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CARTAS DO EVANGELHO FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER Ditados pelo Espírito Casemiro Cunha 1

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  • CARTAS DO EVANGELHO

    FRANCISCO CNDIDO XAVIERDitados pelo Esprito

    Casemiro Cunha

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  • INDICE

    CARTAS DO EVANGELHO

    PrefcioCarta Aos Crentes NovosCarta Aos MdiunsCarta Aos Investigadores Do EspiritismoCarta Aos DiscpulosCarta Aos EspritasCarta Aos TristesCarta Aos EnfermosCarta Aos CegosCarta Aos InconformadosCarta Aos CrentesCarta Aos Homens Do CampoCarta Aos MestresCarta Aos PatresCarta As FamliasCarta Aos IntelectuaisCarta Aos CientistasCarta Aos EmpregadosCarta Aos VelhosCarta Aos PaisCarta As MesCarta Aos JovensCarta Aos Meninos Carta De Ano BomCarta De NatalCarta Aos CnjugesBrasilSeitasBoa Noite Espera E Ama SempreNo Hospital TerrestreNo Deva Ao MundoUma SaudaoO AmigoNo Banquete Do AmorNo Banquete Do EvangelhoAo InvestigadorA CrianaPerdoa ! ...Planta O Bem

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  • A Ptria Do FuturoD SempreBilhete Aos EstudiososAo Bom Semeador Atende A Jesus Ao Companheiro De Ideal Procurando A Verdade Esfora- TeNo Comentes O MalOraoA Escola De Jesus ConvidaNina De DeusNo Servio

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  • PREFCIO

    Nina Aroeira

    Ouve, amigo!As Cartas do Evangelho so vendidas em benefcio da Caso da Criana (*), que Jesus nos auxiliou a fundar, em Campos, para recolher os pequenos desvalidos.Quem as escreveu foi Casimiro Cunha, valoroso discpulo de Jesus e devotado amigo do plano espiritual. So, pois, notcias de um irmo carinhoso, que se elevou a uma esfera mais alta pelos seus mritos morais e valores puros do sentimento.Estas cartas, portanto, so uma correspondncia do cu. Seu preo pode, assim,representar o de uma taxa comum, como a dos selos do mundo, sobre a mensagem de um corao distante e amigo. E no caso presente a moeda dispendida a moeda do cu, porque nos mundos purificados todos os bens so adquiridos pelo valor sagrado e definitivo da virtude.V, pois, leitor amigo, que a sua cooperao material ser convertida em agasalho e proteo para os orfozinhos.Todavia, no desejo referir-me to somente finalidade do selo, que proveitosa e justa, mas tambm significao destas cartas e ao seu substanciosa contedo. A presente mensagem, to simples na sua rima e to grande na sua expresso ideolgica, o amoroso convite ao banquete do Evangelho. Inicia a sua leitura e medita. Elas falam de suas necessidades, de suas esperanas e de seus sofrimentos. Esclarecendo as suas dvidas, lhes iluminam, balsamizando as feridas que sangram dentro dalma, aliviando o corao. Sobretudo, estas cartas preparam o seu esprito para sentir e compreender melhor o ensinamento daquele cujas palavras no passaro. Seus conceitos aclaram o raciocnio e edificam o sentimento, no esforo sagrado da iluminao, e bem sabe que a maior necessidade do homem justamente a de luz espiritual para se identificar com o Cristo. Pode vaciliar, ante as minhas afirmativas, alegando a preparao do mundo que lhe educou as energias e lhe concedeu possibilidades materiais, as mais vastas, para enfrentar corajosamente as lutas edificadoras da vida. Mas, indispensvel considerar que sem os valores ntimos, toda preparao do mundo torna-se ilusria. Somente na adversidade e nos perigos pode o esprito dar testemunho de sua edificao definitiva. E, na Terra, chegam sempre, tarde ou cedo, as horas do fracasso, da prova rspida ou do separao. Tem conscincia de que se encontra realmente preparado, em face das surpresas do caminho? Estar recebendo todas as dores como um bem? Est convicto da execuo de todos os seus deveres'?Se vacila, examina o contedo destas cartas e ouve-lhe os apeias.No palavra do apstolo Mateus (7:24-27), Jesus nos fala do homem prudente que edificou a suacasa sobre a rocha, tornando-a inacessvel ao destruidora das chuvas, das torrentes e dos ventos que desabam sobre o mundo.Um dia, as chuvas das lgrimas, as torrentes das paixes e os ventos das desventuras viro sobre essa casa que o smbolo do corao. E feliz aquele que a houver construdo sobre a rocha da f w u.

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  • Recebe, pois, meu amigo, as Cartas do Evangelho e medita. Mais do que as minhas palavras desvaliosas, elas lhe falaro do Divino Mestre, com mais calor e sabedoria, ao mago do esprito.E desejando-lhe todo o bem, termino aqui, com o mesmo apelo fraternal do esclarecido autor destas pginas: Busca vibrar no Evangelho,Reforma-te, sem alarde.Atende agora. Amanh,Talvez seja muito tarde. NINA ARUEIRA 15 de maro de 1940 (Recebido pelo mdium Francisco Cndido Xavier) (*) Nota: Originalmente produzida em benefcio de uma Casa da Criana, esta obra cumpre a partir da presente Edio idntica finalidade: auxiliar a manuteno da Casa da Criana de So Joo Batista do Glria.

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  • CARTA AOS CRENTES NOVOS

    Casemiro CunhaAmigo, chegas agora,Do mundo de sombra e dor,Para o banquete sublimeDe luz do Consolador. J sei que sentes o fogoDa crena e da devoo,Desejando desdobrarO esforo de salvao. Vibra na paz de tua almaO desejo superior,De espalhar em longos jorrosA fonte de teu amor. Mas, ouve. Acalma a ansiedade,Porque no mundo infeliz,Cada qual tem sua chagaEm vias de cicatriz. Nesse nmero de enfermos,No te esqueas de contarOs prprios irmos do sangueQue o cu te manda ajudar. Todo esse fogo da fNo desperdices a esmo,Busca aplicar seu calorNa perfeio de ti mesmo. To grande o penoso esforoDa ltima redeno,Que no basta uma s vidaPela prpria converso. Acham muitos que a doutrinaPara ensinar ou vencer,Precisa de certos homensDo galarins do poder. Mas, eu suponho o contrrio.Em seu anseio de luz,O homem que precisaDa doutrina de Jesus. Em se tratando de crenas,Nunca venhas a olvidarQue o Sol nunca precisouDos homens para brilhar.

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  • Fala pouco. Pensa muito.Sobretudo, faze o bem.A palavra sem a aoNo esclarece a ningum. No guardes muita ansiedadeSe o Evangelho te conduz.Lembra que dura h milniosA esperana de Jesus.

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  • CARTA AOS MDIUNS Casimiro Cunha

    Irmo, se a mediunidadeFaz parte de tua ao,Procura nos EvangelhosA senda de redeno. Sei que choras, sei que lutas,Sei que padeces, porm,Teu servio na Verdade o santo esforo do Bem. Faculdades numerosasNo representam a luz.Bom mdium todo aqueleQue anda sempre com Jesus. Humildade, tolerncia,Amor e compreensoDevem ser toda a cinciaDe tua demonstrao. Foge sempre do elogioDe espritos displicentes.Do quadro de teus amigosPrefere os mais exigentes. Um mdium, por suscetvel,Pode, s vezes, se perder.S forte. Toda opinioTem sua razo de ser. No olvides, no caminho,Que acima das devoes,Deve estar o cumprimentoDe tuas obrigaes. Trabalha. No comerciesCom as coisas santas de Deus.Teus esforos so sagradosNo abrigo e no po dos teus. Sobre o anseio das pessoasColoca os princpios santos.Caridade esclarecidaEvita-nos muitos prantos. Muita gente te procuraSob impresses singulares.No te perturbe o egosmoDos casos particulares.

