carcinoma de cÉlulas escamosas de origem … de células... · requisito final, para conclusão do...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ROBERTA SIMONE RODRIGUES CARNEIRO CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE ORIGEM SUBUNGUEAL COM INFILTRAÇÃO INTRAÓSSEA EM UM CÃO: relato de caso MACEIÓ ALAGOAS 2017/2

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Page 1: CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE ORIGEM … de células... · requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob orientação

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

ROBERTA SIMONE RODRIGUES CARNEIRO

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE ORIGEM

SUBUNGUEAL COM INFILTRAÇÃO INTRAÓSSEA EM UM

CÃO: relato de caso

MACEIÓ – ALAGOAS 2017/2

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ROBERTA SIMONE RODRIGUES CARNEIRO

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE ORIGEM SUBUNGUEAL COM INFILTRAÇÃO INTRAÓSSEA EM UM

CÃO: relato de caso

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob orientação da profa. Ma. Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini e co-orientação da profa. Ma. Kézia dos Santos Carvalho.

MACEIÓ – ALAGOAS 2017/2

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BIBLIOTECA CENTRAL CESMAC

C289c Carneiro, Roberta Simone Rodrigues Carcinoma de células escamosas de origem subungueal com infiltração intraóssea em um cão : relato de caso.-- Maceió , 2017. 18 f.: il.

TCC (Graduação em Medicina Veterinária) - Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL, 2017.

Orientadora: Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini.

1. Carcinoma. 2. Subungueal. 3. Osteólise. 4. Cães. I. Anderlini, Giovana Patrícia de Oliveira e Souza. II. Título.

CDU: 619:616

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ROBERTA SIMONE RODRIGUES CARNEIRO

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE ORIGEM SUBUNGUEAL COM INFILTRAÇÃO INTRAÓSSEA EM UM

CÃO: relato de caso

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac sob orientação da profa. Ma. Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini e co-orientação da profa. Ma. Kézia dos Santos Carvalho.

APROVADO EM: 10/08/2017

Orientadora – Profa. Ma. Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Edson de Figueiredo Gaudêncio Barbosa

Profa. Ma. Lígia Buzzá Roo de Mendonça Câmara

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AGRADECIMENTOS

A Deus por tudo que sou.

À minha mãe que em todos os momentos se fez e faz presente em minha

vida, tudo isso é para você e por você.

À minha família pela alegria que ficaram quando souberam que fiz o vestibular

para Medicina Veterinária.

Às minhas irmãs Raquel, Evelly e Edja por estarem sempre me apoiando,

motivando e desejando sempre o melhor para mim.

Ao meu noivo e futuro esposo Jackson, pela parceria, amizade, amor e

principalmente seu incrível poder de paciência, para aguentar meus dias ruins.

Às minhas orientadoras e queridas professoras Giovana, pelos “up’s” nos

trabalhos, ensinamentos e carinhos nos dias de estágio e Kézia por todo

conhecimento ensinado, paciência desde o segundo período a focar o microscópio

para mim até as correções desse trabalho. Tenho muito orgulho de ter sido aluna

das duas.

Aos meus animais (que são muitos), pelas sessões de semiologia na hora do

banho, e por fazerem parte da minha vida desde que eu me entendo por gente.

Obrigada!

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CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE ORIGEM SUBUNGUEAL COM INFILTRAÇÃO INTRAÓSSEA EM UM CÃO: relato de caso

SQUAMOUS CELL CARCINOMA OF SUBNAIL ORIGIN WITH INTRABONE INFILTRATION IN DOG: case report

Roberta Simone Rodrigues Carneiro Graduanda do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac

[email protected] Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini

Professora Mestra do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac [email protected]

Kézia dos Santos Carvalho Professora Mestra do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac

[email protected]

RESUMO Carcinomas de células escamosas são neoplasias que atingem principalmente a pele, havendo predileções por regiões glabras e claras. No relato de caso, a paciente, da raça Teckel, de pelagem escura, apresentava um carcinoma de células escamosas de origem ungueal e com posterior infiltração intraóssea, localizado no quarto dedo do membro anterior direito. O exame histopatológico revelou células bem organizadas, possuindo núcleos escamosos, bastante queratina e ainda pleomorfismo celular e nuclear A amputação das falanges foi o tratamento de escolha com a excisão completa da neoplasia. O diagnóstico histopatológico foi de extrema importância em relação ao prognóstico, visto que após a remoção cirúrgica não foi necessário o uso de quimioterapia e radioterapia, pois verificou-se histologicamente que não havia presença de células neoplásicas na medula óssea da falange proximal.

PALAVRAS-CHAVE: Carcinoma. Subungueal. Osteólise. Cães.

