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    w     w     w  .      t     e     r     r     a     v      i     s      t     a  .     p      t      /     n     a     z     a     r     e      /      3      7      9      0      / A Sala de Convívio da Universidade Aberta é um site de apoio aos estudantes da Universidade Aberta, criado por um aluno e enriquecidopor muitos. Este documento é um texto de apoio gentilmente disponibilizado pelo seu autor, para que possa auxiliar ao estudo dos colegas. O autor não pode, de forma alguma, ser responsabilizado por e ventuais erros ou lacunas existentes neste documento. Este documento não pretende substituir de forma alguma o estudo dos manuais adoptados para a disciplina em questão. A Universidade Aberta não tem quaisquer responsabilidades no conteúdo, criação e distribuição deste documento, não sendo possível i mputar-lhe quaisquer responsabilidades. Copyright: O conteúdo deste do cumento é propriedade do seu autor, não podendo ser publicado e distribuído fora do site da Sala de Convívio da Universidade Aberta sem o seu consentimento prévio, expresso por escrito. Civilizações Clássicas II - Roma Apontamentos de: Ana Peixoto Email: [email protected] Data: 1998/99 Livro: Civilizações Clássicas II - Roma Rui Manuel Sobral Centeno (Coordenador) Universidade Aberta 1997 Nota:Adaptação do texto original a formato resumido, por forma a atingir directamente a matéria relevada tanto nos testes formativos como nos objectivos e actividades de cada capítulo do manual.

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. t e r r a v i s t a . p t / n a z a r e / 3 7 9 0 /

A Sala de Convívio da Universidade Aberta é um site de apoio aos estudantes da UniversidadeAberta, criado por um aluno e enriquecidopor muitos. Este documento é um texto de apoio gentilmentedisponibilizado pelo seu autor, para que possa auxiliar ao estudo dos colegas. O autor não pode, deforma alguma, ser responsabilizado por eventuais erros ou lacunas existentes neste documento. Estedocumento não pretende substituir de forma alguma o estudo dos manuais adoptados para a disciplinaem questão.

A Universidade Aberta não tem quaisquer responsabilidades no conteúdo, criação e distribuição destedocumento, não sendo possível imputar-lhe quaisquer responsabilidades.

Copyright: O conteúdo deste do cumento é propriedade do seu autor, não podendo ser publicado edistribuído fora do site da Sala de Convívio da Universidade Aberta sem o seu consentimento prévio,expresso por escrito.

Civilizações ClássicasII - Roma

Apontamentos de: Ana PeixotoEmail: [email protected]: 1998/99

Livro:Civilizações Clássicas II - RomaRui Manuel Sobral Centeno (Coordenador)Universidade Aberta1997

Nota: Adaptação do texto original a formato resumido, por forma aatingir directamente a matéria relevada tanto nos testes formativoscomo nos objectivos e actividades de cada capítulo do manual.

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• Civilização caracterizada pela prática da inumaçãoFossakultur

• Elementos típicos da civilização apeninaPequenas aldeias de cabanas, com uma organização social patriarcal e guerreira.

• Povoados de meados do II milénio aC, plena Idade do Bronze, assentes sobreestacas, apesar de localizados em terra firme, circundados por paliçadas eum fosso: Civilização dos terramares

• Cabanas parcialmente escavadas na rocha e urnas-cabanas em cerâmica,utilizadas para recolher as cinzas dos mortos:Civilização lacial

• Civilizações que não pertencem à Idade do Ferro:

Civilização terramares, apenina e incinerante (Idade do Bronze)• Meados do II milénio aC

Civilização das terramares

• Sécs. XVI-XIII aC (2º milénio)Civilização apenina

• Início do I milénio aCCivilização villanovense

• Séc. X (1º milénio)Civilização lacial

• Herói grego e cidade que fundou na foz do rio Tibre:Eneias fundou a Lavínio

• Data proposta por Varrão para a fundação de Roma:754/753 aC.

• Nome atribuído a Roma por Varrão:Roma Quadrata

• Razão pela qual Rómulo matou Remo:Remo transpôs o sulco sagrado que delimitava a área da cidade

• Medidas de Rómulo:1º rei de Roma, iniciando um período de monarquia que durou mais de 2 séculos.Lançou as bases para o futuro desenvolvimento de Roma: elaborou as primeirasleis; criou um senado de 100 membros (os Patres); permitiu a união entre romanose sabinos; repartiu o poder com Tito Tácio; delineou uma primeira divisão dapopulação em 3 tribos (Titienses, Ramnenses e Luceres).

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• Actos de governo atribuídos ao rei sabino Numa Pompílio:Sucessor de Rómulo continuou com a organização e engrandecimento da Urbs.Criou as instituições religiosas e sociais da cidade; organziaou o culto a Vesta;descreveu pormenorizadamente os ritos; criou colégios sacerdotais; introduziu ocalendário lunar; construiu o templo de Jano.

• Período do domínio etrusco em Roma:616-509 aC

• Os três reis da dinastia etrusca:Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo

• Medidas tomadas por Tarquínio, o Antigo (616-578 aC):Reordenou a máquina militar; construiu a Cloaca Máxima e o Circo Máximo.

• Obras mais importantes atribuídas a Tarquínio, o Antigo (616-578 aC):Desde logo as mais importantes obras na área urbana de Roma são-lhe atribuídas:construção do Circo Máximo e da Cloaca Máxima e a consagração e início dostrabalhos do templo de Júpiter no Capitólio.

• Subida ao trono de Sérvio Túlio:578 aC.

• Reformas sociais implementadas no reinado de Sérvio Túlio (578-535 aC)Organização da sociedade em novos moldes, com objectivos militares e tributários,classificando os cidadãos em 2 categorias, com base na sua fortuna pessoal: 1ª aClassis , i.e. todos aqueles que tinham capacidade para custear o seu equipamentomilitar; 2ª a Infra Classem , i.e. restante povo com menos recursos e sempossibilidade de adquirir o armamento completo.

• Medidas tomadas por Sérvio Túlio:Dividiu Roma em tribos urbanas e rústicas; Dividiu a sociedade em classescensitárias.

• Nome das colinas abrangidas pela muralha levantada por Sérvio Túlio:Palatino, Aventino, Esquilino, Quirinal, Viminal, Capitólio e Célio.

• Medidas tomadas por Tarquínio, o Soberbo:Derrotou os Volscos; Celebrou pactos com comunidades vizinhas (ex: Gábios);concluiu o templo de Jupiter Capitolino.

• Principais vantagens da excelente localização geográfica do Lácio e Roma:Lácio e a região do curso inferior do Tibre, era um grande centro onde convergiamrotas originárias da Etrúria, da Campânia e dos Apeninos. O sítio de Roma apresentavaexcelentes condições de defesas e por se encontrara na margem esquerda do Tibre,usufruía das vantagens próprias duma cidade

TARQUÍNIO, O SOBERBO 535-509 aC

Representa a última fase da presença etrusca em Roma.; • Nunca foi legitimado pelo povo romano; • Assassinou o sogro (Sérvio Túlio) e sobe ao trono em 535 aC;

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• Derrota os Volscos e celebra pactos com comunidades vizinhas (ex. Gábios) o quepermite controlar o Lácio.

