catálogo da exposição “memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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OLETIM DO ARQUIVO DISTRITAL DE ÉVORA NÚMERO TRÊS SUPLEMENTO Nº 1 DEZEMBRO 2015 B

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Pretende-se dar a conhecer parte do Espólio Documental do Governo Civil de Évora, incorporado neste Arquivo Distrital, composto por centenas de cartazes e panfletos referentes a atividades culturais e desportivas realizadas na cidade de Évora durante 140 anos (1840 a 1980).

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Page 1: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

OLETIM DO

ARQUIVO

DISTRITAL DE ÉVORA NÚMERO TRÊS

SUPLEMENTO Nº 1

DEZEMBRO 2015

B

Page 2: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

9 de junho a 15 de outubro de 2015

C

Memórias das atividades culturais e

desportivas em Évora, 1840-1980

ATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO

Page 3: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

ÍNDICE

Cartaz …………………………………………………………………………………………………………………... 5 Desdobrável ……………………………………………………………………………………………………… 7

Nota de abertura …………………………………………………………………………………………….… 8

Prefácio …………………………………………………………………………………………………………..….. 14

Teatro …………………………………………………………………………………………………………...... 18

Breve História do Teatro em Évora …………………………………………………………...... 19 Cartazes e Folhetos, 1848-1963 ………………………………………………………………..... 20 Cinema …………………………………………………………………………………………………………..…… 42

Os espetáculos públicos e o cinema em Évora a partir da documentação arquivística ………………………………………………………………………………………..……….. 43 Cartazes e Folhetos, 1928-1969 ……………………………………………………….…………. 45 Sociedades e Cafés ……………………………………………………………………………………..………. 81

As Sociedades na Sociedade …………………………………………………...…………………. 82 Cartazes e Folhetos, 1935-1981 …………………………………………………………...….…. 84

Touradas ………………………………………………………………………………………………………….... 110

Subsídios para o estudo da tauromaquia em Évora ……………………...………….. 111 Cartazes e Folhetos, 1849-1954……………………………………………………...……….. 114

Feira de São João ………………………………………...………………………………………………….... 127

A Feira de S. João como «memória visual» revisitada ………………………….... 128

Cartazes e Folhetos, 1929-1982 ……………………………………………………….….….. 130

Festas Populares ……………………………………………………………………………..………………... 145

As festas populares em Évora ………………………………………………………………….... 146 Cartazes e Folhetos, 1961-1983 ……………………………………………………….…….….. 148 Desporto …………………………………………………………………………………………….…………….. 158

Subsídios para o estudo do desporto em Évora ……………………………….………. 159 Cartazes e Folhetos, 1934-1981 ……………………………………………….………………… 161 Reportagem do Diário do Sul …………………………………………………………..…………….. 183 Ficha Técnica …………………………………………………………………………………….………….…..186

Page 4: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

ARTAZ

C

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ESDOBRÁVEL

D

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Página 7 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 8: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

OTA

DE

ABERTURA

N

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Vista geral da Exposição, patente ao público de 9 de junho a 15 de outubro de 2015. Autor: Francisca Mendes Arquivo Distrital de Évora

Page 10: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

O Arquivo Distrital de Évora tem agora a iniciativa de perpetuar a exposição “Memórias das atividades

culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”, patente ao público entre 9 de junho a 15 de outubro de

2015, através da publicação do presente catálogo eletrónico. O nosso objetivo é, também, dar a possi-

bilidade de, a quem pelas mais diversas razões não pode visitar a exposição, visualizar os documentos

selecionados para esta mostra que dá a conhecer documentação sobre as atividades culturais e des-

portivas em Évora num período relativamente longo da história da cidade de Évora. Paralelamente,

foi também produzida uma apresentação em vídeo que poderá ser acedida neste link.

Organizada em sete temas (teatro; cinema; sociedades e cafés; touradas; Feira de São João; festas po-pulares; desporto) a exposição mostra ao público apenas uma ínfima parte de toda a riqueza docu-mental albergada por este Arquivo Distrital no que respeita à cultura e ao desporto. Temos milhares de folhetos, convites e cartazes que, ao serem visados pelo Governo Civil para pagarem a taxa e obte-rem a respetiva autorização, nos permitem hoje reconstituir uma parte substancial das dinâmicas cul-turais e desportivas de Évora. É possível, deste modo, recuperar a memória dos eventos que deram colorido à vida dos eborenses, marcando a agenda pública e contribuindo para a formação dos gostos e para a agitação das paixões individuais.

Promovidas geralmente pelas coletividades ou por investidores privados, destinadas à angariação de

fundos para fins caritativos ou para obtenção de lucro, as atividades culturais e desportivas desperta-

vam o interesse de todas as classes sociais, arrastando-as, nos seus tempos livres, para o lazer. Eram

esses momentos de abstração da realidade diária que criavam espaços de descontração, de sonho, de

produção e de evocação de novos ídolos e de novos valores sociais e de transmissão não formal de

conhecimentos. Toureiros, atores, cantores e jogadores, entre outros, granjeavam a admiração dos

espetadores e ganhavam um estatuto de estrelato nunca antes visto. Eram os símbolos de uma socie-

dade onde as classes populares ganhavam cada vez maior apetência e capacidade para consumir cul-

tura e desporto. A comunicação social favoreceu a exaltação dos agentes culturais e desportivos,

mantendo os leitores a par dos sucessos e das tragédias destas figuras públicas.

Mas as manifestações sociais não se limitavam apenas aos grandes nomes da praça pública. A promo-

ção e a participação nas iniciativas eram transversais a toda a sociedade. As festas populares das cole-

tividades, como os bailes da pinha, do bacalhau ou da borboleta concorriam para o pulsar das vivên-

cias da mesma forma que os chás organizados pelas comissões de senhoras ou os jogos de futebol dos

clubes da cidade. Todos contribuíam com o seu engenho, dedicação e imaginação para que Évora

mantivesse vivacidade e, desse modo, satisfizesse os apetites de um público ávido de atividades.

Todos nós compreendemos qual é a importância da cultura e do desporto. Sem surpresa, todos rete-

mos momentos concretos que marcaram as nossas vidas: um filme, uma música, uma peça de teatro,

um baile ou um jogo de futebol em que recordamos os nossos pais, tios, avós, primos, amigos ou uma

paixão. Aliás, é no campo do amor que as festividades se assumem como meio propício ao encanta-

mento e enamoramento. É também aí o espaço para o reencontro dos nossos parentes e amigos e até

para os ajustes de contas com os nossos adversários. É também aí que se demonstram as aptidões

artísticas e desportivas, alcançando-se o apreço de quem nos rodeia.

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Page 11: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

A cultura e o desporto são escapes ao dia a dia que nos remetem para universos paralelos onde cada

um ganha um novo papel social. Esta reconfiguração da sociedade promoveu mudanças, nomeada-

mente, nas vivências, nos valores e na estética que podem ser facilmente apreendidas através da visu-

alização dos documentos da exposição que agora vos apresentamos e que resulta dos trabalhos inici-

ais do tratamento da documentação do extinto Governo Civil. Esta exposição retrata um mundo, por

vezes já desaparecido, mas em que muitos participaram ativamente.

Logo, ela pertence-lhe muito mais do que a nós.

Venha, portanto, revisitar o seu passado!

Jorge Janeiro

Diretor do Arquivo Distrital de Évora

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Localização geográfica dos espaços onde se realizaram as atividades culturais e desportivas ao

longo dos 140 anos.

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Página 13 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 14: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

REFÁCIO

P

Page 15: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

“Antes del ocio. El sello de la autoridad en los anuncios

de ocio festivo y cultural” María Zozaya*

Bolsa postdoctoral FCT (CIDEHUS)

Desde que Maurice Agulhon presentase su Tesis doctoral sobre círculos, masonería y confraternida-

des a finales de los sesenta, aún sigue hablándose mucho de los espacios de sociabilidad1. Lentamente

fueron proliferando las investigaciones, de las que existen pioneras expresiones historiográficas en el

mundo ibérico2. En la actualidad, se siguen analizando los actos festivos en los círculos masculinos

portugueses3. Pero, en general, son pocos quienes exploran las fiestas y la sociabilidad en un plano

científico, especialmente en comparación con la producción nacida de la prensa; y también son excep-

cionales los estudios de ocio basados en documentación de archivos.

En ese campo de investigación de los actos de sociabilidad, apenas nadie ha hablado de un fenómeno

esencial para que ese ocio tuviera lugar y congregase público: del sello de la autoridad. Se trataba del

paso obligado por la censura en ese largo camino que iban a recorrer los espectáculos antes de llegar

a las manos del espectador en forma de carteles o convites. Era el momento en que los anuncios y

pasquines impresos iban a pasar por los ojos del gobernador civil antes de realizarse el evento4.

A mi juicio, ahí radica la importancia de que el Arquivo Distrital de Évora reúna esta exposición sobre

todos los anuncios del ocio sellados por la autoridad y publique aquí los documentos más relevantes5.

El análisis detenido del contenido de este catálogo bien podría merecer varias tesis de maestrado, que

aquí avanzaría el apéndice documental. En esta ocasión, fue el director del archivo Jorge Janeiro quien

decidió dar prioridad en las exposiciones a estos temas del ocio entre todos los fondos recién llegados

del Gobierno Civil. Dentro de su preocupación por la moderna Historia Social, movilizó a su efectivo

equipo para dedicar una de las primeras exposiciones a estas formas de ocio revisadas por la autori-

dad. Al ofrecer los documentos en este monográfico, el personal del archivo deja el saber a disposi-

ción de la ciudadanía.

____________________

* Doctor Europeus em História pela Universidade Complutense de Madrid. É investigadora especializada em elites e es-paços de sociabilidade no Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS) da Universidade de Évora e membro da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade Harmonia Eborense (SHE). 1 Agulhon, M., La sociabilité méridionale. Confréries et associations en Provence orientale dans la deuxième moitié du XVIII siècle, Aix-en-Provence, Travaux et Mémoires, 1966. 2 Bernardo, M. A., Sociabilidade e distinção em Évora no século XIX. O Circulo Eborense, Lisboa, Cosmos, 2001. 3 Vanquinhas, I., O Casino de Figueira da Foz, Coimbra, Palimage, 2012. 4 Un avance sobre su importancia en. Zozaya, M., “Los anuncios del Ocio”, Sociabilidad y élites, http://sociabilidad.hypotheses.org/878 , 15-10-2015, ISSN: 2444-8052. 5 En un plano general, en la Península Ibérica custodian anuncios de ocio otras colecciones como ephemera (Biblioteca Nacional de España). En la región Evorense, se cuentan buenos ejemplos con motivo de las ferias locales, o perviven colec-ciones privadas sobre las corridas de toros . Algunas colecciones de carteles antiguos pormenorizan eventos feriados: Fe-rias y fiestas de Valladolid: carteles históricos, 1871-2011, Valladolid, Archivo Municipal de Valladolid, 2011. Otros inclu-yen numerosas imágenes, como Vanquinhas, I., Saber perdurar. O Casino de Figueira da Foz, Coimbra, Casino de Figueira da Foz, 2015.

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Page 16: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Los anuncios presentes en este catálogo comprenden una valiosa información histórica sobre la vida

social portuguesa en la época contemporánea. Podría leerse desde diversos enfoques de los que aquí

presentamos algunas sugerencias. Primero, permiten hacer un levantamiento positivista de los even-

tos con sus lugares y fechas. Segundo, muestran los lugares donde tenían lugar los entretenimientos:

el cine tenía lugar en la esplanada, el circo se montaba en la plaza de toros, o el teatro se representa-

ba en la asociación. Muestran la polivalencia de los espacios, indicando las épocas en que no estaban

totalmente especializados y, por tanto, insuficientemente acondicionados. Ese hecho responde a una

escasa especialización propia del fenómeno histórico del desenvolvimiento de tales espectáculos du-

rante el Liberalismo, normalmente se caracterizaba por la reutilización de los mismos locales, vincula-

do a la plurinacionalidad de los espacios antiguos6.

Tercero, ver los anuncios nos introduce en el influyente mundo de la información difundida desde el

poder. Esa documentación permite ver qué datos se transmitían al ciudadano. Muestra qué partes

eran censuradas o requerían modificación para así estar acordes con las normas del decoro social, la

política o los intereses nacionalistas que se querían promover en coyunturas bélicas.

Cuarto, permite definir una sociología del espectador. Desde esa óptica de los asistentes, es plausible

reconocer los gustos de la sociedad alentejana, identificar los espectáculos que más reclamaba, así

como los mensajes destinados a captarles como público, con los registros semánticos que más predo-

minaban al dirigirse a ellos con una determinada propaganda. En definitiva, permiten entrar en el pro-

ceso de la construcción de la industria del consumo que acompañó la creación de la cultura de ma-

sas7.

Quinto, aporta valiosa información sobre el concepto de sociabilidad familiar. Los convites reflejan la

reticencia a admitir todo lo ajeno al mundo endogámico de las parentelas. Así puede inferirse porque

las invitaciones y tickets de paso tienen a menudo la referencia de que en los bailes estaban convida-

das las señoras, pero sólo de la familia. Y en muchos de ellos especificaba a quién se tenía que consi-

derar por tales: a quienes residiesen en una misma casa. De aquel modo, se favorecía la endogamia

social reproducida en estos círculos de ocio8.

Sexto, en ese ámbito del ideal familiar, puede estudiarse la configuración de los perfiles ideales de la

masculinidad o de la feminidad, según los parámetros en que llegaron a concebirse entonces. Así po-

dría plantearse viendo los espectáculos relativos a las guerras y las imágenes de los gimnastas y de los

soldados. Podría relacionarse con la definición de los estereotipos masculinos especialmente en aquel

periodo álgido que fue desde los regionalismos (1880-1900), pasando por los nacionalismos (1900-

1918) hasta la militarización que desembocó en los fascismos (1919-1940)9. Reflejos sociales equiva-

lentes pueden sonsacarse de los carteles donde aparece o se menciona el sector femenino. Podemos

____________________

6 Zozaya, M., «Ocio liberado. El ocio en España durante el siglo XIX», en: El descubrimiento del ocio. Guipúzcoa, Diputación

Foral, Museo Zumalacárregui, pp. 33-65. 7 Salaün, S.y Etienvre, F (eds.), La réception des cultures populaires et des cultures de masses en Espagne (XVIIIe-XXe siècle), Paris, Sorbonne Nouvelle, CREC, 2008, 8 Zozaya, M., “Desigualdad privada, igualdad pública. Mujeres en los clubs masculinos donde prohibían su entrada”, Socia-bilidad y élites, http://sociabilidad.hypotheses.org/894, 16-11-2015, ISSN: 2444-8052. 9 Sobre los modelos masculinos y el deporte difundidos entonces: Uría, J. “Imágenes de la masculinidad. El fútbol español

a principios de los años veinte”, Ayer, 72 (2008).

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Page 17: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

diferenciar varios modelos. Inicialmente predominaría la difusión del perfil ideal de mujer virgen Ma-

ría, como podríamos inferir dos anuncios tipo Blanca Nieves. Después, se refleja también el modelo de

mujer Eva tentando a Adán, como podrían ser los espectáculos de Josephine Baker, cuyas sinuosas

curvas quedaban completamente escondidas en estos anuncios evorenses donde sólo mostraban la

cara. Finalmente, aparece a la mujer sexuada, la trapecista, con las imágenes que rodeaban a las atle-

tas del circo con sus mallas y sus piernas normalmente tan escondidas ante la buena sociedad de la

época. A través de esos perfiles puede inferirse si los anuncios se dirigían a una sociedad conservado-

ra, cuáles eran las figuras de la transgresión y, talvez, de mudanza.

