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CARTILHA DE OCUPAÇÃO regras do jogo e informações sobre direitos juvenis www.forumdasjuventudes.org.br www.facebook.com/forumdasjuventudesBH REALIZAÇÃO PARCERIA APOIO

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CARTILHA DE OCUPAÇÃO

regras do jogo e informações sobre direitos juvenis

www.forumdasjuventudes.org.br

www.facebook.com/forumdasjuventudesBH

REALIZAÇÃO PARCERIA APOIO

regras do jogo e informações sobre direitos juvenis

KIT EDUCATIVO “OKUPA: JUVENTUDE, CIDADANIA E OCUPAÇÃO DA CIDADE”

RealizaçãoFórum das Juventudes da Grande BH

ParceriaAssociação Imagem ComunitáriaInstituto C&A

ApoioIdeia Clara

Projeto gráficoBruna LubamboDélio Faleiro

Elaboração de textoÁurea Carolina de FreitasCarolina AbreuPriscylla Ramalho

RevisãoFlávia NolascoSâmia BechelaneSamuel Andrade

ProduçãoÁurea Carolina de FreitasBruna LubamboVanessa Beco

ImpressãoGráfica 101

AgradecimentosA todas as pessoas que colaboraram com o processo de concepção e participaram dos encontros de validação do protótipo do jogo, em especial as e os jovens dos seguintes grupos e espaços: Atitude Jovem, Frente de Juventude das Brigadas Populares, Coletivo Na Raça, Ocupação Dandara, Ocupação Guarani Kaiowá, Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia de Belo Horizonte e Valores de Minas.

Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Unported. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ ou envie uma carta para Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, California 94105, USA.

Belo Horizonte, fevereiro de 2014.

4691625

APRESENTAÇÃO

CARTA A EDUCADORAS E EDUCADORES

REGRAS DO JOGO

ENTENDA OS RECURSOS DO JOGO

ESPAÇOS PARA OCUPAR

CAMPANHAS CONTRA VIOLAÇÃO DE DIREITOS DAS JUVENTUDES

TELEFONES ÚTEIS

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SUMÁRIO

APRESEN

TAÇÃO

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Ocupar a cidade é direito de todas as pessoas e pode ser uma conquista prazerosa e divertida. É com essa visão que o Fórum das Juventudes da Grande BH produziu o kit educativo “oKupa: juventude, cidadania e ocupação da cidade”, em colaboração com diversos grupos e jovens da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Composto por um jogo e uma cartilha, o kit chama a atenção para situações de violação de direitos e possibilidades de promoção da cidadania de adolescentes e jovens em contextos urbanos, com foco no enfrentamento à violência contra as juventudes. A ideia é inspirar ações educativas e momentos de interação e reflexão, especialmente em escolas, centros culturais e comunitários e outros pontos de encontro de jovens.

Nas próximas páginas, são apresentadas as regras do jogo, além de informações sobre direitos, espaços e serviços voltados à população jovem. Boa leitura!

POR UMA CIDADE

OCUPADA PELA JUVENTUDE!

CARTA A EDUCADORAS E EDUCADORES

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AMIGA EDUCADORA, AMIGO EDUCADOR,Este material foi elaborado para auxiliar o desenvolvimento de processos educativos junto a adolescentes e jovens, dentro e fora da escola. Chamado “oKupa: juventude, cidadania e ocupação da cidade”, ele faz parte de uma série de ações desenvolvidas pelo Fórum das Juventudes da Grande Belo Horizonte pelo fim da violência contra as juventudes.

Partimos da percepção de que a juventude é um dos segmentos sociais mais vulneráveis à violência no Brasil. Qualquer negação ou violação de direitos por parte da família, da sociedade ou do próprio Estado se configura como uma forma de violência. Nesse contexto, o acesso à cidade – por meio de políticas públicas de moradia, mobilidade e cultura, por exemplo – é especialmente importante para o desenvolvimento da juventude, mas ainda é dificultado a uma grande parcela dessa população, que é negra e pobre. Por isso, a ocupação dos espaços urbanos orienta a brincadeira. Nas diversas cartas e situações que o jogo apresenta, buscamos evidenciar problemas comuns que as e os jovens enfrentam no dia a dia das grandes cidades e possíveis caminhos para a conquista de direitos.

