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CASO CLÍNICO-FORENSE (8) APGZ, 31 anos, fem., solteira, ensino superior (administração de empresas) Admissão : 08/02/2001. Cargo : Gerente. Demissão : 02/12/2003. Ação de ação de reintegração e indenização HISTÓRICO OCUPACIONAL O reclamado é instituição bancária. Como gerente de pessoa física, a autora era responsável pelas orientações aos clientes, vendas de produtos, informações pertinentes ao mercado financeiro, visitas, orientações aos demais funcionários, etc. Conforme CTPS, anteriormente ao pacto laboral com o reclamado trabalhou como Gerente Trainee, de 06/10/1998 à 12/05/1998 e de 13/05/1999 a 19/10/2000, também como Gerente. No momento das diligências periciais encontrava-se sem atividades ocupacionais. HISTÓRICO MÉDICO (relativo à demanda judicial) Conforme relato da periciada , “no dia 04/08/2003, pouco após as 18:00 horas, foi vítima de um seqüestro relâmpago, ao sair do serviço e encaminhar-se para o estacionamento do seu veículo (ao lado da agência bancária em que trabalhava). O seqüestrador demonstrava saber previamente a placa do seu carro e o cargo que ocupava. Foi conduzida ao próprio veículo e obrigada a se dirigir para bairro distante, onde parou e um comparsa do seqüestrador, que estava em uma motocicleta, pegou seu cartão bancário e pediu a senha, desenvolvendo-o pouco depois. A seguir encaminharam-se para outras, parando próximo a um posto de gasolina, tendo o motociclista novamente pego o cartão bancário. Novamente permaneceu com o veículo parada por um tempo e tornou a colocá- lo em movimento. Durante todo o tempo sofreu intimidações, ameaças e agressões físicas (coronhadas, empurrões e socos), chegando a pensar que seria estuprada (disseram que ainda fariam um serviçinho). Por fim parou próximo a uma praça e o seqüestrador saiu na garupa da motocicleta do comparsa, levando o relógio e o dinheiro que a periciada possuía na carteira (cerca de R$800,00). Após o ocorrido, a autora dirigiu-se para sua residência, extremamente abalada. Ficou inicialmente com grande receio de registrar ocorrência policial, tendo em vista que os assaltantes demonstravam saber muitas informações a seu respeito, tendo inclusive recebido um telefonema suspeito depois. No dia seguinte ao seqüestro foi trabalhar, embora muito abalada, tendo os colegas percebido seu estado emocional, quando então comunicou o ocorrido ao seu 1

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CASO CLÍNICO-FORENSE (8)

APGZ, 31 anos, fem., solteira, ensino superior (administração de empresas)

Admissão : 08/02/2001.

Cargo : Gerente.

Demissão : 02/12/2003.

Ação de ação de reintegração e indenização

HISTÓRICO OCUPACIONAL

O reclamado é instituição bancária.

Como gerente de pessoa física, a autora era responsável pelas orientações aos

clientes, vendas de produtos, informações pertinentes ao mercado financeiro, visitas,

orientações aos demais funcionários, etc.

Conforme CTPS, anteriormente ao pacto laboral com o reclamado trabalhou

como Gerente Trainee, de 06/10/1998 à 12/05/1998 e de 13/05/1999 a 19/10/2000,

também como Gerente.

No momento das diligências periciais encontrava-se sem atividades ocupacionais.

HISTÓRICO MÉDICO (relativo à demanda judicial)

Conforme relato da periciada, “no dia 04/08/2003, pouco após as 18:00 horas,foi vítima de um seqüestro relâmpago, ao sair do serviço e encaminhar-se para oestacionamento do seu veículo (ao lado da agência bancária em que trabalhava). Oseqüestrador demonstrava saber previamente a placa do seu carro e o cargo queocupava.

Foi conduzida ao próprio veículo e obrigada a se dirigir para bairro distante,onde parou e um comparsa do seqüestrador, que estava em uma motocicleta, pegouseu cartão bancário e pediu a senha, desenvolvendo-o pouco depois. A seguirencaminharam-se para outras, parando próximo a um posto de gasolina, tendo omotociclista novamente pego o cartão bancário.

