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Patrimônio Cultural Os bens móveis e integrados

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P a t r i m ô n i o C u l t u r a lOs bens móveis e integrados

GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA

RicaRdo VieiRa coutinho

SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA

FRancisco cesaR GonçalVes

DIRETOR EXECUTIVO DO IPHAEP aníbal VictoR de lima e mouRa neto

ELABORAÇÃOPiedade FaRias, Rosane lacet e

sylVia bRito

colaboRaçÃo:aníbal mouRa, caRlos albeRto

azeVedo, daRlene aRaújo e FeRnanda Rocha

ILUSTRAÇÃOPiedade FaRias

REVISÃOthamaRa duaRte

FORMATAÇÃOluís caRlos KehRle

Dedicamos este trabalho às memórias de:

eliane de castRo machado FReiRe

e linduaRte noRonha

Capa: Coroamento do altar colateral esquerdo da Igreja Nossa Senhora do Rosário em Pombal Foto: Telmo Júnior

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Tornar visível o nosso patrimônio cultural de forma didática e, porque não dizer também pitoresca! -, é o objetivo de “Patrimônio Cultural: os bens móveis e Integrados” editado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP.

Os autores partem do conceito de cultura (o que é cultura?) para chegar então à pluralidade de bens culturais, enfatizando os bens móveis e integrados.

A arte da restauração se faz presente na parte final do trabalho: não se pode falar de bens móveis e integrados sem se referir à conservação e restauro dos mesmos.

A publicação de “Patrimônio Cultural: os bens móveis e Integrados” visa, antes de tudo, ensinar a preservar o patrimônio cultural.

Carlos Alberto Azevedo Antropólogo

Chefe da Divisão de Sítios Históricose Ecológicos do IPHAEP

UM OLHAR SOBRE OS BENS CULTURAIS

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Antes de tudo: O que é CULTURA?

Palavra de muitos significados.

Entre tantos significados, CULTURA é:

“Nenhum povo é dono do seu destino, se antes não é dono de sua cultura”

José Marti DIANA – Representa o cordão azul e o cordão encarnado no Pastoril (também conhecido por ‘Lapinha’).

... o conjunto dos conhecimentos adquiridos (técnicos, científicos, etc.); das manifestações artísticas, religiosas, intelectuais, transmitido coletivamente e que caracteriza uma sociedade;

enfim, é o conjunto de padrões dessa sociedade: o seu saber e o seu fazer.

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O que é PATRIMÔNIO?Falar em Patrimônio é falar em BEM

Patrimônio Cultural = Bem Cultural

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817. Esta obra, encomendada pelo Dr. Camilo de Holanda, foi pintada em Paris no ano de 1918, pelo pintor Antonio Parreiras. Representa o encontro do revolucionário paraibano, José Peregrino de Carvalho, com seu pai, ocasião em que este lhe pede que se entregue, pedido este, negado com altivez.O quadro, que pertence ao Palácio do Governo da Paraíba, é um bem cultural móvel e integrado tombado pelo IPHAEP através do Decreto nº 25.158 de 06.07.2004.

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O que é PATRIMÔNIO?

Bem natural - É um ou vários elementos da natureza que fazem parte da nossa vivência e memória. Temos

em nosso Estado, por exemplo: A Pedra do Ingá, a Serra da Borborema, a Ponta do Seixas, a Cachoeira do Roncador, o Rio Paraíba, o Lajedo do Pai Mateus, entre

outros.

Bem cultural - É o saber, o fazer, as obras, as criações e os costumes de um povo... que nossos antepassados nos deixaram e

que deixaremos para as gerações futuras...É referência para um povo... o que dá sentido de IDENTIDADE.

Os bens culturais podem ser IMATERIAIS ou MATERIAIS

É um bem ou um conjunto de bens de valor, com significado e importância para um grupo de pessoas...

Esses bens podem ser: NATURAIS e CULTURAIS

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bem cultural imaterial e material

CORETO DE ITABAIANA – O Coreto, inau-gurado em 1914, é um bem cultural material integrado à Praça Álvaro Machado. É protegi-do por tombamento pelo IPHAEP através do Decreto nº 8.660 de 26/08/1980

IGREJA DE SANTO ANTONIO, ARARUNA – Vemos à frente da igreja, o símbolo de um bem imaterial: o cordão de bandeirinhas que alude aos festejos de São João. Esta edificação é um bem material do séc. XIX, tombado pelo IPHAEP através do Decreto 20.472 de 12/07/1999.