• Destaca-se a conclusão do templo de Júpiter Capitolino; • Em 509 foi deposto por um movimento revolucionário e parte para o exílio. Este episódio marca o fim do regime monárquico.

IMPORTÂNCIA DA REGIÃO DO LÁCIO

• O local onde se desenvolveu era excepcional. • O Lácio e a região do curso inferior do Tibre era um grande centro onde convergiam

rotas originárias da Etrúria, da Câmpania e dos Apeninos. • Roma era constituída por um conjunto de elevações, destacando-se as 7 colinas, o

que representava excelentes condições de defesa. • Estando na margem esquerda do Tibre, usufruía das vantagens duma cidade

marítima.

REALIZAÇÕES DO SÉCULO VI AC

• Trabalhos de drenagem de zonas baixas da cidade, anteriores à construção daCloaca Máxima, caso do Fórum;

• Aplicação dum plano urbano regular na zona central da cidade;• A construção do templo de Júpiter no Capitólio;• Edificação duma muralha de terra, e em algumas zonas de pedra, que poderão ser

as muralhas que as fontes atribuem a Sérvio Túlio;• Generalização da construção de casas que pedra que vão substituir as antigas

cabanas.• Estas inovações urbanísticas demonstram que ao longo deste século a influênciaetrusca foi preponderante e que alguns investigadores interpretam como o

verdadeiro nascimento da cidade.

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A ECONOMIA ROMANA

FONTES DE ESTUDOTextos , de índole diversa (limitado em quantidade sem objectivos de teorização

económica, por isso contraditórios nas leituras e análises);Papiros e epígrafes (produzidos intencionalmente para o seu âmbito social ou mesmopara a posteridade; diferentes nas tradições de escrita, conservação, investigação)Dados arqueológicos (resultam da actividade dos investigadores).Não existem dados abundantes, homogéneos e contínuos para as diferentes épocas eregiões, no que toca a ilustrar a história económica de Roma, o que limita as visõesglobalizantes ou os estudos comparados e mesmo a legitimidade dos dadosdisponíveis.

QUADRO GERALO Império Romano era um vasto território regularmente pontuado por estruturasurbanas as quais controlam e integram espaços rurais "romanizados", i.e. campos ondepredomina a típica policultura mediterrânica de cereais, vinho e azeite.É também um espaço politicamente centralizado defendido por uma gigantesca máquinamilitar, dependente do poder central.Forjou mecanismos para a exploração de recursos que suportassem a sua estrutura,ao arrecadar receitas fiscais indispensáveis ao aprovisionamento de Roma, das áreasmilitarizadas e na manutenção da ordem pública (estabilidade do poder).

FISCALIDADE ROMANA (II-I aC)Cobrança do:Tributum: imposto directo, de base censitária, incidindo sobre pessoas e bens;Vectigalia : imposto indirecto sobre pastos, portagens, etc.

FORTUNA DO IMPERADOR E AS LACUNAS DO ERÁRIO PÚBLICO A fiscalidade romana assentava na arrecadação de impostos directos (Tributum) eindirectos (Vectigalia) e nos rendimentos dos saques e tributos impostos às novasregiões conquistadas.Com a paz do início do principado, com a estabilização das fronteiras territoriais e anova ordem político-administrativa foi necessário o imperador (Augusto) recorrer à suafortuna pessoal para suprir as lacunas do erário público.Para obviar esta situação passaram a realizar-se censos à escala do Império, parauma maior eficácia na cobrança dos impostos. As cobranças passaram a ser feitaspelos legados imperiais e pelas élites locais.

Mas sempre que o erário público ou municipal entrava em ruptura o Imperadorencarregava-se de fornecer alimentos (frumentationes) e dinheiro (congiaria) aoexército e à plebe romana. A nível local as élites também desenvolviam acções semelhantes em períodos de crisealimentar, ou arcando com despesas extraordinárias ou inesperadas.

A CONCEPÇÃO DE CIVILIZAÇÃOÉ o oposto de barbárie e centraliza-se na agricultura e organização cívica de homenslivres (dois valores fundamentais).Trata-se aparentemente duma contradição: a sociedade romana era emblematicamenteurbana mas nunca deixou de exaltar os valores da ruralidade.No entanto, o agricultor era o sustentáculo do Estado por oposição ao pastor e à plebeurbana, ambos sem ligação à terra (errantes e socialmente desenquadrados).

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O binómio campo-cidade é o elemento fundamental para a abordagem da economiaromana.

O MUNDO RURAL Assentava nas grandes explorações agrárias da élite, com as suas sedes de

exploração, casas senhoriais e equipamentos agro-pecuários.No séc. III aC, início da expansão romana, dão-se as primeiras tensões entre élites,devido a questões de distribuição e posse de terras.Surgem as primeiras Leis Agrárias :Obstar à apropriação das terras públicas resultantes do processo expansionista.

Latifúndio itálico do período tardo-republicano (II-I aC)Propriedade de extensão muito grande, tendendo para uma monocultura que visa omercado e trabalhada por um número efectivo de escravos.

Porquê estas grandes propriedades ?- Expansão de Roma;- Anexação de terras aos aliados itálicos;- Uma suposta rarefacção da população (devido a guerras, serviço militar ou emigraçãopara novas províncias);- Abertura de amplos mercados de consumidores nos territórios conquistados ou emcurso (pelo afluxo de importantes contigentes de escravos, aprisionados nos novosespaços ocupados;- Difusão e produção dos mais antigos tratados de agricultura, para esclarecer eensinar os novos proprietários.

Exploração agrícola idealSegundo os tratados agrários e outras fontes, que são contra o latifúndio:

Típica policultura mediterrânea:- 50 ha para cereais e hortícolas, 25 ha para vinha e 60 ha para olival.

Principais produções romanas para mercados distantes:-Vinho itálico-Azeite da Bética (para todo o Império e especialmente para Roma e fronteirasmilitares)-Azeite africano (finais séc. III dC);-Vinho das Gálias (a partir do Séc. I dC)-Cereais (Sicília, Egipto e Norte de África)

Produtos exportados de Hispânia para Roma (época de Augusto)-Peixe, vinho e azeite.

Ideias tradicionais sobre o mundo rural que têm vindo a ser rectificadas:1. A evolução da exploração directa baseada na mão-de-obra servil para uma situaçãode generalização do colonato;2. A evolução dos pagamentos contratuais em numerário para o pagamento emgéneros;3. No Baixo Império, o crescente desinteresse da élites pelos espaços urbanos para asua progressiva fixação nos seus domínios rurais.

