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Mostra do Filme Livre, CCBB, 2015

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    ndice06 Apresentao ccBB07 Apresentao WSeT08 nmeros da MFL10 curadoria e Premiao 2015

    RJ, Braslia, SP e BH26 Sesses de Abertura

    27 Homenagem a Maurice Capovilla

    41 Longas Livres

    55 Panoramas Livres

    82 Cabine Livre

    100 Outro Olhar

    Sesses especiais113 Caminhos

    122 Lanamento revista Acrobata

    123 Carlos Magno

    131 Coisas Nossas

    136 Curta o Curta

    139 Destaque 1 Silvio Tendler

    141 Destaque 2 Autores Livres

    144 Destaque 3 - Dellani Lima

    146 Lanamento Livre

    147 Mostrinha Livre

    154 Mundo Livre

    159 Nervos de Ao

    161 Plulas

    172 Politykas

    176 Sexuada

    181 Ser ou no ser Trash?

    extras Rio de Janeiro187 Curta Criativo

    194 Curta Rio

    201 Homenagem a Julio Pecly

    204 Sesso BLUME

    extra Braslia206 Curta Braslia

    extra So Paulo209 Curta Sampa

    extra Belo Horizonte213 Curta MG

    215 debates Livres216 cursos e Oficinas Livres

    217 cineclubes Livres218 Artes da MFL 2015219 equipe MFL 2015221 ndice Remissivo222 Progamao MFL 2015

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    O Banco do Brasil e o Ministrio da Cultura apresentam a 14 edio da Mostra do Filme Livre MFL, principal mostra de filmes independentes realizada no pas. Nascida no Centro Cultural Banco do Brasil, em 2002, foi pioneira na apresentao de filmes de diferentes suportes, formatos, gneros e duraes, destinados a diversos tipos de pblico.

    Com uma programao composta por mais de 250 curtas, mdias e longas, a MFL 2015 chama ateno para filmes produzidos, muitas vezes, com restries oramentrias e que encontram nos festivais um veculo importante para a sua difuso e o seu reconhecimento. O Brasil um dos pases que mais produzem audiovisual no mundo e o atual cenrio impe questes que giram em torno de mltiplas possibilidades tcnicas e estticas.

    Ao realizar a MFL, o Centro Cultural Banco do Brasil refora o seu apoio ao cinema brasileiro e contribui para a divulgao da crescente produo nacional, marcada pela diversidade de olhares e perspectivas.

    Centro Cultural Banco do Brasil

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    cada vez mais perigoso ser livre*

    A MFL, na medida do impossvel, nasceu e ainda existe porque feita de filmes resistentes e guerreiros, como ela mesmo se acha; um lugar que respira cinema e, dai, vida, potencializada nos milhes de frames que exibe e comenta - e neste ano reverberando por 4 meses em 4 capitais brasileiras e dzias de cineclubes.

    Em 14 anos tanta coisa mudou e muda, importante sacar que ns obviamente ajudamos neste crescente cenrio da produo e difuso alternativa, inventiva e no apenas comercial, de filmes (e pessoas) que transitam por signos, valores, referncias e desejos mais amorosos do que monetrios. Antes da grana vem a gana por se expressar e fazer sentido num planeta cada dia mais complexo, violento e hipcrita, o que torna o tal papel da arte ainda mais crucial em seu poder de transformao de vidas e futuros.

    Mostrar filmes passar a s-los, e estamos muito felizes de sermos estes 260 filmes que este ano passaremos! Com eles, no queremos s entreter, mas tambm deformar um pblico por vezes formatado em gostar e querer um modelo de vida/ discurso/poder superficial, mas com um tremendo poderio econmico/miditico e claro, poltico. Ento a luta por mais espao para os filmes livres segue grande, mas estamos no caminho certo e confiantes, porque juntos somos melhores!

    Guilherme Whitaker

    * Mrio Silva (adaptado)

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    Livre para todas as idades

    No recomendado para menores de 10 anos

    No recomendado para menores de 12 anos

    No recomendado para menores de 14 anos

    No recomendado para menores de 16 anos

    No recomendado para menores de 18 anos

    Filmes Premiados

    Filmes inditos*

    Inscritos/Selecionados por Estado:

    402/67 - RJ, 341/43 - SP, 113/15 - MG, 80/10 - RS, 79/14 - BA, 73/18 - CE, 54/10 - PE, 39/5 - PR, 39/8 - SC, 37/7 - DF, 37/5 - PB, 32/0 - GO, 31/0 - AM, 20/1 - RN , 14/2 - MA , 13/2 - AL, 11/0 - SE, 11/0 - PI, 9/1 - ES, 8/0 - PA , 6/0 - MT , 4/1 - MS , 3/0 - RO, 2/0 - RR, 1/0 - AC, 1/0 - TO. Total de 1461 inscritos, 209 selecionados, 14%.

    Selecionados por ano de produo: 2010 - 2, 2011 - 3, 2012 - 7, 2013 - 40, 2014 - 157.

    Selecionados com apoio estatal: 49 Filmes, 23% dos seleciona-dos (de 233 inscritos com apoio estatal).

    Selecionados de escolas/oficinas: 43 Filmes, 20% dos seleciona-dos (de 465 inscritos feitos em escolas/oficinas).

    144 filmes inditos no RJ, 70% dos selecionados (de 1.104 in-ditos inscritos).

    Ao longo deste catlogo, a classificao indicativa

    das idades estar ao lado de cada sesso, usando os

    smbolos abaixo:

    * Consideramos inditos os filmes que no foram exibidos n

    o Rio

    de Janeiro.

    Em 13 edies, o pblico da MFL foi de 55 mil pessoas, que viram mais de 3.000 filmes, entre curtas, mdias e longas de todos os formatos e gne-ros.

    Em 2015, recebemos 1460 inscries e selecionamos 209 filmes, apenas 14% dos inscritos (os outros 49 foram convidados, totalizando 258 filmes na mostra).

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    A LiBeRdAde dOS vAgALuMeS

    por Marcelo Ikeda

    A Mostra do Filme Livre completa 14 anos neste ano de 2015. Muita coisa aconteceu no cinema brasi-leiro e no Brasil nesses anos. A cada ano da Mostra, tentamos pensar o que seja um filme livre. Muitos textos j foram escritos sobre esse tema. E vejo para minha felicidade que no conseguimos chegar a um conceito. Fracassamos. Fracassamos porque um filme livre como uma pluma: to leve, que levada pelo vento, e assim escapa de nossas mos. Quando pen-samos em um filme livre, tambm nos vem cabea a palavra independente o cinema independente. Mas que independncia essa? Fico pensando se a independncia representa liberdade ou solido. Ou ainda, se a liberdade no seria uma outra forma de solido. Solido ou solitude? Talvez seja a hora de re-pensarmos essa trajetria e para onde ela ainda pode nos levar. O cinema brasileiro, para o bem e para o mal, no feito apenas do que vemos na tela (de fil-mes), mas existe todo um extracampo, um espao ex-tradiegtico que afeta os filmes. Espao esse que al-guns chamariam de circuito. Que circuito esse? Esse espao entre a realizao, a crtica, a curadoria, a poltica pblica, a formao e a pesquisa acadmica.

    Esse entremeio. Tudo isso o cinema brasilei-ro, sendo que os filmes so a ponta do iceberg. Cada vez mais filmes esto sendo produzidos. E esses filmes precisam ser vistos. Mas me parece que a questo precisa ser colocada de outra forma. Fala-se muito em quantidade nme-ro de ingressos, nmero de sesses, etc mas me pergunto: de que forma esses filmes podem ser vistos? Como ver esses filmes? Como poder alcanar o gesto do qual esses filmes partiram? Didi-Huberman escreveu um texto bonito sobre a luz que emana dos vagalumes, essa luz fugi-dia e necessria. Mas, para que ela possa ser vista, ela deve existir num espao de penum-bra. Se iluminarmos demais, os vagalumes fe-necero. Como ento contrabalanar o desejo de trazer um pouco mais de luz, mas no ofus-car demais essa luz to singular? Os vagalumes s podero sobreviver numa certa escurido, numa certa solido. preciso ento colocar-se um pouco na escurido para poder vislumbrar essa luz fugidia, que vez por outra aparece, para ento desaparecer no breu da noite. Mas

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    como querer ser um vagalume diante dos holofotes do star system do cinema de autor? Isso ainda possvel nesse mundo miditico em que um realizador de um primeiro curta se transforma subitamente em uma ce-lebridade? Os sales agents procuram estreantes, pois, maneira de um agiota no mercado financeiro, precisam comprar na baixa para vender na alta. E as-sim como um realizador se torna a moeda de troca do momento, no dia seguinte passa a ser modismo velho, ultrapassado. Como pensar ento essa trajet-ria em um mundo em que os realizadores acreditam que precisam amadurecer, e que muitos coletivos revelam que o discurso da amizade e do afeto no se torna muito diferente das prticas das mfias e das seitas religiosas? A histria do cinema brasileiro tambm a histria de suas traies e da disputa pelo poder. Mas os vagalumes continuam ali, teimando em sobreviver, logo ali naquela rea to pouco ilumina-da, to pouco nobre. A liberdade dos vagalumes tal-vez esteja na sua ingenuidade e no seu anacronismo. Na sua inconstncia. Na sua errncia. Sua beleza no pode ser definida atravs da mensurao dos lumens. Que beleza essa? No sei. Tento descrev-la, mas fracasso. Coloco-me na escurido com cuidado, ob-servo-a atentamente, mas fracasso. Fracasso, pois ela me escapa. Mas tenho a impresso de que ela bela e necessria. Escrevo, pois ela me afeta. s vezes parece que ela fenece, mas subitamente ela volta a apare-

    cer. Acredito que a misso dessa mostra to singela, que a Mostra do Filme Livre, seja celebrar a possibilidade desses vagalumes existirem. Alguns morrem (so frgeis), outros migram para zonas de mais alta luz (querem mais). No importa. O bom crtico e curador no deve pensar no futuro. Ele deve apenas se concentrar em procurar vislumbrar essa luz fu-gidia e misteriosa, que parece o ltimo raio de luz antes do anoitecer. Ele deve concentrar to-das as suas energias, controlar sua respirao, seguir seu instinto, esperar pacientemente at atingir esse instante simples de epifania, que dura pouco. Ainda que ele fracasse.

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    uMA LnguA SeM gRAMTicA uM FiLMe LivRe

    por Ricardo Mansur

    O homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado.

    Jean Jacques Rousseau

    Pasolini afirmou nos anos 60 que o cine-ma uma lngua sem gramtica. A partir des-sa premissa, pode-se aferir que seja uma forma de expresso que lida com a liberdade desde sua gnese. O realizador cinematogrfico sempre se encontra de frente com a liberdade, porque lida com essa ausncia de gramtica, por assim dizer. Uma questo terica e lgica.

    De outra feita, a indstria cinematogrfica a servio de interesses vrios comerciais, pol-ticos, de manuteno do status quo etc. elegeu certos padres de realizao e produo que es-to a servio desses interesses e s. Um campo de criao extremamente limitado. No obstante, pode-se observar tambm uma certa padroniza-o no que diz respeito a ideia difusa de filme experimental que, por vezes, no passam de uma

    emulao de outras experimentaes visuais e sonoras, com resultado repetitivo e, por sua vez, questionvel. preciso estar atento e forte.

    Dito isso, no esforo de entrar na sria brincadeira de definir o que seria um filme livre, eu diria: um filme livre um filme que respeita a gnese do cinema. Inventa sua prpria gram-tica. Lida com fantasmas, rechaa ideias prees-tabelecidas, encara o abismo e voa para novas dimenses. Um filme livre abre novas portas de percepo. Um filme livre luz e silncio. Ins-pirao. Um filme livre pode utilizar o prprio padro para subvert-lo. Um filme livre pode ser feito com um celular e sem udio. Um filme livre pode ser feito a partir de um fotograma. Um fil-me livre pode contar uma histria, mas nem sem-pre. Um filme livre pode ser abstrato, mas nem sempre. Um filme livre pode ser longo, mdio ou curto, meio-mdio, longussimo, curtssimo, uma plula. Um filme livre uma alegria em meio ao caos. Um filme livre faz pensar e imaginar. Um

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    filme livre nos leva de volta para um futuro sonhado. Transcende o tempo e o espao. Impossvel definir um filme livre, amm.

