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Carteira Ibovespa+ Ricardo Peretti - Estratégia Pessoa Física 01 de outubro de 2019 DESCRIÇÃO Esta carteira é recomendada para quem quer investir em empresas de médio e grande porte com alto potencial de lucros, sem se desvencilhar da composição setorial do índice Ibovespa. OBJETIVO O objetivo desta carteira é superar o índice Ibovespa a longo prazo. Para isso, o estrategista faz uma criteriosa análise fundamentalista que busca maximizar o ganho de capital e retorno com dividendos e aluguel de ações. As alterações podem ser feitas a qualquer momento, o que permite mais flexibilidade às recomendações. PERFIL DO INVESTIDOR VANTAGENS Simplificação: exposição a um grupo reduzido de companhias com boas perspectivas futuras e sólido histórico de entrega de resultados, sem a necessidade de replicar todas as ações do Ibovespa. Assessoria constante: o dinamismo da economia faz com que as ações ganhem ou percam relevância ao longo do tempo. Acompanhamos os resultados EXEMP LO operacionais de cada empresa para garantir alocações apropriadas e uma boa performance da Carteira. Liquidez: mesmo sendo um investimento recomendado para longo prazo, se o investidor precisar se desfazer destas ações ele poderá vendê-las na Bolsa de valores diariamente. ACOMPANHAMENTO DA CARTEIRA RENTABILIDADES 1 Período Carteira IBOV Setembro +3,51% +3,74% 2019 +15,42% +16,65% 12 meses +44,63% +33,43% 24 meses +64,58% +39,14% DESTAQUE DE SETEMBRO JBSS3 +11,82% ESTATÍSTICAS Início da Carteira 03/01/2011 Meses com performance superior ao Benchmark (IBOV) 65 de 104 (62,5%) CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 2 Beta 1,03 Índice Sharpe 2,80 1 A rentabilidade da Carteira e do seu respectivo benchmark são calculados através do preço médio das ações do dia da publicação do relatório, e não pelo preço de fechamento do dia anterior. 2 Referente aos últimos 12 meses. Glossário na penúltima página deste relatório. Fonte: Santander. Empresa Setor Código Percentual Recomendado Preço¹ Preço-Alvo 2019 Div. Yield Estimado 2020 Azul Transporte AZUL4 6% R$ 49,67 R$ 73,00* 0,78% Banco do Brasil Bancos BBAS3 16% R$ 45,69 R$ 65,00 5,96% Bradesco Bancos BBDC4 10% R$ 34,07 R$ 45,00 4,56% IRB Brasil Serviços Financeiros IRBR3 10% R$ 37,54 Em Revisão 3,82% JBS Frigoríficos JBSS3 6% R$ 32,76 R$ 35,00* 2,19% Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24 R$ 39,00* 3,44% Rumo Infraestrutura RAIL3 12% R$ 24,33 Em Revisão 0,76% Vale Mineração VALE3 9% R$ 47,76 R$ 67,70 5,68%** RECOMENDAÇÃO PARA OUTUBRO (1) Preço médio do dia 30/09/19. Para fins de cálculo da rentabilidade da Carteira e do seu respectivo benchmark, os mesmos serão calculados através do preço médio das ações do dia da publicação do relatório, e não pelo preço de fechamento do dia anterior. *Preço-alvo referente ao fim de 2020. **Dividend Yield da Vale calculado com base no consenso de mercado Bloomberg. Apesar da projeção, é importante lembrar que a companhia suspendeu a sua distribuição de dividendos por ora. Para mais informações, conferir a página da empresa neste relatório. Fonte: Santander.

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Page 1: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

Carteira Ibovespa+ Ricardo Peretti - Estratégia Pessoa Física

01 de outubro de 2019

DESCRIÇÃO Esta carteira é recomendada para quem quer investir em empresas de médio e

grande porte com alto potencial de lucros, sem se desvencilhar da composição

setorial do índice Ibovespa.

OBJETIVO O objetivo desta carteira é superar o índice Ibovespa a longo prazo. Para isso, o

estrategista faz uma criteriosa análise fundamentalista que busca maximizar o

ganho de capital e retorno com dividendos e aluguel de ações. As alterações

podem ser feitas a qualquer momento, o que permite mais flexibilidade às

recomendações.

PERFIL DO INVESTIDOR

VANTAGENS

Simplificação: exposição a um grupo

reduzido de companhias com boas

perspectivas futuras e sólido histórico de

entrega de resultados, sem a necessidade

de replicar todas as ações do Ibovespa.

Assessoria constante: o dinamismo da

economia faz com que as ações ganhem

ou percam relevância ao longo do tempo.

Acompanhamos os resultados

EXEMP LO

operacionais de cada empresa

para garantir alocações

apropriadas e uma boa

performance da Carteira.

Liquidez: mesmo sendo um

investimento recomendado para

longo prazo, se o investidor

precisar se desfazer destas ações

ele poderá vendê-las na Bolsa de

valores diariamente.

ACOMPANHAMENTO

DA CARTEIRA

RENTABILIDADES1

Período Carteira IBOV

Setembro +3,51% +3,74%

2019 +15,42% +16,65%

12 meses +44,63% +33,43%

24 meses +64,58% +39,14%

DESTAQUE DE SETEMBRO

JBSS3 +11,82%

ESTATÍSTICAS

Início da Carteira 03/01/2011

Meses com

performance

superior ao

Benchmark

(IBOV)

65 de 104

(62,5%)

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO2

Beta 1,03

Índice Sharpe 2,80

1 A rentabilidade da Carteira e do seu respectivo

benchmark são calculados através do preço médio

das ações do dia da publicação do relatório, e não

pelo preço de fechamento do dia anterior. 2Referente aos últimos 12 meses. Glossário na

penúltima página deste relatório. Fonte: Santander.

Empresa Setor CódigoPercentual

RecomendadoPreço¹

Preço-Alvo

2019

Div. Yield

Estimado 2020

Azul Transporte AZUL4 6% R$ 49,67 R$ 73,00* 0,78%

Banco do Brasil Bancos BBAS3 16% R$ 45,69 R$ 65,00 5,96%

Bradesco Bancos BBDC4 10% R$ 34,07 R$ 45,00 4,56%

IRB Brasil Serviços Financeiros IRBR3 10% R$ 37,54 Em Revisão 3,82%

JBS Frigoríficos JBSS3 6% R$ 32,76 R$ 35,00* 2,19%

Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07%

Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46%

Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24 R$ 39,00* 3,44%

Rumo Infraestrutura RAIL3 12% R$ 24,33 Em Revisão 0,76%

Vale Mineração VALE3 9% R$ 47,76 R$ 67,70 5,68%**

RECOMENDAÇÃO PARA OUTUBRO

CONSERVADOR

(1) Preço médio do dia 30/09/19. Para fins de cálculo da rentabilidade da Carteira e do seu respectivo benchmark, os mesmos serão calculados através do preço médio das ações do dia

da publicação do relatório, e não pelo preço de fechamento do dia anterior. *Preço-alvo referente ao fim de 2020. **Dividend Yield da Vale calculado com base no consenso de mercado

Bloomberg. Apesar da projeção, é importante lembrar que a companhia suspendeu a sua distribuição de dividendos por ora. Para mais informações, conferir a página da empresa neste

relatório. Fonte: Santander.

Page 2: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

JBS

A JBS é a nossa principal recomendação no

segmento de Alimentos & Bebidas com base

em: (i) nossa previsão de forte demanda

global de proteína e uma escassez de suínos

na China, levando a uma maior

rentabilidade, um fluxo de caixa robusto e

uma acelerada desalavancagem financeira

nos próximos anos; (ii) nossa crença de que

a expansão orgânica e inorgânica em

direção a negócios de alimentos preparados

(maior retorno) continuará impulsionando

seu valuation para cima; e (iii) o próprio

valuation atual atrativo.

