caso clínico: geriatria€¦ · caso clínico m.a.s., mulher de 56 anos, casada, dona de casa,...
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Profa. Dra. Daniela Cristina Carvalho de Abreu
Professora Associada do Curso de Fisioterapia
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo (FMRP-USP)
Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional
LARELaboratório de Avaliação e
Reabilitação do Equilíbrio
• Objetivos da Fisioterapia:
- Analgesia
- Diminuir rigidez matinal
- Aumentar força e resistência muscular
- Aumentar estabilidade articular
- Aumentar propriocepção articular
- Aumentar mobilidade articular e funcionalidade
- Educar o paciente (controle de peso, prática física orientada, uso de
órteses, como transportar objetos, calçados apropriados)
- Reduzir incapacidade
- Melhorar qualidade de vida
• Objetivos da Fisioterapia estão de acordo com a OARSI:
- Analgesia *
- Diminuir rigidez matinal*
- Aumentar/melhorar a mobilidade articular* e funcionalidade
- Educar o paciente* (controle de peso, prática física orientada, uso de
órteses, como transportar objetos; calçados apropriados)
- Reduzir progressão da degeneração articular*
- Melhorar qualidade de vida*
* Recomendações para o manejo da OA de quadril e joelhos
pela OARSI (Osteoarthritis Research Society International)
- Reduzir incapacidade*
Caso Clínico M.A.S., mulher de 56 anos, casada, dona de casa, sedentária foi encaminhada
ao setor de fisioterapia pelo seu médico reumatologista, devido à dor
relacionada à osteoartrite (OA) no joelho esquerdo.
HMA = dor iniciou há 60 dias, segundo a paciente, após realizar uma
caminhada longa até a casa de sua irmã. Há 30 dias, houve piora dos sintomas,
limitando a realização de subir/descer escada e dificultando para levantar e
sentar-se. Apresenta diagnóstico de osteoartrite no joelho esquerdo há 2 anos,
mas desde então não retornou ao médico. Devido à dor, consultou novamente o
médico reumatologista que verificou progressão da OA de joelho esquerdo. Ao
indagar sobre mudança no estilo de vida, M.A.S. respondeu que não fez
fisioterapia, não deixou de ser sedentária e não mudou os seus hábitos
alimentares.
Reside em Ribeirão Preto, com o esposo e mora em um sobrado. Há 30 dias
não consegue subir as escadas e está dormindo na sala de estar.
Comorbidades: Apresenta hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo II
Faz uso de propanolol, metformina e paracetamol quando tem dor
Caso Clínico
Queixa principal: dor no joelho esquerdo e dificuldade para
levantar-se da cadeira e subir e descer escada há 1 mês
Expectativa da paciente: não ter dor e conseguir se movimentar
como antes
Classificação Funcional II
WOMAC: 70 pontos
IMC = 29,1 kg/m2 (sobrepeso), peso=90kg, altura=1,55m
PA = 150/90 mmHg, FC = 72bpm, FR=20x/min
Observações: Aferir PA inicial, meio e final da sessão
Indagar sobre o controle do DM tipo2
Ideal:
Nível glicêmico capilar pré-prandial: 70-130 mg/dl
Nível glicêmico capilar pós-prandial (1 a 2 horas após
refeição) < 180 mg/dl
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019-2020
Hipoglicemia - Sintomas:
- Adrenérgicos: tremor, sudorese,
palidez, taquicardia
- Neuroglicopênicos: cefaléia, tontura,
sonolência, irritabilidade, fraqueza,
confusão mental, visão turva,
incoordenação motora, desmaio,
convulsão e coma.
Hiperglicemia - Sintomas:
- Poliúria (eliminação de grande
volume de urina num dado período),
- Polidipsia (sede excessiva),
- Polifagia (fome excessiva),
- Hálito cetônico (parecido com odor
de maçã, na respiração)
Planejamento fisioterapêutico
Quais objetivos / condutas a curto prazo?
Quais objetivos / conduta a médio e longo prazo?
Escolher que técnicas fariam (não mudar de técnicas
de uma sessão para outra)
Caso ClínicoItem da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Hábitos de vida
inadequados
(sedentária e hábitos
alimentares)
Orientar a paciente Orientações sobre
importância de
controle de peso,
prática física
orientada, proteção
articular, calçados
apropriados.
