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Revista PRÓ-MENOR Responsabilidade Social Carlinhos Zico Cristina Oliveira das ruas para a universidade: Cristina conta sua história de superação craque nos gramados e na responsabilidade social Ex aluno da FUNABEM, sub-oficial da Força Aérea Brasileira comemora 25 anos de responsabilidade social com o Instituto Pró-Menor

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Revista

PRÓ-MENORResponsabilidade Social

Carlinhos

ZicoCristina Oliveiradas ruas para a universidade:Cristina conta sua história de superação

craque nos gramadose na responsabilidade social

Ex aluno da FUNABEM, sub-oficial da Força Aérea Brasileira comemora 25 anos de responsabilidade social com o Instituto Pró-Menor

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Ed

ito

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O ano de 2010 foi excelente para o Instituto Pró-Menor. No ano em que completamos 25 anos, muitas metas de suma relevância para o instituto foram alcançadas e muitas outras vão acon-tecer em 2011 com a graça de Deus.Sei da responsabilidade que assumo todos os dias perante a sociedade e quero, a cada dia, con-tribuir de forma mais eficaz com o futuro da nação onde vivo, junto com meus semelhantes. Foi com esse desafio, que em1985, ciente de que jamais poderia esmorecer ou me acomodar com a situação social da minha pátria, é que fundei o Instituto Pró-Menor. Desde então, só tenho mo-tivos para me orgulhar em função dos muitos jovens vencedores, muitas vezes desacreditados, mas que o instituto acreditou e formou um grande profissional e, acima de tudo, uma pessoa de bem.Esperamos que em 2011, consigamos colocar em prática muitas outras conquistas e sempre estamos trabalhando, de forma muita séria e muito correta, para que possamos somar para o bem do nosso Brasil. O instituto sempre acreditou e continuará acreditando no futuro digno e humano para os jovens do nosso país. Não mediremos esforços para fazer com que a nossa juventude tenha um amanhã repleto de felicidades, valorizando o estudo e os valores morais.Nesse Brasil, que o ano começa com relevantes transições políticas, o Instituto Pró-Menor de-seja sucesso aos nossos governantes, em especial a nossa presidenta Dilma Rousseff, para que faça um ótimo mandato e que o nosso país cresça ainda mais, sobretudo, no que diz respeito à educação e a erradicação da pobreza.

Boa leitura.Atenciosamente,

Carlos Roberto dos Santos (“Carlinhos Pró-Menor”)Presidente do Instituto Pró-Menor

Conheça mais sobre nosso trabalho através do site www.institutopromenor.org.Ajude o Instituto Pró-Menor a continuar sempre atuante nas causas sociais dos menores do nosso país.Banco ItaúAgência: 8327Conta corrente: 16372-4

Entre em contato conosco:Endereço: Rua Colina, 60 / Gr.206 – Ilha do Governador – Rio de JaneiroTelefone: (21) 2462-0829E-mail: [email protected].: @promenorAgradecemos a sua colaboração.

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ExpedientePresidenteCarlos Roberto dos Santos (“Carlinhos Pró-Menor”)

Vice-PresidenteDenise Braziliense de Barros

Editor ResponsávelBruno LimaMTB: 28.678

ColunistasEduardo CaonTânia BastosDonizét PítonCarlinhos Pró-MenorDavyds ValeAmaury Portugal

Edição e Produção GráficaIngrafoto Produções GráficasRoque Martins

Tiragem5.000 exemplares

Instituto Pró-MenorTudo PossoNo último dia 20 de novembro, o Instituto Pró-Menor participou do Show Católico Tudo Posso, na As-sociação Atlética Portuguesa, localizada na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, onde teve um stand para divulgar o livro: O Menor que se fez Maior e a primeira edição da Revista Pró-Menor Responsabilidade Social. O show contou com diversos músicos para animar o público presente, que lotou as dependências do clube.

Alexandre NetoO ex-delegado de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Neto, é o novo secretário de Segu-rança Pública de Maricá, região metropolitana do Rio. O ex-delegado da DAS (Delegacia Anti-Sequestro), também foi um dos idealizadores do Centro de Inteligência da Segurança Pública do Estado.

Ética e Responsabilidade SocialO economista e contador Joper Padrão do Espírito Santo foi eleito presidente do Conselho Empresarial de Ética e Responsabilidade Social da Associação Comercial do Rio de Janeiro, que tem como objetivo apro-fundar os estudos de comportamento para conscientização da sociedade. Boa sorte, Joper.

FIESPO Comitê de Jovens Empreendedores da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) está à frente de uma campanha de arrecadação de donativos para os desabrigados da região serrana do Rio, ocasionado pelas fortes chuvas que abalaram a região, recentemente. Quem quiser ajudar pode entrar em contato com o comitê pelo e-mail: [email protected] ou no facebook: http://www.facebook.com/min-haajudasuacasa. Vamos ajudar !

FIA-RJA Fundação para Infância e Adolescência do Estado do Rio de Janeiro, vinculada com a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, está muito bem assistida pela sua atual diretoria, que tem na presidência, Teresa Cristina Consentino, que faz um grande trabalho de integração social com os menores atendidos pela fundação. Parabéns !

TV Novo DEGASEOficialmente lançada (reportagem nessa edição), a TV Novo DEGASE já está no ar e conta com diversos programas de cunho educacional, produzido pelos próprios alunos, que durante as oficinas de TV e vídeo, aprendem como funciona todo o processo de produção. Assistam toda programação no site www.tvnovo-degase.net. Não percam !

DVDEstá em fase de produção o DVD das palestras motivacionais que o presidente do Instituto Pró-Menor, “Carlinhos Pró-Menor” realiza por todos os cantos do mundo. O DVD será mais uma forma de espalhar por todos os setores da sociedade a mensagem de superação e que dias melhores podem vir quando queremos. Em breve, o primeiro volume estará pronto.

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Heróis e vilõesvens que, aos dezessete anos, sabem mon-tar e desmontar uma pistola, mas não con-seguem segurar uma caneta e escrever seu próprio nome.Depois de um tempo neste convívio com eles, você percebe que as centenas de alunos dos cursos profissionalizantes que oferecemos obedecem a uma coreografia emocional idên-tica, aonde eles chegam arredios, desconfia-dos, com gestos caricatos de facções crimi-nosas, mas se sentam na sala de aula.Então você entra nesta classe, os chama pelo nome, ouve suas reclamações e toma atitudes justas, às vezes cedendo aos seus pedidos de mais material escolar, pois a sua caneta su-miu, às vezes negando mais tempo para o in-tervalo de lanche, mas acima de tudo most-rando um comportamento totalmente novo para eles, mostrando a eles como ser um ci-dadão.Antes do fim da terceira semana de curso, a conhecida coreografia mostra agora meninos e meninas que te olham com esperança de crianças, aquela criança que estava perdida nos sonhos de um jovem que não teve tempo de deitar tranqüilo o suficiente para poder sonhar.Então chega a formatura, e eles, com um sor-riso humano, pousam para foto com o seu certificado nas mãos ao lado de uma mãe em lágrimas.Não é difícil saber quando eles já estão son-hando, basta olhá-los neste dia.

Eduardo Caoncoordenador de educação do Novo DEGASE

Está em cartaz um filme de animação chamado “Mega-mente”, da Dream-

works e ele conta, basicamente, a história de dois extraterrestres que caem na terra ainda bebês, sendo que quando eles crescem um se transforma num super-herói e o outro no vilão.Discretamente mostrado ainda no início do filme, um deles cai num lar de uma família carinhosa e o outro no presídio, não preciso dizer quem se tornou o que.Este conto de animação em 3D coloca em gigantes telas coloridas à nossa frente a ori-gem de mais de noventa por cento dos ado-lescentes em conflito com a lei. A maneira brincalhona e despretensiosa dos autores joga luz num problema que a nossa socie-dade não encontra tempo para pensar: “De onde vêm estes meninos e meninas?”Nossa experiência à frente da Coordenação de Educação do Departamento Estadual que cuida destes jovens – o DEGASE – me obri-gou a responder isso, quando, rapidamente, você aprende que não deve perguntar pelos pais deles, pois ou é uma história de ausên-cia ou pior: de violência.Para muitos deles o conceito de honestidade é completamente desconhecido. No meio em que cresceram tomar, à força, o tênis de al-guém não é errado, pois o “playboy” de quem ele roubou o calçado ou mesmo o carro, pode comprar outro, é uma espécie de inimigo e representa o culpado da sua situação infeliz.No nosso trabalho diário encontramos jo-

Eduardo Caon

Deise Gravina

Presidente da FIB

ÍndiceEduardo Caon

Heróis e Vilões

Tânia Bastos

Educação pela Paz e Não Violência

Pró-Menor

Festa de lançamento da revista

CristinaEx-Menina de Rua

MicheleAssitente social

Cidadão 100% Carioca

Educação pela Paz e Não Violência

Donizét Píton

Juros e Desenvolvimento

Graça Pereira

Diplomação para deputada estadualZicoCraque em reponsabilidade social

Tv Novo DEGASE

Cerimônia de Lançamento

DufrySeriedade com responsabilidade social

Vida de Carlinhos Pró-Menor

Filme da vida de Carlinhos

Carlinhos

Busca por justiça fortalece a vida

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31Instituto Pró-Menor

Festa de 25 anos do projeto Sonho Real

Amaury Portugal

Polícia Federal e a segurança pública

32Davyds Vale

Trabalho Voluntário

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mas também as organizações da sociedade civil precisam atuar de acordo com o que está posto no plano nacional. Esta atuação passa necessaria-mente pelas deliberações dos conselhos. Revista Pró-Menor - O que significa, na sua opinião, fundar uma ONG nos dias de hoje no Brasil ?

