caracterização dos parâmetros morfológicos e da aptidão ...o envelhecimento saudável não...
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Universidade de Coimbra
Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física
Caracterização dos Parâmetros Morfológicos e da Aptidão
Física Funcional em Idosos do Distrito de Coimbra
Cristina Rafaela Dinis Santos
Coimbra, 2008
Universidade de Coimbra
Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física
Caracterização dos Parâmetros Morfológicos e da Aptidão
Física Funcional em Idosos do Distrito de Coimbra
Monografia da Licenciatura de
Educação Física realizada no
âmbito do seminário “Observatório
Nacional da Actividade Física e do
Desporto”
COORDENADOR:
Prof. Doutor José Pedro Ferreira
ORIENTADOR:
Prof. Alain Massart
ii
A ti, Pedro…
iii
AGRADECIMENTOS
A verdade é que para hoje chegar aqui, na última etapa da minha vida
estudantil, contei sempre com a ajuda e apoio da minha família, dos meus amigos e
dos professores.
É com este pensamento que aqui agradeço a todos eles e em particular…
- Ao Professor Doutor José Pedro Ferreira e ao Professor Alain Massart, agradeço
toda a simpatia, ajuda e disponibilidade no esclarecimento de dúvidas e na orientação
deste trabalho.
- Às instituições onde apliquei o estudo e que tão carinhosamente fui recebida,
dando-me toda a liberdade e meios para que tudo corresse na perfeição.
- A todos os idosos que se mostraram receptivos para colaborar no estudo, por todos
os bons momentos que passei com eles, pelo que me deram a aprender, o meu muito
obrigada.
- Aos meus pais que sempre acreditaram no meu valor, que sempre se esforçaram
para me dar o melhor para puder chegar onde estou, obrigada por toda a confiança
depositada, por todo o carinho, compreensão nos momentos menos bons e
principalmente por se orgulharem de mim.
- À minha querida avó Celeste, que tanto me acarinhou e ajudou nos momentos em
que as lágrimas foram mais pesadas que os sorrisos. Agradeço toda a força e
sabedoria que me transmitiu e que ao longo destes anos construíram a pessoa que sou
hoje.
- Aos meus tios por todos os mimos que me ajudaram a ultrapassar as dificuldades do
dia a dia. Obrigada pela ternura e pelo orgulho que os vossos olhares transmitem.
- Ao meu irmão Vitor que sempre me acompanhou em tudo, estando sempre presente
nos bons e maus momentos podendo sempre contar com a sua ajuda, compreensão e
alegria. Obrigada pelos puxões de orelhas que por vezes não aceitei mas que só
pretendiam o meu bem.
- Ao meu amigo e colega Gustavo, agradeço toda a compreensão, ajuda, mas
principalmente todos os bons momentos passados.
- Ao Professor de estágio Rui Luzio por todos os conhecimentos adquiridos,
incentivo e coragem que me transmitiu durante este ano de estágio.
- Ao meu amigo Filipe, pelo precioso auxílio no esclarecimento de dúvidas na
Língua Inglesa.
iv
- Ao meu amor, sem ti este trabalho não se teria realizado….todas as horas que lhe
dedicaste fazem dele também o teu trabalho. Quero muito agradecer-te todo o
empenho e dedicação que revelaste aquando das nossas “visitas” às instituições, a
boa disposição que teimaste em levar contigo fazendo sorrir todos que estavam perto
de ti… Quero agradecer-te a confiança, a força que me passas, mesmo que isso
implique a redução ou mesmo a eliminação dos nossos momentos…Por tudo isto e
por todo o carinho, ânimo e amor dedicado… Obrigada meu amor!
v
RESUMO
Ao termos conhecimento que um dos problemas da sociedade de hoje é o seu
envelhecimento, é necessário encontrar soluções que contribuam para minimizar os
problemas que lhe estão associados, tais como doenças e solidão. É então aqui que
aparece a importância da prática da actividade física regular como potenciador da
qualidade de vida, com repercussões a nível biológico, psicológico e social,
contribuindo decisivamente para a promoção e manutenção da saúde e aquisição de
estilos de vida saudáveis.
O presente estudo passou por caracterizar o nível antropométrico e de aptidão
física funcional de um grupo de 104 idosos, com mais de 65 anos, do distrito de
Coimbra, dos quais 79 eram mulheres e 25 eram homens. Estes foram ainda
divididos por duas faixas etárias, uma que compreendia os idosos de [65 - 75] e outra
que englobou os idosos com mais de 75 anos. Cada participante realizou um
conjunto de testes de avaliação de acordo com os critérios estabelecidos pelo
Instituto de Desporto de Portugal, no qual foram baseados pela bateria de teste
“Fullerton Functional Fitness Test” de Rikli e Jones (1999).
Para o tratamento de dados recorremos à estatística descritiva e à estatística
inferencial.
As principais conclusões retiradas deste estudo foram as seguintes:
- Ambos os géneros revelaram excesso de peso, quando comparados com os valores
de referência do IMC de Rikli e Jones (2001), e um risco elevado de doença vascular
associado à obesidade abdominal. No entanto, apenas se confirmou existir diferenças
estatisticamente significativas nas variáveis massa corporal e estatura entre géneros.
- No grupo das mulheres as variáveis antropométricas foram diminuindo à medida
que a idade aumentava. Já o grupo dos homens apresentou valores contrários, apenas
na variável estatura se verificou uma diminuição em função do aumento da idade.
Contudo, não existiram diferenças estatisticamente significativas nestes parâmetros,
em função das faixas etárias dentro de cada género.
- O grupo masculino apresentou prestações superiores ao grupo feminino em quase
todos os testes aplicados, apenas na flexibilidade (inferior e superior) as mulheres
conseguiram melhores resultados. Mas apenas existiram diferenças estatisticamente
significativas nas variáveis força superior, velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico e
resistência aeróbia em função do género ser feminino ou masculino.
vi
- Os nossos resultados nas variáveis de aptidão física quando comparados com os
valores mínimos de referência de Rikli e Jones (2001), encontram-se muito abaixo. E
somente se verificou diferenças estatisticamente significativas, no género masculino,
nas variáveis força inferior, flexibilidade inferior e resistência aeróbia em função das
duas faixas etárias.
vii
ABSTRACT
Perceiving that one of the main problems of today’s society is its aging, it is
urgent to find the solutions which can minimize its associated problems, such as
diseases and loneliness. Here comes the importance of physical activity as a way of
delivering a better quality of life, with repercussions at a biological, psychological
and social level, and being responsible to the promotion and maintenance of fitness
and healthy ways of living.
This very study has the goal to characterize the anthropometric level and
physical function aptitude of a 104 elder group, up to 65 years old, from the district
of Coimbra, which 79 of them were women and 25 were men. These individuals
were then separated by two different age spans. The first comprehends the [65-75]
older adults and the other one the ones being up to 75 years old. Each one did several
tests according with the criteria established by the Portugal Sport Institute, which
were based upon the “Fullerton Function Fitness Test” by Rikli and Jones (1999).
For the data treatment we used descriptive and inferential statistics.
The main conclusions we can take from this study are the following:
- Both genders revealed too much weight when compared with the reference values
from the IMC of Rikli and Jones (2001), and a high risk of vascular disease
associated with abdominal obesity. However, only corporal mass and stature between
genders were confirmed to have statistically significant variables.
- In the feminine group the anthropometric variables decreased while the age rose.
On the other hand the men group showed different values, merely the stature
variables showed statistically significant different parameters, according with the age
span of each gender.
- The masculine group demonstrated better results than the previous group at almost
every test applied, only in flexibility (inferior and superior limbs) women proved
better results. Nevertheless there were only statistically significant different variables
in the upper strength, dynamic velocity/agility/balance and aerobic resistance
according to gender.
- Our results on the variables of physical aptitude, when compared with the lower
values of reference by Rikli and Jones (2001), are very low. There were just
statistically significant differences in lower strength, lower flexibility and aerobic
resistance variables according to both age spans, on the masculine gender.
viii
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO I – Introdução……………………………………………. 1
1.1. Objectivos e Hipóteses do Estudo……………………………… 2
1.2. Pertinência do Estudo…………………………………………... 3
1.3. Estrutura do Trabalho…………………………………………... 4
CAPÍTULO II – Revisão da Literatura………………………………. 5
2.1. O idoso…………………………………………………………. 5
2.1.1. O Processo de Envelhecimento…………………………... 6
2.2. Actividade Física e o Idoso……………………………………. 7
2.2.1. Benefícios da Actividade Física no Idoso………………... 8
2.3. Aptidão Física…………………………………………………. 9
2.3.1. Componentes da Aptidão Física…………………………. 9
2.1.1.1. Força……………………………………………… 10
2.1.1.2. Flexibilidade……………………………………… 11
2.1.1.3. Resistência………………………………………. 11
2.1.1.4. Equilíbrio/Agilidade……………………………… 12
2.3.2. Avaliação da Aptidão Física no Idoso…………………… 12
2.3.2.1. Bateria de Testes…………………………………. 13
2.3.2.2. Bateria de Testes de Rikli e Jones (1999)..………. 15
a) Objectivos da Bateria…………………………... 16
b) Validade e Fiabilidade da Bateria……………… 16
CAPÍTULO III – Metodologia…………………………………………. 18
3.1. Caracterização da Amostra……………………………………. 18
3.2. Procedimentos…………………………………………………. 19
3.2.1. Aptidão Física Funcional………………………………… 19
3.2.2. Medidas Antropométricas………………………………... 20
3.2.3. Instrumentos e Equipamentos utilizados…………………. 21
3.2.4. Tratamento Estatístico dos dados………………………… 21
ix
CAPÍTULO IV – Apresentação e Discussão dos Resultados………… 22
4.1. Estatística Descritiva…………………………………………… 23
4.1.1. Parâmetros Antropométricos……………………………... 23
4.1.2. Aptidão Física Funcional………………………………… 25
4.1.3. Correlação de Spearman…………………………………. 28
4.2. Estatística Inferencial…………………………………………... 36
4.2.1. Parâmetros Antropométricos……………………………... 36
4.2.2. Aptidão Física Funcional………………………………… 37
CAPÍTULO V – Conclusões……………………………………………. 39
CAPÍTULO VI – Bibliografia…………………………………………. 42
ANEXOS…………………………………………………………………. 46
Índice de Anexos…………………………………………………… 47
x
ÍNDICE DE TABELAS
Nº de tabela Descrição Página
II – 1 Bateria de Testes Functinal Fitness Assement, Osness et al,
1987 13
II – 2 Bateria de Testes Groningen Fitness Test for the Elderly,
Lemmink et al, 1994 14
II – 3 Bateria de Testes EUROFIT, Conselho da Europa, 1995 14
II – 4 Bateria de Testes Fullerton Functional Fitness Test, Rikli e
Jones, 1999 15
III – 1 Número (n) de participantes na amostra, de acordo com o
género e idade 18
III – 2 Número (n) de participantes por instituição 18
IV – 1 Média e desvio padrão das variáveis antropométricas nos
dois grupos estudados, por faixas etárias 23
IV – 2 Média e desvio padrão das variáveis de aptidão física nos
dois grupos estudados, por faixas etárias 25
IV – 3 Correlação do género Feminino entre as variáveis
antropométricas e de aptidão física 28
IV – 4 Correlação do género Masculino entre as variáveis
antropométricas e de aptidão física 32
IV – 5 Teste de Mann-Whitney entre géneros para as variáveis
antropométricas 36
IV – 6
Teste de Mann-Whitney entre faixas etárias (65-75 e mais
de 75 anos) em função de cada género para as variáveis
antropométricas
37
IV – 7 Teste de Mann-Whitney entre géneros para as variáveis de
aptidão física 37
IV – 8
Teste de Mann-Whitney entre faixas etárias (65-75 e mais
de 75 anos) em função de cada género para as variáveis de
aptidão física
38
xi
ABREVIATURAS
et al – et alii
IDP – Instituto de Desporto de Portugal
FFT – Functional Fitness Test
nº - Número
máx. – Máximo
kg – Kilograma
m – Metros
cm – Centímetros
s – Segundos
x – Média
sd – Desvio Padrão
Massa C. – Massa Corporal
IMC – Índice de Massa Corporal
MS – Membros Superiores
MI – Membros Inferiores
rep – Repetições
Flexib. Sup. – Flexibilidade Superior
Flexib. Inf. – Flexibilidade Inferior
Inf. – Inferior
Sup. – Superior
Per. – Perímetro
Abd. – Abdominal
Vel/Agil/Equi – Velocidade/Agilidade/Equilíbrio
Resis. aerob. – Resistência Aeróbia
Introdução
1
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
“ Não podemos deixar de envelhecer, mas podemos escolher a maneira com que isso aconteça.
O envelhecimento saudável não tolhe o indivíduo em suas atividades normais.
Basta, para isso, sair de casa e “ir à luta”, procurar alternativas e sobretudo,
praticar muito esporte com orientação, acredita nos exercícios físicos e praticá-los.
O idoso é capaz, toda a limitação é superada com força de vontade, calma e muito amor.”
Catarina Mazarini
É do conhecimento público que o processo de envelhecimento é inerente ao
ciclo de vida. A primeira verdade acerca do envelhecimento é que toda a gente
atingirá esse estado. A segunda verdade é que toda a gente envelhece de forma
diferente (Spirduso, 1995).
Uma das principais características dos países europeus neste novo milénio é o
crescente aumento de pessoas idosas. A esperança média de vida tem aumentado
significativamente e, em contrapartida, têm nascido cada vez menos crianças (ONU,
2002).
Assim sendo, o orçamento mundial de cuidados de saúde tem vindo a
aumentar com esta crescente necessidade de prestação de cuidados inerentes à
população idosa. Contra este facto, as grandes autoridades de saúde mundiais
concordam que a actividade física regular pode ser uma das medidas de medicina
preventiva mais importante e de boa relação custo-benefício para todos os países e
autarquias subjacentes (IDP, 2003).
Cada vez mais evidências têm manifestado que a prática de actividade física
beneficia a saúde e o bem-estar do indivíduo, sendo importante ao longo de toda a
vida, particularmente nos escalões etários mais velhos (Farinatti, 1995).
É ao nível da melhoria da autonomia, desenvolvimento pessoal e aumento da
participação social que a actividade física pode garantir aos idosos uma qualidade de
vida eficaz (ONU, 2002).
Deste modo, atendendo ao crescente número de idosos, à preocupação com a
sua qualidade de vida, particularmente com a sua aptidão física e funcional e
sabendo-se dos benefícios da actividade física neste âmbito, o objectivo deste estudo
passa por avaliar a aptidão física e morfológica de um grupo de idosos do distrito de
Coimbra.
