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Boletim do Centro de Documentação e Informação Carta Náutica Setembro 2015 «Operadores Logísticos 2015» - Filipe Barros, Alexandra Gomes, Rita Simões de Sousa Das últimas aquisições… Neste número: Das últimas aquisições - Operadores Logísticos 2015 Das nossas estantes - Roteiro das barras de Lisboa e do rio Tejo até Valada Revista do mês - Jornal da Economia do Mar Boletim Bibliográfico - Agosto de 2015 Há uns anos - Doca de Santo Amaro Poesia pelo porto - Eugénio de Andrade Ligações Interessantes - APTMCD - Agência Portuguesa do Transporte Marítimo de Curta Distância Foto Final Contactos Das nossas estantes… Revista do mês Questões , sugestões ou comentários? Envie para [email protected], ou ligue 21 361 10 45. Visite-nos na Rua da Junqueira, 94 - 1349-026 Lisboa Caso receba esta Carta Náutica desformatada, selecione, no Microsoft Outlook, Actions” e, depois, “View in Browser”. Se alguma ligação não funcionar certifique-se que, se for ligação à intranet da APL, está ligado a esta — se não tiver acesso solicite o documento ao CDI. Caso não pretenda receber esta Carta Náutica agradecemos que nos informe. Ligação Interessante Boletim Bibliográfico Foto Final Nota: O Boletim Bibliográfico encontra-se na intranet da APL (para o ler necessita de aceder previamente à intranet). Nota: Estes artigos encontram-se na intranet da APL (para o ler necessita de aceder previamente à intranet). “APTMCD altera estatutos” - Jornal da Economia do Mar Mais artigos selecionados: It’s all about knowing what your client wants - Ship Management International - julho/ agosto 2015 Des règles pratiques pour la réalisation d’une inspection “soufre” à bord d’un navire - Journal de la Marine Marchande - agosto 2015 POLARIS - um simulador de navegação e manobra de alta definição - Revista da Marinha - julho/agosto 2015 O Boletim Bibliográfico é editado periodicamente pelo Centro de Documentação e Informação. A sua finalidade é dar a conhecer ao leitor todas as publicações que deram entrada no CDI, revistas ou livros; nele figuram, igualmente, as informações destacadas durante o mês, sob a forma de legislação ou de artigos. As publicações não periódicas, ou livros, são apresentadas através da catalogação enquanto as publicações periódicas podem ser visualizadas através dos índices dos respetivos artigos de modo a que facilmente o leitor possa escolher o tema que o interesse. As publicações periódicas são regularmente enviadas a todos os leitores que as tenham solicitado mas qualquer leitor pode requisitar ao CDI a disponibilização de livro ou artigo avulso que pretenda. Operadores logísticos 2015 coord. ed. Filipe Barros; coord. est. Alexandra Gomes; text. Rita Simões de Sousa, Logística Moderna, [Alcochete], 2015, 123 págs. Se gostou deste vai gostar: Alteração do modelo público de governação da CP-Carga : gestão pública vs gestão privada, António Nabo Martins, Riscos, 2015, 127 págs. Connecting to compete 2014 : trade logistics in the global economy [Documento eletrónico], The World Bank, 2014, 59 págs. Há uns anos... Poesia pelo porto Mar, Mar e Mar - Eugénio de Andrade Cem Poemas Portugueses sobre Portugal e o Mar, José Fanha e José Jorge Letria, Ed. Terra Mar, 2003, 280 págs. Tu perguntas, e eu não sei, eu também não sei o que é o mar. É talvez uma lágrima caída dos meus olhos ao reler uma carta, quando é de noite. Os teus dentes, talvez os teus dentes, miúdos, brancos dentes, sejam o mar, um mar pequeno e frágil, afável, diáfano, no entanto sem música. (…) Um pedaço de lua insiste, insiste e sobe lenta arrastando a noite. Os cabelos da minha mãe desprendem-se, espalham-se na água, alisados por uma brisa que nasce exatamente no meu coração. O mar volta a ser pequeno e meu, anémona perfeita, abrindo nos meus dedos. Doca de Santo Amaro Este mês, destacamos o estudo “Operadores Logísticos 2015”, desenvolvido pela Logística Moderna, que pretende apresentar ao mercado uma análise e caracterização do panorama nacional das empresas classificadas como operadores