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Caro Amigo: Todo direito autoral de um livro espírita é destinado a obras assistenciais, portanto esta aí uma oportunidade de auxílio. Se você tem condições de adquirí-lo, faça-o sua contribuição é inestimável. Que Jesus o abençoe Muita Paz

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  • Caro Amigo: Todo direito autoral de um livro esprita destinado a obras assistenciais, portanto esta a uma oportunidade de auxlio. Se voc tem condies de adquir-lo, faa-o sua contribuio inestimvel. Que Jesus o abenoe Muita Paz

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    APRESENTAO Esto de parabns as filhas espirituais de Olympia Belm. O grande Colecionador reuniu algumas jias esparsas neste escrnio que se abre para aumentar a opulncia e esplendor do tesouro Amai-vos uns aos outros. Dedicado obra de amor por amor de quem me no tem, dispensa palavras inexpressivas pelo fim a que se destina. Jias de peregrino valor espiritual, imortalizadas pelo trabalho medinico bem aplicado, cujo destino ser percorrer a trajetria habitual: Consolar quem sofre a dor que corrige e corrigir quem sente o sofrimento inexpugnvel de quem nega. Cerremos fileiras com os trabalhadores que conheceram o ldimo batismo do Amor que inibe o homem do pecado da Indiferena. Obra luminosa que traz no frontispcio o nome Francisco Cndido Xavier e no limiar a eloqente Carta-Prefcio de Emmanuel, foi planejada e executada nas esferas do Amor Divino e prescinde de qualquer apresentao humana, mesmo de nome que significasse muito mais do que o nosso, que aqui s aparece por disciplina: para obedecer a uma ordem recebida.

    MARIA ROSA CAVALVANTI

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    CARTA PREFCIO Prezada Irm Esmeralda (*). Nosso Livro uma colmia de fraternidade, cujos favos de esclarecimento e consolo foram tecidos pelo devotamento de muitos coraes, transformados em abelhas laboriosas do Evangelho, sob a orientao do seu esprito de rainha do trabalho, devotada sementeira da luz e consagrada felicidade das criancinhas. Uma expresso reconfortante. Uma ptala de graa. Um raio de beleza. Uma semente de amor. Uma frase de carinho. Um sorriso em forma de palavra. Uma gota de sabedoria. Um sopro de estmulo. Um conceito leve da verdade. Uma gota de sabedoria Em suas mos iluminadas de Me, as migalhas se converteram em bnos e aqui temos Nosso Livro, habilitado a concorrer no mercado das idias renovadoras da nossa Doutrina de Redeno. Jesus abenoe o suave milagre. E que os companheiros da romagem humana, sedentos de incentivo para a elevao ou famintos de bom nimo, nos crculos escuros da prova, se regozijem com o po espiritual, multiplicado nestas pginas, tanto quanto nos rejubilamos sem distribui-lo, partilhando-lhe a santificada alegria de cooperar no infinito bem, so os votos do amigo e servo humilde.

    Emmanuel Pedro Leopoldo, 1 de maio de 1950. (*) Obs.: O amigo espiritual se refere D. Esmeralda Bittencourt, patrocinadora deste trabalho.

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    COMECE HOJE MESMO Meu amigo, se a dor lhe bate porta, lembre-se dos benefcios de que portador e no desfalea. A Bondade Divina no articula pensamentos para o mal. A ferida que dilacera ou o desgosto que perturba, temporariamente, costuma encerrar incalculveis recursos de elevao. Tenha pacincia e no esmorea no bem. Se a desorientao lhe entrava os passos, use a prece. A orao realiza milagres. Se possvel, rena aqueles que voc ama, dentro da mesma vibrao de confiana no culto do Pai Celestial. Se est doente e desalentado, pea a bno do Senhor para o copo de gua fria que lhe atende sede, porque da Fonte Divina fluem substncias de paz e restaurao para quantos lhe pedem socorro ao sublime poder. Se voc permanece em desespero, no permita que a sua desventura culmine em gestos de suprema revolta. Espere mais tempo, antes de qualquer resoluo inapelvel e injusta. Amanh, o dia renascer transformado. As circunstncias se modificam, de minuto a minuto, e os reveses de agora sero alegrias no porvir. Tea, com serenidade, a sua aurola de ventura porvindoura, aproveitando os ensinamentos que a dor lhe trouxe ao corao. No tema as dificuldades e prossiga com Jesus para a frente. Busque a presena do Divino Amigo, em seus pensamentos e, na prpria luta, encontrar infinitos motivos de reconforto e beleza, bom nimo e paz. Inicie o abenoado servio da orao, hoje mesmo, e amanh, provavelmente, voc comear a rejubilar-se na colheita de luz.

    Agar

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    TEMPLO VIVO uma felicidade encontrar o reduto dos trabalhadores operantes do Espiritismo. Que dizer duma comunidade de abelhas consagradas a perene descanso na colmia? De rvores que florescessem verdejantes, mas sem frutos? De fontes abertas, todavia sem gua que traduza socorro ativo aos sedentos? No suportam que ns, os desencarnados, estejamos repousando em calmaria destruidora. O nosso esforo ingente, o trabalho incessante. Temos, tambm, em todas as direes de nossa luta, os centros espirituais de servio aos semelhantes. Nossos agrupamentos, contudo, no se restringem aos incensos da adorao e, sim, se estendem a tarefas eficientes e seguras, nas quais, qual acontece num conjunto musical, cada companheiro um instrumento adequado harmonia do todo e cada corao ferramenta bendita para que vontade de Jesus se manifeste. Aqui temos, pois, uma demonstrao dos templos de f viva no futuro mundo. Cada crente colaborador vivo da obra do Mestre Divino. Este usa a palavra para a edificao coletiva, outro emprega as mos fraternas no auxlio curativo, enquanto outros se utilizam de foras benficas e salutares para a transmisso dos valores espirituais de planos mais altos. Trabalhemos assim, meus amigos, conscientes de que o Espiritismo Cristo processo renovado com Jesus, escola para ensinar, casa de produo incessante do bem e sementeira viva de bnos e luzes, em que todos ns, individualmente, podemos contribuir com a nossa parte na construo do Reino de Deus na Terra. O porvir acena-nos frente, induzindo-nos para o Alto. A f sem obras congela o pensamento e determina a anestesia temporria do esprito. O servio a alma de nossas organizaes que se dirigem para o mundo regenerado, com vistas vida eterna. Jesus o Senhor da Verdade e do Bem, o Prncipe da Paz e o Salvador dos Homens. Entretanto, tambm o Trabalhador Divino de p nas mos, limpando a eira do mundo. E se no sabemos, ainda, dentro de nossa insignificncia, ligar-nos ao Supremo Orientador do Planeta, atravs da Verdade que ainda no conquistamos inteiramente, do Bem que ainda no sabemos praticar com a perfeio desejada e da Paz que ainda no sabemos preservar em ns mesmos, busquemo-lo por intermdio do trabalho no bem, porque o servio o caminho aberto a todas as criaturas, desde o verme at o anjo, na direo de Deus.

    Agar

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    DESENVOLVIMENTO Se o desenvolvimento de faculdades psquicas o seu objetivo, no trabalho espiritual, procure a bno do conhecimento, atravs do estudo necessrio, mas no perca de vista o esforo que lhe compete. Antes de ser mdium dos fenmenos comuns, no olvide que todo aquele que d de s mesmo a mais singela colaborao obra do bem instrumento de Jesus no aperfeioamento do mundo. No acredite que a morte do corpo exonere algum dos impositivos de auto-educao. Ningum nos substituir na esfera do prprio dever. O milagre sempre o coroamento do mrito, mas nunca derrogao das leis naturais que funcionam igualmente para todos. O sbio comea nas letras humildes do alfabeto. Inicia-se o gnio musical nas notas minsculas do pentagrama. Como admitir qualidades primorosas, a se improvisarem dum dia para outros? Se voc aspira a maior amplitude das foras medinicas, estenda-as no servio aos semelhantes. Os benfeitores do Alto no dispem de tempo para provocar a colaborao alheia, entretanto, jamais abandonam aquele que lhes oferece a migalha da boa vontade. Ajude e esclarea, fraternalmente, melhorando a sua posio na simpatia dos outros. Agradecimento e cooperao representam duas foras decisivas no xito, contudo, somente o amor desinteressado consegue cultiv-las. Distribua auxlio e bondade, sem medida, para que o suprimento divino lhe atenda capacidade de servir, enriquecendo-lhe os recursos; Se pretende, em suma, ser algum com o Cristo, no lhe despreze os avisos sublimes. Em verdade, nossos olhos ainda no suportam o brilho ofuscante da Ressurreio, todavia, com o amparo do Cu, j podemos contemplar o cho que pisamos, de modo a seguir os passos do Mestre reconhecendo as nossas necessidades de amor e sacrifcio, renncia e perdo, no calvrio purificador.

    Agar

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    PALAVRAS A MOCIDADE Jovens irmos. A existncia na Terra um dia na Eternidade. A juventude o alvorecer. Em torno, rompe o sol das oportunidades de santificao. O campo de servio o mundo inteiro e a natureza o nosso livro divino. Indispensvel aceitar o benfico desafio da luz, vencendo a fora terrvel da inrcia. Se o Pai Supremo o doador de todas as bnos, Jesus o nosso Divino Mestre. Necessrio, pois, guardar-lhe os ensinamentos na sadia aplicao de nossas oportunidades benditas, semeando o bem, cultivando-o e colhendo-o para os celeiros famintos da Terra. No fcil concretizar o testemunho pessoal nos servios da f que remove a ignorncia e santifica o amor nos caminhos de vida. Muitas vezes seremos surpreendidos pela tormenta e ser imprescindvel combater sem desnimo os vermes que nos ameaam a sementeira. Fantasmas cruis rondar-nos-o as portas e, em muitas ocasies, a viglia nos pedir suor e lgrimas. Entretanto, meus amados amigos, a claridade do bem traamos roteiro seguro. Movimentando os nossos recursos, com esperana fiel, venceremos juntos a grande batalha da luz contra as sombras, do bem contra o mal. Se a experincia lio, a luta aprendizado. Unamo-nos, portanto, em derredor do Mestre Querido, fixemos em nosso corao o seu programa sublime de amor, dentro de nossa prpria renovao para a Luz Divina e caminhemos resolutos e felizes, ao encontro do sublime futuro.

    Agar

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    SE VOC AJUDAR Se voc ajudar, tudo o que hoje parece runa e fracasso surgir amanh renovado em dons de renascimento e vitria. A permanncia na Terra curso de melhoria. Entretanto, como atingir o divino objeto, se voc cristaliza o potencial da simpatia e da boa vontade, na expectativa inoperante em torno do gesto de seu irmo? Como alcanar a alegria se nos confiamos tristeza, animar a outrem, se nos rendemos s sugestes do desalento e levantar a f no corao do prximo, se estimamos a posio horizontal da preguia interior na incerteza? Se voc ajudar, porm, o mau se far melhor e o bom se revelar excelente; as mos enrijecidas na avareza abrir-se-o ao seu toque de bondade e o corao endurecido descerrar-se-, de novo, luz, diante de sua manifestao de assistncia espontnea. A gentileza a filha dileta da renncia e guarda consigo o dom de tudo transformar, em favor do infinito bem. No se mantenha sob o frio do desnimo ou sob a tempestade do desespero. Venho para o clima da cooperao e da solidariedade e use a chave milagrosa do sorriso de entendimento, que auxilia para a felicidade alheia. Ampare a voc mesmo, auxiliando aos outros. Voc no deve exigir o socorro do mundo, quando a verdade que o mundo nos tem dado quanto pode e hoje espera confiante o socorro nosso. Creia, pois, no poder do servio e da bondade e convena-se de que tudo se converter hoje em alegrias e bnos para seu caminho se voc ajudar.