No 1º semestre de 2019 o Brasil e a

Austrália, que juntos respondem por cerca

de 30-35% das vendas da JBS, aumentaram

os volumes de exportação de proteína para

a China em 20% e 65%, respectivamente, em

virtude das maiores necessidades de

importação chinesa. Além disso, os preços

de exportação de carne suína, aves e carne

bovina do Brasil para a China aumentaram

16%, 22% e 17% no acumulado do ano,

contribuindo para uma rentabilidade muito

maior. Como deve levar de 2 a 3 anos para a

China reconstruir seu rebanho de suínos,

esperamos que os preços globais de

proteína permaneçam altos por algum

tempo, contribuindo para uma forte

rentabilidade para a JBS no curto a médio

prazo.

Quanto ao mercado dos EUA, que

representa quase 60% das vendas

consolidadas da JBS, as perspectivas

também são positivas. O USDA

(Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos) espera que a oferta de aves e carne

suína no mercado norte-americano

aumente 1% e 3% em 2020,

respectivamente. Assim, para 2020,

projetamos que a JBS nos EUA registre um

aumento na margem EBITDA de 20 bps,

para 8,8%.

Vemos com bons olhos a resiliência do

modelo de negócios da JBS, que é

construído sobre uma plataforma industrial

de alto desempenho e grande escala, um

portfólio de produtos bem diversificado e

uma ampla rede de distribuição. Esses

fatores, a nosso ver, devem levar a uma

redução na volatilidade dos lucros. A forte

demanda global por proteína deve permitir

que a JBS atinja uma robusta geração de

fluxo de caixa. Como consequência,

esperamos que a dívida líquida / EBITDA

caia de 2,4x no fim de 2019 para 1,8x no fim

de 2020.

Em termos de valuation, a JBSS3 está sendo

negociada com um EV/EBITDA 2020e de

6,6x, um desconto indevido de

aproximadamente 26% em relação ao seu

principal par nos EUA (Tyson Foods).

Esperamos que o crescente comércio global

de carnes e a maior exposição a empresas

de alimentos processados, por meio de

investimentos orgânicos e inorgânicos,

levem a uma reclassificação da JBSS3 nos

próximos anos, com uma provável expansão

do seu múltiplo para 7,0-7,5x no médio

prazo, patamar que a ação já negociou entre

2012 e 2015.

Após a divulgação dos resultados do 2º

trimestre, cujos números vieram acima das

nossas expectativas, atualizamos as

projeções de JBS, elencando a companhia

como a nossa preferida no segmento de

Alimentos & Bebidas, com um novo preço-

alvo de R$ 35,00 para o fim de 2020 (vs. R$

29,00 para fim de 2019). Além disso,

elevamos nosso EBITDA ajustado em 6% e

3% para 2019 e 2020, respectivamente, já

que uma oferta/demanda mais balanceada

de aves nos EUA e no México contribuirá

para uma forte recuperação das margens,

enquanto a peste suína africana na China

impulsionará os preços de exportação da

proteína brasileira. Revisamos para cima

também nossa projeção de margem EBITDA

de longo prazo das divisões da JBS nos EUA,

agora mais próxima da média histórica

(2010-2018), já que a crescente demanda

global por proteína e um setor de carne

mais consolidado nos EUA devem permitir

mais equilíbrio na oferta/demanda e,

consequentemente, preços mais racionais.

Por fim, dentre os principais riscos à tese de

investimento da JBS, destacamos i) a guerra

comercial entre EUA e China, que pode

afetar não só o fluxo de

exportação/importação de proteína entre os

países, mas também o preço dos grãos (um

custo de produção para JBS) nos EUA, ii)

potenciais litígios referentes aos casos de

corrupção e lavagem de dinheiro que

envolveram a empresa no passado e iii)

potencial venda de JBSS3 pertencente ao

BNDESPAR, que detém 21% da totalidade

das ações da empresa e já sinalizou que

pretende se desinvestir, seguindo nova

política de investimentos do governo

federal.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

AÇÕES MANTIDAS NA CARTEIRA IBOVESPA+

Código JBSS3

Setor Frigoríficos

Valor de Mercado R$ 89,47 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo R$ 35,00

Potencial de Upside 6,74%

Div. Yield 2020E 2,19%

Nº de recomendações

de "Compra"13

Nº de recomendações

de "Manutenção"4

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"0

Preço / Lucro 11,21x

Valor da Firma / LAJIDA 6,62x

INFORMAÇÕES

CONSENSO DE MERCADO

MÚLTIPLOS 2020E

Page 3: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

LOCALIZA

Recentemente revisamos nossas

expectativas para o setor de aluguel de

veículos e reiteramos nossa visão positiva

com relação a Localiza, atribuindo uma

recomendação de “Compra” para o fim

de 2019. Embora o valuation atual não

seja uma barganha (27,2x P/L 2020E),

acreditamos que ele ainda deixa de

refletir as perspectivas positivas para a

companhia. Esperamos: (i) forte

crescimento nos próximos anos

(crescimento médio anual do lucro

líquido em 2018-20E de 20%) e (ii) altos

níveis de retorno, consistentemente

acima do custo de capital (spread do

ROIC sobre WACC em torno de 3 p.p.).

Apesar da consolidação do mercado de

aluguel de carros (RAC) ter sido uma

realidade para as três maiores empresas

nos últimos anos (uma vez que a crise

recente teve um grande impacto negativo

sobre as empresas menores), vemos a

Localiza ampliando a lacuna em relação

aos seus principais concorrentes, à

medida que acelera o crescimento

enquanto suas concorrentes desaceleram

o compasso de crescimento.

Nesse contexto, esperamos que a

Localiza continue a registrar forte

crescimento dos volumes em RAC (+19%)

e Aluguel de Frotas (+11%) em 2019,

apesar da base de comparação já alta.

Projetamos para o fim do ano

crescimento da receita consolidada de

17%, chegando a R$ 9.275 milhões, e alta

de 20% no EBITDA, para R$ 1.885

milhões. O lucro líquido irá aumentar

24%, para R$ 824 milhões, de acordo com

nossas estimativas.

Com quase todo o seu saldo de dívida

atrelado ao CDI (2,2x Dívida

Líquida/EBITDA no 1S19), a Localiza é um

dos principais nomes do setor de

transporte a se beneficiar do atual

cenário de taxas de juros (Selic) baixa.

Ao mesmo tempo em que a indústria de

aluguel de veículos reporta taxas de

crescimento aceleradas, a Localiza

finalizou em janeiro um aumento de

capital de R$ 1,82 bilhão. Embora a

notícia pudesse causar uma pressão

vendedora de curto prazo na ação, a

mesma foi bem recebida pelos

investidores (RENT3 valorizou-se 6% no

dia do anúncio), que viram no

comunicado uma forma da companhia

financiar seu projeto de expansão e

reduzir seu grau de endividamento.

No início de agosto, a Localiza registrou

números operacionais referentes ao 2T19

compatíveis com as fortes expectativas

do mercado, consolidando um EBITDA de

R$ 466 milhões, expansão de 34% a.a. No

entanto, o lucro líquido de R$ 191

milhões ficou ligeiramente aquém das

nossas expectativas e do mercado. A

diferença final pôde ser explicada por

despesas financeiras acima do esperado.

Destacamos a forte operação de Rent-a-

Car da Localiza (aumentos expressivos de

volume e crescimento do EBITDA); e

expansão na margem bruta da divisão de

Seminovos (+170 bps no trimestre, após

quatro quedas trimestrais consecutivas).