Deise Gravina - Não acredito que é preciso fun-dar ONGs, precisamos unir os que querem reali-zar com as organizações já existentes. Me deparo com entidades que tem espaço físico, demanda de atendimento, mas poucos recursos para manuten-ção dos serviços e pagamento de pessoal, e por outro lado, com pessoas que querem fundar uma organização. O problema não está no número de organizações, está no atendimento a demanda.

Revista Pró-Menor - Atualmente, ouvimos mui-to falar em responsabilidade social. Como a sen-hora definiria responsabilidade social no nosso país, dentro da nossa realidade sócio-política ?

Deise Gravina - O conceito de responsabilidade social é muito vasto e tema até de longos semi-nários, o que não me deixa muito a vontade para definir. O mais importante é que a discussão do tema chega a todos, seja em empresas, governo, entre os jovens e donas de casa, fazendo com que se mobilizem de forma comprometida em cam-panhas, idéias e práticas. Gerando atitudes desde a compra de um produto de uma empresa com práticas socialmente responsáveis até o voluntari-ado. O fato é que a capilaridade do tema demonstra que deixamos de dizer que é problema do outro para assumirmos junto o compromisso de uma so-ciedade mais justa.

Revista Pró-Menor - O povo brasileiro tem um calor humano muito evidente. É muito fácil con-seguir voluntários para colaborarem nos proje-tos de um modo geral ?

Deise Gravina - A experiência de organizações como RioVoluntário demonstra que são muitos os que querem ser voluntários, talvez o problema es-teja apenas na dificuldade do encontro e na clare-za das idéias. Não adianta ter um voluntário que queira colaborar na administração da organização se o que você precisa é de professores. Nas melhores experiências com voluntariado per-cebemos que houve um “encontro” bem sucedido entre as capacidades e idéias do voluntário e as necessidades e idéias da organização que o recebe. Ou seja, é uma relação entre o que posso fazer e o que é preciso ser feito, com idéias semelhantes ou conciliatórias.

Revista Pró-Menor - Defina o que é responsabi-lidade social.

Deise Gravina - Ajuda, solidariedade, filantropia, cidadania, responsabilidade social, voluntariado ... muitas são as palavras usadas para expressar um só desejo: solução para os problemas sociais.

Revista Pró-Menor - Deixe uma mensagem para quem deseja realizar uma ajuda filantrópica, mas ainda não sabe como fazer.

Deise Gravina - Existem muitas formas de re-alizar esta ajuda. Se for na área da Infância e Ad-olescência temos os Fundos da Infância de cada Município e que ainda pode ser descontado do im-posto de renda. A lei permite que pessoas e em-presas colaborem com entidades filantrópicas que atendam crianças e adolescentes. É simples: 6% do imposto de renda apurado anualmente pelas pessoa física e 1% do imposto de renda pago sobre o lucro real da pessoa Jurídica. Os recursos podem ser depositados em conta bancária do Conselho Municipal de sua cidade e você acompanha como os recursos são aplicados, em visitas pessoalmente ou através da fiscalização do conselho.O mais importante é sempre verificar a regulari-dade da entidade junto aos órgãos de controle como: Registro no Conselho de Assistência, Con-selho de Direito entre outros. E uma visita a enti-dade é sempre bem vinda.

6 Pró-Menor

Atual Presidente da FIB é referência de dedicação ao trabalho social

Experiente quando o assunto é o lado social, Deise Gravina fala sobre a importância da FIB nesse setor.Fundada há mais de cindo décadas, a FIB (Fed-eração de Instituições Beneficentes do Estado do Rio de Janeiro) assessora e defende as diversas instituições de assistência social, fornecendo todo o suporte necessário para que essas entidades tenham uma gestão de sucesso e, conseqüente-mente, consigam elaborar projetos sociais sérios em benefício da sociedade.Atual presidente da FIB, Deise Gravina, que é en-genheira civil, é uma apaixonada pelo trabalho social, quando ainda adolescente já colaborava com instituições desse cunho. Conhecida como a “engenheira que ajudava”, pois sempre realizava seus reparos e manutenções em alguma institu-ição que necessitava desses serviços. Passou a ser diretora do abrigo Maria Imaculada, que no fim dos anos 80 passava por uma crise e durante a sua gestão, ela conseguiu diversos feitos admin-istrativos importantes para o abrigo, que hoje ai-nda conta com sua superintendência geral. Eleita presidente da FIB em 2002, já no ano seguinte, foi eleita conselheira municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Revista Pró-Menor - Qual é a grande contri-buição que a FIB tem fornecido para as institu-ições beneficientes que congrega ?

Deise Gravina - A FIB nos últimos anos focou suas ações na orientação e capacitação dos ges-tores de entidades beneficentes, acrescentando e ampliando informações sobre planejamento es-tratégico, relatórios, elaboração e monitoramento de projetos sociais, captação de recursos e regu-

laridade de documentos e certidões. Grande parte das organizações filiadas a Federação tem mais de 50 anos e muitas funcionavam com um modelo de gestão de caráter caritativo, o que percebemos que poderia ser alterado a partir das capacitações.

Revista Pró-Menor - Como a federação é de caráter apolítico e não religioso, existe alguma barreira em defender seus ideais junto ao assis-tencialismo-social que a FIB ajuda ?

Deise Gravina - Na FIB decidimos que a melhor estratégia é atuar junto aos conselhos de assistên-cia social e, desta forma atuamos como conselhei-ros no Município e Estado do Rio de Janeiro por mais de quatro mandatos. É preciso observar que com a PNAS (Plano Nacional de Assistência Social) e posteriormente a implantação do SUAS (Siste-ma Único Assistência Social), não somente os órgãos públicos da política de assistência social,

Entrevista

por Bruno Lima

foto: Arquivo FIB

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Revista Pró-Menor Respon-sabilidade Social é lançada em grande estilo

Com ajuda da Aeronáutica, o Instituto Pró-Menor transforma mais um sonho em realidade.O último dia 10 de novembro foi um dia histórico para o Instituto Pró-Menor. A tão esperada Revista Pró-Menor Responsabilidade Social foi lançada no Rio em uma cerimônia solene no Clube de Aeronáutica, um lo-cal de vista deslumbrante para a Baía de Guanabara. sem contar o charme do clube, que só fez brilhar ainda mais a estrela do Instituto e de seu fundador, “Carlinhos Pró-Menor”.Repleta de autoridades presentes, entre militares, políticos, empresários e personalidades, o cocktail de lançamento da revista, que é trimestral e de circulação nacional, não teve apenas o intuito de ser mais uma comemoração e sim, divulgar a importância termos uma mídia escrita focada exclusivamente para responsabili-dade Social.“Fico emocionado em poder estar aqui com todos vocês, divulgando a Revista Pró-Menor Responsabilidade So-cial, que é mais uma vitória do lado social. Primeira-mente com a graça de Deus e também com ajuda da minha querida Força Aérea Brasileira, que mais uma vez acreditou no nosso instituto. Esse sonho agora é uma

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realidade. Com muito empenho voltado para os menores do nosso Brasil, sempre vamos acreditar num futuro me-lhor. E o que o Instituto Pró-Menor puder fazer para so-mar positivamente na educação dessas crianças e ado-lescentes, certamente vamos fazer” falou, em lágrimas, Carlinhos.

A revista sempre terá como capa alguém que teve uma história de superação como a de Carlinhos e mostrou para todos que duvidaram, que é possível vencer pelos seus próprios méritos, com dedicação aos estudos e muita dignidade. Alunos e ex-alunos do Instituto Pró-Menor ou outros que tenham na sua biografia esse perfil, poderão, em alguma edição, estar como matéria principal.Capa desta primeira edição, o advogado e empresário Carlos Augusto Felipe, ou simplesmente Carlão, foi aluno da FUNABEM, junto com Carlinhos, e desde então, são grandes amigos que tiveram uma trajetória de vida simi-lar, ambos de origem humilde, porém, com muito suor, se tornaram vencedores na vida.“Conheço o Carlinhos há muitos anos. Fomos internos

Carlinhos e a vice presidente do In-stituto Pró-Menor, Denise Barros.

Capa da primeira edição, Carlão, prestigiou o evento em família.

juntos na FUNABEM e sabemos o quanto a vida era dura naqueles tempos. Soubemos aproveitar as opor-tunidades que a vida nos deu e com muito esforço con-seguimos mudar nossas vidas para melhor. Agradeço a honra de ser capa da primeira edição da revista e quero dizer que o Carlinhos está de parabéns por mais essa iniciativa. Desejo muito sucesso ao instituto” discursou Carlão.“Parabenizo ao Carlinhos e ao Instituto Pró-Menor por mais essa conquista. O trabalho desenvolvido pelo insti-tuto é muito bonito, muito humano para benefício das crianças e adolescentes do nosso país. Parabéns, Carlin-hos” disse a deputada estadual Graça Pereira.O delegado de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e atual secretario de justiça de Maricá, Alexandre Neto, também exaltou a importância da revista.

“O Carlinhos é um grande amigo, uma pessoa honesta que faz um grande trabalho como fundador e presidente do Pró-Menor, que já conheço há muitos anos e sei da seriedade de cada projeto executado pelo instituto. A re-vista só enriquece o trabalho do Pró-Menor, que merece nosso apoio e nossa admiração” afirmou Alexandre.O renomado cineasta Chris Rodrigues, também ressal-tou a relevância do instituto ter uma publicação.“É muito importante que o Instituto Pró-Menor sem-pre almeje voos mais altos sempre. Hoje, o Carlinhos e todos seus colaboradores, com a revista, estão refor-çando toda a dedicação ao instituto , divulgando toda a importância da responsabilidade social para termos um país melhor no futuro”E como uma boa música não podia faltar , a dupla pop romântica mais badalada do momento, Jhonny e Erika e o cantor Gegê , foram os responsáveis pelo repertório musical do evento, animando os convidados que dan-çaram muito durante a noite.