Produtos provenientes de intercâmbios comerciais extra-fronteira do ImpérioMadeira e escravos do Mar Negro; âmbar do Báltico; especiarias e seda do Oriente- Arábia, Índia e China)

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Actividades artesanais urbanasTípicas do mundo urbano romano: cerâmicas finas, lucernas e ânforas.

MINASOs principais centros mineiros pertenciam ao Imperador. As grandes jazidas mineirascom interesse económico situavam-se na Península Ibérica (Hispânia). A tendência quese generaliza é o arrendamento a particulares de condição livre das minas imperiais.

PROCESSO DE URBANIZAÇÃO (AUGUSTO)Fenómeno urbano que obedecia a 2 critérios:1. Dedução das colónias, i.e., instalação de cidadãos romanos (veteranos dascampanhas militares de conquista e ocupação), para a exploração dum território combenefícios fiscais e apoios do poder central (o imperador custeava portas e muralhasdestes novos centros urbanos).2. Promoção à categoria urbana de antigos núcleos de povoamento indígena ,i.e.tirando partido das élites locais que se enquadravam nos novos modos de vida comprivilégios e exercício de magistraturas das novas cidades

PAPEL ECONÓMICO DAS CIDADES- Geravam um numeroso e diversificado conjunto de actividades artesanais;- Eram os núcleos organizadores dos espaços rurais;- Pólo gerador de complexas interacções com as áreas rurais envolventes;- Uma parte das receitas geradas pelas cidades era reinvestida nos campos;- Centro que atrai a comercialização dos seus frutos;- Pólo donde irradia a re-distribuição de artigos manufacturados localmente e dasimportações.

CONTRANGIMENTOS AO COMÉRCIO NO MUNDO ROMANO As distâncias, as dificuldades de comunicação e as assimetrias regionais.

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A SOCIEDADE ROMANA

Forma arcaica de organização socialTrês tribos: Tities (ou Titienses); Ramnes (Ramnenses) e Luceres.

Cada tribo = 10 centúrias3 tribos x 10 centúrias = 30 centurias = 1 assembleia ( Comitia Curiata)

Assembleia (com itia curiata): As suas decisões (leges curiate ) estavam confinadas à religião e à família eaparentemente em assuntos de Estado e na investidura de altos cargos dacomunidade (lex cu riate de imperio)

Organização social atribuída a Sérvio Túlio:Criação de 4 tribos urbanas e 16 rurais = todo o povo romano = divisão por 5 classescensitárias = 193 centúrias = 1 assembleia ( Comitia Centuriata)

Assembleia (Comitia Centuriate):Competência para eleger alguns magistrados, declarar guerra ou firmar tratados de paze aliança. Eram a maioria na assembleia e controlavam os negócios do Estado.

Célula base da sociedadeFamília. Unidade social, religiosa e económica. O pater familias era a cabeça quetinha autoridade ilimitada tanto na família (mulher, filhos e outros dependentes) comonos bens (res familiaris ).

Nível superior da sociedadeGens . Agrupava famílias descendentes dum antepassado comum. Eram entidadessagradas e cada gens celebrava os seus próprios ritos - sacra gentilitia.

Èlite da sociedade romanaGens de patrícios -aristocracia fundada no nascimento e posse da terra.Posteriormente:Gens plebeias - formadas à imagem das patrícias.

Povo comumPlebs. Constituída por homens livres . Nos tempos mais recuados erammaioritariamente camponeses. Gozavam do direito de cidadania , tal como ospatrícios mas não tinham os mesmos privilégios.

LEI DAS XII TÁBUAS - República (séc. V aC)No dizer de Tito Lívio eram a "fonte de todo o direito público e privado".• Código legislativo que, face ao direito existente, regula problemas novos e atribui ao

direito uma orientação independente.• Conjunto de respostas a problemas jurídicos da vida quotidiana. Instituiu o jus civile

(laiciza o direito).• Principais áreas contempladas neste código relacionadas com:• Família, casamento, divórcio, heranças;• Posse e transferência da propriedade;• Assaltos e injúrias contra pessoas e bens;• Dívidas, escravatura e sujeição por insolvência das partes (nexum);

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• Procedimentos: formalidades nos processos judiciais;• Regulamentação de carácter religiosos: regras para os funerais.

A Lei das XII Tábuas favoreceu a plebe (p.ex. não proibiu legalmente o seu acesso às

magistraturas).LEGES VALERIAE HORATIE (449 aC)• Novas leis aprovadas em 449 aC que deram reconhecimento estatuário à

organização plebeia:• Consagraram a existência legal dos tribunos e dos edis com carácter de

inviolabilidade;• Aprovaram um novo estatuto orgânico dos tribunos (agora 10);• Reconhecimento da concilium plebis e da sua capacidade legislativa.

LEGES LICINIAE SEXTIAE (367 aC)Reforma da Constituição. Surge uma nova classe governante e transforma-se aestrutura económica e social da República romana. Isto devido a: A política expansionista de Roma não resolveu o problema dos que não possuíamterras. Os territórios anexados eram repartidos pelos grandes proprietários rurais. Opapel da infantaria plebeia incentivou a plebe a reivindicar um maior protagonismopolítico. O saque de Roma pelos Gauleses fez com que muitas famílias perdessem osseus bens, agravando ainda mais a situação. Este período conturbado só abrandouapós a aprovação das Leges Liciniae Sextiae. As alterações introduzidas foram: A criação do cargo de pretor, eleição de 2 edis curules , a criação de censores e umcolégio de 10 magistrados.Como consequência o corpo social romano ficou dividido empatrícios e plebeus .

LEX HORTENSIAConsagrou os plebiscitos como leis aplicáveis a todos os cidadãos sem sanção préviado Senado

Aparecimento duma nova éliteNobilitas , que agregou patrícios e plebeus. Era teoricamente uma classe aberta: ocritério não era o nascimento mas o percorrer com êxito a carreira política (só possívela quem tivesse uma fortuna considerável). Este grupo acolheu novos membros - novihomines - aristocratas índigenas dos territórios anexados.Os patrícios mais conservadores e as camadas mais desfavorecidas insurgiram-se

contra os nobilitas porque se tornaram vítimas das dívidas e de uma injusta repartiçãoda terras. Isto dá origem ao primeiro movimento democrático romano .

SISTEMA SOCIAL ATÉ AO FINAL DA REPÚBLICADas 5 classes censitárias estabelecidos por Sérvio Túlio sobressaem os:Equites - censo fixado em 400 000 sestércios;Pedites - detentores de património suficiente para servir como soldados de infantarianas legiões;Capite censi (recenseados pela sua pessoa) e Proletarii (com filhos) - com censo emconformidade com as necessidades do Estado: entre 5 000 (200 aC) e 600 sestércios(107 aC).