Após analisarmos o balanço do 2T19,

reiteramos nossa visão positiva de longo

prazo sobre a indústria de aluguel de

carros no Brasil e nossa recomendação

de "Compra" para a Localiza.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código RENT3

Setor Transporte

Valor de Mercado R$ 32,83 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo Em Revisão

Potencial de Upside Em Revisão

Div. Yield 2020E 1,07%

Nº de recomendações

de "Compra"14

Nº de recomendações

de "Manutenção"7

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"0

Preço / Lucro 27,25x

Valor da Firma / LAJIDA 14,71x

CONSENSO DE MERCADO

INFORMAÇÕES

MÚLTIPLOS 2020E

Page 4: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

AZUL

Fundada em 2008, a Azul é atualmente a

terceira maior empresa aérea do Brasil, com

cerca de 780 voos diários para mais de 100

destinos diferentes. Uma de suas principais

vantagens competitivas é a exclusividade em

cerca de 70% de suas rotas, o que faz com

que a companhia não precise entrar em

“guerra de preços” com suas principais

concorrentes. Sua malha aérea diferenciada,

baseada em hubs e focada em determinadas

regiões, dá à Azul a posição de liderança no

Brasil em termos de decolagens e cidades

atendidas. Com uma estratégia de

alavancagem em termos de conectividade

internacional, a Azul tem importantes

alianças globais com a United (rotas nos

EUA), TAP (rotas europeias) e HNA (rotas na

Ásia), além de contar com seu crescente e

estratégico programa de fidelidade

“TudoAzul”, cujo valor pode estar sendo

subavaliado pelos investidores.

Para 2019, esperamos que a Azul registre

significativa expansão da margem EBIT, de

15,8% em 2018 para 18% (dados corrigidos

pelo IFRS-16), principalmente com base em:

(i) ganhos de escala a partir do aumento do

tamanho das aeronaves (up-gauging, em

inglês), para os novos modelos A320neo e (ii)

perspectivas macroeconômicas favoráveis à

demanda por passagens aéreas. Projetamos

expansão de margem EBIT de 2,2 p.p., para

18%, com base no aumento da receita por

assento disponível/milha de 6% vs. alta de

3% no custo por assento disponível/milha.

Além disso, acreditamos que a Azul

continuará se beneficiando de um ambiente

competitivo racional e disciplinado no Brasil.

As empresas do setor transmitiram a

mensagem de que este é o melhor cenário

competitivo da região desde muito tempo e

interpretamos que isso tem sido essencial

para sustentar as margens operacionais em

patamares saudáveis - apesar da volatilidade

recente com o câmbio e o preço do petróleo.

Vale ressaltar que as ações da Azul têm uma

correlação inversa com variáveis

importantes como o dólar e petróleo, uma

vez que cerca de 30% dos custos

operacionais são com querosene de aviação

(combustível derivado do petróleo) e 90% da

dívida líquida ajustada é em dólar. Dada a

natureza volátil dessas variáveis, alertamos

que as ações da Azul têm um nível de

volatilidade alto, embora os bons

fundamentos tenderão a prevalecer no

médio e longo prazo.

Em termos operacionais, a Azul apresentou

números operacionais mais fortes do que o

esperado no 2T19, entregando um EBIT

trimestral de R$ 340 milhões (6% acima do

consenso) e margem EBIT de 13% (vs.

estimativa de 12%). Junto com o resultado, a

administração reafirmou seu guidance da

margem EBIT de 18%-20% para 2019, acima

de nossa projeção de 17%. É importante

ressaltar que a entrega do guidance de 2019

ainda não está totalmente precificada no

preço atual das ações.

No último dia 14 de agosto a Anac confirmou

a redistribuição dos slots no aeroporto de

Congonhas: a Azul manterá 40% dos slots

recebidos, enquanto os 60% restantes

permanecerão com a Passaredo e a MAP. A

distribuição havia sido informada

anteriormente pela Anac e agora foi

confirmada pela agência. Apesar de ficar

com “apenas” 40%, esses slots, somados com

os que a Azul já possuía, são suficientes para

o início da rota Rio-São Paulo, há tempo

almejada pela companhia.

Após a análise do resultado do segundo

trimestre, aliada a maior visibilidade sobre as

companhias aéreas com a Recuperação

Judicial da Avianca Brasil, atualizamos o

preço-alvo para as ações da Azul para R$

73,00 até o fim de 2020. Dito isso, reiteramos

a Azul como nossa top pick do setor aéreo,

apoiada por (i) uma dinâmica positiva de

receita em um ambiente competitivo

saudável; (ii) benefícios específicos da

desaceleração da Avianca; (iii) momento

positivo de lucros (margem EBIT esperada de

22% no 2S19); e (iv) valuation atrativo de 6,1x

VF / EBITDA (potencial de alta de 47% para o

final de 2020).

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código AZUL4

Setor Transporte

Valor de Mercado R$ 16,97 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo R$ 73,00

Potencial de Upside 46,85%

Div. Yield 2020E 0,78%

Nº de recomendações

de "Compra"9

Nº de recomendações

de "Manutenção"1

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"1

Preço / Lucro 16,13x

Valor da Firma / LAJIDA 6,13x

INFORMAÇÕES

CONSENSO DE MERCADO

MÚLTIPLOS 2020E

Page 5: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

PETROBRAS

Em resposta às atuais perspectivas para a

Petrobras, revisamos recentemente nossas

expectativas sobre a companhia, mantendo a

recomendação de "Compra" e atribuindo um

preço-alvo de R$ 39,00 por ação para o fim

de 2020. Em linhas gerais, ressaltamos o

alinhamento entre fatores micro (a

abordagem pragmática da empresa na

precificação de combustíveis, geração sólida

de caixa, vendas de ativos, desalavancagem e

dividendos) e macro (preços do barril de

petróleo e dólar alto) para justificar nossa

visão positiva.

Nossa análise detalhada da curva de

produção da Petrobras aponta para um

crescimento saudável de 5% da produção de

petróleo em 2019, aumentando para 12% em

2020, impulsionado pela maturação das

plataformas de pré-sal existentes e pelo

lançamento de novas, o que enxergamos

como positivo, já que o pré-sal brasileiro

possui altas margens e retorno.

Consideramos em nosso cenário base um

preço médio anual de US$ 64 por barril de

petróleo para 2019, US$ 62 para 2020 e uma

cotação média de US$ 60/barril a partir de

2021. Apesar do ponto de equilíbrio do preço

do petróleo ser uma questão de diferentes

interesses geopolíticos, além da usual

balança entre oferta e demanda, acreditamos

que os principais países produtores serão

capazes de enxugar o excesso de oferta de

petróleo, tornando o preço da commodity

menos volátil e com suporte próximo aos

níveis atuais

Acreditamos que a Petrobras possa manter

seus investimentos racionalizados nos

próximos anos, em cerca de US$ 10-12

bilhões/ano, com foco especialmente no

desenvolvimento da área do pré-sal. Além

disso, estimamos que o índice de dívida

líquida/EBITDA possa atingir 1,7x ao final de

2020. Portanto, a disciplina de despesas

operacionais e investimentos deve continuar,

ao passo que as vendas de ativos podem

ganhar momento e ajudar a reduzir a

alavancagem.

Negociando a 4,97x Valor da Firma / EBITDA

2020E, acreditamos que o desconto atual da

ação de 23% para os seus pares globais deve

diminuir, traduzindo-se na valorização da

ação. Vemos este cenário à medida que os

investidores visualizarem melhores níveis de

geração de caixa, manutenção de uma

política de preços competitiva, redução da

alavancagem e melhoria do ROIC (retorno

sobre capital investido). Embora

concordamos que a evolução destes fatores

será observada apenas à médio prazo,

acreditamos que o tom dos discursos do

novo governo aliviou as incertezas do

mercado sobre a gestão de empresas

estatais, o que também favorece a

performance de PETR3.

Vale ressaltar que o apoio do governo para a

direção estratégica da empresa é

fundamental e terá que ser monitorado

atentamente. Acreditamos que as principais

decisões estratégicas da empresa precisam

ser mantidas, incluindo (i) concentração dos

investimentos nos segmentos mais

lucrativos, como o de extração de petróleo;

(ii) desinvestimento de alguns ativos

secundários; (iii) avanço na busca de

parcerias; e (iv) mais importante, o não “uso”

da empresa para subsidiar os preços dos

combustíveis.