logísticos, a operar em Portugal, tendo em consideração os principais desafios e aspetos afetos à sua atividade. Este é o terceiro estudo publicado pela Logística Moderna, no âmbito de um projeto iniciado em 2013, relativo ao desenvolvimento de estudos de mercado sobre a atividade logística em Portugal. Este estudo, em particular, incide sobre a atividade das empresas consideradas operadores logísticos, ou seja, empresas que têm a responsabilidade de planear, organizar e monitorizar os processos de uma ou várias fases da cadeia de distribuição, abrangendo as áreas de aprovisionamento, transporte, armazenagem, manuseamento e acondicionamento de bens e distribuição. O estudo, apresentado em junho passado, baseia-se em dados recolhidos, entre setembro de 2014 e janeiro de 2015, junto de 33 empresas do mercado nacional e destaca aspetos relativos à faturação das empresas, estrutura de custos, recursos humanos, formação, certificação, frota, imobiliário, gestão de transportes, equipamentos de movimentação de cargas, sistemas de informação, gestão de armazém e de transportes, assim como os principais investimentos, perspetivas futuras e internacionalização. «Roteiro das barras de Lisboa e do rio Tejo até Valada» - Joaquim António Martins Este “Roteiro das Barras de Lisboa e do Rio Tejo até Valada” apresenta, ao longo de cerca de 380 páginas, todas as informações necessárias para a navegação no Tejo, desde as aproximações à Barra do Tejo até Valada do Ribatejo, nomeadamente a descrição da orografia, dos pontos notáveis dos limites das batimétricas e enfiamentos dos baixos do Tejo e dos fundeadouros; as diretrizes sobre as entradas de dia e de noite, particularizando os casos das entradas e saídas em ocasião de mau tempo ou de nevoeiro; a informação sobre as correntes de maré; as instruções para a navegação e permanência no Porto de Lisboa; a descrição dos cais e pontes-cais e das manobras mais adequadas em cada caso. Com este livro, pode ficar a saber, entre outras coisas, todos os pormenores sobre as manobras de atracar e de desatracar em vários pontos do rio, com diferentes condições de maré, de tempo e com vários tipos de navios; os vários sentidos para onde correm as águas em várias alturas da maré; a melhor cala para navegar até Vila Franca de Xira e os problemas ecológicos de certos locais do rio. O livro é ainda enriquecido com um conjunto de mapas e várias fotografias, algumas da coleção privada do autor, um antigo piloto da Barra de Lisboa. Apesar de já não ser um livro recente, é, talvez, o livro mais completo sobre as condições de navegação, morfologia, infraestruturas portuárias, etc., do Rio Tejo, obrigatório não só para todos os que exerçam atividades profissionais em ligação com o Tejo, mas também para desportistas náuticos e para todos os interessados em usufruir deste rio. Roteiro das barras de Lisboa e do rio Tejo até Valada Joaquim António Martins, Joaquim António Martins, Linda-a-Velha, 1995, 379 págs. Se gostou deste vai gostar: Lisboa e portos da zona centro : roteiro para a navegação de recreio : costa de Portugal, Instituto Hidrográfico, 1998, 111 págs. Aprofundamento e manutenção da barra grande do Tejo : condições de prática das barras do Tejo pela navegação, Mário Teles e Spínola Pitta, APL, 2000, 15 págs. Este artigo, publicado no Jornal da Economia do Mar de agosto passado, e baseado numa entrevista efetuada à Dr.ª Isabel Ramos, da Divisão de Logística e diretora executiva da APTMCD (Agência Portuguesa de Transporte Marítimo de Curta Distância), incide sobre a atividade desta agência, destacando a recente alteração aos seus estatutos, que contempla o alargamento do seu objeto à cabotagem nacional e ao transporte fluvial de carga e potencia a complementaridade desta forma de transporte marítimo com outros modos de transporte de mercadorias. Efetivamente, ao ampliar o seu âmbito, a APTMCD abre portas a representantes de outros tipos de transporte marítimo, para além dos do âmbito da longa distância, e a representantes dos sectores ferroviário e