O Bem Cultural Imaterial é aquele que existe e você não toca, ele é que “toca” você. Exemplos: Nossos costumes, a língua que

falamos, nossas danças, folguedos, comidas, histórias contadas pela avó, lendas, crenças,

rituais etc.

O Bem Cultural Material é aquele que você pode pegar.

Ele pode ser Imóvel ou Móvel.

BACAMARTEIRO – Atiradores de bacamarte que, duran-te os festejos juninos e natalinos, deflagram grandes car-gas de pólvora seca em homenagem aos santos padroeiros, acompanhados por bandas de pífano ou zabumbas.

CIRANDA – Dança praieira de roda onde os cirandeiros pisam forte

com o pé esquerdo à frente, na marcação do

zabumba, acompanhado pelo tarol, o ganzá, o e

maracá. Contam que o movimento

da ciranda imita o vai e vem das ondas do mar.

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Bem IMATERIALA língua que falamos, música, dança, brinca-deiras, comidas, lendas, festejos, ditos popu-lares, crenças, canções de ninar, historinhas, costumes, rituais... etc.

São bens culturais Imateriais.

Música: Repentistas

Manifestação cultural: festejo de São João

Crença: Procissão

Dança: Pastoril

As cenas representadas nestas obras (pintura sobre madeira) de Lamarck Menezes, expostas na cidade de Cabaceiras, apresentam como tema alguns dos nossos Bens Culturais Imateriais.

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Bem MATERIALSENHOR DA COLUNA – Imagem sacra articulada, em madeira talhada e policromada.Possivelmente, do séc. XVIII, pertencente à Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em João Pessoa. É tombado pelo IPHAEP através do Decreto nº 23.807 de 12.12.2002

PALACETE DO CEL. JOSÉ PEREIRA em Princesa Isabel.Tombado pelo IPHAEP através do Dec. 20.471 de 12/07/1999.

Ambiente da FUNDAÇÃO ERNANI SÁTYRO em Patos

Edificação na cidade de Areia.

OS PIONEIROS DA BORBOREMA em Campi-na Grande. Grupo escultórico no Açude Velho. O Açude e seu entorno são tombados pelo IPHAEP, através do Decreto 22.245 de 21/09/2001.

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Bens Culturais Materiais ImóveisSão os bens arquitetônicos: as construções civis, religiosas e militares

IGREJA MATRIZ N. S. DA ASSUNÇÃO – Em Alhandra, tombada pelo IPHAEP através do Decreto 25.097 de 15/06/2004.

CASARIO – Centro Histórico de Bananeiras. Delimitado pelo IPHAEP através do Decreto 31.842 de 03/12/2010.

QUARTEL DA POLÍCIA MILITAR – Em João Pessoa, tombado pelo IPHAEP através do Decreto 8.633 de 26/08/1980.

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MEDICINA PRIMITIVA – Painel de azulejos de Flávio Tavares, 1970. É um bem cultural móvel e integrado ao edifício da antiga Clínica São Camilo no Centro histórico de João Pessoa. Tombado pelo IPHAEP através do Dec .26.632 de 02.12.2005.

Bens Culturais Materiais MóveisSão aqueles que podem ser conduzidos de um local para outro. Eles podem ser:

1. Pintura2. Escultura3. Mobiliário4. Objetos cerâmicos5. Azulejaria6. Indumentária7. Objetos arqueológicos

8. Objetos de culto9. Documento10. Elementos arquitetônicos11. Joias12. Adereços13. Objetos diversos

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TIPOS DE BeNS culturaIS materiaIS móveIS

01. Pintura – pode ser em vários suportes (superfícies): pintura mural, afresco, pintura sobre madeira, pintura de cavalete (tela), pintura sobre papel, papelão, etc... Utilizando várias técnicas: óleo, têmpera, acrílica, pastel, aquarela, etc.