O delegado de Polícia Civil Alexandre Neto discursa durante o evento.

O cantor Gege animando a festa.

O v e r e a d o r J o s é E v e r a l d o e D e n i s e B a r r o s .

A d u p l a s e n s a ç ã o d o m o m e n t o : J o h n n y e E r y k a .

Foto: Alexandre dos Santos

Foto: Alexandre dos Santos

Foto: Alexandre dos Santos Foto: Alexandre dos Santos

por Bruno Lima

Foto: Alexandre dos SantosFoto: Alexandre dos Santos

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Educação pela paz e não violência

Atualmente, existem diversos Conselhos Municipais de Di-reitos da Mulher no Estado do Rio de Janeiro que deliberam, con-tribuem na normatização e fiscalização das políticas relativas à mulher e dialogam entre vários setores da sociedade. Infelizmente, a cidade do Rio de Janeiro não avançou politicamente nesta questão tão relevante. Enquanto municípios com menos habitantes que o nosso já possuem repre-sentatividade, os cariocas ainda não têm um Conselho Municipal de Direitos da Mulher. A luta é antiga e me vejo responsável em participar ativamente como vereadora e presidente da Comissão Permanente de De-fesa da Mulher da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Proponho a todos que esta data não sirva apenas para reflexões, mas que surjam novas atitudes aqui e agora.

Dez mulheres morrem por dia vítimas de vi-olência doméstica no nosso país. Na expec-tativa de minimizar os índices de violência no Brasil contemporâneo, faz-se necessário promover ações educativas imediatas a fim de conscientizar as novas relações entre homem e mulher, que foram construídas histórica e socialmente com desigualdades sociais e de gênero.Já tramita na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, projeto de lei de minha autoria, para que a Prefeitura fomente ações sócio-educativas e preventivas no combate a vio-lência contra mulher nas redes públicas de ensino, por meio de parcerias com institu-ições governamentais e não governamen-tais. As campanhas, seminários, palestras e exposições serão destinadas aos alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental.O Plano Nacional de Políticas para as Mul-heres, que visa o enfrentamento de todas as formas de violência, propõe uma mudança cultural a partir da disseminação de ati-tudes igualitárias e valores éticos de irres-trito respeito às diversidades e valorização da paz. Para que ele seja implementado de forma efetiva, é imprescindível a parceria entre a União, Estado e Município.

Tânia Bastos

Formada em Assistência Social na UFF (Univer-sidade Federal Fluminense), localizada no Rio de Janeiro, Michele se dedica em prol daqueles que se encontram em situação de risco pessoal e so-cial, garantindo assim os direitos de todo cidadão, assegurados pela constituição.Profissional há 6 anos, ela fala sobre o dia-a-dia da sua profissão, assim como, o que representa ser assistente social no Brasil e o que pensa sobre o futuro da profissão no país.

Revista Pró-Menor: Como é a sua rotina de tra-balho, como assistente social?

Michele: Sou funcionária publica da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu. Na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro trabalho na Unidade Municipal de Acol-himento Stella Maris, que presta serviços de pro-teção especial de alta complexidade, pois é uma modalidade de atendimento que tem como obje-tivo garantir a proteção integral aos indivíduos em situação de rua que se encontram sem refer-ência, com seus direitos violados, em situação de risco pessoal ou social. Na Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu trabalho no Centro de Referência da Assistência Social que é a porta de entrada da Proteção Social Especial, integrante do SUAS (Sistema da Assistência Social), que trabalha na perspectiva da coordenação e da articulação da proteção social especial de média e alta complexi-dade, sendo responsável pela oferta de orientação e apoio especializado e continuado a famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiares e comunitário não foram rom-pidos.

Revista Pró-Menor: O que representa ser uma assistente social no Brasil?

Michele: O assistente social é o profissional quali-ficado para atuar nas diversas áreas ligadas à condução das políticas sociais públicas e privadas, tais como planejamento, organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa e assessoria. É o pro-fissional responsável por fazer uma análise da realidade social e institucional, e intervir para melhorar as condições de vida dos usuários dos serviços prestados.

Revista Pró-Menor: Como as medidas sócio-edu-cativas têm mudado a vida de quem você atende ?

Michele: Melhora no convívio e na organização da vida cotidiana quando inserimos nossos assistidos em programas ou projetos de capacitação e prepa-ração para o trabalho. Em um dos nossos trabal-hos, oferecemos orientação e apoio especializado e continuado para famílias e indivíduos com seus direitos violados, fazendo com que os mesmos possam ser atendidos de forma mais humana.

Revista Pró-Menor: Como você analisa o futuro dos assistentes sociais no Brasil ?

Michele: As políticas públicas na área social estão crescendo, criando assim, maior visibilidade para profissão, tendo como resultado a ampliação do mercado de trabalho para o assistente social.

Revista Pró-Menor: O que a sociedade pode fazer para contribuir com o trabalho de vocês ?

Michele: A partir da compreensão da sociedade de que as políticas públicas são um direito de cidada-nia e dever do estado. Cabe a esta mesma socie-dade, monitorar a execução dessas políticas, par-ticipando dos conselhos de direito.

Assistente Social fala de seu trabalho e dos desafios da profissão

Michele

Aos 31 anos a jovem Michele Escarião se orgulha de poder trabalhar fazendo algo a favor do próximo.

Tânia BastosVereadora do Estado do Rio de Janeiro e Pres-idente da Comissão Permanente de Defesa da Mulher da Câmara Municipal do Rio de Ja-neiro.www.taniabastos.com

por Bruno Lima

Foto: Bruno Lima

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Pró-Menor 13

Donizét Píton

JUROS E DESENVOLVIMENTO

A escalada da violência, que vitima a sociedade como um todo é fruto dessa realidade sócio econômica. 70% da população carcerária tem entre 18 e 25 anos de idade. Foram condenados pela prática de crimes sa-bidamente sociais - furto, roubo, latrocínio, trafico e estelionato. Nas ruas, combatendo o crime, policiais desprepara-dos, violentos e mal pagos. Não ganham o suficiente para alugar um pequeno imóvel na periferia e prover a subsistência da própria família. Precisam fazer “bicos” para sobreviverem. E o pior – não são reconhecidos pela própria sociedade que defendem. Vivendo reali-dade tão dura é difícil resistir à corrupção. Os setores produtivos que geram empregos, pagam impostos, trazem divisas, geram riquezas para o país – encolheram drasticamente na ultima década, en-quanto que o segmento financeiro, que nada produz, mais sonega impostos, menos emprega, que especula com o dinheiro alheio, é o que mais enriquece. Para constatar esse lamentável fato, basta observar as publicações de Balanços das Instituições financeiras dos últimos anos, onde se constata que os 5 maiores bancos brasileiros lucraram mais que as 50 maiores empresas produtivas do país e mais que a maioria dos Estados brasileiros. O Brasil, ao longo de toda sua história, nunca viveu tamanha transferência de riquezas dos demais setores da sociedade para o segmento financeiro. Essas rique-zas que deveriam ser usadas para fomentar a expansão dos setores produtivos o são, na verdade, para manter cativo o povo e o próprio governo que, para arrolar a divida publica, precisa vender seus títulos aos Bancos. Em 2003, o governo arrecadou R$ 81,9 com as de-clarações de Imposto de Renda de Pessoas Físicas. No mesmo período, pagou de juros aos bancos R$ 92,6 bilhões. Nos anos seguintes o repasse de juros ao setor especulativo aumentou progressivamente. Não se tem ainda os dados de 2010 mas, em 2009 a União ar-recadou R$ 92 bilhões e pagou R$ 174 bilhões aos bancos. O dinheiro que a população pagou de imp-ostos não foi usado para melhorar sua vida (saúde, educação, moradia, estradas, etc), foi insuficiente para pagar os juros bancários contraídos pelo gover-no. Tem-se a nítida impressão que nosso País trabalha diuturnamente para enriquecer o setor financeiro.Essa política equivocada que beneficia o especulador e pune quem ousa produzir, esta atrasando por déca-das o desenvolvimento do nosso país, condenando-o a ser um eterno país do futuro, nunca do presente. A quem interessa a manutenção dessa triste realidade? Certamente não é ao País, tampouco ao seu povo.

Donizét Píton

Presidente da ANDIF (Associação Nacional de Defesa dos Consumidores do Sistema Financeiro)

Correm os dias, passa o tempo e o panora-ma sócio econômico teima em permanecer no mesmo estágio. As autoridades legal-mente constituídas se alongam em temas

discutíveis ou sem qualquer urgência. Sai governo, entra governo e Brasília continua sendo e, por muito tempo ainda será, a Capital da barganha, dos esque-mas milionários – oásis da corrupção. Os próprios salários, no entanto, nossos nobres depu-tados aumentam num piscar de olhos – 61,8%. As verbas de gabinete aumentarão proporcionalmente. Ao salário mínimo, no entanto, concederam aumento de 5% – pra não sobrecarregar os cofres da União. Que fazer? Cada povo com o governo que merece. Enquanto isso o País registra altíssimos índices de inadimplência. Cerca de 20 milhões de brasileiros es-tão com seus nomes inscritos nessas empresas que equivocadamente, se auto-intitulam de órgãos de proteção ao crédito (SCPC, SERASA). O desemprego e o subemprego continuam em níveis alarmantes. Dados não oficiais dão conta que a Capi-tal do Estado de São Paulo e região do ABCD paulista, conta hoje com algo em torno de 2 milhões de des-empregados. Para a quantificação dos desempregados os órgãos oficiais computam somente cidadãos que, registra-dos em carteira, perderam seus empregos nos últi-mos dois anos. Nada falam daqueles que já estão sem emprego a mais de dois anos, dos jovens que chegam no mercado de trabalho e nada encontram, dos aposentados que, em vão, percorrem diariamente a mesma via sacra em busca de colocação, etc., por isso os índices apontados pelos Órgãos oficiais estão sempre aquém da realidade. Estima-se que 27% da população dos Municípios mais industrializados do Estado de São Paulo, estão desempregados. Nada dizem dos outros Estados brasileiros, como Piauí, Ceará, Maranhão dentre outros, onde em ma-téria de miséria, rivalizam com os países mais pobres do Continente Africano. Estima-se que 25 milhões de brasileiros procuram emprego hoje, no País inteiro. A população economicamente ativa de brasileiro não chega aos 52 milhões de cidadãos. Bom lembrar que 72% da população brasileira, se-gundo dados do IBGE, vive na linha da miséria, gan-hando até dois salários mínimos por mês. Cerca de 48 milhões ganham cerca de R$ 3 por dia. 10% ganham acima de dez salários mínimos e apenas 7% da popu-lação ganham acima de 20 salários mínimos. Em um pais com quase 200 milhões de habitantes, somente 156 mil famílias tem renda mensal acima de R$ 11 mil reais

12 Pró-Menor

Cristina

Ex-menina de rua, transforma sonho em realidade

Com dignidade e perseverança, Cristina conseguiu superar todos os obstáculos da vida.