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Algia no joelho esquerdo
(dor mecânica),
principalmente ao
levantar/sentar da cadeira e
subir escada
Diminuir dor em
joelho E
Crioterapia (dor
intensa);
Mob articular grau I
e II;
Exercícios ativos,
ativo-assistido;
Recursos: laser,
UST, TENS
Crioterapia (bolsa de gelo) x criomassagem (estrutura
óssea do joelho não facilita procedimento)
Não tem sinais flogísticos
Caso ClínicoItem da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Algia no joelho esquerdo
(dor mecânica),
principalmente ao
levantar/sentar da cadeira e
subir escada
Diminuir dor em
joelho E
Crioterapia;
Mob articular grau I
e II;
Exercícios ativos,
ativo-assistido;
Recursos: laser,
UST, TENS
Crioterapia (bolsa de gelo) x criomassagem (estrutura
óssea do joelho não facilita procedimento)
Crioterapia – de preferência ao final da sessão
Quando for possível - Crioterapia em casa
Caso ClínicoItem da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Relata rigidez articular
inferior a 15 minutos
Diminuir rigidez
articular
Exercícios ativos,
ativo-assistido;
Calor (antes da
sessão para relaxar
musculatura);
Exercício aeróbio
Caso Clínico
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Déficit de propriocepção
articular no joelho esquerdo
para flexão e extensão
Melhorar
propriocepção
articulação em
joelho E
Curto prazo:
exercícios ativos
para melhora
cinestésica
Médio prazo:
Exercícios em cadeia
cinética fechada em
superfície instável
(como balancinho,
espuma)
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Redução da ADM ativa e
passiva do joelho esquerdo
Identificar causa da
restrição da ADM
Flexão de joelho Extensão de joelho
D E D E
Ativa 140º. 110º. 0º. -10º.
Passiva 140º. 125º. 0º. 0º.
Hipóteses para ADM reduzida dos flexores de joelho?
Caso ClínicoFlexão de joelho Extensão de joelho
D E D E
Ativa 140º. 110º. 0º. -10º.
Passiva 140º. 125º. 0º. 0º.
Hipóteses para ADM reduzida
dos flexores de joelho?
Dor,
fraqueza muscular,
encurtamentos
musculares (ADM
passiva),
Caso ClínicoFlexão de joelho Extensão de joelho
D E D E
Ativa 140º. 110º. 0º. -10º.
Passiva 140º. 125º. 0º. 0º.
Hipóteses para ADM de
extensão de joelho reduzida
(flexo de joelho)?
Postura antálgica:
gerando menor
pressão intra-
articular
Item da Avaliação
que requer
intervenção
Objetivo Conduta
Redução da ADM
ativa e passiva do
joelho esquerdo
Curto prazo:
manter ADM
- Exercícios ativos, ativo-
assistidos e passivos no limite da
dor, de flexão e extensão de joelho
E
- Mobilização intra-articular grau
II
Redução da ADM
ativa e passiva do
joelho esquerdo
Médio/longo
prazo: ganhar
ADM
- Alongamento se encurtamento
muscular (restrição ADM
passiva)
- Mobilização intra-articular grau
III e IV se restrição capsular
- Fortalecimento se fraqueza
muscular (restrição da ADM
ativa)
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Encurtamento de reto
femoral e isquiotibiais
no membro esquerdo.
Encurtamento da cadeia
posterior no membro
esquerdo.
Melhorar
flexibilidade de reto
femoral e cadeia
posterior E
Curto prazo: exercícios
ativos, ativo-assistidos,
passivos de flexão de
joelho; flexão de quadril,
extensão de joelho e
dorsiflexão
Médio/longo prazo:
alongamento de reto
femoral, isquiotibiais e
cadeia posterior
Quadríceps Isquiotibiais
D E D E
Teste de 0-5 5 5 5 5
1 RM 25 kg 10 kg
(limitada pela dor
no joelho)
15 kg 7 kg
(limitada pela dor
no joelho)
Por que a força muscular pelo Teste de Oxford é de grau 5
bilateralmente, mas no Teste de 1 RM a força é assimétrica?