    A MFL tem se dedicado a buscar filmes livres e realizadores livres, desde seu incio. Tem se dedicado a reafirmar a mxima de Pasolini, por assim dizer. Nesse sentido, tem se dedicado a buscar a gnese do cinema. Como curador iniciante tive dvidas. O esforo de tornar a escolha objetiva, observando o que o realizador pre-tendia e o que conseguiu, tem limites. A inevitvel sub-jetividade se faz presente, no frigir dos ovos. Ossos do ofcio. A curadoria coletiva, ao mesmo tempo, permite que vises diferentes entrem no embate de ideias. Mais de uma vez, fui alertado para as qualidades de um filme que me passaram despercebidas. E pude alertar tam-bm. Chegamos a um conjunto de filmes que revela um panorama de inventividade e criao estimulantes no atual cinema brasileiro alternativo. Temos filmes muito ousados. Abusados, eu diria. Inventores de gramticas improvveis. Como espectadores, portanto, nos deixe-mos levar. Renovemos o olhar e o ouvir. Libertemo-nos. A MFL est a!

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    BATguAnOTavinho Teixeira, PB, 2013, 74min

    Num futuro prximo, metade da populao vive nas ruas, os saques aos supermercados fazem parte da rotina e o preo do quilo da banana chega a equiparar-se ao grama do ouro. As cidades so esvaziadas e o campo, chamada agora de zona intermediria, a nica opo de vida.

    Batman & Robin j se aposentaram neste cenrio apocalptico, e no procuram mais salvar a humanidade. Pelo contrrio, vivem em estado de melancolia num trailer abandonado, entre whiskies, baseados e blow jobs ocasionais, e assistem ao fim do mundo pela TV: o universo publicitrio em estado de putrefao. Uma reprter do noticirio noturno anuncia que o momento chamado de

    suspenso do ocidente. o fim dos tempos miditicos. Batman perdeu seu brao devido a uma peste conhecida como batguano, mas isso no tem importncia: a Paramount Pictures (sede de Hong Kong, pois na trama todas as multinacionais migraram para o continente amarelo) conseguiu leilo-lo por 3 milhes de dlares.

    Tentando resumir o irresumvel: estes surreais e improvveis Batman & Robin gays sintetizam em Batguano a crise existencial do apogeu do imperialismo cultural no ano de 2033. A cenografia e os geniais travellings em backprojection traduzem o esprito anti-ilusionista do filme. Batguano um manifesto audiovisual, criado por Tavinho Teixeira num estdio-batcaverna inspirado e pelas ruas de Joo Pessoa. Santa Liberdade, Batman!

    Chico Serra

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    de PROFundiSIsabela Cribari, PE, 2014, 21min

    Olha s: vamos construir uma hidroeltrica que vai inundar a sua cidade e destruir a sua casa. Mas no se preocupe, pois j construmos um novo lugar para vocs e ainda melhor!. Deve ser muito fcil dizer isto. Mais fcil ainda quando o poder pblico impe tudo na truculncia, j que no exatamente uma questo de escolha: voc obrigado a aceitar a situao. E no se leva em conta que toda uma populao criou razes nos seus lugares nativos; que existe toda uma questo de sustento ambiental dentro de uma regio e sem falar na memria afetiva que vai por gua abaixo.

    E um dos grandes mritos do filme trazer isso tona, dando voz a estas pessoas que praticamente nunca tiveram a chance de expressar a violncia que sofreram e abrindo uma ampla discusso sobre o tema.

    E De Profundis consegue ser criativo e bonito plasticamente sem perder o foco da discusso: toda a inventividade do filme se soma a sensao de dor e de perda destas pessoas. O filme se encerra com um plano lindssimo de uma bela mulher em alto contraste se perdendo no horizonte de um rio; numa imagem sntese de tudo que este documentrio representa.

    Christian Caselli

    Pois este tema espinhoso e urgente que trata De Profundis, de Isabela Cribari. Se valendo de depoimentos, filmagens contemporneas, imagens de arquivo, cmeras subaquticas e licenas poticas, a diretora consegue expressar todo o drama da antiga populao da Itacuruba - quando, em 1988, houve o remanejamento de todos os seus habitantes para construo da Barragem de Itaparica.

    O foco do filme a sade mental dos remanescentes: impressionante o nmero de pessoas diagnosticadas com depresso em uma cidade to pequena. No raro, muitos cometem suicdio. Ou seja, consequncias quase inimaginveis para quem est distante disto tudo como ns, por exemplo, morandos nos grandes centros urbanos.

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    duO STRAngLOScOPe Rafael Schlichting e Cludia Crdenas, SC, 2014

    bombardeiam a MFL com os mais diversos experimentos flmicos, em diferentes bitolas, de molecagens sobre intervenes-putaria em pelcula imagem ruidosa por exemplo de um scanner, scratching e outras tcnicas, alm dos experimentos com construo de cena, seja ela com atores, paisagens imveis ou mesmo a anti-esttica do selfie, onde os prprios realizadores do a cara aos tapas em alguns casos. Em paralelo, ambos vm sendo figuras fundamentais na formao de uma cena de cinema experimental em Santa Catarina, especialmente em Floripa, sempre proporcionando as mais diversas mostras dos mais avanados cinemas propostos mundo afora. Tais razes seriam suficiente pra que eles fossem parceiros eternos da MFL, mas esse ano eles fizeram o favor de nos presentear com um singelo soco na boca do estmago, sobre um beijo de batom e um bilhete j borrado, onde pouco se lia. my name is time gap.

    Gabriel Sanna

    Uma cidade em runa, um casal habitando nela, se bem que no se sabe bem o qu. Retocam o batom com o mesmo automatismo com que retomam seus postos na vitrine da grife onde vivem, panques de butique, agora trs, caminham na paisagem rarefeita da ex-cidade-corao-automobilstico-do-status-unidos-da-amrica-de-l. A descrio podia ser um resumo distrado de Time Gap, trabalho de maior destaque do Duo Strangloscope na Mostra do Filme Livre 2015. No entanto no h qualquer tom pico ou apocalptico na atmosfera grifada em super8 pelo duo, ao contrrio, trata-se de um ps-nada abordado com extremo realismo, sem maquilagem ou qualquer esforo publicitrio em parecer sujo. apenas somos.

    e o resto

    Cludia Crdenas & Rafael Schlichting trabalham juntos desde 2002. Depois de eras experimentando linguagens e mtodos em diversas oficinas e com a prtica de realizao em equipe mnima que adquiriram, descobriram a possibilidade de buscar uma maior liberdade artstica, rompendo de vez com paradigmas narrativos, sejam eles de fico ou documentrio, e se desvinculando da estrutura industrial que ainda engessava o cinema brasileiro daquele ento. Hoje, a cada ano,

    Prmio pelo Conjunto da Obra, pelos filmes Time Gap, Spinoff, Nothing to adjust e ....................................

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    eAlexandre Wahrhaftig, Helena Ungaretti e Miguel

    Antunes Ramo, SP, 2013, 17min

    O CARRO COMO ENTE

    No cinema, como na vida modernosa em geral, se valoriza muito mais a imagem do que o som. Tambm por isso quando um filme se dispe a tratar o udio com mais ateno uma indicao de que se entendeu o AUDIOvisual como ele de fato , a soma destes dois sentidos to potentes quanto mpares. E comea no som, al, al, 123, teste, gravando, e segue mesclando muito bem e sutilmente imagens do google street view com depoimentos e cenas do cotidiano geralmente frio, concreto, cinza e feio de uma cidade gigante, onde se v nas ruas mais carros do que pessoas. Interessante notar que esse tema, da mobilidade na vida das cidades e das pessoas, tem sido recorrente nos filmes que a MFL recebe nos ltimos anos.

    Em 2014 por exemplo, um dos curtas premiados, Relatrio #1, tambm trata os automveis como protagonistas, porm num vis ficcional e mais debochado do que E, cujo foco a ocupao de espaos antes sociais, como cinemas e casas de famlias, em estacionamentos e/ou novos prdios. Assim o filme mostra e narra, em offs de seus ex-moradores ou conhecidos locais, como era a vida antes da crescente especulao imobiliria e do excesso de automveis nas grandes cidades brasileiras que, na maioria das vezes, no foram pensadas para receber nem tanta gente, nem tantos carros. Entre estas memrias do que se foi e o que se transformaram tais espaos, o filme atesta uma cruel realidade, de que tudo tem mesmo seu preo, para sorte dos que querem e/ou podem pagar por mais privacidade e exclusividade na hora de estacionar seu carro, por exemplo, dentro do apartamento do oitavo andar, afinal, carros agora so membros da famlia, SQN.

    Guiwhi Santos

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    eLA vOLTA nA quinTAAndr Novais Oliveira, MG, 2014, 108min

    Ela volta na quinta, primeiro longa-metragem de Andr Novais Oliveira, d continuidade ao seu delicado trabalho de realizao, que comeou no curta Fantasmas e se desenvolveu no belo Pouco mais de um ms. Novais reatualiza os temas da intimidade e do caseiro no cinema, encenando, ainda que sob uma escritura ficcional, um modo de vida comum de seus amigos e de sua famlia. Vemos em cena ele prprio e seus pares atuando para a cmera, pois no se trata de um documentrio, mas de uma trama ficcional que tem como ponto de partida as coisas vividas. essa mescla entre o que existe previamente presena da cmera e o que encenado que confere o tom peculiar de sua filmografia, ou ainda, o seu acento contemporneo.

    Aqui estamos no campo do comum: os pequenos dramas afetivos encenados pela prpria famlia do realizador. Andr Novais faz um

    cinema popular, mas aqui o popular no se confunde com o popularesco, ou seja, com as comdias televisivas pr-programadas para fazerem 1 milho de espectadores, pois, nestas comdias, no h vida, apenas uma frmula requentada para emoes que s duram da sada do cinema at a praa de alimentao. O popular para Andr Novais o que vem da vida simples da classe mdia. Seus personagens moram na periferia, de cor negra, mas o filme nunca os v pelo ponto de vista dos excludos ou dos marginalizados. um popular que dialoga com o cinema de Carlos Reichencach, ou ainda de Yasujiro Ozu. A leveza de seus filmes no esconde a complexidade de seus personagens: entre encontros e desencontros, entre desejos e traies, entre a vida e a morte, acompanhamos essas vidas que giram em torno de nossos olhos como se fosse num pequeno baile.

    Marcelo Ikeda

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    nAdA Yuri Firmeza, CE, 2014, 34min

    Filme de contrastes, de luz e escurido, cincia e mstica, sobre um mundo de portais, cada um mais fantstico do que o outro, segundo o prprio diretor, Nada ultrapassa os limites entre filme experimental, videoarte, fico-cientfica e filme antropolgico. um filme intergalctico: anti-antropologia futurista, (no) fico-cientfica que apresenta sons e imagens de terras ancestrais mes-clados com uma possibilidade de futuro. O futuro est no passado. O incio jodorowskiano: O universo comea na escurido. As es-trelas so luzes refletidas que trazem imagens de outros tempos () O universo comeou escuro, narra um deus-astronauta em voz off. O projeto faz parte de uma investigao de Yuri Firmeza, artista plstico paulistano radicado no Cear, em torno da cidade de Alcntara, no Maranho, base de lanamento de foguetes, mas que tambm abriga remanescentes de quilombos e stios arqueol-gicos, onde foram encontrados fsseis de dinossauros.

    Uma comunidade negra no Maranho, Festa do Divino, um corte-jo imperial, queima de fogos e um saxofonista faz soar um jazz

    melanclico. No espao sonoro, cnticos ancestrais das caixeiras da festa do Divi-no misturado com msica barroca. A certa altura, ouvimos sons que remetem a NASA (rudos de comunicadores entre a Terra e o espao). Palacetes em runas em filtros avermelhados e planos de foguetes lana-dos no espao sideral. Um baile de reggae maranhense iluminado por luzes psicod-licas. O ttulo saiu de um depoimento de um habitante local, afirmando que naque-la cidade maranhense: nada , tudo foi ou ser. Considero Nada um filme fora do tempo, msica da luz! Se olharmos com olhos livres, daria para se pensar numa possibilidade de um filme livre total: cami-nhos abertos no tempo e no espao. Muitos mundos dentro de um mundo, muitos fil-mes dentro de um filme.