Abandonada pela mãe aos três anos de idade e sem pai, Cristina passou por todas as dificuldades típicas de quem se torna mais um descaso para a sociedade, na maioria das vezes preconceituosa com as minorias.Entregue a orfanatos e ao asilo infantil Nossa Senhora da Pompéia, no Méier, zona norte do Rio de Janeiro, Cristina ia contra todas as regras e resolvia fugir, indo para as ruas da cidade, onde realizava furtos e usava drogas. Durante dois anos essa foi a rotina da menina que não aceitava as normas dos locais onde tinha que ficar.“Essa fase foi muito dolorosa. Era muito duro viver nas ruas, não desejo isso para ninguém. Quem ti-ver uma chance de melhorar de vida, valorize, pois vale a pena se tornar um ser - humano melhor, longe de tudo que faz mal” aconselhou Cristina.Aos 17 anos, aproximadamente, foi levada para o abrigo Casa Rosada, onde sofria abusos sex-uais por parte dos próprios educadores, fazendo com que ela mais uma vez fugisse para as ruas, começando assim, a se envolver com tráfico de drogas para sobreviver.“Além de ser viciada na época, ainda estava en-volvida com o tráfico e sabia que estava chegando ao fundo do poço”disse.

Ciente que não iria viver muito tempo se continu-asse com aquele ritmo de vida, Cristina resolveu largar o vício por conta própria e parou de trafi-car. Com o apoio de pessoas que ajudaram a ela nessa superação, Cristina afirma que essa mudan-ça não foi fácil.“Sofri muitas ameaças de morte pelos bandidos e

até de policiais corruptos. Como sempre tive medo de morrer, tive que largar esse meio e me apoiar em quem queria me ajudar, fazendo assim com que eu realmente mudasse de vida” afirmou.Já livre das drogas, com a colaboração de quem se prontificou à ajudá-la, passou a trabalhar de forma digna: foi doméstica, trabalhou em sacolão, padaria e como cobradora de lotações, permitindo assim, que ela pudesse se dedicar aos estudos. Em 2005, terminou o ensino médio, hoje, aos 27 anos, cursa Assistência Social na UNISUAM e trabalha como educadora social da Prefeitura do Rio.“Quero ajudar outras pessoas que passam por tudo que passei, o que será muito gratificante. Não pos-so deixar de agradecer publicamente a quem me ajudou de coração:Denise Barros, Claudia Waléria, Lilian Porto, Lilian Carro e João de Assis; todos sabem como foram importantes na minha vida” agradeceu Cristina.E os planos não param por aí: Cristina pretende ingressar no Corpo de Bombeiros e criar uma fundação, que levará o nome dela, com a intenção de ajudar a quem precisa.

por Bruno Lima

“ Quem tiver uma chance de melhorar de vida, valorize, pois vale a pena se tornar um ser - humano melhor, longe de tudo que faz mal”

Foto: Bruno Lima

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gélica de Recuperação Morada Cristã Carlos Alberto Ferreira, homenagearam Carlinhos.Nascido em Cataguases, Minas Gerais, Carlinhos veio para o Rio ainda bebê, quando foi deixado pelo pai aos cuidados de uma vizinha, na favela Nova Holan-da, que, impossibilitada de cuidar dele, o – entregou para a FUNABEM (Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor), onde passou toda sua vida até completar 18 anos.“É um orgulho receber essa homenagem, porque aqui começou minha trajetória de vida e essa cidade sempre me acolheu com muito carinho. Agradeço a Ex.ma.vereadora Tânia Bastos, por me proporcionar essa título, agradeço aos meus amigos presentes

nessa mesa solene e a todos os presentes que vieram me prestigiar nessa data tão especial para mim” dis-cursou Carlinhos.A solenidade ainda contou com inúmeras crianças, vindas de comunidades carentes do Rio, que foram se confraternizar com o fundador e presidente do Insti-tuto Pró-Menor.“Me deixa também muito feliz, ver essas crianças aqui na câmara, porque eu acredito que o nosso futuro de-pende de como vamos educar e cuidar de nossas cri-anças. Temos sempre que acreditar, assim como um dia alguém acreditou em mim.É possível alcançarmos dias melhores e um futuro brilhante” disse Carlinhos.

Cidadão 100% Carioca

C a r l i n h o s re c e b e n d o o t í t u l o d a s m ã o s d a ve re a d o ra Tâ n i a B a s to s .

Carlinhos Pró-Menor recebe tí-tulo de Cidadão Honorário do Município do Rio de Janeiro

N a s c i d o e m M i n a s G e r a i s , C a r l i n h o s , a g o r a , é o f i c i a l m e n t e c a r i o c a .N o último dia 9 de dezembro, o presidente do In-stituto Pró-Menor, Carlos Roberto dos Santos, mais conhecido como “Carlinhos Pró-Menor”, foi home-nageado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com a honraria de Cidadão Honorário do Município, concedido pela vereadora Tânia Bastos, por sua tra-jetória de vida e sua superação, toda realizada na Cidade Maravilhosa. A solenidade contou na mesa solene com a presença

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de diversas autoridades que deram seus depoimen-tos sobre o homenageado, por conhecerem e admi-rar sua obra. A deputada estadual Graça Pereira, o delegado de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e atual secretário de segurança de Maricá Alexan-dre Neto, o presidente da Andif (Instituto Nacional de Defesa dos Consumidores do Sistema Financeiro) Donizét Piton, o empresário e advogado Carlos Au-gusto Felipe e o coordenador da Associação Evan-

por Bruno Lima

Foto: Bruno Lima Foto: Bruno Lima

Foto: Bruno Lima

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Zico

alizo todo fim de ano, o Jogo das Estrelas, quando arrecadamos donativos para entidades carentes, sempre com a colaboração de inúmeros jogadores que abraçam essa causa e vêm nos ajudar com esse trabalho social, em um jogo de futebol para o pú-blico, que sempre nos acolhe com muito carinho e fazem suas doações de coração. Posso dizer tam-bém, que a minha família sempre me ensinou esse valor: de fazer algo para quem precisa e isso car-rego comigo até hoje.Revista Pró-Menor – O que mais te incentivou a criar um projeto social ?Zico – Retribuir todo o carinho que recebi durante toda minha carreira como jogador. Hoje, estou à fr-ente do projeto Zico 10, que está espalhado em 15 estados do Brasil e atendendo a 10 mil crianças e adolescentes, estimulando que participem das nos-sas escolinhas de futebol, desde que estejam estu-dando, com bom comportamento e boas notas na escola. Graças a Deus, estamos tendo a coopera-

ção dos familiares, o que é fundamental nesse mo-mento de vida dos garotos. Não somente eu, mas nossos parceiros e empresários que colaboram com o projeto,ficamos muito orgulhosos de ver o resul-tado satisfatório que estamos tendo. Não existe a preocupação de formarmos jogadores profissionais de futebol, e sim, pessoas de bem e de bom caráter. Em breve estaremos entrando com o projeto na Ci-dade de Deus, uma das comunidades pacificadas pelas UPPs e será um prazer poder oferecer o Zico 10 para a garotada de lá.

Revista Pró-Menor – Qual a importância de ONGs como o Instituto Pró-Menor para os menores car-entes do Brasil ?Zico – É uma oportunidade que não pode ser des-perdiçada. É uma chance rara de estarem em proje-tos realmente sérios, que valorizam o ser - humano, formando pessoas de bem, com dignidade e isso é o que mais vale na vida. Os valores morais são muito respeitados por essas Ongs, como o Instituto Pró-Menor, que já conheço e admiro há muito tempo pela sua seriedade e preocupação em melhorar a vida desses menores com uma série de propostas educativas, sem nenhum tipo de discriminação.

Revista Pró-Menor – Com grande experiência no futebol internacional, qual a principal diferença na formação do atleta no esterior, em relação ao fute-bol brasileiro ?Zico – O horário escolar. Em alguns dos países que trabalhei na Europa e no Japão, a questão do horário escolar é mais rígida do que aqui, até a for-mação dos estudos por parte dos jogadores, que muitas vezes, em função dessas normas se pro-fissionalizam um pouco tarde, se comparado com os jogadores brasileiros. Alguns times de escola nesses países são muito fortes e chegam a disputar competições respeitadas, porém esses jovens ainda não são profissionais, porque têm que fazer a op-ção somente quando terminam suas obrigações es-tudantis. Aqui, o clube é obrigado por lei a dar todo respaldo para que os garotos estudem, mas não se tem um controle da forma como teria que ser, e o incentivo por estudar também deveria ser mais val-orizado desde as categorias de base. Infelizmente, por questões profissionais, não pude me formar na

Maior ídolo do Flamengo, Zico, também é craque quando o assunto é responsabilidade social

Sempre atuante em favor dos menos favoreci-dos, o “Galinho” se diz na obrigação de retri-buir o carinho que recebeu durante toda a sua carreira,valorizando o social.