Son numerosos los temas que podrían inventarse mirando esos convites, especialmente para quien

los contempla desde una óptica cultural tras lustros de dedicación a la Historia de la sociabilidad y las

redes sociales. Permite imaginar terrenos aún no explorados sobre la importancia que pueden tener

ese tipo de exposiciones en una capital relativamente pequeña. Históricamente es factible reconstruir

el conjunto de aquellos eventos que fueron anunciados, complementándolo con las reseñas de los

periódicos y las fotografías que lograban recrear el ambiente de sociabilidad cuando finalmente tuvie-

ron lugar10. De esas fotografías se podría ir a la biografía de esos personajes, donde sólo un archivo

privado que guardase las entradas de aquellos eventos nos llevaría de nuevo a todos los espectáculos

que vieron los individuos de su familia, y a todos los espacios de sociabilidad que frecuentaron en sus

vidas asistiendo a muchos de los espectáculos anunciados en la exposición que aquí se refleja.

El Arquivo Distrital de Évora compendia en este catálogo años de experiencias de emociones y entre-

tenimiento condensados bajo la sencilla apariencia de convites y anuncios. Sólo un análisis desde la

Historia de los Sentimientos permitiría llegar a la intensidad vivida y las percepciones del momento en

que joven cualquier entregaba su convite para entrar al bullicio del baile de un sábado incierto de

aquellos años entre 1845 y 1940.

____________________

10 Bernardo, M. A.; Cardoso, A.; Gameiro, F. y Zozaya Monteiro, M., Eborenses, retratos de Eduardo Nogueira, Évora, Câmara Municipal, 2014, pp. 35-50.

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Page 18: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

EATRO T

Page 19: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Francisca Mendes*

O teatro em Évora tem uma longa tradição, que remonta ao século XVI, com registos da realização de

peças teatrais na cidade, como são exemplo “Tragédia de Tobias”, em 1563, e “Juramento do Reitor e

Lentes da Universidade”, em 1565.

É ainda no século XVI, com Gil Vicente, que o teatro se desenvolve e atinge uma dimensão nacional.

Este dramaturgo escreveu e pôs em cena cerca de 50 autos, alguns dos quais representados nesta ci-

dade, onde viveu cerca de 15 anos, nomeadamente com a realização de representações no Palácio de

D. Manuel.

Há ainda a salientar a ação dos padres jesuítas, que, durante 200 anos de permanência na Universida-

de de Évora, prepararam várias peças de teatro, umas doutrinais – com o objetivo de ensinar os alu-

nos – e outras que realizavam por ocasião de visitas reais à cidade. Destas últimas é exemplo a realiza-

ção de uma encenação para receber o Rei D. Sebastião, que frequentemente visitava a cidade, como

nos indica Alexandre Passos, através de uma citação de Frei Manuel dos Santos, na “História Sebásti-

ca”:

“…foi el Rei para Évora onde entrou no último dia de Outubro de 1572. Esteve naquela cidade até 2 de

Janeiro do ano seguinte e no meio tempo viu um Auto da Fé, de que fazem especial lembrança as me-

mórias coetâneas; porque queimaram dezoito réus naqueles princípios da inquisição […]. Celebrou-se

o Auto na Praça da Cidade sobre um teatro, que fabricaram encostado à casa da Câmara e sobre a es-

cada da mesma casa uma tribuna, ou estância, donde viu el Rei, e seus dois tios o Cardeal Dom Henri-

que, e o Infante Dom Duarte, e diante d’el-rei o alferes mor D. Luís de Menezes com o estoque Real

desembainhado, significando ser el Rei Defensor da Fé”1.

Alexandre Passos descreveu também várias peças de teatro realizadas no século XVII, como é exem-

plo, entre outras manifestações solenes, o Auto da Fé realizado na praça da cidade, apresentado ao

rei Filipe III numa das suas visitas à cidade.

“No domingo 19 de maio, que foi dia do Espirito Santo, houve cadafalso na praça da Cidade junto com

a Camara, a varanda da qual se armou toda de tellas, e nella esteve ElRey com suas altezas debaixo de

hum rico docel. Desta varanda fizeram um passadiço até casa que ficam na boca da rua do Paço, todo

forrado de sedas: […]. No cadafalso saíram cento e vinte e quatro penitentes, de que foram relaxados

quatro homens e oito mulheres. Depois de acabado o Auto, foi ElRey com suas Altezas offerecerse ao

menino Jesus, e entrou no Convento das freiras onde fizeram também colação”2.

____________________

* Técnica Superior no Arquivo Distrital de Évora.

1 Alexandre Passos, “Algumas representações teatrais em Évora”, in A Cidade de Évora, nº 61-62, Câmara Municipal de Évora, 1978-79. P. 102.

2 Id. e ibidem. P. 104.

Página 19 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Breve história do teatro em Évora

Page 20: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Nos séculos XVII e XVIII valorizou-se a ópera italiana, que deu origem à primeira ópera portuguesa, “La

Pazienza di Socrate”, da autoria de Francisco António de Almeida, e desenvolveu-se o teatro de cor-

del. No entanto, a participação de mulheres nas representações públicas foi proibida por D. Maria II e

só regressaram à cena no último ano do século XVIII, por solicitação do ator António José da Palma.

Para o século XIX existem registos de funcionamento de vários teatros no distrito de Évora, descritos

pelo Administrador do Concelho desta cidade, João Rafael de Lemos. Segundo ele, nesta cidade existi-

am o Teatro de Variedades e o Teatro das Casas Pintadas.

O Teatro de Variedades funcionava na Rua do Borralho. Foi instituído por José António Sardinha em

1841 e possuía 31 camarotes, 170 lugares de plateia, 90 varandas e uma orquestra composta por 14

músicos que tocavam os seguintes instrumentos: 14 rabecas (violinos), 1 clarinete, 1 flauta, 1 corne-

tim, 2 trompas, 1 trombone, 1 contrabaixo, 1 violoncelo, 1 figle e 1 timbaleiro. Por indicação de João

Rafael Lemos, sabe-se que este Teatro deixou de funcionar por volta de 1861.

O Teatro das Casas Pintadas, um dos mais antigos da cidade, era de grande importância na época.

Funcionava no Largo das Casas Pintadas, no solar que terá pertencido ao almirante Vasco da Gama,

foi instituído por António José Salvado em 1827 e possuía 33 camarotes, 154 lugares de plateia, 100

varandas e 7 torrinhas. A orquestra era composta pelo mesmo número de músicos e de instrumentos

que possuía o Teatro de Variedades.

A Rainha D. Maria II esteve no Teatro das Casas Pintadas em outubro de 1843, onde assistiu a uma

récita. Após esta importante visita real, o teatro passou a designar-se por Teatro Nacional de Évora.

Este Teatro entrou em declínio na década de 80 do séc. XIX, manifestando elevado estado de degra-

dação, e foi encerrado pelas autoridades no final da década. No edifício apenas se mantiveram, até

1893, os famosos e animados bailes de máscaras que aí se realizavam desde 1861, conforme o teste-

munho de Alexandre Passos: “não havia sítio onde pôr um pé senão de baixo de outro pé”. Na década

de 90, foi vendido em hasta pública e transformado em celeiro.

Para além da existência destas duas casas de teatro em Évora, no século XIX, a revista Cidade de Évo-

ra, nº 61 de 1978-79 menciona ainda as seguintes: o Teatro Eborense, que se localizava no Pátio de

São Miguel, onde existiu, em 1892, um grupo de teatro infantil; o Teatro Recreio Familiar Eborense,

na Rua do Raimundo; a Sociedade Dramática Mendes Leal, na Rua das Amas do Cardeal; o Grupo Dra-

mático da Sociedade Harmonia, na Praça do Geraldo; o Teatro Camilo Castelo Branco, na Rua da Mes-

quita. A referida revista menciona ainda alguns teatros desmontáveis no Rossio de São Brás: o Teatro

Popular, o Teatro Serpa Pinto, o Teatro Barraca e o Teatro Dramático.

Evidentemente, ainda no século XIX, menciona-se a sala de teatro mais emblemática da cidade, o Tea-

tro Garcia de Resende. Foi construído com o objetivo de colmatar o elevado desemprego devido ao

mau tempo que se fazia sentir no distrito e que dificultava os trabalhos no campo. A ideia da constru-

ção do Teatro surgiu ao Dr. Abel Martins Ferreira, durante uma conversa de amigos no Círculo Ebo-

rense, onde estava presente o grande lavrador alentejano José Ramalho Dinis Perdigão, que tomou a

peito a sua concretização3.

____________________ 3 Arquivo Distrital de Évora, Fundo Histórico Municipal, Livro de construção do Teatro Garcia de Resende, nº 190.

Página 20 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 21: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Em 20 de fevereiro de 1881, também no Círculo Eborense, teve lugar a reunião que iria eleger a co-

missão de trabalho encarregada de elaborar o projeto de estatutos da Companhia Eborense, fundado-

ra do Teatro Garcia de Resende.

A construção iniciou-se em 11 de abril de 1881 e desenvolveu-se, sem interrupção, até maio de 1883,

sob a direção do construtor Manuel de Oliveira e Silva.

A morte do benemérito José Ramalho Perdigão, em 29 de janeiro de 1884, provocou um atraso de

dois anos nos trabalhos de construção. As obras foram retomadas pelo Dr. Francisco Eduardo de Ba-

rahona Fragoso, após o seu casamento com a viúva de José Manuel Perdigão, D. Inácia Angélica Fer-

nandes Ramalho.

A obra ficou concluída em 1890 e o teatro foi inaugurado no dia 1 de junho de 1892, com o drama ori-

ginal português de Eduardo Schwalbach, O Íntimo, encenado pela Companhia de Teatro D. Maria II.

O ciclone ocorrido em fevereiro de 1941 destelhou o edifício e o inverno rigoroso causou danos nas

abóbadas e pinturas do teto da sala de espetáculos.

Entre os anos de 1943 e 1966, o Teatro esteve alugado a empresas cinematográficas, por 500$00

mensais, para exibição de peças teatrais, cinema, concertos e bailes. Em 1975, foi ocupado pelo Cen-

tro Cultural de Évora e é atualmente gerido pelo Centro Dramático de Évora (CENDREV).

Bibliografia

Arquivo Distrital de Évora, Fundo Histórico Municipal, Livro de construção do Teatro Garcia de Resen-

de, nº 190.

PASSOS, Alexandre, “Algumas representações teatrais em Évora”, in A Cidade de Évora, nº 61-62, Câ-

mara Municipal de Évora, 1978-79. P. 102.

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Page 22: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 22| dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Nacional de Évora, 1848

Funcionou no Teatro das Casas Pintadas, que após a visita da Rainha D. Maria II em 1843 co-meçou a designar-se Teatro Nacional de Évora. “A Pobre das Ruinas, a 1ª Representação do Drama Original em prologo e 3 actos do sr. Men-des Leal, Auctor do Homem da Mascara Negra. Premiado pelo Conservatório Real”.

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Página 23 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Relação das Peças Dramáticas Submetidas à Censura do Governo Civil de Évora, 1848-1849

Contém a data de apresentação da peça, nome do empresário, título da peça, data de aprovação e observações.

Page 24: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 24 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Empresa Companhia Espanhola, 1854

Esta companhia de teatro instalou-se no edifício do Teatro das Casas Pintadas, com um elenco de dramas históricos e de aparatos, zarzuelas, bailes e comédias de magia, “sendo tudo ornado com trajes e decorações annalogas ás composições que se executarem”.

Page 25: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Bando Teatral - Companhia Espanhola Dramática e Lírica, 1855

Apresentou a peça lírica “Por Seguir A Uma Mulher”, em 1855, constituída por 4 atos: 1º Madrid, à porta do Sol; 2º Málaga; 3º No estreito de Gibraltar; 4º em Áfri-ca. A peça foi acompanhada de várias canções e coros. D. Miguel Gob, da Junta Diretora da companhia recomendou vivamente o público a assistir a esta peça: “Toda a pessoa que concorrer a ver esta comédia será protegido pela sorte, pode jugar na lotaria com a certeza de tirar grande premio, além disso ficará livre de en-fermidades neste inverno. Não acontecerá, porem aos mesmos desventurados, que não assistão a ella, pois padecerão de cessões, de bexigas, de hemorrhoidas, estarão constantemente tristes, sem gosto para cousa alguma”.

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Página 26 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatros existentes no Distrito de Évora em 1861

Relação dos Teatros Públicos que existiam no distrito, conforme ofício circular expedido pela Direção Geral da Instru-

ção Pública do Ministério do Reino de 20 de fevereiro de 1861.

No concelho de Évora foram mencionados: o Teatro de Variedades e o Teatro das Casas Pintadas.

Page 27: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 27 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Aliança, 1879

Funcionou no Rossio de São Brás, onde apresentou vários espetáculos: “Os Sinos de Carnaxi-de”; “A Filha da Sra. Angot” e o “Sacristão da Revista”. Estes espetáculos reverteram em beneficência do ator Fonseca e dos eborenses, Henriques da Silva e António Joaquim da Silva.

“Preços do Costume”

Page 28: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Teatro Garcia de Resende

Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Teatro Garcia de Resende - GPE 0314

Propriedade: Grupo Pró- Évora, em depósito

no Arquivo Fotográfico da CME.

Page 29: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 29 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1892 Livro da história da construção do Teatro Garcia de Resende. Cota: Arquivo Distrital de Évora, Liv. Nº 190, Fundo Histórico Municipal de Évora.

Page 30: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 30 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Inauguração do Teatro Garcia de Resende, 1892

Lenço de linho estampado com a planta do Teatro, que foi oferecido no dia da inauguração. O original pertenceu a Túlio Espanca e está na posse do Arquivo Histórico da Universidade de Évora.

Page 31: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 31 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1892

Inauguração do Teatro a 1 de junho de 1892, quando foram apresentadas 6 récitas pela Companhia de Teatro do D. Maria II. A primeira recita “O Intimo”, drama original português de Eduardo Schwalbach. Este cartaz é uma replica do original que se encontra na posse do Arquivo Histórico da Universidade de Évora.

Page 32: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 32 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1928

Grande Companhia de Operetas e Revistas Almeida Cruz

Esta Revista “Açorda Alentejana”, de 1928, foi dedicada às Meninas Eborenses e o elenco composto por fantasias regionais de costumes alentejanos, em 2 atos e 12 quadros, original de Amadeu do Vale, Campos Silva e Luiz Américo.

Page 33: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 33 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1928

Curso do III ano jurídico da Universidade de Coimbra

Récita de Gala, dedicada às damas eborenses, composta por 3 partes: 1ª Parte “Falar Verdade a Mentir”, comédia de Almeida Garrett; 2ª Parte “O Amor em 1978” baseada nos recitativos e apresentação do diálogo ultra-futurista de Júlio Dantas; 3ª Parte “A Arte de Montes”, comédia de Ernesto Rodrigues.

Page 34: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 34 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1928

Grande Companhia de Operetas e Revistas de Almeida Cruz

O Arco do Cego, peça composta por combates entre Cow-boys, foi apresentada em 3 atos e 4 quadros, original de Álvaro Leal. Foi considerada uma peça de grande movimentação “a única peça portuguesa, género animatográfico”. Elenco composto por vários autores: Margarida Ferreira, Alice Atayde, Carlos Candeias, Pedro Sampaio e Araújo Pereira.

Page 35: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 35 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1929

Orquestra Pitagórica, Orfeon Académico de Coimbra

Orfeon sob a regência do Dr. Elias d’Aguiar, espetáculo musical composto por várias partes inclu-indo o Coro dos Soldados e o Coro dos Peregrinos, representação da paródia “O Noivado” sob a direção artística do orfeonista João Alfredo Cunha.

