caracterizaÇÃo do uso de motocicletas como meio de
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CARACTERIZAÇÃO DO USO DE MOTOCICLETAS COMO MEIO DE
TRANSPORTE URBANO EM PORTO ALEGRE (Artigo a ser submetido ao periódico Transportes)
Rafaela Cesar Machado
Luis Antonio Lindau
Marta Obelheiro Departamento de Engenharia de Produção e Transportes
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: Cresce o uso das motocicletas no Brasil, principalmente em áreas urbanas congestionadas. No
entanto, o uso de motocicletas demonstra estar diretamente relacionado com a ocorrência de acidentes de
trânsito. Este trabalho tem por objetivo identificar características do uso de motocicletas em Porto Alegre, de
forma que se possa atuar sobre a escolha deste modo de transporte. Após a aplicação de um questionário voltado
a motociclistas, identificou-se que a escolha de motocicletas está relacionada aos custos do veículo, à
flexibilidade de seu uso e à insatisfação com o transporte coletivo. Percebeu-se que a mudança para outros
modos de transporte mais seguros está relacionada com a disponibilidade de serviços de transporte público com
mais qualidade e melhores infraestruturas para meios não motorizados. A orientação sobre os riscos de acidentes
com motocicletas deve ser difundida enfatizando as consequências tanto para o condutor quanto para os demais
usuários da via.
ABSTRACT: Motorcycles' use has increased in Brasil, specially at congested urban areas. However, use of
motorcycles and traffic crashes has shown to be strongly related. This paper aims at identifying characteristics of
motorcycle use in Porto Alegre in order to foster actions to reduce the choice of motorcycles for urban
commuting. A survey was conducted with motorcycle users, revealing the high influence of costs, flexibility and
lack of satisfaction with public transport on use of motorcycles. The shift to safer modes is related to availability
of improved public transport systems and better infrastructures to non-motorized modes. Motorcycle users
should be oriented regarding safety risks related to the use of motorcycles, both for them and other road users.
PALAVRAS-CHAVE: motocicletas, segurança viária, transporte público, escolha modal, acidente de trânsito
1. INTRODUÇÃO Ao longo dos anos, cada vez mais viagens tem sido feitas em meio urbano através do
transporte individual. Entre os deslocamentos por meios motorizados, o transporte público era
responsável por 70% dos deslocamentos urbanos na década de 1980, e a previsão é que, até
2035, 65% dos deslocamentos sejam realizados por meios não motorizados (IPEA, 2011). Um
dos meios de transporte que mais tem atraído usuários é a motocicleta. Sua comercialização
cresceu significativamente, passando de 68 mil para mais de 1,5 milhão de unidades
comercializadas anualmente nas últimas duas décadas, de acordo com dados da Associação
Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares
(2013a). Os residentes em áreas urbanas correspondem a cerca de 90% dos usuários de
motocicletas (Abraciclo, 2010 apud Vasconcellos, 2013).
As características próprias deste veículo, no entanto, tornam seus usuários mais vulneráveis a
acidentes de trânsito (VICROADS, 2008). A baixa estabilidade das motocicletas, sua maior
sensibilidade a elementos na superfície da via e a dificuldade em serem vistas pelos demais
veículos trafegando podem contribuir para a ocorrência de acidentes, enquanto a falta de
proteção do corpo do condutor pode aumentar a severidade de acidentes que ocorram
(VICROADS, 2008).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2013), 1,24 milhões de pessoas ao redor do
mundo perderam a vida vítimas de acidentes de trânsito no ano de 2010. Esta foi a oitava
maior causa de mortes no mundo no ano de 2010, e estima-se que até 2030 passe a ocupar a
quinta posição neste ranking. As motocicletas responderam por mais de 11 mil óbitos no
Brasil em 2011, o que corresponde a quase três vezes mais fatalidades do que registrado em
2001 (DATASUS, 2014a). Além disso, desde 2011 o número de usuários de motocicleta
vítimas de acidentes de trânsito no Brasil é superior ao de todos os demais envolvidos em
acidentes de transporte terrestre (DATASUS, 2014b).