Outras categorias agregam-se à organização censitária, procedentes da 1ª classecensitária de Sérvio Túlio(a equites), designadas por ordens (primi ordines):

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ORDEM SENATORIALExclusivamente composta por membros do Senado com fortuna superior a 1 000 000de sestércios. Mais tarde Augusto fica o seu número em 600 membros. À imagem desta ordem surge a ORDEM DOS DECURIÕES (senadores municipais)

com fortuna superior a 100 000 sestércios.ORDEM EQUESTREOs que tinham o título de cavaleiro romano. Mais tarde os seus filhos são tambémassimilados a esta ordem. Eram em nº superior aos da Ordem Senatorial.

TRAÇOS COMUNS ENTRE ESTAS DUAS ORDENS: Os membros faziam parte da mesma qualificação censitária, pertencendo ao mesmoestrato de maior fortuna que assentava predominantemente na posse de terras,maioritariamente localizadas na península itálica.Também se dedicavam a outras actividades com grandes proveitos: empréstimo dedinheiro a juros e celebração de contratos para a recolha de impostos provinciais ourealização de obras públicas (apesar destas estarem interditas aos membros da ordemsenatorial).

PLEBSMaioria da população cívica com actividades diversificadas e multiplicidade deprofissões. Haviam os comerciantes e os financeiros e também os banqueiros. Noutronível, pequenos comerciantes, artesãos, mercadores e armadores. A camada inferiorda plebs albergava homens livres que nada tinham e que trabalhavam comoassalariados (ganhavam entre 400 e 800 sestércios).

INFIMA PLEB S

A camada inferior da plebs albergava homens livres, de origem rural, que nada tinham eque trabalhavam como assalariados (rendimento anual entre 400 e 800 sestércios) oudas distribuições de dinheiro e trigo, quer fossem públicas ou privadas.

" CLASSE PERIGOSA"Composta por delinquentes. Abaixo da infima plebs.

PLEBE RÚSTICA Na parte rural. Formada por pequenos proprietários, cidadãos e soldados e pela mãode obra livre em terra (os coloni ). Tinha graves problemas com as dívidas e falta deterra para cultivar devido à política injusta de loteamento.

LEX POETELIA PAPIRIA (326 aC) Aboliu a servidão por dividas, o que atenuou os problemas da plebe rústica.

ESCRAVOSNão pertenciam à população cívica. Uma das principais fontes de escravos eram osprisioneiros de guerra, o comércio de escravos e a reprodução natural de escravos.Outra fonte seria a escravatura por dívidas ou a redução voluntária à escravatura.Os escravos mais desfavorecidos eram aqueles que trabalhavam nas minas. Otrabalho escravo era utilizado maioritariamente na agricultura. Os escravos urbanosusufruíam de melhores condições de vida e com maior possibilidade de passar aoestatuto de liberti (geralmente escravos domésticos e aqueles ligados ao artesanato ecomércio).

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FORMAS DE LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS1. Recenseamento (com autorização do senhor, obtendo assim o estatuto de cidadão);2. Reivindicação dum homem livre perante um pretor (quando o senhor recusava alibertação do escravo);3. Testamento (forma mais frequente no final da República e durante o Império).

ESTRUTURA SOCIAL DURANTE O IMPÉRIO

Foi durante o Alto-Império que se viveu o maior período de paz (pax romana). Osterritórios dominados atingiram a sua maior extensão. Até ao século III não houvegrandes alterações do sistema social. Aparecem só dois novos factores: a instituiçãoda monarquia imperial (o topo da pirâmide social é agora ocupado por membros dacasa do imperador) e a integração da sociedade provincial no sistema social romano(aristocracia imperial homogénea nas províncias e unificação das elites locais).

Os membros das ordens senatorial e equestre representavam o topo da hierarquia do sistema social romano ao longo do Alto-Império. Constituíam com as "burguesias"municipais da ordem dos decuriões a categoria dos honest iores (estrato superior dasociedade) em contraponto com a dos humiliores.

ORDEM SENATORIAL• Mais permeável, com o Imperador a introduzir homens da sua confiança no Senado.

No reinado de Tibério, os provinciais vindos da Hispânia e da Gália Narbonense,começam a entrar no Senado. São donos de grandes fortunas originárias dos seuslatifúndios. No geral os membros da ordem senatorial (clarissimi) não usufruíam derendimentos condizentes com o seu estilo de vida e estavam impedidos de exerceractividades mais lucrativas como o comércio (LEX CLÁUDIA, 218 aC). Após asubida ao trono de Vespesiano (69 aC) dá-se um emburguesamento da ordem, com

o aumento do nº de senadores provinciais. Estes novi homimes estavam obrigadosa possuir em Itália 1/3 ou 1/4 dos bens fundiários, o que fez disparar o preço dasterras ao longo do séc. II.

• Ao longo do século seguinte a ordem perde importância mas mantém-se o seu podereconómico. O poder do Senado entra em declínio. A assembleia deixa de terautoridade e os senadores apenas ocupam as magistraturas tradicionais da Urbs epoucas funções administrativas.

• Esta situação inverte-se no reinado de Constantino I que atribuiu funções à classesenatorial que estavam confiadas à ordem equestre (cargos importantes e governos

provinciais). Provoca uma derrocada irremediável na ordem equestre.• A Lei de Valentiano I , para responder a necessidades fiscais, divide a ordem em 3

categorias: illustres e spectabiles , com assento no senado de Roma, e clarissimi .Cada categoria pagava uma determinada importância de imposto sobre aspropriedades fundiárias.

ORDEM EQUESTRE• Durante o Alto-Império (especialmente desde o fim do séc I), a ordem equestre vai

ter um percurso diferente da ordem senatorial, encontrando-se em plena ascensão.

• Os cavaleiros (equites ) tornaram-se:

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Grandes comerciantes;Com grandes fortunas fundiárias;Com actividades mais lucrativas ao cobrarem impostos por conta do Estado;Emprestavam dinheiro a juros;Geriam domínios imperiais.

• Muitos conseguiram ingressar na ordem senatorial (adlectio ) durante o tempo de Augusto que aliado ao recrutamento de novos elementos fazia com que a ordemestivesse em constante renovação.

• O peso dos equites provindos das províncias mais romanizadas era cada vez maior,o que fez com que a ordem no final do séc. II já não apresentasse grandehomogeneidade na origem social e geográfica dos membros.

• Enquanto que os últimos anos do Alto-Império a ordem senatorial perde importância,a ordem equestre assiste a uma promoção notória quando os seus membrospassam a ocupar altos cargos administrativos e militares. No séc. III, a ordemintegrava civis com formação jurídica e militares que foram gradualmente ocupandolugares de comando no exército.

• Esta situação de ascendência da ordem equestre termina por acção de Constantino(séc IV), dando-se o ressurgimento da ordem senatorial. Só uma pequena parte doscavaleiros sobreviveu com o desempenho de cargos modestos como o governo depequenas províncias e algumas funções administrativas inferiores.

PLEBE - Cidade

A população residente na capital estava dividida em plebs frum entaria e infimaplebs ou sordida plebs.