CARTA A EDUCADORAS E EDUCADORES

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Nossa proposta é que o jogo oKupa possa servir como subsídio pedagógico para ampliar a discussão sobre o tema da violência como violação de direitos e estimular a construção de redes de proteção à cidadania juvenil. As possibilidades de uso didático são muitas: o jogo pode ser usado como recurso de motivação, para complementar discussões em diversas disciplinas ou para propor atividades lúdicas relacionadas aos direitos de adolescentes e jovens. Nesta cartilha, você encontra referências gerais sobre o acesso a direitos e reflexões para inspirar tais atividades.

Esperamos que você possa se juntar a nós em nosso grito: basta de violência contra as juventudes!

Fórum das Juventudes da Grande BH

REGRAS DO

JOGO

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REGRAS DO

JOGO

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DESCRIÇÃO GERALoKupa é um jogo de conquista de direitos, composto por uma cidade-tabuleiro que apresenta espaços públicos ligados por caminhos diversos e cinco conjuntos de cartas, além de quatro pinos e um dado.

FAIXA ETÁRIA INDICADAA partir de 15 anos

COMPOSIÇÃO• 1 tabuleiro• 12 cartas de espaço• 40 cartas de recurso• 132 cartas de desafio• 80 fichas de palavras laranjas• 80 fichas de palavras roxas• 4 pinos• 1 dado

OBJETIVOAo começar, todos os espaços da cidade-tabuleiro estão “fechados”, inacessíveis à população. O objetivo do jogo é ocupar esses espaços, para que todas as pessoas possam circular com liberdade.

ORGANIZAÇÃO Antes de iniciar, deverão ser separados e embaralhados os seguintes montes de cartas, sempre com o verso virado para cima:

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• cartas de espaço;• cartas de recurso;• cartas de desafio;• fichas de palavras laranjas;• fichas de palavras roxas.

MATERIAIS PARA PROVIDENCIAR- Bloco de papel e canetas. Alguns desafios do jogo envolvem anotação de palavras e criação de desenhos e frases.

- Relógio ou cronômetro. Vários desafios do jogo devem ser resolvidos no tempo máximo de 1 minuto e estão marcados com o símbolo . Observe as cartas!

COMO JOGARINÍCIO

Para começar, devem ser formados três ou quatro grupos de pelo menos duas e no máximo três pessoas cada. Os grupos devem ter o mesmo número de participantes.

Cada grupo escolhe um pino e o posiciona em uma das casas de partida do tabuleiro.

LOCALIZE AS MARCAÇÕES NA CIDADE-TABULEIRO:

CASA DE PARTIDA ESPAÇO CASA DE DESLOCAMENTO

MATERIAIS PARA PROVIDENCIAR

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Em seguida, cada grupo retira três cartas de espaço, defi nindo quais espaços deverá conquistar durante o jogo. As cartas indicam os recursos necessários para abrir cada espaço.

QV AC

TEATRO NOME DO ESPAÇO

ILUSTRAÇÃO DO ESPAÇO

SIGLAS DOS RECURSOS

Defi nidos os espaços, cada grupo joga o dado. Aquele que tirar o maior número começa. O grupo ao lado esquerdo joga em seguida e assim sucessivamente. A ordem de jogo segue em sentido horário.

O primeiro grupo joga o dado e anda a quantidade de casas indicadas.

VEJA UM EXEMPLO DE CARTA DE ESPAÇO:

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O deslocamento no tabuleiro é livre, ou seja, o grupo pode seguir para frente ou para trás.

Após andar as casas correspondentes ao número sorteado no dado, o grupo deve resolver uma carta de desafio. A carta deve ser lida em voz alta pelo grupo que está ao seu lado direito.

Atenção! Se a carta estiver marcada com o símbolo de uma ampulheta, o desafio deverá ser resolvido no tempo máximo de 1 minuto. A contagem do tempo deve começar assim que a carta acabar de ser lida e for entendida por todos. Os participantes podem escolher quem vai controlar o tempo a cada jogada.