    Chico Serra

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    nOvA duBAiGustavo Vinagre, SP, 2014, 50min

    Gustavo Vinagre j havia nos surpreendido com o belo e duro FILME PARA POETA CEGO premiado na MFL de 2013 com sua mistura singela de dor e prazer, sadismo e pureza, fico e documentrio. No mdia Nova Dubai, Vinagre prossegue sua pesquisa no audiovisual, colocando-se em cena num filme que imagina-se que possui um dilogo com o autobiogrfico, mas ao mesmo tempo completamente ficcional. Seu filme nos encanta pelo prazer em narrar, por como o autor se coloca no filme e em como seu filme respira um sentimento de juventude. Essa doce e terrvel juventude, com seus prazeres, perverses, com seu tdio e suas descobertas. Essa vontade de no ficar sozinho e essa procura louca por algo que faa sentido, por sair de casa e ir ao mundo. Essa mistura ldica entre a perverso e a ingenuidade parece ser a caracterstica do cinema de Vinagre. A forma como o autor encena o sexo merece um tratamento parte. Ousado e provocativo, mas ao mesmo tempo doce e ingnuo, Nova Dubai ainda mistura essa vontade pessoal com um olhar muito singelo sobre a cidade de So Paulo, em especial o processo de especulao imobiliria. A mistura hbil de todos esses elementos com um humor provocativo faz de Nova Dubai um dos mais interessantes e honestos retratos de uma gerao.

    Marcelo Ikeda

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    PequenO OBJeTO ADaniel Abib, RJ, 2014, 15min

    A cincia e a virtude Pequeno Objeto A

    Ainda bem que chegamos a um paradoxo.Agora, h esperana de conseguirmos algum progresso.

    Niels Bohr

    Uma produo modesta, com imagens de arquivo, uma encenao enigmtica e uma narrao over, so a base para uma reflexo tica. Pequeno Objeto A nos coloca a questo: possvel conciliar cincia e virtude? Uma pergunta difcil e pertinente. Em pleno sculo XXI, ainda no sabemos respond-la. Talvez a maior virtude do filme seja perguntar ao invs de responder. Ao sublinhar o episdio da bomba atmica, Daniel Abib nos proporciona uma srie de paradoxos que se materializam nas imagens em cmera lenta do gigantesco cogumelo atmico em contraponto com a msica de Bach e Villa-Lobos, smbolos de beleza. O choque entre som e imagem provocador e reflexivo. Nas palavras do dirio do cientista Ishio, que sustenta a narrativa, podemos, no sem

    surpresa, observar sua perplexidade diante do horror provocado pela bomba e sua estranha sensao de prazer esttico que a imagem evoca. A relativizao parece fazer sentido, uma vez que nosso desenvolvimento cientfico tem proporcionado tanto o horror e tragdia, quanto esperana e encantamento.

    Dividido em episdios, o filme nos revela, no ltimo deles, uma estranha anomalia surgida no epicentro da exploso, que se instala e se confunde numa menina que passa a ser estudada pelo cientista. A prpria menina a anomalia, cheia de eletrodos na testa, num estranho ambiente de laboratrio. Ishio manipula aparelhos de medio, mas nada consegue concluir. A menina anomalia poderia se chamar humanidade. Diante de um mundo violento e brutalizado pela disputa de territrios, recursos naturais e hegemonia econmica, em contraponto era da revoluo cientfica, tecnolgica e da comunicao, certamente cabe a pergunta: possvel conciliar cincia e virtude? O paradoxo talvez nos traga algum progresso, na busca de uma impossvel resposta.

    Ricardo Mansur

    232 0 1 5 M F L

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    Existem vrios tipos de documentrios, que vo desde o Cinema Verdade a liberdades poticas escancaradas, como a trilogia Qaatsi (de Godfrey Reggio); passando tambm pelas intervenes de Michael Moore e milhares de outros formatos possveis. Mas h aqueles docs que so registros nicos, que assemelham a espontaneidade do fotojornalismo, onde um momento flagrado se expande e toma dimenses inimaginveis.

    E este o grande mrito de Vailamideus, de Ticiana Augusto Lima, que tudo o que fez foi ter enquadrado, numa festa, uma famlia durante uma sesso de fotos junto idosa

    matriarca. Mas o que era para ser um acontecimento banal (e at mesmo) ganha uma fora extremamente incmoda com o isolamento provocado pela cmera. Afinal, a figura da solitria senhora era mais importante que a sua pessoa em si, tornando-se um objeto dentro da fogueira da vaidade das pessoas. O filme acaba se tornando uma espcie de denncia do vazio da cultura selfie e afins, onde as pessoas pensam muito mais em estar bem na foto do que refletir em seu entorno entorno este que a prpria vida.

    Christian Caselli

    vAiLAMideuSTiciana Augusto Lima, CE, 2014, 8 minin

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    viSTOS eM vOLTAThiago Zamprogno, RJ, 2014, 10min

    Uma linha tnue entre passado e futuro costura e descostura incessantemente as micro-narrativas desse enigmtico filme de Thiago Zamprogno. Vistos em Volta imerge densamente no mais profundo e primitivo sentido de olhar, dar luz algo que boa parte do tempo passa despercebido ao furor da bolha luminosa onde pouco se percebem no contraste as mltiplas formas do real. filme autoral no sentido mais honesto da palavra, fotografado e montado pelo prprio realizador, que tambm assina a trilha paulada na orelha. A nica liberdade possvel a solido, cuspia em Joyce, o desenho de som retrofuturista em sintonia com o clima sugestivamente sombrio da fotografia suprimem a realidade de forma a reconstru-la em tempos e espaos completamente distintos, lanando mo de elipses sucessivas que conduzem o espectador a diversos recantos do universo e da histria do cinema, sem, no entanto, se ater a clichs metalinguisticos ou citaes gratuitas muito comuns em algumas tentativas cinema de gnero. O tempo trans.

    Gabriel Sanna

    252 0 1 5 M F L

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    RJ, dF, SP e BH

    SeSSeS de ABeRTuRAAs aberturas sero nas seguintes datas e locais:

    Rio de Janeiro 10 de maro s 19h30 no Cinema 1

    com a exibio de um filme indito surpresa

    Braslia 7 de abril s 20h no Cinema

    com a exibio do filme RESSURGENTES - UM FILME DE AO DIRETA, de Dcia Ibiapina

    So Paulo 29 de abril s 19h30 no Cinema

    com a exibio do filme NERVOS DE AO, de Maurice Capovilla

    Belo Horizonte 2 de junho s 19h30 no Teatro II

    com a exibio do filme O TEMPO NO EXISTE NO LUGAR EM QUE ESTAMOS, de Dellani Lima

    Em 2015, pela primeira ve

    z, a

    MFL chega a 4 capitais, se

    mpre

    nos CCBBs.

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    HOMenAgeM A MAuRice cAPOviLLA

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    cAPOviLLA: invenO e RevOLuO nA LinguAgeMEm suas crticas de inveno, Jairo Ferreira anunciava em abril de 1970: Pronto para lanar: O Profeta da Fome, de Maurice Capovilla, uma terrvel alegoria, um pesadelo do Terceiro Mundo, na certa um dos melhores filmes que se poder ver em 70. Seu companheiro, fotgrafo, mentor e colaborador de diversos filmes da Boca do Lixo, Carlo Reichenbach, j havia escrito em janeiro do mesmo ano: O Profeta da Fome, de Maurice Capovilla, felizmente uma alegoria to evidente como um pontap na virilha. Uma obra feliz, arrasadora, sobre a infelicidade do subdesenvolvimento. No s um filme nacional, sul-americano terceiro-mundista. () Uma viso mais ampla desta desconcertante incurso desgraa humana fica para quando o filme for entregue s salas comerciais. Fica aqui a expectativa de que voc, pblico, no se deixe entregar digesto de passatempos dominicais e corajosamente permita que filmes como este lhe enfiem o dedo na goela. Vomitem logo, o Terceiro

    Mundo vai explodir. J o crtico Antonio Lima lamenta o contexto histrico: Comercialmente, uma poca pssima, historicamente, no. O Profeta da Fome, de Maurice Capovilla, entra em cartaz esta semana, no Cine Olido, com um concorrente duro no gosto do pblico: A Copa do Mundo.

    Estes textos, lanado a vspera do lanamento de O Profeta da Fome (1970) so apenas algumas vises bem sugestivas da agitao / provocao e da fora do segundo longa metragem de Maurice Capovilla

    (professor de cinema, roteirista, produtor e muitas outras funes em diversos filmes da transio cinema novo / cinema de inveno / boca do lixo), um autor e tradutor de uma revoluo na linguagem da fico, usando alegoria e documentrio como elementos em sinergia, potencializando a expresso mxima de O Profeta da Fome, mas recurso j anunciado em Bebel, Garota Propaganda (1967). O incio da filmografia de Cap dialoga com uma tradio do documentrio social: Subterrneos de Futebol (1965) um filme sobre a dialtica da luta de classes na indstria do futebol no imaginrio brasileiro. Capovilla filma como um torcedor de futebol, vibrando, gritando, chorando, s vezes em estado de choque ao ver seu time (Brasil) tomar uma surra nos campos do jogo da vida.

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    Atravs de uma filmografia essencialmente poltica (sua postura poltica sua esttica), ainda percorre caminhos que encontram um certo lirismo numa viso sobre os marginais da sinuca e da contraveno, os bbados e os desapropriados da grande cidade: O Jogo da Vida (1977), passando por uma revoluo no documentario televisivo (seus filmes cruzam constantemente a fronteira fico e documentrio, como O ltimo Dia de Lampio), um quase filme-manifesto da sua viso sobre a arte livre e aberta, como diria Candeia: Harmada (2004). Na ativa aos 70 anos, Capovilla ainda ainda uma expresso nova no contexto do cinema brasileiro. No se trata de uma questo de idade, mas uma questo de liberdade.

    Chico Serra

    SeSSeS cAPOviLLA

    cAPO 01 - SuBTeRRneOS dO FuTeBOL e BAHiA de TOdOS OS SAnTOS 80 min

    CCBB RJ Cinema I - Quarta, 11/03, 20hCinema II - Segunda, 16/03, 17h

    CCBB DFCinema - Quarta, 08/04, 20h

    CCBB SPCinema - Quinta, 30/04, 18h

    CCBB BHTeatro II - Quinta, 18/06, 18h30

    SuBTeRRneOS dO FuTeBOLRJ, 1964, 30min

    Documentrio que procura captar a vida do jogador, desde menino nos campos de pelada at o fim da sua carreira, sempre efmera. At ento o cinema brasileiro ainda no tinha passado a viso real e cruel da trajetria

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    do jogador como coisa efmera. O filme pretende contrapor a iluso da fama incompatvel condio para sobreviver depois dela. A estrutura narrativa baseada em trs perso-nagens; o juvenil do Palmeiras, Feijo (Luiz Carlos de Frei-tas), que tinha feito o papel de Pel no filme O Rei Pel, de Hugo Christensen, o prprio Pel e Zzimo Calazans, bicampeo mundial em decadncia. Eram trs negros; o aspirante, o dolo e o cado.

    Direo: Maurice CapovillaElenco: Feijo (Luiz Carlos de Freitas), Pel e Zzimo CalazansOutros: Direo e Som Direto: Maurice Capovilla. Produo e Fotografia: Thomaz Farkas, Armando Barreto. Montagem: Luiz Elias. Assessor de Montagem: Roberto Santos. Produo Executiva: Edgardo Pallero. Chefe de Produo: Vladimir Herzog. Texto: Celso Brando. Narrao: Anthero de Oliveira. Seleo Musical: Walter Loureno. Contato: Maurice Capovilla - [email protected]

    BAHiA de TOdOS OS SAnTOS

    SP, 1974, 56min

    Escrito em 1944, Bahia de Todos os Santos um relato sobre a cidade de Salvador publicado no ano seguinte. Canto de louvor cidade da Bahia, o livro evita, porm, o pitoresco dos guias tursticos. Passa em revista s belezas e s qualidades da capital baiana, e faz questo de abordar tambm suas misrias e dores. Jorge Amado compe aqui um guia das ruas e dos mistrios de So Salvador da Bahia de Todos os Santos, a cidade da Bahia, negra por excelncia, fundada em 1549. O autor descreve os bairros proletrios e os nobres, as feiras e os mercados, as inmeras ladeiras e ruas da cidade e principalmente os personagens mticos da cidade de So Salvador.

