caso clínico fernando bisinoto maluf orientadora - dra. elisa de carvalho internato – 6º ano –...
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Caso ClínicoCaso Clínico
Fernando Bisinoto MalufFernando Bisinoto Maluf
Orientadora - Dra. Elisa de CarvalhoOrientadora - Dra. Elisa de Carvalho
Internato – 6º ano – Pediatria – HRASInternato – 6º ano – Pediatria – HRASEscola Superior de Ciências da SaúdeEscola Superior de Ciências da Saúde
www.paulomargotto.com.br
Relato de CasoRelato de Caso
IDENTIFICAÇÃO:IDENTIFICAÇÃO:
L.C.N., 4 anos e 7 meses, sexo masculino, L.C.N., 4 anos e 7 meses, sexo masculino, natural de Redenção-PA, procedente da natural de Redenção-PA, procedente da Estrutural-DF.Estrutural-DF.
Data da Internação: 22/11/2006Data da Internação: 22/11/2006 Data da História Clínica: 22/11/2006Data da História Clínica: 22/11/2006
Relato de CasoRelato de Caso
QUEIXA PRINCIPAL:QUEIXA PRINCIPAL:
“ “ Febre + dor abdominal há 20 dias ”Febre + dor abdominal há 20 dias ”
Relato de CasoRelato de Caso
HDA HDA (22/11/06)(22/11/06)::
Mãe refere que a criança iniciou quadro febril Mãe refere que a criança iniciou quadro febril (39ºC), intermitente, há aproximadamente 20 (39ºC), intermitente, há aproximadamente 20 dias, responsivo ao uso de dipirona. dias, responsivo ao uso de dipirona. Acompanhado a este quadro apresentou dor Acompanhado a este quadro apresentou dor abdominal moderada, seguida por distensão abdominal moderada, seguida por distensão abdominal progressiva. Nega vômitos ou abdominal progressiva. Nega vômitos ou diarréia. Mãe refere também aparecimento de diarréia. Mãe refere também aparecimento de gânglios em região cervical e submandibular há gânglios em região cervical e submandibular há cerca de 10 dias.cerca de 10 dias.
Relato de CasoRelato de Caso
HDA HDA (22/11/06)(22/11/06)::
Com esse quadro, levou a criança ao Hospital Com esse quadro, levou a criança ao Hospital do Guará em dia 07/11/06 onde foi dado do Guará em dia 07/11/06 onde foi dado diagnóstico de pneumonia e introduzido ATB diagnóstico de pneumonia e introduzido ATB (mãe não sabe informar qual). Permaneceu (mãe não sabe informar qual). Permaneceu internado assintomático por 8 dias no mesmo internado assintomático por 8 dias no mesmo hospital (SIC), até que voltou a apresentar picos hospital (SIC), até que voltou a apresentar picos febris (39ºC), dor e distensão abdominal, sendo febris (39ºC), dor e distensão abdominal, sendo então transferido para o HRAS para então transferido para o HRAS para esclarecimento diagnóstico em 15/11/06.esclarecimento diagnóstico em 15/11/06.
Relato de CasoRelato de Caso
HDA HDA (22/11/06)(22/11/06)::
Em 15/11/06, deu entrada no PS do HRAS Em 15/11/06, deu entrada no PS do HRAS apresentando distensão abdominal, febre e apresentando distensão abdominal, febre e parada de eliminação de fezes e flatos, sendo parada de eliminação de fezes e flatos, sendo levantado o diagnóstico de abdome agudo. levantado o diagnóstico de abdome agudo. Realizado laparotomia exploradora em 17/11/06 Realizado laparotomia exploradora em 17/11/06 por hipótese diagnóstica de apendicite aguda. por hipótese diagnóstica de apendicite aguda.
