catalogação de livros digitais

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Catalogação de livros digitais sob as perspectivas do AACR2, ISBD Consolidada e RDA Cataloging e-booksfromthe perspectives of AACR2, ISBD Consolidatededitionand RDA Abstract:This work presents descriptive guidelines used by the norms AACR2, RDA and ISBD Consolidated to describe electronic resources, specifically e-books. The documentation of Library of Congress is analyzed, showing the bibliographic records in MARC format when describing with AACR2 and RDA rules. The use of ISBD has been made by interpretation of the normfor electronic resources, adding data about content and media type (area 0). The methodology consists in describe an e-book published in Brazil in 2014, in ePub format, applying the prescribed rules of the three normatives, and identifying the core elements to describe this sort of informational resource. The result of this research seeks to bring together theoretical framework for the description of e-books in accordance with international rules of descriptive representation. In addition to the norms, open questions in MARC format are presented, seeking to subsidyto decision-making to the cataloguer to describe neutral records and the importance of the inclusion of electronic resources in the library catalogue. Key word: E-books, Electronic Resources,Descriptive representation, Cataloguing Code. Resumo:Este trabalho reúne as orientações descritivas utilizadas pelas normativas AACR2, RDA e ISBD Consolidada para descrição de recursos eletrônicos, especificamente livros digitais. São analisadas as documentações da Library ofCongress, com apresentação de registros bibliográficos dispostos no formato MARC quando seguidas as normas AACR2 e RDA. A utilização da ISBD se deu por interpretação das regras descritas para recursos eletrônicos e inclusão de dados de conteúdo e tipo de mídia (área 0). A metodologia consiste em descrever um livro digital publicado no Brasil no ano de 2014, no formato ePub, aplicando as regras prescritas pelas três normativas, identificando os elementos principais para descrição deste tipo de recurso informacional. O resultado da pesquisa busca reunir referencial teórico para descrição de livros digitais de acordo com as regras internacionais de representação descritiva.Além das regras identificadas, questões em aberto no formato MARC são apresentadas, buscando elencar subsídios para tomada de decisão do catalogador sobre a descrição de registros neutros e a importância da inclusão desses recursos informacionais nos catálogos das bibliotecas. Palavras-chave: Livros digitais,Recursos Eletrônicos, Representação Descritiva, Código de Catalogação.

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Catalogação de livros digitais

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Page 1: Catalogação de livros digitais

Catalogação de livros digitais sob as perspectivas do AACR2, ISBD Consolidada e RDA

Cataloging e-booksfromthe perspectives of AACR2, ISBD Consolidatededitionand RDA

Abstract:This work presents descriptive guidelines used by the norms AACR2, RDA and ISBD Consolidated to describe electronic resources, specifically e-books. The documentation of Library of Congress is analyzed, showing the bibliographic records in MARC format when describing with AACR2 and RDA rules. The use of ISBD has been made by interpretation of the normfor electronic resources, adding data about content and media type (area 0). The methodology consists in describe an e-book published in Brazil in 2014, in ePub format, applying the prescribed rules of the three normatives, and identifying the core elements to describe this sort of informational resource. The result of this research seeks to bring together theoretical framework for the description of e-books in accordance with international rules of descriptive representation. In addition to the norms, open questions in MARC format are presented, seeking to subsidyto decision-making to the cataloguer to describe neutral records and the importance of the inclusion of electronic resources in the library catalogue.

Key word: E-books, Electronic Resources,Descriptive representation, Cataloguing Code.

Resumo:Este trabalho reúne as orientações descritivas utilizadas pelas normativas AACR2, RDA e ISBD Consolidada para descrição de recursos eletrônicos, especificamente livros digitais. São analisadas as documentações da Library ofCongress, com apresentação de registros bibliográficos dispostos no formato MARC quando seguidas as normas AACR2 e RDA. A utilização da ISBD se deu por interpretação das regras descritas para recursos eletrônicos e inclusão de dados de conteúdo e tipo de mídia (área 0). A metodologia consiste em descrever um livro digital publicado no Brasil no ano de 2014, no formato ePub, aplicando as regras prescritas pelas três normativas, identificando os elementos principais para descrição deste tipo de recurso informacional. O resultado da pesquisa busca reunir referencial teórico para descrição de livros digitais de acordo com as regras internacionais de representação descritiva.Além das regras identificadas, questões em aberto no formato MARC são apresentadas, buscando elencar subsídios para tomada de decisão do catalogador sobre a descrição de registros neutros e a importância da inclusão desses recursos informacionais nos catálogos das bibliotecas.

Palavras-chave: Livros digitais,Recursos Eletrônicos, Representação Descritiva, Código de Catalogação.

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CATALOGAÇÃO DE LIVROS DIGITAIS SOB AS PERSPECTIVAS DO AACR2, ISBD CONSOLIDADA E RDA

1. INTRODUÇÃO

A representação descritiva de livros digitais possui algumas particularidades que não estão presentes em publicações impressas. Diversas características são inerentes ao suporte eletrônico, e devem ser consideradas no momento de realizar a representação descritiva dos itensbibliográficos a serem inseridos nos acervos. Este trabalho visa identificar orientações para a realização da catalogação de livros digitais sob a ótica de três instrumentos normativos: o AACR2 (Anglo-AmericanCatalogue Rules, 2nd edition; Código de Catalogação Anglo-Americano, 2ª edição, tradução livre), a ISBD Consolidada (InternationalStandard BibliographicDescription, ConsolidatedEdition; Descrição Bibliográfica Internacional Edição Consolidada, tradução livre) e a RDA (ResourceDescriptionandAccess; Recursos, Descrição e Acesso, tradução livre). Para tanto adota como método a análise de um registro bibliográfico de livro digital estruturado sob aplicações das normas e padrõescatalográficos, salientando as diferenças ocorridas na representação descritiva.

2. BREVE CENÁRIO DOS RECURSOS ELETRÔNICOS

A inclusão de recursos eletrônicos aos acervos bibliográficos tem-se expandido nos últimos anos, inclusive pela maior oferta de títulos. Este aumento apresenta desafios aos bibliotecários, que se deparam com dificuldades na catalogação, com a representação de elementos necessários à descrição dos dados e que proporcionem aos usuários as condições essenciais para a identificação do recurso disponível, assim como as especificidades decorrentes para o acesso ao mesmo.

O primeiro passo para analisar as normas descritivas é identificar a forma que cada uma delas emprega para descrever “recursos eletrônicos” em seus glossários. No AACR2, o termo “recurso eletrônico” é definido como material codificado (dados e/ou programa) manipulado por um dispositivo computadorizado. Este material pode requerer a utilização de periféricos ligados diretamente a um dispositivo computadorizado, como no caso do CD-ROM, ou a conexão a uma rede de computadores, como a Internet. A RDA adota a mesma definição para o termo “recursos digitais” (Joint SteeringCommittee, 2004; 2011).Nota-se, assim, que o AACR2 e a RDA apresentam a mesma definição, alterando apenas a terminologia empregada.

A ISBD adota o termo “recursos eletrônico” e também segue a mesma definição, porém, ampliando sua abrangência ao considerar que a definição se aplica a maior parte dos recursos tanto disponíveis, quanto acessíveis mediante as telecomunicações. Também compreende os recursos produzidos e/ou gerados para distribuição limitada, ou por demanda, sob pagamento. Ainda entende como recurso eletrônico, o recurso que resida na memória permanente do computador (ROM), entendida como parte do dispositivo no qual se armazena, e se cataloga (InternationalFederationof Library AssociationsandInstitutions, 2011). Observa-se que o termo apresenta na sua definição e na própria terminologia certa complexidade definidora, pelo seu caráter evolutivo em termos tecnológicos, porém em

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comum é a necessidade de um dispositivo computacional para acesso, visualização e manipulação do conteúdo existente no recurso eletrônico ou digital.