    Andr Luiz

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    PREGAO A pregao no resulta de simples operao verbal. Nossa vida est falando sem palavras em todas as circunstncias. Voc d testemunhos do prprio ntimo, em toda parte. Em casa no seu modo de agir. Junto da multido no seu trato com os outros. No servio comum no uso da posio em que se encontra. Nas manifestaes da f em seus propsitos. Na alegria atravs da conduta. No sentimento na capacidade de resistir. Na luta por intermdio da perseverana. Na dificuldade no poder de concentrar-se na direo do xito. No estudo no aproveitamento. No ideal na aplicao atividade. Nas profundezas do corao pelo autodomnio. Cada dia uma oportunidade desvendada vitria pessoal, em cuja preparao falamos seguidamente de ns mesmos. Lembre-se, porm, de que muita gente se vale dos recursos da ao, da habilidade, do encargo, da persistncia, da concentrao, da cultura intelectual e da relativa independncia, pregando o triunfo isolado da inteligncia para reinar sobre os interesses da carne, durante alguns dias; os aprendizes de Jesus, entretanto, usam semelhante poderes, na renovao do prprio esprito, aprendendo com a renncia, com o trabalho, com a tolerncia fraterna e com o sacrifcio deles mesmos a governar os impulsos da vida inferior, no trnsito pela Terra, adquirindo a verdadeira luz para o glria real da Vida Sem Fim.

    Andr Luiz

  • 10

    PEQUENO CURSO DE VIGILNCIA Diante do mal, santifica teus olhos. Perante o bem, liberta a palavra. Ante a ignorncia, usa o entendimento. Com os superiores, vigia teus modos. Com os subordinados, guarda os ouvidos. Na alegria, exerce a temperatura. Na dor, aprende a lio. Na abastana, no te esqueas de dar. Na escassez, no olvides o esforo prprio. Na festa, evita os lugares destacados. No crculo do sofrimento, estende mos fraternas. Em negcios do mundo, repara os teus meios. Nos interesses da alma, no desdenhes a prpria renncia. No trabalho, observa o tempo. Na prece, vigia a atitude. Na estrada, ajuda ao companheiro. Na bno, no te esqueas dos outros. Em pblico, retifica o temperamento. Em famlia, preserva a lngua. Quando sozinho, vigia o pensamento. Cada estrela possui brilho peculiar. Cada flor tem diverso perfume. Cada criatura humana, centro de soberana inteligncia, emite raios vivos dos sentimentos e propsitos que ambienta e reproduz, na intimidade de si mesma. Em razo disso, ao discpulo do Evangelho se pede vigilncia, no somente para dissolver a tentao de nossa prpria inferioridade, mas tambm para que sejamos lmpadas ativas da Luz Imortal.

    Andr Luiz

  • 11

    A ORAO A orao para a inteligncia que aceitou a luz da f viva, em todas as circunstncias, ser: UM TEMPLO - em cuja doce intimidade encontraremos paz e refgio. UMA FONTE em que possamos aliviar a alma opressa. UMA TORRE da qual divisemos horizontes novos. UMA ESTAO- que projete nossa mensagem de sofrimento ou de jbilo para o cu. UM CAMPO- em que semeemos as bnos da intercesso e do amor. UMA PASSAGEM-que nos confira acesso aos montes mais altos da vida. UM BLSAMO-que cure nossas chagas interiores. UMA LMPADA- que acendemos para a jornada. UMA SENTINELA- que nos defenda contra o mal. UMA FLOR- que espalhe o perfume de nossa esperana. UM ALTAR- em que ouamos a voz divina, atravs da conscincia. UM DIAPASO- que coloque nossos desejos no tom sublime da vontade celestial. Jesus orou sempre. Seja a prece a claridade diurna sobre o roteiro dos nossos destinos.

    ANDR LUIZ

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    REAJUSTE E SIMPLIFIQUE No pela desconfiana que atingiremos a certeza. Aprenda a entesourar a f, amealhando os gros da esperana.

    -*- No pela violncia que alcanaremos a realizao. Habitue-se a usar a serenidade, considerando que um edifcio se constitui de insignificncias mil.

    -*- No pela maldade que chegaremos bondade. Acostume-se a tolerar e a desculpar, corrigindo em voc mesmo aquilo que lhe desagrada nos outros.

    -*- No pela desaprovao que improvisaremos o estmulo. Procure as particularidades elogiveis e os ngulos nobres das situaes e das pessoas, para que o bem seja cultivado e reine soberano.

    -*- No exaltando a sombra que acenderemos a luz. Evite os comentrios obscuros, onde o mal encontra brechas para dominar os atos, as palavras e os pensamentos.

    -*- No semeando molstias que sustentaremos a sade. Alie a carga mental das idias enfermias e plante o bom nimo, o otimismo e a alegria, em cada minuto.

    -*- No contemplando feridas que ajudaremos a Humanidade. Lembre-se do lado melhor do irmo de jornada e ajude-lhe o corao a esquecer todo mal.

  • 13

    -*- No destruindo que construiremos o Reino Divino nos circulos da Terra. Restaure o que puder onde o desastre passou proclamando perturbao e falncia.

    -*- No e descendo s furnas sombrias do desnimo e da tristeza que escalaremos a montanha da luz. Use os seus patrimnios e as suas experincias no Evangelho e na Revelao dos Espritos Benevolentes e Sbios, tanto quanto mobiliza a gua e o sabo nas lutas de cada dia e ver a colheita sublime de sua nova sementeira.

    -*- O ministrio de Jesus no servio de crtica, de desengano, de negao. trabalho incessante e renovador para a vida mais alta em todos os setores do mundo.

    -*- Ningum precisa ferir, humilhar ou desesperar. Reajuste e simplifique. O Senhor far o resto.

    ANDRE LUIZ

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    EM ESPIRITISMO... Quando algum comea a crer, est modificando a prpria vida. Quando comea a pedir, est melhorando a posio ntima. Quando comea a estudar, est entesourando conhecimento. Quando comea a lutar dignamente, atravs da dor bem compreendida e da dificuldade bem interpretada, est resgatando o pretrito ou crescendo em sabedoria e amor, frente do futuro. Quando comea a reconfortar-se, est descansando. Quando comea a contemplar as imperfeies que transporta consigo, est adquirindo mais luz. Quando comea a doutrinar, est aumentando a responsabilidade. Quando comea a ajudar aos outros, desculpando e amando, est entendendo a glria do dever que lhe cabe. Quando comea a orar, confiando no Senhor e em si mesmo, est multiplicando portas de acesso ao Plano Superior. Mas quando comea a trabalhar e servir, sem idia de recompensa e sem preocupao de fadiga, colocando-se por centro da luta redentora, usando possibilidades e esperanas, suor e lgrimas de si prprio, para que o Evangelho Redivivo faa templo de luz em seu corao, agindo, sem apego e sem egosmo, sem o personalismo contundente e sem a discrdia intempestiva, em favor do aperfeioamento de todos, pela melhoria e elevao de si mesmo, ento estar alcanando o roteiro do Cristo, respirando nas sombras da carne, mas integrando-se com a Vida Sublime, contribuindo e mentalizando em plena Luz imortal.

    Andr Luiz

  • 15

    HISTRIA LIGEIRA O candidato ao ministrio cristo penetrou o templo do servio e proclamou-se transformado. Na primeira semana, afirmou-se favorecido pela divina luz e, depois de solene profisso de f, assinalou fronteiras entre ele e o pecado, entre a sua perfeio e o mundo envilecido. Na segunda semana, discursou, ardentemente, conclamando o povo salvao com o Cristo. Na terceira, traou programas e promessas, na esfera da beneficncia, mostrando-se inclinado a socorrer infelizes, curar os doentes e asilar criancinhas abandonadas. Na quarta, declarou-se vtima da incompreenso e da discrdia, entre pesadas nuvens de tristeza e insubmisso. Na quinta, apareceu cansado e desiludido, indicando os males do mundo e os defeitos dos irmos. Na sexta, rogou ao Senhor licena para descansar. Na stima, deitou-se e dormiu por duzentos anos. Nesse candidato s bnos do Evangelho, temos a histria de milhes. Muitos chamados, poucos os escolhidos. Oportunidades para todos e servio de raros. Em verdade, o Divino Amigo continua curando, levantando, consolando, reanimando e convidando almas para o banquete do Reino de Deus, mas os seguidores e discpulos comeam a tarefa no calor fervente do entusiasmo, elevado tenso mais alta. Pronunciam votos comovedores, gesticulam e ensinam, entretanto, em poucos dias, antes mesmo de marcharem dez passos, na senda da elevao, reclamam frias espirituais para o repouso de vrios sculos.

    Andr Luiz

  • 16

    COMPADECE-TE Compadece-te do legislador- ele responde por muita gente. Compadece-te do juiz- ele pode enganar-se. Compadece-te do sacerdote- ele responsvel pelas revelaes do cu. Compadece-te do mdico- ele dar testemunho de pesadas obrigaes. Compadece-te do administrador- ele sofre para decidir. Compadece-te do servo- ele padece, aprendendo a obedecer. Compadece-te do rico- ele partir da terra sem o prprio corpo. Compadece-te do pobre- ele pode perder a boa lio da vida atravs da revolta ou da indisciplina. Compadece-te do velho- ele comea a sentir os golpes da verdade. Compadece-te do jovem- ele suscetvel de mergulhar-se nos abismos da iluso. Compadece-te do ambicioso- ele alcana, muitas vezes, o fim do corpo, de mos dilaceradas e vazias. Compadece-te- do desanimado- ele congela as oportunidades de esperana e servio. Compadece-te do forte- ele, nem sempre, sabe fugir s sugestes fascinantes da vaidade. Compadece-te do fraco- ele, freqentemente, se prosterna, ante as armas do crime, convertendo-se em servidor inconsciente do mal. Compadece-te daquele que te orienta, daquele que te obedece, daquele que te procura na condio de adversrio, de amigo, de irmo... A vida humana uma escola vasta e bendita. Cada inteligncia encarnada se destaca, em suas classes inmeras, atravs de situaes diferentes. E todas as criaturas, diante da Grandeza Divina e perante a Glria Espiritual que nos cabe atingir, apresentam, em caracteres invisveis, mas infinitamente vivos, no prprio peito, o apelo individual de todos os tempos:-

    - Ajuda-me!- compreende-me!-Compadece-te de mim!

    ANDR LUIZ

  • 17

    TRIOS IMPORTANTES Trs verbos existem que, bem conjugados, sero lmpadas luminosas em nosso caminho: Aprender Servir Cooperar. Trs atitudes exigem muita ateno: Analisar Reprovar Reclamar. De trs normas de conduta jamais nos arrependeremos Auxiliar com a inteno do bem Silenciar Pronunciar frases de bondade e estmulo. Trs diretrizes manter-nos-o, invariavelmente, em rumo certo: Ajudar sem distino Esquecer todo mal Trabalhar sempre. Trs posies devemos evitar em todas as circunstncias: Maldizer Condenar Destruir. Possumos trs valores que, depois de perdidos, jamais sero recuperados- A hora que passa. A oportunidade de elevao. A palavra falada. Trs programas sublimes se desdobram nossa frente revelando-nos a glria da Vida Superior- Amor Humildade Bom nimo. Que o Senhor nos ajude, pois, em nossas necessidades, a seguir sempre trs abenoadas regras de salvao - Corrigir em ns o que nos desagrada em outras pessoas. Amparar-nos mutuamente. Amar-nos uns aos outros.