02. Escultura – em madeira, em bronze, em pedra, em cerâmica ou em outro material. São estátuas, hermas, bustos, etc.

03. Mobiliário – são mesas, cadeiras, armários, confessionários, arcas, escrivaninhas, etc.

04. Objetos cerâmicos – objetos utilitários ou decorativos em porcelanas, faianças, terracota e cerâmica.

05. Azulejaria – conjunto formado por placas confeccionadas em cerâmica com uma face vidrada e impermeabilizada, monocrômica ou policrômica, geralmente aplicadas no revestindo de bens arquitetônicos.

06. Indumentária – vestes de época, fardas, vestes religiosas, trajes típicos, fantasias, etc.

07. Objetos arqueológicos – objetos ou fragmentos ósseos, vítreos, pétreos, cerâmicos, soterrados ou encontrados em naufrágios.

08. Objetos de culto – turíbulo, menorá, atabaques do candomblé, cálice, patena, etc.

09. Documentos – livros, cartas, folhetos, documentos impressos ou manuscritos, fotografias, filmes, desenhos, gravuras, dossiês, material fonográfico, cartões postais, etc.

10. Elementos arquitetônicos – colunas, pináculos, balaústres, frisos, cartelas, pinhas, etc.

11. Joias – anel, pulseira, cruz episcopal, tornozeleiras, cordões, medalhas, coroas, etc.

12. Adereços – São objetos complementares: cintos, chapéus, meias, bolsas, luvas, cachecóis, cocares, lenços, calçados, guarda-chuvas, bengalas, etc.

13. Objetos diversos – instrumentos de trabalho, instrumentos musicais, moedas, selos, armas, armaduras, materiais plumários, tecelagens, objetos de iluminação, objetos de copa e cozinha, objetos decorativos, artesanato, etc.

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ACERVO (bens móveis) DO MUSEU REGIONAL DE AREIA: 1. Objeto de culto – turíbulo.2. Mobiliário – oratório.3. Escultura em madeira talhada e policromada – imagem sacra.4. Elemento arquitetônico – bandeira de porta.5. Objeto arqueológico – fragmento de azulejo.6. Jovens bolsistas (trabalhadores-aprendizes da Oficina de Salvaguarda e Restauração do Museu Regional

de Areia) restaurando o acervo sob orientação técnica da restauradora do IPHAEP.

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Bem cultural móvel e INTEGRADO

Existem bens móveis que fazem parte de um bem imóvel. Estes são: integrados.

Quanto aos bens móveis e integrados podem ser: apoiados, encaixados, afixados ou aplicados.

FORRO DA IGREJA DE N. S. DA CONCEIÇÃO – Em Sumé. O imóvel com os seus bens móveis e integrados é cadastrado pelo IPHAEP. Pintura (técnica mista) sobre tabuado, da metade do século XX, e de autoria do artista sumeense Miguel Guilherme.

CASARÃO DOS ÁRABES – Situado no Centro Histórico de São João do Cariri, que é delimitado pelo IPHAEP através do Decreto 25.141 de 28.06.2004. O casarão é a sede do Instituto Histórico e Geográfico do Cariri Paraibano.Na fachada há elementos arquitetônicos aplicados (frisos, cornija, medalhão, cartela, molduras e figuras de adorno da platibanda), encaixados (pináculos) e afixados (esquadrias e bandeiras de porta).

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Por que é integrado?

É integrado porque está no local a que foi destinado. Pertence a esse local.

Monumento a João Pessoa – Conjunto escultórico de autoria do escultor Humberto Cozzo, é um bem integrado à Praça João Pessoa, no Centro da capital paraibana. Tombado pelo IPHAEP através do Decreto 23.553 de 11.11.2002.

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Vitrais do imóvel localizado na Av. João Machado, 515, onde funcionará o Laboratório de Prática Forense do UNIPÊ.

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Bens culturais Móveis e IntegradosALTAR MOR DA IGREJA DE N. S. DO CARMO em João Pessoa, Tombada pelo IPHAEP através do Decreto 20.134 de 02/12/1998.

VITRAL DA IGREJA DE N. S. DO ROSÁRIO no Bairro de Jaguaribe em João Pessoa.

Tombada pelo IPHAEP através do Decreto 20.133 de 02/12/1998.

IMAGEM DE JESUS CRUCIFICADO DA IGREJA DE N. S. DO ROSÁRIO em Sousa, tombada pelo IPHAEP

através do Decreto 20.471 de 12/07/1999.