Na seara da catalogação, as discussões sobre a representação descritiva dos recursos eletrônicos, evidenciou a limitação do AACR2para este tipo dematerial, resultando em estudos que culminaram com a proposta de uma nova norma, a RDA. A ISBD, por sua vez, também realizou ajustes, de forma a permitir maior clareza ao usuário sobre os recursos disponíveis nas bibliotecas, agregando elementos que auxiliam na descrição dos materiais bibliográficos. Observando a tendência atual, enxerga-se que dificilmente existirão bibliotecas que não incluam recursos eletrônicos aos seus acervos e, apesar de já existirem iniciativas, não serão frequentes bibliotecas que possuam apenas elementos digitais em suas coleções. O que se observa é o aumento de instituições que possuam conjuntos híbridos, formados por obras impressas e digitais, proporcionando oferta diversa aos usuários. Reunir os registros bibliográficos de ambos os tipos de obras em um mesmo catálogo mostra-se um desafio.

De acordo com Eggleston (2012), livros digitais são como qualquer outra fonte de informação presente na biblioteca, e somente serão utilizados se os usuários puderem encontra-los. Para permitir a localização dos recursos disponíveis no acervo, a biblioteca deve promover uma descrição neutra, com a adoção de padrões e estabelecimento de critérios e políticas.

Considera-se que os livros digitais devem ser incluídos nos OPACs(Online Public Access Catalog). Os títulos de acesso aberto e uso franqueado já são usualmente incluídos nas bases de dados. Observa-se, porém, que nem sempre a biblioteca inclui os livros licenciados, delegando sua descoberta às plataformas dos fornecedores.A justificativa para esta situação pode ser compreendida por:

“A propriedade é parte e parcela de nosso entendimento cultural sobre livros. O atual mercado de livros digitais requer de nós não apenas a compra de livros que não são objetos, mas comprar livros que não nos pertencem” (Sheenan, 2013: 22).

Segundo a autora, a aquisição de conteúdo digital provocou uma alteração cultural a partir do momento em que a compra de um produto foi desvinculada de um suporte físico.Provavelmente este comportamento é decorrente do fato da biblioteca não possuir os arquivos para armazenamento em rede ou repositórios digitais, mas ter apenas os links ou URLs(UniformResourceLocator) para acessa-los. Esta característica é própriados livros digitais licenciados, e o fato da biblioteca não possuir um objeto físico, ou um arquivo sob seu poder, não significa que aquela obra não faça parte do acervo ou não deva ter representação no catálogo, mesmo que o licenciamento seja transitório. Descrever os livros digitais promove (1) a reunião dos recursos (físicos e digitais) disponíveis aos usuários em um único local; (2) a descrição, reuniãoe padronização dos metadados; (3) a identificação dos recursos eletrônicos e formas para acessa-los; (4) o acompanhamento e controle dos acessos aos registros eletrônicos (circulações) realizados pelo OPAC e (5) a identificação e recuperação de títulos digitais licenciados (dados de aquisição) (Eggleston, 2012). Tornar as coleções virtuais visíveis sempre foi um complexo (Grigson, 2011).Pesquisas mostram que os jovens priorizam as buscas em ferramentas como o Google ou Yahoo ao invés de procurarem nos catálogos das bibliotecas (CIBER, 2008). Mesmo com a

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possibilidade de sites de pesquisa e os serviços de busca federada um dia virem a superar os catálogos das bibliotecas, estes ainda podem contribuir com a tarefa de pesquisa do usuário e proporcionarem clareza dos recursos disponíveis para acesso. Pesquisas apontam que o uso de recursos eletrônicos é ampliado quando a descoberta ocorre no catálogo da biblioteca (Grigson, 2011). Devido à diversidade de fornecedores que utilizam, cada um, plataformas proprietárias, a complexidade na gestão e distribuição dos recursos podem comprometer o uso e o controle de acessos realizados pelos usuários. Saliente-se que cada plataforma oferece recursos e serviços distintos e isso pode confundir os usuários, ao não haver clareza das possibilidades existentes em cada ferramenta. Também se deve considerar que, quanto maior o uso de plataformas distintas, maiores os esforços na divulgação das ferramentas, títulos, e capacitação dos usuários e da equipe da biblioteca em sua utilização. É fundamental, porém, distinguir os registros físicos (impressos) dos digitais e proporcionar aos usuários formas de busca adequadas para atender às duas demandas. Os itens devem ser descritos distintamente, tornando claro ao usuário que são recursos diferentes, mesmo que o resultado seja a mesma obra apresentando apenas alterações de formato ou suporte.

Como a descrição de livros digitais não apresenta um consenso, com identificação dos elementos que devem estar presentes nos registros, torna-se importante discutir este tema e, à luz das perspectivas atuais, reunir as orientações existentes visando contribuir com a atividade bibliotecária. Ao identificar um conjunto de elementos que devem ser incluídos nos registros bibliográficos de livros digitais, busca-se dar subsídios para o estabelecimento de critérios descritivos às instituições catalogadoras.

3. METODOLOGIA E ANÁLISE

Para realizar a comparação entre os instrumentos descritivos, será feita análise das regras empregadas na descrição, a partir das orientações presentes nas normas, distribuindo os registros no formato MARC (MAchine-ReadableCataloging, Catalogação legível por máquina, tradução livre) e na visualização de fichas dos mesmos.

O tratamento empregado para os registros no AACR2 e na RDA tomaram como base as orientações do PCC (Program for CooperativeCataloging, Programa de Catalogação Cooperativa, tradução livre) da Library ofCongress. A descrição na norma ISBDc será realizada com aplicação do própriocódigo.

Após a identificação dos elementos descritivos presentes no AACR2, na RDA e na ISBD, foi realizada a catalogação da obraIntrodução à teoria geral da administração, de Idalberto Chiavenato, em sua 4ª edição, lançada pela editora Manole, em 2014, no formato ePub, sob o ISBN 9788520437902, de acordo com as três normativas, com fins de padronização dos registros e identificação de similaridades e distinções entre as normas analisadas.

Ao final do estudo foram levantadas questões abertas relacionadas ao formato MARC e uma comparação das regras aplicadas.

3.1 DESCRIÇÃO PELO AACR2

De acordo com o JSC (Joint SteeringCommittee for RevisionofAnglo-AmericanCataloguingRules), as principais atualizações do AACR2 foram publicadas nos anos de 1988, 1998 e 2002, ocasiões em que novos suportes informacionais foram

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incluídosao código (Santos; Corrêa, 2009). O AACR2orienta a utilizaçãodas regras presentes nos capítulos 1 (Regras gerais para descrição), 2 (Livros, folhetos e folhas soltas impressas) e 9 (Recursos eletrônicos) para descrever livros digitais.

As regras para descrição de livros digitais não são muito diferentes das aplicadas para publicações impressas, com ressalvas para a descrição de formatos e características distintas incluídas nos campos fixos (00X) do formato MARC. Ao analisar o livro digital, o catalogador pode deparar-se com algumas dúvidas, como por exemplo:

- Isso é um livro ou um arquivo de computador?

- Este livro digital será atualizado com uma nova edição ou de forma dinâmica, de acordo com atualização de conteúdo?

