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SOCIOLOGIA E DIREITO DAS ORGANISAÇÕES Engenharia e Gestão Industrial Módulo Jurídico 2008/2009 Aula nº 1 – 25 de Maio de 2009 ( das 14:00 às 16:00 horas ) Apresentação da matéria do módulo O Direito – noções gerais Direito Privado e Direito Público Personalidade Jurídica e Capacidade Jurídica Pessoas Singulares e Pessoas Colectivas Contrato de Sociedade e Sociedades Comerciais Administração Pública, urbanismo, ambiente, ordenamento do território Regime de exercício da actividade industrial ( a norma que sujeita as vendas de imóveis a escritura pública – art. 875º Cod. Civil – tem um duplo interesse: Privado: defender as partes contra a sua eventual precipitação Público: realizar os interesses públicos da segurança do comércio jurídico e da prova fácil da realização de um acto jurídico Trabalho executado por força de um contrato de trabalho, contrato entre o trabalhador e a entidade patronal “..pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade intelectual ou manual a outra pessoa, sob a autoridade e direcção desta “ (art. 1152 Código Civil ) Capacidade de exercício ou capacidade de agir – idoneidade para actuar juridicamente, exercendo direitos, cumprindo deveres, adquirindo direitos ou assumindo obrigações, por acto próprio e exclusivo ou mediante representante voluntário ou procurador Pessoas singulares: “..a personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida” (art. 66º Cod. Civil ) Nascimento completo – total separação do filho do corpo materno

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SOCIOLOGIA E DIREITO DAS ORGANISAÇÕES

Engenharia e Gestão Industrial

Módulo Jurídico

2008/2009

Aula nº 1 – 25 de Maio de 2009 ( das 14:00 às 16:00 horas )

Apresentação da matéria do módulo

• O Direito – noções gerais

– Direito Privado e Direito Público

– Personalidade Jurídica e Capacidade Jurídica

– Pessoas Singulares e Pessoas Colectivas

– Contrato de Sociedade e Sociedades Comerciais

– Administração Pública, urbanismo, ambiente, ordenamento do território

– Regime de exercício da actividade industrial

• ( a norma que sujeita as vendas de imóveis a escritura pública – art. 875º Cod. Civil – tem um duplo

interesse:

– Privado: defender as partes contra a sua eventual precipitação

– Público: realizar os interesses públicos da segurança do comércio jurídico e da prova fácil da

realização de um acto jurídico

• Trabalho executado por força de um contrato de trabalho, contrato entre o trabalhador e a entidade patronal  

“..pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade intelectual ou manual a

outra pessoa, sob a autoridade e direcção desta “  (art. 1152 Código Civil  )  

• Capacidade de exercício ou capacidade de agir – idoneidade para actuar juridicamente, exercendo direitos,

cumprindo deveres, adquirindo direitos ou assumindo obrigações, por acto próprio e exclusivo ou mediante

representante voluntário ou procurador

• Pessoas singulares:

• “..a personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida” (art. 66º Cod. Civil )

• Nascimento completo – total separação do filho do corpo materno

• A personalidade cessa com a morte (art. 68º do Cod. Civil )

• A lei civil prevê casos de incapacidade de exercício de direitos:

• -- Menores (art. 123º Cod. Civil)

• -- Interditos (art. 139º Cod. Civil)

• -- Inabilitados (art. 152º Cod. Civil)

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• Os incapacitados têm personalidade jurídica mas não têm capacidade de exercício -- não podem actuar

autonomamente, têm de ser representados

• ( pais, tutores, curadores)

• Incapacidade dos menores

abrange quaisquer negócios, de natureza pessoal ou patrimonial (art. 123º Cod. Civil )

Excepções:

Os menores podem praticar:

actos de administração ou disposição de bens que o menor haja adquirido por seu trabalho (art. 127º a) Cod.

Civil )

• São válidos negócios próprios da vida corrente do menor que, estando ao alcance da sua capacidade

natural, só impliquem despesas ou disposição de bens de pequena importância (art. 127º b) Cod. Civil )

• São válidos os negócios relativos a profissão, arte ou ofício que o menor tenha sido autorizado a exercer (art.