ABSTRACT Squamous cell carcinomas are neoplasms that affect primarily the skin, having predilections for glabrous and clear regions. In the case report, the patient, of the Dachshund breed, of dark skinning, presented a squamous cell carcinoma of the nail origin and with subsequent infiltration Intraóssea, located in the fourth finger of the right previous member. The examination histopathological revealed well-organized cells, possessing flaky nuclei, fairly keratin and still pleomorphism cellular and nuclear the Phalanx amputation was the treatment of choice with the complete excision of the neoplasia. The histopathological diagnosis was of extreme importance in relation to the prognosis, since after surgical removal did not require the use of chemotherapy and radiotherapy, as it was verified histologically that there was no presence of neoplastic cells in the bone marrow of the proximal phalanx.

KEYWORDS: Squamous. Subungual. Osteolysis. Dogs.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 2 RELATO DE CASO ................................................................................................. 8 3 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 13 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 16 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 17

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1 INTRODUÇÃO

Tumores malignos derivados de tecidos epiteliais são chamados de

carcinomas (MONTENEGRO; FRANCO, 1999). Os carcinomas, em geral, são

altamente invasivos, provocando na epiderme ulceras solitárias e geralmente com

crostas, porém não tem um alto potencial metastático (FERREIRA et al., 2009).

Entende-se por carcinoma de células escamosas (CCE) uma neoplasia que

acomete tanto os animais como humanos, com incidência maior em animais mais

velhos, atingindo principalmente as células epiteliais. Trata-se de uma neoplasia de

caráter maligno, porém se identificada de forma rápida existe uma grande chance de

tratamento (BEDOYA et al., 2016).

Os diagnósticos são definidos por meio das lesões e seus fatores

predisponentes (BARROS et al., 2008), associados à histopatologia, e radiografia,

para confirmação do CCE (ROCHA et al., 2010). Existem diagnósticos diferenciais

para o carcinoma de células escamosas entre eles o papiloma escamoso, carcinoma

basoescamoso, melanomas, tumores do folículo piloso e das glândulas sebáceas; e

lesões muito semelhantes com as enfermidades leishmania, dermatofitose e

também as alergias (RASKIN; MEYER, 2003; CRYSTAL, 2004), sendo importante

caracterizar o CCE histopatologicamente (células com núcleo aumentado e

hipercromáticos) em todas partes da epiderme (ROSOLEM; MOROZ; RODIGHERI,

2012).

A cirurgia é o tratamento mais utilizado na clínica, com um prognóstico de

favorável a reservado, para auxiliar no diagnóstico, existe o exame citológico, onde

pode ser uma ferramenta importante para ajudar no diagnóstico definitivo do CCE

(PALUMBO; FABRIS; MACHADO, 2012).

Em situações pouco comuns pode haver presença desse tumor em outras

áreas diferentes do habitual. Em detrimento a esse fato, faz-se necessário um

estudo abrangente em busca de relatos específicos sobre alterações clinico-

patológicas do carcinoma de células escamosas com infiltração intraóssea em cães.

Objetiva-se com esse trabalho relatar um caso clinico de carcinoma de células

escamosas na falange do membro anterior direito o qual apresentou infiltração

intraóssea, descrevendo seus métodos de diagnóstico e terapia utilizada.

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2 RELATO DE CASO

Foi atendida em uma Clínica Veterinária particular em Maceió, Alagoas, um

canino fêmea da raça Teckel, pelagem preta e marrom, com 10 anos de idade,

apresentando claudicação em membro anterior direito. No exame clínico, a paciente

estava com seus parâmetros fisiológicos dentro da normalidade, no entanto, no

quarto dedo do membro anterior direito foi evidenciado discreto edema e unha

fraturada (Figura 1).

Figura 1 – Imagem cárpica. Após a remoção da unha. Fonte: Arquivo Pessoal.

O fragmento de unha foi removido cuidadosamente e a paciente foi

encaminhada para radiografia, onde foi evidenciado importante aumento de volume

de tecidos moles em correspondência ao 4º coxim digital direito sob suspeita de

processo inflamatório ou infeccioso e presença discreta de fragmento de falange

distal do 4º dedo direito. A imagem sugeriu também a preservação da falange média

do 4º dedo direito (Figura 2).

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Figura 2 – Imagem radiográfica evidenciando um importante aumento de volume de tecidos moles em correspondência ao 4º coxim digital direito e discreto fragmento de falange distal do 4º dedo direito. Fonte: Arquivo Pessoal.

Diante do resultado, a paciente foi encaminhada ao centro cirúrgico para

remoção da falange distal. Durante o procedimento foi verificada inflamação

acentuada e áreas de necrose, sendo removida e a área debridada. Foi

recomendado no pós-operatório Cefalexina na dose de 30 mg/kg/12horas/10 dias,

Meloxican 0,1mg/kg/24horas/3dias e Tramadol 2mg/kg/8horas/3 dias. Os cuidados

de enfermagem com a utilização de iodopovidona procederam-se a cada dois dias

durante duas semanas.