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Fraqueza muscular de
quadríceps e isquiotibiais
do membro esquerdo
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Fraqueza muscular de
quadríceps e isquiotibiais
do membro esquerdo
Quadríceps Isquiotibiais
D E D E
Teste de 0-5 5 5 5 5
1 RM 25 kg 10 kg
(limitada pela dor
no joelho)
15 kg 7 kg
(limitada pela dor
no joelho)
Peso = 90kg
10% = 9 kg
20% = 18 kg
27,8% 16,7%
11,2% 7,8%
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Fraqueza muscular de
quadríceps e isquiotibiais
do membro esquerdo
Quadríceps Isquiotibiais
D E D E
Teste de 0-5 5 5 5 5
1 RM 25 kg 10 kg
(limitada pela dor
no joelho)
15 kg 7 kg
(limitada pela dor
no joelho)
Peso = 90kg
10% = 9 kg
20% = 18 kg
27,8% 16,7%
11,2% 7,8%
Quadríceps Isquiotibiais
D E D E
Teste de 0-5 5 5 5 5
1 RM 25 kg 10 kg
(limitada pela dor
no joelho)
15 kg 7 kg
(limitada pela dor
no joelho)
Por que a força muscular pelo
Teste de Oxford é de grau 5
bilateralmente, mas no Teste de 1
RM a força é assimétrica?
Teste de Oxford é
subjetivo;
Teste de 1RM
consegue avaliar de
forma mais objetiva a
força muscular
Os resultados da avaliação
da força muscular são
confiáveis?
Refazer o teste quando a
dor melhorar!!
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Fraqueza muscular de
quadríceps e
isquiotibiais do membro
esquerdo
Curto prazo: manter
trofismo muscular
Curto prazo:
exercício ativo e
isométrico
Médio/longo prazo:
fortalecer quadríceps
e isquiotibiais
Médio/longo prazo:
exercícios resistidos
para quadríceps e
IQTs
- Exercícios em cadeia
cinética aberta e
fechada
Melhora da Funcionalidade
A melhora da funcionalidade ocorre com treino específico
Entretanto, a redução da dor, melhora de aspectos físicos (ADM,
função muscular, propriocepção articular, etc) podem ser
necessários para que o treino funcional ocorre de forma adequado.
Melhora da Funcionalidade
A melhora da funcionalidade ocorre com treino específico
Entretanto, a redução da dor, melhora de aspectos físicos (ADM,
função muscular, propriocepção articular, etc) podem ser
necessários para que o treino funcional ocorre de forma
adequado.
Uso de crioterapia, exercícios passivos e ativos em cadeia
cinética aberta isoladamente não melhoram a função
Aumento de 30-40% da força muscular – parece que
repercute positivamente na funcionalidade
Uso de laser e US podem melhorar a função
Exercícios físicos, 2x/semana, 50-60 minutos cada sessão, por 8 semanas:
- Aquecimento (10 minutos), fortalecimento de mmii (20 minutos) – 3 séries de
15 repetições d SLR de flexão de joelhos; abdução, flexão e extensão de
quadril, 5 segundos de isometria de quadríceps entre 0-30º, exercícios aeróbico
em bicicleta (20 minutos) e alongamento (5 minutos).
- Fortalecimento: início 30% de 1RM, aumentando até 70% de 1RM.
- Progressão – exercícios funcionais: levantar e sentar da cadeira (3 séries de 10
repetições), circuito, andar em diferentes direções, transposição de obstáculos,
marcha no colchonete, treino de equilíbrio unipodal (3 séries de 30 segundos) e
balancim (bipodal, 5 vezes de 30 segundos)
Exercícios físicos, 2x/semana, 50-60 minutos cada sessão, por 8
semanas:
- Resultados:
- Grupo sintomático: Programa de exercícios melhorou o WOMAC
total, domínios de dor e função do WOMAC
- Grupo assintomático – Programa de exercícios melhorou no teste de
subir e descer degrau
Intervenção: 2x/semana, por 8 semanas:
Exercício físico: melhorou dor e função pelo WOMAC
Exercício; laser; exercício + laser = melhoraram a velocidade da
marcha
Exercício + laser = melhora da cadência e tempo de suporte único
Laser: efeito analgésico, anti-inflamatório, anti-edematoso e
cicatrizante. Melhora rigidez articular e função
Exercício físico: melhora a dor, flexibilidade, capacidade aeróbica e
função
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Levantar-se da cadeira (apoio
MMSS, descarga de peso no
membro direito, com flexão
de tronco excessiva)
Causas para o
problema?