Este trabalho tem por objetivo caracterizar o uso de motocicletas como meio de transporte
urbano na cidade de Porto Alegre. Isso inclui o entendimento do perfil dos usuários e de
utilização do veículo, bem como os motivos que influenciaram a escolha de motocicletas
como meio de transporte e os fatores que poderiam induzir a migração para outros meios de
deslocamento. Tais resultados foram obtidos a partir da aplicação de um questionário a
usuários de motocicletas e posterior análise dos resultados obtidos. A importância deste
estudo reside no fato de que a proposição de soluções para o cada vez maior número de
acidentes envolvendo motociclistas no Brasil depende do entendimento acerca dos usuários e
dos fatores relacionados à utilização deste modo de deslocamento.
Este artigo está dividido nas seguintes seções: introdução, referencial teórico, procedimentos
metodológicos, resultados obtidos, conclusão e referências bibliográficas. No referencial
teórico, é feito um levantamento a respeito do perfil de usuários de motocicleta, do
envolvimento de motociclistas em acidentes de trânsito, características de uso relacionadas à
ocorrência destes, além de questões relevantes para a escolha de um modo de transporte. Nos
procedimentos metodológicos, é explicado o processo através da qual a pesquisa com os
usuários de motocicletas foi realizada. Nos resultados obtidos, foram compiladas e analisadas
as respostas adquiridas com a aplicação do questionário. Por fim, o item de conclusões
apresenta de forma resumida os principais aspectos deste trabalho e então são listadas as
referências bibliográficas utilizadas.
2. O USO DE MOTOCICLETAS
A frota de motocicletas no Brasil aumentou de 3,5 milhões de veículos em 2000 para mais de
18 milhões em 2013, enquanto a frota total de veículos registrados neste mesmo período
passou de 29,7 milhões para mais de 81 milhões de veículos (DENATRAN, 2014). Este
crescimento da frota gerou um aumento de congestionamentos, em especial nas grandes e
médias cidades. As dimensões das motocicletas, inferiores às dos demais veículos
motorizados, tornaram-nas atrativas para muitos condutores pela flexibilidade e economia de
tempo proporcionadas mesmo sob estas condições de congestionamento (Hsu et al., 2003).
O aumento na frota de motocicletas está fortemente relacionado ao aumento de renda de
parcela da população com menor poder aquisitivo, além de condições mais facilitadas de
compra (Vasconcellos, 2013; Hsu et al., 2003; CAI-Asia apud PCFV, 2010). Grande parte
das motocicletas comercializadas possui até 150 cc, sendo modelos populares e com custos
mais acessíveis para aquisição. Em 2012, cerca de 85% das motocicletas comercializadas no
Brasil possuía entre 50 e 150 cc (Abraciclo, 2013a).
Segundo a Abraciclo (2013b), cerca de 60% dos consumidores de motocicleta possuem até 35
anos. Chang e Lai (2007) identificaram 83% de usuários de motocicleta com idade entre 21 e
40 anos. Veronese et al.(2006) indicam que 61% dos motociclistas que sofreram acidente
tinham idade inferior a 25 anos. O alto envolvimento de jovens usuários de motocicleta em
acidentes pode estar relacionada a uma forma tipicamente mais agressiva de condução por
estes (Seerig, 2012).
As motocicletas são utilizadas para deslocamentos diários por 59% dos usuários, e apenas 8%
afirmam utilizá-las para fins profissionais (Abraciclo, 2013b). Seerig (2012) identificou o uso
da motocicleta para fins profissionais em 5% dos usuários de motocicleta em Pelotas. O uso
da motocicleta para estes objetivos foi impulsionado pela agilidade proporcionada por estes
veículos mesmo em condições de congestionamento, seja em transporte de mercadorias ou de
passageiros.
