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Agosto de 2015 Edição: 347 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Carcavelos S. D. Rana Linda-a-Pastora Agradecimentos chegam ao quartel BALANÇO DOS INCÊNDIOS Vieira de Leiria Bombeiros apostam em novas valências Bombeiros apostam em novas valências DOBRO DA ÁREA ARDIDA TRIPLO DAS OCORRÊNCIAS DOBRO DA ÁREA ARDIDA TRIPLO DAS OCORRÊNCIAS Vítima mortal de acidente “À morte deste Bombeiro em terra acresce uma estrela no céu” Presidente da LBP Cte Jaime Soares Página 5 Página 13 Páginas 8 e 9 Página 32 Páginas 10 e 11 Fotos: Marques Valentim

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Page 1: Carcavelos S. D. Rana Director: Rui Rama da Silva Vítima ... · com que dificuldades, por que o material é caro, e com que esforço, por que a formação exige conhecimentos e prática

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: 347 

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: XXXII 1,25€ 

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Carcavelos S. D. Rana

Linda-a-Pastora

Agradecimentos chegam ao quartel

BALANÇO DOS INCÊNDIOS

Vieira de Leiria

Bombeiros apostamem novas valências

Bombeiros apostamem novas valências

DOBRO DA ÁREA ARDIDATRIPLO DAS OCORRÊNCIAS

DOBRO DA ÁREA ARDIDATRIPLO DAS OCORRÊNCIAS

Vítima mortal de acidente“À morte deste Bombeiro em terraacresce uma estrela no céu”

Presidente da LBPCte Jaime Soares

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2 AGOSTO 2015

A lógica do riscoOs chamados desportos

radicais e muitos outros exercícios associados

ocupam um lugar muito im-portante nas actividades de ar livre, de lazer, permitindo a fruição de ambientes espe-ciais, de paisagens, em luga-res remotos, de difícil acesso e experiências fora do comum em meio natural.

Mas o que é belo, deslum-brante até, e muito saudável, contudo, pode esconder um conjunto de riscos que devem ser especialmente acautela-dos, desde logo, e em espe-cial, pelos praticantes dessa panóplia de actividades.

Está em causa a salvaguar-da da sua integridade física mas, também, a daqueles que muitas vezes são chamados a intervir na sua busca e socor-ro.

Entre uns e outros haverá muitas diferenças. Ambos te-rão gosto e apetência pelo meio natural mas encaram-no de modo diverso.

Os primeiros, falo dos prati-cantes, assumem os riscos sem que se vejam obrigados a

isso, com total gratuitidade, li-vremente, por sua iniciativa, com o simples objectivo da di-versão e do prazer.

Os segundos, os bombeiros, assumem os riscos em reac-ção, sem qualquer objectivo de diversão ou prazer, mas numa lógica de missão, de serviço à comunidade, volun-tariamente.

No caso dos desportos radi-cais e práticas associadas, mais uma vez, os bombeiros jogaram por antecipação e, na maior parte dos casos, para não dizer sempre, agiram às suas próprias custas.

Cientes dos riscos inerentes àquelas actividades, e às con-dições em que muitas vezes são praticadas, os bombeiros cedo perceberam que teriam que preparar-se para novas missões, tão ou mais arrisca-das que as das vítimas que são chamados a procurar, a socor-rer e a resgatar em circuns-tâncias e condições particular-mente difíceis.

Perante a necessidade de acautelar os riscos que correm e salvaguardar a eficácia da

sua intervenção, os bombeiros perceberam também que im-portava obter ferramentas próprias e formação adequa-da.

Os bombeiros buscaram a formação e as ferramentas, e obtiveram-nas. Sabe-se lá com que dificuldades, por que o material é caro, e com que esforço, por que a formação exige conhecimentos e prática noutras vertentes e domínios

onde antes os bombeiros não navegavam.

Hoje todos contam que os bombeiros dominem essas es-pecialidades. Não lhes importa saber como lá chegaram, quanto custou, o esforço que representou, os riscos acresci-dos que elas acarretam e so-mam às que eles já enfren-tam.

Na sociedade, esta mudança profunda e complexa na inter-

venção dos bombeiros parece ter passado ao lado. Pensarão até que se chegou lá por sim-ples rotina, naturalmente, sem que para tal tenha sido neces-sário trabalhar, desenvolver novas dinâmicas e obter meios próprios.

Até as estruturas associati-vas de desportos radicais, or-ganizações congéneres sua promotoras, inclusive em ter-mos comerciais, têm-se man-

tido à margem. Salvo, honra-díssimas excepções que tendo significado local pouco ou nada contam ou valem para o pano-rama global.

Tudo isto dá que pensar. Como é possível a prática des-tas actividades sem que os promotores e os praticantes, no fundo, no ponto de vista dos bombeiros, tantas vezes não garantam as necessárias condições de segurança?

Este problema tem-se de-senvolvido em crescendo com muito boa gente a assobiar para o ar. Excepto, mais uma vez, os bombeiros com os seus continuados alertas para os riscos dessas actividades e a falta de condições para o seu exercício.

É bom que os cidadãos pos-sam fruir o ar livre e o meio natural. Mas façam-no com consciência e em condições, ou seja, acautelando até à exaustão as normas de segu-rança.

Os bombeiros agradecem e recomendam.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

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Há precisamente dois anos, em agos-to de 2013, Portugal sofria perdas

irreparáveis. O fogo imparável, as cha-mas implacáveis ceifavam vidas. Em curto espaço temporal os bombeiros portugueses perderam oito dos seus mais bravos combatentes.

Pedro Rodrigues, António Ferreira, Ana Rita Pereira, Cátia Pereira, Bernar-do Cardoso, Bernardo Figueiredo, Da-niel Falcão e Fernando Reis pereceram no cumprimento da mais nobre das missões: servir o próximo. Todos tom-baram num infernal campo de batalha quando protegiam pessoas e os seus bens.

A tragédia deixou marcas que o tem-po teima em não apagar, um luto difícil de cumprir, chagas que se abrem sem-pre que as chamas tomam maiores pro-porções, até porque a morte continua a perseguir os bombeiros.

Tristemente, no dia em que esboçávamos estas linhas, os Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana sofriam uma inesperada e dolorosa baixa. O bombeiro José Joaquim Moreira faleceu no passado dia 20 de agosto, na sequência dos ferimentos graves resultantes do despiste do autotanque onde seguia para o combate a um incêndio no concelho de Cascais.

Mais uma vez, a família se uniu na dor, quando ainda estão por curar as feridas deixadas pelas mortes dos jovens Ana Rita Pereira e Bernardo Figueiredo, também eles bombeiros no mu-nicípio cascalense.

Em jeito de tributo, aos que já partiram, mas também às de-zenas de feridos, muitos ainda em recuperação – nomeadamen-te Hugo Guerreiro também vitima do acidente com a viatura dos Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana – importa

agradecer a todos os homens e mulhe-res que servem o lema “vida por vida”, nos mais distintos teatros de opera-ções, até porque recorde-se que duran-te todo o ano, 24 horas por dia, estes são agentes de prontidão, expostos aos mais variados perigos, determinados em salvar vidas. Os incêndios flores-tais, representam apenas seis por cen-to das ocorrências registadas nos quar-téis portugueses, contudo, tristemente, continuam a assassinar operacionais e a despertar a sociedade para a missão dos bombeiros.

A onda de solidariedade com os “sol-dados da paz” ganhou uma vez mais dimensão, Portugal emocionou-se, O município de Cascais viveu três dias de luto pela morte José Joaquim Moreira, que numa ironia funesta foi a enterrar no dia que assinalava o 2.º aniversário da morte de Ana Rita Pereira, a volun-

tária de Alcabideche que faleceu no Caramulo, a 22 de agosto de 2013.

O verão está a terminar, fecha-se mais uma “época de incên-dios” e o País volta a esquecer os milhares de homens e mulhe-res, “voluntários por opção, profissionais na ação”, que salvam vidas, protegem bens, conduzem doentes aos tratamentos mé-dicos, transportam deficientes, limpam estradas, removem neve dos caminhos, garantem o abastecimento de água às po-pulações, procedem ao corte de árvores e ainda combatem fo-gos urbanos e industriais e asseguram o resgates de pessoas e animais no mar e em terra, nas mais adversas condições.

Pelo valor que acrescentam à sociedade e pelo exemplo, obri-gada Bombeiros de Portugal.

Sofia Ribeiro

JORNAL@LBP

Em jeito de tributo….

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A Confederação Portuguesa do Voluntariado lança a 7.ª edição do Troféu Português do Voluntariado, um prémio atribuído, anual-

mente, com objetivo de homenagear o trabalho desenvolvido neste âmbito e incentivar boas práticas.

Podem candidatar-se organizações de voluntariado ou promoto-ras de voluntariado, com projetos nas seguintes áreas da Ação Cí-vica e Comunitária, Ação Social, Ciência e Cultura, Cooperação para o Desenvolvimento, Defesa do Consumidor, Defesa do Patri-mónio e do Ambiente, proteção animal, Desenvolvimento da Vida Associativa e da Economia Social e Solidária, Direitos Humanos, Educação, Emprego e Formação Profissional, Proteção Civil, Inte-gração Social e Saúde.

Entre os objetivos do galardão destacam-se a promoção do vo-luntariado como exercício de cidadania ativa e envolvimento de todos para o bem comum bem como o seu contributo para a me-lhoria das condições de vida de pessoas e comunidades, parti-cularmente as que estejam em situação ou risco de exclusão e ainda promover a defesa do ambiente e dos animais e di-vulgar boas práticas na replicação ou a realização de novos projetos.

As candidaturas decorrem até dia 25 de setembro de 2015, de-vendo todos os interessados enviar o formulário disponível no site www.convoluntariado.pt.

Registe-se que a Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) foi constituída a 19 de janeiro de 2007. Tem como finalidade representar os voluntários de Portugal e as respetivas organiza-ções, quaisquer que sejam os seus domínios de atividade e contri-buir para a defesa dos respetivos direitos e interesses.

A CPV congrega atualmente 29 organizações de voluntariado e promotoras de voluntariado, associações singulares, federações e confederações com variados objetos de atuação, de âmbito nacio-nal.

TROFÉU PORTUGUÊS DO VOLUNTARIADO 2015

Candidaturasaté 25 de setembro

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3AGOSTO 2015

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Há muito que a Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP), como bem sabem, tem insistido,

quer junto do Governo, quer junto da própria Assembleia da República, para que, ao abrigo da Lei 32/2007, seja criado um regime jurídico para os contratos de trabalho a celebrar entre as Associações e os bombeiros que ali exercem funções remunera-das.

Como se lembrarão, também, o artigo 35.º da referida Lei estabele-cia o prazo, há muito ultrapassado, de 180 dias para que tal se concreti-zasse.

Ao apresentarmos à Senhora Presi-dente da Assembleia da República (AR), Conceição Esteves, as conclu-sões do 42.º Congresso da LBP reali-zado em Coimbra não deixámos de enfatizar esta questão. Motivo para que aquela responsável, tivesse pos-teriormente remetido para a respeti-va comissão parlamentar e para to-dos os grupos com assento na AR, esses anseios e muitas outras ques-tões colocadas pela Liga dos Bombei-ros Portugueses

À data, ainda não foi considerada em sede parlamentar a nossa posi-ção, mas não obsta a que, desde logo, tudo façamos para dar continui-dade aos compromissos assumidos com o trabalho de casa que, prepara-do com rigor e competência, possa abordar em tempo e perspetivar prio-ritariamente a questão relacionada com o Acordo Coletivo de Trabalho.

Ao longo dos anos, várias Associa-ções têm chegado a acordo com al-guns sindicatos em termos de Con-trato de Empresa, mas o que é facto é que ainda não se conseguiu consa-grar um verdadeiro projeto de Acordo Coletivo de Trabalho, em condições que permitam, em termos negociais, alcançar as soluções que irão ao en-contro das reais necessidades das partes.

Na sequência dos contactos havi-dos, quer com o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), quer com o Sindicato Nacional dos

Trabalhadores da Administração Lo-cal, Empresas Públicas, Concessioná-rias e Afins (STAL), bem como pre-vendo outros contactos que venham a ocorrer com outras entidades, a LBP está disponível para participar, em conjunto com a Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT), do Ministério da Solidarie-dade, Emprego e Segurança Social ( representante do Governo), na cons-trução de um Acordo Coletivo de Tra-balho que sirva os bombeiros assala-riados e as Associações.

A LBP, como parte interessada em representação das Associações, só poderá estar presente nestas nego-ciações se para o efeito as mesmas a credenciarem. Foi nesse sentido que, para preparar um projeto negocial, solicitámos a emissão da respetiva procuração.

A LBP não é uma confederação pa-tronal, como tal não detêm compe-

tência, para que só por si, possa ne-gociar acordos do género. (Razão para que tenhamos solicitado às As-sociações, que livremente o enten-dam fazer). Apenas com a emissão das procurações a LBP poderá então, com a DGERT e com as estruturas sindicais disponíveis, iniciar o proces-so negocial.

Para já, importa referir que a sim-ples emissão da procuração não obri-ga, não vincula nem compromete ne-nhuma das Associações ao resultado negocial que se vier a alcançar.

Estamos a falar simplesmente de um projeto de propostas que permita a abertura de negociações num pro-cesso tido há muito como prioritário.

No final, só ficarão vinculados ao processo, não as que tenham emitido a procuração, mas apenas as que ve-nham a homologar o acordo ou a ele se associem.

É certo que, em termos negociais,

a LBP estará, também, tanto mais forte neste processo quanto maior for o número de declarações ou re-presentações que puder exibir no seu início.

Por outro lado, a intervenção da LBP no processo negocial será, igual-mente, tanto mais ampla e expressi-va, quanto os muitos contributos que receber das associações bem como das federações.

Essa participação conjunta, cujo convite aqui renovamos, terá como consequência, estou certo, um resul-tado mais expressivo, mais real, mais adequado e consentâneo com aquilo que desejamos para os bom-beiros assalariados e para as Asso-ciações que os empregam enquanto entidades patronais.

Em relação ao resultado final, no-meadamente ao texto que vier a ser aprovado existe compromisso firme de que, será objeto de uma tão pró-

xima, quanto possível redação, sobre a qual as estruturas dos Bombeiros Portugueses serão chamadas a pro-nunciar-se. E, como é óbvio, repito, só subscreverá o potencial acordo quem com ele se sentir identificado.

Não é fácil encetar um processo como este, face a temores, dúvidas e reservas, fundadas ou não, e até preconceitos, que vemos pairar em seu redor. Mas não contem connos-co, definitivamente, para nesta como noutras matérias, e disso temos dado sobeja prova, para recuarmos ou admitirmos que se tente “tapar o sol com a peneira”.

Ao longo do tempo, os Bombeiros Portugueses, a sua Liga, as suas Fe-derações e as suas Associações e Corpos de Bombeiros, como a reali-dade o prova, têm sabido enfrentar e ultrapassar todas as dificuldades. Por certo, mais uma vez, assim aconte-cerá.

Acordo Coletivo de Trabalho

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4 AGOSTO 2015

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) apoia a edição de uma coleção de cromos temáticos

alusivos aos bombeiros.Em parceria com uma empresa da especialida-

de, a LBP vai editar uma coleção onde serão in-cluídos todos os emblemas das associações de bombeiros, de norte a sul do País, incluindo as Regiões Autónomas.

Neste momento decorre, até 15 de setembro, a receção dos referidos emblemas em suporte di-gital, para a posterior edição dos cromos.

Em circular enviada a todas as associações o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soa-res, aponta esta edição como uma forma de ver “consubstanciada a afirmação do Associativismo e do Voluntariado dos Bombeiros Portugueses e da sua força social”.

BOMBEIROS PORTUGUESES

LBP apoia ediçãode cromos temáticos

O padre Américo Aguiar, men-tor de várias iniciativas em favor dos bombeiros, foi no-

meado para vice-presidente do con-selho de administração da Rádio Renascença (RR).

“Foi com enorme satisfação que tivemos hoje conhecimento da sua nomeação para vice-presidente do Conselho de Administração da Rá-dio Renascença” sublinha o presi-dente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses em mensagem enviada ao empossado.

O comandante Jaime Marta Soa-res, adianta que, “estamos certos que irá continuar a prestar um excelente trabalho e apoio à comunidade nas novas funções, em apoio à Conferência Episcopal Portuguesa”.

“Não esqueceremos a sua postura solidária e ativa aquando do internamento no Hospital da Prelada dos bombeiros feridos em 2013 no com-bate aos incêndios florestais”, lembra o presiden-

te da LBP recordando ainda que, “não esquecere-mos também a recente prova de solidariedade como presidente da Irmandade dos Clérigos, ao proporcionar a oferta da receita de bilheteira de três dias de visitas à Torre dos Clérigos em bene-fício do Fundo Social do Bombeiro gerido pela Liga dos Bombeiros Portugueses”.

RÁDIO RENASCENÇA

Padre Américo Aguiarna administração

O primeiro presidente ho-norário da Federação de

Bombeiros do Distrito de Lis-boa, Salvador da Luz, assim distinguido em 2003, faleceu recentemente, 35 anos de-pois de ter iniciado a sua ati-vidade intensa e dedicada de dirigente de bombeiros.

Salvador da Luz era igual-mente detentor do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, da medalha de mérito municipal da Câmara de Sintra, da medalha de mérito grau ouro dos Bombeiros Voluntários de Queluz e da medalha de bons serviços grau prata dos Bombeiros Vo-luntários de Parede, entre outras distinções.

Na Federação de Bombeiros do Distrito de Lis-boa, Salvador da Luz iniciou-se em 1985 ao inte-grar a lista como vice-presidente, lugar que man-teve até 1991, tendo substituído então Anselmo Silva como presidente. Nesta qualidade, Salvador da Luz manteve-se à frente da Federação durante 12 anos, correspondentes a 4 mandatos.

Salvador da Luz foi eleito para presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Queluz em 1980 na sequência do ato elei-toral mais concorrido da história daquela institui-ção.

A sua ação à frente daque-la Associação, que considerou “ser a minha segunda casa”, ficou marcada pela recupera-ção e saneamento financeiro e por fortes investimentos feitos nas áreas associativa e operacional, reorganização dos serviços, renovação da frota e das próprias instala-ções. Esforço e empenho que viria a transferir para a pró-pria Federação e para o Con-selho Nacional da LBP na de-

fesa intransigente dos bombeiros e do associati-vismo.

Há anos, na sequência de uma entrevista - ba-lanço da sua atividade como dirigente associati-vo, Salvador da Luz reconhecia que “não vejo a minha vida preenchida sem a presença e sem a proximidade dos bombeiros”.

“Tenho plena consciência que as pessoas têm limites de capacidades e antes que as pessoas me pusessem fora, eu próprio me afastei quando achei que se impunha sangue novo na direção desta Associação e da Federação dos Bombeiros” defendia Salvador da Luz, aos 81 anos, na mes-ma entrevista.

Salvador da Luz foi igualmente um colaborador muito ativo do “Bombeiros de Portugal”.

FEDERAÇÃO DE LISBOA

Faleceu Salvador da LuzA Liga dos Bombeiros Portu-

gueses (LBP) comemorou, em 18 de agosto passado, 85 anos de vida em prol das bom-beiras e dos bombeiros de Por-tugal integrados nas 472 asso-ciações humanitárias e corpos de bombeiros (436 das quais voluntárias).

A razão que levaram à funda-ção da LBP em 18 de agosto de 1930 mantém-se hoje plena-mente válidas. A LBP nasceu da vontade de congregar e unir as associações e corpos de bom-beiros de todo o país em torno de objetivos e vontades co-muns.

Ontem, como hoje, essa missão continua oportuna e atual. Ontem, como hoje, a LBP continua ativa e disponível para enfrentar e liderar novos desafios, seja no desenvolvi-mento das estruturas dos bombeiros, seja na motivação e desempenho do socorro nos moldes, com as competências e com as ferramentas mais atualizadas e eficazes do mo-mento.

Nesta data, queremos, par-ticularmente, enviar uma sau-dação às Bombeiras e Bombei-ros, às suas Associações e Cor-pos de Bombeiros, e às suas Federações Distritais pelos ex-traordinários serviços presta-dos ao longo de décadas, às suas comunidades e aos portu-gueses em geral. A LBP não deixará de continuar a pugnar pelo reconhecimento devido por esses serviços.

A LBP pugnou também pela criação do Fundo de Proteção Social do Bombeiro (FPSB) e pela sua consagração legislati-

va. Hoje, o FPSB continua a desempenhar o papel inexcedí-vel de lutar pela proteção so-cial dos bombeiros e dos seus familiares. O crescimento dos benefícios com que os bombei-ros possam contar continua a ser um objetivo, entretanto, por exemplo, com a exigida criação do Cartão Social do Bombeiro onde se possam aglutinar os atuais benefícios e todos os outros que almejamos alcançar, nomeadamente a to-tal isenção das taxas modera-doras, ser considerado Parcei-ro Social de Direito, ter assen-to no Conselho Económico e Social e no Conselho Nacional para a Economia Social, inte-

grar o Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergên-cia Médica com um diretor não executivo, objetivos estes que se pretendem alcançar no mais curto espaço de tempo.

Ao longo da sua história de 85 anos, a LBP teve 19 Presi-dentes. A eles tiveram associa-dos nos seus Órgãos Sociais milhares de outros dirigentes, todos oriundos das Associa-ções e Corpos de Bombeiros, que conduziram os destinos da Confederação numa lógica pró--ativa na relação com os pode-res instituídos, nacionais e lo-cais. Relação que, nessa dinâ-mica permanente, logrou al-cançar muitas metas, hoje patentes e sedimentadas, e outras que se mantém latentes e pelas quais os atuais dirigen-tes garantem continuar a lutar denodadamente. A Liga dos Bombeiros Portugueses con-gratula-se por ser a legítima representante de todos os Bombeiros de Portugal.

Presidente do Conselho Executivo

Jaime Marta SoaresComandante

LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES

Oportuna e atual 85 anos depois

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5AGOSTO 2015

José Joaquim Mendes Morei-ra, 41 anos, bombeiro há duas décadas, não resistiu

aos ferimentos na sequência do capotamento do autotanque onde seguia a caminho de um incêndio em mato perto de Ta-laíde, na fronteira entre os con-celhos de Cascais e Oeiras.

Uma tarde de agosto, igual a tantas outras, acabaria por ficar registada na história pelas pio-res razões. As cerimónias fúne-bres de José Moreira, que deixa dois filhos menores, realiza-ram-se no sábado, dia 22 deste mês. Num ambiente de cons-ternação, familiares, colegas e amigos, prestaram a última ho-menagem ao soldado da paz que perdeu a vida ao serviço da causa dos bombeiros. Deste acidente trágico resultou ainda um ferido. Hugo Guerreiro, de 31 anos, conduzia o autotanque que se despistou. O bombeiro foi transferido para o hospital

de Cascais, de onde já teve alta encontrando-se a recuperar no domicílio. Hugo Guerreiro está “desolado”, conta o comandan-te do corpo de bombeiros, Paulo Santos, que teve a dura missão de lhe comunicar a perda do co-lega.

