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Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Saúde - CAPS Cartilha de Atuação do Promotor de Justiça Saúde Pública MP/ES

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Centro de Apoio Operacionalde Implementação das Políticas de Saúde - CAPS

Cartilha de Atuaçãodo Promotor de JustiçaSaúde PúblicaMP/ES

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Cartilha de Atuação do Promotor de Justiça

Saúde Pública - MP/ES

Elaboração: Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Saúde

CAPS/MPES

Orientação e Supervisão:

Cleto Vinicius Vieira Pedrollo – Dirigente do CAPS/ Promotor de Justiça

A car�lha de atuação na área da saúde tem como obje�vo a orientação básica

de membros, servidores e estagiários do Ministério Público do Estado do

Espírito Santo no atendimento de demandas individuais e cole�vas na defesa da

efe�vação dos direitos dos usuários do Sistema Único de Saúde.

1ª Edição – Junho/2017

Centro de Apoio Operacionalde Implementação das Políticas de Saúde - CAPS

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Sumário

INTRODUÇÃO ................................ ................................ ................................ ......... 4

I - ESTRUTURA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL ................................ .............. 5

A – Do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Polí�cas de

Saúde CAPS/MPES ........................... ................................ ........................... 5

B – Coordenadorias Regionais de Saúde ................................ ......................... 6

C – Promotoria de Jus�ça com atribuições de saúde ................................ ...... 6

D – Apoio técnico/Termos de Cooperação Técnica................................ ......... 7

II – ORIENTAÇÕES DE ATUAÇÃO ................................ ................................ ............. 8

A – Medicamentos ................................ ................................ ........................... 9

B – Consultas, Exames e Cirurgias ................................ ................................ .. 10

C – Falta de leitos – atendimento URGÊNCIA ................................ ................ 11

D – Internação Compulsória/Saúde Mental ................................ ................... 11

E – Fiscalização de Estrutura das Unidades de Saúde ................................ ... 13

F – Atuações Estratégicas ................................ ................................ .............. 13

G – Outras atuações cole�vas ................................ ................................ ....... 14

..................... 14

............................. 15

................................

................................ ................................IV – CONCLUSÃO

III – ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES - Sí�os Úteis

......

.....

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INTRODUÇÃO

O artigo 129, II, da Constituição da República conferiu ao Ministério Público o

dever de zelar pelos serviços de relevância pública. A mesma Carta reconheceu expressamente em seu texto a saúde como um serviço de relevância pública (art. 197).

Diante disso, o Ministério Público tem se estruturado nacionalmente para propiciar uma atuação de qualidade nesta importante área que afeta diretamente os principais direitos fundamentais dos cidadãos, saúde e vida (artigos 5º e 6º da CRFB).

Após diversas deliberações já realizadas por Promotores de Justiça que atuam

nesta área, há um reconhecimento de que a Promotoria de Justiça deve priorizar o atendimento de demandas coletivas na saúde (Nota Técnica nº 001/2016 – CAPS/MPES).

Isto porque, existem outros legitimados para defesa de interesses individuais da saúde e este tipo de atuação minora a potencialidade da tutela de interesses coletivos pelo Ministério Público. Há que atuar estrategicamente e focado nas principais prioridades, sob pena de não conseguir avançar em termos sistêmicos, ou seja, na melhoria do sistema coletivo de saúde como um todo.

Apesar destas ponderações, em nosso cotidiano de Promotor de Saúde, costuma-se verificar a necessidade excepcional de atuação para tutela de direito individual indisponível. Os motivos são diversos, tais como a ausência de Defensoria Pública na localidade e urgência do atendimento.

Diante da existência de situações excepcionais, a presente Cartilha procura orientar também os atendimentos individuais nas Promotorias de Justiça, uma vez que podem surgir casos que seja contada a necessidade deste atendimento pelo MPES.