Nascido em Quintino, zona norte do Rio de Ja-neiro, Arthur Antunes Coimbra, mundialmente conhecido como Zico, é um dos jogadores mais importantes do futebol brasileiro, quando sua ge-ração, no começo dos anos 80, no Flamengo e na tão talentosa seleção brasileira de 1982, eviden-ciaram ao mundo o verdadeiro futebol arte.Entretanto, foi no time mais tradicional do Brasil, o Rubro-Negro carioca, que o galinho se consa-grou com conquistas inesquecíveis: tricampeonato brasileiro, Taça Libertadores da América e o Mun-dial de Clubes em Tókio no Japão. Posteriormente, jogou no exterior, sempre idolatrado, sobretudo, na “terra do sol nascente”, país em que teve uma identificação muito positiva, assim como nos de-mais clubes que defendeu durante sua vitoriosa carreira. O craque ainda tem a honra de figurar entre os quatro brasileiros no Hall da Fama da

FIFA, entidade máxima do futebol mundial.Carismático e sempre preocupado em poder fazer algo para o social. Desde 1971, ano que estreou no time principal do Flamengo, Zico já se enga-java em projetos humanitários, com a finalidade de ajudar quem precisa.Revista Pró-Menor – Na posição de ídolo maior do Flamengo, clube de maior massa do país, em que muitos são oriundos de classes de baixa ren-da, de que forma o senhor se sente na respon-sabilidade de fazer algo solidário para essa mesma massa necessitada?Zico – Independente de ser ídolo, sempre gostei de poder fazer algo para ajudar quem necessita. Em 1971, aos 18 anos, quando comecei no time pro-fissional do Flamengo, eu já era engajado em pe-ladas beneficentes, como as da SADEF (Sociedade dos Amigos do Deficiente Físico). Desde 2003, re-

“Independente de ser ídolo, sempre gostei de poder faz-er algo para ajudar quem necessita.”

por Bruno Lima

Zico, ao lado de Carlinhos Pró-Menor,na inauguração do Pereirão, na BAGL (Base Aérea do Galeão), no Rio, em 1989.

Foto: Arquivo Pró-Menor

Foto: Bruno Lima

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Deputada estadual Graça Pereira é diplomada para o quarto man-dato consecutivo na Alerj

Representante do DEM (Democratas) na assembléia legislativa do estado, Graça Pereira se mantém atu-ante na política fluminense por mais quatro anos.O dia 16 de dezembro de 2010 foi muito importante para todo o Rio de Janeiro, com a diplomação do governador Sérgio Cabral, do vice-governador Luis Fernando Pezão, dos senadores Lindberg Farias e Marcelo Crivelra e dos deputados federais e estad-uais que representarão o poder legislativo do estado.A solenidade aconteceu em cerimônia solene no Theatro Municipal do Rio de Ja-neiro, conduzida pelo desembargador do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, Nametala Jorge, que oficialmente diplomou os eleitos, entre eles, a deputada estadual do DEM, Graça Pereira, que foi eleita para o quarto mandato consecutivo na casa.

Experiente quando o assunto é a política fluminense, a deputada promete continuar sua legislatura com o mesmo empenho dos mandatos anteriores.“Sabemos da nossa responsabilidade pe-rante aos eleitores, que confiaram mais uma vez no nosso trabalho e me deram esse voto de confiança por mais quatro anos. Estou muito feliz em poder continuar nessa batalha diária em benefício da população do estado, ciente do que o povo necessita. Farei sempre o que for possível para que o Rio seja um estado cada dia melhor para toda nossa população” prometeu a depu-tada.Os 38.746 votos conquistados permitiram que a deputada Graça Pereira continue seu ideal como parlamentar.“Agora é hora de continuar a nossa rotina diária, assumindo todos os compromissos estabelecidos perante a população duran-te esse período eleitoral, o que necessita de muita dedicação, mas que vamos fazer cumprir tudo que foi assumido. Espero que todo o parlamento fluminense possa legis-lar sempre pensando no bem-estar de todo cidadão do estado do Rio de Janeiro” disse Graça.

D e p u ta d a e s ta d u a l G ra ç a Pe re i ra é d i p l o m a d a pa ra s e u q u a r to m a n d a to .

por Bruno Lima

Foto: Acessoria

jogadores que fizeram sucesso aqui e foram ven-didos para o exterior, mas que não deram certo por lá, voltem e reestruturem a carreira. É o campe-onato mais disputado e nivelado do mundo. Em relação à seleção brasileira, torço pelo trabalho do Mano, acho que ele está reformulando de uma forma necessária, pois a renovação é natural.

Revista Pró-Menor – Fala um pouco da sua am-izade de longa data com o presidente do Instituto Pró-Menor, “Carlinhos Pró-Menor”.Zico – Praticamente fomos vizinhos em Quintino (risos). O Carlinhos é um cara que tenho total ad-miração pelo trabalho dele, pela história de supe-ração e tenho total confiança nele e nos projetos do Instituto Pró-Menor. É uma satisfação ser ami-go do Carlinhos, são mais de duas décadas de am-izade e ele sabe que pode contar comigo sempre , em todos os momentos em que eu puder ajudar.

Revista Pró-Menor – Que conselhos o senhor dar-ia para as crianças e adolescentes que desejam se tornar um craque como o Zico?Zico – Primeiramente, que não se comparem com ninguém e trilhem seus caminhos com person-alidade, muita seriedade, determinação e cientes de que precisam aprimorar o dom de saber jogar futebol, que é Deus que nos fornece. Todo talento deve ser lapidado, porém sem preocupar e ser igual ao Zico, e sim procurar fazer todos os dias o seu melhor, sem arrogância.

faculdade de educação física, pois já jogava no time profissional do Flamengo, mas mesmo com viagens marcadas, sempre que podia, eu estava na sala de aula. Lamentavelmente, fui vendido para Itália e tive que abandonar a faculdade, mas sou formado como técnico de contabilidade.Revista Pró-Menor – Fora dos campos, qual foi sua maior conquista ?Zico – A construção da minha família. Uma famí-lia estável, com filhos maravilhosos e já sou até avô (risos). Sempre procurei criar minha família da mesma forma como fui criado. Tive uma excelente criação educacional, graças a Deus. Meus filhos sempre são muito elogiados, minha esposa é uma pessoa especial na minha vida e isso sempre me passou uma segurança muito sólida. A base famil-iar sadia é o mais importante na vida. Infelizmente, hoje, nossa sociedade distorce os valores corretos da moralidade e uma maioria só valoriza o que não presta.

“Infelizmente, hoje, nossa socie-dade distorce os valores corretos da moralidade e uma maioria só valoriza o que não presta.”Revista Pró-Menor – De um modo geral, todos os envolvidos com o futebol brasileiro (CBF, Federa-ções, jogadores, empresários e dirigentes) pode-riam olhar mais para o futebol por um prisma mais humanitário e menos comercial ?Zico – O futebol hoje é puro negócio. Acabou aquele romantismo, aquela paixão pelo clube. Hoje, o din-heiro fala mais alto sempre nas negociações, que geralmente envolvem quantias muito altas, o que faz com que não exista mais essa história de amor ao clube, como era antigamente. Os jogadores são cada vez mais bajulados, cheio de assessores, empresários, procuradores, que muitas vezes, não instruem esses jovens de uma maneira correta, o que faz com que esses problemas extra-campo de alguns jogadores se torne uma rotina hoje em dia.

Revista Pró-Menor – Como o senhor analisa o atual momento do futebol brasileiro ?Zico – Muito equilibrado, permitindo que muitos

Zico e seu irmão Edu, em comemoração ao título de campeão do Uzbequistão.

Zico

Foto: site Zico na rede

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Dufry

D U F RY : s e r i e d a d e c o m a re s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l

Referência com seu trabalho social, a empresa contribui com o futuro de mui-tos jovens carentes.

Renomada multinacional, presente em 41 países, a Dufry não se esquece de co-laborar com o lado social, tão carente no Brasil , porém a empresa leva muito a sério sua responsabilidade social, com um projeto que já existe há 15 anos no bairro da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro: o CTA (Centro de Treinamento Administrativo).Anualmente, o CTA forma 30 jovens, 15 meninas e 15 meninos, incentivando a colocação deles no mercado de trabalho, nas áreas de recursos humanos, admin-istrativa e vendas. Cerca de 450 inter-essados se candidatam todo ano para ingressarem no projeto, que é gratuito

e ainda conta com diversos benefícios, como vale-transporte, material didático, uniforme, plano de saúde e odontológi-co. Diretor-Geral da Dufry na América La-tina, o português José Carlos Rosa, se diz muito feliz em poder oferecer uma oportunidade de um futuro melhor para quem realmente necessita.“É uma satisfação para a empresa formar jovens de origem simples, talentosos e que almejam mudar suas vidas para mel-hor e, conseqüentemente, de suas famí-lias também. É muito gratificante para nós, ver um jovem do CTA empregado e bem encaminhado na vida” afirmou José Carlos.Ainda de acordo José Carlos, a Dufry tem como meta expandir o CTA para São Pau-lo e Brasília, apenas aguardando um aval da Infraero para por em prática o centro de treinamento em mais duas capitais.“Estamos somente esperando uma res-posta da Infraero para que São Paulo e Brasília também possam contar com o CTA. Conseguiremos ajudar mais jovens e a expansão desse maravilhoso projeto, certamente contribuirá na vida de mui-tos jovens que precisam desse apoio” disse o diretor–geral, que ainda contou José Carlos Rosa, em seu gabinete.