Page 36: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 36 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1935

Associação Académica do Liceu André de Gouveia

Apresentou o 1º de Dezembro composto por 3 partes: 1ª parte “Apresentação da Tuna Académica”; 2ª parte “O Gaiato de Lisboa” e a 3ª parte “Acto de Variedades”.

Page 37: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 37 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1941

Grupo Cénico da Escola Industrial e Comercial de Gabriel Pereira

Espetáculo composto por várias partes, destacando-se a 1ª parte composta por uma conferência pro-ferida pelo Professor Dr. Vasco S. Teigas; a 2ª parte com apresentação do Orfeão da Escola sob a dire-ção de Jerónimo Varela, a 3ª parte constituída por uma “Lição de Geografia” e a 4ª parte composta pela Fábula “O Corvo e a Raposa”.

Page 38: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 38 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1951

Ex-Alunos da Casa Pia de Évora

Espetáculo apresentado no âmbito das comemorações do 115º aniversário da fundação da Casa Pia de Évora, em sua beneficência, composto pela peça de teatro “O Diabo na Horta”, original de Alexandre Rosado, secretário da Casa Pia, música de António José Esteves Graça, professor da mesma Instituição. Esta encenação teatral está ilustrada na fotografia da página seguinte.

Page 39: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 39 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1951

Ex-Alunos da Casa Pia de Évora

Ilustração da encenação teatral “Diabo na Horta”.

Page 40: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 40 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Desmontável, 1959

Funcionou no Rossio de S. Brás em Évora, em espaço próprio designado por Cine Chalet, também conhecido por Teatro Barraca. A Companhia Rafael de Oliveira apresentou a peça “A Muralha”, composta por 4 atos de Calvo Stelo e tradução de Francisco Marques dos Santos. Esta companhia percorreu o País desde 1918 e é apenas um exemplo de vários teatros itinerantes que passaram pela cidade.

Page 41: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 41 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1963

Os Direitos da Mulher, comédia de Alfonso Paso, com tradução e encenação de Henrique Santana pela Companhia Teatro Alegre. Recomenda-se: “se for alérgico às gargalhadas não deve ver esta comédia”.

Page 42: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

INEMA

C

Page 43: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Armando Quintas*

A exposição intitulada “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”, pre-

tendeu divulgar parte do espólio documental do extinto Governo Civil de Évora, dando a conhecer, de

forma esmerada e aprimorada, as atividades, os agentes e os principais locais onde se realizavam os

espetáculos públicos, que foram tendo lugar na cidade, durante aquele período.

Na respetiva documentação incluem-se os vistos dos espetáculos, ou seja, as autorizações prévias pa-

ra realização dos mesmos, compostos por centenas de cartazes e panfletos, alusivos a diversas ativi-

dades culturais: teatro, cinema, variedades, touradas e atividades desportivas.

Destas, o cinema será porventura aquela que mais nos tem fascinado, pela sua novidade e evolução

enquanto tecnologia, mas também pelo seu papel transmissor de novidades e tendências.

Foi então possível, através destes materiais, traçar uma linha de permanência e evolução dos espaços

existentes na cidade onde foram passando as novidades cinematográficas. Assim, falar de cinema é

falar de espaços emblemáticos da cidade, muitos deles já desaparecidos (Éden Teatro/ Éden Esplana-

da, Hotel Eborense, Palácio do Farrobo, etc.), salvaguardando não só a sua memória como também

compreendendo a evolução urbana da própria cidade e dos lazeres de outras épocas.

Vem, portanto, esta iniciativa dar continuidade aos vários estudos já realizados sobre sociabilidades e

sobre cinemas. Desde logo, a magistral obra de Maria Ana Bernardo sobre as sociabilidades em Évo-

ra1, mas também a abordagem sobre o cinematógrafo por parte de Antónia Canivete2, o estudo sobre

o Salão Central Eborense por Tânia Rico3, o Catálogo da Exposição “Riscos de um século”, editado pela

própria autarquia4 e, mais recentemente, o volume referente à cidade integrado na coleção Roteiros

Republicanos, aquando do centenário da implantação da República5.

____________________

* Licenciado em História Ramo Património Cultural (Univ. Évora) e mestre em Gestão do Património Cultural e Industrial (Univ. de Paris I, Évora e Pádua). Tem realizado investigações sobre as sociabilidades, nomeadamente o estudo intitulado Espaços de Sociabilidade e Lazer em Évora (1890-1990), [2008, não publicado] no âmbito do Seminário de Conservação e Reabilitação do Património Cultural, coordenado por Maria Ana Bernardo e Ana Cardoso de Matos, conhecendo a referida documentação, à época no então arquivo histórico do Governo Civil.

1 Bernardo, Maria Ana, Sociabilidade e Distinção em Évora no século XIX. O Círculo Eborense, Lisboa, Edições Cosmos, 2001, obra publicada a partir da tese da mesma autora defendida em 1992.

2 Canivete, Antónia, Subsídios para o estudo do cinematógrafo em Évora 1898-1920 in A Cidade de Évora: Boletim de Cul-tura da Câmara Municipal, II Série, nº 5, 2001, p. 321-334.

3 Rico, Tânia, Salão Central Eborense, um olhar sobre o seu património in A Cidade de Évora: Boletim de Cultura da Câmara Municipal, II Série, nº 5, 2001, p. 453-467.

4 Riscos de um século: memórias da evolução urbana de Évora, Câmara Municipal, 2001.

5 Roteiros Republicanos – Évora, org. de Ana Cardoso de Matos, Maria Ana Bernardo, Paulo Simões Rodrigues, Quidnovi, 2011.

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Os espectáculos públicos e o cinema em Évora a partir da

documentação arquivística

Page 44: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

No entanto, e pese embora todo o conhecimento já aportado, a temática dos cinemas em Évora está

longe de se considerar esgotada, tanto pelas lacunas de espaços cinematográficos ainda não referencia-

dos, como pela necessidade de estudar as empresas, os empresários e as dinâmicas sócio-económicas

das casas de espetáculo dedicadas à sétima arte.

O estudo dos vistos dos espetáculos complementado por outra documentação6 e bibliografia temática,

permitirão conhecer mais a fundo esta complexa realidade e tomar conhecimento de outros exemplos,

tais como: os diversos animatógrafos que se estabeleceram no Hotel Eborense e nas Ruas de Avis e do

Mau-Foro pelos anos de 1902-1907, a continuidade por décadas de cinema no Rossio de S. Brás duran-

te a Feira de S. João, as sessões cinematográficas na rua Serpa Pinto e na Praça de Touros em finais dos

anos 20 ou a continuidade do cinema por largas décadas no próprio Teatro Garcia de Resende. Mas

também a transição ainda muito mal conhecida com os espetáculos no largo de Santa Catarina, com o

Éden Teatro, com o Pavilhão Cinema e o Éden Esplanada e a atenção dispensada ao local pelo ante-

plano de Urbanização de Nikita de Groër ou ainda as diversas empresas exploradoras tais como a Cine-

Rex Lda., a Cinemas de Évora Lda., a M. Themudo Baptista Lda., entre outras.

Por outro lado, temos a questão pertinente dos circuitos próprios do cinema desde a importação, es-

treias a nível nacional e autorizações de exibição, tendo em conta especialmente o período da ditadura.

Será interessante perceber de que forma os filmes “vinham parar” à província depois várias de lota-

ções esgotadas nas grandes casas de espetáculos da capital, tais como o Éden e o Condes, como forma

de rentabilizar o investimento na importação e em direitos de autor.

Também não será exagerado focar o estudo nas relações da censura com os empresários de cinema,

quando estes pediam “conselho” àquele órgão sobre se o filme em questão a importar veria ou não a

sua exibição autorizada, ao que os respetivos censores tendiam a responder com meias palavras afir-

mando sempre que a resposta não era oficial nem vinculativa.

Finalmente, a tipologia temática e artística dos filmes, um elemento muito interessante, percebendo-se

desde logo a rápida divulgação dos grandes sucessos internacionais, do qual o filme Metropolis, do rea-

lizador Fritz Lang é um desses exemplos, pois tendo saído para o mercado em 1927 e estreado em Por-

tugal a 7 de Abril de 1928, já contava com uma sessão inaugural no Salão Central Eborense a 6 de Junho

desse mesmo ano.

Terminamos esta breve descrição de potencialidades de estudo que agora nos foram reveladas pela

interessantíssima exposição do Arquivo Distrital de Évora, com a seguinte interrogação: De que forma o

cinema, numa sociedade dita pobre, rural e de província como era a de Évora entre os finais do século

XIX e meados do século seguinte se tornou de tal forma um espetáculo de massas e rentável, ao ponto

de surgirem tantas e tão diversas casas de espetáculo?

____________________

6 Licenças e alvarás do fundo do Governo Civil do Arquivo Distrital de Évora, imprensa periódica da cidade com destaque para os jornais Notícias de Évora e Democracia do Sul, revistas da especialidade, os Guias Turísticos e a legislação sobre es-petáculos, entre muitas outras fontes de informação.

Página 44 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 45: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Hotel Alentejano - AC Localizado no antigo Palácio da Inquisição, atualmente propriedade da Fundação Eugénio de Almeida. Autor desconhecido; Data: década 1920 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Page 46: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 46 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Hotel Alentejano, 1936

A Vida do Music-Hall no “Ecran”, um espetáculo musical com Josefine Baker.

Disponível por Maria Zozoya em: http://sociabilidad.hypotheses.org/878

Page 47: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 47 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Hotel Alentejano, 1936

A Primeira Guerra Mundial, um filme que retrata a ação de Por-tugal na Grande Guerra.

Page 48: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 48 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Hotel Alentejano, 1939

Branca de Neve e os 7 Anões, lançado em 1937, foi a primeira longa-metragem de animação dos estúdios Disney.

Page 49: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 49 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Hotel Alentejano, 1941

Homens de Amanhã, com os atores: Spencer Tracy e Mickey Rooney. A Inglaterra Defende-se, exibição da 1ª série constituída por 8 quadros comentados em por-tuguês pelo conhecido locutor Fernando Pessa, da emissora B.B.C. de Londres.

Page 50: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 50 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Hotel Alentejano, 1941

O Sonho de Butterfly, com os atores: Maria Cebotari, Fusco Giachetti e Louise English. Amor em viagem, comédia francesa interpretada por Colette Darfeuil, Pauley e Roger Trevil-le.

Page 51: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Teatro Garcia de Resende Autor: Francisca Mendes; Data: 2015 Arquivo Distrital de Évora

Page 52: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 52 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1944

Ricoletto, adaptação cinematográfica do drama de Victor Hugo, inspirada pela partitura da ópera de

Verdi. Realização do cineasta Mario Bonnard, com interpretação de Michel Simon (Bobo Rigoletto), Rossa-

no Brazi (Rei) e Maria Mercader (Gilda) e colaboração lírica de Totti Dal Monte e Ferrucio Tagliavini.

Argumento: “A história desenrola-se, habitualmente, em torno do triângulo Rigoletto (corcunda e bobo da corte),

o Duque de Mântua (aristocrata galanteador) e Gilda (filha de Rigoletto e apaixonada pelo Duque), sempre com o

pano de fundo trágico relacionado com a maldição lançada por Monterone a Rigoletto e que se viria a concretizar”.

Disponível em: http://fanaticosdaopera.blogspot.pt/2013/02/rigoletto-de-guiseppe-verdi-met-live-in.html

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Page 53: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 53 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1944

Cantinflas em Calças Pardas, comédia mexicana, com Mário Moreno (Cantinflas) Joa-quim Pardavé, Sara Garcia, Sofia Alvarez, Dolores Camarillo. Argumento: “Cantinflas, um vadio incorrigível, um parasita, namora a Paz, a criada do D. Caetano Lastre e sua mulher Dolores. Boby um cãozinho “foxterrier”, é atacado de hidro-fobia e D. Caetano ordena a Paz que o mate. Esta tem pena e quando chega Cantinflas, põe-lhe a costumada e substancial ceia. Don Caetano é extremamente ciumento e, persu-adido que Dolores o engana, planeia uma falsa viagem para a apanhar em flagrante. (…). E Cantinflas posto em liberdade, volta de novo à sua antiga vida de vadio e parasita”.

Page 54: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 54 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1945

Pinócchio, uma produção de larga metragem de Walt Disney, versão brasileira. “Um espetáculo mágico e monumental desenvolvido num mundo irreal mas PROFUNDAMENTE MORAL E HUMANO”.

Page 55: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 55 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1949

Modelos - Espetáculo Musical apresentado por “Filmes Castelo Lopes” com os autores: Rita Hayworth e Gene Kelly.

Page 56: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 56 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Teatro Garcia de Resende, 1964

Quem tem unhas é que toca guitarra, exibição do filme “Mocidade em Férias”, com The Shadows, Cliff Richard e Lauri Peters. Argumento: “Don e os seus amigos, mecânicos de autocarros em Aldenham, Hertfordshire, lançam-se à aventura num autocarro de dois andares, numa viagem pela Europa. O seu destino é Atenas e no ca-minho junta-se-lhes um trio de raparigas e uma cantora em viagem”. Disponível em: http://mag.sapo.pt/cinema/filmes/mocidade-em-ferias (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Page 57: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Esplanada dos Bombeiros Voluntários, localizada no Quartel dos Bombeiros, antigo edifício do Salão Conde Farrobo - APS055, Largo da Porta de Moura, onde se exibiam filmes ao ar livre. O Quartel foi demo-lido em 1963, aquando da construção do Palácio da Justiça. Autor: António Passaporte; Data: 1940-1959 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Portal do antigo Palácio do Conde Farrobo DFT5342 Autor: David Freitas; Data: c. 1963 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Page 58: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 58 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Esplanada dos Bombeiros Voluntários, 1941

Robin dos Bosques, com os autores: Errol Flyn, Olivia de Havilland, Basil Rathbone, Claude Rains e Patric Knowles. Argumento: “Robin dos Bosques, foi um herói inglês. Para servir o seu Rei afronta todos os peri-gos, lutando contra outro Rei. Depois de grandes afrontas, consegue sair vencedor e como recom-pensa recebe a mulher amada, e de um aventureiro, que era ROBIN DOS BOSQUES, consegue ser Barão e Conde ao mesmo tempo”.

Page 59: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 59 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Esplanada dos Bombeiros Voluntários, 1944

Irmãos Nicolas, espetáculo musical e bailado. Produzido pela empresa M. Themudo Baptista, Ldª.

Page 60: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 60 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Esplanada dos Bombeiros Voluntários, 1944

Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, com os autores: Assis Pacheco, António Silva, António Vilar, Eu-nice Colbert, Carmen Dolores, Barreto Poeira, Igrejas Caeiro e Óscar de Lemos. Argumento: “O fatalismo arrebatado e a tragédia amorosa entre Teresa de Albuquerque e Simão Botelho, que sobrevive ao litígio intolerante de suas nobres famílias. Destaque, ainda, para a letal rivalidade entre Simão e Baltasar Coutinho, primo e pretendente de Teresa; para a incondicional protecção do ferreiro João da Cruz, e para a resignada adoração de sua filha, Mariana, por Simão (…)”. Disponível em: http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/716/Amor+de+Perdi%C3%A7%C3%A3o (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Page 61: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Salão Central Eborense (exterior) Rua de Valdevinos. Autor: Francisca Mendes; Data: 2015 Arquivo Distrital de Évora

Salão Central Eborense (interior) Confira em: http://cinemasparaiso.blogspot.pt/2013_03_01_archive.html

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Este espaço iniciou funções como animatógrafo em

1916 num Barracão adaptado, contíguo ao Hotel Ebo-

rense. Nesta altura era abastecido por energia elétrica

produzida a partir de gerador próprio.

Em 1922 foi remodelado e reabriu em 1923 como cine-

teatro, o que lhe permitiu receber diversas companhias

e artistas.