Relato de CasoRelato de Caso
ANTECEDENTES PESSOAIS:ANTECEDENTES PESSOAIS: Nascido de parto cesárea no Hospital São Nascido de parto cesárea no Hospital São
Vicente (Pará), a termo, chorou ao nascer,Vicente (Pará), a termo, chorou ao nascer, Encaminhado imediatamente à UTI Neonatal Encaminhado imediatamente à UTI Neonatal
devido a gastrosquise (cirurgia para correção devido a gastrosquise (cirurgia para correção realizada com 15 dias de vida). Permaneceu realizada com 15 dias de vida). Permaneceu internado na UTI durante 34 dias.internado na UTI durante 34 dias.
Peso ao nascer = 2600g.Peso ao nascer = 2600g. Mãe G1 C1 A0, realizou 06 consultas de PN, Mãe G1 C1 A0, realizou 06 consultas de PN,
sorologias negativas. ITU na gestação (tratada).sorologias negativas. ITU na gestação (tratada).
Relato de CasoRelato de Caso
ANTECEDENTES PESSOAIS:ANTECEDENTES PESSOAIS: Nega DCIs. Não trouxe cartão vacinalNega DCIs. Não trouxe cartão vacinal Internações:Internações:
1ª: aos 3 meses (por 24hs) devido a diarréia 1ª: aos 3 meses (por 24hs) devido a diarréia
em Redenção-PA.em Redenção-PA.
2ª: aos 4 anos e 4 meses (por 2 dias) devido a 2ª: aos 4 anos e 4 meses (por 2 dias) devido a
pneumonia, tendo reinternado 3 dias após com pneumonia, tendo reinternado 3 dias após com
mesmo diagnóstico no Hospital do Guará.mesmo diagnóstico no Hospital do Guará.
Relato de CasoRelato de Caso
ANTECEDENTES FAMILIARES:ANTECEDENTES FAMILIARES: Mãe, 28 anos, do lar, sadia, nega vícios.Mãe, 28 anos, do lar, sadia, nega vícios. Pai, 28 anos, desempregado, HAS, DM, nega Pai, 28 anos, desempregado, HAS, DM, nega
vícios.vícios. Avó – HAS, DMAvó – HAS, DM Bisavô paterno – tuberculoseBisavô paterno – tuberculose Bisavô materno – leucemiaBisavô materno – leucemia
Relato de CasoRelato de Caso
ANTECEDENTES SOCIAIS:ANTECEDENTES SOCIAIS: Residem em casa de alvenaria, com 05 Residem em casa de alvenaria, com 05
cômodos, com 03 pessoas, água e fossa cômodos, com 03 pessoas, água e fossa asséptica.asséptica.
Não possui animais em domicilioNão possui animais em domicilio Mãe refere que até 2 anos de idade, a criança Mãe refere que até 2 anos de idade, a criança
foi criada em uma fazenda no interior do Pará.foi criada em uma fazenda no interior do Pará.
Relato de CasoRelato de Caso
US ABDOME US ABDOME (16/11/06)(16/11/06):: Distensão difusa de alças abdominais em Distensão difusa de alças abdominais em
abdome superior e fossa ilíaca direita.abdome superior e fossa ilíaca direita. Pequena hepatoeslpenomegalia.Pequena hepatoeslpenomegalia. Rim direito aumentado de volume para a faixa Rim direito aumentado de volume para a faixa
etária.etária. Discreta quantidade de liquido livre ao redor de Discreta quantidade de liquido livre ao redor de
pólo inferior de rim direito e entre alças no pólo inferior de rim direito e entre alças no flanco esquerdo.flanco esquerdo.
Discussão do CasoDiscussão do Caso
FebreFebre Parada de eliminaçãoParada de eliminaçãode flatos/fezesde flatos/fezes
ABDOME AGUDO ?ABDOME AGUDO ?