Introdução
2
Com este estudo, pretende-se saber qual o nível real da aptidão física e
morfológica de um grupo de idosos do distrito de Coimbra, para que se possam
formular estratégias que melhorem a funcionalidade do idoso, diminuindo ou até
mesmo colmatando as suas principais dificuldades.
1.1. Objectivos e Hipóteses do Estudo
O presente trabalho tem como objecto a caracterização da aptidão física
funcional e morfológica de um grupo de pessoas, com idade igual ou superior a 65
anos, do distrito de Coimbra.
Este pretende descrever o nível de aptidão física e morfológico dos adultos
idosos, divididos em duas faixas etárias e comparar com outros estudos similares.
As hipóteses que pretendem serem comprovadas são:
H1: Existem diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros
antropométricos em função do género ser feminino ou masculino.
H2: Existem diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros
antropométricos em função das faixas etárias dentro de cada género.
H3: Existem diferenças estatisticamente significativas nos vários testes de
aptidão física funcional em função do género ser feminino ou masculino.
H4: Existem diferenças estatisticamente significativas nos vários testes de
aptidão física funcional em função das faixas etárias dentro de cada género.
Introdução
3
1.2. Pertinência do Estudo
O facto da Aptidão Física ser um tema que suscita o interesse de distintos
domínios das ciências do desporto, é por si só, testemunho da sua relevância actual.
Assim, sem dúvida que este campo de investigação, apesar dos estudos já
realizados, continua a ser uma área onde se pode e deve continuar a desenvolver
literatura no sentido de melhor perceber como combater a inactividade física e
caracterizar a nossa população.
Ao termos conhecimento que a população portuguesa é contextualizada numa
perspectiva de envelhecimento progressivo, tendência que é igualmente comum a
outros países desenvolvidos. O aumento da esperança de vida à nascença, o aumento
do número de idosos em relação ao número de jovens, o aumento do índice de
dependência de idosos e também o aumento do número de idosos de idade mais
avançada são indicadores que justificam uma crescente preocupação das condições
de vida deste subgrupo populacional. Assim sendo, é fundamental que hajam
soluções para aumentar a qualidade de vida destes indivíduos, para que física e
psicologicamente estejam capazes de enfrentar o seu dia a dia.
Surge assim, a actividade física como elemento potenciador da qualidade de
vida, com repercussões a nível biológico, psicológico e social, contribuindo
decisivamente para a promoção e manutenção da saúde e aquisição de estilos de vida
saudáveis.
Deste modo, a monitorização dos níveis de actividade física e aptidão física da
população, recorrendo a metodologias e protocolos de reconhecida validade, é uma
parte fundamental no processo de promoção da actividade física e desportiva.
Introdução
4
1.3. Estrutura do Trabalho
Este trabalho está organizado em seis capítulos.
O capítulo I refere-se à Introdução, onde é considerado o estado actual do
problema, os objectivos e hipóteses do estudo, assim como a sua pertinência e
interesse científico.
O capítulo II destina-se à Revisão da Literatura, onde é exposto todo o
enquadramento teórico e conceptual do estudo. Trata-se de uma síntese dos trabalhos
anteriormente publicados, acerca do propósito do presente trabalho.
O capítulo III é referente à Metodologia, onde se realiza uma caracterização
da amostra e se indica e descreve todos os procedimentos utilizados, bem como os
instrumentos necessários para o presente estudo e ainda o tratamento estatístico dos
dados.
O capítulo IV destina-se à Apresentação e Discussão dos Resultados, através
da análise da estatística descritiva e inferencial e onde se faz um confronto dos
resultados com estudos similares e de referência.
O capítulo V sistematiza as principais Conclusões do estudo, as limitações
encontradas e sugestões para futuras investigações nesta temática.
Por último, no capítulo VI é apresentado a ordenação das Referências
Bibliográficas utilizadas neste trabalho.
Revisão da Literatura
5
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA
“Se eu soubesse que viveria tanto tempo teria cuidado melhor de mim.”
Eubie Blake
2.1. O Idoso
Quando se fala de idoso ocorre sempre a ideia que se trata de uma pessoa
caracteristicamente “velha”. Este facto é muitas vezes associado à ideia de que
quando uma pessoa é “velha”, frequentemente, se torna num “problema social”. A
sociedade, muitas vezes, classifica esta faixa etária como um conjunto de pessoas
“improdutivas”, constituída por reformados que mais tarde ou mais cedo requerem
auxílio, tempo e despesas. São frequentemente rejeitados e encaminhados para lares,
sem o devido acompanhamento familiar, acabando por ficar sós e isolados do resto
do mundo.
Atendendo o aumento progressivo desta população, coloca-nos perante a
necessidade de saber de que idade se é considerado idoso.
Na opinião de Kalish (1975) não existe uma única resposta correcta para a
questão de quando se é “velho”. São vários os termos para classificar um idoso, entre
os quais: ancião, velho, idade avançada. Estes termos podem ser definidos
estritamente em parâmetros cronológicos, ou seja, o indivíduo é considerado uma
pessoa idosa se pertencer a uma faixa etária acima dos 65 anos, no entanto tal não
significa que todos os indivíduos tenham características homogéneas, isto é com
interesses, necessidades e capacidades iguais, pois o processo de envelhecimento não
se limita a uma divisão unicamente cronológica, é simultaneamente complexo e
dinâmico, como iremos referir no ponto seguinte.
No entanto, é pertinente colocar-mos algumas definições sobre idade
cronológica para alguns autores. Então, para Shephard (1987) o idoso é classificado
em três escalões: “jovem idoso” são as pessoas entre os 65 e 75 anos, não apresentam
restrições óbvias nas suas actividades diárias; os “idosos médios” são pessoas com
idades entre os 75 e 80 anos, com uma pequena limitação na actividade; os “velhos
idosos” são as pessoas com mais de 80 anos que apresentam limitações físicas
graves.
Revisão da Literatura
6
Por outro lado, o autor Spirduso (1995) apresenta-nos uma divisão em 10
fases etárias, sendo as últimas quatro respeitantes aos adultos idosos. Fala-nos dos
“jovens idosos” com idades compreendidas entre os 65 e 74 anos, dos “idosos” com
idades entre os 75 e 84 anos, dos “idosos velhos” que são aqueles que possuem
idades entre os 85 e 99, e ainda os “muito idosos” com idades iguais ou superiores a
100 anos.
Como se pode observar, não existe um consenso quanto aos limites de idade
dos grandes grupos etários que devem suportar a análise do envelhecimento, neste
estudo iremos optar pela definição da Organização das Nações Unidas (ONU, 2000)
que considera a população idosa aquela que apresenta 65 ou mais anos.
2.1.1. O processo de Envelhecimento
O envelhecimento tem sido descrito como um processo ou conjunto de processos
inerentes a todos os seres vivos e que se expressa pela perda da capacidade de
adaptação e pela diminuição física e fisiológica (Spirduso, 1995).
Segundo Zambrana (1991) o envelhecimento é um processo de degeneração
biológica que se manifesta de várias formas. Aparece muito antes daquilo que
entendemos por velhice, tem uma evolução contínua e vem acompanhado de uma
limitação das capacidades de adaptação do indivíduo e de um aumento das
possibilidades de morrer.
O processo de envelhecimento é complexo e difere muito de indivíduo para
indivíduo, sendo condicionado por factores intrínsecos (de ordem genética) e
extrínsecos na qual o meio físico e social envolvente tem primordial importância
(Brissos, 1992).
Na concepção de Hawkins e Mclean (1993), esta definição é vista como um
processo de crescimento, de desenvolvimento e mudanças que envolvem quatro áreas
distintas: social, psicologia, biológica e cronológica.
Já Mota e Carvalho (2002), referem que entender o processo de envelhecimento
não é apenas importante para determinar a etiologia inerente aos processos
degenerativos que lhes estão associados, mas sobretudo, para que se conheçam e
desenvolvam estratégias que atenuem os efeitos de senescência no sentido de
conferir uma vivência do final do ciclo de vida de uma forma autónoma e
qualitativamente positiva.
Revisão da Literatura
7
“Através do desporto e do exercício físico, entre outras actividades,
é possível encontrar-se uma forma mais sã, divertida
e confortável de viver os últimos anos de vida.”
Zambrana, 1991
2.2. Actividade Física e o Idoso
Com a industrialização das sociedades, o ser humano começou a tornar-se
menos activo, as máquinas passaram a executar todo o trabalho que era
anteriormente realizado pelo homem, levando-o a um grau elevado de sedentarismo
(Brito, 1993).
Segundo Haskell (1996), para além do impacto das novas tecnologias no
trabalho e tempo de lazer, outra mudança que caracteriza a nossa população é o seu
envelhecimento geral.
Para Brito (1993), os indivíduos à medida que vão envelhecendo tornam-se
menos activos. Estes comportamentos/atitudes não acontecem apenas devido às
limitações da idade, mas também a factores sócio-culturais e interpessoais.
Deste modo, o exercício físico começou a ser incentivado como uma prática
higiénica, no sentido de prevenir certas doenças causadas pelo sedentarismo,
proporcionando um aumento da qualidade de vida (Vilela e Moreira, 1996).
É então necessário incutir nos idosos hábitos saudáveis, como a prática da
actividade física, para proporcionar um amento da sua qualidade de vida.
Entende-se por actividade física qualquer movimento corporal produzido
pelos músculos esqueléticos, que se traduz num aumento de dispêndio energético.
Engloba todos os movimentos realizados no trabalho, nas actividades domésticas,
nos tempos livres, entre outros (Caspersen et al, 1985).
Um programa de actividade física, deve ser dirigido para possibilitar uma
melhoria das capacidades físicas do indivíduo, diminuindo desta forma os efeitos
deletérios resultantes do processo de envelhecimento, assim como, maximizar o
contacto social dos sujeitos, procurando reduzir os problemas psicológicos como a
ansiedade, a depressão, problema este bem característico deste grupo populacional
(Berger, 1989).
Revisão da Literatura
8
Pelo baixo status funcional e pela elevada incidência de doença crónica,
não existe segmento da população que possa beneficiar mais
com o exercício que os adultos idosos.
(Evans, 1999)
2.2.1. Benefícios da Actividade Física no Idoso
De acordo com Mota e Carvalho (2002), quando falamos da
actividade/aptidão física no idoso, estamos a falar da sua funcionalidade e, por
consequência, da sua autonomia e independência, da qualidade de vida do idoso estar
dependente na sua capacidade de concretizar as suas tarefas diárias.
Embora se verifique uma marcada redução das capacidades funcionais com o
aumento da idade, é reconhecido que o sedentarismo pode ainda aumentar esta perda
funcional, por sua vez conducente ao incremento da debilidade física, da morbilidade
e da mortalidade (Sardinha e Baptista, 1999).
Cunningham et al (1993), referem que a actividade física surge como o
elemento potenciador da qualidade de vida da pessoa idosa, na medida em que o
nível de independência funcional ou da qualidade de vida está dependente da sua
capacidade de manter de uma forma autónoma os diferentes aspectos da sua
actividade quotidiana. De acordo com estes autores, as actividades físicas acarretam
valores sociais, tais como na integração em grupos e desenvolvimento das relações
humanas, ajudando o idoso a superar o isolamento e a solidão.
Em suma, para além dos benefícios da actividade física a nível físico e
fisiológico, na prevenção e/ou redução de inúmeros declínios funcionais e na
melhoria das capacidades motoras, a actividade física pode ainda ser um instrumento
muito valioso para se conseguir um equilíbrio no domínio psíquico e social da
existência humana, contribuindo com o sucesso no processo de envelhecimento.
Revisão da Literatura
9
“O indivíduo nunca é demasiado velho para praticar desporto
de uma forma adaptada à sua idade.
Cada idoso pode e deve conservar um pouco de alegria
no movimento e prazer, independentemente da idade.”
Mellerowics
2.3. Aptidão Física
Definir o conceito de aptidão física não tem sido tarefa fácil para os
investigadores. Este é permanentemente alterado consoante as diferentes
preocupações de acordo com a área de investigação.
Uma das definições de aptidão física que mais se encontra na literatura, num
sentido mais abrangente, é a de “determinada quantidade de atributos que um
indivíduo possui e/ou utiliza para realizar determinada tarefa motora durante a
execução da actividade física, é a capacidade do corpo responder e/ou adaptar-se a
determinada exigência física e stress resultante do espaço físico” (ACSM, 1998).
Já Rikli e Jones (1999) definem a aptidão física como sendo a capacidade
fisiológica para realizar as actividades diárias de uma forma segura e independente,
sem grande fadiga. Esta definição refere-se aos parâmetros físicos que suportam a
mobilidade funcional e independência física, sendo estes fundamentais na qualidade
de vida do idoso.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1978, citado por Aquini,
1995), a aptidão física deve ser entendida como “ a capacidade de realizar trabalho
muscular de maneira satisfatória”. Ou seja, para a pessoa estar apta fisicamente, ela
necessita praticar algum tipo de actividade física, conseguindo desta forma realizar
as actividades e/ou tarefas diárias sem atingir níveis elevados de stress.
2.3.1. Componentes da Aptidão Física
Os efeitos associados às formas de ocupação pouco activas e à má
adaptabilidade destas, podem originar profundas alterações no desempenho físico,
nas habilidades motoras, na capacidade de concentração, de reacção e coordenação
gerando modificações sócio-afectivas, tais como, auto-desvalorização, apatia,
insegurança, perda de motivação, isolamento social e solidão.
No entanto, com a elaboração de programas de actividades físicas que visam
a manutenção de aptidões físicas como a força, a flexibilidade, a agilidade e a
Revisão da Literatura
10
resistência que tanto influenciam no bem estar na vida quotidiana, é possível
abrandar a diminuição do desempenho físico associado ao envelhecimento.
Existem várias componentes e factores da aptidão física, tidas como
relevantes para os adultos idosos, contudo vamos debruçar-nos naquelas que fazem
parte da bateria de testes “Fullerton Functional Fitness Test” (Rikli e Jones, 1999).
2.3.1.1. Força
Força é a capacidade de reagir contra uma resistência com base nos processos
de enervação e metabolismo muscular. É a capacidade de superar ou opor-se às
resistências do movimento.
Neste escalão etário, esta componente assume um papel de extrema
importância na sua qualidade de vida, nas suas actividades diárias tais como ir às
compras, subir e descer escadas, levantar-se de uma cadeira e na capacidade em
participar actividades sociais como dançar ou realizar visitas a locais históricos e
também algumas actividades de lazer (Spirtuso, 1995).
