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CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Impresso Especial 9912205638/DR/BSB Casa do Ceará em Brasília CORREIOS Jornal da Casa do Ceará Ano XIX - 198 - Dezembro de 2008 Ceará em Brasília www.casadoceara.org.br Editorial, pág. 2 Expediente, pág. 2 Espaço de Luciano Barreira, É como dente, pág. 2 Conversando com os Leitores, pág. 2 Samburá, pág. 3 Assinada ordem de serviços para construção do TMUT do Pecém, pág. 4 BNB estima contratar R$ 1,5 bilhão para estoques de MPEs, pág. 4 Anúncio de José Lírio, pág. 4 Dossiê 1 - 70 anos de Fernando César Mesquita Depoimentos de José Sarney, Ari Cunha, Geraldo Vasconcelos, Os- mar Alves de Melo e Carlos Chagas, pág.5 Agência do BNB de Aracati contratou R$ 3 milhões com indústria têxtil. Jaguatêxtil pretende expandir parque industrial, pág. 6 Assembléia lançou livro de crônicas de Narcélio Limaverde, pág. 6 39 novos equipamentos esportivos para o Ceará, pág. 6 Anúncio da Nacional Gás, pág. 6 Dossiê I1 - 70 anos de Fernando César Mesquita Depoimentos de Lustosa da Costa e Wilson Ibiapina, pág.7 Reforma do Palácio da abolição, pág. 8 Ceará deve receber 720 mil turistas na alta estação, pág. 8 Ceará é o primeiro a receber empréstimo do BID para Pro¿sco, pág. 8 Anuncio da Oboé, pág. 8 Dossiê 1II – 70 anos de Fernando César Mesquita, pág. 9 Depoimentos de Milano Lopes, Antonio Frota Neto e Ubiratan Aguiar Anúncio da TAF, pág. 10 Dossiê 1V – 70 anos de Fernando César Mesquita, pág. 11 Depoimentos de Inacio de Almeida, Valmir Campelo e José Jézer de Oliveira Anúncio do Banco do Nordeste do Brasil, pág. 13 Transnordestina requer liberação de R$ 900 milhões, pág. 14 BNB destinou R$ 500 milhões para incentivar exportações, pág. 14 Produção de petróleo em Alto Santo, Limoeiro do Norte e Tabuleiro do Norte, pág. 14 Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 14 Leituras I, pág. 15 Artigo de JB Serra e Gurgel, Acopiara comemorou cinco centená- rios em 2008, de Gervásio de Paula, Nada se consegue só e de Edmilson Caminha, Luiz Amorim, o semeador da Cultura Anúncio da Confere, da Confederal, pág. 16 Leituras II, pág. 17 Humor Negro & Branco Humor, Como a banda toca; Súplica de trovador, Ah! Mon amour, mon coeur / mon hyprocrite lecteur! [De- calque sobre Baudelaire], de Luis Martins da Silva e A Bússola da Vida Cotidiana no Rio de Janeiro, de José Vale Pinheiro da Silva 324 cidades em emergência, pág. 18 Ceará implanta mais dois parques eólicos e atinge a produção de 56,33 MW, pág. 18 PGR é a favor do piso salarial nacional para professores, pág. 18 Anúncio do Gran Marquise Hotel, da Marquise, pág. 18 Página da Mulher, pág. 19 Artigo de Regina Stella, Um brinde à vida, Receitas nordestinas tes- tadas e aprovadas, por Raimundinha Ceará Serra Azul, Artigo de Regina Fitipaldi, Águas e arco-íris A história do urso comedor de rapadura, Urso encontrado abandonado em Sobral (CE) tem nova moradia, pág. 20 O PIB do Ceará teve uma expansão de 6,23% no terceiro trimestre, pág. 20 Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 20 Documento Discurso de Osmar Alves de Melo ao tomar posse no Instituto His- tórico e Geográ¿co de Brasília, pág. 22 Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 22 Lustosa da Costa ganha nova biogra¿a, desta vez pelas mãos de Luiza Helena Amorim, pág. 23 Anúncio das Farmácias Pague Menos Drugstore, pág. 24 Ceará em Brasília Casa do Ceará criou comissão especial para implementar o projeto Fausto Nilo. Leia mais pag. 21 Leia nesta edição Ministro Ubiratan Aguiar é o novo presidente do TCU, biênio 2008/2009. Leia mais na pág. 12 Projeto Fausto Nilo revoluciona a arquitetura da Casa do Ceará em Brasília. Leia mais na pág. 21 Omar Alves de Melo (Iguatu) tomou posse no Instituto Histórico e Geográ¿co do Distrito Federal; Nas fotos, cumprimentando o deputado distrital Raimundo Ribeiro e o ministro Humberto Gomes de Barros, recebendo o seu diploma das mãos do presidente do Instituto, Afonso Heliodoro. Dário Castro Alves foi homenageado na Embaixada de Portugal em Brasília. Leia mais na pág. 10 Fotos: Cristina Gallo e Renato de Oliveira / BG Press Casa do Ceará organizou programação natalina para os idosos da Pousada. Leia mais na pág. 10

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CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

ImpressoEspecial

9912205638/DR/BSBCasa do Ceará em Brasília

CORREIOS

Jornal da Casa do Ceará Ano XIX - 198 - Dezembro de 2008

Ceará em Brasíliawww.casadoceara.org.br

Editorial, pág. 2Expediente, pág. 2Espaço de Luciano Barreira, É como dente, pág. 2Conversando com os Leitores, pág. 2Samburá, pág. 3 Assinada ordem de serviços para construção do TMUT do Pecém,

pág. 4BNB estima contratar R$ 1,5 bilhão para estoques de MPEs, pág. 4Anúncio de José Lírio, pág. 4Dossiê 1 - 70 anos de Fernando César MesquitaDepoimentos de José Sarney, Ari Cunha, Geraldo Vasconcelos, Os-

mar Alves de Melo e Carlos Chagas, pág.5Agência do BNB de Aracati contratou R$ 3 milhões com indústria

têxtil. Jaguatêxtil pretende expandir parque industrial, pág. 6Assembléia lançou livro de crônicas de Narcélio Limaverde, pág. 639 novos equipamentos esportivos para o Ceará, pág. 6Anúncio da Nacional Gás, pág. 6Dossiê I1 - 70 anos de Fernando César MesquitaDepoimentos de Lustosa da Costa e Wilson Ibiapina, pág.7Reforma do Palácio da abolição, pág. 8Ceará deve receber 720 mil turistas na alta estação, pág. 8Ceará é o primeiro a receber empréstimo do BID para Pro sco, pág.

8 Anuncio da Oboé, pág. 8Dossiê 1II – 70 anos de Fernando César Mesquita, pág. 9Depoimentos de Milano Lopes, Antonio Frota Neto e Ubiratan

AguiarAnúncio da TAF, pág. 10Dossiê 1V – 70 anos de Fernando César Mesquita, pág. 11Depoimentos de Inacio de Almeida, Valmir Campelo e José Jézer

de OliveiraAnúncio do Banco do Nordeste do Brasil, pág. 13Transnordestina requer liberação de R$ 900 milhões, pág. 14BNB destinou R$ 500 milhões para incentivar exportações, pág. 14Produção de petróleo em Alto Santo, Limoeiro do Norte e Tabuleiro

do Norte, pág. 14Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 14Leituras I, pág. 15Artigo de JB Serra e Gurgel, Acopiara comemorou cinco centená-

rios em 2008, de Gervásio de Paula, Nada se consegue só e de Edmilson Caminha, Luiz Amorim, o semeador da Cultura

Anúncio da Confere, da Confederal, pág. 16Leituras II, pág. 17Humor Negro & Branco Humor, Como a banda toca; Súplica de

trovador, Ah! Mon amour, mon coeur / mon hyprocrite lecteur! [De-calque sobre Baudelaire], de Luis Martins da Silva e A Bússola da Vida Cotidiana no Rio de Janeiro, de José Vale Pinheiro da Silva

324 cidades em emergência, pág. 18Ceará implanta mais dois parques eólicos e atinge a produção de

56,33 MW, pág. 18PGR é a favor do piso salarial nacional para professores, pág. 18Anúncio do Gran Marquise Hotel, da Marquise, pág. 18 Página da Mulher, pág. 19Artigo de Regina Stella, Um brinde à vida, Receitas nordestinas tes-

tadas e aprovadas, por Raimundinha Ceará Serra Azul, Artigo de Regina Fitipaldi, Águas e arco-íris

A história do urso comedor de rapadura, Urso encontrado abandonado em Sobral (CE) tem nova moradia, pág. 20

O PIB do Ceará teve uma expansão de 6,23% no terceiro trimestre, pág. 20

Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 20DocumentoDiscurso de Osmar Alves de Melo ao tomar posse no Instituto His-

tórico e Geográ co de Brasília, pág. 22Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 22Lustosa da Costa ganha nova biogra a, desta vez pelas mãos de Luiza

Helena Amorim, pág. 23Anúncio das Farmácias Pague Menos Drugstore, pág. 24

Ceará em Brasília

Casa do Ceará criou comissão especial para implementar o projeto Fausto Nilo. Leia mais pag. 21

Leia nesta edição

Ministro Ubiratan Aguiar é o novo presidente do TCU, biênio 2008/2009. Leia mais na pág. 12

Projeto Fausto Nilo revoluciona a arquitetura da Casa do Ceará em Brasília. Leia mais na pág. 21

Omar Alves de Melo (Iguatu) tomou posse no Instituto Histórico e Geográ co do Distrito Federal; Nas fotos, cumprimentando o deputadodistrital Raimundo Ribeiro e o ministro Humberto Gomes de Barros, recebendo o seu diploma das mãos do presidente do Instituto, Afonso Heliodoro.

Dário Castro Alves foi homenageado na Embaixada de Portugal em Brasília. Leia mais na pág. 10

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Ceará em Brasília2Dezembro/08

Edit

oria

l O projeto Fausto Nilo da nova Casa do Ceará foi a melhor notícia de 2008 na Casa, em um ano de boas notícias resultado do empreendedorismo e a inovação do nosso presidente, Fernando César Mesquita.

O projeto é revolucionário em tudo, nada sur-preendente, vindo de onde veio, com a motivação e o talento de quem conhece a alma cearense e a concepção urbanística e paisagística de Brasília.

Dois marcos são signi cativos para nós:1) A refundação da Casa. Em condições

precárias, a herança dos fundadores chegou a 45 anos.

A nova Casa terá mais 45 anos de sobrevida, com condições de se auto- nanciar com os equipamentos de que disporá.

2) A inclusão da Casa do Ceará no ro-teiro turístico de Brasília. Não só pelo partido arquitetônico e urbanístico, mas pela forma como o cearense saberá receber os visitantes em um território demarcado e impregnado de cearensidade.

Há um terceiro eixo que está no imaginário de cada um nós: o governo do Ceará e empresários cearenses se interessarem pelos espaços, mediante parcearia, para que o espaço tenha a tutela do Ceará. Seria importante que isto acontecesse para que as marcas do Ceará estivessem sempre presentes.

A apresentação de Fausto Nilo, na Casa, num sá-bado de chuva em Brasília,foi algo que nos encheu de orgulho e nos levou ao sonho, mesmo porque vários dos presentes lembravam que a Casa vivia – como vive – de pires na mão, implorando sua manutenção. Com o novo cenário, o pires deverá ir para o armário ou virar peça de museu.

A idéia do Teatro Antonio Bandeira nos emocio-nou, emoldurado por um “envelope” de uma de suas telas, com suas cores e sua ousadia.

Muito obrigado, Fausto.Inácio de Almeida (Diretor )

Fundada em 15 de outubro de 1963Fundadores – Chrysantho Moreira da Rocha (Fortaleza) e Álvaro Lins

Diretoria Pesidente - Fernando César Moreira Mesquita (Fortaleza): Luiz Gonzaga

de Assis (Limoeiro do Norte), 1º vice; Nasion de Melo Ferreira (Fortaleza), 2º vice; José Sampaio de Lacerda Junior (Fortaleza), diretor de Planejamento

e Orçamento; Wanderley Girão (Fortaleza) diretor de Saúde, Regina Stela Stuart Quintas (Fortaleza), diretora de Educação e Cultura; JB Serra e

Gurgel (Acopiara), diretor de Comunicação Social, Leimar Leitão de Assis (Fortaleza), diretor de Obras, Maria de Jesus Martins Monteiro (Boa Viagem), diretora de Promoção Social, e João Rodrigues Neto (Independência), diretor

Jurídico.Conselho Fiscal

Membros efetivos: José Ribamar Oliveira Madeira (Uruburetama), Evandro Pedro Pinto (Fortaleza) e José Carlos Carvalho ( Itapipoca);

Membros suplentes: Ciro Barreira Furtado (Baturité), José Colombo de Souza Filho (Fortaleza) e José Aldemir Holanda (Baixio).

Jornal da Casa do CearáFundador e Editor Emérito - Luciano Barreira (Quixadá)

Conselho EditorialAry Cunha (Fortaleza), Carlos Pontes (Nova Russas), Edmilson

Caminha (Fortaleza), Egidio Serpa (Fortaleza), Frota Neto (Ipueiras), Ger-aldo Vasconcelos (Tianguá), Gervásio de Paula (Fortaleza), Haroldo Hol-

landa (Fortaleza), Jorge Cartaxo (Crato), J. Alcides (Juazeiro do Norte), José Jézer de Oliveira (Crato), Lustosa da Costa (Sobral), Marcondes Sampaio

(Uruburetama), Milano Lopes (Fortaleza), Orlando Mota (Fortaleza), Paulo Cabral Jr. (Fortaleza), Raimunda Ceará Serra Azul (Uruburetama), Roberto

Aurélio Lustosa da Costa (Sobral) e Tarcisio Hollanda (Fortaleza).Diretor

Inacio de Almeida (Baturité) Editores

JB Serra e Gurgel (Acopiara) e Wilson Ibiapina (Ibiapina)[email protected] / [email protected]

Editoração EletrônicaCasa do CearáDistribuição

José Ulisses Fontenele Figueira (Viçosa do Ceará)Circulação

Banco de dados com apoião da ANASPSEndereço SGA /N 910, Conjunto F/G - Asa Norte70.790-100 - Brasília – DF - Tel (61) 3272-3833

[email protected] / www.casadoceara.org.br

Expediente

(*) Luciano Barreira

É como dente O brasileiro, diante do chifre, se comportar dos modos mais dife-

rentes. Na maioria das vezes sobressai o machão, que bate, machuca e mata. O Doca Street, roído de ciúmes, matou uma linda mulher. Um cantor goiano, o Lindomar Castilho, matou a sua, também artista. Aqui no Ceará, um médico acertou um tiro no olho da sua ex, muito ex-cara metade.

Mas há os outros cornos muito menos agressivos. Uma gura popular é do corno manso. Existe até cachaça “Amansa Corno” santo remédio para os ditos cujos.

O “Vei” Carnera tem uma teoria muito particular sobre chifres e seus portadores. Certa vez, chega a o cina um amigo dele , que ca ali encabulado roendo as unhas...

O que há, amigo, anda chateado?Muito, muitíssimo, Carnera...Mas o que há, homem?Ando “ligeiramente” descon ado que estou chifrudo, Carnera...Cuidado. Nessas coisas geralmente há intriga, calúnia...Porque descon a?Veja se não dá... eu tô desempregado, a mulher também... e lá em

casa a coisa está melhorando... A mulher sempre arranja com que com-prar o principal , comida (até boa) e umas roupinhas pros meninos... livro, caderno, não tá faltando nada, meu amigo velho.

Ms como você prova, pode ser “ajuda da família... algum parente sensibilizado, às vezes acontece...

Acho que não, Carnera, é coisa de chifre mesmo.A mulher mudou, sai todo dia. É dentista, é cabeleireiro, é manicure.... Acho que é ver-dade, “virei” corno mesmo, Carnera.

Carnera, fraternalmente, colocou a mão no ombro do amigo. Re-solveu consolar o coitado:

Não desespere, companheiro, chifre é como dente. Dói pra nascer, mas depois que nasce, ajuda a viver...

Assim Rachel de Queiroz sintetizou a personalidade de João Clímaco Bezerra

Homenageando João Clímaco Bezerra , a Prefeitura Municipal de

Espaço Luciano Barreira

Conversando com o Leitor + Insistimos com os leitores para que nos informem sobre

a mudança deendereço. Temos, felizmente, baixo índice de retorno, mas isso tem custo para a Casa. Portanto, nos avise por telefone ou e-mail sobre mudança de endereços e de amigos cearenses, em Brasília ou no Ceará, que queiram receber o Jornal da Casa do Ceará.

●●●●●●●●●+ Ultrapassamos em menos de um ano 20 mil visitas ou

acessos ao site da Casa.●●●●●●●●●

+ Agradecemos ao Secretário da Casa Civil do Governo do Ceará, Arialdo Pinho, por sua decisão de apoiar o Jornal da Casa do Ceará em Brasília em todas as edições 2009.

●●●●●●●●●+ A proposta da nova Casa do Ceará, em Brasília, elabora-

da pelo arquiteto e urbanista Fausto Nilo recebendo elogios pela ousadia.

●●●●●●●●●+ A Casa do Ceará agradece às manifestações de apoio pela

coragem de mudar e de inovar na construção de uma nova sede que colocará a Casa no Roteiro Turístico de Brasília.

●●●●●●●●●+ A Nacional Gás, do Grupo Edson Queiroz, deu demons-

tração de apoio à Casa do Ceará com sua campanha de des-tinação de 20 centavos de cada botijão vendido em Brasília para apoiar as ações sociais da Casa.

●●●●●●●●●+ A Casa do Ceará agradece advogado Estênio Campelo

que, num gesto de desprendimento, doou R$ 20 mil reais para

as obras assistenciais da Casa.●●●●●●●●●

+ Foi de nitiva a decisão do ministro Ubiratan Aguiar que optou por realizar na Casa do Ceará o jantar de con-fraternização por sua eleição para a presidência do TCU. “Nada melhor do que me juntar ao meu povo nesta hora, disse Ubiratan ao presidente Fernando César Mesquita.

●●●●●●●●●+ Grato a Ana Miranda pela manifestação de apreço e

reconhecimento ao texto republicado sobre sua obra que mereceu a Sereia de Ouro.

●●●●●●●●●+ Ultrapassamos a marca de 3,500 exemplares impressos

e distribuídos. Começamos 2008 com 2.000 mil jornais. Avançamos e mais não crescemos por causa das despesas com os Correios.

●●●●●●●●●+ Cumprimentamos a nova diretoria da ANABB, li-

derada por Valmir Camillo. Cumprimentamos também o nosso Diretor de Planejamento e Orçamento, José Sampaio de Lacerda Junior, eleito para o Conselho Deliberativo da ANABB.

●●●●●●●●●+ O Projeto Luiz Assunção voltará em 2009 ainda mais

fortalecido. Foram boas as parcerias realizadas em 2007, especialmente com os Colegios Farias Brito e Ary de Sá, bem como as Tintas Hidracor, do grupo J.Macedo. Como a rma o presidente Fernando César: “estamos virando o jogo”.

Fortaleza escolheu um dos intelectuais que mais honram as nossas letras. O romancista e contista, o homem de imprensa impecável, é, sozinho, um monumento, pela sua obra e pela sua vida. Se mais não o conhecem, será porque a modéstia nunca lhe permitiu apregoar-se nas feiras da vaidade. Escolheu para si a penumbra, a pouca fala, a discrição. Por ele falam os seus livros – e como falam! E são os livros que lhe asseguram o seu lugar na imortalidade; a obra , bela e fecunda, é que lhe garante – perante todos que a conhecemos e a admiramos tanto, essa posição privilegiada de que a homenagem de hoje é testemunha e penhor.

Memorial do Grupo Clã

Artur Eduardo Benevides, Quem somos nós, depois de tantos anos?

Lidadores, ainda, ou já cansados?Que doce tempo de ócios, descuidadosDeixamos para além dos vãos enganos!

Éramos jovens, tontos, agitados, Solidários e éis a grandes planos.E tivemos mais êxitos que danosNos felizes decênios já passados

Da Grande Guerra vimos os escombrosE auroras vieram sobre os nossos ombrosJamais nos encontrando em vãs tardanças

E não trocamos sonhos indultosSe já não praticamos os tumultosConservamos as mesmas esperanças

(*) Artur Eduardo Benevides (Fortaleza) fundador do Grupo Clãe ex-presidente da Academia Cearense de Letras

(Dia da Cultura, Caderno Cultural nº 8, Fortaleza, 1993)

(*) Luciano Barreira (Quixadá), jornalista e escritor

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br3 Dezembro/08

Confraria dos CearensesO ministro Valmir Cam-

pelo (Crateús) e Marizalva (Aurora) receberam para homenagear a Confraria dos Cearenses e a Casa do Ceará em Brasilia, dia28.11, no último encon-tro do ano da Confraria. Presentes os ministros Gil-mar Mendes (Diamantino/MT) e Guiomar Feitosa Mendes (Tauá), ministro Carlos Ayres de Brito, presidente do TSE, ministro Cezar Rocha (Fortaleza), presidente do STJ, ministro Benedito Gonçalves (Rio de Janeiro), ministro Ubiratan Aguiar (Cedro) e Terezita, minis-tro José Coelho (Novo Oriente) e Genoveva, ministra Kátia Ma-galhães Arruda e seu marido advogado geral da União, Adriano Paiva; procuradores Antonio Fernando de Souza (Fortaleza), Roberto Gurgel (Fortaleza) e Cláudia, José Adonis Callou de Araújo Sá (Juazeiro do Norte) e Leide, Alvaro Ribeiro da Costa Filho (Fortaleza) e juíza Fátima Figueiredo Costa, Lucas Fur-tado (Fortaleza) e Manoela, deputado Eunicio Oliveira (Lavras da Mangabeira) e Monica; Paes de Andrade (Mombaça) e Gil-dinha, embaixador José Marcus Vinicius de Souza (Fortaleza) e Márcia, jornalista Fernando Cesar Mesquita (Fortaleza), presidente da Casa do Ceará e Claudia Carneiro, empresário Geraldo Vasconcelos (Tianguá), presidente da Confraria dos Cearenses, e Maria, jornalistas Lustosa da Costa (Sobral) e lho Carlos, Marcondes Sampaio (Uruburetama) e Ana, Egidio Serpa (Fortaleza) e Helena; Wilson Ibiapina (Ibiapina) e Edilma, JB Serra e Gurgel (Acopiara) e Marilia, J. Alcides (Juazeiro do Norte) e Ivanilde, Jorge Cartaxo (Crato) e Magna,José Jezer de Oliveira (Crato), Carlos Pontes (Nova Russas), Tarcisio Holan-da (Fortaleza) e Daise, advogados Estênio Campelo (Crateús) e João Rodrigues Neto (Independência) e Médico Marcelo de Almeida Ferrer (Lavras da Mangabeira) e Gláucia.

Apoio à Casa do CearáO advogado Estênio Campelo, irmão do ministro

Valmir Campelo, do TCU, fez doação de R$ 20.000,00 à Casa do Ceará.

BezerrãoO ministro Valmir Campelo credita ao radialista José Car-

los de Araújo, da Rádio Globo, o nome de Bezerrão dado ao Estádio que construiu no Gama. Lembra que foi apresentado ao radialista quando era administrador do Gama. Quando lhe disseram que o estádio teria o nome de Estádio do Gama, decidiu, por conta própria, rebatiza-lo para Bezerrão, o fazendo na festa de inauguração. Pela força da Radio Globo no DF o Bezerrão pegou.