127º c) Cod. Civil )

• Casamento a partir dos 16 anos (art. 1601 Cod. Civil), desde que não haja oposição dos pais ou tutor – o

menor é emancipado pelo casamento (art. 132º Cod. Civil)

• A incapacidade termina quando o menor atinge a idade de 18 anos ou for emancipado (arts. 122º, 129º,

130º, 133º Cod. Civil)

• Os negócios jurídicos praticados pelo menor contrariamente à proibição resultante da incapacidade são

anuláveis (art. 125º Cod. Civil )

• Podem pedir a anulação (art. 125º Cod. Civil):

– O representante do menor (dentro do prazo de um ano a partir da prática do acto -

– O menor, dentro de um ano a contar da cessação da incapacidade

– Qualquer herdeiro, dentro de um ano a contar da morte

Incapacidade do menor é suprida pela representação (pais, tutores )

• Interdição:

– Anomalia psíquica, surdez-mudez ou cegueira, habituais ou duradouras, quando pela sua

gravidade tornem o interditando incapaz de reger a sua pessoa e bens (art. 138º Cod. Civil)

– Decretada por sentença judicial

Os negócios jurídicos praticados pelo incapaz são anuláveis (art. 148º Cod. Civil)

Incapacidade suprida pela tutela

A incapacidade não cessa logo que cesse a incapacidade natural. É necessário o levantamento da interdição (art. 151º

Cod. Civil)

• Inabilitações:

– indivíduos cuja anomalia psíquica, surdez-mudez ou cegueira, embora de carácter permanente,

não seja tão grave que justifique a interdição

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– Indivíduos que se revelem incapazes de reger o seu património por habitual prodigalidade ou pelo

abuso de bebidas alcoólicas ou de estupefacientes ( art. 152º Cod. Civil)

A incapacidade abrange os actos de disposição entre vivos e os que forem especificados na sentença, dadas as

circunstâncias do caso (art. 153º Cod. Civil)

Pode a administração do património do inabilitado ser-lhe retirada e entregue a um curador (art. 154º Cod. Civil )

• A incapacidade não existe pelo simples facto da existência das circunstâncias previstas no art. 152º Cod.

Civil -- é necessária sentença judicial de inabilitação

• Estão sujeitos a autorização do curador os actos de disposição entre vivos, e demais actos especificados na

sentença (art. 153º Cod. Civil )

• A incapacidade só cessa quando for levantada a inabilitação

• Pessoas colectivas

– Organizações constituídas por uma colectividade de pessoas ou por uma massa de bens, dirigidas

à realização de interesses comuns ou colectivos, às quais o direito atribui personalidade jurídica

Associações, fundações e sociedades (art. 157º Cod. Civil)

Contrato de Sociedade – Art. 980º do Cod. Civil

“Contrato de Sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o

exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera fruição, a fim de repartirem os lucros

resultantes dessa actividade”

• As pessoas singulares ou colectivas com capacidade civil de exercício possuem igualmente capacidade

comercial de exercício, podem praticar actos de comércio.

• “Toda a pessoa, nacional ou estrangeira, que for civilmente capaz de se obrigar, poderá praticar actos de

comércio” – (art. 7º Cod. Comercial)

• Importância de saber quem é e quem não é comerciante

– Os actos dos comerciantes são considerados subjectivamente comerciais (art. 2º Cod. Com.)

– As dívidas comerciais dos comerciantes casados presumem-se contraídas no exercício do

comércio (art. 15º Cod. Comercial)

– Regime de prova facilitado em certos casos

– Os créditos dos comerciantes pelos objectos vendidos a quem não seja comerciante ou os não

destine ao seu comércio prescrevem no prazo de dois anos (art. 317º Cod. Civil)

– Obrigações profissionais dos comerciantes – estes estão obrigados a adoptar firma, a ter

escrituração mercantil, a inscrever no registo comercial os actos a ele sujeitos, a dar balanço e a

prestar contas (art. 18º Cod. Comercial)

• Art. 13º nº 1 Cod. Comercial:

– São comerciantes “as pessoas que, tendo capacidade para praticar actos de comércio, fazem

deste profissão”

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( a capacidade a que se refere a lei é a capacidade de agir ou de exercício...não a mera possibilidade de se ser titular

de direitos e obrigações)

• Também são comerciantes as sociedades comerciais (art. 13º Cod. Comercial)

• Sociedades comerciais “...aquelas que tenham por objecto a prática de actos de comércio e adoptem...” um

dos tipos previstos na lei (Art. 1º Cód. Sociedades Comerciais)

– Sociedade em nome colectivo

– Sociedade por quotas

– Sociedade anónima

– Sociedade em comandita ( simples ou por acções)

• As Sociedades Comerciais adquirem a qualidade de comerciantes pelo menos a partir do momento em que

adquirem personalidade jurídica (art. 5º Cód. Sociedades Comerciais)

• Os órgãos de administração devem obediência aos estatutos que não podem alterar

• ( modificação dos estatutos da fundação – dentro de apertadíssimos limites – só por acto da autoridade

pública – arts. 189º e 190º Cod. Civ. )