A responsabilidade de garantir o direito constitucional à saúde é solidária devendo ser assegurado como um todo pelos Municípios, Estados e União. Entretanto, na medida que se consegue vislumbrar de quem é a responsabilidade por determinado serviço ou ação de saúde, conforme Programação Pactuada Integrada deste Estado (o CAPS/MPES possui este sistema à disposição para consulta), apenas deve ser acionado o ente federado responsável, sob pena de onerar indevidamente aquele que não recebe recursos financeiros para prestação do serviço (Enunciado nº 8, CNJ, Jornada da Saúde - Nas condenações judiciais sobre ações e serviços de saúde devem ser observadas, quando possível, as regras administrativas de repartição de competência entre os gestores).

O cidadão, ou seu representante, deve procurar o órgão de saúde competente para solicitar o serviço que necessita. O Ministério Público somente deve atuar após ser comprovada a solicitação administrativa, caso contrário tornar-se-á uma porta de entrada do SUS no Município.

Caso seja constatado que o Município/Estado se recusam a assinar certidões negativas de atendimento pelo órgão de saúde, ou entregar um protocolo de

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acompanhamento da demanda ao cidadão, sugere-se uma atuação por meio de Procedimento Administrativo, ou Inquérito Civil, para correção desta irregularidade1.

A 1ª Edição da Cartilha de Saúde procurou simplificar as sugestões de atendimentos e explicar a estrutura do MPES para atuação na área da saúde. A carti- lha será revista anualmente, conforme sugestões e constatação de necessidade denovas inclusões. .

I - ESTRUTURA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

A – Do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Polí�cas de Saúde

CAPS/MPES

O Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Saúde é órgão administrativo que dá suporte aos membros do Ministério Público nas demandas que são solicitadas por meio de pareceres, orientações e vistorias técnicas, assim como representa a instituição em eventos relacionados a área de interesse em âmbito local e nacional.

No apoio dispensado pelo CAPS/MPES também há possibilidade de ser trabalhada a mediação de conflitos, o que é realizada pelo dirigente do Centro de Apoio em conjunto com a Promotoria de Justiça solicitante, buscando uma atuação resolutiva, conforme Recomendação nº 54, de 28 de março de 2017, do CNMP.

O órgão conta com uma equipe formada por 01 (um) Promotor de Justiça, 03 (três) assistentes sociais, 01 (um) agente de apoio, 02 (estagiários de pós-graduação) e 01 (um) auxiliar operacional.

As solicitações de demandas ao CAPS/MPES podem ser formuladas por e-mail ([email protected]), ou ofício.

Os pareceres elaborados pelo CAPS/MPES que são de interesse comum (demandas que verificamos que podem ocorrer em mais de uma Promotoria de Justiça) são disponibilizados no site do Centro de Apoio da Saúde que pode ser acessado pela intranet ou site do MPES, local que também são armazenadas modelos de peças, cartilhas e outros materiais de interesse.

Quando se trata de casos singulares das Promotorias de Justiça, ou de segredo de justiça, os pareceres somente são encaminhados ao Promotor de Justiça solicitante, ou seja, não são disponibilizados no site do CAPS/MPES.

As atribuições do Centro de Apoio constam na Resolução nº 005/2003 do CPJ/MPES e no site do CAPS/MPES acessível pela intranet ou site www.mpes.mp.br são disponibilizados diversos materiais de apoio.

1 Exemplo: o cidadão alega que não tem como comprovar que já pediu sua cirurgia/consulta pelo SUS, pois o

Município não entregou qualquer protocolo deste pedido administra�vo.

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B – Coordenadorias Regionais de Saúde

As Coordenadorias Regionais de Saúde foram instituídas pela Portaria PGJ/MPES nº 8518, de 12 de novembro de 2015. O seu objetivo é regionalizar a atuação na área da saúde, uniformizando estratégias, monitorando serviços de saúde na região e realizando grupos de trabalho.

A Coordenadoria Regional de Saúde não funciona como órgão de execução. Trata-se de órgão de apoio regional e atua de forma coordenada com o Centro de Apoio, eis que integra sua estrutura.