No dia da morte de José Mo-reira, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) emitiu um comunicado onde expressou publicamente as “sentidas con-dolências” pelo trágico aciden-te e solicitou às associações e corpos de bombeiros que se associassem a este momento de dor. Cumprindo a solicitação nacional emitida pela LBP aos seus associados, todas as as-sociações e corpos de bombei-ros colocaram as bandeiras a meia haste e fizeram soar as sirenes, em todo o país, à hora em que se realizaram as ceri-mónias fúnebres. À porta dos quartéis, foram centenas as

BOMBEIROS PORTUGUESES DE LUTO

Um país unido por José MoreiraAo início da madrugada do dia 19 de

agosto, o país dos bombeiros foi mais uma vez confrontado com a notícia que ninguém

quer ouvir. Mais uma vítima mortal a marcar o combate aos incêndios florestais e

a vida de uma associação. Desta vez a tragédia bateu à porta dos Bombeiros

Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana, concelho de Cascais, distrito de

Lisboa. Portugal vestiu-se de luto para homenagear mais um herói, num verão que

fica mais uma vez marcado pela dor dos bombeiros e pelo negro da área ardida.

Texto: Patrícia Cerdeira

Fotos: Marques Valentim

formaturas que durante 30 se-gundos, e ao som das sirenes, lembraram mais um soldado que tomba em serviço. A Câ-mara Municipal de Cascais de-cretou três dias de luto munici-pal.

Carcavelos perdeu um amigo

No quartel dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos São Domingos de Rana não “há pa-lavras” para descrever José Moreira – o “Russo” para uma grande maioria, um homem há

muito ligado aos bombeiros e com familiares próximos, tam-bém eles, ligados à causa e com dois filhos menores.

“O José era um operacional a 100 por cento, dos homens em quem confiávamos e que queríamos ao nosso lado nas situações mais complicadas”, lembra um dos colegas da as-sociação. No quartel o am-biente é de grande consterna-ção e vários bombeiros tive-ram de receber apoio psicoló-gico.

Em todo o país, nomeada-mente através das redes so-ciais, multiplicaram-se as pa-lavras de apoio e solidariedade ao corpo de bombeiros e aos familiares e amigos de José Moreira, o bombeiro de olhos claros que aparece fardado na página pessoal da rede Face-book, imagem que se multipli-cou pela maioria das páginas das associações humanitárias na internet em poucas horas.

Jaime Marta Soares, o presi-dente da Liga que acompa-nhou hora a hora o evoluir do estado clinico dos bombeiros acidentados, não conseguiu esconder a emoção e, ao ‘BP’, referiu que “à morte deste bombeiro na terra, acresce uma estrela no céu”.

Durante as cerimónias fúne-bres do José Moreira, ocorri-das a 25 de agosto, foi tam-bém lembrado o nome da bombeira dos Voluntários de Alcabideche, também do con-celho de Cascais, Rita Pereira, falecida há dois anos, precisa-mente naquele dia, no incên-dio ocorrido no Caramulo.

Civil morre no Sabugal

Os incêndios de agosto fize-ram mais uma vítima. Um civil de 70 anos que, sozinho, tentou enfrentar as chamas que se aproximaram da sua casa. O ho-mem foi encontrado sem vida, carbonizado, pelos bombeiros que procediam ao combate des-te incêndio florestal que lavrou na freguesia de Sortelha, conce-lho do Sabugal, Guarda, no pas-sado dia 22 de agosto. Segundo informações prestadas pelo ve-reador da Proteção Civil da Guarda, Vítor Proença, a vítima “estava no meio de um canavial e não conseguiu sair a tempo” quando as chamas se aproxima-ram. O homem estaria a tentar que as chamas não chegassem perto da zona onde estava a sua casa.

Emoção e homenagens em muitos quartéis de norte a sul de Portugal

Ao centro Hugo Guerreiro, o outro bombeiro ferido no acidente, num momento de descontração partilhado também com José Moreira, à direita

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6 AGOSTO 2015

A propósito dos 80 anos da rádio pública, efeméride cujas comemorações decorrem até 13 de Fevereiro de 2016, recorda-mos o grande incêndio que, nos anos 30, destruiu quase por completo as instalações do anti-go Rádio Clube Português (RCP), situadas na Parede.

Contextualizando, importa recordar que o RCP foi naciona-lizado em 1975 e, como tal, in-tegrado no serviço público de radiodifusão, através da recém--criada Radiodifusão Portuguesa (RDP), dando lugar à RDP - Rá-dio Comercial.

Por outro lado, sabe-se que a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pertencia ao número de sócios do Rádio Clube Portu-guês, tendo a respectiva inscri-ção sido decidida em reunião do então Conselho Técnico e Admi-nistrativo, realizada a 3 de Ju-nho de 1935.

Quando da deflagração do in-cêndio, o RCP era propriedade do capitão Jorge Botelho Moniz, seu fundador, irmão do tenente--coronel Júlio Botelho Moniz, ministro do Interior no período de 1944 a 1947. Curiosamente foi durante a sua vigência minis-terial que o Estado instituiu o Conselho Nacional dos Serviços de Incêndios, em resposta às aspirações dos bombeiros por-tugueses, representados pela LBP.

As fotos que mostramos, pu-

blicadas na revista “Ilustração”, de 1 de Outubro de 1935, dão bem ideia da dimensão do sinis-tro e dos estragos causados.

Foi na madrugada de 15 de Setembro de 1935, pelas 4.10 horas, que se deu o incêndio no vulgarmente designado “GL” (derivado ao seu indicativo CT1 GL), já a estação havia encerra-do os seus serviços radiofóni-cos.

Com origem no estúdio gran-de, as chamas rapidamente se propagaram ao estúdio mais pe-queno e à sala de emissores.

No momento encontravam-se de serviço três trabalhadores, que detectaram a situação e so-licitaram os socorros dos bom-beiros, através da via telefone.

A existência de matérias facil-mente combustíveis, tais como cortiça e algodão prensado, no isolamento acústico dos estú-dios, provocou a rápida progres-são do incêndio.

Os primeiros bombeiros a chegar foram os de Carcavelos, seguidos dos Voluntários da Pa-rede, concorrendo para que as-sim tivesse acontecido o facto de muitos dos seus elementos residirem perto das instalações do Rádio Clube Português, que seguiram para junto destas e ali aguardaram pela chegada do material.

Quando estabelecido o dispo-sitivo de socorro, parte do edifí-cio encontrava-se tomado pelo fogo, restando apenas a possibi-lidade de salvar algumas peças de mobiliário e pouco mais.

A acção dos bombeiros foi di-ficultada pelo vento forte que se fazia sentir e também pela es-cassez de água.

Um incêndio “fulminante”, la-vrado em menos de uma hora, perante o qual o pessoal comba-tente viu-se obrigado a “lutar heroicamente”, devido aos “seus capacetes serem de me-

NA PAREDE, EM 1935

Incêndio “fulminante” no Rádio Clube Português

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

tal, e não de sola, que é menos sensível ao calor”, conforme ob-servado pela reportagem do jor-nal “Diário de Lisboa”.

A ocorrência de um curto-cir-cuito esteve na base do incên-dio, advogaram os bombeiros. Porém, na opinião de Jorge Bo-telho Moniz, o mesmo ficou a dever-se a uma ponta de cigar-ro a arder, deixada, inadvertida-mente, por algum dos presentes num baile realizado, no estúdio grande, poucas horas antes da deflagração. Esta possibilidade é avançada em relato de im-

prensa da época, adiantando que a estação possuía sistema de corta circuitos, não tendo este acusado qualquer sinal de acidente na instalação eléctrica.

Registaram-se avultados prejuízos, estando, contudo, cobertos por seguros. Entre os estragos, para além da perda da totalidade do equipamento técnico de emissão, destaque--se o desaparecimento da dis-coteca, composta por 700 dis-cos. Restaram, apenas, as duas torres emissoras e as paredes do edifício central, pois a pró-

pria cobertura deste acabou por ruir.

Paralelamente às chamas, a água utilizada nos trabalhos de extinção - o único agente extin-tor ao alcance dos bombeiros - contribuiu para o avolumar dos danos, porquanto ao infiltrar-se no piso afectou as caves do edifí-cio, onde funcionavam serviços.

Fundado em 1931, suceden-do ao Rádio Clube da Costa do Sol, o RCP fazia companhia a um vasto auditório, de Norte a Sul do país, mediante programa diário com a duração de oito ho-ras, pelo que o acontecido e as suas consequências penaliza-ram profundamente associados e ouvintes.

Presença assídua no quotidia-no dos portugueses, e conside-rado como sendo uma referên-cia da radiodifusão nacional, o apreciado “GL” mereceu igual-mente a atenção do Governo, que através do ministro do Co-mércio e Indústria, engenheiro Sebastião Ramires, em desloca-ção às instalações da Parede, se inteirou dos efeitos do incêndio.

Os trabalhos de reconstrução da estação iniciaram entretanto, num curto espaço de tempo. Reza a história que “das suas cinzas renasceu um novo edifí-cio, e um RCP, com mais fé e di-namismo”.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Pouco tempo antes do incêndio, a Liga dos Bombeiros Portu-

gueses (LBP) levou a efeito, nos estúdios da Parede, um ciclo de palestras transmitidas, em direc-to, para todo o país, com a finali-dade de divulgar a missão e os princípios da então jovem Confederação.

Coube ao célebre comandante Álvaro Va-lente, figura de reconhecidos predicados, de “palavra fluente e sugestiva”, ser o porta-voz da LBP, difundindo, em relação a esta, “a sua voz amiga de organismo máximo da classe, voz de saudação e de incitamento, voz de ca-maradagem e de impulso, voz de solidarieda-de e de propaganda”.

Transcritos, integralmente, no “Boletim da Liga dos Bombeiros Portugueses”, sob o título “Os nossos Serviços de Propaganda”, os tex-tos que serviram de suporte às referidas pa-lestras constituem, na linha de toda a obra de Álvaro Valente, preciosos fragmentos de his-tória e de doutrina, indispensáveis ao estudo do processo fundacional da instituição, forma-lizado em 18 de Agosto de 1930 (Congresso Nacional de Bombeiros – Estoril), há portanto 85 anos.

“Que a minha voz, interpretando o sentir do

C.T. e A. da L. dos B. P., seja o clarim estentório da justiça que nos assiste e da paz e harmonia que devem ser apanágio dos que servem a Humanidade com ta-manha dedicação e altruísmo.

E que essa voz ecôe de monte em monte, de aldeia em aldeia, de terra em terra, por todas as localidades enfim, para acordar, para agitar, para sacudir, para estremecer, para unir todos os que envergam a mesma farda gloriosa do Bombeiro Português”, disse o co-mandante, também presidente do Conselho Fiscal da Liga dos Bombeiros Portugueses, aos microfones do Rádio Clube Português.

Naquele tempo, a rádio em Portugal dava os seus primeiros passos enquanto fenómeno de comunicação de massas. Daí que esteja-mos na presença de um facto histórico que merece ser interpretado como um sinal de franca modernidade e progresso da Confede-ração, de resto, confirmado na influência que a mesma teve, nos anos seguintes, de Norte a Sul do país, no surgimento simultâneo de um elevado número de associações e corpos de bombeiros, em condições de mobilização e participação social nunca antes vistas.

“Voz amiga de organismo máximo”

Decorre até final do mês, com êxito, o pro-

grama de Vigilância Moto-rizada às Florestas do concelho de Cantanhede. Trata-se de um desafio lançado pela Associação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de Canta-nhede (AHBVC) à socie-dade civil, a que respon-deram cerca de 40 voluntários de vários pontos do concelho.

Todos os dias, desde 1 de julho, à tarde, dois voluntários percorrem o concelho em motoriza-das cedidas pela Câmara Municipal de Cantanhe-de. O objetivo tem sido efetuar a vigilância da área florestal, detetando eventuais focos de in-cêndio. Caso tal aconteça, alertam de imediato o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS), através do número gratuito para alerta de incên-dios, o 117.

O presidente da AHBVC, Adérito Machado, mentor do programa (inédito por referir-se a uma equipa constituída por civis), está convicto de

que esta vigilância moto-rizada terá também um efeito dissuasor junto dos incendiários. Isto porque o itinerário a percorrer pelos voluntários é sem-pre diferente, sem locais ou horários de passagem pre-estabelecidos

O programa conta com o apoio da Câmara Muni-

cipal de Cantanhede, através da cedência de três motorizadas da marca Honda postas ao dispor dos voluntários. Recorde-se que a cedência des-tes veículos se encontra prevista no protocolo as-sinado pelo presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, pelo presidente da direção e o co-mandante dos Bombeiros de Cantanhede.

Segundo Adérito Machado, a adesão da socie-dade civil a este programa ultrapassou todas as expectativas. Em poucos dias congregaram-se em torno deste projeto quase quatro dezenas de voluntários dispostos a dedicar algum do seu tempo livre a um projeto implementado para be-nefício de todos

CANTANHEDE

Civis fazem vigilância nas florestas

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7AGOSTO 2015

Público reconhecimentoe agradecimento

aos Bombeiros Portugueses

LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) expressa publicamente o seu reconhe-cimento e agradecimento a todos os

Bombeiros Portugueses, que na fase “Charlie” (período mais crítico no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais DECIF) têm estado, como sempre, ao serviço das populações, protegendo-as e procurando com Esforço, Coragem, Abnegação e Profis-sionalismo defender também os seus have-res. Os Bombeiros Portugueses, que como é sobejamente conhecido tem por divisa “Vida por Vida”, arriscam a sua vida para defender em primeiro lugar a vida do seu semelhante.

Assim, a Liga dos Bombeiros Portugueses através do Presidente do Conselho Executi-

vo, Cmdt. Jaime Marta Soares, vem dar pú-blico reconhecimento e agradecimento a to-das as Mulheres e Homens que fardam de Soldados da Paz, mas que na sua essência são verdadeiros guerreiros, na defesa de pessoas e bens.

É também conhecido, mas por vezes pou-co divulgado, que nos Teatros de Operações, a presença massiva dos Bombeiros é sempre superior a 95% do total de agentes no terre-no estando inquestionavelmente demonstra-dos o esforço, a entrega e a disponibilidade dos Bombeiros Portugueses no DECIF.

A título de exemplo, refere-se que na se-mana de 28/07/2015 a 03/08/2015, num to-tal de 1.029 ocorrências no âmbito do DECIF,

dos 18.821 operacionais mobilizados, 17.880 eram Bombeiros, e utilizados 4.478 veículos de Bombeiros de um total de 4.714 meios mobilizados. É sabido o risco que envolve a prática do combate aos incêndios florestais e que implica abnegação, competência e pro-fissionalismo, sem nunca descurar a preocu-pação primeira de segurança, mais seguran-ça, mais segurança, mais segurança, já que dela depende a vida das pessoas e o êxito da missão.

No mesmo período, no âmbito do combate a incêndios florestais e de operações de pro-teção e socorro, de um total de 8.539 ocor-rências, foram mobilizados 45.805 operacio-nais, sendo 44.324 Bombeiros (cerca de

97% do total de operacionais), e utilizados 15.135 meios técnicos, 14.691 dos quais pertencentes a Corpos de Bombeiros.

No entanto, o combate aos incêndios flo-restais que é mais visível e mediatizado nos meses de verão, corresponde apenas a 7% da atividade anual dos Corpos de Bombeiros.

O papel das populações pode ser e é muito importante na ajuda à atividade dos Bombei-ros, desde que sigam rigorosamente as suas indicações e orientações.

Bem hajam os Bombeiros Portugueses pela total disponibilidade, na certeza de que continuarão a lutar na defesa do País, minuto a minuto, hora a hora, durante os 365 dias do ano.

Lisboa, 07 de agosto de 2015Presidente do Conselho Executivo

Jaime Marta SoaresComandante

“Em nome de todos os bombeiros portugue-ses, venho manifestar profundo agradeci-

mento pela iniciativa dessa Polícia de publica-mente agradecer aos bombeiros o esforço desen-volvido mais uma vez no âmbito ao combate aos incêndios florestais” refere o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares em missiva enviada ao Dire-tor Nacional da Polícia de Segurança Pública, a propósito do cartaz de agradecimento aos Bom-beiros Portugueses.

“São gestos como esse, tão simples quanto particularmente significativos, que nos animam

em prosseguir com esta missão de denodada-mente prevenir e socorrer quem de nós precisa”sublinha o presidente da LBP na mesma mensagem.

“Permita-me que lhe solicite que, junto de to-das as estruturas dessa Polícia, possa dar conhe-cimento do nosso agradecimento já que, cabe--nos sublinhar, em teatros de operações temos contado com todos os agentes da PSP como par-ceiros fundamentais na prossecução das nossas missões específicas mas que, no final, têm muito de comum” conclui o comandante Jaime Marta Soares.

SOLIDARIEDADE

LBP agradecemensagem à PSP

A Confederação Portuguesa de Voluntariado (CPV) ma-

nifesta “a sua sincera e incon-dicional solidariedade para com todos os que foram ou es-tão a ser atingidos pelos incên-dios, em particular os soldados da paz, em especial, os que as-sumiram voluntariamente o lema “Vida por Vida”.

Em comunicado divulgado recentemente a CPV dirige “ a

todos os bombeiros e bombei-ros voluntários de Portugal, às suas corporações e à Liga dos Bombeiros Portugueses, nossa confederada, um bem-haja por tanta dedicação e bravura”.

No mesmo comunicado, as-sinado pelo seu presidente, Eugénio da Fonseca (presiden-te da Cáritas Portuguesa), a CPV formula ainda votos que “a ninguém, desta vez, seja

exigido o sacrifico radical da vida”.

A CPV lamenta ainda toda esta situação de calamidade e “deseja que sejam responsabi-lizados, exemplarmente, quem cria as condições favoráveis para que se ateiem fogos”.

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses é confederada da CPV e foi uma das instituições funda-doras da instituição.

INCÊNDIOS FLORESTAIS

CPV solidária

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Público reconhecimentoe agradecimento

aos Bombeiros Portugueses

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8 AGOSTO 2015

Até meados deste mês fo-ram contabilizados 61 grandes incêndios que

queimaram 26.179 hectares de espaços florestais. Ou seja, cer-ca de 60 por cento do total da área ardida este ano. O maior incêndio ocorreu no dia 8 de agosto na freguesia de Cande-mil, no concelho de Vila Nova de Cerveira, distrito de Viana do Castelo. Segundo as primeiras estimativas terão sido consumi-dos três mil hectares de floresta num incêndio que só ao terceiro dia começou a ceder ao comba-te.

Para fazer as contas deste verão, e até ao momento, há que recuar no calendário já que

2014 foi um ano atípico em ma-téria de ignições e área ardida.

Entre 1 de janeiro e 15 de agosto registaram-se 2.655 fo-gos florestais e arderam 43.844 hectares de floresta em Portu-gal.

Números atualizados a 15 de agosto pelo ICNF mostram um total de 12.810 ocorrências (2.655 incêndios florestais e 10.155 fogachos) que resulta-ram em 43.844 hectares de área ardida, entre povoamen-tos (21.934) e matos (21.910). Em igual período do ano passa-do “apenas” tinham ardido 8.886 hectares, o que repre-senta um aumento de quase 400 por cento em 2015.

Para se ter uma noção do agravamento das consequên-cias dos fogos florestais em 2015, entre 1 de janeiro e 15 de outubro do ano passado, os dados oficiais disponíveis apon-tam para uma área ardida de 19.696 hectares. Este ano, só até meados de agosto, quando faltam ainda dois meses e meio para o término da operação, já tinha ardido o dobro dessa área, em consequência do tri-plo das ocorrências.

Para fazer as contas deste verão, e até ao momento, há que recuar no calendário já que 2014 foi um ano atípico em matéria de ignições e área ardida. Por essa razão, o Insti-

tuto de Conservação da Natu-reza e das Florestas (ICNF) prefere comparar os valores de 2015 com o histórico da déca-da anterior (de 2005 a 2014), da qual resulta um panorama mais simpático do drama que ainda se viveu há cerca de três semanas em vários pontos da região Norte e Centro do país.

Face aos valores médios da última década, até 15 de agos-to deste ano registaram-se mais 4 por cento de ocorrên-cias, mas “ardeu menos 22 por cento” de área florestal ou agrícola. “Os anos de 2005, 2006, 2010 e 2012 são os qua-tro anos, do período em análi-se, que registaram valores de

área ardida superiores aos re-gistados em 2015, nos perío-dos homólogos”, lê-se no rela-tório provisório elaborado pelo Departamento de Gestão de Áreas Classificadas, Públicas e de Proteção Florestal.

O grande incêndio de Vila Nova de Cerveira contribuiu em grande parte para que Via-na do Castelo fosse o distrito mais afetado até agora (8.649 hectares), seguido da Guarda (6.111 hectares) e Braga (5.642 hectares). Já em núme-ro de ocorrências surge em pri-meiro lugar o histórico distrito do Porto, com um total de 3.135. No entanto, 90 por cen-to dos casos são fogachos, isto

é, situações de reduzida di-mensão que não ultrapassam um hectare de área ardida.

Em comunicado enviado à nossa redação, a GNR informa que, nas suas áreas de inter-venção, há registo de 16.296 ocorrências, mais 9.005 do que em 2014, o que represen-ta um aumento de 123 por cento. Só em um por cento das ocorrências é que o incêndio florestal teve causas naturais, contra 43 por cento com ori-gem negligente, 17 por cento de origem intencional, 9 por cento por causa de reacendi-mentos e, por último, 30 por cento devido a causas desco-nhecidas.

DE JANEIRO

Grandes incêndios queimam

Um grave insulto aos bombeiros e ao país, uma aberração legislativa. Foi desta forma que a Liga

dos Bombeiros Portugueses qualificou a alteração da Lei que retira da lista de crimes de investigação prio-ritária todos aos crimes de incêndio florestal. A lei que define os objetivos e prioridades da política cri-minal até 2017 foi aprovada em junho e entra em vigor já no próximo mês de setembro. Nela fica defi-nido que o crime de incêndio florestal e os crimes contra ambiente ficam na lista de prevenção prioritá-ria mas deixam de ser crimes de investigação priori-tária, ao contrário do terrorismo, violência domésti-ca, tráfico de órgãos e de pessoas ou cibercriminali-dade.

Para Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, a alteração que vai agora entrar em vigor não faz qualquer sentido.

Jaime Marta Soares sublinha que esta decisão só vem ajudar a que os incendiários possam escapar impunes. Sobre esta matéria o ministério da Admi-

nistração Interna não quis fazer qualquer comentá-rio, apesar desta decisão, e ao que apurámos, ter sido da responsabilidade do ministério tutelado por Anabela Rodrigues. Fontes do MAI garantem ao nos-so Jornal que a decisão foi mal recebida dentro do próprio ministério.