- O fato de poder conter elementos multimídia (imagens estáticas e em movimento, arquivos sonoros, dados cartográficos etc.) ainda o define como um livro digital ou estes elementos específicos devem ser descritos de forma distinta?

Estas questões podem interferir na descrição do recurso eletrônico, de acordo com o entendimento alcançado pelo catalogador.

O PCC surgiu em 1995 como resultado da reunião de esforços dispersos em diversos programas de catalogação cooperativa.

“Foi um esforço de cooperação internacional que visava a ampliar o acesso a coleções de bibliotecas, fornecendo uma catalogação útil, oportuna e com custo-benefício que atendesse aos padrões mutuamente aceitos de bibliotecas em todo o mundo” (Santos & Pereira, 2014: 129).

Além da cooperação internacional, o PCC também busca desenvolver e manter padrões amplamente aceitos, disseminando a aplicação de regras de catalogação, consolidando a missão do grupo de promover e incentivar o debate entre os participantes.

Em 2008, após congresso anual da ALA (American Library Association), foi formado um grupo para discutir a catalogação de registros monográficos digitais, com o intuito de criar registros neutros, cuja descrição não conflitasse com os demais dados presentes nos catálogos. De acordo com Culbertson, Mandelstam e Prager (2011),este grupo apresentou as seguintes iniciativas:

Desenvolver modelos neutros de catalogação para registros isolados que podem ser usados para todas as interações de uma monografia online. Visa incluir registros de fontes que no passado foram catalogados de forma variada como se fossem reproduções de edições eletrônicas;

Recomendar as melhores práticas para uso flexível destes registros em bibliotecas;

Recomendar formas de promover o uso destes registros entre agências catalogadoras e editores que criam e copiam os dados de registros monográficosonline;

Explorar a viabilidade de unificar diversos registros bibliográficos em registros neutros, recomendando formas de implementação deste processo.

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Os trabalhos deste grupo começaram a ser aplicados em 2009 pelas bibliotecas que seguem as orientações do PCC, tanto na criação quanto na revisão de registros presentes na OCLC (Online Computer Library Center). Apesar de ser uma recomendação e não uma normativa, diversas bibliotecas participantes da OCLC promovem a padronização dos registros de monografias digitais, removendo campos que eram anteriormente utilizados para descrever estes tipos de documentos.

As recomendações do PCC para registros neutros deste período foram esquematizadas no formato MARC, ainda sem a utilização dos campos criados para permitir a descrição em RDA, destacando-se a área da descrição física. Dentre os objetivos das orientações encontram-se (1) permitir a descrição de monografias que existem tanto no formato impresso quanto no digital; (2) unificar registros de uma monografia online, independente do fornecedor/agregador/distribuidor responsável por seu acesso, evitando a duplicação de registros no catálogo; (3)não incluir dados de fornecedores do conteúdo licenciado; (4) reunir informação aplicável às manifestações que possuam o mesmo conteúdo; e (5) não incluirdados de restrições de acesso, formato do arquivo ou sistemas requeridos quando inerentes a fornecedores específicos. As orientações tomaram como base as definições do PCC para tratamento de registros seriados online, independentemente se a monografia online foi convertida em digital ou se nasceu sob este formato (Culbertson, Mandelstam&Prager, 2011). As decisões locais das bibliotecas continuam com sua adoção facultada à instituição, porém, quando a biblioteca contribui com projetos colaborativos, as orientações devem ser seguidas.

Em reunião ocorrida em novembro de 2013, o PCC definiu que a partir do dia 01/01/2015 todas as suas novas orientaçõesseriam realizadas de acordo com a RDA (Library ofCongress. Program for CooperativeCataloguing, 2014). Desta forma, entendeu-se que as orientações anteriormente fornecidas ao AACR2 não seriam mais atualizadas. Assim, enfatiza-se a adesão das bibliotecas norte-americanas na adoção da RDA como normativa descritiva a ser utilizada.

De acordo com Library of Congress, Program for Cooperative Cataloging (2013), as recomendações para descrição pelo AACR2 foram distribuídas nas categorias: M (Mandatório ou Obrigatório), A (Mandatório quando aplicável), O (Opcional) e X (Não utilizado) e estão relacionadas naTabela1.

Tabela1: Elementos do PCC para descrição pelo AACR21

Elemento Descrição Utilização Líder/06 Tipo de registro: para material textual utiliza-se o código

“a” (material textual) M

Líder/07 Nível bibliográfico do registro:para monografias utiliza-se o código “m” (monográfico)

M

006/00 Forma do material: deve ser preenchida com “m” (arquivo de computador, recurso eletrônico) se no Líder/06 for diferente deste valor

A/O

1 As tags de aplicação muito específicas ou que atendem determinações norte-americanas não foram incluídas nessa tabela: 010 (Número de controle da Library ofCongress), 024 (Outro identificador padrão), 028 (Número de editor para música) e 050 (Número de chamada da Library ofCongress).

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007/00 Categoria do material: utiliza-se o código “c” (recursos eletrônicos)

M

007/01 Designação específica do material: para recursos eletrônicos utiliza-se o código “r” (remoto)

M

008/23 Forma do item: para recursos eletrônicos utiliza-se o código “o” (online) quando acessado por rede ou “q” quando o recurso está armazenado em suporte de plug direto (disco, fita, cartão de memória, pendrive etc.)

M

008/35-37 Idioma do recurso O 020 |a ISBN (International Standard Book Number):descrição

de cada versão do recurso eletrônico em uma tag 020. Incluir apenas o número normalizado da versão digital. O ISBN da versão impressa deve ser informada na tag 776|z

A

040 |a, |b Fonte da catalogação, Idioma da catalogação M 090 |a2 Número de classificação. Podem ser informados números

de classificação para livros digitais nas tags 080, 082 ou 090.

O

1XX |a Entrada principal A 245 |a, |b, |c, |h, |p, |n

Título e demais informações como: |a Título principal, |h Designação Geral do Material-DGM [recurso eletrônico], |b outras informações sobre o título, |c indicação de responsabilidade, |p parte etc.

M

246 |a Forma variante do título: informações complementares caso sejam importantes para identificação do registro

A

250 |a, |b Informações sobre edição A 256 |a Características do arquivo de computador: Não utilizar X 260 |a, |b, |c Dados da imprenta: |a Local de publicação, |b Editor, |c

data. Todos os registros online são considerados como publicados

M

300 |a, |b Descrição física: |a extensão, |b outras informações. Os dados de dimensão (|c) não são aplicáveis. Quando conhecidas, as informações sobre a extensão do recurso podem ser incluídas entre parênteses após a expressão “1 recurso online”. Exemplo: 1 recurso online (25 p.). Em |b podem ser informados os formatos dos arquivos e demais informações que forem consideradas pertinentes

M (|a) O (|b) X (|c)

490 |a, |v Informações sobre série A 500 |a Nota geral A 505 |a Nota de conteúdo O 506 |a Nota de restrição de acesso. Utilizada somente para

registros de projetos de preservação digital A

2Como o PCC orienta a utilização da tag 050 (número de chamada da Library ofCongress), pode-se substituir este campo pela 080 (Classificação Decimal Universal), 082 (Classificação Decimal de Dewey) ou 090 (número de chamada local), sendo utilizado como Opcional, visto que no Brasil não está presente a prática de utilização da tag 050. A informação de classificação nos recursos eletrônicos pode ser incluída para elaboração de relatórios por área do conhecimento, assuntos do acervo etc.

