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Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais - PPG-CFT
CARACTERÍSTICAS ECOFISIOLÓGICAS E CRESCIMENTO
DE Bertholletia excelsa Bonpl. EM PLANTIO FLORESTAL
SUBMETIDO AO DESBASTE
KAREN CRISTINA PIRES DA COSTA
Manaus – AM
Março, 2015
KAREN CRISTINA PIRES DA COSTA
CARACTERÍSTICAS ECOFISIOLÓGICAS E CRESCIMENTO
DE Bertholletia excelsa Bonpl. EM PLANTIO FLORESTAL
SUBMETIDO AO DESBASTE
Orientador: Dr. José Francisco de Carvalho Gonçalves
Coorientador: Dr. Marciel José Ferreira
Manaus – AM
Março, 2015
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (MCTI-INPA) como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências de Florestas Tropicais, área de concentração Silvicultura Tropical.
C837 Costa, Karen Cristina Pires da
Características ecofisiológicas e crescimento de Bertholletia excelsa Bonpl.
em plantio florestal submetido ao desbaste / Karen Cristina Pires da Costa. ---
Manaus: [sem editor.], 2018.
99 f.: il.
Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2018.
Orientador: José Francisco de Carvalho Gonçalves.
Coorientador: Marciel José Ferreira.
Programa: Ciências de Florestas Tropicais.
1.Silvicultura . 2. Castanheira-da-amazônia. 3. Fluorescência da
clorofila a. I. Título.
CDD 634.575
Sinopse:
Os efeitos do desbaste sobre o crescimento e as características ecofisiológicas de um
plantio de Bertholletia excelsa Bonpl. foram estudados. Aspectos de crescimento, trocas
gasosas, status nutricional, status hídrico e a fluorescência da clorofila a foram analisados.
Palavras-chave: Amazônia, Castanheira-da-amazônia, Fotossíntese, Fluorescência da clorofila a,
Tratamento silvicultural.
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Ao INPA e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais pela
oportunidade.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq pela
bolsa de mestrado concedida.
À Empresa Agropecuária Aruanã S. A. pela área de estudo e apoio logístico.
Ao Dr. José Francisco de Carvalho Gonçalves pela orientação, ensinamentos e
oportunidade de execução desta pesquisa junto ao Laboratório de Fisiologia e Bioquímica
Vegetal (INPA-LFBV).
Ao Dr. Marciel José Ferreira pela coorientação, tolerância, amizade e, sobretudo,
pela convivência com um pesquisador e professor exemplar.
Ao Dr. Roberval Lima pela colaboração durante todas as fases de realização desta
pesquisa.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas
Tropicais pelos ensinamentos.
A minha amada mãe e ao meu querido padrasto pelo apoio e confiança e pela
certeza de que aconteça o que acontecer eles estarão ao meu lado, e também pelos
exemplos de humildade, zelo e dedicação.
Aos meus amados avós pelo incentivo aos estudos e, sobretudo, pelos exemplos de
disciplina, persistência e coragem.
Ao meu irmão Kellvy Costa, às minhas tias Valbia Azevedo e Joelma Azevedo e ao
meu tio Neilor Campos pelo apoio e incentivo.
A toda equipe do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Vegetal (MCT-INPA) e em
especial, Ana, Hellen Fernanda, Ulysses, Sabrina, Larissa, Aurora, Vinícius, Gleisson e
Saine pelo apoio, amizade e convivência.
A todos os colegas do programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas
Tropicais pelo apoio, amizade e convivência.
Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
deste trabalho:
Obrigada!
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. IX
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. IX
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11
REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................... 13
Bertholletia excelsa Bonpl. ................................................................................................... 13 Silvicultura de Bertholletia excelsa ....................................................................................... 13 Ecofisiologia de Bertholletia excelsa .................................................................................... 15 Desbastes florestais............................................................................................................. 16 Respostas ecofisiológicas de plantios florestais submetidos ao desbaste ........................... 17
JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 19
OBJETIVOS ........................................................................................................................ 20
Objetivo geral ...................................................................................................................... 20 Objetivos específicos ........................................................................................................... 20
MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 21
Área de estudo .................................................................................................................... 21 Localização e caracterização ............................................................................................... 21 Histórico da área .................................................................................................................. 21 O plantio .............................................................................................................................. 22 Instalação do experimento ................................................................................................... 22 Desbaste ............................................................................................................................. 23 Árvores-amostra .................................................................................................................. 24 Fluorescência da clorofila a ................................................................................................. 25 Trocas gasosas foliares ....................................................................................................... 26 Nutrientes foliares ................................................................................................................ 26 Potencial hídrico foliar .......................................................................................................... 26 Massa foliar por área (MFA) ................................................................................................ 27 Crescimento em DAP .......................................................................................................... 27 Delineamento experimental e análises estatísticas .............................................................. 27
RESULTADOS .................................................................................................................... 28
Fotossíntese ........................................................................................................................ 28 Teores de nutrientes foliares ................................................................................................ 31 Potencial hídrico foliar e eficiência no uso da água .............................................................. 32 Massa foliar por área (MFA) ................................................................................................ 33 Crescimento em diâmetro .................................................................................................... 34
DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 35
CONCLUSÕES .................................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 42
RESUMO
O melhor entendimento dos efeitos do desbaste sobre os aspectos ecofisiológicos e o
crescimento de Bertholletia excelsa, árvore amazônica com alto potencial madeireiro, pode
auxiliar na definição de estratégias mais adequadas de manejo de plantações desta espécie.
O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da aplicação do tratamento silvicultural de
desbaste sobre as características ecofisiológicas e o crescimento de B. excelsa em plantio
adensado. O estudo foi realizado em um plantio pertencente à Empresa Agropecuária
Aruanã S. A., Itacoatiara, AM. O método de desbaste aplicado foi o seletivo e foram
removidos 50% da área basal do plantio. Após o desbaste, analisou-se a porcentagem de
abertura do dossel e foram monitorados a fluorescência da clorofila a, as variáveis de trocas
gasosas, os teores de nutrientes foliares, o potencial hídrico foliar e o crescimento em
diâmetro. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com dois
tratamentos (controle e desbaste) e oito repetições. Após a aplicação do desbaste observou-
se redução da máxima eficiência fotoquímica do fotossistema II (TRO/ABS), com posterior
recuperação aos níveis das árvores do tratamento controle. Uma semana após a aplicação
do desbaste observou-se incremento nos valores de fotossíntese (A), respiração (Rd),
condutância estomática (gs) e transpiração (E). O desbaste não alterou o potencial hídrico
das árvores, entretanto as árvores sob este tratamento apresentaram eficiência no uso da
água (EUA) 16% maior. O desbaste resultou em maiores conteúdos de Na, Pa e Ka e de
MFA. Ao final do período experimental, as árvores sob tratamento de desbaste
apresentaram concentrações de Na, Pa e Ka e MFA cerca de 27% superiores às árvores do
tratamento controle. O desbaste estimulou o crescimento em diâmetro de B. excelsa, o qual
foi três vezes superior (1,12 cm ano-1) em relação às árvores do controle (0,39 cm ano-1). O
desbaste estimulou as taxas de crescimento em diâmetro de B. excelsa, como resposta ao
incremento da capacidade fotossintética em função do aumento da condutância estomática
(gs), da massa foliar por área (MFA) e dos conteúdos foliares de Na e Pa. Ademais, a rápida
resposta de B. excelsa às alterações ambientais causadas pelo desbaste, deve-se em
grande parte a capacidade dessa espécie se aclimatar às novas condições de luz impostas
pela aplicação dessa prática silvicultural.
Palavras-chave: Amazônia; Castanheira-da-amazônia; Fotossíntese; Fluorescência da
clorofila a; Tratamento silvicultural.
ABSTRACT
A better understanding of the effects of thinning on the ecophysiological aspects and the
growth of Bertholletia excelsa, Amazon tree with high potential timber, can help to define the
most appropriate management strategies plantations of this species. The objective of this
study was to investigate the effects of the application of silvicultural treatment of thinning on
the ecophysiological characteristics and growth of B. excelsa in a dense planting. The study
was conducted in a plantation belonging to the Agricultural Company Aruanã, Itacoatiara,
AM. The method of thinning applied was selective, were removed 50% of the basal area of
the planting. After thinning, we analyzed the percentage of canopy opening and were
monitored chlorophyll a fluorescence, variables of the gas exchange, the contents of leaf
nutrients, leaf water potential and diameter growth. The experimental design was a
randomized complete block with two treatments (control and thinning) and eight repetitions.
After applying the thinning was observed reduction in photochemical efficiency of
photosystem II (TRO/ABS), with subsequent recovery to the levels of the trees of the control
treatment. A week after applying the thinning was observed increase in photosynthetic rates
(A), respiration (Rd), stomatal conductance (gs) and transpiration (E). Thinning did not affect
the water potential of the trees, but the trees in this treatment showed efficiency in water use
(WUE) 16% higher. The thinning resulted higher content of Na, Ka, Pa and MFA. At the end of
the trial period, under the trees thinning treatment showed concentrations of Na, Pa, Ka and
MFA about 27% higher than the trees of the control treatment. Thinning stimulated growth in
diameter of B. excelsa, which was three times higher (1.12 cm yr-1) compared to control
treatment of trees (0.39 cm yr-1). Thinning stimulated growth rates in diameter B. excelsa, in
response to increased photosynthetic capacity due to increased stomatal conductance (gs),
leaf mass per area (MFA) and leaf contents of Na and Pa. In addition, the rapid B. excelsa
response to environmental changes caused by thinning, due in large part the ability of this
species to acclimate to the new light conditions imposed by the application of silvicultural
practice.
Keywords: Amazonia; Brazil nut; Photosynthesis; Chlorophyll a fluorescence; Silvicultural
treatment.
IX
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Crescimento de Bertholletia excelsa em diferentes sistemas de plantio na
Amazônia. ............................................................................................................................ 14
Tabela 2. Dendrometria e porcentagem de abertura do dossel de um plantio de Bertholletia
excelsa aos 8 anos de idade antes e após a retirada de 50% da área basal. (T0 = controle e
T1 = desbaste). .................................................................................................................... 23
Tabela 3. Cronograma de coleta de dados de fluorescência da clorofila a, trocas gasosas,
massa foliar por área, teores de nutrientes e potencial hídrico em plantio de B. excelsa
desbastado .......................................................................................................................... 24
Tabela 4. Resumo das variáveis do teste JIP calculadas a partir de dados extraídos do
transiente de emissão de fluorescência da clorofila a. ......................................................... 25
Tabela 5. Efeito do desbaste sobre os parâmetros de fluxo específico (RC) e as razões de
fluxo ou rendimentos (ABS) em árvores de Bertholletia excelsa sob tratamento de desbaste.