Surpresa! Há cartas de sorte e de azar misturadas com as cartas de desafio. Essas cartas trazem ganhos ou perdas que podem beneficiar ou prejudicar um grupo ou todos os grupos ao mesmo tempo.

Se o grupo desafiado conseguir resolver a tarefa, ganha uma carta de recurso. Quem não cumprir a tarefa, não ganha nada!

Algumas cartas indicam critérios para validação da tarefa. Observe!

Importante: ao ganhar um recurso, uma pessoa do grupo deve ler a carta em voz alta para todos os participantes.

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TROCANDO RECURSOS

Ao final de sua jogada, o grupo poderá negociar a troca de recursos com outros grupos.

Exemplo: um grupo tem um recurso de Qualidade de Vida (QV) e quer trocá-lo por dois recursos de Política e Justiça (PJ). Os outros grupos decidem se querem trocar ou não, e podem negociar do jeito que quiserem, definindo livremente o tipo e a quantidade de recursos a serem trocados.

Atenção! Os recursos obtidos por meio de troca só poderão ser utilizados para abrir um espaço na rodada seguinte.

ABRINDO ESPAÇOS

Para abrir determinado espaço, o grupo precisará chegar até ele e gastar os recursos necessários, embaralhando-os de volta no monte de recursos ao fim da jogada. Muitas vezes, um grupo precisará abrir um espaço para poder passar pelo caminho, mesmo que esse espaço não esteja entre os três sorteados por ele no início do jogo.

Exemplo: o objetivo do grupo é abrir a Câmara Municipal, a delegacia e o teatro. Mas, para chegar ao teatro, o grupo precisa passar pela escola, que está fechada. Então, usa recursos para abrir a escola, que ficará livre para qualquer grupo passar. Dessa forma, beneficia a todos, inclusive o grupo que precisa da escola aberta para ganhar (nesse caso, o grupo que precisava abrir a escola como objetivo inicial passa a ter que abrir só os outros dois espaços que sorteou, pois a escola já foi aberta).

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Após aberto, o espaço deve ser marcado com a sua carta correspondente. Se o espaço for fechado por causa de uma carta de azar, a carta deve ser retirada.

Atenção! Ao jogar o dado, se o grupo sortear um número de casas maior que a quantidade necessária para chegar a um determinado espaço, só poderá andar todas as casas se tiver os recursos para abrir aquele espaço. Caso não tenha os recursos, deverá parar o pino na última casa antes do espaço. Se tiver os recursos, deverá andar a quantidade total de casas sorteadas no dado.

Exemplo: o grupo está a duas casas de um espaço e sorteou o número três no dado. Se tiver os recursos, abrirá o espaço e seguirá ultrapassando-o, colocando o pino uma casa depois do espaço. Se não tiver os recursos, deverá andar apenas duas casas e parar na “porta” do espaço, podendo decidir na(s) próxima(s) jogada(s) entre ficar parado até conseguir os recursos necessários ou andar em direção a outro espaço, caso não haja impedimento para isso. Se o grupo preferir ficar parado, joga o dado e resolve uma carta de desafio normalmente por jogada, mas não anda com o pino até que consiga abrir o espaço ou resolva mudar de rota.

FIM DE JOGO

Vence o grupo que abrir primeiro os três espaços que sorteou no início do jogo.

ENTENDA OS RECURSOS

DO JOGO

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ENTENDA OS RECURSOS

DO JOGO

DESENVOLVIMENTO INTEGRAL (DI)

Uma pessoa só pode se desenvolver plenamente se tiver oportunidades na vida. Em uma sociedade injusta e desigual como a brasileira, não é fácil concretizar desejos e projetos pessoais. Experiências comuns, como a escolha de uma profissão, a participação em eventos culturais ou a chance de viajar e conhecer lugares diferentes podem ser distantes para muita gente, porque dependem do acesso a oportunidades para serem vivenciadas.