Novos cantoresNa Casa do Ministro Valmir Campelo, no jantar de confra-

ternização da Confraria dos Cearenses e da Casa do Ceará em Brasília, alguns destaques: o violonista José Adonis Callou, o coro composto por Fernando César Mesquita, Jorge Cartaxo e ministro Ubiratan Aguiar no “remake” de sambas antigos, o solo de Claudia Carneiro que também brilhou na pista com Fernando.

Fortaleza A prefeitura Luiziane Lins teve um orçamento de 2,9

bilhões terá em 2009 R$ 3,4 bilhões.45 anos da Santana Textiles A Assembléia Legislativa realizou em 12.11 sessão solene

em homenagem aos 45 anos da empresa de tecidos Santana Textiles, por solicitação do deputado Adail Carneiro, do PMDB. A Santana Textiles tem origem no interior do Ceará, na cidade de Jaguaruana. Em quatro décadas de atividades, é considerada hoje uma das maiores empresas têxteis brasileiras.

SAMBURÁ Pague MenosFesta na rede cearense de

farmácias Pague Menos: inau-gurou em Taguatinga, Brasília, e em Cariacica , no Espírito Santo suas duas novas lojas. Com elas, a rede controlada pelo empresário Duesmar Quei-rós completou 299 unidades espalhadas por todos os estados brasileiros. Mas já abriu a loja de número 300. Foi em Rio Branco, Acre.

Dias Branco: lucro Saíram os resultados nanceiros do Grupo M. Dias

Branco relativos ao terceiro trimestre deste ano: o lu-cro com os incentivos scais alcançou R$ 52,6 milhões, crescendo 12,4% em relação a igual período de 2007, e R$ 171,2 milhões nos primeiros nove meses deste ano, número 44,7% maior do que o obtido nos mesmos nove meses do ano passado. O volume de vendas seguiu aumentando, ampliando a liderança e market share (volume) no mercado nacional, tanto em massas (de 18,3% para 21,9%) quanto em biscoitos (de 13,8% para 19,5% ). Esse crescimento em volume tem re etido no aumento da Receita Líquida, que passou de R$ 383,6 milhões no terceiro trimestre de 2007 para R$ 613,2 milhões no mesmo trimestre deste ano, representando incremento de praticamente 60% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 8% em relação ao segundo trimestre.

Espaço Estênio CampeloFernando César Mesquita inaugurou em 09.12 o Es-

paço Estênio Campelo, na Casa do Ceará, para mega-eventos, já tendo servido para o jantar de comemoração da posse do ministro Ubiratan Aguiar na presidência do TCU.

Na inaguração, as presenças do Ministro Ubiratan Aguiar, dos irmãos de Estênio, Carlos Rubens e Maria Valdira, dos lhos Andrea e Guilherme, Hesir Espíndola, Maria Dionne, Cassia Groto, Geraldo Vasconcelos, Wilson Ibiapina, Wanderley Girão, Nasion de Melo, João Rodrigues Neto, Maria de Jesus Martins Monteiro, José Sampaio de Lacerda Junior, José Colombo Fiho, Francisco Mirto, Clau-dia Carneiro, Osmar Alves de Melo, Rodolfo Espindola, Raimundo Nonato Viana.

Icó-Lima CamposPreocupado com a situaão do perímetro irrigado Icó-Lima

Campos, que se encontra com infra-estrutura precária, o deputado Eunício Oliveira e o diretor do Dnocs, Dr. Felipe Cordeiro se comprometeram para que o Ministério da Inte-gração libere investimento de R$ 4,3 milhões, destinados a recuperação das estradas, canais e diques de irrigação que foram dani cados em razão das fortes chuvas e que acabaram prejudicando os agricultores que sobrevivem da atividade. A reclamação dos agricultores foi encaminhada ao deputado Eunício Oliveira pelo prefeito eleito do município de Icó, Marcos Neto e também pelo deputado estadual Neto Nunes.

Luizianne apóia EunicioA Prefeita reeleita de Fortaleza, Luizianne Lins, em en-

contro com a bancada cearense na Câmara dos Deputados, em Brasília, , rea rmou seu apoio à candidatura do deputado Eunício Oliveira ao Senado Federal em 2010.. Luizianne veio pedir apoio da bancada para três emendas: uma de RS 35 milhões para reformar o Presidente Vargas, , outra de R$ 28 milhões para o Hospital da Mulher, e outra de R$ 25 milhões para a Avenida Beira Mar.

Lucio BrasileiroNa fila de autógrafos, no

lançamento do livro de Lúcio Brasileiro, no Iate Clube, em Fortaleza, muitos amigos e sete horas e meia de autógrafos, co-meçando pelo advogado Adria-no Josino. Representando a área médica, Glaura Férrer; dos em-presários, Raimundo Del no; da turma do Ideal Clube, Humberto Cavalcante; dos velhos amigos Zelma e Adrísio Câmara; do jornalismo de Brasília, Fernando Cesar Mesquita e Lustosa da Costa. Das amigas queridas Ethel Whitehurst e Wilma Patrício. Casais Jorge Parente; Antônio dos Santos; Luís Frota; Ivens Dias Branco; Antônio Marques; Hélio Lei-tão; Paulo Quezado; Edilmar Norões, Expedito e Dayse Machado. Mais Lurdes Gentil, Lúcia Dummar, Sulamita Cabral, Wanda Queiroz, Adísia Sá, Marcelle Câmara Be-atriz Philomeno, Marcos André Borges. Arimatéia Santos, Raul Cabral, Fábio Campos, Ednilo Soarez, Pádua Lopes, Erivaldo Arraes.

Desembargador Eymard na CasaFernando César recebeu na Casa do Ceará de Brasília

desembargador Eymard Amoreira, que visitou tudo, viu tudo e aprovou tudo

ApoioOsmar Alves de Melo (Iguatu) que assumiu sua cadeira

no Instituto Histórico e Geográ co do Distrito Federal vem de receber calorosos cumprimentos do prefeito de Acopiara, Antonio Almeida. Osmar é da família Melo de Isidoro. Seu tio, Alfredo Nunes de Melo, foi prefeito de Acopiara.

Soltando o verboA atriz cearense Luiza Thomé, que é contratada da

Record há cerca de três anos, criticou sua antiga casa, a Globo, durante divulgação do especial Os Ó culos de Pedro Antão, adaptação de Machado de Assis em formato Hollywood “Eu acho a política da Globo meio suja, de deixar atores bons na geladeira, para caírem no esquecimento, sem que eles possam trabalhar em outra casa”, disse, acrescentando: “Fiquei 20 anos na Globo e então posso falar isso. A Record não tem um ambiente neurótico como lá, ninguém ca dando ata-ques e chiliques, não se in a o ego das pessoas, lá todo mundo é igual”.

PIBO PIB per capita do Ceara continua sendo um dos mais

baixos do país, Abaixo de nós estão apenas Paraiba, Ala-goas, Maranhão e Piaui. O PIB per capita é de apenas R$ 5.636, conforme o IBGE. A média brasileira é de R$ 12.688. O nosso PIB é menos duas vezes e meia do que o PIB nacio-nal per capita. E sete vezes menos que o de Brasília, Acima de nós estão estados como Acre, Sergipe, Roraima e Amapá. Estamos mal na ta..

Recorde negativoA deputada Gorete Pereira (PR_CE) conquistou um dos

recordes negativos nas eleições municipais de 2008: apenas 0,96% dos votos obtidos para a prefeitura de Juazeiro do Norte. Houve deputados com indices ainda piores no Mara-nhão, São Paulo e Rio de Janeiro.

GramposÉ grande a quantidade de grampos no Ceará: 3.417;

Na liderança está São Paulo, com 21.669, seguindo-se Pa-raná. Com 13.373; Santa Catarina, 6.267; Minas Gerais, 4.974, Pernambuco, 4.875. Rio Grande do Sul, 3.584 e Rio de Janeiro, 3.417.

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Ceará em Brasília4Dezembro/08

Assinada ordem de serviços para construção do TMUT do PecémO governador Cid Gomes assinou em 22.11, no Complexo

Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, a Ordem de Serviços para a construção do Terminal de Múltiplas Utilidades do Pecém (TMUT).

A obra é a primeira das cinco etapas de ampliação previstas para o Terminal Portuário do Pecém, nos próximos oito anos. O valor total dos investimentos previstos é de cerca de R$ 2,3 bilhões.

A construção do TMUT custará cerca de R$ 350 milhões e vai permitir um incremento na movimentação de conteiners de cinco vezes a atual que é de 150 mil TEUs por ano. Este valor inclui R$ 37 milhões da fabricação das camisas metálicas que revestirão as estacas da ponte de acesso e ao pátio de cargas do TMUT, cuja ordem de serviço será dada também pelo governa-dor. As 996 camisas metálicas, a serem fabricadas pela empresa GM 5 Indústria e Comércio Ltda, vencedora da licitação para a obra, terão 800 milímetros de diâmetro, com 24.900 metros de comprimento, pesando 4.980 toneladas servindo para o revesti-mento das estacas de concreto da ponte e do cais de atracação. Outra ordem de serviços a ser assinada é para implantação de 264 tomadas para conteiners frigori cados no pátio de estoca-gem. O TMUT vai ser construído pelo consórcio Marquise/Ivaí e deverá car pronto até 2010.

Desde 2002, quando inaugurado, o Terminal do Pecém tem utilizado os dois berços de atracações do Terminal de Granéis Sólidos e Produtos Siderúrgicos, em caráter provisório, para movimentação de cargas múltiplas, resultando num expressivo aumento do total de cargas movimentadas, o que fez dele maior exportador de frutas e pescados. Com a chegada de novos e importantes investimentos no Complexo Industrial e Portuá-rio como a Siderúrgica, Re naria Premium II da Petrobras e outros empreendimentos, surgiu a necessidade da expansão do Terminal Portuário.

As obras do TMUT constam de prolongamento de 1.000 metros do quebra-mar existente, que passará a ter um total de 2.770 metros; construção de dois berços de atracação con-

BNB estima contratar R$ 1,5 bilhão para estoques de MPEs

Até o mês de setembro, o volume de nanciamentos concedidos pelo Banco no âmbito do Giro Estoque já havia superado a marca de R$ 1 bilhão

O Banco do Nordeste pretende liberar R$ 1,5 bilhão até o nal de 2008 para micro e pequenos empresários que desejam ampliar seus estoques para o período de boas vendas, que se inicia nos últimos meses do ano. Por meio da linha de crédito Giro Estoque, as empresas podem se preparar para atender uma maior demanda dos clientes, investindo na aquisição de mercadorias e insumos em grandes quantidades.

De acordo com o gerente de Negócios com Micro e Pequenas Empresas do BNB, Lauro Ramos, a prospecção representa um salto de 170% em relação a 2007, quando foram aplicados R$ 568,5 milhões. “Até o mês de setembro, o volume de nanciamentos superou R$ 1 bilhão, surpre-endendo as expectativas. Comparando-se este resultado ao mesmo período do ano anterior observamos um incremento de 350% do valor contratado”, a rmou.

Os indicadores positivos retratam as condições especiais oferecidas pela linha de crédito, que proporciona aos micro-empresários os melhores juros e prazos do mercado, além de trabalhar com um processo simpli cado para concessão dos nanciamentos.

Segundo o superintendente da Área de Negócios do BNB, José Válter Freitas, as agências devem aproveitar a proximi-dade das comemorações do último trimestre para intensi car a realização de negócios, principalmente no setor varejista e de serviços. “Apesar da movimentação do mercado diante dos juros, o Giro Estoque permanece com a taxa de 0,98% ao mês para microempresas no semi-árido”, ressaltou.

tínuos, com extensão total de 760 metros de comprimento, sendo 700,00 metros de cais acostável visando acomodar navios conteiners de última geração; e implantação de linha de guindastes para descarregamento e carregamento de contei-ners; retroárea para pátio de estocagem com cerca de 87.400 metros quadrados. A obra demandará recursos da ordem de R$ 313,7 milhões.

Estão previstas também a ampliação da ponte que, dá aces-so ao terminal, em 363 metros de extensão, com pista dupla, passeio, guarda-rodas e sistema de iluminação; a instalação de energia elétrica, abrangendo geração de energia; alimentadores; subestação; distribuição de média tensão e baixa tensão; implan-tação de 480 tomadas para conteiners frigori cados, abasteci-mento de água tratada, telefonia, telemática, sistema de combate a incêndio e sistema de controle automatizado das instalações. A ponte passará dos atuais 2.160 metros de cumprimento para 2.523 metros. Serão feitos também uma edi cação para balança rodoviária, prédio de apoio operacional/administrativo, casa de bombas de incêndio, subestação e guarita.

O TMUT é a primeira das cinco etapas de ampliação do Terminal Portuário a serem executadas nos próximos oito anos. As outras obras previstas são a construção de três berços de atracação para atender a movimentação de placas siderúrgicas; implantação de quatro correias transportadoras para movimentação de carvão mineral e minério de ferro; quatro descarregadores para estes insumos; seis carregadores de placas; dois píeres petroleiros para atender a Re naria; uma ponte de acesso de 800 metros; um quebra-mar com 2.300 metros de extensão; e um berço de atracação com 380 metros para atender a exportação de minério de ferro e grãos. A previsão e de que estas etapas, orçadas em R$ 2,3 bilhões, estejam concluídas até 2016.

Encontra-se em fase nal, a reforma do píer dois, cujas obras pertencem a Petrobras, que permitirá elevar a oferta de gás na-tural dos 550 mil metros cúbicos por dia atualmente, para sete milhões de metros cúbicos por dia, em 2009.

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br5 Dezembro/08

Dossiê I

Osmar Alves de Melo (*)

Fernando César Mesquita é um nome nacional, na vida política e no jornalismo. Mas nunca perdeu aquele jeito simples e humilde de cearense e a capacidade inesgotável de fazer amigos.

Conheci-o ainda em Fortaleza nos bons tempos de estudante e mudei-me para o Rio de Janeiro para fazer o Curso de Direito, em 1959. E reencontrei-me com ele em Brasília em 1963, onde já se projetava como bem informado cronista político, creio, no “Estadão de São Paulo”.

Juntamente com Mário Honório, Fernando César ensi-nou-me os caminhos da vida noturna da nova capital, que praticamente começava e terminava na boite do Brasília Palace Hotel. Memoráveis tempos aqueles.

(*) Osmar Alves de Melo (Iguatu), advogado.

Jeito simples e humilde

70 anos de Fernando César Mesquita

LamentoCarlos Chagas (*)

Começo com um lamento. Dos jornalistas que conheci, Fernando César foi daqueles com sensibilidade foi daqueles com maior sensibilidade para perceber o que era notícia. Trabalhamos juntos doze anos, na sucursal de O Estado de S. Paulo em Brasília. De sua iniciativa partiram reporta-gens e campanhas variadas, como a que denunciou e expôs as mordomias dos governos militares, ou a que revelou o grande escândalo de um governo na capital federal, o

Buritigate, quanto altos funcionários compravam luxuosos apartamentos a preço de banana podre.

O lamento vai por conta de Fernando César haver deixado a infantaria do jornalismo, onde hoje seria, sse continuasse, um general de estado-maior, quem sabe comandante em chefe. De Secretário de Imprensa da Presidência da Repú-blica no começo do governo Sarney, em vez de retornar à pro ssão, aventurou-se por outras atividades, claro que com o mesmo brilho, mas desviado de sua verdadeira destina-ção. Foi ombudsman, depois governador de Fernando de

Noronha, em seguida assessor de candidatos presidenciais, mais tarde chefe da Comunicação Social do Senado, onde implantou a televisão. Principal auxiliar de dois presidentes do Senado, representante de um governador em Brasília, presidente da Casa do Ceará, isso entre mil outras atividades, o caro amigo está devendo a volta às origens. Não para obter sucesso, que esbanja sempre onde estiver. Mas para seguir a natureza das coisas.

(*) Carlos Chagas, jornalista e escritor.

Um amigo de fé, um irmão camarada.Geraldo Vasconcelos (*)

Fernando César é desses amigos que aparecem de caju em caju.

Amigo sincero, desinteressado, correto, prestativo, com-preensivo, solidário.

Um amigo para guardar dentro do peito, no coração.Conheço-o desde que chegou a Brasília, em maio de

1972, empolgado, completamente devotado ao jornalismo. Eu presidia e dirigia o Diário de Brasília.

Logo em seguida, com o Wilson Ibiapina e o Ari Cunha, fomos à Fortaleza em voo inaugural da Transbrasil. O papo foi de confraternização e alegria.

No regime militar despertou nele a febre incontida de comba-ter os Excessos e de construir um Brasil democrático e justo.

Dias e noites na redação, atento a tudo que acontecia, apaixonado pela notícia.

Fora dali, vinha ao nosso encontro desprendido, ouvindo todos com atenção e carinho.

Um pé em Brasília e outro em Fortaleza. Mão no DF e cabeça no Ceará.

Jamais o vi se lamentando, brigando consigo mesmo ou com outrem.

Mas de astral bom, exibindo a expressão de querer servir.Sua dedicação ao Presidente Sarney, sua delidade aos

amigos, independente de opiniões contrárias, atesta a gran-deza de seu caráter.

Sua forma de administrar redação ganhou dimensão na administração pública, o que fez com sabedoria, competên-cia, zelo, responsabilidade, fazendo escola, no cumprimento

das missões que lhe foram con adas.De repórter a chefe de redação, de porta-voz da Presi-

dência da República a Governador de Fernando Noronha, não se alterou nem mudou de comportamento. Manteve-se o mesmo.

Ele e o Wilson Ibiapina criaram a Confraria dos Cearenses para valorizar a nossa cearensidade. Pediram-me que a coor-denasse. Nosso objetivo único é o de preservar o patrimônio comum. Não medimos esforços nesta direção.

Por sua criatividade e determinação vai sacudir a Casa do Ceará, onde chegou de mansinho e já começa a operar mudanças. Aos 45 anos, a Casa tinha um futuro incerto.

(*) Geraldo Vasconcelos (Tianguá), empresário, presi-dente da Confraria dos Cearenses,

Administrador de alto bordoAri Cunha (*)

Onze deste dezembro Fernando César festeja seus setenta a Onze deste dezembro Fernando César festeja seus setenta anos. Nossa amizade vem da era de cinqüenta, ainda no Ceará. Jornalista excepcional e administrador de alto bordo.

Já foi ministro, homem forte do Senado, ocupou muitas po-sições como de fundador do Incra. Governador de Fernando de

Noronha, mudou a vida na Ilha, proibiu estrangeiras pretendentes a instalar hotéis de luxo e explorar o jogo. Os barqueiros morriam quando o mar encrespava. Obrigou a todos usarem sistema de rádio. Conseguiu salvar muita gente.

A bacia dos gol nhos, cercou de bóias. Era proibida a pesca, como entrar no lugar sagrado deles. Dava gosto ver como cou a ilha.

Quando a gente pensava que Fernando ia descansar, as-

sume a presidência da Casa do Ceará. Movimentou pessoal, projetou a Casa com nova arquitetura. Criou o espírito de cearense fora de Brasília. Vale a pena falar sobre Fernando César e sua Claudia. Ele comemorou como a “última de minha vida”. É carinho e dedicação. Nunca negou palavra dada. Vou dar-lhe um abraço.

(*) Ari Cunha (Mondubim), jornalista

Fernando César MesquitaJosé Sarney (*)

Fernando César Mesquita não é apenas o grande jornalista, profundo conhecedor dos meandros da vida política brasileira e com acesso à melhores fontes de

informação da imprensa brasileira, nem o administrador que criou o IBAMA e governou Fernando de Noronha, com espírito cívico, dedicação e lealde, mas é também o Cearense por excelência, defensor de sua terra, com sua cultura, seus costumes e sua extraordinária

participação nos diversos cantos do país para onde os cearenses emigraram e onde participaram da construção do Brasil.

(*) José Sarney, ex-Presidente da República, senador

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Ceará em Brasília6Dezembro/08

Agência do BNB de Aracati contratou R$ 3 milhões com Jaguatêxtil

Jaguatêxtil pretende expandir parque industrial

A unidade de Aracati destinou cerca de R$ 3 milhões à Jagua-textil, localizada no município cearense de Jaguaruana. Oriun-dos do Cresce Nordeste (FNE In-dustrial), os recursos destinam-se à aquisição de maquinário para a empresa, que está ampliando seu parque industrial com o objetivo de explorar novos mercados. “Com o investimento em máqui-nas especializadas, a qualidade do produto será incrementada, os custos diminuirão e os postos de trabalho serão ampliados. Conseqüentemente, ocorrerá uma melhor colocação da em-presa no mercado, aumentando ainda mais sua produção”, afirmou o gerente de negócios em exercício, Luciano Lucena Bezerra.

De acordo com o sócio-diretor da empresa, Roberto Costa, a aquisição das máquinas impulsionará a econo-mia de Jaguaruana. “O crédito concedido pelo BNB, que é um grande parceiro da empresa, permitirá o incremento da produção de nossa unidade fabril. Com isto, seremos mais competitivos e traremos mais prosperidade para a região, gerando empregos e qualificação”, ressaltou.A empresa

No mercado desde 1990, a Jaguatêxtil produz fio de titulagem 8 – obtido por meio da reciclagem de re-síduos têxteis – utilizado na confecção de redes, man-tas, tapetes e demais utensílios artesanais, atendendo aos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Com a aquisição das máquinas, a empresa ingressa em mais um segmento e pretende iniciar a exportação de suas mercadorias.

39 novos equipamentos esportivos para o Ceará

Assembléia lançou livro de crônicas de Narcélio LimaverdeA sessão solene realizada pela Assembléia Legislativa

em 12.11em comemoração ao primeiro ano da rádio FM Assembléia (96,7 MHz), contou com o lançamento de um livro de crônicas de autoria do radialista Narcélio Limaverde, intitulado “Fortaleza antiga”. Quem apresentou a obra, foi o líder do Governo na Casa, deputado Nelson Martins (PT). Para ele, Narcélio vê com “olhos de um verdadeiro poeta” os agrantes do dia-a-dia de Fortaleza.

“É uma honra imensa apresentar um livro deste grande radialista e ex-deputado. A forma como ele apresenta seus programas, como faz rádio, demostra o amor e a paixão enorme que ele tem por Fortaleza”, disse o petista. O depu-tado entende que o novo livro de Narcélio é um importante registro do cotidiano de Fortaleza. “É uma obra necessária para enriquecer o acervo cultural cearense”, defendeu ele.

Narcélio Limaverde disse que não ousa a rmar que é um escritor de fato. Ele acredita que, na verdade, é dono de uma memória privilegiada. “Tenho uma boa memória para lem-brar fatos verídicos da nossa história. Tudo que está escrito aqui, de fato aconteceu”, ressaltou. “Não são lendas urbanas. São histórias verdadeiras que hoje podem ser consideradas engraçadas ou ridículas”, completou.

O radialista contou que quando a idéia de registrar suas crônicas surgiu, ele começou a escrever para a extinta Tri-buna do Ceará, na coluna dia-a-dia, mas a origem remonta ao Correio do Ceará, com a crônica chamada Barracão. “Foi o começo de tudo”, garantiu. Segundo ele, depois vieram os textos para o Diário do Nordeste, Jornal dos Bairros, O Estado e O Povo. Há um ano a Fortaleza antiga é tema da FM Assembléia.

