caracterizaÇÃo fisico .. quÍmica da resina acrÍlica...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPiNAS
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS
CARACTERIZAÇÃO FISICO .. QUÍMICA DA
RESINA ACRÍLICA APLICADA NA A
ESTAMPARIA TEXTIL
Autor : João Batista Giordano
Orientador: Prof. Dr. João Sinézio de Carvalho Campos
Dissertação de Mestrado apresentada à
Faculdade de Engenharia Química como
parte dos requisitos exigidos para a
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Química.
Campinas -São Paulo
junho 2002
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP
G437c Giordano, João Batista
Caracterização fisico química da resina acrílica aplicada na estamparia têxtil I João Batista Giordano.-Campinas, SP: [s.n.], 2002.
Orientador: João Sinézio de Carvalho Campos. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Engenharia Química.
1. Viscosidade. 2. Íon hidrogênio - Concentração. 3. Radiação ultravioleta. 4. Temperatura. 5. Resina acrílica. I. Campos João Sinézio de Carvalho. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Química. III. Título.
Dissertação de Mestrado defendida por: João Batista Giordano e aprovada em: 28 de junho de
2002 pela banca examinadora constituída pelos doutores:
Prof. Dr.João Siné ·
Prof. Dr. Wagner dos Santos Oliveira
Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação de Mestrado em Engenharia Química.
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha esposa Edina e meus filhos Gabriela e Heitor, e, em especial meus pais, que sempre me apoiaram no estudo da química.
ii
Agradecimentos
O Departamento Têxtil da Faculdade de Tecnologia de Americana, pela
utilização dos laboratórios e pela autorização para participar do programa de
mestrado da UNICAMP.
Ao Departamento de Tecnologia de Polímeros da Faculdade de Engenharia
Química da UNICAMP, pela utilização dos laboratórios e equipamentos para
análises da resina.
A Indústria Joel Bertiê Ltda. de Americana, pelo fornecimento dos produtos
da resina.
A Sintequímica do Brasil, pelos catálogos das propriedades do produtos da
resina.
Ao Dr. João Sinézio de Carvalho Campos, orientador desta dissertação.
Aos técnicos do laboratório do departamento de polímeros, Henrique e
Rodolfo, pelas medidas feitas em TGA e DSC das resinas poliméricas.
Ao técnico do laboratório de uso comum (LUC) da FEQ, Dr. Luiz Carlos
Ferracin, pelas análises de tamanho de partículas dos pigmentos, microscopia
óptica e eletrônicas dos pigmentos e raio X dos pigmentos.
Aos alunos de iniciação científica, Priscila e Ricardo, que realizaram medidas
de pH e microscopia ópticas das resinas respectivamente.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para execução deste
trabalho.
Epígrafe
"Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tomará uma máquina indestrutível, mas não uma personalidade. É necessário que se adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto."
Albert Enstein
i v
Resumo
A estamparia têxtil com pigmento é um dos processos mais utilizados no setor de
têxtil devido sua facilidade de aplicação. Porém existem poucos conhecimentos científicos
a respeito do comportamento fisico químico das resinas utilizadas neste processo, que por
este motivo, muita vezes resulta em dúvidas a respeito da origem dos defeitos em tecidos
estampados, além de desperdícios ocasionados pelo manuseio indevido da resina.
O objetivo é estudar o comportamento fisico químico de resina de estamparia com
pigmento e os efeitos da temperatura e raios UV nas propriedades da resina. Através deste
estudo podemos determinar quais as melhores condições para obter-se um bom rendimento
da resina e sua durabilidade, bem como forma e condições de armazenamento, originando
desta forma menor custo de produção.
Neste trabalho foram utilizados os equipamentos: estufa para tratamento térmico;
gerador de raios ultravioleta: radiômetro para medida da intensidade de dose dos raios
ultravioleta; gerador de Raios-X: marca Philips, modelo X'Spert; microscópio Eletrônico:
marca Leica, modelo S440, pHmetro marca Micronal e reostato 2.1, Masterzise S, modelo
S-MAM5005
A resina é preparada, adicionando-se na seqüência o espessante, fixador, ligante e
0 amoníaco. Amostras de resina foram submetidas a tratamento térmico sob temperatura de
85 °C e durante tempo de 140 min.. Amostras também foram tratadas, durante tempos de
até 100 min. com Raios Ultravioleta (UV): variando a intensidade entre 1 W/cm2 e 50
W/cm2. Posteriormente foram submetidas ás medidas em raios-X e microscopia eletrônica.
Amostras de resinas foram pigmentadas e mediu-se o pH e viscosidade com a variação do
tempo e temperatura.
Os resultados mostram que: os raios ultra violeta atacam a resina mais que a
temperatura; a viscosidade aumenta no decorrer do tempo e apresenta discreta diminuição
com aumento de temperatura; pH diminui no decorrer do tempo e aumento de temperatura.
A partir dos resultados obtidos, conclui-se que: a resina deve ser armazenada em
recipientes fechados, evitar os raios UV, adicionar pigmentos apenas no momento de sua
utilização e ajustar o pH sempre que este diminuir.
Palavras-chave: Viscosidade, pH, raios UV, temperatura, resina
v
Abstract
It would print it textile with pigment is one of the processes more used in the
sector of textile due its easiness of application and also being able to be applied in any type
of fiber, however few scientific knowledge regarding the chemical physical behavior of
resins used in this process exist, that for this reason, many times results in doubts regarding
the origin of the defects printed fabrics, beyond of that wastefulnesses caused for the
improper manuscript of the resin.
Objective is to study the chemical physical resin behavior of would print with
pigment and the effect of the temperature and rays UV in the properties of the resin,
through this study we can determine which the best conditions to get a good income o f the
resin and its durability, as well as form and conditions of storage, originating :from this
lesser form production cost.
In this work they had been the equipment: greenhouse for thermal handling;
ultraviolet generator of rays:, radiometer for measure of the intensity of dose of the rays
ultraviolet; generator ofRaios-X: Philips mark, model X.Spert; electron microscope: Leica
mark, model S440, pHmetro micronal mark and rheostat 2, 1. The resin is prepared in
béquer, in which I contend water under agitation, adding itself in the sequence the
espessante, clamp, ligante and the ammonia.
Resin samples had been submitted the thermal handling under temperature of 85
OC and during time of 140 minutes. Samples had been also treated, during times of up to
100 minutes with Raios Ultravioleta (UV): varying the intensity between 1 W/cm2 and 50
W/cm2; Later they had been submitted ace measured in rays-X and electronic microscopy.
Resin samples had been pigmented and measured pH and viscosity with the variation of the
time and temperature.
The results show that: the rays extreme violet attack the resin more than the
temperature; viscosity magnifies in elapsing of the time and presents discrete reduction
with temperature increase; pH diminishes in elapsing of the time and increase of
temperature. From the gotten results, one concludes that: the resin must be stored in closed
containers, to prevent rays UV, to add pigments only at the moment of its use and to always
justify pH that this to diminish.
Word-key: Viscosity, pH, rays UV, temperature, resin
vi
Sumário
Dedicatória ............................................................................................................ .i
Agradecimentos .................................................................................................... .ii
Epígrafe .............................................................................................................. .
Resumo ................................................................................................................. .iv
Abstract .................................................................................................................. v
Sumário .................................................................................................................. vi
Nomenclatura ......................................................................................................... xiv
CAPÍTULO 1: Introdução ................................................................................... . 1
CAPÍTULO 11: Revisão da literatura ................................................................ 5
. 1. Formulação da resina ................................................................................ 5
. 1. 1. Espessantes .................................................................................. 5
.1.1.1. Comportamento reológico do espessante ......................... 7
.1.2. Ligante ......................................................................................... 7
.1.3. Fixador. ...................................................................................... 10
.1.4. Hidróxido de amônio ................................................................. l3
.1.5. Pigmentos .................................................................................. 13
.2. Viscosidade em resina de estamparia têxtil.. ......................................... 14
.2.1 Viscosidade de dispersões .......................................................... 17
.2.2. Funções viscosidades ................................................................. 17
.2.3. Fluídos não-newtonianos ........................................................... 18
vii
.2.4. Controle de viscosidade em resinas na estamparia têxtil.. ...... 19
. 3. Controle de ................................................................................. .