............................................................................................................................................ 28
Tabela 6. Efeito do desbaste sobre as concentrações de macro e micronutrientes foliares de
Bertholletia excelsa. ............................................................................................................. 31
Tabela 7. Efeito do desbaste sobre a eficiência fotossintética no uso de nutrientes foliares
de Bertholletia excelsa. ........................................................................................................ 32
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Precipitação e temperatura mensais durante o ano de 2013 na Fazenda Aruanã,
Itacoatiara – AM. Fonte de dados: Estação meteorológica da Fazenda Aruanã. ................ 21
Figura 2. Representação esquemática da implantação do experimento em campo. (T0 =
controle e T1 = desbaste de 50% da área basal). ................................................................ 23
Figura 3. Dossel de um plantio de Bertholletia excelsa aos 8 de idade do tratamento
controle (A) e do tratamento de desbaste (B), Itacoatiara, AM, Brasil. ................................. 24
X
Figura 4. Diferença relativa entre os tratamentos (controle = T0 e desbaste = T1) nas etapas
que compreendem o transporte de elétrons ao longo dos fotossistemas PSII e PSI (n=8). **
p<0,01; *** p<0,001. ............................................................................................................ 29
Figura 5. Máxima eficiência fotoquímica do PSII de B. excelsa submetida ao desbaste (n =
8) ** p<0,01. As barras representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que
foi realizado o desbaste ....................................................................................................... 29
Figura 6. Índices de vitalidade de B. excelsa (n = 8) * p<0,05; ** p<0,01; *** p<0,001. As
barras representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que foi realizado o
desbaste .............................................................................................................................. 30
Figura 7. Trocas gasosas foliares de árvores de Bertholletia excelsa sob tratamento de
desbaste (n = 8) * p<0,05; ** p<0,01; *** p<0,001. As barras representam o erro padrão da
média. A seta indica o período em que foi realizado o desbaste. ......................................... 30
Figura 8. Potencial hídrico foliar (ψw) (A) e eficiência no uso da água (EUA) (B) de
Bertholletia excelsa sob tratamento de desbaste (n = 8) ** p<0,01; *** p<0,001. As barras
representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que foi realizado o
desbaste. ............................................................................................................................. 33
Figura 9. Massa foliar por área (MFA) em árvores de Bertholletia excelsa sob tratamento de
desbaste (n = 8) * p<0,05; ** p<0,01. As barras representam o erro padrão da média. A seta
indica o período em que foi realizado o desbaste. ............................................................... 33
Figura 10. Incremento periódico anual (IPA) em DAP de árvores de Bertholletia excelsa em
plantio florestal sob tratamento de desbaste (n = 8) *** p<0,001. As barras representam o
erro padrão da média. .......................................................................................................... 34
Figura 11. Relações entre variáveis fisiológicas e morfológicas de árvores de Bertholletia
excelsa submetidas ao tratamento de desbaste. n = 40....................................................... 36
Figura 12. Relações entre A) abertura do dossel e fotossíntese (A); B) Abertura do dossel e
incremento periódico anual em diâmetro (IPADAP) e (C) A e IPADAP. .................................... 38
11
INTRODUÇÃO
Na Amazônia, o estabelecimento de plantios florestais sobre áreas desflorestadas
deve ser entendido como estratégia de gestão territorial capaz de promover tanto a
conservação dos recursos naturais, quanto o desenvolvimento social e econômico, uma vez
que pode reduzir a pressão de desflorestamento sobre florestas nativas e gerar produtos e
renda (Vieira e Toledo 2005; Homma 2012). Mas, os desafios para viabilizar essa atividade
são grandes, atualmente os plantios florestais representam apenas 0,42% das classes de
uso das áreas desflorestadas (739 mil km2) da Amazônia Legal (TERRACLASS 2014),
sendo 61% das iniciativas de reflorestamento constituídas por espécies exóticas dos
gêneros Eucalyptus, Tectona e Pinus (ABRAF, 2013).
A reduzida área ocupada por plantios florestais na Amazônia Legal e o expressivo
número de espécies exóticas plantadas, deve-se em grande medida à falta de conhecimento
sobre as características silviculturais e ecofisiológicas das espécies nativas, bem como das
técnicas de implantação e manejo de plantios formados por essas espécies (Bentes Gama
et al. 2013; FAO 2014). Entre as espécies nativas da Amazônia, a castanheira (Bertholletia
excelsa Bonpl.) é uma das mais utilizada e indicada para a composição de diferentes
sistemas de plantios (Ferreira et al. 2009; Salomão et al. 2014; Scoles et al. 2014). Embora
o principal produto comercializado sejam as amêndoas, essa espécie também tem grande
potencial para a indústria madeireira, particularmente, por possuir excelentes características
silviculturais e madeira de elevado padrão de qualidade (Ferreira e Tonini 2009).
No Amazonas, a empresa Agropecuária Aruanã S. A., com cerca de 1.300.000
árvores, representa o principal empreendimento com plantios de B. excelsa no estado, não
havendo outras iniciativas de tal envergadura na região ou no mundo. As técnicas
relacionadas a produção de mudas e ao processo de implantação dessa cultura já estão
relativamente bem estabelecidas (Locatelli e Souza 1990; Müller et al. 1995; Ferreira et al.
2009; Ferreira et al. 2012; Salomão et al. 2014; Scoles et al. 2014). No entanto, aspectos
relacionados ao manejo para a produção de madeira ainda são desconhecidos. O manejo
de plantios florestais para a produção madeireira deve contemplar a adoção de tratamentos
silviculturais específicos (e.g. desbaste, desrama). Neste caso, o desbaste florestal assume
papel de destaque, pelo aumento no rendimento e qualidade do produto final, podendo
aumentar as receitas geradas no empreendimento (West 2014, Egnell e Ulvcrona 2015).
A abertura do dossel florestal resultante da redução na densidade de árvores pela
aplicação do desbaste implica importantes modificações nas condições microclimáticas
(disponibilidade de água, luz, nutrientes, temperatura e umidade relativa), que devem
influenciar os processos funcionais das árvores remanescentes (Gauthier e Jacobs 2010;
12
Forrester et al. 2013 a). A tendência observada em diversos estudos é que a aplicação do
desbaste diminui o nível de competição entre os indivíduos, distribuindo o potencial de
produção do sítio entre as árvores remanescentes (Forrester et al. 2013 b; West 2014).
Assim, tem sido observada a melhoria do status nutricional e hídrico, que somados a maior
disponibilidade de luz podem refletir aumento das taxas fotossintéticas e consequentemente
das taxas de crescimento das árvores remanescentes (Forrester et al. 2013 a).
Embora existam muitas pesquisas acerca das respostas de espécies florestais
exóticas (e.g. Pinus e Eucalipto) ao tratamento de desbaste, estudos com o objetivo de
investigar os efeitos deste tratamento silvicultural sobre o crescimento de plantios de
espécies nativas da Amazônia são poucos comparativamente e, no caso de estudos em
nível de ecofisiologia são ainda mais. O conhecimento das alterações funcionais resultantes
da aplicação do desbaste em povoamentos florestais associado às variáveis de crescimento
permite identificar com maior precisão os principais fatores responsáveis pelo incremento na
produção individual das árvores, o tempo e a intensidade das respostas, possibilitando, o
entendimento adequado das estratégias a serem implementadas no manejo silvicultural de
povoamentos florestais.
Assim, para melhor compreender o comportamento da espécie Bertholletia excelsa à
intervenção silvicultural de desbaste, bem como verificar a responsividade de algumas
variáveis fisiológicas e contribuir com informações que possam subsidiar a elaboração de
planos de manejo de plantações florestais, nesta pesquisa, estudou-se as características
relacionadas à forma de captação e uso da energia por árvores de B. excelsa submetidas ao
desbaste e como as alterações ambientais impostas pela aplicação desse tratamento
silvicultural influenciam mudanças nas trocas gasosas, status nutricional, status hídrico e
taxas de crescimento dessa espécie.
13
REFERENCIAL TEÓRICO
Bertholletia excelsa Bonpl.
Bertholletia excelsa, a única espécie desse gênero, pertence à família Lecythidaceae
e foi descrita em 1808 por Aimé de Bonpland (Mori 2014 a). O gênero é dedicado ao
químico Claude Louis Berthollet, em referência à sua estatura científica, enquanto o epíteto
remete à sua grandiosidade (excelsa = eminente) (Salomão 2014). Frequentemente,
Alexander Von Humboldt também é citado como autor, entretanto ao revisar o livro “Plantes
Áequinoxiales”, em que a espécie aparece descrita pela primeira vez, verifica-se que
Bonpland foi o único autor (Mori 2014 b).
Data a partir de meados do século XVII a exportação de amêndoas de B. excelsa
para o mercado europeu, inicialmente pelos portos do Maranhão, motivo pelo qual recebeu
inicialmente o nome de "castanha-do-Maranhão". Posteriormente, quando passou a ser
exportada pelos portos do Pará, ficou conhecida como "castanha-do-Pará" (Filocreão 2008).
Mas a partir da 3ª Convenção Mundial de Frutos Secos, ocorrida em Manaus, Amazonas,
em 1992, a designação considerada mais apropriada foi castanheira-da-amazônia. Embora
o Decreto nº. 51.209, de 18/08/61, estabelecesse, entre outras coisas, a denominação
Castanha-do-Brasil.
B. excelsa é uma árvore emergente de grande porte, podendo alcançar até 50 m de
altura e 3 m de diâmetro (Mori e Prance 1990). Ocorre nas Guianas, Suriname, Colômbia,
Venezuela, Peru, Brasil e Bolívia em áreas de terra firme (Mori e Prance 1990), e parece
preferir solos argilosos a argilo-arenosos (Locatelli e Souza 1990). A ocorrência da
castanheira está associada com temperaturas médias que variam de 24,3ºC a 27,2ºC e
precipitação total entre 1.400 mm e 2.800 mm (Diniz e Bastos 1974). As maiores populações
estão concentradas no Brasil (Acre, Amazonas, Rondônia e Pará), com densidade variando
de 1,3 a 23 árvores ha-1 e na Bolívia (Beni, Pando e La Paz) com cerca de 1,3 a 5,0 árvores
ha-1 (Zuidema 2003). No Brasil, a depredação dos castanhais a partir da década de 60, com
a construção de estradas e abertura de garimpos (Homma et al. 2014), contribuiu para a
inclusão da castanheira na lista de espécies ameaçadas de extinção (MMA 2008).