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516 |a Nota sobre tipo de arquivo de computador. Utilizada somente se o recurso tem características incomuns

O

520 |a Nota de resumo O 530 |a Nota de disponibilidade do registro em outro formato

físico: Não utilizar. Descrever em tag 776|i X

533 |a Nota de reprodução: utilizada para descrever registros de projetos de preservação digital

A

534 |a Nota de versão original: não utilizar X 538 |a Nota de detalhes do sistema e forma de acesso: utilizada

para descrever registros de projetos de preservação digital. Incluir somente se necessitar de um software incomum ou se o acesso não for pela World Wide Web

A

540 |a Nota de uso e reprodução: utilizar somente para coleções de arquivos digitalizados

A

550 |a Nota de publicação. Não utilizar X 583 |a Nota de ação: utilizada para descrever registros de

projetos de preservação digital A

588 |a Nota de fonte da descrição: utilizada em três situações: 1) Descrição baseada em recurso online individual:

incluir fonte do título; 2) Descrição baseada em parte de recurso online

múltiplo: informar na nota; 3) Descrição baseada em registro em sua forma

física: acrescentar a frase: Descrição baseada na [formato físico]

M

700-751 |a, |e

Entradas secundárias dos recursos eletrônicos. Não utilizar para descrever projetos de preservação digital

A

773 Fonte do item: não utilizar X 776 |a, |b, |d, |h, |i, |t, |z

Entrada de forma física adicional: necessária se a descrição for feita com base em outro formato. Incluir |i para identificar a versão do formato ao invés de incluir uma nota de disponibilidade do recurso em outro registro (530). Em |z é informado o ISBN da versão impressa

A

800-830 |a, |n

Entrada secundária de séries. Não utilizar para descrever projetos de preservação digital

A

856 |y, |u Localização e acesso eletrônico: |u para a URL. Não utilizar |z para descrições específicas da instituição catalogadora

A

Aplicando o preenchimento dos campos MARC no exemplo adotado neste estudo, se obtém o registro daFigura1:

Figura1: Descrição da obra pelo AACR2

Chiavenato, Idalberto Introdução à teoria geral da administração [recurso eletrônico] / Idalberto Chiavenato.

--- 4. ed. compacta. --- São Paulo, SP: Manole, 2014. 1 recurso online : ePub.

Page 9: Catalogação de livros digitais

Conteúdo: Parte I — Introdução à teoria geral da administração? Parte II — Os

primórdios da administração? Parte III - Abordagem clássica da administração? Parte IV – Abordagem humanística da administração? Parte V – Abordagem neoclássica da administração? Parte VI — Abordagem estruturalista da administração? Parte VII — Abordagem comportamental da administração? Parte VIII — Abordagem sistêmica da administração? Parte IX – Abordagem contingencial da administração? Parte X – Novas abordagens da administração.

Resumo: Em plena era da Informação, em que o capital intelectual é a maior riqueza da humanidade, a formação e a constante atualização do administrador requerem, necessariamente, uma capacitação conceitual e crítica, que o torna um importante componente estratégico – e não simplesmente tático ou meramente operacional – capaz de conduzir sua organização para a competitividade e o sucesso e, sobretudo, mantê-la sempre na liderança em seu setor de negócios. Em uma era de mudanças, de transformações e desafios, de incertezas e imprevisibilidade, de globalização dos negócios e de incessante desenvolvimento tecnológico, o administrador moderno precisa construir habilidades conceituais e uma postura crítica e criativa, a fim de proporcionar novos rumos e caminhos para sua organização. A teoria administrativa é o que proporcionará os conceitos e as opções necessárias para isso. Introdução à Teoria Geral da Administração? Edição compacta é leitura obrigatória para estudantes de Administração e indispensável para empresários, dirigentes, executivos, consultores, gestores e especialmente profissionais que têm o destino e o futuro de organizações em mãos.

Disponível para ler em: Android, Desktop-OSX, Desktop-Windows, Ereader, IPad, IPhone.

Acesso restrito: http://fornecedor.com.br/books/9788520437902 ISBN 9788520437902 1. Administração. I. Título.

A transcrição dos elementos dispostos no registro em AACR2 para o formato MARC está presente na Figura2:

Figura2: Descrição de obra no AACR2, visualizada em formato MARC

000 nam a22 4a 4500 001 000046478 005 20141217220514.0 006 m o 007 cr a 008 141217 BR o por 020 __ |a 9788520437902 040 __ |a Instituição catalogadora |b por 100 1_ |a Chiavenato, Idalberto 245 10 |a Introdução à teoria geral da administração |h [recurso eletrônico] |c / Idalberto Chiavenato. 250 __ |a 4 ed. |b compacta 260 __ |a São Paulo: |b Manole, |c 2014. 300 __ |a 1 recurso online: |b ePub.

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505 2_ |a Conteúdo: Parte I — Introdução à teoria geral da administração?Parte II — Os primórdios da administração?Parte III - Abordagem clássica da administração?Parte IV – Abordagem humanística da administração?Parte V – Abordagem neoclássica da administração?Parte VI — Abordagem estruturalista da administração?Parte VII — Abordagem comportamental da administração?Parte VIII — Abordagem sistêmica da administração?Parte IX – Abordagem contingencial da administração?Parte X – Novas abordagens da administração. 520 3_ |a Resumo: Em plena era da Informação, em que o capital intelectual é a maior riqueza da humanidade, a formação e a constante atualização do administrador requerem, necessariamente, uma capacitação conceitual e crítica, que o torna um importante componente estratégico – e não simplesmente tático ou meramente operacional – capaz de conduzir sua organização para a competitividade e o sucesso e, sobretudo, mantê-la sempre na liderança em seu setor de negócios. Em uma era de mudanças, de transformações e desafios, de incertezas e imprevisibilidade, de globalização dos negócios e de incessante desenvolvimento tecnológico, o administrador moderno precisa construir habilidades conceituais e uma postura crítica e criativa, a fim de proporcionar novos rumos e caminhos para sua organização. A teoria administrativa é o que proporcionará os conceitos e as opções necessárias para isso. Introdução à Teoria Geral da Administração? Edição compacta é leitura obrigatória para estudantes de Administração e indispensável para empresários, dirigentes, executivos, consultores, gestores e especialmente profissionais que têm o destino e o futuro de organizações em mãos. 538 __ |a Disponível para ler em: Android, Desktop-OSX, Desktop-Windows, Ereader, IPad, IPhone. 650 14 |a Administração 776 0_ |a Chiavenato, Idalberto |b 9.ed. |d São Paulo: Manole, 2014. |h 678 p. |t Introdução à teoria geral da administração. |z 9788520436691 |i versão impressa 856 40 |y Acesso restrito |u http://fornecedor.com.br/books/9788520437902

3.2 DESCRIÇÃO PELA RDA

O AACR2 foi criado em um ambiente de domínio do impresso e, portanto, para elaboração de catálogos em ficha, enquanto a RDA foi desenvolvida para o ambiente digital, na descrição de recursos eletrônicos. Nas atualizações do AACR2 foram previstos recursos eletrônicos, porém analisados sob o viés e em analogia com as publicações impressas. Em 2005, o JSC definiu que os esforços aplicados para uma atualização do AACR2 não seriam suficientes para atender às necessidades e diversidades dos registros eletrônicos e, desta forma, descartou-se a ideia de um AACR3 (Welsh&Batley, 2012).