Cinética da polimerização por emulsão de resina acrílica ................... 21
.4.1. Grau de polimerização ............................................................. 24
.4.2. Números de partículas poliméricas .......................................... 25
.4.3. Emulsionantes .......................................................................... 27
.4.4. Mecanismo de formação de filme ............................................ 29
. 5 Degradação ............................................................................................ 31
.6. Cura por radiação ultravioleta .............................................................. 34
.6.1. Efeito da radiação em polímeros .............................................. 36
CAPÍTULO ID: Materiais e métodos .... ......................................................... 37
.1. Materiais ............................................................................................... 37
.1.1. Resina: preparação e ensaios ................................................... .3 7
.1.2. Pigmentos ................................................................................. 39
.2. Equipamentos e acessórios .................................................................. .40
CAPÍTULO IV. Resultados e discussões ....................................................... .42
.1. Medidas de viscosidade ...................................................................... .42
.2. Medidas de pH ..................................................................................... 44
.3. Efeito da temperatura e UV na resina polimérica ................................ .46
.4. Caracterização dos filmes da resina sob ação da Temperatura e UV .. .47
.4.1. Difração de raios-X. ................................................................ .47
.4.2. Microscopia óptica .................................................................. .49
.4.3. Microscopia eletrônica ............................................................ .49
.4.4. Análises térmicas ..................................................................... 52
viii
.5. Caracterização de pigmentos ............................................................... 54
.5.1. Microscopia óptica e eletrônica dos pigmentos ..................... 54
.5.2. Espalhamento de luz ................................................................ 59
.5.3. Difração de raios X dos pigmentos .......................................... 61
CAPÍTULO V: Condusões .............................................................................. 63
CAPÍTULO VI: Referências bibiiográficas .................................................. 64
Apêndices .......................................................................................................... 68
Lista de Abreviatura e/ou siglas e lista de símbolos
A= Área em cm2
C = Concentração molar
d = Separação dos cilindros em mm
d = distância interplanar em mm
dv =velocidade diferencial em cm/s
dx = espessura diferencial em !J..m
[E] = Concentração micelar do emulsionante moles/1
F =Força em Kgf
h = altura de líquido em contato com os cilindros em em
[I] = Concentração micelar molar
Kvisc = constante do viscosímetro = adimensional
K1 = Constante torcional do fio = adimensional
Ktr = Constante do agente transferência de cadeia = adimensional
K =Constante de polimerização valor entre (0,37 a 0,83) = adimensional
Kp = Constante de velocidade de propagação = adimensional
Ki = Constante = adimensional
N =Número de partículas poliméricas = 1013 a 1015 partículas por cm3
NA= Número de Avo grado 6, 02 X 1 O 23
R1 = Raio do cilindro interno em em
R2 = Raio do cilindro externo em em
r = Distância do eixo dos cilindros em em
R= raio dos 2 cilindros em em
R = raio médio de cada orifício em mm
rp =Velocidade da polimerização dentro da micela ativa
ix
X
R= Velocidade de iniciação em radicais/crn3/s
ri = Velocidade na qual um radical primário entra na partícula polirnérica =
radical I cm3/s
[RS] =Concentração molar de agente de transferência de cadeia
Rp =Velocidade de polimerização em radicalcrn3/s
v= velocidade de fluxo do viscosírnetro de Ostwald em crn/s
Xn= Grau de polimerização
a = Área interfacial ocupada por urna molécula do ernulsionante
y = Taxa de cisalhamento
viscosidade em centipoise, mPa. s
no= Viscosidade do solvente puro em rnPa.s
11 rel = viscosidade relativa em rnPa.s
f\esp = Viscosidade reduzida em rnPa. s
À = Comprimento de onda em nm
!..L = velocidade do aumento do volume da partícula polirnérica
v = Período médio de tempo entre as duas absorções de radicais primários numa
partícula polimérica
1t = 3.1416
e = Ângulo de incidência
p =Densidade do líquido em g/crn3
-c = Tensão de cisalhamento
-ro = Velocidade angular do cilindro externo em rotação
:l:rtr = Velocidade de todas as velocidade de transferência de cadeia
UV = Ultravioleta
R.P.M. =Rotações por minuto
Tg = temperatura de transição vítrea COC)
BHL = Balanço hidrofilico lipofilico
CMC = Concentração micelar critica
TMFF = Temperatura mínima de formação de filme
IR = Infra vermelho
DSC = Calorímetro Diferencial de Varredura
TGA = Análise termogravimétrica
MEV = Microscopia eletrônica de varredura
SEM = Scanning electron microscopy
MO = Microscopia óptica
xi
1
Capítulo I : Introdução
A aplicação de técnicas de estamparia com pigmentos, desde o seu surgimento,
vem progredindo de forma contínua e incessante. Nesse sentido é importante considerar
aspectos básicos sobre estas técnicas, tendo como principal motivo, auxiliar na solução de
problemas que possam surgir.
Atualmente a estamparia vem sendo realizada e orientada pela "experiência" que
em grande parte, tem substituído a investigação parâmetros que permitam controlar, com
exatidão tais processos de estamparia.
Na estamparia com pigmento existe alguns fatores que são fundamentais para se
obter um tecido de boa qualidade tais como: tipo de equipamento, espessura do filme
estampado, área estampada, viscosidade da resina, pH da resina e sobreposição da cores.
As principais vantagens deste tipo de estamparia são: baixo custo operacional,
processo rápido e fácil, aplicável em qualquer de tecido. No entanto a desvantagem desse
processo resulta num toque duro do tecido, principalmente se possuir uma grande área
estampada ou ainda sobreposições de cores. Apesar disso, acabamentos químicos e fisicos e
aditivos estão sendo pesquisados para diminuir essa deficiência.
É notável a crescente utilização de resinas poliméricas na indústria têxtil, no
entanto são poucos os estudos científicos-tecnológicos envolvidos, sobre a influência da
radiação ultravioleta e temperatura. Em geral os polímeros estão sob contínuo processo de
alteração, dos quais podem causar prejuízos na qualidade do material, perdendo
propriedades (degradação) e comprometendo seu uso.
Tipicamente as resinas poliméricas da indústria têxtil (denominada de pasta)
contém em sua formulação básica: água, ligante, espessante, amoníaco e fixador. São
preparadas de acordo com o tipo de aplicação, contendo ou não pigmentos e armazenadas
para posterior uso. Tais resinas são em geral específicas, pois além do tipo de tecido a ser
aplicado, dependem também do tipo de máquina para estampagem e uma das principais
propriedades destas resinas está determinada pela sua viscosidade. Sabe-se que, alterações
da viscosidade podem levar a perda de todo o material (tecido e pasta) chegando a sérios
prejuízos. Dentre as técnicas para controlar a viscosidade, mesmo sem saber em detalhes as
causas destas variações, comprova-se que a adição de amoníaco (hidróxido de amônio ),
mantendo-se o pH entre os valores 9 e 10, prolonga a vida da resina. Com objetivo de
2
elucidar a origem dos fenômenos de degradação e propor soluções, pesquisadores estão se
dedicando ao estudo das relações causa/efeito dos componentes poliméricos (fixador,
espessante, ligante, aditivos) na formulação da resina em função de diversos parâmetros,
como exemplo: temperatura, raios ultravioleta, umidade relativa e condições de
armazenagem das resinas.
Dentre os fenômenos causadores de degradações, destacam-se aqueles associados a
influência da radiação ultravioleta (UV) e temperatura. SINÉZIO (2000).
