cartilha de saúde, segurança - fetecpr.org.br · e prevenção do bancário 5 apresentaçªo a...

60

Upload: phamkhue

Post on 10-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio2

    Sindicato dos Bancrios de Curitiba e Regio

    Av. Vicente Machado, 18 - 8 Andar - CENTRO

    Curitiba - PR. CEP: 80420-010 - (41) 224-0523

    www.bancariosdecuritiba.org.br

    [email protected]

    SEEB Umuarama Av. Rio Branco, 4226

    Umuarama - Paran - cep 87501-130

    Fone: (44) 622-1979 / Fax: (44) 622-1382 [email protected]

    SEEB Toledo Rua Sete de Setembro, 749

    Toledo - Paran -cep 85900-220

    Fone: (45) 252-1851 [email protected]

    SEEB Paranava Rua Mal. Cndido Rondon, 1445, Centro

    Paranava - Paran - cep 87704-120

    Fone: (44) 423-3402 / Fax: (44) 423-2066 [email protected]

    SEEB Londrina Rua Rio de Janeiro, 854 Centro

    Londrina - Paran - cep 86010-150

    Fone: (43) 323-0035 / Fax: (43) 323-0826 [email protected]

    SEEB Guarapuava Rua Capito Virmond, 2563

    Guarapuava - cep 85015-250

    Fone: (42) 623-1371 [email protected]

    SEEB Cornlio Procpio Rua 15 de Novembro, 315, 2 andar

    Cornlio Procpio - Paran - cep 86300-000

    Fone: (43) 524-2293 / Fax: (43) 524-2120 [email protected]

    SEEB Campo Mouro Av. Goioer, 1459

    Campo Mouro - Paran - cep 87303-110

    Fone: (44) 523-3492 [email protected]

    SEEB Arapoti Rua dos Expedicionrios, 65

    Caixa Postal 10 - cep 86510-000 Fone: (43) 557-1516 [email protected]

    SEEB Apucarana Rua Osrio Ribas de Paula, 432, 3 andar

    Apucarana - Paran - cep 86700-140

    Fone: (43) 422-5533 / Fax: (43) 422-4668 [email protected]

    ADVT/APLER (Associao de Defesa da Sade do Trabalhador)

    Mal. Deodoro, 228, cj. 502, 5 andar, Centro

    CEP 80010-919, Curitiba. Fone/fax: (41)2321663

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 3

    !!!!! ndice

    Apresentao ............................................................................. 4

    A hora de agir ............................................................................. 5

    Os principais riscos do trabalho bancrio ................................ 7

    As principais doenas ocupacionais dos bancrios.............. 17

    Emisso da Comunicaode Acidente de Trabalho CAT ................................................. 31

    Direito Previdencirio ............................................................... 35

    Os Caminhos da Preveno.................................................... 47

    Avalie seu ambiente de trabalho ............................................. 55

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio4

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 5

    Apresentao

    A Cartilha de Sade, Segurana e Preveno do Trabalho Bancriorepresenta mais um passo na ateno Sade dos Trabalhadores. Ela os infor-ma sobre os riscos no ambiente de trabalho e como identific-los. Permitetambm o acesso s normas que regulamentam o ambiente de trabalho, bemcomo os direitos previdencirios. Facilita, atravs do Fluxograma dos Portado-res de Doenas Ocupacionais, a visualizao e o comentrio passo a passodos procedimentos que o trabalhador deve tomar ao ser acometido pela doen-a ocupacional.

    Leia, consulte, divulgue e guarde!

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio6

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 7

    A hora de agir

    Sem o conhecimento do que provoca o adoecimento impossvel pensar-mos em preveno. E o Sindicato um parceiro nessa batalha para melhorar ascondies de trabalho.

    Mas uma cartilha no muda esse ambiente sozinha. Depois da informa-o, necessria uma atitude prtica. preciso transformar as condies doambiente de trabalho, eliminando os fatores que prejudicam a sade. O traba-lho no pode ser sinnimo de sofrimento, adoecimento e morte.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio8

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 9

    Os principaisriscos do

    trabalho bancrio

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio10

    ! Vigiando sua sade, seu maior patrimnio

    Cada bancrio um vigilante de seu ambiente de trabalho. Vigiar, prote-ger e observar atentamente para evitar fatos indesejados e intervir para trans-formar as condies inadequadas. Significa tambm cautela, precauo e sen-tinela ante as situaes adversas. A vigilncia pode reconhecer precocementefatores de risco. um processo contnuo e sem trguas, feito no dia-a-dia, paraeliminar ou controlar os agentes nocivos sade. Caso haja condies inade-quadas no seu ambiente de trabalho, responda e destaque o questionrio nofinal desta cartilha e envie-o ao Sindicato.

    1 Principais riscos do trabalho bancrio

    1.1 No ambiente1.1 No ambiente1.1 No ambiente1.1 No ambiente1.1 No ambiente RudoRudoRudoRudoRudo: o barulho do trnsito, do telefone, das conversas entre os clien-

    tes, dos teclados e do ar condicionado no combinam com tarefas queexigem concentrao mental e s provocam mais irritao e estresse. Osambientes de trabalho deviam operar sob o sisudo clima de biblioteca.A exposio a rudos intensos pode provocar danos auditivos e estresse.

    TTTTTemperaturaemperaturaemperaturaemperaturaemperatura: as variaes de temperatura afetam a sade dos banc-rios. O frio pode influenciar no aparecimento ou agravamento das Lesespor Esforo Repetitivo (LER/DORT), gripes e resfriados constantes,contraturas musculares e dores no corpo. O calor excessivo provoca fadi-ga, mal-estar e at desmaios. A temperatura efetiva deve variar entre20C e 23C, e a umidade relativa do ar deve ficar acima de 40%.

    " A Norma Regulamentadora (NR) 01 diz que obrigao do empregador

    informar aos trabalhadores:

    riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho

    meios para prevenir e limitar esses riscos, alm das medidas adotadas

    resultados dos exames mdicos e complementares de diagnsticos

    resultados das avaliaes ambientais realizadas nos locais de trabalho

    " A NR 17 estipula o limite de rudo em at 65 decibis (som da conversa de

    um grupo de trs a quatro pessoas).

    " Uma boa claridade garantida com um mnimo de 500lux.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 11

    IluminaoIluminaoIluminaoIluminaoIluminao: se for inadequadaprovocar cansao visual e men-tal, ardncia nos olhos, fadiga, in-snia e dores de cabea. A ilumi-nao deve ser distribuda e difusapara evitar o ofuscamento, refle-xos incmodos, sombras e contras-tes excessivos. Uma avaliao de-terminar a quantidade ideal de luzpara cada local.

    Qualidade do arQualidade do arQualidade do arQualidade do arQualidade do ar: precriaquando h pouca entrada de ar fresco, falta de limpeza e m distribuiodos sistemas de ventilao e ar condicionado. Esses fatores causam doresde cabea, irritao nos olhos, nariz e garganta, ressecamento da pele,nuseas, letargia, dificuldade de concentrao, fadiga e aumento de aler-gias respiratrias. Fungos e bactrias depositados nos dutos e filtros desem-bocam no ambiente onde esto os trabalhadores e os clientes.

    1.2 No prdio1.2 No prdio1.2 No prdio1.2 No prdio1.2 No prdio EletricidadeEletricidadeEletricidadeEletricidadeEletricidade: tomadas subdimensionadas e fios soltos podem ocasionar

    acidentes e at incndios. As NRs 10 e 12 determinam que tomadas,mquinas e equipamentos eltricos devem ser aterrados, o acesso aoquadro de controle de comando deve ser facilitado, nmero de tomadassuficiente para evitar o uso de T e probe fios soltos ou desencapados.

    ReformasReformasReformasReformasReformas: provocam rudo excessivo, poeira e riscos de acidentes seforem feitas durante a jornada.

    Sanitrios e higieneSanitrios e higieneSanitrios e higieneSanitrios e higieneSanitrios e higiene: a limpeza deve ser compatvel com a ativi-dade. Fungos e sujeira depositados em carpetes e forraes de ambien-

    " A ventilao deve estar em condies adequadas de limpeza, manuten-

    o, operao e controle. A manuteno deve ser feita por tcnico habilitado.

    Tomadas de ar externo devem estar longe das fontes poluentes (Portaria n

    5.523 do Ministrio da Sade.

    " Obras com risco grave e iminente para acidente ou doena do trabalho

    devem ser embargadas ou interditadas at a correo das condies (NR 3).

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio12

    tes fechados, podem ocasionar alergias. Devem existir sanitrios sepa-rados para homens e mulheres, limpos e sem odores. A limpeza e remo-o do lixo e da poeira devem ocorrer preferencialmente fora do hor-rio de trabalho. A gua deve ser potvel com uso de copos descartveisou bebedouro de jato inclinado previstos na NR 24.

    IncndioIncndioIncndioIncndioIncndio: a lei prev proteo contra incndios, sadas suficientespara a rpida retirada do pessoal em caso de sinistro, equipamentos epessoal treinado para combater o fogo nas primeiras chamas. As sadasde emergncia devem ter portas que abram para fora, sem obstruo outrancas. O sistema de preveno e sadas de emergncia deve ser sina-lizado com iluminao de emergncia. Os extintores tm tempo devalidade gravado na embalagem e devem estar em locais de fcil acesso.Estas exigncias esto na NR 23.

    1.3 O mobilirio e os equipamentos de trabalho1.3 O mobilirio e os equipamentos de trabalho1.3 O mobilirio e os equipamentos de trabalho1.3 O mobilirio e os equipamentos de trabalho1.3 O mobilirio e os equipamentos de trabalhoComo devem ser os mveis e o ambiente: Devem permitir alternncia entre a postura em p e sentada, passagem

    e recebimento de documentos sem movimentos de elevao dos bra-os acima do nvel dos ombros e espao.

    Ter espao suficiente para a acomodao dos equipamentos de traba-lho e das pernas em tarefas sentadas.

    Ter assentos que permitam a regulao do encosto e da altura. Armrios devem estar 25 centmetros acima do solo e at uma altura de

    1m75cm. Itens acessados constantemente devem estar na altura doscotovelos com o bancrio em p.

    Gavetas devem ser leves para fcil movimentao e que no se abramcontra o corpo para evitar que a pessoa se afaste do plano de trabalho.

    " Bordas de mesas, escrivaninhas e guichs devem ser arredondadas, sem

    quinas vivas e com altura regulvel (em atividades com computador) e ter

    espao para o apoio completo do ante-brao ou sobre o brao da cadeira.

    " Altura do monitor regulvel, nunca superior ao nvel dos olhos e nunca

    inferior a um ngulo de 30.

    " Cadeiras com cinco ps de apoio.

    " Apoio para os grupos musculares utilizado na execuo do trabalho.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 13

    O layout da sala deve permitir livre circula-o.