Novamente permaneceu com o veículo parada por um tempo e tornou a colocá-lo em movimento. Durante todo o tempo sofreu intimidações, ameaças e agressõesfísicas (coronhadas, empurrões e socos), chegando a pensar que seria estuprada(disseram que ainda fariam um serviçinho). Por fim parou próximo a uma praça e oseqüestrador saiu na garupa da motocicleta do comparsa, levando o relógio e odinheiro que a periciada possuía na carteira (cerca de R$800,00).

Após o ocorrido, a autora dirigiu-se para sua residência, extremamente abalada.Ficou inicialmente com grande receio de registrar ocorrência policial, tendo em vistaque os assaltantes demonstravam saber muitas informações a seu respeito, tendoinclusive recebido um telefonema suspeito depois.

No dia seguinte ao seqüestro foi trabalhar, embora muito abalada, tendo oscolegas percebido seu estado emocional, quando então comunicou o ocorrido ao seu

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superior (gerente geral da agência), que após algumas perguntas mandou-a subir aobanheiro, lavar o rosto e voltar aos seus afazeres.

Relata que não foi tomada nenhuma providência pelo gerente geral, a não sersugerir uma licença, ainda assim no final do mês, quando as metas da gerência jáestavam alcançadas.

A ocorrência policial só foi realizada no dia 06/08/2003, por insistência de umacolega e por ter ouvido o seu superior imediato dizer ao gerente regional ‘que ela erada roça, que estava morrendo de medo, que não queria fazer nem o exame de corpodelito e que não iria trazer problema nenhum ao banco’. Ao realizar a ocorrência, odelegado sugeriu realização do exame médico legal.

Passou a realizar avaliações médicas. Continuou trabalhando normalmente,sem tirar sequer um dia de licença médica. Apresentou após o seqüestro diversosproblemas de saúde, como hemorragia e candidíase vaginal, psoríase (dermatose),queda de cabelo, insônia, pesadelos, depressão (choro e medo de sair ou ficarsozinha), bruxismo (ranger noturno dos dentes) e enxaquecas, tendo tambémengordado cerca de 13 Kg (teve compulsão por chocolates).

Relata ainda que, tendo em vista o dinheiro roubado, apresentou dificuldadefinanceira temporária (os pais são separados, veio do interior e reside com a mãe,sendo responsável pelo sustento da casa). O gerente geral ofereceu-se então parafacilitar-lhe um empréstimo pelo banco, mas quando foi contactada pela matriz,percebeu que tratava-se de empréstimo para reforma de imóvel (a solicitação já estavaassinada pelos seus superiores). Neste momento, informou que a finalidade doempréstimo não era para reforma e sim para suprir um déficit em suas contas, tendoem vista o seqüestro e o roubo. Foi então questionada sobre a Comunicação deAcidente de Trabalho, ao que respondeu que desconhecia tal procedimento.

Pouco depois disto (cerca de uma semana), o gerente regional abordou-aintempestivamente, na frente de um cliente, dizendo-lhe que o empréstimo não sairia eisto serviria para aprender a ficar calada e falasse somente quando ele mandasse.

Continuou trabalhando normalmente até a demissão, em 02/12/2003. Informaque a demissão não ocorreu antes devido ao dissídio coletivo, época em que nenhumfuncionário pode ser demitido. Chegou a solicitar anteriormente para ser transferida decidade, mas após o dissídio foi imediatamente demitida.

Relata que até o seqüestro, tinha uma das melhores produções entre osgerentes, pelo ranking mensal e/ou trimestral do próprio banco (apresentou algunsdocumentos comprovando seu bom desempenho). Mesmo após o ocorrido manteveboa produtividade. Tinha também um bom relacionamento no trabalho, até então.

Contudo, após o incidente, passou a sentir-se muito humilhada, tendo em vistaque o gerente geral falava a todos que era da roça, não saía, só ficava em casa, nãotinha namorado, não arrumava homem, sendo inclusive um dia chamada de rapariga.Começou a ficar isolada, pela pressão do gerente geral sobre os outros funcionários.Fazia-se chacota dela pelo fato de não andar mais desacompanhada (após oseqüestro passou a ir e a voltar do banco acompanhada por um primo). Acha que tudoisto ocorreu por causa do exame de corpo delito, que fez o gerente geral passar pormentiroso. Chegou-se inclusive a se fazer auditoria no seu serviço, nada sendoachado.