Os principais métodos de aplicação da resina na estamparia têxtil são: máquina a
quadro e máquina a cilindro. A figura 1 e 2 mostram respectivamente estes dois métodos. O
funcionamento das duas máquinas consiste na fixação do tecido sobre uma esteira e
aplicação da resina com pigmento nos quadros ou cilindros. Enquanto a máquina a quadro
o processo de estampagem não é contínuo (parada da esteira para aplicação da resina) a
máquina por cilindro o sistema é contínuo, destra forma este tipo de estampagem é mais
rápido do que com os quadros, entretanto as máquinas a cilindro tem como desvantagem de
apenas estampar desenho do tamanho do diâmetro do cilindro. Os dois métodos de
aplicação da resina segue ordem de cor, conforme desenho, ou seja, cada quadro ou cilindro
participa individualmente numa parte do desenho, assim num movimento sincronizado a
resina vai sendo depositada no tecido até que ao final da máquina obtém-se todo tecido
estampado. BONA (1981). ARAÚJO (1984).
Durante o processo de estamparia, devido a condições ambientais, principalmente
temperatura, podem ocorrer problemas tais como secagem dos quadros ou cilindros,
entupimento de bombas dosadoras de resina, que de certa forma prejudicam a
produtividade de uma estamparia, com paradas de produção para solucionar tais problemas.
Atento a estes problemas este trabalho tem como objetivo verificar as propriedades
das resinas, pH e viscosidade, em relação ao tempo e temperatura, as quais são parâmetros
decisivos no desempenho das resinas.
3
Figura 1: Máquina de estampar a quadro (plana)
4
Figura 2: Máquina de estampar rotativa
Nas estamparias existem muitas perdas de resina devido ao armazenamento e
formulações incorretas. Além da sobras de resinas serem descartadas após uso, pois no
processo de formulação há necessidade de preparar uma quantidade a mais de resinas para
estampar determinado lote de tecido. Assim sendo, este trabalho tem como objetivo
também caracterizar a resina e estudar a influência dos raios UV na degradação da resina e
influência dos pigmentos na viscosidade e pH.
5
Capítulo 11: Revisão da literatura
IT. 1. Formulação da resina
resina de estampar com pigmento é composta basicamente por: água,
espessante, ligante, hidróxido de amônio e fixador. Existem formulações de resina em que
se utilizam outras substâncias tais como: amaciantes, agentes higroscópicos,
antiespumantes, lubrificantes e outros. Estas substâncias são adicionadas para melhorar o
desempenho da resina no momento da operação em si, porém podem afetar a solidez do
pigmento e diminuir o tempo de vida útil da resina, interferindo na sua estabilidade.
CLÁUDIO (1996).
A resina é o agente que transporta e fixa o pigmento na superfície do tecido. Esta
resina necessita ter propriedades específicas quanto a sua aplicação, fixação e rendimento
no tecido. Para tal, é vital ter viscosidade adequada de tal modo a propiciar a cobertura e
rendimento tanto na quantidade quanto na qualidade do produto final. Um produto de boa
qualidade é aquele que apresenta toque macio e boa solidez (resistente a lavagem e uso).
Isto é conseguido através de formular adequadamente as proporções de ligante, espessante
e fixador. LEE (1981)
Atualmente, destacam-se na estamparia, a utilização de espessante em emulsão
inversa e ligantes a base de acrilatos o que tem dado bons rendimentos quanto a qualidade e
toque aos tecidos.
IT.l.l. Espessantes
Os espessantes são elementos da formulação que irão conferir viscosidade da
resina. Existem os espessantes convencionais que consistem de uma fase óleo (insolúvel em
água) emulsionada em meio aquoso. São chamados emulsões óleo em água (0/W).
TURNEY (1971). Estes tipos de espessantes estão em desuso, devido a imposição de leis
de proteção ambiental, pois estes tem como base solventes que são ambientalmente tóxicos.
Atualmente estão sendo largamente usados os espessantes de emulsão inversa, pois são
mais aceitáveis do que os convencionais.
Emulsão inversa, consiste de uma fase aquosa emulsionada em meio óleo. São as
emulsões água em óleo (yV/0). A figura 3 ilustra a diferença entre as emulsões
6
convencional e inversa. As principais vantagens dos processos em emulsão inversa são:
Rapidez no espessamento e facilidade no manuseio.
O mecanismo de espessamento de uma emulsão inversa proporc10na um
espessamento mais rápido do que os espessantes convencionais, que normalmente
requerem neutralização ou forte agitação por tempo prolongado.
As emulsões inversas possuem baixa viscosidade, o que facilita seu bombeamento,
pesagem e manuseio, reduzindo consideravelmente as perdas em relação a espessantes
convencionais (pó ou gel).
Alguns tipos de emulsão inversa não requerem neutralização (adição de amônia), o
que toma a sua aplicação mais fácil, rápida e agradável. Com o sistema de emulsão inversa
é possível se trabalhar com polímeros totalmente solúveis ~embora nem todas as emulsões
inversa apresentam essas características), o que permite obter maior desempenho na
estamparia, além de excelente compatibilidade em formulações a base de água com pretos e
castanhos (não gelatinação ).
Figura 3: Esquema de espessante de emulsão inversa
Nota-se em trabalhos práticos que as emulsões inversas melhoram as condições do
processo, pois consegue-se: definição de desenho pela menor deposição de resina e
possibilidade de se trabalhar com cilindros e quadros com orificios mais finos (não
entopem); maior velocidade; menor tempo de secagem; menor desgaste da máquina e maior
rendimento.
Emulsões inversas solúveis apresentam ainda igualização e brilho superiores às
emulsões inversas pouco solúveis, uma vez que a resina de estampar é muito mais
homogênea. V ANDERLEI (1995)
7
ll.l.l.l Comportamento reológico do espessante
A reologia estuda o comportamento de um fluido submetido a uma tensão. No
processo de estamparia, a tensão aplicada à resina de estampar, que ocasiona o seu
movimento, é a pressão e velocidade.
Sabemos que o comportamento das resinas de estampar deve ser pseudoplástico,
isto é, a medida que aumenta a taxa de cisalhamento da resina diminui a viscosidade e isto
é vantajoso. Ao lado deste fato, as resinas exibem tixotropia, ou seja, ao iniciar o
cisalhamento aplicado à resina, há uma diminuição gradativa da viscosidade com o tempo,
ao cessar o cisalhamento ela volta à sua viscosidade normal.
A pseudoplasticidade e a tixotropia, aliadas às características químicas da resina e
sua relação com o tecido (hidrofilidade, absorção e capilaridade), determinam a quantidade
de resina consumida e, portanto, características como o toque e definição do desenho.
É comum associarmos a qualidade do espessante à viscosidade. Pode-se verificar
por dados práticos, que nem sempre viscosidade mais alta garantem maior desempenho na
estamparia. Além disso, a análise do custo da resina sozinha é insuficiente para uma correta
avaliação do custo de produtos químicos em estamparia, no entanto deve-se levar em
consideração outros fatores tais como: energia, manutenção, auxiliares e mão-de-obra.
Os espessantes de emulsão inversa representam um importante avanço tecnológico
na estamparia com pigmentos. Com esse tipo de espessante, muitos problemas do
estampador estão minimizados, tais corno: controle de pH, de cilindros, toque, solidez,
igualização, brilho da cor, reprodutividade, possibilidade de estamparia em meshes finos e
pretos sem gelatinização. LEE (1981). V ANDERLEI (1995)
ll.1.2. Ligante
Forma película elástica, na qual se introduz o pigmento, para logo após aderir-se à
fibra, assegurando assim o pigmento sobre a mesma. Em muitos casos, porém, a película
confere à fibra um toque que não corresponda à sua natureza; isto se nota especialmente em
casos de tecidos finos ou muito volumosos.
Devemos observar o sistema completo pigmento-ligante quanto ao efeito sobre o
toque final dos materiais estampados, já que depende da proporção de pigmento!ligante.