    Um mobilirio inadequado leva a posturas cor-porais incorretas que favorecem as LER/DORT. Equi-pamentos obsoletos ou com defeitos, instrumentos detrabalho adaptados, insuficientes e sem manutenoexigem maior esforo esttico e dinmico, posturasincorretas e estresse.

    A NR 17 estabelece os parmetros para adapta-o dos ambientes s caractersticas psicofisiolgicasdos trabalhadores para garantir conforto, segurana e bom desempenho.

    1.4 Na organizao do trabalho1.4 Na organizao do trabalho1.4 Na organizao do trabalho1.4 Na organizao do trabalho1.4 Na organizao do trabalhoAs condies oferecidas pela empresa para a realizao do trabalho, para

    alcanar metas, a tecnologia empregada e os recursos humanos e materiaisdisponibilizados determinam a qualidade de vida dos bancrios. Os trabalha-dores so pressionados, institui-se horas extras e aumento de jornada. S que oproblema bsico insuficincia de pessoal em quantidade ou qualificao fica esquecido. Todos esses ingredientes so ideais para o surgimento de trans-tornos fsicos e mentais. A sobrecarga e o fracasso para atingir resultados ge-ram um ciclo vicioso de tenso.

    Os itens 17.1 e 17.6.1 da NR 17 exigem que a organizao do trabalhoseja adequada s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores e nature-za da atividade. Os inimigos mais comuns:

    " Jornada dos bancrios de seis horas dirias e 30 horas semanais de

    segunda-feira sexta-feira (artigo 224 da CLT). S pode ser prorrogada em

    duas horas dirias.

    " O artigo 224 da CLT probe o trabalho no sbado, que pago. O descanso

    semanal remunerado inclui tambm domingos e feriados. Jornadas nesses

    dias s so permitidas em caso de extrema necessidade e com autorizao

    prvia da DRT e manifestao do Sindicato.

    " O artigo 66 da CLT garante um mnimo de 11 horas consecutivas de descan-

    so entre duas jornadas dirias e repouso acstico de 14 horas.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio14

    1.4.1 A jornada1.4.1 A jornada1.4.1 A jornada1.4.1 A jornada1.4.1 A jornada Longa durao, com trabalho repetitivo e montono e sob forte presso

    e cobrana da gerncia. Esforo mental necessrio para criar estratgias individuais e coletivas

    para vencer as dificuldades impostas pela organizao. Ausncia ou insuficincia de pausas para descanso. Distribuio do pessoal sem respeitar os perodos de picos do atendi-

    mento. Controles que no respeitam a variabilidade do trabalho e diferenas

    culturais e individuais entre as pessoas.

    1.4.2 Outros males da organizao do trabalho1.4.2 Outros males da organizao do trabalho1.4.2 Outros males da organizao do trabalho1.4.2 Outros males da organizao do trabalho1.4.2 Outros males da organizao do trabalho Acmulo de funes e processo de avaliao no participativo e

    desconectado das condies reais do desempenho da funo. Presso do cliente e mudanas tecnolgicas. Insuficincia de pessoal e medo permanente de demisso. Exigncia de metas, muitas inatingveis. Falta de perspectiva de ascenso na carreira. Contratao de estagirios e de pessoas no treinadas e inexperientes. Salrio insuficiente. Competio entre colegas. M distribuio dos equipamentos no local de trabalho, que dificulta a

    utilizao.

    1.5 Nos assaltos1.5 Nos assaltos1.5 Nos assaltos1.5 Nos assaltos1.5 Nos assaltosA ao dos assaltantes , em geral, muito bem planejada. Os dispositivos

    de segurana no evitam os assaltos e sim os dificultam.

    NR 17.6.3.a: Sistemas de avaliao de desempenho para remunerao e

    vantagens de qualquer espcie devem levar em conta o efeito sobre a sade

    dos trabalhadores.

    NR 17.6.3.b: As pausas para descanso tm de ser previstas.

    NR 17.6.3.c: Depois de afastamento, igual ou superior a 15 dias, a exigncia de

    produo dever permitir um retorno gradativo do bancrio.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 15

    Como proceder se o assalto ocorrer: Mantenha a calma e acredite que a arma do bandido verdadeira e

    est carregada. Obedea os ladres, o que reduz as chances de agresso. No faa gestos bruscos para no assustar os ladres. Evite olhar fixamente para os assaltantes, que temem ser reconhecidos. No revide a violncia, nem discuta com os criminosos. H sempre

    mais de um deles em ao. Se houver disparo de arma, abrigue-se ou deite-se imediatamente no cho. No pense em atos hericos. A ao individual no resolve. Acione o alarme somente depois da sada dos assaltantes.

    ImportanteImportanteImportanteImportanteImportante: a ameaa de armas de fogo, o pnico e a violncia atin-gem profundamente o emocional dos bancrios. O decreto 3048/1999 da Pre-vidncia Social reconhece como acidente de trabalho o estresse agudo ps-assalto. No boletim policial, deve constar o nome de todos os funcionriospresentes durante o assalto. A ocorrncia policial costuma citar somente aempresa como vtima, o que incorreto. Sempre que houver assalto avise oSindicato. Informe-se em que delegacia foi feito o Boletim de Ocorrncia,solicite uma cpia e guarde-a.

    1.6 No assdio1.6 No assdio1.6 No assdio1.6 No assdio1.6 No assdioOs bancrios convivem com dois tipos: o sexual e o moral. As duas situa-

    es podem desenvolver Transtornos Mentais e do Comportamento Relaciona-dos ao Trabalho (Grupo V da CID 10), que nascem nas ameaas de perda doemprego e desacordo entre patres e colegas. O decreto 3048 da PrevidnciaSocial enquadra o efeito dessa agresso psicolgica como doena do trabalho.

    SexualSexualSexualSexualSexual: as mulheres so as principais vtimas, pois esto em funessubalternas. O dano sade psquica pode ser irreparvel, levando at

    " A Lei estadual 11571/96 obriga a instalao de portas de segurana com

    detectores de metais nas agncias. A Lei Federal 7102/1983 prev um mnimo

    de dois vigilantes durante a jornada de trabalho.

    " A CAT deve ser preenchida at 24 horas depois do assalto para todas as

    vtimas. A alterao psicolgica nem sempre imediata. Pode ocorrer no futuro.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio16

    incapacidade para o trabalho. As vtimas adquirem sentimentos dedesconfiana, culpa e baixa auto-estima.

    O que fazer:" Rompa o silncio. Diga no ao assediador." Conte aos colegas o que est acontecendo." Rena provas, como bilhetes e presentes." Leve o problema ao Setor de Recursos Humanos do banco, ao Sindicato

    e registre queixa na Polcia.

    ! Assdio Sexual Crime e Precisa ser Punido

    Lei n 10.224, de 15 de maio de 2001Lei n 10.224, de 15 de maio de 2001Lei n 10.224, de 15 de maio de 2001Lei n 10.224, de 15 de maio de 2001Lei n 10.224, de 15 de maio de 2001"Altera o Decreto-Lei n 2.848, de 07 de dezembro de 1940 CdigoPenal, para dispor sobre o crime de assdio sexual e d outras providn-cias."O PRESIDENTE DA REPBLICA:Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinteLei:Art. 1. O Decreto-Lei n 2.848, de 07 de dezembro de 1940 CdigoPenal passa a vigorar acrescido do seguinte art. 216-A:"Assdio Sexual (AC)*"Art. 216-A. Constranger algum com o intuito de obter vantagem oufavorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condio desuperior hierrquico ou ascendncia inerentes a exerccio de emprego,cargo ou funo." (AC)*"Pena: Deteno de 1 (um) ano a 2 (dois) anos." (AC)*"Pargrafo nico: (VETADO)."Art. 2. Esta lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 15 de maio de 2001, 180 da Independncia e 113 da Repblica.

    * AC = Acrscimo(Projeto de Lei da deputada Iara Bernardi)

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 17

    MoralMoralMoralMoralMoral: a degradao deliberada das condies de trabalho pelasatitudes e condutas negativas dos chefes. A vtima isolada do gruposem explicaes, hostilizada, ridicularizada e desacreditada ante oscolegas. Portadores de LER/DORT, por exemplo, so alvos preferenci-ais ao retornarem do afastamento mdico. A humilhao repetitiva ede longa durao compromete a identidade, dignidade e relaesafetivas e sociais do assediado. Danos graves sade fsica e mentalpodem evoluir para a incapacidade laborativa.

    Como reagir:" Resista: anote com detalhes as humilhaes e procure a ajuda dos colegas." Evite conversar com o agressor e exija, por escrito, explicaes das

    atitudes dele. Fique com cpia da carta enviada ao Recursos Humanose da eventual resposta do assediador.

    " Denuncie o caso ao Sindicato." Busque apoio na famlia, amigos e colegas. O afeto e a solidariedade

    ajudam a recuperar a auto-estima e a dignidade.

    " O constrangimento ilegal est no artigo 146 do Cdigo Penal Brasileiro

    com pena de deteno de 3 meses a 1 ano ou multa. A CLT considera assdio

    falta grave com demisso do autor por justa causa. O artigo 1521 do Cdigo

    Civil atribui ao empregador responsabilidade civil. Em tese, a vtima poderia

    exigir indenizao.

    " Testemunhas de cenas de humilhao devem ser solidrias. Ningum est livre

    de ser a prxima vtima e precisar de apoio. O medo refora o poder do agressor!

    Consulte o site www.assediomoral.hpg.ig.com.br

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio18

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 19

    As principaisdoenas

    ocupacionaisdos bancrios

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio20

    ! A origem das LER/DORT

    As leses inflamatrias causadas por esforos repetitivos j eram conhecidasdesde a antiguidade. Na Idade Mdia eram chamadas de Doenas dos Escribas,isto porque eles apresentavam uma Tenossinovite. Hoje em dia esse assunto vemsendo cada vez mais discutido. Principalmente porque o nmero de trabalho emescritrio aumentou muito e a relao homem/mquina tornou-se freqente.

    No incio dos anos 80 as Leses por Esforo Repetitivo/DistrbiosOsteomusculares Relacionados ao Trabalho (L.E.R/D.O.R.T.) aportavam no Bra-sil, com caractersticas de uma doena do trabalho, surpreendida inicialmenteem bancrios que trabalhavam como digitadores em um centro de processa-mento de dados, levando os Sindicatos de Trabalhadores a lutar pelo reconhe-cimento das leses como doenas ocupacionais. Logo, elas passaram a serdiagnosticadas em outros centros de processamento, em escriturrios, caixasde banco. medida que a automao chegava periferia do sistema financei-ro, tornaram-se na dcada de 90, junto surdez (Perda Auditiva Induzida peloRudo de Origem Ocupacional), as doenas de trabalho mais notificadas aoInstituto Nacional de Seguridade Social e as que mais demandam aos serviosde sade do trabalhador.