É sabido que o declínio da força não ocorre da mesma maneira nos diferentes
segmentos corporais, alguns dos autores já referidos salientam a ideia que a força dos
membros inferiores se perde mais rapidamente do que a força nos membros
superiores.
Assim sendo, a capacidade de manter os níveis de força muscular com a idade
é um aspecto essencial para a manutenção e/ou melhoria da independência e
autonomia do adulto idoso.
Num estudo realizado por Rantanen e Heikkinen (1999, citado por Correia e
Silva, 1999), foi verificado que os homens e mulheres idosas que tinham um elevado
nível de actividade nas rotinas do dia-a-dia, mantinham a sua força a um nível mais
elevado que os sedentários. Nele é constado a possibilidade da actividade física
rotineira ser suficiente para induzir o efeito do treino no idoso, para além de reforçar
a ideia de que a diminuição de prática de actividades do dia-a-dia que exigem
actividade física, acelera a redução da força.
No entanto, Spirduso (1995) tem dificuldade em afirmar se o decréscimo da
força é devido ao avanço da idade ou ao seu desuso, já que as pessoas tendem a ser
cada vez mais inactivas à medida que passam de adultos jovens a adultos idosos.
Revisão da Literatura
11
2.3.1.2. Flexibilidade
Flexibilidade é a capacidade que o indivíduo tem de executar, ao longo de
toda a amplitude articular, movimentos de grande amplitude por si mesmo ou por
influência auxiliar de forças externas.
É definida como sendo a amplitude máxima capaz de ser alcançada
voluntariamente numa ou em várias articulações (Appel e Mota, 1992).
Esta componente está também associada à qualidade de vida dos idosos, pois
com a sua redução aparecem as maiores dificuldades desta população, tais como
levantar-se bem da cadeira ou de uma cama.
Na opinião de Wood et al (1999), os baixos valores de flexibilidade têm sido
associados ao aparecimento de lesões particularmente na coluna vertebral e à maior
dificuldade em realizar de uma forma autónoma as suas tarefas diárias.
Assim sendo, a implementação regular de um programa de exercícios de
flexibilidade justifica-se nos seus diferentes efeitos na funcionalidade, autonomia e
saúde dos idosos (Carvalho e Mota, 2000).
2.3.1.3. Resistência
Resistência é a capacidade de suportar e recuperar da fadiga física e psíquica.
Esta capacidade é mais uma da aptidão física essencial para que o idoso
consiga realizar tarefas que necessitem esforços prolongados.
Como em quase todas as capacidades, também a resistência vai diminuindo
com o envelhecimento, as razões que levam ao referido decréscimo são a diminuição
dos valores da frequência cardíaca, diminuição da capacidade dos músculos para
utilizarem oxigénio, diminuição da massa muscular, incapacidade de dirigir o sangue
para os músculos, aumento das resistências vasculares periféricas e o incremento da
tensão arterial.
No entanto esta capacidade é treinável mesmo nesta fase da vida. Spirduso
(1995) menciona que um sujeito com 60 anos a praticar actividade física regular,
pode evidenciar níveis mais elevados de VO2 máx., quando comparado com
trabalhadores sedentários de 20 anos.
Veríssimo (1999) refere mesmo que no aparelho cardiovascular, a actividade
física provoca diminuição da frequência cardíaca, aumento do débito cardíaco e
diminuição da pressão arterial, o que na prática se traduz por melhor tolerância ao
esforço, assim melhor perfusão coronária, cerebral e periférica.
Revisão da Literatura
12
2.3.1.4. Equilíbrio/Agilidade
O equilíbrio dinâmico é a capacidade de manter o corpo sobre a sua base de
sustentação (Spirduso, 1995).
Segundo o mesmo autor, as alterações degenerativas da coluna vertebral, tal
como a falta de força dos membros inferiores, influenciam negativamente e
diminuem a capacidade dos idosos em manter o equilíbrio, quer estático, quer
dinâmico.
O problema do equilíbrio pode ser entendido como um tipo específico de
deterioração postural: a fraqueza muscular e uma amplitude articular limitada
adicionam-se a um tempo de reacção prolongado, a um controlo motor deficitário e a
uma integração sensorial diminuída. Esta perda de equilíbrio é de maior importância
para acções locomotoras e outras actividades de pé (Barreiros, 1999).
Assim, o equilíbrio tornou-se essencial neste escalão etário, já que o seu mau
funcionamento é uma das principais causas que levam às quedas, podendo lesionar
gravemente os idosos (Appel e Mota, 1992).
O exercício físico influencia positivamente a manutenção do equilíbrio de
diferentes formas: altera os valores da composição corporal, aumenta os níveis de
força, aumenta a expressão da coordenação neuromuscular, diminui a postura
hipotensa e melhora a qualidade da marcha (Spirduso, 1995).
2.3.2. Avaliação da Aptidão Física no Idoso
Testar periodicamente a aptidão física relacionada com a saúde, mostra aos
participantes qual o seu estado relativamente aos níveis normais de aptidão. Os
resultados podem então ser utilizados para enfatizar a importância de adoptar um
estilo de vida activa para alcançar e manter elevados níveis das funções
cardiovascular e respiratória (Spirduso, 1995).
A avaliação da aptidão física pode ser efectuada por vários métodos. Os
questionários ou entrevistas têm a vantagem de serem fáceis de administrar, fáceis de
classificar e é referido uma fiabilidade suficiente para a sua utilização em situações
clínicas e de predição da morbilidade e mortalidade.
No entanto, a sua validade baseia-se na veracidade da informação dada pelo
indivíduo ou familiar podendo levantar problemas, porque nem sempre o próprio ou
o seu cuidador conseguem ser exactos na avaliação das situações (Spirduso, 1995).
Revisão da Literatura
13
Outro método de avaliar a aptidão física é através da forma sistemática
utilizando critérios predeterminados, usualmente consegue-se resultados mais fiáveis.
Consideram-se três tipos de teste de performance: (i) os que incorporam
componentes físicas relacionadas com a actividades básicas, por exemplo apertar os
cordões dos sapatos ou botões da camisa; (ii) tarefas que simulem competências
funcionais diárias, por exemplo encaixar pinos num buraco; (iii) tarefas destinadas a
testar atributos básicos ou habilidades, por exemplo medida de força de preensão. No
entanto, estes últimos requerem mais tempo, maior treino por parte dos avaliadores,
mais equipamento e necessidade de espaço próprio (Spirduso, 1995).
2.3.2.1. Bateria de Testes
Existem muitas baterias de testes destinadas à avaliação da aptidão física das
pessoas idosas. Nos parágrafos de baixo iremos referir a importância e quais as
componentes a avaliar de cada uma das baterias.
1- O “Functional Fitness Assessment” (Osness et al, 1987) foi desenvolvido
com o intuito de avaliar a capacidade funcional das pessoas idosas. A selecção dos
testes para a medição das componentes mencionadas foi efectuada tendo em
consideração o tipo de actividade que os idosos normalmente encontram no seu dia-
a-dia. Por outro lado, na base da sua criação estiveram também argumentos ligados à
efectividade dos programas de actividade física para idosos.
Tabela II – 1. Bateria de Testes Functinal Fitness Assement, Osness et al 1987
Componentes Testes
Flexibilidade
Coordenação
Agilidade
Força e Resistência muscular
Resistência cardiorespiratória
Sit and Reach modificado;
Soda Pop;
Circuito de “sentar e levantar”;
Contracção bicipital com um peso de 1,8 kg (nº
máx. 30s);
Caminhar 804 m.
Revisão da Literatura
14
2- O “Groningen Fitness Test for the Elderly” (Lemmink et al, 1994) é um
projecto de avaliação da aptidão física desenvolvido na Holanda para adultos idosos
a partir de 55 anos de idade. Tem uma estrutura centrada na relação desempenho
mecânico eficaz-saúde, com excepção da prova de caminhar num circuito com um
perímetro de 50 metros que demora aproximadamente 15 minutos, os restantes testes
realizam-se cada um num tempo inferior a 4 minutos. Os resultados obtidos são
comparados com valores estandardizados de cada uma das provas em função da
idade.
Tabela II – 2 Bateria de Testes Groningen Fitness Test for the Elderly, Lemmink et al 1994.
Componentes Testes
Resistência cardiorespiratória
Velocidade Reacção
Flexibilidade
Coordenação óculo-manual e Velocidade dos MS
Aptidão global
Caminhar: Shuttle-run (50m), com aumentos
regulares da cadência, indicado por via sonora;
Activar e parar o cronómetro o mais rápido
possível;
Sit and Reach e Shoulder flexibility test;
Balance board test e block transfer test;
Questionário de aptidão física.
3- “EUROFIT for adults” (Conselho da Europa, 1995) aplicável
prioritariamente a populações de adultos e idosos (18 – 65 anos). Tem uma estrutura
centrada na relação exercício-saúde.
Tabela II – 3. Bateria de Testes EUROFIT, Conselho da Europa, 1995.
Componentes Testes
Resistência cardiorespiratória
Força superior
Força média
Força inferior
Preensão manual
Flexibilidade
Flexibilidade: mobilidade da cintura escapular
Equilíbrio
Velocidade
Composição corporal
Andar 2 km ou Shuttle-run (20 m) ou teste em
Cicloergómetro;
Flexed arm hang;
Sit-ups (nº max.30 s);
Vertical jump;
Hangrip;
Sit and Reach e Side bending;
Shoulds abduction;
Single leg balance;
Plate tapping;
Pregas de adiposidade subcutânea
(Bic+Tric+Supili), IMC ou relação cintura/anca.
Revisão da Literatura
15
4- “Fullerton Functional Fitness Test” (Rikli e Jones, 1999) esta bateria de
testes foi desenvolvida com o objectivo de providenciar uma forma de avaliar
parâmetros fisiológicos chave (força da parte superior e inferior do corpo, resistência
aeróbia, flexibilidade da parte superior e inferior do tronco e agilidade
motora/equilíbrio dinâmico) que suportam os comportamentos necessários para a
execução das tarefas do dia-a-dia e a mobilidade funcional em adultos idosos.
Adicionalmente, o IMC é determinado como forma de estimar a composição
corporal.
Tabela II – 4 Bateria de Testes Fullerton Functional Fitness Test, Rikli e Jones, 1999.
Componentes Testes
Força membros inferiores
Força membros superiores
Flexibilidade dos membros inferiores
Flexibilidade dos membros superiores
Resistência aeróbia
Teste aeróbio alternativo
Agilidade motora/Equilíbrio dinâmico
IMC
Levantar e sentar da cadeira;
Flexão do antebraço;
Sentado e alcançar;
Alcançar atrás das costas;
Andar 6 minutos;
2 minutos de step no próprio lugar;
Sentado, caminhar 2,44 m e voltar a sentar;
Estatura e massa corporal.
2.3.2.2. Bateria de Testes de Rikli e Jones (1999)
É uma das baterias mais equilibradas e adaptadas aos grupos de idade mais
avançada, assim como vai de encontro aos hábitos e afazeres do quotidiano de
qualquer idoso.
Esta bateria além de conhecer o rigor científico de elevada fiabilidade e validade,
os testes da FFT são rápidos de administrar e requerem o mínimo de equipamento,
tempo e espaço.
Os testes foram concebidos especificamente para serem usados em ambientes
clínicos ou de terreno, e particularmente para possibilitar o fornecimento de medidas
em escala contínua através de uma grande variedade de níveis de capacidade
tipicamente encontradas na população idosa residente em comunidade.
Revisão da Literatura
16
Uma limitação das medidas previamente desenvolvidas para a avaliação da
performance física deve-se ao facto de não serem adequadas a grupos de indivíduos
mais frágeis ou com uma elevada capacidade de funcionamento (Rikli e Jones,
1999).
Assim, houve, por parte dos autores a preocupação de evitar efeitos de níveis
extremos, de modo a que todos os participantes possam obter uma pontuação.
a) Objectivos da Bateria
Esta bateria pretende desenvolver a aptidão física e a aptidão metabólica dos
participantes no programa; aumentar a interacção social entre participantes do
programa; desenvolver competências motoras e da prática desportiva dos
participantes; investigar o contributo relativo da actividade física nos
comportamentos, na vida social e na saúde do idoso; desenvolver métodos de
intervenção que se adeqúem à população idosa e disseminar informações relativas a
valores de referência da aptidão física e da aptidão metabólica com utilidade de
aplicação noutros contextos geográficos que envolvam intervenções com pessoas
idosas.
b) Validade e Fiabilidade da Bateria
Um estudo de fiabilidade e validade desta bateria foi levado a cabo por
Miotto et al (1999) num grupo de 79 idosos, 44 eram fisicamente activos tendo
participado nos últimos 8 meses num programa regular de actividade física, pelo
menos três vezes por semana. Os indivíduos do grupo de controlo não participaram
em programa de actividade física pelo menos nos três anos anteriores. Com o
objectivo de avaliar a fiabilidade dos testes, a bateria foi executada três vezes na sua
totalidade, com um período de intervalo de duas semanas. Todos os participantes
realizaram exercícios de aquecimento e alongamentos antes da execução dos testes.
Na maioria dos testes (5 dos 7) discriminaram com sucesso o grupo de idosos
activos do grupo de idosos sedentários. Os únicos testes que não demonstraram poder
discriminatório tão evidente foram os de flexibilidade superior e inferior.
Diferentes estudos se têm debruçado sobre a validade e fiabilidade de alguns
testes incluídos na bateria, nomeadamente dos testes de flexibilidade, de força
inferior e de resistência aeróbia.
Revisão da Literatura
17
A validade e fiabilidade do teste “sentado e alcançar” tem sido demonstrada
(Hui e Yuen, 2000), sendo também referido que dado a elevada fiabilidade deste
teste, uma medição parece ser suficiente para se assegurar a sua exactidão, quando
são permitidas alguns exercícios de aquecimento e alongamentos.
Para determinar a validade e a fiabilidade do teste “levantar e sentar na
cadeira”, Jones et al (1999) realizaram um estudo que envolveu 76 idosos, de ambos
os sexos, com idades superiores a 60 anos. Os valores de correlação intraclasse
encontrados foram de 0,84 nos homens e de 0,92 nas mulheres, indicando uma
fiabilidade razoável.
O teste andar 6 minutos é considerado válido, simples, seguro e de baixo
custo e é usado em pacientes com falência cardíaca crónica e doença pulmonar
crónica obstrutiva, para avaliar a capacidade funcional e os efeitos de um programa
de reabilitação (Kervio et al, 2003).
