2,55 2,55 2,28 3,80 3,55

    FBCF1 2,67 3,54 2,92 2,61 2,34 4,32 4,10

    Exportaes 5,93 6,06 4,87 5,35 4,53 7,15 6,19

    Importaes 5,67 5,17 4,29 4,37 3,89 6,23 5,64

    PIB 2,98 3,59 2,97 2,90 2,64 4,27 4,04 1 Formao Bruta de Capital Fixo

    2.2.3 Cenrios Sectoriais

    Os cenrios sectoriais considerados assentam em trabalho do Gabinete de Estudos

    e Prospectiva Econmica do Ministrio da Economia (GEPE (2002). Estes cenrios

    tomaram como base os cenrios macroeconmicos propostos em CISEP (2002).

    Como proposto pelo GEPE, foram retidos dois cenrios contrastados, o que

    permitir projectar os quantitativos de emisses sob a forma de intervalo. As taxas

    de crescimento do valor acrescentado de cada sector figuram nas Tabelas Tabela

    2.4, Tabela 2.5Tabela 2.6

    Os cenrios sectoriais incluem no s os cenrios scio-econmicos, mas

    igualmente os cenrios tecnolgicos associados ao consumo de energia. Nas

    reunies com os sectores foram apresentadas as grandes linhas de fora

    subjacentes aos cenrios econmicos, assim como as hipteses formuladas no que

    se refere evoluo da tecnologia e da procura de energia. Com base no modelo de

    procura de energia foram produzidas as estimativas das emisses associadas aos

    cenrios considerados.

    Maio 2004 15

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.4

    Cenrios sectoriais (VAB, taxas mdias de crescimento anual, %)

    SECTOR Cenrio Alto Cenrio Baixo

    2000-15 2015-25 2000-15 2015-25

    Agricultura 3,0 2,5 2,0 2,0

    Energia 4,0 4,0 2,0 2,0

    Indstria 3,2 2,8 2,0 1,3

    Construo 3,7 3,3 2,1 1,6

    Servios 4,6 4,2 3,2 2,9

    SIFIM 4,4 4,1 3,1 2,7

    TOTAL 4,2 3,8 2,8 2,5

    Tabela 2.5

    Cenrios sectoriais Industria (VAB, taxas mdias de crescimento anual, %)

    INDSTRIA - SUB-SECTORES Cenrio Alto Cenrio Baixo

    2000-15 2015-25 2000-15 2015-25

    Alimentares 2,5 1,9 2,0 1,0

    Bebidas 3,0 2,4 1,5 0,5

    Tabaco 2,0 1,5 1,5 1,0

    Txteis, Vesturio, Calado e Curtumes 2,2 1,7 0,3 -0,2

    Madeira, Cortia e Mobilirio 2,2 1,7 1,7 0,7

    Pasta, Papel e Artes Grficas 4,0 3,5 3,0 2,0

    Qumica, Borracha e Plsticos 3,5 3,0 2,0 1,5

    Cermica e Outros Minerais no metlicos 3,7 2,7 2,5 2,0

    Vidro 3,5 3,0 2,0 1,5

    Cimento e Outros Materiais de Construo 3,5 3,0 2,0 1,0

    Metalurgia de base 1,5 1,0 0,0 -1,0

    Metalomecnica e Outras Indstrias Transformadoras 4,5 4,0 3,4 2,4

    Maio 2004 16

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.6

    Cenrios sectoriais Servios (VAB, taxas mdias de crescimento anual, %)

    SERVIOS - SUB-SECTORES Cenrio Alto Cenrio Baixo

    2000-15 2015-25 2000-15 2015-25

    Comrcio 4,5 4,0 3,1 2,6

    Turismo 5,6 5,2 4,1 3,5

    Servios prestados principalmente s empresas 6,3 5,8 4,2 3,9

    Transportes 5,2 4,0 3,5 3,4

    Comunicaes 6,6 5,8 4,2 4,9

    Outras actividades 4,1 3,8 2,9 2,7

    S. no M. Adm. Pb. 3,8 3,5 2,5 2,3

    2.2.4 Cenrios de evoluo do preo do petrleo

    Como se sabe, o preo do petrleo uma varivel econmica chave pelo seu

    impacto ao nvel da estrutura dos custos de produo dos sectores grandes

    consumidores. O preo do petrleo continuar ainda na prxima dcada a servir de

    referncia para o preo das outras formas de energia primria. No existe

    unanimidade sobre a evoluo do preo do petrleo no longo prazo. Na literatura

    sobre esta temtica encontram-se cenrios de preos do petrleo no longo prazo

    que oscilam entre os 15 USD$ e os 30 USD$ por barril. Num contexto de preos

    elevados para o petrleo, os investimentos em conservao da energia e no

    desenvolvimento das energias renovveis sero fortemente encorajados.

    Dado o nvel de incerteza associada a esta varivel, e para no gerar demasiadas

    combinaes de cenrios, admitiu-se um nico cenrio de preos, vlido para os

    dois cenrios de desenvolvimento macroeconmico considerados.

    A hiptese de base no que se refere evoluo do preo de petrleo assenta na

    estabilizao deste em torno dos 25 dlares por barril. No so, assim,

    consideradas oscilaes de preos caractersticas dos choques petrolferos que

    ocorreram no passado, cujo impacto irrealista pretender medir a priori, tal a

    variedade de causas e efeitos que lhe podem estar associadas.

    Maio 2004 17

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2.2.5 A metodologia de simulao das emisses

    O sector energtico, e em particular o sector dos transportes, assume um papel

    relevante nas emisses de gases acidificantes. Daqui decorre a necessidade de

    modelizao do sistema energtico e das emisses associadas. Uma anlise fina do

    sector permitir, ainda, retirar ilaes mais precisas sobre o impacto e destinatrios

    das polticas e medidas a definir visando o controlo e a reduo de emisses.

    Na Figura 2.2 apontam-se as componentes metodolgicas do clculo das emisses

    associadas ao cenrio de referncia. Como referido anteriormente, os resultados

    obtidos foram validados em reunies sectoriais.

    O modelo de procura de energia utilizado um modelo tcnico-econmico de

    simulao, bottom-up, que assenta numa anlise muito fina do sistema energtico.

    Para alm dos cenrios scio-econmicos possvel estabelecer cenrios de

    evoluo tecnolgica nos diferentes segmentos consumidores, assim como cenrios

    de penetrao das diferentes tecnologias e formas de energia na satisfao de uma

    dada necessidade de energia.

    Sempre que possvel partiu-se de uma quantificao das necessidades especficas

    de energia em energia til, caminhando-se, progressivamente, para a energia final,

    quer utilizando hipteses adicionais sobre a eficincia dos equipamentos de

    transformao da energia e estabelecendo cenrios de penetrao dos diferentes

    equipamentos, quer utilizando um modelo de optimizao em que as diferentes

    tecnologias penetram no sistema por ordem de mrito, de acordo com a funo

    objectivo definida.

    Maio 2004 18

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Cenrios de Populao

    MODELO DE PROCURA DE

    ENERGIA

    MODELOS DE OFERTA DE ENERGIA

    Planos de expanso do sistema electroprodutor

    INSTRUMENTOS DE POLTICA EM VIGOR

    Figura 2.2

    Esquema ilustrativo da articulao dos diversos mdulos de simulao

    2.3 CENRIOS DE EVOLUO DA PROCURA DE ENERGIA

    2000-2010

    Nesta seco so apresentados os resultados de evoluo da procura de energia

    para o perodo 2000-2010, para os vrios sectores da economia portuguesa, tendo

    em considerao os cenrios macroeconmicos e sectoriais adoptados

    anteriormente. Para cada um dos sectores, os consumos de energia so

    apresentados sob a forma de energia final.

    Emisses dos processos

    Cenrios macroeconmico

    es

    sectoriais

    EMISSES

    Maio 2004 19

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2.3.1 Oferta de Energia

    O sector da oferta de energia, constitudo pelas actividades de produo,

    transformao e distribuio de produtos energticos (carvo, petrleo e derivados,

    gs natural, fontes renovveis de energia e electricidade) representava durante a

    dcada de 90 entre 3,2% e 3,9% do PIB (DGE, 2002a), tendo o sub-sector da

    gerao de electricidade um lugar de maior destaque com 65 a 83% do Valor

    Acrescentado Bruto (VAB) do sector. Do mesmo modo, em termos de investimento,

    o sector foi responsvel por 3,7 a 7,3% da Formao Bruta de Capital Fixo (FBCF)

    registada durante os anos 90, tendo o sub-sector da gerao de electricidade um

    peso variando entre 38% (em 1999) e 74% (em 1990) do total sectorial.

    No que diz respeito ao peso das importaes lquidas de energia nas importaes

    de mercadorias, tem-se assistido a um forte decrscimo da sua contribuio entre

    1990 e 1999, baixando de 8,4% para 5,4% (DGE, 2002a), e uma forte subida nos

    anos 2000 e 2001, com 9,5% e 7,9%, respectivamente, das importaes totais na

    ltima dcada (DGE, 2002b). As importaes de petrleo e produtos derivados so

    as principais responsveis por esta evoluo dado o seu forte peso no total das

    importaes de energia (mais de 80% em 2000 e 2001).