Fortaleza e 27 cidades cearenses terão novos equipamentos esporti-vos. Em 28.10, foram assinadas as ordens de serviço da construção das cobertas e reformas estruturais de 34 quadras esportivas e cinco pistas de skate. As obras estão orçadas em mais de R$ 4,8 milhões, e estão pre-vistas no Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários (Mapp), da Secretaria do Esporte do Estado (Sesporte).

“A iniciativa é fortalecer o es-porte educacional no Estado. Sem dúvida, essas 34 escolas que irão receber novas quadras terão a oportunidade de ofere-cer aos alunos da rede pública estadual uma melhor qualidade de vida e a chance de se pro ssionalizar através do esporte”, citou o secretário do Esporte, Ferruccio Feitosa.

A execução e a scalização das obras, que começar am em 01.11, são do Departamento de Edi cações e Rodovias (DER). As 39 novas instalações esportivas devem ser entre-gues até fevereiro de 2009.

Os municípios que estão recebendo as quadras são Cau-caia, Maracanaú, Pacatuba, Fortaleza, Quixadá, Redenção, Trairi, Acaraú, Aracati, Santa Quitéria, Guaraciaba do Norte, Varjota, Quixeramobim, Solonópole, Senador Pompeu, Viço-sa do Ceará, Sobral, Tauá, Crateús, Acopiara, Iguatu, Juazeiro do Norte, Brejo Santo, Crato e Missão Velha. As quadras de skate serão instaladas em Amontada, Maranguape, Campos Sales, Caucaia e Juazeiro do Norte.

Os serviços destinados às cobertas se referem a estrutura metálica, telhado de alumínio e iluminação. O objetivo é oferecer conforto e segurança aos estudantes e usuários para a prática de esportes nos equipamentos esportivos..

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br7 Dezembro/08

Dossiê II

Lustosa da Costa (*) Quando falava de ir,qualquer dia destes, ver o mercado dUm

dia destes,almoçando em casa de Fernando César,eu Frota Neto e Wilson Ibiapina nos demos conta do quanto estamos ligados pro- ssional ao an trião. Cada um,em determinado momento de sua vida,a ele deveu o acesso ao mercado de trabalho, o que ocorreu a muitos outros,cearenses como nós ou apenas seus conhecidos de outras origens ,em Brasília.

O mais antigo de nós foi Frota Neto,seu companheiro de viagem a Cuba,logo que Fidel Castro assumiu o poder. Ano seguinte,em 1961 havia,na Praça de José de Alencar, manifestação popular pela democracia e pelo respeito à ordem constitucional vigente que garantia a posse de João Goulart na Presidência da Republica,como vice do presidente Jânio Quadros que acabara de renunciar ao posto. Fernando , do alto do segundo andar do edifício Guarani onde então funcionava a Radio Iracema,ao avistar Frota, no meio da multidão, gritou: “ Frota,ainda estas à procura de emprego? “.Lógico, estava. Por isso, logo galgou os degraus da escada do prédio, -muito tempo depois destruído,- e começou a trabalhar,na mesma tarde com Fernando, copiando,- fone nos ouvidos,- telegra-mas do noticiário de estações de radio do Rio e S. Paulo que seriam aproveitados pela emissora local. Fernando,com sua liderança,em pouco recrutava também Wilson Ibiapina que ainda não era funcio-nário mas já andava rondando a emissora,auxiliando Alan Neto,na área desportiva.

Dez anos depois,Wilson Ibiapina, que fora ao Rio em busca de oportunidade pro ssional, se mostrava desalentado com a tentativa e lhe telefonou,indagando: “Fernando , como está o mercado ai?” A resposta foi direta:”Você devia vir para meu lugar no Correio do Povo. Estou saindo para O Estado de S. Paulo e posso guardar a vaga para ti”.Foi o que ocorreu.

Em 1974 quando decidi vir trabalhar em Brasília, depois de tratar de minha transferência como procurador do IPASE para a nova capital, procurei Fernando César que fora amigo solidário e precioso do meu saudoso irmão Alberto, e lhe expus meu projeto.

Imediatamente ele perguntou: “Quer trabalhar no Estadão?” Claro que queria. Disse-lhe que pretendia, antes, passar dois meses em Paris e chegar à cidade em dezembro. Ele achou ótimo e expôs suas razoes: Por que assim vou poder te dar vaga de repórter. A vaga que vai ocorrer com a saída de Ronan Soares para a TV Globo”. Foi assim que tive ingresso na sucursal da redação de Brasília do então mais poderoso e respeitado jornal do pais.

Em 1985, Fernando César era nomeado assessor de imprensa da Presidência da Republica e arranjou o segundo emprego para Frota Neto, de seu adjunto. Ao sair, indicou-o seu substituto.

Citei apenas alguns exemplos mais próximos de sua prestação e solidariedade antes de falar de sua revelação como homem público, pau pra toda obra do Presidente da Republica para remover entulhos administrativos, vencer inoperância e arredar qualquer risco de má utilização dos dinheiros dos contribuintes.

Ele, no Palácio do Planalto,não foi mero transmissor de noticias o ciais, e, sim desenvolto protagonista político. Sua ação desinibi-da, até desaforada, espancou resquícios de militarismo na rotina do Planalto. E enquadrou ministros que, nomeados por Tancredo Neves, achavam não dever obediência a José Sarney. Ele era tão enérgico que se atribuía aos ministros Antonio Carlos Magalhães e Roberto Gusmão chamarem-no “aquele demoninho” da Secretaria de Imprensa.

Ganhou de tal maneira a con ança de Sarney que, quando deixou o posto, recebeu varias missões. Nada fácil porque o que lhe apetecia eram os desa os mais sérios.

Fred Lustosa que trabalhou, no Palácio do Planalto, quando Paulo era ministro da Desburocratização, alimenta o sonho de encontrar tempo para publicar livro sobre o papel de Fernando na remoção do entulho autoritário do prédio da Presidência e na ajuda ao Presidente Sarney na sua consolidação no poder.

*Diz Fred Lustosa: FCM dormiu assessor do Vice-Presidente e acordou porta-voz da Presidência da República. Quer dizer, nem dormiu, porque passou a noite acompanhando as tratativas que garantiram a posse de José Sarney. Desde a primeira hora, foi o incansável combatente que ocupou os espaços do Palácio

do Planalto para garantir o mínimo de governabilidade a um Vice-Presidente, sem amplo apoio na base política do novo governo e, até então, sem nenhum respaldo popular. Sem o trabalho de FCM, a posse de nitiva e efetiva talvez tardasse mais do que o fatídico 21 de abril. Nos primeiros dias de governo, FCM foi muito mais do Porta-Voz. Foi uma espécie de Chefe da Casa Civil, em caráter informal. Fez tudo isso apoiado apenas nos saltos dos seus sapatos.

Eu estava lá. E vi.”****Na Secretaria de Imprensa do Presidente Sarney, cuja legitimida-

de era convenientemente ignorada pelo PMDB que não admitia sua ascensão ao poder e pelo próprio PFL, que o indicara e que o viu como um parceiro e não um chefe, o papel do jornalista Fernando César foi de ator de primeiro plano, fundamental, para consolidação da autoridade presidencial.

Não era, como disse, mero e bem comportado transmissor de decisões do governo e sim um cara que se insurgia contra a per-sistência do militarismo no estilo do Palácio do Planalto e contra os ministros que não se consideravam devedores de obediência ao Presidente, por haverem sido indicados por Tancredo Neves.

Destemido, desataviado, às vezes desaforado ele chamava mi-nistros às falas e era chamado por alguns deles “o demoninho” da Secretaria de Imprensa e cou no posto até não poder mais. Pediu afastamento e saiu. O Presidente José Sarney que acompanhara, admirado e algo receoso, sua desenvoltura, viu nele o auxiliar precioso para remover entulhos, combater a corrupção e afastar a ine ciência. Con ou-lhe a organização das ZPES, a presidência do IBAMA e o governo de Fernando Noronha, exercidos, por ele, com plena autoridade e probidade operante a e agressiva

Chegando às sete décadas anos,como quase todos de nossa turma,ele não proclama idade, escorado no negrume dos cabelos e na disposição física para trabalhar duro, correr ,mergulhar e pra-ticar esportes. Como em seus setenta anos de bom caráter.

(*) Lustosa da Costa (Sobral), jornalista e escritor

Setenta anos de bom caráter

70 anos de Fernando César Mesquita

Um presente para FernandoWilson Ibiapina (*)

Fernando César Mesquita vem de uma família de jornalistas famosos no Ceará. É primo de Odalves Lima, sobrinho de Perboyre Silva.. Projetou-se nacionalmente aqui em Brasília. Trabalhou em sucursais de jornais como a Última Hora, Estado de São Paulo e Jornal do Brasil.

Começou cedo na Rádio Iracema de Fortaleza, onde che ou o departamento de radiojornalismo. Foi lá que nos conhecemos. Estava aprendendo com o Alan Neto no departamento de Esportes quando fui convidado pelo Fernando para mudar para o radiojornalismo. Encontrei lá Dede de Castro, Paulo Limaverde, Frota Neto, Fran-cisco Felix e Vicente Martins, que formou-se em medicina e trocou de pro ssão.

Foi na Iracema, líder da rede iracemista de emissoras cearenses, a segunda do estado, que participei pela primeira vez de uma cobertura de eleições. Lembro que foi nessa cobertura que o Fernando Cesar, ancorando do estúdio, perguntou a um repórter se estava tudo bem no TRE. A resposta foi surpreendente: - Tudo bem, Fernando. Até agora nenhum caso de gravidez”. Ele queria dizer gravidade. No estúdio, Esmerino Arruda, um dos fundadores desta Casa, candidato a deputado federal e a prefeito, prometia governar Fortaleza a partir do Pirambu. Depois de prometer transferir a sede da Prefeitura para o bairro mais pobre da cidade censurou no ar o locutor que acabara de ler uma nota acentuando erradamente a palavra óbvio. “É óbvio,

repita comigo: é óbvio e não obvío”, -. ensinava o candidato para quem estivesse ligado na Iracema naquela hora.

Na equipe de Fernando César estavam também o professor da Faculdade de Direito Paulo Lopes Filho, Inácio de Almeida e Heleno Lopes, redator de mão cheia e noticiarista. Com sua inconfundível voz metálica, Heleno escrevia e apresentava os boletins que iam ao ar durante a tarde. Ele trocou o jornalismo pela advocacia. A Rádio dos irmãos José e Flávio Parente tinha (ou ainda tem) seus transmissores instalados perto da orla o que permitia ser captada em alto mar e até na África.

Fernando César Mesquita se afastou das redações para se dedicar a campanhas eleitorais. Um dia, eu fazia compras na antiga cadeia pública de Fortaleza quando me deparei com ele . Fernando estava com Hélio Beltrão, então candidato à presidência. Naquela tarde, o papo contou com a inteligência Aurélio Buarque de Holanda, e o humor de Juca Chaves. Por coincidência, os dois estavam, também, visitando a antiga cadeia e suas lojas. Foi com José Sarney que Fernando trabalhou mais tempo.

A morte de Tancredo Neves levou José Sarney para o Palácio do Planalto e com ele Fernando César, que vinha assessorando o político maranhense desde a campanha. Presidencial. Fernando foi Porta Voz, primeiro presidente do Ibama e governador da Ilha de Fernando Noronha. Exerceu com competência todos os cargos que o presidente Sarney lhe con ou.

Fernando se revelou, além de um bom jornalista, um competente

administrador. Conseguiu fazer um ciclo de amizades que o coloca em evidencia em Brasília, Rio, São Paulo e Ceará, e o transforma numa pessoa permanentemente informada e atualizada.. O conheci-mento que tem da máquina administrativa do país e das atividades político-partidária do Congresso Nacional, tornam Fernando César um respeitado consultor.

Às vésperas de completar 70 anos de idade Fernando estava ocu-pando a maior parte do seu tempo com saltos de para-quedas, vôos em Asa Delta ou mergulhando nas águas do Paci co e do Atlântico. Não duvide, ele tem preparo físico melhor do que muitos jovens. Não aparenta nem um pouco a idade que tem. Não fosse a assessoria que continua prestando ao senador Sarney, diria que ele estava acordando cedo para car mais tempo sem fazer nada. Mas como tudo que é bom dura pouca, Fernando teve que refazer todo seu esquema de vida para atender uma convocação de seus conterrâneos para concorrer à presidência da Casa do Ceará, entidade que ele , há 45 anos, ajudou a fundar junto com outros jornalistas e políticos cearenses.

O Jézer Oliveira nunca pensou que ele aceitasse. Foi um trabalho danado convencer a alguns membros da diretoria passada que ele era o melhor nome. O mais difícil mesmo foi convence-lo. . A articulação deu certo e quem ganhou foi a Casa do Ceará. O Fernando ainda se sente só e precisa de todos nós para transformar a Casa do Ceará num importante cartão de visita de Brasília. Ajudá-lo nessa tarefa será o melhor presente que podemos lhe dar neste aniversário.

(*)Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista

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Ceará em Brasília8Dezembro/08

Reforma do Palácio da Abolição

O líder do Governo na Assembléia Legislativa, depu-tado Nelson Martins (PT) rebateu as críticas do vice-líder do PDT, deputado Heitor Férrer, à reforma do Palácio da Abolição, que deve voltar a ser sede do Executivo. O pedetista reclamou do valor das obras na soma de R$ 37,3 milhões.

Nelson disse que, enquanto Heitor se pronunciava contra a iniciativa, entrou em contato com o procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira, e indagou se poderia ter acesso a todo o processo de licitação, que contou, segundo ele, com 37 empresas disputando a melhor proposta.

A reforma é uma obrigação do Estado, porque se trata de um prédio histórico, que está em ruínas e correndo risco inclusive de sofrer um incêndio por conta da carência de infra-estrutura. Além disso, Nelson também se contrapôs ao reclame de Heitor sobre os R$ 37 milhões. “Se o valor é signi cativo, é porque o prédio é grande”, contestou.

Em apartes, o líder do bloco PT-PSB-PMDB, deputado Welington Landim (PSB), e o deputado Manoel Castro (PMDB) defenderam a reforma no Palácio da Abolição.Welington disse que a volta do Governo ao Palácio da Abolição é um ato de aproximação entre o Executivo e a população, e lamentou as considerações feitas por Heitor.

“O instrumento do Palácio é simbólico. Além da recupe-ração do patrimônio, você traz o poder para perto do povo e sai da clausura que foi o Cambeba. É simplista demais falar apenas em números, como foi feito aqui”, Welington.

Manoel Castro reforçou a fala de Welington sobre o valor histórico do Palácio. Para o peemedebista, o prédio simboli-za a história da política cearense e a volta da administração estadual para lá é o mesmo que abrir as portas do Governo para a recepção das reivindicações do povo. “O Governo está de parabéns por querer retornar”, opinou.

Ceará deve receber 720 mil turistas na alta estação

Ceará é o primeiro a receber empréstimo do BID para Profi sco

O Brasil receberá uma linha de crédito condicional de até US$500 milhões do Banco Interamericano de Desen-volvimento (BID) para nanciar seu programa de auxílio aos Estados para modernização e integração dos sistemas de gestão scal, nanceira e de ativos. O Ceará, no nordeste do País, será o primeiro Estado brasileiro bene ciado pela linha de crédito.

A diretoria do BID, a maior fonte individual de emprésti-mos de longo prazo para a América Latina, aprovou a linha de crédito em uma reunião na última semana. O instrumento ajudará o Brasil a nanciar um programa em andamento para implantar escrituração contábil e contabilidade tributária di-gitais. O programa integrará os sistemas scais nos âmbitos estaduais e federal, reduzindo os custos administrativos e agilizando as transações econômicas.

“Nossa linha de crédito permitirá que o sistema tributário brasileiro torne-se mais e caz”, disse Marcio Cracel, líder de equipe do projeto do BID. “Esse investimento, em última instância, contribuirá para um melhor ambiente de investi-mentos no país.”

O Ceará obterá um empréstimo de US$ 41 milhões da linha de crédito para ampliar o uso de tecnologia digital na inspeção do transporte de mercadorias pelas divisas do Estado, aeroportos, portos e centros de triagem postal. O empréstimo, que terá prazo de 20 anos e período de ca-rência de quatro anos, também financiará a implantação de um centro de gerenciamento eletrônico de documen-tos e imagens e criará centros que integrarão dados para permitir que o governo melhore a supervisão e reduza a evasão fiscal.

O empréstimo também ajudará o Estado a integrar o cadastro de contribuintes com o banco de dados do governo federal e outra agência estatal e a adotar um sistema de notas scais eletrônicas e procedimentos contábeis digitais.

Cerca de 720 mil visitantes devem vir ao Ceará, via Fortaleza, na próxima alta estação, no período dezembro de 2008 a fevereiro de 2009, gerando uma receita turística de 907,2 milhões de reais na economia cearense. A estima-tiva da Secretaria do Turismo do Estado (Setur) prevê um incremento de 9,4 % na demanda turística, se comparada ao mesmo período de 2007, quando aproximadamente 658.152 turistas desembarcaram na capital cearense. A ocupação média da rede hoteleira da cidade deve car em 73,3%.

Até o mês de setembro deste ano, o Ceará recebeu 1.540.402 visitantes, um percentual de 3,5% a mais do que em 2007. A demanda hoteleira para o Ceará, via Fortaleza, foi de 828.144 turistas, número 5,1% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Associação Bra-sileira de Indústria Hoteleira (ABIH), a taxa de ocupação média na rede hoteleira de Fortaleza até outubro aumentou 12,2% em relação a 2007.

Para o Secretário Bismarck Maia, esses números são re exos de um trabalho perene de promoção nos mercados prioritários, nacionais e internacionais. A Setur tem partici-pado de forma agressiva de todos os eventos especializados do calendário do setor de turismo, estimulando a delização do destino Ceará. E ainda, como nunca antes na história do turismo cearense, o Governo do Estado investe em peças promocionais divulgando os atrativos turísticos em jornais, revistas, cinemas, outdoors em vários estados brasileiros.

Com a captação de novos vôos internacionais (regulares e charters) a partir de outubro de 2008, inclusive o vôo da companhia aérea americana Delta Air Lines, a expectativa da Setur é atrair, até o ano de 2010, um percentual de 20% a mais de turistas internacionais para o Ceará. Outra

previsão é que 50% desses visitantes sejam america-nos.

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br9 Dezembro/08

Dossiê III

Milano Lopes (*)

A casa era uma construção isolada no imenso vazio da Praia do Futuro do começo dos anos 70, cuja silhueta se destacava

Fernando César, um setentão numa trajetória de garra e ousadiaFrota Neto (*)

Tomara que eu chegue lá, também. E eu quero chegar aos setenta anos com a mesma garra e o mesmo pique, com o mesmo gosto pelos desa os que o Fernando César está sempre emplacando.

Conheço do recém-setentão desde o começo dos anos 60 do século passado ( ca chique datar assim, né?). Ele jornalista, eu estudante militante na política estudantil do Liceu do Ceará.

Foi uma coincidência gerada pelo Inácio de Almeida que nos fez tornar conhecido um do outro.

Daí em diante, com todas as sinuosidades que tem a vida de cada um, cada um de nós seguido seus caminhos próprios. E de vez em quando as coincidências atropelando nossos roteiros.

Eu sempre quis ser jornalista. Tanto que fui metido a correspon-dente em Ipueiras, primeiro menino, depois, quando adolescente já estudante em Fortaleza, de quem me dando uma chance de es-crever “correspondente em Ipueiras” ou sobre movimento / política estudantil: Diário do Povo do Dr. Jader de Carvalho, e mesmo no lendário O Jornal dos Bonaparte, graças Marcelo Mota, vizinho de minha tia (com quem Chico meu irmão e eu morávamos). O Marcelo era Secretário da Associação Cearense de Imprensa (ACI), então presidida pelo Dr. Perboyre e Silva (parente – tio do Fernando Cesar), primeira encruzilhada nossa de caminhos – do Fernando Cesar e minha, sem que ainda nós nos conhecêssemos.

Conhecimento de onde e quando, então? Foi que, fazendo política estudantil no CLEC (Liceu do Ceará), escrevendo com o Alenquer, o Dilcimar, o Dimas, o Dino, a Glaucia, nos tempos do Professor Lauro de Oliveira Lima (seccional do MEC), do Padre Alberto, e da Odele Castelo, na página semanal do Clube dos Es-critores de Amanhã (CEA), que o Themistocles de Castro e Silva, tão gentilmente autorizou, em O Estado, que, então dirigido pelo Odalves Lima, outro parente (primo legítimo, como se diz em nossa terra) do Fernando Cesar.

Pois bem, foi um dia uma caravana brasileira foi organizada para ir a Cuba comemorar o primeiro de maio com Fidel, dia mesmo em que declarou Cuba socialista. Eram os tempos do Chico Julião, das Ligas Camponesas, e, no Ceará, do Moura Beleza e do Padre Arquimedes.

Gente de todo Brasil, e caracterizadamente do Nordeste. E, falando em Nordeste, tendo que ter cearense.

Surgindo uma vaga, num sei como, o Inácio de Almeida me encaixou nela – entre líderes dos movimentos políticos e sociais (e lá estava eu) e de jornalistas. E entre os jornalistas cearenses estava o Fernando César.

O Fernando César era o Chefe do Departamento de Rádio-Jornalismo da Rádio Iracema, dos irmãos José e Flavio Parente. A Rádio Iracema de Armando Vasconcelos e Ayla, Alan Neto e

Ivonide Rodrigues, Irapuan Lima, José Lisboa, e de tantos outros nomes que ilustram a História do Rádio cearense.

O Departamento tinha duas edições do “Grande Jornal Sonoro Iracema”, e uma série de outros “ ashes” de noticiários durante o dia.

A primeira edição era pela manhã bem cedo e a outra às 10 da noite.

Quando eu comecei na Rádio Iracema, o Wilson Ibiapina já estava lá. Foi ele quem me ensinou o ofício de Rádio Escuta.

A gente tirava as notícias dos principais noticiários das principais emissoras do Rio de Janeiro e de São Paulo, gravando no Apex em tas não raro doadas pelo Usis, onde trabalhavam Mário Façanha

e Paulo Limaverde.E como cheguei à Rádio Iracema? Conheci o Fernando César

naquela viagem que zemos a Cuba.No dia da passeata de protesto pela renúncia do Janio e a favor

da posse do Jango na Presidência da República, eu estava na ma-nifestação operário-estudantil na Praça José de Alencar, quando, lá de cima do prédio da Rádio Iracema (que cava naquela praça, nas proximidades da redação de O Estado), o Fernando César me viu e (não sei bem, hoje, se é “folclore” que minha imaginação criou, ou se foi de mesmo) e gritou lá do mezanino, onde cava o Departamento de Rádio-Jornalismo, e que se abria em amplas janelas para a Praça: hein, Frota. Ainda estás procurando emprego? Eu gritei que sim. E ele: então, sobe (coisa com alguns de parecidos iria se repetir muitos e muitos anos depois no Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto, no Governo Sarney).

E aí comecei, naquela mesma tarde já o Wilson Ibiapina me ensinando a preparar a edição da noite do Grande Jornal Sonoro.

Naquela área do circuito Rádio Iracema- jornal O Estado, “pin-tavam” jornalistas de outras redações como o Inácio de Almeida e o Gervásio de Paula (ambos amigos do Fernando César), que eram de O Povo, o Rangel Cavalcante, que era da Gazeta de Notícias; e o Milano Lopes, outro amigão do Fernando César, que era dos Diários Associados.