Uma limitação desta bateria, prende-se com o facto de esta não abarcar
nenhum teste que avalie a coordenação motora, nomeadamente óculo-manual
componente tão necessária em diversa tarefas do dia-a-dia, como por exemplo
escrever e apertar botões, e a óculo-pedal importante para diminuir o risco de quedas.
A utilização do IMC para a avaliação das alterações ocorridas na composição
corporal parece também não ser muito adequada, uma vez que o corpo é constituído
por vários tipos de tecidos, não sendo esta medição discriminativa (Spirduso, 1995).
Metodologia
18
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
3.1. Caracterização da Amostra
O presente estudo é elaborado a partir de uma amostra de 104 participantes,
com idade igual ou superior a 65 anos, dos quais 79 são do género feminino e 25 do
género masculino, tal como se pode observar na tabela III – 1.
Tabela III – 1 Número (n) de participantes na amostra, de acordo com o género e idade.
65 - 75 + 75 Total
Masculino 9 16 25
Feminino 25 54 79
Total 34 70 104
A maioria dos participantes encontravam-se inscritos em vários Centros de Dia
e Lares de Idosos, apenas uma pequena parcela não estava associada a nenhuma
instituição, no entanto todos pertenciam ao distrito de Coimbra, à sub-região do
Baixo Mondego, mais concretamente aos concelhos de Cantanhede, Coimbra,
Montemor-o-Velho e Soure. (tabela III - 2).
Tabela III – 2 Número (n) de participantes por instituição.
Instituição n
Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho
Santa Casa da Misericórdia da Vila de Pereira
Centro de Assistência Paroquial de Granja do Ulmeiro
Centro de Solidariedade Social de Adémia
Comissão de Melhoramentos de Vilamar
Associação de Desenvolvimento, Progresso e Vida da Tocha
“Outros”
22
12
10
14
22
16
8
Metodologia
19
3.2. Procedimentos
A aplicação dos testes de aptidão física foi realizada após horário combinado
com as instituições e participantes, na tentativa de não alterar as suas próprias
rotinas. Realizou-se então a avaliação da aptidão física funcional e a avaliação dos
parâmetros morfológicos, respeitando as normas estabelecidas pelo IDP.
3.2.1. Aptidão Física Funcional
Os procedimentos de medição das componentes físicas realizadas neste
estudo estão de acordo com os critérios estabelecidos pelo Instituto de Desporto de
Portugal, na qual foram baseados pela bateria de testes “Fullerton Functional Fitness
Test” (Rikli & Jones, 1999). (anexo 1)
Os testes de aptidão física foram realizados de forma correcta com o mesmo
material e pelos mesmos avaliadores, segundo uma metodologia definida para que os
resultados pudessem ser claramente entendidos.
Para todos os sujeitos foram utilizados os mesmos testes de aptidão física e os
dados recolhidos foram registados em fichas distribuídas pelo IDP. (anexo 2)
Em todos os testes aplicados aos participantes, cumprimos com as regras de
segurança fundamentais, tais como o questionamento a directores dos centros sobre
potenciais problemas de saúde dos seus utentes, ou mesmo aos próprios
participantes, de modo a se tornarem válidos e fiáveis e sem haver grandes
problemas.
Os seis testes derivaram, como já referimos, da bateria “Fullerton Functional
Fitness Test” (Rikli & Jones, 1999) e trabalharam as seguintes variáveis:
a) Força Superior – a força do membro superior foi determinada através do teste
“flexão do antebraço”, contando-se o número de execuções num período de 30
segundos.
b) Força Inferior – a força dos membros inferiores foi determinada a partir do teste
“levantar e sentar na cadeira”, contando-se o número de execuções num período
de 30 segundos.
c) Flexibilidade Inferior – a flexibilidade dos membros inferiores foi determinada
através do teste “sentado e alcançar”, medindo-se a distância, em centímetros,
das pontas dos dedos até à ponta do pé.
Metodologia
20
d) Velocidade, Agilidade e Equilíbrio Dinâmico – foi determinada com o recurso ao
teste “sentado, caminhar 2,44 metros e voltar a sentar”, medindo-se o tempo
necessário, em segundos, para percorrer esta distância.
e) Resistência Aeróbia – esta resistência foi determinada a partir do teste “andar 6
minutos”, registando-se a distância percorrida, em metros, durante 6 minutos.
3.2.2. Medidas Antropométricas
Os procedimentos de medição das variáveis antropométricas realizadas neste
estudo estão de acordo com os critérios estabelecidos pelo Instituto de Desporto de
Portugal. (anexo1)
As medidas antropométricas foram realizadas de forma correcta com o
mesmo material e pelos mesmos avaliadores, segundo uma metodologia definida
para que os resultados pudessem ser claramente entendidos.
Para todos os sujeitos foram utilizados os mesmos instrumentos de medida e
os dados recolhidos foram registados em fichas distribuídas pelo IDP. (anexo 2)
Foi mensurada a avaliação antropométrica através de:
a) Massa Corporal (kg) – medida em quilogramas (kg).
b) Estatura (E) – medida em centímetros (cm).
c) Índice de Massa Corporal (IMC) – calculado a partir do valor da massa corporal
a dividir pelo quadrado do valor da estatura, dando assim a seguinte equação:
Massa corporal (kg) / Estatura² (m)
No presente estudo serão considerados os valores de referência adoptados por
Rikli e Jones (2001):
≤ 18 kg/m² – Défice de peso. Pode ser indicador de perda de massa muscular e tecido
ósseo.
19 - 26 kg/m² – Intervalo saudável.
≥ 27 kg/m² – Excesso de peso. Associado com o aumento do risco de doença e perda
de mobilidade.
Metodologia
21
3.2.3. Instrumentos e Equipamentos utilizados
Na realização das diferentes avaliações foram utilizados os seguintes materiais:
- Balança digital (SECA) para proceder à medição da massa corporal;
- Uma fita métrica de 3 m colada à parede para a medida da estatura;
- Uma fita métrica para proceder à medição do perímetro abdominal;
- 2 Cronómetros;
- Cadeiras com apoio para costas;
- 2 Halteres de mão com 2,27 kg para as mulheres;
- 1 Haltere de mão com 3,63 kg para os homens;
- 2 Réguas com 45 cm;
- 2 Cones de sinalização;
- 1 Fita métrica de 20 metros;
- Marcadores que assinalavam os metros percorridos.
3.2.4. Tratamento Estatístico dos dados
Para a análise dos dados foi utilizado o software “Statistical Program for
Social Sciences – SPSS”, versão 11.5 para o Windows e Microsoft Excel 2003.
De acordo com a análise que pretendíamos realizar, foram utilizados
diferentes procedimentos estatísticos.
Em primeiro lugar recorremos à estatística descritiva, onde calculámos a
frequência da amostra, a média (x) e o desvio padrão (sd) das variáveis em estudo.
Efectuámos ainda a correlação de Spearman na tentativa de descrever relações entre
as variáveis.
Em segundo lugar recorremos à estatística inferencial, através do teste de
Mann-Whitney, com o objectivo de detectar diferenças significativas entre as
variáveis do estudo.
Apresentação e Discussão dos Resultados
22
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Tal como referimos, anteriormente, para este trabalho colaborou um grupo de
104 idosos, dos quais 79 eram mulheres e 25 eram homens, estes dividiram-se por
duas faixas etárias. Cada participante realizou um conjunto de testes de avaliação da
aptidão física funcional e morfológica de acordo com os critérios estabelecidos pelo
IDP, na qual foram baseados pela bateria de teste “Fullerton Functional Fitness
Test”, de Rikli e Jones (1999).
A apresentação de resultados será seguida da respectiva descrição/discussão e
confronto com resultados derivados de outros estudos similares.
Numa primeira parte, a análise recairá sobre a exposição/comparação dos
valores entre géneros e faixas etárias nos parâmetros antropométricos e variáveis da
aptidão física segundo a estatística descritiva.
Numa segunda parte, a análise incidirá na estatística inferencial onde se
poderá tirar algumas conclusões ao compararmos géneros e faixas etárias com todas
as variáveis do estudo, antropométricas e de aptidão física.
Antes de avançarmos com este capítulo, é importante referir que estes
resultados devem ser interpretados com cuidado, uma vez que em algumas das
categorias o N é muito pequeno, influenciando deste modo o produto final. Para
relembrar, o número de idosos do género feminino é de 79, enquanto que o número
total de idosos do género masculino é de 25.
Apresentação e Discussão dos Resultados
23
4.1. Estatística Descritiva
4.1.1. Parâmetros Antropométricos
Na tabela IV – 1 observam-se os resultados da estatística descritiva relativos
às variáveis antropométricas (massa corporal, estatura, IMC e perímetro abdominal)
nos dois grupos analisados, feminino e masculino.
Tabela IV – 1. Média e desvio padrão das variáveis antropométricas nos dois grupos estudados, por
faixas etárias.
Mulheres (n=79) x ± sd
Homens (n=25) x ± sd
Géneros/Classes Variáveis [65 - 75] + 75 Total [65 - 75] + 75 Total
Massa C. (kg) 70,00±13,4 64,70±12,1 66,37±12,3 72,13±12,0 77,23±12,4 75,40±12,2
Estatura (cm) 1,51±0,1 1,49±0,1 1,50±0,1 1,63±0,1 1,61±0,1 1,62±0,1
IMC (kg/m²) 30,68±7,0 28,73±4,6 29,35±5,6 27,33±6,0 29,3±3,0 28,59±4,3
Per. Abd. (cm) 102,48±16,9 98,51±12,26 99,77±14,0 101,66±14,6 106,31±10,8 104,64±10,8
Com a tabela anterior conseguimos comparar as médias das variáveis
antropométricas entre faixas etárias do mesmo género e ainda fazer uma comparação
entre géneros.
Assim sendo, ao analisar o grupo feminino concluímos que todas a variáveis
estudadas vão diminuindo à medida que a idade aumenta. Tanto na massa corporal,
estatura, índice massa corporal como no perímetro abdominal, a faixa mais idosa
revela valores inferiores. Temos de salientar também que, ambas as faixas etárias
apresentam um IMC para além do limite máximo definido por Rikli e Jones (2001),
isto é ultrapassam claramente o valor 27 kg/m² revelando, então, excesso de peso.
Outro problema que identificámos, ainda, é que este grupo de idosas apresenta um
perímetro abdominal muito superior ao limite aceitável de 88 cm determinado pela
Organização Mundial de Saúde.
Relativamente ao grupo dos homens, pode verificar-se que existe um ligeiro
incremento nas variáveis analisadas em função da idade, ou seja ao analisarmos a
massa corporal, IMC e perímetro abdominal verificamos que os valores aumentam
de acordo com a idade, apenas na avaliação da estatura se prova o contrário, aqui é a
faixa etária mais jovem que apresenta resultados superiores. No entanto, ao
analisarmos mais profundamente o IMC e o perímetro abdominal concluímos que a
faixa de idades que revela valores preocupantes é a mais idosa, apresentando excesso
Apresentação e Discussão dos Resultados
24
de peso (IMC=29,3kg/m²) e um risco maior de contrair uma doença vascular
(perímetro abd=106,31 cm), pois estes dois parâmetros são indicadores de obesidade
quando os resultados ultrapassam os seus limites máximos definidos.
Fazendo uma comparação agora entre géneros, concluímos que o grupo
masculino revela valores superiores ao grupo feminino na massa corporal, estatura e
perímetro abdominal, apenas no IMC as mulheres os ultrapassam. Contudo, e
confirmando o que já referimos atrás, ambos os grupos revelam excesso de peso
quando comparados com a tabela de referência do IMC de Rikli e Jones (2001), pois
ultrapassam o limite de 27 kg/m².
Não podemos esquecer também que o perímetro abdominal é um dos
indicadores de risco de obesidade, e assim de doença vascular. A ameaça à saúde
colocada pela obesidade abdominal deve-se largamente à gordura intra-abdominal ou
visceral (tecido adiposo) situada dentro da região abdominal e envolvendo os
principais órgãos do corpo e não tanto a gordura subcutânea que está directamente
armazenada debaixo da pele.
A obesidade abdominal (definida pelo perímetro abdominal aumentado) está
relacionada com o desenvolvimento de vários factores de risco tais como colesterol
elevado, resistência à insulina, diabetes tipo 2, síndroma metabólica, hipertensão,
inflamação e trombose, os quais podem conduzir a doença cardiovascular (enfarte do
miocárdio, AVC) (Filipe, 2006).
Deste modo, os valores médios obtidos pela presente população assumem
uma grandeza preocupante não só nos homens (104,64 cm ± 10,8 cm) mas também
no grupo das mulheres (99,7 cm ± 14,0 cm), pois os valores limites definidos pela
Organização Mundial de Saúde para as mulheres é de 88 cm, enquanto que para os
homens é de 102 cm.
Martins (2007), a partir de uma amostra de 118 participantes, com idades
iguais ou superiores a 65 anos, do concelho de Arganil do distrito de Coimbra,
verificou que também os homens apresentam valores superiores na massa corporal,
estatura e perímetro abdominal em relação às mulheres. Observou ainda, e de acordo
com os nossos resultados, que em média os homens (28,32 kg/m²) revelam excesso
de peso, mas particularmente as mulheres (30,38 kg/m²) excedem claramente o limite
de 27 kg/m² definido por Rikli e Jones (2001).
Apresentação e Discussão dos Resultados
25
Focando a nossa atenção apenas para a massa corporal e para a estatura,
Fragoso e Vieira (1999) referem que estas variáveis antropométricas vão diminuindo
com a idade. Esta afirmação é comprovada inteiramente com os nossos resultados na
estatura, nos dois géneros, e na massa corporal nas mulheres, já no grupo dos homens
tal não se verifica, aqui são os idosos mais velhos que apresentam uma massa
corporal maior.
4.1.2. Aptidão Física Funcional
Na tabela IV – 2 observam-se os resultados da estatística descritiva relativos
às variáveis de aptidão física funcional (força inferior e superior, flexibilidade
inferior e superior, velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico e resistência aeróbia)
nos dois grupos analisados, feminino e masculino.
Tabela IV – 2 Média e desvio padrão das variáveis de aptidão física nos dois grupos estudados, por
faixas etárias.