Também é interessante ressaltar que o

Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no

dia 6 de junho que empresas estatais, como a

Petrobras, não precisam de aprovação do

legislativo antes de vender participações

majoritárias em subsidiárias ou realizar

licitações para a venda desses ativos (desde

que cumpridas condições competitivas), o

que liberou a venda da transportadora TAG

para o consórcio formado pela Engie e pelo

fundo canadense CDPQ por US$ 8,6 bilhões.

Esse resultado positivo possibilita que a

Petrobras continue com seu programa de

venda de ativos de US$ 27 bilhões entre 2019

e 2023, ajudando no processo acelerado de

desalavancagem da companhia.

Por fim, os números operacionais do

segundo trimestre da Petrobras foram 3%

acima de nossas estimativas, com o EBITDA

ajustado atingindo R$ 32,9 bilhões (ajustado

pelo IFRS 16). A melhoria sequencial foi

impulsionada por melhores resultados de

Exploração & Produção, influenciados pelo

aumento dos preços e da produção de

petróleo. Os principais destaques foram: (i)

geração de fluxo de caixa continuamente

robusta, (ii) redução da Dívida

Líquida/EBITDA para 2,7x vs. 3,2x no

trimestre anterior e (iii) redução de

aproximadamente 37% no guidance de

investimentos para US$10-11 bilhões em

2019. Esperamos que o crescimento da

produção durante o 2S19 e os preços do

petróleo sejam os principais catalisadores

para a ação no curto prazo. Dito isso,

reiteramos a Petrobras como nossa top pick

do setor petroquímico dentro da América

Latina.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código PETR3

Setor Petróleo & Gás

Valor de Mercado R$ 378,7 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo R$ 39,00

Potencial de Upside 29,35%

Div. Yield 2020E 3,44%

Nº de recomendações

de "Compra"10

Nº de recomendações

de "Manutenção"2

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"0

Preço / Lucro 10,25x

Valor da Firma / LAJIDA 4,97x

CONSENSO DE MERCADO

INFORMAÇÕES

MÚLTIPLOS 2020E

Page 6: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

VALE

Em nossa opinião, a Vale está em boa

posição dentro da indústria global de

minério de ferro, sua divisão mais

importante. Esperamos que a demanda por

minério de ferro de alta qualidade continue

nos próximos anos, beneficiando a empresa

devido ao incremento do projeto S11D, que

aumentou a oferta da commodity de maior

qualidade da companhia. Embora a empresa

esteja em um bom momento operacional, as

preocupações recentes sobre o ritmo de

desaceleração econômica global, bem como

os efeitos secundários da atual “guerra

comercial” entre os EUA e China, têm

levantado dúvidas sobre investir em

empresas que dependam da economia

chinesa. Apesar disso, acreditamos que os

fundamentos do mercado de minério de

ferro permanecerão sólidos, permitindo com

que a Vale mantenha sua geração de caixa

robusta por mais tempo.

No dia 25 de janeiro houve o rompimento da

barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em

Brumadinho, no estado de Minas Gerais. A

quebra da barragem da Vale, que

infelizmente levou a um maior número de

vítimas fatais em relação ao episódio de

Mariana (MG) em 2015, aumentará

certamente o escrutínio da sociedade e dos

órgãos de fiscalização sobre a atividade de

mineração no Brasil. Por conta disso, a Vale

suspendeu o pagamento de dividendos e

juros sobre capital próprio (JCP) por ora.

Apesar da nossa visão favorável à

companhia, é importante monitorar os

próximos desdobramentos e prováveis

mudanças de legislação dentro do setor, e

de que forma isso impactará os

fundamentos da empresa.

Nesse contexto, consideramos relevantes os

esforços do novo CEO, Eduardo Bartolomeu,

em estabelecer um Termo de Ajustamento

de Conduta (TAC) com as autoridades locais.

Embora consideremos difícil estimar a

quantia total de multas e indenizações,

acreditamos que um acordo em potencial

deverá facilitar as estimativas referentes à

geração de caixa da companhia, o que fará

com que as incertezas que existam na tese

de investimento da companhia sejam

mitigadas, aumentando a visibilidade dos

investidores.

De acordo com nossos cálculos, os fatores

que afetaram negativamente a produção da

Vale em 2019 deverão continuar

parcialmente em 2020, o que nos fez cortar

as projeções em 60 milhões de toneladas

para esse ano e 35 milhões de toneladas

para o próximo ano. Vale ressaltar que a

demanda de minério de ferro segue sólida

no continente asiático: apesar das

preocupações com o crescimento econômico

da China, o país representa 60% do consumo

global de minério de ferro e esperamos uma

contração de apenas 3% na produção de aço

chinesa, após ter atingido um recorde em

2018 (~928 milhões de toneladas). Diante

disso, baseado principalmente na

combinação de menor oferta e demanda

estável da commodity, aumentamos nossas

estimativas de preço médio de minério de

ferro para US$ 87/ton em 2019 (vs. $80/t) e

US$ 73/ton em 2020 (vs. $67/t). Por último,

dado esse cenário, os preços mais altos

devem ajudar a compensar a queda na

produção da Vale em 2019. Assim, ao

incorporarmos todas essas novas premissas

em nosso modelo, reiteramos a

recomendação de “Compra” para a Vale e

elevamos o preço-alvo de R$ 60,80 para R$

67,70 ao fim de 2019.

Nossas perspectivas construtivas para Vale

não foram alteradas após a divulgação de

números operacionais abaixo do esperado

para o segundo trimestre do ano. O EBITDA

de US$ 4,6 bilhões veio 8% abaixo de nossas

estimativas, principalmente devido aos

custos de produção mais altos do que

nossas projeções e um aumento sequencial

nas despesas relacionadas ao acidente de

Brumadinho, ambos os quais devem

começar a moderar no 3T19. Além disso, a

empresa também provisionou outros US$

1,53 bilhão para despesas referentes a

diversos acordos sobre Brumadinho. No

futuro próximo, esperamos que os efeitos

negativos nas operações e provisões

relacionadas ao acidente diminuam

significativamente e que a Vale divulgue

números operacionais sólidos.

Em meados de agosto realizamos a 20ª

Conferência Anual Santander, com

representantes das empresas sob nossa

cobertura. Saímos do evento com a

confiança na Vale reiterada, dada nossa

expectativa de maior visibilidade referente à

tese de investimento da companhia até o fim

do ano. Apesar da rápida correção dos

preços do minério de ferro nas últimas

semanas (de US$ 125/ton para US$ 90/ton),

acreditamos que a Vale continua bem

posicionada no setor de mineração. Por fim,

acreditamos ser possível o retorno dos

dividendos até o início de 2020 se a empresa

chegar a mais acordos com as autoridades

locais.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código VALE3

Setor Mineração

Valor de Mercado R$ 252,3 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo R$ 67,70

Potencial de Upside 41,78%

Div. Yield 2020E 5,68%

Nº de recomendações

de "Compra"10

Nº de recomendações

de "Manutenção"2

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"1

Preço / Lucro 6,92x

Valor da Firma / LAJIDA 4,29x

MÚLTIPLOS 2020E

CONSENSO DE MERCADO

INFORMAÇÕES

Page 7: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

BRADESCO

Enxergamos o Bradesco como bem

posicionado para “surfar” o bom momento

operacional do setor bancário brasileiro.

Após um período no qual o Bradesco foi

afetado pela grave recessão econômica de

2015/2016, assim como pelo

amadurecimento da carteira de crédito

absorvida do HSBC Brasil, vemos o banco

como uma escolha atrativa no setor devido

aos potenciais benefícios provenientes de

seu ciclo de crédito ainda atrasado, se

comparado principalmente ao Itaú.

Outro fator relevante é que o Bradesco é

capaz de implementar uma sólida

reestruturação de médio prazo, em nossa

visão, a qual inclui principalmente: (i)

melhora na qualidade de seus ativos

(menor índice de inadimplência, para 3,3%

em 2019), (ii) expansão da carteira de

crédito (+10% em 2018 e +11% em 2019E),

(iii) aumento da eficiência em gestão de

custo e, por fim, (iv) receitas mais robustas

da franquia bancária em função das

sinergias, mesmo que tardias, decorrentes

da aquisição do HSBC. Como consequência,

projetamos um crescimento do lucro

líquido recorrente de 24% a.a., para R$

25,674 bilhões, e um ROAE (Retorno sobre

Patrimônio Líquido Médio) de 20,5% para o

ano de 2019.