Dor / distensão Dor / distensão abdominalabdominal
““O termo abdome agudo designa sinais e sintomas de doença intra-O termo abdome agudo designa sinais e sintomas de doença intra-abdominal que freqüentemente necessita de tratamento cirúrgico”abdominal que freqüentemente necessita de tratamento cirúrgico”
Sabiston, 17ª edSabiston, 17ª ed
Distúrbios do trato Gastrointestinal Apendicite Hérnia encarcerada Volvo Intestinal Úlcera péptica perfurada Perfuração intestinal Diverticulite de Meckel Distúrbios intestinais inflamatórios Gastroenterite Adenite mesentérica
Fígado, Baço e Trato biliar Colecistite Colangite Infarto esplênico Hepatite aguda
Trato Úrinário Cólica renal ou ureteral Cistite aguda Pielonefrite aguda Infarto renal
Distúrbios Peritoneais Abscessos intra-abdominais Peritonite primária Peritonite tuberculosa
Distúrbios Retroperitoneais Hemorragia retroperitoneal
Causas de abdome agudo por sistemas acometidosCausas de abdome agudo por sistemas acometidos
Dor abdominal inespecífica
Abdome doloroso e distendido Sem febre Vômitos fecalóides Dor em cólica ↑ distensão → dor abdominal ↓ ↓ da peristalse Distensão gasosa e níveis hidroaéreos ao Raio X Evolui para isquemia → perfuração → contaminação → peritonite Causada por aumendo dos gânglios
mesentéricos em virtude de infecção respiratória alta recente Quadro Clínico simula apendicite Incidência máx: 11-20 anos Leucócitos <12.000 (geralmente <8000)
Abdome AgudoAbdome Agudo
Diagnóstico de Abdome Agudo:Diagnóstico de Abdome Agudo: Dor abdominal (modo de início, progressão, Dor abdominal (modo de início, progressão,
caráter da dor)caráter da dor) Anorexia + Vômitos (precedidos pela dor)Anorexia + Vômitos (precedidos pela dor) Redução da peristalseRedução da peristalse FebreFebre Massas abdominaisMassas abdominais Defesa à palpação / dor à descompressão bruscaDefesa à palpação / dor à descompressão brusca Leucocitose (>13mil com desvio – infecção grave) Leucocitose (>13mil com desvio – infecção grave)
ou leucopenia (infecção viral)ou leucopenia (infecção viral) Amilase e provas de função hepáticaAmilase e provas de função hepática
Apendicite AgudaApendicite Aguda
Quadro abdominal agudo mais freqüente da Quadro abdominal agudo mais freqüente da infânciainfância
Pico de incidência na infância: 4-15 anosPico de incidência na infância: 4-15 anos Ocorre por obstrução da luz do apêndice por Ocorre por obstrução da luz do apêndice por
fecalito ou hiperplasia linfóidefecalito ou hiperplasia linfóide História Clássica:História Clássica:
““Dor abdominal inicialmente periumbilical, Dor abdominal inicialmente periumbilical, acompanhada de vômitos e náuseas, com evolução acompanhada de vômitos e náuseas, com evolução parar localização da dor em FID”parar localização da dor em FID”
Apendicite AgudaApendicite Aguda
Fases da Apendicite:Fases da Apendicite:1.1. EdematosaEdematosa (inflamação)(inflamação)
2.2. Fibrinopurulenta Fibrinopurulenta (infecção bacteriana)(infecção bacteriana)
3.3. Necrótico/PerfurativoNecrótico/Perfurativo (bloqueio do epíplon ou (bloqueio do epíplon ou peritonite difusa)peritonite difusa)
4.4. Apendicite HiperplásticaApendicite Hiperplástica (bloqueio intenso)(bloqueio intenso)
Se apêndice retrocecal Se apêndice retrocecal instalação mais lenta instalação mais lenta
Febre é discretaFebre é discreta
48h
Apendicite AgudaApendicite Aguda
Diagnóstico:Diagnóstico:
- - DORDOR FID + Irritação peritoneal + Blumberg positivo FID + Irritação peritoneal + Blumberg positivo
- Leucocitose + desvio à esquerda + Rx sugestivo- Leucocitose + desvio à esquerda + Rx sugestivo
Ao diagnósticar apendicite Ao diagnósticar apendicite Apendicectomia Apendicectomia
- Evitar evolução e complicação (perfuração, abscesso)- Evitar evolução e complicação (perfuração, abscesso)
- Quanto menor a idade maior o risco de perfuração (30 - Quanto menor a idade maior o risco de perfuração (30 a 74% dos casos, dependendo da faixa etária)a 74% dos casos, dependendo da faixa etária)
Relato de CasoRelato de Caso
HDA HDA (22/11/06)(22/11/06)::
Durante o procedimento cirúrgico foi observada Durante o procedimento cirúrgico foi observada a presença de tumoração em raiz de mesocólon a presença de tumoração em raiz de mesocólon e realizado biópsia. Diante de uma nova e realizado biópsia. Diante de uma nova hipótese diagnóstica – linfoma – a criança foi hipótese diagnóstica – linfoma – a criança foi então transferida para o HBDF no dia 20/11/06 então transferida para o HBDF no dia 20/11/06 para melhor acompanhamento e tratamento. para melhor acompanhamento e tratamento. Após resultado do anatomopatológico a criança Após resultado do anatomopatológico a criança foi novamente encaminhada ao HRAS, no dia foi novamente encaminhada ao HRAS, no dia 22/11/06 (5º DPO).22/11/06 (5º DPO).