Mulheres (n=79) x ± sd
Homens (n=25) x ± sd
Géneros/Classes
Variáveis
[65 - 75] + 75 Total [65 - 75] + 75 Total
Força Inf. (nº rep) 7,40±3,8 6,72±3,4 6,94±3,5 10,78±2,9 7,13±4,0 8,44±4,0
Força Sup. (nº rep) 11,16±4,7 10,00±4,0 10,37±4,2 15,44±4,1 11,69±3,6 13,04±4,2
Flexib. Inf. (cm) -23,68±18,9 -21,96±15,5 -22,51±16,6 -21,22±15,3 -29,06±18,0 -26,24±17,1
Flexib. Sup. (cm) -38,52±15,2 -38,44±14,2 -38,47±14,4 -33,78±12,3 -41,13±13,6 -38,48±13,3
Vel/Agil/Equi. (s) 23,44±12,8 23,58±15,1 23,54±14,3 12,04±4,3 25,11±15,4 20,40±14,0
Resis. aerób. (m) 142,08±77 160,39±66,2 154,59±69,8 257,22±41,8 168,63±71,4 200,52±75,2
A partir da análise feita à tabela IV – 2 concluímos que em três dos testes
efectuados, as mulheres da faixa mais jovem conseguem alcançar melhores
resultados, tal facto é observável na força inferior e superior e
velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico. Já as idosas pertencentes à faixa mais
velha conseguem, surpreendentemente, ser superioras na avaliação da flexibilidade,
superior e inferior, e na resistência aeróbia.
Em relação aos homens do estudo, verifica-se que em todos os testes de
aptidão física realizados são os pertencentes à faixa mais jovem que conseguem obter
melhores resultados.
Apresentação e Discussão dos Resultados
26
Ao realizarmos uma comparação entre os géneros do estudo no desempenho
dos testes de aptidão física, concluímos que em média os homens conseguem ser
superiores às mulheres na força (inferior e superior), na
velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico e resistência aeróbia. No entanto, as idosas
alcançam resultados mais positivos na flexibilidade em relação aos homens,
essencialmente na flexibilidade inferior.
Segundo o estudo de Martins (2007) as comparações entre o grupo feminino e
masculino para as variáveis da aptidão física revelaram que, as mulheres
conseguiram obter melhores resultados que os homens na força inferior, na
flexibilidade (superior e inferior) e na velocidade/agilidade/equilíbrio. Ao
colocarmos estas conclusões lado a lado com as nossas, apercebemo-nos que as
nossas idosas se encontram um pouco abaixo, pois apenas alcançam resultados
superiores aos homens na flexibilidade.
Contudo, apesar de se verificar estas conclusões podemos ainda fazer outras
ilações sobre o desempenho da nossa população com o desempenho dos idosos de
Martins. Assim sendo, salientamos que em todos os testes de aptidão física
efectuados, a população do estudo de Martins obtêm melhores prestações.
Para conseguirmos realizar agora uma comparação entre faixas etárias dentro
de cada género com valores de referência, decidimos seguir Rikli e Jones (2001),
mas temos o conhecimento que as categorias referenciadas por estes não são
exactamente coincidentes com as do nosso estudo, no entanto apresentam valores
muito próximos, e assim sendo, decidimos efectuar esta comparação. Os valores
referidos nas tabelas resultam da conversão das polegadas para centímetros, nos
casos da flexibilidade inferior e flexibilidade superior e das jardas para metros, no
caso da resistência aeróbia. Temos ainda de salientar que, os valores apresentados na
tabela apenas dizem respeito aos mínimos definidos por Rikli e Jones (2001) (anexo
4).
A conclusão a que chegamos depois de comparar os nossos resultados com os
valores mínimos de referência de Rikli e Jones (2001) é que em todas as variáveis de
aptidão física, a nossa população apresenta uma prestação muito fraca. Quer o grupo
masculino como o feminino, nos dois escalões definidos, realizam menos repetições
no parâmetro da força superior e inferior, o nível de flexibilidade (inferior e superior)
Apresentação e Discussão dos Resultados
27
é mais baixo, demoram mais tempo para executar um percurso e efectuam menos
metros num período de seis minutos, em relação aos valores mínimos determinados
pelas autoras atrás referenciadas.
Tendo como base o referido anteriormente, na comparação dos nossos
resultados com os valores de referência de Rikli e Jones (2001), achamos
conveniente justificar tais prestações com ideias defendidas por alguns autores.
Começando pela variável de aptidão física, flexibilidade, verificámos que
tanto nos membros inferiores como nos membros superiores existe um nível de
amplitude muito fraca. Segundo Marques (1996), a falta de flexibilidade em algumas
articulações é muito comum entre idosos e tem sido associada à diminuição da
performance em actividade do quotidiano, levando o idoso a manifestar sensações de
desconforto e falta de capacidade.
Quanto à força (inferior e superior) também se observou uma diminuição
dentro de cada género à medida que a idade aumentava. Na opinião de Fentem e
Bassey (1994, citado por Marques, 1996), a força muscular diminui com a falta de
uso, mas também a idade está associada à diminuição desta aptidão motora, de forma
gradual. Correia e Silva (1999) referem que a força dos membros inferiores declina
mais rapidamente com a idade do que força dos membros superiores. Mais uma vez,
esta afirmação comprova o desempenho dos nossos idosos, sendo este maior na força
superior do que na força inferior.
No que diz respeito à variável velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico,
podemos salientar que todos os participantes deste estudo realizaram o percurso de
“sentar, caminhar 2,44 metros e voltar a sentar” num período de tempo muito
superior ao definido por Rikli e Jones (2001). Para Goggin e Meeuwsen (1992,
citado por Godinho et al, 1999), os idosos quando confrontados com tarefas em que a
precisão e a velocidade estão em causa, privilegiam a precisão em detrimento da
velocidade, verificando-se uma redução da velocidade e um aumento do número de
ajustamentos, mais evidentes na fase final do movimento, de forma a contactar o alvo
correctamente e reduzir a hipótese de erro. Consideramos também que esta
diminuição da velocidade se deve ao receio de cair que os idosos apresentam quando
confrontados com maiores exigências motoras.
Apresentação e Discussão dos Resultados
28
Por último a resistência aeróbia, também revelou em comparação com a
tabela de referência de Rikli e Jones (2001), uma discrepância inferior muito
significativa nos resultados em cada faixa etária, nos géneros feminino e masculino.
Marques (1996) refere que a perda desta aptidão motora é maior nos indivíduos que
não fazem qualquer actividade. Esta justificação pode adequar-se aos idosos do
presente estudo, pois na sua maioria não realiza um programa de exercícios de
intensidade moderada, capaz de desenvolver esta componente da aptidão física como
as outras.
4.1.3. Correlação de Spearman
Utilizámos a correlação de Spearman na tentativa de descrever relações entre
as variáveis antropométricas e de aptidão física nos dois grupos estudados, feminino
e masculino.
Tabela IV – 3 Correlação do género Feminino entre as variáveis antropométricas e de aptidão física.
Variáveis N Correlação de Spearman Sig
Estatura – Massa Corporal 79 0,42** 0,00
IMC – Massa Corporal 79 0,89** 0,00
Perímetro abdominal – Massa Corporal 79 0,81** 0,00
Perímetro abdominal – IMC 79 0,88** 0,00
Força Inferior – Perímetro abdominal 79 - 0,3** 0,01
Força Superior – Força Inferior 79 0,5** 0,00
Veloc/Agil/Equil. – Força Inferior 79 - 0,69** 0,00
Veloc/Agil/Equil. – Força Superior 79 - 0,42** 0,00
Flexibilidade Superior – Força Inferior 79 0,34** 0,00
Flexibilidade Superior – Força Superior 79 0,35** 0,00
Flexibilidade Superior – Veloc/Agil/Equil. 79 - 0,44** 0,00
Flexibilidade Inferior – Força Inferior 79 0,3** 0,01
Flexibilidade Inferior – Força Superior 79 0,5** 0,00
Flexibilidade Inferior – Veloc/Agil/Equil. 79 - 0,33** 0,00
Flexibilidade Inferior – Flexibilidade Superior 79 0,4** 0,00
Resistência aeróbia – Força Inferior 79 0,52** 0,00
Resistência aeróbia – Força Superior 79 0,39** 0,00
Resistência aeróbia – Veloc/Agil/Equil. 79 - 0,72** 0,00
Resistência aeróbia – Flexibilidade Superior 79 0,4** 0,00
Resistência aeróbia – Flexibilidade Inferior 79 0,39** 0,00
** Correlação é significante para o nível de p <0,01.
Apresentação e Discussão dos Resultados
29
As correlações entre as variáveis antropométricas e de aptidão física são
apresentadas na tabela IV – 3, para o género feminino.
A relação existente entre a variável estatura e a variável massa corporal é
muito boa, sendo essa relação significante para um valor de p <0,01. Podendo
significar que o aumento da massa corporal é proporcional ao aumento da estatura.
Existe uma relação muito boa entre a variável IMC e a variável massa
corporal, sendo esta significativa para um valor de p <0,01. Este resultado pode ser
interpretado da seguinte forma, à medida que a massa corporal aumenta, o IMC
também aumenta.
Há uma relação muito elevada entre a variável perímetro abdominal e a
variável massa corporal, esta relação é significativa para um valor de p <0,01.
Podemos, assim analisar este resultado supondo que existe um aumento da massa
corporal proporcional ao aumento do perímetro abdominal.
Verifica-se uma relação muito elevada entre as variáveis perímetro
abdominal e IMC, sendo essa relação significante para um valor de p <0,01.
Podemos então pressupor que à quanto maior o IMC maior é o perímetro abdominal.
Observa-se uma boa relação inversamente proporcional entre a variável força
inferior e a variável perímetro abdominal significante para um valor de p <0,01. O
que pode predizer que à medida que o perímetro abdominal aumenta, a força inferior
diminui de forma proporcional.
Existe uma relação muito boa entre a variável força superior e a variável
força inferior, sendo essa relação significante para um valor de p <0,01.
Há uma relação elevada, no entanto inversamente proporcional, entre a
variável velocidade/agilidade/equilíbrio e a variável força inferior, esta é
significativa para um valor de p <0,01. Esta pode ser traduzida do seguinte modo, à
medida que a força inferior aumenta, a velocidade/agilidade/equilíbrio diminui, isto é
as idosas demoram menos tempo para executar um percurso.
O mesmo se verifica entre as variáveis velocidade/agilidade/equilíbrio e a
força superior, existe deste modo uma relação significante entre as variáveis para
um valor de p <0,01.
Quanto à relação existente entre a variável flexibilidade superior e a variável
força inferior, podemos observar que há uma muito boa relação entre elas para um
valor de p <0,01.
Apresentação e Discussão dos Resultados
30
Existe também uma relação elevada para a variável flexibilidade superior e a
variável força superior, apresentando uma relação significativa para um valor de p
<0,01. Assim sendo, podemos supor que quanto maior a flexibilidade superior maior
é a força superior.
Averigua-se que subsiste ainda uma elevada relação inversamente
proporcional entre a variável flexibilidade superior e a variável
velocidade/agilidade/equilíbrio de forma significativa para um valor de p <0,01.
Existe uma relação muito elevada entre as variáveis força inferior e
flexibilidade inferior, essa relação é significativa para um valor de p <0,01.
Podemos, então, considerar que quanto maior for a força inferior, maior será a
flexibilidade inferior.
Quanto a relação que se verifica entre a variável flexibilidade inferior e
força superior, pode-se se concluir que é elevada e significativa para um valor de p
<0,01.
Existe ainda uma boa relação inversamente proporcional entre a variável
flexibilidade inferior e a variável velocidade/agilidade/equilíbrio para um valor de
p <0,01. Pode isto significar que quanto maior for a flexibilidade inferior menor será
o tempo de execução de um percurso.
Há uma relação existente entre a variável flexibilidade inferior e a variável
flexibilidade superior muito elevada, sendo essa relação significativa para um valor
de p <0,01.
A relação que existe entre a variável resistência aeróbia e a variável força
inferior é muito elevada, sendo esta significante para um valor de p <0,01. Podemos
então presumir que quanto maior for a força inferior, maior é a resistência aeróbia.
O mesmo se verifica na relação entre a variável resistência aeróbia e a
variável força superior, esta relação também é significante para um valor de p
<0,01.
Relativamente às variáveis resistência aeróbia e
velocidade/agilidade/equilíbrio observa-se uma relação muito elevada entre si, mas
inversamente proporcional, esta relação é significativa para um valor de p <0,01. A
partir desta relação podemos presumir que à medida que
velocidade/agilidade/equilíbrio aumenta, a resistência aeróbia diminui.
Apresentação e Discussão dos Resultados
31
A relação entre as variáveis resistência aeróbia e flexibilidade superior é
muito elevada, sendo essa relação significativa para um valor de p <0,01. O que pode
predizer que quanto maior dor a flexibilidade superior, maior será a resistência
aeróbia.
A relação existente entre a variável resistência aeróbia e a variável
flexibilidade inferior é muito boa, esta é significante para um valor de p <0,01.
Mais uma vez podemos supor que, à medida que flexibilidade inferior aumenta, a
resistência aeróbia também aumenta.
Em resumo, existem muitas relações dentro das próprias variáveis
antropométricas e das variáveis de aptidão física, como também se verifica uma
grande associação entre as variáveis antropométricas e as de aptidão física, para um
valor de p <0,01.
Em contrapartida, no estudo de Martins (2007) não se verificou tantas
relações entre as variáveis antropométricas e as variáveis de aptidão física.
Destacam-se apenas a relação, de sinal negativo, entre a flexibilidade superior e
todas as variáveis antropométricas realizadas, para um valor de p <0,01 e de p <0,05;
a flexibilidade inferior, de sinal negativo, somente com a massa corporal, para um
valor de p <0,05; e a força superior também com a massa corporal para um valor de p
<0,05. No que diz respeito à resistência aeróbia, esta variável não apresentou
qualquer coeficiente significativo, para p <0,05, com os vários indicadores
antropométricos seleccionados, verificando-se um comportamento semelhante para a
força inferior e para a variável velocidade/agilidade/equilíbrio.
Apresentação e Discussão dos Resultados
32
As correlações entre as variáveis antropométricas e de aptidão física são
apresentadas na tabela IV – 4, para o género masculino.
Tabela IV – 4 Correlação do género Masculino entre as variáveis antropométricas e de aptidão física.