No Brasil, as atividades de motofrete e mototaxi foram regulamentadas pela Lei 12.009 de
2009. Esta lei estabelece requisitos mínimos para o profissional, além de exigir o uso de
equipamentos obrigatórios de segurança, tais como dispositivo para proteção das pernas do
condutor em caso de queda e coletes com fitas retrorrefletivas (Brasil, 2009). De acordo com
Veronese (2004), a rapidez exigida destes profissionais, no entanto, pode comprometer a
segurança em suas funções, uma vez que implica na aceitação dos riscos na execução de suas
atividades devido à alta concorrência na profissão, em grande parte exercida no mercado
informal.
A comercialização de veículos privados no Brasil é aquecida pela proposta de independência
do transporte coletivo, e muitos dos que os adquirem interpretam a compra como "libertação"
e ascensão econômica (Vasconcellos, 2013; Hsu et al., 2003). Conforme Pai et al. (2014), o
transporte público era utilizado como principal modo de deslocamento por 67% dos usuários
de motocicleta antes da utilização destas. Os fatores identificados como mais relevantes para a
migração ao uso de motocicletas como meio de deslocamento foram conforto, bem-estar
pessoal e conveniência.
A disposição em substituir o uso de motocicletas pelo transporte público, por sua vez, está
diretamente relacionada com o aumento de confiabilidade e conforto nos serviços oferecidos
(Chee et al., 2013; Pai et al., 2014). Conforme Santos et al. (2013), a migração de meios
motorizados privados para o transporte público está relacionada a tarifas mais baixas e
melhorias na qualidade do serviço. De forma similar, a migração para o uso da bicicleta se
mostrou relacionado à existência de infraestrutura adequada, como por exemplo extensão da
ciclofaixa.
O transporte coletivo tem perdido usuários na maioria das cidades conforme cada vez menos
qualidade é percebida pelos passageiros, enquanto sua operação é impactada pelos
congestionamentos. A reconquista de seus usuários que migraram para o transporte individual
exige que o transporte público se mostre uma opção interessante em termos custos e tempos
de deslocamento (Quadros Junior, 2012). Além de permitirem velocidades até três vezes
superiores às dos demais veículos, as motocicletas possuem custos diretos de deslocamento
diário inferiores a tarifas de transporte coletivo (Martins e Biavati, 2009; Vasconcellos, 2013).
Ferreira e Fantin (2012) destacam que a escolha do meio de transporte é motivada
principalmente pela disponibilidade de transportes e pela rapidez de deslocamento. Estupiñan
et al. (2012) também ressaltam a forte relação da aquisição e uso de motocicletas em cidades
da América Latina com os custos e condições relacionados à compra e com a baixa qualidade
percebida no transporte público, além da organização espacial das cidades e com a tentativa
de inclusão social do condutor.
Além de colaborar para a mobilidade, o uso do transporte público também contribui para a
redução de acidentes, visto que seu risco de envolvimento é inferior ao de veículos de
transporte privado (Litman, 2013). Esta forma de deslocamento torna também seus usuários,
no que se refere a sua exposição física, muito menos vulneráveis do que usuários de
motocicletas a lesões decorrentes de eventuais acidentes. Motocicletas expõem seus
condutores a riscos até 200 vezes maiores de fatalidades do que vítimas de acidentes
utilizando ônibus (Vasconcellos, 2013).
3. ACIDENTES ENVOLVENDO MOTOCICLETAS
Paulozzi (2007) mostra que as taxas de morte por habitante devido a acidentes de trânsito são
mais altas em países com renda inferior e tendem a se reduzir conforme o aumento da renda.
Entretanto, este fenômeno não se aplica aos acidentes envolvendo motocicletas, que seguem
crescendo ou com reduções muito pequenas em países com diferentes condições de renda
(Hsu et al, 2003; IRTAD, 2013; Rodrigues et al., 2013).