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  • Na escola da dor terrestreCada qual tem sua cruz;No podes modificarA ordenao de Jesus. No provoques o invisvel.Em qualquer mediunidade,No se pode prescindirDe toda a espontaneidade. No guardes a pretensoDe seres maior que algum.Deus tem muitos instrumentosNo eterno labor do Bem. Cada mdium tem seu campoDeterminado de ao.Multiplica os bens divinos,Guardados na tua mo. Publicidade? No tenhas Desejos e nsias fatais.A vaidade, por vezes,Vem da letra dos jornais. Pensa muito, estuda muito.Qualquer proviso de luzAumenta o valor divinoDe tua ao com Jesus. No te entregues no caminhoA todo cientificismo.Cincia sem conscincia porta aberta de abismo. No desdenhes o ambienteOnde o teu campo produz,Nem a pequena aventuraQue te impressiona ou seduz. Se fores mistificadoNo te esqueas mesmo a,Que tudo lio do AlmQue no se esquece de ti. Ora e vigia. E que DeusDas luzes da Perfeio,Aclare o teu pensamento,Conforte o teu corao.

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  • CARTA AOS INVESTIGADORES DO ESPIRITISMO

    Casimiro Cunha Meu irmo, guarda a certezaDe que a mundana cincia muito, mas no tudoNa paz de nossa existncia. Mormente se j tivesteA nossa expresso de amor,Coloca a f sobre tudoNa tua vida interior. Tua razo inda humana,Falvel e pequenina...A f, porm, um claroDa Conscincia Divina. Muita pompa de palavras,Muita terminologia,Complicam muito no mundoA nossa filosofia. O grande cientificismoDe alma pobre e presunosaTransforma os nossos princpiosEm confuso palavrosa. A lio do Espiritismo um grande manancial,Onde as guas da VerdadeSo claras como o cristal. Tudo simples, tudo puroNessa fonte de harmonia.Muita tese complicada o que gera a fantasia. O mtodo mais sublimeDe toda doutrinao aquele que acende a luzDo altar de teu corao. Cincia nunca faltouNa marcha da Humanidade,Mas, sempre minguou na TerraO grande bem da humildade.

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  • Modernamente, a cinciaTem seu magro esplendor.Tem-se tudo e o mundo marchaPara a guerra e para a dor. Por vezes, no mar das lutas,A razo vai na marSe em seu roteiro de estudosNo tem o farol da f. No se deve desprezarOs bens do racionalismo,Mas, nunca olvides a fNo labor do Espiritismo. Com teus pesos e medidasTu podes hoje ser forte,Somente a f, todavia,Nos esclarece na morte. No te esqueas, meu amigoNossa comunicaoConstitui a renascenaDo pensamento cristo.

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  • CARTA AOS DISCPULOS

    Casimiro Cunha Se s discpulo sinceroDo Evangelho de Jesus,No deponhas no caminhoO peso de tua cruz. Pelo fato de estudantesNesse roteiro de amor,Encontrars na tarefaO clice de amargor. que quanto mais te eduquesNos esforos da ascenso,Mais sofrers com o dueloDo egosmo e da ambio. Pensando no Amado Mestre,Ponderando-Lhe a bondade,Hs de chorar, vendo o mundoNo abismo da iniqidade. Ters dor, porquanto, em paz,Nunca feres, nem odeias.Sentido contigo prprioAs amarguras alheias Vai com f pelo caminho,Leva a charrua na mo,Trabalha, aguardando o CristoNo fundo do corao. Desconfia da lisonja.Esquece o que te ofender.Coloca, acima dos homens,O que te cumpre fazer. S modesto. H sempre ltimosQue no cu sero primeiros.Conta sempre com JesusAcima dos companheiros. Um amigo terrestre podeIr com tua alma ao porvir,Mas inda o homem do mundoSempre disposto a cair.

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  • Recebe com precauoQuem te venha agradecer.Por muita coisa que faasNo fazes mais que o dever. A palavra sem os atos um cofre sonoro e oco.Evita o que fala muitoE edifica muito pouco. S desprendido da posse,Mas, conserva os bens da luz.O discpulo conheceQue ele prprio de Jesus. Nunca sirvas s discrdias,Ao despeito, confuso.Deves ser, por onde passes,Ensino e consolao. Sabendo que nada valesSem o amparo do Senhor,Conquistars no futuroO seu Reinado de Amor.

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  • CARTA AOS ESPRITAS

    Casimiro Cunha Se foste chamado luzDa grande revelao,Lembra, amigo, que a doutrina o pensamento cristo. Fenmenos, teorias,Cincias daquilo ou disto,J eram velhos no mundo,Bem antes de Jesus Cristo. "Nada novo sob o sol"Dizia j Salomo.Toda a grande novidadeInda a nossa imperfeio. Capacita-te, portanto,Que a tua necessidade a de aplicar o Evangelho,Por tua felicidade. No h espritos-guias,Nem mensageiros do AlmQue faam mais que JesusNa santa lio do Bem. Se j escutaste no mundoA doce voz do Espaos,Corrige o teu corao,Regulariza os teus passos. O Alm no se comunicaTo s para o teu agrado,Mas a fim de que realizesO ensino do Mestre Amado. No peas muito aos teus guiasCompleta orientao,Por serem desencarnados,No vivem na perfeio. O esforo prprio uma leiDas mais nobres que h na vida;A morte no representaLiberdade redimida.

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  • Restringe as tuas perguntasNo instante de tuas preces.No sabes o que desejasMas Deus sabe o que mereces. Cumpre sempre os teus deveres.Trabalho e realizaoSo das preces mais sublimesDe tua religio. Para as horas de amargura,Para as dvidas da sorte,O Evangelho a luz da vidaQue esclarece alm da morte. No desempenho sagradoDe tua excelsa misso,No te afastes da tarefaDe paz e de redeno. No te percas no caminho.s bem o trabalhadorDe quem Jesus vive esperaDos testemunhos de amor

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  • CARTA AOS TRISTES

    Casimiro Cunha Alma irm de nossas almas,Por que vives triste assim?Todos os males da TerraChegaro, um dia, ao fim. Se tens o teu pensamentoNa idia da salvao, J deves compreenderQue o mundo de provao. justo que sintas muitoAs lgrimas da saudade,Que chores um ente amigoNa senda da iniqidade. certo que neste mundo,Onde h espinho em toda a estradaNo h lugar para o excessoDo riso ou da gargalhada. Mas, ouve. O amor de Jesus como um sol de harmonia.Quem se banha em Sua luzVive em perene alegria. Demasia de tristeza sinal de isolamento.Quem foge fraternidadeBusca a sombra e o desalento. Guarda o bem de teus esforosNum plano superior,No h tristeza amargosaPara quem ama o labor. Transforma as experinciasPelas quais hajas passado,Num livro fraterno e santoQue ampare o mais desgraado. O servio de Jesus to grande, meu irmo,Que no oferece ensejoA qualquer lamentao.

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  • O senso de utilidadeDeve sempre andar contigo.Transforma em vaso de amorTeu corao brando e amigo. D sorrisos, esperanas,Ensinos, consolao.Espalha o bem que puderesNa senda da redeno. Enche a tua alma de f,De paz, de amor, de humildade.No h tristeza excessivaOnde exista a Caridade. Quando, de fato, entenderesA caridade divina,Tua dor ser no mundoComo fonte cristalina. D sempre. Trabalha. Cr.E a tua fonte de luzH de cantar sobre a TerraOs jbilos de Jesus.

