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Cartografia e Políticas Científicas: uma experimentação teórico-metodológica com a Historiografia das Ciências no Brasil Império Daniel Maia Amaral (MAIA, D.) email: [email protected] Programa de Pós-graduação em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia (HCTE). Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Resumo: Concentrados na formalização e afirmação disciplinar da História desde o século XIX, os historiadores estabeleceram fronteiras epistemológicas mais seguras para analisar o processo de desenvolvimento das civilizações no tempo. No entanto, com o desenvolvimento científico e tecnológico, mudanças profundas surgiram no seio das sociedades ditas modernas. Desde a psicanálise freudiana, passando pela mecânica quântica com estudos na dimensão subatômica das partículas, como também o progresso da historiografia dos Annales, em direção à fragmentação dos domínios teóricos culminando na Nova História, lugar também das Mentalidades. É necessário nos perguntarmos como o desenvolvimento tecnológico e científico condicionou nossos modos de pensar e agir, e no presente trabalho em particular, a partir das produções de instituições científicas como o Museu Nacional e os agentes participantes e promotores de saberes. Considerando uma dupla função institucional do Museu, enquanto lugar de ciências e de política, pude elaborar uma proposta teórico-metodológica transdisciplinar que busca analisar os processos fundamentais da produção de saberes e a formação de uma rede científica composta por sujeitos e instituições que atravessaram o período final do Império e viram o surgimento da República. Tal análise tem como objetivo descortinar novos olhares sobre as ciências praticadas no Brasil, notadamente a Corte, compreender as relações que os sujeitos e instituições estabeleciam com a classe política na elaboração de políticas públicas científicas e, por fim, criar um modelo

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Cartografia e Políticas Científicas: uma experimentação

teórico-metodológica com a Historiografia das Ciências no

Brasil Império

Daniel Maia Amaral (MAIA, D.)

email: [email protected]

Programa de Pós-graduação em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia

(HCTE). Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Resumo:

Concentrados na formalização e afirmação disciplinar da História desde o século XIX,

os historiadores estabeleceram fronteiras epistemológicas mais seguras para analisar o

processo de desenvolvimento das civilizações no tempo. No entanto, com o

desenvolvimento científico e tecnológico, mudanças profundas surgiram no seio das

sociedades ditas modernas. Desde a psicanálise freudiana, passando pela mecânica

quântica com estudos na dimensão subatômica das partículas, como também o

progresso da historiografia dos Annales, em direção à fragmentação dos domínios

teóricos culminando na Nova História, lugar também das Mentalidades. É necessário

nos perguntarmos como o desenvolvimento tecnológico e científico condicionou nossos

modos de pensar e agir, e no presente trabalho em particular, a partir das produções de

instituições científicas como o Museu Nacional e os agentes participantes e promotores

de saberes. Considerando uma dupla função institucional do Museu, enquanto lugar de

ciências e de política, pude elaborar uma proposta teórico-metodológica transdisciplinar

que busca analisar os processos fundamentais da produção de saberes e a formação de

uma rede científica composta por sujeitos e instituições que atravessaram o período final

do Império e viram o surgimento da República. Tal análise tem como objetivo

descortinar novos olhares sobre as ciências praticadas no Brasil, notadamente a Corte,

compreender as relações que os sujeitos e instituições estabeleciam com a classe política

na elaboração de políticas públicas científicas e, por fim, criar um modelo

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computacional-imagético que revele as rupturas e continuidades desse processo de

elaboração de políticas científicas que atravessou o período crítico na historiografia

brasileira entre os anos de 1870 e 1920. Lanço mão de um conjunto de métodos

exógenos aos domínios da História, notadamente a Teoria dos Grafos, mais comumente

presente na Matemática e na Computação, e algumas propriedades intrínsecas a

compreensão da dinâmica de grupos. Também estabeleço uma relação análoga ao

conceito de agenciamento e rizoma, elaborados por Gilles Deleuze e Félix Guattari em

Mil Platôs para representar elementos dentro de um campo de forças de relações entre

sujeitos e instituições e por fim, no que tange ao manejo com a documentação histórica,

recorro a uma métrica de fontes primárias provenientes do Museu Nacional/UFRJ na

tentativa de analisar os campos de saberes desenvolvidos na instituição no referido

período.