De acordo com Kelley (2012), a RDA foi concebida para ser compatível com catálogos e recursos digitais, além de publicações tradicionaisimpressas ou físicas. Também deve apoiar a aplicação de recursos da web semântica. Segundo o autor, apesar da RDA ter sido pensada para substituir o AACR2, ela foi desenvolvida com base nele, garantindo compatibilidade entre ambas as normas. Isto permite que um catálogo contenha registros no modelo AACR2 e RDA sem ocasionar conflitos ou perda de funcionalidades. Enquanto o AACR2 permite a localização física dos documentos no acervo, a RDA, por abranger as publicações eletrônicas, permite o acesso aos recursos digitais diretamente a partir do catálogo, por meio de clique em URL. A RDA também vislumbra a criação de relacionamentos entre registros, descrevendo obras e não itens (exemplares) pertencentes a

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uma coleção. Esta abordagem permite melhor visibilidade do acervo, oferecendo opções aos usuários de encontrar, identificar, selecionar e obter o acesso ao item bibliográfico.

Apesar de alterar os registros bibliográficos, ospontos de acesso por assuntos eos números de chamada não são afetados pela novanorma, mantendo a utilização de instrumentos como o Código de Classificação de Dewey (CDD), Classificação Decimal Universal (CDU) ou a Library ofCongressSubjectHeadings (LCSH) inalterados.

“A implementação da RDA tem sido, e ainda será, um longo processo porque existem diversos detalhes e muitos agentes envolvidos. Ainda existe também muita inercia que está prolongando o processo” (Kelley, 2012: capítulo 7).

Além da criação de registros pela RDA, os dados descritos em AACR2 devem passar por revisão e, quando necessário, ajustes e complementação de informações. As primeiras iniciativas para aplicação do novo código datam de 2010, porém, após testes, as bibliotecas nacionais norte-americanas (Library ofCongress, National Library of Medicine e NationalAgricultural Library) optaram por postergar a aplicação para 2013. Nem todas as bibliotecas norte-americanas migraram para a RDA, porém a Library ofCongress fez esse movimento em 2013, influenciando as ações em diversas instituições no mundo. O formato MARC vem passando por modificações e ajustes para acomodar as necessidades de descrição da RDA. Somado a isso, têm-se as adaptações dos itens descritos originariamente sob o AACR2,aspecto que obriga a uma revisão geral da catalogação, com os bibliotecários criando e mantendo registros híbridos nos catálogos bibliográficos.

O PCC divulgou uma atualização de sua documentação sobre registros eletrônicos neutros em 2013, incluindo orientações para descrição de registros na RDA, em conjunto com o formato MARC 21. O padrão PCC RDA BIBCO Standard Record (BSR) é um modelo que visa garantir a inclusão de elementos essenciais dos registros bibliográficos a fim de atender às expectativas dos usuários (Library of Congress. Program for Cooperative Cataloging, 2014b).Os elementos para descrição de monografiasemmeioeletrônicoestãorepresentadosnaTabela 2.

Tabela 2: Elementos do PCC para descrição pelo RDA

Elemento Descrição Utilização Líder/06 Tipo de registro: para material textual utiliza-se o código

“a” (material textual). Utilizado em conjunto com o campo 336 quando mais de um tipo de conteúdo for descrito

M

Líder/07 Nível bibliográfico do registro: para monografias utiliza-se o código “m” (monográfico)

M

006/00 Forma do material: deve ser preenchida com “m” (arquivo de computador, recurso eletrônico) se no Líder/06 for diferente desse valor

A/O

007/00 Categoria do material: utiliza-se o código “c” (recursos eletrônicos). Necessita de preenchimento do campo 337 para descrever demais elementos

M

007/01 Designação específica do material: para recursos eletrônicos utiliza-se o código “r” (remoto)

M

008/23 Forma do item: para recursos eletrônicos utiliza-se o M

Page 12: Catalogação de livros digitais

código “o” (online) quando acessado por rede ou “q” quando o recurso está armazenado em suporte de plug direto (disco, fita, cartão de memória, pendrive etc.)

008/35-37 Idioma do recurso O 020 |a ISBN (International Standard Book Number): descrição

de cada versão do recurso eletrônico em uma tag 020. Incluir apenas o número normalizado da manifestação. O ISBN da versão impressa deve ser informada na tag 776|z

A

040 |a, |b, |e Fonte da catalogação; idioma da catalogação; descrição da convenção utilizada (rda)

M

042 |a Código de autenticação, sinalizado por “pcc” A 090 |a3 Número de classificação. Podem ser informados números

de classificação para livros digitais nas tags 080, 082 ou 090.

O

1XX Entrada principal (criador, família, entidade coorporativa da obra). Usualmente acrescenta-se a função do autor Pessoa (|e)

A

245 |a, |b, |c Título e demais informações como: |a Título principal, |b outras informações sobre o título, |c indicação de responsabilidade, |p parte etc.O DGM (|h) foi removido

M

246 |a Forma variante do título: informações complementares caso sejam importantes para identificação do registro

A

250 |a Informações sobre edição. A RDA orienta que sejam informados os dados das obras como aparecem nos recursos. Desta forma, as abreviações somente serão transcritas se figurarem nas fontes primárias

A

256 |a Características do arquivo de computador: Não utilizar X 264 |a, |b, |c Dados da imprenta: |a Local de publicação, |b Editor, |c

data. Todos os registros online são considerados como publicados A utilização do Indicador 2 fará a especificação: Ind 2=1: Local de publicação, Nome do editor, Data da publicação Ind2=2: Local da distribuição, Nome do distribuidor, Data da distribuição Ind2=3: Local da manufatura, Nome do produtor, Data da manufatura Ind2=4: Data de copyright. Utilizada se a data de publicação ou distribuição não forem identificadas Ao incluir tipos de dados de imprenta distintos (Ind 2=1, 2, 3 ou 4), deve-se acrescentar uma tag 264 para cada preenchimento do indicador 2. Exemplo:

M

3Como o PCC orienta a utilização da tag 050 (número de chamada da Library ofCongress), pode-se substituir esse campo pela 080 (Classificação Decimal Universal), 082 (Classificação Decimal de Dewey) ou 090 (número de chamada local), sendo utilizado como Opcional, visto que no Brasil não está presente a prática de utilização da tag 050.

Page 13: Catalogação de livros digitais

264 _1 |a São Paulo : |b Manole, |c 2014 264 _4 |c (c) 2013

300 |a, |b Descrição física: |a extensão, |b outras informações. Os dados de dimensão (|c) não são aplicáveis. Quando conhecidas, as informações adicionais sobre a extensão do recurso podem ser incluídas entre parênteses, sem uso de abreviações. Exemplo: 1 recurso online (25 páginas) Inclui descrição de número de subunidades, tipo do arquivo, tamanho do arquivo e duração

M (|a) O (|b) X (|c)

336 |a, |2 Tipo de conteúdo. Está relacionado com o preenchimento do Líder/06. Informar que o registro foi criado em RDA

M

337 |a, |2 Tipo de mídia (não mediado, computador etc.). Informar que o registro foi criado em RDA

M

338 |a, |2 Tipo de suporte. Utilizar Recurso online. Informar que o registro foi criado em RDA

M

347 |a, |b Características do arquivo digital, tipo do formato O 490 |a, |v Informações sobre série A 500 |a Nota geral A 505 |a Nota de conteúdo O 506 |a Nota de restrição de acesso. Utilizada somente para

registros de projetos de preservação digital A

516 |a Nota sobre tipo de arquivo de computador. Utilizada somente se o recurso tem características incomuns

O

520 |a Nota de resumo O 530 |a Nota de disponibilidade do registro em outro formato

físico: Preferirdescrever na tag 776 O

533 |a Nota de reprodução: utilizada para descrever registros de projetos de preservação digital