Plebs frum entaria : integrava os cidadãos romanos que tinham direito às distribuiçõesgratuitas de trigo e a entradas gratuitas nos diversos espectáculos ;

Infima plebs ou sordida plebs: integrava os estratos mais desfavorecidos dasociedade que viviam do rendimento duma modesta profissão ou da protecção dum

patronus.

PLEBE - Província

Nas províncias a realidade era bem diferente. A élite da sociedade provincial eraconstituída pela ordem dos decuriões e pela ordem dos curiales .

Ordem dos Decuriões : Tinham que ter 100 000 sestércios para aceder à ordem etinham assento no senado municipal. As necessidades da cidade eram asseguradaspor esta ordem, daí o florescimento da vida municipal. Mas, dado o esforço financeiroexigido, a ordem entrou em declínio político.

Ordem dos Curiales : Constituída pela burguesia municipal, assume parte das funções

dos membros da ordem dos decuriões. Em cada cidade a ordem integrava osproprietários fundiários.

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ESTRATO INFERIOR DA PLEBEPlebs urbana: -ingenui - trabalhadores livres; liberti - vocação mercantil.Plebs rustica : camponeses livres; trabalhadores agrícolas e libertos

ESCRAVOS

No Alto Império o seu nºdiminuiu , devido a:

• Baixa natalidade;• Clima de paz;• Libertação de escravos;• O escravo passa a ser protegido contra as violências do senhor;• Influência das correntes filosóficas igualitárias;•

Influência do Cristianismo;

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A VIDA QUOTIDIANA

1. NASCERO pater familias tinha o poder absoluto sobre os que dele dependiam ( patria

potestas .). Podia rejeitar ou assumir os filhos, decidir da sua morte, bem como vendê-los, dá-los para adopção ou casamento.O nascimento era um evento a que os Romanos conferiam particular atenção edestaque:• Quando a criança nascia era posta no chão, em gesto simbólico que a punha em

contacto com a terra-mãe que a gerara e para onde voltaria quando morresse.• Seguidamente decidia-se o seu destino:- Reconhecimento e recepção na família - quando o pater familias a erguia nos braços(fi l ium tollere ), assumindo o compromisso de a criar e educar.- Se o pater familias lhe virasse as costas ( l iberum repudiare ) a criança tinha que serabandonada.- Se o pai estivesse ausente e não tivesse nomeado nenhum substituto legal, o julgamento sobre o recém-nascido suspendia-se até que ele voltasse.• Seguia-se a purificação com a água lustral ( dies lust r icus ) para mãe e criança:

- 8º dia após o nascimento para as raparigas;- 9º dia para os rapazes.

• Também nestes festejos do dies lustricus a mais velha das mulheres da família faziapredição do futuro da criança.

• Era também atribuído o nome (praenomen ) e o registo; era assim distinguida dosrestantes membros da gens e do ramo específico a que esta pertencia. As raparigassó recebiam um único nome, o da gens, que conservavam para toda a vida.

• Cabia ao pater familias registar oficialmente o nome. Até certa altura era de 5 em 5anos (censos), mais tarde 30 dias após o nascimento. Se fosse ilegítima este papelcabia à mãe.

• A criança era amamentada por uma ama de leite (famílias com posses) ou pela mãe(restantes casos). A ama criava a criança.

• Em todas as etapas de desenvolvimento havia uma divindade específica, os numina ,para protecção da criança, já que a taxa de mortalidade infantil era elevadíssima: 20-40%.

• Os numina não eram objecto de culto invocavam-se nas fórmulas das orações erepresentavam forças sobrenaturais; tinham um vasto âmbito de actuação:acompanhavam a pessoa nos diversos momentos da vida (especialmente os recém-nascidos), presidiam às diversas actividades e personificavam os lugares (bosques,grutas, montes, fontes...)

2. CRESCER• Aos 7 anos ( infans - "que não fala") estava confiado à mãe ou ama(s) e passava o

tempo a brincar.• Aos 7 anos, a rapariga ( puella ) e o rapaz ( puer -até aos 17 anos) iniciavam-se nas

primeiras letras.• Aos 17 anos, o puer transformava-se em adulescens (até aos 30 anos): podia ser

mobilizado e tinha direito de voto.• A cerimónia simbólica desta passagem consistia na deposição da bulla (toga que

usavam desde o dies lustricus ) e da toga p aetexta . Vestia a toga uirilis , e comonovo ciuis , dirigia-se ao Fórum acompanhado da família. Esta festa realizava-se de

preferência a 17 de Março , durante os Liberalia , em honra de Baco.

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• Outro rito desta passagem para a idade adulta: fazia pela primeira vez a barba eoferecia-a aos deuses ( deposit io b arbae) .

• 30-46 anos era o iuennis , quando podia aceder às magistraturas.

3. CASAR• A idade legal era 14 anos para os rapazes e 12 para as raparigas (idadespúberes).• Porém para os rapazes era comum casarem-se perto dos 30 anos. As raparigas

pelos 14/15 anos, mas muitas na idade mínima legal. Se chegassem aos 20 solteirasera raro e muito preocupante.

• A idade legal para o noivado era aos 7 anos.• A razão para o casamento precoce das raparigas era que estas tinham menos

hipótese de sobreviverem que os rapazes, e que sendo muito nova adaptar-se-iafacilmente à vontade do marido e seria com certeza virgem. Muitas morriam de partoou de complicações pós-parto, devido à precocidade das relações.

• As mais pobres casavam mais tarde porque não era fácil arranjar o dote (dos).• Escolhida a esposa havia uma cerimónia para celebrar o noivado ( sponsalia ) e

combinar cláusulas de compromisso entre as duas famílias.• A mulher casada ficava na dependência completa do marido, integrando a sua

família.• Havia 3 formas jurídicas de casamento in manum :Confarreatio - rito mais solene e impossível de dissolver (normalmente nas famíliastradicionalistas). Era o único matrimónio em que assistiam sacerdotes (representandoJúpiter) com mais 10 testemunhas. O contrato constava das tabulae nupciales .Coemptio - no tempo em que a mulher era comprada. Perante 5 testemunhas, o seupai recebia do noivo uma moeda de prata ou bronze.Usus (ou per usum ) - resultava do usucapião: se coabitassem ininterruptamentedurante um ano, a mulher ficava sob a manus do homem e o casamento era legal.• A altura mais propícia para o casamento era na 2ª metade de Junho, em associação

ao apogeu da Natureza e do solstício de Verão. Do casamento esperavam-se filhos.• Tempo de Augusto: Rarefacção demográfica devido a:Menor nº de casamentos, aumento do divórcio, diminuição da duração do casamento,opção de só 1 ou 2 filhos, infertilidade dos casais (causada pelo consumo de chumbona água e cosméticos) e medidas contraceptivas ou aborto.Legislação de Augusto• Para incentivar o casamento e a descendência através de várias medidas punitivas

(Lex Iulia de maritandis ordinibus e a Lex Papia Poppae). Mas estas medidas nãotiveram efeito, porque os romanos contornavam a lei.