Relato de CasoRelato de Caso
EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO (22/11/2006)(22/11/2006):: REG, taquipnéico leve, acianótico, anictérico, afebril, REG, taquipnéico leve, acianótico, anictérico, afebril,
hidratado, hipocorado (+/4+). Peso = 17000ghidratado, hipocorado (+/4+). Peso = 17000g AR: MV presente bilateralmente, sem RA.AR: MV presente bilateralmente, sem RA. ACV: RCR, em 2T, BNF, sem sopros FC = 124bpm.ACV: RCR, em 2T, BNF, sem sopros FC = 124bpm. Abdome: Ascítico, tenso, doloroso difusamente, Abdome: Ascítico, tenso, doloroso difusamente,
impossibilitando palpação. RHA diminuídos.impossibilitando palpação. RHA diminuídos. Extremidades: Edema (+/4+) em mmii, cacifo positivo.Extremidades: Edema (+/4+) em mmii, cacifo positivo. Linfonodos: Presença de linfonodos palpáveis (0,5cm-Linfonodos: Presença de linfonodos palpáveis (0,5cm-
1,5cm), móveis e indolores, em cadeias cervical anterior, 1,5cm), móveis e indolores, em cadeias cervical anterior, submandibular, supraclavicular, axilar direita e esquerda submandibular, supraclavicular, axilar direita e esquerda e em cadeias inguinais.e em cadeias inguinais.
Relato de CasoRelato de Caso
22/11/2006 22/11/2006 29/11/2006 01/12/2006 10/12/2006
Hb 9,2 9,2 7,5 7,6 7,2
Ht 29,2 29,7 24 24 23,5
Plaq 194.000 190.000 129.000 233.000 423.000
Leuc 14.300 14.500 19.600 27.900 10.600
Seg - 84 50 56 83
Bast - 5 2 2 2
Linf - 8 18 12 9
Mono - 1 4 1 5
Eos - 2 25 29 1
VHS - - - 40 -
Relato de CasoRelato de Caso
22/11/2006 23/11/2006 29/11/2006 01/12/2006 10/12/2006
Glicose - - 106 - 84
Uréia 24 - 22 - 15
Creatinina 0,7 - 0,5 - 0,6
Cálcio 9,2 9,8 6,9 7,8 10
TGO 10 - 10 - 13
TGP 6 - 9 - 10
Amilase 13 - - - -
Sódio 124 127 121 124 134
Potássio 2,6 3,3 3,7 3,8 4,9
Cloreto 93 90 96 94 102
LDH 755 - - - 634
PCR 26 - - 3,04 -
P. totais - 6 - - 7,4
Albumina - 2,2 - - 3
Discussão do CasoDiscussão do Caso
Linfoma?
Tumoração abdominal à laparotomiaTumoração abdominal à laparotomia
Tumor de Willms ?
Neuroblastoma?