Silvicultura de Bertholletia excelsa
A castanheira tem excelentes características silviculturais, e tem sido normalmente
utilizada devido a sua rusticidade, crescimento rápido e potencial econômico para a
restauração de áreas degradadas, formação de sistemas agroflorestais, reposição florestal e
também para a formação de plantios homogêneos para produção de frutos e madeira, além
14
do enriquecimento de capoeiras (Yared et al. 1993; Peña-Claros et al. 2002; Costa et al.
2009; Ferreira e Tonini 2009; Scoles et al. 2011; Ferreira et al. 2012, Scoles et al. 2014).
B. excelsa possui elevadas taxas de crescimento quando plantada tanto em
povoamentos homogêneos como em sistemas agroflorestais sob diferentes espaçamentos e
regiões da Amazônia, demonstrando elevada plasticidade ecofisiológica, dotando-a de
excelente potencial para diversos empreendimentos florestais (Tabela 1). Adicionalmente,
não há relatos de pragas e doenças que ataquem B. excelsa a ponto de comprometer sua
produtividade (Albuquerque 1960; Costa et al. 2009).
Tabela 1. Crescimento de Bertholletia excelsa em diferentes sistemas de plantio na Amazônia.
Município UF Sistema de
plantio
Idade Espaç. Altura total
DAP
IMA
Sob. DAP
Altura total
(anos) (m) (m) (cm) (cm ano-1) (m ano
-1) (%)
Manaus1 AM SAF 12 12 x 12 20,9 37,9 3,16 1,74 78
Machadinho do Oeste2 RO SAF 10 12 x 12 12,95 20,7 3,2 2,23 89,63
Machadinho do Oeste2 RO Monocultivo 10 12 x 12 12,25 21,1 3,1 2,13 95,38
Manacapuru3 AM SAF limpo 10 - - - 3,1 1,60 -
Manacapuru3 AM SAF capoeira 10 - - - 1,8 1,30 -
Cantá4 RR SAF 10 - 14,0 25,5 - - 98,6
Porto Velho5 RO SAF 25 - 20,6 41,2 - - -
Nova Mamoré5 RO Monocultivo 35 - 23,9 43,6 - - -
Manaus6 AM Monocultivo 40 10 x 10 23,9 69,1 - - -
Porto Velho6 RO Monocultivo 30 - 22,0 40,0 - - -
Macapá6 AP Monocultivo 30 10 x 10 20,4 44,8 - - -
Tomé-Açu6 PA Monocultivo 49 20 x 20 20,6 79,5 - - -
Belterra7 PA Monocultivo 6,5 3 x 3 7,5 11,8 1,8 1,2 66,7
Obs.: traço (-) = dados não informados. DAP = diâmetro a altura do peito, medido a 1,30 m de altura do solo. RAD = restauração de áreas
degradadas. SAF = sistemas agroflorestais. Sob. = Sobrevivência. Espç. = Espaçamento. Autores: [1] = Costa et al. (2009) ; [2] = Vieira et al.
(1998); [3] = Soares et al. (2004); [4]= Ferreira e Tonini (2009); [5] = Locatelli et al. (2013); [6] = Yared et al. (1993); [7] = Yared (1988).
B. excelsa produz fuste de boa qualidade, essa informação pode ser verificada tanto
por diagnostico no campo, quanto por registro na literatura. Em levantamento quantitativo
realizado em sistema agroflorestal em Canta - RR, por exemplo, se constatou que cerca de
81% das árvores de castanheira apresentaram fuste reto sem defeitos, sendo que os 19%
restantes apresentaram fuste apenas levemente tortuoso (Ferreira e Tonini 2009). A
castanheira também possui alto potencial de rebrota (Paiva et al. 2011). Em experimento no
município de Oriximiná, oeste do estado do Pará, a taxa de rebrota desta espécie foi de 72%
(Scoles et al. 2011).
B. excelsa tem apresentado significativas taxas de crescimento em capoeiras, sendo
considerada espécie de grande potencial para plantios de enriquecimento (Peña-Claros et
al. 2002; Souza et al. 2010; Scoles et al. 2014). Também tem sido incluída em programas
para a restauração de áreas degradadas, por apresentar, entre outras características,
15
eficiência quanto ao uso de recursos primários e elevada produção de serrapilheira (Ferreira
et al. 2012; Salomão et al. 2014).
A produção de mudas de castanheiras clonadas (enxertadas) com material
proveniente das castanheiras mais desenvolvidas tem sido considerada eficiente estratégia
para reflorestamentos com o objetivo de recuperação de áreas degradadas e também para
formação de plantios florestais mais produtivos (Salomão et al. 2006; Ferreira 2013).
Mesmo com múltiplos usos da castanheira e a importância que se tem dado a esta
espécie para a formação de plantios florestais na Amazônia, poucos são os estudos
abordando o manejo silvicultural de plantios constituídos por B. excelsa. A exemplo,
informações sobre o ciclo de corte, melhor época e intensidade para desbaste, desrama,
espaçamento e adubação ainda são muito limitados.
Ecofisiologia de Bertholletia excelsa
Informações sobre os aspectos ecofisiológicos de B. excelsa ainda são escassas.
Porém, algumas pesquisas tem sido realizadas com a intenção de compreender as
respostas ecofisiológicas dessa espécie quando cultivada sob diferentes condições
ambientais, por exemplo, alta irradiância, deficiência hídrica e limitações nutricionais em
condições controladas e em plantios no campo (Morais et al. 2007; Schimpl et al. 2011
dados não publicados; Gomes 2012; Corrêa 2013). Essas pesquisas tiveram como foco
analisar a tolerância de plantas jovens de B. excelsa sob condições adversas, bem como
entender quais estratégias fisiológicas a espécie desenvolve, buscando inferir sobre a
plasticidade funcional e implicações práticas silviculturais pra fins de manejo de plantios.
Algumas investigações têm permitido associar maiores taxas de crescimento de B.
excelsa a ambientes de maior irradiância (Peña-Claros et al. 2002; Souza et al. 2010; Scoles
et al. 2011; Scoles et al. 2014). O fato é que plantas jovens de B. excelsa sob condições de
alta irradiância desenvolvem estratégias morfológicas e fisiológicas que às permitem utilizar
a maior disponibilidade de luz, sem que sofram danos. Entre as estratégias utilizadas pela
espécie destaca-se o maior investimento de biomassa no sistema radicular (Zuidema et al.
1999) e a redução da área foliar específica (Poorter 1999; Zuidema et al. 1999; Ferreira et
al. 2009).
B. excelsa parece ser tolerante à deficiência hídrica no solo. Plantas jovens de B.
excelsa, por exemplo, toleraram sem apresentar danos crônicos ao aparato fotossintético
até 58 dias sem irrigação, característica diagnosticada pelas análises de fotossíntese antes
e depois da reidratação. Após este período de estresse hídrico, em que o potencial hídrico
foliar alcançou -4,0 MPa, as mesmas mudas foram capazes de retomar, em 15 dias, todas
as variáveis fisiológicas e de crescimento aos níveis do tratamento controle. No decorrer do
16
experimento, as plantas sob estresse hídrico reduziram a biomassa aérea e aumentaram os
teores de açúcares solúveis nas folhas (Schimpl et al. 2011 dados não publicados).
Em condições edáficas limitantes, B. excelsa tem se mostrado altamente eficiente
quanto ao uso de nutrientes (Gomes 2012; Corrêa 2013). Essa alta eficiência também está
associada à capacidade desta espécie desenvolver estratégias que favorecem a absorção
de nutrientes, como por exemplo, o aumento da biomassa radicular, aumento do número de
pêlos radiculares e aumento do comprimento da raiz pivotante (Corrêa 2013). É importante
destacar, que em solos adubados, B. excelsa aumenta o potencial para assimilação de
carbono e incorporação de biomassa (Ferreira et al. 2009), refletindo maiores taxas de
crescimento. Por esse motivo, não é aconselhável descartar a aplicação de fertilizantes em
plantios de produção de B. excelsa, uma vez que a busca por alto desempenho dos plantios
de B. excelsa pode ser aperfeiçoada pela fertilização mineral.
Desbastes florestais
Desbaste é um tratamento silvicultural, cujo principal objetivo é reduzir a densidade
de árvores de um povoamento, a fim de melhorar a qualidade e o crescimento das árvores
remanescentes (West 2014). Desde o final do século XIX, experiências com desbaste têm
sido implementadas na Europa, e subsequentemente em outras partes do mundo, com a
finalidade de otimizar o incremento de florestas plantadas (Skovsgarrd e Vanclay 2008).
Os resultados de desbaste tem sido bem relacionados com o incremento do
crescimento de plantios florestais, no entanto, sabe-se que esses aumentos são
influenciados pela espécie, sítio e idade do plantio (Skovsgarrd e Vanclay 2008). Atualmente
o estabelecimento do regime mais adequado de desbaste para espécies dos gêneros Pinus
e Eucalyptus já é relativamente bem conhecido (Schneider e Finger 1993; Aguiar et al. 1995;
Glufke et al. 1997 e Finger e Schneider 1999). Adicionalmente, também foram verificadas as
alterações proporcionadas pelo desbaste nas condições microclimáticas do sítio e nos
parâmetros fisiológicas das árvores que, por sua vez, são responsáveis pelas maiores taxas
de crescimento de árvores em plantios desbastados (Bréda et al. 1995 e Wang et al. 1995).
A maioria das experiências com desbaste se concentram nas zonas temperadas. O
número reduzido de experiências com desbaste nos trópicos ocorre por três razões
principais: i) Plantações extensivas nos trópicos é uma atividade recente; ii) A maior parte
das plantações nos trópicos são destinadas à produção de lenha e celulose e nesses
plantios, geralmente, não se recomendam a aplicação de tratamentos silviculturais e iii)
Ausência de parcelas permanentes em plantios (Onyekwelu et al. 2011).