    A adaptao da obra de Jorge Amado para os anos 70, encontrou dificuldade para encontrar os novos personagens dos batuques do candombl, os mestres dos saveiros, as Mes de Santo dos

    terreiros, os arteses do Mercado Modelo, os malandros da Baixa dos Sapateiros. O escritor recomenda que no se tente decifrar os segredos da cidade, pois seus mistrios envolvem por completo o corpo, a alma e o corao dos baianos. Mas os personagens estavam l e fomos encontrar Mrio Cravo, Gilberto Gil, Mestre Pastinha e, em pleno carnaval, o Trio Eltrico de Dod e Osmar e at mesmo os Capites de Areia dos novos tempos.

    Direo: Maurice CapovillaOutros: Direo e Adaptao: Maurice Capovilla. Fotografia: Hlio Silva. Baseado no livro homnimo de Jorge Amado.Contato: Maurice Capovilla - [email protected]

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    cAPO 02 - BeBeL, gAROTA PROPAgAndA 103 min

    O incio de Bebel, Garota Propaganda j estabelece a premissa do filme. Uma modelo fotogrfica (Rossana Ghessa) d uma entrevista para a cmera, detalhando como comeou sua carreira de vedete. Ela fala olhando frontalmente para cmera, num recurso atpico, por quebrar a quarta parede, a invisibilidade da relao entre cmera e personagem. Enquanto ela fala, subitamente, a cmera desvia de seus olhos, percorrendo todo o seu corpo. Ou seja, a cmera no est totalmente imersa no discurso da personagem: mais do que ela fala, o que importa para esse olhar o corpo.

    Nesse incio desconcertante, Bebel anuncia-se como um filme sobre o olhar, ou ainda, sobre as representaes da mulher. O olhar da cmera, que desvia da palavra e busca o corpo, se identifica com tpico olhar voyeur do espectador masculino. Por outro lado, Bebel no ingnua: sabe que est sendo vista, mas busca tirar proveito dessa situao. Quer ser uma artista, quer se dar bem, quer ter dinheiro, quer ser algum de sucesso, quer ser bem vista...

    Assim, todo o filme acompanha as desventuras de Bebel em busca da fama. Ela se envolve quase sempre com personagens masculinos, alguns mais ou menos honestos. Mas todos os personagens possuem uma certa dose de oportunismo, no h heris ou viles. Todos buscam sobreviver e se dar bem. Inclusive Bebel. Bebel no retratada propriamente como uma vtima, mas acaba sendo iludida pelos jogos de espelhos de uma intrincada rede em que as pessoas so

    CCBB RJ Cinema I - Quinta, 12/03, 20hCinema II - Quarta, 18/03, 15h30

    CCBB DFCinema - Quinta 09/04, 20h

    CCBB SPCinema - Sexta, 30/04, 20h

    CCBB BHTeatro II - Quinta, 18/06, 20h

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    apenas uma pea que movimenta a engrenagem. Dessa forma, Capovilla faz uma crtica direta publicidade, televiso, e por que no? ao prprio cinema. Em muitos momentos, vemos bastidores do processo da produo de uma obra audiovisual - uma campanha publicitria, um programa de televiso - em que, mais do que uma ideia, o que se vende uma imagem. Bebel apenas uma imagem, que, assim como os produtos, imediatamente descartada aps consumida.

    O primeiro longa de fico de Capovilla marca ento um discurso crtico aos meios de comunicao de massa, em como eles tornam o indivduo uma imagem descartvel. Mas o que surpreende, em plenos anos sessenta, e, especialmente, dado o retrospecto do diretor, que Bebel foge dos manuais didticos, dos personagens-tipo, das cartilhas que apenas ilustram a crtica ao capital como, por exemplo, alguns dos episdios de um Cinco Vezes Favela. O dinamismo da narrativa, o uso de elipses, a prpria conscincia da explorao da beleza de Rossana Ghessa fazem com que Bebel tenha uma

    adeso ao cinema moderno muito mais prxima nouvelle vague francesa do que ao Neorrealismo italiano. Ou ainda, que Bebel tenha um apelo narrativo para o pblico que o afaste de um mero ensaio intelectual, o que at seria de se esperar, dada a trajetria do realizador pelo documentrio, pelo jornalismo e por sua filiao ao partido comunista. Bebel no busca transformar esse sistema, mas simplesmente se adequar a ele, ou sobreviver. Bebel no um filme movido pela utopia do cinema como instrumento de transformao ou de conscientizao da sociedade.

    Essa a singularidade de Bebel dentro do panorama do cinema brasileiro dos anos sessenta: seu discurso crtico alinhado ao cinema moderno, mas ao mesmo tempo buscando uma narrativa que dialogue com uma certa faixa de pblico. O paulista Capovilla se afasta um pouco do tpico padro do cinema novo para buscar um cinema que estava sendo feito por muito poucos, talvez com o nico paralelo de Lus Srgio Person.

    Marcelo Ikeda

    BeBeL, gAROTA PROPAgAndASP, 1967, 108min

    Bebel, mocinha de famlia pobre, nasceu num bairro popular de So Paulo. Bonita, ela contratada por um astuto promotor de vendas para ser um smbolo de um novo produto. Ao ser lanado o sabonete Love, a imagem de Bebel chega ao topo do pais atravs dos jornais, revistas, televiso e outdoors espalhados pelos principais pontos da cidade. Com isso, ela encontra o sucesso e o dinheiro. Um dia, porm, a campanha termina e Bebel tem que retornar ao ponto de partida. Ela luta tenazmente para reconquistar o sucesso perdido nas companhias de publicidade, nas estaes de televiso e, nesta caminhada, enfrenta os assdios dos homens que comandam as mdias e que dela querem se aproveitar. Sua imagem, porm, est esgotada.

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    De degrau em degrau, ela desce as escadas at os lugares mais sombrios, terminando como prmio a ser sorteada num cabar de segunda classe.

    Direo: Maurice CapovillaElenco: Rossana Ghessa, Paulo Jos, Geraldo Del Rey, Maurcio do Valle, John Herbert, Fernando Peixoto, Washington Fernandes, Joana Fomm, Norah Fontes, Apolo Silveira, Bibi Voguel, Maurcio Nabuco, Fernando de Barros, Diogo Pacheco, Renata Souza Dantas, Mino Carta. Equipe Adaptao e Roteiro: Roberto Santos e Mrio Chamie. Fotografia: Waldemar Lima. Montagem: Sylvio Renoldi. Msica: Carlos Imperial. Arranjos: Rogrio Duprat e Damiano Cozzella. Nmeros musicais: De Kalafe e A Turma. Cenografia: Juarez Magno. Produo Executiva: Roberto Santos e Luiz Carlos Pires Fernandes. Produtores Associados: Jorge Teixeira, Georges Jonas, Saga Filmes. Direo de Produo: Ivan de Souza. Gerentes de Produo: Joo Batista de Andrade e Maurcio Segall. Chefe da Equipe Tcnica: Claudio Portiolli. Baseado no livro Bebel que a cidade comeu, de Igncio de Loyola Brando.Contato: Maurice Capovilla - [email protected]

    cAPO 03 - O PROFeTA dA FOMe 93 min

    CCBB RJ Cinema I - Sexta, 13/03, 20hCinema II - Quinta 19/03, 15h30

    CCBB DFCinema - Sexta 10/04, 18h30

    CCBB SPCinema - Sexta, 01/05, 16h

    CCBB BHTeatro II - Quinta, 19/06, 18h15

    PROFeTA dA FOMeMetfora antropofgica brechtiana sobre a fome, lanada em plena Copa do Mundo de 1970, O Profeta da Fome narra a fantstica trajetria de um artista de circo que, aps inmeras apresentaes mal-sucedidas em lonas pauprrimas, aprende, enfim, uma nova profisso: a fome como negcio. Ali Khan, o profeta interpretado por Jos Mojica Marins, cujo nome foi tirado de um prncipe paquistans, quer bater o recorde mundial e ficar 100 dias

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    sem comer, em plena sociedade do espetculo. Mas eis que, aps uma carreira fracassada em circos decadentes, acaba mesmo se tornando uma atualidade do velho mundo, vedete de um freak show tropical: panis et circenses na megalpole, como Bebel, garota propaganda (que a cidade comeu), o famigerado profeta usado e jogado fora. O artista/profeta distribui iluso para o povo e idolatria de um novo rei, criticado pelos padres e coronis das provncias, mas elevado a dolo nacional pelos podres poderes do AI-5.

    Esta fbula de Capovilla, realizada em colaborao com colegas e alunos do ento recm formado curso de cinema da USP (Jorge Bodansky trabalhou como fotgrafo, Aloysio Raulino e Roman Stulbach integraram a equipe de produo), e montado por ningum menos que Silvio Renoldi (Bandido da Luz Vermelha, Trilogia do Terror, A Hora e Vez de Augusto Matraga, entre muitos outros), uma obra singular no cinema brasileiro, que alm de antropofagizar o conto de Kafka (Um artista da fome), impregnada de influncias do cinema novo e mundial. Entre as inspiraes assumidas, La Hora de los Hornos, de Fernando Solanas, Maioria Absoluta, de Leon Hirszman, Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, a tese/manifesto Esttica da Fome, divulgada em 65 por Glauber Rocha. Mas fica claro que no se trata de um filme feito apenas inspirado em, mas principalmente realizado a partir destas obras, sem compromisso de dar uma continuidade ao cinema novo e/ou fazer parte do cinema marginal, mas propondo algo novo. Um filme-sntese, anti-espetculo alegrico sobre a fome latino-americana, que busca uma linguagem nova, entre a fico, documentrio e o cine-jornal. Capovilla realiza um desconcertante show de horrores, uma improvvel caravana da fome, liderada por um Jos Mojica Marins famigerado e mstico, um anti-Profeta Gentileza na Boca do Lixo.

    Chico Serra

    O PROFeTA dA FOMeSP, 1970, 93min

    No pequeno circo de Don Jos, Alikan quem realiza os mais arriscados e sensacionais nmeros. Ele marcha descalo sobre cacos de vidro, se fura com punhais, come fogo e estanho derretido. O circo vai mal. Os artistas desesperados comem os animais amestrados. Num ultimo recurso, inventam um nmero arrepiante: o Faquir Alikan vai comer gente. E o pblico em massa comparece para ver o Homem que Come Gente. Enquanto isso, o circo pega fogo e Alikan foge com sua mulher. Iniciam uma longa caminhada e chegam a uma cidade em festa, inventando um nmero sensacional: o Crucificado Vivo, que atrai a ateno da populao, mas termina preso. E na priso, mantido a po e gua, ele descobre finalmente a chave do sucesso, o jejum. Numa barraca na Avenida So Joo e percorrendo o pas, ele passa 100 dias sem comer e se torna ento, o Campeo Mundial da Fome.

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    Direo: Maurice CapovllaElenco: Jos Mojica Marins, Maurcio do Valle, Jlia Miranda, Sergio Hingst, Jofre Soares, Adauto Santos, Heldio Brito, Lenoir Bittencourt, Jean Claude Bernardet. Equipe Argumento e Roteiro: Maurice Capovilla e Fernando Peixoto. Fotografia e Cmera: Jorge Bodannzky. Cenografia e Figurinos: Flvio Imprio. Montagem: Sylvio Renoldi. Msica: Rinaldo Rossi. Cano: Olho Por Olho, de Adauto Santos. Assistente de Direo: Hermano Penna. Equipe de Produo: Aloysio Raulino, Plcido de Campos Jr., Roman Stulbach, Alexandre Solnik. Equipe Tcnica: Claudio Portiolli, Antnio Meliande, Angelo Mataran, Mrio Lima, Ruth Toledo. Direo de Produo: Hamilton de Almeida Filho. Produtor Associado: Odcio Lopes dos Santos. Contato: Maurice Capovilla - [email protected]

    cAPO 04 - O JOgO dA vidA 90 min

    CCBB RJ Cinema I - Sbado, 14/03, 18h *sesso seguida de debateCinema II - Sexta, 20/03, 15h30

    CCBB DFCinema - Sexta, 10/04, 20h15

    CCBB SPCinema - Sexta, 01/05, 18h

    CCBB BHTeatro II - Sexta, 19/06, 20h

    O JOgO dA vidA (Ou O FiLMe que nO TinHA cOMO dAR eRRAdO)

    Se h algo que me deixa feliz quando me surpreendo com um filme. E quando o filme brasileiro, fico ainda mais radiante. E foi assim que aconteceu: do nada resolvo ver O Jogo da Vida na retrospectiva que o FBCU estava fazendo sobre o cineasta e tambm professor Capovilla. E meus olhos pareciam no acreditar no que viam. isso mesmo? Como eu nunca tinha ouvido falar desta obra-prima?, me perguntava.