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  • CARTA AOS ENFERMOS

    Casimiro CunhaMeu amigo, eu te desejoAquela paz do SenhorQue transforma as amargurasEm santas preces de amor. Nosso Pai ouve a oraoDe tua grande ansiedade,Como te v no caminhoDe dor e dificuldade. Espera serenamente.No obstante a aflio;Deus um Pai que no d pedrasAo filho que pede po. Nos dias angustiados.De desencanto e doena,O homem deve apurarAs luzes de sua crena. s vezes, dizes, chorando:- "Socorrei-me, meu Senhor!...Ai! como tarda o consoloNo dia de minha dor!... Mas, no lembraste a oraoCom tanta solicitude,Nas horas irrefletidasEm que arruinaste a sade. A incontinncia teimosaNa rebeldia e no gozo,Pode ter vindo de outrora,Do passado tenebroso. Porque esta vida de agora somente uma fraoDe teu trabalho procuraDos mundos da perfeio. Nos teus ais, nos teus soluos,Do corpo dilacerado,Recorda que a dor existePara a luz de um fim sagrado. Se teu mal longo e rude,Renovando-te aflies,Ele a vlvula divinaQue escoa as imperfeies.

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  • Se a molstia passageira,Tem cuidado na existncia;A dor fsica, por vezes,No passa de advertncia. De qualquer forma, porm,S paciente e s forte,Inda que sintas contigoO augrio triste da morte. Acima dos preparadosQue visam a tua cura,Pe o remdio divinoDa f milagrosa e pura. Abenoa, meu irmo,Essa dor que te conduzDa sombra espessa da TerraPara as bnos de Jesus

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  • CARTA AOS CEGOS

    Casimiro CunhaNa romagem dolorosaDa vida de provao,Tambm trazia os meus olhosIguais aos teus, meu irmo. Mas, se a estrada era obscura,Se a noite era to sombria,Guardava, como tu guardas,As vibraes de alegria. que, entre as sombras terrestres,Na tua meditao,Sabes ver os resplendoresDas luzes da redeno. Talvez que de olhos sadiosDeixastes o teu sensrioPerder-se pelo caminhoDo sentimento ilusrio. Todo aquele que recebeA provao da cegueira,Sabe orar, sabe esperar,Vendo a vida verdadeira. No percas a tua f.A crena a grande conquistaDe quem resgata no mundoO abuso dos dons da vista. Guarda a esperana em Jesus,Na dor, no te desanimes...A cegueira o resultadoDe muitos dos nossos crimes... Nos tempos que j se foram,Muitos de ns, meu irmo,Fomos verdugos terrveis,Plantando a desolao. Os grandes desvios d'alma,No erro amargo e mesquinho,So reparados na sombraQue nos envolve o caminho. A cegueira uma estaoDe corrigenda ou de cura,Onde o esprito se aclaraVisando a estrada futura...

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  • Portanto, as horas de sombra,No curso de uma existncia,So nossa reintegraoNo amor e na inteligncia. Meu amigo, continuaAlegre na f, no amor;Quem no sente a Luz de Deus um cego mais sofredor. Tambm fui cego do corpo,Na senda de expiao,Mas nunca guardei comigoAs trevas do corao. Depois das sombras espessasNas lutas da humanidade,Vers a alvorada eternaDa luz da Imortalidade.

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  • CARTA AOS INCONFORMADOS Casimiro Cunha

    Um dos flagelos do mundo,Em toda a atualidade, a ignorncia dos homens,No sentido da humildade. Deu Jesus a cada qualO bem de uma posio,Mas, j ningum se conformaCom a sua prpria expresso. Todos querem o esplendor,De um plano sempre melhor,Mas, se esquecem seu dever,Como alcanar um maior?... Figuremos numa escadaA santa imagem da vida,Cada qual tem seu degrauNa luminosa subida. No tempo amargo que passa,Todo o mal do caminheiro conduzir com cuidadoO orgulho por companheiro. Guiado pela injustia,Ouvindo a voz da ambioO homem o homem-loboDevorando o prprio irmo. Pedia-se a Deus, outroraO po puro, sem labu;Mas o "po nosso" de agora todo um arranha-cu. H tanto egosmo n'almaDe quem vive hoje na terra,Que a mania das grandezasAula o monstro da guerra. Os homens inconformadosSo garras desse drago,Que espalha pelo caminhoHorror e desolao. Essa ausncia de humildade,Com as suas inquietaes,Vai ensombrando o caminhoDos povos e das naes.

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  • O egosmo gera o medo.O medo elege o mais forte.A fora humilha o direito,Conduzindo o mundo morte. Doravante, meu amigo,Faze um novo compromisso,Vive em tua posio,No fars melhor servio. Se teu irmo tem fortuna,Poderes e autoridade,Sua prova mais difcil,Ante o Senhor da Verdade. Vs assim, porque JesusEm seus conceitos benditos,Julgou bem-aventuradosOs humildes e os aflitos.

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  • CARTA AOS CRENTES

    Casimiro Cunha Ests, amigo na Terra,Em trnsito para a luz.s o romeiro das dores,Buscando o amor de Jesus. Cercado de desenganos,De penas e de aflies,s hspede transitrioNa Terra das provaes Lembra, portanto, a lioDo evangelho do Senhor:A porta da salvao a porta estreita da dor. J pensaste que quem passaNuma porta assim estreita,Precisa levar consigoUma leveza perfeita?... Todo aquele que caminhaChega ao termo da viagem.Da Terra cheia de sombrasNo leves muita bagagem. Muita ansiedade do mundo,Desejo, orgulho, paixo,Podem fazer muito pesoEm torno ao teu corao. Mas, a humildade, a esperana,A doce luz da bondadeSo foras que te levantamDa senda da iniqidade. Com tais virtudes na vida,Hs de seguir com leveza,Passando o estreito caminhoQue abre os mundos da Beleza. Considera toda posseDa posio desigualComo um meio de conquistaDa posse espiritual. Todo apego que no sejaO apego do afeto irmo uma algema dolorosaNo instante da transio.

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  • Recorda sempre que, um dia,Voltars luz do AlmE subirs na medidaDe tuas aes no Bem. Prepara-te, desde agora,Para a vida da Outra Luz,Onde te aguarda o carinhoDas mos ternas de Jesus.

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  • CARTA AOS HOMENS DO CAMPO

    Casimiro CunhaMeu irmo, se o teu trabalho, o trato amigo da terra,Vive a grandeza sublimeQue a tua misso encerra. Nunca invejes a cidadeTanta vez desiludida...O ar puro do campo a santa essncia da vida. Busca os livros, mas conservaA tua realidade,Sabendo que a natureza o livro da Eternidade. O mundo se perde agoraEm treva e desolao,Nos males vindos do excessoDos vcios de educao. H no cu quem no te esquece.Cultiva o teu campo em florO mundo no viveriaSem tua quota de amor. Conserva e ama a paisagemOnde o teu sonho nasceu.A terra bondosa e farta outra me que Deus te deu. Borda o teu campo de estradas,Semeia o teu caminho...Seja o teu stio uma escolaDe amor, de ao, de carinho. Que os teus feitos de trabalhoSejam tantos e tamanhos,Que se reflitam na estradaDa vida de teus rebanhos. Se os animais colaboramNas fontes de produo,So eles os companheirosDe tua realizao. Protege-os, sempre que possas.Ouve e guarda o que te peo.Os animais, igualmente,Tm suas leis de progresso.

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  • Trabalha, educando os teus.Educa e triunfars.Teu exemplo ensina ao mundoO santo esforo da paz. Hoje, as cincias terrestresPor vezes, causam tristeza,Mas, tu conservas o mundoCom as luzes da natureza. O Cristo no te abandonaCom a paz de Seu corao,Pois transformas no caminhoAs Suas bnos em po. Irmo da simplicidade,Deus te abenoe, lavrador!...O teu celeiro est fartoDe luz, de paz e de amor.