Introdução

O processo de institucionalização das ciências no Brasil ocorreu a partir de um

cenário de reestruturação político-administrativa com a vinda da Família Real

Portuguesa, instalando a Corte no Rio de Janeiro e consequentemente, fundando

academias literárias, sociedades científicas, museus, entre outros. A partir desse espaço

condensado de cultura, política e atividade científica, percebeu-se, a partir de uma

análise cartográfica das instituições instaladas, a formação de um fluxo de saberes

entre os agentes participantes dessas instituições, ou seja, a formação de uma rede de

subjetividades político-científicas. Não por acaso muitos desses participantes atuavam

em várias instituições ao mesmo tempo, o que nos leva a considerar a influência dos

estudos científicos na elaboração de políticas de desenvolvimento, mesmo no período

de crise política que culminou no ocaso do Império e descortinou a Proclamação da

República. Utilizar uma análise metodológica que se aproprie de um ferramental

exógeno à ciência histórica tem sido possível apenas atualmente com uma abordagem

transdisciplinar, fazendo aproximações com a área da estatística computacional e a

ciência dos dados a partir de softwares de visualização.

É importante mencionar o período específico que se analisa na presente pesquisa.

Entre os anos de 1870 à 1920 verificou-se uma intensa e diversa atividade

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político-científica na Corte, e tomando como epicentro dessa atividade o Museu

Nacional no Paço de São Cristóvão, tendo à frente da direção o Dr. Ladislau de Souza

Mello e Netto (entre 1874 à 1893) e o próprio Dom Pedro II como maior incentivador,

cria-se aí a) uma espécie de vértice de circulação de saberes e b) de decisões políticas. O

primeiro aspecto porque foi a partir da reestruturação do Museu Nacional e da atuação

de Ladislau Netto que o Brasil pôde direcionar suas políticas desenvolvimentistas tendo

como base as atividades científicas, tanto no âmbito nacional como internacional, por

meio de explorações no território brasileiro e com exposições internacionais

demonstrando a riqueza natural e o desenvolvimento científico do Império. O segundo

aspecto porque o próprio Dom Pedro II juntamente com a Imperatriz Teresa Cristina

atuavam como os principais fomentadores do desenvolvimento político-científico do

pais, tendo requisitado a presença e o trabalho de pesquisadores europeus, para

desbravar o território do Império Brasileiro no intuito de explorar as riquezas naturais,

uma nítida ação estratégica que teve como consequência também o desenvolvimento de

diversos campos do conhecimento. Para GOMES1, o final do séc. XIX foi marcante

para o desenvolvimento das atividades científicas no Brasil em diversas áreas, boa parte

tendo como incentivador principal o governo imperial e com a Proclamação da

República, os governos estaduais. Desde a década de 1870 2 vinha ocorrendo um

movimento de transformação cultural e de modernização no Brasil, provocando

modificações nas esferas política, econômica e social. Paralelo a isso o Brasil vinha

enfrentando um clima de incerteza com o crescente movimento abolicionista e as

classes dominantes prevendo insurreições dos libertos e o desequilíbrio de poder. É

preciso um olhar mais apurado sobre as relações que se estabeleciam entre a atividade

científica e o cenário político daquele momento, desse modo, tenta-se enxergar a

formação de uma rede de agenciamentos político-científicos utilizando ferramental

1 GOMES, Ana Carolina Vimieiro. Uma ciência moderna e imperial: a fisiologia brasileira no

final do séc. XIX (1880-1889). 2 Um dos casos emblemáticos de afirmação científica no período foi o Laboratório de

Physiologia Experimental do Museu Nacional, que funcionou entre 1880 e 1889. Ainda que as pesquisas

realizadas no referido laboratório servissem de pano de fundo para diversos setores em desenvolvimento,

o laboratório não resistiu também ao fim do Império, visto que era justamente o governo imperial a

principal fonte de investimentos como parte da institucionalização das ciências no país. O que não reflete

o quadro geral com o advento da república: devido a descentralização administrativa os governos

estaduais estimularam a criação de várias escolas profissionais.

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exógeno à metodologia tradicional da ciência histórica. Adotar um método

computacional para analisar documentação histórica, fora de padrões binários com

capacidade de indexação só será possível com a adoção de medidas compensatórias

num esforço futuro, mas por enquanto, usa-se elementos de ordem transdisciplinar para

a transcrição desses agenciamentos para um imagem de grafo.