    Tentando explicar o meu assombro: alm do talento de Cap (que eu investigava na poca), o longa era a adaptao do livro mais consagrado do Joo Antnio. Ponto pro filme. O elenco contava simplesmente com quatro dos grandes atores do cinema brasileiro, interpretando papis paradigmticos de malandros: Maurcio do Vale era o representante mais autntico (com terno de linho branco, chapu etc), Gianfrancesco Guarniere como o proletrio (como de costume) e Lima Duarte como um morador de rua. E os trs saem de madrugada para enganar otrios nas sinucas do subrbio de So Paulo, j que estavam sem nenhum tosto no bolso. Ah, sim: e Jofre Soares faz uma ponta, como um dos possveis trouxas a ser ludibriado.

    Pra incrementar o time, Cap recrutou trs craques da caapa da poca: Joaquinzinho da Silva, Joo Gacho e o fenomenal Walfrido Carne Frita dos Santos. Mas quem d o show a cmera de Dib Lutfi, que faz um dos melhores

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    planos-sequncia da Histria do Cinema Brasileiro. A montagem, de Mauricio Wilke, cruza a narrativa com flashbacks inesperados, que no so nem lembranas nem dados fundamentais para entender a trama; mas que compe o mosaico que diz a respeito de cada um dos trs malandros. E, alm da trilha de Radams Gnatalli, o filme encerra com uma cano original de Aldir Blanc e Joo Bosco, num momento de profunda reflexo dos personagens - cujos semblantes nitidamente se perguntavam, exaustos, se teria valido a pena aquela grande jornada noite a dentro.

    Ou seja, O Jogo da Vida uma obra iluminada, que no tinha como dar errado. Mas uma reflexo veio ao fim da sesso: como tal longa pode ser to desconhecido? D at aquela vontadezinha egosta que querer este filme s pra voc (do tipo: s eu conheo, voc no conhece...), mas... no. Por estas e outras que a MFL existe: temos que dar voz e espao para obras como esta sejam cada vez mais difundidas e nunca esquecidas. O Jogo da Vida merece ter ainda o seu devido destaque na cinematografia brasileira.

    Christian Caselli

    O JOgO dA vidASP, 1977, 90min

    O Jogo da Vida, baseado no livro Malagueta, Perus e Bacanao, de Joo Antnio, conta a histria de trs malandros que saem pelas ruas de So Paulo em busca de jogo e de dinheiro. Conluiados numa parceria irresistvel, tendo por base o taco de Perus, as mutretas preparadas por Malagueta e a liderana de Bacanao, saem pela noite em busca dos sales de bilhares, combinando as trapaas para enganar os trouxas. Percorrem a noite da grande cidade e de sinuca em sinuca vo ganhando e dando golpes, mas no final da noite, j no alvorecer, passam em revista suas vidas.

    Direo: Maurice CapovillaElenco: Lima Duarte, Gianfrancesco Guarnieri, Maurcio do Valle, Jofre Soares, Mirian Muniz, Martha Overbeck, Maria Alves, Walfrido Carne Frita dos Santos, Joaquim Pedro Joaquinzinho da Silva, Joo Gacho, Antnio Petrin, Oswaldo Campozana, Thaia

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    Peres, Emanuel Cavalcanti. Equipe Produo Executiva: Jos Zimmerman. Roteiro: Maurice Capovilla, Gianfrancesco Guarnieri, Joo Antnio, baseado na novela Malagueta, Perus e Bacanao, de Joo Antnio. Fotografia: Dib Lutfi. Montagem: Maurcio Wilke. Msica: Joo Bosco e Aldir Blanc e Radams Gnatalli. Cenografia: Francisco Petracco. Som Guia: Romeu Quinto Jr. Letreiros de Animao: Joaquim 3 Rios.Contato: Maurice Capovilla - [email protected]

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    cAPO 05 - HARMAdA91 min

    CCBB RJ

    Cinema I Domingo, 15/03, 16h

    Cinema II Sbado, 21/03, 15h30

    CCBB DF

    CinemaDomingo, 12/04, 18h30

    CCBB SP

    CinemaSexta, 01/05, 19h30

    CCBB BH

    Teatro IIDomingo, 21/06, 16h

    HARMAdAO pr-cnico cnicoPereio o nicoLrico esquizofrnico

    Amor metamorfoseDo velho ao novoTe-ato livre Cap reinventaA gira girandoRetorno caverna

    Frutificando na ausnciaNa moldura dos mestres

    Mario e Dib

    Chico Serra

    HARMAdARJ, 2003, 100min

    Harmada aborda um tema universal: a luta de um homem que busca sobreviver e superar-se atravs da arte de representar e contar histrias. O roteiro, baseado na obra de Joo Gilberto Noll, segue a trajetria, ao mesmo tempo lcida e alucinada de um artista, um cidado sem nome que se apresenta como Ator, flagrado num determinado instante da sua vida completamente derrotado, mas que encontra foras para se reencontrar e atravs de uma jovem, que pode ser a sua filha, formular um projeto que vai mudar o seu destino.

    Direo: Maurice CapovillaElenco: Paulo Csar Perio, Mal Galli, Joana Medeiros, Luciana Domschke, Patrcia Linardi, Antnio Pedro, Cecil Thir, Paulo Herculano, Joo Velho, Rodrigo Prado, Luiz Pinto, Themilton Tavarez, Rogrio Custdio, Waldir Fernandes, Nelson Speranza, Gabriel Bernardo Duarte, Lo Alberti.Equipe Produo Executiva e Montagem: Marlia Alvim. Direo de Produo: Ney da Costa Santos. Fotografia: Mrio Carneiro. Cmera: Dib Lutfi. Som: Juarez Dagoberto. Cenografia: Carlos Liuzzi. Figurinos: Marlia Carneiro, Karla Monteiro. Msica: Matias Capovilla. Edio de Som: Carlos Cox. Produo de Elenco: Sergio Luz. Contato: Maurice Capovilla - [email protected]

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    cAPO 06 - O BOi MiSTeRiOSO e O vAqueiRO MeninO O LTiMO diA de LAMPiO 110 min

    O BOi MiSTeRiOSO e O vAqueiRO MeninO

    Longa para TV realizado dentro da tradio do nordestern: termo criado nos anos 60 na crtica brasileira que sintetizava uma produo de gnero (western) dentro de um processo antropofgico que inclui todo um tempero da cultura nordestina (serto, cordel, vaqueiros, jagunos etc). Neste cordel audiovisual, coronis e vaqueiros duelam filosoficamente em encontros msticos nas veredas do grande serto. O sertanejo um forte: como se trata de um filme de Capovilla, o que vemos algo como um filme sobre a luta de classes na terra do sol. Produo irregular para a TV, que por vezes explora alguns clichs da primeira fase do cinema novo: o serto e a tentativa de aproximao de uma cultura popular, mas tem o mrito de ser uma produo livre de uma tentativa de glamourizao do serto. A trilha sonora tem a responsabilidade de narrar a fbula surrealista sertaneja, modernizada pelos insights filosficos / existenciais, especialmente na sequncia do encontro do protagonista com o personagem de Jofre Soares.

    Chico Serra

    CCBB RJ Cinema I - Domingo, 15/03, 18hCinema II - Domingo, 22/03, 15h30

    CCBB DFCinema - Domingo 12/04, 20h15

    CCBB SPCinema - Domingo, 03/05, 17h30

    CCBB BHTeatro II- Domingo, 21/06, 18h

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    O LTiMO diA de LAMPiOSP, 1975, 50min

    Reconstituio histrica baseada em fatos reais da morte de Lampio, Maria Bonita e onze cangaceiros, na fazenda Angicos, no serto de Sergipe. O filme foi baseado nos depoimentos de ex-cangaceiros, coiteiros, soldados da Volante e habitantes de Piranhas ainda vivos que estavam presentes e participaram dos fatos ocorridos em 27 e 28 de julho de 1938.

    O bando acampou na fazenda Angicos, situada no serto de Sergipe, esconderijo tido por Lampio como o de maior segurana. Era noite e todos dormiam em suas barracas. A Volante chegou to de mansinho que nem os ces pressentiram. Por volta das 5h15 do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o ofcio e se preparavam para tomar caf; quando um cangaceiro deu o alarme. J era tarde demais. No se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do Tenente Joo Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras portteis, os cangaceiros no puderam empreender qualquer tentativa vivel de defesa. O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampio foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu lder, conseguiram escapar. Bastante eufricos com a vitria, os policiais apreenderam os bens (todo o dinheiro, o ouro e as joias) e mutilaram os mortos.

    Direo: Maurice CapovillaElenco: Eduardo Montagnari (Lampio), Edileuza Conceio (Maria Bonita), Emmanuel Cavalcanti (Sereno), Salma

    Buzzar (Sila), Heldio Brito (Aniceto), Luiz Bezerra (Bezerra).Equipe Roteiro e Direo: Maurice Capovilla. Superviso: Carlos Augusto de Oliveira. Fotografia: Walter Carvalho. Montagem: Larcio Silva. Som Direto: Mrio Mazetti. Produo Executiva: Quind. Pesquisa: Amaury Arajo. Guarda Roupa: Sila e Dad. Msica: Z Ferreira, Oliveira Francisco. Narrao: Srgio Chapelin.Contato: Maurice Capovilla - [email protected]

    O BOi MiSTeRiOSO e O vAqueiRO MeninOSP, 1981, 60min

    Filme em forma de cordel que transpe para o cinema a narrativa dos poemas populares, sua ingnua simplicidade, sua pureza potica e sua estrutura dramtica. O dilogo busca a rima do verso metrificado, mas com liberdade para expressar a fala cotidiana. A histria narra a aventura de um vaqueiro, misto de cavaleiro andante, chamado Menino, que vai atrs de um boi imaginrio, numa longa viagem pelas terras do Nordeste e por dentro de si mesmo. Ele busca um Boi Mandingueiro que surge nas terras de um Coronel e que ningum consegue pegar. O Coronel

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    d a filha em casamento ao vaqueiro que trouxer o boi para a marcao e o Vaqueiro Menino entra pelo serto em busca sem fim do Boi Imaginrio

    Direo: Maurice CapovillaElenco: Jofre Soares, Luiz Mendona, Manfredo Bahia, Carol Cavalcanti, Leandro Filho, Paulo Castro, Marcos Macena, Ozita Arajo, Evandro Campelo, Baruque de Oliveira, Suzana Costa, Jlia Lemos, Celeste Dias, Joacir Castro, Jos Ramos, Luiz Oliveira, Diva Pacheco, Robson Pacheco.Equipe Fotografia: Pedro Farkas. Assistente: Jos Roberto Eliezer. Som: Clodomiro Bacellar. Figurino: Diva Pacheco. Efeitos Especiais: Marino Henrique. Edio: Fernando Franco. Sonoplastia: Salatiel Coelho. Produo: Gilberto Mussi. Contato: [email protected]

    cAPO 07 - cRnicA BeiRA dO RiO 60 min

    CCBB RJ Cinema I - Domingo, 15/03, 20h15Cinema II - Domingo, 22/03, 18h

    CCBB DFCinema - Quinta, 09/04, 16h30

    CCBB SPCinema - Domingo, 03/05, 20h

    CCBB BHTeatro II - Domingo, 21/06, 20h

    cRnicA BeiRA dO RiOSP, 1981, 60min

    Em Crnica Beira do Rio o esprito carioca mostrado atravs de quatro temas: o mar, a mulher, a cidade e a noite. Baseado nas crnicas de Rubem Braga, adaptadas pelos escritor Paulo Mendes Campos, o filme materializa os personagens e as situaes narradas pelo escritor. Rubem o personagem central representado pelo ator Jorge Dria que narra em off e se apresenta ao vivo. Na verdade o que se expressa a viso potica e iluminada de Rubem sobre a sua Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro.