LinfomaLinfoma
Neoplasia originária do tecido linfóideNeoplasia originária do tecido linfóide Ao contrário das leucemias, nasce do tecido Ao contrário das leucemias, nasce do tecido
linfóide e infiltra a medula óssea e tecidoslinfóide e infiltra a medula óssea e tecidos Faixa etária mais acometida: 7-11 anosFaixa etária mais acometida: 7-11 anos Incidência 3x maior no sexo masculinoIncidência 3x maior no sexo masculino Ao contrário de adultos, na criança o sítio Ao contrário de adultos, na criança o sítio
predominante é extranodal, sendo que 35-45% predominante é extranodal, sendo que 35-45% se iniciam no abdomese iniciam no abdome
RegiãoÍleo-cecal
LinfomaLinfoma
Linfomas mais comuns da infância:Linfomas mais comuns da infância: Linfoblástico de células T (40%) Linfoblástico de células T (40%) Massa de Massa de
mediastinomediastino Burkitt (30%)Burkitt (30%) Linfoma difuso de grandes células B (25%)Linfoma difuso de grandes células B (25%)
Burkitt nacriança
ExtranodalTrato
Gastrointestinal
• Idade média: 11 anosIdade média: 11 anos• Não há associação com EBVNão há associação com EBV
LinfomaLinfoma
Manifestações Clínicas:Manifestações Clínicas: Linfadenopatia periférica não-dolorosaLinfadenopatia periférica não-dolorosa FebreFebre Sudorese noturnaSudorese noturna Perda ponderalPerda ponderal Hepatoesplenomegalia + asciteHepatoesplenomegalia + ascite Diarréia, náuseas e vômitosDiarréia, náuseas e vômitos Dor abdominal crônicaDor abdominal crônica Plenitude pós-prandialPlenitude pós-prandial Hemorragia digestivaHemorragia digestiva Obstrução/perfuração intestinalObstrução/perfuração intestinal
SítioSítioExtranodalExtranodal
DependeDepende da agressividadeda agressividade
LinfomaLinfoma
Achados LaboratoriaisAchados Laboratoriais Hemograma:Hemograma:
AnemiaAnemia LeucopeniaLeucopenia TrombocitopeniaTrombocitopenia
Mielograma:Mielograma: Medula óssea infiltradaMedula óssea infiltrada
Hipercalcemia/HiperuricemiaHipercalcemia/Hiperuricemia
NeuroblastomaNeuroblastoma
Tumor sólido extracraniano, maligno, Tumor sólido extracraniano, maligno, originário de neuroblastos simpáticos originário de neuroblastos simpáticos embrionáriosembrionários
Corresponde a 14% dos tumores malignos na Corresponde a 14% dos tumores malignos na infância e 50% nos neonatosinfância e 50% nos neonatos
Incidência 1:10.000 recém-nascidos vivosIncidência 1:10.000 recém-nascidos vivos Pode ocorrer regressão espontânea (mesmo Pode ocorrer regressão espontânea (mesmo
na presença de metástases), ou também na presença de metástases), ou também maturação para formas benignasmaturação para formas benignas
66% têm doença disseminada ao diagnóstico66% têm doença disseminada ao diagnóstico
40% na Medula adrenal40% na Medula adrenal
25% no Abdome25% no Abdome
• Equimose periorbitáriaEquimose periorbitária• Dor ósseaDor óssea• ParaplegiaParaplegia• EmagrecimentoEmagrecimento• DiarréiaDiarréia
NeuroblastomaNeuroblastoma
Quadro ClínicoQuadro Clínico
Se AbdominalSe Abdominal
• Estado geral ruimEstado geral ruim• Náuseas, vômitos Náuseas, vômitos • Mudança do hábito intestinalMudança do hábito intestinal• Massa abdominalMassa abdominal• Hipertensão, rubor e sudorese Hipertensão, rubor e sudorese (catecolaminas)(catecolaminas)
MetástasesMetástases
NeuroblastomaNeuroblastoma
Quadro Laboratorial:Quadro Laboratorial: Anemia (p/ infiltração medular)Anemia (p/ infiltração medular) Mielograma com comprometimento medularMielograma com comprometimento medular Dosagem urinária de metabólitos das Dosagem urinária de metabólitos das