• Função económico social do instituto da personalidade colectiva

• Realização de interesses comuns ou colectivos de carácter duradouro

• ( excedendo a vida dos seres humanos, justificando a criação de uma organização

estável )

• Elementos constitutivos das pessoas colectivas: o substracto e o reconhecimento

• O substracto é um elemento complexo, integrado por vários elementos

• É o elemento de facto, o conjunto de dados anteriores à outorga da personalidade jurídica

• O reconhecimento é o elemento de direito, transformador de uma organização ou ente de facto num ente ou

pessao jurídica

• Substracto – elemento material

• Reconhecimento – elemento formal

• Substracto – é o conjunto de elementos da realidade extra-jurídica, elevado à qualidade de sujeito jurídico

pelo reconhecimento

• É a realidade que encarna a personalidade, que lhe dá existência no mundo exterior

• É o reconhecimento a criar o ente jurídico – mas o substracto é imprescindível (é condição necessária) para

a existência da pessoa colectiva

• ( é por isso causa de extinção das pessoas colectivas a ulterior desaparição da colectividade dos associados

- art. 182º al. d) - ou a constatação judicial da situação deficitária do seu património – art. 192º al. c) )

• O escopo da pessoa colectiva deve ser determinável, física ou legalmente possível, não contrário à lei ou à

ordem pública, nem ofensivo dos bons costumes (art. 280º )

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• O escopo deve ser comum ou colectivo ( quanto às fundações está excluída a admissibilidade de uma

fundação dirigida a um fim privativo do fundador ou da sua família. Arts. 157º e 188º C.C. resulta a

necessidade de o escopo fundacional ser de interesse social

• Todo o cooperativismo assume marcado interesse público

• Código Cooperativo – art. 2º -- as cooperativas “são pessoas colectivas autónomas, de livre constituição, de

capital e composição variáveis, que, através da cooperação e entreajuda dos seus membros, com obediência

aos princípios cooperativos, visam, sem fins lucrativos, a satisfação das necessidades e aspirações

económicas, sociais ou culturais daqueles “

• Associações, fundações e sociedades

• ( art. 157º C.C. )

• associações – pessoas colectivas de substracto pessoal que não tenham por fim a obtenção de lucros para

distribuir pelos sócios

• ( abrange corporações de fim desinteressado e as de fim interessado, ideal ou económico, não

lucrativo – as cooperativas devem considerar-se incluídas no género “associações” )

• fundações – pessoas colectivas de substracto patrimonial. Só poderão obter personalidade jurídica aquelas

cujo fim for de interesse social (arts. 157º e 188º Cod. Civ. )

• sociedades – só são pessoas jurídicas as sociedades comerciais e as sociedades civis em forma comercial.

Prosseguem uma finalidade económica lucrativa

• não se lhes aplicam directamente as disposições do Código Civil sobre as pessoas colectivas, mas

sim as referentes ao contrato de sociedade (arts. 980º e segs. Cod. Civil) e as especiais do Código das

Sociedades Comerciais

• Art. 980º Cod. Civil – “Contrato de Sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir

com bens ou serviços para o exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera

fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa actividade “

• ( actividades de mera fruição – compropriedade e não sociedade )

• sociedades – só são pessoas jurídicas as sociedades comerciais e as sociedades civis em forma comercial.

Prosseguem uma finalidade económica lucrativa

• não se lhes aplicam directamente as disposições do Código Civil sobre as pessoas colectivas, mas

sim as referentes ao contrato de sociedade (arts. 980º e segs. Cod. Civil) e as especiais do Código das

Sociedades Comerciais

• Art. 980º Cod. Civil – “Contrato de Sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir

com bens ou serviços para o exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera

fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa actividade “

• ( actividades de mera fruição – compropriedade e não sociedade )

• Espécies ou tipos de sociedades

• Sociedades civis e sociedades comerciais

• Sociedades comerciais são as que – para além do referido no art. 980º do Cod. Civil – “tenham por objecto a

prática de actos de comércio e adotem o tipo de sociedade em nome colectivo, de sociedade por quotas, de

sociedade anónima, de sociedade em comandita simples ou de sociedade em comandita por acções “ (art.