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Bens culturais Móveis e IntegradosPor exemplo! Estas imagens

são BENS CULTURAIS MÓVEIS E INTEGRADOS à Igreja da

Misericórdia, que é um dos nossos BENS CULTURAIS IMÓVEIS...

... localizada no centro da cidade que o nosso valioso SÍTIO

HISTÒRICO.

Então, junto às imagens; os altares, púlpito, arcaz e forros são bens móveis e

integrados dessa igreja!!

Imagens de Nossa Senhora das Dores e do Senhor Morto pertencen-ntes à Igreja da Santa Casa de Misericórdia. João Pessoa -PB.

Desenho e texto de Diêgo Freitas de Oliveira, quando aluno da Oficina-Escola de João Pessoa, em 2004.

RESUMINDO...

PATRIMÔNIO

CULTURAL

NATURAL

MATERIAL

IMATERIAL

MÓVEL

IMÓVEL

INTEGRADO18

PATRIMÔNIO

CULTURAL

NATURAL

MATERIAL

IMATERIAL

MÓVEL

IMÓVEL

INTEGRADO19

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Vamos PRESERVAR!

O patrimônio cultural é formado pelas realizações de uma socieda-de, portanto pertence a todos os cidadãos.

Cada cidadão deve ficar atento, defender, manter sua integridade, respeitar, conservar...

Todos esses cuidados querem dizer: Preservação.

Quando preservar?Sempre que se reconhece a importância cultural de um bem ou de um conjunto de bens.

Qualquer cidadão pode solicitar a uma instituição patrimonial o reconhecimento de um bem.

“PHILIPPÉA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES” Painel em azulejos de Nivalson Miranda, 2000. A obra encontra-se exposta no Centro Cultural São Francisco, Centro Histórico de João Pessoa.

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Por que PRESERVAR?

• Porque devemos respeitar as gerações futuras que têm o direito de conhecer e usufruir do que foi produzido pelos seus antepassados.

• Porque devemos respeitar as nossas referências de identidade, a memória, a história, as obras e os homens que produziram essas obras: os BENS CULTURAIS.

• Porque é um exercício de cidadania: direito e dever do cidadão.

Quem preserva?São as instituições municipais, estaduais, federais e mundial.

O IPHAEP é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, criado em 31 de março de 1971, com a finalida-de de preservar os Bens Naturais e Culturais de nosso Estado, reconhecidos como referência de nossa identidade.

Como preservar?Por meio do cumprimento das leis, de inventários, cadastros, registros e tombamentos. Essas medidas e atitudes garantam que o

BEM não vá ser descaracterizado ou destruído.

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EXISTEM Outras formas de PRESERVAR?

Existem, sim.Já falamos sobre as ações legais de preservação. Existem também as ações técnicas.

Quais são?Conservação e Restauração.

PAINÉIS DA IGREJA NOSSA SENHORA DO CARMO de João Pessoa – Restauração (remoção de verniz oxidado sobre a pintura). Trabalho realizado pela Oficina-Escola de João Pessoa. A igreja é Tombada pelo IPHAEP através do Decreto 20.134 de 02.12.1998.

Antes Durante Depois

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Conservação e Restauração

Conservação e restauração são intervenções técnicas. Portanto para esse tipo de cuidado é necessário ser especialista: Conservador / Restaurador.

São cuidados que requerem observações e exames laboratoriais da obra além de conhecimento científico de técnicas, materiais, reações químicas dos materiais empregados (compatibilidade e incompatibilidade), métodos e procedimentos... Tudo isso associado à sensibilidade, habilidade, paciência e sobretudo respeito.

FORRO DA CAPELA MOR DA IGREJA FRANCISCANA de João Pessoa – Restauração (remoção de repinturas, tratamento do suporte –madeira, e da pintura original - têmpera). Trabalho realizado pelo SPHAN/Pró-Memória.O conjunto formado por Igreja, Convento e Ordem Terceira Franciscana é localizado na área do Centro Histórico Inicial de João Pessoa, tombado pelo IPHAEP através do Decreto 25.138 de 28/06/2004.