Hipóteses:
- Dor articular;
- Fraqueza de quadríceps;
- Déficit propriocepção
articular
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Levantar-se da cadeira
(apoio MMSS, descarga de
peso no membro direito,
com flexão de tronco
excessiva)
TLS 5x – não realizou
(necessita apoio dos MMSS)
Refazer o teste quando a dor melhorar!!
- Observar se a função continua comprometida
- Verificar se é possível fazer o TLS5x
- E redefinir as hipóteses para o comprometimento mantido
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Levantar-se da cadeira (apoio
MMSS, descarga de peso no
membro direito, com flexão
de tronco excessiva)
- Melhorar
funcionalidade
- Estimular descarga de
peso em MIE
Concomitante a
técnicas de analgesia
e fortalecimento e/ou
potência muscular
deve ser realizado
treino funcional
TLS 5x – não realizou
(necessita apoio dos MMSS)
Se a função continuar
comprometida:
Articulação do joelho precisa resistir a uma magnitude de cerca
de 4,7 vezes o peso corporal para levantar da cadeira
Item da Avaliação que requer
intervenção
Objetivo Conduta
TUG = 23 segundos
Velocidade da marcha = 0,8 m/s
Bom desempenho??
Marcha - comprimento do passo
curto, flexão de joelho sutil
durante a fase de balanço, com
pouca descarregar peso na perna
esquerda
Subir e descer degrau anterior e
lateral – incapaz com membro
inferior esquerdo
Causas para o
problema?
Hipóteses:
- Dor articular;
- Fraqueza muscular??
- Redução de ADM
- Déficit propriocepção
articular
Item da Avaliação que requer
intervenção
Objetivo Conduta
TUG = 23 segundos
Velocidade da marcha = 0,8 m/s
Marcha - comprimento do passo
curto, flexão de joelho sutil
durante a fase de balanço, com
pouca descarregar peso na perna
esquerda
Subir e descer degrau anterior e
lateral – incapaz com membro
inferior esquerdo
Refazer os testes quando a dor melhorar!!
- Observar se as funções
continuam comprometidas
- E redefinir as hipóteses
para o(s)
comprometimento(s)
mantido(s)
Item da Avaliação que requer
intervenção
Objetivo Conduta
TUG = 23 segundos
Velocidade da marcha = 0,8 m/s
Marcha - comprimento do passo
curto, flexão de joelho sutil
durante a fase de balanço, com
pouca descarregar peso na perna
esquerda
Subir e descer degrau anterior e
lateral – incapaz com membro
inferior esquerdo
Refazer os testes quando a dor melhorar!!
- Observar se as funções
continuam comprometidas
- E redefinir as hipóteses
para o(s)
comprometimento(s)
mantido(s)
Hipóteses:
- Dor articular;
- Fraqueza muscular??
- Déficit propriocepção articular
- Dificuldade alternar descarga de
peso
Flexão de joelho Extensão de joelho
D E D E
Ativa 140º. 110º. 0º. -10º.
Passiva 140º. 125º. 0º. 0º.