    ! L.E.R./D.O.R.T.Conhecer para poder AvaliarConhecer para poder AvaliarConhecer para poder AvaliarConhecer para poder AvaliarConhecer para poder AvaliarAs L.E.R./D.O.R.T. so um conjunto de leses que reduzem, no indivduo, a

    capacidade de realizar movimentos. O grau de limitao varia segundo o est-gio da doena e pode evoluir de parcial a total, se o trabalhador no for afastadodas atividades repetitivas que as provocaram. Todo empregado que apresentarqueixas relacionadas s L.E.R./D.O.R.T. dever ser encaminhado por sua chefiapara avaliao mdica. A deteco precoce das leses permitir controlar oagravamento das doenas que elas provocam, evitando ainda tratamentos pro-longados e longos perodos de afastamento mdico do trabalhador.

    Conceituao da L.E.RConceituao da L.E.RConceituao da L.E.RConceituao da L.E.RConceituao da L.E.R./D.O./D.O./D.O./D.O./D.O.R.R.R.R.R.T.T.T.T.T.....Entende-se LER/DORT como uma sndrome relacionada ao trabalho, ca-

    racterizada pela ocorrncia de vrios sintomas concomitantes ou no, taiscomo: dor, parestesia, sensao de peso, fadiga, de aparecimento insidioso,geralmente nos membros superiores, mas podendo acometer membros inferio-

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 21

    res. Entidades neuro-ortopdicas definidas como tenossinovites, sinovites, com-presses de nervos perifricos, sndromes miofaciais, que podem ser identifica-das ou no. Freqentemente so causa de incapacidade laboral temporria oupermanente. So resultado da combinao da sobrecarga das estruturasanatmicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recupera-o. A sobrecarga pode ocorrer seja pela utilizao excessiva de determina-dos grupos musculares em movimentos repetitivos com ou sem exigncia deesforo localizado, seja pela permanncia de segmentos do corpo em determi-nadas posies por tempo prolongado, particularmente quando essas posiesexigem esforo ou resistncia das estruturas msculo-esquelticas contra agravidade. A necessidade de concentrao e ateno do trabalhador para rea-lizar suas atividades e a tenso imposta pela organizao do trabalho, sofatores que interferem de forma significativa para a ocorrncia das LER/DORT.

    O Ministrio da Previdncia Social e o Ministrio da Sade, respectiva-mente, por meio do Decreto n 3.048/99, anexo II e da Portaria n 1.339/99,organizaram uma lista extensa, porm exemplificativa, de doenas do sistemaosteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho.

    DiagnsticoDiagnsticoDiagnsticoDiagnsticoDiagnsticoO diagnstico da L.E.R./D.O.R.T. essencialmente clnico e baseia-se na

    histria clnico-ocupacional do paciente (relao entre os sintomas e queixasapresentados e o trabalho que ele executa); no exame fsico detalhado; emexames complementares - apenas quando justificados e no obrigatoriamente- e na anlise das condies de trabalho responsveis pelo aparecimento daleso.

    Conduta teraputicaConduta teraputicaConduta teraputicaConduta teraputicaConduta teraputica bastante variada, porque cada organismo reage de modo particular ao

    tratamento. Pode ir de condutas clssicas em fisioterapia e medicao prti-cas alternativas como acupuntura, laserterapia, homeopatia, tcnicas de ree-ducao postural, entre outras, sempre a critrio mdico e levando-se em con-

    " O laudo dever ser protocolado no banco, que ter 24 horas para emitir

    uma Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT). No ocorrendo esse proce-

    dimento por parte da empresa, procure o seu sindicato.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio22

    ta a resposta oferecida por cada paciente. Em qualquer caso, recomenda-se aoempregador, a seu critrio, oferecer tratamento mdico aos empregados aco-metidos de L.E.R./D.O.R.T.

    ! Fatores de risco que levam aosurgimento das L.E.R./D.O.R.T.

    Para identificar e abordar as causas das L.E.R./D.O.R.T. necessrio con-siderar-se vrios fatores dos ambientes de trabalho que podem causar o apare-cimento das leses. Fatores psicossociais, incluindo-se o estresse nas situaesde trabalho e o clima organizacional (tarefas repetitivas, excesso de ativida-des e equipamentos ergonomicamente inadequados, monotonia de tarefas) po-dem reduzir a eficcia das medidas preventivas recomendadas pelo Programa,se no forem modificados. indispensvel abordar-se esses fatores em conjun-to, e corrig-los sempre que necessrio, para que tenham xito as medidastransformadoras sugeridas. Os principais deles so:

    Fatores ligados organizao do trabalho- Concentrao de trabalhos repetitivos e montonos;- Obrigatoriedade de manter ritmo acelerado de trabalho para garantirprodutividade;- Excesso de horas trabalhadas;- Ausncia de pausas durante a jornada de trabalho.

    Fatores ligados ao ambiente de trabalho- Mobilirio e equipamentos inadequados (terminais, teclados, mqui-nas, mesas, cadeiras, etc.), que obriguem adoo de posturas impr-prias ao corpo, durante a jornada de trabalho;- Condies ambientais imprprias (iluminao, temperatura, rudo evibraes, entre outros).

    Fatores Psicossociais- O estresse nas situaes de trabalho e os conflitos no relacionamentoprofissional (com chefias e colegas).

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 23

    Fatores externosAos trabalhadores acometidos por L.E.R./D.O.R.T., recomenda-se tam-bm ateno para com as atividades externas empresa, que exijammovimentos repetitivos, para que no se agravem as doenas causadaspelo trabalho.

    Situaes de riscoSituaes de riscoSituaes de riscoSituaes de riscoSituaes de risco Grande quantidade de repeties de movimento com poucas variaes

    exercidos pelos bancrios na sua jornada de trabalho. A evoluo daLER/DORT se acentua com um nmero maior de repeties executadas.

    Presso efetiva da Chefia para manter o ritmo acelerado de trabalho.

    Presso da mquina atravs do registro do nmero de autenticao, nolevados em conta as caractersticas do trabalhador, muito mais com-plexas que a de qualquer mquina.

    A manuteno de posturas inadequadas, principalmente na regio dosmembros superiores como: braos, ombros e punhos, devido ao mobili-rio mal projetado ergonomicamente. Posturas estticas do corpo, porexemplo, mantido por tempo prolongado, favorecem uma insuficinciade oxignio nos msculos, incorrendo em uma irritao nos receptoresdo sistema nervoso.

    Realizao do trabalho com estmulo competio e premiao porproduo.

    Excesso de trabalho que ultrapasse a jornada diria atravs de horas extras.

    Ambiente de trabalho inadequado, tais como: muito frio, muito calor,muito barulho, pouca luz, muito seco, pouco espao.

    Monotonia nas atividades do trabalho desenvolvido. Fragmentao cadavez maior das tarefas a serem executadas com uma perda da viso daglobalidade do processo produtivo.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio24

    Retorno ao trabalho de forma no gradual, aps ausncia prolongada.

    O uso do esforo fsico na realizao de tarefa tambm fator quepotencializa a LER/DORT.

    SintomasSintomasSintomasSintomasSintomasAs Leses por Esforo Repetitivo/Distrbios Osteomusculares Relaciona-

    dos ao Trabalho (L.E.R./D.O.R.T), podem comprometer a capacidade de reali-zar movimentos. O grau de limitao varia segundo o estgio em que a doen-a se encontra. Os sintomas mais freqentes so:

    Sensao de peso e cansao no membro afetado.

    Dores, formigamento, fisgadas, choques, edemas (inchaos), rubor (peleavermelhada), calor localizado, rangidos, dormncia e perda da foramuscular. O quadro tende a piorar ao final da jornada diria, nos mo-mentos de maior pique de atividade, nas horas extras e no trabalho sempausas. Os sintomas melhoram com repouso. Se a atividade repetitivapersistir, elas so sentidas por longas horas aps o final da jornada detrabalho, perturbam o sono e impedem atividades simples, como des-cascar alimentos e carregar objetos, escovar dentes etc.

    Os limites nas atividades da vida cotidiana levam a transtornos emoci-onais, insnia, agressividades, depresso.

    Quando a atividade repetitiva intensa, os sintomas persistem por vriashoras aps o trmino da jornada de trabalho, e podem perturbar o sono e provo-car transtornos emocionais, agressividade e depresso, entre outros incmo-dos. O diagnstico precoce dos casos de L.E.R./D.O.R.T. e o rpido encami-nhamento dos trabalhadores para tratamento mdico so fundamentais para osfuncionrios e para a empresa. Ao primeiro grupo, permitem mantem sob con-trole satisfatrio as doenas; ao segundo, contribuem para reduzir os perodosde afastamento dos trabalhadores.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 25

    ! Os estgios evolutivos das L.E.R./D.O.R.T.

    As L.E.R./D.O.R.T. podem ser controladas se forem diagnosticadas no in-cio da apresentao dos sintomas e tiverem o tratamento adequado. Conheaos estgios de evoluo das leses e cuide-se o mais rapidamente possvel.

    GRAU IGRAU IGRAU IGRAU IGRAU ISensao de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontneano local, s vezes com pontadas ocasionais durante a jornada de traba-lho, que no interferem na produtividade. Essa dor leve e fugaz emelhora com o repouso. No h sinais clnicos. A dor pode se manifes-tar durante exame clnico, quando comprimida a massa muscularenvolvida. O prognstico de tratamento bom.GRAU IIGRAU IIGRAU IIGRAU IIGRAU IIDor mais persistente e mais intensa. Aparece durante a jornada de tra-balho de forma intermitente. tolervel e permite o desempenho deatividade, mas afeta o rendimento nos perodos de exacerbao. maislocalizada e pode ver acompanhada de formigamento e calor, alm deleves distrbios de sensibilidade.Os sinais clnicos de um modo geral continuam ausentes. Podem serobservados por vezes pequena nodulao e dor ao apalpar o msculoenvolvido. O prognstico ainda favorvel.GRAU IIIGRAU IIIGRAU IIIGRAU IIIGRAU IIIA dor torna-se mais persistente, mais forte e tem irradiao mais defini-da. O repouso em geral s atenua a intensidade, nem sempre fazendo-a desaparecer por completo. Aparece mais vezes fora da jornada, espe-cialmente noite.Perde-se um pouco a fora muscular. H sensvel queda de produtividade,quando no impossibilidade de executar a funo. Os trabalhos domsti-cos so limitados ao mnimo e muitas vezes no podem ser executados.Os sinais clnicos esto presentes. O inchao freqente assim como atranspirao e a alterao da sensibilidade. Apalpar ou movimentar olocal afetado causa dor forte.O retorno ao trabalho nessa fase problemtico.O prognstico nessa fase reservado.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio26

    GRAU IVGRAU IVGRAU IVGRAU IVGRAU IVDor forte, contnua, por vezes insuportvel, levando a intenso sofrimen-to. A dor se acentua com os movimentos, estendendo-se a todo membroafetado.Di at quando o membro est imobilizado. A perda de fora e contro-le dos movimentos so constantes.O inchao persistente e podem aparecer deformidades. As atrofias,principalmente dos dedos, so comuns em funo do desuso.A capacidade de trabalho anulada e a invalidez se caracteriza pelaimpossibilidade de um trabalho produtivo regular. As atividades do co-tidiano so muito prejudicadas.Nesse estgio, so comuns as alteraes psicolgicas, com quadros dedepresso, ansiedade e angstia.O prognstico sombrio.