Antes Durante Depois

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Conservação e Restauração

“O frontão que era simples, apresentava um nicho fechado por uma folha de vidro, onde se encontrava uma bela imagem es-culpida em pedra. No serviço de demolição constituiu imenso trabalho a retirada dessa grande imagem de N. Senhora. Essa imagem antiga está, atualmente, na sacristia do novo templo.” Texto de Oscar Oliveira Castro sobre a demolição (1923) da antiga Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens no bairro de Tambiá, intitulado “Profanação”, publicado na REVISTA DA ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS, ano II, n. 4, 1948, e citado por José Flávio Silva em seu livro PROGRESSO E DESTRUIÇÃO NA CIDADE DA PARAHYBA: CIDADE DOS JARDINS, João Pessoa, Editora Universitária da UFPB, 2009,p 116.

IMAGEM DE NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS no Bairro de Tambiá, no Centro Histórico de João Pessoa. Em calcário, provavelmente do séc. XVIII. A imagem havia sofrido reconstituições de perdas e colagem de partes quebradas com material inadequado (massa epossídica) além da execução de pintura, descaracterizando-a.

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Restauração de Imagem da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Areia – A cidade é tombada pelo IPHAEP através do Decreto 8.312 de 04/12/1979.

Restauração do altar colateral direito da Igreja N. S. do Rosário em Pombal. A igreja é tombada pelo IPHAEP através do Decreto 22.914 de 03/04/2002.

Restauração do forro da nave da Igreja N. S. da Conceição de Sumé. A igreja encontra-se em processo de tombamento pelo IPHAEP.

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Qualquer cidadão pode contribuir

De que maneira?Fácil! Respeitando o Patrimônio:

Não pichando monumentos, evitando a ação dos Agentes de Degradação, chamando um técnico quando necessário e Denunciando os maus tratos aos mesmos.

AZULEJOS DO SOBRADO COMENDADOR SANTOS COELHO em João Pessoa – Azulejos em restauração no IPHAEP. O Casarão dos azulejos, como é mais conhecido, é Tombado pelo IPHAEP através do Decreto 8.632 de 26/08/1980.

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AGENTES DE DEGRADAÇÃO

Tudo o que danifica, desgasta, deprecia, descaracteriza ou destrói:

Os pombos que a gente alimenta na praça e que, com suas fezes e urina ácidas, destroem os monumentos. Os morcegos, ratos, baratas, corujas, formigas, cupins, brocas, traças, etc...

Alguns tipos de lâmpadas. As velas próximas às imagens na igreja, que além de ressecar e descolar as pinturas e douramento (provocando perdas), oferece o risco de queimaduras e até de incêndio.

As goteiras nas edificações, infiltrando paredes e umedecendo os bens móveis e integrados dessas edificações: os azulejos antigos, os forros com pinturas importantes, esquadrias, altares, móveis, cimalhas, cartelas, quadros, etc.

Tudo isso que citamos (com exceção das velas e lâmpadas) favorece a presença de fungos, que provoca o apodrecimento de madeiras, papéis e tecidos, favorecendo também o surgimento de oxidações em metais.

... Além das intempéries, dos acidentes e do desgaste natural ocasionado pelo uso e pelo tempo, ainda temos:

• poluição do ar;• vandalismos e • intervenção inadequada

provocados pela falta de informação e de respeito do homem ao patrimônio.

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Podemos ser agentes de degradação?

IMAGEM DE SÃO FRANCISCO em madeira talhada e policromada, possivelmente, do séc. XVIII. Pertence ao conjunto religioso franciscano de João Pessoa.

IMAGEM DE N. S. DA CONCEIÇÃO em madeira talhada, dourada e policromada, do século XVIII, que pertencia à antiga Igreja (demolida em 1929) do conjunto Jesuíta (hoje, Palácio do Governo da Paraíba) em João Pessoa.

É preciso não tocar as obras assim evitamos transmi-tir para elas, através do suor das nossas mãos, alguns agentes de degradação como umidade, oleosidade, bactérias, sais, poeira, etc...

E ainda evitamos acidentes.

Sim, através das nossas mãos, respiração, espirro e tosse quando nos aproximamos dos bens móveis.

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Danos provocados pelo ser humano

Depredações: os rostos das figuras de soldados romanos foram depredados.

Retirada das esquadrias de casarões desocupados.