No Brasil, estudos sobre desbastes florestais tem focado principalmente em
determinar o melhor regime desse tratamento silvicultural para se obter o maior volume de
17
madeira (Finger e Schneider 1999; Monte et al. 2009; Coelho e Hosokawa 2010). Porém,
outras abordagens também têm sido consideradas, entre elas o efeito do desbaste sobre a
ciclagem de nutrientes e a qualidade da madeira (Kolm e Poggiani 2003; Lima e Garcia
2011; Viera et al. 2011). Fato evidente nas experiências de desbastes no Brasil é que estas
concentram-se em basicamente espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus, e a maioria dos
experimentos foram realizados nas regiões Sul e Sudeste do país (Soares et al. 2006; Lima
e Garcia 2011; Londero et al. 2011).
Respostas ecofisiológicas de plantios florestais submetidos ao desbaste
A abertura do dossel por meio da remoção de árvores resulta em importantes
modificações nas condições microclimáticas que influenciam as características
ecofisiológicas das árvores remanescentes (Forrester 2013). A magnitude das modificações
microclimáticas depende da intensidade do desbaste, das condições de sítio, do tamanho
das árvores e também da idade do povoamento (Wang et al. 1995; Goudiaby et al. 2011;
Forrester 2013; Gspaltl et al. 2013; Glencross et al. 2014).
O desbaste estimula normalmente maiores taxas de crescimento das árvores
remanescentes (Ramos et al. 2014; Souza et al. 2014). A maior taxa de crescimento em
plantios desbastados tem sido apontada como sendo consequência da redução da
competição, ocasionada pela retirada de árvores de má qualidade. A redução da competição
pode promover a melhoria do status hídrico e nutricional das plantas que juntamente com a
maior disponibilidade de luz, deverá favorecer o incremento das taxas fotossintéticas e do
crescimento das árvores remanescentes (Bréda et al. 1995; Medhurst e Beadle 2001;
Forrester et al. 2013 a; Gebhardt et al. 2014).
A prática de desbaste promove o aumento da radiação fotossinteticamente ativa
incidente no povoamento, que pode estimular o incremento das taxas fotossintéticas das
árvores remanescentes (Bredá et al. 1995; Wang et al. 1995; Forrester et al. 2013 a). O
aumento na fotossíntese das árvores após o desbaste geralmente tem sido relacionado com
o aumento do teor de nitrogênio foliar e também com mudanças na morfologia das copas e
anatomia das folhas (Medhurst e Beadle 2001; Gebauer et al. 2011). Árvores em
povoamentos desbastados tendem apresentar maior índice de área foliar, sendo a copa
mais eficientemente exposta à luz. As folhas a pleno sol investem na produção de mesofilo,
como estratégia para aumentar o número de cloroplastos para melhor captação e utilização
da energia incidente (Wang et al. 1995; Medhurst e Beadle 2005; Gspaltl et al. 2013).
Outro parâmetro de trocas gasosas influenciado pelo desbaste é a transpiração, que
em nível de povoamento é menor, porém ao considerar cada árvore individualmente, a
transpiração aumenta em função da maior disponibilidade e intensidade de luz e aumento
18
da temperatura foliar (Sun et al. 2014). O aumento da transpiração é reflexo do aumento do
déficit de pressão de vapor entre a folha e a atmosfera e também do aumento da área foliar.
Alguns trabalhos têm demonstrado que determinadas espécies após a aplicação do
desbaste aumentam as concentrações foliares de carboidratos como estratégia de
osmorregulação, de forma a diminuir a possibilidade de ocorrência de estresse hídrico
(Pothier e Margolis 1990; Marshall e Chester 1992; Forrester et al. 2012; Gebhardt et al.
2014).
Árvores em plantios submetidos ao tratamento de desbaste têm apresentado melhor
status hídrico, que tem sido relacionado com uma maior disponibilidade de água no solo
(Bredá et al. 1995; Gebhardt et al. 2014). Neste sentido, a prática de desbaste é indicada
para aumentar a disponibilidade de água no solo, como consequência da redução da
interceptação da chuva pelo dossel, redução da competição por água entre as árvores e
redução das taxas de transpiração em nível de povoamento (Sun et al. 2014).
Adicionalmente, o desbaste também pode contribuir para manter a estabilidade do sítio, uma
vez que os povoamentos não desbastados são menos afetados pelo estresse hídrico nos
períodos mais secos do ano e, após um período de seca, tendem a se recuperar mais
rapidamente (Simonin et al. 2007; Sohn et al. 2013).
Por último, o desbaste pode influenciar a ciclagem de nutrientes e,
consequentemente, impactar a fertilidade do solo. Portanto, o tratamento silvicultural de
desbaste constitui uma prática de manejo importante para a conservação da fertilidade do
solo. Além disso, o desbaste também melhora o fornecimento de nutrientes de maneira
indireta, devido à redução da concorrência entre as árvores remanescentes. A maior parte
dos estudos envolvendo o tratamento de desbaste se limitou analisar os teores de nitrogênio
foliar. O desbaste promove o aumento do teor de nitrogênio nas folhas, bem como aumenta
a eficiência no uso deste nutriente (Han et al. 2006; Blanco et al. 2008; Inagaki et al. 2008).
19
JUSTIFICATIVA
Diante do cenário global e regional com plantios de espécies exóticas e nativas
parece não haver dúvidas da ausência de informações, no que diz respeito a ecofisiologia e
ao crescimento de espécies florestais nativas da Amazônia quando submetidas ao
tratamento silvicultural de desbaste, logo com vista na construção de conhecimento que
subsidiem a elaboração de programas de manejo de plantações florestais, o presente
estudo foi realizado com a expectativa de responder as seguintes questões: (1°) Quais são
os efeitos do desbaste sobre as características ecofisiológicas e de crescimento de B.
excelsa? (2°) Os efeitos do desbaste são observados a partir de quanto tempo? e (3°) Qual
a magnitude de diferenças nas características ecofisiológicas e de crescimento entre os
plantios desbastados e não desbastados?
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OBJETIVOS
Objetivo geral
Investigar as respostas ecofisiológicas e de crescimento de árvores de Bertholletia excelsa
em plantio adensado submetido ao tratamento silvicultural de desbaste.
Objetivos específicos
I) Verificar as respostas de B. excelsa submetida ao tratamento silvicultural de desbaste,
quanto à captação e uso da irradiância.
II) Determinar o desempenho fotossintético, status hídrico, status nutricional e aspectos
morfológicos de folhas de B. excelsa após aplicação do tratamento de desbaste.
III) Avaliar o crescimento em diâmetro de um plantio de B. excelsa submetido ao desbaste.
IV) Analisar as relações entre o desempenho fotossintético, o status nutricional e o
crescimento em diâmetro de um plantio de B. excelsa após a aplicação do desbaste.
21
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
Localização e caracterização
O presente estudo foi realizado na Empresa Agropecuária Aruanã S. A. (3°0'30.63"
S, 58°50'1.50" W), localizada no município de Itacoatiara-AM. A topografia da área
apresenta ondulações, com altitudes variando entre 120 m e 170 m (Ferreira 2013). A
vegetação original da área era formada por Floresta Ombrófila Densa (Veloso et al. 1991) e
o solo predominante é do tipo Latossolo Amarelo Distrófico de textura muito argilosa
(Gomes 2012). O clima da região é do tipo Amw (Köppen 1948). A temperatura e
precipitação média anual é 25°C e 1.800 mm, respectivamente (INMET 2014). No período
em que a pesquisa foi conduzida, a média mensal para a temperatura foi de 27,5°C, com
máxima de 28,3°C (Outubro) e mínima de 26,3°C (Julho). A precipitação mensal média foi
de 172,8 mm, com máxima de 397,0 mm (Novembro) e mínima de 76,0 mm (Outubro)
(Figura 1).
Figura 1. Precipitação e temperatura mensais durante o ano de 2013 na Fazenda Aruanã, Itacoatiara – AM. Fonte de dados: Estação meteorológica da Fazenda Aruanã.
Histórico da área
A área originalmente era coberta por floresta até o início de 1970. Foi convertida para
pastagem, sendo mantida até 1973. Em 1977, devido à degradação das pastagens e,
22
consequentemente, baixa produtividade agropecuária, buscou-se outra alternativa agrícola,
dessa vez que fosse sustentável, para manter uma atividade econômica.
Em 1981, foram plantados os primeiros povoamentos de B. excelsa. Utilizando-se o
espaçamento de 20 x 20 m. A partir de 1985, os plantios começaram a ser realizados em
espaçamento menores de 10 x 10 m. No total foram plantadas aproximadamente 318 mil
árvores destinadas à produção de frutos. Em 1995 foram formados os primeiros plantios de
reposição florestal, em espaçamento mais adensado (2,5 x 1,5 m) (Sérgio Vergueiro,
comunicação pessoal).
O plantio
O plantio está situado entre as coordenadas 3° 28’ de latitude Sul e 58° 49’ de
longitude Oeste e foi realizado em 2005 em área de 0,3 ha. As mudas utilizadas tinham sete
meses de idade e altura média de 30 cm e foram produzidas no viveiro da própria empresa.
O espaçamento utilizado foi de 2,5 x 1,5 m e o solo não foi adubado.
Instalação do experimento
Com a finalidade de se definir o número de árvores a serem analisadas, foi realizado
um inventário-piloto. Para isso, foram alocados aleatoriamente na área do plantio oito blocos
de 420 m2 (12 x 35 m). Nestes blocos, foi medido o diâmetro a altura do peito (DAP) de
todas as árvores. Considerando os dados obtidos no inventário-piloto, utilizou-se a equação
de tamanho da amostra (Equação 1) para determinar o número necessário de unidades
amostrais para alcançar um nível de probabilidade de 95% e precisão de ± 10%.
Equação 1
𝑛 =𝑡2𝑆2
𝐸2 +𝑡2𝑆2
𝑁
Em que:
n = número de unidades amostrais;
E = precisão requerida, neste estudo igual a 10%;
S2 = variância;
t = valor tabelado da estatística “t” de Student;
N = número total de unidades amostrais na população.
Com base na Equação 1, os oito blocos previamente instalados foram suficientes
para alcançar o nível de probabilidade e de precisão requeridos. Então, em cada bloco
foram distribuídos os tratamentos: T0 = controle e T1 = desbaste de 50% da área basal,
separados entre si por uma linha de bordadura. Desta forma, a área da parcela útil em cada
tratamento é de 112,5 m2 (7,5 x 15 m), o que resulta em 35 árvores (Figura 2).