    Fonte: INSS - LER - Leses por Esforos Repetitivos - Normas Tcnicaspara Avaliao de Incapacidade - 1993.

    TTTTTratamentoratamentoratamentoratamentoratamentoO afastamento do trabalho a medida mais importante e obrigatria para

    o tratamento, pois significa afastar o trabalhador dos fatores de risco (esforosrepetitivos, presses, excessos no ritmo e na jornada de trabalho, etc).

    Aps o afastamento, vrios recursos teraputicos podem ser utilizados notratamento das LER, entre eles: o uso de medicamentos (antiinflamatrios,analgsicos), fisioterapia, acupuntura, laser, exerccios de relaxamento, etc.

    O tratamento deve ser indicado de forma individual levando-se em contaas especificidades de cada caso e considerando-se tambm a realidade naqual o trabalhador inserido, isto , no basta apresentar dor para ser medica-do com analgsicos e antiinflamatrios ou mesmo imobilizar sem fazer umaanlise mais profunda e cuidadosa.

    A diversidade de tratamento inicia-se com o afastamento do posto de traba-lho que provoca as leses e vai da simples imobilizao da parte afetada, pas-sando por fisioterapia, medicamentos e somente em casos extremos e especfi-cos, a cirurgia, tendo-se realmente esgotado todas as possibilidades anteriores.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 27

    ! Sndrome do Esgotamento Profissional

    O estresse ocupacional tem merecido mais ateno nas ltimas dcadas,mas no o suficiente para que seus efeitos sejam minimizados. A situao detenso, insatisfao e ansiedade um passo para a integridade fsica ou ps-quica do indivduo, levando-o ao esgotamento, isto , ao "burn out". Isso ocorrecom profissionais que estabelecem intenso contato interpessoal nas atividadeslaborativas. A pessoa, inicialmente, apresenta um grande entusiasmo, pensaque vai transformar o local de trabalho e vencer todas as barreiras, o que nemsempre acontece. Mais realista, o profissional percebe que as dificuldades noso ultrapassadas, o que faz a sua fora de luta ou resistncia diminurem.Surgem a frustao e a insatisfao, a pessoa no consegue reagir. Fica estag-nada e exausta, configurando o quadro de "burn out".

    No novidade para os bancrios que esta atividade de trabalho podecausar transtornos de ordem mental. Estes transtornos j foram motivos de mui-ta luta e conquista no passado como, por exemplo, a reduo de jornada detrabalho de 8 para 6 horas, e descanso nos finais de semana. A sndrome doesgotamento profissional conhecida tambm como "Sndrome de Burnout", que quer dizer queimar exteriormente (consumir-se em chamas), defini-da por alguns autores como uma das conseqncias mais marcantes do estres-se profissional.

    A sndrome foi observada originalmente em profisses predominantemen-te relacionadas a um contato interpessoal mais exigente, tais como: mdicos,psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comercirios, professores,atendentes pblicos, enfermeiros, funcionrios de departamento pessoal,telemarketing e bombeiros. Hoje, entretanto, j se estende a todos os profissi-onais que interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam e/ou solucionamproblemas de outras pessoas, que obedecem a tcnicas e mtodos mais exi-gentes, fazendo parte de organizaes de trabalho submetidas a avaliaes.

    Saiba mais sobre esta sndrome, sua evoluo e seus nveis desintomatologia, consultando o site: www.psiqweb.med.br

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio28

    ! "Centrais de Atendimento" - Profisso Perigo

    As empresas brasileiras na expectativa de expandir seus lucros, importame implementam modelos de produo, tais como os chamados "CALL CENTER",sem antes realizar estudos de impacto na rea de atuao. Esses modelos"importados" tm provocado srias conseqncias aos trabalhadores brasilei-ros, pois geram novas profisses e com elas novas doenas ocupacionais.

    o caso por exemplo de trabalhadores que atuam nos setores detelemarketing, tele-cobrana e tele-atendimento, sejam ativos e/ou receptivos(centrais de atendimento). Essas atividades exigem dos operadores o uso ex-cessivo dos membros superiores, da voz, da audio e da viso.

    O que assusta que em poucos meses, diferentemente das demais profis-ses, os trabalhadores destas profisses adquirem leses, transtorno mental oude comportamento, que podem incapacit-los por tempo indeterminado.

    preciso que as empresas que atuam em "Centrais de Atendimento" re-pensem esse modo de produo, enfocando a promoo da sade do trabalha-dor, caso contrrio sero verdadeiras fbricas de vitmas do trabalho. Faz-senecessrio que os trabalhadores se organizem em CIPAs, para provocar mudan-as no ambiente, discutindo jornada, pausas, produtividade, ginstica laboral,climatizao, iluminao, ergonomia, sala de descompresso, assdio moralentre outros assuntos que se fizerem necessrios.

    Alertamos e orientamos os trabalhadores (em geral jovens entre 18 e 25anos) que atuam nestas funes, que essas atividades esto longe de ser fontede satisfao para o trabalhador e para sociedade. preciso dar um basta nasdoenas ocupacionais e nos acidentes de trabalho.

    A preveno pode evitar transtornos, mas os que j so acometidos pordoenas ocupacionais devem ser tratados com dignidade e respeito, conformegarantido pela legislao e, claro procurar pelo seu Sindicato.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 29

    Emisso daComunicao

    de Acidentede Trabalho

    C.A.T.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio30

    ! Roteiro DescritivoDeve ser feita a partir da suspeita de doena ocupacional ou acidente de

    trabalho, aps avaliao mdica.

    1.1.1.1.1. Avaliao MdicaAvaliao MdicaAvaliao MdicaAvaliao MdicaAvaliao MdicaConsiste no exame clnico do paciente (avaliao de queixas ou sinto-

    mas) e deve levar em considerao o histrico ocupacional do trabalhador(relato de todas as tarefas executadas desde o ingresso na empresa). Quandojustificado, poder utilizar-se de exames complementares. (Esses exames po-dero ser feitos para investigar a possibilidade de haver outras patologias asso-ciadas L.E.R./D.O.R.T. e doena ocupacional, e no para descaracterizar apresena das leses provocadas por esforos repetitivos. E no podem retardarou suprimir a emisso da CAT). O diagnstico de L.E.R./D.O.R.T. e doenaocupacional poder ser feito em qualquer servio mdico, pblico ou privado.O funcionrio tem direito a recorrer a mdicos de sua confiana, quando en-tender que os profissionais dos convnios ou servios pblicos no o atenderamsatisfatoriamente. Confirmada a suspeita de L.E.R./D.O.R.T. ou doenaocupacional, dever ser emitida a CAT e o trabalhador encaminhado paratratamento, com relatrio detalhado sobre seu caso, para ser apresentado aoperito do INSS.

    Recomenda-se tambm ao bancrio atingido por doena ocupacional ouacidente de trabalho que guarde cpias de toda documentao referente aocaso, como receitas mdicas, resultados de exames, relatrios feitos para apercia do INSS ou prescrio de licenas mdicas. Eles sero teis se, futura-mente, o trabalhador vier a ingressar na justia com aes acidentrias contrao INSS (quando o nexo causal negado e isso poder trazer prejuzos aofuncionrio) ou aes de reintegrao contra o banco em que trabalha, se foidemitido sendo portador de doena ocupacional ou vtima de acidente detrabalho no reconhecidos pela empresa.

    1.1 O que a C.A1.1 O que a C.A1.1 O que a C.A1.1 O que a C.A1.1 O que a C.A.T.T.T.T.T.....A C.A.T. (Comunicao de Acidente de Trabalho) o documento que

    informa ao INSS que o empregado adquiriu doena profissional ou foi vtimade acidente de trabalho. Deve ser solicitada pelo servio mdico sempre quehouver suspeita de incidncia de L.E.R./D.O.R.T. ou doena ocupacional. Comela, o trabalhador assegura o direito de afastar-se do emprego para tratamento

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 31

    mdico; de receber benefcios como o Auxlio-Doena-Acidentrio; e de serreadaptado para exercer outras funes, caso a doena adquirida o tenha inca-pacitado de realizar as tarefas que executava. A CAT tambm d ao trabalha-dor 12 meses de estabilidade, aps a alta mdica do I.N.S.S., caso seja confir-mado o nexo causal.

    1.2 Quem emite1.2 Quem emite1.2 Quem emite1.2 Quem emite1.2 Quem emiteA C.A.T. dever ser emitida pelo departamento de Recursos Humanos da

    empresa, mediante solicitao ou relatrio do mdico que atendeu ao traba-lhador, at 24 horas aps o diagnstico. O trabalhador deve solicitar, na emis-so, a colocao explcita do diagnstico de L.E.R./D.O.R.T. (Ex. Tendinite/L.E.R.) ou doena ocupacional. O mdico tambm pode registrar apenas odiagnstico (CID) e pedir empresa a emisso da CAT. Esse pedido pressupeo reconhecimento de que o problema apresentado pelo trabalhador doenadecorrente das condies de trabalho. O atestado que o mdico preenche naCAT tambm deve conter a informao de que se trata de L.E.R./D.O.R.T. oudoena ocupacional (Quando a empresa se recusa a fazer a emisso, a leidetermina que a CAT poder ser preenchida por qualquer autoridade pblica,pelo Sindicato que representa o trabalhador e, em ltimo caso, por ele pr-prio). Ela feita em seis vias, distribudas entre a empresa, o INSS, o CEMAST(Centro Metropolitano de Apoio Sade do Trabalhador), o trabalhador, seusindicato e a D.R.T.

    2.2.2.2.2. INSS/Percia MdicaINSS/Percia MdicaINSS/Percia MdicaINSS/Percia MdicaINSS/Percia MdicaEmitida a C.A.T., o empregado deve entreg-la ao Posto do INSS mais

    prximo do seu local de trabalho, para agendar percia mdica. No dia depercia, dever apresentar a prpria C.A.T., relatrio mdico e, quando solici-tado pelo INSS, anlise ocupacional do posto de trabalho (detalhamento dasatividades que desempenha e das condies em que as executa), feita obriga-toriamente, com seu conhecimento.

    O que fazer:

    1 Procure o Departamento de Sade do Sindicato

    2 Agende uma percia no INSS. Caso o perito descaracterize a doena como

    acidente de trabalho, busque o Sindicato.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio32

    2.1 Caracterizao da Doena2.1 Caracterizao da Doena2.1 Caracterizao da Doena2.1 Caracterizao da Doena2.1 Caracterizao da Doena

    o reconhecimento, pelos peritos do INSS, da existncia de relaoentre a doena apresentada pelo trabalhador e as tarefas que ele executa naempresa.