1º CSC )

• As sociedades que tenham exclusivamente por objecto a prática de actos não comerciais são sociedades

civis

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• As sociedades civis podem constituir-se sob forma comercial (segundo um dos tipos de sociedades

comerciais ) ficando sujeitas às disposições do Código das Sociedades Comerciais

• As sociedades comerciais têm personalidade jurídica

• ( art. 5º Cod. Sociedades Comerciais )

• “As sociedades gozam de personalidade jurídica e existem como tais a partir da data do registo

definitivo do contrato pelo qual se constituem “

• as sociedades comerciais representam para com terceiros uma individualidade jurídica

diferente da dos associados

• As sociedades civis sob forma comercial têm personalidade jurídica – é-lhes aplicável o art. 5º do CSC por

força do art. 1º nº 4 CSC “As sociedades que tenham por objecto a prática de actos não comerciais podem

adoptar um dos tipos referidos no nº 2, sendo-lhes, nesse caso, aplicável a presente lei “

• E quanto às restantes sociedades civis ? (sociedades civis sob forma civil ...?)

• Não terão personalidade jurídica...

• No entanto, a lei expressamente resolve alguns problemas:

• Atribui personalidade judiciária, isto é, suscetibilidade de ser parte em juízo, mesmo que

não tenham personalidade jurídica (art. 6º al. c) CPC )

• Atribui-lhes capacidade testamentária passiva: possibilidade de serem instituídas

herdeiras ou legatárias em testamento (art. 2033 al. b) C.C. )

• Nenhuma norma atribui personalidade jurídica às sociedades civis

• No entanto, em diplomas avulsos, tem a lei regulado algumas sociedades civis, reconhecendo-lhes por vezes

personalidade jurídica : sociedades civis profissionais (sociedades civis de revisores de contas, sociedades

civis de advogados – estas adquirem personalidade jurídica desde que registadas )

• O legislador sentiu necessidade de expressamente atribuir personalidade jurídica a certas

sociedades civis e não a outras

• Sociedades comerciais e civis em forma comercial

• Principal classificação é a que toma como critério de distinção

• A presença ou ausência de responsabilidade pessoal dos sócios perante os credores

sociais

• E a extensão dessa responsabilidade

• Tipos legais de sociedades

• Sociedades em nome colectivo – caracterizam-se pela responsabilidade pessoal e ilimitada perante

os credores sociais, subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente com os outros sócios ( art.

175º CSC )

• Sociedades por quotas – os sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, mas são

solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato social

• Respondem para com a sociedade pela realização da sua quota e ainda, solidariamente

com os demais, pelas prestações devidas à sociedade por algum ou alguns dos outros associados por força

da não realização integral das suas quotas (responsabilidade pela integração do capital social ) -- capital

social dividido em quotas

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• Sociedades anónimas – os sócios estão isentos de responsabilidade pessoal pelas dívidas da sociedade, os

credores sociais só se podem pagar pelos bens sociais; o capital social está dividido em fracções a cada

uma das quais corresponde uma acção

• Cada sócio tem a sua responsabilidade limitada, para com a sociedade, pelo capital que

subscreveu, isto é, pelo montante das acções respectivas, nada mais tendo a satisfazer

• ( regime especial – sociedade anónima europeia, cujos fundadores tem de

estar, mediata ou imediatamente, ligados a mais de um Estado-membro da UE. DL 2/2005 de 4 de janeiro )

• Sociedades em comandita – intervém sócios que assumem responsabilidade ilimitada (sócios

comanditados ) e sócios que só arriscam o valor das suas entradas (sócios comanditários ) (art. 465º CSC) o

capital social pode ou não ser representado por acções

Contrato de Sociedade

– Art. 980º Cod. Civil

– Contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a conrtribuir com bens

ou serviços para o exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera

fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa actividade

Sociedades comerciais

– Aquelas que tenham por objecto a prática de actos de comércio e adoptem o tipo de sociedade em nome

colectivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita simples ou de

sociedade em comandita por acções

– ( art. 1º nº 2 do CSC )

• Sociedade – entidade composta, em regra, por duas ou mais pessoas (art. 980º Cod. Civil ; art. 7º CSC )

• " O número mínimo de partes de um contrato de sociedade é de dois, excepto quando a lei exija número

superior ou permita que a sociedade seja constituída seja constituída por uma só pessoa" - art. 7º CSC 

• Excepções :

•     número superior - em regra, para a sociedade anónima a lei exige um mínimo de 5 sócios ( art. 273º CSC )

–     uma só pessoa -

–         sociedade unipessoais – art. 270º A CSC ( sociedade unipessoal por quotas )

–         uma única sociedade por quotas, anónima ou em comandita por acções pode constituir uma

sociedade anónima ( arts. 481º e 488º CSC )  

– Entrada com bens ou serviços

– Normalmente entradas em dinheiro; mas também pode haver entradas com bens, móvies ou

imóveis

– Entradas com serviços – sócios de indústria  (know how )