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  • CARTA AOS MESTRES

    Casimiro Cunha Meu amigo, tu que vives No santo esforo do ensino, Ests a criar um mundo Num crebro pequenino. Guarda, em tudo, por modelo Aquele Mestre dos mestres, Que o amor de todo o amor Na luz das luzes terrestres. Se existem pais na matria Do organismo terrenal, Tu formas os pais do mundo Na senda espiritual. Prepara-te na tarefa Com o auxlio de Jesus, Que faas em teus ensinos Cada vez mais vida e luz. Depois das mes devotadas, a ti que o Cristo confia A misso da caridade Que instrui, remodela e guia. No te lembras do Evangelho? Seu roteiro ainda o nosso, Um cego guiando cegos Cai sempre dentro do fosso. Cada lio de teus lbios, Seguida do bom exemplo uma coluna divina, Sustentculo de um templo. Muita vez, s responsvel, ante a justia do Alm, Se deixaste de ensinar As puras noes do Bem. Se te desvias do mundo, Na estrada das tentaes, Podes cair, arruinando Centenas de coraes. Mas, se te elevas, criando Luzes novas da Verdade, Caminhars para Deus Em santa felicidade.

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  • Tem zelo contigo prprio, Embora as pedras, o espinho... H muitos irmos na Terra Com os olhos no teu caminho. Nas lies de cada dia, Busca ensinar, com perdo, Guarda acima dos compndios O livro do corao. Acolhe a todos. A idade No representa saber, Ampara o velhinho rude Desejoso de aprender. Meu amigo, Deus te ajude A entender o Bom Pastor. Que sejas sobre este mundo O Mensageiro do Amor

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  • CARTA AOS PATRES

    Casimiro CunhaSer patro, ter empregados,Ser administrador, receber de JesusDeveres de educador. Quem no mundo convocados lutas da direoTem de guardar a justiaAcima do corao. Meu amigo, se orientasMuitos homens, em comum,Tens de agir, considerandoO esforo de cada um. Faz-se mister discernires,Com muita especialidade,A tolerncia e a justiaNas balanas da amizade. Tens de ser, ao mesmo tempo,Amor, bondade, energia,Defendendo o bem comumNas lutas de cada dia. Na excelsa expresso de amorEm toda a tua oficina,Hs de ser o chefe amigoNas luzes da disciplina. Na bondade ensinarsO trabalho santo e honesto,Fornecendo um brando ensinoNa fora de cada gesto. Ter energia ser justo,Mas, justia e caridadeS se cumprem sob a luzDo esprito da verdade. "Muito pede o cu daqueleA quem muito se haja dado",Multiplica os teus "talentos"Que so bens do Mestre Amado. O apstolo do trabalhoRealiza, observa e sente;E, s vezes, responsvelPela paz de muita gente.

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  • Todo lugar de servio,Seja pobre ou seja rude,Deve ser toda uma escolaDe inteligncia e virtude. O xito em teus esforos,A paz de tua missoDependem de compreenderesO senso da educao. Quando todo empregadorCumprir seu dever terrestre,O orbe h de ser a escolaDo amor do Divino Mestre. Entre a energia e a bondadeDe tua realizao,ters as bnos divinasNo esforo da perfeio

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  • CARTA AS FAMLIAS

    Casimiro Cunha certo que, sobre a TerraNas lutas de expiao,Muita vez, o lar se formaPara a dor da redeno. Por vezes, os inimigosDas existncias passadasRecebem o mesmo sangueEm lutas amarguradas. o resgate doloroso,A algema que, no futuro,Transforma o dio tigrinoEm tesouros do amor puro. Eis a porque, no raro,Nessa prova que redime,Irmos surgem contra irmos,Raiando at pelo crime. Mas a dor, a grande dorQue reforma toda a gente,Recolhe-os no seu regao,Fraterniza-os novamente. Por essa razo, amigos,Todo o ensino em substncia, que a paz do lar terrestreDepende da tolerncia. Falando em particular,Peo-te, pois, meu irmo,Que faas de tua casaO instituto da afeio. No te esqueas que em famliaA mais santa autoridade a que nasce da energiaQue no desdenha a bondade. A fim de seres ouvido,Recorda que o verbo darNa caravana efetivaPrecede o verbo ensinar. Jamais te queixes dos teus,Seja em qualquer confidncia.Muita vez, nos desabafos,H muitas maledicncia.

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  • Sem que repartas no mundoA f e o amor com os teus,No pode dar no caminhoOs sublimes dons de Deus. H lutas em tua casa,Atritos e desavenas?Isso a sombra em que se provaA claridade da crena. Na noite de cada dia,Nas luzes das oraes,Envia a Deus os apelosDe tuas inquietaes. Quanto ao mais, teu sacrifcio a santa expresso de dor,Purificando a famliaNo plano eterno do Amor.

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  • CARTA AOS INTELECTUAIS

    Casimiro CunhaO tempo estranho que passa,Uma nota de amargura a penosa decadnciaDos bens da literatura. Explora-se no extremismoA senda espinhosa e v.Assim como no cinema,Todo o mundo quer o "f". Vais mal, amigo, se vaisNas tristes exploraes,Difundindo a sombra espessaDos erros e das paixes. Pululam, por toda a parte,As notas sensacionais,Amargurados venenosDe alguns intelectuais. Entretanto, meu amigo,No mundo, como ningum,Tu podes criar nas almasToda a tendncia do bem. Podes dar evoluoUm grande sentido novo;De ti, muita vez, dependemO governo, a classe, o povo. Teu erro dar preferncia mentira em que te cobres.A hipocrisia entorpeceAs faculdades mais nobres. Acautela-te no esforo.Cada artigo publicado um reforo na balanaPela qual sers julgado. Um livro que veiculeA treva, o crime, a paixoPode exigir-te um resgateDe sculos de aflio. A justia do infinito,Na grandeza que ela encerra,Tem tambm um tribunalQue julga os livros da Terra.

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  • Juzes retos e nobresSabem todos os teus feitos,Mais tarde tu ganharsOu sofrers seus efeitos. A palavra um dom sagrado.E a cincia da expressoNo deve ser objetoDe msera explorao. Pe tua pena a servioDa grande causa do bem.Vive a verdade e o direito,Ters o auxlio do Alm. Se h veneno em teus escritos,Meu amigo, volta atrs.Organiza o teu futuroNo santo esforo da paz.

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  • CARTA AOS CIENTISTAS

    Casimiro Cunha Atualmente, no mundo,No estudo das foras vivas,Toda a cincia est cheiaDe frmulas negativas. tamanha a extravagnciaE to grande a confuso,Que os sbios j se esqueceramDo esforo do corao. E enquanto as teses retumbamNa luz das academias,Os coraes se enregelamSentindo as noites sombrias. A fora pretensiosaDos falsos sbios da TerraColabora, hoje no mundo,Em toda a indstria da guerra. Ai, porm, de todo aqueleQue no correr da existnciaAbusa de dons sagradosNas lutas da inteligncia. Meu irmo, toma cuidado,Busca novas claridades,O Cristo v teus caminhosE as tuas atividades. Por muito que realizesJunto ao teu laboratrio,Se te voltas contra DeusTeu trabalho sempre inglrio. Procura ver na oficinaQue chamas de "natureza"A providncia DivinaIrradiando a beleza. Reparaste? Tudo luzAo sol desse eterno dia...Tens a cincia do mundoMas no tens sabedoria. Cada escola, em cada anoModifica os teus conceitos.S Deus o sbio dos sbiosEm teus caminhos perfeitos.

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  • Jamais te rias da f.No rigorismo da sorte,Ela h de ser teu socorroNo instante amargo da morte. Que em tudo vejas o campoDe estudos e de esperanas;H uma verdade divinaQue o Pai revela s crianas. Essa verdade dos simplesPode aclarar-te tambmSe, longe da vaidade,Viveres na luz do Bem. Amigo, examina sempreO esforo que te conduz.Por tudo quanto fizeresResponders a Jesus.