    " Se o Banco negar a emisso da CAT, ela poder ser preenchida pelo

    Sindicato, DRT, por familiares do bancrio, mdico de sua confiana ou pelo

    prprio acidentado.

    aneod-oilxuAoiricnediverP

    )TACmes(

    aneod-oilxuAoirtnedica)TACmoc(

    ohlabartoaonroterospaona1ededadilibatsE oN miS

    ospaetnedica-oilxuaorebecerededadilibissoPohlabartoaonroter

    oN miS

    aserpmealepSTGFodotispeD oN miS

    SSNIodotnocseD miS oN

    adneredotsopmiodotnocseD miS oN

    oimrp-anecil,onoba,oinqniuq,oinunA oN miS

    airodatnesopaarapopmeT miS miS

    Quais as diferenas, para o trabalhadorQuais as diferenas, para o trabalhadorQuais as diferenas, para o trabalhadorQuais as diferenas, para o trabalhadorQuais as diferenas, para o trabalhador,,,,,entre o auxlio-doena previdencirioentre o auxlio-doena previdencirioentre o auxlio-doena previdencirioentre o auxlio-doena previdencirioentre o auxlio-doena previdencirioe o auxlio-doena acidentrioe o auxlio-doena acidentrioe o auxlio-doena acidentrioe o auxlio-doena acidentrioe o auxlio-doena acidentrio

    Conhea o significado dosConhea o significado dosConhea o significado dosConhea o significado dosConhea o significado doscdigos administrativoscdigos administrativoscdigos administrativoscdigos administrativoscdigos administrativosmais utilizados pelo INSS.mais utilizados pelo INSS.mais utilizados pelo INSS.mais utilizados pelo INSS.mais utilizados pelo INSS.

    B-31 Concesso do Auxlio Doena PrevidencirioB-32 Concesso da Aposentadoria por Invalidez PrevidenciriaB-91 Concesso do Auxlio AcidentrioB-92 Concesso da Aposentadoria AcidentriaB-94 Concesso do Auxlio Acidente

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 33

    DireitoPrevidencirio

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio34

    ! Informaes sobre Direito Previdencirio

    Auxlio-DoenaAuxlio-DoenaAuxlio-DoenaAuxlio-DoenaAuxlio-DoenaConhecido popularmente como "seguro", o auxlio-doena um benefcio

    de pagamento mensal que corresponde a 91% do salrio-de-benefcio do tra-balhador, imediatamente anterior ao afastamento da atividade. A forma declculo para a concesso do benefcio o resultado da mdia aritmtica sim-ples dos maiores salrios-de-contribuio, todos atualizados monetariamente,correspondente a 80% de todo o perodo contributivo, a partir de julho de1994.

    O referido benefcio ser pago pelo INSS aps o 15 dia de afastamento daatividade laboral pelo trabalhador, devendo cessar o seu pagamento somenteaps a alta mdica da autarquia federal ou atravs da concesso do benefciodenominado aposentadoria por invalidez. Atualmente existem duas modalida-des de auxlio-doena: (i) o auxlio doena acidente (B91); e (ii) o auxliodoena previdencirio (B31). Estas modalidades de benefcios no interferemna contagem de tempo para a concesso da aposentadoria. Isto quer dizer que,independente do tipo de auxlio-doena, o tempo de afastamento ser contadopara a concesso da aposentadoria.

    Em relao ao auxlio-doena acidente (B91), deve-se salientar que omencionado benefcio somente dever ser concedido aps a comprovao(pela Percia Mdica do INSS) do nexo de causalidade entre o acidente oudoena ocorrida com o segurado (com ou sem emisso da CAT) e o trabalhoque este exercia. Constatado o nexo de causalidade, o benefcio dever serconcedido ao segurado e, conseqentemente, a empresa dever efetuar o re-colhimento do FGTS. Alm disso, constatada a doena ou acidente para aconcesso deste benefcio, a Lei 8.213/91 garante ao trabalhador uma estabi-lidade equivalente 12 meses, aps o retorno atividade laboral.

    Quanto ao auxlio-doena previdencirio (B31), diferentemente do aux-lio-doena acidente, ele dever ser concedido aos segurados (acidentados ou

    " O artigo 86, 2, da Lei 8.213/91, determina que "o auxlio-acidente ser

    devido a partir do dia seguinte ao da cessao do auxlio-doena, independen-

    te de qualquer remunerao ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada

    sua acumulao com qualquer aposentadoria."

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 35

    doentes) aos quais no haja a comprovao, pela Percia Mdica do INSS, donexo de causalidade entre a reduo da capacidade laboral do beneficirio eo trabalho que este realizava. No reconhecido o nexo de causalidade, aempresa no ser obrigada a recolher o FGTS em favor do trabalhador. Almdisso, a estabilidade do segurado ser apenas de 02 meses aps a alta do INSS,como determina a atual Conveno Coletiva de Trabalho.

    ReabilitaoReabilitaoReabilitaoReabilitaoReabilitaoAo final do tratamento, quando a percia do INSS entende que o trabalha-

    dor no rene mais condies para o exerccio das atividades habituais, maspode executar outras atividades, ele poder ser encaminhado ao CRP (Centrode Reabilitao Profissional). As empresas com 100 ou mais empregados soobrigadas a preencher 2% a 5% de seus cargos com beneficirios reabilitadosou portadores de deficincia habilitados. A dispensa imotivada ao trabalhadorreabilitado ou portador de deficincia habilitado, vencida a estabilidade de 12meses, somente poder ocorrer aps a contratao de substituto em condiosemelhante. Aps a reabilitao e encontrada nova funo que o trabalhadorpossa exercer, dada alta mdica com retorno ao trabalho.

    Auxlio Acidente (B94)Auxlio Acidente (B94)Auxlio Acidente (B94)Auxlio Acidente (B94)Auxlio Acidente (B94)O auxlio-acidente, diferentemente das modalidades de "auxlio-doena",

    consagra-se como o nico benefcio com natureza exclusivamenteindenizatria. Sua finalidade ressarcir o segurado vtima de acidente oudoena que provoque definitivamente a reduo da sua capacidade laborativa.Mas, para o recebimento desta modalidade de benefcio, o trabalhador deverse enquadrar em uma das situaes discriminadas no Regulamento da Previ-dncia Social (anexo III, do Decreto 3.048/99).

    Alm disso, o auxlio-acidente ser pago pelo INSS queles seguradosque, aps o retorno atividade laboral, tiverem o reconhecimento das lesesdecorrentes do acidente ou doena pela Percia Mdica. Saliente-se, tambm,que o referido benefcio somente poder ser concedido ao segurado aps a

    " O exame peridico substitui o demissional quando realizado nos 135 dias

    anteriores demisso. A dispensa do exame demissional s ser revertida

    com ordem do titular da Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio36

    cessao do pagamento do auxlio-doena acidente (B91), no sendo concedi-do trabalhadores desempregados.

    Atualmente, o valor do auxlio-acidente corresponde a 50% daquele sal-rio-de-benefcio que deu origem ao auxlio-doena do segurado, podendo seuvalor ser inferior a um salrio mnimo. No bastasse isso, o referido benefcioconcede ao segurado o direito de receber o chamado abono anual, verba estapaga pela Previdncia Social a ttulo de 13 salrio.

    O auxlio-acidente apenas poder ser suspenso quando houver a reabertu-ra do auxlio-doena ou quando for determinado o pagamento de qualquerespcie de aposentadoria ao segurado. Porm, quem percebia o auxlio-aci-dente com o auxlio-doena ou verba de aposentadoria at a vigncia da Lei9.528 (de 11/12/97) deve continuar recebendo, eis que, em data anterior, nohavia qualquer vedao legal quanto ao pagamento cumulativo de benefciospelo INSS.

    Aposentadoria Por Invalidez AcidentriaAposentadoria Por Invalidez AcidentriaAposentadoria Por Invalidez AcidentriaAposentadoria Por Invalidez AcidentriaAposentadoria Por Invalidez AcidentriaA aposentadoria por invalidez aquela, dentre as modalidades de apo-

    sentadoria, que ser concedida ao segurado que, estando ou no em gozo deauxlio-doena, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetvel de rea-bilitao para o exerccio de atividade laboral e ser-lhe- paga enquanto per-manecer nesta condio.

    A concesso desta modalidade de aposentadoria depender da verifica-o da condio de incapacidade, mediante exame mdico-pericial a cargodo INSS, podendo o segurado fazer-se acompanhar de mdico de sua confian-a. Caso ao final do tratamento o INSS entenda que, em razo da seqela, otrabalhador no rena mais as condies de ser recuperado para o exerccio denenhum trabalho, concedida a aposentadoria por invalidez acidentria, quecorresponde a 100% do salrio-de-benefcio.

    Saliente-se, ainda, que o valor da aposentadoria por invalidez do segura-do que necessitar de assistncia permanente de outra pessoa ser acrescido de25%, sendo devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite mximolegal e recalculado quando o benefcio que lhe deu origem for reajustado.

    O segurado aposentado por invalidez acidentria est obrigado, a qualquertempo, independente de sua idade e sob pena de suspenso do benefcio, asubmeter-se exame mdico a cargo da Previdncia Social, processo de reabi-litao profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratui-

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 37

    tamente, exceto o cirrgico e a transfuso de sangue, que so facultativos.Geralmente, o INSS reserva o direito de verificar a continuidade da condi-

    o de incapacidade do segurado aposentado por meio de percias escalonadasa cada dois anos, alm de tentativas de reabilitao.

    Estabilidade no EmpregoEstabilidade no EmpregoEstabilidade no EmpregoEstabilidade no EmpregoEstabilidade no EmpregoO trabalhador que, em razo de acidente ou doena do trabalho profissi-

    onal, ficar afastado do trabalho por mais de 15 dias, recebendo portanto oauxlio acidentrio (B-91), tem estabilidade no emprego pelo mnimo de 12(doze) meses contados a partir do encerramento do auxlio doena-acidentrio,ou seja, aps a alta mdica do INSS.