    Andr Luiz

  • 18

    ORAO DOS APRENDIZES Senhor, ilumina-nos a viso de trabalhadores imperfeitos. Justo Juiz, ampara os criminosos e transviados. Construtor Celeste, restaura as obras respeitveis, ameaadas pela destruio. Divino Mdico, salva os doentes. Amigo dos Bons, regenera os maus. Mensageiros da luz, expulsa as trevas que ainda nos rodeiam. Emissrio da Sabedoria, esclarece-nos a ignorncia. Dispensador do Bem, compadece-te de nossos males. Advogado dos Aflitos, reajusta os infelizes que provocam o sofrimento. Sumo Libertador, emancipa-nos a mente, encarcerada em nossas prprias criaes menos dignas. Benfeitor do Alto, estende compassivas mos a todos aqueles que te desconhecem os princpios de amor e trabalho, humildade e perdo, nas zonas inferiores da vida. Senhor, eis aqui os teus servos incapazes. Cumpra-se em ns a tua vontade sbia e justa, porque a nossa pequenez tudo o que possumos, para que, em Teu Nome, possamos operar a nossa prpria redeno, hoje, aqui e agora. Assim Seja.

    Aniceto

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    APELO DE IRM Minhas irms, reine conosco a luz do Divino Mestre. A prece um caminho de luz, garantindo o intercmbio do Cu com a Terra. Atravs de seus fios resplandecentes possvel alimentar a obra de amor que iniciamos no mundo, razo por que aqui me vedes, contente por fazer-me sentir no crculo de to devotadas companheiras do Espiritismo Evanglico no Brasil. Estimaria guardar os melhores valores literrios para expressar a importncia que hoje atribuo, mais que nunca, ao apostolado da mulher esprita-crist na vida moderna. Indubitavelmente, a luta humana assume ciclpicas propores. imprescindvel contempl-la, de mais alto, na posio em que presentemente me vejo, para aquilatar a magnitude dos problemas gigantescos, a reclamarem equaes com o Cristo de Deus. A ambio destrutiva, a indiferena religiosa, o egosmo desvairado e a vaidade infeliz conspiram com tamanha intensidade, na face da Terra que, infelizmente, novos conflitos de sangue se anunciam prximos, quais pesados aguaceiros de lgrimas, que s o poder da prece, com servio e amor poder remover. indispensvel que a mulher cristianizada se disponha a maiores sacrifcios a fim de que o reerguimento terrestre se no faa tardar. Os homens podero decidir a batalha, inspirados por destruidores gnios do mal que lhes insinuam o sinistro propsito de hegemonia, atravs da dominao contra os mais fracos, entretanto, no campo dos vencidos e dos vencedores, que sempre realizam permutas de lugar nos quadros transitrios da experincia, invariavelmente a mulher a sacerdotisa devotada que reedifica o jardim da vida, com herico silncio. Por que no desdobrar a nossa capacidade de construir e de amar, improvisando a medicina preventiva do bem e da luz, em todas as direes? Para isso, contudo, imperioso ceder de ns mesmas quotas mais elevadas de entendimento e perdo. Faz-se necessrio nos levantemos, no na bandeira revolucionria, que em todos os climas reclama a violncia e a discrdia, com os mesmos caractersticos de incompreenso e runa, mas sim na intimidade do santurio domstico, dentro do qual o esprito de sacrifcio com Jesus constituir-nos- a bno de cada dia. No cremos em milagres que no se faam precedidos de intensa preparao no trabalho justo. No h frutos sem sementeiras adequadas. E se hoje sabemos que a vida no se extingue no sepulcro, prosseguindo, sem surpresas, alm da morte, porque no converter as possibilidades evolutivas, que o mundo nos oferece, em recursos de sublimao? Permanecemos agora informadas de que o melhor para Deus aquele que mais infinitamente concede de si mesmo a benefcio do todo e que sem sacrifcio no existe libertao, tanto quanto no h celeiro farto sem que a semente se confie renncia na cova escura e mida. Assim, pois, minhas irms, aproveitemos o Dia da Oportunidade. Vs outras, as que vos demorais no instrumento fsico de que fomos alijadas, podereis edifica muito. H crianas desamparadas, velhinhos ao abandono, mentes ignorantes e espritos afastados da compreenso em toda parte. Os homens, de quando a quando, combatem-se mutuamente com espadas, estabelecendo rios de sangue fratricida, no solo abenoado do Planeta, mas a mulher guerreira em silncio, a vida inteira, exterminando a si mesma para que a vida prospere triunfante. Santifiquemo-nos nesse apostolado de renunciao e que o Senhor nos abenoe.

    Aura Celeste

  • 20

    O SERVIO ORIENTADOR indiscutvel a vitria do pensamento novo, sob as claridades do Espiritismo Cristo, a se derramarem abundantemente no mundo. Em todos os lugares, identificamos a fome de conforto e a sede de saber... Contudo, observamos tambm vacilao e dvida, em quase toda parte. Convices hesitantes no conseguem manter o servio iniciado sobre projetos grandiosos, porque, no raro, os princpios sublimes so confundidos com pessoas transitrias, velando-se a luz sob espessa cortina de sombras, no nimo irresoluto dos aprendizes, que retardam o avano das novas revelaes. Observamos, assim, o triunfo e o brilho na idia, a rodear-se de obscuridade e incerteza na ao. No podemos esquecer, porm, de que o nico dissolvente dos bices dessa natureza o servio, em cujos continentes renovadores encontraremos, a todo instante, o renascimento ntimo que o trabalho bem conduzido e bem interpretado estabelece dentro de ns mesmos. A inspirao divina no se abre a quem lhe no bata as portas. E esse bater simblico, to bem expresso nas lies de Jesus, representa a atividade incessante dos discpulos da Boa Nova a fim de materializarem no mundo os ensinamentos do Mestre. Sem que nos afeioemos ao servio que ajude ao semelhante, a prpria mediunidade estaria reduzida a um poo de guas estagnadas. Avanaremos pelos caminhos do amor e da cooperao, orientando-nos pela verdadeira fraternidade, ou permaneceremos indefinidamente cristalizados na contemplao nociva ou na discusso perturbadora. Estejamos convencidos de que o auxlio eficiente aos outros a nossa diretriz comum, de vez que, em todo tempo, quem ajuda ao vizinho beneficia a si mesmo com mais segurana. Se desejamos, pois um Espiritismo triunfante com o Cristo na direo e com assemblias e realizaes dignas dele, no olvidemos que o servio o nosso orientador primrio e supremo, porque somente convertendo nossa existncia em braos, olhos, ouvidos, ps, pensamentos e coraes, atravs dos quais, se manifeste a vontade atuante e redentora do Mentor Divino, em favor de todas as criaturas e de ns mesmos, que atingiremos o mundo regenerado com uma s f e um s Senhor.

    Bezerra de Menezes

  • 21

    DA ORAO DOMINICAL Nosso Pai que ests em toda parte. Santificado seja o teu nome, no louvor de todas as criaturas; Venha a ns o teu reino de amor e sabedoria; Seja feita a tua vontade, acima dos nossos desejos; Tanto na Terra, quanto nos crculos espirituais; O po nosso do corpo e da mente d-nos hoje; Perdoa as nossas dvidas, ensinando-nos a perdoar aos nossos devedores com esquecimento de todo o mal; No permitas que venhamos a cair sob os golpes da tentao de nossa prpria inferioridade; Livra-nos do mal que ainda reside em ns mesmos: Porque s em T brilha a luz eterna do reino e do poder, da glria e da paz, da justia e do amor para sempre.

    Emmanuel

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    JESUS EST CHAMANDO Desde a primeira hora do Apostolado Divino, Jesus est chamando cooperadores para os servios de extenso do Reino de Deus na Terra. A princpio, buscou Pedro e Andr, os pescadores humildes, tarefa de salvao. Convocou Mateus, o administrador de impostos, coleta de bens do Cu. Trouxe Maria de Magdala, a obsidiada de vrios demnios, necessria renovao. Convocou Joana, a esposa admirvel de ilustre funcionrio do bem pblico, ao concurso fraterno. Chamou Zaqueu, o mordomo da fortuna, do alto de um sicmoro, ao esforo de benemerncia. Exaltou em Maria da Betnia o valor da meditao. Requisitou Marta, a preocupada servidora domstica, s obras do pensamento sublime. Acordou Nicodemos, o mestre intelectual de Israel, para o ministrio da santificao.. Ergueu Lzaro, no sepulcro, para a manifestao do Divino Poder. E ainda, no ltimo dia e na derradeira hora, despertou um ladro crucificado para a divina esperana. Em todos os vinte sculos de Cristianismo que estamos vivendo, o Senhor est chamando colaboradores para a sua obra excelsa de redeno e aprimoramento. H servio para cada um e degraus iluminativos para todos. Para onde segues, irmo? Jesus, por ns, imolou-se na cruz. Que fazemos ns por ele?

    Emmanuel

  • 23

    A MQUINA DIVINA Meu amigo. O corpo fsico a mquina divina que o Senhor nos empresta para a confeco de nossa felicidade na Terra. Os vizinhos do bruto precipitam-na ao sorvedouro da animalidade. Os maus empregam-na, criando o sofrimento dos semelhantes. Os egostas valem-se dela para esgotarem a taa de prazeres fictcios. Os orgulhosos isolam-na sem proveito. Os vaidosos cobrem-na de adornos efmeros para reclamarem o incenso da multido. Os intemperantes destroem-na. Os levianos mobilizam-na para menosprezar o tempo. Os tolos usam-na, inconsideravelmente, incentivando as sombras do mundo. Os perversos movimentam-lhe as peas, na consecuo de desordens e crimes. Os viciados de todos os matizes aproveitam-lhe o temporrio concurso na manuteno da desventura de si mesmos. Os indisciplinados acionam-lhe os valores, estimulado o rudo intil em atividades improdutivas. O esprito prudente, todavia, recebe essa mquina valiosa e sublime para tecer, atravs do prprio esforo, com os fios da caridade e da f, da verdade e da esperana, do amor e da sabedoria, a tnica de sua felicidade para sempre na vida eterna.

    EMMANUEL

  • 24

    TRABALHA E SERVE

    Filho vai trabalhar hoje na minha vinha. Jesus, (Mateus, 21:28).