No dia 15 de março, atualizamos as

estimativas de Bradesco após

incorporarmos o resultado operacional do

4º trimestre de 2018, sendo que

reafirmamos a recomendação de “Compra”

sobre as ações do banco, com um preço-

alvo de R$ 45,00. Aumentamos nosso-preço

alvo depois de: (i) incorporar os resultados

do 4T18; (ii) considerar o guidance do banco

para 2019; e (iii) diminuir nosso custo de

capital ajustado, o que reflete um melhor

ambiente daqui para frente.

Embora a tímida recuperação da economia

doméstica, ilustrada pela projeção de

expansão do PIB de 0,8% a.a. em 2019,

ante o resultado de 1,1% a.a. em 2018,

tenha levado os investidores a

questionarem as perspectivas positivas

para o setor bancário, acreditamos que o

guidance dos bancos para este ano já

contemplava um cenário mais conservador,

o que mantém as nossas expectativas

otimistas ainda válidas.

Em seu parecer sobre a proposta de

reforma da Previdência, divulgado no

último dia 13 de junho, o relator da matéria

na comissão especial da Câmara dos

Deputados, Samuel Moreira (PSDB-SP),

defendeu que a alíquota da Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) paga

pelas instituições financeiras volte a ser de

20%, ante os 15% vigentes desde o início do

ano. Mesmo que numa primeira leitura a

alteração da alíquota implique num

impacto médio de 6% sobre nossos preços-

alvo, lembramos que os bancos usariam

parte dos seus créditos tributários para

suavizar este aumento, resultando num

impacto líquido de apenas 3%, em nossa

visão. Sendo assim, acreditamos que o

risco de elevação da CSLL já tenha sido

parcialmente precificado pelos

investidores. Mesmo que esta majoração se

concretize, mantemos nossa

recomendação de exposição em ações do

setor bancário num horizonte de

médio/longo prazo.

Em termos operacionais, o lucro líquido

recorrente do Bradesco no 2T19 cresceu

29% a.a. para R$ 6,29 bilhões, ficando 3%

acima das nossas estimativas e do

consenso de mercado. Esse bom

desempenho foi direcionado por ganhos na

tesouraria (+26% em relação ao mesmo

trimestre de 2018) e no segmento de

seguros (+12% a.a.). Embora tenhamos

uma visão favorável dessa expansão, as

taxas bancárias cresceram apenas 1% ao

ano, devido ao fraco desempenho das

receitas com cartões, operações de crédito

e gestão de ativos. Também nos chamou

atenção a desaceleração do volume de

crédito, já que a carteira de empréstimos

registrou expansão de 9% em relação ao

ano anterior, ante os 12% a.a. no 1T19.

Apesar de não descartamos possíveis

revisões do guidance do Bradesco para

baixo nos próximos trimestres, mantemos

nossa recomendação de "Compra" para o

banco.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código BBDC4

Setor Bancos

Valor de Mercado R$ 262,7 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo R$ 45,00

Potencial de Upside 32,67%

Div. Yield 2020E 4,56%

Nº de recomendações

de "Compra"14

Nº de recomendações

de "Manutenção"4

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"2

Preço / Lucro 9,74x

Valor da Firma / LAJIDA -

INFORMAÇÕES

CONSENSO DE MERCADO

MÚLTIPLOS 2020E

Page 8: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

RUMO LOGÍSTICA

Com uma geração de caixa inelástica, já

que 80% de todo volume transportado é

para o escoamento de commodities

agrícolas (do centro-oeste para o Porto

de Santos), elencamos a Rumo como a

nossa principal recomendação dentro do

setor de transporte e infraestrutura na

América Latina. Parte desta

previsibilidade é explicada pelo fato de

que 80% do volume transportado

também está contratado pelo formato

take-or-pay e é indexado à inflação, o que

garante maior estabilidade no volume e

nas margens operacionais.

Esperamos que os recursos pleiteados

pela companhia junto ao BNDES, uma

linha de crédito de aprox. R$ 2,8 bilhões

que teve seu contrato assinado em

outubro de 2018, tornará o cronograma

de investimentos da Rumo mais seguro.

Em abril de 2019 o Tribunal de Contas da

União (TCU) deu parecer favorável a

prorrogação antecipada por mais 30 anos

da concessão da Malha Paulista, ferrovia

da Rumo que vai de Santa Fé do Sul (SP)

até o porto de Santos. Com esta

prorrogação a concessão da ferrovia terá

vigência até 2058. Em troca disso, a Rumo

terá que investir R$ 4,7 bilhões nos

próximos seis anos para expandir a

oferta anual de transporte, das 30

milhões de toneladas atuais para 75

milhões. Depois da decisão do TCU, o

próximo e último passo é a aprovação

final pelo ministro Augusto Nardes.

Vemos a notícia como positiva para a

Rumo, uma vez que a renovação

antecipada da concessão dá a empresa

mais segurança para implementar os

investimentos necessários na ferrovia.

Apesar do mercado ter conseguido

visualizar até agora os avanços do

processo de turnaround, a recepção do

guidance operacional de 2019-2023,

anunciado em março pela Rumo, não foi

um consenso. Embora o capex para o

período tenha sido bastante superior às

nossas estimativas (R$ 14 bilhões vs R$

5,9 bilhões), o EBITDA para o último ano

do intervalo ultrapassou nossas previsões

em R$ 1,2 bilhão, consolidando um

múltiplo CAPEX/EBITDA de 6,8x.

Acreditamos que a partir de agora a

empresa gere um fluxo de caixa livre

cada vez mais positivo no período de

cinco anos (R$ 5,5 bilhões no total). Com

esse maior fluxo financeiro, a Rumo

poderá começar a compartilhar lucros

com acionistas a partir de 2020,

enquanto continua seu processo de

desalavancagem (estimamos o múltiplo

dívida líquida/EBITDA em 1,4x para 2023E

ante 2,3x em 2018).

Com a divulgação de seu novo guidance,

elevamos o preço-alvo das ações da

Rumo de R$ 21,00 para R$ 22,50, já que o

mesmo materializa as intenções da

empresa em "virar a página" para uma

nova fase de crescimento, após o

processo de turnaround entre os anos de

2015 e 2018.

Em termos operacionais, a Rumo

registrou outro trimestre de resultados

sólidos no 2T19: os volumes

transportados cresceram 7% em relação

ao mesmo período do ano anterior; a

receita líquida subiu 4% no período para

R$ 1.729 milhões; o EBITDA registrou

expansão de 2% a.a., para R$ 924 milhões

(em linha com o consenso e nossa

estimativa); e o lucro líquido atingiu R$

187 milhões (versus um prejuízo líquido

de R$ 37 milhões no 2T18). Do lado

positivo, destacamos que a Rumo foi

capaz de gerar mais de R$ 250 milhões

em caixa, corroborando o sucesso do seu

turnaround, enquanto o forte volume de

milho durante o mês de junho

compensou parcialmente o pior

desempenho da soja em abril e maio, e

indica uma dinâmica de demanda

encorajadora para o 2S19.

Após anunciar fortes volumes

transportados em julho (+17% a.a.), os

volumes de agosto vieram mais fracos do

que o esperado, registrando expansão de

apenas 5,5% em relação ao mesmo

período do ano anterior, direcionado por

um acidente ferroviário na Malha Norte e

fortes chuvas na última semana do mês.