    Sofrimento mentalSofrimento mentalSofrimento mentalSofrimento mentalSofrimento mentalA lista de situaes que provocam opresso no ambiente de trabalho e

    desencadeiam estresses, depresses e doenas psicossomticas: Superviso ou vigilncia excessiva Falta de apoio ou reconhecimento Insatisfao sobre o contedo do trabalho, que pouco qualificado, mo-

    ntono, sem criatividade ou muito complexo e difcil de ser executado Falta de controle sobre o processo de trabalho com intensidade e dura-

    o arbitrariamente decididas Trabalho pouco importante ou de excessiva responsabilidade Sobrecarga de atividade ou cobrana de produo e prazos, especial-

    mente quando demandam esforos muito intensos ou impossveis deserem realizados

    Insegurana no emprego

    " O Decreto 3048 da Previdncia Social admite que os Transtornos Mentais

    e do Comportamento podem ser provocados ou agravados pelo trabalho. Na

    lista de doenas, esto neuroses, psicoses, depresso, estresse ps-traumti-

    co e alcoolismo. Os riscos de natureza ocupacional surgem por problemas de

    relacionamento decorrentes da situao de emprego e de desemprego, condi-

    es difceis de trabalho, ameaa de demisso, desacordo com patro e cole-

    gas e ritmo penoso da atividade.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio38

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 39

    ! O Fluxograma comentado

    1 Dor. Perda Auditiva; perda da voz; depresso; estresse; ansiedade; p-nico; taquicardia. (Ao sentir, no se automedicar. Este o primeirosinal do corpo de que algo no vai bem. Desconsiderar o sinal podecomprometer o seu maior patrimnio, a sua sade.)

    2 Procurar o mdico com especialidade em Ortopedia nos casos de LER/DORT, Otorrinolaringologista nos casos de problemas com Perda Audi-tiva ou Voz, nos casos de Estresse, depresso, insnia, ansiedade, medo,pnico, etc, procurar o mdico Psiquiatra. (Neste primeiro momento oprofissional dificilmente vai diagnosticar. Salvo se a leso ou transtor-no estiver num grau avanado. Medicao para a dor e exames com-plementares, ser solicitada. Na seqncia, solicitao de fisioterapiae afastamento do trabalho.) Seguir a orientao mdica.

    H muitas outras doenas ocupacionais que pouco podemos percebermas que podem ter sua origem ocupacional, como por exemplo as doenas dosistema circulatrio : hipertenso, infarto agudo do miocrdio, etc., embora dedifcil comprovao no Judicirio. bom lembrar que no basta o trabalhador(a)ter dor para determinar a sua origem ocupacional, preciso que ela tenharelao com o trabalho e com a funo e atividades que desempenhava naempresa, o que denominam de Nexo Causal e Nexo Tcnico.

    3 Levar o atestado mdico para a empresa. (Este atestado deve constar oCID - Cdigo Internacional da Doena e tempo provvel de tratamento.Geralmente os mdicos costumam apontar no atestado 15 (quinze) dias,este perodo mais que suficiente para efeito de emisso da CAT, nelaque ir constar o tempo provvel de afastamento, para tratamento a serpreenchido pelo mdico posteriormente - com afastamento ou no dotrabalho. Deve o trabalhador (a), tirar cpias de toda a documentaogerada antes de encaminha-la a empresa, advogado(a) e ao INSS.)

    4 A empresa de posse do atestado, com o CID constando na lista deDoenas Relacionadas com o Trabalho, do Ministrio da Sade, obri-gada a emitir o CAT. (Ao fugir dessa regra comete infrao. Da a ne-cessidade de recorrer as entidades sindicais.)

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio40

    5 Aps emisso da CAT pelo sindicato ou pelo empregador, o trabalhador(a) ter que fazer os procedimentos abaixo: (( O papel da distribuiodeveria ser feita pelo INSS automaticamente, mas no governo anterioreles passaram para os trabalhadores realizarem esta tarefa, o que de-monstra o total descaso com os segurados, e com a sua funo na soci-edade.))

    1) Levar para o mdico assistente (particular) para preencher o campomdico (campo II ATESTADO MDICO), lembrando que os campos 54ao 63 devero ser preenchidos, atentando para que o mdico no es-quea de preencher local, data, carimbo c/ o nmero do CRM, n doCID e assinar a CAT.

    2) Aps preenchimento pelo mdico, o trabalhador dever tirar 05 cpias.

    3) Juntar comprovante de residncia; os 3 (trs) ltimos comprovantes depagamentos/contra-cheques; atestado com CID que originou o preenchi-mento da CAT; cpia da carteira de trabalho; cpia do RG e CPF e osoriginais. Estes documentos sero necessrios para ativar a CAT no INSS.

    Em seguida dever retornar ao Sindicato, quando este emitiu, para quea CAT seja encaminhada via internet.

    ! Onde devo levar as vias da CAT??? a) Primeiramente dever o trabalhador dar entrada na CAT, no posto do

    INSS mais prximo de sua residncia. (No esquecer que o funcionrioque est recebendo a CAT no INSS, dever protocolar nas vias da CATo nome e o nmero da sua matrcula). Quando a CAT for via internet,o servidor j ir marcar a data da percia. Quanto ao protocolo da CATtransmitido pela internet, este j ser fornecido aps a transmisso.

    b) O trabalhador dever receber do INSS 05 vias da CAT devidamenteprotocolada, sendo que 01 via dever ficar com o trabalhador que co-lher na sua via os protocolos de recebimento das demais instituiesque ele dever entregar conforme abaixo ( interessante autenticar pelomenos 2 (duas) vias).

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 41

    Distribuir as demais vias: CEMAST ou CEREST- Centro de Referncias/sade pblica-SUS; DRT - Delegacia Regional do Trabalho; Sindicato da categoria do trabalhador; para o Empregador, o trabalhador dever enviar via Correio atravs de A.R.

    (necessrio endereo completo e CEP do local de trabalho). Mencionarno AR qual o contedo, que no caso a CAT.

    6 Se afastamento por mais de 15 dias, o trabalhador passar por percia.Pois a partir do 15 dia de afastamento para tratamento ocorrer porconta do INSS.

    6/a Ateno!Ir a percia sem o atestado do mdico assistente o mesmo que pediralta para o perito, pois nem sempre o afastamento provvel o sufici-ente para o tratamento e reabilitao, da a necessidade do parecer.Vamos lembrar que peritos se quer levam em considerao o parecerdo mdico assistente da continuidade do afastamento, e concedem aalta mdica. E o atestado nesses casos vai nos servir e em muito, norecurso a junta ou na ao previdenciria.

    6/b Se negativa do INSS, na concesso do benefcio, proceder confor-me o item 9 e 9/a.

    7 Se concordncia do INSS com o parecer do mdico assistente, vocingressar em benefcio. Recebero do mdico perito a concluso edata da nova percia atravs do CREM- Comunicado do Resultado deExame Mdico.

    8 Realizar outras percias, caso necessrio;Observao: necessrio levar em todas as percias mdicas no INSS oparecer do seu mdico assistente. Lembrando que o mdico que cuidada sua sade o seu mdico assistente. J o mdico perito do INSScuida dos interesses da seguridade, enquanto que o mdico do trabalhocuida da sade da empresa que a contrata.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio42

    8/a At a aposentadoria por invalidez acidentria (Cabendo recurso seinvalidez por doena e ainda ao previdenciria).

    9 Alta. Nesta situao o trabalhador s deve voltar ao trabalho quando oseu mdico assistente tiver lhe concedido a alta, caso contrrio estarconcordando com o parecer do mdico perito do INSS. direito dotrabalhador aps a alta pelo INSS passar por um exame de retorno aempresa, este exame realizado pelo mdico do trabalho. Quando istoocorrer, apresentar para o mdico da empresa o atestado do seu mdicoassistente (particular), onde consta a manuteno do afastamento ouinapto, para retornar ao trabalho. Ateno, no assine nada no examede retorno se o seu mdico apontar inapto, caso contrrio estar concor-dando com o mdico do INSS, e a sero 2 pareceres mdicos (INSS eEmpresa) contra 1 ( o parecer do seu mdico assistente, que quemcuida e tem responsabilidade pela sua sade.)

    9/a Discordando da alta precipitada ou pr-datada, poder o trabalha-dor (a) recorrer a Junta para realizao de nova percia. Mas no antesde seguir a orientao dos itens 9/b e 10.

    9/b Retorno ao trabalho com ou sem concesso do auxlio acidente B-94 (50% do salrio contribuio). Este benefcio devido quando oacidente ou doenas ocupacionais apresentar seqelas ou perda da ca-pacidade laborativa. Cabendo recurso administrativo junto ao INSS ouatravs de ao previdenciria, quando negado.

    10 Antes de desistir do seu direito, o trabalhador tem ainda a opo deabrir um novo benefcio, para no ter que voltar o trabalho sem aptidoapontada pelo seu mdico assistente, seja atravs da CAT ou Atestadomdico (doena). Mas deve atentar-se para o recurso referente Altado benefcio anterior que tem prazo, conforme consta no verso da CREM- Comunicao de Resultado de Exame Mdico.

    Sites que podem ser teis:Sites que podem ser teis:Sites que podem ser teis:Sites que podem ser teis:Sites que podem ser teis:www.mpas.gov.br www.bancariosdecuritiba.org.br www.trt9.gov.brwww.saude.gov.br www.advt.hpg.com.br www.assediomoral.com.br

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 43

    ! Como fazer recurso junto a Previdncia?Embora os peritos do INSS sejam os profissionais habilitados para definir

    se existe ou no Nexo Causal e Nexo Tcnico (se h relao de causa e efeito-trabalho e funo) entre as queixas do paciente e o trabalho que este realiza,o trabalhador no obrigado a concordar com o parecer emitido por eles.Sempre que houver discordncia, o trabalhador tem direito de pedir nova per-cia junta de recursos. Para isso, dever dirigir-se ao setor de recursos daprpria agncia onde foi atendido. O trabalhador deve definir no recurso quaisos motivos que tem relao com o seu estado clnico, veja o modelo abaixo:

    RECURSO JUNTA DE RECURSOS DA PREVIDNCIA SOCIAL

    SEGURADO: MARIA DE ABREU

    RECORRENTE:

    RECORRIDO - INSS

    ENDEREO PARA CORRESPONDNCIA: AVENIDA CASTRO ALVES, 2354 - LIBERDADE -CEP 80000-000 - CURITIBA-PR

    MOTIVO DO RECURSO:

    ( ) INDEFERIMENTO DO BENEFCIO N( ) CESSAO DO BENEFCIO N( ) DATA FIXADA PARA O INCIO DO BENEFCIO N( ) VALOR INICIAL FIXADO PARA O BENEFCIO N( X ) DECISO PROFERIDA NO PROCESSO N 122.222.222-2

    INFORMAES SOBRE VOLTA AO TRABALHO (somente nos casos de auxlio-doena ou de aposentadoria por invalidez)DATA: ____/____/____.

    RAZES DO RECURSO:

    A DOENA(LER/DORT) DA QUAL SOU PORTADORA ESTA RELACIONADA COM O TRABALHO QUE DE-SENVOLVIA NO BANCO BETA S/A, NA FUNO DE TELEMARKETING, ONDE FAZIA USO DO TERMINAL DE COM-PUTADOR, UTILIZANDO A VOZ, VISO, AUDIO E AS MOS AO MESMO TEMPO EM QUE ATENDIA OS CLIENTESVIA TELEFONE, INCONFORMADA RECORRO A ESTA JUNTA EM FACE DE ESTAR GOZANDO DO BENEFCIO AUX-LIO DOENA E NO O AUXLIO DOENA ACIDENTRIO, QUE DE DIREITO. A EMPRESA NO EMITIU O CATDEIXANDO ASSIM DE CUMPRIR O QUE MANDA A LEI, O QUE ALM DE ME TRAZER PREJUZOS, DUPLAMENTE MEPENALIZA. NECESSITANDO DE RECORRER A ENTIDADE SINDICAL DA CATEGORIA PARA EMISSO DO CAT, CON-FORME ANEXO. ENTENDENDO QUE ESTE RGO PERMITE O ACESSO DOS SEGURADOS SEM A NECESSIDADE DE CONTRATARADVOGADOS, PEO A ESSA JUNTA A REVERSO DO BENEFCIO.