rodoviário, procurando, assim, reforçar o transporte marítimo de curta distância no contexto nacional e europeu, e promover a intermodalidade no short sea shipping. Para a APTMCD, o êxito da intermodalidade passa pela cooperação e pelo desenvolvimento de parcerias nacionais e europeias com operadores logísticos, transitários, operadores ferroviários e rodoviários de mercadorias. Ainda relativamente à recente atividade desta associação, a APTMCD decidiu criar a marca Short Sea Portugal, que deverá ser registada até ao final do ano. Com a criação desta marca, com denominação em inglês, esta agência aposta na sua europeização e internacionalização, num momento em que está em curso a revisão da Estratégia Marítima Europeia, lançada pela Comissão Europeia em 2009 para um horizonte até 2018, e em que se prepara a criação de uma agência europeia de short sea shipping, com a participação de clusters de short sea shipping de vários países, entre os quais a APTMCD, com o objetivo de potenciar o transporte marítimo de curta distância na Europa, através, principalmente, da remoção de barreiras administrativas, como sejam a duplicação de controlos nas fronteiras e a ausência da harmonização de documentos. A APTMCD (Agência Portuguesa de Transporte Marítimo de Curta Distância), ou Short Sea Portugal, foi criada no quadro do Livro Branco para a política de Transportes da União Europeia, lançado em 2000 pela DGTREN. A APTMCD tem como principal missão a de promover o Transporte Marítimo de Curta Distância (TMCD) como alternativa viável para o transporte de mercadorias na Europa, com vista à redução dos congestionamentos e dos acidentes nas estradas europeias, à redução do consumo energético do transporte de mercadorias na Europa, à redução da emissão de gases nefastos ao ambiente, à melhoria da mobilidade sustentada e à diversificação dos modos de transporte de mercadorias. Assim, com o mote “Transporte Marítimo de Curta Distância—o melhor caminho para a Europa” a APTMCD traçou como principais objetivos a difusão do TMCD como um modo de transporte economicamente viável, seguro e amigo do ambiente; a promoção de alternativas de TMCD com especial enfoque nas que favorecem soluções intermodais de transporte porta-a-porta; o estudo e análise de medidas que atenuem e ultrapassem as burocracias e obstáculos limitativos do sucesso do TMCD, entre outros. As atividades da APTMCD destinam-se, de uma forma geral, a todos os agentes económicos e decisores ligados à cadeia de abastecimentos e à logística. Este mês recuamos uns anos no tempo e relembramos este artigo publicado no número 293 do “Porto de Lisboa—Boletim Magazine” (boletim informativo publicado pela APL) sobre a reconversão da Doca de Santo Amaro em porto de recreio, onde se fala do papel desta doca na atividade do porto de Lisboa ao longo dos tempos. Já na década de 90, a APL procedeu ao arranjo desta doca e da sua envolvente, reconvertendo-a em doca de recreio, com o objetivo de proporcionar uma oferta de serviços de qualidade à náutica de recreio e de atrair, não só praticantes de desportos náuticos, mas também visitantes que pretendessem usufruir de uns momentos aprazíveis junto ao Tejo, contribuindo, assim, para uma abertura efetiva da cidade ao rio. Doca de Santo Amaro - fragatas com toros de pinho s/d Acervo do CDI O início da construção desta doca data de 1897, fazendo parte das grandes obras de melhoramento do porto de Lisboa, executadas pelo empreiteiro Hersent. Inicialmente, destinava-se ao abrigo de pequenas embarcações costeiras e fluviais, sendo também conhecida, nesta altura, por “Doca do Pinho”, pois a descarga de madeira era feita aqui. Nos anos 20 do século passado, esta doca servia também de apoio à segunda gare de pequena velocidade dos “Caminhos de Ferro do Sul e Sueste”, destinada a servir o lado ocidental da cidade. Ao longo dos anos foi cumprindo o seu papel de doca de abrigo de pequenas embarcações, recebendo barcos de pesca, dragas, barcos de recreio e outros, tendo ainda funcionado nela um terminal de areias. Doca de Santo Amaro (1997)