Variáveis N Correlação de Spearman Sig
Estatura – Massa Corporal 25 0,42* 0,04
IMC – Massa Corporal 25 0,86** 0,00
Perímetro abdominal – Massa Corporal 25 0,9** 0,00
Perímetro abdominal – IMC 25 0,87** 0,00
Força Inferior – Idade 25 - 0,48* 0,01
Força Inferior – Massa Corporal 25 -0,4* 0,05
Força Superior – Força Inferior 25 - 0,76** 0,00
Veloc/Agil/Equil. - Idade 25 0,49* 0,01
Veloc/Agil/Equil. – Massa Corporal 25 0,42* 0,04
Veloc/Agil/Equil. - IMC 25 0,52** 0,01
Veloc/Agil/Equil. – Perímetro abdominal 25 0,4* 0,05
Veloc/Agil/Equil. – Força Inferior 25 - 0,82** 0,00
Veloc/Agil/Equil. – Força Superior 25 - 0,64** 0,00
Flexibilidade Inferior – Força Inferior 25 0,63** 0,00
Flexibilidade Inferior – Força Superior 25 0,67** 0,00
Flexibilidade Inferior – Veloc/Agil/Equil. 25 - 0,69** 0,00
Flexibilidade Superior – Força Superior 25 0,48* 0,01
Flexibilidade Superior – Veloc/Agil/Equil. 25 - 0,55** 0,01
Flexibilidade Superior – Flexibilidade Inferior 25 0,4* 0,05
Resistência aeróbia – Idade 25 - 0,6** 0,00
Resistência aeróbia – Força Inferior 25 0,8** 0,00
Resistência aeróbia – Força Superior 25 0,69** 0,00
Resistência aeróbia – Veloc/Agil/Equil. 25 - 0,83** 0,00
Resistência aeróbia – Flexibilidade Inferior 25 0,62** 0,00
Resistência aeróbia – Flexibilidade Superior 25 0,7** 0,00
*Correlação é significante para o nível de p <0,05;
** Correlação é significante para o nível de p <0,01.
A relação existente entre a variável estatura e a variável massa corporal é
muito boa, sendo essa relação significativa para um valor de p <0,05.
Existe também uma relação muito boa entre as variáveis IMC e a massa
corporal, esta relação é significante para um valor de p <0,01. Isto poderá significar
que à medida que a massa corporal o índice de massa corporal também aumenta.
Apresentação e Discussão dos Resultados
33
O mesmo se verifica na boa relação entre a variável perímetro abdominal e
a variável massa corporal, para um valor de p <0,01. Mais uma vez podemos supor
que quanto maior for a massa corporal, maior será o perímetro abdominal.
Existe uma relação muito elevada entre as variáveis IMC e o perímetro
abdominal, esta relação é significativa para um valor de p <0,01. Deste modo,
podemos predizer que quanto maior for o índice de massa corporal, maior é o
perímetro abdominal.
Existe uma relação entre a variável idade e a variável força inferior, mas
inversamente proporcional, esta é significativa para um valor de p <0,05. Isto é,
podemos julgar que à medida que a idade aumenta, a força inferior diminui.
A relação existente entre as variáveis massa corporal e força inferior é
muito elevada, mas inversamente proporcional, sendo essa relação significativa para
um valor de p <0,05. O que pode prenunciar que à medida que a massa corporal
aumenta, a força inferior diminui.
Existe uma relação muito boa entre a variável força superior e a variável
força inferior, mas inversamente proporcional, sendo essa relação significante para
um valor de p <0,01.
Relativamente à relação existente entre a variável
velocidade/agilidade/equilíbrio e a variável idade, também se verifica uma boa
relação. Esta é significativa para um valor de p <0,05. Podemos então constatar que
quanto maior for a idade, maior será o tempo de execução de um percurso.
A relação que existe entre as variáveis massa corporal e
velocidade/agilidade/equilíbrio é muito elevada, sendo ela significante para um
valor de p <0,05. Assim sendo, podemos supor que à medida que a massa corporal
aumenta, o tempo para executar um percurso será também maior.
O mesmo se observa na relação existente entre as variáveis IMC e
velocidade/agilidade/equilíbrio, para um valor de p <0,01.
E ainda se verifica a mesma situação para a relação entre a variável
perímetro abdominal e a variável velocidade/agilidade/equilíbrio observa-se uma
muito boa relação, sendo esta significativa para um valor de p <0,05.
Existe também uma boa relação, mas inversamente proporcional, entre a
variável força inferior e a variável velocidade/agilidade/equilíbrio para um valor
de p <0,01. Pode isto significar que quanto maior for a força inferior, menor será o
tempo de execução de um percurso.
Apresentação e Discussão dos Resultados
34
A boa relação entre a variável força superior e a variável
velocidade/agilidade/equilíbrio, no entanto inversamente proporcional, é
significativa para um valor de p <0,01.
Observa-se uma relação muito elevada entre as variáveis flexibilidade
inferior e força inferior, essa relação é significativa para um valor de p <0,01.
Podemos, então, considerar que quanto maior for a força inferior, maior será a
flexibilidade inferior.
Existe uma relação muito boa entre a variável flexibilidade inferior e força
superior, que é significativa para um valor de p <0,01.
Verifica-se ainda uma boa relação inversamente proporcional entre a variável
flexibilidade inferior e a variável velocidade/agilidade/equilíbrio de forma
significativa para um valor de p <0,01. O que pode significar que quanto maior for a
flexibilidade inferior menor será o tempo de execução de um percurso.
Subsiste também uma boa relação entre a variável flexibilidade superior e a
variável força superior, sendo essa relação significativa para um valor de p <0,05.
Podemos interpretar este resultado como um aumento proporcional entre as duas
variáveis, ou seja, quanto maior for a flexibilidade superior maior será a força
superior.
Verifica-se entre as variáveis força superior e a
velocidade/agilidade/equilíbrio uma relação muito boa, inversamente proporcional
e significante para um valor de p <0,01.
Há uma relação muito elevada entre a variável flexibilidade superior e a
variável flexibilidade inferior, sendo essa relação significativa para um valor de p
<0,05.
Aparece também uma relação muito boa e inversamente proporcional entre a
variável resistência aeróbia e a variável idade de forma significativa para um valor
de p <0,01. Podemos assim acreditar que quanto maior for a idade do indivíduo
menor será a sua resistência aeróbia.
A relação que existe entre a variável resistência aeróbia e a variável força
inferior é muito elevada, sendo esta significante para um valor de p <0,01. Podemos
então presumir que quanto maior for a força inferior, maior é a resistência aeróbia.
Observa-se uma relação muito boa entre a variável resistência aeróbia e a
variável força superior, significante para um valor de p <0,01.
Apresentação e Discussão dos Resultados
35
Relativamente às variáveis resistência aeróbia e
velocidade/agilidade/equilíbrio observa-se uma relação muito elevada entre si, mas
inversamente proporcional, esta relação é significativa para um valor de p <0,01. A
partir desta relação podemos presumir que à medida que
velocidade/agilidade/equilíbrio aumenta, ou seja, o tempo que demora a percorrer um
percurso, a resistência aeróbia diminui.
A relação existente entre a variável resistência aeróbia e a variável
flexibilidade inferior é muito boa, esta é significante para um valor de p <0,01.
Mais uma vez podemos supor que, à medida que flexibilidade inferior aumenta, a
resistência aeróbia também aumenta.
O mesmo acontece com a relação entre as variáveis resistência aeróbia e
flexibilidade superior que é muito elevada e significativa para um valor de p <0,01.
O que pode predizer que quanto maior for a flexibilidade superior, maior será a
resistência aeróbia.
Em suma, podemos afirmar que no geral existe uma magnitude dos
coeficientes bastante elevada, sendo as relações significativas, para um valor de p
<0,01 e de p <0,05. Estas relações são verificadas em todas as variáveis definidas.
No entanto, o mesmo não se passou no estudo de Martins (2007), aqui houve
uma fraca magnitude de coeficientes e os valores que surgem como significativos (p
<0,05) apontam para uma ordem inversa entre as variáveis antropométricas e o
desempenho dos testes de aptidão física. Os resultados mais expressivos são na
relação inversa entre a flexibilidade superior e o IMC; a força inferior com o
perímetro abdominal e a resistência aeróbia com o IMC.
Apresentação e Discussão dos Resultados
36
4.2. Estatística Inferencial
4.2.1. Parâmetros Antropométricos
Na tabela IV – 5 observam-se os resultados da estatística inferencial relativos
às variáveis antropométricas (massa corporal, estatura, IMC e perímetro abdominal)
nos dois grupos analisados, feminino e masculino.
Tabela IV – 5 Teste de Mann-Whitney entre géneros para as variáveis antropométricas.
Feminino/Masculino Géneros Variáveis U p
Massa Corporal (kg) 622,0 0,01
Estatura (cm) 179,0 0,01
IMC (kg/m²) 920,5 0,61
Perímetro Abd. (cm) 808,0 0,17
A partir da tabela anterior conseguimos identificar que, existem diferenças
estatisticamente significativas para a variável massa corporal (U = 622,0; p <0,01) e
para a variável estatura (U = 179,0; p <0,01) em função do género ser feminino ou
masculino.
No estudo de Martins (2007), para além de verificar a existência de diferenças
entre géneros, explorou ainda os efeitos de um programa de exercício físico, com três
momentos de avaliação, através da análise multivariada da variância (MANOVA).
Assim sendo e depois de explicado as comparações, podemos verificar se
neste estudo de Martins existem diferenças estatisticamente significativas em alguma
das variáveis antropométricas. Salienta-se, então, que apenas se verifica diferenças
estatisticamente significativas no IMC (F= 5,84; p <0,05).
Apresentação e Discussão dos Resultados
37
Tabela IV – 6 Teste de Mann-Whitney entre faixas etárias (65-75 e mais de 75 anos) em função de
cada género para as variáveis antropométricas.
Feminino Masculino Géneros Variáveis U p U p
Massa Corporal (kg) 547,5 0,18 54,0 0,31
Estatura (cm) 575,5 0,29 70,0 0,91
IMC (kg/m²) 601,5 0,43 45,0 0,13
Perímetro Abd. (cm) 619,0 0,55 47,5 0,16
Ao observarmos a tabela anterior e analisarmos os valores de significância (p)
concluímos que, quer no grupo feminino quer no masculino não existe diferenças
estatisticamente significativas em nenhuma variável antropométrica em função das
faixas etárias.
4.2.2. Aptidão Física Funcional
Na tabela IV – 7 observam-se os resultados da estatística inferencial relativos
às variáveis de aptidão física (força inferior e superior, flexibilidade inferior e
superior, velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico e resistência aeróbia) nos dois
grupos analisados, feminino e masculino.
Tabela IV – 7 Teste de Mann-Whitney entre géneros para as variáveis de aptidão física.
Feminino/Masculino Géneros Variáveis U p
Força Inf. (nº rep) 757,5 0,08
Força Sup. (nº rep) 639,5 0,01
Flexib. Inf. (cm) 855,5 0,31
Flexib. Sup. (cm) 924,5 0,62
Vel/Agil/Equi. (s) 718,0 0,04
Resis. aerób. (m) 636,0 0,01
A partir da tabela anterior concluímos que, existem diferenças
estatisticamente significativas para a variável força superior (U = 639,5; p <0,01),
para a variável velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico (U = 718,0; p = <0,05) e
para a variável resistência aeróbia (U = 636,0; p <0,01) em função do género ser
feminino ou masculino.
Apresentação e Discussão dos Resultados
38
No estudo de Martins (2007), foi conduzida uma MANOVA para medidas
repetidas de modo a determinar as diferenças entre géneros nas variáveis de aptidão
física funcional. As variáveis onde se encontraram diferenças estatisticamente
significativas em função do género ser masculino ou feminino foram a flexibilidade
inferior (F= 23,53; p = 0,00) e a flexibilidade superior (F= 13,45; p = 0,00).
Tabela IV – 8 Teste de Mann-Whitney entre faixas etárias (65-75 e mais de 75 anos) em função de
cada género para as variáveis de aptidão física.
Feminino Masculino Géneros Variáveis U p U p
Força Inf. (nº rep) 596,0 0,40 30,5 0,02
Força Sup. (nº rep) 569,0 0,26 38,5 0,06
Flexib. Inf. (cm) 628,0 0,62 29,5 0,02
Flexib. Sup. (cm) 667,0 0,93 46,5 0,14
Vel/Agil/Equi. (s) 665,0 0,92 51,5 0,24
Resis. aerób. (m) 599,5 0,43 20,0 0,01
Na tentativa de sabermos se existe diferenças estatisticamente significativas
entre faixas etárias de cada género realizámos o teste de U, a conclusão a que
chegamos depois de analisar a tabela de cima é que, apenas no género masculino se
verifica diferenças estatisticamente significativas em função das faixas etárias, nas
variáveis força inferior (U = 30,5; p <0,05), flexibilidade inferior (U = 29,5; p <0,05)
e na resistência aeróbia (U = 20,0; p <0,01).
Conclusões
39
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES
Após a apresentação e discussão dos resultados podemos afirmar que o
objectivo principal deste estudo foi alcançado, ou seja, através dele conseguimos
caracterizar em termos antropométricos e de aptidão física funcional a sua
população.
É possível agora retirar as suas principais conclusões, salientando também as
limitações do estudo, bem como indicar algumas sugestões para trabalhos futuros
nesta aérea.
- Como seria de esperar, o grupo masculino revelou maior dimensionalidade em
relação às mulheres em todas as variáveis antropométricas, com excepção do índice
de massa corporal. No entanto, salientamos que ambos os géneros revelam excesso
de peso quando comparados com os valores de referência do IMC de Rikli e Jones
(2001) e um risco elevado de doença vascular derivado da obesidade abdominal.
- Na tentativa de se comprovar a hipótese número um (existem diferenças
estatisticamente significativas nos parâmetros antropométricos em função do género
ser feminino ou masculino), verificámos que esta não chegara a ser totalmente
comprovada. Pois apenas se provou existir diferenças estatisticamente significativas
nas variáveis massa corporal e estatura.
- Quanto à comparação dos parâmetros antropométricos entre faixas etárias de cada
género, podemos concluir que no caso do grupo das mulheres as variáveis vão
diminuindo à medida que a idade aumenta, isto é tanto na massa corporal, estatura,
IMC, como no perímetro abdominal a faixa mais idosa revela valores inferiores à
faixa etária mais jovem. Já o grupo dos homens apresenta valores contrários, apenas
na variável estatura se verifica uma diminuição em função do aumento da idade, em
todas as outras variáveis antropométricas analisadas observou-se um incremento para
a faixa etária mais idosa, contrariando assim o que seria de esperar.
Conclusões
40
- Então, sobre a hipótese número dois, na tentativa de verificarmos diferenças
estatisticamente significativas nos parâmetros antropométricos em função das faixas
etárias dentro de cada género, concluímos que em nenhuma variável antropométrica
se confirmou tal hipótese.
- Relativamente à análise feita ao desempenho de todos os participantes do estudo
nos parâmetros de aptidão física, salientamos que, ao compararmos os géneros, o
grupo masculino apresenta prestações superiores ao grupo feminino em quase todos
os testes aplicados, apenas na flexibilidade (inferior e superior) as mulheres
conseguem obter melhores resultados.