Uma jovem que pretende ser cantora, professora ou engenheira precisará de mais do que sorte para seguir seu sonho. Antes de tudo, essa vontade vem de acontecimentos e sentidos que marcam a sua história e tem a ver com oportunidades acessadas ao longo da vida. Por mais que a vida seja imprevisível, é mais provável que essa jovem realize seus planos se contar, desde criança, com o suporte da família, da sociedade e do Estado. Muitas vezes, a educação formal será um caminho necessário para isso. No Brasil, a falta de oportunidades educacionais é uma séria limitação à entrada no mundo do trabalho para grande parte da população.

Muitos jovens não conseguem construir projetos autônomos de vida nem desenvolver seus talentos e potencialidades devido aos desafios que enfrentam no cotidiano, sobretudo de acesso a escola, bens culturais, momentos de lazer, práticas esportivas e trabalho em condições dignas. Essas barreiras, em geral, envolvem pobreza, racismo,

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homofobia, machismo e outras formas de violência que prejudicam o desenvolvimento individual e coletivo dos sujeitos. Autonomia é uma condição importante para superar essa situação. Significa poder explorar alternativas e decidir livremente como conduzir a própria trajetória de vida, o que requer a garantia de direitos fundamentais a todas as pessoas.

TÁ NO ESTATUTO DA JUVENTUDE!São direitos de qualquer jovem:

• Direito à cultura, incluindo a livre criação, o acesso aos bens e serviços culturais e a participação nas decisões de política cultural, à identidade e diversidade cultural e à memória social.

• Direito à profissionalização, ao trabalho e à renda, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, adequadamente remunerado e com proteção social.

• Direito à prática desportiva destinada a seu pleno desenvolvimento, com prioridade para o desporto de participação, que compreende as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente.

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QUALIDADE DE VIDA (QV)

Cuidar do corpo, ter saúde e sentir-se bem são dimensões vitais da cidadania. Mas, para ter qualidade de vida, não adianta cuidar apenas de si – é preciso usufruir de um ambiente saudável, justo e equilibrado, com proteção das pessoas e da natureza.

A exploração predatória dos recursos naturais, a falta de autonomia para decidir como viver a sexualidade, a política de truculência e repressão sobre drogas ou o consumo abusivo de alimentos industrializados são diferentes manifestações de um mesmo problema: o bem-estar individual e coletivo e a preservação do meio ambiente estão longe de ser realidade para grande parte da população. A construção de alternativas sustentáveis de vida em sociedade passa pela compreensão de que todas essas questões estão inter-relacionadas.

Sustentabilidade pode ser mais do que um discurso sobre ecologia. Na prática, deve ser um processo de melhoria das condições de existência de todos os seres. Isso pode se dar de várias maneiras: redução do consumo, implantação de coleta seletiva nas cidades, criação de parques e áreas verdes, educação sexual nas escolas, valorização dos saberes de povos e comunidades tradicionais, tratamento das águas, investimentos na saúde, promoção dos direitos sexuais e reprodutivos, fortalecimento da participação popular, entre outras.

A perspectiva da qualidade de vida é extremamente necessária para mudar contextos de violência. Para a juventude, um dos segmentos mais vulneráveis à violência no Brasil, a experimentação de formas saudáveis de se relacionar com o próprio corpo e com o seu entorno sociocultural é chave para romper com a lógica das violações, desenvolver autoestima e ter uma vida feliz.

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TÁ NO ESTATUTO DA JUVENTUDE!São direitos de qualquer jovem:

• Direito à saúde e à qualidade de vida, considerando suas especificidades na dimensão da prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde de forma integral.

• Direito à sustentabilidade e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, e o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e as futuras gerações.

ACESSO À CIDADE (AC)

Circular pela cidade com liberdade e segurança é direito de todo mundo. Além disso, uma estrutura urbana inclusiva e acessível é necessária para que outros direitos, como saúde, lazer, educação e cultura, sejam garantidos. Mas o cotidiano de quem vive em grandes cidades é quase sempre marcado pelo contrário: o que se vê por aí é segregação dos espaços, concentração de serviços públicos nas áreas centrais e condições precárias de transporte e moradia.