    Direo: Maurice CapovillaElenco: Jorge Dria, Joel Barcellos, Isabel Ribeiro, Antnio Pedro, Labanca, Vincius Salvatori, Paschoal Vilallaboim, Amndio, Gugu Olimecha, Jalusa Barcellos, Eliene Narduchi, Jos Luiz Rodi, Sebastio Lemos, Elza Andrade, Rmulo Jr., Helena Verneck, Guto, Monique Arago, Aira AlvesEquipe Roteiro: Paulo Mendes Campos, adaptando crnicas de Rubem Braga. Produo Executiva: Maurcio Albuquerque. Produo: Roberto Galeno. Assistente de Produo: Anselmo Duarte Jr. Fotografia: Edgar Moura, Renato Neuman. Imagens Submarinas: Roberto Werneck. Assistente de Cmera: Nonato Estrela. Som Direto: Juarez Dagoberto. Assistente de Som: Zez DAlice. Edio: Juracyr Amaral Jr. Continuidade: Claudia Wilhelm. Maquilagem: Aila de Jesus. Eletricista: Sebastio de Luna, Pedro Cavalcanti,Contato: Maurice Capovilla - [email protected] Beira do rio

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    de(S)cOLAndO nA nAve LivReOu quAndO MiL iMAgenS vALeM POR uMA iMAgeM S

    por Chico Serra Em pleno dois mil e quinze, no h como negar que existe uma plena democratizao audiovisual em constante evoluo neste e em outros mundos, atravs de um maior acesso aos meios de produo e a possibilidade da troca de conhecimentos e contedos com a expanso da internet. Esta democratizao, porm, no contempla uma diversidade de olhares e formas. Infelizmente isso no acontece na mesma proporo. Assim, impossvel fazer uma curadoria / programao de filmes segundo um filtro, um critrio que chamamos de livre, e no levar em conta esta distoro de uma possvel expanso da linguagem audiovisual. Em outras palavras, a difuso irrestrita de imagens e sons acaba sendo a difuso de uma mesma imagem, homognea, da teleimagem, dos filmes realizados como receitas de bolo, pra consumo imediato, diverso garantida e nenhuma reflexo.

    Para minha alegria de viver e por muitas vezes para minha infelicidade financeira, considero o cinema uma forma de comunicao que poderia ser muito mais livre do que a liberdade de escolha que os canais de TV e as salas de cinema multiplex tentam nos impor. Acredito no cinema como uma arte muito especfica que, por evidentes possibilidades de poder fazer a cabea das pessoas, est inserida dentro do que entendemos como comunicao de massas. Mas, pra mim, filmes livres no so para as massas, me perdoem os populistas. Acredito no livre acesso os meios de produo, recursos e conhecimentos de uma forma ampla e irrestrita, porm entendo que o resultado, se que podemos chamar assim, artstico de um filme depende

    muito de uma busca interior, essencial, em qualquer ser que produza imagens, independente de dogmas polticos, religiosos, sexuais ou culturais.

    Se o cinema, msica da luz, pode ser uma composio transversa de imagens e sons em harmonia (ou desarmonia, se for o caso), que sejam pra contribuir para uma diversidade de caminhos, para uma livre escolha de pensamentos e filosofias. Tambm seria necessria alguma tica, honestidade e bom senso. Ademais, os instrumentos e formas de ver o mundo esto a, para serem usados / absorvidos / transmitidos e transmudados, de preferncia para o bem da humanidade, para todos, sem exceo, ou como diria Hendrix: no sei para onde vou, mas vocs todos podem vir comigo. Todos vocs, sem exceo. Venham na minha nave[1]

    ()

    Submergindo audiovisualmente h mais de uma dcada no inconsciente coletivo dos outros, na zona de conforto da minha sala para vises e audies de muitos mundos, sonhos, trips, neuroses, psicoses e contemplaes, registros e documentaes histricas, didticas ou no, me sinto contemplado com este mundo diverso, insano, eufrico e livre, que apresentamos para vocs nesta seleo de filmes livres de mil novecentos e 2015.

    [1] Hendrix, Jimi: Jimi Hendrix por ele mesmo Org. Alan Douglas e Peter Neal - Ed. Zahar.

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    LOngA 1 78 min

    CCBB RJ Cinema I - Segunda, 16/03, 20hCinema II - Domingo, 29/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Quarta, 15/04, 20h

    CCBB SPCinema - Segunda, 04/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Quarta, 03/06, 18h30

    RiTO de PASSAgeMRJ, 2014, 11min

    Numa casa misteriosamente abandonada, um corpo deriva dana suas memrias. Um filme sobre o devir, a transio e a busca da identidade, Rito de Passagem uma videodana de Butoh, imagens de arquivo e uma trilha sonora experimental. O filme pergunta: como o corpo expressa o devir e a natureza as vezes violenta da mudana? Como somos construdos pelos ritos de passagem que atravessamos? Nas palavras do Gilles Deleuze, O eu apenas um limiar, uma porta, um devir entre duas multiplicidades.

    Direo: Juliette Yu-MingElenco: Juliette Yu-Ming, os espritus da casa...Equipe Direo e Performance: Juliette Yu-Ming. Direo de Fotografia: Guido Marcondes, Rafael Biondi. Figurino: Alice Luz, Asumi Hiramoto. Montagem e Edio de Msica: Juliette Yu-Ming. Colaborao na Montagem: Antonio Gil Leal. Msica Original: Daniel Rebel, Diego Duarte, Victor Astorga. Desenho de Som: Juliette Yu-Ming, Alexandre Brasil. Edio de Som: Alexandre Brasil. Mixagem (5.1; 2.0): Alexandre Jardim, CTAV. Produo de

    Finalizao de Som: Maria Byington, Artesanato Digital Produes. Finalizao de Imagem: Eric Paiva, Toms Breves. Superviso de Finalizao de Imagem: Gabriel Durn. Msicas Adicionais: Aakaash Israni (When), One Man Nation, Bambu Wukir, Iman Zimbot (The Future Sounds of Folk: Future Movement 4). Imagens de Arquivo: Prelinger Archive. Arte de Cartaz: Miguel Bandeira. Arte de DVD: Maca MartinezContato: Juliette Yu-Ming - [email protected]

    A MuLHeR que AMOu O venTOMG, 2014, 67min

    Uma mulher vive solitria no alto de uma montanha, onde se envolve intimamente com o vento. A imagem como um vento que se lana livre na direo das coisas.

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    Direo: Ana MoraviElenco: Thas Dahas e Dellani LimaEquipe Produo: Ana Moravi & Dellani Lima. Fotografia: Dellani Lima. Assistente de Direo, Produo e Stills: Maria Caram. Som Direto, Desenho de Som e Trilha Original: Miguel Javaral. Montagem: Ana Moravi & Dellani Lima. Figurino: Ana Moravi & Dani Cristine. Preparao Corporal: Yay Costa. Figurao: Daniel Nascimento Pereira, Eloy Alves Magalhes, Domingos Taciano. Assistncia de Produo: J Moraes, Maria Isabel Vieira, Maria de Lourdes Vieira, Maria Rita Vieira, Salom Menezes, Ernani Gomes, Eloy Alves Magalhes, Eder Sabino, Eduardo Pires. Agradecimentos: J Moraes, Jos Vieira, Dellani Lima, Thas Dahas, Maria Caram, Miguel Javaral, Yay Costa, Dani Cristine, Tati Boaventura, Alexandre Veras, Simone Cortezo, Eloy Alves Magalhes, Maria Estevo, Daniel Nascimento Pereira, Domingos Taciano, Joaquim (MST - Acampamento Ho Chi Min), Maria Isabel Vieira, Ernani Gomes, Maria Rita Vieira, Maria de Lourdes Vieira, Jernimo Penaforte.Contato: Ana Moraes Vieira - [email protected]

    LOngA 285 min

    CCBB RJ Cinema I - Quarta, 18/03, 20hCinema II - Sbado, 28/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Quinta 16/04, 20h

    CCBB SPCinema - Quarta, 06/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Quinta, 04/06, 20h

    dROMedRiO nO ASFALTORS, 2014, 85min

    Dromedrio no Asfalto feito de dois movimentos: o andar e o sentir. Andar sob o cu do inverno platino; e sobre o asfalto.Sentir sob o silncio da jornada; reviver as memrias afetivas. Pedro anda e sente; caminha e cruza a fronteira entre pases irmos, Brasil e Uruguai. Segue em busca de um homem que, assim como ele, vive recluso em suas prprias memrias: seu pai.

    Direo: Gilson VargasElenco: Marcos ContrerasEquipe: Roteiro e Direo: Gilson Vargas. Direo de Fotografia: Bruno Polidoro. Assistncia de Fotografia: Luciana Baseggio. Direo de Produo: Itamony Barros. Captao, edio e desenho de som: Gabriela Bervian. Msica Original: Gilson Vargas. Montagem: Vicente Moreno. Produo Executiva: Gilson Vargas, Vicente Moreno, Bruno Polidoro, Gabriela Bervian e Lisiane Cohen. Produo: Pata Negra, em co-produo com Ponto Cego e Boomboom. Produtores Associados: Gilka Vargas, Marcos Contreras, Guilerme Keenan e Besouro Filmes. Festivais: Primeiro Corte ProduesContato: Gilson Vargas - [email protected]

  • 452 0 1 5 M F L

    LOngA 392 min

    CCBB RJ Cinema I - Quinta, 19/03, 17hCinema II - Sexta, 27/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Sexta 17/04, 20h

    CCBB SPCinema - Quinta, 07/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Sexta, 05/06, 20h

    A vidA PRivAdA dOS HiPOPTAMOSSP, 2014, 91min

    A Vida Privada Dos Hipoptamos um filme sobre Christopher Kirk, um tcnico de informtica americano que se muda para Colmbia aps ter lido um artigo sobre os hipoptamos, de Pablo Escobar. Tambm um filme sobre a histria de V., um relato que Kirk obsessivamente conta e reconta sobre a sua paixo por uma misteriosa mulher nipo-colombiana, histria que pode ou no ter a ver com a sua priso em 2009 no Brasil por trfico internacional de drogas. Alm disso, tambm um filme sobre dois diretores brasileiros tentando desvendar Chris e se infectando com uma forma de compulso narrativa muito parecida com a que o levou a viajar para Colmbia originalmente.

    Direo: Mara Bhler e Matias MarianiEquipe: Produo: Matias Mariani. Produo Executiva: Luis Dreyfuss e Marlia Alvarez Melo. Dir.Fotografia: Pedro Eliezer e Basil Shadid. Som direto: Juliano Zoppi, Matt Sheldon, Nikolas DrankBrett Mcdonald. Edio de Som/Mixagem: Beto Ferraz. Montagem: Luisa MarquesContato: Primo Filmes - [email protected]

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  • 46 M F L 2 0 1 5

    LOngA 485 min

    CCBB RJ Cinema I - Sexta, 20/03, 20hCinema II - Quinta, 26/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Sbado 18/04, 16h30

    CCBB SPCinema - Sexta, 08/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Sbado, 06/06, 20h30

    A MiSTeRiOSA MORTe de PROLACE, 2014, 62min

    Longe de casa, vivendo sozinha em um apartamento antigo e sombrio, Prola sente os efeitos de um tempo que passa pesado e mordaz, sendo cada vez mais tomada por nostalgia e medo, solido e pavor, a um ponto onde sonho, fantasia e realidade perdem suas fronteiras.

    Direo: Guto Parente e Ticiana Augusto LimaElenco: Ticiana Augusto Lima, Guto ParenteEquipe Produtora, diretora de arte e figurino: Ticiana Augusto Lima. Roteiro, direo e montagem: Guto Parente. Edio de som e mixagem: rico Paiva (Sapo). Trilha sonora original: Rodrigo Dario, Simon Fernandes e Uir dos ReisContato: Ticiana Augusto Lima - [email protected]

    RudOS MudOS MG, 2014, 23min

    Durante todo aquele dia de outono, quando as nuvens baixas pairavam nos cus, ela caminhou sozinha pelas terras desoladoras. E finalmente quando as sombras da tarde caram, ela avistou a melanclica casa.