Pró-Menor 21

Dufry

que desde sua formação, o CTA já colo-cou 98% dos alunos no mercado de tra-balho.Coordenadora do projeto, Neusa Azere-do diz que a família é fundamental no sucesso dos alunos durante o processo e posteriormente.“Uma das etapas do nosso processo de escolha é conhecer a família dos candi-datos à participar do CTA, pois entende-mos que o laço familiar, a educação e o apoio dos familiares é muito importante para que eles tenham um bom aproveita-mento durante o curso e depois, já tra-balhando em suas carreiras” contou Ne-usa.Saber trabalhar em equipe, ter disciplina e comprometimento com o aprendizado são umas das virtudes que a empresa mais leva em conta na avaliação de todo

o processo, que no final, os alunos po-dem ser encaminhados, não somente na Dufry, mas também em outras grandes empresas que são parceiras, como: Sula-mérica, OI, Vivo,Claro e Banco BMG, de acordo com a necessidades de vagas

* Fonte: Raven Fox/DFNI

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2007 2008 2009 2010

The American Travel Retail of the Year

por Bruno Lima

Foto: Bruno Lima

Foto: site Dufry

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TV novo DEGASETV Novo Degase é lançada em cerimônia digna de Oscar

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ssimo para o futuro desses menores tão necessita-do. Desde 2007, o governador Sérgio Cabral, junto com a primeira-dama Adriana Ancelmo, fizeram o Novo Degase e se dedicaram em muitas melhorias, reconstruindo toda e estrutura que pedia socorro, pois eles acreditam no futuro desses menores e re-alizaram só mudanças positivas para benefício da sociedade” falou, emocionado, Alexandre Azevedo.Eduardo Caon, coordenador da Escola João Luis Alves, uma das que representam o sistema, con-corda.“De fato, nesses últimos anos conseguimos realizar só mudanças vitoriosas para o Novo Degase. Hoje, os alunos contam com um bom estudo, diversas ofi-cinas, cursos, atividade esportivas, o que faz com que nós consigamos ajudar de modo eficaz para que eles tenham uma vida longe de tudo que é errado quando estiverem em liberdade” afirmou Caon.A superintendente da Ação Comunitária Marília Pastuk diz como foi o caminho para essa realiza-ção.“Nós sabemos de como foi difícil chegar até aqui,

“Carlinhos Pró-Menor” é um dos apresentadores da TV.

P ro d u z i d a p e l o s a l u n o s , a T V é u m a i n ova ç ã o q u e p o d e re n d e r m u i to s f r u to s p o s i t i vo s n o f u t u ro .

Três de dezembro foi um dia muito especial para o novo Degase, com o lançamento de sua TV, no Palácio Pedro Ernesto, na Câmara Municipal dos Vereadores do Município do Rio de Janeiro, que é mais uma conquista do sistema, que nos últimos anos vem realizando um sério trabalho sócio-ped-agógico na busca da resocialização de menores in-fratores, colaborando para que todos tenham um futuro com dignidade e mais humano.A cerimônia, que teve como anfitrião o então vereador e hoje deputado estadual,Márcio Pacheco contou com a presença de diversas autoridades: o juiz da Vara da Infância e Juventude Marcius da Costa Ferreira, os promotores de justiça Reinaldo Lomba e Rodrigo Cezar Medina da Cunha, coorde-nador do 4º Centro de Apoio Operacional (CAO) das Promotorias da Infância e Juventude, Marília Pastuk, superintendente da Ação Comunitária, a defensora pública Simone Moreira de Souza, que coordena a Coordenadoria de Defesa dos Direitos Humanos e do Adolescente (Cdedica), “Carlinhos Pró-Menor”, presidente do Instituto Pró-Menor, Alexandre Aze-vedo, diretor do Novo Degase, entre outros.

Todas essas autoridades, em momento digno do Os-car (Principal premiação do cinema mundial) rece-beram, ao invés da famosa estatueta, uma caneca da TV Novo Degase, em reconhecimento a dedica-ção que têm na confiança de dias melhores para os alunos que lá estão, cumprindo o regime sócio-ed-ucativo por infrações diversas; mas que a vida pode lhes proporcionar uma nova chance, com caráter e honestidade, através da educação.A TV, que é uma parceria entre a Ação Comunitária do Brasil, o Governo do Estado do Rio de Janeiro (Secretaria de Educação) e o Novo Degase, conta com uma programação totalmente voltada para al-fabetização, cultura, temas sociais, telejornais inter-nos, religião, entrevistas com personalidades, gente que forma opinião e muitos outros segmentos, sem-pre voltados para o lado sócio-educativo.“Estou emocionado em estar aqui, hoje, recebendo essa caneca e posso dizer que é um fruto colhi-do com muita fé em Deus, dedicação e seriedade por parte de todos que comandam o Novo Degase. Quando assumi a direção do sistema, lamentavel-mente, tudo estava falido, esquecido, o que é pé-

por Bruno Lima

O s c o nv i d a d o s m a rc a ra m p re s e n ç a n a s o l e n i d a d e .

Foto: Bruno Lima

Foto: Bruno Lima

fazer isso acontecer, mas certamente, eu, junto com a minha equipe aqui presente, pudemos co-laborar com o lançamento dessa TV, que é muito importante para esses meninos e meninas em re-gime sócio-educativo. Temos que fazer sempre o que estiver ao nosso alcance sempre com muita dedicação para o bem da nossa sociedade, e a TV Novo Degase vai poder divulgar tudo que é feito para a resocialização, assim que esses menores es-tiverem em liberdade” declarou a superintendente.O governador Sérgio Cabral, por compromisso par-ticulares, não pôde estar presente no dia, mas gra-vou um vídeo parabenizando aos alunos e a todos os realizadores pela iniciativa, dando total apoio a TV. E a primeira-dama do estado Adriana Ancelmo, uma das grandes responsáveis, assim como o gov-ernador, pelas melhorias do Novo Degase, também não foi possível seu comparecimento, mas enviou um representante que levou um câmera digital de alta definição, como presente dela para a equipe.Para assistir toda a programação da TV Novo De-gase, acesse: www.tvnovodegase.net

Além de fundador e presidente do Instituto Pró-Menor, Carlinhos virou apresentador de TV. A frente do programa Egresso Sucesso, uma das produções do canal, ele entrevista pessoas que tiveram histórias como a dele, que envolveu muita supera-ção adquirida através dos estudos.“Fiquei realmente lisonjeado com esse convite, sobretudo com o formato do programa, onde só vou entrevistar pessoas que tiveram histórias de vida muito parecidas com a minha. Me identifiquei de imediato com a idéia e aceitei o convite sem pensar duas vezes. Agradeço ao Novo Degase por essa oportunidade e à toda a equipe da TV, que me recebeu com muito carinho” disse Carlinhos. Na primeira gravação, o entrevistado foi Carlos Au-gusto Felipe, ou Carlão (Capa da primeira edição da Revista Pró-Menor Responsabilidade Social), que falou sobre a sua trajetória ao longo do tempo, pois também foi aluno da FUNABEM e conhece todas as dificuldades que esses menores de hoje enfrentam.Carlão, que hoje é advogado e um respeitado empresário,falou como conseguiu superar os mo-mentos difíceis, sempre focado nos estudos, na honestidade, ciente do que precisava fazer para ter uma vida melhor.

Carlinhos comemora sua premiação.

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Vida de “Carlinhos Pró-Menor” será levada para a telona

Depois de “Cidade de Deus”, de Fernando Meireles, “Tropa de Elite”, de José Padilha e “Carandiru”, de Hector Babenco, agora che-gou a hora do Brasil conhecer na tela do cinema, a biografia de um menino humilde, oriundo da FUNABEM, que superou diversas barreiras na vida para ser quem ele é hoje em dia.Sub-oficial da Aeronáutica, fundador e pres-idente do Instituto Pró-Menor, que atende crianças e jovens carentes de todo o Brasil há 25 anos, Fellow da Ashoka, autor do livro “O Menor que se fez Maior”, da editora Scip-ione, o mais lido nas salas de aula do país, um dos palestrantes mais requisitados no Brasil e no exterior, apresentador da TV Novo DEGASE e, com todo esse currículo, um dos feitos mais importantes de sua vida: a indi-cação ao Prêmio Nobel da Paz (2010/2011) no grupo da América Latina, liderado pelo o ex-presidente Lula.