O recorte temporal correspondente aos anos 1870 à 1920 foi feito com base na

hipótese de que o contexto político, de transição entre Império e República, tenha

influenciado a dinâmica das relações institucionais, as práticas científicas e as políticas

de fomento adotadas tanto pelo governo imperial como pelo republicano, ainda pleno de

tensões e incertezas.

Sendo a Corte o núcleo das produções científicas do Império, e o Museu

Nacional uma das principais instituições científicas e também o lugar em que Dom

Pedro II tomou como centro de negociações e encontros políticos3, a escolha pelas

produções da instituição, mais especificamente os artigos publicados nos Archivos do

Museu Nacional, são de extrema relevância para identificar uma rede de agenciamentos

com outras instituições e agentes produtores e promotores de ciências. O conteúdo

científico das referidas publicações se concentra na área de História Natural,

especialidade do Museu, mas também contem estudos em Botânica, Zoologia,

Paleontologia Brasileira, Geologia, e outros. É importante analisar a variedade de

estudos para termos uma ideia de como se deu a dinâmica na produção científica e o

alcance que esses estudos tiveram na comunidade científica nacional e mesmo

internacional.

Numa investida transdisciplinar que é desafiadora do ponto de vista

metodológico, lanço mão de uma experimentação computacional-imagética de

transcrição das informações contidas nos referidos artigos para dados computáveis. No

momento atual, o processamento dessas informações é custosa para a pesquisa,

requerendo uma aproximação alternativa para construir um modelo analítico que revele

de forma clara a formação de uma rede de agenciamentos entre os sujeitos e instituições

científicas como também a formulação de políticas para a área. A utilização de

softwares modernos de processamento e visualização é exigida para a análise de dados

qualitativos e a verificação de uma subjetividade dos fatos “objetivos”, presentes nas

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produções científicas e as políticas científicas inerentes a determinado campo. Acredito

que essa premissa também seja necessária na análise de documentos históricos, quando

ainda não estavam inseridos num sistema de referenciamento mais preciso.

Cartografando os Processos Fundamentais de Produção de

Saberes

Constituir uma memória gloriosa e instituir uma cultura de excelência no Brasil

foi um projeto político e econômico que visava dirimir as desconfianças que ainda

pairavam pelo jovem império, e foi assim que, a partir dos anos 1850, Dom Pedro II

passaria a tomar parte desse projeto. Mesmo antes desse período já se verificava o

agenciamento político-científico, com a criação do Instituto Histórico e Geográfico

Brasileiro (1838), o qual o Imperador era frequentador assíduo já em sua juventude e

patrono da instituição.

Nos anos seguintes o IHGB se firmaria como uma instituição de excelência,

funcionando como um elo entre os intelectuais e os meios oficiais, tendo o Imperador

instituído até mesmo prêmios pelos melhores trabalhos apresentados na instituição. É

notório o interesse do monarca pelas ciências de um modo geral por meio de sua

participação direta, não só no financiamento de pesquisas das instituições como também

presidindo várias sessões do IHGB comparado à sua presença na Câmara, a qual só

aparecia duas vezes por ano. Essa característica de monarca-intelectual-mecenas é de

extrema relevância para constituir a análise teórico-metodológica ora apresentada, visto

que se estabelece uma rede egocentrada no Imperador. Lilia Schwarcz4 reforça essa

ideia ao afirmar que “por meio do financiamento direto, do incentivo ou do auxílio a

poetas, músicos, pintores e cientistas, D. Pedro II tomava parte de um grande projeto

que implicava, além do fortalecimento da monarquia e do Estado, a própria unificação

nacional, que também seria obrigatoriamente cultural”.

No âmbito do Museu Nacional verificou-se uma reestruturação a partir de 1870

que colocou a instituição no chamado “movimento dos museus”, consistindo na

3 O Museu Nacional foi transferido para o Paço de São Cristóvão apenas em 1892. 4 SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador D. Pedro II, um monarca nos tro picos.

Tradução . Sao Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 127.