DIVÓRCIO A princípio só homem podia querê-lo. O marido podia repudiá-la em 3 situações:- Se "envenenasse" os filhos (provocando o aborto);- Se se apropriasse das chaves da adega com acesso ao vinho. A mulher não o podiabeber porque a mulher podia conceber segundo as imagens distorcidas que via;facilitava ainda o adultério);- Se cometesse adultério (ao contrário do marido). O castigo para a adúltera era oexílio em ilhas inóspitas; a confiscação dos bens; o uso de toga e a proibição de voltara casar.

4. MORRER

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• Cumprimento do ritual (funus ): exéquias, sepultura digna, prestação de homenagempelos parentes.

• Exposição do corpo por 3 dias para as homenagens.• Colocação do corpo onde iria ser inumado ou incinerado. Por influência dos

Cristãos, prevalecerá no séc. II dC a inumação, por a cremação ser incompatível

com a crença da ressurreição.• Os cortejos fúnebres eram à noite. Se o morto fosse importante dirigiam-se aoFórum.

• No bustum fazia-se a pyra .• No sepulcrum guardavam-se as cinzas.• Os Romanos veneravam 3 tipos de espíritos dos mortos :Manes - os bons, os ilustres eram espíritos benévolos para os descendentes.Lemures - espíritos que voltavam certos dias às casas dos parentes e ao seio dafamília, sendo celebrado (nos Lemuria) com o objectivo de evitar que tal acontecesse.Laurae - espectros ou fantasmas, almas daqueles que no mundo haviam tido uma vidainfeliz ou sofrido uma desgraça e que regressavam para atormentar e se vingarem doshomens vivos, em particular daqueles que os haviam feito sofrer.

5. COMEROs produtos que constituíam a base da alimentação romana eram os legumes e oscereais.Para que não faltassem alimentos de primeira necessidade o estado fazia a umadistribuição mensal a preços controlados à plebe :Frumentationes : distribuição mensal de cereais (criado por Gaio Grácio em 123 aC.Em 53 aC, Clódio tornou a distribuição gratuita);Congiaria - distribuição de vinho azeite e sal (em dias festivos-raros);Uiscerat iones : distribuição de carne (em dias festivos-raros)

Refeições dos Romanos:a) ientaculum (= peq.almoço);b) prandium (=almoço de pé; ao meio-dia);c) merenda (=lanche);d) cena (=jantar, principal refeição do dia);e) uesperna (ceia - se a cena tivesse sido leve ou tardia).

A cena constava de 3 partes:- gustat io (saladas e facilitadores de apetite)- cena (três serviços diferentes: a prima , a secunda e tertia cena - com vários pratos(ferculum ). Comiam carne (menos bovino-tábu-sacrifícios), peixe, aves, moluscos e

mariscos, legumes, acompanhado com garum. Bebia-se uinum (diluído com água domar ou morna) e também vinho itálico e grego.- secundae mensae (frutos e doces)

Comissatio - quando a cena se prolongava : bebia-se essencialmente e comiam-seguloseimas e petiscos para evitar a embriaguês. O anfitrião proporcionava algumasdistracções intelectuais e ligeiras. Havia também oferta de presentes e pueri a cyatho encontravam-se à disposição para qualquer necessidade.

Primeiro, a cena tomava-se no atrium depois passou para o triclinum . Primeiro comiamsentados, mais tarde veio o hábito de comerem deitados apoiados no cotovelo. Os

restos ou a comida que caía para o chão não era varrida: eram alimento simbólico paraos espíritos presentes na sala.

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6. HABITAR• As casas primitivas eram circulares ou quadradas, com saída de fumo (=cabanas).• De influência etrusca vieram as planta rectangular com construção de pedra. Foram

as primeiras casas de atrium (centro da habitação) com abertura no tecto(denominada compluuium - saída de fumos, arejamento e entrada de luz).

Encontrava-se no atrium o altar consagrado aos deuses domésticos - o lararium .Mais tarde este passa para o tablinum ou mesmo para o peristylium ).

HABITAÇÕES DENTRO DA CIDADE• DOMUSResidência dos que tinham bens, ou seja uma estreita faixa da população.Dispõe-se em plano horizontal só com um andar.Compartimentos com destino e uso fixo com estrutura fechada para fora e aberta paradentro.Com água canalizada - balnea privadosHabitava uma única família.•

INSULAE Compostas por cenacula - blocos de apartamento.Dispõe-se verticalmente, sete ou oito andares; As divisões não têm função específica;Habitavam várias famílias;Construção de pedra nos andares inferiores e madeira nos superiores (=incêndios)O arejamento vinha das muitas janelas e varandas; Acesso por escadas comuns.Sem água canalizada.Sem lautrina nem balnea (tomavam banho nas termas públicas)

HABITAÇÕES FORA DE ROMACompostas por dois tipos de villa romana :villae rusticae e villae urbanae• VILLAE RUSTICAPropriedade agrícola, quinta, dedicada à exploração agrícola trabalhada por escravos O seu coração era a ampla culina: cozinhava-se, comia-se...Havia um ergastulum (prisão para escravos) e uma enfermaria para escravos doentes(ualetudinarium).• VILLAE URBANAEResidência de campo dos ricos senhores onde descansavam e se recolhiam...Tinham uma requintada decoração com emblemata nas paredes e mosaicos no chão.

7. VESTIR A toga era uma peça de origem etrusca usada durante a República.Generalizou-se a toga para os homens. Para as mulheres, a stola.Era a marca distintiva do ciuis (os escravos e estrangeiros não a podiam usar).

Tipos de toga:Toga pura ou iurilis : cidadãos em idade adulta;Toga praetexta : principais magistrados e sacerdotes;Toga candida : candidatos a cargos públicos;Toga sordida ou pulla : pobresToga picta ou purpurea : imperador e triunfadoresToga trabea : áugures e sacerdotes (durante os ritos).

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A toga rasa era feita de tecido fino (Verão) e a toga pexa era de tecido grosso(Inverno)Por baixo da toga os romanos usavam o subligar (faixa em torno dos rins) A tunica era uma veste interior para usar sob a toga ou a stola.No fim da República a toga foi substituída pelo pallium

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PANORAMA DA LITERATURA LATINA

Divisão tradicional da literatura latina

ÉPOCA PRIMITIVA ou PERÍODO DAS ORIGENS (754-241 aC)Desde a fundação de Roma (754aC) até ao fim da 1ª Guerra Púnica (241aC).

ÉPOCA ARCAICA (241-78aC)Data da morte de Sila ou Sula.