Em geral, o ligante é responsável pelo rendimento da cor, da solidez à fricção em seco, da
8
solidez à lavagem e do toque suave. É possível então modificar o toque que se deseja de
acordo com a solidez à fricção necessária. GIORDANO (2000).
A solidez à lavagem depende das forças de adesão e da conversão química da
resina. A interpretação comum diz que a adesão resulta da atração entres os grupos polares
da resina e do substrato. Para obter uma boa adesão, alguns desses grupos devem estar
presentes tanto no tecido corno nas resinas.
Em princípio, todas as substâncias capazes de formar urna película podem ser
usadas corno ligantes, se bem que hoje em dia existam resinas sintéticas exclusivamente
desenvolvidas para cumprir essa função. Entre elas podemos encontrar produtos de
polimerização, policondensação e de poliadição.
A polimerização de rnonôrneros em água por meio do uso de radicais livres tem
tornado possível a obtenção de ligantes com propriedades específicas, além de ter forte
adesão com grande elasticidade. Em geral, essas resinas são chamadas de emulsões
acrílicas. Quando evapora a água ou o solvente contidos na resina depositada sobre o
material têxtil, fica uma película de resina sintética que deve ter assimilados em seu interior
os pigmentos presentes, mas não deve ser ter a propriedade de produzir reticulação durante
a etapa de secagem. Dessa forma evita-se o sujarnento das esteiras e a obstrução dos
quadros e cilindros, nesta etapa é fácil eliminar as manchas ou os entupimentos.
O ligante mais utilizado no mercado é urna substância formada de longas cadeias
macro moleculares que, quando depositada sobre o substrato têxtil, conjuntamente com o
pigmento, é capaz de formar urna estrutura tridimensional. A formação da estrutura
tridimensional se completa durante o processo de fixação, quando se obtém condições
apropriadas para que isso aconteça, ou seja: calor seco e uma mudança de pH do meio. Tais
condições favorecem sua reação com outros produtos capazes de formar filme
tridirnensionalrnente com o pigmento.
O grau do filme tridimensional deve ser limitado para impedir que as macro
moléculas se tornem rígidas e percam sua elasticidade. O critério principal em tudo isso é
assegurar-se de que o pigmento depositado na película do ligante seja resistente ao uso e a
lavagem.
Antigamente eram empregados alguns tipos de látex reativos de estireno
butadieno, principalmente com pequenas adições de polímeros nitrílicos. Com a introdução
9
da máquinas de estampar, eram requeridos sistemas especiais aquosos ou de baixo
conteúdo de solventes. Esses sistemas empregavam mescla de não iônicas de ésteres
acrílicos e nitrilos estabilizados. O alto custo dos monômeros de estireno-butadieno e
dificuldade para estabilizá-lo em sistemas não iônicos fizeram com que a indústria têxtil se
esquecesse do estireno-butadieno que possuía um toque suave, com boa solidez à fricção
em úmido e em seco, de bom rendimento tintorial, mas de baixa solidez a lavagem
Os nitrilos, à base de acrilonitrilos, produzem compostos de excelentes resistência
aos solventes e boa solidez à fricção. Por outro lado, eles amarelam com a temperatura,
além disso, são caros e suspeitos de serem cancerigenos.
Os monôrneros acrílicos são os mais utilizados atualmente. Eles podem ser
utilizados em máquinas de estampar, não amarelam e são compatíveis com todos os
pigmentos coloridos e brancos, além de possuírem um boa resistência ao uso, entretanto,
proporcionam um toque mais áspero e inferior solidez a :fricção se comparadas ao látex de
estireno-butadieno. KULKARN1 (1986)
Os ligantes resínicos atuais são polímeros de adição, preferencialmente
copolímeros, do tipo:
CH2 -CH - CH2 -CH -CH2 - CH - CH2 - CH I I I I
CO CO CO CN
I I I 0-C4Hg Q-C4H9 O-C4H9
Copolímero de 3 moles de acrilato de butilo e 1 mol de acrilonitrilo.
A técnica empregada para sua fabricação é a de polimerização em emulsão, que
resulta em um produto com 40-50% de sólidos. Isso significa que existem 40-50% de
fixador resínico sólido disperso na água, com aparência leitosa. Dependendo das
propriedades requeridas na película resínica: suavidade, elasticidade, plasticidade,
estabilidade aos solventes e solidez à luz e aos solventes, selecionam-se os ingredientes
monoméricos para fabricar a dispersão.
Durante a polimerização em emulsão, os monômeros selecionados entre cloreto de
vinila, ácido acrílico, ácido metacrílico, acril amida, acrilonitrilo, ésteres do ácido acrílico,
10
ésteres e ésteres vinílicos, estireno e diolefinas são dispersados em água com a ajuda de um
tensoativo e estimulados a polimerizar-se por ação de um iniciador ou catalisador.
O catalisador gera um radical livre, por uma reação de redox, o qual é adicionado
ao monômero para transferir-lhe sua carga e conferir a capacidade de acumular um
número maior de monômeros para ir formando a macro-molécula. Essa reação de
crescimento é terminada por uma combinação entre duas macro-moléculas com radicais
livre ou macro molécula para sua ramificação.
O tamanho das partículas dispersadas de macro-moléculas ou polímeros é
determinado principalmente pelo tipo de concentração do tensoativo presente na
polimerização que, para produtos mecanicamente estáveis, deve estar na região dos 120-
300nm.
A formação da película, a partir da resina dispersada durante a secagem dos
estampados, contém duas etapas: a floculação ou coagulação, e a coalescência. Durante a
floculação, água e os tensoativos são removidos da resina por evaporação. Os sólidos que
permanecem se coagulam para formar uma capa de pequenas bolinhas gelatinosas que
possuem baixas propriedades adesivas e quase nenhuma solidez.
Se as propriedades de dispersão dessas partículas são altas, elas podem ser
redispersadas até sua condição original com uma simples adição de água. Em seguida, as
partículas gelatinosas se expandem para juntarem-se em uma película contínua. A
temperatura na qual se forma a película depende da constituição química da resina, porém,
no caso de estampados, esta fica em tomo de 5°C.
A velocidade na qual se forma a película depende da variação do tamanho da
partícula; polibutilacrilato, por exemplo, pode formar películas a 0°C, enquanto que o mais
polar poliacrilonitrilo, possui propriedade baixa de formação de película, mesmo em
temperaturas maiores. Para o estampado, essa classe de película necessitará ser amaciada
por meio de copolimerização com burilacrilato. MIRKO (1996).
II.1.3. Fixador
Confere a resina elasticidade e a melhor adesão da película .
11
A reação de ligação deve ser através de ligações covalentes insensíveis à hidrólise
ocasionada por banhos de lavagem, suor, atmosferas industriais etc.. Além disso, essa
reação deve ser ativada durante a fixação.
reação mais simples é a condensação entre grupos funcionais carboxílicos e
hidroxílicos que constituem as macro-moléculas poliméricas do ligante. A desvantagem
principal dessa reação é que ela requer altas temperaturas em meio ácido, condições que
aumenta os riscos de amarelamento da película e de hidrólise do recém formada ligação
éster.
Os compostos resultantes de qualquer das duas reações são relativamente sólidos a
hidrólise. O equilíbrio da reação requer a eliminação da água do sistema através de sua
evaporação com ar quente. Recomenda-se temperaturas superiores a 140 oc_ O melhor
meio de fixação é o ar quente. LEE (1981).
Os compostos preferidos são os ésteres metilico, desde tetra até hexametilol
melamina. Essas melaminas atuam principalmente como agentes adesivos entre o ligante e
o suporte têxtil e também contribuem para a ligação superficial do ligante. Sua reação com
os grupos hidróxilos da emulsão aquosa dos espessantes e com os grupos dispersantes não
iônicos a base de poliglicol éteres também diminuem o inchamento da película e melhoram
a solidez úmida dos estampados.