    Curitiba, 18 de Agosto de 2003.

    Alm do pedido de transformao de benefcio o trabalhador pode aindarecorrer contra a alta pr-datada , aposentadoria e/ou solicitar benefcios inde-feridos, atravs do recurso administrativo, sem contratar advogados.

    Voc vai encontrar este formulrio no site www.mpas.gov.br

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio44

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 45

    Os Caminhosda Preveno

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio46

    ! Os Caminhos da Prevenoe Informaes Importantes

    preciso conhecer a fundo o processo de trabalho, suas particularidades edetalhes de cada local e funo para prevenir as doenas. O maior desafio valorizar o trabalhador como sujeito, recuperar sua potencialidade intelectuale garantir espao para a sua criatividade. A monotonia, a repetio de movi-mentos, a sobrecarga de certos grupos musculares do corpo e o estresse tm deser expurgados do dia-a-dia.

    ! As Ferramentas da Preveno Informao, educao e sensibilizao sobre os riscos do ambiente e

    como se prevenir. Espao para organizao dos bancrios. Controle do ritmo das atividades pelo trabalhador. Enriquecimento das tarefas, sem fragment-las. Fim das horas extras. Pausas durante a jornada para descanso de msculos e tendes sem

    aumento do ritmo ou do volume de trabalho. Adequao do posto para evitar as posturas incorretas. O mobilirio e

    as mquinas devem se ajustar s caractersticas fsicas individuais daspessoas.

    Ambiente de trabalho com temperatura, rudo e iluminao adequadosao bem-estar dos bancrios.

    Vigilncia das condies do ambiente e incidncia de agravantes sade.

    Fiscalizao por meio da Comisso Interna de Preveno de Acidentes(CIPA), DRT, Sindicato e Vigilncia Sanitria do Sistema nico de Sa-de (SUS).

    Clusulas nos acordos coletivos que privilegiem a preveno de doen-as do trabalho ou profissionais, tratamento e reabilitao dos doentes.

    Adoo do Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA), doPrograma de Preveno das LER acordado entre executiva da CNB eFenaban e do Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional(PCMSO).

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 47

    Postura tica de mdicos e peritos do INSS no atendimento s vtimasde doenas profissionais ou acidentes de trabalho.

    Ginstica pr-laboral e de relaxamento ao final de cada jornada.

    ! Exames MdicosOs bancos so obrigados a fazer uma srie de exames desde o ingresso

    demisso de um funcionrio. A rotina serve para verificar o estado de sade dobancrio e diagnosticar a existncia de alguma doena, profissional ou no,ou qualquer quadro clnico que possa vir a desencade-la. O acompanhamen-to integra o PCMSO, que busca prevenir e fazer o diagnstico precoce dascondies que colocam em risco a sade do trabalhador.

    Os tipos de exame: Admissional Peridico De troca de funo De retorno ao trabalho Demissional

    InformaesInformaesInformaesInformaesInformaes Um relatrio que deve constar o histrico detalhado da sade do ban-

    crio e a descrio de sua atividade profissional A avaliao clnica deve englobar a histria clnica e ocupacional e

    condio fsica da pessoa

    CuidadosCuidadosCuidadosCuidadosCuidadosAlguns bancos utilizam o exame peridico para fazer demisses: Fique atento a todas as anotaes feitas pelo mdico em seu pronturio Confira os dados detalhadamente antes de assinar o laudo. obrigat-

    rio fornecer uma via do atestado ao funcionrio Se for diagnosticada doena ocupacional durante o exame, o banco

    dever emitir a Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT)

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio48

    ! Exemplos de ocorrncias que podem serrelacionadas L.E.R./D.O.R.T.

    Tenossinovite: evidencia-se por inflamaes dos tecidos sinoviais (mem-brana que atua no recobrimento e lubrificao das articulaes e tendes)

    Tenossinovite de Quervain: decorrente do espessamento do liga-mento anular do carpo, na parte em que passam os tendes que flexioname esticam o polegar. O processo inflamatrio do local atinge os tecidossinoviais e tecidos prprios dos tendes desde a base do osso rdio doantebrao at o polegar, podendo inativar tanto o seu funcionamentocomo o do punho

    Tenossinovite dos Extensores dos Carpo ou Punho: a inflamaoaguda, crnica dos tendes extensores (que esticam) dos dedos

    Tendinite do Supra Espinhoso: inflamao do tendo do msculo su-pra espinhoso em torno da articulao do ombro, decorre principalmen-te das atividades repetitivas do brao e do exerccio muscular excessi-vo, sintomas de sensao de peso at dor violenta no local

    Epicondilite: caracterizada por ruptura ou estiramento nos pontos deinsero (membranas interosseas) do cotovelo, ocasionando processoinflamatrio que atinge tendes, msculos e respectivos tecidos que orecobrem

    Tendinite Bicipital: inflamao do tendo do bceps, tambm decorrede atividades repetitivas do brao e do exerccio muscular intensivo oude traumas no ombro

    Sndrome do Tnel do Carpo: decorrncia da compresso do nervomediano na altura do carpo, envolve um estreitamento do tnel docarpo pelo espessamento do ligamento anular do carpo, provocandoatrito entre tendes e ligamentos

    Cistos Sinoviais: inflamaes manifestadas por tumores (calombos) ni-cos e mltiplos usualmente indolores, localizados usualmente na peledo punho com degenerao do tecido sinovial

    Bursite: inflamao das bursas (pequenas bolsas de paredes finas emregies de atrito entre diversos tecidos dos ombros) com manifestaode dor na realizao de certos movimentos

    Dedo em gatilho: impossibilidade de estender o dedo devido passa-gem dos flexores (tendes responsveis pelo movimento de flexo) es-

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 49

    tar apertada, aumentando o atrito dos tendes e provocando inflama-o local

    Sndrome do Desfiladeiro Torcico: decorrncia da compresso devasos e nervos entre o pescoo e o ombro na sada do trax que passapor um canal delimitado pela clavcula, primeira costela e msculos.Este canal pode se estreitar e ainda ao se trabalhar com a cabea ele-vada ou por vcios de postura

    Distrofias Simptico Reflexas: A dor sentida contnua e se exacerbacom o estresse emocional. Observam-se principalmente alteraes nosvasos sangneos, iniciando-se a vasodilatao pele quente e seca para chegar a uma vasocontrio edema e pele fina. Quando notratada pode ocasionar atrofia muscular, restrio articular, porosidadessea e impotncia de funcionamento.

    ! Repercusses na vida do Bancrio

    A evoluo da LER/DORT, alm das alteraes clnicas verificadas temuma srie de repercusses na vida do bancrio.

    Ao longo de seu trabalho dirio uma resposta espontnea do organismovai sendo criada no sentido de atenuar a carga de trabalho que lhe imposta. Todavia, a presso a que o bancrio submetido para atingir aprodutividade imposta muito forte e, assim, ao tentar manter o ritmoexigido, acaba sofrendo um aumento de dor. Primeira concluso: o tra-balho torna-se ainda mais penoso e tudo a ele relacionado, o que am-plia espao na vida do bancrio passa a adquirir conotao negativa.Desabafos iniciais, muitas vezes, so recebidos de forma jocosa pena-lizando ainda mais o portador desse sofrimento.

    Com seu afastamento do trabalho, outros fatores negativos so desen-cadeados na vida do bancrio que contribui no processo de adoecimento.Por exemplo, sua presena no lar motivada pela enfermidade modificade maneira multiplicada e desordenada a rotina at ento existente.Somam-se as dificuldades na realizao das tarefas domsticas e aque-las de ordem pessoal, como por exemplo, um simples pentear de cabe-lo. Estas situaes acabam levando o trabalhador a constrangimentospelo sentimento de impotncia, contribuindo para piorar as relaesfamiliares e agravando-se, por fim, seu quadro clnico.

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio50

    O afastamento ainda gera reflexes e consideraes negativas ligadas insuficincia da capacidade de realizao de trabalho, desembocan-do, assim, em perda de auto-estima, sentimento de inferioridade, an-gstia, sofrimento e truncamento da carreira profissional.

    Instala-se no bancrio a depresso gerando um isolamento crescenteque aponta para o aumento do absentesmo (ausncia, desmotivao).

    A esta srie de fatores negativos constata-se a formao de um ciclo ali-mentado onde fatores resultantes da doena se transformam em geradores doagravo da prpria.

    Nessa configurao mais ampla, determinadas endorfinas (substncia pro-duzida pelo organismo) comprovadamente aliviadoras da dor, deixam de serproduzidas, cortando uma relao sedativa. Surge nisto tudo, ainda, o compro-metimento da sade mental por onde passa o eixo que rege o indivduo na suatotalidade.

    ! Orientaes importantes para priorizar a sade" O trabalhador deve conhecer e identificar os fatores de risco: da sua

    profisso e das atividades desempenhadas na sua funo." Identificar os riscos e transformar o ambiente de trabalho de forma a

    valorizar o seu maior patrimnio, a sua sade. Contando com os ami-gos, CIPA, ou Sindicato;

    " No acreditar que a leso puramente devido a fatores psicolgicos(normalmente apenas um agravante).