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  • CARTA AOS EMPREGADOS

    Casimiro Cunha

    Se s, meu amigo, empregadoDaquela ou dessa expresso,Honra a oficina do esforo,Manancial de teu po. Todo lugar de trabalho um templo de amor e luz, uma escola consagrada proteo de Jesus. Quem se dedica ao deverNo sabe da falsidade,Que induz ao caminho tristeDe incria e infelicidade No faltaro companheirosDe alma obscura e tigrina,Que te desejem levarAos males da indisciplina. Um homem desesperadoNo pode ser teu amigo.S prudente. Tem cuidado.Toda revolta um perigo. Sinceridade, humildade,Amor e dedicao,Aclaram todo caminho,Resolvem toda questo. As solues criminosasConduzem a dores largas.Quem vive onde lhe competeNo tem surpresas amargas Valores e melhorias?No te esqueas meu irmo,Do esforo individualNa esfera da educao. Quem trabalha, quem se educaAlcana novos conceitos.Quem salda os seus compromissosRecebe novos direitos.

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  • Leis externas no resolvemA tua dificuldade.A bssola no caminho a tua boa vontade. Acata os superiores.A ordem, a hierarquia.So leis do prprio universoDe equilbrio e de harmonia. Se te esforas dignamente,Em quaisquer obrigaes,Teu trabalho a mais sublimeDe todas as oraes. Deus sabe de teus servios,Pois vive em luz do SenhorQuem transforma os seus deveresEm santa escola de amor. Educa-te. A Terra inteira como um campo de luz.Onde patres e empregadosTm deveres com Jesus.

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  • CARTA AOS VELHOS

    Casimiro CunhaVens de longe no caminho,Exausto de combater.Sim, meu irmo, a velhice a hora do entardecer. Por vezes, uma hora tristeDe amargurosas lembranasDo barco em que viajavas,Entre sonhos e esperanas. Da culminncia do monte,Examinas a paisagem,E deploras os desviosDe quem comea a viagem. s vezes te calas, triste.Ningum te quer atender,E choras porque conhecesOs txicos do prazer. Mas nunca te desanimes.Prossegue em tua misso,Continua esclarecendoO mundo de provao. No desesperes, porquanto,Antigamente tambmEras chamado verdadeE no ouviste a ningum. Quebraste serros e atalhos,Sem olhar a conseqncia.Sofreste muito e ganhasteO ouro da experincia. Perdoa. Quem viveu muitoTem muita compreenso.Compreenso bondadeQue esclarece com perdo. Meninos, moos e velhos,Nas lutas da humanidade,So trs expresses ligeirasDe um dia da eternidade. Meninice e juventudeSo a alvorada lou.Velhice a noite, porm,O dia volta amanh.

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  • O que preciso no mundo De prova e de sofrimento, que todos sejam velhosNas luzes do entendimento. Por isso, meu santo amigo,No te canses em saber,Se tens muito que ensinar,Inda tens muito a aprender. Conserva a tua esperana.Guarda a paz do Mestre Amado.A crena na tua noite um firmamento estrelado. Na antecmara do Alm,Deus te abenoe, meu irmo,Dilatando no caminhoA luz do teu corao

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  • CARTA AOS PAIS

    Casimiro CunhaNo podes viver a esmo,Numa estrada indefinida.Um pai tem obrigaesDas mais nobres que h na vida. Meu irmo, em tua casa,Nas ternuras dos filhinhos,Personifica o bom sensoEntre os beijos e os carinhos. Por enquanto, a Terra inteiraInda um mar encapelado.Se no dominas a ondaVirs a ser dominado. Entende a luz do caminho.A tua finalidadeNo somente a da espcieNas lutas da humanidade. Exige-se muito maisDos teus esforos no mundo,Recebeste de JesusUm dom sagrado e profundo. Se a misso das mes terrestres conduzir e ensinar,O teu trabalho de agir.No esforo de transformar. No olvides teus deveresNa esfera da educao,Fazendo de tua casaA escola de redeno. Um pai que deixa os filhinhosAbandonados ao luNo corresponde no mundo confiana do cu. Cuida bem dos pequeninos.A educao tem segredosQue devem ser estudadosDesde os tempos dos brinquedos. A tua funo no larNo somente prover,Mas adotar providncias,Procurando esclarecer.

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  • Ensina os teus a gastar.Quem vive muito vontadePode encontrar a misriaNo fim da ociosidade. Gastar somente o que justo ser prudente e cristo.Quem gasta o que no seuFaz dvidas de aflio. Luta sempre, mas se os teusNo te seguirem os trilhos,Esperemos nesse PaiDe que todos somos filhos. Na pobreza ou na fortuna,Esfora-te, meu amigo.Exemplifica o trabalhoE Deus estar contigo

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  • CARTA AS MES

    Casimiro CunhaMinha irm, se Deus te deuA luz da maternidade,Deu-te a tarefa divinaDa renncia e da bondade. Busca imitar no caminhoA Rosa de Nazar,Irradiando o perfumeDe amor, de humildade e f. Lembra sempre em tua estrada,Que a paz de tua misso feita dessa ternuraQue nasce do corao. Contempla em cada filhinho Um luminoso sorrisoDa alegria dolorosaQue te leva ao paraso. Porque, ser me, minha irm, ser prazer sobre as dores, ser luz, embora a estradaTenha sombras e amargores. Ser me ser a energiaQue domina os escarcus, ser nas mgoas da TerraUm sacrifcio dos cus. Pensa nisso e no duvidesDa grande misericrdia,Que te deu na senda escuraA lmpada da concrdia. Ouve ainda. Tem cuidadoCom o teu prprio corao.No deixes que se transformeO teu amor em paixo. Muita vez, a me terrestreEm vez de salvar, condena,Porque do amor que redimeFaz a paixo que envenena. H muitas mes nos EspaosChorando na desventura,Os perigosos desviosDe sua imensa ternura.

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  • Ama o filho de outra meQual se fora teu tambm,E estars santificadoTeu lar nas luzes do Bem. Castiga amando o teu filhoEm teu carinho profundo.Prefere o teu prprio ensinos tristes lies do mundo. Recorda que est contigoA misso de renovar,De corrigir perdoando,De esclarecer e ensinar. Nos teus exemplos repousaA esperana do Senhor,Que h de salvar este mundoPor meio de teu amor.

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  • CARTA AOS JOVENS

    Casimiro Cunha Ests moo, meu amigo,E a estrada da juventude um sonho alegre e floridoDe esperana e de sade. Tudo, em redor de teus passos, vigor e fortaleza,Entusiasmos felizesNas bnos da natureza. nessa fase da vidaQue, muita vez, a ilusoTrabalha como um venenos foras do corao. Que a experincia do velhoSeja em tudo o teu espelho.A luz dos cabelos brancos um carinhoso conselho. Que a tua impulsividadeSe inutilize ou se tora;Todo o mal da mocidade dominar pela fora. O engano de quem moo a pretenso de poder,Vendo embora que a questo,Antes de tudo, saber. Algum j disse no mundo,Perante os impulsos teus,Que a mocidade feliz uma inimiga de Deus. que o jovem, meu amigo,No anseio de dominar,Destri com toda a imprudnciaSem saber edificar. No dispenses o velhinhoQue, humilde, te estende a mo;Sua palavra tranqila luminosa lio. Recordo-te, nesta carta,Um raciocnio profundo.Sem que o velho houvesse andado,No marcharias no mundo.

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  • Acata-o, raciocinandoQue, um dia, sers assim,Desiludido e cansadoQuando a prova for ao fim. Planta o bem no teu caminho.No fujas caridade."Quem semeia ventaniasColhe a dor e a tempestade". Guarda a f. Ora e confia.A paz h de ser-te imensa.Se, entre as sombras da velhice,Tiveres a luz da crena. A mocidade do mundoPassa, s vezes, no imprevisto.Mas t-la-s, pura e eterna,Se andares com Jesus Cristo.