Devido a alta porcentagem de grupos polares no ligante, os agentes fixadores
externos formam matizes rígidas inextensíveis após realizada a reação e endurecem o toque
do estampado mais que o ligante por si só. Por esse motivo, são empregadas somente
quantidades relativamente pequenas, aproximadamente 10% em relação à quantidade de
ligante.
As resmas melamínicas são importantes como agentes reticulantes de tintas
diluídas com água; as primeiras resinas melamínicas solúveis ou dispersáveis em água
foram desenvolvidas visando o seu uso nas indústrias têxteis e de adesivos.
Eram preparadas através da reação com formol aquoso em meio alcalino em urna
reação molar de 4:1; após a dissolução da melamina (indicando que a hidroxi-metilação
havia ocorrido) a mistura era aquecida por um curto intervalo de tempo a fim de se conseguir
um pequeno grau de polimerização. O' HARA (1987).
12
Estrutura típica de uma resina rnelamínica solúvel em água e usada na indústria
têxtil: CH:z0CH3 CH20H H H
~ N ~ I N I H / ""--c-::/ ""-- / "-.... ../ N""-- 1' ""- N,
C H2c C c/ 'Cf120H I li I 11 N N N '0c / '::-c/ N
I I N N
HOH2C / ""-CH20H H/ ""- CH20H
Esta resina cura facilmente com outros polímeros solúveis em água e é adequada
para tintas aquosas. Entretanto, o sistema tem uma instabilidade pronunciada devido à
estrutura da resina melamínica.
Os desenvolvimentos tecnológicos objetivando sanar tal inconveniente resultam
nas chamadas resinas melamínicas monornéricas, das quais a hexametoxi-metil-melamina é o
exemplo mais significativo.
Foram feitas três importantes mudanças na forma de preparar as tradicionais
resinas melamínicas para indústria têxtil, visando o desenvolvimento dos tipos adequados
para tintas aquosas:
A relação molar formol-melamina foi aumentada para 6:1, de tal forma que há
formação de 6 grupos metilo~ não havendo, portanto, nenhum hidrogênio reativo.
A hexametilo-melamina é eterificada com metano!, formando os grupos metoxila que
ainda conferem solubilidade aquosa à resina quando em presença de pequenas
quantidades de álcool.
O peso molecular da resina é controlado no menor nível possível através da escolha das
adições favoráveis à eterificação e desfavoráveis à polimerização.
13
Uma outra característica importante desta resina é que são também apropriadas para
formulação de tintas de altos sólidos solúveis em solventes usuais, pois além de
apresentarem sólidos elevados (90% a 100% ), são compatíveis com as resinas-bases e com
os solventes usados na tecnologia de altos sólidos. SAUNDERS (1988).
Devido a liberação de formol estes fixadores não são empregados em artigos
destinados ao comércio exterior.
ll.1.4. Hidróxido de amônio
Na formulação da resina é adicionado o hidróxido de amônio para ajustar o pH na
faixa entre 9 a 1 O. Este pH básico é utilizado devido ao fato que o ligante inicia a
polimerização em pH ácido ( 4,5 a 5), desta forma aumenta-se o pH com hidróxido de
amônio, sendo este uma base volátil, no momento da impressão o pH da resina será o
suficiente para o ligante não polimerizar sobre a matriz (quadro ou cilindro). Após a
aplicação da resina na superficie têxtil, o hidróxido de amônio evapora-se com aumento de
temperatura, atingindo níveis ideais para a polimerização do ligante. ERiffiARDT (1975)
ll.l.S. Pigmentos
São compostos principalmente orgânicos, coloridos e insolúveis em água que
necessitam ser desintegrados em um moinho, conjuntamente com tensoativo apropriado, até
alcançar um tamanho médio de O, 1 a 3, O micras. Se o moinho não alcançar partículas
suficientemente finas, o resultado é uma estampado opaco; se, ao contrário, as partículas
forem demasiadamente finas, perde-se a cobertura e intensidade de cor.
Apresentam-se na forma de cristais das mais variadas formas, porém, normalmente
na forma de pequenas agulhas. Esses pequenos cristais (cristais primários na ordem de
tamanho de 0,05 a O, 1 ~-tm), devido à sua alta energia superficial e as condições ambientais
como umidade, impurezas, cargas elétricas, etc., não se apresentam isoladamente, porém
em associações (visando baixar a energia superficial), que podem ser dos tipos agregados
ou aglomerados.
Todos os pigmentos orgânicos apresentam na sua estrutura química grupamentos
chamados cromóforos, que são os responsáveis pelo fenômeno cor. Apresentam ainda
grupamentos chamados auxocromos que são aqueles que modificam e/ou intensificam as
propriedades de cor como a intensidade e tonalidade.
14
As propriedades técnicas de aplicação dos pigmentos orgânicos estão diretamente
relacionadas com as característica de sua estrutura química e também do seu estado fisico,
ou seja, dos cristais de pigmento (sua forma, tamanho, tratamento fisico e químico durante
a fabricação, etc.), e por isso a definição do tipo de pigmento a ser usado em cada caso deve
levar em consideração essas características fisico-químicas ao lado das propriedades de cor.
O rendimento de cor é uma das necessidade que se deve atingir na estamparia com
pigmentos. Em geral, as resinas de emulsões possuem o que se chama de "poder de
rendimento", pois controlam a excessiva penetração e, de alguma maneira, ajudam no bom
rendimento da cor. Nesse aspecto, o grau de dispersão e floculação do pigmento tem um
grande efeito sobre o rendimento da cor; por isso, a maioria dos pigmentos adequados à
estamparia têxtil deve ter tamanho de partícula em torno de O, 1 a 1,0 mícron, já que esta é a
faixa onde os fatores como brilho, solidez à luz, afinidade, solubilidade e rendimento de cor
podem ser obtidos em seus máximos valores.
Como o pigmento é o coração do mecamsmo de absorção-reflexão, é muito
importante que o mesmo esteja bem dispersado e que se mantenha assim. O fabricante de
pigmentos sabe como modificá-los até um certo grau, para acondicioná-lo em sua
aplicação, segundo os sistemas aquoso ou com solventes. Para que o estampado tenha um
bom rendimento de cor, o pigmento deve apresentar uma superficie a mais contínua
possível, de maneira que a luz que incida sobre ela mostre a reflexão do comprimento de
onda desejado e de forma eficaz. Isso significa também que o pigmento deve estar bem
disperso na resina.
A obtenção de rendimento de cor pleno depende dos concentrados de cor, que
devem estar bem formulados e dispersos, assim como da forma em que se prepara o
espessante e sua posterior mistura com os demais componentes da resina. BIRD (1975).
ll.2. Viscosidade em resinas para estamparia têxtil
A viscosidade de um liquido mede a sua resistência interna ao movimento. A
viscosidade é newtoniana quando a força de cisalhamento por unidade de área, 1:, entre dois
planos paralelos de um liquido em movimento relativo for proporcional ao gradiente de
velocidade dv/dx entre os planos, isto é 1: = 11 . dv/dx, onde 11 é o coeficiente de
viscosidade. A dimensão de 11 é, portanto:
15
(massa) . (comprimento) -1 . (tempo) -1
.
Para maior parte dos líquidos 11 é uma quantidade bem definida (a uma certa
temperatura e pressão) independente de 't e dv/dx, desde que o fluxo seja laminar ou
newtoniano. Para muitas soluções e dispersões, especialmente se forem concentradas e/ou
contiverem partículas assimétricas, observam-se desvios do fluxo newtoniano. As principais
causas do fluxo não-newtoniano são: a formação de uma estrutura através do sistema e a
orientação de partículas assimétricas. BILLMEYER (1984).
Matematicamente:
(taxa de cisalhamento)
r= dv (velocidade diferencial) dx (espessura diferencial)
Viscosidade
T7 = FIA dvldx
(tensão de cisalhamento)
Força! área A
Para o estudo do fluxo de líquido não-newtoniano são bastante úteis viscosímetros
de cilindros concêntricos e de cone e placa.