- Acerca da terceira hipótese enunciada que pretendia saber a existência de
diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros de aptidão física funcional
em função do género ser feminino ou masculino, podemos constatar que esta é
confirmada parcialmente, visto que apenas as variáveis força superior,
velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico e resistência aeróbia se verificou tais
diferenças.
- No que diz respeito à análise das variáveis da aptidão física entre faixas etárias
dentro de cada género, concluímos que as mulheres pertencentes à faixa etária mais
jovem conseguem obter melhores resultados na avaliação da força inferior e superior
e da velocidade/agilidade/equilíbrio dinâmico, enquanto que, surpreendentemente, as
idosas mais velhas revelam melhores prestações na flexibilidade (superior e inferior)
e na resistência aeróbia. Em relação aos homens verificou-se que em todos os testes
de aptidão física realizados são os pertencentes à faixa mais jovem que conseguem
obter melhores resultados. Contudo, ao compararmos estes resultados com os valores
mínimos de referência dos testes físicos de Rikli e Jones (2001) é notável a grande
discrepância negativa entre si. Em todas as variáveis de aptidão física analisadas, os
nossos resultados encontram-se abaixo dos dados de referência.
Conclusões
41
- Quanto à última hipótese definida que pretendia verificar a existência de diferenças
estatisticamente significativas entre as variáveis de aptidão física em função das
faixas etárias de cada género, podemos concluir que apenas existem tais diferenças
no género masculino para as variáveis força inferior, flexibilidade inferior e
resistência aeróbia.
- Achamos pertinente também referenciar que existem muitas relações, proporcionais
e inversamente proporcionais, no grupo feminino e masculino dentro das próprias
variáveis antropométricas e das variáveis de aptidão física, assim como associações
entre o desempenho da aptidão física e os parâmetros antropométricos.
Como em quase todos os estudos, neste também houve algumas limitações
que influenciaram o produto final.
- A primeira limitação com que nos deparámos foi no N reduzido da amostra,
especialmente no grupo dos homens. Este facto influenciou no tratamento estatístico
dos dados, por isso a sua interpretação deve ser realizada com cuidado.
- Outra limitação encontrada foi a ausência de valores de referência adequados às
faixas etárias definidas no presente estudo, que nos obrigou a efectuar uma adaptação
à tabela de referência de Rikli e Jones (2001).
Tendo como ponto de partida os resultados apresentados e discutidos, assim
como as conclusões atrás referida e ainda limitações, achamos conveniente
apresentar algumas sugestões para próximos trabalhos.
- Efectuar o mesmo estudo com uma amostra maior, possibilitando a divisão por
faixas etárias de acordo com Rikli e Jones (2001).
- Realizar um estudo longitudinal idêntico a este, comparando ao longo dos anos a
evolução do mesmo grupo populacional nos diversos parâmetros antropométricos e
de aptidão física funcional.
- Desenvolver um estudo similar a este tendo em conta idosos institucionalizados e
não institucionalizados.
- Executar um estudo abrangendo outras zonas territoriais, na tentativa de estabelecer
um quadro de valores referenciais da população portuguesa.
Bibliografia
42
CAPÍTULO VI
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Anexos
46
ANEXOS
Anexos
47
ÍNDICE DE ANEXOS
Nº de Anexo Descrição
Anexo 1 Protocolo da Bateria de Testes Funtional Fitness Test (Rikli,
R. & Jones, C., 1999) – Idosos
Anexo 2 Grelha de Registo
Anexo 3 Tabela de referência Rikli e Jones – Feminina e Masculina –
valores mínimos
Anexo 4 Registo dos Idosos
Anexos
Anexo 1 – Protocolo da Bateria de Testes Funtional Fitness Test
(Rikli, R. & Jones, C., 1999) – Idosos
Antes da aplicação desta bateria de testes deve haver um aquecimento geral de 8
minutos. Deve-se respeitar a seguinte ordem de aplicação dos testes: Questionário;
levantar e sentar da cadeira (membros inferiores); flexão do antebraço (membros
superiores); estatura /massa corporal/; senta e alcança (flexibilidade dos membros
inferiores); sentado, caminhar e voltar a sentar (agilidade); alcançar atrás das costas
(flexibilidade dos membros superiores) e por último andar 6 minutos (resistência
aeróbia).
� Massa Corporal e Estatura
Equipamento: Balança; fita métrica; régua; marcador.
Procedimento: idosos calçados.
Estatura: o participante encontra-se de pé encostado a uma parede, olhando em
frente; a estatura é medida em cm.
Peso: o participante deve despir todas as peças de vestuário pesadas; o peso é
medido e registado com aproximação às 100 gramas.
� Índice de Massa corporal (IMC)
O Índice de Massa Corporal (IMC) estabelece uma relação entre a estatura e a
massa coropral, indica se o peso da pessoa está ou não adequado à sua estatura. Este
índice é determinado através da seguinte fórmula:
Massa Corporal (kg) / Estatura2 (m)
Anexos
� Perímetro da cintura
Estudos demonstram que a medição do perímetro da cintura é o melhor marcador
da gordura abdominal. Considera-se que uma pessoa tem um risco elevado para as
doenças cardiovasculares e outras patologias associadas à obesidade, nomeadamente
a diabetes mellitus, hipertensão arterial e o doseamento do colesterol e triglicerídeos,
quando o perímetro da cintura é superior a 102cm no homem e 88 na mulher.
Esta medição é feita com fitas antropométricas.
Critérios de execução/êxito:
- Os membros inferiores encontram-se juntos;
- É marcado o ponto mais elevado das cristas ilíacas (estratégia de palpação ou
flexão lateral do tronco);
- É marcado 1 cm acima desse valor (estratégia sugerida – marcação no dedo do
avaliador de 1cm);
- Valor retirado no momento da expiração;
- Executam-se 2 medições com variação inferior a 1 cm e faz-se a média. Se houver
uma variação superior a 1 cm, faz-se uma terceira medição achando-se a mediana das
três.
� Levantar e sentar na cadeira
Objectivo: Avaliar a força e resistência dos M.I.
Equipamento: Cronómetro; cadeira com encosto (sem braços), altura do assento
com aproximadamente 43cm
Anexos
Procedimento:
O teste inicia-se com o participante sentado no meio da cadeira, com as costas
direitas e os pés bem apoiados no solo e afastados à largura dos ombros. Os braços
estão cruzados ao nível dos punhos e contra o peito. Ao sinal de “partida” o
participante eleva-se até à extensão máxima (posição vertical) e regressa à posição
inicial. O participante é encorajado a completar o máximo de repetições num
intervalo de 30s. O teste é administrado ao participante depois deste estar
familiarizado com o mesmo.
A pontuação é obtida pelo número total de execuções correctas realizadas,
num intervalo de 30 segundos.
Critérios de execução/êxito:
- A posição inicial do teste é sentada;
- Não há durante o teste ajuda/apoio das mãos na cadeira;
- Só é considerada correcta a execução em que há uma extensão completa do corpo;
- As costas do executante não necessitam de ser apoiadas no encosto da cadeira;
- É obrigatório sentar-se e levantar-se completamente;
- Se o executante se encontrar a meio de uma repetição quando termina o tempo do
teste essa repetição é válida;
- Deve haver uma curta fase de experimentação do teste.
� Flexão do antebraço
Objectivo: Avaliar a força e resistência do M.S.
Equipamento: Cronómetro; cadeira com encosto (sem braços); halteres de mão
(2.27 Kg para mulheres e 3.63 Kg para homens).
Anexos
Procedimento:
O participante está sentado no meio da cadeira com as costas direitas e os pés
bem apoiados no solo e afastados à largura dos ombros. O haltere está seguro na mão
dominante. O teste inicia com o antebraço em posição inferior, ao lado da cadeira,
perpendicular ao solo.
Ao sinal de “partida” o participante roda gradualmente a palma da mão para
cima enquanto faz a flexão do antebraço no sentido completo do movimento; depois
regressa à posição inicial de extensão.
O avaliador deve estar junto do participante do lado do braço dominante,
colocando os seus dedos no bicípite do executante, de modo a estabilizar o antebraço
e assegurar que seja realizada a extensão completa.
O teste é administrado ao participante depois deste estar familiarizado com o
mesmo;
A pontuação é obtida pelo número total de flexões correctas realizadas, num
intervalo de 30 segundos.
Critérios de execução/êxito:
- O executante deve encontra-se c com as costas direitas e encostadas à cadeira;
- O teste deve ser feito com a mão dominante;
- Pode haver ajuda por parte do profissional que estiver a aplicar o teste no suporte
do cotovelo do executante;
- O braço deve encontrar-se durante todo o trajecto do movimento junto ao tronco;
� Sentado e alcançar
Objectivo: Avaliar a flexibilidade dos M.I.
Equipamento: Cadeira com encosto; régua de 45 cm.
Anexos
Procedimento:
No início do teste, o participante encontra-se sentado na extremidade do
assento da cadeira. Um dos membros inferiores está flectido e totalmente apoiado no
solo; o outro M.I. encontra-se esticado, com o calcanhar no chão e o pé flectido
(aproximadamente a 90 graus).
O participante flecte lentamente para a frente, deslizando as mãos ao longo do
M.I. que se encontra esticado, tentando alcançar a ponta do pé, ou até mesmo
ultrapassá-la, durante 2 segundos, devendo ser encorajado a expirar à medida que
flecte o tronco para a frente
A pontuação é obtida pela distância, em cm, das pontas dos dedos até à ponta
do pé.
Se o participante não conseguir alcançar a ponta do pé o resultado é negativo,
se, pelo contrário ultrapassa a ponta do pé o resultado é positivo (a ponta do pé é o
ponto zero).
Critérios de execução/êxito:
- A perna dominante do executante está estendida;
- O executante deve estar sentado na beira da cadeira;
- A ponta do pé (da perna em extensão) encontra-se a um ângulo de 90º,
- O executante deve alongar lentamente e manter a posição máxima. A medição é
feita na relação da distância dos dedos médios das mãos e a planta do pé;
- A bacia do executante deve estar alinhada com o encosto da cadeira;
- As mãos devem estar sobrepostas;
- A medição é feita unicamente sobre a perna dominante.
Anexos
� Sentado, caminhar 2.44 m e voltar a sentar
Objectivo: Avaliar a mobilidade física – velocidade, agilidade e equilíbrio dinâmico.
Equipamento: Cronómetro; fita métrica; cone; cadeira com encosto.
Procedimento:
O participante está, inicialmente, sentado na cadeira, mãos nas coxas e pés
totalmente assentes no solo; Ao sinal de “partida” eleva-se da cadeira, caminha o
mais rápido possível à volta do cone e regressa à cadeira.
O teste é administrado ao participante depois deste estar familiarizado com o
mesmo.
O avaliador deve iniciar o cronómetro ao sinal de “partida” quer o
participante tenha ou não iniciado o movimento, e pará-lo no momento exacto em
que a pessoa se senta.
O resultado corresponde ao tempo decorrido entre o sinal de “partida” até ao
momento em que o participante se senta na cadeira; registam-se os dois valores (duas
tentativas) até aos 0,1s e o melhor resultado é utilizado para medir o desempenho.
Critérios de execução/êxito:
- O executante deve iniciar o teste sentado a meio da cadeira com um pé um pouco
adiantado do outro e com o tronco ligeiramente inclinado para a frente;
- O teste deve ser feitio a andar o mais rápido possível;
- O som de partida é dado pelo profissional com ligação simultânea do cronómetro;
- O teste só termina quando o executante se senta totalmente.
Anexos
� Alcançar atrás das costas
Objectivo: Avaliar a flexibilidade dos M.S. (ombro).
Equipamento: régua de 45 cm.
Procedimento:
O participante encontra-se na posição de pé; coloca a mão dominante por
cima do mesmo ombro e alcança o mais baixo possível em direcção ao meio das
costas. A palma da mão para baixo e dedos estendidos e a outra mão é colocada por
baixo e atrás, com a palma virada para cima.
O participante tenta tocar, ou sobrepor, os dedos médios de ambas as mãos.
O teste é administrado ao participante depois deste estar familiarizado com o
mesmo;
A pontuação é obtida pela distância de sobreposição (+) ou distância entre as
pontas dos dedos médios (-). Registam-se duas medidas e o melhor resultado é usado
para medir o desempenho.
Critérios de execução/êxito:
- O braço dominante do executor deve encontrar-se acima do mesmo ombro;
- É medida a distância entre os dois dedos médios do executante;
- O profissional que está a aplicar o teste, deve ajudar a deslocar as mãos de forma
alinhar a distância das mesmas;
- Caso uma mão sobreponha a outra, o avaliador deve fazer uma marca no indicador
da mão que está em baixo para posteriormente fazer a medição.
Anexos
� Andar 6 minutos
Objectivo: Avaliar a resistência aeróbia.
Equipamento: Cronómetro; fita métrica comprida; cones; paus; giz; marcador.
Procedimento:
O teste envolve a medição da distância máxima que pode ser caminhada
durante 6 minutos ao longo de um percurso se 50m, sendo marcados segmentos de
5m.
Os participantes caminham continuadamente em redor do percurso marcado,
durante um período de seis minutos; cada participante tenta percorrer a máxima
distância possível; Dois ou mais participantes devem ser avaliados simultaneamente,
com tempos de partida diferentes (10s de diferença) para evitar que os participantes
andem em grupos ou em pares.
Ao sinal de “partida”, os participantes são instruídos para caminharem o mais
rápido possível (sem correr) na distância marcada à volta dos cones. Se necessário,
os participantes podem parar e descansar, retomando depois o percurso.
No final dos 6 minutos os participantes (em cada 10s) são instruídos para
pararem (quando o avaliador olhar para eles e disser “parar”).
O resultado representa o número total de metros caminhados nos seis
minutos. Para determinar a distância percorrida, o avaliador ou assistente regista a
marca mais próxima do local onde o executante parou e acrescenta ao número de
voltas registadas na ficha.