Cartazes sendo colados em esculturas.Roubo de placas ou partes de esculturas.

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Descaracterizações (repinturas).

Colagem de partes quebradas e reconstituições de perdas com materiais incompatí-veis, provocando manchas

irreversíveis nesta escultura sacra em mármore.

Pichações em monumentos

Intervenções inadequadas:

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“Sem memória não há cultura”

PAINEL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAIBA – Obra de Flávio Tavares, 1973, “Assembleia de Pacificação” é tombado pelo IPHAEP através do Decreto 21.117 de 20/06/2000.

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“Se cultura é a personalidade de uma sociedade, o patrimônio cultural é a sua memória. Sem memória não há cultura. Sem cultura não há sociedade. No máximo um aglomerado de pessoas”.

Arq. Antonio J. Aguilera Montalvo – IPHAN/RJ

Cada povo possui a sua

IDENTIDADE CULTURAL.

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GlossárioAdorno – Ornato; enfeite.Afixado – Fixo; seguro; pregado.Antepassado – Ascendente; antecessor; ancestral.Aplicado – Que se aplica; aposto. Arcaz – Peça de mobiliário da sacristia, semelhante a uma cômoda; usado para guardar alfaias (paramentos da igreja).Articulada – Que tem articulação. A imagem sacra articulada é provida de mecanismos para mover os braços.Balaústre – Coluna pequena que sustenta com outras, espaçadas, um corrimão, uma travessa, um guarda corpo, etc.Balaustrada – Série de balaústres.Cadastrado - Catalogado; inventariado; elencado; fichado.Cartela ou Tarja – Peça ornamental em pintura ou escultura, de forma recortada semelhante a um escudo contendo símbolo, brasão ou inscrição.Cornija – Ornato que assenta sobre o friso de uma obra arquitetônica; moldura; caixilho. Encaixado – Colocado em caixa; introduzido.Esquadrias – Portas, janelas e venezianas. Fragmento – Pedaço; fração; migalha; parte; Friso – Parte plana entre a cornija e a arquitrave; tira pintada em parede; filete; ornato em meia cana; arremate.Identidade – Qualidade do que é idêntico (igual, semelhante); conjunto de características de um indivíduo.Integridade – Inteireza; retidão; imparcialidade.Medalhão – Medalha grande; peça ornamental oval ou circular, geralmente em baixo relevo. Memória – Faculdade de reter as idéias adquiridas anteriormente; lembrança; reminiscência.Moldura – Caixilho para guarnecer quadros; ornato saliente em obras de arquitetura; cercadura.Nicho - Cavidade em parede para colocar estátua; vão. Policromada – (Poli = vários; cromo = cor); Que possui mais de uma cor.Pináculo – Píncaro; cume; elemento disposto em local alto.Platibanda – Moldura larga que contorna um edifício, camuflando o telhado.Púlpito – Tribuna elevada na nave da igreja, de onde se faz a pregação.Referência – Alusão; informação.Retábulo – Construção de madeira ou de pedra toda trabalhada; altar. Tabuado – Estrado; armação de tábuas.Talhada – Cortada; entalhada, esculpida.Turíbulo –Recipiente onde se queima o incenso em missas e procissões; incensório.Vitral – Espécie de vidraça pintada ou trabalhada com pedaços de vidro multicoloridos, ligados entre si por chumbo.

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Constituição da República Federativa do Brasil

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os Bens de natureza material e imaterial, tombados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

 I – As formas de expressão.II – Os modos de criar, fazer e viver.III – As criações científicas, artísticas e tecnológicas.VI – As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais.V – Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

 § 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e

desapropriação e de outras formas de acautelamento e preservação.§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão e documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de Bens e valores culturais.§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

Principais leis que regem as ações do IPHAEP

Decreto Nº 7.819 de 24 de outubro de 1978 – Dispõe sobre o Cadastramento e Tombamento dos bens Culturais, artísticos e históricos no Estado da Paraíba e dá outras providên-cias.

Decreto Nº 21.435 de 31 de outubro de 2000 – Dispõe sobre a aplicação de sanções administrativas pelo IPHAEP e a inscrição em dívida ativa das multas devidas ao instituto, e dá outras providências.

Secretaria de Estado da Cultura