    Direo: Haendel MeloElenco: Kelly CriferEquipe Roteiro, Direo e Edio: Haendel Melo. Produo: Haendel Melo, Stephanie Romualdo, Diogo Lisboa, Rick Mello, Juliana Antunes. Direo de Fotografia: Diogo Lisboa, Rick Mello. Som: Glaydson Mendes. Direo de Arte: Nria Manresa. Assistente de Direo e Figurino: Stephanie Romualdo. Assistente de Fotografia: Ceres Canedo. Mixagem: Luciano CalelloContato: Haendel Melo - [email protected]

  • 472 0 1 5 M F L

    LOngA 573 min

    CCBB RJ Cinema I - Sbado, 21/03, 16hCinema II - Quarta, 25/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Domingo, 19/04, 16h30

    CCBB SPCinema - Sbado, 09/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Domingo, 07/06, 20h

    unTiTLed: nO idenTiFicAdO RJ, 2014, 9min

    ...curta-metragem: transmisso radiofnica: work in progress: em movimento: instvel: de origem desconhecida: movedio: mutante: anrquico: classificao livre: nenhuma das respostas anteriores: untitled: no identificado... Filme criado a partir da transmisso da invaso marciana no programa de rdio Guerra dos Mundos do Orson Welles de 1938 e das manifestaes que tomaram conta do pas em junho de 2013.

    Direo: Sidney SchroederEquipe Diretor e Roteiro: Sidney Schroeder. Edio: Rafael Fracacio. Edio de Som: Ftima ArajoContato: Fita Banana Produes Artsticas Ltda - [email protected]

    inTeRvenOPE, 2014, 4min

    Vamo detonar essa porra.

    Direo: Pedro Maia de BritoElenco: Gabriela Luque, Bernardo Valena

    Outros: Direo, Roteiro, Fotografia, Edio: Pedro Maia de Brito. Produo: Beto Eiras, Isabella Alves, Pedro Maia de Brito. Produo Executiva: Vitor Cunha, Pedro Maia de Brito. Captao e Edio de udio e Foley: Beto Eiras, Caio Nigro, Ivan Nigro, Pedro Maia de Brito. Mixagem e Desenho de Som: Ivan NigroContato: Pedro Maia de Brito - [email protected]

    AquiLO que FAzeMOS cOM AS nOSSAS deSgRAASPR, 2014, 60min

    Formado por imagens apropriadas de diversos suportes, o filme narra a fbula dos monstros, descrevendo a condio humana a partir de uma percepo trgica e desoladora.

    Direo: Arthur TuotoEquipe: Direo, montagem, produo: Arthur TuotoContato: Arthur Tuoto - [email protected]

  • 48 M F L 2 0 1 5

    LOngA 683 min

    CCBB RJ Cinema I - Domingo, 22/03, 18hCinema II - Segunda, 23/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Segunda, 20/04, 18h30

    CCBB SPCinema - Domingo, 10/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Segunda, 08/06, 20h

    JARdiM ATLnTicOPE, 2012, 83min

    Um musical brasileiro. Um casal no conflito entre posse e a liberdade de viver um amor.

    Direo: Jura CapelaElenco: Sylvia Prado, Mariano Mattos Martins, Fransrgio ArajoEquipe Roteiro: Jura Capela. Fotografia: Pablo Baio. Montagem: Rodrigo Lima. Produo: Elaine Soares de Azevedo, Leonardo Pirovano, William Cubits. Msica: Pupillo Oliveira. Arte: Ananias de Caldas, Elaine Soares de Azevedo, Karen ArajoContato: Elaine Soares de Azevedo / Jura Filmes - [email protected]

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  • 492 0 1 5 M F L

    LOngA 780 min

    CCBB RJ Cinema I - Segunda, 23/03, 20hCinema II - Domingo, 22/03, 19h30

    CCBB DFCinema - Quarta, 22/04, 20h

    CCBB SPCinema - Segunda, 11/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Quarta, 10/06, 20h15

    PingO dguA

    PB, 2014, 80min

    Quatro histrias sobre parceria e amizade acontecem simultaneamente em 4 diferentes partes do Brasil.

    Direo: Taciano ValrioEquipe Produtor, diretor e roteirista: Taciano Valrio. Produtor executivo: Cavi BorgesContato: Cavi Borges - [email protected]

    492 0 1 5 M F L

  • 50 M F L 2 0 1 5

    LOngA 8108 min

    CCBB RJ Cinema I - Quarta, 25/03, 20hCinema II - Sbado, 21/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Quinta, 23/04, 20h

    CCBB SPCinema - Quarta, 13/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Quinta, 11/06, 20h

    eLA vOLTA nA quinTAMG, 2014, 108min

    Algum partiu, algum ficou.

    Direo: Andr Novais OliveiraElenco: Maria Jos de Novais Norberto Francisco de Novais renato de Novais lida Silpe Carla PatrcioEquipe Direo de fotografia: Gabriel Martins. Captao de udio: Maurlio Martins. Arte: Tati Boaventura. Assistncia de produo: Lygia Santos. Tratamento de udio: Fbio BaldoContato: Andr de Novais Oliveira - [email protected]

  • 512 0 1 5 M F L

    LOngA 974 min

    CCBB RJ Cinema I - Quinta, 26/03, 19h30 * Sesso comentada pelos diretores dos filmes premiadosCinema II - Sexta, 20/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Sexta, 24/04, 20h

    CCBB SPCinema - Quinta, 14/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Sexta, 12/06, 20h

    BATguAnOPB, 2013, 74min

    ramos ento um s ser duplo vivo transformado com duas cabeas pensando e logo nos tornamos smbolo da perfeio do novo ser em sua mxima evoluo e potncia e desejo e vontade e expanso e comeamos a viajar pelo universo por todas as galxias divulgando nossa dupla de repentistas punk-rock completos porque a Terra havia ficado pequena demais para ns dois.

    Direo: Tavinho TeixeiraElenco: Everaldo Pontes; Tavinho Teixeira Equipe Produo Executiva: Ana Barbara, Cristhine Lucena, Ramon Porto Mota. Direo de Produo: Virginia Duan. Fotografia: Marcelo Lordello. Arte: GigaBrow, Digenes Mendona. Som: Danilo Carvalho. Montagem: Arthur LinsContato: Ramon Porto Mota - [email protected]

  • 52 M F L 2 0 1 5

    LOngA 1072 min

    CCBB RJ Cinema I - Sexta, 27/03, 20hCinema II - Quinta, 19/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Sbado, 25/04, 20h15

    CCBB SPCinema - Sexta, 15/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Sbado, 13/06, 20h15

    O gigAnTeScO MPE, 2014, 72min

    Experimentador cientfico, artista plstico, inventor. O cotidiano criativo de Evangelista Igncio de Oliveira a matria-prima para o documentrio O Gigantesco Im. Rodado no serto pernambucano, o filme passeia pelo universo de sua obra, pensamento e vida e registra o processo de contato de mais de 10 anos entre Evangelista e os realizadores.

    Direo: Petrnio e Tiago ScorzaElenco Depoimentos de: Evangelista Igncio de Oliveira, Larcio Ribeiro, Rui Grdi, Chofreu, Jos Freire (Ded de Jandira), Oliveira Burrego Lima, Genaro, Lameu, Enoque Carvalho (Noquinha), Ivaldo Carvalho, Elisirio Nunes (Elisinho), Dirson Ribeiro, Richard McGill, Antnio Cavalcante, Alisson Cavalcante, Jamerson Silva, Nildo de Souza, Romrio Cavalcante.Equipe: Produtora: Mont Serrat Filmes. Roteiro e Fotografia: Marcos Carvalho, Petrnio e Tiago Scorza. Fotografia adicional: Evangelista Igncio de Oliveira (35mm), Lourival Cuquinha. Animao: Daniela Brilhante e Lourival Cuquinha. Montagem: Esdras Montgomery. Montagem adicional: Rodrigo Savastano. Produo Executiva: Marcos Carvalho. Produo: lvaro Severo e Ricardo Brando. Som direto: Phelipe Joannes (Cabea) e Ednilson Brito Nogueira (Nilso). Edio e Desenho de som, Mixagem: Guga S. Rocha. Trilha musical: Petrnio e as Criaturas. Trilha adicional: Guga S. Rocha. Cmera e Som Direto Adicionais: Jura Capela. Imagens Areas: lvaro Severo, Marcos Carvalho. Imagens de arquivo VHS: Domingo Savio Nogueira dos Santos, Bilu. Correo de Cor: Fabrcio Batista. Assistente de produo: Jackline Meira, Beto Gomes, Zaratustra. Still: lvaro Severo. Identidade Visual: Glaustemberg Carvalho, Alice Gouveia. Produo para uso de obras autorais: Elaine Olinda.Contato: Marco Antonio Bonachela de Barros - [email protected]

  • 532 0 1 5 M F L

    LOngA 1180 min

    CCBB RJ Cinema I - Domingo, 29/03, 18hCinema II - Quarta, 18/03, 17h30

    CCBB DFCinema - Domingo, 26/04, 20h15

    CCBB SPCinema - Sbado, 16/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Domingo, 14/06, 20h

    RiO cigAnOSP, 2013, 80min

    Rio Cigano conta a histria da cumplicidade entre duas meninas ciganas, Kaia e Reka, violentamente separadas na infncia e criadas em mundos distantes.

    Direo: Julia ZakiaElenco: Kaia e Condessa: Georgette Fadel. Av cigana: Leuda BandeiraEquipe Fotografia: Adrian Cooper. Direo de arte: Mnica Palazzo. Desenho de som: Guile Martins. Montagem: Id Lacreta. Produo executiva: Patrick Leblanc.Contato: [email protected]

    532 0 1 5 M F L

  • 54 M F L 2 0 1 5

    LOngA 12116 min

    CCBB RJ Cinema I - Domingo, 29/03, 19h30Cinema II - Segunda, 16/03, 18h30

    CCBB DFCinema - Segunda, 27/04, 20h

    CCBB SPCinema - Domingo, 17/05, 19h30

    CCBB BHTeatro II - Segunda, 15/06, 18h

    YORiMATRJ, 2014, 116min

    Duas mulheres em meio ao movimento hippie dos anos 70 se unem pelo sonho de liberdade. Luhli e Lucina vivem em seu cotidiano criativo de uma comunidade alternativa a experimentao musical radical e se tornam pioneiras no cenrio independente brasileiro. Com cerca de 800 composies, do violo aos tambores artesanais que constroem e tocam, dizem no s gravadoras e mergulham na umbanda e na criao artstica. Seu companheiro de um relacionamento em trisal, o fotgrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca, registra tudo em filmes super 8mm.

    Direo: Rafael SaarElenco: Luhli, Lucina, Luiz Fernando Borges da Fonseca, Ney MatogrossoEquipe produo: Daniela Santos, Eduardo Ades, Eduardo Cantarino, Rafael Saar. Produo executiva: Daniela Santos, Eduardo Ades. Direo de produo: Eduardo Cantarino. Pesquisa: Adil Lepri, Rafael Saar. Desenho sonoro: Thiago Sobral. Som direto: Eduardo Silva. Mixagem: Jesse Marmo. Animaes: Daniel Sake. Direo de arte: Luciano Caetano. Montagem: Rafael Saar. Montador-assistente: Leandro Calixto. Direo de fotografia e cmera: Lucas Barbi. Argumento e direo: Rafael Saar. Empresas produtoras: Imagem-Tempo, Dilvio Produes, Tela Brasilis. Co-produo: Canal BrasilContato: Rafael Saar - [email protected]

  • 552 0 1 5 M F L

    PAnORAMAS LivReS

    Os Panoramas Livres so, juntamente com os Longas Livres, a nata da MFL, onde esto os filmes que mais insteressaram curadoria durante os trs meses de processo seletivo. Dentre os destaques dos destaques esto os 6 curtas e 2 mdias premiados, cujas ses-ses no Cinema 1 do Rio de Janeiro sero comenta-das pelos seus respectivos diretores, que na ocasio recebero os trofus Filme Livre!

  • 56 M F L 2 0 1 5

    PAn 166 min

    CCBB RJ Cinema I - Quarta, 18/03, 18hCinema II - Domingo, 05/04, 17h30

    CCBB DFCinema - Quarta, 15/04, 18h30

    CCBB SPCinema - Quarta, 06/05, 18h

    CCBB BHTeatro II - Quarta, 03/06, 20h

    viSTOS eM vOLTA RJ, 2014, 10min

    No ventre, o beb acredita que o tero o universo. Ao nascer, h um vislumbre de luz e uma mudana de espao.

    Direo: Andre PyrrhoEquipe Voz: Maria di Lia Oliveira. Msica original: Igapo de Almaz com participao de Augusto Serquis. Trilha sonora original: Andre Pyrrho & Pedras PedrasContato: [email protected]

    Cmera segue uma mulher percorrendo uma srie de planos da existncia e acaba se confundindo com seu principal objeto de ateno.