Com o tempo, z a simbiose Rádio-Jornal. Devagarzinho, fazendo revisão e noticiário local em O Estado, onde trabalhavam como colunistas o nosso João Bosco Serra e Gurgel, o meu com-padre Dario Macedo, e essa gura de amizade e carinho que é o José Rangel.

Já não trabalhava mais na Rádio Iracema, quando foi um dia, me chega ao O Estado o Cesar Coelho com um convite do Dr. Dorian Sampaio para ser repórter-e-colunista político da Gazeta. Ia substi-tuir o J. Arabá Matos que assumia posto de che a na Redação. E lá na Gazeta já estando como estrela ascendente o Lucio Brasileiro.

Aí fui para a Gazeta de Notícias.E uma nova simbiose: Gazeta-Rádio Uirapuru.

Tivemos uma outra caravana holidei mundo - afora no ano seguinte na ida a Helsinque, Finlândia para o Festival Mundial da Juventude. Foi quando z meu debut na Europa: Rússia, Tchecos-lováquia (de então), Áustria, França, Suíça, Itália. Naquele tempo conhecer alguém que tivesse ido à Europa era uma raridade, quase exótica. Quanto mais, e de mesmo, ir lá.

Anos e anos se passaram. Com Fernando César já com mere-cimento angariado a fama de Noé em sua Arca à cearensada, fui a primeira vez a Brasília.

Lá estava ele, no mesmo apartamento com os Deputados Paes de Andrade e Gerardo Melo Mourão, e o Jornalista Alberto Lustosa.

Mais anos passando.Indo para a Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, desembo-

cando na Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU) em Brasília, onde estando Dario Macedo e o hoje Senador Heráclito Fortes. De lá, inquietude de quem querendo voltar ao jornalismo, e sob a condução do Lustosa da Costa, por ele induzido e convencido, enganchei-me como editor de economia da sucursal da Folha de S. Paulo, em Brasília, onde lá encontrando o Thomaz Coelho e o Marcondes Sampaio.

No todo, para onde me virando sendo como que habitante de uma ilha em que a linha do horizonte só dando panorama para gente ou trazida (Lustosa da Costa, Milano Lopes) ou abrigada por Fernando Cesar, ou de seu círculo de jornalistas.

Foi no que deu. E tome outra escapada pelo mundo. Quando voltei ao Brasil,

Fernando Cesar sendo o Secretário de Imprensa da Presidência da República do Governo Sarney. E, como disse lá em cima antes, com muitos pontos em comum ao que se dando lá atrás na Rádio Iracema, na sucessão de convites a outras gentes, ele agora me convocando já não das manifestações de rua mas de repórter no Palácio do Planalto para a Folha de s. Paulo e o Correio Braziliense, para ser seu adjunto na Secretaria de Imprensa da Presidência da República.

Fui. E por aí vai.Todo esse miolo desses cinco anos do Governo do Presidente

José Sarney e do importante papel nele tido e desempenhado por Fernando César consta de um livro meu, já devidamente escrito, já entregue à Edição, e que,benção os céus, vai chegar às livrarias cedinho, logo mais, antes que o calendário, mesmo no marcando mês, consiga dar muitas voltas.

E aí, então, você vai saber um pouquinho mais sobre Fernando Cesar e o importante papel que ele teve nesse entreato da História do Brasil.

(*) Frota Neto (Ipueiras), jornalista e escritor.

Aventuraainda mais naquela ensolarada tarde de verão. Uma velha rural Willys, verde e branca, assistia, cúmplice, à aventura proibida de dois amigos de longos anos, já àquela época. Numa radiola emprestada pelo irmão de sempre, Dário, as canções de Dolores

Duran ecoavam no silêncio às vezes quebrado pelos sussurros dos dois jovens casais e suas liaisons dangereuses.

(*) Milano Lopes (Fortaleza), jornalista

70 anos de Fernando César Mesquita

A simplicidade do viverUbiratan Aguiar (*)Fernando César simboliza melhor que ninguém o espírito do cea-

rense. Extrovertido, irrequieto, semeador de amizades, alia tudo isto a uma visão humanística e um conhecimento da realidade político social brasileira que o exercício da atividade jornalística lhe proporcionou.

A experiência e o descortino administrativo que acumulou ao longo da existência casa com espírito jovial que conduz e a alegria de viver que compartilha com a Claudia.

Muitos e importantes foram os cargos que ocupou na pública administração brasileira. Sua passagem por eles ensejou exibir a

capacidade gerencial e o potencial de servir.Conviver com Fernando César é sinônimo de privilégio. Sou um

desses privilegiados, em participar do convívio em que a simplici-dade do viver converte-se em exemplo de cidadania”.

(*) Ubiratan Aguiar (Cedro) , ministro presidente do TCU

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Ceará em Brasília10Dezembro/08

TAF Linhas Aéreas SA Praça Brigadeiro Eduardo Gomes, s/n Aeroporto Pinto Martins – Hangar TAF

Fortaleza – CE – Brasil CEP: 60420-290 www.voetaf.com.br

TAF LINHAS AEREAS S.A. ATUA HÁ 51 ANOS NO RAMO DA AVIAÇÃO

Criada na década de 50 para operar em serviços de táxi aéreo, a companhia cearense

cresceu e ampliou sua frota para participar dos segmentos de transporte de cargas e de passageiros

A TAF Linhas Aéreas foi criada por um dos pioneiros da aviação civil brasileira,

Comandante Ariston Pessoa de Araújo, cearense de Sobral. Em 1957, Ariston fundou a Táxi Aéreo Fortaleza (TAF), com apenas uma

aeronave. Hoje a empresa possui 300 colaboradores e uma frota de 17 aeronaves, distribuídas em 8 Boeings, 3 Helicópetros, 2 Jatos, 2 King Air, 1 Bonanza e 1 Sêneca.

O processo de ampliação da companhia com Boeings foi iniciado em 1995, com operações do transporte de passageiros e cargas. Hoje 5 Boeings 727/200 fazem o transporte de cargas da TAF para os Correios (RPN) atingindo 10 cidades brasileiras, incluindo 9 capitais.

Nas linhas de passageiros, a empresa dispõe de 3 Boeings 737/200, que voam entre as cidades de Fortaleza, São Luis, Belém, Macapá e Caiena na Guiana

Francesa. As linhas transportam uma média mensal de 16.000 passageiros, chegando a embarcar 800 pessoas por dia nos períodos de alta estação.

Além do transporte aéreo, a TAF é reconhecida pela qualidade de sua oficina de manutenção e seus serviços de apoio a aeronaves. Em março deste ano, a empresa passou a ser a primeira companhia aérea do Norte e Nordeste com certificação da Anac

para manutenção de Boeings. A mesma também é homologada para manutenção de helicópteros, aviões turbo hélice e jatos executivos.

O hangar da TAF é utilizado por várias companhias regionais além de atender ao governo de vários estados, artistas e empresarios no tocante a viagens executivas. Recentemente foi construída uma sala Vip com todo conforto exigido pelos clientes usuários da aviação executiva.

Dário Castro Alves foi homenageado na Embaixada de Portugal em Brasília

Numa iniciativa do embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, a que se associou o Instituto

Rio Branco, teve lugar no dia 02.12, na Em-baixada de Portugal em Brasília, no Auditório do Centro Cultural do Instituto Camões, ho-menagem ao embaixador Dário Castro Alves (Fortaleza), gura destacada da diplomacia e da cultura brasileiras, a quem as relações entre Portugal e o Brasil muito devem. Par-ticiparam das homenagens os embaixadores Paes de Andrade (Mombaça), Paulo Tarso Flecha de Lima, Synésio Sampaio de Goes Filho, Gonçalo de Mello Mourão (Ipueiras), Jerônimo Moscardo de Souza (Fortaleza), José Marcos Vinicius de Souza (Fortaleza), Pedro Paulo Pinto Assunção, Fernando Gui-marães Reis, Denis Fontes de Souza Pinto, Samuel Pinheiro Guimarães, Oswaldo Eurico Balthazar Portella, Carlos Henrique Cardim., o consul honorário de Portugal em Fortaleza, Francisco Brandão, alunos do Instituto Rio Branco, alunos do Instituto Rio Branco. Pela comunidade cearense, Geraldo Vasconcelos, presidente da Confraria dos Cearenses, JB Serra e Gurgel, diretor da Casa do Ceará e Elifas Gurgel.

A solenidade foi aberta com apresentação de uma fotobiogra a do homenageado, mos-trando sua trajetória de menino em Fortaleza, estudante no Rio de Janeiro, diplomata em Buenos Aires, Nova Iorque, Moscou, Roma, Lisboa, Washington, Porto. Suas condecora-ções do Japão, Nicarágua, Guatemala, Peru, Bolívia, Equador, França, Portugal, medalhas, diplomas, fotos, moedas, placas, bandejas, li-vros. Foi distribuído um livro com sua história, cargos, postos, participação, títulos especiais, atividades diversas, discursos e conferen-cias, e artigos publicados. Suas andanças no roteiro de Eça de Queiros, sua acolhida aos brasileiros que estiveram em Lisboa, como Jorge Amado.

Antes do término da apresentação, Dario Castro Alves, chegou e foi aplaudido de pé pe-los presentes. Muitos antigos colaboradores do Iatamraty se emocionaram indo às lágrimas.

Gonçalo de Mello Mourão traçou um per l pro ssional de Dario, lembrou o a sentença de Paes de Andrade de que “o Brasil é grande, mas o Ceará é maior”, justi cou a razão de sua homenagem por ser Dário o mais antigo embaixador cearense e ele o mais recente. Recordou que Dario marcou sua passagem peloItamaraty pelo zelo pro ssional, lealdade e dignidade.

Por onde passou comparecia aos eventos e sempre trazia um papelzinho no bolso com

um discurso para qualquer eventualidade. Lembrou tendo começado a trabalhar com ele no Itamaraty, passou muitos anos distante e se surpreendeu ao ler sua bibliogra a, pela variedade de temas de que se ocupou. Cha-mou-lhe a atenção artigo publicado no Jornal do Commércio do Rio de Janeiro, “Biogra a não autorizada de Gina Lolobrigida”.

Synesio Sampaio de Goes Filho, que tam-bém serviu em Lisboa, assinalou a paixão de Dario pela gastronomia de Eça de Queiros, pelos bons vinhos e restaurantes de Lisboa e do Porto. Recordou que era um excelente contador de piadas, madrugador, versátil, pois escreveu sobre treinamento de cachor-ros e aspectos da globalização.Lembrou que doou um altar barroco, de sua coleção, ao OItamraty, que nunca foi instalado, e a ten-tativa que fez de doar sua casa “A Muralha”, na Península dos Ministros, ao Itamaraty, e sua biblioteca, que deveria se chamar Dinah Silveira de Queiroz, mas que a burocracia impediu.

Paulo Tarso Flecha de Lima saudou o amigo de 50 anos, que conheceu em Buenos Aires, nos anos 50.

“Foi meu chefe e sua marca era a lealdade a Gibson e ao Silveira, Dario é conservador e modernista. Conservador porque datilografa-va seus textos numa Underwood manual com agilidade e modernista pois foi o primeiro brasileiro que viu a usar Cartão de Crédito, em Washington, quando ainda era uma raridade”. Dario foi dos primeiros a usar a internet, no Brasil.

Assinalou sua condição de intelectual e de escritor. Destacou que “Dario cultiva o Ceará com grande amor e carinho , o que um sentimento generoso”.

Em nome de Dario e da família, Sergio Machado da Silva, casado com sua sobrinha, leu discurso escrito por ele agradecendo a homenagem e entregou aos embaixadores o último livro dele, da editora Record, sob o patrocínio da Fundação Russa para Hu-manidades, tradução de Eugenio Oneguin, de Aleksandr Pushkin, lançado em Moscou em 08.10.

Dário Moreira de Castro Alves nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 1927. Na em-baixada, foi apresentada uma exposição das obras literárias da sua autoria: “Era Lisboa e Chovia”, “Era Tormes e Amanhecia” e “Era Porto e Entardecia”, sobre a obra de Eça de Queirós, e “Luso-Brasilidades”. É presidente do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira para o Desenvolvimento do Mundo de Língua Portuguesa.

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br11 Dezembro/08

Dossiê IIV

Inácio de Almeida (*)

Minha relação de amizade com o Fernando César está na faixa do meio século. Trabalhávamos em áreas geográ cas próximas e nos encontrávamos com amigos e companheiros da comuni-cação, numa área de Fortaleza que tinha como uma das pontas de concentração a Praça José de Alencar. Era ali que estavam as sedes e redações do jornal O Estado e da rádio Iracema, e onde também funcionava a lanchonete e bar Íbis, locais básicos e naturais de convergência das pessoas com que fui construindo meus laços de amizade, desde que cheguei à Fortaleza.

Por esses espaços, foi que vimos a nos conhecer, Fernando César e eu. Ele trabalhando na Iracema e n’O Estado , e eu, em O Povo, na rua senador Pompeu, e em O Jornal, do Bonaparte P. Maia, e posteriormente nas rádios Uirapuru e Dragão do Mar.

Encontrávamo-nos , esporadicamente, ou nos bate-papos de mesa de bar – eles os freqüentava muito pouco – ou em encontros

com colegas na calçada da rua 24 de Maio. Um grupo de jornalistas – ele e eu nenê – em maio de 1961, ca-

mos quase um mês em Cuba, a serviço pro ssional. No ano seguinte organizamos uma delegação de cearenses – a maioria jornalistas – que foi ao Festival Mundial dos Estudantes e da Juventude, em Helsinque, na Finlândia, e pela Europa o grupo fez turismo por uns 15 a 20 dias. Veio o golpe de 1964, fui preso algumas vezes – como tanto outros – e a partir de janeiro de 1970, deixei minha cidade e meu Estado,m fui pra São Paulo, e três/quatro anos depois, zarpei para o Velho Mundo, ponde circulei um pouco e só retornei ao Brasil com a anistia, chegando ao Riio,no primeiro dia do carnaval de 1980m quando tomei um dos maiores porres de minha vida.

Voltamos a nos encontrar em Brasília, a partir dos anos 1980m e daí em diante, sempre nos vemos e papeamos. Para mim há alguns traços marcantes na personalidade do Fernando César e de nido-res da gura extraordinária que ele é. O primeiro deles é que ele continua a ser a mesma pessoa de sempre, simples, modesta, sem

afetação, nunca se deixando deslumbrar pelos importantes espaços que conquistou na sua vida pro ssional e tratando a todos, sem dis-tinção.Outro elemento permanente é a forma fraterna como atende a qualquer um de nós, sempre solícito e sempre aberto para a no que estiver ao seu alcance, E um terceiro traço, este talvez adquirido, é o da sua capacidade de gestor. Agora, à frente da Casa do Ceará em Brasília, ele revela, mais uma vez , os traços do que já ouvira a seu respeito, quando foi ministro secretário de Comunicação da Presidência da República, quando organizou e dirigiu o Ibama, quando foi governador do arquipélago de Fernando de Noronha, e em outras ocasiões mais. É o democrata, aberto às propostas e às iniciativas dos demais companheiros de equipe, e é o ousadom o con ante no seu potencial e nos que fazem com ele sua equipe.,

Saúde e longa vida! É o mínimo que lhe podemos oferecer neste mnomento da festa maior.

(*) Inacio de Almeida (Baturiré) jornalista, diretor deste jornal e editor da revista Política Democrática, de Brasília.

Em homenagem aos 70 anos Fernando César MesquitaValmir Campelo (*)

Na especial ocasião em que o renomado jornalista Fernan-do César Mesquita completa 70 anos, não poderia deixar de consignar minhas felicitações ao ilustre e dileto amigo pela marcante data, ressaltando o respeito e a admiração que esse grande cearense desperta junto a todos que conhecem a sua magní ca trajetória.

Ao longo de sua extraordinária carreira, plantou um consis-tente alicerce de realizações que avultam o invejável currículo de homem público honrado, competente e dedicado, que todos aprenderam a reverenciar, atuando sempre com inestimável esmero e correção nos diversos e importantes cargos e funções que exerceu.

Foi assim, entre outros, como porta-voz do Governo do Presidente José Sarney, como primeiro Governador civil do

extinto Território de Fernando de Noronha, primeiro Presidente do IBAMA, de cujo projeto de criação foi autor, Secretário de Meio Ambiente e Turismo do Estado do Maranhão, Secretário de Comunicação Social do Senado Federal, onde implantou a TV Senado, e, mais recentemente, como Presidente da Casa do Ceará, instituição de utilidade pública da qual é um dos funda-dores, conhecida como o lar dos cearenses em Brasília, e que praticamente nasceu com a cidade.

Sem dúvida, trata-se de excepcional figura, que soube construir uma sólida e frutífera estrada, com singular talento e admirável sensibilidade.

Sinto-me honrado em privar de sua amizade e pela oportuni-dade de dar este breve depoimento sobre um homem à frente do seu tempo, cujo trabalho tem como resultado uma reconhecida folha de relevantes serviços prestados ao País, repleta de virtudes e de força moral, moldada com a sensatez e a sabedoria de quem

conseguiu como ninguém construir vínculos rmes e perenes, próprios da alma nordestina.

Estou certo de que prosseguirá sua boa luta, agora à frente da Casa do Ceará, patrocinando e estimulando a cidadania dos seus conterrâneos na capital da República, ao lado da população carente do Distrito Federal, mediante o atendimento médico, odontológico e geriátrico, afora a promoção da integração cultural e esportiva da comunidade, en m, sendo a referência que sempre foi para a brava e valorosa gente do nosso estimado Ceará.

Prezado Fernando Mesquita, parabéns pela notável data e pela grandeza do seu feito, e que suas atitudes e seus atos conti-nuem nos instigando a ser mais humanos e mais sensatos, como re exo natural de sua irrepreensível conduta e incomparável condição de ardoroso defensor do interesse coletivo.

(*) Valmir Campelo (Crateús), Ministro do TCU

Jovem SeptuagenárioJosé Jézer de Oliveira (*)

Lépido e fagueiro. É assim que Fernando César Mesquita atravessa os umbrais da casa dos 70, esbanjando jovialidade e ostentando uma vitalidade física e intelectual de dar inveja a muitos que ainda não chegaram a esse ponto de maturidade existencial, e ainda no apogeu da sua capacidade criadora.

Jovem ainda, aos 24 anos, desembarcou em Brasília, vindo do Ceará, a m de juntar-se aos pioneiros na etapa seguinte à constru-ção da cidade, a da sua consolidação como Capital da República. Aqui chegou, um pouco movido pelo espírito de aventura e, outro tanto, embalado pelo propósito de ncar nestas plagas do Planalto Central os tentáculos do seu talento pro ssional numa área ainda incipiente na nova Capital do País, o jornalismo, que ele já exer-cia, pro ssionalmente, em Fortaleza. Veio para car e vencer. E aqui cou e venceu. Em pouco tempo, já era diretor de redação da sucursal do “O Estado de S. Paulo”. Conterrâneo e colega de pro ssão, eu o conheci nessa época, chegando ambos a morar no mesmo bloco de apartamentos, o “D” da SQS 205.

No mesmo ano da sua chegada a Brasília, em 1963, Fernando César cuidou de se enfronhar de imediato no meio político, pas-sando a conviver de perto com os integrantes da bancada cearense no Congresso Nacional, os quais, por força do ofício, aqui também mantinham residência. E foi na companhia de alguns deles que esteve reunido, na memorável noite de 15 de outubro, no aparta-mento do deputado Chrysanto Moreira da Rocha, para rmar o documento de criação da “Casa do Ceará”, que ele hoje preside. Presentes na ocasião, também, guras outras não menos expressi-vas, todas cearenses, representativas de segmentos outros da vida da Capital. Ao todo, eram 28, dos quais apenas três remanescem: Fernando, Esmerino Arruda e Expedito Machado.

Em 2007, encontrando-me prestes a concluir o segundo mandato à frente da Casa do Ceará, fui informado por Wilson Ibiapina de que Fernando César aceitaria suceder-me. Até então não se falara em sucessão. Nenhum outro pretendente ao posto se manifestara. Agora, tratava-se de um fundador da Instituição, gura bastante conhecida entre os cearenses da diáspora, titular

de um portfolio recheado de realizações nas áreas de governo

e cujo per l se ajustava perfeitamente às atuais exigências administrativas da Casa. Criador do Ibama, Assessor de Im-prensa da Presidência da República, governador do Território de Fernando de Noronha, esta apenas uma pequena amostra dos cargos que exerceu. E, como se não bastasse, tem a pulsar no peito, intensamente, o sentimento de cearensidade, o que vale dizer abriga o Ceará dentro de si. E disto tem dado mostra. É dele, por exemplo, junto com Geraldo Vasconcelos, a idéia de criação da Confraria dos Cearenses, um clube do bolinha que congrega conterrâneos e se reúne, todo mês, levando sempre o Ceará para o centro da conversa.

Há pouco mais de um ano à frente da Casa do Ceará, utiliza-se das armaduras de sua experiência administrativa, para imprimir, a seu modo, um novo ritmo à administração da Instituição, de-monstrando dispor de formidável arsenal de idéias com vistas a dinamizar e modernizar a Casa.

(*) José Jézer de Oliveira (Crato), jornalista e ex-presidente da Casa do Ceará

A mesma pessoa, a mesma fraternidade

70 anos de Fernando César Mesquita

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Ceará em Brasília12Dezembro/08

Ministro Ubiratan Aguiar é o novo presidente do TCU, biênio 2008/2009

Os ministros Ubiratan Aguiar e Benjamin Zymler foram em-possados presidente e vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), na em 10.12. Eles foram eleitos no último dia 3 para mandato de 1 ano, que pode ser renovado. Compuseram a mesa da cerimônia o presidente da República,

Luiz Inácio Lula da Silva; o vice-presidente José Alencar; os presidentes do Senado Federal, Garibaldi Alves Filho; da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia; do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes; e os governadores do Distrito Fe-deral, José Roberto Arruda, e do Ceará, Cid Ferreira Gomes, além do atual presidente do TCU, ministro Walton Alencar Rodrigues, e do procurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado.

Estiveram presentes os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Previdência Social, José Pimentel, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, das Cidades, Márcio Fortes, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Jorge Armando Felix, do Controle e da Transparência, Jorge Hage Sobrinho, de Re-lações Institucionais, José Múcio, além do advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, Bahia, Jaques Wagner, de Minas Gerais, Aécio Neves, do Piauí, Wellington Dias, do Espírito Santo, Paulo César Hartung, de Sergipe, Marcelo Déda, de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, do Tocantins, Marcelo de Carvalho Miranda, e da Paraíba, Cássio Cunha Lima. A cerimônia contou também com a presença de parlamentares, ministros, conselheiros de TCEs e TCMs, além de dirigentes e servidores do TCU, entre outras autoridades.

No seu discurso, o novo presidente do TCU anunciou que será um defensor da construção de pontes institucionais em sua gestão. Para ele, é fundamental que os órgãos públicos atuem em parceria contra o desperdício do dinheiro público e a corrupção. “O sucesso das diversas instituições públicas somente será pleno se acredi-tarmos, todos, em um mesmo projeto. É importante que as altas autoridades aqui presentes ou representadas vejam o Tribunal de Contas da União como um aliado e percebam nossas ações como oportunidades de melhoria”, ressaltou.