    2.3.1.1 Gerao de Electricidade

    Cenrios de crescimento para o sector electroprodutor

    Para estimar a evoluo das emisses de gases acidificantes abrangidos pelo PTEN

    (continente) neste sector num cenrio BAU, sem a integrao dos efeitos das

    medidas em vigor at 2010 (ver documento 3), recorreu-se aos novos cenrios de

    evoluo da procura de electricidade, elaborados no mbito do trabalho de

    actualizao do PNAC (verso 2003). Foram consideradas ainda algumas hipteses

    de evoluo do consumo de electricidade nas regies autnomas (RA), para ser

    possvel a sua deduo, uma vez que as RA no esto includas na Directiva dos

    Tectos de Emisso Nacional.

    Estes novos cenrios permitem estimar a evoluo da quantidade de energia

    elctrica a produzir e a respectiva configurao do sistema electroprodutor nacional

    (ou continental). Como descrito no PNAC (IA, 2003b), a estimativa dos consumos

    de combustveis nos diferentes sistemas de gerao de energia elctrica

    (nomeadamente nas centrais a carvo, fuelleo e gs natural) permitir avaliar as

    futuras emisses de gases acidificantes (NOx e SO2), tendo em conta as

    Maio 2004 20

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    caractersticas dos combustveis (e.g. teor de enxofre) e as tecnologias de gerao

    de electricidade.

    Como nas projeces anteriores, apresentadas no Plano de Expanso do Sistema

    Elctrico de Servio Pblico (SEP) elaborado pela DGGE (ex-DGE) com base numa

    proposta da REN (DGE, 1999), as previses de consumo de electricidade ao nvel

    nacional so baseadas em projeces do consumo final de energia nos sectores

    Indstria, Construo e Obras pblicas, Agricultura, Transportes, Tercirio e

    Residencial. Com base na determinao do consumo final de energia elctrica

    destes sectores, dos consumos derivados dos sectores da oferta de energia e das

    perdas de transporte e distribuio, podemos definir o consumo total de energia

    elctrica.

    As projeces de consumo final de energia elctrica, estabelecidas com base em

    modelos economtricos (funo de variveis macro-econmicas) ou analticos

    (variveis de evoluo da populao e do parque habitacional, taxa de posse de

    equipamentos, etc.) consoante o sector considerado, foram estabelecidas para dois

    cenrios de evoluo: o primeiro, ou Cenrio Alto, associado ao cenrio alto de

    evoluo macro-econmica e o segundo, ou Cenrio Baixo, associado ao cenrio

    baixo de crescimento econmico.

    Note-se que nossa preocupao nesta fase construir o cenrio de base do PTEN

    ou cenrio que no incorpora os impactos das medidas decididas tendentes a

    assegurar o cumprimento dos tectos nacionais. A sua definio permitir avaliar o

    esforo de reduo de emisses necessrio, assim como permitir avaliar a

    extenso das polticas, medidas e instrumentos a definir para o cumprimento das

    metas acordadas no mbito da Directiva 2001/81/CE, de 23 de Outubro, sobre

    Tectos Nacionais de emisses (ver documento 1 do PTEN).

    A Tabela 2.7 apresenta as previses de evoluo do consumo final de electricidade

    em Portugal. Para efeitos da estimativa do consumo de electricidade no Continente

    foi deduzido o consumo estimado para as regies autnomas com base numa

    hiptese de taxas de crescimento degressivas entre 2000 e 2010, considerando um

    diferencial de dois pontos4 entre 2000 e 2005 e 1,5 entre 2005 e 2010. Com base

    nesta hiptese, podemos estimar a evoluo do consumo de electricidade no

    Continente necessrio para efeitos do PTEN (Tabela 2.8).

    Maio 2004 21

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.7

    Estimativa do consumo nacional de electricidade (energia final) Cenrio BAU

    Cenrio Alto Cenrio Baixo

    2000 2005 2010 2005 2010

    Indstria e Construo 1 313,4 1 487,4 1 640,1 1 433,4 1 536,8

    Transportes 40,0 41,2 42,5 42,6 45,1

    Tercirio 1 025,8 1 360,5 1 674,1 1 290,3 1 518,0

    Residencial 865,9 997,0 1 176,2 964,1 1 095,4

    Agricultura 61,5 69,5 78,5 67,0 73,1

    Total (ktep) 3 306,7 3 955,6 4 611,3 3 797,4 4 268,5

    Total (GWh) 38 449,8 45 995,7 53 619,6 44 156,0 49 633,1

    Taxa de crescimento mdio anual 3,65% 3,11% 2,81% 2,37% Fonte para 2000: DGGE, Balano energtico nacional.

    Tabela 2.8

    Estimativa da evoluo do consumo final de electricidade no Continente segundo o

    cenrio considerado

    Cenrio Alto Cenrio Baixo

    2000 2005 2010 2005 2010

    Total (GWh) 37 448,3 44 682,6 51 979,6 42 893,2 48 111,0

    Taxa de crescimento mdio anual 3,60% 3,07% 2,75% 2,32% Fonte para 2000: DGGE, Estatsticas de consumo de energia elctrica.

    Estimativa dos consumos de energia no sector electroprodutor

    Tendo em conta as previses de evoluo do consumo de electricidade

    apresentadas anteriormente para o perodo 2000-2010 e considerando um cenrio

    hidrolgico mdio para a determinao da produo termoelctrica, podemos

    estimar os consumos de combustveis para os cenrios alto e baixo (Tabela 2.9),

    conservando, neste cenrio de base, as hipteses tecnolgicas descritas no Plano

    de Expanso do Sistema Elctrico de Servio Pblico (DGE, 1999).

    4 Durante o perodo 1990-2000, o diferencial de crescimento da procura de electricidade entre as Regies Autnomas e o Continente foi ligeiramente inferior a 2 pontos percentuais.

    Maio 2004 22

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.9

    Estimativa do consumo de combustveis referido produo lquida emitida na rede

    (sem cogerao) para o perodo 2000-2010 Cenrio BAU

    Combustvel Unidade Cenrio Alto Cenrio Baixo

    2000 2005 2010 2005 2010

    Gs Natural Mm3N 1.351,1 2.580,0 3.913,1 2.150,0 3.053,0

    Carvo Gg 5.082,6 4.999,4 4.999,4 4.999,4 4.999,4

    Fuelleo Gg 941,4 693,5 349,3 771,2 483,5

    Gasleo Ml 14,3 8,0 0,0 8,0 0,0

    Fonte para 2000: DGGE e REN.

    2.3.1.2 Refinao, armazenamento e distribuio de produtos petrolferos

    Cenrios de crescimento para o sector refinao, armazenamento e distribuio de

    produtos petrolferos

    Para estimar a evoluo das emisses de gases abrangidos pelo PTEN (continente)

    neste sector no cenrio BAU (sem a integrao dos efeitos dos instrumentos em

    vigor at 2010), recorreu-se, como para o sector electroprodutor, aos novos

    cenrios de evoluo da procura de energia elaborados no mbito do PNAC e

    considerou-se a manuteno da quota de mercado actual das refinarias nacionais

    at ao seu limite de capacidade5. Estes novos cenrios de consumo final de energia

    e as hipteses sectoriais permitem estimar a evoluo da quantidade de produtos

    petrolferos processados e a respectiva configurao das unidades de refinao

    nacionais. Como descrito no PNAC (IA, 2003b), a estimativa dos consumos de

    combustveis nas diferentes unidades de processamento de produtos petrolferos

    permitir avaliar as futuras emisses de gases acidificantes (NOx e SO2), tendo em

    conta as caractersticas dos combustveis (e.g. teor de enxofre) e as tecnologias de

    combusto.

    Ao contrrio das previses estabelecidas para o sector electroprodutor (onde os

    consumos de electricidade so restringidos ao nvel de Portugal continental) as

    estimativas de consumo de produtos petrolferos so baseadas em projeces do

    consumo final de energia ao nvel de Portugal nos sectores da Indstria,

    Construo, Agricultura, Transportes, Tercirio, e Domstico.

    5 Em 2000, as quantidades processadas representavam cerca de 78% do consumo primrio. Segundo os dados da GalpEnergia, a capacidade mxima de refinao situa-se nos 15,8 Tg de produtos processados.

    Maio 2004 23

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Estas projeces, completadas com os consumos de produtos petrolferos no

    energticos (e.g. lubrificantes) e os consumos derivados dos sectores da oferta de

    energia (incluindo cogerao), permitem estimar, para os respectivos cenrios, Alto

    e Baixo, os consumos de produtos petrolferos expressos em energia primria.