Durante o exame demissional, o médico fez vários registros a respeito doocorrido e do seu quadro clínico, chegando a comentar que não possuía condiçõesemocionais e psicológicas para a demissão, mas mesmo assim emitiu atestado como“apta”. A autora chegou a requerer cópia da ficha clínica ao reclamado, mas não foifornecida.

Atualmente persiste com tratamento ginecológico e dermatológico, além deacompanhamento oftalmológico (a acuidade visual estava estabilizada há dois anos,

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preparava-se para operar, mas houve piora inesperada) e odontológico (teve quecolocar aparelho). Segue ainda as orientações do neurologista quanto a enxaqueca.Faz uso de dermavit®, avicis®, soluções antimicóticas manipuladas para face e unhas,fluoxetina, passalix®, sonhare®, yasmin® e medicações de uso tópico e oral paratratamento ginecológico (faz uso ainda de medicações orais para a psoríase, que nãose lembra o nome).

Refere-se a quadro atual de medo e angústia intensa, chora com freqüência,auto-estima oscila muito (mais para baixo), já ouviu ser considerada como umaderrotada e humilhada e não aconteceu nada. Quando questionada sobre pensamentode auto-extermínio, não quis responder (mas antes havia dito que queria ficar livre detudo isto). Informou que não se submeteu a tratamento psiquiátrico devido a falta derecurso financeiro e apoio do banco.

Relata ainda passado de asma e alergia, com crises ocasionais. Já eraportadora de miopia (estava estabilizada há 2 anos e meio) e já havia feito uso deaparelho ortodôntico quando criança.

Provém de uma família com mais um irmão, cujos pais são separados. Veio desua cidade natal, em 1991, para estudar, morando junto com uma prima. Após aseparação conjugal, em 1998, a mãe veio residir com ela. O irmão mora nos EstadosUnidos desde 1998. Formou-se em 1998. A mãe não tem renda e o pai não paga apensão judicial. Após a separação a relação tornou-se tumultuada. O pai insiste paraque ela venha a morar com ele, por isto não tem ajudado. Após a demissão teve quevender o carro para continuar mantendo a si e a mãe. Tentou novos empregos, mas apendência com o Banco tem atrapalhado. Não bebe e nem fuma. As atividades delazer preferidas são leitura, cinema, teatro, música e natação. Teve uma fratura do péem 1998, por acidente de trabalho.

EXAME DIRECIONADO:A periciada está atualmente com 31 anos de idade.

Peso = 68 Kg e estatura = 1,69 m.

Orientada no tempo e espaço. Humor rebaixado. Chorou algumas vezes durante

a entrevista.

Estado geral preservado. Bom cuidado com a aparência pessoal. Grande nevuspigmentar na região deltóide direita (congênito). Discretas lesões descamativas noscotovelos. Unhas com alterações tróficas, descolamento dos leitos ungueais ealterações da matriz. Mucosas normocoradas, hidratadas, anictéricas. Pulsos cheios erítmicos. Pressão arterial = 120/90 mmHg. Bulhas cardíacas normorítmicas enormofonéticas. Pulmões limpos, com murmúrio vesicular fisiológico. Abdômennormotenso, sem visceromegalias.

IMPRESSÃO MÉDICA PERICIAL:

A periciada apresenta quadro compatível com transtorno de estresse

pós-traumático.

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COMENTÁRIOS PERICIAIS JUDICIAIS

O transtorno de estresse pós-traumático constitui uma resposta a umasituação ou evento estressante, de natureza excepcionalmente ameaçadora oucatastrófica, e que provocaria sintomas evidentes de perturbação na maioria dosindivíduos. Fatores predisponentes, tais como certos traços de personalidade(por exemplo, compulsiva, astênica) ou antecedentes do tipo neurótico, podemdiminuir o limiar para a ocorrência da síndrome ou agravar sua evolução; taisfatores, contudo, não são necessários ou suficientes para explicar a ocorrênciada síndrome. O trauma para homens, geralmente, é uma experiência decombate, e para as mulheres é, com maior freqüência, agressão física ouestupro. O transtorno tende mais a ocorrer em indivíduos solteiros, divorciados,viúvos, com privações econômicas ou socialmente isolados. Pode desenvolver-se algum tempo após o trauma e este intervalo pode ser de uma semana aalguns meses ou anos.