A

534 |a Nota de versão original: não utilizar X 538 |a Nota de detalhes do sistema e forma de acesso: utilizada

para descrever registros de projetos de preservação digital. Incluir somente se necessitar de um software incomum ou se o acesso não for pela World Wide Web

A

540 |a Nota de uso e reprodução: utilizar somente para coleções de arquivos digitalizados

A

546 |a Nota de idioma A 583 |a Nota de ação: utilizada para descrever registros de

projetos de preservação digital A

588 |a Nota de fonte da descrição: utilizada em três situações: 1) Descrição baseada em recurso online individual:

incluir fonte do título; 2) Descrição baseada em parte de recurso online

múltiplo: informar na nota; 3) Descrição baseada em registro em sua forma

física: acrescentar a frase: Descrição baseada na versão em CD-ROM

M

700-751 |a, |e

Entradas secundárias dos recursos eletrônicos. Não utilizar para descrever projetos de preservação digital

A

Page 14: Catalogação de livros digitais

773 Fonte do item: não utilizar X 776 |a, |b, |d, |h, |i, |t, |z

Entrada de forma física adicional: necessária se a descrição for feita com base em outro formato. Incluir |i para identificar a versão do formato ao invés de incluir uma nota de disponibilidade do recurso em outro registro (530)

A

800-830 |a, |n

Entrada secundária de séries. Não utilizar para descrever projetos de preservação digital

A

856 |y, |u Localização e acesso eletrônico: |u para a URL. Não utilizar |z para descrições específicas da instituição catalogadora

A

Observe-se que as principais alterações em relação às orientações do AACR2 estão relacionadas com as tags 3XX, porém outros elementos foram modificados como 245|h e 260|a, |b, |c. Nas tags 040, 336, 337, 338 e 347 deve ser identificada a convenção utilizada na descrição (rda). O autor Pessoa tem sua função especificada na entrada principal (100). A nota 530 pode ser utilizada, porém ainda com a recomendação de descrever o registro em outra manifestação utilizando uma tag 776.

A transcrição dos elementos descritos no RDA para o formato MARC está presente naFigura 3:

Figura 3: Descrição de obra no RDA, visualizada no formato MARC

000 nam a22 4a 4500 001 000046478 005 20141217220514.0 006 m o 007 cr a 008 141217 BR o por 020 __ |a 9788520437902 040 __ |a Instituição catalogadora|b por |e rda 042 __ |a pcc 100 1_ |a Chiavenato, Idalberto |e autor 245 10 |a Introdução à teoria geral da administração|c / Idalberto Chiavenato. 250 __ |a 4 edição |b compacta 264 _1 |a São Paulo, SP |b Manole |c 2014. 300 __ |a 1 recurso online |b ePub 336 __ |a Texto |2 rdacontent 337 __ |aComputador |2 rdamedia 338 __ |a Recurso online |2 rdacarrier 347__ |a Arquivo de texto |b ePub |2 rda 505 2_ |a Conteúdo: Parte I — Introdução à teoria geral da administração? Parte II — Os primórdios da administração? Parte III - Abordagem clássica da administração? Parte IV – Abordagem humanística da administração? Parte V – Abordagem neoclássica da administração? Parte VI — Abordagem estruturalista da administração? Parte VII — Abordagem comportamental da administração? Parte VIII — Abordagem sistêmica da administração? Parte IX – Abordagem contingencial da administração? Parte X – Novas abordagens da administração.

Page 15: Catalogação de livros digitais

520 3_ |a Resumo: Em plena era da Informação, em que o capital intelectual é a maior riqueza da humanidade, a formação e a constante atualização do administrador requerem, necessariamente, uma capacitação conceitual e crítica, que o torna um importante componente estratégico – e não simplesmente tático ou meramente operacional – capaz de conduzir sua organização para a competitividade e o sucesso e, sobretudo, mantê-la sempre na liderança em seu setor de negócios. Em uma era de mudanças, de transformações e desafios, de incertezas e imprevisibilidade, de globalização dos negócios e de incessante desenvolvimento tecnológico, o administrador moderno precisa construir habilidades conceituais e uma postura crítica e criativa, a fim de proporcionar novos rumos e caminhos para sua organização. A teoria administrativa é o que proporcionará os conceitos e as opções necessárias para isso. Introdução à Teoria Geral da Administração? Edição compacta é leitura obrigatória para estudantes de Administração e indispensável para empresários, dirigentes, executivos, consultores, gestores e especialmente profissionais que têm o destino e o futuro de organizações em mãos. 538 __ |a Disponível para ler em: Android, Desktop-OSX, Desktop-Windows, Ereader, IPad, IPhone. 650 14 |a Administração 776 0_ |a Chiavenato, Idalberto |b 9.ed. |d São Paulo: Manole, 2014. |h 678 p. |t Introdução à teoria geral da administração. |z 9788520436691 |i versão impressa 856 40 |y Acesso restrito |u http://fornecedor.com.br/books/9788520437902

3.3 DESCRIÇÃO PELA ISBD CONSOLIDADA

Em 2003, a partir da formação do Grupo de Estudo sobre a Direção Futura das ISBDs, iniciaram-se trabalhos para reunir as diversas ISBDs existentes com os seguintes propósitos:

(1) preparar uma ISBD consolidada e atualizada, a partir das especializadas, para atender às necessidades dos catalogadores;

(2) criar regras coerentes à descrição de todos os tipos de recursos de forma uniforme, abrangendo as especificidades necessárias para diversos conjuntos de recursos;

(3) realizar a descrição em diversos níveis, tanto para agências nacionais, bibliotecas nacionais ou outras instituições.

Estes esforços visavam estruturar uma normativa que pudesse ser empregada em nível internacional, favorecendo o intercâmbio de registros bibliográficos, independente do idioma empregado pela agência catalogadora. Esta norma permite a descrição de textos impressos, recursos eletrônicos, cartográficos, multimídia, imagens fixas e em movimento, música notada e gravações sonoras.

Apesar de não adotar completamente a terminologia da FRBR (FunctionalRequirements for Bibliographic Records), a ISBD utiliza termos específicos relacionando os conceitos e os elementos mandatórios (InternationalFederationof Library AssociationsandInstitutions, 2011). As alterações terminológicas foram empregadas com o intuito de evitar confusões com a FRBR. O mapeamento dos elementos da ISBD relacionados aos conceitos da FRBR foram publicados em 2004 pelo CataloguingSection’sStandingCommitee sob o título Mapping ISBD elementsto FRBR entity atributes

Page 16: Catalogação de livros digitais

andrelationships4(InternationalFederationof Library AssociationsandInstitutions, 2011).Poucas modificações foram elaboradas em relação à terminologia empregada na ISBD, como a substituição de publicação ou item, por recurso, por exemplo. A terminologia da FRBR é adotada para modelagem de manifestações através de exemplares (itens) existentes nos acervos.

Os recursos eletrônicos são abordados na ISBD de duas formas: (1) acesso direto (recurso físico: CD, fita, cartucho etc.) ou; (2) acesso remoto (sem objeto físico, acessível por equipamentos eletrônicos, conectados ou não a redes, ou armazenados em servidores e repositórios). Todos os recursos eletrônicos de acesso remoto são considerados publicações editadas.Estes também possuem edições distintas quando ocorre alteração de conteúdo. Nestas situações um novo registro deve ser elaborado, em analogia ao que ocorre com as publicações impressas. Caso um recurso eletrônico sofra modificações de linguagens de programação, atualizações de sistema, formatos ou sistema operacional, estes fatores também podem exigir a criação de um novo registro, porém não são considerados como novas edições, mas diferentes formatos ou características. Nestes casos, dados devem ser acrescentados na área 7, (InternationalFederationof Library AssociationsandInstitutions, 2011).