– A sociedade tem um património próprio

– património inicialmente constituído ao menos pelos direitos correspondentes às obrigações de

entrada (Cod. Civil arts. 980º e 983º; CSC art. 20º a) )

• Os sócios estão somente obrigados às entradas estabelecidas no contrato - art. 983º Cod. Civil

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•  

• Obrigações dos sócios - "entrar para a sociedade com bens susceptíveis de penhora ou, nos tipos de

sociedade em que tal seja permitido, com indústria" - art. 20º al. a) CSC 

– Exercício de certa actividade económica

– que não seja de mera fruição

– Actividade económica – produção (nos sectores primário, secundário, terciário ) de bens materiais

ou imateriais ou serviços que exige ou implica o uso e a troca de bens

– Actividade económica supõe uma série ou sucessão de actos (perdurabilidade )

– não são sociedades os grupos constituídos para a realização de um único acto simples

– ( já actos complexos – empreitada de construção de um edifício – podem constituir objecto de

sociedades)

• Actividade económica que não seja de mera fruição

• As sociedades não podem ter por objecto actividades de simples desfrute, de mera

percepção dos frutos

•  

• Compropriedade ≠ sociedade

• o comproprietário tem o direito de exigir a divisão da coisa comum ( art. 1412º Cod.

Civil )

• qualquer comproprietário tem o direito de servir-se da coisa comum ( art. 1406º do Cod.

Civil)

• os bens em compropriedade integram o património dos comproprietários

• ( os bens da sociedade constituem um património autónomo, distinto do património dos

sócios - património próprio da sociedade )

•  

A sociedade comercial tem personalidade jurídica, a partir do registo definitivo do contrato de sociedade - art. 5º CSC

A sociedade comercial tem capacidade jurídica, tem os direitos e obrigações necessários ou convenientes à

prossecução do seu fim - art. 6º CSC 

• Não há sociedade na compropriedade ou em qualquer outra forma de condomínio, em que os condóminos

se limitam a receber os rendimentos da coisa comum ou simplesmente a administrá-la, ou seja a conservar e

fruir os bens, segundo o seu destino económico, percebendo os frutos deles.

• Compropriedade – exº herança indivisa

– Mas..em vez de lucrarem, os sócios podem perder. Nenhum sócio pode ser isentado deste risco

(art. 994º Cod. Civil e art. 22º nº3 CSC )

• Princípio da tipicidade ou do “numerus clausus” das sociedades comerciais

• as sociedades com objecto comercial só podem adoptar um dos tipos enumerados no nº

2 do art. 1º do CSC

• não podem ser introduzidas cláusulas que contrariem características imprescindíveis do

tipo em causa

• não podem conjugar notas essenciais distintivas de dois ou mais tipos

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• quando algum sócio entre com bens em espécie e os mesmos não sejam avaliados nos termos do art. 28º

CSC ( relatório elaborado por um Revisor Oficial de Contas sem interesses na sociedade, designado por

deliberação dos sócios na qual estão impedidos de votar os sócios que efectuam as entradas ) têm os sócios

de assumir expressamento no contrato social responsabilidade solidária pelo valor que atribuam aos mesmos

bens ( art. 179º CSC )

Sociedades por quotas

– Cada sócio responde não apenas pela própria entrada ( em dinheiro e / ou em espécie ) mas

também, solidariamente com os outros sócios por todas as entradas convencionadas no contrato

social (art. 197º nº 1 CSC )

– art. 202º CSC - não são admitidas contribuições de indústria ( entrada com serviços)

Sociedades anónimas

– Cada sócio responde apenas pela sua entrada ( em dinheiro e / ou em espécie ), cada sócio limita

a sua responsabilidade ao valor das acções que subscreveu (art. 271º CSC )

– art. 277º - não são admitidas contribuições de indústria ( entradas com serviços)

Sociedades em comandita simples e sociedades em comandita por acções

– os sócios respondem perante a sociedade pelas respectivas entradas ( em dinheiro, em espécie e

ou indústria ) – arts. 465º nº 1, 474º e 478º CSC

– sociedades em comandita simples - aplicam-se as disposições das sociedades em nome colectivo

– sociedades em comandita por acções - aplicam-se as disposições das sociedades anónimas ( art.