A Coordenadoria Regional de Saúde pode ser acionada, por exemplo, para solicitar um suporte de atuação em casos complexos, visando uma atuação conjunta, grupos de trabalho e conhecimento de ações estratégicas, conforme prevê a Portaria PGJ/MPES nº 8518/2015.

C – Promotoria de Jus�ça com atribuições de saúde

As Coordenadorias Regionais de Saúde foram instituídas pela Portaria PGJ/MPES nº 8518, de 12 de novembro de 2015. O seu objetivo é regionalizar a atuação na área da saúde, uniformizando estratégias, monitorando serviços de saúde na região e realizando grupos de trabalho.

A Coordenadoria Regional de Saúde não funciona como órgão de execução. Trata-se de órgão de apoio regional e atua de forma coordenada com o Centro de Apoio, eis que integra sua estrutura.

A Coordenadoria Regional de Saúde pode ser acionada, por exemplo, para solicitar um suporte de atuação em casos complexos, visando uma atuação conjunta, grupos de trabalho e conhecimento de ações estratégicas, conforme prevê a Portaria PGJ/MPES nº 8518/2015.

a) busca da realização e proteção objetiva do direito humano à saúde, como fator indutor de cidadania e de dignidade da pessoa (art. 1º, incisos II e III, C.F.);

b) agir pela solidificação do direito à saúde como sendo um estado de pleno bem-estar físico, mental e social (Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, Alma Ata, 12.9.78, OMS);

c) contribuir, especialmente, para a concretização do direito à saúde na sua dimensão coletiva (art. 6º, C.F.);

d) no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS -, promover a observância dos seguintes princípios (art. 7º, L.F. nº 8080/90):

· universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

· integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,

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individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

· preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;

· igualdade da assistência a saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

· direito à informação, às pessoas assistidas sobre sua saúde; · divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de

saúde e a sua utilização pelo usuário; · utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a

alocação de recursos e a orientação programática; · participação da comunidade; · descentralização político-administrativa, com direção única em

cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;

· integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;

· conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência a saúde da população;

· capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência;

· organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos (L.F. nº 8.080/90 e 8.142/90).

D – Apoio técnico/Termos de Cooperação Técnica

É sabido que para regular instrução dos procedimentos de atribuição do Ministério Público é necessário apoio técnico, visando avaliar as reais necessidades dos serviços de saúde e eventuais fragilidades.

A equipe do CAPS/MPES tem em sua composição 03 (três) técnicas formadas em assistência social e com capacitação/experiência adquirida para fiscalizar estabelecimentos de saúde (Unidades Básicas de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial, Comunidades Terapêuticas, Residências Terapêuticas, Pronto Atendimento, Hospitais e outros serviços do SUS), visando avaliar se os serviços estão funcionando regularmente, conforme Portarias do Ministério da Saúde.

As análises técnicas realizadas pelo CAPS/MPES têm o foco na assistência à saúde, considerando as políticas do SUS.

As fiscalizações para verificar se a estrutura do serviço de saúde está adequada deve ser solicitada à Vigilância Sanitária Municipal ou Estadual (analises de RDC’s e atos normativos pertinentes à estrutura).

O controle de quantitativo de profissionais e condições de trabalho devem ser solicitados aos Conselhos de Classes (Medicina, Enfermagem, Odontologia,

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Farmácia, Fisioterapia e Psicologia), autarquias responsáveis por este tipo de fiscalização. Cada Conselho deve ser acionado, conforme o tipo de serviço prestado pelo estabelecimento.

O DENASUS e os Componentes Estadual/Municipal de Auditoria fiscalizam a regularidade de serviços de saúde, utilização adequada de recursos públicos e regular assistência.

Questões relacionadas a fiscalização de gastos mínimos na saúde e regular contabilização, podem ser questionadas ao Ministério Público de Contas do Estado do Espírito Santo, instituição que tem cooperado regularmente com as ações desenvolvidas pelo MPES.