As fontes de informação utilizadas para descrever recursos eletrônicos são: (1) a própria fonte em sua totalidade (título da tela, declarações do programa, cabeçalho, linhas, home page, informação codificada etc.); (2) fontes que identificam o recurso como um todo e que aparecem em suporte físico ou identificações; (3) a embalagem feita pelo editor, produtor ou distribuidor e; (4) a documentação que acompanha o material e que auxilia na identificação do recurso (InternationalFederationof Library AssociationsandInstitutions, 2011).

A ISBD determina os padrões dos elementos que devem ser descritos em uma sequência específica. Também utiliza pontuação como um fator de delimitaçãode dados, tornando-os identificáveis independente do idioma da agência catalogadora. Isto fortalece a interoperabilidade de registros entre sistemas, assim como as possibilidades de visualização dos dados dos recursos. Os elementos descritivos sãoobrigatórios (M - mandatório), condicionais (MA - mandatóriose aplicável ao recurso) ou opcionais (O).Quando os elementos são repetitivos, sinaliza-se com “(R)”. A ISBD é organizada em áreas, conformeTabela 3:

Tabela 3: Elementos de descrição da ISBD Consolidada

Área Elemento Descrição Utilização 0 Forma do conteúdo

e tipo de mídia Forma do conteúdo: descrição do tipo de conteúdo. Exemplos: palavra falada, programa, texto, outras formas de conteúdo etc.

M (R)

0 Qualificação do conteúdo

Acrescentam outras informações sobre o conteúdo como presença ou ausência de movimento, natureza sensorial do recurso etc. Exemplos: texto (visual ou táctil).

MA (R)

0 Tipo de mídia Tipo de suporte utilizado para transmitir o M 4 Disponível em: http://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/isbd/isbd-frbr-mapping.pdf

Page 17: Catalogação de livros digitais

conteúdo do recurso. Exemplos: eletrônico, múltiplas mídias, outras mídias, sem mediação etc.

1 Título e menção de responsabilidade

Título, informações complementares (R), menção de responsabilidade (R)

MA

2 Edição Recursos produzidos por uma mesma entidade ou pessoa

MA

3 Específica de material ou tipo de recurso

Informações especificas do recurso. Não é utilizada para descrever recursos eletrônicos

MA (R)

4 Publicação, produção, distribuição etc.

Local de publicação, nome do editor e data de publicação, produção ou distribuição

M (R)

5 Descrição do material

Extensão, outros detalhes físicos, material anexo (R) etc. A informação para recursos eletrônicos de acesso remoto é informada quando conhecida e considerada importante ao usuário. Recursos disponíveis em duas ou mais cores devem ser sinalizados com a abreviação “col.”. Se o recurso estiver disponível em outro formato físico estes dados devem ser incluídos nas áreas 7 ou 8. Dimensões de recursos eletrônicos somente são descritas quando existe um suporte físico (CD-ROM, cartão etc.).

O

6 Série e recurso monográfico multiparte

Título da série, informação complementar, menção de responsabilidade, número internacional normalizado, numeração dentro da série etc.

MA

7 Notas Informações descritivas que não foram representadas em outras áreas, porém que foram consideradas importantes aos usuários. Notas usualmente empregadas: forma do conteúdo e tipo de mídia, descrição física, conteúdo, identificadores dos recursos,área de disponibilidade, forma de acesso, nota bibliográfica de história do recurso (outras versões) etc. Paranotas de sistemas requeridos informar:nome, modelo de equipamento, sistema operacional, tipo de equipamentos suportados, requisições de software, padrão de caracteres etc.

O (R)

8 Identificador do recurso e condições de disponibilidade

Dado que identifica um recurso conforme norma internacional (ISBN, DOI, URL etc.). Informa também sobre termos para disponibilidade (acesso)

MA (R)

Page 18: Catalogação de livros digitais

A transcrição dos elementos descritos na ISBD Consolidada para o exemplo deste estudo está presente na Figura 4:

Figura 4: Descrição de obra na ISBD Consolidada distribuído nas áreas

Área 0 Texto (visual) : eletrônico Área 1 Introdução à teoria geral da administração / Idalberto Chiavenato. Área 2 4. ed. compacta. Área 3 Área 4 São Paulo, SP: Manole, 2014. Área 5 1 recurso online : ePub Área 6 Área 7 Sistemas requeridos: Android; Desktop-OSX; Desktop-Windows; Ereader;

Ipad; IPhone. - Disponível no formato impresso: Chiavetato, Idalberto. Introdução à teoria geral da adminstração. – 9. ed. – São Paulo: Manole, 2014. - Conteúdo: Parte I — Introdução à teoria geral da administração? Parte II — Os primórdios da administração? Parte III - Abordagem clássica da administração? Parte IV – Abordagem humanística da administração? Parte V – Abordagem neoclássica da administração? Parte VI — Abordagem estruturalista da administração? Parte VII — Abordagem comportamental da administração? Parte VIII — Abordagem sistêmica da administração? Parte IX – Abordagem contingencial da administração? Parte X – Novas abordagens da administração. - Resumo: Em plena era da Informação, em que o capital intelectual é a maior riqueza da humanidade, a formação e a constante atualização do administrador requerem, necessariamente, uma capacitação conceitual e crítica, que o torna um importante componente estratégico – e não simplesmente tático ou meramente operacional – capaz de conduzir sua organização para a competitividade e o sucesso e, sobretudo, mantê-la sempre na liderança em seu setor de negócios. Em uma era de mudanças, de transformações e desafios, de incertezas e imprevisibilidade, de globalização dos negócios e de incessante desenvolvimento tecnológico, o administrador moderno precisa construir habilidades conceituais e uma postura crítica e criativa, a fim de proporcionar novos rumos e caminhos para sua organização. A teoria administrativa é o que proporcionará os conceitos e as opções necessárias para isso. Introdução à Teoria Geral da Administração? Edição compacta é leitura obrigatória para estudantes de Administração e indispensável para empresários, dirigentes, executivos, consultores, gestores e especialmente profissionais que têm o destino e o futuro de organizações em mãos.

Área 8 ISBN: 9788520437902. - Acesso restrito: http://fornecedor.com.br/books/9788520437902

As informações no formato de ficha estão visíveis na Figura 5:

Figura 5: Descrição de obra na ISBD Consolidada visualizado como ficha

Texto (visual) : eletrônico

Introdução à teoria geral da administração / Idalberto Chiavenato. - 4. ed. compacta. - São Paulo, SP: Manole, 2014. - 1 recurso online : ePub.