478º CSC )

• Responsabilidade dos sócios perante os credores sociais

Sociedade em nome colectivo

– Os sócios respondem pelas obrigações sociais subsidiariamente em relação à sociedade e

solidariamente entre si ( art. 175º nº 1 CSC)

Sociedades por quotas

– Em regra os sócios não respondem pelas obrigações sociais

– Pelas dívidas da sociedade responde a própria sociedade, com o seu património ( art. 197º nº 3

CSC)

– Mas o contrato de sociedade pode estipular que um ou mais sócios respondam, limitadamente, até

determinado montante, perante os credores sociais, podendo esta responsabilidade ser solidária

ou apenas subsidiária ( art. 198º CSC)

• sócios de responsabilidade limitada – não se responsabilizam para com os credores sociais – art. 465º nº 1

CSC  

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• respondem apenas pelas suas entradas

Atenção:

– em relação a todos os tipos de sociedade:

– quando seja declarada em situação de falência uma sociedade reduzida a um único sócio

este responde ilimitadamente e a título principal ( não subsidiariamente mas solidariamente com a sociedade ) pelas

obrigações sociais contraídas no período posterior à concentração das participações sociais “contanto que se prove

que nesse período não foram observados os preceitos da lei que estabelecem a afectação do património da sociedade

ao cumprimento das respectivas obrigações” (art. 84º CSC )

Número mínimo de sócios das sociedades comerciais

– Art. 7º nº 2 CSC – “O número mínimo de partes de um contrato de sociedade é de dois,excepto

quando a lei exija número superior ou permita que a sociedade seja constituída por uma só pessoa

– Sociedades em nome colectivo ou em comandita simples – exige-se, pelo menos, a participação

de duas pessoas

Sociedade por quotas

– Em regra, deve ser constituída por duas ou mais pessoas....

– Mas pode ser constituída por uma única pessoa – no caso da sociedade unipessoal por quotas

(art. 270º A CSC )

– Sociedades anónimas

• Em princípio devem ser constituídas por pelo menos cinco sócios ( art. 273º CSC )

• Excepções : sociedades anónimas constituídas por apenas uma outra sociedade (por

quotas, anónima ou em comandita por acções) – arts. 481º e 488º CSC

• Sociedades anónimas constituídas apenas por dois sócios (devendo neste caso um dos

sócios ser o Estado ou entidade pública empresarial, que ficará a deter a maioria das

acções ) – art. 273º nº 2 CSC

Sociedades em comandita por acções

– Não podem constituir-se com menos de seis sócios, um de responsabilidade ilimitada e cinco de

responsabilidade limitada ( um comanditado e cinco comanditários) – art. 479º CSC

– Durante a vida das sociedades comerciais devem os números mínimos de sócios ser respeitados,

sob pena de possível dissolução ( art. 142º CSC )

Não é estabelecido número máximo de sócios para nenhum tipo de sociedade

Capital social

– O capital social é uma cifra representativa da soma dos valores nominais das participações sociais

fundadas em entradas em dinheiro ou em espécie (bens)

– As sociedades em nome colectivo constituídas por sócios que entrem somente com a sua indústria

( know how - serviços) ou trabalho não têm capital social ( arts. 9º nº 1 e 178º nº 1 CSC

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• nos restantes casos, o contrato deve referir o valor das entradas em dinheiro, o valor das entradas em bens -

o valor atribuído aos bens por Revisor Oficial de Contas - R.O.C. (art. 28º CSC ) e no contrato deve figurar o

valor atribuído à indústria para efeitos de repartição de lucros e perdas (art. 176º CSC )

•  

• O valor da contribuição em indústria não é computado no capital social - art. 178º CSC

• CAPITAL SOCIAL MÍNIMO

– O CSC fixa o valor mínimo de capital social com que certas sociedades ( de certos tipos ) têm que

se constituir:

– Sociedades por quotas – O montante do capital social é livremente fixado no contrato de socie

dade, correspondendo à soma das quotas subscritas pelos sócios. ( art. 201º CSC )

– Sociedades anónimas e sociedades em comandita por acções – capital social mínimo € 50.000

( art. 276º nº 3 e 478º CSC )

Contrato de Sociedade

Art. 980º CC

Contrato de Sociedade – aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam

A contribuir com bens ou serviços

Para o exercício em comum de certa actividade económica

Que não seja de mera fruição

A fim de repartirem os lucros resultantes dessa actividade

Agrupamento de sujeitos ou de sócios

A sociedade é composta, em regra, por 2 ou mais sujeitos (pessoas singulares ou colectivas )

Código Civil – art. 980º e CSC art. 7º

A unipessoalidade superveniente (em regra transitória ) é admitida

Quer pelo CC (art. 1007º d) , quer pelo CSC arts. 142º nº 1 a), 270º A nº 2 e 464º nº 3

A unipessoalidade originária está prevista no CSC

O art. 270º A nº 1 CSC permite que uma pessoa singular ou colectiva constitua uma sociedade unipessoal por quotas

O art. 488º nº 1 CSC permite que uma sociedade por quotas, anónima ou comandita por acções (art. 481º nº 1 )