23
Figura 2. Representação esquemática da implantação do experimento em campo. (T0 = controle e T1 = desbaste de 50% da área basal).
Desbaste
O método de desbaste aplicado foi o seletivo, em que foram removidos 50% da área
basal de cada parcela do tratamento com desbaste (T1) (Tabela 2). As árvores eliminadas
foram as suprimidas, tortuosas e bifurcadas. O desbaste foi realizado entre 08/07 e
12/07/2013, quando o plantio completou 8 anos de idade, foram retiradas o equivalente a
937 árvores ha-1. Após o desbaste, foram retirados da área do plantio todo o resto de folhas,
galhos e madeira das árvores que foram cortadas para evitar a deposição de material nos
solos dos plantios sob tratamento de desbaste.
Tabela 2. Dendrometria e porcentagem de abertura do dossel de um plantio de Bertholletia excelsa aos 8 anos de idade antes e após a retirada de 50% da área basal. (T0 = controle e T1 = desbaste).
Bloco Tratamento DAP ± 𝑺𝒅�̅� g ± 𝑺𝒅�̅�
G Abertura do
dossel Pré desbaste Pós desbaste
(cm) (m2) (m2) (% ± 𝑺𝒅�̅�)
1 T0 9,7± 0,8 0,009± 0,001 0,45 0,45 16,65±0,59
1 T1 8,9± 0,7 0,008± 0,001 0,42 0,21 29,22±1,74
2 T0 10,5± 0,8 0,011± 0,001 0,49 0,48 15,18±1,46
2 T1 9,1± 0,7 0,008± 0,001 0,42 0,21 31,25±1,76
3 T0 7,9± 0,7 0,006± 0,001 0,25 0,25 8,92±1,35
3 T1 8,3± 0,6 0,007± 0,001 0,30 0,15 34,33±7,04
4 T0 10,5± 0,8 0,011± 0,002 0,47 0,47 12,28±1,82
4 T1 6,5± 0,5 0,004± 0,001 0,18 0,09 30,53±2,64
5 T0 8,8± 0,7 0,008± 0,001 0,38 0,38 9,33±1,43
5 T1 8,1± 0,7 0,007± 0,001 0,32 0,16 32,32±0,84
6 T0 9,7± 0,9 0,010± 0,002 0,42 0,42 11,56±0,94
6 T1 8,9± 0,6 0,008± 0,001 0,30 0,15 28,32±1,35
7 T0 6,7± 0,6 0,005± 0,001 0,24 0,24 11,18±1,13
7 T1 8,1± 0,7 0,007± 0,001 0,29 0,14 17,68±5,27
8 T0 9,2± 0,6 0,008± 0,001 0,36 0,36 13,25±1,82
8 T1 8,4± 0,6 0,007± 0,001 0,37 0,17 30,10±2,40
24
Com finalidade de melhor caracterizar os tratamentos foram feitas antes e após o
desbaste fotografias hemisféricas para quantificar a porcentagem de abertura do dossel
(Figura 3). Para isso, utilizou-se uma máquina fotográfica Nikon Coolpix 4500, com lente
fisheye Nikon LC-ER1 de 8 mm acoplada, produzindo um ângulo de 180° e gerando
imagens de 2 megapixels, em nível, a 1 m do solo. Foram retiradas 3 fotografias em cada
parcela entre 17-18 horas. A estimativa da porcentagem da abertura do dossel foi calculada
no software Gap Light Analyzer (GLA) versão 2.0 (Frazer et al. 1999). A porcentagem de
abertura do dossel de cada parcela está descrita na Tabela 2.
Figura 3. Dossel de um plantio de Bertholletia excelsa aos 8 de idade do tratamento controle (A) e do
tratamento de desbaste (B), Itacoatiara, AM, Brasil.
Árvores-amostra
As análises ecofisiológicas foram realizadas em três árvores de cada parcela,
totalizando 24 árvores-amostra por tratamento durante 5 meses (Tabela 3). O
monitoramento do crescimento em diâmetro foi realizado nessas mesmas árvores no
período de 1 ano. Para a seleção das árvores considerou-se as seguintes características:
(1°) Características adequadas do ponto de vista de fitossanidade e (2°) Similaridade em
diâmetro, forma do fuste e copa entre as árvores das parcelas controle e desbastadas.
Tabela 3. Cronograma de coleta de dados de fluorescência da clorofila a, trocas gasosas, massa foliar por área, teores de nutrientes e potencial hídrico em plantio de B. excelsa desbastado.
Avaliação Data Especificação
Pré desbaste 07/07/2013 -
1° pós desbaste 14/07/2013 7 dias após o desbaste
2° pós desbaste 31/08/2013 ~ 2 meses após o desbaste
3° pós desbaste 05/10/2013 ~ 3 meses após o desbaste
4° pós desbaste 07/12/2103 ~ 5 meses após o desbaste
A
B
25
Fluorescência da clorofila a
A fluorescência da clorofila a foi determinada utilizando-se um fluorômetro portátil
(PEA, MK2 – 9600 – Hansatech, Norfolk, UK). Os dados foram coletados, entre 8 e 12 h,
em folhas completamente expandidas e em bom estado fitossanitário, coletadas de galhos
situados no terço médio da copa das árvores. As folhas foram inicialmente aclimatadas ao
escuro, durante 30 minutos, em seguida foram submetidas a um pulso de luz saturante de
intensidade de 3000 μmol m-2 s-1 e comprimento de onda de 650 nm por 1 segundo
(Gonçalves et al. 2012). As respostas relacionadas aos transientes da fluorescência da
clorofila a foram obtidas a partir de software específico (Handy PEA software - v 1,30) e os
valores referentes ao transiente polifásico O-J-I-P foram utilizados para os cálculos das
variáveis do fluxo específico, razões de fluxo e índices de vitalidade, assim como descrito na
Tabela 4 (Strasser et al. 2010).
Tabela 4. Resumo das variáveis do teste JIP calculadas a partir de dados extraídos do transiente de emissão de fluorescência da clorofila a.
Definições e formulas
Valores de fluorescência medidos
FO = F50μs Intensidade de fluorescência a 50 μs
FJ = F2ms Intensidade de fluorescência a 2 ms
FI = F30ms Intensidade de fluorescência a 30 ms
FM = FP Intensidade de fluorescência maxima
F100μs Intensidade de fluorescência a 100 μs
F300μs Intensidade de fluorescência a 300 μs
Parâmetros calculados
VJ Fluorescência variável relativa a 2 ms [(F2ms- F50μs) / (Fm- F50μs)]
VI Fluorescência variável relativa a 30 ms [(F30ms-F50μs) / (Fm- F50μs)]
MO Taxa líquida de PSII fechados [4 (F300μs-F50μs) / (Fm- F50μs)]
Fluxos específicos (RC)
DIO/RC Dissipação efetiva do RC ativo [(ABS/RC) - (TRO/RC)]
ABS/RC Tamanho efetivo do complexo antena por RC ativo [(TRO/RC) / (TRO/ABS)]
TRO/RC Máxima captura do fotossistema (PS) II (MO/VJ)
ETO/RC Taxa de transporte de elétrons por RC ativo [(TRO/RC) (ETO/ TRO)]
REo/RC Fluxo de elétrons para redução dos aceptores finais do lado aceptor do
fotossistema (PS) I por centro de reação [(Mo (1/Vj) (1-Vi)]
Razões de fluxo ou Rendimentos
φDo (DIO/ABS) Eficiência quântica máxima de de-excitação não fotoquímica [DIO/ABS = 1-φPo
= (F50μs /FM)]
φPo (TRO/ABS) Eficiência quântica máxima do fotossistema (PS) II [Fv/Fm = 1-( F50μs /FM)]
Ψo (ETO/TRO) Probabilidade da energia de excitação capturada pelo RC II mover um elétron
após a QA- (1-VJ)
φEo (ETO/ABS)
Probabilidade de um fóton absorvido mover um elétron após a QA- {φPo . ΨO =
[1- (F50μs /FM)] (1-VJ)}
δRo (REo/ETo) Probabilidade de um elétron do processo de transferência inter- sistemas reduzir
os aceptores finais do PSI [(1-Vi) (1-Vj)]
φRo (REo/ABS) Rendimento quântico para redução dos aceptores finais de elétrons do PSI [(1-
(Fo/FM)] (1-Vi)
Índices de vitalidade
PIABS Índice de desempenho na base ABS {(RC/ABS)[φPo/(1- φPo)][ ΨO/(1- ΨO)}
PItotal Índice de desempenho total {PIABS [δRo /(1- δRo)]}
Fonte: Ferreira 2013
26
Trocas gasosas foliares
As taxas de fotossíntese (A), condutância estomática (gs), transpiração (E) e
respiração no escuro (Rd) foram medidas utilizando-se analisador de gás a infravermelho
(IRGA) portátil, de sistema aberto, modelo LI-6400 (Li-Cor, USA) equipado com fonte de luz
artificial 6400-02B Red Blue. As análises das trocas gasosas foram realizadas em folhas em
bom estado fitossanitário e completamente expandidas, coletadas de galhos situados no
terço médio das copas das 48 árvores-amostra. Para a coleta dos galhos, utilizou-se dois
podões, sendo um para cortar e o outro para servir de suporte ao galho de modo a evitar o
impacto do material vegetal com o solo (Santiago e Mulkey 2003; Cai et al. 2009; Ferreira
2013). Antes da medição, o galho foi submerso em água e novamente cortado de modo a
manter a coluna de água do xilema e evitar a ocorrência de cavitação.
Os dados pontuais de trocas gasosas foram obtidos à densidade de fluxo de fótons
saturante (PPFD) de 1500 µmol m-2 s-1. O IRGA foi ajustado para o fluxo de 400 μmol s-1,
concentração de CO2 e H2O dentro da câmara de medição em torno de 400 ± 4 μmol mol-1 e
21 ± 1 mmol mol-1, respectivamente. A temperatura do bloco foi mantida em torno de 31°C ±
1°C. A eficiência no uso da água (EUA) foi calculada pela relação entre as taxas de
fotossíntese líquida (A) e transpiração (E) (Ferreira et al. 2012).