    No te esqueas do ensinamento do Mestre: - Filho vai trabalhar hoje na minha vinha. Se a dor te visita o corao, improvisando tempestades de lgrimas em teu campo interior, no te confies ao incndio do desespero, nem ao gelo da lamentao. Recorda o tesouro do tempo, retira-te da amargura que te ocupa, indebitamente, e trabalha servindo. O trabalho um refgio contra as aflies que dominam a alma. O servio aos semelhantes gera valoroso otimismo. Se a incompreenso te imps frrea grade ao esprito, atravs da qual ningum, por agora, te identifica o ideal ou aos propsitos elevados no te demores acariciando o fel da revolta. Lembra o favor sublime do tempo, trabalha e serve. O trabalho acrescenta as energias. O servio a todos revele divina sementeira. Se a calnia chegou ao teu crculo, estendendo sombras tenebrosas, no te afundes no lago fervente do prato, nem te embrenhes na selva do sofrimento intil. Reflete na bno das horas, trabalha e serve. O trabalho reconforta. O servio aos outros anula os detritos do mal. Se erraste, instalando escuro remorso no centro do prprio ser, no te cristalizes na inrcia e nem te enlouqueas, soluando e gemendo em vo. Medita na glria dos minutos, trabalha e serve. O trabalho reajusta as foras do esprito. O servio ao prximo reconquista o respeito e a serenidade perante a vida. Se a enfermidade e a morte varrem-te a casa, no te relegues ao acabrunhamento, qual se foras um punhado de lixo. Pense na ddiva dos dias, trabalha e serve. O trabalho uma esponja bendita sobre as mgoas do mundo. O servio no bem de todos um milagre renovador. Na luta e na tranqilidade, no sofrimento e na alegria, na tristeza ou na esperana, segue agindo e auxiliando. Trabalhar produzir transformao, oportunidade e movimento. Servir criar simpatia, fraternidade e luz.

    Emmanuel

  • 25

    O DESTINO Destino e livre-arbtrio sempre coexistem nas atividades humanas. O Criador Infalvel estabelece a Vida Universal. O homem falvel traa os roteiros da vida que lhe prpria. O Pai organiza as leis eternas. O filho vale-se das experincias. No h fatalidade para o mal e sim destinao para o bem. por isso que a todas as criaturas foi concedida a bno da razo, como luz consciencial no caminho. Se o Senhor Supremo estatui diretrizes e recomenda aos homens a execuo dos princpios formulados, o homem compelido a cooperar em sua obra divina. De desobedincia da alma aos supremos desgnios procedem s desarmonias no servio universal. E quanto maior a expresso de entendimento no esprito rebelde, mais agravo da responsabilidade caracteriza a interveno indbita do colaborador humano que abusa da magnanimidade das Leis Divinas. Quanto maior a capacidade do discernimento, mais vasto o dbito. Que a alma encarnada, pois, compreenda o transcendentalismo das divinas concesses e desempenhe os deveres que lhe competem no caminho dirio. Ningum fugir ao doloroso trabalho individual de recomposio dos elos quebrados na corrente da universal harmonia. Cada devedor ser defrontado pela prpria dvida, agora ou mais tarde, atentos realidade de quem nem todas as sementes produzem frutos dentro de alguns dias ou de algumas semanas. Se os minsculos gros de vida dos legumes oferecem resultados em alguns dias, plantas existem que s fornecem a multiplicao de valores no curso de longos anos. Assim, nossos atos e compromissos. Nem todos proporcionam efeito sem tempo breve. Da a necessidade dos indivduos e dos agrupamentos quanto real observao da vigilncia no crculo de s mesmos. O Pai concede a bno da oportunidade. Mas ao filho encontra-se afeta a cooperao. H, portanto, leis que regem a vida e, conseqentemente, destinao de homens e coletividades a essa ou quela tarefa, a esse ou quele trabalho nas edificaes da experincia humana; entretanto, nesse campo, permanece o homem colaborador de Deus com a sua capacidade de execuo e tambm de influenciao ou interferncia. Que todos ns, portanto, usando os sagrados dons da liberdade interior, colaboremos com o Pai no maior engrandecimento de sua obra, a fim de que, no esplendoroso amanh do futuro, venhamos a integrar as fileiras dos servidores fiis, a caminho da justa e real glorificao na Eternidade.

    Emmanuel

  • 26

    INSISTAMOS NO BEM Algum recusou a verdade e a bno de que te fizeste mensageiro? Insiste ainda. No abandones o ensejo de estender o bem. No profiras palavra de maldio, no acuses, no critiques. Cada criatura vive no centro de problemas nem sempre acessveis ao nosso primeiro olhar. Persevera nas demonstraes de bondade e compreenso. possvel que a tua frase contundente fira o prximo. Ministremos a cada doente o remdio que lhe corresponde. O sorriso de fraternidade, a ajuda silenciosa, a humildade sem alarde, a flor da gentileza e o gesto amigo cabem, prodigiosamente, em qualquer parte. Acima do convencer, permanece o auxiliar. Ao grelo tenro no se pedem os frutos da rvore venervel e do vinagre compacto no se deve esperar a corrente de mel. Aproveitemos o tempo, espalhando o amor com que o Cristo nos dotou os coraes. possvel que o veio de ouro esteja profundo na montanha da ignorncia e da maldade... Insistamos, porm, e lavremos a terra, penetrando-lhe os recessos, sem rudo e sem ofensa. Dificuldades incontveis ocultam, ainda hoje, a viso da riqueza escondida? No importa. Amanh, o sol reaparecer, outra vez, no horizonte, a chuva da divina misericrdia ter lavado os detritos do solo e atingiremos a glria da realizao. Atende ao bem, agora, em paz, hoje e amanh, aqui e onde estiveres, porque Jesus igualmente persiste nele e prometeu que o Reino da Luz ser conferido a quantos saibam perseverar at o fim.

    Emmanuel

  • 27

    JESUS NO LAR O culto do Evangelho no Lar aperfeioa o homem. O homem aperfeioado ilumina a famlia. A famlia iluminada melhora a comunidade. A comunidade melhorada eleva a nao. O homem evangelizado adquire compreenso e amor. A famlia iluminada conquista entendimento e harmonia. A comunidade melhorada produz trabalho e fraternidade. A nao elevada orienta-se no direito, na justia e no bem. Espiritismo sem Evangelho fenmeno ou raciocnio. O fenmeno deslumbra. O raciocnio indaga. Descobrir novos campos de luta e pensar em torno deles no expressa tudo. Imprescindvel conhecer o prprio destino. No basta, pois, a certeza de que a vida continua infinita, alm da morte. necessrio clarear o caminho. Do Evangelho no lar, depende o aprimoramento do homem. Do homem edificado em Jesus Cristo depende a melhoria e a redeno do mundo.

    Emmanuel

  • 28

    BILHETE AMIGO Meu Irmo. Ningum espera te transformes num milionrio ou num santo para que o bem te ilumine o corao e dirija os passos. Sublime a caridade que se transforma em reconforto. Divina a caridade que se converte em amor irradiante. De sementes minsculas, procedem s rvores gigantescas que sustentam a vida. Evita falar de ti mesmo. Cumpre o dever que te cabe, sem intromisso nas tarefas alheias. No provoques o elogio no desempenho de tuas obrigaes. No te prendas a ninharias, quando o benefcio geral te reclame a colaborao. Perdoa sem alarde as ofensas. No te encarceres na indisciplina. Aprende a ouvir com serenidade as palavras ingratas ou contundentes, para que a irritao no perturbe os outros, atravs de tuas energias descontroladas. Esquece todo mal. Procura, cada dia, uma nova oportunidade de ser til. Abstem-te das conversaes maliciosas ou indignas. No partilhes o triste banquete da leviandade ou da calnia. Compadece-te dos ausentes e ajuda-os com o verbo cristo. Escuta com calma quem te procura, trazendo inquietao ou veneno. Nunca olvides que, se, muitas vezes, nos arrependemos de haver falado, ningum padece remorso por haver preferido o silncio. Ora por quem te persegue ou no compreende. Emite bons pensamentos para todos os que te cercam.

  • 29

    No te furtes aos servios humildes, quais sejam os do copo dgua, da palavra estimulante, do sorriso amigo, da limpeza gratuita, da gentileza annima, da bondade prestimosa e desconhecida. Da caridade divina, que exterioriza a claridade santificante do exemplo, pode participar todo irmo de ideal evanglico, ainda mesmo aquele que se declara absolutamente sem tempo e sem dinheiro para o exerccio do bem. Usa, cada hora, o gesto espontneo da fraternidade imperceptvel e os teus singelos depsitos, aparentemente insignificantes, capitalizao, em teu benefcio, um tesouro de glrias no Cu.

    Emmanuel

  • 30

    QUE PEDES?

    Louco, esta noite te pediro a tua alma. JESUS, Lucas 12:20

    Que pedes vida? Os ambiciosos reclamam reservas de milhes. Os egostas exigem todas as satisfaes para si somente. Os vaidosos reclamam louvores. Os invejosos exigem as compensaes que lhes no cabem. Os despeitados solicitam consideraes indbitas. Os ociosos pedem prosperidade sem esforo. Os tolos reclamam divertimentos sem preocupao de servio. Os revoltados clamam por direitos sem deveres. Os extravagantes exigem sadem sem cuidados. Os impacientes solicitam realizaes sem bases. Os insaciveis pedem todos os bens, olvidando as necessidades dos outros. Essencialmente considerando, porm, tudo isso verdadeira loucura, tudo fantasia do corao que se atirou exclusivamente posse efmera das cousas mutveis.! Vigia, pois, cuidadosamente, o plano dos teus desejos. Que pedes vida? No esqueas de que, talvez esta noite, pedir o Senhor a tua alma.

    Emmanuel

  • 31

    ESTS AFLITO?

    Est algum entre vs aflito? Ore. TIAGO, 5:13.

    A maioria da pessoas inquietas pede alvio, apressadamente, como se a consolao real fosse obra de improviso, a impor-se de fora para dentro. Se tens f, meu amigo, aprende a orar nas situaes difceis. Toda aflio tem uma causa, No preciso, porm, que o mdico ou o sacerdote venha indic-la ao teus olhos. Geralmente, nossas angstias se radicam em nossa prpria leviandade no trato com a vida, quando no procede de reprovveis deslizes nas existncias anteriores. Se o erro de hoje, reparemo-lo, enquanto respiramos no caminho daqueles que ofendemos; se as sombras chegam de ontem, demonstremos coragem e valor moral, desfazendo-as, atravs do trabalho perseverante no bem. Se a inquietao te bate porta, busca a prece e medita. Amigos espirituais, benfeitores da tua paz ntima, acudiro em teu socorro, inspirando-te o roteiro a seguir, com palavras consoladoras e reconstrutivas, em forma de pensamentos santificantes. Humilhaste algum? Solicita desculpas e corrige o erro impensado. Credores atormentam-te? Habitua-te a comer e vestir, de acordo com as tuas possibilidades e paga os teus dbitos com pacincia. O desnimo absorve-te o corao? Lembra-te de que o tdio um insulto fraternidade humana, porque a dor e a necessidade, a tristeza e a doena, a pobreza e a morte no se acham longe de t. H muito trabalho por fazer, alm dos teus muros felizes. Ajusta-te ao ideal de servir por amor, sem esprito de recompensa e as tuas horas estaro repletas de abenoado servio aos semelhantes. De qualquer modo, nas aflies, no atires a tua cruz sobre os companheiros de tarefa. Ora, com serenidade, examina-te claridade da verdadeira justia e busca solucionar os problemas que te inquietam, usando os recursos divinos que o Senhor confiou a t mesmo.

    EMMANUEL

  • 32

    ESTS DOENTE?

    E a orao da f salvar o doente e o Senhor o levantar. TIAGO, 5:15.

    Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, so raras aquelas que cogitam de cura real. Se te encontras enfermo, no acredites que ao medicamentosa, atravs da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente. O comprimido ajuda, injeo melhora, entretanto, nunca te esqueas de que os verdadeiros males procedem do corao. A mente fonte criadora. A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos, aquilo que desejas. De que vale a medicao exterior, se prossegues, triste, acabrunhado ou insubmisso? De outras vezes, pedes o socorro de mdicos humanos ou de benfeitores espirituais, mas, em surgindo as melhoras primeiras, abandonas o remdio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram enfermidade. Como regenerar a sade se perdes longas horas na posio da clera ou do desnimo? A indignao rara, quando justa e construtiva no interesse geral, sempre um bem, sem sabemos orient-la em servios de elevao, contudo, a indignao diria, a propsito de tudo, de todos e de ns mesmos, um hbito pernicioso, de conseqncias imprevisveis. O desalento, por sua vez, clima anestesiante; que entorpece e destri. E que falar da maledicncia ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversao infrutfera, extinguindo as prprias foras? Que gnio milagroso te doar o equilbrio orgnico, se no sabes calar, nem desculpar, se no ajudas nem compreendes, se no te humilhas para os desgnios superiores, nem procuras harmonia com os homens? Por mais que se apressem socorristas da Terra e do Plano Espiritual, em teu favor, devoras as prprias energias, vtima imprevidente do Suicdio indireto. Se ests doente, meu amigo, acima de qualquer medicao, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o corao para a Grande Mudana. Desapega-te de bens transitrios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do Uso, e lembra-te de que sers, agora ou depois, reconduzido Vida Maior, onde encontramos sempre a prpria conscincia. Foge brutalidade. Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal pela prtica do amor fraterno. Busca a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e pela meditao. No manches teu caminho. Serve sempre. Trabalha na extenso do bem. Guarda lealdade ao ideal superior que te ilumina o corao e permanece convicto de que se cultivas a orao da f viva, em todos os teus passos, aqui ou alm o Senhor te iluminar.

    Emmanuel

  • 33

    ACORDA E SEGUE Desde o primeiro instante da Boa Nova, Jesus vem estimulando a mente das criaturas, anestesiadas nos convencionalismos da Terra, para a luminosa aquisio da glria divina. Na Manjedoura, desperta o esprito popular induzindo-o simplicidade edificante. No Templo, desentorpece o nimo dos doutores. Nas bodas de Can, transforma a gua em vinho, inspirando indagaes novas queles que o observam. No Monte, multiplica pes e peixes, para que a multido medite nos celeiros da eternidade. No Poo de Jacob, pede gua mulher samaritana, instilando-lhe a sede das guas vivas. Nas estradas comuns, reergue paralticos e loucos, cegos e leprosos, imprimindo-lhes novo rumo jornada terrestre. Na desolada casa de Betnia, ressuscita um amigo morto, para que a idia de imortalidade vibre no santurio familiar. No Horto, acorda os discpulos adormecidos. Na cruz, entrega o corao ao Pai Supremo, em dolorosa viglia, a fim de que os seguidores do Evangelho aprendam a morrer no trabalho e no testemunho. Na Ressurreio, exorta Maria de Magdala a reavivar o bom nimo, nos companheiros abatidos. No caminho de Emas, refaz a coragem e a confiana de dois apstolos conturbados. E ainda, nas repetidas reunies em Jerusalm, ressurge materializado entre os aprendizes, revelando-lhes, nas chagas que Tom examina, a continuidade do seu ministrio de trabalho e renncia at perfeio final do mundo. Meu amigo, se procuras o Cristo, acorda e segue para diante, trabalhando e amando, construindo para o bem e perdoando sempre. Em verdade, todos os seres da Terra, desde o verme ao sbio, vivem e sentem, alimentam-se e se reproduzem, mas no te esqueas de que somente Jesus o Doador da Vida Abundante.

    Emmanuel

  • 34

    BILHETE FRATERNO

    Qualquer que vos der a beber um copo dgua em meu nome, em verdade vos digo que no perder o seu galardo.

    JESUS, MATEUS, 9:41

    Meu amigo, ningum te pede a santidade dum dia para outro. Ningum reclama de tua alma espetculos de grandeza. Todos sabemos que a jornada humana inada de sombras e aflies criadas por ns mesmos. Lembra-te, porm, de que o Cu nos pede solidariedade, compreenso, amor... Planta uma rvore benfeitora, beira do caminho. Escreve algumas frases amigas que consolem o irmo infortunado. Traa pequenina explicao para a ignorncia. Oferece a roupa que se fez intil agora ao teu corpo ao companheiro necessitado, que segue retaguarda. Divide, sem alarde, as sobras de teu po com o faminto. Sorri para os infelizes. D uma prece ao agonizante. Acende a luz de um bom pensamento para aquele que te precedeu na longa viagem da morte. Estende o brao criancinha enferma. Leva um remdio ou uma flor ao doente. Improvisa um pouco de entusiasmo para os que trabalham contigo. Emite uma palavra amorosa e consoladora onde a candeia do bem estiver apagada. Conduze uma xcara de leite ao recm-nascido que o mundo acolheu sem um bero enfeitado. Concede alguns minutos de palestra reconfortante ao colega abatido. O rio um conjunto de gotas preciosas.

  • 35

    A fraternidade um sol composto de raios divinos, emitidos por nossa capacidade de amar e servir. Quantos raios libertaste hoje do astro vivo que teu prprio ser imortal? Recorda o Divino mestre que teceu lies inesquecveis, em torno do vintm de uma viva pobre, de uma semente de mostarda, de uma dracma perdida... Faze o bem que puderes. Ningum espera que apagues sozinho o incndio da maldade. D o teu copo de gua fria.

    Emmanuel

  • 36

    ORAO FRATERNAL Irmo nosso, que ests na Terra. Glorificada seja a tua boa vontade, em favor do Infinito Bem. Trabalha incessantemente pelo Reino Divino com a tua cooperao espontnea. Seja atendida a tua aspirao elevada, com esquecimento de todos os caprichos inferiores. Tanto no Lar da Carne, quanto no Templo do Universo. O po nosso de cada dia, que vem do Celeste Celeiro, usa com respeito e divide santamente. Desculpa nossas faltas para contigo, assim como o eterno Pai tem perdoado nossas dvidas em comum. No permitas que a tua existncia se perca pela tentao dos maus pensamentos. Livra-te dos males que procedem do prprio corao. Porque te pertence, agora, a gloriosa oportunidade de elevao para o reino do poder, da justia, da paz, da glria e do amor para sempre.

    Emmanuel

  • 37

    EVANGELHO E PAZ

    Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; No v-la dou como o mundo a d.

    JESUS, JOO, 14:27. O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo a estagnao. ........................................................ O Problema da paz questo de fraternidade, em todas as latitudes. E o Evangelho do Cristo constitui o manancial divino, em cujas correntes de gua viva pode o corao renovar-se para a vitria do legtimo entendimento. Guerras, discrdias, crises, representam a resultante da grande desarmonia que a ausncia do amor estabeleceu no caminho da inteligncia. A concrdia real jamais ser incubada por decretos polticos ou por princpios apressados de filosofia salvacionista, nas relaes dos homens entre s, e para a harmonia individual no valem to-somente a argumentao da psiquiatria e as descobertas preciosas da cincia mdica. A incompreenso das criaturas torna sombrios todos os caminhos da Terra e o valor da carne sofre a influenciao da angstia que ele mesmo projeta. Outro recurso no nos resta, alm daquele que conduz com a justa retificao. O Grande Mdico e Sublime Renovador do mundo ainda o Cristo que revelou o ministrio do sacrifcio pessoal por lio inesquecvel de ressurreio e triunfo. Ajuda ao que te persegue e calunia. Ora pelos que te odeiam. Serve sem aguardar retribuio. Renuncia a ti mesmo, toma a cruz da abnegao em favor dos que te cercam e segue, de nimo robusto, para diante. Aquele que te pede a capa, d igualmente a tnica. Ao que te exigir a jornada de mil passos, caminha com ele dois mil. Semelhantes ensinamentos pairam sobre a fronte da Humanidade, concitando-a vida nova. A organizao mental um instrumento que, ajustado ao Evangelho, deixa escapar s vibraes harmnicas do amor, sem cujo domnio a vida em s prosseguir desequilibrada, fora dos objetivos superiores, a que indiscutivelmente se destina. H produo de pensamentos no mundo, como existe a produo de flores e batatas. Criamos, em torno de ns, a atmosfera de ordem ou perturbao, quanto incentivamos a seara de trigo ou suportamos, por relaxamento, a colheita compulsria de ervas daninhas.

  • 38

    Induzindo-nos ao trabalho construtivo com bases no devotamento pessoal pelo bem de todos, a mensagem de Jesus compele-nos a irradiar f e pacincia, serenidade e bom nimo, com atividade plena e infatigvel a benefcio da alegria comum. Habituamo-nos, assim, a compreender as necessidades do vizinho, guardando um corao educado para auxiliar sempre, cedendo de nosso egosmo ao alheio contentamento. Sob tais moldes, a experincia do lar mais sadia e mais nobre, o clima de confiana possibilita slidos alicerces felicidade e caminhamos para a frente de esprito arejado, pronto a socorrer todas as dores e a contribuir na equao dos problemas de quantos procuram a bno do progresso junto de ns. A comunho com Jesus sublima as secrees ocultas da alma, proporcionando-nos acesso fcil ao manancial de foras renovadoras do ser ou de hormnios espirituais da vida eterna. Afeioando-nos ao Mestre Sublime, seremos verdadeiros irmos uns dos outros. Em nosso corao e em nossa mente reside a sementeira da luz. Auxiliando-a com a boa vontade, sob a inspirao ativa e constante da Boa Nova, no esforo mtuo de compreenso das nossas necessidades e problemas que exigem o concurso incessante do amor, alcanaremos, mais cedo, a vitria da sade e da alegria, do aperfeioamento e da redeno.

    Emmanuel

  • 39

    EM TEU MUNDO Permanece em teu mundo, quanto a flor no galho que a viu nascer. Espalha o perfume de tua alma, a fim de que o teu espao individual se eleve e engrandea. O apoio fraternal opera milagres de fortaleza no esprito abatido. O mau inclina-se ao bem se tuas mos lhe descerram os tesouros do auxlio. O avarento abre as portas da alma quando te v renunciar. O ignorante recebe jatos de luz com a tua palavra bondosa e simples, O homem endurecido cede sempre aos imperativos do perdo se te observa amparando e sofrendo sem reclamar. O descrente perde o frio do corao ao calor de tua f. O desalentado renova as prprias foras, ao contgio de teu bom nimo. O triste volta alegria com o teu sorriso de paz e entendimento. O desamparado encontra refgio em teu carinho de irmo. Cada inteligncia um centro gerador de vida. No te canses de criar a felicidade e o amor, trabalhando e cooperando, amando e servindo. D sempre de t mesmo, a benefcio de todos e o Senhor de Tudo te premiar com infinitos recursos. Quando cessa o entendimento de ajudar, h obstculos no fazer. Quando falta o amor, desce a noite sobre o dia da alma. Quando escasseia a esperana, cai gelo sobre o destino. Faze de teu mundo um celeiro de bno e de tua existncia um cntico de graas. O tempo o nosso aliado divino. Enche as tuas horas de f e bondade, servio e beleza e o Cu vir habitar contigo em qualquer inferno que a ignorncia provisria do homem haja construdo impensadamente na Terra.