Já uma fonte do ministério da Justiça, contactado pelo ‘BP’, sublinha que esta alteração “não terá qual-quer efeito prático”, já que a Policia Judiciária, garan-tem-nos, continuará “emprenhada” na investigação aos crimes de incêndio. Na sequência da polémica que esta decisão desencadeou, a Procuradoria-Geral da República afirmou, em nota enviada às redações, que apesar desta alteração, mantém-se em vigor uma circular interna onde se atribui caráter urgente e prioritário aos inquéritos por crime de incêndio.

Apesar destas posições, os bombeiros dizem que este é um mais um ”mau sinal” que o Governo dá à sociedade.

PC

CRIME DE INCÊNDIO

Liga fala em insulto

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9AGOSTO 2015

A AGOSTO

cerca de 30 mil hectares

Foi detido, no passado dia 21 de agosto, um homem fortemente indiciado pela prática de dois crimes de incêndio florestal em

São Pedro do Sul. A Polícia Judiciária (PJ), através do Departamento de Investigação Cri-minal de Aveiro, procedeu à identificação e de-tenção de um homem, sem ocupação profis-sional, agindo num quadro de vingança e de dependência alcoólica. Nos últimos meses su-cedem-se os comunicados da PJ que dão conta de detenções de vários suspeitos pelo crimes de fogo posto e os números que vão sendo atualizados diariamente não deixam margem para dúvidas – este ano o número de incêndios com origem dolosa volta a registar uma subida drástica.

Os diferentes órgãos de polícia criminal (PSP, GNR e PJ), constituíram, desde o início do ano até ao momento, 65 arguidos por suspeitas do crime de incêndio, dos quais 34 ficaram em pri-

são preventiva. Segundo dados fornecidos ao ‘BP, pelo Gabinete Permanente de Acompanha-mento e Apoio (GPAA), da PJ, ficaram em pri-são preventiva 32 homens e duas mulheres. Do total de indivíduos identificados, 19 são meno-res. A GNR identificou, desde o início do ano, 12 rapazes e uma rapariga, com idades até aos 15 anos. Já a PSP anunciou a detenção de seis menores com idades até aos 16 anos.

Na comparação dos números deste ano com período homólogo de 2014 conclui-se que o nú-mero de inquéritos abertos pela PJ subiu de 348 em 2014, para 837 já este ano, mais do dobro. Também a GNR deteve mais 20 pessoas este ano pelos crimes de incêndios, são 51 até ao momento. Já os autos de contraordenação desceram face a 2014. A GNR instaurou até ao momento 1100 autos, menos 148 do que o ano passado.

PC

Mais crimes e mais detidos

Um bombeiro nunca se rende

“Mesmo num inferno de chamas, um bombeiro nunca se rende”, referiu ao ‘BP’, Jai-me Marta Soares, o presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, perante o inferno vivi-do no segundo fim de semana de agosto, altura em que os bombeiros combateram mais de 500 incêndios. Em comuni-cado tornado publico, a Liga destacou o trabalho desenvol-vido pelos bombeiros voluntá-rios no combate aos incêndios, avançando que cerca de 95 por cento do total dos opera-cionais envolvidos são ele-mentos das associações hu-manitárias. Numa nota de “agradecimento e reconheci-mento público aos bombeiros portugueses”, a LBP referiu que, durante a fase mais críti-ca em incêndios florestais, os elementos das corporações de bombeiros têm servido as po-pulações, protegendo-as e

procurando com “esforço, co-ragem, abnegação e profissio-nalismo defender também os seus haveres”.

Como exemplo, a nota des-tacava que, entre 28 de julho e 3 de agosto, estiveram a combater as chamas 17.880

bombeiros, de um total de 18.821 operacionais envolvi-dos nos 1.029 incêndios, ten-do ainda as corporações de bombeiros mobilizado 4.478 veículos dos 4.714 meios. A LBP recorda que o combate aos incêndios florestais é a

fase “mais visível e mediatiza-da nos meses de verão”, mas corresponde a sete por cento da atividade anual dos corpos de bombeiros.

Na primeira quinzena de agosto ocorreram 2.680 fogos rurais e, só no domingo dia 9, foram registadas 379 ignições.

Do total de incêndios regista-dos neste mesmo período, 1.696 ocorreram durante o dia

e 986 incêndios irromperam durante a noite.

Patrícia Cerdeira

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10 AGOSTO 2015

Os bombeiros portugueses enfren-tam todos os dias riscos visíveis

no decorrer das operações de socorro em que são empenhados. No entan-to, nem toda a atenção do mundo permite ver o invisível, quando surge algo que nem os sentidos mais apu-rados conseguem detetar. O relatório provisório do Instituto da Conserva-ção da Natureza e das Florestas infor-ma que entre 1 de janeiro e 15 de junho de 2015 arderam, num total de 6.113 ocorrências (1.511 incêndios florestais e 4.602 fogachos), 14.971 hectares, entre povoamentos (7.329ha) e matos (7.642ha).

Como é do nosso conhecimento, dos materiais resultantes de um pro-cesso de combustão, um dos mais perigosos é o monóxido de carbono, um gás inodoro, incolor e tóxico, não detetável pelos nossos sentidos. É composto por partículas minúsculas com diâmetro inferior a 2,5µm, sendo facilmente inaladas penetrando pro-fundamente nos pulmões, entrando rapidamente na circulação sanguí-nea, associando-se à hemoglobina substituindo o oxigénio no sangue podendo causar uma asfixia progres-siva dos órgãos vitais tais como o co-

ração e o cérebro. Os sintomas mais comuns são dores de cabeça, fadiga, náuseas, desorientação, redução das capacidades motoras, inconsciência, coma e em casos extremos a morte.

Combate a incêndios florestais e o monóxido de carbono.

Existe unanimidade quanto ao im-pacto dos incêndios florestais para a disseminação de gases e partículas nocivas para atmosfera que contri-

buem para as alterações climatéricas e com consequências evidentes para a saúde pública em geral e em espe-cial para os bombeiros que comba-tem diretamente os incêndios. De to-das as missões que compõem a ativi-dade dos bombeiros, o combate a in-cêndios florestais é a atividade que implica maior empenho de efetivos e por um maior período temporal no teatro de operações. Quanto maior for a duração da atividade de um bombeiro, menor será a função respi-

ratória deste, função essa que neces-sita de tempo para recuperar. O com-bate a vários incêndios florestais e a exposição prolongada durante o com-bate, bem como fatores individuais, como a idade, as funções desempe-nhadas, os anos de experiência em combate, tabagismo, e até a existên-cia prévia de doenças associadas ao aparelho cardiorrespiratório, entre outros fatores, pode definir e a longo prazo levar ao surgimento de patolo-gias irreversíveis como é o caso da doença pulmonar obstrutiva crónica.

Como combater o avanço do monóxido nos bombeiros?

O planeamento e a prevenção con-tinuam a ser a melhor opção conside-rando que o combate tem de ser as-segurado.

Com base em estudos realizados pelo Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro, no âmbito do projeto FUMEXP, concluiu-se que a utilização do EPI (cogula/máscara), permite reduzir em parte a absorção de partículas, não existindo contudo no mercado nenhum tipo de máscara de proteção

que abranja todos os poluentes pos-síveis de absorver, em especial o mo-nóxido de carbono.

Os bombeiros empenhados num combate a incêndios florestais são expostos a partículas em suspensão que, atingem periodicamente picos em que os níveis são acima do aceitá-vel. Como tal a mitigação de danos deverá de ser realizada através, sem-pre que possível, da rotatividade do pessoal no teatro de operações, em especial dos bombeiros na frente de fogo.

Devem ser ingeridos líquidos du-rante (cerca de meio litro por cada hora de combate) e após as opera-ções (deve ser ingerida de forma gra-dual e espaçada a água necessária para repor os níveis de hidratação).

O seu corpo de bombeiros tem algum exemplo de boa prática nesta matéria para partilhar?

Para mais informações a Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC) está à disposição através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Monóxido de carbono – inimigo invisível

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

Constituído o início de 2014, o Núcleo de Res-gate Aquático (NRA), dos

Bombeiros de Vieira de Leiria conta, atualmente, com 18 elementos, preparados e equi-pados para atuar nas águas bravias da Praia da Vieira e também, para intervir no Rio Lis.

Todos os fins de semana, du-rante a época balnear, este gru-po instala-se nos areais, onde para além de vigiar o mar, dá apoio ao trabalho dos nadado-res salvadores, garantindo um socorro de proximidade aos ba-nhistas, numa missão que é completada com rastreios e a

divulgação da atividade dos Vo-luntários de Vieira de Leiria.

O bombeiro de 2.ª João La-vos assume a coordenação do NRA, que aliás fundou a convite da direção e comando, confor-me faz questão de salientar.

“O incentivo do comandante Rui Silva e o apoio presidente Artur Granja foram fundamen-tais para a concretização do projeto”, refere João Lavos dan-do conta do dinamismo do gru-po na organização de iniciativas várias que têm permitido a aquisição dos meios e dos equi-pamentos necessários para in-tervenção dos operacionais.

“Neste ano e meio já investi-

mos cerca de 10 mil euros nes-ta área” regista, salientando as preocupações “com a proteção individual e a segurança de cada um dos elementos da equipa”.

Os concessionários de praia e o Intermarché de Viera de Leiria também se associaram ao pro-jeto, garantindo alguns apoios.

Esta é uma área de inter-venção que exige formação, mas também treino e prepara-ção, pelo que os operacionais cumprem um apertado plano que inclui um programa de ati-vidade física, instrução especí-fica e ainda vários exercícios e simulacros, não só a nível do

VIEIRA

Bombeiros investemPara dar resposta ao número crescente de solicitações, num

processo de adaptação a novas realidades, os corpos de bombeiros de Norte a Sul do País apostam no reforço dos serviços prestados

às populações, nomeadamente a nível do socorro. Em Vieira de Leira, a preocupação em servir mais e melhor esteve na origem da criação do Núcleo de Resgate Aquático que assume,

durante o verão, a vigilância e o socorro da Praia da Vieira e, também, intervenções no Rio Lis.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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11AGOSTO 2015

DE LEIRIA

em novas valências

Integram o Núcleo de Resgate Aquático dos Bombeiros Voluntários de Leiria: Jorge Reia, Sérgio Rigueira, Pedro Francisco, João Lavos, Nuno Carreira, Paulo Fonseca, Hugo Carreira, Mónica Claro, Hugo Fernandes, Pedro Coimbra, Diogo Afonso, Hugo Afonso, Cátia Mendes, João Santos, Rafael Marques, Ruben Miranda, Marrana Faustino, Cristiana Botas

resgate de banhistas, mas no socorro às tripulações de arte xávega que ganham o sustento no mar revolto da Vieira. Tam-bém esta área exige investi-mento que o responsável da NRA garante ser uma priorida-de.

Num destes fins de semana o jornal Bombeiros de Portugal teve oportunidade de acompa-nhar a equipa numa dessas ações treino e confirmar as di-ficuldades e as exigências im-postas aos operacionais. O si-mulado regaste de um banhis-ta em perigo levou a moto de água e respetiva tripulação a enfrentar, com êxito, a fúria das ondas num dia frio e ven-toso. A “intervenção”, acompa-nhada de perto pelo adjunto Tiago Constantino, correu sem erros, mas serviu uma vez mais para testar a operaciona-lidade e prontidão da equipa.

João Lavos fala com entu-siasmo deste projeto que lhe rouba muitas horas de sono e momentos de lazer, mas que garante ser “muito gratifican-te”, até porque, como nos diz, permite conciliar a vida bom-beiro voluntário com a paixão pelo mar. Durante “cinco ve-rões” fez o trabalho de nada-dor-salvador nas praias da re-gião e essa experiência terá, de alguma forma, determinado a criação do NRA.

A ação deste grupo nos areais ganha visibilidade e no-toriedade e desperta a atenção dos mais jovens, e, assim sen-do, esta será mais uma aposta no renovação e reforço do qua-dro ativo.

“Quando me perguntam o que é necessário para integrar o grupo, respondo que condi-

ção primeira é ser bombeiro. Exigimos gosto pela causa, as-siduidade, responsabilidade e preparação”, sublinha João La-vos, também com experiência na formação e na captação de novos elementos para o quar-

tel, tendo em conta que assu-me, ainda, responsabilidade na escola de infantes dos Voluntá-rios de Vieira de Leiria.

Este é um grupo coeso, com o projeto consolidado, pelo que o Núcleo de Resgate Aquático é

já uma aposta ganha, numa associação que, nos últimos anos, muito tem trabalhado e investido para ampliar e quali-ficar o serviço prestado à po-pulação, mas também os mui-tos visitantes da região.

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12 AGOSTO 2015

Com 78 anos de idade, faleceu no passado dia 19 de julho o

bombeiro de 1.ª, Lino José Freire Marcelino, bombeiro permanen-te no ativo desde a sua incorpo-ração em 01.04.65 até à passa-gem ao quadro auxiliar, a seu pedido, em 1995, continuando no entanto a exercer a sua fun-ção de motorista até à passagem ao QH em 10.04.2007.

Com uma calma extraordiná-ria, sempre respondeu atempa-damente a todas as solicitações, especialmente no tempo em que a escassez de recursos mate-riais era mais que evidente. Como permanente que era, mesmo antes da sirene começar a tocar, já estava no parque das viaturas a pô-las a trabalhar e a aguardar ordens.

No tempo das Ambulâncias SNA, as primeiras Peugeot J7, e

Torres Novas foi dos primei-ros corpos de bombeiros da província a ser Posto SNA, era o Lino o seu motorista na 1.ª linha. Mas no tempo dos velhos auto tan-ques Ford e Bedford, do Nevoei-ro Chevrolet, da Autoescada Magiruz e até do MAFSA, ele es-tava sempre à mão. Aliás, não é por acaso que da sua folha de serviço constem tantos louvo-res, mas há um deles que, para memória futura, merece ser transcrito: “ Louvado pelo Co-mandante pelo esforço despen-dido no incêndio para que Vale da Serra continue a ser uma al-deia. (25-07-02).

Usava ao peito, por di-reito próprio, as medalhas de assiduida-de da Liga de 5 e 10 anos, a medalha de ouro de 20 anos, a meda-

lha de ouro serviços distintos e a medalha de ouro 40 anos – mérito de assiduidade.

Mas também usava com todo o brio a medalha de 10 anos da AHBV Torrejanos, a medalha de ouro da Câmara Municipal de Torres Novas e o medalhão da Freguesia do Pedrógão.

O seu corpo esteve em câma-ra ardente no quartel dos Bom-beiros Voluntários Torrejanos, permanentemente velado pelos seus camaradas, tendo os ofí-

cios fúnebres sido celebrados pelo Capelão da Corporação, Padre Borga, no dia seguinte.

A urna com os seus restos mor-tais foi transportada na autoesca-da Magiruz do quartel até ao ce-mitério local. A abrir o cortejo fú-nebre, sempre a pé, ia o capelão, depois a viatura com os restos mortais seguida de grande núme-ro de bombeiros torrejanos que se quiseram despedir deste seu ca-marada, para além dos seus fami-liares e do povo anónimo.

No cemitério, junto à última morada do defunto, o capelão proferiu as orações alusivas ao ato e ainda um distinto elogio fúnebre tendo também um ter-no de clarins da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários Torreja-nos prestado, de modo muito sentido, as honras da praxe.

Carlos Pinheiro

TORRES NOVAS

Quadro de honra perde bombeiro de 1.ª

O bombeiro Fernando Mar-tins Fontinha, falecido

recentemente, nasceu em 1938, e dedicou mais de metade da sua existência ao lema “Vida por Vida”. In-gressou na Associação Hu-manitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó em 1980, e, conforme o coman-dante José Rebelo, “foi sem-pre um elemento ativo e disponível para atender às diversas chamadas de emergências, demonstrava elevada preocupa-ção, não só pelo préstimo de auxílio e socorro, mas também pelo restante quadro ativo, tendo sempre uma palavra de conforto para oferecer”.

“É com enorme pesar que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó lida com o desaparecimento deste elemento, que se tornou num modelo de referência pelo seu altruísmo” referiu o comandante Rebelo adiantando que, “é certo que o homem não é eterno, mas os seus feitos são-no”.

ALIJÓ

Adeus a Fernando Fontinha

O distrito de Viana do Castelo passa a dispor de quatro equipas de intervenção perma-

nente (EIP) para o combate a incêndios na-quela região. As duas novas EIP iniciaram fun-ções em Ponte de Lima e Monção. No caso de Ponte de Lima, trata-se da segunda EIP criada no concelho, resultado conjugação de esforços e de investimento assumidos, pelo município de Ponte de Lima, da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponte Lima e da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

“Em boa hora, as três entidades avançaram para este protocolo” criando uma segunda equipa que “é uma mais-valia para o concelho de Ponte de Lima e para os concelhos vizinhos e, sobretudo, para a população” defende o co-

mandante Carlos Lima, dos Voluntários de Ponte de Lima.

A segunda EIP de Ponte de Lima fica instala-da na Secção de Freixo dos Bombeiros Volun-tários para cobrir toda a margem sul do conce-lho. Para o comandante Carlos Lima, trata-se de “uma zona problemática onde faltava uma equipa para garantir a primeira intervenção”.

Os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima criaram há 15 anos um posto avançado em Freixo, a cerca de 20 quilómetros da sede do concelho, já com o objetivo de facilitar a pri-meira intervenção.

A própria Junta de Freguesia de Freixo tem apoiado a permanência dos Voluntários de Ponte de Lima ajudando na manutenção do es-paço.

VIANA DO CASTELO

EIP em Ponte de Lima e Monção

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Gouveia acaba de perder o seu adjunto de comando do Quadro de Honra (QH) e crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP), Bernardo de Jesus Gonçalves.

Falecido aos 81 anos de idade, o “adjunto Bernardo”, como era habitualmente designado, foi admitido no cor-po de bombeiros em 1956.

A sua carreira de bombeiro foi longa e rica. Tendo entrado como auxiliar progrediu até á categoria de chefe, posto que atingiu em 1987.

Recorde-se que, ao longo dos anos e por diversas vezes, assu-miu a função de comandante in-terino, então como chefe mais antigo da corporação mas tam-bém como operacional respeita-do por todos.

Ao longo da sua carreira, a ati-tude o empenho e o respeito, fo-ram desde sempre reconhecidos

por todos como uma marca do “Adjunto Ber-nardo”.

Bernardo de Jesus Gonçalves passou ao Quadro de Honra em 1991 e foi condecorado pela LBP com o crachá de ouro em 2011.

GOUVEIA

Atitude, empenho e respeito

Vítima de doença prolongada, faleceu em Timor Leste o chefe Miguel Artur

Braga da Silva, bombeiro português a de-sempenhar atualmente as funções de as-sessor técnico da Secretaria de Estado da Defesa e Proteção Civil daquele pais.

O chefe Miguel Braga foi para Timor Leste, em 2000, integrado na Segunda Missão Humanitária de Portugal, sob a égi-de do CATTL, (Comissário para o Apoio à Transição em Timor Leste ) , Padre Victor Melícias.

Quando a Missão Humanitária terminou as suas funções, com Rui Silva e António Fonseca, integrou a equipa portuguesa das Nações Unidas responsável pela cons-tituição da Proteção Civil e Corpos de Bombeiros em Timor Leste, que culminou com a instalação de 6 corpos de bombei-ros naquele pais. Desde então, o chefe Mi-guel um importante baluarte da presença de Portugal naquele pais, ao serviço dos Bombei-ros Locais.

Com o Governo timorense, de que era assessor para esta área, o chefe Miguel apoiou e preparou com a Liga dos Bombeiros Portugueses a entrada de Timor Leste na UBPLP, ( União de Bombeiros de Países de Língua Portuguesa ) e, nessa quali-

dade, representou Timor em varias reuniões rea-lizadas em Portugal e noutros países lusófonos.

Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, bombeiro da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários dos Carvalhos, o chefe Mi-guel Braga foi, sem dúvida, um digno represen-tante dos Bombeiros de Portugal em Timor-Leste.

TIMOR-LESTE

Faleceu o chefe Miguel Braga

Os bombeiros e outros agen-tes de proteção civil “por

imperativo inadiável de exercí-cio das suas funções” podem votar antecipadamente na Eleição para a Assembleia da República marcada para 4 de outubro próximo.

Nos termos da lei podem vo-tar antecipadamente, entre 24 e 29 de setembro próximos, desde que estejam impedidos de se deslocar à assembleia de voto na data prevista.

Os bombeiros e outros agen-tes nessa situação, segundo a informação prestada pelo Mi-nistério da Administração In-terna, deverão deslocar-se en-tre aquelas datas à câmara municipal do município em cuja área estejam recenseados manifestando a intenção de

votar. Para tal, deverão ser portadores de cartão de eleitor, ou na sua falta, de certidão ou ficha de eleitor, cartão de elei-tor/bilhete de identidade ou outro documento identificati-vo, documento comprovativo do impedimento emitido pelo

superior hierárquico ou entida-de patronal ou ainda documen-to que comprove a existência de impedimento. O enquadra-mento legal desta medida ba-seia-se nos artigos 79º-A e 79º-B da Lei nº 14/79, de 16 de maio.

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS

Voto antecipado dos bombeiros

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13AGOSTO 2015

Ultrapassados os momen-tos de dor, agonia poucos são os que procuram

quem os amparou, tratou ou salvou que o digam os bombei-ros pouco habituados a agrade-cimentos ou ate mesmo a reco-nhecimento da importância da missão que desempenham. Esta é uma sociedade avessa á gratidão, mais agarrada a cha-vões como “obrigação” e “de-ver”. Parte das história da vida de um bombeiro terminam, in-variavelmente, num qualquer teatro de operações ou na en-trada da urgência da unidade hospitalar. Mas, as exceções confirmam a regra, isso mesmo atestou o jornal Bombeiros de Portugal no quartel dos Bom-beiros de Linda a Pastora, onde a família Oliveira regressou para uma já habitual visita, aos homens e mulheres que no fatí-dico dia 27 de dezembro de 2014 a resgatou de uma casa em chamas na localidade de Queijas, no concelho de Oeiras.

Esta é de facto uma história com episódios que a distinguem

de todas as outras, mas que es-tava ainda por contar, pois Pau-lo Oliveira na sequência deste incêndio esteve vários meses internado, por isso, só agora, foi possível assegurar o almeja-do “final feliz”.

Num excesso de zelo, que se entende, os Bombeiros de Linda a Pastora, deram a conhecer os contornos desta intervenção, no passado mês de julho, quan-do de alguma forma se confir-mou, efetivamente, o sucesso desta operação.