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  • CARTA AOS MENINOS

    Casimiro Cunha Meu amigo pequenino.Depois de ler e brincar,H nos caminhos da TerraOutra vida a te esperar. a vida que representaA tua escola maior,Onde o livro do trabalho sempre muito melhor. Para esse novo caminhoSeja em qualquer posio,Faz-se mister acenderesAs luzes do corao. No te habitues a mandar,Nem to somente a querer,Mas aprende a trabalhar,A esperar e obedecer. Nas lutas de cada diaAclara o teu corao.Preguias e rebeldiasSo portas de tentao. Antes de tudo, veneraTeus pais e os conselhos seus.Sem que ames a teus paisNo podes amar a Deus. Se tens tudo hoje, recordaQue nesse grande caminhoPode faltar-te o conforto,Pode faltar-te o carinho. No desperdices, meu filho,No mundo h muita criana,Que embora irm de teus anos,No tem po, nem esperana... D sempre. Quem d, recebeAs grandes luzes do Bem.Deus nos deu tudo na vida.Se puderes, d tambm. Mas se s pobre, no te esqueasDa vida resignada."O pouco com Deus muitoE o muito sem Deus nada".

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  • Se s rfo e desvalido,Se te falta o livro e o po,Trabalha e conta com DeusQue ouve o teu corao. Deus tudo em nossa vida.Sem Ele tudo nos cai.Aprende a guardar na TerraA sua bno de Pai. Faze da luz da humildadeA fora de teu escudo.Esforo e boa vontadeNa vida conseguem tudo. No olvides que o trabalho fonte de paz e luz.Jamais te esqueas, meu filho,Que teu modelo Jesus.

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  • CARTA DE ANO BOM

    Casimiro Cunha Entre um ano que se vaiE outro que se inicia,H sempre nova esperana,Promessas de Novo Dia... Considera, meu amigo,Nesse pequeno intervalo,Todo o tempo que perdesteSem saber aproveit-lo. Se o ano que se passou Foi de amargura sombria,Nosso Pai Nunca est pobreDo po de luz da alegria. Pensa que o cu no esqueceA mais nfima criatura,E espera resignadoO teu quinho de ventura. Considera, sobretudoQue precisas, doravante,Encher de luz todo o tempoDa bno de cada instante. S na oficina do mundoO mais perfeito aprendiz,Pois somente no trabalhoTeu ano ser feliz. No esperes recompensasDos bens da vida terrestre,Mas, volve toda a esperanaA paz do Divino Mestre. Nas lutas, nunca te esquea Deste conceito profundo:O reino da luz de CristoNo reside neste mundo. No olhes faltas alheias,No julgues o teu irmo,Vive apenas no trabalhoDe tua renovao. Quem se esfora de verdadeSabe a prtica do bem,Conhece os prprios deveresSem censurar a ningum.

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  • Ano Novo!... Pede ao CuQue te proteja o trabalho,Que te conceda na fO mais sublime agasalho. Ano Bom!... Deus te abenoeNo esforo que te conduzDas sombras tristes da TerraPara as bnos de Jesus.

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  • CARTA DE NATAL

    Casimiro Cunha Meu amigo. No te esqueas. Pelo Natal do Senhor Abre as portas da bondade Ao chamamento do amor. Reparte os bens que puderes s luzes da devoo. Veste os nus. Consola os tristes, Na festa do corao. Mas no olvides tu mesmo, No banquete de Jesus, Segue-Lhe o exemplo divino De paz, de verdade e luz. Faze um novo compromisso Na alegria do Natal, Pois o esforo de si mesmo a senda de cada qual. Sofres? Espera e confia. No te furtes de lembrar Que somente a dor do mundo Nos pode regenerar. Foste trado? Perdoa. Esquece o mal pelo bem. Deus a Suprema Justia. No deves julgar ningum. Esperas bens neste mundo? Acalma o teu corao. s vezes, ao fim da estrada H fel e desiluso. No tiveste recompensas? Guarda este ensino de cor: Ter dons de fazer o bem a recompensa melhor. Queres esmolas do cu? No te fartes de saber, Que o Senhor guarda o quinho Que venhas a merecer.

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  • Desesperaste? Recorda, Nas sombras dos dias teus, Que no puseste a esperana Nas luzes do amor de Deus. Natal!... Lembrana divina Sobre o terreno escarcu... Conchega-te aos pobrezinhos Que so eleitos do cu. Mas ouve, irmo! Vai mais longe Na exaltao do Senhor. V se j tens a humildade - A seiva eterna do amor.

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  • CARTA AOS CNJUGES

    Casemiro Cunha Meus irmos, o matrimnio um instituto divino,Onde o trabalho em comum luz de amor e de ensino. O lar um templo sagradoDe vida superior,Onde comea no mundoA lei sublime do amor. Toda a harmonia terrestre,Em circunstncias quaisquer,Tem seu incio sagradoNo marido e na mulher. So ambos um corpo s,Em doce consagrao.Se o homem a cabea,A mulher o corao. Cada um no seu lugar,So iguais pelo deverNo santo esforo que as mosNunca cessam de fazer. Sem a mxima unioNa intimidade do lar,Esse corpo transcendenteNo consegue funcionar. Porventura, j se viuCorao sobre a cabea?Ou ambos em separado,Funcionando em vida avessa?... Se a mulher sentimento,Se o homem luta e ao,Devem ambos ser unidosNo plano da educao. Para que um lar seja o pousoDo carinho e da esperana,Jamais se esquea o regimeDo amor e da confiana.

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  • Harmonia em toda a casaFaz da vida um campo em flor.Cime a erva daninhaQue mata as rosas do amor. Intriga e relaxamentoSo treva e calamidade,Trazendo consigo o atritoQue queima a felicidade. Se h lutas pelo caminho,A ventura dos casaisConsiste em reconhecerQue o perdo nunca demais. Quem recebeu a missoDesse instituto de amorTem solenes compromissosPerante as leis do Senhor. Faam, pois, do lar terrestreA estrada de salvao,Onde Jesus plante as floresDe vida e de redeno.

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  • BRASIL

    Casemiro Cunha Plantou Ismael no BrasilUma bandeira de amor.Feliz quem pode enxergarO seu divino esplendor. Estandarte do Evangelho,Cor do luar da esperana,Que vem trazer de JesusA doce e eterna aliana. Bendito seja o operrioDas oficinas da luzQue colabore na pazDa Terra de Santa Cruz. Porque do Brasil imensoQue Ismael ama e conduz, Renascero para o mundo As leis do amor de Jesus.

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  • SEITAS

    Casemiro Cunha Existem, no mundo inteiro, Igrejas, templos e seitas,Separando, em vez de unir As criaturas imperfeitas. Por que tanta luta inglria?Por que tanta confusoSe as crenas so sempre luzesDo pensamento cristo?... O homem criou muitos deuses, Na ignorncia atrevida,Sem saber que Deus um s, Pai de Amor de toda a vida. Nas lidas religiosas,No te esqueas que precisoAntes de tudo ser bomNo anseio do Paraso. Em nada te valerTer uma religioSe no guardas a bondadeNo templo do corao.

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  • BOA NOITE

    Casemiro Cunha Boa-noite, minha filha,Deus te abenoe a esperana,Plantando no teu caminhoFlores de luz, de bonana. Deus te conserve na estradaDo bem, do amor, do carinho, Onde as bnos de teus pais Possam descer, de mansinho. Que a Virgem da Caridade Te acolha o bom coraoNo seu manto de bondade, De luz e consolao. Que a mo tema de JesusTe livre de todo o mal,Enchendo-te de alegriaNa noite do Seu Natal.