Destacou ainda que será uma tarefa árdua suceder o atual pre-sidente, ministro Walton Alencar Rodrigues, e acrescentou: “Sua excelência soube, como poucos, fomentar um processo abrangente

de rediscussão de nossa instituição, cujos resultados começam agora a fl orescer”. Após cumprimentar o novo presidente, o ministro Wal-ton Rodrigues agradeceu as palavras e parabenizou os dois novos gestores do TCU para o ano de 2009, por seus esforços e lutas. “Ambos são merecedores das homenagens desta casa, o destino do controle externo está em boas mãos”, disse.

Lembrou os desafi os que o TCU enfrenta na busca pela transpa-rência nos gastos públicos e os esforços empreendidos para cumprir a missão do tribunal. “A todo tempo o TCU buscou mostrar ser parceiro das instituições públicas. É nosso dever auxiliá-las para elas atinjam os objetivos que lhe foram atribuídos”, fi nalizou.

O ministro Marcos Vilaça e o procurador-geral do Ministério Pú-blico junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, também parabenizaram os ministros empossados e desejaram sucesso à nova gestão. “Que sua gestão seja resplandecente como o sol da nossa terra-natal”, disse o procurador cearense.

Vida Pessoal Nascido no município de Cedro/CE, no dia 7 de setembro de

1941. Filho de Araken Sedrin de Aguiar e Maria Diniz de Aguiar. É casado e tem quatro fi lhas. Antes de chegar ao TCU, Bira, como é conhecido entre os amigos, era Deputado Federal eleito pelo PSDB. Formaado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Na atividade universitária, exer-ceu a Vice-Presidência e Presidência do Centro Acadêmico Clóvis Bevilacqua na Faculdade de Direito da UFC, 1967.

Vida Profi ssional e Parlamentar:Professor de Português do Colégio 7 de setembro, Fortaleza-CE;

Professor de Português do Colégio Batista, Fortaleza-CE; Professor de Direito Constitucional - Academia de Polícia Civil do Ceará; Diretor de Operações, CREDIMUS S.A., Fortaleza-CE; Diretor Executivo, DOMUS-APE, Fortaleza-CE; Presidente do Instituto de Previdência do Município, Fortaleza,CE; Chefe de Gabinete do Prefeito de Fortaleza; Ofi cial de Gabinete do Secretário de Adminis-tração do Estado do CE, 1965; Secretário Municipal de Administra-ção, Fortaleza, CE (1970-1973); Secretário de Educação do Estado do Ceará (1983-1985); Procurador do Estado do Ceará. Vereador (1967-1971); Deputado Estadual (1979-1987); Deputado Federal (1987-2001); Ministro do Tribunal de Contas da União (Posse em 02.05.2001) e Vice-Presidente do TCU (Posse em 05.12.2007)

Condecorações e Honrarias:Títulos - Título de Cidadão Honorário do Município de São João do

Jaguaribe, CE. (1978); - Diploma de “Melhor Deputado Estadual do Ano”, Comitê de Imprensa, ALCE. (1979); - Sócio Honorário, Associação dos Servidores das Assembléias Legislativas do Brasil.(1979); - Diploma de “Melhor Deputado Estadual do Ano”, Comitê de Imprensa, ALCE. (1982); Cidadão Honorário do Município de IPU, CE. (1985);- Diploma de Cidadania, Assembléia Nacional Constituinte, (1987);- Sócio Honorário Casa do Ceará, Brasília. (1987, Título de “Melhor Deputado Federal do Ano”, Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa – ALCE. (1989);- Cidadão Honorário do Município de Canindé, CE. (1990);- Cidadão Ho-norário do Município de Caridade, CE. (1990; Cidadão Honorário do Município de Moraújo, CE. (1990);- Cidadão Honorário do Município de Guaramiranga,CE. (1991 Cidadão Honorário do

Jantar de Confraternização do ministro Ubiratan Aguiar sacudiu a Casa do Ceará

Município de Capistrano, CE. (1991 Cidadão Honorário de Groa-íras, CE. (1991); Cidadão Honorário da Cidade de Fortaleza,CE. (1992);- Título de “Melhor Deputado Federal do Ano”, Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa – ALCE. (1994);- Citado como um dos mais infl uentes Deputados Federais na publicação anual “As 100 Melhores Cabeças do Congresso”, pelo Departa-mento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP. (1994); Cidadão Honorário da Cidade do Marco, CE. (1994-2000) ; Cidadão Honorário do Município de Sobral, CE (1994);Cidadão Honorário do Município de Umari,CE. (1994);-);- Outorga do Título de Cidadão Iguatuense 2002 - Prefeitura de Iguatú (2002);- Admitido no Grau de Alta Distinção do quadro Especial da Ordem do Mérito Judiciário Militar (30.03.2007;- Ocupante da cadeira nº 34 da Academia Fortalezense de Letras;- Membro da Associação Cearense dos Escritores

Obras Publicadas:História de Um Compromisso, Câmara dos Deputados, 1978;

Prestando Contas, 1987; Prestando Contas II, 1988; Prestando Contas - III, 1988;Educação, Direito de Todos, Câmara dos De-putados, 1989; LDB, em Debate, Câmara dos Deputados, 1992 Educação, Uma Decisão Política, Câmara dos Deputados, 1997; Modelo Político para o Novo Milênio, Editora Premius, 1998; LDB, Comentada, Editora Premius, em parceria com o Professor Ricardo Martins, 1998; Aposentadoria, Ato Jurídico Perfeito, Direito Ad-quirido, Câmara dos Deputados, 1999; Lei de Responsabilidade Fiscal, Câmara dos Deputados, 2000; Desigualdades Regionais, Câmara dos Deputados, 2000; Idioma dos Pássaros, Poesias, Edições Livro Técnico, 2003; Convênios e Tomadas de Contas Especiais, Editora Fórum, em parceria com Ana Cláudia Messias, Paulo Roberto Wiechers e Pedro Tadeu de Oliveira, 2004; CD “Águas do Arco-Íris”, Produtor Musical Goya, 2002 CD “A Música da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, Produtor Mu-sical Marcelo Salazar, 2003; CD “No Vagão da Estrela”, Produtor Musical Goya, 2004; Passageiro do Tempo, Poesias, Edições Livro Técnico, 2005; CD “CANTO DE VIDA”, Produtor Musical Goya, 2006; CONTROLE EXTERNO - Anotações à Jurisprudência do TCU - Temas Polêmicos, Editora Fórum, 2006. CD “VERSOS DE VIDA” - 23.10.2007 Versos de Vida - Poesias, Edições Livro Técnico, 23.10.2007

O que aconteceu na Casa do Ceará na festa de confraternização pela posse do ministro Ubiratan Aguiar, na presidência do Tribunal de Contas da Uniáo, na noite de 10.12, foi supreendente A velha Casa,de 45 anos, que há muito tempo não via tanta gente ilustre, foi invadida por uma multidão de quase 600 cearenses e brasilienses, que se comprimiram no Espaço Cultural Estênio Campelo, recém inaugurado, e no estacionamento coberto por um toldo. Nem a chuva forte reduziu o impacto, a alegria e a satisfação de todos. Foi como a Casa estivesse renascendo das cinzas com o projeto de Fausto Nilo.

Waldonys com seu conjunto veio direto de Fortaleza, pilotando seu avião particular, para fazer um “show”de música cearense. Em dois momentos, dividiu o palco, quando o ministro Ubiratan Aguiar, com sua veia de poeta e cantor, o acompanhou , cantando, e quando Ubiratan Aguiar presidiu as homenagens ao presidente Fernando Cesar Mesquita, que completou 70 anos, com direito a cantar para-béns, soprar velinha, cortar bolo, e fazer um pequeno discurso em que anunciou a disposição do governador Cid Gomes, presidente de honra a Casa, em empreender esforços para viabilizar on projeto da nova Casa do Ceará em Brasília.

O serviço comandado pela doublé de Diretora de Assistência Social da Casa, Maria de Jesus Martins Monteiro, e “chefe de co-

zinha” esteve perfeito. Uísque, vinho, cerveja, refrigerante e água, entradas como o caldo de abóbora de Boa Viagem, a carne seca com tapioca de Quixadá, a musse de camarão de Paracuru. No menu do jantar, arroz, salada, lagarto ao molho do Bira, fi lé de sirigado, vindo de Fortaleza.

O ministro Ubiratan Aguiar, acompanhado de sua mulher Terezita, percorreu todas as 120 mesas instaladas, cumprimentando cada uma das pessoas e deixando-se fotografar com elas, agradecendo a parti-cipação, sendo que muitos vieram do Ceará.

Entre os presentes o ministro Carlos Ayres de Brito, do Supremo, e presidente do TSE, ministro Luciano Brandão, ministro Valmir Campelo e sra, ministro José Coelho, ministro Claudio Santos e Sra. embaixador Paes de Andrade, senadores Inácio Arruda e José Nery, deputados Eunício Oliveira , Jutahy Magalhães, sra. e fi lho, e Eugênio Rabelo, Aníbal Gomes, ex-deputados Antonio dos Santos e Iranildo Pereira, desembargadoras do TRT de Fortaleza, Dulcina Palhano e Laís Freire, prefeito Roberto Pessoa, de Maracanaú, prefeito Tomaz Figueiredo, sra. e fi lho, deputado estadual, secretário de Estado, René Barreira, empresários Geraldo Vasconcelos e sra.,, Raimundo Nonato Viana e Sra, Francisco Mirto, Tarcísio Florêncio, Sergio Barreira, Ser-gio Machado, Ariston de Paula Pessoa, Jacqaues Laboissiere Gomes, Sergio Braga, José Lírio, José Fagundes Maia Neto, Alexandre Paes

dos Santos e sra, José Ednardo de Assis e Sra. e José Amaro Neto e sra., advogados Osmar Alves de Melo e sra., Estênio Campelo, sra. e fi lho, Guilherme, carnavalesco Joãosinha Trinta, jornalistas Pádua Lopes, Edilmar Norões, Sabino Henrique, Macário Batista, Lustosa da Costa , sra. e fi lho, Carlos, Marcondes Sampaio e fi lho, J. Alcides, José Rangel e sra. Genésio Araújo Jr. e sra, Jorge Cartaxo e Sra.

Diretores da Casa do Ceará: Fernando Cesar Mesquita e Claudia Carneiro, Luiz Gonzaga de Assis, Leimar Leitão de Assis e sra., José Sampaio de Lacerda, com Claudio Daniel e Luciana Lacerda, Jb Serra e Gurgel, Wanderley Girão e Sra., João Rodrigues Neto e Sra., José Ribamar de Oliveira Madeira, José Carlos de Carvalho e José Colombo Filho, jornalistas José Jézer de Oliveira, José Wilson Ibiapina e Inácio de Almeida. Familiares do ministro Ubiratan Aguiar : irmãos - dr. Irapuan e Sra., Irapuan Jr. e Sra, Iara e fi lha Érika e Sr, Inúbia e Sr. e fi lha Luiane, cunhado Candido Neto e irmã Iuna, sobrinhos, Geysa e Andrey, fi lhos do irmão Guaracy, Marcel fi lho da irmã Iraê, quatros fi lhas do ministro, Neyrta, acompanhada da fi lha Neysia e Sr., Neyrla, Neyriane e Sr. fi lhos Lucas e Diego, Neyara e sra. fi lhos Camille e Brendo, tio Croacy Aguiar, primos, Nilson Diniz, Moacir Filho, da parte da d. Terezita, Socorro Mendes e fi lho , primo, Telmo Mesquita e sra, Aparecido Filho, dr. Stainer Mesquita, Ariel, José Lauriston e Sra.

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br 13 Dezembro/08

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Ceará em Brasília14Dezembro/08

Com 5,88% do projeto concluído, obra ainda aguarda libera-ções de R$ 180 milhões do BNB e de R$ 823 milhões do FinorPara não descarrilar, a segunda etapa da ferrovia Transnordestina precisa de verbas. O presidente da Transnordestina Logística (ex-Companhia Ferroviária do Nordeste, CFN), Tu Daher Filho, esteve no Rio de Janeiro, negociando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), detalhes buro-cráticos para liberação de R$ 900 milhões, a serem alocados na nova etapa do projeto ferroviário.

De acordo com Daher, a primeira fase da estrada de ferro já foi concluída. Tratam-se de apenas 100 quilômetros de recupe-ração de trilhos entre as cidades de Salgueiro, em Pernambuco, e Missão Velha, no Ceará. Dos 1.728 quilômetros previstos no projeto, significa que apenas 5,88% já passaram por obras.

Transnordestina requer liberação de R$ 900 milhõesPetróleo em Alto Santo, Limoeiro do Norte e Tabuleiro do Norte

Nova rodada de li-citação da ANP inclui Alto Santo, Limoeiro do Norte e Tabuleiro do Norte

Hoje, os únicos mu-nicípios que produzem o óleo no Ceará são Paracuru, Aracati e Ica-puí, sendo o primeiro explorado em mar, na Bacia do Ceará, e os outros dois em terra, na Bacia Potiguar. São quatro campos petrolíferos marítimos e dois terrestres, produzindo cerca de 11 mil barris diários de petróleo e aproximadamente de 300 mil metros cúbicos de gás.

Na Comissão Especial de Licitação, haviam 33 manifes-tações de interesse, das quais 17 são brasileiras. Dessas, até a data, apenas sete operadoras foram quali cadas.

O contrato na décima rodada dará o direito de atuação sobre estas áreas de, no máximo, 34 anos, período que só poderá ser estendido por nova solicitação e posterior con-cessão da ANP. Após assinado o contrato, a operadora terá de três a sete anos para a fase de exploração, que é quando ela aporta os seus investimentos na descoberta do óleo. Após isso, começa a produção, que é quando a empresa começa a ter lucros.

A 10ª Rodada oferece 35 blocos na Bacia Potiguar, em uma área de 1.055 quilômetros quadrados, sendo nove deles localizados total ou parcialmente nos municípios cearenses e o restante divididos entre sete municípios do estado do Rio Grande do Norte.

Ao todo, a ANP estará licitando 130 blocos em sete bacias sedimentares: Sergipe-Alagoas, Amazonas, Paraná, Potiguar, Parecis, Recôncavo e São Francisco. Além dos dois estados citados, outros seis estão incluídos na rodada: Alagoas, Ama-zonas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná.

BNB destinou R$ 500 milhões para incentivar exportações

O Banco do Nordeste decidiu ampliar em dez vezes o volume do Cresce Nordeste Exportação, linha de crédito de incentivo às empresas exportadoras localizadas no Nordeste e norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo (área de atuação da instituição). Com a medida, o banco passará a disponibilizar R$ 500 milhões para os empreendimentos, ao invés dos R$ 50 milhões anteriormente xados.

A medida pretende incentivar as atividades das empresas neste período de turbulências econômicas no mundo. Segundo o gerente executivo do Ambiente de Operações de Câmbio do BNB, Antônio Gilsom de Melo Casimiro, foram contratados pelo programa, até agora, R$ 75 milhões, ´sendo que no perío-do de recrudescimento da crise de liquidez externa, a partir de outubro, foram contratados R$ 28 milhões.

Do total contratado, 23% foram destinados ao Ceará, o que signi ca R$ 17 milhões em empréstimos. Até nal do ano, o BNB prevê contratação adicional em carteira de R$ 150 milhões, dos quais, R$ 50 milhões deverão vir para o Estado.

Por meio do novo aporte de recursos ao Cresce Nordeste Exportação, as empresas terão limite máximo de nanciamento aumentado para R$ 20 milhões (antes era R$ 5 milhões). No caso de empreendimentos também de grande porte, mas loca-lizados em outras partes do território nordestino, o limite será expandido de R$ 3,75 milhões para R$ 15 milhões. Os demais tipos de nanciamentos variarão de R$ 135 mil para R$ 7,5 milhões. “O montante será destinado a empresas exportadoras justamente no momento em que vários bancos estão retraindo a oferta de recursos, quer por di culdade de acesso a linhas de crédito, quer por certa aversão ao risco”, a rmou o presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith.

Para Smith, o cenário econômico atual pode servir de opor-tunidade para o BNB consolidar sua imagem como principal agente de desenvolvimento da Região Nordeste.

Nos outros trechos, nenhuma obra foi iniciada ainda e não há prazo de começo.

O custo da ferrovia Transnordestina foi aumentado em 20%. A obra vai representar um investimento de R$ 5,422 bilhões. Até o começo de outubro passado, o valor de implantação do empreen-dimento, um dos maiores do PAC, era R$ 4,5 bilhões.

Iniciadas em 2006, a expectativa para conclusão das obras é até o m de 2010. A data, entretanto, depende das licenças ambientais, desapropriações e liberação dos recursos, de acordo com o gestor.

O projeto envolve a construção de 680 quilômetros de novos segmentos, 600 quilômetros de reconstrução com alargamento de bitola e 500 quilômetros de recuperação, restauração e implantação de bitola mista (três trilhos).

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br15 Dezembro/08

Acopiara comemorou cinco centenários em 2008Leituras IJb Serra e Gurgel (*)Neste ano da graça de 2008., Acopiara comemorou cinco

centenários,em grande estilo. Os 100 anos da chegada da família Gur-gel do Amaral Valente; os de Nominandas Bezerra Lima, o Naminame do Café, os de Antonio Alves Guilherme, Antonio do Cedro, os de Dr; Tiburcio Valeriano Soares Diniz e os de Antonio Dias Albuquerque, o Vilela.

Sobre os 100 anos da chegada da família Gurgel do Amaral Valente : foram marcados por muita emoção. Somos mais de 1.600 descen-dentes do Vovô do Rio e da Vovó Joaninha, por mim contados, entre diretos e indiretos. Claro que nem todos estiveram em Acopiara. Mas os300 que lá passaram vivenciaram momento único em suas vidas. Que os descendentes comemorem os 200 anos com o mesmo brilho e reverência.

Cultuar a memória é viver a História, a ocupação espacial e ter-ritorial (urbana e rural), a formação política, a organização social (educação e cultura), a estruturação administrativa, o desenvolvimento econômico, cienti co e humano. Aproveitamos o momento para nos situar perante todos os nossos conterrâneos pela contribuição de nossa família ao progresso de nossa Acopiara.

Nominandas Bezerra Lima nasceu em Iguatu, lho de Santiago Bezerra Lima e Joana Guedes Moreno.Ficou órfão aos 10 anos e começou a trabalhar na agricultura para ajudar seus 10 irmãos.Veio cedo para Acopiara, casando-se em 1934 com d. Maria. Dos 13 lhos que tiveram, nove se criaram, nasceram 37 netos, 58 bisnetos e 7 ta-taranetos. Viveu com com d. Maria 60 anos., ela morreu com 78. Ele faleceu este ano em 02.02 com 101 anos e três meses.

Nominandas enfrentou muitas di culdades para sobreviver com dignidade. Trabalhou na Serraria de José Emídio, nos sítios Lamarão do coronel Sinfronio, Campestre e Veneza.Vivia da agricultura, como meeiro, e na cidade, no Colchete, na casa em que morava, cedida por Antonio Tó, tinha um pequeno negócio, ora pensão, ora venda de produtos essenciais, ora bodega, ora café o que era feito por.d. Maria mas que lhe valeu o apelido de Naminame do café. Foi também marchante (açougueiro) e comprou um jumentinho para acompanhar o padre João Antonio nas missas nas capelas levando comidas, pães,

sequilhos, bolachas, tapiocas e café.Antonio Alves Guilherme nasceu em Tauá, em 22.10.1908, lho

de José Alves Ferreira e Elvira Holanda Cavalcante, Aos 17 anos foi morar em São Luis, no Maranhão. Após a morte do pai, sua mãe foi morar em Lages, mais tarde Acopiara, com os lhos Chico Elvira, Mariinha, Joaquim, Manuel , Luiz e Teodolina, no sitio Croatá, de seu primo, Almerindo Guilherme.

Já em Lages, em 1929, conheceu Zilda, do sitio Córrego do Juazei-ro, ao lado do Croatá, casando-se em 1929, ato celebrado pelo padre Leopoldo Rolim, nascendo os lhos Albertina, Aldenora, Altamira, Adalberto, Adalia, Adaíza, Alzionete, Antonio, Fernandes, José, Go-reti, Elvira, Pedro e mais sete lhos que faleceram recém –nascidos, chegando aos 42 netos e 60 bisnetos.

Antonio e Zilda, casados, foram morar no sítio Cedro, de proprieda-de de Félix Florentino, vivendo da agricultura, depois do comércio de gêneros, da compra de algodão para seu tio, Chico Guilherme, além de pele e mamona para Alcebíades Jácome e João Holanda, seus amigos e compadres. Tornou-se Antonio do Cedro e foi nomeado Delegado de Quarteirão do Cedro, pelo Governador Interventor Federal no Ceará, Francisco de Menezes Pimentel.

Em 1947, veio morar na cidade incentivado pelo irmão Chico El-vira, estabelecendo-se n comercio à rua Marechal Deodoro até 1981.Em 1948, comprou o sitio Canaã, cuja casa grande foi cedida para a empresa construtora da CE 040 , na seca de 1958. e mais tarde parte da fazenda foi vendida a Prefeitura , na gestão Jairo Alves, para que fosse construído um campo de pouso que leva o seu nome. Faleceu em 26.07.1991, cercado por seus familiares e amigos.

Dr. Tibúrcio Valeriano Soares Diniz nasceu em 10.09.1908, em Serra Talhada/PE, terra de Lampião, lho do coronel Cornélio Soares e Ce-cília Diniz Soares, ele foi prefeito da cidade, neto paterno do abastado comerciante, Tibúrcio Valeriano Gomes de Lima, e neto materno de Joaquim Diniz, juiz da comarca de Serra Talhada. Com 12 anos, em 1920, ingressou no Ginásio em Serra Talhada e com 23 na Faculdade de Medicina, do Recife, formando-se em 1936. A convite de seu colega, Aderson Monteiro, veio várias vezes à Acopiara.