Embora a catarse, não seja um exercício fácil, socorristas e socorridos acederam a regres-sar ao passado, quando cerca das 3 horas, Paulo Oliveira é alertado, na sala pelos gritos de Marta e dos seus filhos Tomás e Rita, de 11 e oito anos, respeti-vamente. Estava meio confuso, tinha chegado a casa tarde e adormecera frente à televisão, ainda, assim, rapidamente, percebeu que a família corria perigo. Tentou aceder ao piso superior orientado pelos pedi-dos de ajuda, mas o fumo e ca-

lor complicavam a penosa mis-são, ainda assim Paulo conse-guiu agarrar a pequena Rita e trazê-la para a rua. Quando se preparava para regressar ao in-terior para resgatar Tomás e Marta, já os Bombeiros de Linda a Pastora estavam no local e to-mavam conta da operação.

Paulo Oliveira deu indicação ao grupo, chefiado pelo opera-cional Pedro Vicente, que o filho e esposa estavam “no último quarto do 1.º piso”. Numa es-tratégia ofensiva “uma equipa de busca e outra de ataque” avançaram, como explica Pedro Vicente.

O fumo intenso e a progres-são das chamas não facilitavam o trabalho dos bombeiros que tiveram sérias dificuldades em aceder ao quarto onde se en-contravam as duas vítimas. Diogo Palma não se deixou ven-cer pela adversidade e, via rá-dio acabou por passar a mensa-gem que cá fora todos aguarda-vam, havia detetado uma das vítimas. Já com orientação do adjunto de comando que, en-tretanto, chegou ao teatro de operações Diogo Palma resgata a mãe Marta e coloca-a a salvo no exterior, onde foi pronta-mente assistida pelas equipas de socorro.

Emocionado Diogo Palma re-corda aquela noite que lhe mar-cou a vida, confessa que pen-sou em pedir a outro camarada que o rendesse, diz que se lem-brou dos sobrinhos “com a mesma idade do pequeno To-más” e sentiu o coração aperta-do, tinha medo de não o conse-guir resgatar a tempo, de fa-lhar, no fundo sabia que por mais dura que fosse a batalha teria que a travar, “afinal vida de bombeiro é mesmo assim”, mas sou avançou com Pedro Vi-cente e juntos cumpriram o lema “vida por vida”.

Importa recuar um pouco para explicar que Paulo Olivei-ra, durante toda a operação, colaborou com os bombeiros, apoiou a pequena Rita e recu-sou mesmo ser avaliado pelos socorristas, alegando que en-contrava bem. Contudo, quan-do acompanhou a filha ao hos-pital, acabou por “tombar”, se-gundo os clínicos a inalação de fumos tóxicos esteve na origem de um prolongando interna-mento, de meses de coma indu-zido, e de uma recuperação di-fícil que ainda não lhe permitiu regressar à vida ativa.

Marta e Tomás sofreram quei-maduras profundas nos mem-bros superiores e continuam a fazer tratamentos, a usar luvas para proteger as mãos onde são ainda bem visíveis as marcas de uma noite que deixou muitas outras marcas. Em contagem decrescente para o regresso à casa da Rua Ivens, ainda a obras de recuperação, teme-se a dimensão desse desafio.

“Casas há muitas… O impor-tante é que estamos vivos e

juntos”, garante Marta otimista exibindo um sorriso de profun-da gratidão que confirma tam-bém admiração, por todos os bombeiros, mas em especial pelos Voluntários de Linda a Pastora, a quem a família está unida por elos de amizade, que, garante, perdurarão no tempo.

Paulo Oliveira reforça essa li-gação, dando conta ter em mente “vários projetos”, que na qualidade de académico, pre-tende desenvolver com a asso-ciação.

Também o comandante Jorge Vicente não esconde satisfação pelo desfecho deste caso e um orgulho, ainda que comedido, pela equipa constituída por Pe-dro Vicente, Diogo Palma, Luís Martins Diogo Freitas, Manuel Teixeira, Ivan Perner e ainda os tripulantes da ambulância de socorro Rafaela Cardoso, Diogo Sequeira e Paulo Noivo.

Entretanto, por ocasião do aniversário da instituição, estes elementos foram já agraciados com um louvor coletivo, tendo o comando decidido ainda distin-

guir o bombeiro de 3.ª Diogo Palma com a Medalha de Cora-gem e Abnegação, uma conde-coração que o jovem operacio-nal de 23 anos, garante ser de todos, porque o sucesso da operação deve-se “ao trabalho de equipa”.

Muito amiúde, sobretudo a comunicação social embarca na heroicidade metálica do bom-beiro, mas talvez o que mais distingue estes homens e mu-lheres, especiais sem dúvida, seja tão só e apenas coração e o sangue que lhes corre nas veias…

LINDA A PASTORA

Uma história com final felizJá se passaram oito meses, mas a noite de

27 de dezembro de 2014, continua bem presente na memória das vítimas, mas

também dos bombeiros que as resgataram de uma moradia em chamas, na Rua da

Roberto Ivens, em Queijas. A família Oliveira não esquece os

momentos da aflição, mas prefere salientar a exemplar atuação dos Voluntários de Linda a Pastora que lhe salvou a vida.

Texto: Sofia Ribeiro

Foto: Marques Valentim

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14 AGOSTO 2015

O Secretário Regional da Saúde revelou, em S. Jorge, que o Serviço Re-

gional de Proteção Civil e Bom-beiros dos Açores (SRPCBA) “já licenciou seis programas de Desfibrilhação Automática Ex-terna em locais públicos” no ar-quipélago desde o inicio do cor-rente ano.

Luís Cabral, que, na ocasião, entregou um Desfibrilhador Au-tomático Externo (DAE) na Sec-ção Destacada dos Bombeiros Voluntários do Topo, destacou a “adesão das entidades privadas a este projeto”, criando, assim, condições para o crescimento do Programa Regional de Desfi-brilhação Automática Externa (PRDAE), “numa resposta inte-grada entre entidades públicas e privadas”.

“Desta forma, estamos a ga-rantir o reforço da cadeia de so-brevivência na Região Autóno-ma dos Açores, uma vez que sete grandes superfícies nos Açores já foram licenciadas pelo SRPCBA e possuem equipa-mentos de DAE, nomeadamen-

te os hipermercados Continen-te, mais especificamente nas lojas de Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, Horta e Ponta Delgada, o Centro Comercial Parque Atlântico, a loja Deca-thlon e o BANIF, em Ponta Del-gada”, frisou o Secretário Re-gional da Saúde, acrescentando que as lojas Expert também já se encontram em fase de licen-ciamento.

O titular da pasta da Saúde adiantou ainda que a compa-

DAE NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Luís Cabral destaca adesãodas entidades privadas

Total de cursos por tipologia de formação da American Heart Association ministrados pelo SRPCBA por ano :

Número total de Operacionais de DAE por ano RAA :

Total de cursos por tipologia de formação da American Heart Association ministrados pelo SRPCBA por ano :

Número total de Operacionais de DAE por ano RAA :

Total de cursos por tipologia de formação da American Heart Association ministrados pelo SRPCBA por ano :

Número total de Operacionais de DAE por ano RAA :

Total de cursos da American Heart Association ministrados pelo SRPCBA por ano

Total de cursos por tipologia de formação da American Heart Association ministrados pelo SRPCBA por ano

Número total de Operacionais de DAE por ano RAA

nhia aérea açoriana SATA tam-bém já está licenciada, frisando que todas as aeronaves estão dotadas de equipamentos, as-sim como a ANA Aeroportos, “como forma de garantir a se-gurança de todos aqueles que se encontram em roteiro de via-gem”.

Nesta deslocação a S. Jorge, foram também entregues equi-pamentos aos bombeiros das Velas e da Calheta, tendo Luís Cabral anunciado que a dotação com DAE das ambulâncias de socorro “em todas as corpora-ções de bombeiros dos Açores e respetivas secções destacadas será uma realidade até ao final de 2015”.

A aplicação de equipamentos de DAE em todas as ambulân-cias de emergência e locais pú-

blicos de maior risco no arqui-pélago compete ao Serviço Re-gional de Proteção Civil e Bom-beiros dos Açores, assim como a sua fiscalização, auditorias e monotorização.

Esta iniciativa dá corpo a todo o investimento e esforço realizado pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores na formação de ope-racionais em SBV- DAE nos Cor-pos de Bombeiros da Região Autónoma dos Açores.

Em 2013, o Serviço Regional

de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores iniciou os contactos e procedimentos necessários para se tornar num Internatio-nal Training Center da American Heart Association (AHA).

Após aprovação da candida-tura, em julho de 2013 foi assi-nado o Training Site Agreement que tornou este organismo o 5.º Centro Internacional de Treino da AHA em Portugal.

Registe-se que, atualmente o SRPCBA é certificado nas se-guintes tipologias de Formação:

SBV-D Familiares & Amigos (Comunidade Educativa); Pri-meiros Socorros com SBV-D; Instrutores de Primeiros Socor-ros com SBV-D Leigos; SBV-D Leigos; Instrutores de SBV-D Leigos; SBV-D Profissionais de Saúde; nstrutores de SBV-D Profissionais de Saúde; Suporte Avançado de Vida Cardiovascu-lar; Instrutores de Suporte Avançado de Vida Cardiovascu-lar; Suporte Avançado de Vida Pediátrico (processo de acredi-tação).

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15AGOSTO 2015

No passado dia 25 de agosto passaram 27 anos sobre a

ocorrência do incêndio no Chia-do. Aquela manhã quente de verão começou tragicamente para uma zona nobre de comér-cio e escritórios de Lisboa. Em pouco tempo as chamas alas-traram a inúmeros edifícios apesar da luta denodada dos bombeiros da cidade, voluntá-rios e sapadores, bem como da quase totalidade dos corpos de bombeiros voluntários dos con-celhos limítrofes.

Dessa luta houve a lamentar a morte do bombeiro sapador Joaquim Catana Ramos e feri-mentos em meia centena de pessoas presentes, na larga maioria bombeiros. Houve a la-mentar também a morte de um septuagenário morador num dos edifícios atingidos.

Joaquim Catana Ramos veio a falecer em 2 de setembro em consequência dos ferimentos e queimaduras sofridas. A título póstumo foi promovido a sub-chefe e recebeu a medalha de valor altruísmo da Câmara Mu-nicipal de Lisboa.

Em 2011, Castelo Branco,

terra da sua naturalidade, ho-menageou-o, atribuindo o seu

nome a uma artéria daquela ci-dade.

EVOCAÇÃO

A trágica manhã de 25 de agosto

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A Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Regimento de Sa-

padores Bombeiros (RSB) co-memoraram pelo segundo ano

consecutivo o Dia Municipal do Bombeiro. Aconteceu em 25 de

CHIADO

Dia municipal lembra incêndio

agosto passado, data escolhida simbolicamente, corresponden-te ao dia em que mil bombeiros sapadores e voluntários, com cerca de 300 viaturas, em 1988, combateram denodada-

mente o pavoroso incêndio que destruiu o núcleo central do Chiado. O incêndio destruiu 20 edifícios, incluindo os dos “Ar-mazéns do Chiado” e do Gran-della” e afetou muitos outros.

A cerimónia decorreu na Rua do Carmo com a colocação de uma coroa de flores junto à lá-pide evocativa do incêndio en-quadrada pelos guiões do RSB e das associações de bombeiros voluntários da cidade de Lisboa.

O vereador da Segurança, Proteção Civil e Relações Inter-nacionais da CML, Carlos Cas-tro, presidiu à singela homena-gem, prestando homenagem a todos os bombeiros, sapadores e voluntários, que então inter-vieram e aos que hoje prestam cerca de 20 mil serviços por ano na cidade, 8 por cento dos quais respeitantes a incêndios.

Estiveram presentes, o co-mandante do RSB, Pedro Patrí-cio, o comandante de opera-ções de socorro do distrito de Lisboa da ANPC, Carlos Mata, o representante da Liga dos Bom-beiros Portugueses, Rama da Silva, o responsável pela Prote-ção Civil Municipal, Manuel João Ribeiro, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, o coman-dante da Polícia Municipal, su-perintendente Paulo Caldas, muitos elementos de comando e dirigentes das associações de bombeiros e representantes das estruturas sindicais.

Foto

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16 AGOSTO 2015

Jaime Marta Soares, o atual presidente do conselho exe-cutivo da Liga dos Bombei-

ros Portugueses, foi durante mais de três décadas o coman-dante e o rosto da Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Vila de Poiares, tendo assinado todos os proje-tos de engrandecimento desta instituição, que agora vive um novo período da sua história.

A obra do comandante Jaime Marta Soares serve, agora, de inspiração para dirigentes e bombeiros, todos determinados em rentabilizar uma valiosa he-rança que se traduz na dimen-são do quartel, nas condições de excelência oferecidas aos operacionais e na qualidade e diversidade de meios colocados ao serviço deste município do distrito de Coimbra.

A equipa do jornal Bombeiros de Portugal esteve, recente-mente, no quartel de Poiares, onde foi recebda pelo presiden-te José Miguel, o tesoureiro Luís Ferreira e o comandante Luís Sousa, que fizeram questão de escancarar a instituição à curio-sidade alheia, até porque muito há para mostrar.

Nas imponentes instalações “com mais de 12 mil metros

quadrados”, nada parece faltar, disso mesmo nos dão conta os cicerones dos Voluntários de Poiares, no decorrer de uma vi-sita às várias áreas do comple-xo que, desde 2012, alberga também o Serviço Municipal de Proteção Civil.

Contudo, como regista o pre-sidente “tudo que aqui está tem custos” e gerir uma casa grande exige muito mais recursos, ain-da assim, garante que com uma gestão rigorosa é possível asse-gurar a almejada estabilidade financeira, aliás um dos com-promissos assumidos por este elenco diretivo quando há três anos tomou os destinos da as-sociação.

Normalmente, o êxito de qualquer projeto vem com tra-balho, e, em Poiares não e dife-rente.

“Houve muito trabalho ante-rior que nos permitiu chegar aqui, agora precisamos de lhe dar continuidade”, sublinha José Miguel, adiantando que “com persistência e trabalho e a colaboração de todos é possível dar condições de trabalho aos nossos 84 bombeiros, para que possam prestar um serviço exemplar às populações que

servem. É esse o espírito que norteia direção e comando”.

Nestes três últimos anos o in-vestimento não estagnou, con-tudo, como ressalva o tesourei-ro Luís Ferreira “as necessida-des são todas devidamente pensadas e avaliadas não só pela direção e o comando, mas também pelo corpo ativo”.

“Adquirimos duas novas am-bulâncias de transporte múlti-plo, mas o processo não pode parar até porque as viaturas mais antigas dão muita despesa em manutenção, Importa dar passos firmes, fazer contas e ponderar os investimentos”, acrescenta o presidente.

O dirigente dá ainda conta do enorme desgaste das viaturas que fazem muitos quilómetros. Os registos dão conta que os Bombeiros de Poiares percor-rem, em média, mil quilómetros por dia para assegurar os servi-ços de transporte de doentes e as deslocações para os hospi-tais da Universidade de Coim-bra, que aumentaram, substan-cialmente, com o encerramento

do SAP local, e que obrigam a disponibilizar mais recursos.

Luís Sousa garante não exis-tirem “grandes faltas” no par-que de viatura, contudo dá con-ta de carências a nível dos equi-pamentos de proteção indivi-dual para combate a incêndios urbanos, pois “os existentes são de uso coletivo” e coman-dante aspirava que “cada bom-beiro tivesse o seu”.

“A formação sempre foi uma preocupação e uma aposta des-de corpo de bombeiros”, faz questão de referir o comandan-te, dando conta do esforço feito

para garantir formadores em todas as áreas, pois também nesta vertente importa que nada falte a operacionais ávidos de conhecimento. Luís Sousa destaca o “esforço dos voluntá-rios para estarem devidamente preparados”, mesmo que essa disponibilidade tenha implica-ções nas suas vidas profissio-nais e familiares.

Depois do equipamento das salas de formação, agora devi-damente preparadas para aco-lher as mais diferenciadas ações, direção e comando ba-tem-se pela construção de um

campo de treinos, num terreno camarário contíguo ao quartel. A concretização do projeto aguarda “luz verde” da autar-quia, contudo José Miguel reve-la que a ideia é não só formar bombeiros, mas também insta-lar a equipa cinoténica da asso-ciação, que poderá ali instalar um centro de instrução canino, e assim garantir algumas ver-bas para financiar este grupo especial.

Ideias e vontade para fazer mais e melhor não faltam, da mesma forma que sobra moti-vação, até porque em Vila Nova de Poiares o voluntariado é um movimento bem vivo e ao quar-tel continua a chegar sangue novo, reforços preciosos para construir o futuro, conforme nos diz Luís Sousa;

“Nunca senti a tal crise do voluntariado de que tanto se fala. Aqui ao quartel chegam cada vez mais jovens, mas também muitos licenciados, pessoas com vida profissional estabilizada que querem ape-nas fazer voluntariado, porque

VILA NOVA DE POIARES

Passos firmes rumo ao futuroA Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Poiares encetou, há três anos, uma nova era, uma responsabilidade

enorme para a equipa que assumiu o desafio de dar continuidade ao trabalho realizado pelo comandante Jaime Marta

Soares, que durante décadas foi para além do rosto da instituição o arquiteto de uma

obra notável e grandiosa.Gerir esta herança não será missão

facilitada, contudo direção e comando não se acomodam ao muito trabalho realizado, optando por, com cunho próprio, dignificar

e ampliar o legado.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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17AGOSTO 2015

VILA NOVA DE POIARES

Passos firmes rumo ao futuro

Miguel Soares, o 2.º comandante dos Voluntários de Poiares é filho de Jaime Marta Soares, o icónico comandante deste

corpo de bombeiros, nada que pese, atrapalhe ou comprometa a missão assumida, por mérito próprio, a 13 de janeiro de 2012.

Os conhecimentos, a preparação e o saber fazer foram sufi-cientes para que o “filho de Marta Soares”, ganhasse identidade própria.

Miguel ingressou no corpo de bombeiros em 1996, construiu a pulso toda a sua carreira, chegou a partilhar os espaços do quartel com dois irmãos, mas acabou por ser o único a seguir o exemplo paterno.

Hoje integra uma equipa que conhece bem e, em nome pró-prio faz o seu percurso, ainda que, certamente, inspirado por uma proeminente figura do setor, um homem que há mais de meio século que se rendeu à causa e às coisas de bombeiros.

Uma causa com herdeiro

se sentem bem a servir o próxi-mo.”

As recrutas anuais contam sempre com um “número ra-zoável de elementos”, sendo que de ano para ano o número de mulheres tem vindo a au-mentar. Na última escola “dos 12 candidatos 8 eram mulhe-res”, uma nova realidade a que o comandante já está, perfeita-mente, adaptado.

O responsável operacional revela existir uma enorme liga-ção com a comunidade educati-va, tanto com as crianças como com os jovens, nomeadamente os que frequentam os cursos profissionais e que cumprem os seus estágios na associação.

Há um ano, por ocasião das comemorações do Dia da Crian-ça, o quartel foi invadido por dezenas de criança, a iniciativa repetiu-se este ano com idênti-co sucesso, o que incentivou os Voluntários de Poiares a avan-çar com a criação de uma esco-la de infantes e cadetes que já

conta com mais de duas deze-nas de inscrições

Este interesse dos mais pe-quenos pelas coisas dos bom-beiros não causa qualquer ad-miração, pois há hoje, como no passado, uma enorme ligação da população à associação.

“Todas as iniciativas dos Bombeiros de Poiares tem mui-ta recetividade”, assegura o presidente da direção, subli-nhando que a organização de atividades várias permite algu-ma receita, sempre importante para fazer face aos muitos en-cargos da instituição.

Direção e comando estão agora apostados em replicar esta estratégia de proximidade junto das empresas da região, com a criação da figura do “só-cio empresa”, um projeto que permitirá “envolvimento e com-prometimento” com os bombei-ros, à semelhança do que já su-cede com o grupo australiano Hansel, com o qual a associa-

ção mantém uma profícua par-ceria.

José Miguel faz questão de salientar os apoios da autar-quia, que, para além de um sub-sídio anual, está sempre dispo-nível para patrocinar a causa.

“O presidente da autarquia também foi bombeiro, por isso conhece bem esta realidade e, embora os recursos da câmara sejam agora mais limitadas, existe uma atenção especial para com a associação”, revela o dirigente.

No sentido inverso, as juntas de freguesia do concelho que, na ótica do comandante “de-viam ser mais ativas e colabo-rem com os bombeiros, pois têm responsabilidades em ma-téria de proteção civil”,

Há três anos no comando dos destinos desta instituição que comemorou recentemente 61 anos de serviço público, esta equipa faz um balanço positivo do trabalho desenvolvido, em prol dos 7500 habitantes das

quatro freguesias do concelho de Vila Nova de Poiares. José Miguel fala de responsabilidade, considerando que a visibilidade que associação conquistou nos últimos anos deixa esta equipa exposta a todo o tipo de escrutí-

nios, por isso é com natural sa-tisfação que anuncia que até ao final do mandato será possível concretizar o projeto apresenta-do aos associados, que tinha como pontos principais “a reno-vação do parque de ambulân-

cias, a construção do campo de treinos, a criação da escola de infantes cadetes e, ainda, a re-visão do estatuto do associado, sem esquecer a consolidação da estabilidade financeira da asso-ciação”.

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18 AGOSTO 2015

FIGUEIRA DA FOZ

Apoio nas praias ampliadoA Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários da Figueira da Foz iniciaram este verão, pelo 12.º ano consecutivo, o pro-grama “Assistência às praias”. Esta ação tem por objetivo “contribuir para o aumento da se-gurança da cidade nas áreas adjacentes às praias, durante a época balnear”, conforme fez questão de sublinhar o presidente da As-sociação, Lídio Lopes, durante a apresentação daquele dispositivo.

O dispositivo será assegurado por 73 bom-beiros, não só da Figueira da Foz, mas tam-bém das associações voluntárias congéneres de Penacova e Gouveia, e este ano, ainda, dos Voluntários de Vila Franca de Xira. Esta parce-ria prende-se com o facto comum de todas estas associações terem sido fundadas no mesmo ano.

Mais uma vez, os Voluntários da Figueira, conforme Lídio Lopes, “para além das ativida-des diárias, os bombeiros disponibilizam-se para durante os fins de semana e feriados dar apoio à comunidade figueirense e a todos os que a visitam”, lembrando que, no ano transa-to, as “equipas prestaram 19 assistências (quedas, queimaduras, atropelamentos e

doenças súbitas) e fizeram também aconse-lhamento a turistas de nacionalidade estran-geira”.

O dispositivo dispõe de quatro bicicletas, equipadas com material de emergência médi-ca que permite prestar cuidados primários de saúde, e equipamento adicional para teste de glicemia e monitorização de tensão arterial. As bicicletas estão também equipadas com extintores de espuma e de pó químico, que poderão debelar pequenos focos de incêndio.