A ADM não é a causa da incapacidade de subir degrau
Anterior Lateral
D E D E
Altura 22 cm Não realizou 22 cm Não realizou
Item da
Avaliação
Objetivo Conduta
TUG e marcha
comprometidos
- Melhorar
parâmetros da
marcha
Curto prazo: melhorar a dor
Médio prazo: fortalecimento muscular
(se for a causa do problema); treino de
descarga de peso (se for o problema),
treino proprioceptivo articular (se for
a causa do problema)
TUG - Melhorar o ato
de levantar e
sentar
Médio prazo: treino de fortalecimento
e potência muscular de quadríceps;
treino de descarga de peso (se for o
problema), treino proprioceptivo
articular (se for a causa do problema)
TUG - Melhorar o
giro
Médio prazo: treino de giro (se for o
problema)
Item da Avaliação
que requer
intervenção
Objetivo Conduta
Marcha
comprometida
Melhorar
parâmetros da
marcha
Longo médio/longo prazo:
treino de marcha propriamente
dito em diferentes contextos
Treino de marcha com feedback
visual par aumento do passo
Velocidade da
marcha = 0,8 m/s
Aumentar
velocidade da
marcha
Longo médio/longo prazo:
Treino em esteira ergométrica
ADM funcional para Marcha
CI= contato inicial; RC- resposta à carga; ApM = apoio médio; Apt = apoio terminal; PBal =
pré-balanço; BalI= balanço inicial; BAlM=balanço médio; BalT= balanço terminal
ADM funcional joelho está
adequada
Flexão de joelho
D E
Ativa 140º. 110º.
Passiva 140º. 125º.
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Subir e descer degrau
anterior e lateral –
incapaz com membro
inferior esquerdo
Capacitar a subida e
descida de degrau no
membro esquerdo
Curto prazo: melhorar
dor
Médio prazo:
fortalecimento
muscular concêntrico e
excêntrico (se for a
causa do problema);
treino de descarga de
peso (se for o
problema), treino
proprioceptivo articular
(se for a causa do
problema)
Item da Avaliação que
requer intervenção
Objetivo Conduta
Subir e descer degrau
anterior e lateral –
incapaz com membro
inferior esquerdo
Capacitar a subida e
descida de degrau no
membro esquerdo
Médio/longo prazo:
treino de subir e descer
degrau propriamente
dito
Tratamento – Baseado no Caso Clínico
Deve ser individualizado dependendo:
Expectativas do paciente - não ter dor e conseguir se
movimentar como antes
Localização da OA: joelho esquerdo
Fatores de risco (sobrepeso, mulher, sedentária)
Sem sinais flogísticos (dor mecânica)
Planejamento envolve objetivos a curto e médio/longo prazo
Diagnóstico Fisioterapêutico
Componentes físicos:
dor articular joelho E;
déficit de propriocepção articular no joelho esquerdo;
redução da ADM ativa e passiva de flexão de joelhos e
ADM ativa de extensão de joelhos;
encurtamento muscular de reto femoral, isquiotibiais e
cadeia postural do membro esquerdo;
fraqueza muscular de quadríceps e isquiotibiais do membro
esquerdo (hipótese inicial provável: pela dor).
Diagnóstico Fisioterapêutico
Comprometimento funcional (hipótese inicial provável: dor no
joelho esquerdo) :
marcha,
mobilidade funcional pelo TUG
levantar-se da cadeira
subir e descer degrau anterior e lateral
Objetivos da Fisioterapia – Caso Clínico:
- Analgesia do joelho esquerdo
- Diminuir rigidez matinal do joelho esquerdo
- Melhorar propriocepção articular do joelho esquerdo
- Manter / aumentar mobilidade articular do joelho esquerdo
- Educar o paciente (controle de peso, prática física orientada, uso de
órteses, como transportar objetos, calçados apropriados, proteção
articular)
- Melhorar qualidade de vida
- Manter / melhorar função muscular
- Melhorar funcionalidade
Tratamento – Curto Prazo
Educar o paciente
Mobilização intra-articular (oscilatório): Grau II (dor e
manutenção da ADM)
Movimentação ativa (ao acordar): rigidez articular; propriocepção
articular; melhora da dor, manutenção da ADM
Exercícios de fortalecimento muscular (exercício isométrico):
manter trofismo muscular e força muscular
Recursos eletrotermofototerapêuticos: Podem ser usados
⚫ US pode ser benéfico para OA de joelho
- Evidências de baixa qualidade: não se sabe a magnitude desses
efeitos para alívio da dor e melhora da função
- Entretanto, tem sido muito usado clinicamente.
- Mais estudos necessários
US: Dose ótima (segundo a literatura):intensidade entre 0.1–3 W/cm2, pulsado, sessão entre 3 a 20
minutos.