As principais características clínicas do transtorno de estresse pós-traumático são a revivência dolorosa do evento, sob a forma de lembrançasinvasivas (“flashbacks”), de sonhos ou de pesadelos. Ocorrem num contextodurável de “anestesia psíquica” e de embotamento emocional, de retraimentocom relação aos outros, insensibilidade ao ambiente, anedonia e evitação deatividades ou de situações que possam despertar a lembrança do traumatismo.Freqüentemente há sentimentos de culpa, medo, rejeição ou humilhação. Ossintomas podem se acompanhar de uma hiperatividade neurovegetativa, estadode alerta e insônia, associados freqüentemente a uma ansiedade, depressão ouideação suicida.

Os sintomas podem flutuar ao longo do tempo e intensificarem-se maisdurante períodos de estresse, mas a evolução se faz para a cura na maioria doscasos. Em uma pequena proporção de casos, o transtorno pode apresentar umaevolução crônica durante numerosos anos e levar a uma alteração duradoura dapersonalidade. Um bom prognóstico é previsto pelo início rápido dos sintomas,duração mais curta dos mesmos (inferior a 6 meses), bom funcionamento pré-mórbido, apoios sociais fortes e ausência de qualquer outro problemapsiquiátrico ou físico ou transtornos relacionados a substâncias. Em geral,pacientes que têm uma boa rede de suporte social tendem a não teremtranstorno, ou experimentarem, apenas, formas menos severas.

O tratamento consiste principalmente do apoio e encorajamento para adiscussão do evento e a educação relativa a uma variedade de mecanismos demanejo (por exemplo, relaxamento). Deve ser dada uma ênfase sobre aeducação acerca do transtorno e seu tratamento, tanto farmacológico (o uso desedativos e hipnóticos pode ser útil) quanto psicoterapêutico. As intervençõespsicoterapêuticas para o transtorno de estresse pós-traumático incluem terapiacomportamental, terapia cognitiva e hipnose.

A análise do caso da periciada revela a vivência de um estresseemocional de relevante magnitude (seqüestro relâmpago), com agressõesfísicas e psíquicas, ao qual se seguiu um quadro clínico compatível com odescrito para o transtorno de estresse pós-traumático (medo persistente,insônia, pesadelos, ansiedade, depressão, compulsão, sensação de rejeição e

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outros). Desenvolveu ainda uma série de outros sintomas e sinais orgânicos(queda de cabelo, bruxismo, hemorragia vaginal, micoses superficiais,dermatoses e ganho de peso), quadros estes que podem ser freqüentementedisparados ou associados a conflitos emocionais, havendo diversos profissionaismédicos que confirmaram a presença de tais transtornos, após o eventotraumático.

Paralelamente, relatou a periciada que, ao invés de receber um suportesocial positivo no ambiente de trabalho, teria vivenciado um outro drama,caracterizado pela perseguição da chefia e mesmo ridicularização perante aosdemais colegas. O ambiente familiar, por sua vez, já era caracterizado por umapouca harmonia entre os pais, com pressões afetivas e econômicas. E taisfatores, conforme já explicitado, com certeza favoreceram a ocorrência e/ouagravaram a evolução do transtorno de estresse pós-traumático verificado.

Se a degradação do ambiente de trabalho ocorreu exatamente conformerelatado pela periciada, ou se denotam apenas uma fragilidade psíquica esentimentos de rejeição e humilhação comuns a própria manifestação dotranstorno de estresse pós-traumático, foge ao escopo e as possibilidades deaveriguação do múnus determinado.

Contudo, há de se ressaltar que o seqüestro sofrido pela periciada, nasproximidades de seu local de trabalho, principalmente dada a natureza dasatividades do empregador (instituição bancária) e das funções da autora(gerente de instituição bancária), estava por merecer uma melhor atenção eavaliação de suas repercussões de ordem médica/administrativa.