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formação de uma organização profissional no estabelecimento de uma rede de

comunicações internacional, provocando uma expansão sem precedentes. Tal mudança

se reflete a partir do Regulamento Interno de 1876, referente ao art. 20 da lei nº 2640 de

22 de setembro do mesmo ano sob o ministério de Thomaz José Coelho de Almeida, nos

Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que estabelecia uma nova divisão

nas seções de pesquisa do Museu Nacional, descrevendo as finalidades da instituição,

modos de ingresso para os seus quadros e suas competências, como também estabelecia

a criação da Revista Archivos do Museu Nacional. Participaram da comissão de

elaboração e publicação da revista além de Ladislau Netto, também Charles Frederic

Hartt, João Batista de Lacerda, João Joaquim Pizarro, Orville Adalbert Derby, Nicolau

Joaquim Moreira, Carlos Luiz Salles Jr. e Francisco José de Freitas. No entanto, era de

Ladislau o papel principal na elaboração da revista, seja por sua presença permanente na

comissão, ou mesmo porque a edição da revista cabia particularmente a ele. Essas

atribuições centralizadas em Ladislau Netto demonstram mais um elemento da rede

egocentrada, exercendo uma influência condicionante na dinâmica da produção de

saberes científicos e decisões políticas estratégicas. Os prefácios elaborados por

Ladislau Netto tinham como objetivo a inserção do Museu na comunidade científica

nacional e internacional, estabelecendo um diálogo entre diversos atores do processo de

desenvolvimento científico e político do Brasil e validando as práticas desenvolvidas

naquele espaço.

Consta entre uma de suas publicações um volume de 580 páginas, dedicado à

descrição de aspectos geopolíticos, econômicos, científicos e técnicos do Império,

apresentado na Exposição Universal de 1876, realizada na Filadélfia. No referido

volume o Museu Nacional figura como o primeiro museu de história natural da América

do Sul, contando com três seções: a 1ª de Antropologia, Zoologia Geral e Aplicada e

Paleontologia sob a direção de João Joaquim Pizarro; a 2ª de Botânica Geral e Aplicada

e Paleontologia Vegetal, sob direção do próprio Ladislau Netto; e a 3ª de Ciências

Físicas - Mineralogia, Geologia e Paleontologia Geral, sob direção de Carl Frederic

Hartt. Essas classificações disciplinares muito provavelmente refletiam a formalização

das áreas correspondentes no cenário internacional, a exemplo da Antropologia, da

Geologia e da Botânica, e num movimento de modernização das ciências o jovem

império brasileiro na figura de Dom Pedro II, dentro de suas perspectivas

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político-científicas, vinha acompanhando a evolução das pesquisas e publicações dos

centros de excelência científica ao redor do mundo, seja realizando, como dito

anteriormente, expedições no território (o que no período analisado veio a formalizar a

criação da Comissão Geológica do Império do Brasil) como também a participação do

Brasil nas Exposições Internacionais e trocas frequentes de correspondências diretas

entre o Imperador e pesquisadores e instituições estrangeiras.

Experimentos Teórico-metodológicos em Redes de

Agenciamento Científico

Mergulhar no território de incertezas da transdisciplinaridade requer a adoção de

regras metodológicas epistemologicamente fluidas, permitindo um atravessamento entre

o sujeito e o que se supõe ser o objeto de sua pesquisa. Me permiti tomar de empréstimo

os “delírios” constituídos na obra Mil Platôs, numa simbiose entre Gilles Deleuze e

Félix Guattari, sobre o conceito de agenciamento. Para os dois autores, esse processo de

agenciamento se constitui a partir da articulação entre uma territorialidade dos conceitos

e seus movimentos de fuga, de desterritorialização. Não podemos, nessa perspectiva,

negligenciar a exterioridade de suas relações. Significa compreender o fluxo dos

campos de força (internos e externos) atuando na formação de um agenciamento em

rede. É não constituir uma diferença entre um sujeito cientista, orgânico para com seu

meio, e a ciência produzida a partir do agenciamento que se estabelece com esse mesmo

meio. O rizoma, numa complementaridade multidirecional, quebra com a ideia de

rigidez dualista e linear de uma epistemologia das ciências, e ainda que relembre

minimamente uma estrutura há uma flexibilização na adoção de métodos e teorias

transdisciplinares. Há que se romper com a ideia de um dualismo epistemológico que

separe sujeito e objeto. É artificial condensar e objetificar um conceito, ainda que um

sujeito se coloque distante daquele para triunfar sobre ele, tê-lo sob seu domínio. A

proposta de um positivismo radical pode ser justamente superar esse afastamento,

reaproximar o sujeito (também o cientista) de si mesmo e fazê-lo experimentar os

campos de força que o envolvem e o atravessam na produção de saberes.