    A Tabela 2.10 apresenta as previses de evoluo do consumo de produtos

    petrolferos ao nvel nacional (sem produtos petrolferos no energticos),

    elaboradas pelo grupo de trabalho no mbito do PNAC, por sector de consumo final.

    Tabela 2.10

    Estimativa do consumo final de produtos petrolferos em Portugal Cenrio BAU Unidade: ktep Cenrio Alto Cenrio Baixo

    SECTORES 2000 2005 2010 2005 2010

    Indstria e Construo 1 591,9 1 707,6 1 726,7 1 621,0 1 635,0

    Transportes 6 381,2 7 808,8 8 747,1 7 513,4 8 139,2

    Tercirio 707,7 967,9 1 149,6 927,4 1 058,7

    Residencial 831,9 797,0 781,0 797,6 777,7

    Agricultura 598,4 660,4 728,9 645,4 696,0

    Consumo final sem matrias primas 10 111,1 11 941,7 13 133,4 11 504,8 12 306,7

    Taxa de crescimento mdio anual 3,38% 1,92% 2,62% 1,36% Fonte para 2000: DGGE, Balano energtico nacional.

    Estimativa dos consumos energticos do sector refinao, armazenamento e

    distribuio de produtos petrolferos e das quantidades processadas

    Tendo em conta as previses de evoluo do consumo de produtos petrolferos

    apresentadas anteriormente para o perodo 2000-2010 e considerando um cenrio

    de manuteno da quota de mercado actual das refinarias nacionais at ao limite

    das suas capacidades (cerca de 15,8 Tg/ano Fonte: GalpEnergia), podemos

    estimar, por um lado, os consumos de combustveis associados aos cenrios alto e

    baixo (ver quadro seguinte), conservando, neste cenrio de base, a estrutura de

    consumo por combustvel e o valor do consumo unitrio de energia por quantidade

    processada observados em 2000 e, por outro lado, as quantidades de produtos

    processados nas refinarias nacionais.

    Maio 2004 24

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.11

    Estimativa dos consumos de energia referidos ao processamento de produtos

    petrolferos nas refinarias nacionais para o perodo 2000-2010 segundo o cenrio

    considerado e quantidades processadas Cenrio BAU Cenrio Alto Cenrio Baixo

    2000 2005 2010 2005 2010

    Energia final:

    Refugos e produtos intermdios 245,6 268,3 271,5 262,2 271,5

    GPL 8,0 8,8 8,9 8,6 8,9

    Gasleo 2,1 2,3 2,3 2,2 2,3

    Fuelleo 259,9 284,0 287,4 277,5 287,4

    Electricidade 39,6 43,2 43,8 42,3 43,8

    Calor (cogerao) 246,6 269,4 272,7 263,3 272,7

    Total sem cogerao (ktep) 801,8 875,9 886,6 856,1 886,5

    Consumos para cogerao:

    Refugos e produtos intermdios 56,6 56,6 56,6 56,6 56,6

    Fuelleo 274,7 126,7 126,7 126,7 126,7

    GN 0,0 110,0 110,0 110,0 110,0

    Total em cogerao (ktep) 331,4 293,4 293,4 293,4 293,4

    Quantidades processadas em refinarias (Tg)

    14,29 15,61 15,80 15,26 15,80

    Fonte para 2000: DGGE, Balano energtico nacional e GalpEnergia.

    2.3.1.3 Outros sub-sectores da indstria de energia

    Este sub-sector, que inclua em 2000 a extraco e transformao de combustveis

    slidos, a produo de gs de cidade e o transporte, a distribuio e o

    armazenamento de gs natural, pouco significativo em termos de emisses

    atmosfricas (menos de 1% das emisses do sector de produo, transformao e

    distribuio de energia). Para a inventariao das emisses neste sub-sector, so

    determinantes os consumos de combustveis fsseis nas actividades de produo de

    coque, de gs de cidade e na extraco de carvo. Dado o declnio das actividades

    de produo de combustveis slidos e de gs de cidade em Portugal e o pouco

    significado, em termos de emisses de gases acidificantes, das outras indstrias

    energticas (transporte, distribuio e armazenamento de gs natural), este sub-

    sector no requer, no mbito deste estudo, um tratamento detalhado.

    Maio 2004 25

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2.3.2 Indstria e Construo

    A modelizao da procura de energia por parte do sector industrial segue,

    semelhana da metodologia adoptada para os restantes sectores da procura de

    energia, uma abordagem bottom-up. As necessidades de energia til, em termos

    de forno, vapor, carburantes e electricidade especfica so estimadas a partir dos

    cenrios de actividade, constituindo a varivel valor acrescentado de cada sector

    a varivel proxy para a ligao da actividade econmica ao consumo de energia.

    A evoluo da eficincia na transformao da energia e da concorrncia entre

    formas de energia final tomada em conta atravs da considerao de forma

    informal de cenrios tecnolgicos e de cenrios de preos da energia. No que se

    refere evoluo da intensidade energtica (Tabela 2.12) no cenrio de referncia,

    os ndices tomados decorrem do cenrio tecnolgico tendencial, com melhorias de

    eficincia implcitas no decorrentes directa ou indirectamente de polticas activas

    de reduo das emisses de gases poluentes mas sim do progresso tcnico

    esperado. Alguns dos valores retidos resultaram das consultas aos representantes

    dos sectores (Cermica, Vidro, Cimentos e Qumicas). Para os sectores restantes

    tomaram-se os cenrios considerados pela Direco-Geral de Energia no seu ltimo

    exerccio de simulao da procura de energia efectuado em 1999. O modelo foi

    calibrado para 2000.

    Tabela 2.12

    Evoluo da intensidade energtica (base 1,00 em 2000)

    Cenrio Alto Cenrio Baixo

    SECTOR 2000 2005 2010 2005 2010

    Cermica e vidro forno, electricidade 1,000 0,975 0,950 0,987 0,975

    Pasta e Papel vapor, electricidade 1,000 0,949 0,901 0,975 0,950

    Cimento - forno 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

    Cimento - electricidade 1,000 0,949 0,901 0,975 0,950

    Todos os sectores - carburantes 1,000 0,949 0,901 0,975 0,950

    Extract., Constr. E Obras Pblicas - electricidade 1,000 0,975 0,950 0,987 0,975

    Alimentares vapor, forno,electr., carbur., outros 1,000 0,949 0,901 0,975 0,950

    Metalrgicas - vapor, forno, electr., carbur., outros 1,000 0,949 0,901 0,975 0,950

    Qumicas - vapor, forno, carburantes, outros 1,000 0,962 0,925 0,975 0,950

    Qumicas - electricidade 1,000 0,949 0,901 0,975 0,950

    Txteis, Madeira, Outras vapor, electricidade 1,000 0,949 0,901 0,975 0,950

    Os resultados da procura de energia final a nvel sectorial figuram na Tabela 2.13,

    verificando-se, como seria de esperar, uma elasticidade da procura de energia em

    Maio 2004 26

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    relao ao PIB inferior unidade, o que se traduz por uma melhoria da intensidade

    energtica do PIB ou, dito de outro modo, pela melhoria da produtividade da

    energia em relao ao PIB. A Tabela 2.14 apresenta os consumos de energia para a

    indstria e a construo, por forma de energia.

    De notar que no sector dos Cimentos os consumos de energia final em 2010 so

    superiores no cenrio baixo, por efeito conjugado da limitao de capacidade

    instalada para este sector6 e dos cenrios de intensidade energtica decorrentes do

    investimento em modernizao tecnolgica ou em utilizao racional de energia. Na

    indstria cimenteira admitiu-se ainda a existncia de um tecto para a produo em

    quantidades fsicas, resultante de limites expanso contnua do mercado, que

    contudo no impede o crescimento sustentado do VAB.

    Tabela 2.13

    Estimativa do consumo nacional de energia por sector da indstria transformadora

    (incluindo Construo Civil e Obras Pblicas)

    Unidade: ktep Cenrio Alto Cenrio Baixo

    SECTOR 2000 2005 2010 2005 2010

    Indstria e Construo 6 112,2 6 619,9 7 312,7 6 346,2 6 856,3

    Taxa de crescimento mdio anual 1,61% 2,01% 0,75% 1,56%

    Indstria extractiva 79,3 90,4 103,1 86,7 94,8

    Siderurgia 322,1 145,0 154,9 141,3 141,3

    Metalurgia 59,8 61,0 62,2 58,2 56,8

    Qumica 978,0 1 007,3 1 105,5 968,2 1 019,1

    Txteis 536,7 567,1 599,2 530,1 523,6

    Pasta e papel 939,0 1 082,7 1 248,4 1 059,3 1 195,0

    Madeira e Cortia 147,7 156,3 165,5 156,5 165,8

    Cimento 838,0 986,3 993,5 920,2 1 000,5

    Cermica 874,8 1 016,0 1 180,1 968,3 1 071,8

    Vidro 246,3 284,1 327,8 267,8 291,2

    Alimentao e bebidas 515,6 556,6 601,0 549,7 586,2

    Metalomecnica e outras 301,1 351,4 410,3 341,9 388,3

    Construo e obras pblicas 273,9 315,7 361,3 298,1 322,0

    Fonte para 2000: DGGE, Balano energtico nacional e IA.