Apesar dessa desaceleração, não

esperamos impactos do acidente para

setembro e acreditamos que o cenário

positivo para as exportações de milho

continuará a implicar fortes volumes ao

longo do segundo semestre, ajudando a

garantir a entrega do guidance (EBITDA

de R$ 3,85-4,15 bilhões em 2019). Por fim,

mantemos nossa visão construtiva para a

Rumo, reiterando a empresa como nossa

top pick para o setor de transportes.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código RAIL3

Setor Infraestrutura

Valor de Mercado R$ 38,19 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo Em Revisão

Potencial de Upside Em Revisão

Div. Yield 2020E 0,76%

Nº de recomendações

de "Compra"13

Nº de recomendações

de "Manutenção"1

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"1

Preço / Lucro 29,84x

Valor da Firma / LAJIDA 10,76x

INFORMAÇÕES

CONSENSO DE MERCADO

MÚLTIPLOS 2020E

Page 9: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

BANCO DO BRASIL

Recentemente revisamos nossas

expectativas sobre o setor bancário

brasileiro, mantendo um viés positivo para

todos os bancos sob nossa cobertura. Em

linhas gerais, vislumbramos um crescimento

das concessões de crédito nos próximos

trimestres (+7% em 2019E), que juntamente

com a melhora da qualidade de ativos de

todo o sistema, criará um ambiente propício

para o crédito retomar seu papel essencial

na recuperação econômica do Brasil. Além

do aumento dos empréstimos, o sistema

bancário também contará com níveis de

inadimplência comportados, spreads

saudáveis e despesas operacionais

crescendo abaixo da inflação (redução de

custos fixos com foco em plataformas

digitais) nos próximos anos, o que suporta

nossa visão positiva do setor.

Acreditamos que a presença de Banco do

Brasil na carteira reforça nosso otimismo

sobre o setor bancário brasileiro

(projetamos crescimento do lucro líquido

por ação dos bancos sob nossa cobertura de

17% a.a. para 2019). A recomendação de

“Compra” de Banco do Brasil é baseada em

(i) entregas sustentáveis de ROE superiores

ao custo de capital próprio (projetamos ROE

de 14,7% para 2019); (ii) menor

probabilidade do banco precisar levantar

capital para cumprir com Basileia 3; (iii)

gestão reconhecida e focada em aumento

da rentabilidade e (iv) crescimento esperado

de 19% no lucro líquido do BB para 2019.

Com a sustentabilidade desses 4 pilares,

vemos a companhia podendo ser negociada

no patamar de 1,6x Preço / Valor

Patrimonial, o que sugere potencial de

valorização em relação ao preço atual.

O Banco do Brasil é historicamente um bom

pagador de dividendos (5,96% de dividend

yield esperado para 2020), o que tende a

beneficiar suas ações num cenário de juros

nominais menores como o atual. Além disso,

acreditamos que o BB poderá elevar

permanentemente seu payout ratio

(proporção dos dividendos distribuídos em

relação ao lucro auferido) à medida em que

banco atingir seus objetivos de estrutura de

capital ótima.

Passada a eleição presidencial de 2018,

mantemos nossa visão positiva sobre o

desempenho das empresas estatais, inclusive

o Banco do Brasil, que deve ser beneficiado

por boas práticas de governança corporativa

e foco em rentabilidade. Vale mencionar que

a nomeação do economista Rubem Novaes

para a presidência do Banco do Brasil foi

bem recebida pelos investidores, dado seu

perfil mais privatizador. Em coletiva com

jornalistas, Novaes afirmou que a orientação

da equipe do governo é eficiência,

enxugamento e privatização no que for

possível.

Em seu parecer sobre a proposta de reforma

da Previdência, divulgado no último dia 13 de

junho, o relator da matéria na comissão

especial da Câmara dos Deputados, Samuel

Moreira (PSDB-SP), defendeu que a alíquota

da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

(CSLL) paga pelas instituições financeiras

volte a ser de 20%, ante os 15% vigentes

desde o início do ano. Mesmo que numa

primeira leitura a alteração da alíquota

implique num impacto médio de 6% sobre

nossos preços-alvo, lembramos que os

bancos usariam parte dos seus créditos

tributários para suavizar este aumento,

resultando num impacto líquido de apenas

3%, em nossa visão. Sendo assim,

acreditamos que o risco de elevação da CSLL

já tenha sido parcialmente precificado pelos

investidores. Mesmo que esta majoração se

concretize, mantemos nossa recomendação

de exposição em ações do setor bancário

num horizonte de médio/longo prazo.

No último dia 9 de agosto o Banco do Brasil

anunciou seu resultado operacional do

segundo trimestre do ano. O lucro líquido

recorrente cresceu 37% a.a., levemente

acima de nossas expectativas e do mercado.

Embora a atividade de empréstimos do

banco continue a ser o principal ponto fraco,

vemos favoravelmente as outras tendências

operacionais apresentadas neste trimestre:

as taxas bancárias estão crescendo bem

acima da inflação em 9,4% a.a., enquanto as

despesas recuaram 1% em relação ao

mesmo período de 2018 (desempenho

melhor do que os pares do setor privado).

Além disso, a qualidade geral dos ativos

continua a melhorar, com a queda de 3% t.t.

na inadimplência de curto prazo.

Além disso, acreditamos que a recente

desvalorização das ações do banco ocorreu

devido a uma série de eventos, tendo todos

já sido precificados (exposição a Odebrecht;

fraco crescimento do crédito no segmento

corporativo, revisão do guidance de

crescimento de crédito em 2019 para baixo).

Sendo negociadas a um múltiplo de 1,3x

P/VPA, enxergamos as ações do BB

próximas ao seu suporte, com uma

assimetria positiva.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código BBAS3

Setor Bancos

Valor de Mercado R$ 130,3 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo R$ 65,00

Potencial de Upside 42,89%

Div. Yield 2020E 5,96%

Nº de recomendações

de "Compra"13

Nº de recomendações

de "Manutenção"7

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"0

Preço / Lucro 6,65x

Valor da Firma / LAJIDA -

CONSENSO DE MERCADO

INFORMAÇÕES

MÚLTIPLOS 2020E

Page 10: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

LOJAS RENNER

Fundada em 1965, as Lojas Renner

transformaram-se na maior varejista de

moda do Brasil em faturamento e a

primeira corporação brasileira com 100%

das ações negociadas em bolsa e

pertencentes ao Novo Mercado, grau mais

elevado dentre os níveis diferenciados de

governança corporativa da B3.

Atualmente, a companhia conta com mais

de 500 lojas em operação considerando os

três formatos: (i) lojas da Renner, que

oferece moda em diferentes estilos; (ii) da

Camicado, do segmento de casa e

decoração; (iii) e da Youcom, especializada

em moda jovem. Além disso, a companhia

opera ainda com a Realize CFI, que apoia o

negócio de varejo através da oferta e

gestão de produtos financeiros. Em 2017,

a Renner deu mais um passo importante

ao inaugurar sua primeira operação

Renner fora do país, no Uruguai. Com o

controle acionário pulverizado, o que a

classifica como uma corporation, a LREN3

tem sido destaque em gestão profissional

há muitos anos.

A partir de seus esforços em se tornar

uma empresa fast fashion, a Renner tem

conseguido reduzir seus custos logístico e

ao mesmo tempo posicionar a sua marca

de forma assertiva no mercado de

vestuário brasileiro, que exige cada vez

mais agilidade (na troca das coleções) e

expertise (para se adequar a mudança de

comportamento dos consumidores).

Vemos as Lojas Renner atualmente em

fase de implementação do seu modelo

push & pull, um sistema de estoque

inteligente que abastece as lojas na

proporção necessária entre produtos e a

sua efetiva demanda pelos consumidores.

Desta forma, a empresa ganha eficiência

operacional, refletida na sua margem

bruta, sem abrir mão da disponibilidade

das peças aos seus clientes.

Entre as 20 marcas brasileiras mais

valiosas atualmente, a Renner segue

sendo vista pela maioria dos investidores

como uma empresa referência em

qualidade e consistente na entrega de

resultados trimestrais. Além disso,

considerando um mercado de vestuário

no Brasil ainda fragmentado (as cinco

maiores varejistas detêm juntas menos de

20% de participação) e as recentes

iniciativas da companhia em expansão

internacional e vendas online,

acreditamos que há uma saudável via de

crescimento ainda a ser percorrida pela

Renner nos próximos anos.