    " Ter em mente que prevenir melhor que remediar, e que todo acidentede trabalho ou doena ocupacional, podem ser evitados;

    " O trabalho no deve doer;" No deve esconder seus sintomas de dor ou sofrimento, e ao menor

    sinal, procurar o mdico;" No trabalhar com dor, ainda que sob orientao mdica, neste caso

    voltar ao mdico explicando a sua situao;" No ficar quieto quando voc achar que o diagnstico ou o tratamento

    estejam errados." No se automedicar;" Interromper tratamento medicamentoso ou fisioterpico, quando este

    no estiver apresentando resultado ou estiver gerando mais dor;

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 51

    " Exigir do seu mdico assistente o atestado, com o diagnstico e CID;" Nos exames peridicos, nunca assinar o atestado antes da consulta,

    bem como no assinar caso no concorde com o parecer do mdico dotrabalho;

    " Lembrar sempre que quem cuida da sua sade e por ela responsvelpelo tratamento, medicamento, cirurgia ou alta, o seu mdico assis-tente (mdico particular);

    " Mdicos peritos do INSS, cuidam da sade do INSS. Mdicos do Traba-lho so contratados pela empresa, para cuidarem da sade da Empresa;

    " Tenha sempre cpia de toda a documentao (atestados, exames, CAT,laudos, etc.);

    " Em caso de afastamento, superior a 15 dias, nas percias no INSS, nodeve esquecer de levar o parecer do seu mdico assistente;

    " No caso da percia do INSS: conceder alta; negar benefcio, etc., nose desespere, antes de qualquer atitude procure o Departamento deSade ou Departamento Jurdico do Sindicato, que vai orient-lo comoproceder;

    " No retorno ao trabalho muito importante conquistar o seu espao,colocando para a chefia e colegas as suas limitaes, caso contrrio,no haver respeito a suas limitaes, e a doena poder agravar;

    " No entrar com recurso no INSS, nem retornar ao trabalho, quando oseu mdico no ter lhe concedido alta, seguir a mesma orientaoanterior;

    " Em caso de demisso, procurar o Sindicato imediatamente ao receber ocomunicado;

    " No realizar o exame de demisso: quando estiver em tratamentomedicamentoso ou fisioterapia; quando estiver sob atestado mdico;quando estiver inapto para o trabalho; quando tiver tido afastamento hmenos de 1 ano; quando no perodo de estabilidade; e quando tiver tidotratamento durante os ltimos doze meses.

    " Lembrar de que quando ao entrar na empresa realizou o exame deadmisso e nada constou. Entrou com cem por cento da capacidadelaborativa, e assim dever sair, pois vai depender da sua sade paradesempenhar novas atividades;

    " Quando acometido por algum tipo de doena ocupacional, precisopensar projetando-se para o futuro, principalmente quando se tratar de

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio52

    doena ocupacional irreversvel, como por exemplo LER/DORT. Trata-mento, salrio, convnio mdico, emprego, so questionamentos quepodemos encontrar respostas, somente quando colocamos a nossa sa-de como prioridade;

    " Ao entrar com ao: trabalhista, previdenciria e reparao de danos,exigir do advogado(a) no ato da contratao dos servios, o forneci-mento da: Cpia do Contrato de Honorrios; Cpia da Petio; o n doprocesso junta ou vara, Cpia da Sentena, etc.(tudo ao seu momento)

    " Quando se tratar de ao de reintegrao solicite que a ao tenha opedido de Tutela Antecipada.

    " Tire cpias de tudo, antes de passar a documentao para frente.

    Alm dos aspectos apresentados nesta cartilha, voc pode ser o agentemais importante na vigilncia do seu ambiente de trabalho. Para que issoacontea voc dever:

    " Usar todo o seu conhecimento" Buscar apoio dos seus colegas" Usar seus cinco sentidos, sua experincia e seu entusiasmo. Nunca

    pense que no sabes o bastante para opinar, pedir, negociar, lutar" Usar a CIPA" Usar o Sindicato

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 53

    Avalie seuambiente

    de trabalho

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio54

    Agora, pense sobre todos os aspectos mencionados nesta Cartilha e re-flita sobre as questes, avaliando voc mesmo o seu ambiente de trabalho.Comunique os problemas ao Sindicato.

    Contribua com as melhorias do seu ambiente de trabalho, respondendo o

    questionrio a seguir e enviando ao seu Sindicato.

    No necessrio identificar-se.

    O Sindicato fornecer uma cpia do questionrio respondido e protocolado, e

    tomar as providncias necessrias e cabveis.

    Olhosobservar as condies

    de trabalho

    MosConseguir apoios

    Psvisitar os locais

    de trabalho

    Cabeapensar solues

    Ouvidosouvir os trabalhadores

    Bocaargumentar propostas

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 55

    ! QuestionrioImportante: indique SIM (certo) e NO (errado) nas questes.

    Quanto ao ambienteQuanto ao ambienteQuanto ao ambienteQuanto ao ambienteQuanto ao ambiente:1) O rudo confortvel? .......................................................... SIM ( ) NO ( )2) A iluminao suficiente? Sem reflexos? ............................... SIM ( ) NO ( )3) A temperatura agradvel e distribuda uniformemente? ....... SIM ( ) NO ( )4) O sistema de troca de ar parece adequado? ........................ SIM ( ) NO ( )5) O fumo proibido no ambiente? .......................................... SIM ( ) NO ( )6) Existe local apropriado para os fumantes? ............................. SIM ( ) NO ( )7) Os fios eltricos esto em canaletas

    ou tubulaes e encapados? ................................................ SIM ( ) NO ( )8) O nmero de tomadas suficiente

    para dispensar o uso de T? ................................................ SIM ( ) NO ( )

    Quanto s condies do prdioQuanto s condies do prdioQuanto s condies do prdioQuanto s condies do prdioQuanto s condies do prdio:1 ) Est sem infiltraes, mofo, umidade ou poeira? .................... SIM ( ) NO ( )2) O lixo removido fora do horrio de trabalho? ..................... SIM ( ) NO ( )3) O ambiente limpo? ............................................................ SIM ( ) NO ( )4) As escadas e os pisos so antiderrapantes,

    sem desnveis ou irregularidades? ......................................... SIM ( ) NO ( )

    Quanto ao mobilirioQuanto ao mobilirioQuanto ao mobilirioQuanto ao mobilirioQuanto ao mobilirio: O monitor de vdeo1) mvel? .............................................................................. SIM ( ) NO ( )2) Fica na altura dos olhos? ...................................................... SIM ( ) NO ( )3) Sem reflexos na tela? ............................................................ SIM ( ) NO ( )

    O teclado1) mvel? .............................................................................. SIM ( ) NO ( )2) Tem caracteres de fcil leitura? .............................................. SIM ( ) NO ( )

    A cadeira1) Tem encosto regulvel? ........................................................ SIM ( ) NO ( )2) regulvel na altura? ............................................................ SIM ( ) NO ( )3) estofada? ........................................................................... SIM ( ) NO ( )4) giratria? ........................................................................... SIM ( ) NO ( )5) Permite regular o ngulo entre assento e encosto? ................. SIM ( ) NO ( )

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio56

    6) Permite apoio para a regio lombar? ..................................... SIM ( ) NO ( )7) Tem cinco ps e braos? ...................................................... SIM ( ) NO ( )

    A mesa de trabalho1) Tem bordas arredondadas? ................................................... SIM ( ) NO ( )2) A altura regulvel? ............................................................. SIM ( ) NO ( )3) A cor neutra? ..................................................................... SIM ( ) NO ( )4) O tamanho suficiente para acomodar

    equipamentos e realizar o trabalho? ...................................... SIM ( ) NO ( )5) Existe apoio para os ps? ...................................................... SIM ( ) NO ( )6) Existe abertura para passagem de

    documentos e dinheiro no boxe de caixa? ............................ SIM ( ) NO ( )

    Quanto segurana e incndiosQuanto segurana e incndiosQuanto segurana e incndiosQuanto segurana e incndiosQuanto segurana e incndios:1) A agncia tem porta com detector de metais? ........................ SIM ( ) NO ( )2) O nmero de vigilantes adequado? .................................... SIM ( ) NO ( )3) Existe treinamento para situaes

    de emergncia (incndios)? ................................................... SIM ( ) NO ( )4) H portas de sada de emergncia

    que podem ser abertas facilmente? ....................................... SIM ( ) NO ( )5) As portas so de fcil acesso? ................................................ SIM ( ) NO ( )6) Existem portas corta-fogo? .................................................... SIM ( ) NO ( )7) H extintores de incndio

    disponveis e de fcil acesso? ................................................ SIM ( ) NO ( )8) H vigilncia eletrnica? ....................................................... SIM ( ) NO ( )9) Sua agncia ou departamento

    tem representante da Cipa? ................................................... SIM ( ) NO ( )

    Quanto higiene e segurana do prdioQuanto higiene e segurana do prdioQuanto higiene e segurana do prdioQuanto higiene e segurana do prdioQuanto higiene e segurana do prdio:1) Os sanitrios so limpos? ...................................................... SIM ( ) NO ( )2) Os banheiros so separados por sexo? ................................. SIM ( ) NO ( )3) O ambiente est aparentemente limpo? ................................. SIM ( ) NO ( )4) A poeira e o lixo so removidos

    fora do horrio de trabalho? ................................................. SIM ( ) NO ( )5) O lixo removido diariamente? ............................................ SIM ( ) NO ( )6) O piso de fcil limpeza? ..................................................... SIM ( ) NO ( )7) O piso, escadas e rampas so antiderrapantes? ..................... SIM ( ) NO ( )8) O banco oferece gua potvel, copos

    descartveis e bebedouro de jato inclinado? ......................... SIM ( ) NO ( )

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 57

    Ao entregar estequestionrio no Sindicato,a entidade solicitarprovidncias Empresa,Delegacia Regional doTrabalho ou VigilnciaSanitria/SUS.

    Solicite cpia do ofcio.

    PROTOCOLO

    CARIMBO

    Quanto organizao do trabalhoQuanto organizao do trabalhoQuanto organizao do trabalhoQuanto organizao do trabalhoQuanto organizao do trabalho:1) Sua jornada de seis horas? ................................................. SIM ( ) NO ( )2) Existem pausas para descanso? ............................................. SIM ( ) NO ( )3) A chefia respeita seu ritmo de trabalho? ................................. SIM ( ) NO ( )4) O tempo determinado para execuo

    das tarefas suficiente? ......................................................... SIM ( ) NO ( )5) O nmero de funcionrios

    adequado ao volume de trabalho? ........................................ SIM ( ) NO ( )6) Os equipamentos de trabalho esto bem dimensionados

    e em perfeito estado de funcionamento? ............................... SIM ( ) NO ( )7) O banco no adota prmios por produtividade? ................... SIM ( ) NO ( )8) O trabalho valorizado? ...................................................... SIM ( ) NO ( )9) O grupo pode tomar parte nas decises? .............................. SIM ( ) NO ( )10) H alternncia de tarefas? .................................................... SIM ( ) NO ( )

    Quanto qualidade dos exames mdicosQuanto qualidade dos exames mdicosQuanto qualidade dos exames mdicosQuanto qualidade dos exames mdicosQuanto qualidade dos exames mdicos:1) Os procedimentos mdicos so adequados? ......................... SIM ( ) NO ( )2) Os exames so utilizados na preveno

    das doenas do trabalho? ..................................................... SIM ( ) NO ( )3) O mdico do banco tem uma

    postura adequada sua formao? ....................................... SIM ( ) NO ( )4) Os exames so de boa qualidade? ........................................ SIM ( ) NO ( )5) O parecer do mdico que faz os exames confivel? ............ SIM ( ) NO ( )6) O banco emite CAT sempre que necessrio? ......................... SIM ( ) NO ( )

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio58

    ! Anotaes:

    Cartilha de Sade, Segurana e Preveno do Trabalho BancrioAno I, N . Jornalista Responsvel: Maigue Gueths (1044/PR)

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio 59

  • Cartilha de Sade, Seguranae Preveno do Bancrio60