    (1) Poesia dedicada pelo autor a uma pequena frequentadora do grupo, que o saudara com as palavras boa-noite ao alto de uma pgina, em 22 de dezembro de 1938.

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  • ESPERA E AMA SEMPRE

    Casemiro Cunha No elimine a esperanaDe uma alma triste ou feridaQue a esperana a luz eternaNas grandes noites da vida. Feliz daquele que espera,No caminho da amargura,Pois toda a dor vem e passa.No corao da criatura. Ama e cr. Espalha o bem.Porque, na Terra, em verdade, infeliz quem cuida apenasDa prpria felicidade.

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  • NO HOSPITAL TERRESTRE

    Casemiro Cunha No que concerne matria,A Terra no tem sade. mundo de muitos males,Sem remdios de virtude. Toda criatura que nasceNo planeta, inda infeliz,Guarda o trao da amargura,O sinal, a cicatriz. O orbe inteiro, por enquanto,No passa de um hospital,Onde se instrui cada um,Onde aprende cada qual. Sobre a sua superfcie,No te rias de ningum;Desde que estejas na carnes um doente tambm.

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  • NO DEVA AO MUNDO

    Casemiro Cunha Pelos caminhos da Terra,Jamais procure esquecerQue todos temos no mundoUm livro de Deve e Haver. Nossos dbitos so pagosPelo sistema perfeitoDas justas compensaes,Sob a lei de causa e efeito. Os maus atos representamAs dvidas mais vultosas,Cujo resgate penosoNas estradas escabrosas. Quem faz o bem, todavia,Prepara-se na esperana,Aguardando as recompensasDo amor, da luz, da bonana. O bem o porto seguroNeste globo de escarcus.Pague o seu dbito ao mundoE seja credor nos cus.

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  • UMA SAUDAO

    Casemiro Cunha

    D. Jlia Pego Amorim(1) Alma cheia de alegria,Sincera, doce, lou,Eu quero felicitar-te: Deus te pague, minha irm!... Tambm fui cego no mundo,E conheo o teu laborNa luminosa oficinaDe f do Consolador. Continua, confortada,Em teus esforos de luz,Levando aos cegos da TerraO sol do amor de Jesus. Nossos irmos se confortamNo bem dos trabalhos teus.Se lhes falta a luz dos olhos, No lhes falta a luz de Deus. E, um dia, Nosso Senhor,Na luz de um mundo sem vu,H de vir, devagarinho,Abrir-te as portas do Cu.

    (1) A D. Jlia Pego Amorim se consagrou obra de educao dos cegos do Brasil.

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  • O AMIGO

    Casemiro Cunha Muitas vezes sobre a Terra, S achas o amigo voQue te espera no caminhoCom o punhal da ingratido. Mas, que nunca procurasO amigo terno e fiel,Que roubaria a amarguraDos teus instantes de fel. Esse Amigo podes t-Lo,No fundo do corao,No altar da crena e da f luz da meditao. Jesus. Lembra-te sempre Que o Mestre te acolher. Se o amigo terrestre falha, Jesus nunca falhar.

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  • NO BANQUETE DO AMOR

    Casemiro Cunha A Jesus hoje elevamosA nossa humilde oraoPelo irmo que nos reneNa sua tema afeio. Recordar o amigo ausente Na luz do Consolador derramar sobre as almas Um pensamento de amor. Tem nossa prece, portanto, A magia singularDe confortar todo pranto,De converter, de ensinar... H no banquete das precesAlm do que convidadoOs seres pobres e tristesDa misria e do pecado. Um a um todos recebem O quinho de vida e luz, Sob a bno carinhosaDo santo amor de Jesus. Repita-se, pois, a mesa,Que cada esmola de amorSer um ingresso, mais tarde,Nos banquetes do Senhor. NOTA Esta poesia foi recebida em homenagem ao benemrito Prof. Arthur Joviano.

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  • NO BANQUETE DO EVANGELHO

    Casemiro Cunha Natal!... na Terra e nos Cus,Sobre todos os caminhos,Jesus abre os braos ternosA todos os pobrezinhos... Uma nova aurora brilhaAo mundo exnime e aflito,Cheia de brisas divinasFeitas da luz do Infinito.A viso da ManjedouraRenova-se claridadeDa lio civina e eternaDa paz, do amor, da humildade... No banquete do Evangelho,Reparti verdade e luz,Vivendo o Natal pereneDo terno amor de Jesus.

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  • AO INVESTIGADOR

    Casemiro Cunha No procures o invisvelPela razo, to somente.Racionalismo excessivoTem perdido a muita gente. Nos teus esforos na Terra,Conserva os bens da humildade,Orgulho e personalismoNo chegam eternidade. Se procuras a palavraDe um ente amado do Alm,A luz da sinceridade a fora que te convm. Conserva a simplicidade,S amigo da orao.Se a Terra do raciocnio,O cu do corao.

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  • A CRIANA

    Casemiro Cunha O corao da crianaE como um lrio de luz. Cultiva essa flor sagrada Para o jardim de Jesus. No recomeo da vidaO amor pode trabalhar,Renovanco os sentimentosNo tempo de luz do lar. Dispensa infncia o carinhoDa tua compreenso,Concuzindo-a para o CristoModelo do corao. Cessada a infncia, que diaDe luz e espontaneidade,As almas voltam, de novo,s lutas da humanidade. Educa os teus pequeninos.Quem no aprende do amorRecebe a lio amargaDA experincia da dor.

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  • PERDOA ! ...

    Casemiro Cunha Meu amigo da doutrina,Perdoa sempre. Perdoa.,Feliz quem esquece o malNa vica singela e boa. Tolera sempre que possas,Sem que exista humilhaoDa verdade que enriquece . As luzes do corao. Se convocado palavraNa defensiva do bem,Esclarece com bondade,Mas nunca firas ningum. Tem calma. Nunca te irrites.A luz da serenidadeAnula toda mentira,Converte toda impiedade.

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  • PLANTA O BEM

    Casemiro Cunha Na verdade e na justiaQue a lei de Jesus encerra,Receberemos de acordoCom os nossos atos na Terra. As aes do bem que fazesE as aes do mal, em suma, .So sementes: sero rvoresFrutificando uma a uma. Evita os males do mundoQue do rvores de espinhos.Planta o bem e ter.As frutosDe amor e paz no caminho. Sobretudo, no te esqueas,Se no podes dar vintm,Que no praticar o mal j fazer grande bem. Quem perdoa abre o caminho Da vitria contra o mal.Conquistando, desde a Terra, A glria espiritual.

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  • A PTRIA DO FUTURO

    Casemiro Cunha Tempo vir neste' mundo, Em que todas as naesSero famlias unidasNo templo dos coraes. Quando o homem se afastarDo negro drago da guerra,Cujo hlito empesta,doInfesta os ares da Terra. Nesse dia da vitrialos pensamentos cristos, Os homens ho de se amar Com o sentimento de irmos. Haver ento no globo,Uma s ptria a da Luz,Uma bandeira a da PazE um s Pastor, que Jesus.

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  • D SEMPRE

    Casemiro Cunha Ao pobre que te procure,Pedindo um pouco de po, D tambm o bom sorriso De piz do teu corao. Um sorriso vale muitoAo corao sofredor,Como expresso de ternura,Como migalha de amor. D sempre. Quem pode dar rico como ningum.Feliz quem pode espalharAs claridades do bem. Acolhe a todos; aos fracos,Aos pobres de alma ferida... s vezes, quem bate porta Foi teu pai numa outra vida.

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  • BILHETE AOS ESTUDIOSOS

    Casemiro Cunha Toda a verdade, sem vus,Guarda as essncias dos cusNo templo do corao. No fiques quedando a esmoSobre os fatos mais divinos,Mas busca os bens peregrinosDa Luz que vive em ti mesmo. Nos labores da existncia,No te esqueas que precisoConstruir o parasoNas foras da conscincia. Mensagens? Mais vida e luz?No cesses de trabalhar,Ningum pode ultrapassarO Evangelho de Jesus!