    Emmanuel

  • 40

    PROGRAMA CRISTO Aceitar a direo de Jesus. Consagrar-se ao Evangelho Redentor. Dominar a si mesmo. Desenvolver os sentimentos superiores. Acentuar as qualidades nobres. Sublimar aspiraes e desejos. Combater as paixes desordenadas no campo ntimo. Acrisolar a virtude. Intensificar a cultura, melhorando conhecimentos e aprimorando aptides. Iluminar o raciocnio. Fortalecer a f. Dilatar a esperana. Cultivar o bem. Semear a verdade. Renovar o prprio caminho, pavimentando-o com o trabalho digno. Renunciar ao menor esforo. Apagar os pretextos que costumam adiar os servios nobres. Estender o esprito de servio, secretariando as prprias realizaes. Realizar a bondade, antes de ensin-la aos outros. Concretizar os ideais elevados que norteiam a crena. Esquecer o perigo no socorro aos semelhantes. Colocar-se em esfera superior ao plano escuro da maledicncia. Ganhar tempo aproveitando as horas na atividade sadia. Enfrentar corajosamente os problemas difceis da experincia humana.

  • 41

    Amparar os ignorantes e os maus. Auxiliar os doentes e os fracos. Acender a lmpada da boa vontade onde haja sombras de incompreenso. Encontrar nos obstculos os necessrios recursos para a superao de si mesmo. Perseverar com o bem at o fim da luta.. Situar a reforma de si mesmo em Jesus Cristo, acima de todas as exigncias da vida terrestre.

    Emmanuel

  • 42

    A MISSO DO ESPERANTO No cmputo das transformaes por que passa o mundo, no so poucos os ncleos de organizao espiritual que se instalam na Terra com vistas ao porvir da Humanidade. Se por toda a parte observamos o esboroamento das obras humanas, a fim de que se renove o caminho da civilizao, contemplamos tambm as atividades do exrcito de operrios das edificaes do futuro, como se fossem construtores de um mundo novo, dispersas nas estradas terrestres, mas procurando ajustar as suas diretrizes. So esses, sim, os artfices do progresso divino. Empunham o alvio formidvel de f, confiando, acima de tudo, nAquele que a luz dos nossos destinos. No acervo desse aparelhamento de energias renovadoras, objetivando o vindouro milnio, quero referir-me ao Esperanto, abraando fraternalmente o nosso irmo que se constituiu pregoeiro sincero da sua causa, obedecendo ao determinismo divino das tarefas recebidas nas luzes do plano espiritual. ...............................................................................................................................(*) A lngua auxiliar um dos mais fortes brados pela fraternidade, que ainda se ouve nesse planeta empobrecido de valores espirituais, neste instante de isolacionismo, de autarquia, de egosmo coletivo e de nacionalismo adulterado. O exemplo da Europa moderna nos faculta uma idia dessa penosa situao. Todos os povos tm seus advogados entusiastas que, com oraes ardorosas, justificam estas ou aquelas medidas de seus governos. As naes so grandes tribunas, onde cada um fala de si mesmo, humilhando as conquistas do irmo. Cada um aplaude todo crime poltico, desde que seja praticado dentro de suas fronteiras. Entretanto, a grande Europa, essa entidade maternal e sublime, que cooperou para o aperfeioamento da humanidade, que instruiu e educou, elevando o esprito do mundo, essa no tem advogados, no dispe de uma voz que externe os gemidos de seu corao dilacerado, porque as fronteiras lhe dividiram todos os filhos, estabelecendo separaes de areia e ao, transformando-a num deserto triste de coraes, onde no existe a fonte do amor, para reconfortar as almas. Sim, nesta hora, o Esperanto uma fora que atua para a unio e a harmonia, com o facilitar que se estabelea a permuta dos valores universais do pensamento, em forma universalista... Sim, o Esperanto lio de fraternidade. Aprendamo-la, para sondar na Terra o pensamento daqueles que sofrem e trabalham noutros campos... Todo esse esforo de fraternidade legtima e, rogando a Jesus que abenoe os trabalhos e as esperanas do nosso e irmo presente, que lhe santifique os esforos e os de seus companheiros na tarefa que lhes foi deferida pelas foras espirituais, deixo-vos a todos os meus votos de paz, aguardando para todos ns, discpulos humildes do Cristo, a bno reconfortante do seu amor.

    EMMANUEL

    (*) A fim de no aumentarmos muito as dimenses deste volume, somos forados em alguns lugares a dar somente os pontos essenciais da mensagem. A EDITORA

  • 43

    APLICAO DO ESPIRITISMO Queridos irmos, lembremo-nos sempre de que o Espiritismo VISTO, pode ser somente fenmeno; OUVIDO, pode ser apenas consolao; VITORIOSO, pode ser somente festividade; ESTUDADO, pode ser apenas escola; DISCUTIDO, pode ser somente sectarismo; INTERPRETADO, pode ser apenas teoria; PROPAGADO, pode ser somente movimentao; SISTEMATIZADO, pode ser apenas filosofia; OBSERVADO, pode ser somente cincia; MEDITADO, pode ser apenas doutrina; SENTIDO, pode ser somente crena. No nos esqueamos porm de que: ESPIRITISMO APLICADO, Vida Eterna com Eterna Libertao. A codificao trouxe ao mundo uma chave gloriosa, cuja utilidade se adapta a numerosas portas. Escolhamos com o Apstolo, que hoje recordamos, o caminho da aplicao: TRABALHO, SOLIDARIEDADE, TOLERNCIA. De corao elevado a Jesus, no temos por agora divisa mais nobre a recordar. Vivei-a na f consoladora. Espiritismo Sol. Brilhai na sua luz.

    Emmanuel

  • 44

    ESPIRITISMO PRATICADO Irmos, recordando Allan Kardec, na prtica espiritista, lembremo-nos de que, no Espiritismo praticado, necessrio: Colocar os interesses divinos acima dos caprichos humanos. Negar-se a si mesmo, tomar a cruz da elevao e seguir com o Senhor. Reformar-se em Cristo, antes de reclamar a reforma dos outros. Exemplificar o bem, antes de ensin-lo. Servir sem propsitos de recompensa. Consolar, antes de procurar consolaes. Amar sem exigncias. Usar os bens do Pai, sem os desvarios da posse. Compreender, antes de reclamar compreenso alheia. Agradecer, antes de pedir. Confiar sem angstias. Cumprir todos os deveres da cooperao, sem as trevas da incompreenso e da queixa. Jesus caminho, verdade e vida. Kardec Trabalho, Solidariedade e Tolerncia. O Caminho da realizao no dispensa o trabalho. O templo da Verdade no exclui a solidariedade legtima. A Vida eterna pede a luz da tolerncia construtiva. O Espiritismo em seu trplice aspecto, cientfico, filosfico, religioso, movimento libertador das conscincias, mas s o Espiritismo praticado liberta a conscincia de cada um. Lembrando o grande Missionrio, no vos esqueais de que o Espiritismo prtico pode ser o Espiritismo do eu e que s o Espiritismo praticado o Espiritismo de Deus.

    Emmanuel

  • 45

    QUE PRODUZES? Meu amigo. A vida nunca deixar sem contas o tempo que nos empresta. A fonte oculta no campo desamparado uma bno para o cho ressequido. A rvore doadora constante de utilidades e benefcios. A cova minscula bero da sementeira. A erva tnue faz a proviso do celeiro. A abelha pequenina fabrica mel que alivia o doente. O barro humilde, ao calor da cermica, se transforma em sustentculo da habitao. Nos estbulos e nos redis, h milhes de vidas inferiores, extinguindo-se em ddivas permanentes ao conforto da Humanidade, produzindo leite e l para que povos inteiros se alimentem, se agasalhem e desenvolvam. E ns, que desfrutamos a riqueza do tempo, que fazemos da sublime oportunidade de criar o bem? Ainda que fujamos para os derradeiros ngulos do Planeta, um dia chegar em que a Verdade Divina se dirigir a ns outros, indagando: Que produzes? Que fazes da sade do corpo, da inteligncia, dos recursos variados que a vida te deu? Lembremo-nos de que na prpria crucificao, o Mestre Divino produziu a Ressurreio por mensagem de imortalidade ao mundo de todos os sculos. No te esqueas, meu amigo, de que a felicidade uma equao de rendimento do esforo da criatura, na improvisao do bem e na extenso dele e no olvides que, provavelmente, no vem longe o minuto em que prestars contas de teu aproveitamento nas bnos de trabalho e paz, alegria e luz, que vens atravessando na condio de usufruturio da Terra.

    Emmanuel

  • 46

    PRECE DO SERVIDOR Senhor, Ensina-nos a trilhar luminosa estrada do auxilio! D-nos fora Para destruir a pesada fortaleza de nossos prprios erros, Coragem para abrir o caminho da libertao de ns mesmos E recurso para desobstruir o corao, em favor de nossos semelhantes, entregando-lhes, enfim os tesouros de amor que nos confiaste!... Que, por onde passemos, A dor se faa menos angustiosa, A ignorncia menos agressiva, O dio menos cruel, A treva menos densa, O desnimo menos sombrio, A incompreenso menos destruidora... Se no possumos, ainda, Bens positivos Com que possamos enriquecer a jornada terrestre, Ajuda-nos a diminuir os males que nos rodeiam... Que em teu nome, Distribuamos fraternidade e renovao, Usando com alegria, os dons sublimes e invisveis Do silncio, da compreenso e da renncia!... Senhor, Que nos ensinaste, sem palavras. As supremas lies Da simplicidade da manjedoura E do sacrifcio na cruz, Indicando-nos, assim, o roteiro da construo especial e da ressurreio divina, Orienta-nos o passo incerto E ampara-nos os propsitos santificantes Para que a Tua Vontade, misericordiosa e justa, se faa Em ns, por ns e para ns, Hoje e sempre, onde estivermos. Assim seja.

    EMMANUEL

  • 47

    TUDO ATRAO Tudo magnetismo no campo universal. A gota dgua obedece aos imperativos da afinidade qumica, os sis se harmonizam, atravs da atrao, dentro da leis csmicas. Imantamo-nos uns aos outros, pelos laos do amor ou do dio, e, pelo perdo ou pela vingana, algemamo-nos mutuamente. Em razo disso, imaginar centralizar energias na direo dos objetivos que nos propomos alcanar. Quem ama e ajuda acende claridade sublime. Quem odeia e perturba arremessa treva espessa para fora de s. Nessa cadeia de manifestaes da nossa vontade, todos ns magnetizamos, pessoas, situaes e elementos, nas vibraes de nosso propsito atuante, para traz-los ao nosso crculo pessoal. Ser o amanh, segundo idealizamos hoje, tanto quanto hoje o reflexo de ontem. A mente estende fios vivos, em todos os lugares, por onde transitam os interesses que lhe dizem respeito e, atravs desses fios potentes e milagrosos, apesar de invisveis, atingimos a concretizao dos mais recnditos intentos. Mentalizando, o homem sobe ao cu ou desce ao inferno, porque ns mesmos, segundo as diretrizes ocultas que preferimos, nos elevamos s culminncias da luz ou nos arremessamos aos despenhadeiros da sombra. Guarde, pois, cauteloso, a fonte dos seus pensamentos que a cada mundo, se fazem agentes ativos de suas deliberaes no bem ou no mal, onde o seu esprito estiver trabalhando. Toda criatura emite e recebe eflvios e ondas de criao, renovao e destruio, no campo das idias, porquanto a idia a fora plstica, exteriorizante e inextinguvel da alma eterna, no infinito do espao e do tempo. De acordo com os projetos que voc apresentar vida, a vida, que a gloriosa manifestao de Deus, responder a voc com as realizaes desejadas. Subir e descer, esperar ou desesperar, lucrar ou perder, melhorar ou piorar, crescer ou reduzir, avanar ou estacionar resultam de nossa atitude interior. Vigie o pensamento e a vontade, para que se desenvolvam e marchem, dentro dos moldes do ilimitado Bem e jamais se arrepender, porque o prprio Cristo ensinou, de viva voz, que o homem possui o seu tesouro onde guarda o corao.