catecolaminas (ex: ác. Vanilmandálico)catecolaminas (ex: ác. Vanilmandálico)
Exames de Imagem:Exames de Imagem: US e TCUS e TC: definem contornos do tumor e : definem contornos do tumor e
comprometimento de grandes vasos e mostram comprometimento de grandes vasos e mostram calcificaçõescalcificações
Urografia excretoraUrografia excretora: Mostra as calcificações: Mostra as calcificações
Tumor de WillmsTumor de Willms
Tumor embrionário de origem renal também Tumor embrionário de origem renal também conhecido como nefroblastomaconhecido como nefroblastoma
Distribuição 1:1 entre os sexosDistribuição 1:1 entre os sexos Diagnóstico entre 1 e 4 anos, sendo raro antes Diagnóstico entre 1 e 4 anos, sendo raro antes
dos 6 meses e após os 10 anosdos 6 meses e após os 10 anos Mortalidade de 10% no BrasilMortalidade de 10% no Brasil Freqüentemente está associado a Freqüentemente está associado a
malformações urinárias malformações urinárias sempre pesquisar sempre pesquisar nefroblastoma na presença dessas anomalias.nefroblastoma na presença dessas anomalias.
Tumor de WillmsTumor de Willms
Manifestações Clínicas:Manifestações Clínicas: Assintomática - criança normalmente em Assintomática - criança normalmente em bom bom
estado geral no momento do diagnósticoestado geral no momento do diagnóstico (ao (ao contrário do neurblastoma)contrário do neurblastoma)
Massa abdominal em flanco, lisa, sólida, indolor Massa abdominal em flanco, lisa, sólida, indolor à palpação (90%)à palpação (90%)
Distensão e dor abdominalDistensão e dor abdominal Hematúria macro ou micro (10-15%)Hematúria macro ou micro (10-15%) Hipertensão (20%)Hipertensão (20%) Hepatoesplenomegalia e asciteHepatoesplenomegalia e ascite
Tumor de WillmsTumor de Willms
Exames de Imagem:Exames de Imagem: Ultra-sonografiaUltra-sonografia: Rápido, baixo custo. Mostra : Rápido, baixo custo. Mostra
se a massa retroperitoneal é renal e se há se a massa retroperitoneal é renal e se há acometimento contra-lateral, de grandes vasos acometimento contra-lateral, de grandes vasos e de gânglios retroperitoenais.e de gânglios retroperitoenais.
Rx TóraxRx Tórax: Avalia presença de metástases : Avalia presença de metástases pulmonarespulmonares
TC: TC: Superior ao US em confirmar a presença Superior ao US em confirmar a presença da neoplasia com uma melhor definição dos da neoplasia com uma melhor definição dos gânglios acometidosgânglios acometidos
Relato de CasoRelato de Caso
RESULTADO ANATOMOPATOLÓGICO RESULTADO ANATOMOPATOLÓGICO (22/11/06)(22/11/06)::
Os cortes histológicos evidenciam, em meio à Os cortes histológicos evidenciam, em meio à fibrose, infiltrado linfloplasmocitário, eosinófilos, fibrose, infiltrado linfloplasmocitário, eosinófilos, histiócitos e células gigantes multinucleadas dos histiócitos e células gigantes multinucleadas dos tipos Langhans e corpo estranho formando tipos Langhans e corpo estranho formando granulomas. Estes contêm numerosos fungos granulomas. Estes contêm numerosos fungos redondos exibindo brotamento freqüentemente redondos exibindo brotamento freqüentemente com aspecto de “roda-de-leme”. Há também, de com aspecto de “roda-de-leme”. Há também, de permeio, focos de necrose, exsudato neutrofílico permeio, focos de necrose, exsudato neutrofílico e folículos linfóides.e folículos linfóides.