Para fiscalização de Comunidades Terapêuticas, a equipe técnica do PROVIV pode ser acionada, devendo, neste caso, ser oficiado ao Coordenador do Conselho Estadual Sobre Drogas para formalizar esta solicitação.

Considerando que a meta estratégica do MPES até 2020 é o fortalecimento da atenção primária, no mês de agosto de 2017 está sendo iniciado o projeto “MP pela Saúde – Atenção Primária”. Trata-se de uma visita a todas unidades de saúde de atenção primária para fim de fiscalizar por meio de questionário padronizado com participação de Promotores de Justiça, Servidores e Conselheiros de Saúde.

Um diagnóstico por amostragem das Unidades Básicas de Saúde já foi realizado em todos os Municípios do Estado pelas técnicas do MPES. O documento será apresentado no evento Encontro da Saúde: Atenção Primária que ocorrerá no dia 01 de setembro de 2017 no MPES.

Até a presente data o CRM/ES, COREN/ES, CRO/ES e CRF/ES assinaram convênios de cooperação técnica com o MPES. Todavia, independentemente da formalização deste instrumento, todos os órgãos fiscalizadores citados acima são prestativos no atendimento de nossas solicitações.

Para otimização de diligências, o CAPS/MPES pode orientar as Promotorias de Justiça com relação às diligências adequadas para cada tipo de fiscalização ([email protected]).

II – ORIENTAÇÕES DE ATUAÇÃO

QUE MATERIAIS DEVO TER NA PROMOTORIA DE JUSTIÇA PARA FISCA-LIZAR A SAÚDE PÚBLICA?

Documentos Básicos: Plano Municipal de Saúde (documento elaborado a cada 4 anos, onde consta o planejamento de ações para saúde), Relatório Anual de Gestão e Programação Anual de Saúde.

Documentos Complementares: Lei Orçamentária Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Plano Plurianual.

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A – Medicamentos

Ao receber um pedido de medicamento na Promotoria de Justiça, a primeira orientação é verificar se o medicamento pertence a lista de medicamentos padronizados pelo Sistema Único de Saúde. As relações de medicamentos podem ser solicitadas aos gestores de saúde e estão disponíveis nos respectivos sites. O Centro de Apoio também orienta quando for solicitado um apoio neste sentido.

No caso de ser o medicamento padronizado, entende-se ser cabível a intervenção do Ministério Público com objetivo de assegurar a regularidade na assistência farmacêutica. É possível registrar o atendimento e instaurar um procedimento para apurar a falta de medicamento para a coletividade, orientando o cidadão a ajuizar uma demanda individual (ou o MP ajuíza quando não tiver outro órgão na localidade com esta atribuição).

Passo a passo: registro do atendimento + laudo médico => autuar como Notícia de Fato ou Procedimento Administrativo => Oficiar ao Secretário Municipal de Saúde ou ao Superintendente Regional de Saúde solicitando esclarecimentos => Conclusão ao Promotor de Justiça para avaliar as providências necessárias.

No caso de medicamentos não padronizados, a competência é da União, eis que

compete a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) a incorporação de novos medicamentos no SUS (art. 19-Q da Lei nº 8080/902), razão pela qual a reclamação quanto à falta de medicamento não previsto nas listas do SUS

2 Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos, produtos e

procedimentos, bem como a cons�tuição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêu� ca, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.

Registro do atendimento

+ Laudo médico

Autuar como

No�cia de Fato ou Procedimento

Administra�vo

Oficiar ao Secretário

Municipal de Saúde ou ao

Superintendente Regional

de Saúde solicitando

esclarecimentos

Conclusão ao Promotor

de Jus�ça para avaliar as

providências necessárias

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deve ser judicializada na Justiça Federal, pois a incorporação de novo medicamento é uma atribuição do Ministério da Saúde.