Após a retirada de pontos percebeu-se ainda discreto aumento de volume e

novamente a paciente foi encaminhada para exame radiográfico que revelou lesão

óssea de caráter lítica em extremidade distal da falange média do 4º dedo direito

com perda da definição da interlinha radiográfica distal. Além da ausência da falange

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distal do 4º dedo direito e aumento de volume de tecidos moles em correspondência

ao coxim digital do 4º dedo direito e adjacências (Figura 3).

Figura 3 – Imagem radiográfica mostrando lesão óssea de caráter lítica em extremidade distal da falange média do 4º dedo direito com perda da definição da interlinha radiográfica distal. Fonte: Arquivo Pessoal.

Sob suspeita de neoplasia óssea a paciente foi encaminhada para o centro

cirúrgico para amputação da 4ª Falange medial e proximal do membro anterior

direito. Foi mantida com Cefalexina na dose de 30 mg/kg/12horas/10 dias,

Cetoprofeno na dose de 1mg/kg/24horas/3 dias e dipirona na dose de

25mg/kg/8horas/3 dias.

As falanges proximal e medial foram encaminhadas, com solução Formol

10%, para o laboratório de patologia do Centro Universitário Cesmac para exame

histopatológico com análise de margens.

Houve cicatrização satisfatória e a paciente não apresentou alteração na

ferida cirúrgica.

No resultado do exame histopatológico observou-se proliferação neoplásica

de queratinócitos caracterizados por formação de ninhos irregulares invadindo a

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derme profunda, presença de pérolas de queratina, queratinização de células

isoladas e moderado pleomorfismo (Figura 4). Presença de massa tumoral com as

mesmas características, descritas acima, na medula-óssea da falange medial

(Figura 5). Associado observou-se moderado infiltrado inflamatório misto com

predominância de linfócitos e plasmócitos. Outros achados foram a dilatação de

folículos pilosos com retenção de queratina, área de ulceração associado à necrose

e infiltrado inflamatório misto.

Foram realizados cortes histológicos de fragmentos da falange proximal onde

não havia indícios de presença neoplásica (Figura 6). Foi conclusivo o diagnóstico

morfológico como Carcinoma de Células Escamosas com infiltração intraóssea.

Figura 4 – Foto do exame histopatológico ilustrando presença de ninhos irregulares na derme, sugestivo para Carcinoma de Células Escamosas. Objetiva 10x Fonte: Arquivo Pessoal.

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Figura 5 – Foto do exame histopatológico exibindo massas tumorais presentes na medula óssea Objetiva 10x Fonte: Arquivo Pessoal.

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Figura 6 – Foto do exame histopatológico ilustrando o corte com margens de segurança, onde não tem indícios de neoplasia na falange proximal Objetiva 10x Fonte: Arquivo Pessoal.

3 DISCUSSÃO

Os carcinomas de células escamosas afetam principalmente a epiderme,

tendo predileções por peles glabras e despigmentadas, mas também podem

acometer outros lugares do corpo (ROSELEM; MOROZ; RODIGHERI, 2012). Esses

tumores são comuns tanto na espécie canina, como felina, no entanto, felinos são

mais susceptíveis, atingindo principalmente a face desses animais com a pelagem

branca e ou clara, não havendo predisposição de sexo ou de raça (KRAEGEL,

2004).

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Existem ainda alguns autores que afirmam que as raças com mais

predisposições são aquelas que apresentam riscos para as queratoses actínicas,

devido às semelhanças genéticas entre o CCE e a queratose. As raças são os

Dachshund, Boxer, Poodle e Pequinês (MORRIS; DOBSON, 2001). Os principais

tipos de etiologia nos casos de CCE não são conhecidos, mas existem as causas

secundárias, onde o contato direto com os raios solares é mais comum, por isso as

áreas sem pelos são as mais atingidas (MULLER; KIRK, 1996; ROSELEM; MOROZ;

RODIGHERI, 2012).

Assim como nos animais, os humanos de pele mais clara tem mais

predisposição a apresentar o carcinoma, assim como a exposição à luz ultravioleta,

produtos químicos, entre outros fatores predisponentes (FERNANDO; AZEVEDO;

SOUSA, 2016; SILVA; DIAS, 2017). Em cães, os dígitos são os locais mais

afetados, em humanos o carcinoma de células escamosas atinge principalmente a

cavidade bucal, quando a infiltração intraóssea é relatada (SANNOMIYA et al.,

2003).