Critérios de execução/êxito
- O executante não pode correr
- O executante pode parar sempre que necessitar retomando de seguida o teste
- São contabilizados os metros percorridos
Anexos
Anexo 2 – Grelha de Registo
Nome Idade Sexo Peso Altura Perímetro Lev sentar Halteres 2 m 44 Flex. MS S Reach T6 ‘
(1º e último) Anos M ou F Kg (0,00) m (0,00) Cintura (0,0) nº nº (0,0 seg.) ( cm + ou -) cm + ou - metros
Observações
Local: Data: Hora: Observações:
Anexos
Anexo 3 – Tabela de referência Rikli e Jones – Feminina e Masculina – valores mínimos
Feminina
Masculina
0,9144 Metros = 1 jarda (yds)
2,54 Centímetros = 1 polegada (inches)
65 - 75 +76
Força Inferior (nº rep) 12 9
Força Superior (nº rep) 15 12
Resistência aeróbia (m) 448,06 326,9
Flexibilidade Inferior (cm) - 1,9 - 6,67
Flexibilidade Superior (cm) - 9,53 - 16,19
Veloc/Agil/Equil. (s) 5,9 8,2
65 - 75 +76
Força Inferior (nº rep) 12 9
Força Superior (nº rep) 15 12
Resistência aeróbia (m) 546,36 365,76
Flexibilidade Inferior (cm) - 8,26 - 13,65
Flexibilidade Superior (cm) - 19,69 - 24,77
Veloc/Agil/Equil. (s) 5,9 8,4
Anexos
Anexo 4 – Registo dos idosos
Nº M / F Idade Massa
Corp. (kg)
Est.
(cm)
IMC
(kg/m²)
Per.Abd
(cm)
Lev. Sentar
(nº)
Halteres
(nº)
2,44 m
(s)
Flex.
MS (cm)
S. Reach
(cm)
T 6’
(m)
1 F 91 79,2 1,50 35,2 112,0 4,0 17,0 26,0 -50,0 -17,0 50,0
2 M 69 76,8 1,60 30,0 105,0 10,0 14,0 11,1 -49,0 0,0 230,0
3 F 82 75,0 1,62 28,6 103,0 3,0 10,0 19,0 -50,0 -20,0 200,0
4 M 81 79,9 1,60 31,2 105,0 8,0 18,0 18,0 -42,0 -22,0 200,0
5 F 89 81,7 1,58 32,7 102,0 5,0 18,0 29,0 -19,0 0,0 175,0
6 F 65 68,3 1,46 32,0 100,0 16,0 20,0 12,7 -26,0 0,0 220,0
7 F 91 73,3 1,47 33,9 112,0 8,0 14,0 19,1 -50,0 -16,0 145,0
8 F 80 65,3 1,56 26,8 95,0 7,0 5,0 68,2 -50,0 -37,0 90,0
9 F 84 62,9 1,48 28,7 98,0 6,0 16,0 18,4 -50,0 -11,0 185,0
10 F 82 81,0 1,48 37,0 115,0 5,0 10,0 39,3 -50,0 -9,0 145,0
11 M 65 66,2 1,73 22,1 97,0 17,0 22,0 5,9 -39,0 -25,0 250,0
12 F 90 39,1 1,44 18,9 80,0 6,0 7,0 23,3 -30,0 -21,0 90,0
13 M 85 59,1 1,51 25,9 95,0 10,0 12,0 14,2 -38,0 -17,0 250,0
14 M 84 88,9 1,71 30,4 120,0 8,0 13,0 20,1 -21,0 -40,0 225,0
15 M 91 58,8 1,51 25,8 94,0 3,0 7,0 60,6 -50,0 -45,0 55,0
16 F 91 39,9 1,47 18,5 73,0 3,0 5,0 55,0 -40,0 -32,0 90,0
17 M 76 61,6 1,61 23,8 90,0 15,0 15,0 7,7 -42,0 -5,0 250,0
18 F 90 40,6 1,43 19,9 70,0 11,0 18,0 14,6 -60,0 -19,0 215,0
19 F 79 62,3 1,49 28,1 98,0 5,0 1,0 20,5 -26,0 -40,0 165,0
20 M 77 75,8 1,60 29,6 100,0 14,0 14,0 17,3 -70,0 -12,0 190,0
21 M 93 96,4 1,69 33,8 113,0 5,0 15,0 31,5 -34,0 -18,0 150,0
22 F 79 73,9 1,54 31,2 100,0 6,0 3,0 31,0 -50 -10,0 100,0
Anexos
Nº M / F Idade Massa
Corp. (kg)
Est.
(cm)
IMC
(kg/m²)
Per.Abd
(cm)
Lev. Sentar
(nº)
Halteres
(nº)
2,44 m
(s)
Flex.
MS (cm)
S. Reach
(cm)
T 6’
(m)
23 F 65 99,3 1,39 51,4 145,0 5,0 4,0 14,4 -70,0 -70,0 0,0
24 F 75 70,7 1,55 29,4 103,0 6,0 12,0 21,3 -26,0 -36,0 106,0
25 F 82 62,8 1,46 29,5 95,0 2,0 10,0 28,5 -6,0 -15,0 189,0
26 F 65 75,5 1,56 31,0 95,0 7,0 3,0 24,7 -60,0 -20,0 25,0
27 F 89 62,8 1,49 28,3 100,0 8,0 10,0 21,7 -50,0 -40,0 80,0
28 F 76 70,6 1,48 32,2 98,0 17,0 14,0 12,3 -15,0 -10,0 334,0
29 F 65 77,2 1,58 30,9 95,0 9,0 11,0 22,5 -50,0 -20,0 0,0
30 F 86 78,2 1,50 34,8 110,0 9,0 11,0 21,7 -50,0 -20,0 180,0
31 F 85 80,6 1,49 36,3 110,0 9,0 9,0 13,4 -45,0 -20,0 189,0
32 F 72 64,8 1,53 27,7 100,0 8,0 10,0 21,2 -50,0 -10,0 150,0
33 F 82 60,2 1,48 27,5 95,0 9,0 13,0 27,5 -35,0 -20,0 50,0
34 F 82 46,8 1,54 19,7 80,0 6,0 12,0 35,3 -50,0 -10,0 100,0
35 F 72 63,2 1,56 26,0 90,0 9,0 16,0 9,4 -32,0 -40,0 192,0
36 F 79 62,0 1,46 29,1 102,0 7,0 18,0 13,9 -42,0 -19,0 155,0
37 F 80 86,6 1,57 35,1 116,0 5,0 15,0 16,8 -30,0 -25,0 120,0
38 F 68 46,0 1,48 21,0 79,0 7,0 10,0 21,9 -27,0 -8,0 142,0
39 F 66 67,5 1,54 28,5 80,0 14,0 18,0 6,0 0,0 2,0 278,0
40 F 75 68,0 1,43 33,3 107,0 11,0 15,0 10,7 -38,0 -9,0 180,0
41 F 81 78,0 1,53 33,3 114,0 8,0 13,0 13,4 -25,0 -4,0 136,0
42 F 89 64,3 1,52 27,8 95,0 3,0 10,0 15,3 -39,0 -14,0 210,0
43 F 69 74,7 1,60 29,2 110,0 4,0 7,0 17,6 -40,0 -10,0 120,0
44 M 67 65,6 1,60 25,6 89,0 11,0 21,0 13,3 -38,0 -5,0 300,0
45 F 79 57,0 1,51 25,0 80,0 8,0 10,0 29,5 -50,0 -8,0 120,0
46 F 73 65,9 1,49 29,7 105,0 4,0 6,0 51,9 -50,0 -40,0 98,0
47 F 92 55,8 1,44 26,9 90,0 9,0 10,0 32,5 -22,0 -22,0 90,0
48 F 80 69,6 1,60 27,2 96,0 3,0 4,0 25,6 -45,0 -50,0 60,0
Anexos
Nº M / F Idade Massa
Corp. (kg)
Est.
(cm)
IMC
(kg/m²)
Per.Abd
(cm)
Lev. Sentar
(nº)
Halteres
(nº)
2,44 m
(s)
Flex.
MS (cm)
S. Reach
(cm)
T 6’
(m)
49 M 82 82,9 1,62 31,6 110,0 7,0 11,0 10,1 -26,0 0,0 265,0
50 F 81 81,3 1,60 31,8 104,0 1,0 10,0 25,0 -27,0 0,0 95,0
51 M 75 53,3 1,56 21,9 89,0 10,0 16,0 9,0 -14,0 0,0 280,0
52 F 90 45,7 1,38 24,0 85,0 3,0 12,0 55,0 -55,0 -6,0 90,0
53 F 67 81,2 1,45 38,6 125,0 3,0 17,0 33,0 -50,0 -20,0 140,0
54 F 82 74,6 1,44 36,0 113,0 2,0 8,0 35,7 -47,0 -50,0 65,0
55 F 80 68,1 1,59 26,9 87,0 12,0 14,0 18,9 -35,0 -21,0 205,0
56 F 73 64,5 1,57 26,2 84,0 13,0 15,0 13,3 -24,0 -10,0 240,0
57 M 88 85,6 1,61 33,0 129,0 5,0 9,0 39,6 -45,0 -55,0 110,0
58 F 68 83,4 1,50 37,1 123,0 4,0 12,0 41,1 -50,0 -40,0 135,0
59 F 93 54,0 1,44 26,0 90,0 13,0 10,0 14,3 -30,0 -5,0 198,0
60 F 85 64,0 1,47 29,6 97,0 3,0 5,0 37,9 -45,0 -38,0 110,0
61 F 80 69,0 1,49 31,1 108,0 2,0 6,0 25,7 -50,0 -5,0 224,0
62 F 73 44,0 1,47 20,4 90,0 9,0 11,0 25,0 -40,0 -10,0 145,0
63 M 80 89,4 1,70 30,9 110,0 4,0 13,0 36,9 -50,0 -37,0 105,0
64 F 68 57,3 1,48 26,2 90,0 1,0 6,0 46,8 -40,0 -50,0 68,0
65 F 75 63,0 1,45 30,0 105,0 8,0 15,0 40,9 -26,0 -5,0 90,0
66 F 76 78,1 1,61 30,1 110,0 4,0 2,0 34,9 -50,0 -47,0 132,0
67 F 79 69,2 1,43 33,8 98,0 4,0 6,0 16,3 -34,0 -4,0 144,0
68 F 79 81,6 1,54 34,4 119,0 10,0 17,0 10,9 -21,0 4,0 304,0
69 F 68 103,4 1,47 47,9 133,0 5,0 10,0 29,8 -30,0 -38,0 118,0
70 F 74 77,0 1,59 30,5 105,0 10,0 17,0 10,3 -33,0 -5,0 290,0
71 M 86 68,0 1,60 26,6 94,0 3,0 7,0 36,5 -50,0 -45,0 80,0
72 F 76 68,1 1,53 29,1 117,0 5,0 8,0 16,4 -37,0 -8,0 262,0
73 F 80 71,8 1,49 32,3 115,0 8,0 12,0 13,2 -32,0 -21,0 254,0
74 M 87 91,2 1,72 30,8 117,0 4,0 10,0 17,5 -50,0 -43,0 126,0
Anexos
Nº M / F Idade Massa
Corp. (kg)
Est.
(cm)
IMC
(kg/m²)
Per.Abd
(cm)
Lev. Sentar
(nº)
Halteres
(nº)
2,44 m
(s)
Flex.
MS (cm)
S. Reach
(cm)
T 6’
(m)
75 F 66 61,4 1,50 27,3 92,0 7,0 11,0 15,8 -36,0 -17,0 190,0
76 F 90 52,8 1,42 26,2 93,0 7,0 10,0 18,3 -27,0 -10,0 210,0
77 F 83 77,0 1,47 35,6 120,0 2,0 6,0 36,9 -38,0 -29,0 115,0
78 F 71 66,7 1,54 28,1 101,0 10,0 13,0 14,1 -15,0 -8,0 230,0
79 F 92 56,7 1,44 27,3 98,0 5,0 8,0 42,7 -50,0 -40,0 92,0
80 M 65 71,2 1,69 24,9 97,0 13,0 18,0 10,4 -21,0 -32,0 295,0
81 F 77 70,4 1,60 27,5 99,0 7,0 10,0 16,8 -50,0 -38,0 210,0
82 M 76 77,6 1,60 30,3 110,0 12,0 17,0 10,4 -15,0 -5,0 280,0
83 F 82 52,3 1,50 23,2 93,0 10,0 10,0 15,1 -40,0 -40,0 190,0
84 F 82 51,7 1,50 23,0 82,0 8,0 10,0 17,4 -40,0 -40,0 180,0
85 M 82 86,9 1,68 30,8 112,0 5,0 7,0 20,7 -50,0 -50,0 152,0
86 F 77 73,8 1,55 30,7 110,0 12,0 10,0 13,0 -25,0 -4,0 265,0
87 F 83 69,2 1,45 32,9 105,0 9,0 10,0 18,7 -50,0 -41,0 190,0
88 F 88 66,2 1,48 30,2 100,0 8,0 9,0 17,8 -40,0 -39,0 200,0
89 F 79 55,0 1,46 25,8 97,0 6,0 7,0 23,6 -50,0 -50,0 148,0
90 F 84 47,2 1,41 23,7 91,0 8,0 12,0 15,2 -21,0 -10,0 185,0
91 M 65 65,1 1,74 21,5 92,0 10,0 14,0 10,0 -25,0 -29,0 280,0
92 F 90 58,1 1,53 24,8 85,0 4,0 8,0 38,4 -48,0 -35,0 110,0
93 M 73 96,3 1,56 39,6 136,0 6,0 11,0 21,1 -38,0 -30,0 190,0
94 M 85 72,1 1,57 29,3 98,0 2,0 7,0 48,2 -45,0 -44,0 90,0
95 M 82 61,6 1,57 25,0 104,0 9,0 12,0 12,5 -30,0 -27,0 170,0
96 F 70 78,6 1,55 32,7 125,0 1,0 9,0 44,1 -50,0 -38,0 105,0
97 F 78 55,3 1,48 25,2 98,0 8,0 8,0 15,2 -50,0 -10,0 180,0
98 F 75 69,4 1,70 24,0 80,0 9,0 6,0 14,1 -50,0 -40,0 190,0
99 F 72 59,0 1,45 28,1 100,0 5,0 5,0 23,5 -50,0 -50,0 100,0
100 F 77 50,5 1,50 22,4 80,0 15,0 13,0 9,8 -20,0 -5,0 300,0
Anexos
Nº M / F Idade Massa
Corp. (kg)
Est.
(cm)
IMC
(kg/m²)
Per.Abd
(cm)
Lev. Sentar
(nº)
Halteres
(nº)
2,44 m
(s)
Flex.
MS (cm)
S. Reach
(cm)
T 6’
(m)
101 F 80 70,3 1,50 31,2 107,0 5,0 6,0 40,9 -50,0 -50,0 150,0
102 M 74 77,9 1,68 27,6 100,0 10,0 11,0 15,5 -50,0 -30,0 200,0
103 M 74 76,8 1,53 32,8 110,0 10,0 12,0 12,1 -30,0 -40,0 290,0
104 F 77 52,3 1,45 24,9 80,0 10,0 10,0 13,9 -40,0 -35,0 190,0
Anexos