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Foi com essa ideia de experimentação radical que abracei as possibilidades de

uma metodologia transdisciplinar na análise da historiografia das ciências sobre o

período final do Império e a Proclamação da República. Tendo me aproximado de

leituras que teorizavam o fenômeno das redes, sendo Manuel Castells um expoente na

sociologia, pude elaborar meu próprio caminho e agregar conceitos análogos, como a

Teoria dos Grafos e o Espaço de Fluxos.

Constituindo uma Poética dos Números

Uma simbiose pós-moderna entre a geometria combinatória e uma cartografia

dos afetos científicos. É assim que penso essa poesia: um fluxo interacional de

elementos de teorias espaciais da matemática e das humanidades. É a partir desses

fluxos que valido a presente experimentação na constituição dos sujeitos e instituições

científicas.

Para Castells5 o espaço de fluxos “é a organização material das práticas sociais

de tempo compartilhado que funcionam por meio de fluxos, (...) sequências intencionais,

repetitivas e programáveis de intercâmbio e interação entre posições fisicamente

desarticuladas, mantidas por atores sociais nas estruturas econômica, política e

simbólica da sociedade”. A partir dessa definição de fluxo, pude racionalizar ideia

semelhante com a realidade da estruturação das ciências a partir de 1808, quando a

Família Real Portuguesa veio para o Brasil. Foi inevitável que, com um Império

transplantado, houvesse uma institucionalização das ciências (europeias) no Brasil. Com

Dom Pedro II esse fluxo das práticas sociais científicas se reflete com a intensa

comunicação entre intelectuais brasileiros e europeus, principalmente a partir de 1870,

período em que o já citado movimento dos Museus permitiu ao Império Brasileiro

estabelecer relações político-científicas mais concretas. Ainda segundo Castells, “numa

rede, nenhum lugar existe por si mesmo, já que as posições são definidas pelos

intercâmbios de fluxos de rede”. No contexto do Museu Nacional, a instituição só teve e

tem a devida importância por fazer parte de uma rede de comunicações que é sua

configuração espacial fundamental, não fazendo desaparecer o lugar físico

necessariamente, mas a sua lógica e seu significado são absorvidos pela rede. Sinal disto

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foi a mudança do Museu do Campo de Santana para o Paço de São Cristóvão, sem, no

entanto, ter suas funções e missão político-científica alterada drasticamente, mesmo

com o ocaso do Império. Outro ponto importante nesse processo análogo da teoria das

redes é considerar o Museu Nacional como um “nó” ou “vértice” por ser um lugar de

função estratégica ao produzir saberes, sendo assim um ponto chave da rede

político-científica. Cada nó da rede possui uma hierarquia funcional, um peso de

influência e dependendo da evolução das dinâmicas interacionais entre os nós da rede

ou entre múltiplas redes, essa hierarquia pode mudar o comportamento dos nós ou

mesmo fazê-los desaparecer. Na história do Museu Nacional verifica-se tal fenômeno

com o Laboratório de Physiologia Experimental do Museu Nacional, que funcionou de

1880 à 1889, tendo seu campo de saberes sendo paulatinamente suplantado pela

ascensão da microbiologia6. Outros exemplos se verificam também com o falecimento

de pesquisadores ligados ao Museu, a exemplo de Charles Hartt e Carlos Luiz de Saules

Jr, mortos no mesmo ano de 1878 em exercício da pesquisa científica, o que pode

significar uma lacuna insubstituível e a mudança completa da dinâmica de uma rede

político-científica.

A analogia que Castells estabelece entre as Redes do Mercado Financeiro (com

suas funções administrativas estruturadas) e às industrias de alta tecnologia me fez

perceber também uma divisão político-científica semelhante na produção de saberes.

Tendo o Imperador Dom Pedro II a prerrogativa governamental, estabeleceu-se como nó

egocentrado de toda a rede (no âmbito do território nacional) definindo funções à outros

nós, como por exemplo, o Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que

por sua vez foi responsável pela organização administrativa do Museu Nacional entre

1868 e 1890. Como citado no início do presente trabalho o Museu Nacional sofrera uma

reestruturação administrativa-disciplinar, dividindo suas atividades científicas em três

seções. No intuito de constituir uma cartografia das relações cientificas do museu, me

valho de documentação primária onde encontra-se a descrição dessa nova divisão e a

participação de diversos pesquisadores que transitaram e/ou colaboraram com as

atividades no Museu Nacional. Sob direção do Dr. Ladislau Netto o Museu Nacional se

estabeleceu como instituição chave na política de promoção do desenvolvimento

5 CASTELLS, M. A sociedade em rede. Traducao . Sa o Paulo: Paz e Terra, 1999. p.501 6 GOMES, Ana Carolina Vimieiro. op.cit. p. 120-131.