    Ismael Souto

  • 48

    VAMOS, AMIGO O mundo uma escola vasta, cujos portais atravessamos para a colheita de lies necessrias ao nosso aprimoramento. Dentro desse educandrio milagroso, encontramos todos os recursos imprescindveis nossa habilitao para a divina luz, articulados pelos mestres da sabedoria e do amor e pelos lidadores e estudantes que nos antecederam. A ordem, o ensinamento, a oportunidade, valores inapreciveis que desfrutamos na condio de encarnados, constituem vantagens que herdamos de nossos predecessores. Se voc deseja uma Terra aperfeioada ou uma escola mais eficiente, que faz por auxili-la? Recorde aqueles que morreram nos crceres, nos obstculos e nas experincias para que voc disponha de liberdade, esclarecimento e sade e no perca o seu glorioso ensejo de cooperar. A sua hora de contribuir, no engrandecimento humano, no est marcada em relgios celestiais. Soa aqui mesmo, onde nossos coraes esto aprendendo a soletrar os regulamentos da Boa Lei. No espere uma aurola de santidade para ser til ainda hoje. Voc ainda no um conviva no banquete dos heris. irmo dos homens, que esperam a sua colaborao mesa da fraternidade. Somos imperfeitos, sim, mas no inteis. O diamante na pedra bruta incompleto, mas resplandece depois, quando se confia lio do lapidador. Vamos, amigo! O tempo a sua riqueza, a oportunidade de servir a nossa glria sublime. Voc, em verdade, ainda no pode criar um paraso na Terra, mas pode dar alguma cousa de voc mesmo, em favor da conformidade, a fim de que o homem de amanh, em lhe tomando o lugar, possa engrandecer o seu nome, encontrando, com o seu auxlio, um mundo renovado e melhor.

    Jos de Castro

  • 49

    PROGRAMA SIMPLES Meu irmo, que ensinas a f Onde a negao obscurece, Faze, pelo menos, o benefcio da dvida construtiva. Onde a dvida edificante prevalea, Traa o roteiro da crena. Onde haja crena. Instala a consolao do Espiritismo. Onde o Espiritismo j revela a verdade, Acende a Luz do Evangelho atravs de t mesmo. Porque, em todo o apostolado cristo, A capital da Boa-nova o corao do Discpulo.

    Emmanuel

  • 50

    CARIDADE Nos caminhos claros da inteligncia, muitas vezes, as rosas da alegria incompleta produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria. Onde a mo doce da caridade no passou, no campo da vida, as pedras e a erva daninha alimentam o deserto; e, enquanto no atinge o crebro, elevando-se de sentimento ao raciocnio, a cincia simples clculo que a maldade inclina destruio. Indubitavelmente, a f improvisa revolucionrios, a instruo erige doutores, a tcnica forma especialistas e a prpria educao, venervel em seus fundamentos, burila gentis homens para as manifestaes do respeito recproco e da solidariedade comum. S a caridade, porm, edifica os apstolos do bem que regeneram o mundo e lhe santificam os destinos. A investigao e a cultura erguero universidades e academias, onde o pensamento se entronize vitorioso, entretanto, somente a caridade possui as chaves do corao humano para tornar melhor a vida. Cristos abnegados da era nova, uni-vos sob o estandarte da divina virtude! No convertais o tesouro do Cu em motivo para indagaes ociosas quando, ao redor de vossos passos, se agita a multido atormentada. Multiplicai o po da crena e o do reconforto, frente da turba aflita e esfaimada, porque o Senhor vos renovar os dons de ajudar, toda vez que o cntaro de vosso esforo trouxer aos mananciais de cima o sublime sinal da caridade benfeitora. Estudai e meditai, monumentalizando as obras de benemerncia pblica e ensinando a verdade imperecvel com que a Nova Revelao vos enriquece, mas no vos esqueais de instalar no peito um corao fraterno e compadecido. Instituies materiais primorosas, sem o seio ntimo da caridade, so frutos admirveis sem sementes. Sem a compreenso, filha de piedade generosa e construtiva, nossa organizao doutrinal seria um palcio em trevas. Iluminemos ao paraso, cooperando para que o bem alcance toda a Terra. Fora de Deus no h vida e fora da caridade, que o Divino Amor, no h redeno.

    Thereza

  • 51

    EXCERTOS DE CARTAS

    Da volumosa correspondncia do Alm, recebida por um propagandista da Doutrina que ficou

    retardado em relao aos seus companheiros de trabalho que j foram repatriados e lhe escrevem preciosas observaes, vamos transcrever aqui alguns trechos de interesse para o estudioso.

    A Editora.

    I

    ... Com o auxlio divino, venho dilatando meus conhecimentos e aprimorando sentimentos, preparando-me para o futuro de nossa unio. Minha maior alegria, Ismael, quando voltei, verificou-se com a reintegrao da minha sade. Oh! quando pude mover-me, quando me desprendi da cruz que me retirava por longos anos, ento senti, de muito perto, a bendita influncia dAquele que deu vista aos cegos e curou os paralticos.(*) Profundo jbilo assenhoreou-se-me do corao e o beijo da liberdade, que a morte me trouxera, recordava a grandeza da bondade divina. E quis voar para junto de todos os que amo e quis aproximar-me principalmente do teu corao, para comunicar-te as alegrias da minha ressurreio; todavia, reconheci a pesada fronteira que nos separava ento, e fui obrigado a caminhar em outro rumo... Quantas interrogaes te sugerem estas minhas palavras! Eu sei que entre ns os laos de amizade sempre foram sagrados como os que existem entre um filho e um pai. E, por isto, Ismael, desejaria atender-te a todas as observaes. Mas as limitaes continuam aqui, entre nos, bem fixas no papel frgil e no lpis incapaz que no suporta as definies atuais de nossas realidades mais belas. Minha me esperava-me. E que poderia eu desejar seno seu regao amoroso e acolhedor? Ah! em vo me esforaria por dizer-te tudo!... Que amigos estenderam-me, mais tarde, a sua colaborao e, retemperando energias, no ambiente novo, guardei um pensamento exclusivo o de fortalecer-me para fortalecer-te! Tuas cartas alimentavam-me o corao, teu afeto orvalhava-me o ntimo, fazendo desabrochar as flores da esperana no terreno rido das minhas iluses fenecidas. Novos horizontes se abriram para mim, entretanto, o nosso antigo afeto persistia dentro do meu ser. A beleza da esfera diferente, os cus maravilhosos, a campina multicor sob a atmosfera radiante, onde me haviam preparado o repouso, no me faziam esquecer-te. Contudo, meu filho, no obstante as maravilhas exteriores, mais que nunca encontrei a mim mesmo. A morte do corpo libertara-me a alma oprimida na provao expiatria, mas no realizava o milagre que eu esperava. Meu nvel mental no demonstrava alteraes, meus sentimentos eram os mesmos. Terminara a curva no caminho redentor, de que tivera necessidade para apagar certas ndoas de meu pretrito obscuro, mas ao retornar a estrada real da evoluo, verifiquei que precisava desdobrar-me em servios novos para melhorar a posio que me era prpria... No constituindo a morte o banho miraculoso de sabedoria e iluminao, era abrigado a descobrir aos meus prprios recursos a fim de aprimorar os escassos valores que havia adquirido. Ento, compreendi a sublimidade do Espiritismo que nos traa um roteiro de atividades progressista no caminho das lutas humanas e percebi o valor do indivduo na obra de Deus. Somos, ns mesmos, os arquitetos dos nossos destinos, os construtores de nossa felicidade ou de nosso infortnio, os senhores

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    do mundo do nosso ser, e sem que nos transformemos para a esfera superior, sem o esforo da converso para o Cristo que tem sido para ns um mito distante e no um Mestre prximo no poderemos alcanar o cimo de nossos idealismos edificantes..............................

    ABEL II

    ... um consolo suave rememorar o pretrito, de esprito voltado para o futuro, atravs do trabalho e da realizao em cada dia. No precisamos, meu caro, estacionar em lamentaes pelos companheiros que se distanciam do servio, nem comentar, sentidamente, as incompreenses daqueles que ainda hoje fogem amedrontados da esfera de luta. Apraz-nos to-somente a permuta do mesmo abrao cheio de fervorosa confiana nos tempos de porvir. E com alegria que te aconchego ao corao nestes momentos rpidos de reencontro para dizer-te do meu jbilo de companheiro... ... O Esperanto e o Espiritismo foram as duas aspiraes maiores da minha vida ltima e vejo com alegria que so as duas causas supremas dos teus sonhos de realizador. Continuemos, Ismael, na edificao da fraternidade espiritual. Se a vida no cessa, o trabalho tambm permanente. Ainda no encontrei motivos para buscar o descanso beatifico dos que olvidam as realizaes para a eternidade. Colmias imensas de trabalhadores movimentam-se aqui, estruturando celeiros de luz e sabedoria, amor e paz, com vistas Humanidade encarnada e desencarnada. A escada evolutiva suporta bilhes de seres em diferentes degraus. Escolas diversas multiplicam-se ao infinito. Crculos de trabalhos sucedem-se uns aos outros interminavelmente. Como possvel, meu amigo, fugir ao grandioso espetculo do servio? Por que processo tentar o acesso ao paraso dos que repousam em suposta paz sem fim, se apelos luta edificante surgem de todos os lados? Nosso maior desejo, na esfera atual de servio, o fazer sentir, aos companheiros encarnados, o carter sublime do esforo gradativo e incessante. O plano divino foge s interpretaes apressadas dos homens, ainda mesmo quando esses homens sejam apstolos da filosofia puramente humana. A morte do corpo faz-se acompanhar de revelaes mais altas e mais vastas. A existncia secular reduz-se gota minscula de tempo e s a realizao espiritual, eterna e a sublime, pode atingir a verdadeira sabedoria, conferindo ao homem sua herana de Divindade. Ns, os companheiros esperantistas e espiritistas, prosseguimos na mesma luta abenoada, incentivando a fraternidade humana e a redeno espiritual. Podes crer, meu amigo, que nenhum esforo nobre perdido, nenhum trabalho para o bem escapa justia das compensaes naturais. Quanto estiver em tuas mos e possibilidades, distribui o entusiasmo, a esperana e a alegria no grande campo do Esperanto e do Espiritismo no Brasil.

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    Aqui se forma diferente mentalidade para a Terra do milnio futuro. Novas expresses de espiritualidade renovadora surgiro do recanto planetrio que nos to querido, sazonando o fruto da compreenso humana. O mundo tem sede de unio e universalismo.