É importante reiterar que o mês de abril

foi marcado pela sucessão do Diretor

Presidente José Galló pelo antigo Diretor

de Produtos, Fabio Adegas Faccio. Galló

segue trabalhando a favor da Renner, mas

agora no cargo de Presidente do Conselho

de Administração. Assim, enxergamos a

sucessão como neutra para as ações, uma

vez que vemos Faccio dando continuidade

aos trabalhos de Galló e, portanto,

sustentando nossa tese de investimento

para a companhia.

Por fim, a Renner reportou números

operacionais abaixo do esperado para

2T19, devido a maiores despesas com

vendas, gerais e administrativas, o que

ofuscou o bom momento de crescimento

das vendas da empresa. Como destaque

positivo do resultado, a empresa teve um

crescimento de receita de 13,4% em

relação ao ano anterior, conforme nossa

projeção, e sustentada por um

crescimento de 9,3% a.a. nas “Vendas

Mesmas Lojas” - em linha com nossas

estimativas e consenso – resultando em

ganhos contínuos de market share em

meio a um cenário macro ainda

desafiador. No entanto, a margem EBITDA

de Varejo veio mais fraca em relação ao

ano anterior, registrando queda de 183

bps a.a. Apesar disso, mantemos nossa

recomendação de “Compra” num

horizonte de médio/longo prazo sobre

LREN3, pois (i) o resultado deverá ser

melhor que o de outros competidores e (ii)

a geração de fluxo de caixa permanece

forte (registrando expansão de 5% no

2T19).

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código LREN3

Setor Varejo

Valor de Mercado R$ 40,13 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo Em Revisão

Potencial de Upside Em Revisão

Div. Yield 2020E 1,46%

Nº de recomendações

de "Compra"15

Nº de recomendações

de "Manutenção"6

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"0

Preço / Lucro 27,16x

Valor da Firma / LAJIDA 16,81x

MÚLTIPLOS 2020E

INFORMAÇÕES

CONSENSO DE MERCADO

Page 11: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

IRB BRASIL

Fundado em 1939, o IRB Brasil Resseguros

marcou a estreia do monopólio estatal no

setor de resseguros do Brasil, que chegou

ao fim em 2007, quando o mercado foi

aberto a resseguradoras estrangeiras. Por

definição, o resseguro ajuda as

seguradoras a administrarem os riscos ao

absorver alguns de seus sinistros,

estabilizando os resultados das empresas

de seguros e proporcionado continuidade

do crescimento por meio do melhor uso de

seu capital. Neste quesito, o IRB opera em

diversos segmentos, com

aproximadamente 75% dos prêmios

concentrados em três deles: patrimonial,

internacional e agricultura. O IRB é a

empresa número um em 9 de 11

segmentos, fazendo com que ela determine

os preços no Brasil. Ademais, controlar o

monopólio no país por quase sete décadas

proporcionou ao IRB vantagens

competitivas que a ajudaram a manter sua

posição de liderança. Além de ter uma

carteira mais ampla que seus concorrentes,

a empresa constituiu um extenso banco de

dados de acidentes que permite preços

mais alinhados.

Segundo nossas projeções, o IRB

continuará apresentando Retorno sobre

Patrimônio Líquido (ROE), dividend yields e

crescimento de lucro por ação maior que

seus pares internacionais, o que deve fazer

com que a empresa ganhe notoriedade

entre os investidores locais e estrangeiros.

Os estatutos da empresa obrigam um

índice de distribuição de dividendos

mínimo de 25%, o mesmo estipulado pela

Lei das Sociedades Anônimas do Brasil.

Entretanto, devido à forte geração de caixa

e ao capital excedente (índices de solvência

confortáveis), o IRB tem sido capaz de

manter um índice mínimo médio de

aproximadamente 75% desde 2014.

Esperamos que esse nível de 75% seja

mantido no longo prazo, colocando seus

dividend yields entre os mais elevados de

nosso universo de cobertura e fazendo da

ação IRBR3 um veículo adequado também

para estratégias de dividendos.

Ao fim do ano passado reavaliamos nossa

tese de investimento para as operações do

IRB e reiteramos a recomendação de

“Compra”, mantendo IRB como a nossa

ação preferida no universo das companhias

de serviços financeiros. Esse viés baseia-se

em dois pilares fundamentais que

sustentam nossa visão otimista: (i) o sólido

histórico da administração e nossa

percepção de amplo espaço para melhorar

a eficiência e melhores práticas devido ao

processo de privatização; e (ii) o robusto

posicionamento da empresa em um

ambiente competitivo, com um caminho

sólido para aumentar seu market share.

Em meados de julho foi realizada uma

oferta subsequente (follow-on) de mais de

83 milhões de ações ordinárias do IRB,

aguardada desde o início do ano e que deu

saída ao governo federal e ao BB Seguros e

Participações. Embora a oferta, que

movimentou R$ 7,39 bilhões, tenha gerado

uma pressão baixista no curto prazo,

acreditamos que a partir de agora os bons

fundamentos da companhia deverão

prevalecer.

Os números operacionais do 2T19

anunciados pelo IRB no dia 5 de agosto

foram sólidos, com crescimento de 35% a.a.

no lucro líquido e expansão de 6 p.p. a.a.

no ROAE, para 39%. Apesar dos números

melhores que o esperado terem sido

direcionados por uma menor alíquota

efetiva de imposto (16% vs. expectativa de

20%), a qualidade geral permanece como

uma constante positiva. Destacamos: (i)

crescimento de prêmios de 22% em relação

ao mesmo período do ano anterior (com a

revisão de guidance de crescimento de 17-

24% para 20-27% em 2019); (ii) forte gestão

de custos (índice de despesas gerais e

administrativas em relação aos prêmios

recebidos de 5,1% ante 5,4% no 2T18); e (iii)

notável gestão de sinistralidade (o índice de

sinistralidade nos últimos 12 meses

diminuiu para 55,8% vs. 56,6% no 1T19 e

56,9% no 2T18). Dito isso, mantemos nossa

visão positiva para as ações do IRB Brasil.

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Código IRBR3

Setor Serviços Financeiros

Valor de Mercado R$ 35,24 bi

Recomendação Compra

Preço-Alvo Em Revisão

Potencial de Upside Em Revisão

Div. Yield 2020E 3,82%

Nº de recomendações

de "Compra"13

Nº de recomendações

de "Manutenção"4

Nº de recomendações

de "Abaixo do Mercado"0

Preço / Lucro 18,55x

Valor da Firma / LAJIDA -

INFORMAÇÕES

CONSENSO DE MERCADO

MÚLTIPLOS 2020E

Fonte: Estimativas Santander e Bloomberg.

Page 12: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

Performance Acumulada

116,55%

52,00%

-60%

-20%

20%

60%

100%

140%

jan/11 set/11 mai/12 jan/13 set/13 mai/14 jan/15 set/15 mai/16 jan/17 set/17 mai/18 jan/19 set/19

Carteira Ibovespa+ Ibovespa

Performance acumulada desde o lançamento da Carteira Ibovespa+ (03/01/11) até 30/09/2019. Durante o período de 01/01/2015 até 01/06/2018 a rentabilidade da Carteira e seu respectivo

benchmark eram calculados através do preço médio das ações do dia de inclusão e exclusão da Carteira. A partir de 01/06/2018 a rentabil idade da Carteira e do seu respectivo benchmark

serão calculados através do preço médio das ações do dia da publicação do relatório, e não pelo preço de fechamento do dia anterior. Fonte: Santander.