ÉPOCA CLÁSSICA (78-14aC)Dividida em:Período da morte de Sula até à morte de César (78-44aC)Período da morte de César até à morte de Augusto (44-14 aC)

ÉPOCA IMPERIAL (14aC- 467,658 ou 735 dC)Dividida em:Período da morte de Augusto até à morte de Trajano (14aC-117dC)Período de morte de Trajano, 117dC até 467 (queda do Império Romano doOcidente), 658 (invasão da Itália pelos Lombardos) ou 735dC (morte de S. Beda).

OrigensRoma recebe da civilização grega uma influência por intermédio doutros povos quepartilhavam solo itálico.Foi durante este período que recebeu dos Etruscos o alfabeto (que estes haviamadoptado do grego e estes dos fenícios). As primeiras obras literárias nascem da influência pelo fascínio da literatura grega.Muitos dos aspectos daq cultura romana forma herdados dos Etruscos. As primeiras manifestações da escrita e da literatura latinas andaram associadas aoculto e à perpetuação da memóriaSatura : são exprimidos pensamentos e vivências do quotidiano, com referênciasmordazes a pessoa e situações. Género tipicamente latino nasceu da desdramatizaçãodas comédias de inspiração grega.

Primeiros autores

ÁPIO CLÁUDIO A ele se deve a construção da Via Appia - Roma a Grécia. A ele deve-se o novo impulso que a literatura latina recebeu na fase posterior àPrimeira Guerra Púnica (264-241aC) e também a:Ius Flauianum : compilação das normas de direito processual do séc. III. Obra queserviu para a fixação das normas jurídicas e para a noção do Estado de direito.

LÍVIO ANDRONICOIntroduziu em Roma as formas e os modos da comédia helenística.Traduziu pela primeira vez para latim a Odisseia.Devem-se-lhe os primeiros ensaios técnicos e linguísticos para o posterior

florescimentos do teatro latino e da épica.Morreu em 200 aC.

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NÉVIOIntroduziu a técnica do contaminatio: fundir duas ou mais peças gregas numa só.

PLAUTO

Grande génio da comédia latina: espectáculo cómico-musical de grande êxito.Lívio Andronico, Genu Névio e Plauto foram os grandes autores da época arcaica.

O progresso da Helenização - séc. II A vida literária desenvolve-se num ambiente onde se fomentava o culto das letras e dosintelectuais, confiando a educação dos filhos a mestres gregos. O processo dehelenização vai repercutir-se no modos de vida, nos costumes, nas instituições e namentalidade geral.

ESCRITORES HELENÍSTICOS

ÉNIOCriou uma língua poética e encarnou o espírito duma época.

Annales , um grande poema épico imortalizou-oUm dos autores mais representativos da mentalidade helenizante.Era o poeta nacional de Roma até Virgílio

TERÊNCIODramaturgo mais representativo desta nova geração helenizada. Mas antes tambémforam importantes Pacúvio e Cecílio Estácio .Escreveu seis comédias sendo o tema fundamental o amor, com argumento grego.

ANTI-HELENÍSTICO

CATÃOConservador, anti-helenístico, defensor da velha moral e dos velhos costumes. A sua prosa reflecte esta atitude mental.

CIRCULO DOS CIPIÕESNo séc. II, deu-se a abertura dos círculos helenizantes, nomeadamente do círculo dosCipiões, à influência da intelectualidade grega. Cultivou e propagou o modelo decomportamento racional e o culto da humanitas .

ORATÓRIANasceu ligada ao exercício da actividade política.

HISTORIOGRAFIASeguiu percurso idênticos aos da oratória. Os primeiros cronistas escreveram emgrego. Depois de Catão a tendência é para se escrever em latim.

NOVAS TENDÊNCIASCrates de Malo - grande impulsionador do estudo da poesia e leitura crítica de textos.

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POETAE NOUIGrupo de jovens que desdenhava o poema longo e o estilo pomposo.Defendiam ideais artísticos de refinamento e erudição.Praticavam a expressão dos sentimentos individuais em poemas introspectivos e

intimistas.Cultivavam novas formas literárias como o epílio e o idílio, com grande apetência para atemática amorosa. A designação foi atribuída de forma pejorativa por Cícero.Destacam-se:Catulo (epigrama)CíceroCésarSalústioCornélio NeposVarrão

CÍCERO (prosa) A sua obra divide-se em discurso, cartas, teorização literária e tratados.Obra - De Oratore.O grande mérito nos tratados de Cícero foi que através deles se transmitiram àcivilização ocidental conteúdos de obras gregas que de outra forma teriam ficadoignorados.

CÉSARUtilizou um purismo lexical invulgar.

SALÚSTIOConsiderado o primeiro historiador romano.

CORNÉLIO NEPOSIntroduziu o género biográfico. Escreveu biografias de personalidades ilustres.

VARRÃOUtilizou o género das Imagines , repertório de retratos de homens ilustres. A sua obra versava temas históricos, literários, linguísticos e didácticos.Última figura destacada da época repúblicana.

ÉPOCA DE AUGUSTOConsiderada a idade de ouro da literatura latina.Caracterizada pelo ideal dum classicismo. Atingiu o máximo de perfeição nos géneros literários anteriormente praticados.Roma tornara-se um grande centro de cultura grega.

Destacam-se:VirgílioHorácioTibuloPropércio

VIRGÍLIO (epopeia)Deixou uma obra monumental: Bucólicas, Geórgicas e a Eneida

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A Eneida é a narração da mítica aventura dos heróis que deu origem a Roma e aoimpério. É o grande poema nacional.Recusa a narração cronológica dos acontecimentos.Os seus escritos foram considerados como profecias bíblicas ao longo da Id. Média.Hesíodo está entre os seus modelos gregos.

HORÁCIO (sátira e lírica)Sátiras: primeiro livroEpístolas: novo género literário com a carta em versoIntroduziu inovações formais e estilísticas às suas composições poéticas.Lucílio foi um dos seus maiores modelos.

POETAS ELEGÍACOS

QUINTILIANO pai de dois géneros literários: Sátira e a Elegia

OVÍDIO Encerra uma fase da literatura latina, abrindo uma nova forma de ser intelectual e poetaperante o poder, inaugurando uma nova poética, barroca, requintada e decadente

A Arte de Amar, Metamorfose, Medeia.

TITO LÍVIOEscreveu 142 livros de história a que deu o título de Ab Urbe condita. A sua obra é mais épica do que um relato histórico objectivo e sempre favorável aosromanos.Os seus métodos não são científicos.

ÉPOCA IMPERIAL Assiste-se a uma ruptura com a época anterior. Abandona-se pouco a pouco aadmiração pelo modelo grego. Visão provincionalista e regionalista da literatura

Destacam-se:NeroSéneca PérsioLucanoPetrónio

A GERAÇÃO DOS POETAE NOUELLIRegresso à simplicidade popular, à vida rústica, às cenas campestres, linguagemsimples, ocultando a pobreza da inspiração com uma métrica requintadíssima eacentuada tendência arcaizante.Esta poesia não tinha qualquer empenho na realidade política e social.