Page 19: Catalogação de livros digitais

Sistemas requeridos: Android; Desktop-OSX; Desktop-Windows; Ereader; Ipad; IPhone. - Disponível no formato impresso: Chiavetato, Idalberto. Introdução à teoria geral da adminstração. – 9. ed. – São Paulo: Manole, 2014. - Conteúdo: Parte I — Introdução à teoria geral da administração? Parte II — Os primórdios da administração? Parte III - Abordagem clássica da administração? Parte IV – Abordagem humanística da administração? Parte V – Abordagem neoclássica da administração? Parte VI — Abordagem estruturalista da administração? Parte VII — Abordagem comportamental da administração? Parte VIII — Abordagem sistêmica da administração? Parte IX – Abordagem contingencial da administração? Parte X – Novas abordagens da administração. - Resumo: Em plena era da Informação, em que o capital intelectual é a maior riqueza da humanidade, a formação e a constante atualização do administrador requerem, necessariamente, uma capacitação conceitual e crítica, que o torna um importante componente estratégico – e não simplesmente tático ou meramente operacional – capaz de conduzir sua organização para a competitividade e o sucesso e, sobretudo, mantê-la sempre na liderança em seu setor de negócios. Em uma era de mudanças, de transformações e desafios, de incertezas e imprevisibilidade, de globalização dos negócios e de incessante desenvolvimento tecnológico, o administrador moderno precisa construir habilidades conceituais e uma postura crítica e criativa, a fim de proporcionar novos rumos e caminhos para sua organização. A teoria administrativa é o que proporcionará os conceitos e as opções necessárias para isso. Introdução à Teoria Geral da Administração? Edição compacta é leitura obrigatória para estudantes de Administração e indispensável para empresários, dirigentes, executivos, consultores, gestores e especialmente profissionais que têm o destino e o futuro de organizações em mãos.

ISBN: 9788520437902. - Acesso restrito: http://fornecedor.com.br/books/9788520437902

3.4 QUESTÕES ABERTAS

Analisando as descrições apresentadas no formato MARC tanto para o AACR2 quanto para a RDA ainda existem pontos que apresentam divergências e que não estão completamente aderidos às orientações do PCC. Eggleston (2012) incluiu em seus exemplos os seguintes elementos descritivos:

1) Descrição do líder5 (LDR) de acordo com a natureza do livro digital. Segundo a autora, este campo deve ter a posição 07 preenchida de forma distinta caso a publicação seja estática ou receba atualizações dinâmicas:

Livro eletrônico sem atualização: ^^^^^nam^^2200361^a^4500 (m= monografia)

Livro eletrônico atualizável: ^^^^^nai^^2200349^a^4500 (i= recurso integrado)

Não foi identificada aplicação desta distinção nas orientações do PCC ou em outros exemplos. Este tipo de descrição é complexa de ser feita, visto que nem sempre é possível ao catalogador identificar que a publicação apresenta atualizações dinâmicas. Por outro lado, é uma questão que deve ser observada, uma vez que ocorre mudança do conteúdo. 5 O líder é composto por 24 posições que são preenchidas por códigos estabelecidos no formato MARC.

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2) Inclusão da tag 655 (Assunto de gênero e forma) com a descrição de “Livro eletrônico” ou “Livro digital”. Este elemento não agrega informações e pode, inclusive, dificultar e confundir o usuário e o bibliotecário na identificação do dado descrito. Este campo é utilizado para descrever assuntos e, a não ser que a obra discorra sobre livros digitais, inclui-lo não facilitará a identificação do recurso em seu formato, visto que o conteúdo é distinto deste.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As três normativas apresentam similaridades entre si e as principais distinções estão presentes na parte da descrição física. Apesar de novos campos e termos serem adotados nesta área, os mesmos ainda não proporcionam total compreensão aos usuários. Informações como “recurso online” (AACR2, RDA, ISBD), “texto” (RDA, ISBD), “computador” (RDA, ISBD), “arquivo de texto” (RDA) não transmitem clareza sobre o tipo de material descrito e inserido no catálogo. Afinal, pode ser um website, um livro digital ou um CD-ROM com arquivos textuais. Como os livros digitais podem ser mediados por diversos tipos de dispositivos, e acessados por meio de aplicativos específicos, fornecer aos leitores este tipo de informação mostra-se relevante, assim como o formato do arquivo em questão. Incluir estes dados em notas tampouco facilita a consulta do usuário, visto que obriga a uma procura de informação em elementos textuais dispersos, campos notadamente de preenchimento textual livre, não mediados por tabelas ou padronizados.

Por outro lado, é clara a importância da inclusão de dados descritivos de livros digitais nos catálogos, ainda que também estejam disponíveis em sistemas de busca federada ou nas plataformas dos fornecedores. Além do catálogo bibliográfico ser o local de descoberta das obras presentes no acervo, a reunião de todos os recursos, independente de seu suporte físico, em um único local, contribui com a gestão bibliotecária, permitindo, inclusive, contabilizar o acesso e a utilização dos materiais, não dependendo somente de instrumentos oferecidos pelos fornecedores de conteúdo digital. Ressalta-se, contudo, a importância de adoção de padrões descritivos neutros, visto que ainda não são nítidas as transformações que o livro digital pode acarretarem uma coleção. Pondera-se também o fato que os acervos apresentam a tendência de serem formados por recursos híbridos, com obras tanto em meios impressos, quanto em meios eletrônicos e digitais. Incluir muitos elementos de dados aos registros de recursos eletrônicos pode resultar em ajustes descritivos no futuro, na medida em que ocorrer a inclusão ou exclusão de campos no formato MARC, o emprego de terminologias específicas ou a geração de informação redundante, aspectos que diminuem a qualidade de um registro.

Enquanto as bibliotecas norte-americanas já adotam (ou iniciam adoção) das normas RDA, o mesmo não é observado no Brasil, que ainda segue trabalhando com o AACR2. Apesar deexistiremestudos no país sobre estanova normativa, as especulações sobre o início de seu emprego são vagas ou desconhecidas, com a necessidade primária de capacitação de bibliotecários, definição de novas políticas descritivas e a aderência dos sistemas de

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informação para inclusão dos novos elementos condicionados a ganhos de navegação e encontrabilidade aos usuários. Realizar uma catalogação em RDA sem que o usuário tenha benefícios, apenas torna o processo de representação mais custoso ao bibliotecário e à agência catalogadora, sem aumento da qualidade do serviço prestado. É notório que o formato MARC apresenta restrições para uma nova modelagem conceitual da catalogação, e que sua provável substituição está em curso sob patrocínio da Library ofCongress, com os estudos para desenvolvimento de um novo formato, o BIBFRAME (Bibliographic Framework Initiative). Contudo, a descrição ainda deve ser feita escorada no padrão MARC, visto que os esforços de migração ao novo código de catalogação e ajustes nos registros existentes serão realizados por meio deste formato. A própria RDA não encontra-se finalizada, com ajustes sendo aplicados e documentos de trabalho postos em discussão, o que torna complexa sua adoção. A ISBD edição consolidada, ao incluir uma área zero “0”, na qual descreve a forma do conteúdo e o tipo de mídia utilizado mostra-se uma alternativa bem consistente aos países que ainda não apresentam maturidade ou condições financeiras para adotar a RDA, porém também exige ajustes nos legados bibliográficos existentes, incluindo as informações na nova área, e nas descrições orientadas aos recursos eletrônicos.

Este texto se propôs a reunir orientaçõespara descrição de livros digitais sob a ótica de três normativas internacionais,ea fornecer subsídios para tomadas de decisões sobre a catalogação destes registros. Acompanhamento das discussões em congressos e na literatura se faz necessário, visando atualizar quanto aos avanços e orientações adotadas nos instrumentos e nas práticas bibliotecárias.A inclusão de livros digitais aos acervos mostra-se uma tendência, com a biblioteca aumentando o emprego de recursos eletrônicos em suas coleções, demandadas pela maior procura por parte dos usuários.

Recomenda-se que as agências catalogadoras busquem o estabelecimento de práticas descritivas específicas a estes recursos, agregadas às políticas adotadas para descrição de recursos impressos, de forma a tornar sua representação uniforme e padronizada, facilitando sua identificação e, consequentemente, sua gestão.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 22: Catalogação de livros digitais

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