    6 Na indstria cimenteira admitiu-se, aps contactos com representantes do sector, a existncia de um tecto para a produo em quantidades fsicas, resultantes de limites expanso contnua do mercado, que contudo no impede o crescimento do VAB.

    Maio 2004 27

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.14

    Indstria e Construo e Obras Pblicas - Estimativa dos consumos de energia, por

    forma de energia

    Unidade: ktep Cenrio Alto Cenrio Baixo

    PRODUTOS ENERGTICOS 2000 2005 2010 2005 2010

    Consumo de energia final GPL 202,1 204,3 205,1 196,1 189,3

    Gs Natural 793,4 1 159,8 1 518,2 1 103,8 1 375,0

    Gasleo 319,6 359,3 401,3 344,6 371,5

    Fuelleo 676,0 622,1 585,6 595,1 539,5

    Coque de petrleo 394,2 522,0 534,7 485,2 534,7

    Gases incondensveis de petroqumica 287,0 236,4 236,4 236,4 236,4

    Hidrognio 51,9 45,4 45,4 45,4 45,4

    Res.Veg. 508,2 491,9 476,4 470,5 437,4

    Carvo 506,1 349,0 356,9 325,2 349,4

    Gases Coque e AF 26,2 0,0 0,0 0,0 0,0

    Electricidade 1 313,4 1 487,4 1 640,1 1 433,4 1 536,8

    Calor (cogerao) 1 034,0 1 142,4 1 312,6 1 110,6 1 240,9

    Total s/ consumos para cogerao de elec. 6 112,2 6 619,9 7 312,7 6 346,2 6 856,3

    Consumos para cogerao Gases incondensveis de petroqumica 50,6 28,7 28,7 28,7 28,7

    Hidrognio 1,3 1,2 1,2 1,2 1,2

    GPL 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0

    Gasleo 0,2 8,8 8,8 8,8 8,8

    Fuelleo 705,6 597,5 601,5 597,6 601,8

    GN 79,1 319,5 445,8 283,8 366,6

    Gases Coque e AF 61,5 0,0 0,0 0,0 0,0

    Biomassa florestal 190,1 217,6 249,1 213,4 239,5

    Biomassa/Licores sulfticos 769,0 886,2 1 021,2 867,3 978,2

    Biogs 0,3 0,6 0,6 0,6 0,6

    Total dos consumos para cogerao 1 857,9 2 060,1 2 356,9 2 000,8 2 224,8 Fonte para 2000: DGGE, Balano energtico nacional e IA.

    Maio 2004 28

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2.3.3 Transportes

    O trabalho apresentado de seguida resultou da interaco entre a equipa do PTEN e

    o Instituto do Ambiente, nomeadamente os Eng Vitor Gis e Pedro Torres.

    Este trabalho consistiu, no essencial, na reconstruo do modelo de clculo das

    emisses atmosfricas com base na metodologia EMEP/CORINAIR da Agncia

    Europeia do Ambiente (EEA, 2001), adaptando a sua concepo operacional quer

    realidade portuguesa do sector dos transportes, quer aos formatos de informao

    das variveis base necessrias para correr o modelo.

    Genericamente, este modelo constitudo por vrios mdulos que, interligados em

    folhas de clculo EXCEL, produzem os inventrios nacionais anuais para o sector

    dos transportes. De entre os vrios mdulos, salientam-se o mdulo de estimativa

    da composio do parque rodovirio nacional o KAR, e o mdulo de estimativa

    dos factores de emisso (que depende do primeiro) o BURNN7. O exerccio de

    estimativa da constituio do parque automvel nacional tem grande importncia

    dado que este influncia de forma muito sensvel o clculo dos factores de emisso.

    Assim, nesta seco, so apresentadas as estimativas de procura energtica dos

    transportes, em Portugal entre 1990 e 2020, segundo o Cenrio business as

    usual, e numa segunda fase, segundo o Cenrio de Referncia que incorpora o

    efeito do Programa Auto-Oil no consumo especfico dos automveis particulares.

    2.3.3.1 Metodologia de Projeco

    As projeces de consumo energtico dos transportes terrestres foram efectuadas

    com o modelo agregado de procura energtica para o sector dos transportes

    construdo pela DGE8, inspirando-se no modelo MEDEE (Modle de Demande

    Energtique Europen). A projeco dos consumos energticos assenta

    essencialmente sobre a evoluo macro-econmica do Produto Interno Bruto (PIB)

    e sobre o crescimento demogrfico previsto. As estimativas dos indicadores macro-

    econmicos baseiam-se em dois cenrios de evoluo (desenvolvimento econmico

    alto e baixo) e foram efectuadas pelo Gabinete de Estudos e Prospectiva Econmica

    (GEPE) do Ministrio da Economia (GEPE, 2001). O cenrio demogrfico, por sua

    vez, tem por base a evoluo da populao at 20019.

    7 Instituto do Ambiente (2004), National Inventory Report 2004, Lisboa (brevemente disponvel).

    8 DGE (1999), A Procura de Energia em Portugal 2000-2020 - Sector Transportes, pela Direco Geral de Energia, Lisboa. 9 INE (2002), XIV Recenseamento Geral Populao, pelo Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa.

    Maio 2004 29

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.15

    Parmetros macro-econmicos e demogrficos estimados pelo GEPE

    Unidade 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    PIB (tx. cresc. mdio anual)

    Cenrio Alto (%) 1,64 3,30 4,21 4,21 4,21 3,86

    Cenrio Baixo (%) 1,64 3,30 2,80 2,80 2,80 2,50

    Populao total 10^6 hab 9,88 9,92 10,13 10,31 10,48 10,61 10,70

    Parte da populao nas zonas rurais (%) 0,42 0,37 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35

    Fonte: GEPE, 2001

    Considerando a complexidade do sector dos transportes, e em particular da procura

    de energia, necessrio proceder a simplificaes no sentido de se viabilizarem,

    quer o exerccio de modelao, quer a respectiva projeco de tendncias de

    evoluo a uma escala macro (englobando todos os modos e tipos de transporte, e

    formas de energia, e as suas interaces). Ressalva-se, no entanto, que os

    consumos de energia elctrica por parte do modo ferrovirio no so apresentados

    pois, neste relatrio, no se adopta a abordagem de afectao das emisses ao

    consumidor final de energia (metodologia seguida para a elaborao dos

    inventrios nacionais).

    Assim, para efectuar as projeces no presente estudo, formularam-se

    pressupostos que, se por um lado revelam a dificuldade inerente a um exerccio de

    modelao deste tipo, por outro obriga-nos a considerar os resultados finais com a

    devida cautela, nomeadamente no que se refere actualidade/validade destes

    pressupostos e aos valores considerados para as variveis de base.

    Desde j se recomenda que este programa seja monitorizado, recorrendo-se ao

    modelo anteriormente referido no sentido de se aferir a qualidade das projeces

    efectuadas e, quando necessrio, corrigi-las com os dados actualizados.

    De uma forma geral, o modelo adoptado permite projectar o crescimento dos

    transportes em dois grandes sub-conjuntos:

    Transporte de mercadorias, que varia ao longo do tempo indexado taxa de

    crescimento do PIB (~1%)( )10 ;

    Transporte de passageiros, que se divide em transporte urbano/suburbano e de

    longa distncia, cuja variao depende da evoluo da estrutura do consumo

    privado das famlias11.

    10 Se correlacionarmos o crescimento do PIB com o crescimento do transporte de mercadorias em termos de toneladas.km, possvel confirmar o valor de taxa de indexao considerado (ver Estatsticas Europeias na DG-Tren; OCDE)

    Maio 2004 30

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    O modelo utilizado foi calibrado com base nos balanos energticos anuais (srie

    1990-2002, actualizada em 2003 pela Direco Geral de Energia - DGE) relativos

    ao total de vendas de combustvel para os transportes terrestres.

    No que respeitam as emisses de Gases Acidificantes (GA SO2, NOx, COV, NH3)

    pelos modos areo e martimo, os inventrios nacionais incluem apenas aquelas

    que decorrem do trfego domstico (quer de passageiros quer de mercadorias). As

    emisses foram estimadas a partir dos consumos domsticos de energia para cada

    modo.

    No tocante ao modo areo, no se pde recorrer aos valores registados pela DGE

    porque estes se reportam aos combustveis vendidos nas bancas nacionais aos

    avies nacionais, que operam quer em trajectos domsticos como internacionais.

    Assim, neste caso em particular, teve de se recorrer a uma estimativa a partir dos

    dados dos operadores nacionais (movimentos e composio das frotas).