Compunha-se de quatro pisos, com restaurante e salas

de recreio, com 784 lugares distribuídos por: 308 luga-

res na plateia, 264 lugares na geral e 212 lugares nas

frisas.

O Salão voltou a ser intervencionado em 1943 e reabriu

em 1945. No entanto, com afluência da televisão cada

vez mais acessível à população e com o aparecimento

do Cinema Alfa na década de 80 do séc. XX, acabou por

encerrar em 1988.

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Salão Central Eborense, 1928

A Mulher Nua, filme realizado por Léonce Perret, de produção francesa é cons-tituído por 10 partes, com os autores Ivan Petrovitch e Louise Lagrande. Argumento: “Em todos os quadros desta fita, desde os pitorescos trechos de Montmarte, com toda aquela boémia cosmopolita, que parece, no seu arruído, lançar um desafio à religiosidade do “Sacré Coeur”, que domina, imponente, to-do o bairro, ao esplendor da vida da Riviera, com as suas batalhas de flores, o seu Carnaval, o suntuoso Hotel Negresco, as suas “vilas”, os seus cantinhos arboriza-dos e lindamente floridos, se denota o poder diretivo de Perret, a buscar, a inter-calar, a juntar bocadinhos da sua técnica especial que maravilha mais pela atra-ção visual do que pela profundidade da observação psíquica que dela possa di-manar”.

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Salão Central Eborense, 1928

O Soldado Desconhecido, filme da Grande Guerra apresentado em 8 partes, realiza-ção de Raul Lopes Freire. Argumento: O filme desenvolve-se a partir da declaração de guerra dos Estados Uni-dos à Alemanha, assinada pelo Presidente Wilson, em 6 de abril de 1917. “É o entusias-mo das primeiras horas, a febre das partidas precipitadas, e as lágrimas que as mães derramam sem poderem dissimular a emoção pungente pela qual os seus lábios tre-mem. Fred Williamns, que foi um dos primeiros a alistar-se, abraça a pobre e querida mãe, e nesse supremo abraço e no terno beijo do adeus, recorda-se toda a dor das ho-ras dramáticas e terríveis porque passaram todos aqueles que viram partir os seus en-tes queridos (…)”.

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Salão Central Eborense, 1932

O Mundo visto de aqui a 50 anos - Uma visão fantástica do que será a vida em 1980, comédia em 12 partes, realização de David Butler e música de Dresylva e Hendersen.

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Salão Central Eborense, 1943

Aniki Bóbó, realizado por Manuel de Oliveira, com o ator Nascimento Fernandes.

Argumento: “O filme ilustra as aventuras e os amores de rapazes de baixa condição so-

cial da cidade do Porto. É uma invocação da infância pelo olho da câmara, que recua à

década de quarenta, em plena Segunda Grande Guerra e no auge do regi-

me fascista de Oliveira Salazar. Por outras palavras, Aniki Bóbó realça «a paixão de um

tímido rapaz por uma rapariga da sua escola, paixão que o fará ultrapassar os limites

ensinados pelo mundo adulto (ao roubar uma boneca e viver com a culpa do seu ges-

to)» (cit. Francisco Valente)”. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aniki_B%

C3%B3b%C3%B3 (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

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Página 66 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Salão Central Eborense, 1949 Ama Seca de Calças, assim conhecido em Portugal ou Ama Seca por Acaso, no Brasil, é constituído por um elenco de artistas como Robert Young, Mareen O’Hara e Clifton Webb. Argumento: “Mr. Belvedere, o autointitulado gênio que entende de tudo, aceita cuidar dos impossí-

veis filhos do casal Harry e Tacey King. No início, tudo é complicado, mas aos poucos eles aprendem a res-

peitá-lo. Mr. Belvedere também desenvolve um projeto secreto em seu quarto: um livro sobre

a falsidade e a hipocrisia dos vizinhos - que, aliás, começam a espalhar por aí que ele está tendo um caso

com a cândida mãe dos pirralhos!”. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sitting_Pretty_(1948)

#Produ.C3.A7.C3.A3o (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

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Página 67 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Salão Central Eborense, 1964

Miss Cilindro, produção de Peter Rogers. O General… era soldado, comédia com Robert Mitchum, Jack Webb e Martha Hyer.

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Salão Central Eborense, 1969

Chamem a Polícia, com o inspetor Clouseau “depois do escândalo da “Pantera Cor de Rosa” e “Um Tiro às Escuras” como puderam eles entregar-lhe um novo caso?

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Esplanada Éden - DFT6447 Localizada no espaço do antigo e extinto Convento de Santa Catarina Autor: David Freitas; Data: década 1940 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Sala de cinema designada inicialmente Cine-Teatro Éden, mais tarde designou-se Pavilhão Cinema e, por fim, foi designada por Éden Esplanada. Foi um dos primeiros espaços de exibição de filmes ao ar livre, em Évora. A espla-nada funcionava em alternativa ao Teatro Garcia de Resende e ao Salão Central Eborense quando o tempo permi-tia a exibição dos filmes ao ar livre. O cinema em Évora, a partir da década de 40 do séc. XX, realizava-se uma ou duas vezes por semana e, à seme-

lhança do Éden Esplanada e da Esplanada dos Bombeiros, também a Esplanada da Praça de Touros, inaugurada em

17 de junho de 1934, funcionava em alternativa ao teatro Garcia de Resende e ao Salão Central Eborense quando

o tempo o permitia.

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Eden Teatro, 1928

O Maricas, comédia dramática produzida pela Paramount Films, é constituída por 7 partes e apresentada pelos atores: Harold Lloyd, Jobyna Ralston, Richard Daniels e Carl Griffin. Na quadra mais ditosa da vida, comédia dramática produzida pela Paramount Films, é constituída por 7 partes e apresentada pelos atores: Esther Ralston, Florence Vidor e Tom Moore.

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Esplanada Cinema - Empresa da Praça de Touros, 1937 Tempos Modernos, comédia apresentada em 10 partes por Charlie Chaplin (Charlot). Estreou em 1936 nos Estados Unidos e foi exibida em Portugal no ano seguinte. Argumento: “Um operário de uma linha de monta-

gem, que testou uma "máquina revolucionária" para

evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela

"monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo

período em um sanatório ele fica curado de sua crise

nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para

começar sua nova vida, mas encontra uma crise genera-

lizada e equivocadamente é preso como um agitador

comunista, que liderava uma marcha de operários em

protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida

para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem

garotas. Elas não tem mãe e o pai delas está desempre-

gado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em

um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as

menores são levadas a jovem consegue escapar”. Dis-

ponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/

filme-1832/ (Consultado em 30 de dezembro de

2015).

Esplanada Cinema - Empresa da Praça de Tou-ros, 1941 O Filho do Conde de Monte-Cristo, romance da literatura francesa escrito por Alexandre Dumas, com o título original em francês Le Comte de Monte-Cristo. Argumento: “A história gloriosa do filho do famoso conde que por amor duma mulher e para salvar a honra duma nação, se lança ao encontro dos maio-res perigos com desprezo da sua vida”.

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Esplanada Cinema - Empresa da Praça de Touros, 1942

O Pátio das Cantigas, filme português realizado por Francisco Ribeiro e produzido por António Lopes Ri-

beiro. Elenco: Vasco Santana, Maria das Neves, António Silva e Ribeirinho. Foi reeditado em 2015 com

realização e produção de Leonel Vieira (fig. da direita).

Argumento: “Num típico pátio lisboeta, por altura das festas dos Santos Populares, um punhado de

gente simples vive o seu quotidiano, os seus sonhos, desilusões, paixões, ciúmes e alegrias numa atmos-

fera quase encantada. Alfredo é um bom rapaz cujo irmão Carlos, um estouvado, namora a frívola Amá-

lia. A irmã desta, Suzana, ama por sua vez Alfredo. Narciso, o pai de Rufino e seu sócio na leitaria do bair-

ro, é um bêbado crónico e um virtuoso da guitarra. Rosa, uma bem disposta viúva que vende flores, é por

sua vez cortejada por Narciso e pelo intratável e arrogante Evaristo, o merceeiro, pai da invejosa e mima-

da Celeste. A rivalidade entre Narciso e Evaristo vai ao rubro numa noite de bailarico no pátio que termi-

na numa autêntica batalha campal. Por fim tudo se compõe entre os vários pares amorosos e no pátio a

vida segue serenamente”. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/O_P%C3%A1tio_das_Cantigas

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

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Página 73 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Esplanada Cinema - Empresa da Praça de Touros, 1941 João Ratão, drama e comédia realizada por Jor-ge Brum do Canto em 1940. Elenco: Maria Do-mingas, Óscar de lemos, António Silva, Manuel Santos Carvalho, Teresa Casal, Costinha e Álvaro d’ Almeida. Argumento: “A partir de uma opereta, a história amorosa dum soldado português, João Ratão (Óscar de Lemos), que regressa da frente de ba-talha na Flandres, sendo envolvido em intrigas motivadas pela inveja. (…) Evocação do patético cenário da guerra (1914-18), e a faina dos madei-reiros, no deslumbrante Vale do Vouga”. Dispo-nível em http://filmesportugueses.com/joao-ratao/ (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Esplanada Cinema - Empresa da Praça de Tou-ros, 1945 Inês de Castro, drama e história, realizada por Leitão de Barros. Elenco: António Vilar, Alice Palácios, Raul de Carvalho, Alfredo Ruas e João Villaret. Argumento: “Ano de 1336. Chegada à fronteira por-tuguesa da Infanta D. Constança, noiva de D. Pedro, acompanhada pela sua aia, D. Inês. Intrigas palacia-nas. Atracção de D. Pedro por D. Inês. Exílio voluntá-rio de D. Inês, morte inesperada de D. Constança, re-encontro dos amantes. Quebra do juramento ao rei seu pai, por D. Pedro, sentença de morte de D. Inês, e "caçada real" pelos conselheiros - através das salas, alcovas e escadas... Sabendo da tragédia, D. Pedro revolta-se: a guerra, o cerco ao Porto e as pazes. Mor-te do monarca D. Afonso IV. Fuga dos executores, sua extradição e terrível condenação. Coroação póstuma e funerais de D. Inês. [Fonte: José da Matos-Cruz, O Cais do Olhar]. Disponível em: http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/2572/In%C3%AAs+de+Castro (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

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Pavilhão Cinema e variedades (Eden Esplanada), 1944

Tarzan em Nova Iorque, uma superprodução da temporada áurea da Metro-Godwyn-Mayer.

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Eden Esplanada, 1946

Sua sem Mel, filme com os atores Ginger Rogers e Gary Grant, exibido no Éden Esplanada (ou no Teatro Garcia de Resende se o tempo não permitisse espetáculos ao ar livre).

Page 76: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 76 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Eden Esplanada, 1961 Litri e a sua sombra, filme com os atores Miguel Litri, Katia Loritz e Pilar Cansino. Retrata a “vida artística, a vida privada e a vida amorosa dos Letris, uma família de famosos e célebres toureiros”.

Page 77: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 77 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Éden Esplanada, 1961

O Homem H, filme japonês, com os autores: Yumi Shirakawa e Kenji Sahara O Tubo da Morte, com Peter Van Eyck, Betta St. Jonh e Mandy Miller.

Page 78: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Cinema ambulante - Cine-Teatro Rentini, 1930

O Cinema Ambulante, tal como o teatro, percorreu o País de Norte a Sul e desen-

volveu-se a partir de 1937. Um dos principais objetivos deste tipo de cinema foi di-

vulgar a política do Estado Novo, levando o cinema junto dos trabalhadores. Os fil-

mes eram exibidos em carrinhas que percorriam o País, parando nas Vilas e Aldeias,

em locais específicos como nas Casas do Povo, nos jardins e nos campos de futebol.

Fátima Milagrosa (cópia nova), filme mudo português de 1928 realizado por Rino

Lupo. A esta nova versão foi acrescentada mais uma parte “com toda a peregrina-

ção que se realizou em maio de 1928, considerada a mais importante, tendo estado

no local da aparição mais de 200.000 pessoas”. Do elenco fazem parte vários artis-

tas como Rafel Alves e Beatriz Costa.

Page 79: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Ai rio não te queixes, Ai o sabão não mata, Ai até lava os peixes, Ai põe-nos cor de prata. Roupa no monte a corar Vê lá bem tão branca e leve Dá ideia a quem olhar Vê lá bem que caiu neve

Água fria, da ribeira, Água fria que o sol aqueceu, Velha aldeia, traga a ideia, Roupa branca que a gente esten-deu. Três corpetes, um avental, Sete fronhas, um lençol, Três camisas do enxoval, Que a freguesa deu ao rol.

Ai rio não te queixes, Ai o sabão não mata, Ai até lava os peixes, Ai põe-nos cor de prata. Um lençol de pano cru, Vê lá bem tão lavadinho, Dormimos nele, eu e tu, Vê lá bem, está cor de linho (…)

Página 79 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Cinema ambulante - Rádio Cinema, 1942

Aldeia da Roupa Branca, filme português de 1938, com elenco de luxo: Beatriz Costa (Gracinda), José

Amaro (Chico), Óscar de Lemos (Luís), Elvira Velez, Santos Carvalho, Jorge Gentil, Armando Machado,

Octávio de Matos.

Argumento: “A vida, o quotidiano, os costumes pitorescos, as zangas, as rivalidades e as paixões da

pequena comunidade saloia da periferia de Lisboa, que se encarregava da lavagem da roupa no rio.

Duas famílias, o tio Jacinto e a sua azougada afilhada Gracinda, e a viúva Quitéria e o seu filho Luís,

mantêm entre si uma viva e feroz concorrência no negócio da roupa branca, que os leva a alguns extre-

mos. Tudo se irá, porém, resolver da melhor forma com o aparecimento de uma camioneta comprada

em Lisboa, o que vai inaugurar uma nova era no trabalho da lavagem de roupa dos "alfachinhas". Dis-

ponível em: http://www.rtp.pt/programa/tv/p19296

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Page 80: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 80 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Empresa Cinema Ambulante Flores & Margarido, 1959

O Costa D’ Africa, comédia realizada por João Mendes, composta por um variado

elenco de autores como Vasco Santana, Laura Alves, Ribeirinho e Erico Braga.

Argumento: “Amadeu recebe um telegrama de Bernardo, um tio africano, que

passará três horas em Lisboa, de viagem para Londres. Tendo de justificar as cho-

rudas quantias que ele lhe envia, Amadeu consegue que um amigo lhe empreste a

moradia e o automóvel, e passe por seu criado, enquanto a noiva faz de esposa.

De facto, Amadeu é solteiro e está sem dinheiro... A mudança de planos de Ber-

nardo, que decide demorar-se vinte dias, transtorna tais maquinações…” Disponí-

vel em: http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/1252/O+Costa+d'%C3%81frica

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Page 81: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

OCIEDADES

E CAFÉS

Bailes, espetáculos

e tertúlias

s

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Rui Arimateia*

Tradicionalmente é nas Associações – sejam elas Coletividades de Cultura e Recreio, Sociedades, Coo-

perativas, Grupos Desportivos, Grupos de Teatro Amador, Filarmónicas, Grupos Corais, Grupos de Jo-

vens, Grupos de Reformados e Idosos, etc. – que as pessoas partilham o seu saber adquirido e se

constituem enquanto Agentes Culturais da e para a Comunidade onde estão inseridos.