O Brasil possui uma taxa de 22,5 mortes a cada 100 mil habitantes em acidentes de trânsito,
sendo o 33º país no ranking listado por Waiselfisz (2013) entre 181 países. No entanto, ao se
considerar a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em acidentes de trânsito envolvendo
motocicletas, o Brasil se torna o 13º país da lista, com 7,1 mortes a cada 100 mil habitantes
(Waiselfisz, 2013). Sendo assim, os óbitos decorrentes de acidentes de trânsito envolvendo
motocicletas representam 31% da taxa total de acidentes de trânsito no país a cada 100 mil
habitantes.
Além dos óbitos, os acidentes com motociclistas causaram um grande crescimento no número
de vítimas com lesões permanentes. Enquanto em 2000 houve no Brasil 7.325 solicitações de
indenização por invalidez, em 2013 estas vítimas já eram mais de 340 mil (DPVAT, 2014).
Cerca de 58% destas solicitações foram destinadas a vítimas entre 18 e 34 anos, as quais
tiveram sua produtividade profissional afetada já no início de seu exercício devido a
acidentes. Além da própria vítima, as lesões permanentes impactam também a estrutura e
economia familiar, a exemplo de 94% das vítimas de acidentes com motocicleta em São
Paulo, que precisaram da ajuda de outra pessoa para suas atividades diárias após o acidente.
Em 18% destas ocorrências, alguém teve de parar de trabalhar para prestar este auxílio.
(DPVAT, 2014; Veronese et al., 2006; Anjos, 2012).
Em meio urbano, uma das práticas que podem comprometer a segurança na condução das
motocicletas é a circulação destas entre os veículos parados no congestionamento ou
trafegando em baixas velocidades (Sperley e Pietz, 2010). A utilização destas áreas para
tráfego, chamadas de corredores virtuais, ocorre devido à flexibilidade trazida pelo menor
porte das motocicletas se comparadas aos demais veículos e à busca pela redução nos tempos
de viagem. Martins e Biavatti (2009) indicam a circulação dos motociclistas nos corredores
formados pelos demais veículos como principal fator contribuinte em 33% dos óbitos
decorrentes de acidentes envolvendo motocicletas na cidade de São Paulo.
O artigo 56 do Código de Trânsito Brasileiro (Brasil, 1997), que proibia a circulação de
motocicletas e motonetas entre veículos, foi vetado imediatamente após a apresentação do
texto original, fazendo com que esta prática seja legalmente permitida. Embora o artigo 192
trate da obrigatoriedade de manter distâncias laterais seguras entre veículos, não são
especificadas as dimensões necessárias. Dessa forma, cabe ao condutor observar as condições
de tráfego em que se encontra e fica a seu critério definir a distância adequada a ser mantida
em relação aos demais veículos em cada situação.
Embora grande parte dos condutores de motocicleta assuma perceber o grande risco de
acidentes relacionado à circulação nos corredores formados entre veículos (Ferreira, 2009;
Seerig, 2012), esta é uma prática comum e de difícil fiscalização. Ao trafegar entre os demais
veículos, os motociclistas são mais dificilmente vistos por outros condutores e então se
tornam mais vulneráveis aos movimentos destes, em especial veículos de grande porte
(Sperley e Pietz, 2010; Vasconcellos, 2013).
Grande parcela dos óbitos em acidentes ocorre em vítimas que sofreram lesões na região da
cabeça (Calil et al., 2009). Por esse motivo, em 2006 o uso de capacetes passou a ser
obrigatório no Brasil para condutores e passageiros de motocicletas e já é adotado através de
leis que incluem padrões de qualidade e obrigatoriedade do uso também para passageiros em
90 países (CONTRAN, 2006; WHO, 2013).