Tratando-se de um evento ocorrido no trajeto do empregado do trabalhopara a casa, mereceria a correta distinção como acidente de trabalho(independentemente da questão da culpa do empregador), tomando-se asmedidas no sentido de tornar viável o tratamento necessário para atenuar osofrimento decorrente do quadro de transtorno de estresse pós-traumático. Masa avaliação pelo serviço de medicina do trabalho somente ocorreu no momentoda demissão, cerca de quatro meses após o evento.

Na atualidade, percebe-se ainda a persistência de alguns sinais esintomas característicos do transtorno de estresse pós-traumático. Necessita apericiada de controle e de tratamentos adequados, a fim de que possa recuperara auto-estima, a confiança e a plenitude de sua capacidade funcional e laboral.

CONCLUSÃO

Diante dos fatos apresentados e analisados, conclui-se que a periciada

é portadora de transtorno de estresse pós-traumático, cujo evento

estressor foi um seqüestro relâmpago ocorrido na saída do trabalho.

Com acompanhamento e tratamento médico adequado vislumbra-se a

possibilidade do controle do quadro psíquico, com reinserção social e

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laborativa.

RESPOSTA AOS QUESITOS

Quesitos do Reclamado

1 – A autora efetivamente foi vítima de algum acidente do trabalho? Emcaso afirmativo, a reclamante esteve em gozo de auxílio-doença ouauxílio-doença acidentário?

R.: A autora foi vítima de um seqüestro relâmpago ao sair da agência bancáriaem que trabalhava como gerente. Não esteve em gozo de auxílio-doença dequalquer natureza após o evento.

2 – Por ocasião da dispensa da reclamante, ela encontrava-se apta para otrabalho?R.: Foi considerada como apta durante o exame médico demissional (fl. 423 dosautos).

3 – Atualmente a reclamante padece de alguma moléstia de ordem física oupsicológica? Em caso afirmativo, especificar qual? Quando da dispensa daautora, já existia mencionada moléstia?R.: Sim, transtorno de estresse pós-traumático, existente desde antes dademissão.

Quesitos da Reclamante

1 – Descreva o Dr. Perito qual é a metodologia adotada pela perícia.R.: Favor se reportar ao corpo do laudo.

2 – Informe o Dr. Perito, detalhadamente, em que consiste a doença denominadacomo sendo stress pós traumático, identificada pelo CID-10 = F43.1, enfatizandoquais são os seus sintomas.R.: Vide o item 4.

3 – Informe o Dr. Perito se fato criminoso como aquele descrito no item nº 2 dainicial, envolvendo seqüestro relâmpago por bandidos armados, com agressãofísica e ameaça de morte, pode causar à vítima stress pós traumático.R.: Sim.

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4 – Se a afirmativa a resposta ao quesito anterior, queira o Dr. Perito qual é otempo médio de permanência dos sintomas da doença, a partir do fato que adesencadeou.R.: A evolução é flutuante, mas se faz para a cura na maioria dos casos. Em umapequena proporção de casos, o transtorno pode apresentar uma evoluçãocrônica durante numerosos anos e levar a uma alteração duradoura dapersonalidade.

5 – Informe o Dr. Perito se pessoa acometida de stress pós traumático ficacomprometida em sua capacidade de trabalho.R.: Pode haver um estado de embotamento emocional, insensibilidade aoambiente, ansiedade e depressão, com conseqüente queda da produtividadelaborativa.

6 – Informe o Dr. Perito se stress pós traumático, aliado a outras causas, podecontribuir diretamente para a redução da capacidade de trabalho do paciente, oupode produzir lesão que exija atenção médica para sua recuperação.R.: Sim.

7 – A partir do exame clínico da autora, informe o Dr. Perito se a autora encontra-se emocionalmente abalada, com quadro de insegurança e pânico.R.: Sim.

8 – A partir do exame clínico da autora, informe o Dr. Perito se ela apresentasintomas de stress pós traumático. Quais?R.: Sim, vide o item 4.

9 – Se afirmativa a resposta ao quesito anterior, indique o Dr. Perito qual é aprofilaxia adequada.R.: Vide o item 4.

10 – Informe o Dr. Perito se a autora, de uma forma geral, encontra-se em boascondições de saúde.R.: O quadro atual requer atenção médica.

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