O assim denominado Associativismo é um fator da maior importância para a existência de uma coe-

são social e cultural sólida e verdadeiramente construtiva de laços de união comunitários entre as

pessoas. E referimo-nos à coesão comunitária uma vez que as Sociedades - como normalmente são

reconhecidas publicamente este tipo de Associações - formam o núcleo para o qual confluem os habi-

tantes da aldeia, do bairro ou de zona da cidade. É o local que, em princípio, reúne as condições ne-

cessárias para um encontro e para uma partilha de saberes e de experiências. A Sociedade constitui-

se como um espaço lúdico... onde o jogo e a recreação desempenham um papel preponderante, con-

tribuindo efetivamente para a construção de uma harmonia social e humana equilibrada, contribuin-

do igualmente para uma contínua estruturação de autoestima psicológica das personalidades dos su-

jeitos em relação. É o local onde cada um contribui para o coletivo consoante as suas disponibilidades

e possibilidades, coletivo esse em que se espelham todos os indivíduos que o constituem. Uma Socie-

dade é pertença e simultaneamente referência dos sujeitos que a usufruem.

É importante realçar que foi nos meios associativos que brilhou a chama da resistência cultural e do

inconformismo em relação à ordem estabelecida pelo regime político vigente durante o Estado Novo.

Foram as Sociedades, através dos seus associados, que muitas vezes se constituíram em movimentos

dinâmicos e vivos e que surgiram enquanto alternativas socioculturais de qualidade perante a medio-

cridade e a alienação, instituídas e normalizadas coercivamente pelas instituições estatais do poder.

Hoje, através dos modernos e hiper-rápidos meios de informação digital, o ser humano deu um salto

extremamente importante em termos da própria comunicação: de repente, nós, na nossa aldeia, bair-

ro, cidade, na nossa Sociedade, que afinal é o núcleo a partir do qual todas as outras formas coletivas

de institucionalização se originaram, temos o acesso praticamente instantâneo ao que se passa no

outro lado do Planeta... De repente, pode não fazer sentido algum falar do nosso bairro, ou da nossa

aldeia ou da nossa cidade, mas sim do nosso Planeta e é importante que tenhamos uma visão global

da nossa ação aqui e agora porque de certeza irá influenciar e irá contribuir para o bem-estar geral de

todos os habitantes do mundo...

____________________

* Técnico Superior no Centro de Recursos da Tradição Oral e do Património Imaterial / DCP, da Câmara Municipal de Évora.

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As Sociedades na Sociedade

Page 83: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

As Sociedades e as Coletividades são o resultado de um movimento humano com responsabilidades

muito concretas e palpáveis, no que diz respeito ao melhoramento da qualidade de vida dos seus as-

sociados, dos seus usufruidores, não se gastando tão só nos pequenos problemas burocráticos do fun-

cionamento quotidiano, onde todos nos gastamos muitas vezes inútil e ingloriamente, mas que con-

tribuem positiva e construtivamente para a transformação e para a evolução social e cultural dos gru-

pos humanos onde se encontram inseridas.

Assim, consideramos ser o Associativismo um importante fator de coesão comunitária, um criador de

espaços e de situações onde a prática dos ideais democráticos são vividos; um movimento de e em

comunicação permanente, numa Sociedade cada vez mais vocacionada para o isolamento, para o in-

dividualismo, para uma competitividade doentia e para a alienação das próprias consciências, privan-

do os sujeitos da sua própria liberdade e das suas potencialidades criadoras...

O Associativismo, tal como o conhecemos e o vivemos, e tendo em conta os tempos que correm, en-

contra-se, de certo modo, em declínio, para não dizer em decadência, e esta afirmação, infelizmente,

começa a ser voz corrente! Contudo tenhamos a perspicácia de reconhecer que, apesar de tudo, o

Associativismo é riquíssimo, pela sua história, pelo seu património e pelas suas potencialidades. Tal-

vez seja necessário reinventar e requalificar o conceito de Associativismo enquanto Movimento Socio-

cultural, possuidor de linguagens de intervenção e de mensagens, transformadoras e muito próprias.

Convém não esquecermos, de que será sem dúvida necessária essa reinvenção, mas, em conjunto

com as pessoas que a este Movimento se encontrem diretamente ligadas, numa relação de sujeito

para sujeito, de complementaridade, onde os valores que ressaltam nesta relação são aqueles que

sempre se constituíram enquanto estandarte do Movimento Associativo ao longo dos séculos e onde

quer que ele florescesse: a LIBERDADE, a DEMOCRACIA, a CULTURA, a PARTICIPAÇÃO e a SOLIDARIE-

DADE.

Em Évora as associações são, desde 1839, locais de encontro, promovendo bailes (do bacalhau, da

pinha, da tangerina, da noite de amor, da borboleta, do leque, dos tarrinhos, do alfinete, do licor, da

fruta, da primavera, etc.), festas, concertos, colóquios, tertúlias e eleições de misses. Nestas socieda-

des o público não se limitava a ter uma atitude passiva, participando ativamente nas iniciativas que

despertavam as emoções e favoreciam as relações.

Os cafés, por seu turno, foram ganhando cada vez maior expressão e tradição no pulsar quotidiano da

população, havendo alguns onde se promoviam atividades culturais semelhantes às das coletividades,

como eram os casos do Café Geraldo, do Café Tango Bar, do Café Imperial, do Café Brasserie e do Ca-

fé Estrela de Ouro.

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Página 84 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade União Eborense - Bota Rasa, 1950

Sociedade Recreativa fundada em 1839, com sede na Praça do Geraldo, onde ainda hoje funciona. No desenvol-

vimento das suas atividades podem destacar-se os jogos de xadrez e de bilhar, a realização de conferências, pa-

lestras, exposições e bailes.

Convites para bailes de carnaval.

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Página 85 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Harmonia Eborense, 1949

Fundada no final da primeira metade do século XIX, em 1849, com sede na Praça do Geraldo, onde fun-

ciona na atualidade. Afirmou-se como um espaço de sociabilidade de uma elite cultural que provinha

da pequena e média burguesias urbana. As suas atividades são a música, o teatro, os jogos de cartas, o

bilhar e o ciclismo.

Desdobrável das comemorações do 1º centenário, 1849 - 1949.

Page 86: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 86 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Harmonia Eborense, 1946

Convite com o programa para as comemorações do 107º aniversário, 1849-1956.

Convite para um baile de Carnaval realizado em 1946.

Page 87: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 87 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Círculo Eborense, 1940

Clube fundado em 1880 que ainda funciona atualmente.

No desenvolvimento das suas atividades podem destacar-se a criação de um gabinete de leitura e a dispo-

nibilização de livros. Destaca-se, ainda, a frequente realização de bailes.

Convite para o baile de Carnaval realizado em 4 de fevereiro de 1940, no salão do clube, com indicação de

que os sócios se deveriam apresentar em traje de soirée.

Page 88: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 88 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Escola do Grupo de Amadores de Música Eborense, 1941

Fundada em 11 de novembro de 1887, com sede na rua do Raimundo, alterou a sua designação em 5 de maio de

1930, para Academia de Música (Decreto nº 18.282, de 5 de maio de 1930).

Este grupo de amadores criou uma banda de música, designada “Banda da Escola,” e foi classificada em 1º lugar

no Concurso de Bandas Civis realizado em Évora nos dias 23 e 25 de junho de 1943, por ocasião das festas da

cidade.

Existem obras digitalizadas, desta Escola, na Biblioteca Nacional.

Convite para as festas comemorativas do 54º aniversário, com várias atividades, incluindo concertos da Banda

da Escola e bailes familiares.

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Página 89 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Escola do Grupo de Amadores de Música Eborense, 1951

Programa das festas comemorativas do 64º aniversário, incluindo romagem ao cemitério às campas dos sócios

e músicos falecidos, desafio de futebol, baile abrilhantado pela Orquestra Alma Lusa e baile de máscaras, com

seleção da Ópera de Verdi.

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Sociedade Recreativa e Dramática Eborense (Antiga Mocidade), 1939

Sociedade fundada no dia 25 de abril de 1897 com a designação de Sociedade Recreativa Mocidade Eborense,

que se localizava no Pátio de São Miguel em Évora. Em 1940, alterou a sua designação para Sociedade Recreativa

e Dramática Eborense e, em 1973, mudou de instalações para a estrada da circunvalação, onde funciona atual-

mente, conforme se apresenta no Programa das Festas de Inauguração da nova sede.

A sua atividade cultural mantém-se até aos nossos dias, dando especial relevo ao teatro, com a criação do Grupo

de Teatro Amadores, que conquistou em 1959 o 1º Prémio do Concurso Nacional de Arte Dramática com a ence-

nação da peça “O Caso do Chico Enjeitado”.

Existe documentação desta Sociedade na Biblioteca Nacional, nomeadamente, sobre os estatutos e Jogos Florais

do Alentejo.

Programa com convite de um espetáculo promovido pela Direção, no dia 10 de dezembro de 1939.

Programa e convite para festejos de Natal e de Ano Novo nos dias 25 e 31 de dezembro de 1942.

Convite para baile abrilhantado pela Orquestra Monumental e eleição da Miss Mocidade, no dia 14 de março

de 1948.

Page 91: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 91 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Recreativa e Dramática Eborense (Antiga Mocidade), 1973

Programa das Festas de Inauguração da nova sede (com a respetiva imagem, na zona de urbanização Nº 3 - Es-

trada da Circunvalação) e da comemoração do 76º aniversário, destacando-se a peça de teatro “O Caso do Chico

Enjeitado”.

Page 92: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Sociedade Recreativa e Dramática Eborense (Antiga Mocidade), 1973

Programa intitulado Teatro à Procura do Povo, com patrocínio da Câmara Municipal de Évora, da Comissão Muni-

cipal de Turismo e da Imprensa local, para a apresentação da peça de teatro “O Caso do Chico Enjeitado” (Crónica

da Aldeia), de Alexandre Rosado (antigo secretário da Casa Pia de Évora), que retrata o quotidiano de uma peque-

na aldeia alentejana. 1 Disponível em: http://acribeiro.blogs.sapo.pt/109100.html (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Encenação da peça “O Caso do Chico Enjeitado”, com os atores: António

Ferreira (Ferreirinha), Eduardo Lino, Arménio Candeias e Filomena1.

Page 93: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 93 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar, 1940

Fundada em 8 de dezembro de 1900. No desenvolvimento das suas atividades pode destacar-se a criação de

um Grupo de Teatro em 1902, a criação de uma Biblioteca e de uma Academia de Estudos Livres e a realiza-

ção de conferências e do Festival de Teatro de Amadores de Évora a partir de 1965.

Programa das Festas Comemorativas do 39º aniversário, ocorridas entre o dia 25 de dezembro de 1940 e 1

de janeiro de 1941.

Page 94: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 94 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Operária de Instrução e Recreio (O. I. R.) Joaquim António de Aguiar, 1960

Grupo Infantil de Teatro, da Sociedade Joaquim António de Aguiar, que apresentou as peças de

Alice Ogando “Lili, perdeu-se no Bosque” e “Maria da Praça”, no dia 22 de maio de 1960.

Page 95: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 95 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar, 1961-1964

“O Grito na Charneca”, drama em 3 atos de Manuel Peres, apresentada no Concurso de Arte Dramática

das Coletividades de Cultura e Recreio organizado pelo Secretariado Nacional da Informação. No intervalo

dos atos foram apresentados poemas dos poetas alentejanos: Conde de Monsaraz, Azinhal Abelho, Florbela

Espanca e Antunes da Silva. 1 Disponível em: http://fotos.sapo.pt/armandoribeiro/fotos/?uid=fE7wpAnEVkktEUnc8MV9

“Prática dos Compadres”, teatro apresentado dia 30 de abril de 1964, no Lusitano Ginásio Clube. Peça do

poeta Eborense do século XVI António Ribeiro Chiado, com encenação do Dr. Armando Nobre Gusmão

(Diretor da Biblioteca Pública e Arquivos Distrital de Évora). (Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Encenação da peça “O Grito na Charneca”, com os atores: Ferreirinha,

António Justo Gomes Pires e Manuel Peres1.

Page 96: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 96 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Recreativa e Dramática Barbosa du Bocage (antigo Grupo Recreativo e Dramático Manuel

Maria Barbosa du Bocage), 1941

Sociedade fundada em 1908, com sede junto ao Quartel-General, mudando de instalações, por ocasião das Fes-

tas Comemorativas dos 50 anos, para a Alcárcova de Cima.

No desenvolvimento das suas atividades podem destacar-se o teatro e os bailes.

Existe documentação sobre os Estatutos na Biblioteca Nacional.

Page 97: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 97 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Recreativa e Dramática Barbosa du Bocage (antigo Grupo Recreativo e Dramático Manuel

Maria Barbosa du Bocage), 1943

Convite para as Festas da Primavera no dia 30 de maio de 1943, com destaque para o Baile da Primavera

abrilhantado pela Orquestra Vencedores Jazz Eborense.

Programa e Convite para as comemorações dos 50 anos da Sociedade (1908-1958) e inauguração da nova se-

de na Alcárcova de Cima, no dia 30 de novembro e nos dias 1 e 7 de dezembro de 1958.

Page 98: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 98 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Sociedade Recreativa Mocidade Louredense, 1948

Sociedade com sede no Bairro do Louredo. A sua grande atividade era a realização de bailes familiares.

Convites para bailes familiares dos anos de 1940, 1948 e 1955.

Page 99: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 99 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Tertúlia Tauromáquica Alentejana, 1958

Sociedade fundada em 1944, com sede na rua João de Deus, é defensora da tauromaquia e dos seus valores. O

objetivo das atividades são tertúlias alentejanas, que passam por encontros de conversas e colóquios.

Convite para baile/matiné.

Page 100: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 100 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Café Estrela, 1940

Espetáculo promovido pelo Grupo Artístico de Fados

com Maria Virgínia (atriz-cantora), com Márcia Condes-

sa (atriz-cantora) e António da Rocha (acordeonista).

Café Arcada, 1944

Baile da Pinhata realizado dia 4 de março

de 1944. Foi abrilhantado pela Orquestra

“Luz e Vida”.

Page 101: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 101 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Café Brasserie, 1941

Espetáculo promovido pelo Grupo Artístico “Os Marialvas” constituído por Judite Pinto (atriz

-cantora), Dina Sá (fadista), Francisco Jorge (fadista), Armando Silva (violista) e Salvador Go-

mes (guitarrista).

Page 102: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 102 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Espetáculo de Magia, 1941

Apresentado em vários cafés e sociedades da cidade, entre os dias 16 e 24

de abril de 1941: Sociedade Recreativa e Dramática Eborense; Sociedade

Barbosa du Bocage; Café Imperial; Café Brasserie; Café Estrela de Ouro.

Page 103: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 103 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Café Geraldo, 1942

Fados e Guitarradas, espetáculo promovido pelos artistas: Clara Pinto (fadista), Joa-

quim Maurício (guitarrista) e Maurício Júnior (solista).

Page 104: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 104 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Café Tango Bar, 1943

Variações, Fados, Duetos, Tangos, etc., etc., promovidos pelos artistas Judite Pinto (atriz-

cantora), Carlos Lourenço (cantor de tangos), Francisco Jorge (diretor artístico), Nicolau Ne-

ves (violista) e Morais Leite (guitarrista).

Page 105: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 105 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Salão Conde Farrobo, 1935

Tournée Dália, espetáculo de circo e variedades, com os autores: M.ME Dália (considerada a primeira aramista portuguesa), M.LLE Delie (original trapezista) e Les Delies (acrobatas saltadores).

Page 106: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 106 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Salão Conde Farrobo, 1935

Baile de Máscaras, abrilhantado pelo grupo de músicos da Banda de Amadores de Música Eborense.

Page 107: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 107 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Salão Conde Farrobo, 1935

Baile com valsa a Prémio, “em exposição numa das vitrines dos Grandes Armazéns do Chiado”.

Page 108: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 108 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Esplanada Cinema - Empresa da Praça de Touros, 1981

Festival de Vedetas, com os artistas: José Cid, Badaró, Maria da Fé e o conjunto musical Cocktaill.