A cerimónia de arranque da operação deste ano contou com a presença de elementos de comando e dirigentes das quatro associações envolvidas.

Uma menina nasceu recente-mente nos braços de dois

elementos dos Bombeiros Muni-cipais de Tavira em plena Via do Infante (A22), junto ao nó de Faro.

José Pereira e Jorge Vital fo-ram os autores do parto, após uma intervenção rápida e pro-tocolada, suportada pela sua formação como socorristas qualificados e a sua larga expe-riência na intervenção pré-hos-pitalar de bombeiros com 15 e 20 anos de atividade, respeti-vamente.

Os Bombeiros Municipais de Tavira receberam o alerta ao princípio da noite para socorro a uma mulher em trabalho de

parto. Pouco depois já estavam à beira da parturiente para efe-tuar o seu transporte para o Hospital de Faro, mas a menina não esperou até chegar ao des-tino e nasceu na ambulância, 40 minutos apenas depois da

chegada do alerta aos Munici-pais de Tavira.

Os Municipais de Tavira con-tam nos seus registos com a realização de inúmeros partos não obstante nos últimos tem-pos não serem frequentes.

TAVIRA

Bombeiros parteiros na A22

Foi em dia de festa do 89.º aniversário da Associação

Humanitária de Bombeiros Voluntários Celoricenses, Ce-lorico de Basto, celebrado em 15 de agosto último, que de-correu a cerimónia de ingres-são de 24 elementos no qua-dro ativo dos BVC após atin-girem os objetivos exigidos.

Os novos elementos após um ano e meio de formação intensiva ficaram aptos para a promoção a bombeiros de 3.ª. Aquele grupo, composto por homens e mulheres, “in-tegra, agora, o corpo ativo dos BVC permitindo alargar a capacidade da corporação para fazer face às diversas si-tuações de emergência, so-bretudo, no que respeita ao combate aos incêndios”.

Os novos elementos fre-quentaram vários cursos le-cionadas por formadores da Escola Nacional de Bombeiros e por formadores internos da corporação celoricense, no-meadamente, os cursos de tripulante de ambulância de transporte e de técnicas de desencarceramento.

Agora, os 24 elementos têm uma responsabilidade acrescida, como referiu o co-mandante dos BVC, António Marinho Gomes. “A carreira destes bombeiros inicia agora e tenho a certeza de que, com dedicação, será promis-sora. É fundamental que es-tejam cientes da responsabi-lidade da farda que albergam

e da missão que lhes está in-cumbida enquanto soldados da paz”, disse. António Mari-nho Gomes referiu ainda a necessidade de ter bombeiros cada vez mais qualificados. “A nossa corporação tem re-cursos humanos, profissio-nais e voluntários, muito ca-pazes, bem formados e que muito nos dignificam, aposta-mos na formação por forma a continuarmos a atuar com o maior profissionalismo no teatro de operações” subli-nhou o mesmo responsável.

A cerimónia de promoção dos 24 elementos decorreu durante a homilia da eucaris-tia presidida pelo padre e ca-pelão dos BVC, Carlos Mace-do. Após a colocação das divi-sas o vice-presidente da AHBVC, Casimiro Magalhães Costa, em substituição do presidente, a recuperar de ci-rurgia, agradeceu o apoio de todos junto da Associação e deu as boas vindas aos novos

elementos. “A AHBVC tem cada vez melhores condições para receber “os nossos” bombeiros, fruto do empenho da AHBVC, da população, da Câmara Municipal e de outras entidades fundamentais para que o corpo ativo possa de-senvolver as suas funções com brio e profissionalismo. Aos novos elementos deseja-mos muita sorte e que execu-tem as funções inerentes à função de bombeiro da me-lhor forma possível” reforçou.

Terminada a eucaristia, os bombeiros rumaram ao cemi-tério para homenagear a me-mória dos bombeiros, direto-res e sócios falecidos, numa cerimónia comovente que in-tegra sempre as cerimónias protocolares do dia de aniver-sário da AHBVC.

De regresso ao quartel os novos bombeiros foram “bati-zados” com um banho de mangueira como forma de in-tegração na corporação.

CELORICENSES

Corpo ativo recebe24 novos elementos

Os Bombeiros Voluntários de Montelavar, Sintra, foram sur-

preendidos, no domingo, 23 de agosto, com um pedido de socorro para resgate de uma ovelha, que tinha caído a um poço com mais de dez metros de profundidade.

O animal, chamado “Dragão”, foi salvo por uma equipa de seis bom-beiros, chefiados pela Leila Silva.

A notícia da intervenção, divul-gada através da rede social “Face-book”, está acompanhada da fra-se: “E quando o lema de vida é sal-var vidas, não importa se o Ser salvo é irracional, a gratidão é igualmente imensa...”

MONTELAVAR

Ovelha resgatada de poço

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19AGOSTO 2015

Os Voluntários do Pinhão dispõem de uma nova ambulância de socorro, adquirida

com o apoio da benemérita Teresa Ramada--Curto, e que chegou ao quartel por ocasião do 39.º aniversário deste corpo de bombeiros.

A nova ambulância reveste-se de extrema importância para os bombeiros do Pinhão, pois como diz o comandante Paulo Machado, a anterior e única ambulância de socorro exis-tente, tem 17 anos, sofre de um grande des-gaste e já não satisfaz em termos de socorro.

“Tivemos esta feliz oferta, com a Dra. Tere-sa Ramada Curto a sobrepor-se, quem sabe, às funções do Estado. Por outro lado, a nova ambulância está devidamente equipada, o que pode permitir um socorro mais eficaz”, sublinha o responsável operacional.

Apesar deste reforço os bombeiros do Pi-

nhão continuam ater lacunas no parque de viaturas, que a direção vai tentando, na medi-da do possível, colmatar.

A cerimónia de inauguração e bênção da nova viaturas foi presidida pelo pároco, Padre Domingos, e contou com a presença e o apa-drinhamento da filha da benemérita.

PINHÃO

Quartel tem novaambulância de socorro

A Associação dos Bombeiros Volun-tários da Mealhada comemorou,

no início do mês, 88 anos de existên-cia com um programa e incluiu a ho-menagem aos atuais e antigos bom-beiros, com a visita ao novo ginásio destinado a assegurar a preparação física dos operacionais e a tradicional sessão solene, durante qual o presi-dente da Câmara da Mealhada anun-ciou que o município assumirá a com-participação nacional das candidatu-ras dos corpos de bombeiros do con-celho ao programa Portugal 2020:

“É de bom-tom, quando se vai a uma festa de aniversário levar um presente: Pois bem, a prenda é a in-formação da decisão da Câmara de assumir o valor global da compartici-

pação nacional que as corporações dos bombeiros terão de dispor para a candidatura aos fundos comunitários do Portugal 2020”, disse Rui Marquei-ro.

O autarca entendeu ainda, lançar um desafio e exortar a atual direção encabeçada por Nuno Castela Canilho a recandidatar-se nas eleições agen-dadas para no final do ano, assinalan-do que esta equipa revelou “estraté-gia”, ao que mesmo tempo que se “mostrou capaz de pensar o futuro e de agir”.

Nuno Antunes João, comandante dos Bombeiros da Mealhada, na sua intervenção salientou o investimento feito em formação.

“Assistimos a um aumento significa-

tivo das ocorrências, nomeadamente na área pré-hospitalar, o que levou a associação a fazer um investimento significativo na formação dos bombei-ros”.

“Temos garantia e a consciência de que formamos, reciclamos, melhora-mos o desempenho de bons operacio-nais, atualizados, preparados, instruí-dos, treinados e ágeis no que tem de ser feito quando o pior acontecer”, as-segurou comandante.

Nuno Castela Canilho centrou o seu discurso na obra feita, no trabalho de-senvolvido, considerando:

“Nos últimos três anos procurámos investir nos bombeiros, em material, viaturas e equipamentos e melhorar a operacionalidade e o serviço prestado

pela associação e pelo corpo de bom-beiros à sua população. Ao mesmo tempo, que não descuramos a susten-tabilidade da associação”.

Neste balanço deu conta de que “há dois dias, foi entregue no Serviço de Obras da Câmara Municipal da Mea-lhada o projeto de remodelação e am-pliação do quartel dos Bombeiros Vo-luntários da Mealhada”, que prevê um investimento de 414 mil euros, no edi-fício operacional, especialmente pen-sado em melhorar o trabalho dos bombeiros dispondo assim de “mais camaratas, melhores balneários e vestiários, melhores serviços de apoio, espaços de trabalho, de formação e de administração.”

“Há o desígnio de não desperdiçar

esta oportunidade de aproveitar os fundos comunitários, esse que assu-mimos como uma obrigação de cida-dania. Uma situação económica e fi-nanceira interessante, leva-nos, ain-da, a procurar renovar o parque de viaturas com a aquisição de veículos e equipamentos, um investimento de cerca de 300 mil euros, que só com um apoio deste calibre estarão ao al-cance de uma associação como a nos-sa”, reforçou o dirigente.

Marcaram presença nesta cerimó-nia, entre outras entidades, o coman-dante Miguel Angelo, em representa-ção Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, o comandan-te Carlos Mouro da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro.

MEALHADA

Câmara oferece “prenda” aos bombeiros

Os Bombeiros Voluntários de Braga celebra-ram o 138.º aniversário, com o tradicional

cerimonial que incluiu o hastear das Bandei-ras, a formatura geral, a celebração de uma missa.

As comemorações tiveram, contudo, como momentos maiores a distinção de três ele-mentos do quadro de honra, com o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, a condecoração de vários elementos do corpo de bombeiros, bem como a promoção de bombeiros de 3.ª e de 2.ª e de um subchefe um posto que estava em aberto no quadro desde 2001.

Em dia de festa, foi ainda alvitrada a possi-

bilidade da associação avançara com uma candidatura a fundos comunitários para a re-qualificação do quartel. que inaugurado 1977, carece de alguns melhoramentos.

BRAGA

Voluntários em festa

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20 AGOSTO 2015

A Associação Humanitária de Bombeiros de Parede –

Amadeu Duarte, concelho de Cascais, aproveitou a comemo-ração do seu 89.º aniversário para acolher mais 10 bombeiros de 3.ª, inaugurar duas ambu-lâncias de socorro e homena-gear o bombeiro de 3.ª supra-numerário José António de Oli-veira Costa.

Neste caso, tratou-se da en-trega de um louvor do comando e da atribuição da medalha de serviços distintos grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP) por 27 anos de activi-dade como bombeiro, com par-ticular atenção, no esforço de-senvolvido para a operacionali-dade do parque de viaturas da instituição.

O representante da LBP, Rama da Silva, convidou o co-mandante Pedro Araújo para o acompanhar na entrega da dis-tinção.

As duas ambulâncias de so-corro, conforme referiu o presi-dente da associação, Manuel João Almeida, foram adquiridas pela própria instituição com a

intenção de reforçar o serviço prestado às populações não obstante, conforme lamentou, o INEM ainda não ter considera-do a hipótese de atribuição de

uma ambulância àquele corpo de bombeiros.

Entre os 10 estagiários pro-movidos a bombeiros de 3.ª, 6 são mulheres e três delas fica-

ram em primeiro lugar durante o processo de formação. Os no-vos bombeiros são os seguin-tes: Susana Pereira, Patrícia Dias, Joana Florêncio, Nuno Pe-droso, Patrícia Coutinho, Dmitry Smirnov, Bernardo Oliveira, Adriano Santos, Ingrid Freitas e Katiely Santos.

Com medalhas de assiduida-de, por 30 anos, foram distin-guidos, o comandante Pedro

Araújo e o bombeiro Paulo Fra-goso, por 20 anos, Nelson Bran-dão e Rui Santos, por 10 anos, António Nunes, e, por 5 anos, Pedro Carvalho.

A sessão solene foi presidida pelo comandante municipal, Pe-dro Mendonça, em representa-ção do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, e contou com as pre-senças, do presidente da as-

sembleia-geral, António Vilari-gues (dirigente há 47 anos), do representante da LBP, do vice--presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lis-boa, comandante Manuel Vare-la, e das representantes da Jun-ta de Freguesia de S. Domingos de Rana e da União de Fregue-sias de Parede e Carcavelos, respectivamente, Gabriela Ca-pdville e Odete Lopes.

PAREDE

Distinções em dia de aniversário

O presidente do conselho exe-cutivo da Liga dos Bombei-

ros Portugueses (LBP) considera que “o INEM tarda em entrar nos eixos” e que, “não entende-mos que sabendo o INEM que 80 por cento do socorro pré--hospitalar é prestado pelos bombeiros teime em instalar os meios próprios quando os bom-beiros fazem melhor e mais ba-rato”.

O comandante Jaime Marta Soares falava na sessão come-morativa do 104º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Car-

cavelos e São Domingos de Rana, a propósito das dificulda-des no relacionamento entre bombeiros e INEM, perante a ameaça de instalação de uma ambulância daquela entidade no concelho de Cascais, a arrepio dos bombeiros e da sua reivindi-cação de instalação ali de mais postos de emergência médica (PEM).

Durante a sessão solene, pre-sidida pelo presidente da Câma-ra de Cascais, Carlos Carreiras, ocorreu a posse do novo segun-do comandante, Pedro Carva-lho, a assinatura do protocolo

com a AM3E, a oferta de um te-levisor por uma grande superfí-cie local e a promoção a bom-beiros de 3ª dos estagiários: Guilherme Moreira, Gonçalo Conceição, Jéssica Vicente, Sal-vador Carvalhosa, Bruno Cravi-nho, Rute Monteiro, Maria Hele-na Pereira, Cristina Monteanu, Wellington Fernandes e Luís Bo-telho.

Procedeu-se ainda à entrega de medalhas de assiduidade, de 5 anos, ao bombeiro de 2.ª Má-rio Ventura e aos bombeiros de 3.ª, Catarina Ramos e Danielson Almeida, de 10 anos, aos bom-

beiros de 3ª Marco ferreira e Tiago Santos e ao bombeiro de 2.ª Miguel Silva, e de 15 anos, ao bombeiro de 1ª Hugo Guer-reiro, à bombeira de 2.ª Sandra Alves e ao bombeiro de 3.ª João Paulo Silva.

O presidente da LBP, entre-tanto, convidou o presidente da Câmara a acompanhá-lo na atri-buição da medalha de serviços distintos grau cobre ao bombei-ro de 2.ª (QH) Ilídio de Oliveira Sabino, em homenagem ao tra-

balho desenvolvido por aquele elemento na fanfarra.

Referência ao facto do Hino da LBP ter sido interpretado pelo Coro Infantil de Carcavelos.

A sessão comemorativa con-tou também com as presenças, do vice-presidente da Câmara, Miguel Pinto Luz, do vereador Frederico Almeida, do vice-pre-sidente da Federação de Bom-beiros de Lisboa, comandante Pedro Araújo, do comandante distrital da ANPC, Carlos Mata,

da presidente da União das Fre-guesias de Parede e Carcavelos, Zilda Costa Silva, do represen-tante da Associação de Bombei-ros Voluntários, António Cali-nas, e de uma representante da Junta de Freguesia de São Do-mingos de Rana, acolhidos pelo comandante Paulo Santos, pelo vice-presidente da direção, Pau-lo Ferreira, pelo presidente da assembleia-geral, Manuel Men-des, e restantes elementos dos órgãos sociais.

CARCAVELOS E SD RANA

INEM deve prestar mais atenção aos bombeiros

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21AGOSTO 2015

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios do Zambujal, no con-

celho de Loures, assinalou já este mês 84 anos de existência, sob o signo de uma nova ges-tão, uma imposição de um elen-co diretivo, que tenta, desde abril de ano passado, dar um novo rumo à instituição, tanto a nível associativa , como opera-cional.

O decréscimo da receita pro-veniente dos serviços de trans-porte de doentes não urgentes e os cortes nos subsídios ca-marários deixaram a institui-ção numa situação difícil. Quando tomou posse a equipa liderada por Norberto Fernan-des foi confrontada com um passivo que ditou medidas enérgicas. O “programa de ação” sufragado pelos associa-dos foi protelado, pois a situa-ção financeira da associação impunha uma nova ordem de prioridades. O dirigente revela que houve necessidade de reestruturar a dívida, reduzir despesa e aplicar rigor na ges-tão, uma estratégia que, em pouco mais de um ano, já co-meça a dar bons resultados. Norberto Fernandes teme, contudo, o futuro pois o equilí-brio financeiro da instituição, impôs “desaceleramento no in-vestimento”, sendo que são

notórias algumas lacunas, difí-ceis de colmatar, até porque “embora a Câmara Municipal de Loures, nos dois últimos anos, tenha feito um esforço para aumentar o apoio dado aos bombeiros do concelho”, a associação continua ser con-frontada com a perda de servi-ços, designadamente os con-tratualizados com o Hospital de Santa Maria, que represen-tavam cerca de 12 por cento da faturação desta associação humanitária.

Ainda que sejam grandes as “dores de cabeça”, o dirigente não esquece os êxitos obtidos nos últimos meses, nomeada-mente em termos associativos, salientando o dinamismo das sessões desportivas e cultu-rais, com especial enfoque para a escola de música e ban-da filarmónica, agora dirigida pela jovem maestrina Paula Cristina Nogueira.

Nesta vertente a ideia é “alargar o leque de serviços prestados à população” e fo-mentar a organização de even-tos que chamem a comunidade ao quartel e desta forma não só promover a proximidade, mas também garantir alguns rendimentos, fundamentais para dar resposta às necessi-dades operacionais do corpo de bombeiros.

A octogenária Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Zambujal

enfrenta com tenacidade o presente e os seus desafios e, ainda, que esta seja uma

dura batalha, direção comando e corpo ativo não se resignam. O peso da história,

mas sobretudo, os compromissos assumidos com as populações desta área do concelho de Loures, impõem trabalho,

entrega, profissionalismo e prontidão.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

ZAMBUJAL

Trabalho vence contrariedades

Esta equipa, atenta à reali-dade do local, está a aprovei-tar as sinergias locais, ence-tando contactos nos parques empresariais e industriais da região que permitiram que os Bombeiros do Zambujal já es-tejam a assegurar formação aos funcionários de várias des-sas unidades.

O comandante Sérgio Men-des e 2.º comandante Paulo Mateus não escondem algu-mas preocupações nomeada-mente na renovação do corpo de bombeiros, pois o travão na construção naquela área, leva os mais jovens para outras pa-ragens, tanto que, dos atuais 42 elementos do corpo ativo, “não mais que uma dúzia resi-dem no Zambujal”, os restan-tes vêm de muitos outros pon-tos do município de Loures ou até de concelhos vizinhos.

As escolas de infantes e ca-detes com mais de uma deze-na de pequenos aspirantes a bombeiros, são assim uma tentativa de captar novas vo-cações para a causa.

“Todos os bombeiros são

poucos”, afirma o comandante, dando conta da dificuldade em renovar o contingente, já que reforçar o corpo ativo é tarefa complicada:

“Neste momento tentamos, apenas, que os que estão não saiam para continuáramos a prestar um bom serviço à po-pulação”, refere Sérgio Men-des, sublinhando a entrega dos voluntários fundamentais para assegurar os piquetes noturnos e de fim de semana. Da mesma forma salienta a entrega destes homens e mulheres, que não desarmam, conscientes de que todos são importantes para elevar a prontidão no socorro e

a qualidade da resposta aos cerca de seis mil habitantes, numa área de intervenção que corresponde à União das fre-guesias de Santo Antão do To-jal e São Julião do Tojal

Um verdadeiro trabalho de equipa tem permitido assegu-rar a estabilidade e satisfizer compromissos assumidos, desde logo com os “18 funcio-nários da associação, que ao dia 27 de todos os meses, têm o ordenado no banco”, confor-me destaca o comandante.

Faltam contudo verbas para equipar o quartel, para renovar as viaturas mais antigas e para investir na proteção individual

dos operacionais, contudo o comandante identifica como prioridade a aquisição de “uma ambulância de socorro e uma viatura de transporte de doen-tes”, consideradas “fundamen-tais” para ampliar e melhorar o serviço prestado pelo corpo de bombeiros.

Norberto Fernandes reco-nhece que o “projeto não está, de todo, concluído”, mas a meio do mandato e em jeito de balanço, pode já congratular--se com “uma casa arrumada e uma boa estrutura de coman-do” a que junta num outro campo “a grande atividade da banda e da escola de música”.

Uma vontade férrea de ser-vir cada vez melhor e a firme determinação em dignificar o bom nome desta instituição fundada a década de 30 do sé-culo passado, têm permitido resolver problemas ultrapassar dificuldades e eliminar contra-riedades e esse é mesmo o melhor dos exemplos que os Voluntários do Zambujal po-dem dar aos bombeiros de Por-tugal.

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22 AGOSTO 2015

Os Bombeiros Municipais de Santarém celebraram em 31

de julho último o 185.º aniversá-rio e receberam a fénix de honra, a mais alta condecoração da Liga dos Bombeiros Portugueses.

A assinalar a data, promo-veu-se, no “W-Shopping”, em Santarém, uma sessão sobre o “Passado, Presente e Futuro dos Bombeiros Municipais de Santarém” que contou com a presença de Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara de San-tarém, de Nuno Moleiro Olivei-ra, comandante dos Bombeiros Municipais de Santarém, de Má-rio Silvestre, comandante dis-trital de operações de socorro de Santarém da ANPC, de Do-mingos Morais, da Associação Nacional de Bombeiros Profis-sionais, de Adelino Gomes, vice presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses e de José Vie-gas, da Federação de Bombei-ros do Distrito de Santarém.

Do debate ficou patente a necessidade de mudança do quadro legislativo que permita o tratamento igual entre as as-sociações humanitárias de bombeiros voluntários e os bombeiros municipais no to-cante ao acesso a financiamen-tos, a dissociação, no que diz respeito aos bombeiros munici-pais, dos rácios impostos aos

municípios para redução de pessoal e também a necessida-de de enquadramento legal para ascensão a carreiras pro-fissionais intermédias.

O presidente da Câmara de Santarém fez questão de “agradecer, em nome da popu-lação de Santarém e popula-ções vizinhas, o trabalho de-senvolvido pelo Corpo de Bom-beiros Municipais de Santarém, ao longo destes 185 anos de

existência” e referiu o orgulho que tem neste corpo de bom-beiros que trabalha sempre com grande empenho e dedica-ção.

Ricardo Gonçalves referiu ainda que, com base num estu-do realizado pela Associação Nacional de Municípios Portu-gueses ficou evidente que os 26 municípios que têm corpos de bombeiros municipais tem gastos muitos superiores aos

que não têm e, no entanto, não recebem apoios adicionais por isso. No caso de Santarém, o Município suporta todos os cus-tos com Bombeiros Municipais mas, “fazemos questão de também apoiar as 4 associa-ções humanitárias de bombei-ros voluntários de modo a ga-rantir um melhor e mais efi-ciente socorro e cuidados ime-diatos à população”.