    Quanto s previses de crescimento do trfego areo nacional, recorreu-se s

    estimativas efectuadas pelo Aroport de Paris12 no mbito do estudo prvio para a

    localizao do Novo Aeroporto de Lisboa (NAER). Apesar de existirem estimativas

    de evoluo de trfego mais recentes, realizadas a propsito do potencial esquema

    de financiamento da construo/explorao do NAER, estas no esto disponveis.

    Assim, mais uma vez se recomenda que os dados apresentados neste relatrio

    sejam lidos/utilizados com a devida cautela e devidamente referenciados.

    Finalmente, no que se reporta ao consumo energtico decorrente do trfego

    martimo nacional (percursos entre os vrios portos continentais e das regies

    autnomas), utilizam-se os valores registados pela DGE, i.e. vendas aos barcos

    nacionais. Quanto s previses de crescimento, assumiu-se que no se verificaro

    alteraes significativas na actividade deste modo. No entanto, face s perspectivas

    do desenvolvimento do transporte martimo de curta distncia (TMCD), esta

    assuno poder ser desvirtuada no mdio prazo. Recomenda-se que, no futuro

    prximo e quando se conhecerem melhor as intenes do governo no que respeita

    esta matria, se proceda a uma abordagem mais fina deste modo, apesar da

    pequena expresso que assume no cmputo nacional (cerca de 1%), quer em

    termos energticos quer em termos de emisses.

    11 Resulta do Inqurito ao Consumo no Sector Domstico (INE, 1995).

    Maio 2004 31

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    2.3.3.2 Principais Pressupostos assumidos nas projeces

    TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

    Seguidamente descrevem-se os pressupostos assumidos para a modelao do

    transporte rodovirio, o qual constitui a fatia mais significativa, quer no consumo

    energtico quer nas emisses de gases.

    TRANSPORTE INDIVIDUAL

    O transporte de passageiros caracterizado, a nvel macro, com base na

    mobilidade individual, em ambiente urbano/suburbano e em deslocaes de longa

    distncia. Neste modelo, entende-se por mobilidade individual o nmero de

    quilmetros percorridos por habitante e por ano. A diferenciao entre deslocaes

    urbana/suburbana e de longa distncia efectuada a partir dos dados de populao

    nacional urbana e no-urbana13. Importa referir que se considerou que a

    percentagem de populao em zona rural se iria manter constante a partir de 2000,

    definindo-se como zona rural as reas populacionais com densidade inferior a 150

    hab/km2 ( )14 . Os clculos foram efectuados para automveis e transporte em duas

    rodas (Motociclos (c.c.50cm3).

    Mobilidade Individual

    A evoluo da mobilidade de longa distncia sensvel diferena de crescimento

    econmico previsto nos cenrios alto e baixo, foi obtida a partir da correlao entre

    os valores de mobilidade definidos pela DGE (DGE, 1999) e o Cenrio Central de

    evoluo do PIB definido pelo GEPE (GEPE, 2001). Partiu-se do pressuposto que os

    rendimentos das famlias acompanham a tendncia de crescimento do PIB, e, por

    outro lado, que a propenso para as deslocaes de longa distncia (motivadas por

    actividades de lazer) tambm variam consoante a disponibilidade financeira das

    famlias. Com base na funo polinomial15 obtida atravs dessa regresso,

    calcularam-se os valores de mobilidade de longa distncia at 2020, em que a

    12 NAER (2000), Estudos Preliminares de Impacte Ambiental do Novo Aeroporto de Lisboa, (www.naer-novoaeroporto.pt).

    13 No modelo apresentado pela DGE, no so definidas com rigor as diferenas entre os dois tipos de mobilidade. Por exemplo, as deslocaes urbanas/suburbanas so maioritariamente as deslocaes a menos de 30km, e, as restantes, superiores a 30km (PROTAML, 2001). 14 INE (1990-2000), Quadros Estatsticos Estatsticas dos Transportes e das Comunicaes, Lisboa.

    15 Funo polinomial: y = -0,000007. x2 +0,6472. x +2037,1, com um coeficiente de correlao r2=0,9838.

    Maio 2004 32

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    varivel independente a evoluo do PIB prevista pelo GEPE segundo os dois

    cenrios de desenvolvimento.

    Por outro lado, considerou-se que a mobilidade urbana e suburbana no seria

    sensvel s diferenas de crescimento econmico do Pas, tendo em conta que essas

    viagens no so funo dos rendimentos das famlias, pois so viagens de carcter

    obrigatrio, usualmente do tipo casa-trabalho ou casa-escola. Ressalva-se, no

    entanto, que a repartio modal destas viagens varia consoante crescimento

    econmico do Pas. Desta forma, num cenrio de crescimento econmico alto, a

    percentagem de viagens em TI prevalece sobre as viagens em TC. No cenrio de

    crescimento baixo, verifica-se o fenmeno oposto. Os valores de mobilidade

    individual, por sua vez, foram calculados com base no Inqurito ao Consumo no

    Sector Domstico16.

    Tabela 2.16

    Parmetros de caracterizao do crescimento da mobilidade individual

    Unidade 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Dados gerais

    Utilizao do veculo particular vkm/ano 9 195 11 302 13 214 14 794 16 001 16 871 17 470

    Parque automvel total 106 2,144 2,935 3,532 4,172 4,817 5,109 5,412

    Transporte em longa distncia

    Taxa de ocupao de automveis pass/vec 2,2 1,8 1,8 1,6 1,6 1,5 1,5

    Mobilidade por pessoa Cen. Alto pkm/ano 3 300 3 900 4 300 5 950 8 100 9 600 10 500

    Mobilidade por pessoa Cen. Baixo pkm/ano - - - 5 800 7 500 8 200 9 300

    Transporte em ambiente urbano

    Taxa de ocupao de automveis pass/vec 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,3 1,3

    Mobilidade por pessoa Cen. Alto pkm/ano 4 300 5 500 6 500 6 900 7 500 8 000 8 400

    Mobilidade por pessoa Cen. Baixo pkm/ano - - - 6 900 7 500 8 000 8 400

    Fonte: DGE, 1999

    No caso dos veculos a 2 rodas, consideraram-se as seguintes distncias mdias

    percorridas por ano.

    16 INE (1995), Inqurito ao Consumo no Sector Domstico, Lisboa.

    Maio 2004 33

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.17

    Distncias anuais mdias percorridas em veculos a 2 rodas

    Veculo Tipo de Circulao 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Motociclo 17 Todos 562 562 562 562 562 562 562

    Moto 2t AE 671 1.190 1.603 2.127 2.145 2.043 1.930

    Moto 2t Rural 5.059 4.126 3.766 5.253 6.911 8.081 8.722

    Moto 2t Urbano 4.301 4.301 4.301 4.301 4.301 4.301 4.301

    Moto 4t AE 671 1.190 1.603 2.127 2.145 2.043 1.930

    Moto 4t Rural 5.059 4.126 3.766 5.253 6.911 8.081 8.722

    Moto 4t Urbano 13.188 13.188 13.188 13.188 13.188 13.188 13.188

    Parque automvel

    O crescimento do parque automvel foi obtido a partir da evoluo do registo de

    vendas disponibilizado pela ACAP desde 1973 at 2003.

    Para calcular o stock anual de veculos, aplicou-se um taxa de abate aos veculos

    vendidos. Esta taxa de abate cresce medida que a idade dos viculos aumenta,

    i.e. quanto mais velho o veculo, maior a probabilidade de ele ser abatido. Para

    efeitos de modelao consideraram-se como veculos abatidos, todos os que

    deixaram de circular e que portanto no consomem energia e no produzem

    emisses. Este mdulo foi calibrado, no sentido de aproximar a estutura do parque

    rodovirio nacional composio do parque estimado pela ACAP (Associao do

    Comrcio Automvel de Portugal) entre 1980 e 2002.

    Com base neste modelo, foi possvel projectar a composio do parque at 2020.

    Assumiram-se as mesmas taxas de abate, at ao ano horizonte. Para alimentar

    este modelo, foi necessrio projectar o volume de vendas em cada ano. Na tabela

    seguinte possvel verificar, os valores adoptados ano a ano. Esta projeco segue

    uma curva logstica, cuja varivel independente o PIB18.

    O modelo foi igualmente calibrado de forma a que o total de veculos no

    ultrapassasse uma taxa de motorizao mdia nacional de cerca de 600

    veic/1000hab, assumindo as vendas da tabela seguinte, a taxas de abate do

    modelo anteriormente referido e o crescimento esperado da populao portuguesa

    at 2020. O crescimento da taxa de motorizao, at 2020, foi estimado atravs de

    uma regresso logstica assumindo como valor de assntota, a taxa de motorizao

    esperada para a mdia europeia no mdio prazo, i.e. cerca de 650 veic/1000hab.