Page 109: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 109 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Bailes em Évora, 1943-1960

Apresenta-se apenas uma pequena amostra dos bailes realizados durante estes 17 anos, organizados por: Es-

cola Grupo Amadores de Música (Baile da Borboleta e Baile do Leque); Comissão dos Profissionais da Indústria

Hoteleira de Évora (Baile dos Tarrinhos); Sociedade Barbosa du Bocage (Baile do Malmequer); Sociedade Re-

creativa e Dramática Eborense (Baile da Tangerina; Baile da Pinha e Baile do Alfinete); Sociedade Operária de

Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar (Baile do Bacalhau; Baile do Livro e Baile Noite de Amor); Sport

Lisboa e Évora (Baile do Licor); e, Comissão “Os Sete Azuis” (Baile da Fruta).

Page 110: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

OURADAS

T

Page 111: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Jorge Janeiro*

A tauromaquia enquanto produto cultural a cargo de um conjunto de especialistas é um fenómeno

relativamente recente. Antes de 1776 as touradas, realizadas especialmente em ocasiões festivas, não

estavam submetidas a regras de qualquer espécie. Com a introdução de regras o toureio deixa de ser

uma diversão espontânea para passar a integrar-se no conceito de diversão artística em que cabe a

especialistas a tarefa de lidar os toiros dentro de conceitos preestabelecidos em que as suas capacida-

des são postas à prova durante as sortes, ou seja, durante as várias fases do espetáculo, para deleite

do público. São o Marquês de Marialva e Vitorino Fróis quem lança as bases da tourada à portuguesa

como hoje a conhecemos.

No palco coexistem claramente dois tipos de artistas: os que toureiam a cavalo e os que toureiam a

pé. Esta distinção mais não faz do que reproduzir as notórias disparidades sociais existentes entre as

diversas classes. Todos se divertem mas uns nunca saem do chão enquanto outros nunca o tocam.

Em Portugal, ao contrário de Espanha, o toureio a cavalo parece ter ganho predominância sobre o

toureio a pé, exigindo perícia ao toureiro que, entre si próprio e o touro, tinha de manobrar um ter-

ceiro elemento, o cavalo, com grande destreza de modo a fazer das sortes uma verdadeira arte.

A tauromaquia foi-se assumindo, para os seus intervenientes, como fonte de rendimento. Os ganadei-

ros, os artistas tauromáquicos e os donos de praças de touros aprimoraram aos poucos os espetácu-

los com a cooperação das autoridades públicas.

As raças foram-se melhorando. Os artistas, mercê da própria competição, foram dando à festa brava

novas tonalidades. Os promotores dos espetáculos foram dotando, em articulação com os municípios,

as vilas e cidades de praças de touros com cada vez melhores condições. Tudo isto contribuiu para

que a tourada fosse ganhando espaço na cultura portuguesa e se interiorizasse no imaginário de boa

parte da população, surgindo associada nas diversas localidades como um dos momentos mais altos

das festividades. Assume-se hoje como uma verdadeira epifania que completa a essência identitária

de cada terra, nomeadamente, com a existência dos grupos de forcados amadores que a representam

pelo país e pelo mundo fora.

Todavia, a tourada apadrinhada pelas entidades oficiais, que se encarregaram de a padronizar de mo-

do a cingi-la ao universo dos artistas, ou seja, dos detentores das técnicas do toureio, não conseguiu

impedir que a população continuasse a tourear de forma espontânea nas largadas, nas vacadas e no-

____________________

* Diretor do Arquivo Distrital de Évora

Página 111 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Subsídios para o estudo da tauromaquia em Évora

Page 112: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

vilhadas que ocorrem quase em simultâneo com as touradas. A formalidade destas dá lugar à com-

pleta informalidade em que cada um pode ser artista por um dia, arriscando na arena, muitas vezes

improvisada, a própria vida em troco do reconhecimento da sua coragem e da sua habilidade pelos

seus amigos e conhecidos.

Aliás, o toureio, enquanto meio profissional, é um mecanismo de progressão social apetecido. Mui-

tos, correndo atrás de um sonho que os afaste da dura realidade em que vivem, arriscam a vida para

galgarem os patamares da sociedade. Outros encontram aí uma forma alternativa de manterem o

seu status quo social e de obterem rendimento. Ricos e pobres cruzam-se na tourada como artistas,

magnetizados pelas oportunidades que esta proporciona. Cruzam-se, também, como espetadores,

assistindo à beleza e às tragédias da faena como se de um teatro grego se tratasse. Mas mais intenso

pela imprevisibilidade gerada pelo perigo, uma vez que, estando-se perante um animal selvagem,

nunca se conhece o final da peça em exibição.

Se a tourada, nos seus inícios, ainda comportava atrações exóticas, como é o caso dos

“encarapinhados pretinhos em cavalinhos de pasta” ou “dentro de pipas” que tourearam toiros na

Praça das Mercês em Évora em 1849, a verdade é que a bem da “verdade”, ou seja, da autenticidade

do espetáculo, esses elementos se foram perdendo, afirmando-se os grandes cavaleiros que, indo

“ao terreno dos toiros” e “carregando a sorte” ganhavam nome nas principais praças do país e cria-

vam escola. João Branco Núncio é presença assídua em Évora, como se pode comprovar através da

documentação que existe no Arquivo Distrital de Évora. Já a Família Casimiro aparece como uma ver-

dadeira linhagem de cavaleiros num dos cartazes mais imponentes da tourada, ocorrida por ocasião

da Feira de São João de 1929.

Triunfar na arena depende da técnica e da estética promovidas por cada artista, assistindo-se a uma

renovação permanente de estilos que, uma vez consolidados, são ultrapassados por outros que em-

prestam novo vigor à festa. Mas o triunfo é um caminho longo e nem sempre alcançado de tão espi-

nhoso que é. Aos iniciantes sem nome cabe percorrer as praças menores e começar por tarefas me-

nos nobres até que, tendo demonstrado o seu valor nas provas, podem ambicionar tirar a

“alternativa”, uma espécie de carteira profissional, conferida por um “padrinho” e testemunhada

por outro profissional.

O mundo artístico da tauromaquia caracteriza-se pela forte hierarquização, não apenas pelo tipo de

artista (cavaleiro, matador, forcado, bandarilheiro, etc.) como pela antiguidade e pelo sucesso. To-

dos sabem o lugar que ocupam e qual o comportamento a adotar no contexto da tourada.

Évora foi palco de muitas touradas. Primeiro na Praça das Mercês, convertida atualmente num hotel.

Depois, na Praça de Touros, hoje conhecida por Arena de Évora. O Arquivo Distrital de Évora conser-

va um espólio valiosíssimo de cartazes que permitem determinar quais os artistas, os ganadeiros e

os promotores dos espetáculos e saber qual era o preço dos bilhetes em muitos casos, o que ajuda a

perceber quem iria às touradas.

Página 112 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 113: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Cabe, agora, aos investigadores fazerem o seu trabalho de estudo deste universo documental para

recuperarem muitas das memórias da festa brava nesta cidade!

Bibliografia

CAPUCHA, Luís – "Tauromaquia e identidades culturais locais (Dossier «Dinâmicas Culturais»)". Socio-

logia, Problemas e Práticas. Lisboa. ISSN 0873-6529. 8 (1990) 139-145.

CAPUCHA, Luís – "O campo da tauromaquia". Sociologia, Problemas e Práticas. Lisboa. ISSN 0873-

6529. 5 (1988) 147-165.

Página 113 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 114: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Antiga Praça das Mercês, contígua à Igreja das Mercês, na rua do Raimundo. Confira em: http://

aterraeagente.blogspot.pt/2013/12/evora-novo-

hotel-na-rua-do-raimundo.html

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Antiga Praça das Mercês, du-

rante as obras de construção do

Hotel B&B.

Confira em: http://

aterraeagen-

te.blogspot.pt/2013/12/evora-

novo-hotel-na-rua-do-

raimundo.html (Consultado em

30 de dezembro de 2015).

Hotel (imagem atual).

Confira em: http://

aterraeagente.blogspot.pt/2013/12/evora-

novo-hotel-na-rua-do-raimundo.html

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Page 115: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 115 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça das Mercês em Évora, 1849

Corridas de Touros realizadas em junho de 1849, nos dias 23, 24 e 25 com 9 touros em cada dia

e, no dia 29, com 8 touros e um novilho rifado no final, referindo-se que “a quem sahir por sorte,

no caso de o não querer levar, receberá 9$600 Rs”. As corridas foram abrilhantadas pelo cavaleiro

Diogo Henriques Bitencourt e pelos capinhas João Alberto, João Pedro, José Cadete e Joaquim

dos Santos. Os touros foram farpeados pelo referido cavaleiro e, na linguagem da época, pelos

“pretos em cavalinhos de pastas” e “por um preto montado n’um burro, coadjuvado pelos seus

colegas encarapinhados” e ainda “por um pretinho metido dentro d’uma pipa coadjuvado pelos

seus companheiros”. As corridas misturavam, neste período, a lide dos cavaleiros e dos capinhas

com artistas negros que constituíam uma atração do próprio espetáculo.

Page 116: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 116 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros no Rossio de São Brás, 1859

Corrida de touros, em beneficio do Asilo de Infância Desvalida da cidade de Évora, reali-

zada numa praça improvisada no Rossio de São Brás e abrilhantada por um cavaleiro, “6

agarras, e 2 pretos”.

Page 117: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Praça de Touros de Évora, atual Arena de Évora

A construção desta Praça deveu-se, em grande medida, ao empenho do proprietário alentejano António Torres Vaz Freire, tendo sido inaugurada em 19 de maio de 1889, na presença do rei D. Luís e da sua corte. Foi considerada durante alguns anos a melhor praça do país, passando por ela os principais no-mes do toureio em Portugal. Devido à sua progressiva decadência, os espetáculos tauromáquicos foram-se reduzindo ao ponto de se realizarem apenas touradas durante as festas tradicionais da cidade. O elevado estado de degradação levou a que a Câmara Municipal de Évora procedesse a obras de remodelação da Praça, transformando-a em Pavilhão Multiusos, inaugurado em 2007, com a designação de Arena de Évora.

Page 118: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 118 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora), 1929

Corrida de touros realizada nos dias 24 e 29 de junho de 1929, sob a direção de Artur

Torres Pereira, por ocasião da Feira de São João, abrilhantada por 5 cavaleiros: António

Luís Lopes, José Casimiro e filhos (Manuel, José e Fernando, este último com apenas 10

anos de idade). Foram lidados 16 touros e 1 garraio de 2 anos do ganadeiro João Barrei-

ros de Torres Vaz Freire.

Page 119: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 119 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora), 1929

Contrato realizado entre a Empresa da Praça de Touros e o cavaleiro António Luís Lopes, para as

Corridas de Touros dos dias 24 e 29 de junho de 1929.

Page 120: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 120 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora), 1929

Contrato realizado entre a Empresa da Praça de Touros e o cavaleiro José Casimiro de Almeida e

seus filhos (Manuel Casimiro, José Casimiro e Fernando Casimiro), praticantes menores, para as

Corridas de Touros dos dias 24 e 29 de junho de 1929.

Page 121: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 121 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora), 1930

Bilhetes para uma Corrida de touros realizada a 3 de agosto de 1930, em beneficio do Hospital da Mi-

sericórdia de Évora.

Corrida de touros com “6 novilhos à Espanhola” realizada em 23 de julho de 1933, abrilhantada pelo

cavaleiro Francisco Calhau Júnior e pelos bandarilheiros Agostinho Coelho, Carlos dos Santos, Ivo Borba

e Jerónimo Plá Flores e pelo espada Francisco Manzano “Manzanito”.

Page 122: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 122 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora) 1934

Corrida de touros, realizada no dia 29 de junho de 1934, por ocasião da Feira de São João,

com 8 touros das ganadarias de José Lacerda Pinto Barreiros, do Carregado, e de João Barrei-

ros de Torres Vaz Freire, de Évora. Abrilhantada: pelos cavaleiros Simão da Veiga Júnior e João

Branco Núncio; pelos espadas Luiz Morales e Alfonso Gomez; pelos bandarilheiros Custódio

Domingos, Agostinho Coelho, Manuel Raymundo e Carlos dos Santos; pela Banda dos Amado-

res de Música Eborense; e por um Grupo de Moços de Forcado.

Page 123: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 123 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora), 1935

Corrida de touros, realizada no dia 21 de julho de 1935, organizada pelo Governo Civil do dis-

trito de Évora com o objetivo de obter fundos para as casas de beneficência da cidade. Com-

posta por 6 touros da ganadaria de João Barreiros de Torres Vaz Freire, de Évora. Abrilhantada:

pelos cavaleiros D. Vasco Jardim (Valença) e Juan Lopes Lago; pelos bandarilheiros Agostinho

Coelho, Manuel Raymundo, Carlos dos Santos e Plá Flores; pela Banda da Escola de Amadores

de Música Eborense; e pelo Grupo de Moços de Forcado de Évora “capitaneado pelo arrojado

José Arraia”.

Page 124: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora), 1939

Corrida de touros, realizada no dia 29 de julho de 1939, por ocasião da Feira de São João.

Composta por 8 touros da ganadaria de João Barreiros de Torres Vaz Freire, de Évora. Abrilhan-

tada: pelos cavaleiros João Branco Núncio e José Casimiro Júnior; pelos bandarilheiros: Agosti-

nho Coelho, Júlio Procópio, Francisco Gonçalves, Pedro Gorjão, Jerónimo Plá Flores e Jaime

Rodrigues; pela Banda de Música; e pelo Grupo de Forcados Amadores de Santarém.

Page 125: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 125 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora, atual Arena de Évora, 1953

Toirobola, festival noturno de saltos acrobáticos, realizado por Vasco Augusto

e seu irmão “El Índio”.

Page 126: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 126 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Praça de Touros em Évora (atual Arena de Évora) 1954

Corrida de touros, realizada no dia 31 de outubro de 1954, organizada “por uma Comissão de

Meninas da nossa primeira Sociedade, sob o patrocínio do Senhor Governador Civil, Ex.mo Snr

José Félix Mira, a favor do Socorro Social”. Composta por 8 touros cedidos pelos ganadeiros:

José Infante da Câmara, Herdeiros de Dr. Emílio Infante da Câmara, Francisco e Carlos Vanzelar

Palha, Dr. Manuel Vinha, Samuel Santos Jorge, Manuel Grave e Pompeu Caldeira. Abrilhantada

pelos cavaleiros: José Barahona Núncio, Simão da Veiga, João Núncio e Francisco Sepúlveda;

pelos bandarilheiros: José Segarra, António Dias, Francisco Gonçalves, Pedro Gorjão, António

Correia, Rogério Amaro, Frederico dos Santos e Etelvino Loureano; pela Banda dos Amadores

de Música Eborense; e pelo Grupo de Forcados Amadores de Santarém.

Page 127: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

EIRA DE SÃO JOÃO

F

Page 128: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Francisco Bilou*

Criada em 1275, reinando D. Afonso III, a feira de Évora foi consagrada ao apóstolo São Tiago e passou

a realizar-se anualmente no mês de Julho nos chãos do «terreiro da porta de Alconchel» (atual Praça

de Giraldo). Com a construção da Cerca Nova em meados do século XIV e a posterior entrega ao do-

mínio municipal do Rossio (de S. Brás), a feira anual da cidade passou a realizar-se definitivamente

neste espaço. Todavia, já em época de D. Sebastião (1568), o calendário festivo foi ajustado para o

mês de Junho, entre os dias 23 e 26 de Junho, facto que contribuiu para a fixação do nome popular

que ganhou.