    JOO ERNESTO

    III ... Rejubilando-nos com a realizao do novo Congresso Nacional de Esperanto, no posso fugir obrigao que me cabe no setor do reconhecimento dedicao que consagraste aos servios bsicos da iniciativa. Indiscutivelmente o esforo da equipe palpvel e no podemos menosprezar a tarefa em conjunto dos companheiros que se devotam s edificaes esperantistas no Brasil... ... Felizmente, a nossa sementeira do Esperanto no Brasil segue em plena ascenso, testemunhando a grandeza espiritual de nossa destinao na comunidade dos outros povos... ... O movimento despertou a mais larga simpatia em nossos crculos espirituais... ... O Congresso tem sido objeto da maior ateno em nosso plano. Nas linhas de nossa colaborao, permanece orientado pelo nosso abnegado Couto Fernandes, que se desvela por articular todas as peas do empreendimento, considerando-lhe a projeo no porvir. A cerimnia inaugural contou com a presena de vrios orientadores europeus, inclusive Schulhof que representou o nosso mentor maior, em nos referindo ao nosso apostolado esperantista, particularmente considerado. Em nossa companhia, aqui, permanecem companheiros diversos, dentre os quais Guillon Ribeiro, Jos Tosta, Joo Ernesto e outros, alguns deles ligados nossa lide aps a desencarnao. Seria fastidioso enumerar nomes e aqui devo finalizar, em virtude dos imperativos que prevalecem nesta casa de caridade e orao. Cumprimentamos, comovidos, todos os irmos de luta, convertidos em paladinos brasileiros da nossa causa, inspirados pela Sublime Trilogia de Evangelho, Espiritismo e Esperanto e, na expectativa do renovado fervor de nossos coraes na marcha do entendimento e da fraternidade entre as criaturas, sou o velho amigo e servidor de todos.

    ABEL(**) * O autor dessa missiva , Abel Gomes, era paraltico e quase cego. ** A mensagem foi recebida na sesso pblica do Centro Esprita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, na noite de 23.09.1949, quando se realizava em Belo Horizonte o 12 Congresso Brasileiro de Esperanto. Tomavam parte na sesso sete congressistas, um dos quais austraco, mas radicado em So Paulo e perfeitamente identificado com os movimentos esprita e esperantista do Brasil.

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    OBJETIVO DO ESPERANTO E streitar os povos. S emear a compreenso. P reparar a concrdia. E spalhar a solidariedade humana. R eunir as criaturas. A clarar o caminho das naes. N utrir os ideais de fraternidade universal. T raar rumos novos evoluo da Terra. O rganizar a paz do terceiro milnio.

    Abel Gomes

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    JESUS Eis que passa no tempo a imensa caravana A multido revel que humilhada se agita Reis, tiranos e heris, rondando a turba aflita E fugindo verdade augusta e soberana. Sobre carros triunfais, a Terra se engalana... E a mendaz iluso freme, goza e palpita Para rojar-se, aps a misria infinita, Na cinza a que se acolhe a majestade humana. Mas Tu, Mestre da Paz, que a bondade ilumina, Guardas, imorredoura, a grandeza divina, Sem que o lodo abismal Te ofenda ou desconforte. Tudo passa, descendo sombra do caminho, Mas no slio da cruz inda imperas sozinho, Na vitria do amor que fulge alm da morte.

    Amaral Ornellas

  • 56

    A CARNE E O HOMEM Clamou a Carne ao Homem: - Foge lida! Embriaga-te e sonha! Tudo nada... A Terra a nossa vinha iluminada E eu sou a tua noiva apetecida... E o pobre cavaleiro, em desabrida, Sobre o corcel da mente incontentada, Gozou, riu-se e fugiu luz da estrada, Procurando o prazer, de alma insofrida. Mas veio um dia o Tempo e disse: - Pra! E alterando-lhe a face nobre e rara, Deu-lhe a velhice, amargurosa e dura. E, ofegando na Carne, quase morta, O Homem triste caiu vencido, porta Do jazigo abismal da sepultura.

    Anthero de Quental

  • 57

    FRGIL REI Disse a Vaidade ao Homem: - No te dobres! Reges a Terra e a vastido divina... E o Orgulho ajuntou: - Vence e domina, Humilhando os mais fracos e mais pobres. Disse o Egosmo: - A paz em te encobres Provm da bolsa que no desatina. Cerra teu cofre e esquece a v doutrina Que elege os bons e os tolos por mais nobres. O Homem riu-se e reinou... Mas, veio um dia Em que a dor invisvel, muda e fria, Mirou-lhe as torres do castelo forte... E o frgil rei, fugindo ao falso gozo, Desceu triste, cansado e desditoso Para o vale de lgrimas da Morte.

    Anthero de Quental

  • 58

    ANTE O INFINUTO Alm do turbilho em que a carne se adensa, Dilatando o pavor na alma triste e intranqila, Desdobra-se outra luz e novo cu se anila, Descortinando aos bons excelsa recompensa. Eis que divinos sis, prelibados na crena, Refulgem, aurorais, em portentosa fila! Alm, constelaes onde a glria cintila, Abrindo ao nosso olhar a vida eterna e imensa... Ante os mundos e heris que deslumbrado vejo, Nosso terrestre lar simples vilarejo, Escuro serro hostil, entre aflies imerso. E os homens - ai de ns somos, de plo a plo, Vermes de inrcia e dor, algemados ao solo, Insultando a beleza e a pompa o Universo!...

    Antnio Americano do Brasil

  • 59

    LUTA E CONFIA No te entregues ao mal. Luta e confia, De mos sangrentas pela estrada afora, Glorificando o bem, sofrendo embora A tormenta de pranto e de agonia. Enfrenta a tempestade e a noite fria, E ante a esfinge insolvel que devora, Medita e silencia, sonha e chora, Mas espera o claro do novo dia. No procures a morte escura e extrema, A fuga no resolve o teu problema E a dor prossegue, amargurosa e crua... Recorda, sem cessar, seguindo avante Que, em tudo, h uma justia vigilante E que a Vida Infinita continua...

    Arnold Souza

  • 60

    REALIDADE Infeliz de quem segue mundo afora De corao cerrado luz da vida. Infortunado o esprito que chora Sem um raio de f nalma oprimida!... Desventurado aquele que demora Na noite de aflio indefinida. Consumindo a esperana de hora em hora Na descrena sem luz e sem guarida!... Foi assim que busquei a morte escura, Penetrando o porta da sepultura, Louco de dor, em passos cambaleantes... Mas, ao em vez de olvido, paz e nada Encontrei a mim mesmo noutra estrada, Triste s entre escombros fumegantes...

    Arnold Souza

  • 61

    DIANTE DO MADEIRO Ante a cruz infamante me prosterno E contemplo-te, oh! Cristo, os membros lassos, O duro lenho que te prende os braos Abre-te em sangue o corao fraterno. Fitas o olhar de luz, dorido e terno, Na cerlea beleza dos Espaos, Enquanto os homens, lbricos e crassos, Trazem ao monte cavernoso inferno. Rei prostrado ante horrenda lana em riste, Pende-te a fronte dolorosa e triste, Sob a traio cruel dos teus mordomos... E choro e grito amargamente, a esmo, Carregando, enojado de mim mesmo, A vergonha dos Judas que ainda somos.

    Augusto dos Anjos

  • 62

    POEMA DA FRATERNIDADE A vida sempre a iluminada escola. Compadece-te e ajuda no caminho. Por toda parte, h dor que desconsola E toda gente aguarda a leve esmola Do sorriso, da prece, do carinho... Nem sempre vs quem chora e necessita. H muita treva, muita sede e fome Escondidas em laos de ouro e fita, E, em tudo, h muita mscara bonita Ocultando a misria que consome. Quanta cabea se ergue luz dourada Na multido festiva que fulgura! E, a ss, pende tristonha e desvairada, Aturdida no horror da prpria estrada, Chorando de aflio e de amargura!... Quanto sonho padece ao desabrigo! Quanta mgoa contida, vida afora!... Auxilia o prncipe ao mendigo, No atrases o abrao doce e amigo, Que o companheiro espera, desde agora. Que a boa luta te no desagrade, S mais amplo no esforo da harmonia... Semeia a glria da Fraternidade! Sem a luz da Unio e da Amizade, No h bnos da Paz e da Alegria.

    Carmem Cinira

  • 63

    PERDOA SEMPRE Perdoa, meu irmo, A noite triste e densa, Porque a noite nos traz da escurido A alvorada por doce recompensa. Desculpa, meu amigo, Os acleos das dores, Quase sempre o espinho traz consigo A oferenda das flores. Suporta, conformado, Os golpes da amargura, Pois muitas vezes, o fel inesperado Traz a bno da cura. Tolera a tempestade que alardeia Violncia e furor... Finda a tormenta, a Terra brilha cheia De promessas de amor. Em todo o tempo, a vida sempre assim Se o perdo te conduz Recolhers os jbilos do fim, Na vitria da luz.

    Carmem Cinira

  • 64

    NO FIM Ao fim do corpo, a luz de nossos olhos Transfere-se aos mais ntimos refolhos Do templo misterioso da conscincia... Nos cumes luminosos da existncia, Brilha a VERDADE em flgido estandarte, Revelando o SENHOR em toda a parte... ento que observamos o passado Levantar-se completo, restaurado, Assinalando em traos manifestos, Nossas palavras, nossos atos, nossos gestos. Ergue-se na luz plena Em voz serena e alta, Para falar do bem que nos exalta, Para dizer do mal que nos condena...

    Carmen Cinira

  • 65

    POEMA DE CORAGEM No procures, amigo, Muito conforto no caminho humano E persiste em lutar... Sem a nossa vitria no perigo, Sem a rude lio do desengano, difcil marchar. H muita gente pelo mundo afora Formosos coraes, Na f indiferente Que louva a Paz, cantando de hora em hora, Parecendo gozar consolaes, Mas dorme simplesmente. Enquanto houver na Terra alma ferida, Em sombra espessa que nos desagrade, Ao fel da mgoa ultriz, No h cu verdadeiro para a vida, Ningum conhecer tranqilidade, Nem pode ser feliz. Se te sentes na areia do deserto, No te abrigues no osis mentiroso Onde a iluso tem fim... Segue enxugando o pranto que vai perto E ainda que os ps te sangrem sem repouso. Prossegue mesmo assim. O heri vive de anseios incessantes Agindo atormentado; Sob o peso da cruz, Ala, em servio a bem dos semelhantes, O prprio corao ensangentado E parte para a Luz!

    Carmem Cinira

  • 66

    BOM NIMO No te entregues lgrima somente Quando a Dor te procure o corao. Em todo clima, vive muita gente, Perdendo o dom da vida inutilmente Na noite espessa da lamentao.

    No te prendas ao sangue da pedrada, Nem te aguilhoes a escombros... Continua, com Cristo, a caminhada, Sustentando a esperana iluminada Na cruz de espinhos que te verga os ombros.

    Todo aquele que chora em demasia, Na sementeira de misria e luto, Colhe a amargura desvairada e fria E anda cego o infeliz, luz do dia, Menosprezando a beno do minuto.

    Renuncia e perdoa, ajuda e canta, Esquecendo o desnimo infecundo, Segue a bondade milagrosa e santa, Cada aurora que fulge e se levanta Novo Dia, a resplandecer no mundo.

    Tem bom nimo e avana, sobranceiro, Para o amanh que a f te descortina... Lembra o Sublime e Excelso Mensageiro Que fez dos braos tristes do madeiro Asas de luz para a ascenso divina.

    Carmem Cinira

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    FRMULA DE PAZ Amigo, desperta e vive, Na Terra, a vida batalha, Em que o maior vencedor, aquele que mais trabalha. H dvidas amargosas Cortando-te o corao? Procura diminuir As dores de teu irmo. Repara, angustiado, Teus sonhos ao desabrigo? H milhes na retarguada. Rogando-te o brao amigo. A calnia visitou-te As fibras de lutador? Intensifica, sem mgoas, A sementeira do amor. H campo para a trist