Destacam-se:FrontãoAulo Gélio

Apuleio

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A RELIGIÃO ROMANA

CARACTERÍSTICAS GERAIS As grandes características que se reconhecem nas formas religiosas romanas, são:

OriginalidadeÉ a mentalidade e a atitude dos romanos perante a vida que marca a diferença destepovo. A sua originalidade está muito para além das influências que receberam de outrasculturas.Conservadorismo A mentalidade dos romanos era conservadora: os costumes dos antepassadosrepresentavam a norma de comportamento. Em Roma encontram-se cultos quedenunciam uma grande antiguidade.PragmatismoDevido ao seu temperamento, o romano está voltado para a acção. Não se limita aaceitar a vontade divina, dispõe-se sempre a interferir no curso dos acontecimentos.Abertura e tolerância Aparentemente contraditória com o tradicionalismo. Tem a ver com o pragmatismo deRoma em relação aos latinos, etruscos, gregos, orientais e povos do Império em geral.Chamar a si divindades estrangeiras é a garantia de mais uma protecção divina quenão se recusava.

RELIGIÃO ROMANA TRADICIONAL

NuminaRepresentavam forças sobrenaturais dum vasto âmbito: acompanhavam a pessoa nosdiversos momentos da vida (do nascimento à morte), presidiam às diversas actividades,personificavam os lugares (fontes, grutas, montes e bosques).Numina de acompanhamento do recém-nascido:Nona e Decima : últimos meses de gravidez;Numeria : parto;Porrina e postvorta : duas posições do nasciturno;Lucina : nascimento;

Alemona : leite ao seio;Potina : ajuda a criança a beber.

Rituais agrários e de fecundidadeO romano tradicionalista encontrava-se intimamente ligado à terra.O calendário tinha um conjunto de festividades associadas às diferentes actividadesagrícolas. O primeiro mês era dedicado a Marte. As feriae pub licae (dias festivos) reflectiam os ciclos das estações e as actividadesagrícolas mais importantes. Dentro das mais conhecidas estavam os Palilia , a 21 d Abril, destinada a propiciarfecundidade aos rebanhos .Em Agosto e Dezembro tinham lugar os Consualia , para a consagração doscereais.

Religião familiar

As divindades domésticas surgem sempre como uma das marcas de originalidaderomana e uma prova da vitalidade dos cultos privados.

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Lars fam iliaris - protector dos lugares e da casa em particular e de toda a família,incluíndo libertos e escravo. Estavam-lhe dedicados 3 dias por mês (calendas, nonas eidos). A ele se ligam alguns actos decisivos da vida humana associadas ao âmbitofamiliar.

Penates - entidades que velam pelos lugares onde se guardam as provisões . Cultodiário presidido pelo pater familias , com oferendas alimentares.

Genius - ligado à fecundidade , força que assegura a perpetuação da família. A eleera consagrado o leito nupcial.

Culto dos MortosFicar insepulto era uma das maiores condenações que alguém podia sofrer. Osvivos tinham aobrigação de sepultarem os seus mortos.Fevereiro (dies parentalis) era dedicado aos rituais de purificação , de naturezapública e privada.O culto dos mortos atesta um compreensível temor religioso pela influência nefasta que aqueles poderiam ter na vida dos vivos . Os mortos eram tratados como Manes ("os Bons"). Segundo Ovídio eram Lemures (fantasmas) aos quais se dedicavam osdias 9,11 e 13 de Maio (Lemuria ).

Prodígios e AdivinhaçãoO romano era profundamente supersticioso e teve sempre uma grande crença no poderdos presságios (acções futuras) e dos prodígios (fenómenos terríveis associados à iradivina).Organizam ritos para diminuir ou anular os seus efeitos nefastos.

As tradições que marcaram a religião romana

Etrusca : prática da adivinhação, dos prodígios, com a presença dos reinados etruscosem Roma (700-509aC);Latina: locais de culto e divindades de culto;Greco-Oriental : progressiva introdução de divindades gregas e orinetais como Apolo,Hércules, Baco, Ísis, Cibele, Mitra, etc.

Deuses importados pelos Romanos:

Cibele, Átis AnatóliaMitra PérsiaIsis e Serápis EgiptoDionísio, Apólo, Hércules, Baco Grécia

As religiões do Império

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As características comuns às religiões de salvação com que os romanos contactaramdurante o período imperial são:- Crescente tendência para o sincretismo religioso e para o monoteísmo;- Generalização da ideia de salvação e de imortalidade;- Crença na ressurreição do corpo e prática de rituais iniciáticos pelos fiéis.

O Cristianismo, como religião que garante a salvação eterna e adesão dumagrande parte da população romana:

O Cristianismo é uma religião de salvação que proclama o monoteísmo, a crença naressurreição dos mortos e na vida eterna e o respeito pela condição humana de todosos homens.

Há uma estreita ligação entre este religião de salvação e as incertezas do quotidiano. As difíceis condições de vida de muitos grupos sociais levaram a novas necessidadesespirituais e à certeza duma vida além-túmulo plena de felicidade, capaz de compensaros padecimentos da vida terrena, onde os homens seriam todos iguais. Neste aspecto,o Cristianismo é uma mensagem atraente e reconfortante. É uma boa nova.

Pode concluir-se que, o Cristianismo afirma-se tendo em conta:- Os condicionalismos duma situação religiosa incontrolada;- Uma progressiva crise de consciência;- Uma profunda incerteza quanto ao futuro;- A instabilidade económica e social.

Representa para uma grande parte da população, nomeadamente plebe e escravos, a

forma de garantir no outro mundo uma salvação que é eterna.

O panorama religioso do ocidente peninsular sob o domínio romano Ao destacar o impacto da religião romana nas províncias, neste caso no ocidente daP.I. há que referir que aqui se encontram duas áreas distintas:- Vertente mediterrânea: com uma romanização precoce e intensa;- Restante território: situação mais complexa, marcada por uma convivência mais oumenos prolongada de divindades e cultos.

Não se trata, portanto, duma área unificada do ponto de vista étnico, linguístico oucultural.

As fontes epigráficas, abundantes e diversificadas, parecem descrever algumprimitivismo das práticas religiosas dos povos do ocidente peninsular, destacando-seos sacrifícios de animais e o culto das forças dos elementos naturais

No que se refere aos sacrifícios, salienta-se a imolação do porco, da ovelha e do touro- idênticos aos rituais da religião romana.

No que se refere à adoração de elementos naturais pata além do culto ao Sol e à Lua,registam-se a adoração dos mortos, das fontes e de determinados animais.

Das inúmeras divindades adoradas prevalecem as protectoras das comunidades.

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A par dos cultos locais, introduziu-se progressivamente o culto de Júpiter.

Também os cultos orientais se faziam sentir, particularmente em cidades com presençamilitar.

O Cristianismo entrou de forma lenta na P.I., tendo conhecido grandes dificuldades deimplantação nas zonas rurais do Noroeste. A isto deve-se o carácter conservador daspopulações.