Ao longo dos vários séculos, a feira de S. João foi ganhando expressão socioeconómica e escala regio-

nal, refletindo a importância de Évora, que ainda por todo o século XVI era tida como a «segunda ci-

dade do reino». Ainda em época do Cardeal-Infante D. Henrique, a Feira passou a ser «arruada», ou

seja, organizada em ruas com tendas cobertas de pano de linho conforme ao regimento para isso cria-

do (o mesmo que desde aí e durante muitos anos fez coincidir o cargo de vedor da Feira com o do

provedor do cano da Água da Prata, pois parte das receitas provenientes do aluguer dos terrados dos

feirantes passaram a ser canalizadas para as obras de manutenção do Aqueduto).

Sobrevinda ao século XIX sem grandes alterações na forma e no conteúdo, a Feira de S. João ganhou

uma nova dinâmica após 1863 com abertura da ligação ferroviária entre Lisboa (Barreiro) e Évora. A

partir desta data a Feira foi fixando um modelo próprio assente em três características fundamentais:

a tradicional feira económica onde a componente agroalimentar tinha grande expressão, o certame

tauromáquico, e a dimensão puramente lúdica, esta entregue às diversões, curiosidades e novidades

vindas de fora. Esta última característica é, aliás, muito importante para a consolidação popular do

evento. Por exemplo, logo nesse ano de 1863 a atração foi o «gigante do Minho», época em que foto-

grafia já havia aparecido e não tardaria muito a chegar a Évora, à cadência anual das festividades joa-

ninas, o teatro, o circo «à americana» (por mão das melhores companhias nacionais e estrangeiras,

aproveitando precisamente a deslocação de comboio), as primeiras imagens animadas percursoras do

cinema, então chamadas de «kinetografone» (1897), a cerveja de pressão (1905), a câmara frigorífica

_____________________ * Técnico Superior na Câmara Municipal de Évora.

Página 128 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

A Feira de S. João como «memória visual» revisitada

Page 129: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

(que permitiu os primeiros «gelados», até aí «sorvetes»), o primeiro balão aerostático, o primeiro es-

trado automobilístico elétrico (1939) (com três minutos de viagem e protesto geral pelo exagero do

preço), o primeiro «fogo preso» e tantas outras curiosidades e novidades que foram fazendo durante

décadas o encanto de miúdos e graúdos.

Este cariz multifacetado, simultaneamente cultural, económico e recreativo, foi, sem dúvida, o fator

de sucesso e longevidade da Feira de S. João como maior festa popular da cidade e espaço de encon-

tro anual de todos os eborenses. Reflexo dessa abrangência «popular» (sem deixar de estar bem com-

partimentada nas suas hierarquias sociais), a Feira apresentou-se desde sempre como espaço de con-

fluência do interesse de «consumidores» e «produtores»; interesse (re)animado, ano após ano, pelas

«novidades», que sempre competiram por atrair a atenção dos milhares de visitantes e feirantes.

Um pouco rumando contra a corrente, este cariz multifacetado da Feira de S. João foi perdurando até

aos nossos dias, resistindo à alteração dos hábitos de consumo, à transformação do mundo rural e até

ao imediatismo televisivo da notícia e do espetáculo. É precisamente o património imagético e docu-

mental da Feira construído ao longo das últimas décadas que agora se revisita como «memória vi-

sual» nesta exposição sob patrocínio do Arquivo Distrital de Évora.

Página 129 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 130: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Feira de São João (entrada) - MCS 4560 Autor: Marcolino Silva; Data: 1960-1969 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

A Feira de São João é uma festa popular

que se celebra em Évora desde 1569, no

Rossio de São Brás. Nos anos de 1889 e

1903 foi visitada pelo Rei D. Carlos e pela

Rainha D. Amélia.

Cortejo a cavalo, Feira de São João - MCS 102 Autor: Marcolino Silva; Data: 1960 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Page 131: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Exposição de carros, Feira de São João DFT 4111 Autor: Marcolino Silva; Data: 1963 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Circo Texas, Feira de São João - MCS 4539 Autor: Marcolino Silva; Data: 1968 Propriedade: Arquivo Fotográfico da CME

Page 132: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 132 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1929

Circo Mariano, em digressão pelo País, com fotografia do Sr. Mariano ao centro, apresentou

pela Feira de São João o seu espetáculo com um elenco variado de artistas: equilibristas, acro-

batas, saltadores do “Duplo Salto Mortal”, malabaristas, La Bettini “artista italiana ilusionista e

musical”, Miss Zeli “célebre ginasta francesa - A RAINHA DOS ARES”, Melle Emília “interessante

ginasta em miniatura” e ainda 3 Faz-Tudos de Soirée.

Page 133: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 133 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1934

Circo Italo-Luso, em digressão pelo País, apresentou em Évora o seu espetáculo com um elenco

variado de artistas: músicos, equilibristas, acrobatas olímpicos, malabaristas, trios, saltadores

árabes, Pópi e Séqui (palhaços) e, ainda, Jacobim “o mais pequeno contorcionista do mundo”.

Page 134: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 134 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1941

Coliseu dos Recreios em Viagem, apresentou no recinto da Feira de São João, um espe-

táculo composto por: “6 ferozes tigres de Bengala”, 3 elefantes, o Anão Gucho, a Troupe

Chinesa “os 6 Cohan”, Focas, os ciclistas Maurice e May e os palhaços Filip, Johny & Com-

panhia.

Page 135: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 135 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1950/60

Concursos Hípicos, realizados em Évora por ocasião da Feira de São João, tiveram grande impacto na dé-

cada de 50/60 do século XX. As provas realizavam-se durante vários dias e dispunham de uma comissão or-

ganizadora, de um júri e regulavam-se pelo Regulamento da Federação Equestre Portuguesa e Internacional,

que estabelecia as condições de inscrição, os prémios, os percursos, o programa, serviço médico e serviço

veterinário. Em 1950, o Presidente do Concurso era o Coronel Luís de Camões e o secretariado estava locali-

zado no Centro de Mobilização de Artilharia 1 - Évora.

Page 136: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 136 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1953

Caseta da Tertúlia, instalada no recinto da Feira de São João, com as seguintes atividades: baile

no recinto com a “Orquestra Monumental” e “Fados e Guitarradas” com os artistas da Emissora

Nacional Benvinda Correia e Ilda Ferreira, acompanhadas à guitarra por Liberto Conde e à viola

por Orlando Silva.

Page 137: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 137 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1958

Circo Luftman, com a fotografia da proprietária Mary Luftman, apresentou em Évora, no

dia 14 de julho de 1958: Soirées para maiores de 12 anos e Matinées para maiores de 6

anos.

Page 138: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 138 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1960 e 1980

Gincana Noturna de Automóveis, prova de perícia automobilística, organizada pelo Lusitano Ginásio Clu-

be, com o patrocínio da Câmara Municipal de Évora e do jornal “A Bola”. Foi realizada no dia 25 de junho

de 1960, na estrada da circunvalação, frente ao Rossio de São Brás.

Discos Voadores Infantis “VIKING”, de Guilhermina Antunes do Nascimento Crisóstomo, instalado no re-

cinto da Feira de São João. Cobrava 10$00 por cada criança durante um minuto e meio.

Page 139: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 139 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1960

Circo Arriola Paramés, em digressão pelo País, apresentou nos dias 1 a 3 de julho de 1960, em

Évora, o seu novo espetáculo “A volta ao mundo em 80 minutos”.

Page 140: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 140 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1962

Circos Royal e Mariano, em tournée mundial, apresentou em Évora no dia 9 de julho de 1962 o

seu espetáculo “Noite Tropical”, com 50 artistas e 20 atrações de renome mundial.

Page 141: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 141 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1964

Carrossel Triunfo, de António Mendes Roque, instalado no recinto da Feira de São João,

pelo período de 15 dias, possuía 137 lugares, o tempo de viagem era de um minuto e meio

e pagava-se 1$50 por pessoa.

Page 142: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 142 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, s.d.

Lilianita - Primeira Fakir Portuguesa, realizou espetáculo em Évora inti-

tulado “experimento scientifico Enterrada Viva”.

Page 143: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 143 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1971

Poço da Morte, instalado no recinto da Feira de São João, com os artistas portugueses Nelson e

Ruth.

Page 144: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 144 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Feira de São João, 1982

Super Rallye Alverca, pista de automóveis de troll para adultos, de Francisco Ramires Alverca,

instalado no recinto da Feira de São João, pelo período da feira. Possuía 70 carros com 120 luga-

res e cada viagem de carro custava 15$00.

Page 145: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

ESTAS

POPULARES

F

Page 146: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Cândida Vieira*

No âmbito da exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”, rea-

lizada a partir do Fundo do Governo Civil, existente neste arquivo, deparamo-nos com inúmeros carta-

zes e panfletos relativos a festas de cariz popular e religioso, surgindo assim, naturalmente, como

uma das secções temáticas desta exposição.

Os cartazes e panfletos referentes às festas populares, divulgados nesta exposição, estão balizados

cronologicamente entre as décadas de 1960 e 1980, da cidade de Évora - centro histórico e bairros

limítrofes, assim como de freguesias rurais.

Évora, do mesmo modo que outros centros urbanos, ao longo do século XIX e especialmente no XX,

sofreu um incremento populacional significativo, continuando a ser capital distrital e "cabeça" da pro-

víncia Transtagana. Um dos motivos para esse incremento foi a chegada do caminho-de-ferro, no ano

de 1863, assim como um acentuado êxodo rural, que levou a um aumento populacional da urbe ebo-

rense e ao consequente crescimento desordenado da cidade extramuros.

As festas populares, enquadradas dentro das festividades religiosas, em contexto urbano ou periurba-

no, mimetizavam as vivências rurais e religiosas na nova realidade urbana, tanto nos chamados bair-

ros clandestinos, como os planeados durante a vigência do Estado Novo.

Encontramos assim, as Festas de Santo António, que ainda hoje subsistem no Largo de Avis, represen-

tadas nesta exposição por dois exemplares (1961 e 1985) e outras festas dos seguintes bairros limítro-

fes, tais como: Frei-Aleixo, Bacelo, Santo Antonico, Santa Maria, Bairro das Espadas (anos 1970-80).

Os programas tinham como principais atividades e atrações, para lá das cerimónias religiosas sempre

presentes (missa e procissão), uma panóplia de atividades desportivas (futebol, ciclismo e atletismo),

as atividades tauromáquicas (geralmente uma garraiada) e aquelas onde o convívio e a sociabilização

imperavam, ou seja, quermesses, atuações musicais, e, por fim, o sempre tão esperado Baile.

Entretanto, nas freguesias rurais, como Canaviais, Boa Fé, Guadalupe e Torre de Coelheiros, surgem o

mesmo tipo de atividades e atrações, embora com algumas diferenças, partindo sempre de festas de-

____________________

* Assistente Técnica no Arquivo Distrital de Évora.

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As Festas Populares em Évora

Page 147: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

vocionais, onde o fervor religioso era mais latente. Destaca-se a importância dada às garraiadas, tor-

neios de jogo da malha, "jogo do galo ou do pato" e" pau de sebo".

Seja em contexto urbano ou rural existia sempre um espaço vocacionado para "regados" petiscos,

acabando invariavelmente com fogo-de-artifício.

Na década de 80 surgem algumas modificações: uma maior atenção às atividades infantojuvenis, des-

portivas e pedagógicas; uma programação musical que ia ao encontro dos gostos massificados da TV;

e um maior destaque na organização da parte das associações de moradores, e, posteriormente, é

notório e destacado o apoio da câmara e juntas de freguesia.

É de destacar que os cartazes e prospetos vão paulatinamente aumentando ou, pelo menos, manten-

do a sua qualidade gráfica até aos meados dos anos 80, surgindo neste Fundo, depois desta data,

exemplares manuscritos ou fotocopiados.

Página 147 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 148: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Festa no Largo de Avis

Autor: José António Barbosa Data: 1900 - 1910 Cota GPE436 - Propriedade Grupo Pró-Évora Confira em: http://viverevora.blogspot.pt/2010/07/evora-perdida-no-tempo-festa-no-largo.html

(Consultado em 30 de dezembro de 2015).

Page 149: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 149 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1961

Feira Popular de Santo António, realizada nos dias 9 a 13 de junho de 1961, organizada pelo

Oratório Festivo de S. José, composta por “pista de automóveis elétricos, carrocéis, comboio da

sorte, Pim-Pam-Pum, tiro ao alvo auto-foto (novidade inédita em Portugal) quermesse, tombolas,

etc.” e programa de variedades com vários artistas, ranchos folclóricos , bandas e o conjunto mis-

to “Pinto de Sá” de Montemor-o-Novo.

Page 150: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 150 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1970

Festas em honra de Nossa Senhora de Fátima, realizadas em 30 de agosto de

1970 no Bairro da Comenda. Foram organizadas pela Comissão de Festas do

Bairro da Comenda e eram constituídas pelo seguinte programa: missa campal

cantada, procissão, venda de fogaças, quermesse, baile e fogo de artifício.

Page 151: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 151 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares - bailes, 1972-1978

Baile da Amêndoa realizado em 2 de abril na sede da Associação de Moradores do Bairro de Almeirim,

em beneficio do Grupo Infantil “Os Traquinas em Flor”.

Baile da Boneca realizado em dezembro de 1972 e abrilhantado pelo Conjunto das Alcáçovas.

Baile das Flores realizado em 16 de junho de 1973, na Quinta dos Caldeireiros (Santo Antonico) e abri-

lhantado pelo Conjunto Maryling.

Baile do Bacalhau realizado em 18 de março de 1978, na Quinta do Argente (Santo Antonico) e abri-

lhantado por Carlos Caeiro.

Baile da Pinha realizado em 1 de abril de 1978, na Quinta do Argente (Santo Antonico) e abrilhantado

por Panóias e seu acompanhamento.

Page 152: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 152 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1973

Festas em Honra do Sr. Jesus dos Aflitos, realizadas nos dias 15, 16 e 17 de setembro de 1973,

organizada pela Comissão de Festas, com o seguinte programa: quermesse, bailes abrilhantados

pelo “Conjunto Endiabrados do Ritmo” e “Conjunto das Alcáçovas”, missa solene, procissão, tou-

rada à vara larga, torneio de tiro aos pratos e fogo de artifício.

Page 153: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 153 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1977

Festas em Honra de Nossa Senhora de Fátima, realizadas nos dias 2, 3 e 4 de setembro de

1977, no Bairro de Almeirim, organizadas pela Associação de Moradores e constituídas pelo se-

guinte programa: abertura das festas com foguetes e quermesse, atuação da Banda de Amado-

res de Redondo, atletismo, futebol, atuação do “Conjunto Folclórico Infantil” e o “Grupo Coral

de Torre de Coelheiros”, torneio de malhas, gincana de motorizadas, noite de Fados com o fadis-

ta Fernando Farinha e bailes abrilhantados pelos conjuntos “Alentejo” e “1º de Maio”.

Page 154: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 154 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1977

Prova de Perícia Automóvel, realizada dia 9 de abril de 1977, no Bairro do Frei Aleixo, com apresenta-

ção da planta do percurso.

Page 155: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 155 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1979

Festas do Bairro do Bacelo, realizadas nos dias 13, 14 e 15 de julho de 1979, com o seguinte progra-

ma: abertura com fogo de artifício, gincana de bicicletas, atuação do “Grupo Coral de Portel”, torneio

de malha, futebol “Solteiros contra Casados”, atuação do “Rancho Infantil - Juvenil de Monte Trigo” e

do “Grupo de Cantares Regional de Monte Trigo”, exibição da peça teatral “Jorge Dandin” de Moliére

com encenação de Fernando Mora Ramos da Companhia do Centro Cultural de Évora e, por fim, desta-

ca-se a realização da excursão juvenil para comemoração do “Ano Internacional da Crian-

ça” (proclamado pelas Nações Unidas em 1 de janeiro de 1979), com a colaboração da “Comissão Mu-

nicipal para o Ano Internacional da Criança” com visitas à Fábrica dos Leões, à olaria de Redondo, ao

Palácio de Vila Viçosa e à Serra d’Ossa. Os fundos angariados reverteram a favor da construção da Sala

de Polivalente.