Ainda no âmbito das come-

morações esteve patente no W Shopping em Santarém, a ex-posição “Passado, Presente e Futuro dos Bombeiros Munici-pais de Santarém”, até 02 de agosto, com destaque para a exposição de fotografias da participação dos Bombeiros Municipais de Santarém no “Rescue Day Trophy”, em Sevi-lha, em que ganharam o pré-mio de Trabalho em Equipa e Espírito de Entreajuda.

SANTARÉM

Municipais recebem a fénix de honra

A atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros

Portugueses (LBP) a quatro bombeiros, um deles a título póstumo, integrou o programa do 139.º aniversário da Asso-ciação Humanitária de Bombei-ros Voluntários Egitanienses, Guarda, comemorado recente-mente.

O crachá da LBP foi atribuí-do, ao comandante do Quadro de Honra (QH) Luís Fernando Figueiredo de Pina, aos bom-beiros de 2.ª, Joaquim Gonçal-ves Lage e José Duarte Lopes, e, a título póstumo, ao coman-dante José António Fernandes Sequeira.

Na mesma cerimónia os Egi-tanienses realizaram promo-ções de bombeiros de 3.ª, 2.ª e a subchefe e procederam à en-trega de diversas medalhas de assiduidade da LBP e medalhas do QH.

Foram ainda entregues di-plomas de reconhecimento a três entidades, à Santa Casa da Misericórdia da Guarda, à Con-fraria de S. Vicente de Paulo da Guarda e também à Associação Cultural “Os Serranos”.

Destaque também para a en-trega à Associação pelo corpo ativo de uma viatura de servi-ços gerais (VSGE) destinada a deslocações não operacionais,

seja representações protocola-res ou para ações de formação adquirida integralmente com verbas resultantes da angaria-ção de fundos feita através da organização de eventos.

A sessão solene foi presidida pelo vice-presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Monteiro e contou com as pre-senças, do vogal do conselho

executivo da LBP, comandante José Requeijo, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, Paulo Ama-ral, acolhidos pelo presidente da assembleia-geral, Álvaro Guerreiro, pelo presidente da direção, Luís Borges, pelo co-mandante Paulo Sequeira, e pe-los restante membros dos ór-gãos sociais e do comando.

GUARDA

Crachá para quatro bombeirosO bombeiro de 3.ª do Quadro

de Honra (QH) dos Voluntá-rios de Cercal do Alentejo, Joa-quim Manuel foi distinguido com a medalha de serviços distintos grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) por proposta do comando daquele corpo de bombeiros.

A distinção foi entregue pelo presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, a convite do presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, presente na cerimónia comemorativa do 40.º aniversário da Associação.

Na mesma cerimónia, o mesmo dirigente e o presidente da Federação de Bombeiros do Distri-to de Setúbal, comandante Raimundo, procede-ram à entrega da medalha de serviços distintos, grau prata, à Câmara Municipal de Santiago do Cacém, à Junta de Freguesia de Cercal do Alente-jo e à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul.

A sessão solene comemorativa serviu também para a entrega de medalhas de assiduidade e di-plomas de formação a diversos bombeiros e para a atribuição a qualidade de sócio honorário da instituição a Mário Gonçalves Sobral e à Câmara Municipal, e de sócio benemérito à Junta de Fre-guesia de Cercal e à Caixa de Crédito Agrícola.

Na oportunidade, o presidente da direção, João Ludovico, fez um balanço dos três anos vencidos de mandato com a ultrapassagem da situação di-fícil vivida na instituição no início dele e anunciou a intenção de candidatura a fundos comunitários para obras de melhoramento no quartel.

Além das entidades já citadas, estiveram tam-bém presentes na sessão solene, o segundo co-mandante distrital de Setúbal da ANPC, Rui Cos-ta, e o presidente da Junta de Freguesia de Cer-cal.

Após a sessão procedeu-se à inauguração de uma nova ambulância de transporte múltiplo (ABTM) adquirida pela Associação.

O dia de festa começou cedo com o tradicional hastear das bandeiras, a romagem ao cemitério e inauguração e deposição de flores no monumento ao Bombeiro.

Seguiu-se o desfile apeado do corpo activo e escola de infantes e cadetes e motorizado pelas principais artérias de Cercal.

Já na entrada quartel, o presidente da Câmara e o presidente da Associação descerraram uma placa alusiva à passagem do 40.º aniversário.

CERCAL

Comemorados 40 anos de serviço

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23AGOSTO 2015

Os Bombeiros de Óbidos cria-ram a pasta de comando,

que as imagens documentam. Trata-se de uma pasta que tem como finalidade o auxílio ao co-mandante das operações de so-corro (COS) no tratamento e planeamento de todas as infor-mações no teatro de operações. É um enorme puzzle já monta-do e apto a funcionar cujo méri-to está naturalmente na simpli-cidade e eficácia da sua conce-ção.

A pasta é de fácil transporte, montagem e arrumação, o que

permite que seja utilizada nos mais variados locais e circuns-tâncias.

Esta pasta facilita a decisão

com rigor, pois todos os elemen-tos necessários à decisão estão bem visíveis e, desse modo, são de fácil interpretação.

ÓBIDOS

Criada pasta de comando

Os Bombeiros Voluntários da Batalha dispõem agora de

104 novos equipamentos de proteção individual (EPI) para combate a incêndios florestais. Desses, 55 foram obtidos pelos bombeiros através do Município da Batalha, 34 da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), 5 da campanha do gru-po Mosqueteiros, 5 do Inter-marché e 5 do Banco BIG.

No sítio da associação, os Bombeiros da Batalha manifestam “a sua grati-dão pela preocupação e empenho com a seguran-ça dos nossos homens e mulheres durante o combate aos fogos florestais” E acrescentam que, “estando mais seguros, podem os bombeiros

atuar, não colocando em risco a própria integrida-de física”. Terminam formulando o desejo para que “o equipamento em falta nos chegue tão de-pressa quanto é desejável, pois época mais críti-ca está aí”.

BATALHA

Operacionais mais seguros

De Vila das Aves chega-nos do registo fotográfica da

simbólica entrega de novos Equipamentos de Proteção Indi-vidual aos bombeiros locais, no âmbito da campanha promovi-da pelo Intermarché, assegura-da por Rui e Teresa Fonseca, responsáveis desta loja de Vila das Aves.

VILA DA AVES

Equipamentos entregues

Os Bombeiros Voluntários de Óbidos, distinguidos no âm-

bito da iniciativa do grupo “Os Mosqueteiros”, em articulação com a Liga dos Bombeiros Por-tugueses e a TVI, designada “Juntos Vamos Equipar os Nos-sos Heróis”, receberam no es-paço “Intermarché” de Óbidos, os cinco conjuntos de equipa-mento de proteção individual (EPI), à semelhança do ocorrido com outros corpos de bombei-ros sorteados ao longo do país, cuja lista divulgámos na edição de julho.

Segundo Carlos Silva, co-mandante do Corpo de Bombei-ros de Óbidos, estes equipa-

mentos “constituem uma mais--valia para nós, no que concer-ne à segurança dos bombeiros no combate aos incêndios flo-restais”.

Na cerimónia de entrega do EPI, ainda foi oferecida pela loja

aos bombeiros uma palete de garrafas de água. A cerimónia contou com a presença de Al-bertina Ferreira, gerente do In-termarché de Óbidos, e de Luís Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Gaeiras.

ÓBIDOS

Bombeiros receberam EPI

Pelo segundo ano consecutivo, O Hotel Nossa Senhora da Guia, na

Estrada do Guincho, em Cascais, está a fornecer graciosamente aos Bombeiros Voluntários de Cascais todas as refeições diárias da equipa de combate a incêndios (ECIN) inte-grada no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DE-CIF).

A oferta vai garantir perto de um milhar de almoços e jantares até fi-nal de setembro, no âmbito da fase “Charlie” do DECIF.

Nos últimos anos, quer esta unidade hoteleira, quer o Hotel da Quinta da Marinha, ou ainda a Estalagem Muchaxo, asseguraram o apoio logísti-

co aos Bombeiros de Cascais durante aquele pe-ríodo, facto que traduz uma enorme economia para a instituição e para os bombeiros envolvidos e, também, menos uma preocupação em organi-zar essa ação.

CASCAIS

Hotel garante refeições a ECIN

Foi recentemente apresentado à população na praça 1.º de maio em Portimão parte do in-

vestimento realizado pelo município na área da Proteção Civil.

Entre diversos equipamentos e veículos adqui-ridos para o Corpo de Bombeiros de Portimão, destaca-se um novo Veículo Tanque Tático Flo-restal (VTTF), que vem reforçar os meios técnicos para combate a incêndios florestais, tendo este veículo a particularidade de minimizar os tempos de reabastecimento dos veículos de combate, que habitualmente estão na linha da frente. Re-giste-se que este veículo está dotado de duplo agente extintor (água e espuma), com versatili-dade assegurada também na intervenção em in-cêndios industriais e acidentes envolvendo maté-rias perigosas.

Os Bombeiros de Portimão foram ainda con-templados com Equipamentos de Proteção Indivi-dual (EPI) Florestais para os mais de 100 opera-cionais e EPI Urbanos para os 17 novos bombei-ros

A somar a estes equipamentos, indispensáveis para a segurança dos operacionais foram ainda entregues uma Ambulância, um Veículo Especial de Combate a Incêndios, um Motoventilador de Pressão Positiva, um Balão de Iluminação, entre outros equipamentos de intervenção.

A presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, salientou na ocasião a necessária priorização de investimento nas áreas da segu-rança, entre as quais a proteção civil, uma vez que enquanto destino turístico é necessário ga-

rantir uma resposta adequada e que acompanhe as necessidades operacionais. Referiu ainda que pretende “prestar contas” no próximo mês de ou-tubro aos portimonenses em relação ao destino da verba referente à Taxa Municipal de Proteção Civil, garantindo que pessoas e bens estão hoje mais seguros, podendo o território contar os agentes de Proteção Civil devidamente prepara-dos e mais seguros para responder às inúmeras solicitações.

PORTIMÃO

Município apresenta investimento

Novos equipamentos de pro-teção individual especializa-

dos para o combate a incêndios florestais em espaços naturais, adquiridos com comparticipa-ção financeira da Câmara Muni-cipal de Setúbal, reforçam a ca-pacidade operacional e as con-dições de segurança de bom-beiros sapadores e voluntários.

Os novos equipamentos de proteção individual, compostos por calças, casacos, botas, lu-vas, cogulas e capacetes, foram adquiridos no âmbito de um concurso público nacional lançado pela Área Me-tropolitana de Lisboa, com comparticipações fi-nanceiras da autarquia setubalense e da Autori-dade Nacional de Proteção Civil.

À Companhia de Bombeiros Sapadores de Se-túbal chegaram 53 conjuntos de equipamentos de proteção individual, no valor de 27878 euros, enquanto a Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Setúbal recebeu 38 conjuntos, no valor de 19988 euros.

“Este é mais um investimento assegurado no apetrechamento das equipas operacionais de bombeiros sapadores e voluntários presentes no concelho”, sublinhou a presidente da Câmara Mu-nicipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, no ato de entrega formal dos equipamentos.

O concurso, um investimento global de 47.866,00 euros, foi impulsionado no âmbito do

Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), ao abrigo do Programa Operacional Va-lorização do Território e no eixo Sistemas Am-bientais e de Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos.

Para a autarca este investimento significa “mais um passo para a qualificação da operacio-nalidade dos bombeiros”, com benefícios para “o desempenho das funções que sapadores e volun-tários realizam, diariamente, ao serviço da popu-lação e da cidade”.

Maria das Dores Meira realçou, igualmente, que os novos equipamentos de proteção indivi-dual materializam um acréscimo significativo na melhoria das condições de segurança dos bom-beiros aquando da atuação em cenários de peri-go. “São equipamentos que protegem as próprias vidas dos operacionais”.

SETÚBAL

Segurança reforçada

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24 AGOSTO 2015

Na pacatez de uma das 12 Aldeias Históricas de Por-tugal, muito longe da agi-

tação dos grandes centros onde tudo acontece, a Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Trancoso fervilha de atividade, como que tentan-do contrariar a letargia do um interior meio esquecido.

Neste belo município da Beira Alta, de gente afável e franca, é férrea a vontade e gigantesca a determinação, a confirmá-lo o novo complexo operacional dos Voluntários de Trancoso, que depois de um longo e penoso processo, “saltou do papel” para o terreno, devendo estar concluído até ao final do próxi-mo mês de setembro.

A obra orçada 1.9 milhões de euros consubstancia um projeto da atual direção assente na dig-nificação do trabalho que os operacionais prestam à comuni-dade, sendo, também, como nos diz o presidente João Bap-tista de Sousa “um contributo relevante da associação para melhorar a rede de socorro da região”.

O dirigente explica que este não foi um processo fácil que o quartel teve várias localizações e projetos, mas o que “lá vai, vai”, e o importante é que em boa hora, e tempo útil, foi pos-sível fazer aprovar a candidatu-ra a fundos comunitários, sem quais seria muito “complicado” fazer do sonho realidade.

Registe-se que para além da

aquisição do terreno a Câmara Municipal de Trancoso assumiu o compromisso assegurar os 15 por cento do montante global da obra, referentes à compo-nente nacional, um apoio que João Baptista de Sousa valori-za, alegando que “a câmara honrou o compromisso que as-sumiu com a associação”.

Em jeito de balanço de um (quase) rocambolesco proces-so, o dirigente assegura que “todas as dificuldades foram ul-trapassadas com dignidade”, fala de uma “conquista suada”, nada que tenha amedrontado ou esmorecido esta determina-da equipa:

“Não somos de desistir à pri-meira, somos persistente”, en-fatiza João Baptista de Sousa.

O novo complexo, situado em S. Domingos, desenvolve-se numa área de 6 mil m2 e tem como pontos fortes as amplas áreas operacionais, camaratas masculinas e femininas com to-das as condições e comodida-des, salas de formação e gabi-netes e ainda áreas de par-queamento para todas as viatu-ras que, atualmente, estão divididas entre a sede e um ar-mazém alugado pela associa-ção.

O presidente refere que o projeto desta direção está a ser cumprido com rigor. Assim, e para além da construção das novas instalações, avança a bom ritmo o programa de reno-vação da frota, nomeadamente

na área da saúde, pois “algu-mas ambulâncias tinham mui-tos quilómetros estavam muito velhas”:

“Iniciámos funções em 2009 e, logo em 2010, adquirimos duas ambulância de socorro de-vidamente apetrechadas e duas outras de transporte de doen-tes”, refere adiantando que mais, recentemente, chegou ao quartel um novo Veiculo de Transportes de Doentes (VDTD).

“Somos a primeira associa-ção do distrito a adquirir uma viatura seguindo a nova tipolo-gia, que é uma aposta do con-forto dos doentes, mas na re-dução de custos em combustí-vel”, refere o presidente regis-tando ainda a substituição da ambulância de “reserva INEM” e a compra de um Veiculo Ur-bano de Combate a Incêndios (VUCI), ao abrigo do programa QREN.

Para além desta moderniza-ção do parque de viaturas João Baptista de Sousa fala ainda do grande esforço em matéria de manutenção permanente dos veículos, tendo em conta as

condições atmosféricas da re-gião, sobretudo, no inverno, quando a chuva e a neve criam todo o tipo de problemas aos bombeiros e a “segurança des-tes homens e mulheres não pode nunca ser posta em cau-sa”.

Os 92 elementos do corpo ativo constituem a grande, a maior, preocupação desta dire-ção, que garante trabalhar em prol da segurança, mas tam-bém da formação e preparação dos operacionais pois só desta forma é possível garantir pron-tidão no socorro aos mais de 10 mil habitantes, das 21 fregue-sias do concelho.

Em matéria de formação poucas falhas, embora o 2.º co-mandante João Paixão, fale da da necessidade de dotar o con-tingente de mais Tripulantes de Ambulância de Socorro, até porque o Posto de Emergência Médica (PEM) assim o exige. O porta-voz do comando aprovei-ta a “antena aberta”, para aler-tar que a “recertificação em de-sencarceramento” tem que ser uma prioridade da Escola Na-cional de Bombeiros, pois não se entende que não exista nes-ta matéria qualquer tipo de re-ciclagem e que, se as associa-ções não investirem, o curso da instrução inicial “serve para toda a carreira de bombeiro”.

Crítico João Paixão lamenta a crescente falta de disponibilida-de para o voluntariado, consi-derando que a exigência e a morosidade imposta à forma-ção de um bombeiro afasta muitos dos que só querem ser-vir o próximo de forma abnega-da:

“Um agente da PSP passa a pronto automaticamente está apto para trabalhar, um militar da GNR acaba a sua formação e está ao serviço, o mesmo se passa nos vários ramos das

Forças Armadas, já um bombei-ro depois de um ano formação, é obrigado a cumprir seis me-ses de estágio… Não sou contra a formação, mas acho tudo isto um exagero que cria o desâni-mo e o desinteresse”

Nada que manche este corpo de bombeiros, homens e mu-lheres motivados, sempre dis-poníveis para socorrer quem precisa, que “mesmo não sa-bendo se voltam, vão, sem he-sitar”, como sublinha o presi-dente, entendendo que importa criar incentivos para os volun-tários, nomeadamente o “car-tão social do bombeiro, a isen-ção de taxas moderadores e contagem de tempo de serviço, questões a que Liga dos Bom-beiros Portugueses está, aliás, atenta e que tudo tem feito para devolver a este exército da paz os benefícios que tem vindo a perder”.

Questionado sobre o êxito e da solidez deste projeto, o te-soureiro Nuno Calais considera que “a estabilidade é fruto de persistência do empenho da equipa e de uma gestão rigoro-sa”. O mesmo responsável fala ainda da atenção dada a janelas de oportunidade como são os programas de financiamento que, aliás, têm permitido inves-tir em várias áreas, da mesma forma que a “diferenciação das fontes de financiamento” é aposta ganha. De facto, diri-gentes e operacionais entre-gam-se à organização ou à par-ticipação as várias iniciativas que permitam receita para a instituição.

Segundo o presidente esta é uma família unida que partilha decisões e projetos:

“Nesta casa o presidente só tem um voto, por isso, as deci-sões são tomadas no coletivo,

TRANCOSO

“Não somos de desistir à primeira,Vivem-se dias de expectativa no quartel

dos Voluntários de Trancoso onde dirigentes e operacionais já preparam a

mudança para um novo e moderno complexo, no lugar de S. Domingos.

Depois de anos de luta, de avanços e recuos a persistência venceu a bem da qualidade do socorro das populações deste concelho

do distrito da Guarda.Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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25AGOSTO 2015

“Na passada sexta-feira, dia 24 de julho, É com “grande

satisfação” que os Bombeiros Voluntários Famalicenses regis-tam o gesto de solidariedade

do Supermercado Bandeirinha, e do Café Snack-bar Ortiga que, recentemente, doaram águas engarrafadas à institui-ção.

Em comunicado a família “guita” agradece a generosida-de, preciosa “nesta época do ano” em que todas as ajudas são poucas.

VILA NOVA DE FAMALICÃO

Voluntários agradecem oferta

Os Bombeiros Voluntários da Aguda, Vila Nova de

Gaia, receberam no seu quar-tel uma visita que consideram muito especial, de um grupo de utentes da Associação Por-tuguesa de Pais e Amigos das Crianças Deficientes Mentais (APPACDM) de Gaia.

Os operacionais do CB Aguda, interagiram com os visitantes dando conta todas as valências do corpo de bombeiros nas áreas da emergência médica, incêndio e comunicações.

Para o segundo comandan-te dos Voluntários da Aguda,

César Lourenço, “todas as vi-sitas ao quartel são impor-tantes, mas esta, pela sua natureza, revestiu-se de um caráter muito especial, que motivou todos os operacio-nais presentes originando momentos de muito boa dis-posição e convívio”.

AGUDA

Bombeiros recebem visita especial

somos persistentes”

de forma a respeitar os altos in-teresses da instituição”.

Este é aliás um desígnio tam-bém da população trancosense que “muito acarinha os seus bombeiros”, que não nega apoios, que participa nas ações promovidas pela associação e se envolve na causa. Um destes exemplos é “o conterrâneo Antó-nio Fonseca, bombeiro na Suíça, e que até fez parte dos quadros. Que já fez chegar ao quartel uma escada Magirus, uma outra via-

tura de primeira intervenção com bomba acoplada e material de desencarceramento, para além de muito equipamento de prote-ção individual e um conjunto de muitas outras ofertas”.

Depois de muito e aturado trabalho desenvolvido, honran-do o espírito dos que 1932 fun-daram a instituição, o balanço só pode ser positivo, mas a obra feita é dedicada a todos quantos, em Trancoso, servem o lema “vida por vida”:

“Temos a felicidade de contar com um corpo ativo extraordi-nário, que é aliás o pilar funda-mental desta estrutura, Os nos-sos bombeiros, profissionais e voluntários, são do melhor que há, sem eles não éramos nada. È preciso não esquecer que as direções passam, mas eles cá ficam”, reforça João Baptista de Sousa estendendo o elogio a um “comando extraordinário, que muito conforta a direção desta associação”.

Seis elementos dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana, Cascais estiveram recentemente com os seus companheiros dos Voluntários de Santarém para com

eles partilharem a missão de combate a incêndios florestais.A visita ocorreu entre 10 e 14 de agosto e permitiu a interligação entre bombeiros dos dois

corpos de bombeiros voluntários na tarefa comum.“Todos quantos participaram nesta experiência agradecem a maneira calorosa como foram

recebidos no quartel em Santarém”, referiu-nos o comandante dos Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana, Paulo Santos. “Afinal, todos pertencemos à mesma família, à grande fa-mília dos bombeiros portugueses”, reforçou o mesmo responsável.

CARCAVELOS S. D. RANA

Intercâmbiocom Voluntários de Santarém

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26 AGOSTO 2015

No mesmo dia, a Câmara Mu-nicipal de Miranda do Corvo

entregou duas ambulâncias aos Bombeiros Voluntários de Mi-randa do Corvo e procedeu à inauguração de pontos de abas-tecimento de meios aéreos e terrestres, em cerimónia em que participou o presidente do município, Miguel Baptista, e o presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP), coman-dante Jaime Marta Soares.

Na oportunidade, o coman-dante Jaime Soares fez questão de sublinhar o esforço da autar-quia em favor dos bombeiros, logo, das populações, e apon-tou-o como exemplo para todas as entidades nacionais e locais a quem caberia investir mais no mesmo sentido.

A cerimónia foi considerada por Miguel Baptista, como de-monstração de “grande felicida-de mas também de responsabi-lidade”.

“É um acto de gratidão por todo o trabalho que os Bombei-ros Voluntários de Miranda do Corvo, e os seus órgãos sociais, têm feito em prol das popula-ções, é mais que justo” salien-tou o mesmo autarca na ceri-mónia realizada no auditório municipal, assegurando que “pretende apoiar cada vez mais” porque “ajudar os bom-beiros, é servir melhor toda a população”.