Performance Mensal

17,17%

4,38%

2,46%

11,34%

-0,74%

0,21%

-1,21%

1,17%

4,75%

-3,55%

-0,29%

3,51%

12,26%

2,44%

-0,54%

8,38%

-2,49%

1,22%

-0,63%

1,59%

4,69%

1,29%

-1,80%

3,74%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

out-18 nov-18 dez-18 jan-19 fev-19 mar-19 abr-19 mai-19 jun-19 jul-19 ago-19 set-19

Carteira Ibovespa+ Ibovespa

Fonte: Santander.

Page 13: Carteira Ibovespa+ · Localiza Transporte RENT3 11% R$ 45,36 Em Revisão 1,07% Lojas Renner Varejo LREN3 10% R$ 50,33 Em Revisão 1,46% Petrobras Petróleo & Gás PETR3 10% R$ 30,24

Performance Anual

-17,92%

14,73%

-5,61% -4,83%-7,66%

30,97% 32,11%

38,83%

15,42%

-17,58%

7,41%

-15,51%

-2,92%

-13,23%

40,65%

29,68%

15,94% 16,65%

-30%

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Carteira Ibovespa+ Ibovespa

Fonte: Santander.

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Glossário

Benchmark: índice que serve como parâmetro para

comparar/avaliar um investimento. Exemplos: CDI,

índice Ibovespa.

Beta: Medida de sensibilidade dos retornos diários da

Carteira à variação do benchmark (no caso da Carteira

Ibovespa, o índice Ibovespa).

Capex (Capital Expenditure): somatória de todos os

custos relacionados à aquisição de ativos,

equipamentos e instalações que visam a melhoria de

um produto, serviço ou da empresa em si. São

contabilizados investimentos que irão gerar algum

valor futuro à companhia.

Dívida Líquida: Corresponde à dívida bruta menos o

caixa e equivalentes de caixa da companhia.

Normalmente é associada à algum índice de

alavancagem como, por exemplo, Dívida Líquida /

EBITDA.

Dividend Yield: apresentado em termos percentuais,

calculado a partir dos dividendos esperados por ação,

dividido pelo preço atual da ação. Geralmente

apresentado em base anual.

EBITDA: é a sigla em inglês para Earnings Before

Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, que

traduzido significa Lucro Antes de Juros, Impostos,

Depreciação e Amortização (LAJIDA).

EV/EBITDA: o índice representa o valor da companhia

(Enterprise Value = valor de mercado + dívida líquida)

dividido pelo EBITDA. Quanto maior o EV/EBITDA, mais

valorizada a companhia em tese estará, ou seja, mais

“cara”.

Fluxo de Caixa Livre para o Acionista: métrica do

valor que pode ser distribuído aos acionistas da

empresa como dividendos ou recompras de ações -

depois que todas as despesas, investimentos,

pagamentos de dívida e ajustes de capital de giro são

atendidos.

Follow on: processo no qual uma empresa que já tem

capital aberto volta ao mercado para ofertar mais

ações. O follow on pode ser primário (oferta de novas

ações) ou secundário (venda de ações existentes).

Guidance: é a informação anunciada pela empresa

como indicativo ou estimativa de desempenho futuro.

O guidance pode ser sobre receita, despesas, lucro,

entre outros.

Preço-alvo: É calculado através da metodologia do

fluxo de caixa descontado e é utilizado para definir o

potencial de valorização, ou desvalorização, da ação.

Em outras palavras, serve para definir se uma ação

está cara ou barata. Geralmente o preço-alvo indica

uma previsão do preço da ação feito pelo analista

setorial para o fim do ano corrente.

Preço/Lucro: o Índice P/L é calculado utilizando o

preço da ação dividido pela sua expectativa de lucro

por ação para um determinado período ou ano.

Quanto maior o P/L, mais valorizada a companhia em

tese estará, ou seja, mais “cara”.

P/VPA: Múltiplo que indica quanto os acionistas

aceitam pagar, no momento, pelo patrimônio líquido

da companhia. É obtido através da divisão entre o

preço da ação e o seu Valor Patrimonial por Ação (VPA).

Recomendação de “Abaixo do Mercado”: Expectativa

de retorno anualizado da ação inferior a 7,7%.

Recomendação de “Compra”: Expectativa de retorno

anualizado da ação superior a 15,5% na data de revisão

da estimativa.

Recomendação de “Manutenção”: Expectativa de

retorno anualizado da ação entre 15,5% e 7,7%.

ROE/ROAE: ROE é a sigla para o termo em inglês Return

on Equity, que significa Retorno sobre o Patrimônio

Líquido. É calculado pela divisão entre o lucro líquido

de uma empresa e seu patrimônio líquido. Já o ROAE é

calculado com a média do patrimônio líquido de um

determinado período - métrica comumente utilizada

por instituições financeiras.

ROIC: Indicador que diz respeito ao retorno sobre o

capital total investido, ou seja, o capital próprio da

empresa somado ao capital de terceiros (empréstimos,

financiamentos e debêntures). Para seu cálculo, divide-

se o valor do lucro operacional líquido após os

impostos pelo capital total investido da empresa

(capital próprio + capital de terceiros).

Sharpe: Indicador que mede qual é a relação entre o

retorno excedente ao ativo livre de risco e a

volatilidade. Em outras palavras, procura avaliar se o

retorno obtido pelo portfólio condiz com os riscos

assumidos.

Valuation: processo de estimativa do valor de um

negócio, usando modelos quantitativos para analisar

sua situação financeira e perspectivas de crescimento.

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A fim de atender à exigência regulatória prevista na Instrução CVM 598, segue declaração do analista:

Eu, Ricardo Vilhar Peretti, analista de valores mobiliários credenciado nos termos da Instrução CVM 598, de 3 de maio de 2018, subscritor e responsável por este relatório, o qual

é distribuído pelo Santander, com relação ao conteúdo objeto do presente relatório, declaro que as recomendações refletem única e exclusivamente a minha opinião pessoal, e

foram elaboradas de forma independente, inclusive em relação à instituição a qual estou vinculado, nos termos da Instrução CVM 598. Adicionalmente, declaro o que segue:

Têm interesse financeiro e comercial relevante em relação ao setor, à companhia ou aos valores mobiliários objeto desse relatório de análise.

Recebem remuneração por serviços prestados para o emissor objeto do presente relatório ou pessoas a ele ligadas.

Estão envolvidas na aquisição, alienação ou intermediação do(s) valor(es) mobiliário(s) objeto do presente relatório de análise.

Podem ter (a) coordenado ou coparticipado da colocação de uma oferta pública dos títulos de companhia(s) citada(s) no presente relatório nos últimos 12 meses; (b)

ter recebido compensações de companhia(s) citada(s) no presente relatório por serviços de bancos de investimento prestados nos últimos 12 meses; (c) espera

receber ou pretende obter compensações de companhia(s) citada(s) no presente relatório por serviços de banco de investimento prestados nos próximos 3 meses.

Prestaram, prestam ou poderão prestar serviços financeiros, relacionados ao mercado de capitais, ou de outro tipo, ou realizar operações típicas de banco de

investimento, de banco comercial ou de outro tipo a qualquer empresa citada neste relatório.

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Os potenciais investidores devem buscar aconselhamento financeiro profissional sobre a adequação do investimento em valores mobiliários, outros investimentos ou estratégias

de investimentos aqui discutidos, e devem entender que declarações sobre perspectivas futuras podem não se concretizar. Os potenciais investidores devem notar que os

rendimentos de valores mobiliários ou de outros investimentos, se houver, referidos neste relatório podem flutuar e que o preço ou o valor desses títulos e investimentos pode

subir ou cair. Assim, potenciais investidores podem não receber a totalidade do valor investido. O desempenho passado não é necessariamente um guia para o desempenho

futuro.

Eventuais projeções, bem como todas as estimativas a elas relacionadas, contidas no presente relatório, são apenas opiniões pessoais do analista, elaboradas de forma

independente e autônoma, não se constituindo compromisso por obtenção de resultados ou recomendações de investimentos em títulos e valores mobiliários ou setores descritos

neste relatório.

© 2019 Copyright Banco Santander (Brasil) S/A. Direitos Reservados.

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