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nacional, passando também a publicar periodicamente sua revista, já mencionada, os

Archivos do Museu Nacional. Parte do processo de elaboração da presente proposta

metodológica foi a identificação dos sujeitos participantes na atividade administrativa e

científica do Museu Nacional a partir de uma análise bibliométrica do periódico. Com

essa identificação de sujeitos pude estabelecer algumas correlações com as seções

reorganizadas do Museu. Abaixo uma breve lista7 dos correspondentes, nacionais e

estrangeiros, da instituição:

- Henri Ernest Baillon (Calais, 30 de Novembro de 1827 — Paris, 19 de Julho

de 1895). Foi um botânico e médico francês. Escreveu o capítulo sobre as

Dichapetaleae incluído no volume 12 da edição de 1886 da obra "Flora

brasiliensis" de Carl Friedrich Philipp von Martius.

- José Vicente Barbosa du Bocage (Funchal, 2 de Maio de 1823 — Lisboa, 3

de novembro de 1907). Foi um zoólogo e político português. Foi curador de

zoologia do Museu de História Natural de Lisboa. Publicou extensa obra sobre

mamíferos, aves e peixes. Na década de 1880 foi Ministro da Marinha e mais

tarde Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

- Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire-Rohan, primeiro e único visconde

com grandeza de Beaurepaire-Rohan, (Niterói, 12 de maio de 1812 — Rio de

Janeiro, 19 de julho de 1894) foi um nobre, militar e político brasileiro. Bacharel

em física e matemática, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico

Brasileiro e da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Escreveu a

Corografia da Província da Paraíba do Norte, publicada na Revista do Instituto

Histórico da Paraíba, em 1911.

- George Bentham (Stoke em Devon, 22 de setembro de 1800 — Londres, 10

de setembro de 1884). Foi um botânico inglês. Considerado por muitos o maior

sistemata do século XIX. Também colaborou com von Martius na Flora

brasiliensis.

- Visconde do Bom Retiro - Luís Pedreira do Couto Ferraz, primeiro e único

Visconde do Bom Retiro (Rio de Janeiro, 7 de maio de 1818 — Rio de Janeiro,

12 de agosto de 1886) foi um advogado e político brasileiro. Ministro e

7 Essa lista pode ser encontrada no início de variados volumes do periódico, a descrição

aqui presente foi retirada de fonte secundária da Wikipedia lusófona.

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Secretário de Estado dos Negócios do Império entre Setembro de 1853 e Maio

de 1857. Foi o responsável pela metodização e oficialização do ensino primário,

reforma do ensino secundário, das escolas de medicina, o conservatório de

música, a academia de belas artes, e criador do Imperial Instituto dos Cegos.

- Alphonse Louis Pierre Pyrame de Candolle (Paris, 28 de Outubro de 1806

— Genebra 4 de Abril de 1893). Foi um botânico franco-suíço, filho de Augustin

Pyrame de Candolle, de quem foi o continuador da obra científica, coordenando

a publicação dos últimos volumes do monumental Prodromus systematis

naturalis regni vegetabilis.

- Tomás José Coelho de Almeida (Campos dos Goytacazes, 27 de dezembro

de 1838 — 20 de setembro de 1895). Foi um proprietário rural, magistrado e

político brasileiro. Foi vereador, deputado provincial, deputado geral, ministro

da Marinha, ministro da Guerra e senador do Império do Brasil de 1887 a 1889.

É considerado também criador do Colégio Militar do Rio de Janeiro.

- Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 — Downe,

Kent, 19 de abril de 1882). Foi um naturalista britânico que alcançou fama ao

convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma

teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta

teoria culminou no que é, agora, considerado o paradigma central para

explicação de diversos fenômenos na biologia. Foi laureado com a medalha

Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.