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Page 1: Carta Náutica - portodelisboa.pt · barras de Lisboa e do rio Tejo até Valada Revista do mês - Jornal da Economia do Mar ... Andrade Operadores logísticos 2015 Ligações Interessantes

Boletim do Centro de Documentação e Informação

Carta Náutica Setembro 2015

«Operadores Logísticos 2015» - Filipe Barros, Alexandra Gomes, Rita Simões de Sousa

Das últimas aquisições…

Neste número:

Das últimas

aquisições

- Operadores

Logísticos 2015

Das nossas

estantes

- Roteiro das

barras de Lisboa

e do rio Tejo até

Valada

Revista do mês

- Jornal da

Economia do Mar

Boletim

Bibliográfico

- Agosto de 2015

Há uns anos

- Doca de Santo

Amaro

Poesia pelo

porto

- Eugénio de

Andrade

Ligações

Interessantes

- APTMCD -

Agência

Portuguesa do

Transporte

Marítimo de Curta

Distância

Foto Final

Contactos

Das nossas estantes…

Revista do mês

Questões , sugestões ou comentários? Envie para [email protected], ou ligue 21 361 10 45.

Visite-nos na Rua da Junqueira, 94 - 1349-026 Lisboa

Caso receba esta Carta Náutica desformatada, selecione, no Microsoft Outlook,

“Actions” e, depois, “View in Browser”. Se alguma ligação não funcionar certifique-se que, se for

ligação à intranet da APL, está ligado a esta — se não tiver acesso solicite o documento ao CDI.

Caso não pretenda receber esta Carta Náutica agradecemos que nos informe.

Ligação Interessante

Boletim Bibliográfico

Foto Final

Nota: O Boletim Bibliográfico encontra-se na intranet da APL (para o ler necessita de

aceder previamente à intranet).

Nota: Estes artigos encontram-se na intranet da APL (para o ler necessita de aceder

previamente à intranet).

“APTMCD altera estatutos” - Jornal da Economia do Mar

Mais artigos selecionados:

It’s all about knowing what your client wants - Ship Management International - julho/

agosto 2015

Des règles pratiques pour la réalisation d’une inspection “soufre” à bord d’un navire -

Journal de la Marine Marchande - agosto 2015

POLARIS - um simulador de navegação e manobra de alta definição - Revista da

Marinha - julho/agosto 2015

O Boletim Bibliográfico é editado periodicamente pelo Centro de

Documentação e Informação.

A sua finalidade é dar a conhecer ao leitor todas as publicações

que deram entrada no CDI, revistas ou livros; nele figuram,

igualmente, as informações destacadas durante o mês, sob a

forma de legislação ou de artigos.

As publicações não periódicas, ou livros, são apresentadas através

da catalogação enquanto as publicações periódicas podem ser

visualizadas através dos índices dos respetivos artigos de modo a

que facilmente o leitor possa escolher o tema que o interesse.

As publicações periódicas são regularmente enviadas a todos os

leitores que as tenham solicitado mas qualquer leitor pode

requisitar ao CDI a disponibilização de livro ou artigo avulso que

pretenda.

Operadores logísticos 2015

coord. ed. Filipe Barros; coord. est. Alexandra Gomes; text. Rita Simões de Sousa,

Logística Moderna, [Alcochete], 2015, 123 págs.

Se gostou deste vai gostar:

Alteração do modelo público de governação da CP-Carga : gestão pública vs gestão

privada, António Nabo Martins, Riscos, 2015, 127 págs.

Connecting to compete 2014 : trade logistics in the global economy [Documento

eletrónico], The World Bank, 2014, 59 págs.

Há uns anos...

Poesia pelo porto

Mar, Mar e Mar - Eugénio de Andrade

Cem Poemas Portugueses sobre Portugal e o Mar,

José Fanha e José Jorge Letria,

Ed. Terra Mar, 2003, 280 págs.

Tu perguntas, e eu não sei,

eu também não sei o que é o mar.

É talvez uma lágrima caída dos meus olhos

ao reler uma carta, quando é de noite.

Os teus dentes, talvez os teus dentes,

miúdos, brancos dentes, sejam o mar,

um mar pequeno e frágil,

afável, diáfano,

no entanto sem música.

(…)

Um pedaço de lua insiste,

insiste e sobe lenta arrastando a noite.

Os cabelos da minha mãe desprendem-se,

espalham-se na água,

alisados por uma brisa

que nasce exatamente no meu coração.

O mar volta a ser pequeno e meu,

anémona perfeita, abrindo nos meus dedos.