- Entre as formas de aplicação: US pulsado parece ser melhor para
a funcionalidade comparado com a forma continua (Ferronato et al, 2017)
Laser para OA de quadril e joelho
WALT. Recommended Treatment Doses for Low Level Laser Therapy. 2010
Frio versus calor Diretrizes da OARSI (2008), a aplicação do frio ou calor em OA
de joelho e quadril:
- pode ser benéfica para o alívio da dor.
- uso do frio em caso de dor intensa de joelho
- uso do calor para diminuir a rigidez e relaxar a musculatura antes
do treino de exercícios.
- Consenso contraindica o uso do calor em caso de inflamação
articular ativa que ocasionalmente pode ocorrer em indivíduos
com OA de joelhos
Zhang et al, 2008; Peter et al, 2011
Considerar a preferência do paciente
Ao diminuir a dor: Reavaliar
ADM
Força muscular
Capacidade funcional:
Velocidade da marcha
TUG
Levantar e sentar 1 vez e TLS5x (força e potência
muscular)
Teste de levantar e sentar 30 minutos: resistência
muscular
Subir e descer degrau (anterior e lateral)
Capacidade aeróbica: Teste de caminhada de 6
minutos
Tratamento – Médio/longo Prazo
Manter: movimentação ativa (ao acordar): rigidez articular; propriocepção
articular; calor superficial
Mobilização intra-articular (oscilatório): Grau III ou IV (aumento da
ADM) se houver restrição capsular
Alongamentos de quadríceps, isquiotibiais, cadeia posterior (para
restrição de ADM passiva e para extensibilidade muscular)
Exercícios de força, potência e resistência muscular (se for necessário)
Exercícios aeróbios de baixo impacto (esteira ergométrica)
Exercícios proprioceptivos articulares com superfícies instáveis, em pé
Exercícios funcionais (marcha, subir/descer degrau, levantar/sentar) –
pode ser em formato de circuito (identificar a causa do problema)
Verificar se há indicação para dispositivo auxiliar para marcha (bengala)
Exercícios Físicos
Passivos ou Ativos :
- ↑ fluxo sanguíneo (dispersa agentes
químicos, ↓ estímulo aos nociceptores)
- ↓ dor
- ↓ edema
- ↓ espasmo muscular
- ↑ ADM (maior nutrição articular)
Exercício: melhora
fluxo sanguíneo, ↑
nutrição articular, ↑
retirada de catabólitos
Exercícios de força/resistência e alongamento:
melhoram características biomecânicas, atuam na
proteção articular (diminuição da sobrecarga articular)
e na estabilidade articular
Exercício de fortalecimento muscular
(seguindo American College of Sports
Medicine - ACSM):
Aumento de força entre 30-40% parece ser necessário para melhorar
dor e incapacidade
- Carga: > 40% of 1RM
- 2–4 séries
- 8–12 repetições (até
exaustão muscular)
- mínimo 2–3 sessões por
semana
- melhores resultados para extensores de
joelho
- não melhoraram dor e incapacidade
Exercício de fortalecimento muscular: alívio da dor, melhora da função
física e qualidade de vida
Exercício de fortalecimento muscular + outra modalidade
(coordenação, equilíbrio e funcionalidade): alívio da dor, melhora da
função física e qualidade de vida
Fadiga: predominante em pacientes com OA de quadril e joelhos
Exercícios aeróbicos e de fortalecimento/RESISTÊNCIA diminuem
a severidade da fadiga
Diminuição da fadiga relacionada com o nível de função física e dor.
Snijders, et al. Fatigue in knee and hip osteoarthritis: the role of pain and physical
function. Rheumatology 2011;50:1894: 1900
Exercícios aeróbicos de baixa/moderada intensidade ou até o
limite de dor
- Caminhada / Corrida
- Bicicleta
- Exercícios aquáticos
Kovar et al, 1992
Exercícios aeróbicos não tem o
objetivo de melhorar ADM e
força muscular
Exercício aeróbico (caminhada, corrida e ciclismo): alívio da dor,
melhora da função física e qualidade de vida
Exercício aeróbico + de fortalecimento muscular: alívio da dor e melhora
da função física
Exercício aeróbico isolado: não deve ser usado como
conduta única para manejo da OA
Sugestões de parâmetros para OA
Sugestões de parâmetros para OA