    Direo: Thiago ZamprognoEquipe Direo, Roteiro, Montagem e Som: Thiago Zamprogno. Produo: Thiago Zamprogno e Hanna-Maria HammariElenco: Hanna-Maria Hammari Contato: [email protected]

    viSLuMBReSRN, 2014, 7min

  • 572 0 1 5 M F L

    eFeiTO cASiMiRORJ, 2013, 15min

    eRivALdO - O ASTROnAuTA MSTicOSC, 2013, 6min

    8 de maro de 1980, 5h20min da manh: 10.000 pessoas permanecem em silncio olhando para o cu espera de um disco voador vindo de Jpiter. Edlcio Barbosa, o mensageiro de Jpiter, havia anunciado a misso extraterrena alguns meses antes e, misteriosamente, o fato ganhou propores internacionais. Uma histria que mais parece filme de fico-cientfica aconteceu de fato no municpio de Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro. A mdia cobriu amplamente o evento registrando a presena ostensiva do exrcito, toda estrutura montada pela prefeitura e a chegada de milhares de pessoas de diversas cidades do Brasil - e at do exterior - que transformaram o local em um Woodstock ufolgico brasileiro.

    Direo: Clarice SalibyEquipe Direo e Roteiro: Clarice Saliby. Produtor executivo: Clarice Saliby. Fotgrafo: Paulo F. Camacho. Tcnico de Som: Pedro Saldanha. Edio: Clarice Saliby. Arte: Carlos Bla. Desenho de Som: Beto Ferraz. Trilha Sonora: Brad Rose & Ricardo Donoso. Produo: Cinema em Dia. Co-produo: Mistika PostContato: Clarice Saliby de Simoni - [email protected]

    As viagens exploratrias do homem a Marte comearam em 1988. Desde que mantido sigilo total, um grupo seleto de jornalistas espalhados pelo planeta ficaram a par destas excurses, entre eles alguns jornalistas do staff de um famoso factide brasileiro. Os relatrios dos astronautas so raros, mas constantes e entregues de duas formas: relatos em udio e filmagens dos passeios a campo, estrelados pelo corajoso astronauta alagoano Erivaldo Mattus. Com o desaparecimento misterioso de nosso heri, chegada a hora de alguns destes relatos virem ao conhecimento do pblico, atravs dos infalveis arquivos acumulados por Gurcius Gewdner.

    Direo: Gurcius GewdnerElenco: Erivaldo Mattus (O Astronauta), Rupi (O Co Astronauta)Equipe Narraes: Priscila Menezes, Marcius Gewdner & Rodrigo Fonseca.Trilha Sonora: Os Legais, Orchestra Z Felipe, Chatran 2000 & Wandon Bellou. Fotografia, montagem, produo e direo: Gurcius Gewdner.Contato: Gurcius Gewdner - [email protected]

  • 58 M F L 2 0 1 5

    PequenO OBJeTO A RJ, 2014, 15min

    FiLMe cASeiRO - nOiTe eSTReLAdARS, 2014, 13min

    Em algum lugar do passado, uma bomba atmica explode e o mundo fica reduzido a cinzas. Shiro Ishio um cientista que ajudou a desenvolver a bomba e agora tenta entender as suas consequncias: uma estranha anomalia e uma misteriosa menina.

    Direo: Daniel AbibElenco: Katsushi Makino, Mika MakinoEquipe Direo de Fotografia: Isadora Relvas. Direo de Arte: Guilherme LatiniContato: Daniel Abib - [email protected]

    O filme parte da tentativa de criar uma fico, a partir de um mergulho em meus registros caseiros de passagens, lugares e situaes cotidianas, obtidos num perodo que vai de 2004 a 2010. As imagens foram captadas em VHS, VHS-c e Mini-DV e quando transpostas para os meus digitais acabam por explicitar sua precariedade e, paradoxalmente, do ao vdeo, no resultado final, um corpo prprio.

    Noite Estrelada a primeira parte de uma srie de trs vdeos e conta a estria, neste primeiro momento, de A. Hegus, enclausurado em sua casa com suas memrias iluminadas e reflexes solitrias em uma noite de tempestade.

    Direo: Dirnei PratesElenco: Nelton PellenzEquipe Cmera: Dirnei Prates e Nelton Pellenz. Edio: Dirnei Prates. Msica (gentilmente) cedida: Atemporal, de Sara No Tem NomeContato: Dirnei Prates - [email protected]

  • 592 0 1 5 M F L

    PAn 273 min

    CCBB RJ Cinema I - Quinta, 19/03, 19h * Sesso comentada pelos diretores dos filmes premiadosCinema II - Sbado, 04/04, 17h30

    CCBB DFCinema - Quinta, 16/04, 18h30

    CCBB SPCinema - Quinta, 07/05, 18h

    CCBB BHTeatro II - Quinta, 04/06, 18h30

    ediFciO TATuAP MAHALSP, 2014, 10min

    10-5-2012BA, 2014, 19min

    Minha tia me disse um dia que um vizinho da gente tinha TOC.

    Direo: lvaro AndradeElenco: lvaro Andrade e Igor EpifnioEquipe: lvaro Andrade (direo, roteiro, fotografia, cmera, montagem)Contato: lvaro Andrade - [email protected]

    do seu verdadeiro objetivo: voltar para So Paulo e resgatar sua honra.

    Direo: Carolina Markowicz e Fernanda SalloumElenco: Daniel Hendler (Voz)Equipe Direo e roteiro: Carolina Markowicz e Fernanda Salloum. Animao: Fabio Yamaji. Produo: Krysse Mello. Edio: Rami DAguiar. Fotografia: Mario Daloia. Direo de Arte: Fernanda SalloumContato: Carolina Markowicz - [email protected]

    Javier Juarez Garcia um boneco de maquete argentino que veio trabalhar nos stands de venda de apartamentos de So Paulo, aproveitando o boom imobilirio da cidade. Depois de uma grande decepo, Juarez decide mudar de vida e seguir sem rumo pelo mundo. Mas ele no esquece

  • 60 M F L 2 0 1 5

    gigAnTeRJ, 2014, 12min

    e SP, 2013, 17min

    Quando voc volta pra casa e v que tudo parecia muito maior.

    Direo: Rafael SpnolaEquipe: Roteiro: Rafael Spnola e Andr Novais Oliveira. Diretora de Fotografia: Brbara Bergamaschi. Colorizao: Lana Lo Bianco. Mixagem: Lobo Mauro. Montagem: Gabriel Medeiros.Assistncia de Montagem: Joo GilaContato: Rafael Spnola - [email protected]

    Estacionamento. Es-ta-cio-na-men-to. Do latim, statio. Ficar de p, ficar parado.

    Direo: Alexandre Wahrhaftig, Helena Ungaretti e Miguel Antunes RamosElenco: Silvio Restiffe (narrao)Equipe Produo: Gustavo Rosa de Moura e Juliana Donato. Roteiro: Miguel Antunes Ramos. Pesquisa: Helena Ungaretti. Diretor de fotografia: Alexandre Wahrhaftig. Montador: Lia Kulakauskas. Captao de som: Andr Bomfim. Edio de som: Fernando Henna, Srgio AbdallaContato: RM Produes Artsticas LTDA - [email protected]

  • 612 0 1 5 M F L

    ReTRATO n.1 POvO AcORdAdO e SuAS 1000 BAndeiRASSP, 2013, 5min

    Um rosto em quadro, um coro furioso fora dele. Um pequeno fragmento das manifestaes de 2013, na tentativa de revelar as enormes contradies do contemporneo.

    Direo: Edu Yatri IoschpeElenco: O povo acordado.Equipe Direo, Fotografia e montagem: Edu Yatri Ioschpe.Contato: Edu Yatri Ioschpe - [email protected]

    Onde viveM OS MOnSTROS?CE, 2014, 10min

    Era uma vez um pas sem maravilhas.

    Direo: Ythallo RodriguesEquipe Roteiro, Direo, Fotografia, Som, Arte e Produo: Ythallo RodriguesContato: Ythallo Rodrigues - [email protected]

    612 0 1 5 M F L

  • 62 M F L 2 0 1 5

    PAn 375 min

    Uma garota relembra passagens de sua vida e faz de suas memrias um novo caminho a percorrer.

    Direo: Luciana Barretto LemosElenco: Sol Faganello, Gilda Nomacce, Emiliano Dvila, Perseu Ppi. Participao de Ana Paula Lopes, Alessandra Siqueira e Dudu OliveiraEquipe Direo e roteiro: Luciana Lemos. Assistentes de direo: Andrea Mendona e Monique Lemos. Direo de fotografia: Ca Kokubo. Cmera: Ca Kokuko, rica Pascoal e Cadu Machado. Eltrica: Cau Gruber. Assistente de Eltrica: Luiz Sontachi. Direo de Arte: Ingrid Rosa. Assistentes de arte: Alessandra Siqueira e Lilian Mendes. Produo de Objetos: Pietro Saturbano. Figurino: Lilian Mendes. Maquiagem: Karina Idebel. Arte Grfica: Brbara Oeiras. Som direto: Elionai Dias, Marcos Gatinho, Rafael Borges. Mixagem: Willian da Silva. Montagem: Miguel Horta e Ca Kokubo. Finalizao: Toshi Segawa. Produo: Jackie Dolstoy. Assistentes de produo: Csar Costa e Maysa MartinsContato: Luciana Barretto Lemos - [email protected]

    CCBB RJ Cinema I - Sexta, 20/03, 18hCinema II - Quinta, 02/04, 17h30

    CCBB DFCinema - Sexta, 17/04, 18h30

    CCBB SPCinema - Sexta, 08/05, 18h

    CCBB BHTeatro II - Sexta, 05/06, 18h30

    SeTeOiTOSP, 2014, 18min

  • 632 0 1 5 M F L

    LOe e LucYRJ, 2014, 16min

    nuA POR denTRO dO cOuROMA, 2014, 21min

    De volta ao Brasil, Loe Montenegro faz um filme sobre sua vida, suas perdas e seus amores.

    Direo: Isabella Raposo e Thiago BritoElenco: Luiz Alfredo Montenegro e Jandson LopesEquipe Diretor assistente: J.G Ribeiro. Roteiro: Isabella Raposo, Thiago Brito e Luiz Alfredo Montenegro. Produo: Accia Lima, Isabella Raposo e Carolina Lavigne. Dir. de Fotografia: Thiago Brito. Dir. Arte: Accia Lima, Carolina Lavigne, Isabella Raposo e Thiago Brito. Maquiagem: Flor Pizzolato Lpez. Montagem: Accia Lima. Som Direto: Accia Lima. Desenho de som: Fabio Carneiro Leo. Figurino: Carolina LavigneContato: Thiago Brito - [email protected]

    Ela protege sua carne, mas o couro comea a cair.

    Direo: Lucas SElenco: Gilda Nomacce, Miri Possani, Lia Gonalvez de Azevedo Tais Galindo, Dagma Colomby, Marcela Bueno e Teci Jr. PereiraEquipe Direo, Roteiro e Montagem: Lucas S. Dir. de Fotografia: Daniel Donato. Dir. de Arte: Gabriela Lamas. Produo Executiva: Tatiana Sato. Produo: Danielle Menezes e Railane Moreira Moro. Som: Lucas Mendona e Alexandre Jardim. Colorista: Lgia Tiemi Sumi. Storyboard: Lucas KurzContato: Lucas S - [email protected]

  • 64 M F L 2 0 1 5

    TRe cHAT RJ, 2014, 20min

    Devires, fluxos, fazer danar a imagem entre o Butoh e o mundo.

    Direo: Juliette Yu-Ming e Sebastian WiedemannElenco: Gyohei ZaitsuEquipe Direo, filmagem, montagem: Juliette Yu-Ming e Sebastian Wiedemann. Performance: Gyohei ZaitsuContato: Juliette Yu-Ming - [email protected]

  • 652 0 1 5 M F L

    PAn 4 75 min

    CCBB RJ Cinema I - Sbado, 21/03, 17h30Cinema II - Quarta, 01/04, 17h30

    CCBB DFCinema - Sbado, 18/04, 18h30

    CCBB SPCinema - Sbado, 09/05, 18h

    CCBB BHTeatro II -