No primeiro desses métodos atinge-se uma velocidade de cisalhamento
aproximadamente uniforme através de toda a amostra, criando-se, por forças tangenciais,
um filme delgado de líquido entre dois cilindros concêntricos. O cilindro externo pode girar
a uma velocidade constante, e a tensão de cisalhamento pode então ser medida em termos
da deflexão do cilindro interno, suspenso por um fio de torção.
A uma distância r do eixo dos cilindros vale:
r= dv = 2 w __ IIl_'? __
dr JIR/- 1/R}
onde, m é a velocidade angular do cilindro externo em rotação e R1 e Rz os raios
dos cilindros interno e externo respectivamente.
Como R1 e Rz diferentes entre si, a velocidade de cisalhamento será conhecida
através da rotação. A expressão acima pode ser simplificada para:
r= dv = wR -ar a
onde, d é a separação entre os cilindros e R o raio dos dois cilindros.
A resistência sobre o cilindro interno é .e . R, onde Kt é a constante torcional
fio, e e é a deflexão angular do cilindro.
16
Essa força é exercida sobre uma área 2n:Rh, onde h é altura de líquido em contato
com os cilindros, portanto:
ou
TJ = KviscBd 27rhwR
onde Kvisc é uma constante do aparelho (obtida usualmente pela calibração com
um líquido de viscosidade conhecida).
Fio de torção
Viscosímetro de cone e placa
Viscosímetro de cilindros concêntricos
Figura 4: Viscosímetro de cilindro concêntricos e de cone e placa
Viscosírnetro de cone e placa permitem manter constante a taxa de cisalhamento
em toda a amostra.
17
Esses equipamentos são muito úteis quando se deseja conhecer a viscosidade em
situações especiais de determinados trabalhos com tintas, por exemplo, a pré-mistura,
moagem, homogeneização e outros.
Ao promovermos a mistura de um sólido em um líquido pode acontecer uma
destas três situações:
a) Se as forças de atração entre as moléculas do sólido e as do líquido forem menores que
as do sólido, o líquido somente atuará separando as partículas sólidas umas da outras.
Tais partículas, compostas por centenas, milhares ou milhões de moléculas, estarão
dispersas na fase líquida durante o trabalho de agitação. A suspensão será interrompida
dando lugar à sedimentação durante o repouso;
b) Havendo atração forte entre as partículas do sólido e do líquido, ocorrerá a umectação
com penetração do líquido na estrutura sólida podendo até ocorrer o desprendimento de
partículas sólidas menores para o meio líquido restante;
c) Pode ocorrer uma reação química. P AINTER (1988)
IT.2.1. Viscosidade de dispersões
Se tivermos uma situação caracterizada pela suspensão ou dispersão do sólido no
meio líquido, havemos de considerar a distribuição dos tamanhos de partículas sólidas no
sistema e, se essas partículas estiverem na faixa de lnm (nanômetro) e 1 J.im (micro metro),
estaremos diante de um sistema coloidal.
Na preparação de resinas de estamparia são empregados diversos pigmentos e
cargas cujos tamanhos de partícula se enquadram nessa faixa, o que faz com que estejamos
sempre lidando com sistemas coloidais ao invés de dispersões.
Em estados coloidais, a forma e flexibilidade das partículas e as possíveis
interações partícula/partícula, solvente/partícula são os grandes responsáveis pela natureza
e, como podemos perceber na seqüência, os grandes responsáveis pelas propriedades
reológicas. DUNCAN (1975)
ll.2.2. Funções viscosidade
Quando uma partícula coloidal é dispersa em meio líquido, o fluxo desse líquido
sofre perturbação e a viscosidade será maior que a do líquido puro. O problema de
relacionar as viscosidades de dispersões coloidais (especialmente das diluídas) com a
18
natureza das partículas dispersas tem sido objeto de muitos trabalhos experimentais e de
considerações teóricas. Em relação a este problema, os aumentos de viscosidade têm um
significado mais importante do que as viscosidades absolutas.
Definem-se as seguintes funções da viscosidade:
T)o = Viscosidade do solvente puro (meio de dispersão puro)
11 = Viscosidade da solução (da dispersão)
Tirei = T)IT)o = Viscosidade relativa (quociente de viscosidade)
llesp = Tirei -1 = Aumento específico de viscosidade (aumento do quociente de
viscosidade)
[ 11] = lim T)esp /C = lim 11 C In Tirei
llr I C= llesp =Viscosidade reduzida (número de viscosidade)
Observando as expressões acima, verificamos que a viscosidade reduzida e a
viscosidade intrínseca apresentam como unidade o reciproco da concentração (l/C).
Contudo, considerando forma das partículas e solvatação, é costume exprimir a
concentração em termos de fração de volume <P das partículas (volume das
partículas/volume total), e as correspondentes viscosidades reduzidas e intrínseca passam a
ser quantidades adimensionais. HARRY (1990).
ll.2.3. Fluídos não-newtonianos
Poucos líquidos apresentam comportamento newtoniano ou ideal. Alguns
exemplos de líquidos perfeitos ou quase perfeitos, incluem a água, solventes, óleos
minerais e poucas soluções de resinas.
Pseudo plástico
Pertencem a este grupo os líquidos cuja viscosidade aparente tende a diminuir à
medida que se aumenta progressivamente a taxa de cisalhamento aplicada.
Várias podem ser as causas desse fenômeno:
Se um sistema em estudo ocorrer agregação de partículas, então um aumento da
taxa de cisalhamento tenderá a provocar um fracionamento dos agregados, diminuindo,
assim, a viscosidade aparente do sistema.
19
Muitas resinas apresentam pseudoplasticidade. Soluções de resina termoplástica e
emulsões costumam apresentar este comportamento.
Plasticidade e valor de escoamento
A plasticidade pode ser confundida coma pseudoplasticidade, exceto pelo fato de
que, neste caso, a tinta irá fluir quando a tensão de cisalharnento aplicada chegar a
ultrapassar um valor mínimo. Essa tensão de cisalhamento mínima recebe o nome de valor
de escoamento.
A plasticidade ocorre como resultante de um retículo estrutural que tem de ser
rompido para permitir algum fluxo. Corno exemplo de dispersões plásticas temos massas de
modelagem, algumas argilas e certas dispersões de pigmentos. Dispersões de negros de
fumo em vários veículos adquirem valor de escoamento após permanecerem em repouso.
Dilatantes
O aumento da viscosidade com o aumento da taxa de cisalhamento caracteriza um
líquido dilatante.
Esse aumento da viscosidade com o cisalhamento aparece particularmente em
resmas de partículas densamente empacotadas. À medida que aumenta a taxa de
cisalhamento, esse empacotamento sofre quebra, permitindo que as partículas se movam
uma em relação às outras. A expansão resultante faz com que o líquido seja insuficiente
para preencher os vazios; a essa expansão se opõem forças de tensão superficial.
A dilatância é especialmente útil para as dispersões, vistos que este
comportamento garante o fluxo laminar durante a operação de dispersão.
A dilatância excessiva, porém, prejudica as operações de bombeamento das
resinas. SHAH (1984).
11.2.4. Controle de viscosidade em resinas acrílicas na estamparia têxtil
Somente colocando-se em prática um controle adequado dos diferentes parâmetros
envolvidos nos processos de estamparia têxtil é possível obter êxíto na aplicação da
tecnologia de formulação computadorizada de receitas de cores estampada e de métodos de
previsão de consumo de resinas, visando melhor aproveitamento de sobras.
20
Parâmetros processuais como velocidade e a pressão de estampagem, mesh da tela
ou cilindro usado, o tempo e a temperatura de secagem das estampas, entre outros, e
algumas propriedades das resina de estamparia, tais como ao viscosidade e a tensão
superficial, apresentam significativa influência na cor dos artigos têxteis estampados. A
viscosidade exerce influência também sobre a qualidade e o custo dos produtos estampados
e está relacionada à definição dos desenhos estampados e ao consumo de resinas. Isso torna
o controle desse parâmetro fundamental em qualquer estamparia têxtil, mesmo naquelas
ainda não usuária de formulação instrumental de receita de cores.