Na cerimónia foi entregue, também, uma viatura para o serviço do comandante operacional municipal.

A cerimónia contou também com a presença, do comandante operacional municipal e coman-dante dos Bombeiros Voluntário de Miranda do Corvo, Fernando Jorge, do comandante distrital

de Coimbra da ANPC, Carlos Luís Tavares, do pre-sidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, comandante António Simões, bem como de outros elementos de comando dos cor-pos de bombeiros de concelhos vizinhos.

MIRANDA DO CORVO

Autarquia entregaduas viaturas

Os Bombeiros Voluntários do Bombarral foram contem-

plados recentemente com uma ambulância de socorro ofereci-da por um cidadão que quis manter o anonimato.

Na sua página na rede social “Facebook”, os Voluntários do Bombarral expressam que “com enorme felicidade podemos apresentar a todos esta nova ambulância de socorro que ago-ra reforça o nosso parque de viaturas”.

A instituição adianta que, não obstante tradu-zir-se numa oferta de um cidadão que quis man-ter o anonimato, não poderá deixar de expressar publicamente a sua satisfação pela mesma.

A terminar, os Bombeiros do Bombarral assu-

mem que “esta ambulância significa para nós um reforço qualitativo assinalável no que respeita à prestação do socorro pré-hospitalar”, adiantando que “ser-nos-ia impossível adquirir, no imediato, este novo veículo sem o gesto benemérito deste cidadão”.

BOMBARRAL

Anónimo reforça frota

Os Bombeiros Voluntários de Lagoa receberam re-

centemente um novo veículo de Apoio Logístico Especial (VALE), identificada como “uma viatura versátil que se destina a apoiar o combate a incêndios, quer em espaços naturais quer em espaços estruturais, nas valências de urbano e industrial».

A viatura foi entregue aos Bombeiros Voluntários de Lagoa pelo presidente da Câ-mara Municipal de Lagoa, Francisco Martins, numa ce-rimónia que teve lugar no quartel da Associação.

A viatura tem capacidade para transportar 17 mil litros de água, 100 litros de espu-mífero e 25 litros de aditivo “Adblue ” para apoio a outros veículos.

«O veículo está preparado para colmatar necessidades de combustíveis dos equipa-mentos usados no combate aos incêndios, transportando 25 litros de gasóleo, 25 litros

de gasolina e 25 litros de “mistura”», descreve a au-tarquia de Lagoa.

O veículo transporta ainda uma reserva de 10 aparelhos respiratórios ARICAS, e con-ta também com 2 kits de re-paração de mangueiras e 2 jogos de chaves storz multi usos.

A viatura foi adquirida ao abrigo do protocolo de coo-peração e concessão finan-ceira que a Câmara Munici-pal firmou com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagoa, que

ascende aos 247,5 mil eu-ros. Antes, no mesmo âmbi-to, já havia sido adquirida uma ambulância.

«Os valores de compartici-pação da viatura agora en-tregue e da ambulância constam de contrato progra-ma que, em 2014, cabimen-tou para a Proteção Civil 67,5 mil euros e para os Bombeiros 204 mil euros e que, em 2015 e até ao mo-mento, já transferiu 158,9 mil euros para os dois orga-nismos», informa a Câmara de Lagoa.

LAGOA

Bombeiros recebem VALEOs Bombeiros Voluntários de Tabuaço recebe-

ram recentemente uma ambulância de trans-porte de doentes oferecida pela família Syming-ton. Esta empresa familiar é a principal produtora de vinho do Porto das categorias especiais, é pos-suidora de mais de mil hectares de vinha na re-gião duriense e emprega quase meio milhares de pessoas, 40 por cento das quais do Douro.

Esta oferta insere-se numa tradição iniciada

pela Symington em 2007 e que já permitiu ofere-cer oito ambulâncias a associações de bombeiros da região duriense. Em 2007, foram os Bombei-ros do Pinhão os contemplados, em 2009 os de S. João da Pesqueira, em 2010 os de Provesende, em 2011 os de Carrazeda de Ansiães, em 2012 os de Lamego, em 2013 os da Régua, em 2014 os de Vila Nova de Foz-Coa e, este ano os Voluntá-rios de Tabuaço.

TABUAÇO

Symington oferece a oitava ambulância

Já entrou ao serviço dos Bom-beiros Voluntários da Bata-

lha uma nova ambulância de transporte de doentes. Esta viatura representa um investi-mento de mais de 40 mil euros e a sua aquisição foi dinamiza-da pela instituição com os apoios de várias entidades, in-cluindo, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Batalha, o Município da Batalha e, tam-bém, algumas empresas do concelho.

BATALHA

Investimento no transporte de doentes

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27AGOSTO 2015

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Lamego, no âmbito das comemo-

rações do 138 º aniversário, promove nos dias 29 e 30 de agosto de uma exposição de carros anti-gos dos bombeiros, que reúne “27 viaturas de rara beleza, que o tempo não apaga da memória de todos os que ainda se lembram do trabalho que faziam em prol da comunidade”, conforme salienta a organização.

A mostra realiza-se na Avenida Visconde Gue-des Teixeira, integrada nas Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios e integra, para além de veículos dos Voluntários de Lamego, também das associações de bombeiros de Santa Cruz da Trapa, Armamar, Cabanas de Viriato, Campo de Besteiros, Carregal do Sal, Ervedosa do Douro, Mortágua, Nelas, Nespereira, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Peso da Régua, Resende, Santa Comba Dão, Sernancelhe, Tabua-ço, Tondela, Viseu e Vouzela.

Durante os dois dias da exposição decorre um concurso de fotografia dedicado ao lema “Vida por Vida”, aberto a todos os interessados. Todas as informações devem ser obtidas na página do

Facebook dos Bombeiros Voluntários de Lamego (https://www.facebook.com/ahbvl).

LAMEGO

Carros antigos em exposição

De Vila Meã chegou-nos o re-gisto fotográfico do mega

leilão de lenha, areia e produtos agrícolas, que se realizou no dia 19 de julho, integrado do pro-grama das Festas em Honra de S. Paio, em Oliveira, este ano organizadas pelos bombeiros locais.

Mais de 50 viaturas arrema-taram os diversos produtos, com os fundos a reverter para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã.

VILA MEÃ

Leilão apoia associaçãoA Câmara Municipal do Barrei-

ro foi uma das autarquias que recentemente colocaram ao dispor das associações dos seus concelhos autocarros para transporte dos bombeiros que se deslocaram para outros pon-tos do país no apoio ao combate aos incêndios florestais.

No caso do Barreiro, em es-trita colaboração com o coman-do distrital de Setúbal da ANPC, o autocarro dos Transportes Co-letivos do Barreiro (TCB) serviu para efetuar a rendição do gru-

po de ataque ampliado do dis-trito de Setúbal (GRUATA) que se encontrava no combate aos

incêndios ocorridos em Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo.

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ovar participou nas

comemorações do dia do Muni-cípio de Ovar, realizadas no dia 25 de julho.

Os operacionais dos corpos de bombeiros de Ovar e Esmo-riz asseguram a guarda de honra nas cerimónias, aos quais se juntaram os dirigentes das duas instituições na sessão solene,

Do programa honorífico, des-taque para a condecoração de António Carlos Borges e Dino-crato Formigal, duas figuras ca-rismáticas dos Voluntários de Ovar a que se juntou o coman-

dante Miguel Gomes, dos Bom-beiros de Esmoriz. Comandan-tes e presidente foram agracia-dos com a Medalha de Mérito Municipal, uma distinção que

traduz o reconhecimento e o agradecimento do município pela missão destes homens em prol da salvaguarda do bem-es-tar da população ovarense.

OVAR

Bombeiros agraciados no Dia do Município

BARREIRO

Autarquia cede autocarro

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O bombeiro José Hélder Salazar Pereira, dos Voluntários de Vila Nova de Famalicão, foi

condecorado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, com a Medalha de Mérito Municipal de Benemerência, como forma de reconhecimen-to pela ação deste operacional no combate a um incêndio urbano no dia 27 de abril de 2014, no qual sofreu graves queimaduras.

No decorrer da sessão José Hélder foi apresen-tado como “um homem humilde, de trato fácil e discurso simpático, disponível para os amigos e um excelente bombeiro, sendo uma referência como cidadão e bombeiro voluntário”.

Paulo Cunha, o presidente da autarquia entre-gou condecoração ao homenageado, o que cons-tituiu um momento alto e muito emotivo das ce-

rimónias comemorativas do 30.º aniversário da cidade.

VILA NOVA DE FAMALICÃO

Câmara condecora operacional

CANTANHEDE

Esforço na renovação de viaturasA Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-

luntários de Cantanhede tem em curso um programa intensivo de renovação de viaturas. No próximo dia 18 de outubro, está prevista a inauguração de um conjunto significativo de veículos, 12, uns fruto do esforço financeiro da própria instituição, outros resultado dos apoios por ela recolhidos.

Está prevista a inauguração de três ambu-lâncias, uma delas de socorro, outro, especial, para transporte de doentes críticos e ainda ou-tra de transporte múltiplo que, no conjunto, implicaram um investimento de 150 mil euros.

Será também inaugurada uma viatura ligei-ra de combate a incêndios, destinada a equipar

a Secção da Tocha, e que foi oferecida pela comissão de compartes daquela localidade.

Deverão também ser apresentadas e inau-guradas, um furgão, que irá equipar a equipa de resgate do corpo de bombeiros, uma mota de água, uma carrinha comercial, um veículo todo-o-terreno da marca “Tata” e três motori-zadas cedidas pelo Município.

O 113º aniversário dos Bombeiros Voluntá-rios de Cantanhede passa em 24 de agosto mas dado coincidir com o período crítico de combate a incêndios florestais a sua comemo-ração é habitualmente transferida para data posterior como vai ser o caso este ano, em 18 de outubro.

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28 AGOSTO 2015

O “homem sonha, a obra nasce”, foi invariavel-mente desta forma, que

a 4 de julho de 1904 se assina-lou a fundação da Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários da Gouveia, uma das mais antigas congéneres do distrito da Guarda. São muitas as figuras que ao logo de 111 anos contribuíram para a rica história desta instituição, con-tudo importa recordar António Marques da Silva, do Cardeal Mendes Belo e o primeiro Conde de Caria, figuras consensuais e inspiradoras que conseguiram galvanizar empresários e indus-triais mas, sobretudo, as popu-lações, que, mais de um século volvido, mantém intacta a rela-ção de proximidade com os seus bombeiros.

Depois de uma ténue pince-lada no passado, importa co-nhecer uma instituição moder-na, preparada para enfrentar o futuro.

O presidente da direção José Maria Vicente Pereira, o vice--presidente Octávio Figueiredo, o presidente da assembleia ge-ral Gil Barreiros e o comandan-te Carlos Manuel Soares assu-mem o papel de cicerones numa visita guiada ao presente desta instituição, que recusa render-se às adversidades im-postas pela interioridade ou pela distância dos grandes cen-tros de decisão.

As obras de requalificação e ampliação do quartel-sede as-sumem, agora, particular im-portância. Os trabalhos tiveram início em fevereiro e em breve,

GOUVEIA

Interioridade não travaA Associação Humanitária dos Bombeiros

de Gouveia assinalou, recentemente, 111.º aniversário, podendo orgulhar-se de

ostentar as insígnias não só de longevidade, mas sobretudo, da

prosperidade.Movidos pela determinação corpo ativo,

comando e direção, continuam a engrandecer o legado de um punhado de

homens bons, que no início do século passado, ousaram garantir socorro às

sempre mais desprotegidas populações dos territórios do interior do país

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

“lá para meados de setembro”, como prevê José Maria Vicente Pereira, deverão estar concluí-dos.

A empreitada orçada em 300 mil euros, visa aumentar as áreas operacionais, disponibili-zar novas salas de formação e camaratas, melhorar o refeitó-rio e a sala do bombeiro e ainda criar a separação entre as áreas usadas pelos bombeiros e os espaços associativos. As obras permitirão também assegurar uma nova entrada para instala-ções “sem barreiras”, acessível a todos.

Não tem sido facilitado o quotidiano dos operacionais, nestes últimos meses, numa casa em obras. Ainda assim, os incómodos pontuais não miti-gam a expectativa de quem já só sonha com a inauguração das remodeladas instalações, um prémio merecido de quem é credor das melhores condições de trabalho e de alojamento, como salienta o comandante Carlos Soares, tecendo os maiores elogios ao corpo de bombeiros que embora jovem,

prima pela dedicação à causa, sem descurar questões essen-ciais como a formação, a prepa-ração e a prontidão que levam aos distintos teatros de opera-ções, num território exigente tanto no verão com a iminente ameaça dos fogos florestais, como nos rigorosos invernos, quando a neve impõe preocu-pações permanentes.

Com apenas 14 funcionários e um elevado número de solici-tações, nesta casa o voluntaria-do ganha particular importância é, aliás, a garantia de pronti-dão exigida a um corpo de bombeiros, conforme defende Carlos Soares, que revela que todas as noites conta com um grupo de oito operacionais que a “custo zero”, asseguram a prontidão na resposta ás popu-lações. Regista ainda que, há já uns anos, que os voluntários abdicam de qualquer compen-sação financeira, em prol da as-sociação, que desta forma tem podido compensar esta entrega com a aquisição de novos equi-pamentos, nomeadamente a ní-vel de proteção individual.

“Nesta área estamos equipa-dos com o “topo de gama”. In-vestimos muito na segurança dos cerca de 60 operacionais”, reforça o comandante, que não esquece o apoio de “alguns amigos, nomeadamente emi-grantes que muito têm apoiado este esforço da direção”.

Ainda que os recursos sejam escassos, uma boa gestão das receitas tem permitido, tam-bém, a renovação do parque de viaturas, onde só falta um Veí-culo Ligeiro de Combate a In-cêndios, que deverá ser adqui-rido em breve no âmbito de uma candidatura a um progra-ma de financiamento. A recente compra de uma ambulância de socorro e de uma viatura de

transporte de doentes permiti-ram colmatar lacunas, como re-fere o comandante, asseguran-do não ambicionar “ter muito, mas apenas aquilo que fizer fal-ta”.

A formação é outra aposta, ainda que nesta área comando e direção se unam nas críticas ao poder instituído, a um siste-ma que esquece, ignora ou des-valoriza as instituições mais distantes dos centros de deci-são.

“Temos azar, vivemos no fim do mundo e a verdade é que quem está ao pé da panela aquece-se mais rápido”, diz o comandante, considerando que ainda assim tem sido possível garantir a formação nas mais diversas valências a todos os elementos do corpo de bombei-ros, nomeadamente em áreas

mais específicas como o salva-mento em grande ângulo e o resgate em montanha,

Uma população envelhecida, que não ultrapassa as cinco mil pessoas, a contínua saída dos mais novos que procuram novas oportunidades no litoral do País, mas sobretudo no estrangeiro, obrigaram direção e comando a acautelar o futuro. A proximida-de com as unidades de ensino locais e criação da escolinha de infantes, atualmente com 30 elementos, são sementeiras que começam a dar fruto, ou seja novos elementos às recrutas.

“Entram muito pequenos para escola de infantes, pas-sam pela fanfarra e muitos aca-bam por ficar”, explica o co-mandante, dando conta das di-ficuldades em manter estas crianças e jovens motivados, tendo em conta a morosidade do processo, nomeadamente a nível da formação inicial, que no distrito da Guarda se arrasta no módulo prático de desencar-ceramento, apenas porque existem restrições, nomeada-mente a nível ambiental, ao acesso a viaturas que permi-tam aos formados testar e trei-nar os conhecimentos apreen-didos, e desta forma protelar - e em muitos casos anular - o reforço e a renovação dos cor-pos de bombeiros, porque há

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29AGOSTO 2015

A Escola de Infantes e Cade-tes de Oliveira de Azeméis

comemorou o 10.º aniversário sob o lema “10 anos, 10 even-tos”.

Conforme destaca, o coman-dante o ganho para o quadro ativo de cerca de três dezenas de jovens bombeiros é a garan-tia do êxito deste projeto inicia-do em, de forma pioneira, em 2005.

Para assinalara uma década de profícuo trabalho, foram vá-rias as atividades que integra-ram o programa festivos, no-meadamente um presépio vivo, a primeira reunião distrital de monitores de escolas de infan-tes, as participações no desfile dos 50 anos da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro e no Desfile Nacional de Infan-tes. A escola esteve também representada na iniciativa FU-TURO - projeto das 100 mil ár-vores na Área Metropolitana do Porto, e visitou os Sapadores e ao Centro Distrital Operações de Socorro de Coimbra. A finali-zar as comemorações os bom-beiros de palmo e meio foram ainda à Magikland, em Penafiel.

Registe-se que esta escola mantém os objetivos que esti-veram na génese da sua criação tinha como gerais proporcionar atividades ocupacionais em crianças e jovens, incutindo va-lores sociais nobres, espírito de altruísmo, competências diver-sas e “incentivar o espírito de bombeiro voluntário”. Por outro lado, o projeto procura ainda cuidar e contribuir com ações facilitadoras do sucesso escolar, sem esquecer o enfoque na

promoção de conceitos como autoestima, decisões e conse-quências e direitos e deveres.

A escola iniciou atividade em 2005 com cerca de 25 jovens, mas o crescimento nos anos se-guintes e a heterogeneidade de idades ditou a criação de três turmas. Em 2010 era já cerca de 60 as crianças e jovens, nú-meros que evoluíram para os atuais 70 distribuídos por 4 tur-mas.

Apesar do papel importante

que a escola de infantes realiza, as crianças integradas nas

Neste momento, existem 30 elementos formados pela esco-la de infantes no quadro qtivo. Há ainda uma turma 12 esta-giários que esperam ingressar na carreira de Bombeiro.

O balanço desta primeira dé-cada é, assim, “bastante positi-vo”, até porque como salientam os responsáveis os jovens que tem dado ao corpo ativo ele-mentos de “grande qualidade e

profissionalismo no seu desem-penho” e ao mesmo tempo “sensibilizar outros que, por op-ção, acabam por não prosseguir a carreira mas serão a partir desse momento, adultos mais conscientes e preparados para terem uma atitude diferenciado-ra em sociedade”.

Na mesma linha o comandan-te destaca que a escola “ sido um excelente veículo de promo-ção da imagem dos Bombeiros junto da população. Não só por-que possibilita que estes jovens e os seus familiares se aproxi-mem da Associação mas tam-bém, porque permite mostrar outras valências do Corpo de Bombeiros, nomeadamente a formativa e até a capacidade de interacção com outras entidades na promoção de percursos edu-cativos que incrementem suces-so escolar”.

Para além desse benefício te-mos ainda o ganho para o qua-dro activo de cerca de 3 dezenas de jovens Bombeiros cujo início da sua formação começou na Escola de Infantes e Cadetes. Conseguimos criar também um grupo de monitores de enorme

valia, sendo alguns deles ex--alunos da Escola de Infantes. Importa destacar igualmente o dinamismo e empenho da actual responsável e psicóloga do nos-so Corpo de Bombeiros, Dra. Vanessa Tavares.

Fomos a primeira escola do país em 2005, somos a maior do país em 2015 e acreditamos que ainda há muito fazer. Depois de uma fase inicial de introdução e consolidação do projecto, no úl-timo ano, a actual coordenação com a colaboração de todos os monitores deu passos muito im-portantes na estruturação de conteúdos programáticos ajus-tados às diferentes turmas, bem como, foram dados os primeiros contributos para a elaboração de um manual para monitores desta área. O futuro avizinha-se risonho mas continuará a ser trabalhoso!..

Por outro lado, destaca “um grupo de monitores de enorme valia, alguns deles ex-alunos da Escola de Infantes” da mesma forma que sublinha a entrega e o dinamismo de Vanessa Tava-res, a atual responsável e psicó-loga do corpo de bombeiros”.

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

Escola assinala uma década de existência

o ímpeto de crescimento

sempre quem desista de espe-rar pela oportunidade de abne-gadamente servir o próximo, quando confrontado com tan-tos obstáculos.

Mas as dificuldades não des-motivam dirigentes e bombei-ros que se envolvem nos mais distintos projetos para projetar a instituição e enriquecer quem a serve. Neste âmbito importa destacar os protocolos de ge-minação com as congéneres da

Figueira da Foz e de Penacova, que tendo como mote as liga-ções ao Rio Mondego tem per-mitido a cooperação tanto a ní-vel associativo como operacio-nal. Numa outra vertente, um acordo de cooperação com o município de Cantagalo, em São Tomé e Príncipe, tem per-mitido consolidar o projeto de criação de um corpo de bom-beiros. Os Voluntários de Gou-veia já assumiram e custearam

a formação de cinco elementos da mesma forma que fizeram chegar àquela ilha do golfo da Guiné uma ambulância e um Veículo Ligeiro de Combate a Incêndios.

Embora concentrados no presente, os responsáveis da instituição fazem questão de preservar o passado, e nesse sentido o presidente da direção dá conta da intenção ou do so-nho de criação de um polo mu-

seológico onde possam brilhar viaturas antigas, designada-mente “o Scheider e o GMC e o Lincoln” a par com algumas ou-tras peças que contam não apenas a história dos Voluntá-rios de Gouveia, mas também dos bombeiros de Portugal.

A interioridade não trava o ímpeto de crescimento desta associação, nem faz perigar o entusiasmo e profissionalismo que os dirigentes e operacio-

nais emprestam à causa. As assimetrias esbatem-se com trabalho, dedicação e a firme determinação de servir o próxi-

mo, sem nada exigir em troca, porque afinal é esse o desígnio dos Bombeiros Voluntários de Gouveia.

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30 AGOSTO 2015

em agosto de 1995

A vida é feita e propícia a recordações. Estas, podem ser boas ou más, alegres ou tristes consoante o entendimento pessoal ou senti-

mental da cada pessoa.Felizmente, no mundo atual no qual tentamos

sobreviver, como miniaturas humanas, clones da tecnologia e zombies estereotipados fruto duma sociedade materialista e preconceituosa, ainda al-guns de nós temos a capacidade de raciocinar e de sentirmos.

Recordar pessoas que marcaram a nossa vida como Bombeiros, é decerto um assunto que nos deixa tristes e cheios de saudosismo. No entanto, à parte desses sentimentos e da teimosia das lá-grimas não se conterem perante tais recordações, há que recordar e escrever sobre essas pessoas, heróis esquecidos numa sociedade na qual só se é recordado quem tem nome de sangue nobre ou real ou quem é “levado ao colo” pela comunicação social.

Recordar os nossos heróis já desaparecidos dos Bombeiros, como Heliodoro Xavier, José de Olivei-ra, Manuel Luís Melo, José Gonçalves Rafael e Mar-co de Jesus, é deveras uma tarefa penosa e difícil para quem conviveu diariamente com estes seres humanos, verdadeiros modelos de personalidade, exemplos para os mais novos por serem grandes e virtuosos Bombeiros.