    17 No circulam em Auto-Estradas, por impedimento do Cdigo da Estrada.

    18 Expresso utilizada: )77,51036,2( 71

    8,252151Xe

    y + +=

    Maio 2004 34

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.18

    Evoluo estimada das vendas de automveis at 2020

    PIB (P-2002) Automveis Gasolina Automveis Diesel Automveis Total

    Cen. Alto Cen. Baixo Gas CA Gas CB Dies CA Dies CB PC CA PC CB

    1980 10.087.647 10.087.647 47.882 47.882 5.733 5.733 53.615 53.615

    1985 10.196.164 10.196.164 89.912 89.912 2.815 2.815 92.727 92.727

    1990 15.772.334 15.772.334 200.018 200.018 13.700 13.700 213.718 213.718

    1995 18.557.946 18.557.946 180.079 180.079 28.839 28.839 208.918 208.918

    2000 24.969.525 24.969.525 195.412 195.412 94.533 94.533 289.945 289.945

    2005 30.154.727 28.600.881 209.441 209.030 120.296 110.273 329.736 319.304

    2010 37.166.552 32.995.619 210.034 209.832 144.185 133.681 354.219 343.513

    2015 45.808.823 38.065.641 210.106 210.053 150.298 145.487 360.404 355.539

    2020 55.840.700 43.362.705 210.111 210.100 151.163 149.559 361.274 359.659

    Assim obteve-se a seguinte composio do parque automvel nacional previsto at

    2020.

    Tabela 2.19

    Estrutura do parque automvel [Cenrio business as usual]

    Fuel Cilindrada 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Gasolina 2 69.194 88.896 141.094 206.147 265.710 308.215 339.132

    Gasleo 2 50.054 87.657 228.520 361.993 567.939 767.189 940.231

    GPL todos 67 874 67.433 192.282 257.095 311.777 391.934

    Total todos 1.558.180 2.581.250 3.557.137 4.266.439 5.046.253 5.641.039 6.126.730

    Uma abordagem semelhante permitiu caracterizar o parque de 2 rodas em

    circulao no territrio nacional.

    Tabela 2.20

    Estrutura do parque de veculos a duas rodas at 2020

    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Motociclos 834.692 623.000 491.429 477.143 462.857 448.571 432.000 Motos 2T 8.681 18.872 28.938 36.395 41.856 44.587 46.447 Motos 4T 44.102 95.875 147.018 184.901 212.646 226.522 235.968 Total 887.475 737.747 667.385 698.439 717.359 719.680 714.414

    Factores de consumo

    O consumo de energia foi calculado a partir dos factores de consumo mdio dos

    veculos em circulao. Para esta componente do modelo, no se diferenciaram os

    dados segundo o cenrio alto ou baixo, assumindo-se que as estratgias de

    Maio 2004 35

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    desenvolvimento tecnolgico no so influenciados, de forma significativa, pelos

    cenrios de crescimento da economia.

    Os valores obtidos constam na tabela seguinte, e correspondem ao cenrio

    evolutivo business as usual.

    Tabela 2.21

    Consumo mdio de automveis por tipo de carburante [Cenrio business as usual]

    Tipo de Circulao Consumo

    mdio (MJ/km)

    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Gasolina 2,623 2,549 2,450 2,382 2,332 2,309 2,317

    Gasleo 2,296 2,239 2,190 2,176 2,170 2,168 2,168 Auto-Estrada

    GPL 2,780 2,782 2,784 2,786 2,786 2,786 2,786

    Gasolina 2,325 2,250 2,163 2,106 2,065 2,049 2,059

    Gasleo 1,889 1,909 1,926 1,931 1,933 1,933 1,933 Rural

    GPL 2,317 2,319 2,322 2,324 2,325 2,325 2,325

    Gasolina 3,263 3,360 3,503 3,620 3,746 3,827 3,873

    Gasleo 3,143 2,963 2,806 2,760 2,742 2,736 2,736 Urbana e Suburbana

    GPL 3,037 2,945 2,833 2,776 2,750 2,747 2,747

    Fonte: Calculado a partir da Metodologia EMEP/CORINAIR e calibrado com base nos registos de vendas da DGE (srie de 1990/2003).

    Tabela 2.22

    Consumo mdio de 2 rodas

    [MJ/km] 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 Rural 1,119 1,119 1,098 0,974 0,825 0,676 0,527

    Motociclo Urbano 1,119 1,119 1,098 0,974 0,825 0,676 0,527

    AE 1,605 1,605 1,588 1,530 1,486 1,452 1,432 Rural 1,238 1,238 1,235 1,226 1,220 1,214 1,211 Moto 2T-4T

    Urbano 1,309 1,309 1,318 1,347 1,370 1,387 1,397

    Os factores de consumo foram estimados, numa primeira iterao, com base na

    metodologia EMEP/CORINAIR. A 2 iterao consistiu em comparar o consumo de

    combustvel calculado atravs da multiplicao destes factores de consumo pelos

    km percorridos por cada tipo de veculo (abordagem bottom-up) com as vendas

    de combustvel registadas pela DGE (abordagem top-down). Nesta 2 iterao,

    ajustaram-se os factores de consumo inicial de maneira a que os consumos

    oriundos de ambas as abordagens fossem harmonizados. Os factores de consumo

    mdios assumidos no futuro reflectem as vendas de automveis novos, com

    consumos especficos mais baixos. Reflectem por isso, a rotao e a renovao do

    parque automvel esperados no futuro.

    Maio 2004 36

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    TRANSPORTE COLECTIVO

    A estimativa de crescimento do transporte colectivo de passageiros teve por base a

    evoluo esperada de repartio modal entre os modos rodovirio e o ferrovirio,

    juntando-se o fluvial e o metropolitano, no caso das deslocao urbanas (apenas

    para a rea Metropolitana de Lisboa). Relembra-se que para efeitos de inventrios

    nacionais no so tidas em conta as emisses decorrentes da produo de

    electricidade utilizada no transporte ferrovirio, apesar das reparties

    apresentadas inclurem o modo ferrovirio elctrico.

    As reparties modais urbanas para os anos de 1990, 1995 e 2000 foram

    verificadas atravs dos:

    dados de mobilidade urbana constantes nos inquritos gerais mobilidade da AML e AMP;

    dados de produo de transporte colectivo constantes nos anurios estatsticos do INE.

    Tabela 2.23

    Evoluo da repartio modal (valores nacionais) [Cenrio business as usual]

    Repartio modal 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Veculo particular 79 74 78 85 88 90 93

    Transporte Colectivo 21 26 22 15 12 10 7

    em combio 42 28 27 27 27 30 30

    Auto-Estrada

    Rural

    em autocarro 58 72 73 73 73 70 70

    Veculo particular 59 78 82 80 75 70 65

    Transporte Colectivo 41 32 18 20 25 30 35

    em autocarro 60 55 55 55 55 55 53

    em ferrovia19 36 37 37 40 40 40 42

    Urbano Suburbano

    em fluvial 4 8 8 5 5 5 5

    Fonte: Adaptado de DGTT (2000)20 e DGE (1999).

    Os dados presentes na tabela anterior reflectem a progressiva transferncia modal

    do Transporte Colectivo (TC) para o Transporte Individual (TI), partindo, em 1990,

    de uma distribuio de 59% para o TI em transporte urbano e suburbano,

    culminando, em 2010, em 75%. Ressalva-se que este um cenrio de no

    interveno no sistema, reflectindo a tendncia de transferncia dos anos

    anteriores.

    O mesmo se verifica para o transporte em longa distncia. Em 1990, a repartio

    do TI de 79% e, em 2010, espera-se que atinja os 88%.

    19 Inclui combio (elctrico e diesel) e metropolitano (no caso dos transporte urbano/suburbano). 20 DGTT (2000), Mobilidade e Transportes na AML, pela Direco Geral dos Transportes Terrestres, Lisboa.

    Maio 2004 37

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    No tocante ao consumo mdio dos autocarros (pesados de passageiros),

    considerou-se que a melhoria da tecnologia aplicada aos veculos, a organizao do

    trfego urbano e a melhoria das infra-estruturas conduziria a uma diminuio de

    consumo. Esta diminuio superior ao aumento decorrente da melhoria do servio

    de TC oferecido, nomeadamente em termos de aumento da cobertura territorial

    (nmero de quilmetros percorridos) e da diminuio das taxas de ocupao.

    Estes dados foram estimados seguindo a mesma metodologia anteriormente

    referida. A evoluo dos consumos reflecte igualmente a penetrao dos veculos a

    Gs Natural (GN) nas frotas da CARRIS e dos STCP21.

    Foram tambm consideradas alteraes repartio modal actual, na medida em

    que se considera um aumento gradual do modo ferrovirio em zona

    urbana/suburbana aps 2000 como resultado da melhoria da qualidade do servio

    prestado nas linhas de comboio suburbanas. Ainda assim, foi tida em considerao

    uma melhoria do servio de TC rodovirio e o fomento da sua utilizao sobretudo

    em zona urbana/suburbana. Relembra-se que os dados de consumo elctrico do

    modo ferrovirio no so apresentados, pois as emisses decorrentes deste tipo de

    traco so contabilizadas no sector electroprodutor.