Por fim, importante salientar que os laudos médicos devem ser do SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, ou seja, não é recomendável a utilização de laudos particulares. Isto porque, no Decreto nº 7508/2011 que regulamenta a integralidade do SUS há previsão expressa neste sentido3, salvo se o Município possuir ato normativo ampliando o acesso para laudos médicos privados, conforme autoriza o art. 2º da Portaria GM/MS nº 2928/GM/MS/2011.

Ressalte-se, por fim, que com relação aos medicamentos padronizados de competência estadual, há um ato normativo que autoriza no Estado do Espírito Santo a utilização de laudos médicos privados, tendo ocorrido neste Estado uma ampliação da assistência por decisão do gestor estadual (Portaria nº 036-R/2005).

A autorização para utilização de laudos médicos privados nos Municípios, depende de autorização por Portaria da Secretaria Municipal de Saúde (art. 2º da Portaria GM/MS nº 2928/GM/MS/2011).

B – Consultas, Exames e Cirurgias

A orientação é de que seja verificada nestas hipóteses a possibilidade de interesse coletivo, tal como efetiva demora na realização de exames, consultas e cirurgias, buscando-se uma coletivização do interesse a ser tutelado como, por exemplo, analisar eventual existência de demanda reprimida (várias pessoas aguardando o mesmo procedimento).

A busca por exames, consultas e cirurgias individualmente pode prejudicar a regulação e propiciar um andamento anormal das filas de espera, o que prejudica a equidade do atendimento.

Recomenda-se que o cidadão seja orientado a buscar seu direito individual perante a Defensoria Pública, ou assistência jurídica local, devendo ser orientado quanto à existência de uma fila, ressalvada a possibilidade de judicializar a demanda quando o prazo de atendimento ultrapassar os limites da razoabilidade, ou motivado por agravamento do estado de saúde.

Caso a Promotoria de Justiça verifique uma potencialidade de interesse coletivo no atendimento (demora excessiva, demanda reprimida, falha na regulação, dentre outras irregularidades no funcionamento do sistema), entende-se recomendável registrar o atendimento e dar início da investigação (Notícia de Fato, Procedimento Administrativo ou Inquérito Civil).

3 Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêu�ca pressupõe, cumula�vamente:

I - estar o usuário assis�do por ações e serviços de saúde do SUS; II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêu�cas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.

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A estratégia específica de atuação dependerá do caso concreto e o Centro de Apoio pode auxiliar nessa análise, bastando o auxílio ser solicitado por e-mail ou ofício.

C – Falta de leitos – atendimento URGÊNCIA

Caso o cidadão procure a Promotoria de Justiça para informar que seu familiar precisa de leito hospitalar, orienta-se que seja avaliada a urgência, ou não, no pedido de transferência.

A urgência é presumida quando a solicitação é de um leito de UTI/UTIP/UTIN, ou por indicação médica no espelho da transferência. Caracterizada a urgência, registra-se o atendimento e solicita-se o espelho da solicitação de transferência (pedido do hospital à Central de Regulação de Vagas), devendo ser ajuizada uma Ação Civil Pública com pedido de liminar, caso não seja possível uma solução imediata pela Central de Vagas/Mandados Judiciais (contatos: Fabiano Marily (subsecretário assistência em saúde – SESA/ES) – (27) 99988-0626/ Ricardo Wagner (mandados judiciais SESA/ES) – (27) 99972-7272.

D – Internação Compulsória/Saúde Mental

A Lei nº 10216/01 é o diploma legal que prevê as hipóteses e condições para tratamento de saúde mental, inclusive internação psiquiátrica – quando necessária. Todavia, antes de qualquer pedido de internação, há que se avaliar a possibilidade de tratamento ambulatorial, ou seja, próximo a comunidade (sem privação de liberdade), eis que a lei a coloca expressamente como excepcional, ou seja, só deve ser requerida se impossível o tratamento ambulatorial4.

A análise da possibilidade ou não de tratamento ambulatorial deve ser realizada pelo Centro de Atenção Psicossocial que integra o Sistema Único de Saúde. Caso não seja possível essa avaliação no CAPS, entende-se que a Secretaria Municipal de Saúde deve ter no Município uma Equipe de Referência Técnica em Saúde Mental que deverá ser responsável por este tipo de avaliação.