O exame radiográfico demonstrou ser uma importante ferramenta, no caso

relatado, pois verificou que existia um discreto aumento na área do digito e a lesão

demonstrar ser de caráter lítico, onde foi sugerido neoplasia (ROCHA et al., 2010).

No caso presente, as lesões são características de carcinoma de células

escamosas e associado aos dados epidemiológicos de idade, cor de pele e

localização sugere-se que este seja um subtipo, denominado CCE subungueal, um

tipo de CCE raro, que atinge primeiramente a unha, depois as estruturas das

falanges (BASSANI et al., 2016).

Deve-se considerar como diagnósticos diferencias para CCE com infiltração

intraóssea, o condrossarcoma e o osteossarcoma, que também são neoplasias

malignas, e seu prognóstico não é bom. Dessa forma, o exame histopatológico é de

fundamental importância para o diagnóstico, onde será através dele que será

mostrado a origem da neoplasia e como ela está se desenvolvendo. Existem

literaturas que classificam o carcinoma de células escamosas histopatologicamente,

como esse carcinoma do caso relatado é de origem subungueal, a

imunohistoquimica poderá classificar de forma mais fidedigna, pois ele possui

características de bem diferenciado a moderadamente diferenciado (ROSOLEM;

MOROZ; RODIGHERI, 2012)

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A amputação do digito foi o tratamento de escolha com a excisão completa da

neoplasia (FEDERIZZI et al., 2010), e não foi necessário o uso de quimioterapia e

radioterapia no caso relatado, pois verificou-se histologicamente que não havia

presença de células neoplásicas, em medula óssea de falange proximal,

demonstrando-se com isso a importância de ser retirada, a neoplasia, com margens

de segurança suficientes (SOUZA et al., 2005).

O prognóstico se torna bom e favorável quando o carcinoma é identificado

logo. Sua localização também influenciam os resultados para um prognóstico

favorável ou não, além do histórico, exame físico, ou seja, informações clínicas são

de extrema importância, associados aos exames complementares como a citologia,

radiografia e histopatologia que auxiliam para um diagnóstico definitivo e preciso em

casos de CCE de origem subungueal (SOUZA et al., 2005).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos animais os carcinomas de células escamosas de origem subungueal,

com infiltração intraóssea causam dor e desconforto na região acometida,

comprometendo o bem-estar do animal. Estas neoplasias localizadas em dígitos

com comprometimento intraósseo tem dificuldade de diagnóstico por serem raras e

pouco caracterizadas nas literaturas, sendo esse um fator relevante para este

estudo de caso e deve ser considerado como um diagnóstico diferencial nas

alterações intraósseas em cães.

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REFERÊNCIAS

BARROS, R. M. et al. Carcinoma das células escamosas multicêntrico em cão. Revista Brasileira de Saúde Produção Animal, v.9, n.1, p. 103-108, 2008.

BASSANI et el. Carcinoma espinocelular subungueal: relato de cinco casos e sua importância no diagnostico diferencial das lesões do aparelho ungueal. Surgical And Cosmetic Dermatology, v.8, n.4, p. 543-547, 2016.

BEDOYA, S. A. O. et al. Caracterização de colágenos tipos I e III no estroma do carcinoma de células escamosas cutâneo em cães. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 68, n. 1, p. 147-154, 2016.

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FEDERIZZI, K. C. et al. Carcinoma Espinocelular em Membro Torácico de Cão com Invasão Óssea: relato de caso. In: XIX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 19., 2010, Guarapuava. Anais do XIX EAIC, Paraná: UNICENTRO, 2010.

FERNANDO, D. V. X.; AZEVEDO, S. C. S.; SOUSA, V. O. Carcinoma de células escamosas em cão: relato de caso. Saber digital, v.9, n.1, p. 115-128, 2016.

FERREIRA, K. C. R. S. et al. Uso do 5 – fluorouracil associado à cirurgia como terapêutica para carcinoma de células escamosas em cães. Acta Scientiae Veterinariae, v.37, n.1, p. 89-92, 2009.

KRAEGEL, S. A.; MADEWELL, B. R. Tratado de Medicina Interna Veterinária: Doenças do cão e gato. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. MONTENEGRO, M. R.; FRANCO, M. Patologia processos gerais. São Paulo: Atheneu, 1999.

MORRIS, J.; DOBSON, J. Small Animal Oncology. London: Blackwell Science, 2001.

MULLER, G. O., KIRK, R. W. Dermatologia de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Interlivros, 1996.

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RASKIN, R. E.; MEYER, D. J. Pele e Tecido subcutâneo. In: ____. Atlas de Citologia de Cães e Gatos. São Paulo: Roca, 2003.

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ROSOLEM, M. C.; MOROZ, L. R.; RODIGHERI, S. M. Carcinoma de células escamosas em cães e gatos: revisão de literatura. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia, v.6, n.6, p. 1299, 2012.

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