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente trabalho foi desenvolvido através de três etapas. Inicialmente, foi elaborado um
questionário, o qual foi aplicado em pequena escala como teste e então recebeu os ajustes
necessários. Em seguida, foi feita a aplicação do questionário a motociclistas da cidade de
Porto Alegre. Por fim, os dados coletados foram compilados e foi feita uma análise das
respostas obtidas de forma a identificar características relacionadas ao uso da motocicleta
como meio de deslocamento.
Este estudo é de natureza aplicada, visto que deseja agregar conhecimento de forma que se
possa atuar na redução de acidentes envolvendo motocicletas. Sua abordagem é qualitativa,
uma vez que foram analisados questionários fechados aplicados a motociclistas. A pesquisa
teve um objetivo de caráter descritivo ao relatar as características encontradas na utilização de
motocicletas em Porto Alegre. O procedimento adotado foi um levantamento, tendo em vista
que foi aplicado um questionário a motociclistas.
4.1. Cenário de estudo
Segundo o DENATRAN (2014), em dezembro de 2012 Porto Alegre possuía 79.946
motocicletas registradas, equivalendo a cerca de 10% dos veículos registrados na cidade.
Neste mesmo ano, de um total de 23.631 acidentes de trânsito ocorridos na cidade, 5.185
envolveram motocicletas. Estes resultaram em 4.849 feridos e 41 vítimas fatais (EPTC, 2013).
Tendo Porto Alegre sua população estimada em cerca de 1,4 milhões de habitantes em 2012, a
cidade teve 2,9 óbitos envolvendo motociclistas a cada 100 mil habitantes em 2012
(DATASUS, 2014a; IBGE, 2012).
4.2. Etapas de trabalho
Para a identificação de características de uso da motocicleta em Porto Alegre, foi elaborado
um questionário fechado. O questionário foi desenvolvido a partir do levantamento de
pesquisas semelhantes já realizadas na seção de referencial teórico. As questões mais
relevantes e aplicáveis à realidade brasileira foram selecionadas entre estas pesquisas para a
elaboração do questionário utilizado. De forma a verificar a adequação da ferramenta ao
público a que se destina e sua clareza, alguns questionários foram aplicados como piloto. Foi
possível então fazer as alterações necessárias ao instrumento de pesquisa, bem como
confirmar sua abrangência e adaptação aos objetivos deste trabalho.
Foi elaborada uma versão digital do questionário utilizado nesta pesquisa através da
ferramenta de Formulários no Google Drive. Para a aplicação, o link de acesso ao
questionário foi enviado por redes sociais e email a usuários de motocicletas, e divulgado em
fóruns de comercialização informal de motocicletas e peças. Também foram realizadas
aplicações presenciais do questionário utilizando tanto a versão digital quando uma versão
impressa, conforme ilustrado no Apêndice A. A aplicação do questionário foi realizada pela
própria autora deste trabalho. A coleta de respostas foi realizada entre os meses de março e
maio de 2014.
A estimativa do tamanho da amostra necessária foi obtida através do software Epi-info 7.0.
Conforme os valores obtidos para a população da cidade de Porto Alegre e o número de
motocicletas registradas na cidade, estabeleceu-se uma prevalência de uso de motocicletas em
5,6%. Ao se considerar um intervalo de confiança de 95% e um erro amostral de 5%, valores
tradicionalmente adotados na pesquisa acadêmica, obteve-se a exigência de 810 questionários
preenchidos. No entanto, devido a limitações na aplicação do questionário, a amostra adotada
foi conforme a disponibilidade de respostas.
Após a aplicação dos questionários, as respostas foram compiladas no programa Microsoft
Excel. Foram aplicados 75 questionários, dos quais 46 possuíam respostas válidas. Os demais
foram eliminados por não terem sido completamente preenchidos. Os dados obtidos foram
então organizados de forma a identificar padrões de perfil em usuários e características de
escolha e uso da motocicleta entre os entrevistados. A partir destas informações, foi possível
inferir a respeito de medidas necessárias para atuar sobre o crescimento do uso de
motocicletas.
5. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
A pesquisa apontou um perfil de usuário coerente com o encontrado na literatura, embora com
pequenas distorções devido à limitação da amostra. Os usuários são predominantemente
jovens, tendo 78% deles entre 18 e 35 anos. Cerca de 76% dos entrevistados possui pelo
menos ensino médio completo. Este número de entrevistados com elevado grau de instrução
provavelmente está relacionado à seleção da amostra e à aplicação do questionário por meios
digitais. Além disso, 82% afirmaram utilizar a motocicleta para se deslocar para o trabalho e
60% para fins de estudo. O uso de motocicleta para fins profissionais foi citado por apenas
9% dos entrevistados, o que também é consistente com os valores encontrados na literatura.
5.1. Substituição da motocicleta por outros modos de transporte
Conforme a Figura 1, há uma forte resistência entre os entrevistados para a substituição da
motocicleta pelo transporte público. Este posicionamento possivelmente está relacionado ao
fato de que cerca de 70% dos motociclistas abordados na pesquisa afirmaram que o transporte
público era seu principal modo de deslocamento antes que iniciassem a utilização de
motocicletas. Melhorias no serviço prestado foram fatores relevantes para uma grande parcela
dos entrevistados ao avaliar a substituição das motocicletas pelo transporte público. Ainda
assim, 63% dos entrevistados afirmaram que não substituiriam a motocicleta pelo transporte
público, independentemente das possíveis melhorias no mesmo.
Figura 1: Fatores que influenciariam a substituição das motocicletas pelo transporte público
A substituição do uso de motocicletas pelo uso de bicicletas se mostrou mais relacionada às
distâncias percorridas pelo usuário, à presença de infraestrutura adequada para o uso seguro
de bicicletas e ao interesse por uma melhor qualidade de vida, conforme mostrado na Figura
2. Ainda, os resultados da pesquisa indicam que há pouca relação entre esta mudança de modo
de transporte e alterações no preço do combustível. Entre as opções citadas como "Outros",
destacam-se a preocupação ecológica e o interesse na substituição após a aposentadoria.
Figura 2: Fatores que influenciariam a substituição das motocicletas por bicicletas
De forma similar, a substituição do uso de motocicletas pela adoção da caminhada como
principal meio de deslocamento se mostrou fortemente relacionada com as distâncias
percorridas pelo usuário. Todavia, a resistência para a troca entre estes meios de transporte se
mostrou maior para caminhadas do que para o uso de bicicleta, conforme visto na Figura 3.
63%
43%
37%
28%
26%
20%
13%
Não substituiria a moto por transporte público
Maior frequência
Maior confiabilidade nos horários
Maior conforto
Menor número de passageiros por veículo
Menor tarifa
Mais conveniência (proximidade das paradas)
Quais dos fatores a seguir fariam você considerar a substituição do uso de
motocicletas pelo uso de transporte público? (Múltipla escolha)
48%
48%
43%
30%
20%
11%
Menores distâncias percorridas
Melhor infraestrutura para bicicletas (ciclovias/ ciclofaixas)
Busca por prática mais saudável
Não substituiria a moto por bicicleta
Mais segurança pública
Aumento no preço do combustível
Quais dos fatores a seguir fariam você considerar a substituição do
uso de motocicletas pelo uso de bicicletas? (Múltipla escolha)
Figura 3: Fatores que influenciariam a substituição das motocicletas por caminhadas
5.2. Escolha da motocicleta como modo de transporte
Conforme ilustra a Figura 4, o principal fator citado para o início do uso de motocicletas
como modo de transporte, mencionado por mais de 80% dos entrevistados, foi o prazer
pessoal proporcionado pela condução do veículo. A forte subjetividade contida nesse fator
dificulta a argumentação com os usuários acerca das externalidades envolvidas no uso de
motocicletas. Nenhum dos entrevistados apontou a segurança em acidentes de trânsito como
um fator relevante para a escolha de motocicletas, e muitos questionaram a presença deste
item entre as alternativas, reforçando que o veículo não fornece segurança alguma a seus
usuários.