Todas modalidades de internação psiquiátrica são de responsabilidade do ESTADO. O tratamento ambulatorial é de responsabilidade do MUNICÍPIO.

Passo a Passo no atendimento ao cidadão que busca atendimento de saúde mental (incluindo dependência química):

1) Internação Voluntária para tratamento de dependência química (álcool e outras drogas) – a pessoa interessada no tratamento procura a Promotoria de Justiça – Orientação: Registro do Atendimento => Laudo médico do SUS

4 Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-

hospitalares se mostrarem insuficientes.

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(caso inexista laudo médico oficiar à Secretaria Municipal de Saúde ou ao Coordenador do CAPS solicitando a avaliação do paciente com encaminhamento de relatório) => Caso seja indicada a internação no laudo médico, oficiar para a Secretaria Municipal de Saúde solicitando o encaminhamento para avaliação no PROVIV (antiga rede abraço) – Este programa fica localizado em Vitória mas abrange todo o Estado do Espírito Santo. Os pacientes são avaliados por equipes multidisciplinares e no local é definida uma proposta terapêutica. Não há necessidade de prévio agendamento no PROVIV, bastando que a Secretaria Municipal de Saúde disponibilize o transporte para o local.

2) Internação Compulsória – É comum ocorrer nas Promotorias de Justiça o atendimento de pessoas informando a necessidade de internação de outras. Em que pese a importância de atendimento do cidadão, há que se ter cautela neste atendimento para evitar uma internação desnecessária com risco de institucionalização e agravamento de enfermidades. Orienta-se o seguinte passo a passo nestes casos: Registro do Atendimento => Laudo médico do SUS (caso inexista laudo médico oficiar à Secretaria Municipal de Saúde

ou ao Coordenador do CAPS solicitando a avaliação do paciente com encaminhamento de relatório) => Caso seja indicada a internação no laudo médico, oficiar ao Superintendente Regional de Saúde solicitando a disponibilização de vaga para internação => Não sendo disponibilizada a vaga extrajudicialmente, ajuizar Ação Civil Pública.

Registro do Atendimento

Não sendo disponibilizada a

vaga extrajudicialmente,

ajuizar Ação Civil Pública.

Laudo médico (caso inexista laudo médico oficiar à

Secretaria Municipal de Saúde ou ao Coordenador do CAPS

solicitando a avaliação do paciente com encaminhamento

de relatório)

Caso seja indicada a

internação no laudo

médico, oficiar ao

Superintendente Regional

de Saúde solicitando a

disponibilização de vaga

para internação

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3) Tratamento Ambulatorial – Caso o laudo médico informe a desnecessidade de internação, a Secretaria Municipal de Saúde deve disponibilizar por meio do Centro de Atenção Psicossocial ou Equipe de Referência Técnica de Saúde Mental o tratamento ambulatorial e acompanhamento do paciente.

4) Comunicação de Internação Involuntária – a Promotoria de Justiça deve acompanhar e solicitar as Clínicas locais, o registro das internações e altas psiquiátricas involuntárias, conforme Lei Federal nº 10.216/2001 e do I, art. 4º da Portaria GM/MS nº 2.391/2002, do Ministério da Saúde.

E – Fiscalização de Estrutura das Unidades de Saúde

É um dever das autoridades sanitárias zelar pelo cumprimento das normas de higienização e controle dos procedimentos sanitários, cabendo a Promotoria de

Justiça com atribuição em saúde para fiscalizar estabelecimentos públicos e privados que prestam serviços de saúde, fortalecendo assim o papel das Vigilâncias Sanitárias.

Na fiscalização da estrutura das unidades de saúde públicas e privadas, a

Promotoria de Justiça pode solicitar diligências para a Vigilância Sanitária (verificação da estrutura da unidade e regularidade), Conselhos de Classe (CRM, COREN, CRO, CRP, CREFITO e CRF) para verificar se a estrutura disponibilizada aos profissionais está adequada. A atuação será fundada nos relatórios e provas que forem colhidas no Inquérito Civil ou Procedimento Administrativo.