Nutrientes foliares
Os teores de nutrientes foram determinados nas mesmas folhas utilizadas para
leitura de trocas gasosas e fluorescência da clorofila a. As amostras foram secas em estufa
com ventilação forçada (60 - 65ºC) até atingir massa constante. Após a secagem, as folhas
foram moídas em moinho analítico (DCG20, Cousirnat). O nitrogênio total foi determinado de
acordo com o método de Kjeldahl (Bremner 1996). O P foi determinado pelo método
molibdato de amônio em espectrofotômetro Shimadzu UV-VIS-120-01 (λ = 660 nm) (Murphy
e Riley 1962). Os nutrientes K, Ca, Mg, Fe, Zn e Mn foram extraídos por digestão nitro-
perclórica (Miyazawa et al. 1999) e a determinação foi realizada por espectrometria de
absorção atômica. O teor de nutriente na base da área foi calculado pela multiplicação entre
o teor do nutriente na base da massa e a MFA. A eficiência fotossintética no uso de
nutrientes foi calculada por meio da razão entre a fotossíntese e o teor de nutriente.
Potencial hídrico foliar
O potencial hídrico foliar (Ψw) foi determinado ao meio-dia entre 12 e 13 h, utilizando-
se bomba de pressão (Scholander et al. 1965). A leitura de Ψw foi realizada numa única folha
27
em bom estado fitossanitário e completamente expandida, coletada de galhos situados no
terço médio das copas das 48 árvores-amostra.
Massa foliar por área (MFA)
A massa foliar por área (MFA) foi calculada pela razão entre massa foliar/área foliar.
Para tanto, foram coletadas as mesmas folhas utilizadas para as medições de trocas
gasosas. Nessas folhas foram retirados 10 discos de área conhecida (0,283 cm2), em
seguida os discos foram secos em estufa a 70°C ± 1°C até alcançar massa constante
(Coble et al. 2014).
Crescimento em DAP
O crescimento em DAP (diâmetro a altura do peito, medido a 1,30 m de altura do
solo) foi determinado para as 48 árvores-amostra. Para esta avaliação foi realizada uma
medida antes do desbaste e outra medida um ano após a aplicação do desbaste. Essas
medidas foram utilizadas para o cálculo do incremento periódico anual (IPA). As medições
foram realizadas utilizando-se fita diamétrica.
Delineamento experimental e análises estatísticas
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados (DBC) com dois
tratamentos (controle e desbaste) e oito repetições. Os dados foram submetidos ao teste
Shapiro Wilk e ao teste F máximo para verificação do atendimento às premissas de
distribuição normal e homogeneidade de variâncias. As médias dos tratamentos foram
comparadas por meio do teste t de Student para dados independentes. Nos casos em que
as premissas não foram atendidas realizou-se a transformação logarítmica ou foi aplicado o
teste não paramétrico de Wilcoxon para amostras independentes. Análises de regressão
linear simples foram processadas para determinar a relação entre as variáveis. Para as
análises estatísticas, utilizou-se o software R versão 2.15.1 e para a elaboração dos gráficos
o software SigmaPlot versão 11.0.
28
RESULTADOS
Fotossíntese
O desbaste influenciou significativamente os parâmetros de fluxo específico, as
razões de fluxo e os índices de “vitalidade”. Uma semana após a aplicação do desbaste
verificou-se aumento dos parâmetros de dissipação não fotoquímica (DIo/RC e DIo/ABS) e
redução das taxas de transporte de elétrons (ETo/RC, ETo/ABS e ETo/TRo) (Tabela 5). Os
parâmetros DI0/RC e DI0/ABS, por sua vez, alcançaram valores semelhantes aos do
tratamento controle no segundo mês pós-desbaste, enquanto ETo/RC, ETo/ABS e ETo/TRo
permaneceram inferiores até o final do período experimental no tratamento de desbaste
(Tabela 5).
Tabela 5. Efeito do desbaste sobre os parâmetros de fluxo específico (RC) e as razões de fluxo ou rendimentos (ABS) em árvores de Bertholletia excelsa sob tratamento de desbaste.
Os valores são médias de oito repetições por período do tratamento controle e as porcentagens entre parêntesis referem-se às
mudanças promovidas pela aplicação do desbaste (aumento, +, ou redução, -, relativas aos valores obtidos no tratamento
controle) * p<0,05; ** p<0,01; *** p<0,001.
Em relação à eficiência no transporte de elétrons, verificou-se que logo após a
aplicação do desbaste ocorreu redução de 34 e 40% da eficiência nas etapas φPo/1-φPo
(eficiência quântica máxima do PSII) e Ψo/1-Ψo (probabilidade da energia de excitação
capturada pelo CR do PS II mover um elétron após a QA-), respectivamente (Figura 4 B, C).
No segundo mês após a aplicação do desbaste, a transferência de elétrons na etapa φPo/1-
φPo alcançou valores semelhantes aos observados no tratamento controle, enquanto que os
valores da etapa Ψo/1-Ψo permaneceram inferiores até o final do período experimental. Os
valores de eficiência na etapa δRo/(1-δRo) (Probabilidade de um elétron do processo de
transferência inter- sistemas reduzir os aceptores finais do PSI) das árvores do tratamento
de desbaste foram cerca de 80% superiores (Figura 4 D).
Parâmetros Data (dia/mês/ano)
07/07/2013 14/07/2013 31/08/2013 05/10/2013 07/12/2013
DIo/RC 0,42 (-5,97) 0,56 (+86,67)* 1,77 (-31,73) 0,54 (+1,16) 0,57 (-2,83)
ABS/RC 2,23 (+1,06) 2,54 (+22,4) 2,39 (+5,35) 2,53 (+0,99) 2,56 (+2,15)
TRo/RC 1,81 (+2,69) 1,98 (+4,51) 1,95 (+2,60) 1,99 (+0,88) 1,99 (+3,59)
ETo/RC 0,93 (+0,94) 1,00 (-26,44)** 0,89 (-16,95)*** 0,88 (-16,07)* 0,92 (-15,67)**
REo/RC 0,28 (-4,00) 0,35 (-21,91) 0,26 (+16,19**) 0,26 (+6,79) 0,28 (+12,56)
DIo/ABS 0,18 (-4,86) 0,19(+51,67)** 0,18 (+11,11) 0,21 (+0,61) 0,20 (+3,75)
ETo/ABS 0,43 (-2,04) 0,41 (-33,63)** 0,38 (-20,462)** 0,36 (-17,07) 0,38 (-19,08)**
ETo/TRo 0,52 (-1,93) 0,51 (-27,48)** 0,46 (-18,478)** 0,45 (-17,318) 0,47 (-18,50)***
REo/ABS 0,12 (-7,07) 0,13 (-23,53) 0,11 (+12,94) 0,10 (+6,33) 0,11 (+10,71)
REo/ETo 0,30 (-5,50) 0,32 (+27,95) 0,28 (+45,40)*** 0,30 (+22,40) 0,31 (+31,43)
29
Redução de 13% nos valores de máxima eficiência fotoquímica do PS II (TRo/ABS=
FV/FM) foram verificadas uma semana após a aplicação do desbaste, sugerindo ocorrência
de fotoinibição em B. excelsa neste período (Figura 5). Porém, no segundo mês pós-
desbaste, a espécie se recuperou apresentando valores de TRo/ABS semelhantes aos
observados no tratamento controle.
O índice de vitalidade PIabs reduziu em cerca de 44% uma semana após a aplicação
do desbaste e se manteve inferior nessas árvores até o final do período experimental
(Figura 6 A). O PItotal, entretanto, não apresentou diferenças significativas entre os
tratamentos (Figura 6 B).
Figura 5. Máxima eficiência fotoquímica do PSII de B. excelsa submetida ao desbaste (n = 8) ** p<0,01. As barras representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que foi realizado o desbaste
Figura 4. Diferença relativa entre os tratamentos (controle = T0 e desbaste = T1) nas etapas que compreendem o transporte de elétrons ao longo dos fotossistemas PSII e PSI (n=8). ** p<0,01; *** p<0,001.
30
Figura 6. Índices de vitalidade de B. excelsa (n = 8) * p<0,05; ** p<0,01; *** p<0,001. As barras representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que foi realizado o desbaste.
O desbaste teve influência sobre todas as variáveis de trocas gasosas. Diferenças
significativas entre os tratamentos foram observadas uma semana após a aplicação do
desbaste. Neste período, as árvores sob tratamento de desbaste, aumentaram em 25% as
taxas de A e E, enquanto para gs e Rd, os acréscimos foram da ordem de 35 e 100%,
respectivamente (Figura 7).
Figura 7. Trocas gasosas foliares de árvores de Bertholletia excelsa sob tratamento de desbaste (n = 8) * p<0,05; ** p<0,01; *** p<0,001. As barras representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que foi realizado o desbaste.
31
Nos meses seguintes à aplicação do desbaste, as árvores sob este tratamento
mantiveram elevação dos valores de todas as variáveis de trocas gasosas, a exceção do
mês de outubro, em que as taxas de fotossíntese, condutância estomática e respiração
foram menores em relação à medição anterior (Figura 7). Ao final dos cinco meses de
experimentação, estas árvores aumentaram em 34% as taxas de fotossíntese, em 20% a
condutância estomática, em 98% a respiração e em 36% a transpiração. No tratamento
controle destaca-se o incremento nas taxas de transpiração que foi cerca de 36%,
considerando este mesmo período (Figura 7).
Ao final de cinco meses de monitoramento, as árvores sob tratamento de desbaste
apresentaram taxas fotossintéticas 30% maiores em relação às árvores do tratamento
controle. Para condutância estomática e transpiração os acréscimos foram de 20 e 10%,
respectivamente. Enquanto que para respiração as árvores do tratamento de desbaste
apresentaram valores 50% superiores às árvores do tratamento controle (Figura 7).
Teores de nutrientes foliares
O desbaste influenciou significativamente a concentração de nutrientes foliares em B.
excelsa. No segundo mês após a aplicação do tratamento verificou-se nas árvores sob
desbaste maiores concentrações de Na (Tabela 6). Nos meses seguintes, as maiores
concentrações de Na se mantiveram em árvores sob tratamento de desbaste e foram
acompanhadas por incrementos nos valores de Pa e Ka (Tabela 6).
Tabela 6. Efeito do desbaste sobre as concentrações de macro e micronutrientes foliares de Bertholletia excelsa.