Em 1938,já médico, xou-se em Acopiara casando-se com d. Mun-

Nada se consegue só Gervásio de Paula (*)

Recebo sempre várias mensagens, quando escrevo, em qualquer jornal, uma modesta crônica samanal ou men-sal. De repente me torno um instrumento de auto-ajuda. Mas, repassar experiências adquiridas no cotidiano da sobrevivên-cia - buscando melhorar a vida do próximo - não deixa de ser uma obrigação humanitária. Das correspondências, a mais comovente foi a do jovem Germano Acioli. Diz-se constante-mente angustiado por não poder tratar, como gostaria, o seu pai doente, por lhe faltarem recursos financeiros. E as assis-tências medicamentosas públicas são verdadeiras vias crucis para alcançá-las. Ganha pouco, sem condições de comprar os remédios prescritos pelo médico. A aposentadoria recebida por seu pai mal atende às necessidades alimentares bási-cas; frutas e verduras. Fico sem saber o que fazer. Gostaria de ajudá-lo. Tam-bém não conto com meios financeiros para isso. E, alguns profissionais de saúde no exercício de mando nos serviços públicos - que poderiam socorrê-lo - foram procurados e não ofereceram mais do que promessas não cumpridas. Revelam-se insensíveis como seres humanos, salvo evidentes e raras

exceções. Não movem uma palha para ajudar a quem quer que esteja fora de suas panelinhas paroquiais, familiares ou político-partidárias. Só me resta sugeri-lo um remédio que nem sempre serve a todos. Em qualquer atividade humana cada caso é um caso; nos ensinam as pessoas mais sofridas. Diria ao jovem que não se preocupe tanto com a saúde de seu pai. Pelo que narrou, baseado no médico que o assiste, não é tão grave a doença que o afetou, embora a longo prazo ela venha a se agravar. Para quase tudo tem solução. Ainda que demore. Por isso, sugiro que resolva primeiro os problemas mais urgentes da organização familiar. Uma opinião sincera ajuda muito a resolver os problemas do semelhante. Pelo que conta Acioli, os de casa ficam pelos cantos, resmungando, cochichando, quando deveriam falar abertamente um ao outro; “você pode me ajudar num problema que vem me afligindo? Como pode ajudar”? Mas ficam se esquivando sem necessidade, inventando pressas quan-do é para ajudar um irmão, um sobrinho, um primo ou um neto. Essa carreira só leva ao estresse. Façam uma agenda coletiva para o cumprimento das necessidades diárias. Na agenda vejam quem pode e como pode cooperar para fechá-la sem atropelos. Tudo se solucionaria coletivamente com satisfação. Em nenhuma parte do planeta se superam as dificuldades na

vida dos povos, das nações e das pessoas isoladamente. Por-tanto, sejam mais sociáveis, tenham mais humildade e menos amargor. Ser amargo transmite desânimo aos outros. Cultivem mais amor. Deixar, também, os outros sozinhos - com medo de enfrentar as situações do próximo ainda pior.Angustia e leva à mente o que não existe na realidade, apenas nas cabeças das pessoas. Talvez por aí encontrem a a melhora do velho. Unam-se mais. É uma sugestão. Sem uma união familiar os de fora não ajudam nunca; só há respeito moral enquanto tiverem um mínimo indispensável à sobrevivência. Os outros, de outros nú-cleos, também têm os seus gargalos. Se algum dia os mínimos meios de sobrevivência faltarem, não se iludam; ninguém irá socorrê-los eternamente ou jogar do alto, como nas enchentes, o que precisam no dia a dia. Diminuam os supérfluos. O que for supérfluo para um e para outro não, respeitem a vontade individual, contanto que esteja na frente, como prioritário, o que necessita o coletivo. Sem muita reza, embora com bastante fé e trabalho, talvez alcancem a felicidade comunitária, ainda que não seja a desejada.

(*) Gervásio de Paula (Fortaleza) , jornalista

Luiz Amorim, o semeador da CulturaEdmílson Caminha (*)

Se me pedissem para nomear os brasileiros mais impor-tantes do nosso tempo, um deles seria, com certeza, Luiz Amorim. Homem sem poder político nem força econômica, é importante pelos ideais que cultiva, pelos sonhos que alimenta, pela determinação com que luta por um Brasil melhor, em que a dignidade humana, a justiça social e a plenitude da cidadania deixem de ser privilégio de poucos para transformar-se em direito de todos.

Em um país onde poucos fazem, pouquíssimos ajudam e a maioria leva o tempo a criticar, Amorim não espera por ninguém: discreta e quase anonimamente, arregaça as mangas

e dá o melhor de si no esforço para transformar o discurso em ação, a promessa em obra, o impossível em possível, e o possível em realidade. Em 1994, começou a mostrar que o Açougue Cultural T-Bone não era uma contradição entre carne e livro, mas a conjunção harmoniosa da matéria com o saber. Em 1998, deu início ao programa da Noite Cultural T-Bone, em que escritores e artistas se encontram para provar que Brasília não é a “Ilha da Fantasia”, mas um arquipélago carente das pontes que nos cabe construir. Em 2003, entregou ao público a Biblioteca Comunitária T-Bone, hoje com 20 mil exemplares que semeiam a leitura e democratizam o conhecimento. Em 2007, abriu a primeira Parada Cultural, que hoje se multiplica ao longo da Asa Norte, a provar que o povo é civilizado e

honesto quando assim tratado por quem o respeita.Em 2008, homenageamos Machado de Assis, pelos cem

anos da morte, e Guimarães Rosa, pelo centenário do nas-cimento. Por dever de honra e questão de justiça, devemos homenagear, também, Luiz Amorim, que nos dá a todos um edificante exemplo e uma admirável lição: exemplo de gran-deza moral e de espírito público, lição de sabedoria humana e de solidariedade fraterna.

Fosse eu, por condenação divina, Presidente da Repúbli-ca, teria uma única certeza: Luiz Amorim seria meu Ministro da Cultura.

(*) Edmilson Caminha (Fortaleza), escritor e técnico da Câmara dos Deputados

dinha, lha de Paulino Félix Teixeira e Josefa Alves Teixeira. O casal teve nove lhos: Sergio, Semiramis, Nodja, Cornélio,. Aurélio, Lécia, Márcia, Cecília, Tibúrcio e Paulino.

Em 1946, foi nomeado prefeito para o biênio 1946-47, elegendo-se depois para o período 1950-54. Foi eleito deputado estadual para o período 1954-58. Tentou a reeleição para 1958-62, cando na primeira suplência , assumindo em função da licença de Pontes Neto, nomeado Secretário estadual de Saúde. Faleceu prematuramente em 26.03.1962, com 53 anos. Sua passagem pela prefeitura foi marcante de agrando o processo de calçamento, abastecimento de energia elétrica e d,água com a construção da barragem que leva o seu nome, inicialmente com 2.4 milhões de m3 e hoje com 7,1 milhões de m3, construção do centro de puericultura, maternidade e hospital.

Quem comemorou centenário vivo, festejado por seus familiares e amigos, foi Antonio Dias Albuquerque, o Vilela, nascido em 01.01.1907, no Isidoro, distrito de Acopiara, lho de José Dias Bezerra e Julio Lopes Albuquerque. Aos 9 anos perdeu o pai e aos 13 a mãe e lhe coube a desa adora missão de coordenar a sobrevivência dos irmãos Everaldo, Evaldo, Esmeralda,Perpétua, Edmundo, Zélia, Alaíde, Vilebaldo, Ma-dalena e Helena, com os parcos recursos de que dispunham. Reconhece que foi muito difícil mas não faltou a solidariedade de Isidoro.Aos 28 anos casou –se, em 1935, com Maria Albuquerque com que viveu até 199. Foram 59 anos de lutas em comum.

Austero, simples, humilde, cordato, como toda gente do povo, Seu Vilela foi agricultor, pedreiro, tendo trabalhado na construção da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em 1925 mestre de moagem nos engenhos de rapadura de Acopiara, cobrador de impostos, o cial de registro e subdelegado. Como funcionário público foi escrivão do regis-tro civil durante 26 anos, passando por suas mãos 18 mil registros, de 1951 a 1977, um feito sem dúvida notável. A razão de sua longevidade, motivo de orgulho e simpatia dos acopiarenses, está na sua disciplina de vida, mantendo os hábitos de uma vida saudável, sem os excessos. Católico praticante recorda com emoção dos tempos em que vinha a pé do Isidoro para Acopiara a m de participar da festa da padroeira

(*) JB Serra e Gurgel, (Acopiara), jornalista e escritor.

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Ceará em Brasília16Dezembro/08

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br17 Dezembro/08

Súplica de trovadorLuis Martins da Silva (*)

Ah! Mon amour, mon coeur / mon hyprocrite lec-teur!

[Decalque sobre Baudelaire] Ah! Devoto louvor, ouve o meu vate coração!Por que insistes em me carregar a calma?

Meus olhos por ti já não dor d’olham?Meus afetos já não te cercam em petições? Por que ainda não me lês com a alma,Que a imagino, mais ávida, com menos senões?Dá-me com teu sopro minha sobrevida;Embala-me fora de tua doce crítica malsã. Não sabes que me desmorono em ânsias de Petrarca

E só por símbolos estarei vivo até amanhã de manhã?Desejara que em meu túmulo uma última quireraFosse de todas, a mais singela, ave faminta a petiscarSobre a carapaça indiferente do granito, tic, tic, tic! Bicadinha, bicadinha, gota de chuva a se estralarDe nuvens túrgidas ao crepúsculo, prenúncios de trazerO que os corações em eternas juras queriam alvorecer.

Língua do Tlá

Aos poucos, depois de muitosEstalos de língua e bochecha,Inventamos nosso próprio dialetoDe mungangos e muxoxos. Tló! Tla! Seria Olê, Olá?Pergunto eu, de cá.Tló! Tlá! Con rma, de lá.Tló! Tlé! Indaga-me: O que é?

Tló-tli-tlá-tlo:Obrigado!Tló-Tla-Tla. De nada! Tlã-Tlã?Tlã-Tlã? – Insiste.Tlã-Tlá – Então, ta. Tlé-Tléu – estala ela.Tlé-Tléu – estalo eu.

Tló-tlé-tle.Novo verbete? Mas nem ela nem euSabemos no que deu. Até mesmo porque ela cresceu.Quanto a mim, não sei.

(*) Luiz Martins da Silva (Nova Russas), jornalista e prof. da UnB

Humor Negro & Branco HumorComo a banda toca“Você sabe que está cando louco no século XXI quan-

do:1. Você envia e-mail ou MSN para conversar com a pessoa

que trabalha na mesa ao lado da sua;2. Você usa o celular na garagem de casa para pedir a

alguém que o ajude a desembarcar as compras; 3. Esquecendo seu celular em casa (coisa que você não

tinha 10 anos atrás), você ca apavorado e volta buscá-lo; 4. Você levanta pela manhã e quase que liga o computador

antes de tomar o café; 5. Você conhece o signi cado de naum, tbm, qdo, xau,

msm, dps, kd, vc...; 6. Você não sabe o preço de um envelope comum; 7. A maioria das piadas que você conhece, você recebeu

por e-mail (e ainda por cima ri sozinho...); 8. Você fala o nome da rma onde trabalha quando atende

ao telefone em sua própria casa (ou até mesmo o celular !!); Você digita o ‘0’ para telefonar de sua casa;

10. Você vai ao trabalho quando o dia ainda está clarean-do, volta para casa quando já escureceu de novo;

11. Quando seu computador pára de funcionar, parece que foi seu coração que parou;

11. Você está lendo esta lista e está concordando com a

cabeça e sorrindo; 12. Você está concordando tão interessado na leitura que

nem reparou que a lista não tem o número 9; 13. Você retornou a lista para veri car se é verdade que

falta o número 9 e nem viu que tem dois números 11; 14. E AGORA VOCÊ ESTÁ RINDO CONSIGO MESMO;

15. Você já está pensando para quem você vai enviar esta mensagem;

16. Provavelmente agora você vai clicar no botão ‘En-caminhar’.

É a vida...fazer o quê... foi o que eu z tambémCinema no Nordeste é assim... Para conseguir a aceitação do público nordestino, os

cinemas locais decidiram mudar os nomes dos lmes. Veja abaixo os novos títulos:* De: Uma Linda Mulher* Para: Uma Quenga Aprumada* De: O Poderoso Chefão* Para: O Coroné Arretado* De: O Exorcista* Para: Arreda, Capeta!* De: Os Sete Samurais* Para: Os Jagunço di Zóio Rasgado* De: Godzila.*

Para: Calangão* De: Perfume de Mulher* Para: Cherim de Cabocla* De: Tora, Tora, Tora!* Para: Ôxente, Ôxente, Ôxente!* De: Mamãe Faz Cem Anos* Para: Mainha Nun Morre Mais* Para: Arranca-Rabo no Céu* De: Um Peixe Chamado Wanda* Para: Um Lambari Cum Nome di Muié* De: A Noviça Rebelde* Para: A Beata Increnquêra* De: O Corcunda de Notre Dame* Para: O Monstrim da Igreja Grandi* De: O Fim dos Dias* Para: Nóis Tâmo é Lascado* De: Um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita.* Para: Um Cabra Pai D’égua di Quem Ninguém Discun a* De: Os Filhos do Silêncio* Para: Os Mininu du Mudim* De: A Pantera Cor-de-Rosa* Para: A Onça Viada *

Leituras II

A Bússola da Vida Cotidiana no Rio de JaneiroJosé do Vale Pinheiro Feitosa (*)

Quatro pontos cardeais no espaço compreendido entre o Passeio Público e a Cinelândia.

A oeste, no quadrilátero compreendido pela Escola de Música da UFRJ, a Sala Cecília Meirelles, a Igreja da Lapa e o Muro do Passeio Público. Nele um mulato magro, com o tronco nu, calças encardidas e arregaças, um violão, um microfone e a caixa de som. Neste ponto cardeal a voz am-pli cada e as batidas metálicas das cordas reboam como as nuvens atômicas no largo limitado pelos Arcos da Lapa e sobem ao éter em busca do Alto de Santa Teresa.

A leste do Passeio, no largo para a Praça Manhatma Gandhi e o Hotel Serrador, de vista para a Senador Dantas. Um negro, com feições de indiano, tranças rastafári, boné, camisa preta e calças cinza, um par de tênis e uma trouxa ao lado. Ora sentado na borda estreita do muro do Passeio

ou sobre o respiradouro da garagem subterrânea. O mais absoluto silêncio, uma contemplação de paisagem, mas ao mesmo tempo para o necessário espaço da fórmula com a qual estamos no mundo. Nunca os meus olhos encontraram os dele. Não observa ninguém. Todos os dias é o ponto cardeal do Centro do Rio de Janeiro. Como se alimenta e onde dorme a eterna pergunta do transeunte que ao seu lado passa, também com olhar de paisagem.

Ao norte da Cinelândia, bem em frente à Biblioteca Nacional de um lado e do outro o Bar Amarelinho, sentido oposto o Teatro Municipal e ao sul a silhueta do Pão de Açúcar. Sobre a grade do respiradouro do Metrô, onde os ventos do deslocamento das composições sopram, o terceiro ponto cardeal desta nossa vida disforme. Uma mulher magra, vestida em trapos sobrepostos, lenço na cabeça, negra, jovem e seu olhar esbugalhado para um ponto fixo defronte de si. Sentada sobre a grade do

suspiro dos vagões que engolem e vomitam gente, ela eternamente dobra o tronco sobre as pernas num vai e vem, num sobe e desce como se fosse o pistão de uma máquina a vapor.

O quarto ponto, aquele que deveria dar sentido a esta desgraçada Rosa dos Ventos, se forma pelo vazio no qual foi um dia o Prédio do Senado Federal e o majestoso e branco edifício da Câmara dos Vereadores. Nesta planície a pluralidade que a sociedade é se torna o nada em razão dos demais pontos cardeais. Seja este um espaço amplo do burgo ou tal uma maquinaria de tempo a realizar. A nal o espaço é um pântano e o tempo não maquinou nada. Continua como há mais de século, entre o espaço da senzala e o chicote no lombo do escravo.

(*) José do Vale Pinheiro Feitosa(Crato), médico cearense residente no Rio de Janeiro

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Ceará em Brasília18Dezembro/08

324 cidades em emergência

Ceará implanta mais dois parques eólicos e atinge a produção de 56,33

A empresa Rosa dos Ventos inaugurou em 17.11 dois parques eólicos no Ceará, um em Canoa Quebrada e outro, na Lagoa do Mato, ambos localizados no município de Aracati. As duas Usi-nas representam 13,73 MW de potencia instalada. A solenidade contou com a presença do Governador do Estado do Ceará, Cid Ferreira Gomes, do secretário da infra-estrutura, Adail Fontenele e de diretores da empresa geradora de energia. Foi realizada no Por-to Canoa Resort, em Canoa Quebrada e terá início às 10h30.

Com os novos parques, o Ceará passou a produzir 56,33 MW de energia gerada a partir dos ventos que fazem do Estado o se-gundo maior gerador de energia eólica do Brasil. O estado ca atrás apenas do Rio Grande do Sul, com 200 MW. A instalação dessas usinas aumenta para três os parques eólicos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) inaugurados este ano. Ao todo 14 devem ser implantados até o nal de 2009, elevando a potencia instalada para 517,53 MW. Em

setembro deste ano foi inaugurado o de Beberibe, da Ecoenergy, primeiro do Proinfa a entrar em funcionamento no Ceará.

As duas usinas da Rosa dos Ventos bene ciarão cerca de 50 mil famílias. As obras tiveram início em março de 2007 quando foram investidos aproximadamente R$ 72 milhões. A empresa Ventania, acionista controladora da Rosa dos Ventos S.A., é formada pela portuguesa Martifer e pela Energia Global.\

O potencial de energia eólica do Ceará, segundo o Atlas Eólico do Estado, é um dos maiores do Brasil devido ao grande favorecimento dos ventos. O estudo estima que o potencial eólico viável do Ceará é de mais de 25 mil MW (on-shore), que podem chegar a 35,5 mil MW pelo aproveitamento da plataforma con-tinental (off-shore).

Os outros parques instalados no Ceará são: Usina de Energia Eólica da Eco Energy (Beberibe) com 25,2 MW de potência; Usina da Taíba (São Gonçalo do Amarante), com 5 MW; Usina da Prainha (Aquiraz), com 10 MW; e Praia Mansa (Fortaleza), com 2,4 MW.

PGR é a favor do piso salarial nacional para professores

O procurador-geral da República, Antonio Fernando Sou-za, emitiu um parecer contra a ação de inconstitucionalidade (ADI 4167) que contesta a a Lei nº 11.738/2008. Ela fixa o piso salarial nacional de 950 reais para os profissionais do magistério público da educação básica. A ação foi ajuizada pelos governadores do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará. Antonio Fernando opinou pela extinção do processo sem resolução do mérito e pelo indeferimento do pedido de medida cautelar. O parecer foi enviado ao Supremo Tribunal Federal.

Os governadores reclamam que a fixação do piso salarial ocasiona aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios despesas exageradas, além de não ter sido prevista no orça-mento. O reajuste dos novos valores estaria condicionado à existência de prévia dotação orçamentária e autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias. Além disso, questionam que a Lei 11.738 manda pagar os novos valores retroativo a 1º de janeiro deste ano.

Outra reclamação dos governadores é que a estipulação da jornada de trabalho para os profissionais do magistério público ofende o equilíbrio federativo, pois, na visão deles, somente os chefes do Poder Executivo têm a iniciativa legislativa para tratar de regime jurídico de servidor e que a União não tem competência privativa para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional.

Os governadores são contrários, também, no ponto em que a lei determina que na composição da jornada de trabalho será observado o limite máximo de 2/3 da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os alunos. Eles refutam, ainda, a correspondência do piso nacional com o vencimento inicial da carreira. Para eles, isso só poderia ser feito em cima da remuneração, ou seja, quando estão incluídas todas as vantagens pecuniárias.

Cerca de 20 milhões de pes-soas estão convivendo com a seca, fenômeno que é comum na Região Nordeste, entre os meses de maio e dezembro (Foto: CID BARBOSA)

No Piauí e no Ceará, 64 cidades estão em situação de emergência. No início do ano eram 118 no estado cearenseRecife. O período de estiagem ou a seca já fez com que 324 municípios nordestinos decretassem estado de emergência, ou seja, cerca de 20 milhões de pessoas no País, estão convivendo com o os problemas ocasionados pelo fenômeno, que é comum na Região, entre os meses de maio e dezembro. O Estado que registra maior número de cidades em situação de emergência é a Bahia, com 80. Já Sergipe possui apenas seis cidades em situação emergencial, o menor índice entre os noves estados da Região.No Piauí e no Ceará, 64 cidades estão em situação de emergência. No início do ano eram 118 no estado cearense.

O maior desa o dessa população, que convive com a seca, é manter suas atividades econômicas. Ela depende, principalmente, da agricultura e da pecuária para garantir o sustento. E a escassez de água nesse período afeta diretamente esses setores. No entanto, tanto os governos quanto instituições civis perceberam que é possível conviver com as adversidades naturais do semi-árido.

O Ministério da Integração Nacional, através da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), liberou R$ 15 milhões para a Operação Carro-Pipa, no último dia 4. A ação abastecerá 250 municípios nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Per-nambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Tocantins e Minas Gerais, durante os meses de novembro e dezembro, que são considerados os mais secos nessas localidades. Neste ano, R$ 130 milhões foram investidos na operação.

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br19 Dezembro/08

Página da Mulher

Receitas nordestinas testadas e provadasRaimunda Ceará Serra Azul (*)

“MOLE” DE PERU” (Para 4 pessoas)

Preparação: 45 minCozimento:1h e 30 min.

• 1,5 kg de pedaços de peru (ou frango), 1 cebola cor-tada em quatro, 2 colheres de sopa de gergelim, 4 colheres de sopa de amêndoas sem as peles, 2 colheres de sopa de passas, 3 grãos de pimenta-do-reino, 1 cravo, 1 ou 2 colhe-res de chá de canela em pó, 2 colheres de chá (ou mais) de molho de pimenta, 3/4 xícara (200 ml) de água, 1 cebola pi-cada, 2 dentes de alho picadinhos, 3 tomates sem as peles e

picados, 1/2 xícara (60 g) de pão esfarelado, 1 colher de sopa de óleo de girassol, 1 pedaço de 30 g de chocolate meio-amargo, sal e pimenta-do-reino, moída na hora, a gosto.

Coloque os pedaços de peru em uma panela grande com a cebola, cubra com água e deixe cozinhar lentamente por l hora ou até o peru car macio.

• Quando esfriar, retire as peles e corte a ave em pedaços pequenos.

• Coloque-os em uma assadeira grande, Coe e reserve o caldo.

• Aqueça o forno a 180°C. •Torre o gergelim e as amêndoas em uma frigideira, em

fogo médio, mexendo sempre até carem dourados. Colo-que-os no processador com as passas, os grãos de pimenta, o

cravo, a canela e bata até carem bem rnoidos. • Junte o molho de pimenta, a água, a cebola picada,

o alho, o tomate e o pão esfarelado e bata novamente até car uma mistura homogênea.

• Aqueça o óleo em uma frigideira grande e refogue essa mistura por cerca de 5 minutos.

• Coloque 3/4 de xícara (180 ml) do caldo em uma pa-nela pequena com o chocolate. Mexa em fogo baixo até dissolvê-lo.

• Junte à mistura de pimenta-malagueta, tempere com sal e pimenta e despeje sobre o peru que está na assadeira.

• Leve ao forno por 20 a 30 minutos e sirva quente.(*)Raimunda Ceará Serra Azul - advogada, (Urubu-

retama)

Águas e arco-írisRegina Fittipaldi (*)

Quando a nave Apollo nos forneceu imagens da Terra, a humanidade encantou-se e percebeu-se pertencente como os oceanos, nuvens e toda a vida, ao Planeta Azul. Inaugurava-se naquele instante um novo modelo de percepção de nossa morada cósmica, onde toda a diversidade dos seres que a habitam formavam um todo. Resgatamos a visão dos gregos de Gaya – o organismo vivo - nossa morada evolucionária comum, uma poeira cósmica na imensidão das galáxias e uma grandiosa dimensionalidade.

Parafraseando o lósofo grego Hermes Trimegisto quando nos dizia da intrínseca relação entre todas as coisas, do macro ao micro, podemos fazer uma analogia entre a Terra e cada expressão de vida que o habita, oriundos de uma mesma célula original.

Vejamos o corpo humano: assim como nosso planeta, é composto dos mesmos 70% de água. Somos compostos pelos mesmos elementos da Mãe Terra, por sermos seus lhos e lhas, tendo que equilibrar o complexo sistema, em

movimentos de expansão e contração - nossa respiração - gesto primeiro que realizamos ao sair do útero de nossas mães para o mundo. E não apenas nos aspectos físicos, que percebemos com os cinco sentidos, mas nos aspectos sutis e subjetivos. Assim, podemos fazer a analogia entre a objetivi-dade e a subjetividade, associando o elemento terra à razão, o ar à sensação, a água aos sentimentos , fogo ao espírito , por seu caráter puri cador e incorruptível. Assim, podemos perceber cada um de nós como um planeta em miniatura, parte de uma imensa galáxia-vida, buscando preservar-se em equilíbrio, numa dança que convoca cada ser a desejar ser pleno e feliz!