- Domingos Soares Ferreira Penna (Mariana, Minas Gerais, 6 de junho de

1818 - Belém, Pará, 1888). Foi um naturalista brasileiro, fundador do Museu

Paraense Emílio Goeldi. Em duas cartas-relatório publicadas pelo Museu

Nacional (1876; 1877), registrou suas considerações sobre os sambaquis

instalados nas regiões “sombrias e pantanosas” da costa oriental do Pará, que

ele escavou, mediu, topografou e cartografou, fazendo anotações sobre seu

estado de conservação e principais ocorrências arqueológicas do sítio - ossos

humanos, artefatos líticos e cerâmicos - descrevendo-as e localizando-as em suas

camadas estratigráficas. Em 1882, colaborou com Ladislau Netto na organização

da Exposição Antropológica Nacional, levando-o em excursões científicas aos

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sítios arqueológicos da Ilha de Marajó e às aldeias indígenas no interior da

província.

- Auguste François Marie Glaziou (Lannion, Bretanha, 30 de agosto de 1833

— Bordeaux,? de 1906). Foi um engenheiro e paisagista francês. Veio para o

Brasil em 1858, a convite do Imperador D. Pedro II, para coordenar a Diretoria

de Parques e Jardins da Casa Imperial, no Rio de Janeiro, sendo oficialmente

nomeado para o cargo apenas em 1869.

- Claude-Henri Gorceix (1842 — 1919) foi um mineralogista francês que

nasceu em 1842 em Saint-Denis-des-Murs. De 1862 até 1866, ele estudou na

Escola Normal Superior de Paris e recebeu o título de Bacharel em Física e

Matemática. Depois foi professor na Escola Francesa de Atenas. Em 1876 ele

fundou a Escola de Minas de Ouro Preto no Brasil e foi o seu primeiro diretor. A

Escola de Minas oferecia cursos em Mineralogia, Geologia, Física e Química.

Em 1896 ele foi convidado pelo governo de Minas Gerais para ajudar no

desenvolvimento da educação agrícola do estado.

- Charles Frederick Hartt (23 Agosto de 1840, Fredericton, New Brunswick -

18 Março de 1878, Rio de Janeiro) foi um geólogo canadense-americano.

Acompanhou Louis Agassiz, de quem foi aluno, em sua viagem ao Brasil.

Durante esta expedição, explorou o litoral brasileiro, entre a Bahia e o Rio de

Janeiro, reunindo grande coleção zoológica e tornando-se autoridade em História

Natural da América do Sul. A partir de 1876, exerceu o cargo de diretor do

museu Nacional do Rio de Janeiro, ao qual doou sua importantíssima coleção

geológica. Durante os anos de 1875 e 1877, Hartt foi coordenador da Comissão

Geológica do Império do Brasil, que foi constituída pelo Imperador D. Pedro II e

tinha como enfoque preliminar o estudo da Geologia, da Paleontologia e das

minas brasileiras.

Note-se que os campos de saberes dos correspondentes giram em torno da

botânica, geologia, física, matemática, mas também encontramos personagens da vida

política do país e também da elite agrária. Essa multiplicidade de atores constitui uma

rede extremamente dinâmica em sua produção de saberes, motivações e no

gerenciamento do fluxo de informações provenientes dessa interação. Assim, o Museu

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Nacional se destacou como uma das principais instituições do Império, atuando como

órgão consultivo, promovendo intercâmbios entre pesquisadores, e coletando elementos

naturais da flora e fauna de todo o território brasileiro. Numa publicação comemorativa

intitulada Fastos do Museu Nacional, já sob a direção de João Batista de Lacerda

(1895-1915), compilou-se vários feitos da instituição ao longo de sua atuação política e

produção científica em conjunto com outras instituições de semelhante importância,

como o Laboratório de Physiologia Experimental, aqui já citado, e que acabou se

desvinculando administrativamente do Museu Nacional. Ao período da direção do Dr.

Ladislau Netto são dedicadas boa parte da obra, reforçando a importância do período

como sendo a idade de ouro do Museu Nacional, tendo o mesmo organizado a

Exposição Antropológica de 1882 com elementos da cultura brasileira. Segundo o

Fastos, a Exposição encontro apoio incondicional das classes dirigentes do país, tendo

Ladislau conseguido apoio financeiro e partindo para o Norte do Brasil a fim de “colher

a maior somma possivel de objectos para a exposição e explorar os depositos

ceramicos da ilha Marajó”.