Uma cidade justa não deve produzir nenhum tipo de discriminação nem distinção de classe, território, idade, raça, gênero ou orientação sexual. Para ser um lugar de todas e todos, a cidade deve ofertar condições dignas e adequadas de moradia; equipamentos públicos bem cuidados e espalhados pelos bairros; mobilidade com facilidade, rapidez e comodidade; segurança comunitária e democrática; e acessibilidade para circular sem barreiras. Também é essencial à vida urbana que as cidadãs e os cidadãos possam se expressar publicamente de forma democrática, com livre acesso aos meios de comunicação e respeito às diversas linguagens e manifestações populares.

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TÁ NO ESTATUTO DA JUVENTUDE!São direitos de qualquer jovem:

• Direito ao território e à mobilidade, incluindo a promoção de políticas públicas de moradia, circulação e equipamentos públicos, no campo e na cidade.

• Direito à diversidade e à igualdade, o que contempla a inclusão de temas sobre questões étnicas, raciais, de deficiência, de orientação sexual, de gênero e de violência doméstica e sexual praticada contra a mulher na formação dos profissionais de educação, de saúde e de segurança pública e dos operadores do direito.

Ocupar os espaços públicos é saudável, divertido e necessário. Mas não pode ser privilégio de pouca gente! Outra cidade é possível e só pode ser construída com a participação da juventude.

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POLÍTICA E JUSTIÇA (PJ)

Quem nunca escutou alguém dizer “eu detesto política!”, ou “a justiça no Brasil não serve para nada!”? Essas falas trazem visões negativas, mas existem outras formas de encarar esse assunto. Uma delas é que deixar de participar da política e desacreditar da justiça são atitudes que podem enfraquecer a cidadania, já que política e justiça são direitos sociais que fazem parte do cotidiano de qualquer pessoa. Política não é algo que existe apenas na capital do país, feita por políticos profissionais, e justiça não se restringe ao trabalho de juízes e advogadas em fóruns e tribunais.

Fazer política vai muito além de se candidatar a um cargo político ou votar em representantes. Tem a ver com discutir e participar de decisões que afetam as nossas vidas, como a qualidade da merenda da escola ou a demanda por mais médicos no centro de saúde do bairro, por exemplo. A juventude, em especial, faz política o tempo todo: quando produz arte e cultura, vai às ruas manifestar, participa de ações comunitárias, atua no grêmio estudantil, entre outras inúmeras formas. Jovens podem transformar a política ao tomarem consciência dos seus direitos e criarem formas de se expressar e se organizar na sociedade.

A justiça também está presente na vida de todo mundo. É o princípio que permite, por exemplo, que um jovem tenha acesso à educação, mesmo não tendo dinheiro para pagar o transporte até a escola, ou que não seja discriminado por causa do seu local de moradia, da sua

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cor ou da sua orientação sexual ao concorrer a uma vaga de emprego. Justiça é colocar em prática a igualdade de direitos e oportunidades e buscar corrigir as desigualdades que produzem injustiças. É por isso que o Estado tem a obrigação de promover políticas públicas para determinados grupos. Um exemplo disso são as cotas em universidades, direcionadas a pessoas negras ou que estudaram em escolas públicas. As cotas, assim como a criação de leis específicas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso e o Estatuto da Juventude, são medidas de inclusão de grupos historicamente discriminados e uma forma de efetivar a justiça social.

ESPAÇOS PARA

OCUPAR

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TÁ NO ESTATUTO DA JUVENTUDE!São direitos de qualquer jovem:

• Direito de viver em um ambiente seguro, sem violência, com igualdade de oportunidades e facilidades para seu aperfeiçoamento intelectual, cultural e social.

• Direito à participação social e política e na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude.

• Direito à diversidade e à igualdade de direitos e de oportunidades, sem discriminação por motivo de etnia, raça, cor da pele, cultura, origem, idade, sexo, orientação sexual, idioma, religião, opinião, deficiência e condição social ou econômica.