Doca de Santo Amaro

Este mês, destacamos o estudo “Operadores Logísticos 2015”, desenvolvido pela

Logística Moderna, que pretende apresentar ao mercado uma análise e caracterização do

panorama nacional das empresas classificadas como operadores logísticos, a operar em

Portugal, tendo em consideração os principais desafios e aspetos afetos à sua atividade.

Este é o terceiro estudo publicado pela Logística Moderna, no âmbito de um projeto

iniciado em 2013, relativo ao desenvolvimento de estudos de mercado sobre a atividade

logística em Portugal. Este estudo, em particular, incide sobre a atividade das empresas

consideradas operadores logísticos, ou seja, empresas que têm a responsabilidade de

planear, organizar e monitorizar os processos de uma ou várias fases da cadeia de

distribuição, abrangendo as áreas de aprovisionamento, transporte, armazenagem,

manuseamento e acondicionamento de bens e distribuição.

O estudo, apresentado em junho passado, baseia-se em dados

recolhidos, entre setembro de 2014 e janeiro de 2015, junto de 33

empresas do mercado nacional e destaca aspetos relativos à faturação

das empresas, estrutura de custos, recursos humanos, formação,

certificação, frota, imobiliário, gestão de transportes, equipamentos de

movimentação de cargas, sistemas de informação, gestão de armazém e

de transportes, assim como os principais investimentos, perspetivas

futuras e internacionalização.

«Roteiro das barras de Lisboa e do rio Tejo até Valada» - Joaquim António Martins

Este “Roteiro das Barras de Lisboa e do Rio Tejo até Valada” apresenta, ao longo de cerca

de 380 páginas, todas as informações necessárias para a navegação no Tejo, desde as

aproximações à Barra do Tejo até Valada do Ribatejo, nomeadamente a descrição da

orografia, dos pontos notáveis dos limites das batimétricas e enfiamentos dos baixos do

Tejo e dos fundeadouros; as diretrizes sobre as entradas de dia e de noite,

particularizando os casos das entradas e saídas em ocasião de mau tempo ou de

nevoeiro; a informação sobre as correntes de maré; as instruções para a navegação e

permanência no Porto de Lisboa; a descrição dos cais e pontes-cais e das manobras mais

adequadas em cada caso. Com este livro, pode ficar a saber, entre outras coisas, todos

os pormenores sobre as manobras de atracar e de desatracar em vários pontos do rio,

com diferentes condições de maré, de tempo e com vários tipos de navios; os vários

sentidos para onde correm as águas em várias alturas da maré; a melhor cala para

navegar até Vila Franca de Xira e os problemas ecológicos de certos locais do rio.

O livro é ainda enriquecido com um conjunto de mapas e várias

fotografias, algumas da coleção privada do autor, um antigo piloto da

Barra de Lisboa. Apesar de já não ser um livro recente, é, talvez, o

livro mais completo sobre as condições de navegação, morfologia,

infraestruturas portuárias, etc., do Rio Tejo, obrigatório não só para

todos os que exerçam atividades profissionais em ligação com o Tejo,

mas também para desportistas náuticos e para todos os interessados

em usufruir deste rio.

Roteiro das barras de Lisboa e do rio Tejo até Valada

Joaquim António Martins,

Joaquim António Martins, Linda-a-Velha, 1995, 379 págs.

Se gostou deste vai gostar:

Lisboa e portos da zona centro : roteiro para a navegação de recreio : costa de

Portugal, Instituto Hidrográfico, 1998, 111 págs.

Aprofundamento e manutenção da barra grande do Tejo : condições de prática das

barras do Tejo pela navegação, Mário Teles e Spínola Pitta, APL, 2000, 15 págs.

Este artigo, publicado no Jornal da Economia do Mar de agosto passado, e baseado numa

entrevista efetuada à Dr.ª Isabel Ramos, da Divisão de Logística e diretora executiva da

APTMCD (Agência Portuguesa de Transporte Marítimo de Curta Distância), incide sobre a

atividade desta agência, destacando a recente alteração aos seus estatutos, que

contempla o alargamento do seu objeto à cabotagem nacional e ao transporte fluvial de

carga e potencia a complementaridade desta forma de transporte marítimo com outros

modos de transporte de mercadorias. Efetivamente, ao ampliar o seu âmbito, a APTMCD

abre portas a representantes de outros tipos de transporte marítimo, para além dos do

âmbito da longa distância, e a representantes dos sectores ferroviário e rodoviário,

procurando, assim, reforçar o transporte marítimo de curta distância no contexto

nacional e europeu, e promover a intermodalidade no short sea shipping. Para a

APTMCD, o êxito da intermodalidade passa pela cooperação e pelo desenvolvimento de

parcerias nacionais e europeias com operadores logísticos, transitários, operadores

ferroviários e rodoviários de mercadorias.