A adoção de motocicletas como meio de transporte urbano está também fortemente ligada aos
custos deste veículo, em um primeiro momento inferiores se comparados aos demais modos
de transporte. Além disso, a conveniência e flexibilidade proporcionadas, assim como a
facilidade para estacionar, também se mostraram fatores que aumentam a atratividade das
motocicletas. De acordo com 52% dos entrevistados, a insatisfação ou ausência de transporte
público também se mostra um importante fator na escolha de motocicletas.
54%
41%
33%
22%
15%
4%
Menores distâncias percorridas
Não substituiria a moto por caminhada
Busca por prática mais saudável
Mais segurança pública
Melhor infraestrutura para caminhada (calçadas)
Aumento no preço do combustível
Quais dos fatores a seguir fariam você considerar a substituição do uso de
motocicletas pelo deslocamento por caminhadas? (Múltipla escolha)
Figura 4: Motivos que influenciaram no uso da motocicleta como meio de transporte urbano
5.3. Segurança no trânsito relacionada ao uso da motocicleta
Cerca de 48% dos entrevistados afirmou ter sofrido algum tipo de acidente enquanto utilizava
motocicleta nos últimos três anos. Alguns dos entrevistados afirmaram já ter sofrido até cinco
acidentes ao utilizar a motocicleta. Não foram relatados períodos de internação devido a
acidentes superiores a uma semana. No entanto, foram identificados períodos de afastamento
profissional devido a acidentes de trânsito no uso da motocicleta de até dois anos.
Os tipos de acidente mais comuns foram a queda do veículo e colisão com automóveis, ambos
com 18% de ocorrência cada. No entanto, 45% dos motociclistas que participaram da
pesquisa afirmaram já ter sofrido tanto queda quanto colisão com automóvel. Muitos dos
entrevistavam não reportavam inicialmente quedas por julgarem não constituir um acidente de
trânsito. Esta informação revela que a percepção de segurança em motocicletas é distorcida,
visto que seu risco é percebido apenas na presença de outros envolvidos (sejam eles veículos
ou pedestres). O caráter de risco inerente ao veículo é desconsiderado como um fator de
segurança.
A prática de circulação do motociclista entre as filas formadas pelos demais veículos foi
classificada por 65% dos entrevistados como insegura. Como mostrado na Figura 5, a
percepção de segurança ao circular nos corredores virtuais em diferentes tipos de vias e em
horários com diferentes intensidades de tráfego mostrou valores semelhantes entre os usuários
que consideram ou não a prática segura, embora a percepção de falta de segurança sempre
tenha se mostrado superior. No entanto, a circulação em corredores virtuais próximo a
interseções foi considerada uma prática perigosa por 85% dos motociclistas entrevistados.
83%
76%
67%
65%
52%
35%
24%
20%
0%
Prazer pessoal
Custos
Conveniência/ flexibilidade
Facilidade para estacionar
Insatisfação/ ausência de transporte público
Longas distâncias percorridas
Conforto
Curtas distâncias percorridas
Segurança quanto a acidentes de trânsito
Por quais dos motivos a seguir você decidiu utilizar motocicletas? (Múltipla escolha)
Figura 5: Percepção de segurança na prática de circulação em corredores virtuais
O capacete é utilizado sempre por 96% dos entrevistados. A existência de um prazo de
validade para este equipamento de segurança é conhecida por 89% e respeitada por 61% dos
usuários de motocicleta que participaram da pesquisa, e a cinta jugular é ajustada
adequadamente por 93% dos motociclistas. Estes valores demonstram que o uso deste
equipamento de segurança se apresenta fortemente consolidada entre os usuários de
motocicleta em Porto Alegre.