    Tabela 2.24

    Consumo Mdio (pesados de passageiros)

    Transporte em: Consumo Mdio Unidade 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Combios diesel kcal/ lug.km 90 90 90 90 90 90 90

    Autocarros a

    gasleo l/100 km 34 34 33 32 31 31 31

    a GPL l/100 km 34 34 33 32 31 31 31

    Auto-Estrada

    Rural

    a GN l/100 km 34 34 33 32 31 31 31

    Autocarros a

    gasleo l/100 km 50 50 48 45 43 41 40

    a GPL l/100 km 50 63 60 56 52 50 48 Urbano Suburbano

    a GN l/100 km 50 50 50 50 50 50 50

    Fonte: Adaptado de DGTT (2000)22 e DGE (1999).

    21 Servios de transporte colectivo urbano de Lisboa e do Porto, respectivamente.

    22 DGTT (2000), Mobilidade e Transportes na AML, pela Direco Geral dos Transportes Terrestres, Lisboa.

    Maio 2004 38

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    TRANSPORTE AREO NACIONAL

    Existem dois tipos de vos conforme a sua provenincia e o seu destino:

    - internacional, se a origem do vo for em Portugal e o destino noutro pas ou

    vice-versa;

    - domstico, onde a origem e o destino so sempre em Portugal.

    Segundo as orientaes da Directiva dos Tectos de Emisso de GA, considera-se

    apenas o trfego domstico, incluindo, por isso, somente os dados respeitantes aos

    vos entre os principais aeroportos nacionais continentais e das regies autnomas.

    Os aeroportos aos quais se referem os dados so: Lisboa, Porto, Faro, Funchal,

    Ponta Delgada, Santa Maria, Horta, Flores.

    O modo operacional de um avio pode ser dividido em duas partes:

    - Descolagem/Aterragem, termo designado por LTO (Landing/Take-off cycle),

    que caracteriza os movimentos dos avies perto do aeroporto at uma

    altitude de 1000 metros (AEA, 2002). Este modo inclui descolagem e

    aterragem, deslocaes dos avies nos aeroportos ( em

    regime de espera (idle);

    - Cruzeiro, que representa movimentos de avies acima d

    altitude (AEA, 2002).

    Ilustrao das vr

    A mesma Directiva abrange apenas o cic

    ortugal, o f m g

    estima-se que, entre

    lo de vo LTO do trf

    P crescimento de tr ego (em ter os de passa eiros

    aeroportos entre 1990 e 2000 foi de 40% e

    Maio 2004 taxi), motoresos 1000 metros de

    Figura 2.3

    ias fases de um vo

    m

    o s

    200

    Fonte: AEA, 2002

    ego domstico. E

    transp rtado ) nos

    0 e 2010, seja

    39

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    de cerca de ( d d e c ) ta

    inte, apr a st l o ns d

    2

    50% depen endo o cenrio d cres imento considerado . Na bela

    segu esent -se e a evo uo no per do co idera o.

    Tabela .25

    Evolu 2

    n

    o do trfego domstico nos aeroportos portugueses entre 1990 e 020

    (movime tos)

    Cenrio Alto Cenrio Baixo

    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2005 2010 2015 2020

    Lisboa 21457 19900 17366 15607 28437 32942 38161 23914 28322 32741 37851

    Porto 9042 9274 7131 6198 8560 9917 11488 7199 8526 9856 11394

    Faro 4669 3166 3380 3059 4659 5397 6252 3918 4640 5364 6201

    Funchal 933 906 1008 1347 1599 1852 2146 1345 1592 1841 2128

    Sta Maria 5417 5036 5722 6089 11015 12760 14781 9263 10970 12682 14661

    Ponta Delgada 2475 2386 2903 3064 5173 5993 6943 4351 5153 5957 6886

    Horta 562 546 1206 1080 1388 1608 1863 1168 1383 1599 1848

    Flores 9632 12102 11870 11191 21726 23898 26288 19710 20695 21730 22817

    Funchal 9632 13202 16249 19750 23438 27151 31453 19710 23343 26986 31197

    Total 54187 53316 50586 47635 82556 94367 107921 70868 81281 91770 103786 Fonte: adaptado de NAER, 1998; adaptado de ANAM, 200023

    A projeco do trfego esperado para o aeroporto de Lisboa (Portela) teve por base

    os nmeros apresentados no estudo elaborado pelo Aroport de Paris (NAER,

    998). Adoptaram-se tendncias semelhantes de crescimento para os restantes

    aeroportos.

    Os nveis de actividade apresentados para o transporte de mercadorias decorrem

    dos inquritos anuais do INE (1990-2000) aos transportadores de mercadorias

    martimo. Refere-se que s existem estatsticas do transporte rodovirio de

    mercadorias por conta prpria, at 1999. O ano de 2000 tambm foi extrapolado a

    partir dos anos anteriores.

    No caso dos transportes terrestres, e tendo em ateno a relao de proximidade

    conhecida entre o transporte de mercadorias e o crescimento econmico,

    1

    O consumo decorrente do trfego domstico (ciclo LTO) foi estimado com base num

    consumo mdio por ciclo LTO. Este consumo mdio foi calculado atendendo ao peso

    das vrias aeronaves nas frotas das principais transportadoras (TAP, SATA,

    Airluxor) a operar no trfego domstico. O factor de consumo mdio 1688 kg/LTO

    (PIAC, 1996). Os resultados de consumo so apresentados na seco 2.3.3.3.

    TRANSPORTE DE MERCADORIAS

    rodovirios, e das estatsticas anuais colectadas pelo INE para o modo ferrovirio e

    23 ANAM (2002), Movimentos no aeroporto da Madeira, Funchal.

    Maio 2004 40

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    considerou-se uma indexao deste tipo de transporte taxa anual de

    d

    anteriormente, adoptou-se uma indexao de PIB+0,5% para esti

    o transporte de mercadorias ter umindo as tend cas do

    o.

    po

    am-s r

    la

    crescimento

    o PIB esperado, quer para o cenrio alto quer para o cenrio baixo. Como referido

    mar a evoluo

    d restres, ass ncias estatsti

    passad

    Quanto ao trans rte martimo e areo (nacional), as estatsticas apresentadas

    report e ao t fego domstico, em termos de toneladas transportadas.

    Tabe 2.26

    Evoluo do transporte de mercadorias nacional e internacional (por modo) [Cenrio

    business as usual]

    Cenrio Alto Cenrio Baixo

    Modo Unidade 2000

    2005 2010 2015 2020 2005 2010 2015 2020

    Rodovia 106tkm 27 248 34 934 44 788 57 101 71 588 32 655 39 135 46 639 71 588

    Ferrovia 106tkm 2 369 3 245 4 430 6 345 8 848 3 034 3 870 5 182 8 848

    Total 106tkm 29 617 38 180 49 217 63 446 80 436 35 689 43 005 51 821 80 436

    Martimo 103ton 10 031 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

    Areo 10 ton 3 38 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

    Fonte: INE (1990-2000) e DGE (1999)

    Considerando a reduzida expresso do transporte areo de mercadorias no

    cmputo nacional, o consumo energtico e as emisses associadas no foram

    contabilizadas.

    TRANSPORTES TERRESTRES (RODOVIRIO E FERROVIRIO)

    O clculo do consumo de energia por parte do modo rodoviario foi semelhante ao

    os do INE efectuados aos

    estimaram-se os km percorridos

    (1991-

    2002), extrapolaram-se as distncias percorridas anualmente at 2020, para cada

    - HDV (Heavy Duty Vehicles) -

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    No caso dos LDV, assumiu-se que a utilizao destes veculos (prioritariamente em

    ambiente urbano) se encontra prxima do ptimo (no existindo dados sobre esta

    cias anuais percorridas pelos HDV at 2020, foi necessrio

    clui-se que entre 1990 e 2000, o

    valor oscila em torno de 8 ton/veculo. Atendendo melhoria que se espera na

    ivamente a 2000, ao que corresponde a reduo de 1/3 dos km

    fectuadas em vazio.

    Tal como para os LDV, assumiu-se que os HDV percorrem, por ano, a mesma

    distncia em AE que os ligeiros de passageiros.

    Na tabela seguinte constam os valores de cada parmetro utilizado para as

    projeces de consum en po te rodovirios de

    ela

    matria na literatura disponvel). Assim, considerou-se que cada veculo circula

    cerca de 50.000km/ano. O inqurito aos operadores rodovirios de mercadorias

    efectuado 1995, foi possvel constatar que a distribuio dos km percorridos por

    ano : 26% em deslocaes de curta distncia e 74% em deslocaes de longa

    distncia (AE e rural em conjunto). Por outro lado assumiu-se que, nas deslocaes

    em Auto-Estradas, estes veculos percorrem a mesma distncia que os automveis

    particulares.

    Para estimar as distn

    assumir uma carga mdia de transporte por veculo de mercadorias (ton.veic). Com

    base nos valores disponibilizados pelo INE, con

    gesto logstica deste sector, assumiu-se que at 2020, seria reduzido o transporte

    em vazio. Assim, considerou-se que a carga mdia por veculo aumentaria de cerca

    de 50% relat

    e

    o de ergia r par dos operadores

    mercadorias.