Diversas situações são relevantes nas Unidades de Saúde, tais como cumprimento de resoluções da ANVISA, adequação de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Centros Cirúrgicos, Centrais de Materiais Esterilizados, dentre outras situações que possam colocar em risco à saúde das pessoas que são atendidas e trabalham nestes locais.

O Centro de Apoio pode dar a orientação necessária em cada caso sobre a atuação, bem como compartilhando materiais porventura existentes.

F – Atuações Estratégicas

O CAPS/MPES orienta que as Promotorias de Justiça instrumentalizem por meio de Procedimento Administrativo/Inquérito Civil as seguintes atuações estruturais na área da saúde:

· Fortalecimento da atenção primária;

· Fomentar políticas para controle da dengue, zika, chikungunya e febre amarela;

· Estruturação dos Conselhos Municipais de Saúde;

· Estruturação do Atendimento de Saúde Mental;

· Controle de Organizações Sociais (requisitos mínimos para sua implementação);

· Fomento de auditorias e vigilâncias sanitárias municipais.

Cada proposta possui uma sugestão de atuação que pode ser solicitada por e-mail ([email protected]).

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G – Outras atuações cole�vas

Diante da complexidade da matéria e tendo em vista a diversificação das demandas, torna-se impossível esgotar nesta cartilha todas as hipóteses de atuação.

A equipe do CAPS/MPES está à disposição ([email protected]) para esclarecer eventuais dúvidas e apresentar sugestões.

Órgãos e/ ou instituições Utilidade

Endereço eletrônico/ E-mail

Telefone

Secretaria Estadual de Saúde

informações sobre a saúde no estado

[email protected]

Subsecretaria de Estado da Assistência em Saúde

informações sobre a Assistência em Saúde

[email protected] 3347.5661

Subsecretaria de Estado da Saúde para Assuntos de Regulação e Organização da Atenção à Saúde

Informações sobre assuntos de regulação e organização da atenção à saúde

[email protected]@saude.es.gov.br

3347.56673347.5668

Subsecretaria de Estado de Gestão Estratégica e Inovação

Informações sobre gestão estratégica e inovação

[email protected] 3347.5678

Subsecretaria de Estado de Administração e Financiamento de Atenção à Saúde

Informações sobre administração e financiamento de atenção à saúde

[email protected] 3347.5653

Medicamentos (cobertura, lista oficial, em falta)

Informações de toda espécie sobre medicamentos

[email protected]://farmaciacidada.es.gov.br/lista-de-contato

3636.54213636.8411

Setor de mandatos judiciais da Secretaria Estadual de Saúde

[email protected]

3347.5640

Saúde Legis Consulta de normashttp://portal2.saude.gov.br/saudelegis/LEG_NORMA_PESQ_CONSULTA>CFM

SIACS – Sistemas de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde

Informações sobre os Conselhos

http://conselho.saude.gov.br/web_siacs/demostrativo.html

Central de Regulação de internação

Informações sobre internações hospitalares

3346.4300

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III – ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES - Sí�os Úteis

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ONCLUSÃO

A presente Cartilha será revista anualmente com objetivo de atualizar e aproximá-la da necessidade de atuação do Promotor de Justiça.

Todas as medidas sugeridas nesta Cartilha, assim como outras que a Promotoria de Justiça for adotar, podem ser solicitadas por e-mail [email protected].

Por fim, importante ressaltar que este e outros materiais de orientação estão disponíveis em nosso site, tais como o Manuais e Planos Nacionais de Atuação na Defesa da Saúde Pública, Enunciados da Comissão Permanente de Defesa da Saúde COPEDS/GNDH e outras cartilhas.

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IV – C

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Centro de Apoio Operacionalde Implementação das Políticas de Saúde - CAPS