Conforme ilustra a Figura 6, cerca de 43% dos entrevistados afirmaram que seu maior medo
caso se envolvam em um acidente é causar a morte de alguém, e 33% afirmaram que seu
maior medo é sofrer invalidez permanente. Causar a própria morte é o terceiro principal medo
dos motociclistas, e muitos dos entrevistados declaravam se responsabilizar por
consequências a sua própria segurança ao conduzir motocicletas, mas temer pela de terceiros.
35%41%
46%41%
48%
15%
65%59%
54%59%
52%
85%
Geral Horários de grande
movimento
Horários de pouco
movimento
Avenidas Ruas menos movimentadas
Próximo a interseções
Você considera seguro circular entre as filas formadas pelos outros
veículos nas condições a seguir?
Sim
Não
Figura 6: Principal medo dos motociclistas ao se envolverem em um acidente de trânsito
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aumento das distâncias percorridas em área urbana, aliada ao crescimento da frota e
consequente aumento nos congestionamentos, dentre outros fatores, colaborou para uma
maior atratividade da motocicleta como meio de transporte urbano. Todavia, a literatura
indica a insegurança relacionada ao uso de motocicletas, e sua utilização massiva se mostra
preocupante diante do cada vez maior número de acidentes de trânsito no Brasil e no mundo.
Este trabalho teve por objetivo compreender as características de uso de motocicleta na cidade
de Porto Alegre, de forma que se possa atuar na diminuição do uso destes veículos.
Para tanto, foi aplicado um questionário a usuários de motocicleta como meio de transporte
urbano na cidade de Porto Alegre. O levantamento indicou que a motocicleta começou a ser
utilizada por grande parte dos usuários principalmente pelos baixos custos envolvidos, pela
flexibilidade proporcionada e pela insatisfação com o transporte público. A substituição da
motocicleta por meios de transporte mais seguros, por sua vez, se mostrou relacionada a uma
melhoria na qualidade oferecida nos serviços de transporte coletivo e a menores distâncias
diárias percorridas, assim como melhor infraestrutura para meios de transporte não-
motorizados.
Tendo em vista a forte relação entre o uso de motocicletas e a ocorrência de acidentes, é
necessário que se atue sobre os fatores que influenciam a escolha e permanência em
motocicletas como meio de transporte urbano. A atuação sobre o uso de motocicletas, todavia,
encontra uma grande resistência em fatores subjetivos como o prazer pessoal relacionado a
sua condução. A solução, portanto, envolve forte conscientização dos atuais e possíveis
futuros usuários acerca dos riscos envolvidos na utilização da motocicleta, tanto na segurança
do próprio condutor quanto na dos demais usuários da via. Os motociclistas devem ser
orientados sobre o impacto em sua própria segurança das características próprias do veículo,
2%
43%
22%
33%
Com relação à segurança no trânsito, qual dos itens a seguir você
definiria como o seu maior medo caso você se envolva em um
acidente?
Atropelar alguém
Causar a morte de alguém
Causar a própria morte
Sofrer invalidez permanente
visto que estes riscos ainda são subestimados pelos usuários de motocicletas. O estudo revela
que a segurança de terceiros é o maior medo de motociclistas ao se envolverem em acidentes,
e esta informação deve ser utilizada no processo de conscientização destes usuários. Além
disso, devem ser oferecidas alternativas igualmente atrativas para deslocamentos diários em
meio urbano, o que inclui a qualificação do transporte coletivo e de infraestrutura que
favoreça deslocamentos por meios não motorizados.
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de agosto de 2013.
Apêndice A
Contar como criança todo morador com menos de 18 anos.
Por favor, informe marca, modelo, cilindradas e ano de fabricação.
As questões assinaladas com "►" só devem ser
preenchidas por aqueles que responderam "Sim" à
questão acima.
►
►
►
►
Caso tenha havido mais de uma internação, considerar a ocasião com
maior tempo de internação.
►
Caso tenha havido mais de um afastamento das atividades profissionais,
considerar a ocasião com maior tempo de afastamento.
Muito obrigada por sua colaboração!