    Tab 2.27

    Parmetr a o u n o r i

    mercadorias

    os apoio o clcul do cons mo de e ergia n transpo te rodov rio de

    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    C t dia p a DV lculo da dis nciam ercorrid pelos H

    106 tkm 15.385 20.338 30.015 37.890 46.232 55.629 60.342

    106 vkm 1.923 2.641 3.487 4.007 4.487 4.988 5.029

    ton/veic 8 8 9 9 10 11 12

    Nveiculos 6.883 8.603 15.143 22.004 25.023 26.552 27.084

    HDV

    km/veic 279.392 306.998 230.267 182.103 179.310 187.869 185.663

    Distncia md rcorridas pe c me rias ia pe los ve ulos de rcado

    AE 671 1.190 1.603 2.127 2.145 2.043 1.930

    Rural 36.141 35.622 35.208 34.684 34.666 34.769 34.882

    Urbano 13.188 13.188 13.188 13.188 13.188 13.188 13.188

    LDV (

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    AE 671 1.190 1.603 2.127 2.145 2.043 1.930

    Rural 20.647 22.234 6.148 11.767 11.536 12.292 12.236

    Urbano 3.417 3.755 1.243 2.227 2.193 2.298 2.271HDV (

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.29

    Factores de consumo dos modos terrestres

    Unidade 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    AE MJ/km 4,364 4,218 4,045 3,949 3,904 3,888 3,888

    Rural MJ/km 3,069 2,957 2,825 2,752 2,717 2,705 2,705 LDV

    Urbano MJ/km 4,053 3,936 3,796 3,719 3,682 3,670 3,670

    AE MJ/km 8,590 8,648 8,624 8,713 8,728 8,729 8,724

    Rural MJ/km 6,673 6,866 5,683 6,625 6,659 6,708 6,681 HDV

    Urbano MJ/km 8,762 8,830 7,434 8,237 8,214 8,250 8,194

    Locomotivas diesel Kcal/tkbr 100 113 110 105 100 95 90

    No caso do consumo de energia da ferrovia foi estimado o consumo especfico em

    termos de Wh/tkbr, com base nas estatstica fornecidas pela CP. Assim, estimo

    um aum

    prevendo-se uma recuperao gradual dos nveis de eficincia at 20

    t aos 90Wh/tkbr.

    stiment prev i

    ntido de favorecer este modo.

    u-se

    ento dos consumos de 100 para 110 Wh/Tkbr, desde 1990 at 2000,

    20, reduzindo

    a

    Tendo em ateno os inve os istos para o modo ferrovirio, admit u-se

    uma transferncia modal, no se

    Tabela 2.30

    Parmetros de caracterizao do crescimento do transporte de mercadorias

    terrestre (%)

    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

    Repartio modal da rodovia 92 92 93 92 91 90 89

    Repartio modal da Ferrovia 8 8 7 8 9 10 11

    Fonte: DGE (1999); INE (1990-2000)

    no interface ferrovia-rodovia, podero ocorrer

    uma fase ps-2010, e, para o trfego domstico, para o

    corredor de transporte Lisboa-Porto, dada a

    transporte internacional, seguindo as tendncias verificadas no Centro da Europa,

    nomeadamente na Sua.

    Por outro lado, o transporte de mercadorias terrestres poder perder cota de

    mercado caso o Transporte Martimo de Curta Distncia (TMCD) ganhe maior

    expresso em Portugal.

    Sabendo que no mdio prazo (5-10 anos) iro ocorrer alteraes significativas nas

    tcnicas de gesto de logstica

    alteraes importantes na estrutura modal do transporte de mercadorias

    favorecendo o modo ferrovirio. No entanto, admite-se que esta soluo apenas

    poder ser considerada n

    dimenso do territrio nacional. A

    implementao desta tecnologia poder ter uma expresso mais significativa no

    Maio 2004 44

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    TRANSPORTE MARTIMO NACIONAL

    Tal como no transporte areo de passageiros, no transporte martimo de

    mercadorias apenas se consideram os movimentos nacionais. Estes correspondem

    tal agilizar todos os procedimentos

    porturios e alfandegrios, no sentido de reduzir os tempos perdidos nas operaes

    e transhipment, tal como nos custos administrativos nos portos. Uma vez definida

    a poltica de investimentos neste sector que

    ser necessrio proceder a uma projeco slida do consumo de energia, face ao

    provvel crescimento deste tipo de servio.

    RESULTADOS NACIONAIS

    s resultados totais verificados em Portugal so apresentados nas tabelas

    eguintes. Os dados apresentados desde 2005 a 2020 so resultados obtidos do

    exerccio efectuado com o modelo da DGE apresentado anteriormente, para dois

    cenrios de crescimento macro-econmico.

    s trocas comerciais entre os portos continentais e das regies autnomas.

    Nesta fase, no possvel apresentar uma metodologia robusta para a estimativa

    de crescimento do transporte de mercadorias domstico, tendo-se optado pela

    manuteno das vendas registadas em 2000 (Balanos Energticos da DGE).

    Como referido anteriormente, o TMCD poder constituir uma alternativa slida ao

    transporte de mercadorias terrestre, nomeadamente no transporte de mercadorias

    para o centro da Europa (portos de Roterdo, Anturpia, Dunkerkem, etc.). Para

    tornar este modo mais atractivo, fundamen

    d

    favorea a execuo destas medidas,

    2.3.3.3 Resultados das Projeces

    O

    s

    Maio 2004 45

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.31

    Consumo Energtico Nacional [TJ] - Transportes [Cenrio de BAU]

    Modo Fuel Servio Veculo 2000 2005 2010 2015 2020

    CENRIO ALTO

    Rodovirio Gasolina Passageiros Automvel 86.243 102.278 119.677 129.984 134.477 Passageiros Motociclo 1.364 1.241 1.053 827 600 Passageiros Moto 2T-4T 2.621 3.604 4.677 5.306 5.536 Gasleo Passageiros Automvel 23.182 18.035 28.279 38.418 43.715 Mercadorias LDV 81.513 134.444 156.754 180.750 193.088 Mercadorias Pesados* 47.242 25.497 24.614 25.437 24.283 LPG Passageiros Automvel 1.000 2.103 3.192 4.079 5.171 Ferrovirio Gasleo Todos Locomotivas 1.828 3.001 2.868 3.231 3.854 Areo Jet Fuel Passageiros Aeronaves 1.781 2.163 2.587 2.969 3.435 Martimo Fuelleo Mercadorias Navios 1.416 1.416 1.416 1.416 1.416 Gasleo Martimo Mercadorias Navios 1.896 1.895 1.895 1.895 1.895 Total Total Todos 250.086 295.677 347.011 394.313 417.468 CENRIO BAIXO

    Rodovirio Gasolina Passageiros Automvel 86.243 98.845 112.705 121.214 127.326 Passageiros Motociclo 1.364 1.193 983 764 564 Passageiros Moto 2T-4T 2.621 3.491 4.418 4.962 5.252 Gasleo Passageiros Automvel 23.182 18.184 26.026 34.760 37.025 Mercadorias LDV 81.513 135.746 142.215 161.117 159.708 Mercadorias Pesados* 47.242 25.731 22.467 22.817 20.302 LPG Passageiros Automvel 1.000 2.032 3.005 3.803 4.895Ferrovirio Gasleo Todos Locomotivas 1.828 3.387 3.675 3.961 4.580Areo Jet Fuel Passageiros Aeronaves 1.781 2.163 2.587 2.969 3.435Martimo Fuelleo Mercadorias Navios 1.416 1.416 1.416 1.416 1.416 Gasleo Martimo Mercadorias Navios 1.896 1.895 1.895 1.895 1.895Total Total Todos 250.086 294.083 321.391 359.679 366.398 *Inclui HDV e Autocarros; **Inclui o transporte fluvial de passageiros na AML. Nota: Estes consumos do modo areo correspondem apenas aos consumos estimados com base nos LTO entre os principais aeroportos nacionais. Assim, de esperar um aumento dos mesmos (tal como previsto na Directiva dos Tectos relativamente s emisses do modo areo).

    No Documento 3 (Avaliao do Potencial de Eficcia Ambiental dos Instrumentos

    de Poltica em Vigor), apresentada a avaliao do impacte do programa Auto-Oil

    sobre as emisses de GA. O impacte desta medida nas emisses verifica-se pela

    reduo dos consumos energticos decorrente do aumento de eficincia dos

    automveis. Assim, o Cenrio de Referncia do consumo de energia dos

    Transportes incorpora o efeito deste Programa. A Tabela 2.32 inclui igualmente o

    efeito da Directiva sobre Biocombustveis.

    Maio 2004 46

  • PTEN: CENRIO DE REFERNCIA

    Tabela 2.32

    Consumo Energtico Nacional (