Ainda relativamente à recente atividade desta associação, a APTMCD

decidiu criar a marca Short Sea Portugal, que deverá ser registada

até ao final do ano. Com a criação desta marca, com denominação

em inglês, esta agência aposta na sua europeização e

internacionalização, num momento em que está em curso a revisão

da Estratégia Marítima Europeia, lançada pela Comissão Europeia em

2009 para um horizonte até 2018, e em que se prepara a criação de

uma agência europeia de short sea shipping, com a participação de

clusters de short sea shipping de vários países, entre os quais a

APTMCD, com o objetivo de potenciar o transporte marítimo de curta

distância na Europa, através, principalmente, da remoção de

barreiras administrativas, como sejam a duplicação de controlos nas

fronteiras e a ausência da harmonização de documentos.

A APTMCD (Agência Portuguesa de Transporte Marítimo de Curta Distância), ou Short Sea

Portugal, foi criada no quadro do Livro Branco para a política de Transportes da União

Europeia, lançado em 2000 pela DGTREN. A APTMCD tem como principal missão a de

promover o Transporte Marítimo de Curta Distância (TMCD) como alternativa viável para

o transporte de mercadorias na Europa, com vista à redução dos congestionamentos e

dos acidentes nas estradas europeias, à redução do consumo energético do transporte de

mercadorias na Europa, à redução da emissão de gases nefastos ao ambiente, à melhoria

da mobilidade sustentada e à diversificação dos modos de transporte de mercadorias.

Assim, com o mote “Transporte Marítimo de Curta Distância—o melhor

caminho para a Europa” a APTMCD traçou como principais objetivos a

difusão do TMCD como um modo de transporte economicamente

viável, seguro e amigo do ambiente; a promoção de alternativas de

TMCD com especial enfoque nas que favorecem soluções intermodais

de transporte porta-a-porta; o estudo e análise de medidas que

atenuem e ultrapassem as burocracias e obstáculos limitativos do

sucesso do TMCD, entre outros.

As atividades da APTMCD destinam-se, de uma forma geral, a todos os agentes

económicos e decisores ligados à cadeia de abastecimentos e à logística.

Este mês recuamos uns anos no tempo e relembramos este artigo

publicado no número 293 do “Porto de Lisboa—Boletim

Magazine” (boletim informativo publicado pela APL) sobre a reconversão

da Doca de Santo Amaro em porto de recreio, onde se fala do papel

desta doca na atividade do porto de Lisboa ao longo dos tempos.

Já na década de 90, a APL procedeu ao arranjo desta doca e

da sua envolvente, reconvertendo-a em doca de recreio,

com o objetivo de proporcionar uma oferta de serviços de

qualidade à náutica de recreio e de atrair, não só

praticantes de desportos náuticos, mas também visitantes

que pretendessem usufruir de uns momentos aprazíveis

junto ao Tejo, contribuindo, assim, para uma abertura

efetiva da cidade ao rio.

Doca de Santo

Amaro - fragatas

com toros de

pinho

s/d

Acervo do CDI

O início da construção desta doca data de 1897, fazendo parte das grandes obras de

melhoramento do porto de Lisboa, executadas pelo empreiteiro Hersent. Inicialmente,

destinava-se ao abrigo de pequenas embarcações costeiras e fluviais, sendo também

conhecida, nesta altura, por “Doca do Pinho”, pois a descarga de madeira era feita aqui.

Nos anos 20 do século passado, esta doca servia também de apoio à segunda gare de

pequena velocidade dos “Caminhos de Ferro do Sul e Sueste”, destinada a servir o lado

ocidental da cidade. Ao longo dos anos foi cumprindo o seu papel de doca de abrigo de

pequenas embarcações, recebendo barcos de pesca, dragas, barcos de recreio e outros,

tendo ainda funcionado nela um terminal de areias.

Doca de Santo Amaro (1997)