Page 156: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 156 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1980

Festas em Honra de Sto. Antonico, realizadas nos dias 5, 6 e 7 de setembro de 1980, organizadas

pela Comissão de Festas, com o seguinte programa: abertura com fogo de artifício, quermesse, tiro

ao alvo, motocross, garraiada, atletismo até 12 anos, missa seguida de procissão, brincadeiras tau-

rinas, cantos livres e bailes abrilhantados pelos conjuntos “Os Taciturnos”, “YPA” e “BV+7”.

Page 157: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 157 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Festas Populares, 1983

Festas do Bairro do Frei Aleixo, realizadas nos dias 2, 3 e 4 de setembro de 1983, organizadas pelo

“Clube Futebol Eborense”, com o seguinte programa: abertura com música, futebol infantil, torneio

de malha, futebol “Solteiros contra Casados”, garraiada popular, atletismo, bailes abrilhantados pe-

los conjuntos de Lisboa “Sinal” e “Rotação” e, por fim, destaca-se o espetáculo de variedades com

António Variações (em Évora pela primeira vez), Grupo de Música Portuguesa Seara Nova e Cega-

Rega, Eduardo - Zé Liaça (Ferro Velho), Mouquinho - Ximenes (Dínamo) e Zé Melo.

Page 158: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

ESPORTO

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Jorge Janeiro*

A prática do desporto é bastante antiga. Na Grécia havia o hábito de fazer tréguas durante o período

dos Jogos Olímpicos, conferindo um carácter pacífico às competições desportivas. O exercitar do cor-

po foi sendo associado ao equilíbrio da mente (mens sana in corpore sano) como que estabelecendo

uma relação de interdependência entre estes dois elementos. Extintos os Jogos Olímpicos gregos con-

tinuou-se a praticar desporto. A nobreza organizava torneios e caçadas para se manter apta para a

guerra enquanto o povo ia realizando os jogos populares nas ruas, nas praças e nos adros das igrejas.

No século XIX e inícios do século XX o desporto ganha cada vez mais adesão junto das classes abasta-

das. O hipismo, o ciclismo, o golfe, o ténis, a vela e o futebol são algumas das modalidades desenvolvi-

das por estas classes, granjeando-lhe estatuto social. Todavia, e à medida que vão sendo fundadas

coletividades pelo país e se dissemina a importância do desporto para a formação do indivíduo, os

desportos começam a estar ao alcance da generalidade da população. A disposição gradual de mais

tempo livre e de mais rendimento por parte das classes trabalhadoras e a massificação das notícias

sobre o desporto, propiciada pelos meios de comunicação, conduziram à ocupação de um lugar de

destaque de algumas modalidades desportivas nas vivências quotidianas. O futebol, dentre todas, foi

a que ganhou maior relevo em Portugal até aos dias de hoje.

A massificação do desporto foi também promovida por iniciativas de âmbito internacional, como é o

caso dos Jogos Olímpicos modernos, e de âmbito nacional, como é o caso da Volta a Portugal em Bici-

cleta. Esses continuam a ser momentos marcantes que atraem a atenção de milhões de pessoas para

as competições, coroando e destronando heróis. Aliás, muitas das figuras mais conhecidas no mundo

são desportistas, entendidos muitas vezes como modelos a seguir pelos seus adeptos. O desporto,

pela emoção que desperta, atravessa gerações familiares e tem a capacidade de opor amigos e de

juntar desconhecidos, arrastando massas de fãs.

Na exposição que apresentamos a documentação é, sobretudo, do século XX. Acumulada no Governo

Civil de Évora, entidade que visava este tipo de espetáculos, permitirá aos investigadores levantar pis-

tas sobre quem eram os praticantes, os treinadores e os membros dos órgãos sociais dos vários clu-

bes, onde foram as competições, quem construiu os equipamentos desportivos e quem os pa-

____________________

* Diretor do Arquivo Distrital de Évora

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Subsídios para o estudo do desporto em Évora

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gou, quanto custavam os ingressos, como estavam organizadas as competições, quem ia aos espetá-

culos e quais as relações entre as coletividades e o poder político, entre muitas outras questões.

Da documentação analisada conclui-se que o leque de modalidades desenvolvidas pelos diversos clu-

bes era relativamente extenso: pesca desportiva, boxe, futebol, automobilismo, ginástica, motociclis-

mo, basquetebol, voleibol, ciclismo, ping-pong e atletismo. A maioria das coletividades com atividades

desportivas apareceu nos inícios do século XX, havendo casos em que estavam ligadas a uma determi-

nada empresa, como era a dos Empregados de Arquimínio Caeiro. As associações de estudantes tam-

bém promoviam atividades desportivas com alguma regularidade, abrindo-as à população.

Os clubes com maior dinamismo parecem ser os de futebol: o Juventude, o Lusitano, Os Azuis e o

Sport Lisboa e Évora. Aliás, o Juventude enfrentou o Futebol Club do Porto em 1952 e o Lusitano o

Benfica em 1977, representando estes recontros a participação de clubes eborenses em competições

de nível nacional. Ao nível internacional também houve atividade registada: em pleno “Verão Quen-

te” de 1975 ocorreu um jogo entre a Seleção de Évora e o Shachtez da Ucrânia, simbolizando a aber-

tura do país ao Bloco de Leste após a queda do Estado Novo.

O desporto serviu para entreter multidões, enchendo os seus tempos livres de emoção. Serviu para

quebrar barreiras raciais, políticas e sociais. E serviu para exercitar o corpo dos atletas, contribuindo

para uma vida mais sã. E, por isso tudo, no desporto, parafraseando Pierre de Coubertin: "o mais im-

portante não é vencer, mas sim, participar".

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Desporto, 1934

Futebol, jogo realizado dia 23 de dezembro de 1934, no campo Estrela do Lusitano, entre o Lusita-

no Ginásio Clube e o Sport Lisboa e Évora para a 2ª volta do campeonato da 8ª jornada. Os árbitros

foram Luís Rita e Américo Santos do Juventude Sport Clube.

Futebol, jogo realizado dia 23 de dezembro de 1934, no campo Sanches de Miranda, entre o Juven-

tude Sport Clube e o Estrela Futebol Clube. O árbitro foi Inácio Augusto do Lusitano.

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Página 162 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1935

Futebol, jogo realizado dia 13 de janeiro de 1935, no campo Estrela do Lusitano, entre o Sport Lis-

boa e Évora e o Estremoz Futebol Clube, para a 2ª volta da 11ª jornada. O árbitro foi Inácio Augusto

do Lusitano.

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Página 163 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1936

Acontecimento Desportivo, realizado no dia 11 de outubro de 1936, no Estádio Dr. Santos Gar-

cia em Évora, organizado pelo Núcleo Ginástico Eborense, dedicado à Secção Desportiva da Esco-

la Industrial e Comercial Gabriel Pereira, com as seguintes atividades: argolistas (Trio Palmas),

trapezistas (Lés Blonds), paralelistas (Os Sertorianos), basquetebol entre a Escola Gabriel Pereira

e os “Cinco Brancos”, jogo do pau realizado pelo professor Augusto Lopes Morais Calado e o seu

filho Domingos Lopes Morais Calado.

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Desporto, 1937

Basquetebol feminino, jogo realizado dia 20 de junho de 1937, no Estádio Dr. Santos Garcia, em

homenagem ao treinador Inácio José Augusto, disputado entre o Curso Comercial e o Curso Industri-

al da Escola de Gabriel Pereira para a 1ª categoria do Sport Lisboa e Évora e para a Categoria de hon-

ra entre o Sport Lisboa e Benfica e a Escola Gabriel Pereira.

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Página 165 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1939

Festival Desportivo, realizado no dia 3 de novembro de 1939, com os Encontros de Basquetebol e

de Voleibol entre a equipa do Colégio Bartolomeu Dias de Algés e o Juventude Sport Clube.

Page 166: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 166 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1939

Futebol, “jogo de desempate para a Taça Oliveira Charrua”, realizado no dia 18 de junho de 1939,

no campo Sanches Miranda, entre o Juventude Sport Clube e o Lusitano Ginásio Clube.

Page 167: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 167 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1940

Festival de Automobilismo e Aviação, realizado no dia 28 de abril de 1940, no “Aeródromo Civil (à

luzerna) em homenagem aos primeiros pilotos brevetados nesta cidade”, em beneficio dos Bombei-

ros Voluntários de Évora, com o seguinte programa: gincana de automóveis, demonstrações acrobá-

ticas e batismo de ar.

Page 168: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 168 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1941

Basquetebol, realizado no 1º de dezembro de 1941, pela Associação Académica do Li-

ceu de Évora no estádio “Dr. Bartolomeu Gromicho”.

Page 169: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 169 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1948

Futebol, realizado no dia 21 de março de 1948, no Campo Estrela em Évora, entre o Clube Operário

de Futebol e o Lusitano Ginásio Clube. Destaca-se ainda o facto de que, durante este jogo e através

da aparelhagem do Sr. Francisco José da Silva, foi ouvido no campo o relato do Portugal - Espanha.

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Desporto, 1950

Futebol, realizado no dia 3 de novembro de 1950, no Campo Sanches de Miranda em Évora, entre o

Clube de Futebol “Os Azuis Eborenses” e o Clube de Futebol de Estremoz, para o Campeonato Regio-

nal da II Divisão.

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Página 171 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1952

Futebol, realizado no dia 8 de abril de 1952, no Campo Sanches de Miranda em Évora, entre o Fute-

bol Clube do Porto (pela primeira vez em Évora) e o Juventude Sport Clube.

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Desporto, 1953

Futebol, realizado no dia 21 de junho de 1953, no Campo Estrela em Évora, entre o Futebol Clube do

Porto e o Lusitano Ginásio Clube, para a Taça de Portugal.

Page 173: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Desporto, 1959

Atletismo, realizado no dia 19 de junho de 1959, no Campo Sanches de Miranda em Évora, com atletas do

Benfica, do Juventude, do Sport Lisboa e Évora, do Reguengos e da Casa Pia de Évora. Deste elenco fizeram

parte, entre outros, os seguintes atletas: António Faria (campeão nacional dos 100 metros), José Araújo

(maratonista olímpico) e Manuel Goulão (campeão nacional de lançamento de disco).

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Desporto, 1961

Bodas de Ouro do Lusitano de Évora, celebradas nos dias 9, 10, 11 e 23 de agosto de 1961, com a apresen-

tação do Grupo Cénico do Lusitano, cujo patrono foi João Villaret, com apresentação da peça A-E-I-O-U da

autoria de Alexandre Rosado, no Salão Ginásio “Alberto Faustino”, destacando-se a apresentação do dia 23

com a presença do “Júri do Concurso da Arte Dramática das Sociedades de Recreio e Cultura, promovido pe-

lo Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Cultura”. Para além do desporto, as associações

desportivas desenvolviam, por vezes, atividades culturais, como era o caso do teatro.

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Página 175 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1963

Grande Prova de Pesca Desportiva de Rio “Inter-Clubes”, realizada no dia 14 de julho de 1963, na Albufeira de

Vale de Moura em Évora, organizada pelo Clube Eborense dos Amadores de Pesca Desportiva.

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Página 176 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Desporto, 1971

Tarde Desportiva, realizada no dia 1 de dezembro de 1971, integrada nas Festas de Finalistas

do Liceu Nacional de Évora, composta pelos jogos de basquetebol, futebol e andebol.

Page 177: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Desporto, 1977

Futebol, realizado no dia 11 de agosto de 1977, no Campo Estrela em Évora, entre o Sport Lisboa e

Benfica e o Lusitano Ginásio Clube, para inauguração da época com apresentação das equipas para a

temporada 1977-78.

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Desporto, 1977

Gincana de Motorizadas, realizada no dia 26 de março de 1977 e integrada nas Festas de Fina-

listas da Escola Industrial e Comercial de Évora.

Page 179: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Desporto, 1980

Grande Gala de Boxe, realizada no dia 22 de novembro de 1980, integrada nas Co-

memorações de 69º Aniversário do Lusitano Ginásio Clube, com a colaboração da Aca-

demia Elvense de boxe, composta por 5 combates, com a participação de Alberto Silva

(campeão Nacional de Ligeiros) e fiscalizada pela Direção Técnica da Associação de

Boxe do Distrito de Portalegre.

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Desporto, 1981

43ª Volta a Portugal em Bicicleta, com início no Rossio de São Brás em Évora a 19

de julho de 1981, com 15 equipas (5 estrangeiras) e cerca de 100 ciclistas. Para co-

memorar esta festa do ciclismo foi realizado um espetáculo de variedades na Praça

de Touros de Évora, com os cantores Paco Bandeira e Tonicha, Trio de Acordeonistas

da Escola de Música Vitorino Matono, José Augusto Barrisco e os jovens artistas Tó

Barbosa, Chana e Lena.

Page 181: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Página 181 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Outras atividades organizadas por Clubes Desportivos, 1940-1957

Clube Desportivo e Recreativo dos Empregados de Arquimínio Caeiro, realizou no dia 18 de fevereiro de 1940,

no Salão do Ginásio da Casa Pia de Évora, uma “Matiné Dançante”, em honra da equipa de Ping-Pong do Sporting

Clube de Portugal. Em 8 de fevereiro de 1941 organizou, no Salão de Festas do Clube, “O Baile da Alegria” abri-

lhantado pela Orquestra Luz e Vida.

Lusitano Ginásio Clube, organizou no dia 4 de junho de 1949 a “Noite do Adeus”, baile de fim de época.

Sport Lisboa e Évora, realizou nos dias 8 e 10 de fevereiro no Salão do Clube “O Baile da Carnaval” abrilhanta-

do pelo Slow Jazz.

Juventude Sport Clube, realizou no dia 25 de agosto de 1957 no salão de festas “O Baile Matinée”.

Page 182: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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Outras atividades organizadas por Clubes Desportivos, 1943-1977

Clube de Futebol Os Azuis, realizou no dia 15 de agosto de 1943 no salão de festas do clube “O Baile” abri-

lhantado pela Orquestra Triunfante Jazz Eborense.

Juventude Sport Clube, realizou no dia 10 de março de 1949 um espetáculo de Carnaval do Grupo Cénico

do Juventude Sport Clube, com apresentação das comédias “Receita Infantil” e “O Domador de Feras”, com

a presença da Orquestra “Alma Lusa”.

Lusitano Ginásio Clube, organizou no dia 30 de abril 1964 a “Noite do Adeus”, baile de fim de época.

Grupo Desportivo “Diana”, organizou no dia 10 de dezembro 1977 um programa de “Fados”.

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EPORTAGEM DO

DIÁRIO DO SUL

R

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A inauguração da exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980” foi objeto de uma reportagem do jornal “Diário do Sul”.

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ICHA TÉCNICA

F

Page 186: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

Ficha Técnica

Direção

Jorge Janeiro

Coordenação

Francisca Mendes

Realização da Exposição

Cândida Vieira Estêvão Neves

Francisca Mendes

Montagem

Cândida Vieira Estêvão Neves

Francisca Mendes

Textos

Armando Quintas

Cândida Vieira Francisca Mendes

Francisco Bilou Jorge Janeiro Maria Zozaya Rui Arimateia

Legendas

Francisca Mendes

Design gráfico

Francisca Mendes

Revisão

Jorge Janeiro

Página 186 | dezembro 2015 | Boletim do Arquivo Distrital de Évora Nº 3 - Suplemento Nº 1

Page 187: Catálogo da Exposição “Memórias das atividades culturais e desportivas em Évora, 1840-1980”

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ISSN 2183-3427

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