ESPAÇOS PARA

OCUPAR

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Os espaços do jogo oKupa representam serviços e equipamentos de acesso público para garantia dos direitos juvenis. Saiba mais sobre cada um deles:

ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIAGrupo de pessoas que representa determinada comunidade, bairro ou região, atuando politicamente na defesa de seus direitos e interesses comuns.

CÂMARA MUNICIPALÓrgão municipal do Poder Legislativo, em que se reúnem os vereadores, representantes eleitos pelo povo, responsáveis pela elaboração de leis e pela fi scalização do Poder Executivo, devendo atender as demandas da população da cidade.

CENTRO CULTURALEspaço de lazer, público ou privado, geralmente com acesso gratuito à população, em que se apresentam diversas manifestações culturais, podendo se constituir como referência de cultura popular local.

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CENTRO DE SAÚDEEstabelecimento público de saúde destinado a prestar assistência médico-sanitária à população de determinado local, contando com ambulatórios para atendimento médico permanente.

CONSELHO DE DIREITOSEspaço de participação social que permite que a sociedade infl uencie no processo de elaboração e execução de políticas públicas em nível municipal, estadual e federal. Pode ter caráter deliberativo – em que as/os conselheiras/os decidem e votam sobre as políticas públicas de determinada área – ou consultivo – quando o poder público, antes de tomar uma decisão, escuta o que os membros do conselho têm a dizer sobre a questão em pauta. Em geral, é composto por representantes da sociedade civil e do poder público. Alguns exemplos de conselhos existentes: da Criança e do Adolescente, da Juventude, de Meio Ambiente, de Educação, de Saúde, de Assistência Social, dos Direitos da Mulher, entre outros. É importante que a população se informe sobre o que acontece nos conselhos, para que eles sejam de fato canais de participação e fi scalização de políticas públicas por parte da sociedade civil.

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CRAS – CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIALUnidade pública localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada ao atendimento socioassistencial de famílias.

DELEGACIAUnidade policial fi xa de atendimento ao público, para registro de ocorrências, administração de operações e investigações policiais e detenção temporária de suspeitos e presos.

ESCOLAUnidade educacional, pública ou privada, responsável pela educação básica formal de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

DEFENSORIA PÚBLICAÓrgão de acesso gratuito à assistência jurídica, ao qual pode recorrer qualquer cidadã e cidadão que não tenha condições de pagar um advogado.

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PREFEITURAÓrgão sede do Poder Executivo nos municípios, responsável pela administração dos serviços públicos e pela execução e fi scalização das políticas públicas.

TEATROEspaço público ou privado, em que são apresentados espetáculos artísticos de dança, música e teatro.

UNIVERSIDADEInstituição educacional, pública ou privada, destinada à oferta de cursos de ensino superior para a formação profi ssional, nas mais diversas áreas.

CAMPANHAS CONTRA

VIOLAÇÃO DE DIREITOS

DAS JUVENTUDES

CAMPANHAS CONTRA

VIOLAÇÃO DE DIREITOS

DAS JUVENTUDES

Conheça algumas campanhas pelo fim da violência contra a população jovem no Brasil:

18 Razões para a Não Redução da Maioridade Penalwww.18razoes.org.br

A Juventude Quer Viver Goiânia – GOwww.casadajuventude.org.br/ajuventudequerviver.php

Eu Pareço Suspeito? São Paulo – SPwww.facebook.com/pages/Eu-Pareço-Suspeito/199507493498419

FALE contra a Redução da Maioridade Penalwww.facebook.com/redefale

Juventude Marcada para Viver Rio de Janeiro – RJwww.facebook.com/JuventudeMarcadaparaViver

Juventudes contra Violência Belo Horizonte – MGwww.juventudescontraviolencia.org.br

Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta Salvador – BAwww.facebook.com/ReajaOuSeraMortoReajaOuSeraMorta

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TELEFONES ÚTEIS

DISQUE DIREITOS HUMANOSDenúncias de violação de direitos humanos (violência contra crianças e adolescentes, violência homofóbica, racismo etc.)Ligue 100

CENTRAL DE ATENDIMENTO À MULHERDenúncias de violência contra a mulherLigue 180