Muito o ser humano vem realizando e transformando. Somos seres criativos, lhos do In nito. Carregamos o DNA cósmico da Fonte, da Origem.

Porém, ao longo de nossa evolução civilizacional, fomos dominados por um estranho sono, que tem nos levado a perder a realidade do pertencimento a todas as coisas. Fragmentamo-nos deste tecido tão delicado e cuidadosamente bordado pela ânsia da vida por si mesma. Construímos uma percepção do mundo excludente e centrada no ser humano, apoiada na ilusão de que toda a vida que nos cerca é um cenário para realização do nosso desejo e saciedade. Passamos por cima da integridade de todas as coisas.

As águas que nos encantaram pelo profundo azul estão se tornando perigosamente escuras e opacas, e as inunda-ções recentes em Santa Catarina denunciam a marcha das reações ao aquecimento global. A terra generosa, ameaçada por desmatamentos, pelo uso de agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes, além das bombas das guerras que explodem abalando as profundezas da Terra. O fogo – ou calor - está provocando profundas mudanças nos climas, aspectos que os cientistas e ecologistas vêm alertando há décadas, trazendo necessidade de mudanças urgentes. O ar se contaminando. O lixo – resultado do consumo irresponsável - com o qual poluímos as águas e terras, manifesta-se igualmente em nós: há muito lixo químico e residual nos nossos alimentos, que poluem nossos corpos e mentes.

No processo evolucionário da vida nós, seres humanos, somos – como de niu Leonardo Boff - a parte da evolução que adquiriu consciência de si, do outro e da natureza, sentimentos e o dom de pensar e enternecer-se. 99,98% de tudo o que en-tendemos por vida existia, relacionava-se, interconectava-se para gerar mais vida! Sabemos que tudo isso não é dom de

uma espécie. Tudo se relaciona com tudo, numa complexa teia de interdependências.

A chegada da primavera, com as primeiras e ansiadas chuvas, nos convida a pensar na vida que nos chega com as ores e as sementes do Cerrado. Nunca é demais lembrar que

a celebração desse momento se faz possível, porque a Vida honra os ciclos, e preserva um dinâmico e sutil equilíbrio.

Iniciativas individuais e coletivas são fundamentais . Par-cerias entre os diferentes segmentos da sociedade criam laços, e podem ser sinais de que estamos saindo do estranho sono, despertando para um outro momento. Há uma pergun-ta que cabe a cada um de nós se propor: qual a minha parte nesse processo?

Houve um tempo em que depois de abundantes águas caídas do céu, um arco íris desenhou promessas de novos tempos e de novos laços de harmonia entre as energias do céu e da terra. As sementes, nós as temos em nossas mãos!

É chegado o momento da humanidade esboçar o seu arco íris de aliança numa ética de solidariedade e paz entre todos os seres, para que seja possível um novo jardim de delícias sobre a Terra, nosso planeta azul.

. Curriculum resumido – Regina Stella Quintas Fittipaldi é Arquiteta e Urbanista formada na Universidade de Brasília , Pós Graduada em Gestão Ambiental em Cidades, Sócia-proprietária da Fittipaldi Arquitetura Ltda , Ambientalista, Pró-Reitora de Meio Ambiente da UNIPAZ – Universidade da Paz, Vice Presidente da Fundação Cidade da Paz .Poeta premiada em concursos literários, escritora de livros e peças de teatro infantis . Membro do Colégio Internacional dos Terapeutas. Mãe de Adriana e Eduardo.

.(*) Regina Stella Quintas Fittipaldi é Arquiteta e Urba-nista

Um brinde à vidaRegina Stella (*)

Estamos chegando ao m de mais um ano. E ainda es-tamos inteiros, apesar dos imprevistos, dos contratempos, dos previstos e dos esperados. Algumas mágoas e alguns ressentimentos, talvez, da vida e das pessoas. Esqueçamo-los. Mágoas são decorrências das distorções da arte de conviver. O homem, pelo desejo latente de possuir o mais, nunca achou a vida su cientemente pródiga para o que fez e o que julga ser. Ressentimentos não pagam dívidas.

De lado, os senões e os desejos não realizados. Que tenha vez apenas a alegria, fruto daquilo que se alcançou nos dias de peleja deste ano que nda, e na consciência do que se possuiu. Usufruiu-se do amor e da beleza, do verde e do azul. Os amboyants oriram e lançaram o grito de paixão na mensagem das ores vermelhas. As cigarras can-taram a canção da primavera. O sol trouxe calor e aqueceu indistintamente bons e maus.E nas tardes, ao anoitecer, a

natureza brindou o homem com lindos poentes, pintou o céu de arabescos coloridos e esgarçou as nuvens em espirais de fumaça. O vento correu de um lado a outro da terra e a criança sorriu quando lhe emaranhou os cabelos. Iluminou-se o rostinho rechonchudo.

A rosa nasceu. Milagre de vida. E quem teve olhos para ver, se rendeu extasiado ao segredo do mundo. Nas pautas das relvas e dos canteiros oridos, a chuva escreveu canções de ninar, e em roldão, correu apressada pelas valas e regos, inundando caminhos e estradas.

E, se houve tristezas, dores e desencontros, que não haja revolta. Compõem o cenário da vida com os instantes de alegria.

Nos dias que se passaram, o ciclo vital se completou muitas vezes. A semente germinou, cresceu, e fez-se planta. Os dias sucederam as noites e o sol surgiu a cada aurora. E ao entar-decer, desapareceu no poente. Uma ordem perfeita no ritmo das coisas.

Apesar das ameaças que cercam a humanidade por todos os lados, a fome, a poluição, a escassez d’água, a guerra nu-clear, as contradições, a desorientação que impera, a frieza e a maldade, um brinde à esperança, à crença do que pode o homem construir e realizar. A Terra ainda não se omitiu. Ao homem falta a conscientização de que está em suas mãos, o seu próprio destino. No seu coração está o segredo da felicidade e do encontro que teima em buscar fora.

Que venha o Ano Novo, como sempre acenando promes-sas. Com juras de amor e de alegria, mostrando antecipada-mente projetos e sonhos realizados. Que haja festas, risos, na dança e na euforia. Levantemos um brinde à alegria de viver. Em troca do muito que se recebeu, haja prodigalidade em dar. Que se abra o coração ao encontro do tempo. E na beleza de amar, se prolongue a graça da vida. Feliz Ano Novo!

(*) Regina Stela (Fortaleza), jornalista e escritora

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Ceará em Brasília20Dezembro/08

A história do urso comedor de rapaduraUrso encontrado abandonado em Sobral (CE) tem nova moradia

A emocionante história de Dimas - O Urso CearenseUm urso “mago”, “banguelo”, “caraôlho”, sem as “zunhas”

e comedor de rapadura...Só pode ser Cearense !!! E de Sobral, of course!!!

“Está próximo o nal feliz da história que teve início dia 14 de outubro, quando a scalização do Ibama no Ceará foi atender denúncia de que havia um Urso abandonado às margens da BR 222. Tudo começou com um telefonema para o Escritório Regional do Ibama de Sobral/CE, onde um cidadão denunciava o abandono de um “urso” no município de Sobral, cerca de 300 km de Fortaleza. O analista ambiental José Marcelo chegou a acreditar que poderia ser um trote, mas novas denúncias começaram a aparecer e uma equipe deslocou-se até o local”.

A certa altura da rodovia tinha uma carreta abandonada com um urso pardo enjaulado juntamente com outros materiais do Circo Europeu, que teve uma pane em seu caminhão durante a viagem deixando, “Dimas” o Urso, sob o sol escaldante de quase 40 graus, próprio do semi-árido nordestino. Este animal exótico, da região norte da América do Norte, Ásia e Europa, próprio de regiões frias, além de sofrer com o calor, estava com o olho direito visivelmente in amado e muito agitado.

Imediatamente técnicos do Centro de Triagem de Animais Silvestres – Cetas/CE entraram em contato com vários zo-ológicos, não só de Fortaleza, mas de todo Brasil para achar uma nova casa para Dimas, que para sua sorte foi encontrada rapidamente. A remoção do animal foi providenciada e tão logo ele se viu em sua nova casa, ambientada com areia, água em abundância e ração de cachorro, comia vorazmente e deixava emocionada toda a equipe que o aguardou até às 23h30 no Zoológico de Canindé /CE. Segundo depoimentos do seu antigo tratador, o único alimento que ele recebia no Circo eram cenouras, pepino, rapadura e coca-cola.

O PIB do Ceará teve uma expansão de 6,23% no terceiro trimestre

Uma equipe do Cetas/CE composta por veterinários, biólogos e tratadores, estagiários da Universidade Estadual do Ceará –UECE dos cursos de veterinária e biologia e uma dentista foram ao Zoológico para avaliar as condições de saúde do animal e introduzir um microchip para moni-toramento.

O urso teve todas as garras dianteiras retiradas quando ainda era lhote e seus dentes extraídos deixando apenas os molares. Segundo o veterinário Reinaldo Viana Leite o escore corpóreo do animal é 3 sendo o máximo 5. Com certeza pela de ciência alimentar que teve. Hoje ele se alimenta de mamão, banana, goiaba, manga e raízes como batata-doce,beterraba e cenoura. A ração fará parte de sua dieta por ser um animal carnívoro e conter os nutrientes necessários para uma alimen-tação balanceada.

Aproveitando o estado de sedação do animal, a equipe aproveitou para cortar uma corrente que estava em volta de seu pescoço e fora colocada quando ainda era pequeno e haviam perdido o cadeado e agora já estava justa demais deixando, inclusive, marcas profundas após sua retirada. O olho direito de Dimas está rotacionado provavelmente por um trauma e portanto ele não enxerga desta vista.

Segundo a bióloga responsável pelo zoológico, Alexandra Tassoni, “tão logo seja ampliado seu recinto, ele passará por uma cirurgia e voltará a enxergar e quem sabe, não ganhará uma namorada?”, comemora.

Durante noves anos Dimas subia e descia escadas atraído por seu tratador com rapadura e coca-cola para entreter a platéia do circo. Esta era uma tradição de família, seus pais trabalhavam no Circo Garcia e ele foi vendido ainda lhote para dono do Circo Europeu, que foi multado em R$ 3 mil e teve o animal apreendido.

(Fonte: Mariângela Bampi / Ibama/CE)

Puxada pela agropecuária, a economia cearense cresceu 6,23% no terceiro trimestre. Apesar de sua fraca participação no PIB (Produto Interno Bruto) — apenas 7%, o setor teve um avanço de 28,93%, graças ao bom inverno visto no Estado. No acumulado do ano, a economia tem expansão de 6,02%. Os números foram divulgados ontem pelo Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará).

´Tivemos uma safra com boa produção nas culturas de milho, feijão e arroz, que são expressivas para nossa economia´, comen-tou o economista Marcos Holanda, diretor geral do Ipece. A safra de 1,13 milhão de toneladas foi 97,4% superior a de 2007. Além disso, a rmou, começaram a aparecer os primeiros resultados da fruticultura e houve melhoramentos nas técnicas e genéticas da produção de leite.

´Nada muito grave, 2008 já está garantido´, ressalvou. O Ipece trabalha com a projeção de alta de 5,4% no PIB estadual. Caso se con rme, o PIB cará acima do registrado em 2007, de 4,1%. Nesse ano, a economia nacional teve um melhor desempenho e aumentou 4,7%. Em 2008, porém, Marcos Holanda crê que o crescimento do Estado seja um pouco superior ao do Brasil.

Desempenho da indústriaDepois da agropecuária, o segundo maior crescimento no trimes-

tre aconteceu na indústria, cujo peso na formação do PIB cearense é de 24%. Com exceção da atividade extrativa mineral, que teve uma queda de 14,47%, os demais segmentos tiveram resultados positivos, sendo o melhor na construção civil (6,57%).

Esse segmento, no entanto, teve uma leve desaceleração sobre o segundo semestre do ano, quando teve alta de 8,97%, e deve sentir no quarto trimestre a falta de crédito em conseqüência da crise nanceira internacional.

Além do mercado interno favorável, as vendas para o exterior também foram ressaltadas pelo Ipece como um componente para o bom desempenho da indústria de transformação. Até setembro, as exportações cearenses somavam US$ 965,7 milhões. As importa-ções, em montante superior a US$ 1,16 milhão, também são vistas como positivas. ´São insumos, matéria-prima. Problema seria se fossem bens para consumo´, avaliou Holanda.

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br21 Dezembro/08

Projeto Fausto Nilo revoluciona a arquitetura da Casa do Ceará em BrasíliaWilson Ibiapina (*)

Aderbal Freire Filho (Fortaleza), diretor de teatro, viu as imagens e as fotos da nova Casa do Ceará e comentou:

“Esse Fausto Nilo é um gênio, atirou no que a gente vê (desenhou a casa) e acertou no que ele quis (construiu o Ceará em torno dela). Olhe aí, Wilson, a partir da vista interna e me diga se aquilo ali fora não é o Ceará. E não é porque ele reproduziu o céu azul de nuvens bem desenhadas e a vegetação (nem pela alça de mira da cabeça grande daquele cabra de camisa amarela), mas porque de dentro dessa arquitetura, pelas colunas, piso, cores e sobretudo pelas curvas e espaços você não só está dentro de uma casa do Ceará como projeta o Ceará pra fora da casa, por um raio a perder de vista. Haja loso a, haja idealismo, haja fé no poder do homem pra

acreditar que isso é possível, que é possível projetar não o desenhado, mas o que está em volta do desenhado, o espaço vazio externo, uma mudança na geogra a, no mundo. Parece que o Fausto foi tomado pelas lembranças de outras arquiteturas cearenses, do velho Náutico, do Ideal, do Estoril, da ponte metálica, do castelo do Plácido, da Escola Normal, da Cidade da Criança, do coreto da Praça da Lagoinha e até da casa do português, misturou tudo, botou o traço pessoal dele, disse uma palavras mágicas, arre égua, arre égua, arre égua, e pronto, transformou Brasilia, pelo menos um pedaço, no Ceará”.

O sonhoO sonho dos cearenses de transformar a Casa do Ceará em Brasilia

num foco de convergência social visível, acessivel e memorável, potencializando seu papel como uma das principais atrações turísticas do Planalto central começa a se concretizar..O projeto do arquiteto Fausto Nilo para a nova sede da Casa foi aprovado em assembléia geral.. Na mesma reunião foi aprovada, também, a venda, permuta ou alienação de um dos dois terrenos para possibilitar a construção das novas instalações.

O sonho representa a realização de um desejo, dizia Freud. Tudo que um sonho precisa para ser realizado é que apareça alguem que acredite. O atual presidente da Casa, jornalista Fernando César Mes-quita trouxe o arquiteto Fausto Nilo a Brasília, mostrou uma área de 30.000,00 m2 e solicitou estudos preliminares de viabilização arqui-tetônicas para a reconstrução do equipamento como um sistema com forma capaz de produzir benefícios ambientais, sociais e econômicos, conforme os critérios da sustentabilidade urbana.

Fernando César diz que as instalações da Casa do Ceará são precárias e “não temos condições de nos manter, crescer, de atender nossos compromissos estatutários”. O presidente da entidade está consciente da necessidade de mudança: “temos que fazer um up grade, de dar um salto para o futuro e nos recolocar na condição de prestarmos serviços de qualidade à comunidade dos cearenses, dos nordestinos e dos brasileiros residentes em Brasília”; Fernando César a rma que nas condições em que a Casa está “ou mudamos ou vamos nos destruir”

Com a proposta do projeto de Fausto Nilo “desembarcaremos no futuro”, acredita o presidente da Casa que propõe uma operação casada: em troca de um parcelamento do terreno o que poderá resultar em uma nova Casa do Ceará em dois, três anos. .Mas nada será feito de afogadilho ,adverte:

“vamos ver o quadro econômico- nanceiro do país e considerar como se desdobrarão o que se anuncia para a vizinhança da Casa como o parque Burlemarx e o bairro Noroeste”.

A nova Casa do Ceará O arquiteto Fausto Nilo mostrou o estudo de viabilidade arquite-

tônica, a primeira etapa da proposta a ser nalizada. O projeto, como um todo, compreende a construção de quatro blocos, com subsolo para garagem com capacidade para 188 carros alem de 100 vagas de super cie, dois pavimentos corridos, térreo e primeiro andar.

O primeiro bloco terá no térreo áreas exíveis para exposições, banquetes, seminários, convenções e os espaços especializados de biblioteca e museu. No primeiro andar, salas de administração, audi-tório, cursos e escritórios de multiusos. Estes escritórios de múltiplos usos são espaços adaptáveis para usos temporários de empresas ou representações de governos, ancorado em infra-estrutura de comuni-cação e lógica, incluindo-se As representações do Governo do estado e da prefeitura de Fortaleza que poderão perfeitamente ocupar alguns desses escritórios e suas extensões por todo os outros componentes do equipamento(praça, eventos, teatro, auditórios, exposições, etc.

O segundo bloco terá no térreo, praça, playground, bar, restau-rante, fast food, choparia, artesanato, farmácia, lojas de produtos

cearenses, atelier, galeria de passagem, serviços e apoio e acesso ao teatro. No primeiro andar do 2º bloco serão instaladas as salas para os cursos pro ssionalizantes e línguas estrangeiras.

O terceiro bloco terá o teatro de 650 lugares, galeria de passa-gem, serviços e apoio. O teatro deverá levar o nome de B de Paiva, único teatrólogo e diretor de teatro cearense que vive em Brasília, onde dirige atualmente o Teatro Nacional e a Orquestra Sinfônica da capital.

O quarto bloco terá, no térreo a pousada dos Idosos. No primeiro andar funcionarão as clínicas médicas, odontoclínicas e laboratórios.

O que é a CasaA Casa do Ceará é uma entidade de assistência social que presta

serviços e ações gratuitos, continuados e planejados, sem qualquer discriminação e sem qualquer discriminação e sem exigência de contrapartida do usuário.

Sua principal função social é a Pousada Chrisantho Moreira da Rocha para idosos.Para obter sua certi cação, a Casa do Ceará

I - está inscrita no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal.

II - integra o cadastro nacional de entidades e organizações de assistência e promoção social.

O Arquiteto e UrbanistaFausto Nilo, ao conhecer o serviço que a Casa do Ceará presta em

Brasília se entusiasmou pela idéia de trabalhar um projeto para área nobre que a entidade ocupa na capital. Veja a entrevista dele:

Wilson Ibiapina -Fausto, na sua concepção, como será a Nova Casa?

FAUSTO NILO- será uma quadra com usos mistu-rados, intercalando edi cações e pátios com identidade, formando uma sequência de oportunidades de acessos como se fosse uma rua. O estudo se apóia no conceito da rua, grande invenção urbana que possibilita pela mistura e diversidade, a criação seqüenciada de um padrão de espaço publico identi cável e convergente. Como o lote e profundo e tem face para duas artérias, trataremos o projeto como uma estrutura linear de conectividade, dando oportunidade aos variados acon-tecimentos de intercambio em seu trajeto. Acho que será interessante montar esta experiência em Brasília, aproveitando de forma conveniente as oportunidades que a lei apresenta, respeitando os aspectos da cultura local e implantando um protótipo de rua urbana, com animação, brisa e uso de locais sombreados, a maneira cearense, para ser vivenciada na paisagem do planalto,

por residentes de todos os matizes e visitantes turísticos. O programa histórico realizado pela Casa se solidi cou da forma mais atualizada. Em termos arquitetônicos com contextualidade urbanística a Casa será uma estrutura física memorável para funcionar como uma espécie de condensador social urbano, cujo cotidiano com a convergência de usuários diversi cados, tornara a empreitada viável pelas receitas provenientes de seus próprios serviços. Esta e uma visão razoável para praticar uma arquitetura sustentável e dialogar com o urbanismo brasiliense formando uma ambiência identi cável em termos locais, nacionais e globais. A meta e a beleza da mistura.

WI - Você se inspirou na arquitetura de Brasília, como foi con-cebido o projeto?

FN- Naturalmente o projeto se relaciona com a paisagem bra-siliense e respeita os valores historicamente consagrados que são garantidos pelos aspectos legais de controle sobre a forma nal a ser construída. Alem disso, um arquiteto que tem se dedicado volunta-riamente aos problemas da cidade de Fortaleza e cidades do Ceara sente-se envolvido em uma grande experiência tendo que assinar a autoria de uma obra em solo brasiliense.

Ao mesmo tempo isto aumenta a responsabilidade com relação a Brasília e a meus conterrâneos. A inspiração pode ser considerada relativa uma vez que a natureza do singular programa de atividades que a Casa do Ceara me exige em termos de forma arquitetônica e algo que tende para a fragmentação setorial, numa espécie de porosidade que forma uma unidade maior o que e exatamente o contrario do procedi-mento típico dos edifícios clássicos de Brasília. Estes, formalmente são conceituados do geral pro particular, ou seja, a concepção se inicia por um desenho síntese. Outro aspecto que caracteriza um dialogo muito mais que uma inspiração e o aproveitamento do conceito de rua uma vez que o lote tem 300m de profundidade e acesso por suas duas frentes, alem de uma entrada lateral, formando os alimentadores do sistema da rua central. Não me consta que isto seja um padrão típico de Brasília, o que não a desquali ca por isto. E uma questão de oportunidade especial e especi ca que obriga a esta surpresa em termos de solução arquitetônica relacionada com o espaço da cidade.

WI- Você privilegiou o verde, teremos uma boa área verde e muita sombra?

FN A rigor o estudo cumpre as exigências legais mas vai alem em sua obrigação distribuindo a acessibilidade ao verde em fragmentos onipresentes em todos os setores do edifício-corredor. A luz natural e a vegetação sempre estão dando sua presença em cada mudança de espaço publico durante o percurso onde são visualmente ofertadas todas as acessibilidades. Outra característica da arquitetura da Casa do Ceara será a criação de lugares bem relacionados com as construções de forma a produzir sombras majestosas nas tardes e manhas de verão, compensando também as oportunidades solares na estação do frio. Outros cuidados serão tomados também com relação a proteção dos circulantes com relação as chuvas, a segurança dos pavimentos, as acessibilidades a portadores de de ciência e idosos, e sem esquecer a presença de fontes, os re-usos de água,, o uso de energias alternativas e outros itens favoráveis a sustentabilidade.

WI- Os cearenses podiam ajudar mais a entidade?FN- Creio que o ambiente atual e de transformação do legado

histórico dos pioneiros em uma estrutura contemporânea que natu-ralmente incrementara a atração para os conterrâneos de todas as classes de renda, faixas etárias e estilos de vida. Esta liberdade de escolha produzira o apoio maciço.

WI – A nova Casa será mesmo um cartão de visita de BrasíliaFN Assim eu espero.(*) Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista.