Constitua uma socieade anónima de cujas acções ela seja inicialmente a única titular

Substrato patrimonial

Qualquer sociedade necessita de um património próprio

Esse património é inicialmente constituído, pelo menos, pelos direitos correspondentes às

obrigações de entrada

Todo o sócio é obrigado a entrar com algo para a sociedade (arts. 980º e 983º nº 1 CC e art. 20º a)

CSC )

A actividade económica supõe uma série ou sucessão de actos

As sociedades comerciais (art. 1º nºs 2 e 3 e 11º nºs 2, 3 e 6 CSC)

Exercem ou propõem-se exercer actividades

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Sujeição a perdas

Claro que em vez de lucrarem, os sócios podem perder

Podem recuperar total ou parcialmente (quando saiam da sociedade ou esta se extinga ), o valor das

entradas e de outras prestações feitas à sociedade

Nenhum sócio pode ser isentado deste risco

(art. 994º CC e art. 22º nº 3 CSC )

Tipos de sociedades comerciais

As sociedades com objeto comercial constituídas nos termos do CSC têm que adoptar necessariamente

Um dos tipos de sociedade comercial enumerados no nº 2 do art. 1º CSC

E nalguns casos é mesmo imposto um certo tipo de sociedade:

As sociedades unipessoais têm que ser por quotas ou anónimas (arts. 270º- A e 488º CSC )

Responsabiliza-se pelo cumprimento ou realização da entrada a que se obrigue

Entrada em dinheiro, em espécie e/ou em indústria – art. 175º CSC

Entrada com bens em espécie – os bens devem ser avaliados nos termos do art. 28º CSC

Quando isso não acontecer, tem os sócios de assumir expressamente no contrato social responsabilidade

solidária

Pelo valor que atribuam aos mesmos bens (art. 179º CSC )

Sociedades por quotas

Cada sócio responde não apenas pela própria entrada (em dinheiro ou em espécie )

Mas também, solidariamente com os outros sócios, por todas as entradas convencionadas no contrato de

sociedade (art. 197º nº 1 CSC )

Um ou mais sócios poderão ainda ficar obrigados, perante a sociedade, a prestações acessórias e suplementares

(arts. 197º nº 2, 209º e 210º CSC )

Sociedades anónimas

Cada sócio responde pela sua entrada (em dinheiro ou em espécie )

Cada sócio limita a sua responsabilidade ao valor das acções que subscreveu (art. 271º CSC )

O valor das acções é o valor de emissão (não pode ser inferior, mas pode ser superior ao valor nominal )

Pode o pacto social impor que um ou mais sócios fiquem obrigados a prestações acessórias (art. 287º CSC )

Sociedades em comandita (simples e por acções )

Os sócios respondem pelas respectivas entradas

Os sócios comanditados (assumem responsabilidade ilimitada) podem entrar com dinheiro, espécie ou

indústria

Os sócios comanditários entram com dinheiro ou espécie (arts. 465º nº 1, 474º e 478º CSC )

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Responsabilidade dos sócios perante os credores sociais

Os sócios de sociedade em nome coletivo respondem pelas obrigações (pecuniárias) sociais

Subsidiariamente em relação à sociedade

Solidariamente entre si (art. 175º nº 1 )

Responsabilidade subsidiária – os credores da sociedade só podem podem exigir o pagamento aos sócios depois de

excutido o património social

Mas se algum sócio cumprir obrigações da sociedade, para evitar que seja intentada uma execução contra a

sociedade, então terá direito de regresso contra os outros sócios – art. 175º nº 4

Responsabilidade solidária – os credores sociais têm o direito de exigir de qualquer sócio o pagamento das dívidas por

inteiro

Depois de excutido o património social em processo de execução movido apenas contra a sociedade

Pode o credor insatisfeito requerer, no mesmo processo, execução contra qualquer sócio (art. 828º nº 5

CPC )

Sociedades por quotas

A regra é a de os sócios não responderem pelas obrigações sociais

Pelas dívidas da sociedade responde apenas a própria sociedade, com o seu património (art. 197º nº 3 )

Mas ... art. 198º

Pode ficar estabelecido no pacto social que um ou mais sócios respondam, limitadamente – até determinado

montante – perante os credores sociais

O estatuto estabelecerá ainda se esta responsabilidade é solidária com a da sociedade

Ou subsidiária relativamente à responsabilidade da sociedade e a efectivar apenas na fase de liquidação da

sociedade

Se a responsabilidade for solidária, o sócio que pagar dívidas sociais tem (salvo estipulação em contrário no pacto

social ) direito de regresso contra a sociedade pela totalidade do que houver pagado