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  • AO BOM SEMEADOR

    Casemiro Cunha Semeador da verdade,H lobos no teu caminho,Que, sob a imagem da ovelha,Vm ao redil, de mansinho. Toda semente que guardasContm o grmen de luzDo ensinamento divinoDo Evangelho de Jesus. Semeia. A bno de DeusH de vencer todo orgulhoE, um dia, florescerNo espinho e no pedregulho. Defende-te. No te entreguesAo lobo de uma perjura.O Mestre no tolerouA mscara da impostura A chave de ouro do Cristo,Na humildade soberana,Foi defender a verdadeNa cruz da maldade humana.

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  • ATENDE A JESUS

    Casemiro Cunha Todo apelo da verdade,Do amor, da consolao, Jesus que te procura porta do corao. J pensaste? A mo do MestreQue te alivia e te acalma,Custou muito a despertarO ntimo de tua alma. Muita vez, foi necessrioQue visses misria e dor,A fim de experimentaresOs bens de Nosso Senhor. Atende voz de Jesus.Condio? Trabalho? Idade? Nada empana, sobre a Terra, A luz da boa vontade. Busca vibrar no Evangelho,Reforma-te, sem alarde.Atende agora. AmanhTalvez seja muito tarde.

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  • AO COMPANHEIRO DE IDEAL

    Casemiro Cunha Meu irmo, no teu caminho De estudos metodizados,No procures, to somente, A voz dos desencarnados. O Evangelho a fonte eterna De paz e consolao.Sem Jesus, ningum consegue A prpria iluminao. Aprende. Pondera. Luta.Medita. Guarda. Esclarece.Toda palavra de amorFaz parte de tua prece. O auxlio espiritualVale muito, mas no A aquisio necessriaDe amor, de verdade e f. O campo do corao sempre belo e irrestrito.Quem se esfora, quem trabalhaAlcana a luz do infinito.

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  • PROCURANDO A VERDADE

    Casemiro Cunha Se buscas os bens do cu,Leva o amor por companhia.Sem amor, ningum consegueA luz da sabedoria. Dirs: E a razo do mundo? E eu te digo, em pensamento: " nula se no possuiAs luzes do sentimento. Se procuras no invisvelSolues ao teu estudo,O amigo desencarnadoNo sabe, nem pode tudo. Muita gente busca o Alm, No instante da experincia, Com receio de escutarAs vozes da conscincia. Vens procurar a Verdade?Ouve a minhalma de irmo:A verdade Jesus Cristo.A chave o teu corao.

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  • ESFORA- TE

    Casemiro Cunha Meu irmo, nunca procures,Com os mensageiros do Alm,Outra coisa que no sejaA luz, a verdade, o bem. Estudos? Dificuldades? Problemas sem soluo? possvel que os resolvas Com a tua prpria ateno. Negcios e compromissos Da vida material?A conscincia o roteiro Da vida de cada qual. Vai aprender. Vai lutar,Alegra-te em tua cruz.Apoiado em fora estranha Ningum se eleva a Jesus.

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  • NO COMENTES O MAL

    Casemiro Cunha Meu amigo, no comentes Os males de teu irmo.Tambm vives no caminho Da dor e da imperfeio. Se vires num companheiroMazelas e cicatrizes,Lembra que o Mestre abraouOs pobres e os infelizes. Jesus no veio atenderAos caprichos do mais forte,Mas consolar sobre a TerraAs desventuras da sorte. Algum errou? Guarda a calmaNa esfera da opinio.s vezes, tudo no passaDe malcia e incompreenso. Recebe, com vigilncia,Quem acuse algum contigo.Quem fala do mal dos outrosNo pode ser teu amigo. Quem segue o Divino Mestre,Em esprito e verdade,Conhece, mais que a dos outros,A prpria necessidade. Bendita a boca fraternaQue no vibra ou fala a esmo!Cuidado! O bom julgadorJulga os outros por si mesmo!...

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  • ORAO

    Casemiro Cunha Nina, Deus te abenoe,Na estrada que te conduzDa escola da caridadePara os braos de Jesus. Para a tua alma que viveNa santa esfera do amor,Eu peo as bnos divinasDa bondade do Senhor. Que em ti floresam as graasDe vida e consolao,A fim de que brilhe sempreA luz do teu corao, Jesus te ampare o trabalhoEntre as verdades sem vus, Para que espalhes no mundo A caridade dos cus.

    NOTA Esta poesia dedicada ao Esprito de Nina Arueira, criadora espiritual da Escola Jesus Cristo e de seu departamento Casa da Criana.

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  • A ESCOLA DE JESUS CONVIDA

    Casemiro Cunha Se desejas luz e paz,Eis, meu amigo, que insisto,Na tua vinda, hoje mesmo,A Escola de Jesus Cristo. Ruge ainda a tempestade?No te perturbes, no temas.O Evangelho o templo vivoQue nos resolve os problemas. Perdeste tudo em derrotasDa ambio arrasadora?Vem renovar teus caminhos,Partindo da Manjedoura. Tens aflies, amargura, Tristezas, enfermidade?Vem ouvir os pareceres Do Mdico de Verdade. O sofrimento, o cansao,Parecem longos, sem fim?Escuta o convite eterno,Repetindo: Vinde a Mim!... Tens sede de compreensoCarinhosa e compassiva?Recorda que, h dois mil anos,Corre a Fonte da gua Viva. Queres a vida risonhaNum mar de alegria e flores?Procura a simplicidadeDos filhos dos Pescadores. Sentes dvidas, anseias,Quanto luz dos fins supremos?Volve ao Messias, emboraNo impulso de Nicodemos. Caste? Esquece a mentiraCom que ainda te aconselhas.Coloca os ps noutro rumo,Busca a Porta das Ovelhas. Se te envolve a sombra extensa

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  • Da lgrima tormentosa,Lembra os bens que floresceram Sobre a Via Dolorosa. Se padeces a torturaDo esprito solitrio,Console-te a glria eternaQue resplendeu no Calvrio. A luta tem sido um fardoPara a tua alma oprimida? Atende a Cristo e achars Caminho, Verdade e Vida. Vem Escola do EvangelhoDa caridade e da luz,O livro teu corao,O Mestre Amado Jesus. Apenas recomendamosQue, antes de entrar, meu irmo,Deixes, l fora, as sandliasCom que adoraste a iluso.

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  • NINA DE DEUS

    Casemiro Cunha

    Nina de Deus - missionria Da luz, da consolao,Que a Providncia te guarde O Templo de Redeno. Benfeitora atende ao triste, O filho do desconforto Renova-lhe as esperanasDo corao quase morto. Irm protege o que vaiComo folha solta ao vento,Atirado ao turbilhoDa sombra, do desalento. Amiga no desamparesOs pobrezinhos sem po,Que choram, abanconadosNa noite da expiao. Protetora estende o mantoDe tua bondade imensaAos que se perdem no mundoNa escurido da descrena. Emissria -distribuiCom os homens rudes e incrus,As boas novas da vidaDo Eterno Pas dos Cus. Companheira - fortificaOs que cooperam no bem,Trazendo-lhe s, generosa,As alegrias do Alm. Pastora ensina s ovelhas Que se desgarram no mal,O caminho de retornoAo Cristo Auqusto e lmortal. Operria tece a redeDa paz que conforta e eleva,Salvando as almas perdidasNas ondas de dor da treva.

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  • Nina de Deus missionria Da luz, da consolao,Que a Providncia te guarde O Templo da Redeno.

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  • NO SERVIO

    Casemiro CunhaNo servio do Senhor,Trabalho, alegria e dor,Tudo bom ao corao!...S deseja o Mestre AmigoQue o crente guarde consigoA luz da Compreenso.

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