Casa do Ceará criou comissão especial para implementar o projeto Fausto Nilo

A Diretoria da Casa do Ceará, reunida sob a presidência de Fernando Cesar Mesquita, designou comissão presidida pelo Diretor de Obras, Leimar Leitão de Assis, tendo como relator o 1º vice presidente, Luis Gonzaga de Assis, e integrada pela dire-tora de Promoção Social, Maria de Jesus Martins Monteiro, pelo presidente do Conselho Fiscal, José Carlos de Carvalho, e pelos srs. José Jezer de Oliveira, ex-presidente, e João Feijão, indicados pela assembléia geral, para implementar a licitação da gleba de 15 mil metros quadrados que permitirá a implantação da nova Casa do Ceará em Brasília, de acordo com o projeto do urbanista e arquiteto Fausto Nilo.

“Não temos pressa no fechamento da operação de alienação”, disse Fernando César Mesquita. “Temos que acompanhar o de-senvolvimento da crise que á atingiu o mercado imobiliário, bem como a implantação do Parque Burle Marx e da Cidade do Noroeste, que reposicionarão a Casa no contexto urbano de Brasília. Neste momento, temos que de nir conceitos, idéias, normas, prazos, calendários, programas, etapas, responsabilidades. Vamos fazer as veri cações prévias solicitadas pelo Fausto Nilo junto aos dife-rentes setores técnicos de Brasília, para ajustes nais no projeto de engenharia e arquitetura”.

A Casa do Ceará deverá antes de colocar no mercado o edital de licitação, com o propósito inicial de que a empresa vencedora deverá construir a nova Casa, com cerca de 10 mil metros de área construída, deverá fechar o projeto Fausto Nilo. Para isso serão consideradas alternativas de nanciamento para cobertura dos custos do projeto., que deverá ser apresentado às empresas que vierem a se habilitar na licitação. O ideal é que se pudesse estabelecer um entendimento com o governo do Estado do Ceará que, em troca do custeio do projeto, casse com área para uso por período determinado na futura Casa

do Ceará. “Vamos conversar com o governador Cid Gomes sobre isso”, disse Fernando Cesar Mesquita.

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Ceará em Brasília22Dezembro/08

DocumentoOsmar Alves de Melo empossado no Instituto Histórico e Geográfi co de Brasília

O advogado Osmar Alves de Melo (Iguatu) tomou posse, em 12.11, na cadenria 130 do Instituto Histó-rico e Geográ co do Distrito Federal, que tem como patrono o Barão do Rio Branco. Amigos e familiares, inclusive de Fortaleza e Iguatu, prestigiaram. Entre os presentes, o presidente da Casa do Ceará, Fernando César Mesquita.

Eis partes de seu discurso de posse:“Ao ser eleito pelos generosos Diretores do Instituto

Histórico e Geográ co do Distrito Federal para ocupar a cadeira 130, cujo patrono é o Barão de Rio Branco, senti-me honrado em poder penetrar os umbrais deste sodalício integrado por tantos homens e mulheres laureados pelos louros da cultura universal, alguns dos quais verdadeiros vultos da história de Brasília, essa autêntica epopéia do povo brasileiro. Mas senti-me pequenino e não merecedor de tão grande láurea. Tive que recorrer a uma frase de Castro Alves para aceitar a convivência com autênticos monstros sagrados: “Eu sou pequeno, mas só to os Andes”.

(....) O Visconde do Rio BrancoComo não se pode chegar ao lho sem passar pelo

pai, impõem-se algumas palavras sobre José Maria da Silva Paranhos, pai de José Maria da Silva Paranhos Júnior.

O Visconde do Rio Branco nasceu na Bahia em 16 de março de 1819, e recebe proteção de seu tio – o Coronel Eusébio Gomes Car-neiro, pois chegou ao Rio de Janeiro, em 9 de fevereiro de 1836, órfão de pai e mãe, os bolsos vazios de dinheiro, mas a cabeça povoada de ilusões. Informa o seu biógrafo Afonso Carvalho, que sua família foi levada ao ostracismo, por ter apoiado, em 1822, uma revolta dos baianos contra os colonizadores portugueses.

(...) O Barão do Rio BrancoO primogênito do Visconde do Rio Branco, nascido em 20 de

abril de 1845, herdou o nome do pai – José Maria da Silva Paranhos Júnior. A modesta casa que lhe serviu de berço, na antiga Travessa do Senado no. 8, hoje Rua 20 de Abril, no Rio de Janeiro, revela a vida austera que levada um alto servidor do Império. Portanto, nem o pai nem o lho nasceram em um berço de ouro, como aquele do lho do sultão Otomano, que é visto no Palácio Topkapi em Istambul,

hoje museu.Esta modesta casa depois se tornou histórica, pois lhe foi aposta

uma placa de bronze com os seguintes dizeres:“Neste local, nasceu José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão

do Rio Branco) que pelo talento, saber e patriotismo, dilatou o territó-rio da Pátria do Norte ao Sul e no governo elevou-a, engrandecendo-a e nobilitando-a”.

(...) Na diplomaciaJuca Paranhos, sem liação partidária e indiferente às atividades

políticas internas, só lhe move um interesse acima dos partidos po-líticos, servir ao Brasil no Ministério das Relações Exteriores para onde foi nomeado logo que regressou de sua segunda viagem ao Velho Mundo. Ele tem convicção disto e não esconde seu objetivo quando a rma categoricamente:

“Não venho servir a um partido político: venho servir ao nosso Brasil, que todos desejamos ver unido, íntegro, forte e respeitado”.

(...) Em 1888, Paranhos é agraciado com o título de Barão do Rio

Branco, segundo Decreto de 30 de maio de 1888, reunindo-se, assim, pai e lho, sob as láureas da mesma designação nobiliárquica.

(...) A defesa das fronteirasJosé Maria da Silva Paranhos Júnior teve atuação marcante no

estabelecimento de nitivo das fronteiras do Brasil. Na condição de Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciá-

rio do Brasil em Missão Especial, valendo-se de seus notáveis conhe-cimentos históricos, geográ cos e de direito internacional, advogou, com êxito, a solução da pendência fronteiriça com a Argentina no território das Missões, arbitrada pelo Presidente Grover Cleveland, dos Estados Unidos da América do Norte, prevalecendo a doutrina do uti possedeti, onde este existe, e as estipulações do Tratado de 1777, onde elas não se conformam ou “não vão de encontro às possessões atuais de uma e outra parte contratantes, eliminando a cunha no terri-tório nacional entre o Rio Grande do Sul e o Paraná, correspondente a 30.621 quilômetros quadrados ou 1.313,6 léguas inglesas quadradas, onde ca hoje boa parte do Estado de Santa Catarina.

Coube também a Rio Branco advogar a linha de fronteira atual entre o Brasil e a Guiana Francesa,(...)

(...) Ministro das Relações ExterioresLogo o Presidente Rodrigues Alves o convida para Ministro

das Relações Exteriores, a que acede com muita relutância após 26 anos de ausência da pátria e porque sabia que teria que enfrentar a delicadíssima questão do Acre. Eis o telegrama de resposta ao convite o cial:

“Farei sacrifício que V. Excia julga necessário, contente de o fazer pelo muito que devo à nossa terra e a V. Excia”.

(...) A questão do AcreO Barão encontra pela frente outra questão delicada. O Acre é

redescoberto pelos altos preços da borracha. A região já se encontrava habitada pelos cearenses. João Rodrigues Cametá, em 1847, chega ao Ituxi. Sera m Salgado excursiona por aquele território em 1857. Em 1860, chega ao Acre seu maior explorador: o cearense Manuel Urbano da Encarnação, acompanhado de seu lho Braz Urbano e outros companheiros. A expedição sobe o Purus, distanciando-se 1.743 milhas de Manaus “Devassa o Rio Acre. Chega ao Rio Mu-cumi, donde passa para o Rio Madeira. E levas e levas de cearenses anônimos expulsos pelos rigores das intempéries, pela escassez de chuvas no seu querido Ceará, chegam lá”. As apalpadelas espiam a oresta sem m. A terra é a mesma do Amazonas. Embrenham-se

pelo seringal que cobre a região. Novas levas, cada vez mais nume-rosas, com seus burros e jumentos, são despejadas pelos “gaiolas” de Manaus. Novos “bandeirantes” anônimos, maltrapilhos e famintos ocupam o “inferno verde”, e avançam nos vales do Purus e do Juruá. Ninguém os detem. Quando a região está povoada de cearenses, que aí vivem e morrem aos montes, acossados pelas doenças tropicais, a Bolívia acorda e grita: “Essa terra é minha – Saiam!”. O Cearense, cujo humor oscila entre os extremos da generosidade romântica, em um pólo, e a bravura indômita no outro, como assinalou à perfeição Jader de Carvalho, no poema épico “Terra Bárbara”: “Se o homem é bom, eu o respeito. Se gosta de mim, morro por ele. Se, porque forte entendesse de humilhar-me, ai, sertão, eu viveria teu drama selvagem, ou te acordaria ao tropel de meu cavalo errante, como antes te acordava ao choro da viola”. Os cearenses inconformados, sem entender de tática militar, de estratégia de Guerra, carregam suas

espingardas de chumbo e espoletas de pólvora e a guerra com os bolivianos explode no coração da oresta e as águas dos igarapés, ainda virgens e

límpidas, tingem-se de sangue.Em 1867, envolvido com a Guerra do Paraguai

e procurando evitar novos con itos, o Brasil rma com a Bolívia o Tratado de Ayacucho, na cidade de La Paz de Ayacucho em 27 de março desse ano estabelecendo as linhas das fronteiras entre os dois países.

Somente, em 19 de dezembro de 1989, portanto 21 anos depois, a Bolívia resolve efetivar de forma clara sua soberania sobre a região instalando uma alfândega no Acre, fundando, logo após, Puerto Alonso e regulamentando a navegação no Acre e outros rios.

(...) Mas um fato sumamente grave muda o rumo

dos acontecimentos. É assinado em Londres, em 11 de junho de 1901, com o Bolivian Sindicate o arrendamento do Acre, mais conhecido como Contrato de Aramayo.

(..) Em 21 de março de 1903, é assinado pelos governos da Bolívia

e do Brasil, o modus vivendi, pondo m ao con ito acreano, até ser assinado novo tratado de limites.

(...) Fiel e zeloso servidorComo se vê, o Barão, atuando como advogado, invocou e fez pre-

valecer o princípio do uti possedeti em duas oportunidades, nas Mis-sões e no Amapá, mas agindo como Ministro de Relações Exteriores, sobressai-se o estadista, que não pode deixar de lado a conveniência política e de enxergar longe no horizonte do futuro os desdobramentos dos atos do Estado. Realmente, o Tratado preservou o princípio da não intervenção e condenou, com todas as letras, a expansão territorial do mais forte sobre os mais fracos, por meio da força.

O Barão demonstrou em sua vida pública que sempre foi el e zeloso servidor do Estado, independentemente do regime monárquico ou republicano, porque nunca serviu aos interesses dos partidos ou facções políticas por mais respeitáveis que fossem.

(...) Lembranças de IguatuMas permitam-me os presentes agradecer especialmente, do

fundo da alma e do coração, ao Mestre Raimundo Nonato da Silva, a quem me ligo por tantos laços a começar pela a nidade telúrica, já que nascemos no sofrido e inesquecível Nordeste, ele, na culta e tradicional Barra do Corda, no Maranhão e eu, na cidade de Iguatu, no Ceará, à margem esquerda do Rio Jaguaribe, berço de heletristas como o Maestro Eliezar de Carvalho, o poeta e compositor Humberto Teixeira, responsável em grande parte pela projeção nacional e inter-nacional do baião e de seu magní co intérprete Luiz Gonzaga, Evaldo Gouveia, grande seresteiro amado e admirado em todo o Brasil, e Maria Grauben, pintora reconhecida internacionalmente, inclusive na Corte de Saint James.

Um outro ponto nos liga para sempre: o aprendizado no antigo seminário, escola de cultura e humanismo, de ética e elevado padrão moral.

Fiz-me presente à festa de aniversário de oitenta anos do Mestre Nonato e pude sentir o entusiasmo, o respeito, a admiração e o carinho que lhe votam os parentes, os conterrâneos de Barra do Corda que aqui compareceram em grande número e uma multidão de amigos dos mais diferentes lugares do país.

E não era para menos. Autor pelo menos de doze obras de valor cultural e acadêmico invejável, é o inspirador da criação, pela Lei no. 2.874, de 19 de setembro de 1956, da revista Brasília, que lhe coube dirigir para divulgar a Nova Capital no Brasil e no Exterior e cujo primeiro número foi editado em janeiro de 1957, portanto, há 51 anos e 3 anos antes da inauguração da Nova Capital da República em 1960. O Mestre Nonato, pois, é o pioneiro dos pioneiros da imprensa de Brasília, merecedor de um pedestal encimado por seu busto de desbravador desses sertões inóspitos há 50 anos, onde corriam as seriemas, alçavam vôos curtos as perdizes e passeavam indiferentes os lobos-guarás.

Na pessoa de minha esposa Ivete, minhas lhas Alba Cristina, Ana Cláudia e Adriana e dos netos Rafael, Clara, Artur, Leonardo e Helena, esta ainda no útero de sua mãe, agradeço a presença de todos os parentes, a começar por meus irmãos e irmãs, e dos gene-rosos amigos e amigas que compareceram a esta solenidade.

A todos o meu cordial abraço e o meu muito obrigado.

L

Osmar ladeado pelos irmãos João, que veio de Fortaleza, Amália, Brasilina, Neidina, Dolores (D), Geremias, Nazareno, José, Cristina e Agamenon (E)

Osmar ladeado pelas primas Ana Maria Felipe Férrer e Diione Felipe e sua esposa Ivete

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasilia na Web: www.casadoceara.org.br23 Dezembro/08

Lustosa da Costa ganha nova biografi a,desta vez pelas mãos de Luiza Helena Amorim

A face mais visível de Lustosa da Costa está impressa no jornalismo, onde milita desde 1955, quando ini-ciou no Correio da Semana, da Diocese de Sobral.

Mas seu vigor transcende fronteiras, como ca patente em “Itinerário de Lustosa da Costa”, de Luiza Helena Amorim. Na biogra a, ela revela o homem político, seminarista, bom de papo, bon vivant. O paraibano apaixonado por Sobral, cidade adotada como sua. “A história dele é bonita, muito interessante”, avalia a autora, que passou três anos mergu-lhada na vida do biografado.

Só que não houve tempo para amadurecer a idéia de escrever a biogra a. O interesse surgiu de repente. “No dia que fui apresentada a ele, percebi que estava diante de um personagem que rendia uma biogra a”, recorda. Até então, Luiza Amorim só conhecia Lustosa pela coluna que assina no Diário do Nordeste. A história de vida dele estava por ser descortinada. Tarefa que ela cumpriu ao conversar com familiares, amigos e outras pessoas que conviveram com Lustosa, num trabalho que resultou em mais de 50 horas de entrevistas.

As informações não ganham o livro em formato de confete. As virtudes e defeitos de Lustosa emergem aos poucos, em doses homeopáticas, para o leitor saborear cada passagem da vida do biografado. Das páginas do livro, pode saltar um Lustosa mal humorado, preguiço-so, ansioso. A mãe recorda a indolência do filho, ainda menino, na hora de estudar matemática. Mas o primogê-nito dos 13 filhos procurava construir uma imagem de bom aluno. “Ele sabia que o irmão mais velho servia de exemplo aos mais novos. Não queria influenciar nega-tivamente”, diz.

O amor que não nutria pela matemática, ele dedicou à lei-tura e à escrita. Aos nove anos, já registrava, num caderninho, o que acontecia nas reuniões políticas do pai. A política e o prazer de escrever iriam acompanhá-lo pelo resto da vida. Adolescente, ao entrar no seminário de Sobral, descobriu os clássicos. Ali, também encontrou a fonte de inspiração para muitas crônicas. Quase todos os livros de Lustosa trazem histórias de padres, seminaristas e de personagens sobralenses. No campo político, tentou eleger-se deputado federal, em 1966. Não conseguiu. Restou a terceira suplência e o orgulho de ter sido o candidato mais votado do MDB em Fortaleza.

O Ceará perdeu um deputado, enquanto o jornalismo manteve um de seus repórteres mais atuantes. Lustosa da Costa queimou muita sola de sapato e enxugou bons copos de uísque para conseguir a notícia. Era a época da “sub-

redação” do Ideal, no clube que recebia Lustosa em sua caça diária pelas autoridades políticas. Os colegas falam de seu per l elitista, por sempre circular pelas mesas com um copo de uísque na mão, quando os outros jornalistas rendiam-se ao apelo popular da cerveja. Na verdade, Lustosa juntava o útil ao agradável: bebia sua mais apreciada bebida e não se diferenciava do per l das fontes que interessava.

Pé-de-valsa

Os mesmos que apontam o elitismo de Lustosa, reconhe-cem a solidariedade do colega. No livro, o jornalista aparece como uma pessoa que cultiva amizades para o resto da vida. Infelizmente, cou de fora da obra o lado “Dom-Juan” de Lustosa, que alguns - fora das páginas do livro - juram ter existido. Mas, se foi conquistador em algum momento, certamente não se deve à habilidade com a dança. Teve um amigo que tentou ensiná-lo uns passos de dança. Em vão. Ele nunca perdeu a formalidade de seminarista.

A seriedade, no entanto, esconde um homem cheio de tiradas engraçadas. O riso é companhia constante de quem rodeia o jornalista. Lustosa também é prosélito da ironia. Seus textos têm boas doses de sarcasmo. Aos 70 anos, mantém a boa forma com exercícios diários de jornalismo. Em sua coluna do Diário do Nordeste, que leva seu nome, traduz os bastidores de Brasília, onde está radicado desde os anos 70. Depois de percorrer sua biogra a, resta ao leitor concordar com a autora: Lustosa da Costa é um personagem interessante. Com suas contradições e vícios. Com seus defeitos e virtudes.

Mais informações:

Lançamento de ´Itinerário de Lustosa da Costa´ (Ex-pressão Grá ca, 322 páginas, 2008, R$ 30,00), de Luiza Helena Amorim, hoje, às 19h, no Ideal Clube. Informações: 3248.5688.

Trecho do livroPreferência por personagens fortes

Desde a década de 70, quando se dedicou com mais freqüência às escritas literárias, Lustosa escreveu 23 livros. Ao perguntar qual deles mais gostou de escrever, a resposta vem espontânea e rápida - ´Clero, Nobreza e Povo de Sobral, apesar de, segundo ele, conter alguns erros históricos. ´É uma história calorosa, contada com ritmo, tem violência, prepotência, emoção. Não é livro histórico, são crônicas históricas de Sobral. Não sou historiador, nem pretendo ser, sou cronista. Dou pistas, levanto assuntos,

suscito temas que podem servir ao historiador ou soció-logos´, justi ca.

´Vida, paixão e morte de Etelvino Soares´ - o décimo segundo livro de Lustosa - viajou e permaneceu n´ além mar, na embaixada do Brasil em Lisboa, onde foi lançado, assim como ́ Clero, Nobreza e Povo de Sobral´, ambos pela Universidade Editora de Lisboa. O romance, que narra a atormentada trajetória do jornalista sobralense, Deolindo Barreto, teve uma edição portuguesa lançada em 2002.

Dona Verônica diz que Lustosa tem xação por perso-nagens fortes, como Deolindo Barreto, pois quer ser igual a eles. Daí tenta justi car o interesse e as pesquisas cons-tantes. ´Clero Nobreza e Povo de Sobral´ tem um esboço, autobiográ co dele. Deolindo tinha uma linguagem solta e desa adora, desaforada, razão pela qual acabou sendo ex-comungado pelo bispo e depois fuzilado pelas oligarquias da cidade. ´Dizem que eu gosto dele, porque queria ser parecido com ele. Minha mulher acha isso, eu não sei se ela tem razão´, argumenta.

Segundo o autor, referindo-se a ´Vida, paixão e morte de Etelvino Soares´, a carreira deste romance é um tecido de equívocos. ´Desde o início, minha mãe gostou. Depois foi o Pádua Barroso. Começou a ler com receio de que não desse certo seu estilo fascicular. É que produzi capítulos fechados, segundo meu temperamento e sugestão de Bete Mendes. Cada capítulo pode ser lido isoladamente. Também aprovou´. Este foi seu primeiro romance.

Como estreante não sabe se acertou o ponto. Considera a obra uma colagem jornalística e que, como um enjeita-dinho, viveu penosa peregrinação pelas editoras paulistas. Chegou a temer passar vexame pelos escritos, por se achar incapaz de ser criativo, já que, como jornalista, se baseia no fato. ´Apenas copio a realidade ou a versão da realidade que me chega. Sou um parasita da documentação que pretende perenizar a realidade, resgatá-la ao olvido. É que não sei mentir. Não tenho, para tanto, gênio nem paciência´, escreveu.

O livro nasceu nacional. Teve uma primeira edição lançada pela Editora Maltese, de São Paulo, em 1996. Foi Lúcio Alcântara que pacientemente o ajudou para que a publicação fosse impressa. Toda semana ele telefonava para cobrar uma postura do editor. Ter uma obra publicada por uma editora nacional era um sonho de consumo, devido à melhor distribuição´.

Délio Rocha, Repórter do Diário do Nordeste

Luiza Amorin: “No dia que fui apresentada a ele, percebi que o personagem

rendia uma biogra a”

Perto do poder: Lustosa, Clóvis Rolim, Flávio Marcílio, Virgílio Távora

e Newton Pedrosa

O apresentador Lustosa da Costa, na bancada do telejornal da TV Verdes

Mares, nos anos 70

Germano de Almeida, José Saramago e Lustosa da Costa: encontro em Lisboa

Dona Dolores com o lho Francisco José Lustosa da Costa. O menino herdou o nome

do avô (Foto: REPRODUÇÃO)

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Ceará em Brasília24Dezembro/08

Casa do Ceará organizou programação natalina para os idosos da Pousada

A Pousada Crysantho Moreira da Rocha, da Casa do Ceará, em Brasília, que acolhe 22 idosos, promoveu neste mês de dezembro uma série de atividades vol-

tadas para os seus residentes, coordenadas pela Diretora de Assistência Social, Maria de Jesus Martins Monteiro, e sua colaboradora, a assistente social, Ivete Simonette do Amaral, contando com o apoio do Comitê da Loja do Pão de Açucar da 508/509 Norte, através do gerente Francisco Chagas Filho e dos funcionários, Elaine Vaz e Rosana Costa.

Dia:03 (quarta-feira): Lanche de Encerramento da Consolata, às 14:30h. Um

grupo de Senhoras da Igreja Consolata da 913 Norte, que reza um terço e faz um lanche festivo com os idosos toda 1ª terça feira do mês.

Trata-se de um grupo muito solidário e que proporciona muitas alegrias aos idosos da Casa.

Dia:04 (quinta-feira): Valorização da vida e entrosamento do Idoso, com a Psicó-

loga voluntária Maria Amélia dos Santos e o estudante José Carlos Barreto às 14:30h. Um trabalho riquíssimo que esses dois pro ssionais realizam toda a 5ª feira trazendo muita alegria e estimulo aos idosos residentes.

Dia 06 (sábado): Tarde Musical ao som de violão com o Grupo: Clóvis

Dattoli, Marden Marques e Abelardo Sobrinho do Banco Central. Esse grupo realmente abrilhantou à tarde com suas canções que marcaram a vida de muitos idosos.

Dia 12 (sexta-feira): Ceia Natalina para os idosos e familiares a partir das

18:00h. A animação cou por conta do cantor Beto Alencar (patrocinado pela Loja Pão de Açúcar da 508/509 Norte).

Dia18 (quinta-feira): Celebração da Santa Missa pelo Padre Getúlio às 16:00h.