Relato de CasoRelato de Caso
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:
ParacoccidioimicoseParacoccidioimicose
CONDUTA:CONDUTA: Sulfametoxazol-trimetropin (94mg/kg/dia)Sulfametoxazol-trimetropin (94mg/kg/dia) Furosemida (2mg/kg/dia)Furosemida (2mg/kg/dia) Espironolactona (2mg/kg/dia)Espironolactona (2mg/kg/dia) Fleet-enemaFleet-enema
Evolução Evolução (23/11 – 10/12/06)(23/11 – 10/12/06)
23/11:23/11:Criança evoluindo com dor abdominal leve e Criança evoluindo com dor abdominal leve e necessitando de fleet para evacuar. Sem febre.necessitando de fleet para evacuar. Sem febre.
28/11:28/11:Apresentando picos febris e hiponatremia (dilucional). Apresentando picos febris e hiponatremia (dilucional). Reduzido H.V. para 40% HollidayReduzido H.V. para 40% Holliday
29/11 – 08/12:29/11 – 08/12:Melhora das evacuações. Mantendo picos febris.Melhora das evacuações. Mantendo picos febris.
08/12:08/12:Iniciou quadro de tosse produtiva e MV rude.Iniciou quadro de tosse produtiva e MV rude.
Evolução Evolução (23/11 – 10/12/06)(23/11 – 10/12/06)
09/12:09/12:22º DPO de laparotomia, apresentando deiscência de 22º DPO de laparotomia, apresentando deiscência de ferida operatória + secreção serosa. Solicitado ferida operatória + secreção serosa. Solicitado parecer da cirurgia pediátrica.parecer da cirurgia pediátrica.
10/12:10/12:Ressutura de parede abdominal + Faixa abdominalRessutura de parede abdominal + Faixa abdominal
ParacoccidioimicoseParacoccidioimicose
Micose sistêmica endêmica na América LatinaMicose sistêmica endêmica na América Latina Fungo termo-dimórfico Fungo termo-dimórfico Paraccidioides brasiliensisParaccidioides brasiliensis Incidência Incidência 1-3 novos casos por 100mil hab por 1-3 novos casos por 100mil hab por
ano no Brasilano no Brasil Faixa etária mais acometida Faixa etária mais acometida 30-50 anos (90% 30-50 anos (90%
no sexo masculino)no sexo masculino) Fator de risco para infecção: atividades Fator de risco para infecção: atividades
relacionadas ao manejo do solo contaminado com relacionadas ao manejo do solo contaminado com
o fungoo fungoDistribuição geográfica da PBDistribuição geográfica da PB
ParacoccidioimicoseParacoccidioimicose
Inalação do conídeoe multiplicação pulmonar
Disseminaçãolinfo-hematogênica
Crescimento do fungonos órgãos
Resposta imune celularefetiva (Th1)
Resposta imune nãoefetiva
PB INFECÇÃO PB DOENÇA
ParacoccidioimicoseParacoccidioimicose
CLASSIFICAÇÃO DA PARACOCCIDIOIMICOSECLASSIFICAÇÃO DA PARACOCCIDIOIMICOSE::(International Colloquium on Parcoccidioimicosis)(International Colloquium on Parcoccidioimicosis)
Paracoccidioimicose infecçãoParacoccidioimicose infecção Paracoccidioimicose doençaParacoccidioimicose doença
1.1. Forma Aguda (tipo juvenil)Forma Aguda (tipo juvenil)2.2. Forma Crônica (tipo adulto)Forma Crônica (tipo adulto)
UnifocalUnifocal MultifocalMultifocal
Forma residual ou seqüelarForma residual ou seqüelar
Paracoccidioimicose Paracoccidioimicose AgudaAguda
Responsável por 3 a 5% dos casos da doençaResponsável por 3 a 5% dos casos da doença
Distribuição 1:1 entre os gênerosDistribuição 1:1 entre os gêneros
Evolução rápida Evolução rápida o paciente procura o serviço o paciente procura o serviço
médico entre 4 a 12 semanas de instalação da médico entre 4 a 12 semanas de instalação da
doençadoença
Paracoccidioimicose Paracoccidioimicose AgudaAguda