Em breve, o filme, que tem título provisório de “Vivendo no Abandono”, entra em fase de captação e será dirigido por um grande cineasta. A expectativa é que seja filmado ainda esse ano, conforme vontade de todos os envolvidos no projeto.“Estamos negociando com um cineasta mun-dialmente conhecido para dirigir o nosso filme. Ainda não podemos divulgar o nome do profissional por questões de negociação, mas, com certeza, é um dos principais dire-tores do Brasil” declarou Carlinhos.O roteiro do filme será fiel à trajetória de vida de Carlinhos, desde sua chegada ao Rio, trazido pelo pai, que logo o - deixou aos cui-dados de uma vizinha prometendo voltar em uma semana e nunca mais retornou, o seu ingresso na FUNABEM e toda a dificuldade vivida ali dentro, a entrada na Força Aérea Brasileira e a fundação do Instituto Pró-Menor, onde tem colhido muitas alegrias e

P r o g r a m a d a p a r a e s t e a n o , a s f i l m a g e n s d o l o n g a q u e c o n t a a t r a -j e t ó r i a d e C a r l i n h o s , p r o m e t e s e r u m m a r c o n o c i n e m a n a c i o n a l .

reconhecimento.“Queremos mostrar ao Brasil e ao mundo toda nossa história de dificuldade e supe-ração. Mostrar que é possível vencer na vida com honestidade e muito estudo. Esse filme, com certeza, vai contribuir para estimular diversas crianças, jovens e adultos à olharem a vida com otimismo,onde verão de todas as barreiras que encontrei em minha vida, mas que graças a Deus, tive força de vontade de superar todas e ter uma vida melhor no pre-sente” afirmou Carlinhos.O longa-metragem será produzido pela produtora 24 P Cinema Digital e contará com atores renomados no elenco, o que só faz com que o filme seja uma grande produção e que o público possa se emocionar com as interpretações de atores consagrados.“Teremos um elenco de ponta para estrelar o nosso longa-metragem. Vamos fazer um

filme muito bonito, sem nenhuma dúvida. Es-tamos trabalhando com muito empenho nesse projeto” falou o presidente do Instituto Pró-Menor.A vontade de Carlinhos é que novos talen-tos, oriundos de comunidades carentes pos-sam trabalhar no filme junto com os atores já renomados, revelando assim, grandes profis-sionais na arte de interpretar e que precisam apenas de uma oportunidade na carreira.“Desejo convidar atores de comunidades car-entes para o filme.Essa vontade já existe des-de quando idealizei o projeto e será muito importante para a carreira deles, trabalhar com atores renomados. Será muito bom po-dermos viabilizar essa troca de experiência. Estou muito animado e ansioso para começa-rem as filmagens. Será um sucesso” concluiu o protagonista da obra.

I l u s t r a ç ã o p o r : E d u a r d o M o n t a n a r i M a r t i n i a k i

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Instituto Pró-Menor celebra 25 anos com o Projeto Sonho Real

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Na c o m e m o ra ç ã o d e a n ive r s á r i o d o i n s t i t u to , a s c r i a n ç a s fo ra m a g ra c i a d a s c o m u m vô o h i s tó r i c o .

O último dia 17 de dezembro foi uma data marcante para o Instituto Pró-Menor e para os seus colaboradores, com a realização do Projeto Sonho Real, na BAGL( Base Aérea do Galeão), no Rio de Janeiro, onde 58 crianças, todas de comunidades carentes, realizaram um voo a bordo de um dos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).Batizado de Projeto Sonho Real, a comemora-ção dos 25 anos do Instituto Pró-Menor con-tou com a presença de inúmeras autoridades que prestigiaram a celebração, assim: como o Brigadeiro Luis Carlos da Silva Bueno, ex-comandante-geral da FAB, principal respon-sável pelo instituto ter a projeção que tem hoje, quando acreditou no projeto idealizado por Carlos Roberto dos Santos (“Carlinhos Pró-Menor”), quando o mesmo ingressava na Aeronáutica, como sargento.“Agradeço muito ao Brigadeiro Bueno por ter acreditado, há 25 anos atrás, em um sonho que eu tinha naquela época, e que se tornou realidade, que era a fundação do Instituto Pró-Menor, quando começou dentro da Base Aérea do Galeão, com todo o apoio do Brigadeiro Bueno, que era o comandante da base.Sem ele,

o instituto não seria o que é hoje. Não tenho palavras para agradecer a ele pela confiança depositada em mim” agradeceu Carlinhos.Muito aguardado pelas crianças, o voo históri-co foi um sucesso e todas ficaram muito fe-lizes, uma vez que, jamais tinham chegado perto de um avião, por ser algo muito distante da realidade de vida delas. Oriundas de locais carentes da cidade, como as recém pacificadas Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão, todas ti-veram a oportunidade de voar, realizando um de seus sonhos, com a projeção de dias mel-hores para esses menores.“Queremos mostrar para essas crianças que é possível concretizar seus sonhos e que essa re-alidade pode se tornar muito presente na vida de cada uma delas. O Projeto Sonho Real pre-tende que essas crianças valorizem o estudo e o bom comportamento para serem pessoas de bem no futuro” afirmou Carlinhos.Após o voo, todos se confraternizaram com um churrasco, muita música e diversão. No fi-nal um bolo confeccionado em comemoração aos 25 anos encerrou com “chave de ouro”a cerimônia, que marcou a vida de muitas cri-anças.

Carlinhos Pró-Menor, no seu dis-curso para os convidados.

por Bruno Lima

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Carlinhos

A busca por just iça for ta lece e just i f ica a nossa v ida

índio Pataxó que dormia em via pública, cujo sono, provavelmente, era embalado pelo sonho da reconquista das terras que pouco a pouco foram retiradas de seu povo. Ainda há muito mais. Porém, não se faz preciso relembrar a dor de todos os dramas que, dia após dia, se acu-mulam sobre nossa alma, sobre nossa própria existência, seja através da mídia, seja através da visão das ruas, sempre cheias de crianças e idosos abandonados à própria sorte, sem se fa-lar ainda no flagelo das drogas, que marginaliza a nossa juventude e degenera suas famílias. Es-pera-se uma coisa e vem outra, mormente em ano eleitoral, quando tudo se promete e nada se cumpre após o pleito. A expectativa é a do pão da vida, mas o sistema nos oferece escorpião e morte . Esta imagem, que lembra uma parábola de nosso senhor Jesus Cristo , registrada no Liv-ro de Lucas 11:5-13, narra um protesto contra a má distribuição dos bens mundanos, em luta contra a falta de solidariedade e contra a in-justiça. Lembramo-nos, também, de velhos pro-fetas de Israel, arautos de Deus contra o mal , a opressão e a exploração dos pobres . Amós anuncia o castigo divino con-tra os que “ vendem o justo por dinheiro , e o necessitado por um par de sandálias ” . O pro-feta Isaias fala dos que esperam por justiça, mas recebem a opressão: “ E ai dos que ao mal chamam de bem , e ao bem , de mal ” Contra os exploradores também pregou a nosso padre Antônio Vieira , em 1841, na Bahia , na presença do Vice-Rei do Brasil : “Perde-se o Brasil, meu senhor , porque alguns Ministros de sua Majestade, não vem cá buscar nosso bem, vem buscar nossos bens . Palavras atuais. Porém, tal qual esses pro-fetas do passado, ao lado da denúncia devemos

Os bens de um País como o nosso, que como todos sabem são muitos, têm sido usufruídos por pou-

cos, tanto dentro de nossas fronteiras como fora delas, numa espécie de simbiose entre os daqui e os de lá, tal como um enxerto da glo-balização, antes somente manifestada no pro-cesso colonizador. O uso indevido ou privilegiado das rique-zas da criação – ou da sua transformação - em detrimento da maioria da população, afeta não apenas a vida material , mas pode tornar-se numa força destrutiva da vida espiritual , pois gera a injustiça , a mentira , o medo e a vio-lência . A vida, a partir da heróica luta cotidiana, que hoje alcança igualmente a classe conhecida como média , muitas vezes não consegue nem mesmo satisfazer as condições mínimas de so-brevivência : o alimento , a saúde , a educação , o vestuário e o lazer . Enfim: os direitos humanos dos cidadãos acabam vulnerados em sua essência, pois falta o indispensável para se viver com dignidade. Sentimo-nos perplexos e ávidos por justiça social. O ano está começando com uma enxurrada de tragédias naturais, provocadas, sobretudo, pela própria mão do homem, que faz transbordar rios e inundar cidades. A incúria e a desonestidade daqueles que se enriquecem às custas da boa-fé e da credulidade alheias, transformou a alguns anos atrás em pó um ed-ifício no Rio de Janeiro, soterrando os bens e as memórias de vida de centenas de famílias, ai-nda causando mortes e infelicidade para todos que ali habitavam. Por outro lado, como mais um exemplo de desumanidade, jovens residen-tes em Brasília “brincaram” de incendiar um

A seguir, uma entrevista com “Carlinhos Pró-menor”, que fala a respeito desse momento histórico para o Instituto Pró-Menor.

Revista Pró-Menor – O que motivou o senhor a realizar o Projeto Sonho Real?Carlinhos – A minha idéia surgiu com objetivo de conseguir trazer até as crianças algo que está distante da realidade delas. Como sou re-formado das Forças Armadas Brasileiras, sem-pre tive apoio da Aeronáutica para os assuntos ligado ao instituto e o Pró-Menor começou seus trabalhos dentro da Base Aérea do Galeão, eu quis também juntar o sonho das crianças em parceria com a FAB, que mais uma vez apoiou ao instituto, permitindo que as crianças voas-sem e incentivou elas a talvez no futuro, in-gressarem no meio militar . Mas, o importante é que sempre valorizem seus estudos para serem cidadãos de bem no futuro.

Revista Pró-Menor – O senhor acha que as crian-ças compreenderam o intuito desse projeto, que celebrou os 25 anos do Instituto Pró-Menor ?Carlinhos – Com certeza. Todos ficaram mui-to felizes em realizar esse vôo, vendo do alto as comunidades onde vivem e diversos pontos turísticos do Rio, que é lindo. O importante é que as crianças, desde cedo, compreendam, com estímulo da família, que estudar é fundamen-tal e que o conhecimento pode fazer com que elas voem muito alto na vida. Foi a educação que fez com que minha vida mudasse, portanto, acredito muito na educação como principal fer-ramenta para um amanhã melhor e, jamais, vou deixar de incentivar o estudo e o bom compor-tamento à todas as crianças do nosso Brasil.

Revista Pró-Menor – Como foi a escolha das 58 crianças para participarem do voo histórico ?Carlinhos – Convidamos crianças de algumas comunidades carentes, onde atuamos como parceiro. Trouxemos menores de comunidades recém pacificadas, como a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão. Primeiramente, requisita-mos aos responsáveis por trazê-las, que todas tivessem boa nota na escola e com comporta-

mento exemplar dentro de casa. Também vi-eram alunos da FIA (Fundação para Infância e Adolescência), que realiza um grande trabalho com os menores abandonados no Rio.