Heliodoro Xavier. O primeiro contato que tínha-mos com este ainda jovem Bombeiro era pensar-mos, é mais um entre outros Bombeiros. Puro en-gano. Aquele jovem, com semblante sério e carre-gado, não passava de um traquinas que tinha um coração enorme para ajudar os outros e uma dis-ponibilidade para com o seu Corpo de Bombeiros deveras invejável. Nunca mas nunca o “nosso” He-liodoro recusou fazer qualquer serviço por estar indisponível. Condutor de confiança do Comando das viaturas pesadas por ter uma destreza inata e de segurança na condução das mesmas. As suas traquinices eram demais conhecidas e ainda hoje recordadas pelos colegas Bombeiros do seu tempo e passadas aos Bombeiros mais novos como teste-munho do excelente ambiente que se vivia no Cor-po de Bombeiros com brincadeiras inofensivas in-ventadas muitas vezes no momento pelo Heliodoro Xavier. Recordo algumas; como inventar uma cabi-ne telefónica em papelão na Praça em frente do Quartel para enganar as pessoas que por ali pas-savam a efetuarem chamadas telefónicas; colar fotocópias de notas de dinheiro no multibanco jun-to ao Quartel para levar as pessoas a pensarem que alguém se tinha esquecido do dinheiro na ra-nhura do multibanco e tentarem retirar as mes-mas; colar moedas no chão de modo a que as pes-soas passassem e tentassem retirar as moedas; colocar avisos de pintura fresca nos bancos do jar-dim em frente do Quartel para que as pessoas não se sentassem quando os bancos não estavam pin-tados de fresco; fazer fotocópia dos botões de um elevador e colocar numa porta da dispensa no rés--do-chão do Quartel e dizer ao Inspetor Coordena-dor para tocar nos botões para “chamar” o eleva-dor porque o mesmo queria subir ao último piso do Quartel quando nesse tempo o Quartel nem eleva-

dor tinha. Enfim e outras mais. Heliodoro Xavier marcou um tempo e um espaço humano no nosso Corpo de Bombeiros que nunca poderá ser ocupa-do por ninguém. Jamais serás esquecido.

José de Oliveira. Conhecido no Corpo de Bom-beiros como mestre José de Oliveira por ter sido um Bombeiro exemplar na sua conduta operacio-nal e por ter passado aos jovens Bombeiros todos os seus saberes e ensinamentos. Dizem os Bom-beiros mais novos que estiveram sob a sua chefia que o Chefe José de Oliveira era muito exigente e muito competente.

Manuel Luís Melo – Conhecido no Corpo de Bom-beiros como um Bombeiro calmo, sereno e exce-lente operacional. Homem de fácil relacionamento. Quando era necessário levantar um pouco a moral do nosso Corpo de Bombeiros, ele dizia “para ale-grar a malta vamos fazer uma churrascada”. Esse pequeno gesto, acabava por tornar-se num exce-lente convívio entre todos os Bombeiros e os seus familiares e claro a intenção era conseguida.

José Gonçalves Rafael – O nosso Adjunto de Co-mando do Quadro de Honra. O nosso Adjunto Ra-fael como era conhecido, tinha sido Chefe de Bom-beiros no Departamento de Incêndios dos Bombei-ros Americanos na Base das Lajes. Bombeiro im-ponente, de grande experiência e conhecimentos, o Adjunto Rafael transmitia calma e segurança a todos os Bombeiros deste Corpo de Bombeiros. Com os seus conselhos sempre atualizados e bem intencionados, o nosso Adjunto Rafael era um exemplo para todos nós; dava conselhos aos ele-mentos do Comando e aos Chefes mas sobretudo tinha uns conselhos muito especiais para com os elementos que entravam para o Corpo de Bombei-ros. Era um verdadeiro Bombeiro que tinha amor à camisola de Bombeiro. Sentimos muito a sua falta. Com o seu desaparecimento, algo desapareceu também no Corpo de Bombeiros, talvez a falta de sentirmos diariamente o nosso Adjunto Rafael na sua viatura naquele lugar que tinha reservado para o estacionamento da mesma ao lado da garagem do Corpo de Bombeiros, ao qual chamamos cari-nhosamente o cantinho do Rafael.

Marco Jesus – A morte roubou prematuramente a vida a este jovem Bombeiro. Esteve muito pou-co tempo entre nós como Bombeiro mas o Marco Jesus destacava-se por ser um jovem alegre, bem-disposto e sempre com uma piada ou uma anedota para contar aos colegas. Excelente ope-racional. Com o seu prematuro e trágico desapa-recimento, o Corpo de Bombeiros ficou mais po-bre por perder um ser humano com as virtudes do Marco de Jesus. Este nosso colega irá ser home-nageado pelo nosso Corpo de Bombeiros e pela nossa Associação nos próximos dias 1 e 2 de por-que apesar do seu desaparecimento e através da sua exemplar e simpática família, deixou-nos um legado de equipamento deveras invejável. Marco, onde quer que estejas, agradecemos-te do fundo do coração e queremos que saibas que nunca se-rás esquecido.

Luís PicançoComandante do Corpo de Bombeiros

Voluntários de Angra do Heroísmo

Recordando…

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Cantanhede (AHBVC) lançou, recentemente, o jornal “Bom-beiros de Cantanhede” com o objetivo de divulgar e promover a atividade da instituição junto da comunidade, reativando as-sim a uma publicação com o mesmo nome, editada há 46 anos.

O primeiro número da segun-da série do jornal “Bombeiros de Cantanhede” foi apresenta-do no dia 23 de julho, no arran-que da Expofacic 2015, e foi de-pois distribuído, gratuitamente.

aos visitantes durante os 11 dias do certame.

“Este é mais um documento

e um contributo enriquecedor para a construção da identidade da “marca” Bombeiros de Can-tanhede”, afirma Adérito Ma-chado, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Can-tanhede, no editorial. O presi-dente da AHBVC explica ainda que o objetivo do jornal é “dar corpo e visibilidade ao trabalho feito diariamente no quartel”.

Nas 16 páginas da publicação é feita a apresentação da insti-tuição e do corpo de bombeiros, das atividades que desenvolvi-das e vários dos projetos.

CANTANHEDE

Associação tem jornal

O presidente da Câmara Municipal de Canta-galo, São Tomé e Príncipe, Paulo Carvalho,

esteve, recentemente, nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Gouveia.

No âmbito de uma deslocação a Portugal, o autarca fez questão visitar os seus conterrâ-

neos que frequentarem uma escola de em for-mação inicial a decorrer nas instalações Volun-tários de Gouveia. Registe-se que esta parceria resulta de um protocolo de cooperação que une a autarquia santomense e Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntários de Gouveia.

GOUVEIA

Presidente de Cantagalo visita bombeiros

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31AGOSTO 2015

ANIVERSÁRIOS1 de setembro

Bombeiros Voluntários de Carnaxide. . . . . .103

4 de setembro

Bombeiros Voluntários da Ericeira . . . . . . . .84

5 de setembro

Bombeiros Voluntários

de Póvoa de Lanhoso . . . . . . . . . . . . . . . .111

7 de setembro

Bombeiros Voluntários

de Cabanas de Viriato. . . . . . . . . . . . . . . . .80

8 de setembro

Bombeiros Voluntários de Folgosinho . . . . . .78

10 de setembro

Bombeiros Voluntários de Alter do Chão . . . .67

Bombeiros Voluntários de Castro Verde. . . . .33

12 de setembro

Bombeiros Voluntários da Lixa . . . . . . . . . .126

Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto . .93

Bombeiros Voluntários de Vimioso . . . . . . . .83

14 de Setembro

Bombeiros Voluntários

de Caldas da Rainha. . . . . . . . . . . . . . . . .120

Bombeiros Voluntários de Sacavém . . . . . .118

Bombeiros Voluntários de Góis. . . . . . . . . . .59

15 de setembro

Bombeiros Voluntários de Gondomar . . . . .102

Bombeiros Voluntários de Vagos . . . . . . . . .87

Bombeiros Voluntários de Vidago . . . . . . . . .48

16 de setembro

Bombeiros Voluntários de Tondela . . . . . . . .91

Bombeiros Voluntários

de Vila Franca das Naves . . . . . . . . . . . . . .19

18 de setembro

Bombeiros Voluntários de Favaios . . . . . . .100

Bombeiros Voluntários

de Pedrógão Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . .67

19 de setembro

Bombeiros Voluntários de Almoçageme. . . .120

Bombeiros Voluntários

de Figueira de Castelo Rodrigo. . . . . . . . . . .78

Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo. . . . . .38

Bombeiros Voluntários de Penela . . . . . . . . .35

20 de setembro

Bombeiros Voluntários de Leça do Balio . . . .84

22 de setembro

Bombeiros Voluntários de Algés . . . . . . . . .113

Bombeiros Voluntários

de São João da Pesqueira . . . . . . . . . . . . .108

23 de setembro

Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal . . .76

24 de setembro

Bombeiros Municipais do Funchal . . . . . . . .127

25 de setembro

Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima. . .128

27 de setembro

Bombeiros Voluntários da Nazaré. . . . . . . . .88

30 de setembro

Bombeiros Voluntários da Malveira . . . . . . . .71

Bombeiros Voluntários da Trofa . . . . . . . . . .39

Bombeiros Voluntários de Santana . . . . . . . .30

Fonte: Base de Dados LBP

N. 30.07.1925F. 05.08.2015

Nesta hora de dor e de luto para a sua família, para os

seus Bombeiros de Queluz, para os Bombeiros dos Con-celhos de Sintra e da Amado-ra, para os Bombeiros do dis-trito de Lisboa e para os Bom-beiros Portugueses na sua globalidade, que ele sempre defendeu intransigentemente em tantos Congressos, em tantos Conselhos Nacionais, em tantos Conselhos Regio-nais, é extremamente difícil falar de um amigo que nos deixou para sempre, mas a sua trajetória nos Bombeiros e a sua me-mória merecem, pelo menos, uma palavra de sentido respeito pelo seu exemplo sempre cheio de coragem e acima de tudo de muita verdade e seriedade.

Salvador da Luz foi um dirigente de Bombeiros ao mais alto nível. Trabalhador incansável na ela-boração de estudos para a defesa dos Bombeiros, eloquente tribuno na defesa do associativismo e do voluntariado, era sempre escutado com toda a atenção pelos congressistas ou conselheiros.

Deixou trabalho feito e obra publicada. Foi ele e a sua equipa, que entrou para os Bombeiros de Queluz em 1980, “que salvou do colapso a Asso-ciação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Queluz”, segundo o Boletim “O Voluntário” da AHBV Queluz de outubro de 2003. Mas foi ele tam-bém, com o seu trabalho árduo que publicou tan-tos boletins que primeiramente policopiava e dis-tribuía sempre na defesa dos Bombeiros. Depois passou à fase das fotocópias, mas sempre com o mesmo fim. Manteve sempre o mesmo espírito de retidão, de verdade e de frontalidade e por isso

sempre foi respeitado e admi-rado pela grande família dos Bombeiros Portugueses. Aliás, não foi por acaso que a as-sembleia geral da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, a sua federação, em janeiro de 2003, o proclamou, por unanimidade e aclamação, primeiro presidente honorário da federação. Como também não foi por acaso que em mar-ço do mesmo ano, foi home-nageado em Loures – home-nagem nacional - onde lhe foi imposto o Crachá de Ouro da

Liga dos Bombeiros Portugueses pela Governadora Civil de então, Teresa Caeiro.

Mesmo depois de retirado, era visita assídua ao quartel dos seus Bombeiros de Queluz, onde, se pode dizer, manteve durante alguns anos o seu gabinete de trabalho.

Já como presidente honorário da Federação, foi eleito coordenador do Conselho Consultivo da Liga dos Bombeiros Portugueses onde o seu afinco e trabalho também deixaram marcas positivas.

Ao longo da sua carreira foi galardoado, para além do Crachá de Ouro já referido, com distin-ções dos Bombeiros de Queluz, da Câmara Muni-cipal de Sintra, dos Bombeiros Voluntários da Pa-rede e com uma Menção Honrosa na 3.ª gala do Bombeiro de Mérito, em Palmela, no ano de 2003.

Salvador da Luz serviu os Bombeiros ao longo de 23 anos, mas nunca se serviu dos Bombeiros. Foi um dirigente exemplar, um verdadeiro Bom-beiro sem farda na melhor aceção da palavra.

Aos familiares e aos seus Bombeiros, as mi-nhas sentidas condolências.

Carlos Pinheiro

Exemplo, coragem,verdade e seriedade

A notícia chegou-me através do telefonema de um amigo comum, ao início da tarde de 6 de

agosto: “O nosso amigo Salvador, lá se foi…”.Confesso que senti um nó na garganta, aquela

sensação que todos já vivenciamos sempre que nos assalta um sentimento de perda de alguém que estimamos, familiar ou amigo.

Conheci o Salvador da Luz há mais de 30 anos, quando ambos exercíamos funções autárquicas, ele na Junta de Freguesia de Queluz e eu na de Agualva-Cacém, no concelho de Sintra.

Mais tarde assumimos ambos a presidência da direção da Associação de Bombeiros Voluntários das respetivas localidades de que tínhamos sido autarcas, iniciando então um caminho comum como dirigentes voluntários de estruturas de Bombeiros.

Em janeiro de 1992 assumi o cargo de presi-dente dos plenários da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, integrando os órgãos so-ciais da federação a convite do Salvador da Luz, que presidia á direção da referida estrutura distri-tal.

Durante os dois anos de mandato assisti a to-das as reuniões de direção da federação a convite do Salvador. Tive então oportunidade de teste-munhar a sua capacidade de liderança. Já conhe-cia a sua determinação e convicção politica. Mas foi na minha passagem pelos órgãos da federa-ção que o passei a conhecer melhor e a admirar a força que punha na defesa das suas ideias, com argumentação sólida e bem elaborada, mas tam-bém aberta ao contraditório.

O Salvador amava a causa dos Bombeiros, de forma sólida e desinteressada.

Em 1993 o José Manuel Lourenço Baptista con-vidou-me a integrar a lista candidata aos órgãos

sociais da Liga dos Bombeiros Portugueses, como secretário administrativo do Conselho Adminis-trativo e Técnico da confederação, a eleger no Congresso de Tavira, para o mandato 1994-1996. Antes de responder ao convite do Lourenço Bap-tista abordei o Salvador da Luz e pedi-lhe opi-nião. “Acho que fazes bem em aceitar. Mas não te deixes fascinar e não te esqueças que só há Liga porque há Bombeiros”, respondeu-me. Nunca me esqueci desta sábia recomendação!

Durante o período em que exerci funções na Liga, como secretário administrativo, vice-presi-dente e presidente do órgão de direção da confe-deração, habituei-me a ver o Salvador da Luz, como presidente da Federação de Bombeiros do

Distrito de Lisboa, sempre na primeira linha de todas as lutas que travamos – e foram tantas! – face à instabilidade de politicas e de políticos com que nos tivemos de confrontar, em especial na primeira década deste século.

Nem sempre estive de acordo com o Salvador. Hoje, à distância, concluo que ele tinha razão em muitas questões de que discordamos.

Falei com o Salvador há alguns meses. Estava fragilizado. Não se podia emocionar, por isso tive-mos uma conversa rápida. Nesta ocasião disse--lhe: “Foste e ainda és um dos nossos melhores!”. Não comentou. Percebi que não devia continuar e despedi-me com aquele abraço fraterno que

sempre lhe dei, com genuína amizade e admira-ção.

No passado dia 30 de julho telefonei-lhe para o felicitar por mais um aniversário, como fazia há vários anos, mas tinha o telefone desligado.

Termino esta breve e sentida evocação recor-dando uma conversa que tivemos quando lhe foi atribuído o Crachá de Ouro da Liga.

Num encontro com o Salvador na sua “casa” de sempre, a Associação dos Bombeiros Voluntários de Queluz, ele manifestou incómodo por aceitar a condecoração. Argumentei em defesa da atribui-ção do crachá, tanto em consideração pelos pro-ponentes, como pela justeza da avaliação que esta distinção representava, face ao seu currículo na instituição Bombeiros de Portugal.

Ouviu-me. Fez silêncio durante alguns momen-tos. Olhou-me e comentou: “ Sabes Caldeira, costuma dizer-se que os Bombeiros não são in-gratos. Para mim é mais correto dizer-se que há Bombeiros que não são ingratos. Por isso em honra destes, vou receber o crachá”.

Querido companheiro e amigo, agora que dei-xaste o mundo dos vivos, quero contribuir para que os que não te conheceram tenham informa-ção disponível sobre o património do teu labor ao serviço dos bombeiros portugueses, bem como para avivar a memória dos que julgaram ter-te conhecido. Para isso trarei às páginas deste jor-nal, noutra ocasião – com o indispensável acordo prévio do diretor do Bombeiros de Portugal – uma resenha das tuas ideias, expressas nos múltiplos documentos doutrinários que elaboraste, ao lon-go dos anos, com a tua matriz visionária.

Entretanto, estejas onde estiveres, descansa em Paz!

Duarte Caldeira

Um dos nossos melhores

Page 32: Carcavelos S. D. Rana Director: Rui Rama da Silva Vítima ... · com que dificuldades, por que o material é caro, e com que esforço, por que a formação exige conhecimentos e prática

32 AGOSTO 2015

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A Crónicado bombeiro Manel

Outro dia falei-vos das limitações que a GNR levanta aos homens e

mulheres que fazem parte daquela força e que querem continuar tam-bém a ser bombeiros voluntários. Agora vi notícias que dizem que o INEM está na mesma onda, não per-mitindo que os seus funcionários possam também ser bombeiros vo-luntários.

Para quem tem boa memória é bom lembrar que se o INEM conse-guiu há anos começar a crescer e a desenvolver-se foi graças a muitos bombeiros voluntários de então que,

com os conhecimentos de que já dis-punham e outros que ali receberam, passaram a ser espinha dorsal ope-racional daquele Instituto.

Ao longo do tempo, curiosamente, tem havido vários momentos em que, ou os responsáveis do INEM se esquecem desse passado ou, então, até parecem ter vergonha dele, o que acho ainda mais estranho e in-justo.

Só assim se pode perceber esta al-finetada do INEM de não permitir que os seus funcionários possam também ser bombeiros. Parece-me

que está a ir longe de mais. Até por-que o Governo como aconteceu em anos anteriores até deu ordens aos serviços do Estado para justificar plenamente a ausência dos funcioná-rios públicos que são bombeiros vo-luntários quando se ausentam para o combate a incêndios florestais.

A alimentação nos incêndios conti-nua a dar que falar. Tem havido si-tuações por aqui em que as coisas falham. Sabemos que nem sempre é fácil mas se fosse fácil qualquer um conseguia fazer.

Dá que pensar também aquela

história ali da Peneda-Gerês onde a represa de apoio ao combate aos fo-gos continua vazia. Disseram-me lá perto que isso acontece vai para cin-co anos. Que história é esta? Nin-guém responde por isto?

Os treinadores de bancada, co-mentadores da época lá voltam a tentar dar nas vistas com palpites que, das duas uma, ou falam por fa-lar ou, até parece, a ideia é para se-rem vistos e defenderem coisas que, ou não explicam ou, se explicam, po-dem ver-lhes cair a máscara.

Termino com uma frase de estalo,

do Zé Pneus, amigo do jornalista Vi-tor Bandarra, que diz que “os fogos apagam-se no inverno, nunca no in-ferno”.

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Se a moda pega

Ao programa religioso da RTP “70x7” pela inclusão, em 26 de julho, de uma reportagem de Sónia Neves, excelente trabalho, sob o tema “Vida por Vida – O lema dos bombeiros sustentado em muitas motivações”.

Aos responsáveis pela morte de 21 bombei-ros na cidade chinesa de Tianjin na sequência das várias explosões seguidas de incêndios ali ocorridos em local que não reuniria as condi-ções necessárias e o conhecimento sobre o ar-mazenamento de matérias perigosas.

LOUVOR/REPREENSÃO

Com a publicação da nova Lei de Financiamento das Associações e Corpos de

Bombeiros em Diário da Repú-blica, as associações humanitá-rias começam a fazer contas aos aumentos previstos. Os au-mentos são variáveis, sendo que ninguém perde dinheiro e essa era uma das exigências da Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP). O Jornal Bombeiros de Portugal analisou a aplicação do novo algoritmo e concluiu que a nova Lei se traduz num aumento de 12,8 por cento no conjunto das associações do Continente.

Já este ano, a participação do Estado para o setor dos bom-beiros será de cerca de dois mi-lhões e novecentos mil euros. Olhando para as tabelas já tor-nadas publicas, pela Liga dos Bombeiros Portugueses, que fez as contas por distrito e por associação humanitária, con-clui-se que há 141 associações

que registam um aumento de 25 por cento nas verbas a rece-ber anualmente, ou seja o valor máximo estipulado pelo execu-tivo.

O distrito de Bragança é o que mais beneficia com a na Lei, um aumento médio de 23,2 por cento, sendo que é no dis-trito de Viseu que se contabiliza o maior número de associações a serem beneficiadas com o va-lor máximo de aumento.

LEI DE FINANCIAMENTO

Aumento médio ronda os 13 por cento

Segundo o Governo, este modelo de financiamento, está assente em critérios de risco e desempenho dos corpos de bombeiros, e tem como objeti-vo a “sustentabilidade financei-ra” das associações humanitá-rias de bombeiros, a “estabili-dade e previsibilidade das suas receitas”, o fomento da melho-ria contínua da “capacidade operacional” das associações humanitárias de bombeiros e a “transparência” na atribuição de financiamento público.

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses garante que o novo di-ploma é um passo importante que representa uma “melhoria no atual modelo de financia-mento”. Jaime Marta Soares, o presidente da Confederação, admite que a nova legislação negociada com a Liga, desde o primeiro momento, é a “possí-vel”, não a “ideal”, porque al-guns aspetos importantes ainda ficaram de fora.

A Liga promete continuar a luta pela “melhoria das condi-ções” dos bombeiros portugue-ses.

Patrícia Cerdeira

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Com as alterações introduzidas ao Regime Jurídico dos Corpos de Bombeiros, as

quais introduzem a Carreira de Bombeiros Es-pecialistas – funções especializadas de apoio ao socorro, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) alerta as associações para a necessida-de de remeterem para a Autoridade Nacional

de Proteção Civil (ANPC) a proposta dos co-mandantes dos corpos de bombeiros, devida-mente aprovadas pelas direções, as altera-ções do quadro de pessoal, para a devida ho-mologação. A Liga deixa este alerta depois de ter “constatado” que grande parte das asso-ciações ainda não procedeu a esta alteração.

CARREIRA DE ESPECIALISTA

Liga alertapara atualização de dados