Viscosidade muito baixa das resinas utilizadas leva uma penetração e a uma
migração excessiva das mesmas no substrato têxtil, afetando a qualidade dos artigos
estampados ao gerar falta de uniformidade e prejuízos à definição dos desenhos. Uma
excessiva penetração da resinas no substrato têxtil, gerada pela baixa viscosidade das
mesmas, leva também a um consumo excessivo destas, fazendo crescer assim o custo dos
produtos finais. Por outro lado, se a viscosidade for muito alta, necessita-se maior pressão
das réguas e lâminas, podendo acarretar falhas de estampa por falta de penetração da resina,
além de "forçar" os equipamentos a trabalharem com pressão mais alta e velocidade
menores.
Variações de viscosidade causam variações de cor ao longo de um mesmo lote de
produção de um desenho. Como é difícil se prever com exatidão a quantidade de resina
necessária para completa estampagem de um lote de produção, muitas vezes torna-se
necessário preparar uma nova partida de resina no meio do lote, originando diferenças de
cor entre o início e final deste. Na maioria dos casos são gerados grandes volumes de
sobras de resinas, que são descartados em boa parte das empresas, causando sérios
desperdícios.
Uma metodologia adequada para o controle de viscosidade das resmas de
estamparia têxtil somente pode ser proposta quando se conhece muito bem o
comportamento reológico das formulações de resinas utilizadas. Essa metodologia deve-se
mostrar capaz de correlacionar de maneira adequada com a viscosidade das resinas, a
penetração e a migração das mesmas no substrato têxtil, seu consumo e as variações de cor
geradas.
21
A escolha de uma metodologia adequada para o controle de viscosidade de uma
resina de estamparia têxtil deve ser seguido de quatro passos descritos abaixo:
1) Determinar o comportamento reológico da resina, ou seja, estabelecer a variação da sua
viscosidade de acordo com a variação do esforço mecânico aplicados sobre a mesma;
2) Avaliação da influência de fatores externos como tempo e temperatura sobre a
viscosidade da resina;
3) Estimativa das taxas de cisalhamento (parâmetro que define as condições de esforço
aplicadas sobre a resina durante o processo de estampagem empregado);
4) Seleção de viscosímetros mais adequados para medição da resina. CLÁUDIO (1996)
IT.3. Controle pH
O controle de pH da resina de estampar com pigmento deve ser muito bem
executado, pois ao contrário tem-se entupimentos da tela ou cilindros, devido a pré
polimerização das resina. O pH da resina deve estar em tomo de 8 a 10. O ajuste é feito
com hidróxido de amônio, pois sendo ele um alcali volátil, será fácil eliminá-lo do sistema
para obter-se o pH ácido o suficiente para a polimerização. Porém as resinas quando
armazenadas por longos períodos é necessário o ajuste de pH. ARAUJO (1984).
IT.4.Cinética de polimerização por emulsão de resina acrílica
Os cientistas Smith e Ewart desenvolveram um modelo teórico da polimerização
por emulsão que possibilita a dedução de expressões para quantificar a cinética dessa forma
de polimerização, esse pesquisadores basearam-se na intepretação qualitativa elaborada por
H. Fikentscher. ODIAN (1991).
Há dois tipos fundamentais de iniciadores: solúveis ou insolúveis em água. O
mecanismo da polimerização por emulsão quando se usam iniciadores insolúveis em água e
solúveis no monômeros é similar ao da polimerização em massa (bulk), pois ocorre na fàse
aquosa devido ao efeito do emulsionante sobre o radical respectivo. Os iniciadores
insolúveis em água praticamente não são usados na obtenção de emulsões, pelo menos não
como única fonte formadora de radicais; em alguns casos são usadas combinações de
iniciadores insolúveis e solúveis em água.
22
Os radicais formados na decomposição do iniciador devem ter estabilidade
suficiente para permitir a sua difusão para dentro da micela ativa ou para o interior das
partículas poliméricas antes da possibilidade de ocorrer o acoplamento com outro radical na
fase aquosa, provocando a terminação prematura; quando este radical reage com o
monômero disperso em água o novo radical formado também deverá ter estabilidade
suficiente para migrar para dentro da micela ativa ou partícula polimérica onde realmente
ocorre a polimerização.
Admite-se, que quando as micelas não ativa tiverem desaparecido, o número de
partículas poliméricas permanecerá constante; as micelas não ativas fornecem emulsionante
para estabilizar as partículas poliméricas em crescimento. ODIAN (1991).
O mecanismo de polimerização considera que o radical formado no meio aquoso
pela decomposição do iniciador migra para o interior da micela ativa onde inicia a
polimerização, de forma similar á de qualquer polimerização em cadeia através de radicais
livres.
(1)
rp : velocidade da polimerização dentro da micela ativa ou da partícula polimérica
Kp : constante de velocidade de propagação
[M] : concentração do monômero dentro da micela ou da partícula polimérica.
O monômero necessário para a propagação da cadeia em crescimento encontra-se
no interior das micelas ativas ou das partículas poliméricas.
É importante observar que a entrada de um segundo radical livre na partícula
polimérica ou micela ativa provoca imediatamente uma terminação bimolecular, pois reage
instantaneamente com o macro radical resultante da polimerização iniciada pelo primeiro
radical. Pode-se considerar, portanto, que em uma partícula polimérica ou existe um só
radical ou nenhum, o que significa que é praticamente impossível a existência de dois ou
mais radicais simultaneamente no seu interior (o termo radical refere-se ao radical livre
obtido na decomposição do iniciador e a cadeia em crescimento).
23
Uma cadeia em crescimento existente no interior de uma partícula polimérica não
pode reagir com outra similar exístente no interior de outra partícula, porque a camada de
emulsionante existentes em cada uma dessas partículas atua como um separador entre elas.
Qualquer partícula polimérica passa por esses ciclos de atividade e inatividade
química, de tal forma que durante a metade do tempo de processo a polimerização
permanece ativa (somatória dos períodos de inatividade). Isto significa que o número de
radicais (cadeia em crescimento) existentes no sistema é metade do número de partículas
poliméricas; nestas condições a velocidade de polimerização por cm3 da fase aquosa é a
soma das velocidades de polimerização exístentes em N/2 partículas poliméricas.
Rp = NK.p[M} I 2 moléculas/cm3/ s (2)
A velocidade de polimerização pode ser expressa em termos molares se esta
expressão for dividida pelo número de Avogrado (NA).
Rp = NK.p [M} I 2 NA moles /cm3 s (3)
Estas expressões mostram que a velocidade de polimerização em emulsão é
diretamente proporcional ao número de partículas; este número pode ser determinado
experimentalmente através de diferentes técnicas, como microscopia eletrônica ou
sedimentação.
Outra observação importante é independência direta da velocidade de
polimerização da velocidade de geração de radicais livres (Ri). É evidente que este fato é
verdadeiro enquanto houver a geração de radicais livres, pois a sua interrupção inativa a
polimerização e, por conseguinte, sua velocidade passa a ser nula. O aumento na velocidade
de geração de radicais livres (Ri) resulta apenas na alteração da velocidade da ocorrência do
ciclo ativo inativo das partículas poliméricas.
A dependência direta da velocidade de polimerização do número de partículas
poliméricas faz com que dependa também da quantidade e tipo de emulsionante, já que este
fato altera notadamente o valor de N.