Revista Pró-Menor – Quais os planos para o ano de 2011 para o Instituto Pró-Menor ?Carlinhos – Graças a Deus, temos muitos pla-nos para esse ano. No próximo mês de março, vamos inaugurar uma unidade do instituto no Complexo do Alemão, o que muito nos orgulha por poder fazer um trabalho social numa região tão necessitada, mas que agora, com a chegada da UPP na região e, certamente, os moradores terão dias melhores. Queremos somar nesse fu-turo promissor do Complexo do Alemão e va-mos realizar uma grande festa na inauguração da unidade.

Revista Pró-Menor – Deixe um recado para os nosso leitores.Carlinhos – Peço que todos acreditem nas nos-sas crianças e nossos jovens, sobretudo os mais carentes, para que eles possam estudar e terem uma profissão. O Instituto Pró-Menor sempre estará de portas abertas para fazer o que puder em prol dos menores do nosso Brasil.

A comunicação social da FAB(CECOMSAER) entrevistando algumas crianças depois do voo.

Foto: Denise Barros Foto: Bruno Lima

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30 Pró-Menor

T r a b a l h o V o l u n t á r i o

de aceitar. Visto está carên-cia, nós temos como propósito levar, além dos donativos, amor, carinho e alegria. A colaboradora Bianca Mar-tins faz a alegria da crianças com suas brincadeiras e procura levantar esper-ança às crianças com a peça das flores, procurando mostrá-las que as diferenças entre as pessoas existem, mas que isso não significa exclusão. Gostaria de mencionar o ano de 2009 que participamos de uma gincana social, pegamos a instituição AMAR de Raiz da Serra para fazer uma total revitalização, foi muito gratificante o trabalho, tivemos a oportunidade de conhecer e dar a opor-tunidade das crianças conhecerem nosso amigo Carlinhos Pro-Menor que nos aju-dou com uma palestra que até hoje e co-mentada entre as crianças que na insti-tuição reside, nosso grupo foi o campeão da competição, mas o mais importante foi o que aprendemos nos 6 meses que passamos na revitalização da instituição e o que passamos para as crianças e para os colaboradores da instituição. Em média, o grupo visita 14 instituições por ano, 20 famílias e leva 1 tonelada de donativos , 600 unidades de brinquedos e uma quantidade considerada de roupas.

Tudo começou quando meu amigo Jorge Alves foi visitar sua mãe que estava in-ternada em um hospital publico e se de-parou com a realidade que é somente perceptível pelas pessoas que necessi-tam fazer uso do serviço. Foi quando ele teve a idéia de montar um grupo volun-tário e viu em mim a pessoa certa para dar inicio ao trabalho. Nosso primeiro passo foi conseguir uma planilha com todas as instituições (orfa-natos e asilos) do Rio de Janeiro, mar-camos as que achávamos mais carente e demos inicio ao trabalho. Começamos o grupo com o número de 50 pessoas (um setor do trabalho) mes-mo assim levamos uma boa quantidade de donativos para aquela que seria e sempre será a primeira instituição vis-itada pelo grupo (instituição Promai) em outubro de 2004, de lá para cá muitas coisas mudaram. Meu amigo Jorge casou e se afastou do grupo. O grupo cresceu muito e hoje somos reconhecidos por toda organização, temos colaboradores de Minas Gerais e São Paulo. Constatamos que atualmente no Bra-sil, muitas crianças e idosos estão em abrigos e orfanatos, infelizmente foram totalmente abandonados por seus fa-miliares. Mas de 70% das crianças que estão em orfanatos no Brasil, possuem famílias viva e a maioria dos idosos em abrigos, foram largados e abandonados pelos filhos, uma realidade bem difícil

Devyds ValeLíder e fundador do Grupo de Voluntários Em-manuel

Davyds Vale

Pró-Menor 31

anunciar a esperança numa nova terra, pois essa é a tarefa de todos os que se preocupam com o destino do povo, com a derrubada de floretas e com a qualidade de vida no campo e na cidade . A busca da justiça fortalece a nossa vida e enaltece nosso espírito, mesmo que seja só a busca, pois a partir dela a justiça virá, dizia simbolicamente Vitor Hugo : “Deus abençoe o homem não por haver achado , mas por haver buscado”. Há muitos lugares onde se pode lutar por justiça. Segundo o filósofo protestante Paul Ricoeur, contemporâneo destes tempos de in-justiça , uma ética para os nossos dias deve tomar em conta as “ relações externas “ – da política e da economia - e as “relações próxi-mas” – de amor e de serviço ao próximo , aos deserdados da vida . Podemos atuar nos púlpitos e nas instâncias políticas, como podemos começar pela rua onde moramos ou pelo bairro ou ci-dade onde se situa o templo que freqüenta-mos. Há hoje um clamor generalizado pela justiça. Os eventos dramáticos deste ano que ora se finda mostraram que “a consciência da injustiça social cresce cada vez mais neste país injusto, quer queiram ou não os profis-sionais do otimismo”, como bem escreveu certa vez Moacyr Werneck de Castro, no Jor-nal do Brasil, em edições passadas . Cabe-nos, na busca da justiça, proclamar essa consciência, para que se cumpram as petições da oração que o Senhor Jesus Cristo nos ensinou, “que haja o pão de cada dia para todos, tanto na terra como no Céu” .

Vocêsabia?Denise BarrosVice presidente do Instituto Pró-Menor

Que o Instituto Pró-Menor, que recentemente com-pletou 25 anos com o Projeto Sonho Real, vai inau-gurar no mês de março, uma unidade no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, que hoje está pacificado com a chegada da UPP (Unidade de Polícia Pacifica-dora) ? A intenção é colaborar com diversas melho-rias no âmbito educacional, com a oferta de cursos profissionalizantes para os jovens da comunidade.

Que o Banco do Brasil assinou convênio com o Insti-tuto Votorantim para estimular o desenvolvimento sustentável em comunidades carentes ? O objetivo visa implementar em conjunto, algumas iniciativas adotadas isoladamente, pelas duas instituições, em localidades onde atuam, ampliando a capacidade de melhores resultados”.

Que a ONG Ação Comunitária do Brasil (ACB/RJ) lançou o livro “Práticas Inclusivas”, no Mirador Rio Copacabana Hotel ? O evento teve a presença de 19 ONG’s do Brasil, financiadas pela Fundação In-teramericana, parceira da ACB/RJ no projeto Escola Oficina Cidadã, que resultou no livro.

Que o presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eu-genio Gouvêa Vieira, anunciou que a Federação vai oferecer 632 vagas gratuitas para cursos na área de Construção Civil, visando a reconstrução de Nova Friburgo ? A divulgação foi feita no SENAI do mu-nicípio, com a presença do vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, do secretário es-tadual de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno, e de cerca de 150 empresários do município.

Que ONG Recuperar, sediada no Rio, cujo o presi-dente é o renomado lutador Eugênio Tadeu, fez uma parceria com o SENAC-Rio que visa à inclusão de jovens de comunidades carentes, entre 16 e 21 anos, no Portal do Futuro ? O programa tem por finalidade oferecer oportunidade de capacitação, qualificação e certificação profissional para aqueles que desejam conquistar seu primeiro emprego.

Carlinhos Pró-Menor

Embaixador da Paz

Indicado ao PREMIO NOBEL DA PAZ – 2010/2011

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POLÍCIA FEDERAL E A SEGURANÇA PÚBLICA

Amaury Portugal

INTELIGÊNCIA DA PF A Polícia Federal deve a partir de agora, in-cluir em suas operações as forças militares – Marinha, Exército e Aeronáutica, Policiais Civis e Militares dos Estados, além da Polícia Rodoviária Federal, já que detém com alta pri-oridade os serviços de inteligência, a engen-haria de operações, sem abrir mão da parte doutrinária nessas missões e da observância legal na execução.A Polícia Federal, de outra feita, está empen-hada nos estudos e tratativas com os comandos militares dos EUA para a criação de uma base multifuncional e multinacional no Brasil, cuja sede seria no Rio de Janeiro. O comando se-ria da Polícia Federal em colaboração com os americanos e estaria voltado para o combate ao narcotráfico e o contrabando de armas.A bem sucedida operação legal das forças poli-ciais e militares no Rio de Janeiro, não pode nos conduzir à impressão que vencemos o crime organizado. A Polícia Federal tem o dever de preparar a logística de controle sobre todo o território nacional, sem esquecer da Amazônia onde já morreram tantos policiais federais, que continuam anônimos até agora.

Não existe no Bra-sil uma Política de Segurança Pública

o que enfraquece e desvirtua a atuação do Estado no combate ao crime organizado. Não fora isto, o território brasileiro é imenso e suas fronteiras divisam com onze países da América do Sul, incluindo as Guianas.Tecer críticas às Instituições da Segurança Pública, como o SENASP, por exemplo, e apon-tar a inoperância delas é contraproducente e nada trará de positivo.A Polícia Federal, embora bem formada, tem um contingente diminuto e nem sempre é uti-lizada na forma que a tornaria mais eficaz, que é a coordenação de trabalhos de segurança em todo o território nacional. Não se leva em conta que a PF tem um dos mais perfeitos serviços de inteligência do mundo e que não é usado pelo Estado no combate ao crime organizado.O ideal seria que a PF tivesse poder de requi-sição de contingentes de outras forças polici-ais e militares, que em operações, como ocorre com o FBI que inclusive pode avocar qualquer procedimento policial em todo território ameri-cano. Amaury Portugal

Presidente do Sindicato dos Delegados Federais do Estado de São Paulo.

Foto: site www.sindpfsp.org

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