Nutriente Data (dia/mês/ano)
07/07/2013 14/07/2013 31/08/2013 05/10/2013 07/12/2013
Na
----
-g m
-2--
--- 1,37 (+15,75) 1,37 (+15,75) 1,39 (+21,21)** 1,55 (+20,26)** 1,55 (+26,98)**
Pa 0,05 (+8,27) 0,05 (+8,27) 0,05 (+15,70) 0,06 (+26,83)** 0,06 (+31,48)**
Ka 0,40 (+14,59) 0,40 (+14,59) 0,45 (+24,81) 0,48 (-3,81) 0,46 (+23,21)*
Caa 0,46 (+5,46) 0,46 (+5,46) 0,41(+45,89) 0,48 (+48,30)* 0,54 (+66,04)
Mga 0,24 (+4,59) 0,24 (+4,59) 0,19 (+23,86) 0,25 (+28,67) 0,22 (+34,14)
Fea
-mg m
-2-
1,31 (+18,57) 1,31 (+18,57) 4,25 (+3,37) 5,23 (+10,35) 5,05 (+15,06)
Zna 1,64 (+20,51) 1,64 (+20,51) 1,12 (+42,24) 1,79 (+34,13)* 2,26 (-9,055)
Mna 12,83 (+6,25) 12,83 (+6,25) 9,32 (+20,54) 8,61 (+128,80)* 12,62 (+45,44) Os valores são médias de oito repetições por período do tratamento controle e as porcentagens entre parêntesis referem-se às
mudanças promovidas pela aplicação do desbaste (aumento, +, ou redução, -, relativas aos valores obtidos no tratamento
controle) * p<0,05; ** p<0,01.
Ao final do período experimental, as árvores sob tratamento de desbaste
apresentaram concentrações de Na, Pa e Ka cerca de 27% superiores às árvores do
32
tratamento controle. Apenas durante o mês de outubro verificou-se maiores concentrações
de Caa, Zna e Mna nas árvores sob desbaste (Tabela 6).
Em relação à eficiência fotossintética no uso de nutrientes, verificou-se que apenas
no segundo mês após a realização do desbaste as árvores sob este tratamento
apresentaram maior eficiência no uso de Na e Pa (Tabela 7).
Tabela 7. Efeito do desbaste sobre a eficiência fotossintética no uso de nutrientes foliares de Bertholletia excelsa.
Potencial hídrico foliar e eficiência no uso da água
O tratamento de desbaste não alterou o potencial hídrico foliar (ψw) das árvores de
Bertholletia excelsa. A amplitude de variação ao longo do período experimental para as
árvores do tratamento de desbaste foi de -1,53 a -1,34 MPa (Figura 8 A), enquanto para as
árvores do tratamento controle a variação foi da ordem de -1,64 a -1,19 MPa. Em ambos os
tratamentos, os menores valores de potencial hídrico foram verificados no mês de outubro
(Figura 8 A).
Quanto à eficiência no uso da água (EUA), observou-se aumento de 20% no 2° mês
pós-desbaste (agosto), seguido por queda no mês de outubro e novamente aumento de
16% no quinto mês (dezembro) de monitoramento (Figura 8 B) das árvores do tratamento de
desbaste em relação as árvores do tratamento controle.
Nutriente Data (dia/mês/ano)
07/07/2013 14/07/2013 31/08/2013 05/10/2013 07/12/2013
N
----
-(m
mo
l m
ol-1
s-1
)---
-- 96,13 (-2,74) 97,04 (+10,93) 87,53 (+25,50)* 88,45 (+5,63) 99,10 (+1,91)
P 6008,27 (+5,41) 6102,66 (+20,48) 5163,2 (+35,17)* 4942,60 (-0,08) 5425,40 (-0,88)
K 974,09 (+5,25) 995,87 (+19,38) 769,90 (+30,33) 832,21 (46,54) 940,32 (+3,76)
Ca 879,62 (+4,74) 888,29 (+18,90) 1087,09 (-11,49) 819,48 (-3,44) 83,86 (+18,76)
Mg 1166,48 (-0,33) 1183,75 (+10,86) 1276,16 (+11,57) 937,35 (+6,63) 1211,00 (+14,49)
Fe
-(µ
mo
l m
ol-1
s-1
)-
118,00 (+33,40) 118,81 (+46,97) 121,79 (+58,11) 108,69 (+13,43) 121,66 (+12,97)
Zn 379,92 (-4,34) 382,93 (+8,23) 509,99 (+16,50) 364,14 (-4,03) 352,00 (+34,86)
Mn 51,23 (-1,60) 51,17 (+9,38) 64,89 (+31,27) 65,50 (-27,52) 59,63 (+25,57)
Os valores são médias de oito repetições por período do tratamento controle e as porcentagens entre parêntesis referem-se
às mudanças promovidas pela aplicação do desbaste (aumento, +, ou redução, -, relativas aos valores obtidos no tratamento
controle) * p<0,05.
33
Massa foliar por área (MFA)
As árvores sob o tratamento de desbaste apresentaram maiores valores de massa
foliar por área (MFA). As diferenças entre os tratamentos iniciaram a partir do segundo mês
pós-desbaste. Neste momento, as árvores do tratamento de desbaste apresentaram MFA
18% maior em relação às árvores do tratamento controle (Figura 9). No decorrer do período
experimental, os valores de MFA das árvores sob tratamento de desbaste continuaram
aumentando. Ao final de cinco meses de experimentação, as árvores sob desbaste
alcançaram valores de MFA 27% maiores comparado ao controle (Figura 9).
Figura 8. Potencial hídrico foliar (ψw) (A) e eficiência no uso da água (EUA) (B) de Bertholletia excelsa sob tratamento de desbaste (n = 8) ** p<0,01; *** p<0,001. As barras representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que foi realizado o desbaste.
Figura 9. Massa foliar por área (MFA) em árvores de Bertholletia excelsa sob tratamento de desbaste (n = 8) * p<0,05; **p<0,01. As barras representam o erro padrão da média. A seta indica o período em que foi realizado o desbaste.
34
Crescimento em diâmetro
O tratamento de desbaste influenciou positivamente as taxas de crescimento em
diâmetro de Bertholletia excelsa após um ano. O incremento periódico anual em DAP
(IPADAP) das árvores sob tratamento de desbaste (1,12 cm ano-1) foi três vezes superior ao
IPADAP das árvores do tratamento controle (0,39 cm ano-1) (Figura 10).
Figura 10. Incremento periódico anual (IPA) em DAP de árvores de Bertholletia excelsa em plantio florestal sob tratamento de desbaste (n = 8) *** p<0,001. As barras representam o erro padrão da média.
35
DISCUSSÃO
A produtividade primária de povoamentos florestais é definida tanto em função da
disponibilidade de recursos (água, luz e nutrientes), quanto da capacidade das plantas em
adquirir e utilizar estes recursos primários (Binkley et al. 2004). O desbaste florestal tem sido
indicado como estratégia para aumentar a disponibilidade de recursos no sítio, como
também melhorar a captação e a eficiência no uso desses recursos pelas plantas (Forrester
2013; Gspaltl et al. 2013; Gebhardt et al. 2014). Nesse trabalho, o desbaste aumentou a
disponibilidade de luz para as plantas, uma vez que a porcentagem de abertura do dossel
das parcelas do tratamento de desbaste (29%) foi cerca de duas vezes superior ao das
parcelas do tratamento controle (12%).
A maior disponibilidade de luz causou fotoinibição nas árvores sob tratamento de
desbaste uma semana após a aplicação desse tratamento silvicultural. A redução dos
valores de TRO/ABS provavelmente está relacionada ao aumento da dissipação não
fotoquímica somada à redução da taxa de transporte de elétrons que também foram
verificados nesse mesmo período, porém logo em seguida essas plantas se recuperaram. A
rápida recuperação de TRO/ABS deve ser consequência do aumento dos teores de Na e Pa
nas folhas dessas árvores. Esses nutrientes são fundamentais para a manutenção da
integridade das membranas dos tilacóides, da estrutura dos pigmentos cloroplastídicos e
das enzimas envolvidas no transporte de elétrons na fase fotoquímica da fotossíntese
(Oosterthuis et al. 2007; Zivcak et al. 2014).
O índice de desempenho (PIabs), por outro lado, continuou indicado a ocorrência de
fotoinibição, provavelmente em função da redução na transferência de elétrons após a QA
definida pela etapa ΨEo/1-ΨEo. Apesar da indicação de fotoinibição pelos índices TRO/ABS e
PIabs, o PItotal não foi influenciado pelo desbaste, reflexo do incremento da eficiência na etapa
δRo/(1-δRo), que pode ter compensado a perda nas etapas anteriores. O incremento da
eficiência da etapa δRo/(1-δRo), pode estar associado ao fato de que o PSI possui
mecanismos mais eficientes de proteção contra danos fotooxidativos se comparado ao PSII.
Os mecanismos de fotoproteção do PSI ainda não estão bem estabelecidos, entretanto
sabe-se que a produção de enzimas eliminadoras de oxigênio (superóxido dismutase e
ascorbato peroxidase), o ciclo das xantofilas e o acúmulo de poliaminas contribui para a alta
tolerância desse fotossistema ao estresse por alta irradiância (Huang et al. 2011; Ballottari
et al. 2014; Yaakoubi et al. 2014; Sui et al. 2015).
O fato de B. excelsa ter se aclimatado rapidamente ao aumento na disponibilidade de
irradiância após a aplicação do desbaste foi determinante para o aumento da capacidade
fotossintética dessa espécie. O melhor desempenho fotossintético de plantações florestais
submetidas ao desbaste tem sido explicado, em grande medida, pelo aumento dos níveis de
36
irradiância sobre as árvores remanescentes (Bredá et al. 1995; Wang et al. 1995; Forrester
et al. 2012; Forrester et al. 2013 a). Desta forma, o aumento em A neste trabalho está
relacionado tanto ao aumento na disponibilidade de luz, quanto ao aumento de gs, MFA, Na
e Pa. (Figura 11).
O incremento em gs e E como resposta ao tratamento de desbaste também tem sido
apontado como sendo consequência do aumento da disponibilidade de luz, que geralmente
está associada ao aumento da temperatura, o que favorece o aumento do déficit de pressão
de vapor e também a maior disponibilidade de água no solo (Bredá et al. 1995; Forrester et
al. 2012; Sun et al. 2014). O fato de não se observar alterações no status hídrico das
árvores sob desbaste permite inferir que, ao invés da disponibilidade de água no solo, a
abertura do dossel foi determinante para o aumento de gs e E. Quanto à Rd, pouco se sabe
sobre sua dinâmica em plantios desbastados. Entretanto, estudo com espécies nativas da
Amazônia destaca que essa variável tende aumentar com o incremento da irradiância,
temperatura e melhoria do status nutricional das árvores (Rodrigues e Gonçalves 2014).