Sociedades anónimas

Os sócios de sociedade anónima não respondem perante os credores sociais (art. 271º CSC )

Os sócios responsabilizam-se apenas pelas respectivas entradas

Sociedades em comandita simples e Sociedades em comandita por acções

Há que distinguir entre duas categorias de sócios

Sócios comanditados e sócios comanditários

Sócios comanditados – responsabilidade ilimitada, respondem pelas dívidas sociais nos mesmos termos que os sócios

das sociedades em nome coletivo (subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente entre si )

Sócios comanditários – não se responsabilizam para com os credores sociais (art. 465º nº 1 CSC )

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Situação excepcional – para todos os tipos de sociedade

Quando seja declarada em situação de insolvência uma sociedade reduzida a um único sócio

Este responde ilimitadamente e a título principal (não subsidiariamente mas solidiariamente com a

sociedade )

Pelas obrigações sociais contraídas no período posterior à concentração das

participações sociais

Contanto que se prove que não foram observados os preceitos da lei que estabelecem a afectação do património da

sociedade ao cumprimento das respectivas obrigações – art. 84º nº 1 e 2 CSC )

Número mínimo de sócios

Para a constituição de sociedades comerciais

O art. 7º nº 2 CSC apresenta uma regra e respectivas excepções quanto ao número mínimo de sócios que

têm que integrar a sociedade

“O número mínimo de partes de um contrato de sociedade é de dois, excepto quando a lei exija número superior ou

permita que a sociedade seja constituída por uma só pessoa “

Na constituição de sociedade em nome coletivo ou em comandita simples exige-se a participação de, pelo menos,

duas pessoas

Mas a sociedade por quotas pode ser constituída por uma só pessoa, no caso da sociedade unipessoal por quotas –

art. 270º A – nº 1 CSC

As sociedades anónimas têm, em regra, de ser constituídas pelo menos por 5 sócios (art. 273º nº 1 CSC )

Mas existem excepções

Sociedades anónimas constituídas apenas por uma outra sociedade (por quotas, anónima ou

comandita por acções ) – arts. 481º nº 1 e 488º nº 1 CSC

Sóciedades anónimas constituídas por apenas 2 sócios, devendo um deles ser o Estado, entidade

pública empresarial ou equiparada, que fique a deter a maioria das acções – art. 273º nº 2 CSC

Sociedades em comandita por acções

Não podem constituir-se com menos de 6 sócios

(pelo menos 1 comanditado e 5 comanditários ) – arts. 465º nº 1 e 479º

Durante a vida das sociedades comerciais devem os referidos números mínimos de sócios ser respeitados

Sob pena de possível dissolução – art. 142º nº 1 a) e nº 3

O CSC não estabelece número máximo de sócios para qualquer tipo de sociedade

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Capital Social

Cifra representativa da soma dos valores nominais das participações sociais

Fundadas em entradas em dinheiro ou em espécie

As entradas em dinheiro e / ou em espécie devem ter valor idêntico ou superior ao valor atribuído àquelas

participações (partes, quotas, acções – art. 25º nº 1 CSC )

As sociedades em nome colectivo constituídas por sócios que entrem apenas com indústria ou trabalho

Não têm capital social – arts. 9º nº 1 f) e 178º nº 1 CSC

Todas as outras sociedades têm capital social (nominal )

O CSC fixa os valores mínimos de capital com que certos tipos de sociedade terão que se constituir

Sociedades por quotas – 1 euro – art. 201º CSC

Sociedades anónimas e em comandita por acções – 50.000 euros (arts. 276º nº 3 e 478º CSC )

Para as sociedades em nome colectivo e em comandita simples não está fixado qualquer valor mínimo de capital social

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Referências bibliográficas:

Jorge Manuel Coutinho de Abreu “Curso de Direito Comercial”, vol. II, Das Sociedades, 3ª edição, Almedina 2009, 5-18

e 21, 53-57, 65-66, 72-75

Código Civil – arts. 980º, 983º, 994º, 1007º

Código das Sociedades Comerciais – arts. 1º, 7º, 9º, 11º, 20º, 22º, 25º, 28º, 84º, 142º, 175º, 178º, 179º, 197º, 198º,

201º, 209º, 210º, 270º, 270º A, 271º, 273º, 276º, 287º, 464º, 465º, 474º, 478º, 479º, 481º, 488º

http://www.stj.pt/nsrepo/geral/cptlp/Portugal/CodigoSociedadesComerciais.pdf

Código de Processo Civil – art. 828º

http://www.stj.pt/nsrepo/geral/cptlp/Portugal/CodigoProcessoCivil.pdf