Quadro Clínico:Quadro Clínico: Sintomas gerais de toxemia intensa Linfadenomegalia Hepatoesplenomegalia Icterícia obstrutiva (por compressão) Sub-oclusão ou oclusão intestinal Má absorção, diarréia e perda de peso Ascite Lesões cutâneas Lesões ósteo-articulares Acometimento do SNC Acometimento pulmonar é raroAcometimento pulmonar é raro
Lesões mucosas rarasLesões mucosas raras
Exames laboratoriais e de imagem:Exames laboratoriais e de imagem: Raio X de Tórax / US abdominal Hemograma completo Provas bioquímicas hepáticas Eletroforese de proteínas Avaliação renal e eletrólitos
À Histologia:À Histologia: Células arredondadas, com parede bi-refringenteCélulas arredondadas, com parede bi-refringente Formação granulomatosa, c/ gigantócitos e céls epitelióidesFormação granulomatosa, c/ gigantócitos e céls epitelióides Exosporulação múltipla (Exosporulação múltipla (“Roda-de-leme”)“Roda-de-leme”)
Paracoccidioimicose Paracoccidioimicose AgudaAguda
Padrão ouro: Padrão ouro: Demonstração do Demonstração do P. brasiliensis P. brasiliensis em em exame a fresco de escarro ou fragmento de biópsia de exame a fresco de escarro ou fragmento de biópsia de órgãos acometidos órgãos acometidos Sorologia: Sorologia: Boa sensibilidade e especificidade, embora Boa sensibilidade e especificidade, embora mais utilizada para seguimentomais utilizada para seguimento
Paracoccidioimicose Paracoccidioimicose AgudaAguda
TratamentoTratamento
Terapêutica antifúngicaTerapêutica antifúngica
Suporte às complicaçõesSuporte às complicações
* O fungo é sensível à maioria dos antifúngicos* O fungo é sensível à maioria dos antifúngicos
* O tratamento é de longa duração, para permitir o controle * O tratamento é de longa duração, para permitir o controle das manifestações e evitar recaídasdas manifestações e evitar recaídas
* Atenção às interações medicamentosas* Atenção às interações medicamentosas
Paracoccidioimicose Paracoccidioimicose AgudaAguda
Sulfametoxazol-trimetoprimSulfametoxazol-trimetoprim Eficácia conhecidaEficácia conhecida Boa tolerabilidade na criançaBoa tolerabilidade na criança Facilidade de administração (xarope)Facilidade de administração (xarope) Fornecido pela rede públicaFornecido pela rede pública Dose recomendada: 50-100mg/kg/dia (sulfametoxazol) Dose recomendada: 50-100mg/kg/dia (sulfametoxazol)
6-20mg/kg/dia (trimetropin) 6-20mg/kg/dia (trimetropin) ItraconazolItraconazol
Segunda opçãoSegunda opção Anfoterecina BAnfoterecina B
Para pacientes com formas gravesPara pacientes com formas graves
Paracoccidioimicose Paracoccidioimicose AgudaAguda
Critérios de cura:Critérios de cura: Clínico: Clínico: Desaparecimento dos sinais e sintomas, Desaparecimento dos sinais e sintomas,
cicatrização de lesões, involução das linfadenopatias.cicatrização de lesões, involução das linfadenopatias. Radiológico: Radiológico: Imagens cicatriciais radiológicasImagens cicatriciais radiológicas Imunológico: Imunológico: Negativação dos títulos sorológicos Negativação dos títulos sorológicos
Após interrupção do tratamento pelos critérios de cura, os Após interrupção do tratamento pelos critérios de cura, os pacientes devem ser acompanhados ambulatorialmente pacientes devem ser acompanhados ambulatorialmente uma vez ao ano (risco potencial de reativação tardia)uma vez ao ano (risco potencial de reativação tardia)