Desta forma, o incremento das taxas de Rd em B. excelsa sob tratamento de desbaste pode
ser reflexo tanto do aumento da irradiância e temperatura que estão associadas a maior
porcentagem de abertura do dossel, quanto ao aumento nas concentrações de Na, Pa e Ka.
Figura 11. Relações entre variáveis fisiológicas e morfológicas de árvores de Bertholletia excelsa submetidas ao tratamento de desbaste. n = 40.
37
O aumento nos conteúdos foliares de Na, Pa e Ka neste trabalho reflete o aumento da
MFA. Adicionalmente, tem sido verificado que além do aumento em MFA, a redução da
competição intraespecífica por nutrientes, resultante da retirada da área basal do plantio e,
no caso particular do N, o aumento das taxas de transpiração que favorecem a absorção
deste nutriente por fluxo de massa também podem contribuir para melhorar o status
nutricional das árvores sob tratamento de desbaste (Gauthier e Jacobs 2009; Han e Chiba
2009). É importante destacar ainda que os resíduos do desbaste (folhas, galhos e fustes)
foram removidos da área, aspecto que permite inferir que não houve entrada de nutrientes
ao solo via decomposição do material vegetal.
O desbaste normalmente resulta em melhoria do status hídrico de plantações
florestais. Entretanto, a maior parte desses trabalhos foi realizada em regiões temperadas,
onde o período de seca normalmente impõe à vegetação situações de deficiência hídrica
(Bredá et al. 1995; Sohn et al. 2013). As espécies amazônicas, porém, parecem não
apresentar limitação hídrica durante meses de menor precipitação (Asner et al. 2004;
Restrepo-Coupe et al. 2013). A não ocorrência de limitação hídrica pode estar associada à
sazonalidade pouco acentuada em algumas regiões amazônicas, ao desenvolvimento de
sistema radicular profundo, bem como de estratégias de redistribuição hidráulica, processo
no qual, as raízes extraem água das camadas mais úmidas do solo e a depositam nas mais
secas. (Nepstad et al. 1994; Oliveira et al. 2005). Embora não tenha sido observado efeito
do desbaste sobre o status hídrico das árvores, o tratamento promoveu o aumento da
eficiência no uso da água. Este resultado pode ser explicado pelo incremento das taxas
fotossintéticas, as quais compensaram as maiores taxas de transpiração. De certo modo,
esse resultado embora seja uma característica inerente à espécie, pode ser também visto
como o resultado da elevação das demandas hídricas para regular a temperatura foliar e
manter os níveis de assimilação de carbono.
O incremento em massa foliar por área (MFA) de árvores sob tratamento de
desbaste tem sido associado principalmente ao maior investimento em mesofilo, entretanto
também tem sido relatado que plantas aclimatadas a baixa irradiância, quando expostas a
alta irradiância também podem aumentar a espessura da epiderme (Poorter et al. 2009). O
aumento na proporção de mesofilo resulta em maior número de cloroplastos na base de
área foliar, o que favorece a capacidade fotossintética das plantas (Oguchi et al. 2005),
enquanto o aumento na espessura da epiderme protege a folha contra os danos
ocasionados pela exposição à alta irradiância (Poorter et al. 2009).
A maiores taxas de crescimento em diâmetro das árvores de B. excelsa sob
tratamento de desbaste se deu em decorrência do aumento da capacidade fotossintética
dessas árvores impulsionada pela maior porcentagem de abertura do dossel e maior
38
exposição das árvores a luz (Figura 12). Assim, como tem sido verificado numa série de
trabalhos que tem apontado o aumento na disponibilidade de luz como o fator que, em curto
prazo, mais contribui para o incremento nas taxas de crescimento de plantações que
sofreram desbaste (Bredá et al. 1995; Wang et al. 1995; Forrester et al. 2012; Forrester et
al. 2013 a). Desta forma, nossos resultados sugerem que a maior circulação de energia
associada as características da espécie no tratamento sob desbaste deve ter influenciado
diretamente o desempenho fotossintético e por consequência o ganho em crescimento.
Figura 12. Relações entre A) abertura do dossel e fotossíntese (A); B) Abertura do dossel e incremento periódico anual em diâmetro (IPADAP) e (C) A e IPADAP.
39
O maior crescimento das árvores de B. excelsa submetidas ao desbaste
provavelmente está relacionado a capacidade da espécie responder a variação na
disponibilidade de luz no meio, assim como tem sido verificado em estudos avaliando a
dinâmica da regeneração natural (Myers et al. 2000; Wadt et al. 2008; Paiva et al. 2011;
Scoles e Gribel 2012; Sousa et al. 2014), estrutura populacional (Wadt 2005) e crescimento
em diferentes sítios (Kainer et al. 1998; Peña-Claros et al. 2002; Souza et al. 2010; Scoles et
al. 2011; Scoles et al. 2014) e que mostraram que o desempenho dessa espécie é sempre
superior em ambientes com maior disponibilidade de luz. Considerando resultados mais
recentes, o crescimento em diâmetro de B. excelsa em área de roçado (100% de abertura
do dossel), na região de Oriximiná no Pará, chegou a ser 20 vezes superior, quando
comparado ao sub-bosque de castanhais (<10% de abertura do dossel) (Scoles et al. 2014).
Destaca-se ainda o fato de que o sombreamento pode ser prejudicial para o bom
desempenho das mudas de castanheira, comprometendo a sobrevivência das plântulas a
médio e longo prazo (Scoles et al. 2014).
Os resultados de crescimento de B. excelsa submetida ao tratamento de desbaste
obtidas nesse trabalho, quando comparado ao crescimento de outras espécies nativas da
Amazônia foram significativamente superiores. Para maçaranduba (Manilkara hubery
(Ducke) Chevalier), por exemplo, em área de floresta manejada em Paragominas no Pará, o
IPADAP um ano após o desbaste variou de 0,50 a 0,64 cm ano-1 (Souza et al. 2014). A
espécie exótica teca (Tectona grandis Linn F.), por exemplo, em plantio de 6 anos de idade
com 50% de redução da área basal, alcançou IPADAP de 1,1 cm ano-1 (Caldeira e Oliveira
2008). Em plantio de pinus (Pinus taeda L.) de 11 anos, o IPADAP foi de 1,8 cm ano-1 (Coelho
e Hosokawa 2010). As diferenças entre as taxas de crescimento de B. excelsa e as
espécies teca e pinus podem estar, em parte, relacionadas ao melhor material genético
dessas duas espécies, bem como às estratégias mais elaboradas de condução já
alcançadas para povoamentos de espécies exóticas.
Em relação ao tempo de resposta, verificou-se que a aplicação do desbaste
promoveu rapidamente o incremento das taxas fotossintéticas. Enquanto que o aumento nos
valores de massa foliar por área (MFA) e concentração de nutrientes foram observados
após dois meses da aplicação do tratamento. O tempo necessário para que o desbaste
influencie as características ecofisiológicas de plantações florestais ainda é pouco
documentado na literatura (Gauthier e Jacobs 2009). O período de um ano, de modo geral,
tem sido necessário para o incremento das taxas fotossintéticas em árvores sob tratamento
de desbaste (Bredá et al. 1995, Wang et al. 1995; Han e Chiba 2009). Porém, a exemplo da
espécie Junglas nigra, o efeito do desbaste sobre as taxas de fotossíntese pode não ser
observado mesmo após esse período (Gauthier e Jacobs 2009).
40
O tempo necessário para que plantações florestais respondam ao tratamento de
desbaste depende, dentre outros fatores, da qualidade do sítio, idade do plantio, intensidade
do desbaste e espécie estudada (Forrester e Baker 2012; Bergh et al. 2014). Não há
informações sobre como cada um desses fatores influencia o tempo de resposta ao
desbaste em plantações florestais, entretanto se sabe que plantios mais jovens tendem a
responder mais efetivamente (Forrester 2013). Da mesma forma, plantações sobre solos de
melhor qualidade também respondem mais intensamente a essa prática silvicultural
(Forrester et al. 2010, Egnell e Ulvcrona 2015). No que diz respeito à intensidade do
desbaste, também tem sido verificado que maiores intensidades resultam em maiores taxas
fotossintéticas (Wang et al. 1995). Quanto à espécie, há de se considerar sua capacidade
de aclimatação as novas condições ambientais e isso está relacionado à sua tolerância aos
fatores de estresse, nesse caso aumento da disponibilidade de irradiância a níveis
superiores ao ponto de saturação luminosa.
Em síntese, a aplicação do desbaste resultou no aumento da disponibilidade de luz
(maior abertura do dossel), que favoreceu a condutância estomática, a massa foliar por área
e o status nutricional de B. excelsa. Essas respostas foram determinantes para o incremento
das taxas fotossintéticas e o crescimento em diâmetro da espécie. Portanto, os resultados
alcançados sugerem que a disponibilidade de luz constitui fator limitante ao crescimento de
B. excelsa sob plantio adensado, sendo necessária a implementação de regimes de
desbaste como estratégia para aumentar a disponibilidade desse recurso com a retomada
do crescimento das árvores.
41
CONCLUSÕES
I. Bertholletia excelsa se aclimatou rapidamente as novas condições de irradiância
impostas pela aplicação da prática silvicultural de desbaste.
II. O desbaste resultou no aumento da capacidade fotossintética das árvores de B.
excelsa, na melhoria do status nutricional e no aumento da massa foliar por área
(MFA).
III. A aplicação do desbaste aumentou em três vezes as taxas de crescimento em
diâmetro de B. excelsa.
IV. O aceleramento das taxas de crescimento em diâmetro de B. excelsa pode ter sido
consequência do aumento da capacidade fotossintética dessa espécie sob
tratamento de desbaste que foi promovido pelo aumento da condutância estomática
(gs), da massa foliar por área (MFA) e dos conteúdos de Na e Pa.
V. A disponibilidade de luz é fator determinante no que se refere ao crescimento de B.
excelsa sob plantio adensado e o tratamento de desbaste demonstrou efetividade
como estratégia para aumentar a disponibilidade desse recurso e favorecer as taxas
de crescimento em diâmetro das árvores.
42
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