Um detalhe interessante sobre as relações político-científicas que se encontram

relatadas também na obra é a extração de exemplares fósseis, minerais, de fauna e flora,

por exploradores estrangeiros sem deixar para a nação a qual pertencem uma duplicata

das coleções. Desconfortos interinstitucionais como esse fizeram a Argentina criar uma

lei que proibiu tais apropriações “indevidas”, e, na opinião de Lacerda, tal iniciativa

legal também seria de bom grado ao Brasil.

Com o alvorecer da República seguiu-se, segundo as próprias palavras de

Lacerda, “uma mudança radical em todas as repartições administrativas do país”, tendo

sido ele mesmo recebido pelo Ministro do Exterior, Quintino Bocaiuva, que, pelo que se

pôde entender, foi o idealizador da transferência do Museu até o Palácio da Quinta da

Boa Vista, tendo Ladislau também atuado fortemente para a realização dessa

transferência. Lacerda corrobora a visão construída por José Murilo de Carvalho na

análise da passagem da Monarquia à República: o povo estava bestializado com a

celeridade das transformações que ocorriam no final do séc. XIX. No que concerne ao

Museu Nacional, passada a Constituinte de 1891, aquele se encontrava totalmente

realocado para o Paço de São Cristóvão em 1892 e em 1895 tomava posse como novo

diretor João Batista de Lacerda. Sob sua direção, Lacerda requisitou reformas

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administrativas para o Museu, como a revisão do então vigente regulamento datado de

1876, restaurando, por exemplo, as conferências públicas realizadas por professores e

assistentes a fim de instruir o público sobre as coleções expostas na instituição, fazendo

com que o Museu recupere prestígio não apenas diante do povo, mas também da

imprensa. É notória a vontade de Lacerda em manter a rede de colaboradores externos

do Museu, notadamente os pesquisadores estrangeiros, mas o regulamento de 1876

impedia um vínculo público não fosse por contrato ou abstenção da nacionalidade

originária do pesquisador em favor da brasileira. Há um tom meritocrático nas palavras

de Lacerda, ainda que a ciência nacional se encontrasse num estágio de

desenvolvimento identitário e recorresse muitas vezes ao mimetismo científico

eurocentrado.

Em conclusão à essa análise bibliométrica, a obra Fastos do Museu Nacional

apresenta uma lista de instituições, de todo o mundo, as quais o Museu Nacional

mantinha intercâmbio de publicações científicas. Um recurso primordial para dar mais

clareza nessa experimentação metodológica que me presto a realizar. Como última parte

do presente trabalho apresento a aplicação dessa experimentação teórico-metodológica,

resultando numa representação computacional-imagética das redes político-científicas

estabelecidas a partir do contexto do Museu Nacional. Tal representação tem como base

teórica a geometria combinatória, mais especificamente a Teoria de Grafos, que tem em

seu espectro de representação características como a conectividade, proximidade e

agrupamento por cores. Conceitos que condicionam o modo como o grafo é constituído,

revelando a formação de comunidades, a ocorrência de fenômenos sócio-científicos e a

dinâmica dos campos de forças nas decisões sobre políticas científicas.

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Por uma Poética da Rede8

Conclusão

8 O grafo foi produzido a partir do software Gephi, com a inserção de dados coletados de fontes

primárias das publicações do Museu Nacional.

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O presente trabalho tratou de explorar novas possibilidades metodológicas na

compreensão da historiografia das ciências brasileiras no final do séc. XIX. Levei em

consideração a disponibilidade de fontes primárias e obras consagradas para a

constituição de dados computáveis para a elaboração de um mapa que pudesse

interpretar a formação de uma rede político-científica. O próprio processo de aquisição,

leitura e identificação das fontes é o que se pretende por cartografia, um empréstimo da

leitura de Mil Platôs do Gilles Deleuze.

Também fiz uso, ainda que exploratório, de teorias sociais ao descortinar as

redes de agenciamento científico, juntamente com a Teoria dos Grafos, um recurso

matemático utilizado para complementar o entendimento sobre os espaços de ciências

no Brasil, suas instituições e sujeitos.

O caminho para a elaboração de um estudo transdisciplinar é longo e custoso,

mas ao percorrê-lo encontramos toda uma poética na interação entre sujeitos e os

campos de saber que os transpassam. E foi essa a minha intenção.

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Fontes

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Relatório Anual do Museu Nacional de 1875. Rio de Janeiro: Typografia do Diario do

Rio de Janeiro, 1875.

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