Quando o número de micela se toma constante, a velocidade de polimerização é
linear com relação ao tempo enquanto houver excesso de gotas de monômero; à medida que
a polimerização prossegue, há um decréscimo da velocidade de polimerização quando é
24
atingido um alto grau de conversão, pois nesta situação o valor [M] decresce. ODIAN
(1991)
II.4.1. Grau de Polimerização
O grau de polimerização médio numérico (Xn ) na polimerização em emulsão
pode ser obtido considerando-se o que acontece em uma única partícula polimérica; sendo
N =número de partículas poliméricas contidas em lcm3 de emulsão e R a velocidade de
formação de radicais livres (radicais primários) e que é expressa em número de radicais
formados por segundo e por cm3 de emulsão, a freqüência com que uma partícula capta
radicais iniciadores por segundo é:
r1 =R,!N (4)
Esta expressão é a velocidade (r;) na qual um radical primário entra na partícula
polimérica.
v=N I R, (5)
A equação (5), que é o inverso da equação (4), representa o periodo médio de
tempo entre as duas absorções de radicais primários numa partícula polimérica.
Por outro lado, r; é igual a velocidade de terminação do crescimento da cadeia,
pois esta terminação acontece imediatamente após a entrada do segundo radical primário na
partícula.
O grau de polimerização é o quociente da divisão da velocidade de crescimento da
cadeia pela velocidade com que os radicais primários entram na partícula polimérica.
Xn = rp = NKp[M] (6)
Ti Ri
Esta equação admite que não há terminação por transferência de cadeia; quando esta
ocorre, a expressão tem a seguinte forma:
Xn = (7) r1 + I: r,.
25
Onde L r tr é a soma de todas as velocidades das reações de transferência de cadeia;
a velocidade de transferência de cadeia é dada por uma expressão similar à da
polimerização em meio homogêneo:
Rrr ~ Krr [RS] (8)
[RS] = concentração do agente de transferência de cadeia
Nas emulsões, o grau de polimerização médio numérico depende diretamente do
número de partículas (N) e da concentração de monômeros ([M]) e, inversamente, da
velocidade de formação de radicais primários (velocidade de decomposição do iniciador).
Nas emulsões, pode-se simultaneamente aumentar a velocidade de polimerização e o grau
de polimerização médio numérico através do incremento do número de partículas
poliméricas e mantendo constante a velocidade de formação de radicais primàrios. É um
comportamento diferente da polimerização em cadeia em meio homogêneo. Neste caso é
possível aumentar a velocidade de polimerização aumentando a velocidade da iniciação,
ocorrendo simultaneamente a diminuição do peso molecular do polímero. ODIAN (1991)
ll.4.2. Número de partículas políméricas
É uma grandeza muito importante pois afeta diretamente a velocidade de
polimerização e o grau de polimerização médio numérico e, por conseguinte, o peso
molecular do polímero, como se verifica nas equações (2), (3) e (6).
O número de partículas poliméricas (N) depende do número inicial de micelas, que
por sua vez é determinado pela concentração micelar do emulsionante e pela velocidade de
formação de radicais primários. Os cientistas Smith e Ewart deduziram a equação que
relaciona esses parâmetros:
N ~ K (Ri I Jl) 215 • ( a [E]) 315 (9)
K: constante com valores variando entre 0,37 e 0,53
11: velocidade do aumento do volume da partícula polimérica; pode ser
determinado através de considerações geométricas combinadas com velocidade de
polimerização.
[E]: concentração micelar do emulsionante
26
a: área interfacial ocupada por uma molécula do emulsionante
Ri: velocidade de formação de radicais primários; é também a velocidade da iniciação
Uma vez atingindo o estado estacionário na polimerização por emulsão, que se
caracteriza pelo número constante de partículas poliméricas (N), a velocidade de formação
de radicais não afeta a velocidade de polimerização. O número de partículas pode ser
aumentado através do aumento da concentração micelar do emulsionante, mesmo mantendo
constante a velocidade de geração de radicais. É, pois, possível a obtenção de altas
velocidades de polimerização bastando para isso uma alta velocidade inicial de geração de
radicais conjugada com alta concentração de emulsionante.
A combinação das equações (3) e (9) permite a dedução da expressão:
(lO)
Onde
Rp : velocidade da polimerização
K 1 : constante
[I] : concentração do iniciador
[E] : concentração micelar ( emulsionante)
[M] : concentração do monômero dentro da partícula
Esta equação mostra a dependência da velocidade da polimerização com a
concentração do iniciador e do emulsionante.
A concentração do monômero [M] permanece constante até o grau de conversão
no qual as gotas de monômero desaparecem. ODIAN (1991).
Na prática, a polimerização por emulsão apresenta desvios em relação ao modelo
teórico desenvolvido por Smith-Ewart, modelo este que constitui a base dos comentários
descritos até este ponto. Entre as diferentes causas originadoras dos desvios podem ser
citadas:
a) Nas emulsões com partículas poliméricas grandes, isto é, superiores a 0,5!-1 é possível a
existência simultânea de duas cadeias em crescimento (macro-radicais). Este fato
27
resulta em velocidade de polimerização superior à calculada pela equação (3 ), jà que o
número médio de radicais por partículas poliméricas é superior a O,SJJ..
b) A solubilidade parcial de certos monômeros em água faz com que uma parte da
polimerização ocorra na fase aquosa e não no interior das micelas ativas. A
insolubilidade do polímero no monômero, fato este não é tão comum, altera o modelo
ideal, pois admite-se que a polimerização ocorre nas macromoléculas localizadas na
superficie da partícula.
c) A velocidade da terminação pode ser afetada por impedimento estéreo devido à
estrutura de certos radicais.
d) Nos sistemas com um número de partículas poliméricas acima do normal a relação
dessa grandeza (N) com a concentração micelar do emulsionante (E) e com a
concentração do iniciador (I) é diferente do modelo teórico; o mesmo acontece com a
dependência da velocidade de propagação (Rp ), com o número de partículas (N), com a
concentração micelar (E) e com a concentração do iniciador (I).
e) Alguns emulsionantes atuam como agentes de transferência de cadeia na presença de
radicais altamente reativos como o acetato de vinila e o etileno; este fato constitui um
desvio do modelo teórico, porque a transferência de cadeia ocorre fundamentalmente na
superficie da partícula e não no seu interior.
Em qualquer destes casos, a essência do modelo teórico é válida. Podendo-se
admitir que a quantidade relativamente pequena de monômeros que num dado instante
entra no meio da reação passa por as etapas descritas nesse modelo. ODIA.c~ (1991)
ll.4.3. Emulsionantes
São também chamados de surfactantes e servem para diminuir a tensão superficial
entre a fase que contém o monômero e a fase aquosa. São fundamentais para o processo de
polimerização em emulsão, contribuindo também para a sua estabilidade.
Em princípio, qualquer composto químico que tenha um grupo solúvel em água
(grupo polar) associado a um outro grupo insolúvel em água, constitui um emulsionante. A
parte polar é a parte hidrofilica, enquanto que a porção não-polar é a parte lipofilica.
Um emulsionante, quando adicionado à água, se dissolve parcialmente, enquanto a
outra parte forma as chamadas micelas; a Concentração Micelar Crítica (CMC), é a
28
concentração mínima do emulsionante necessária para formar a micela; a CMC é uma
característica importante de um denominado emulsionante.
Alguns dos emulsionantes mais conhecidos são resultantes da reação de um álcool
ou feno! com óxido de etileno numa reação adequada; assim se obtém, por exemplo, os
nonil-fenóis com n moles de óxido de etileno (OE). GATCHER (1985).
Os emulsionantes podem ser: iônicos e não iônicos. Os iônicos, por sua vez,
podem ser catiônicos, que praticamente não são utilizados em polimerização em emulsão, e
aniônicos. É muito freqüente usar a combinação de um aniônico com não-iônico.
O papel do emulsionante na polimerização por emulsão varia durante o seu
processo. Assim, são importantes na formação das partículas bem como na velocidade da
polimerização; uma vez terminada a polimerização, os emulsionantes contribuem para
estabilidade da emulsão. São importantes no controle do tamanho da partícula. De forma
geral, aumentando-se a sua concentração, diminui-se o tamanho da partícula.
Um parâmetro útil na escolha do emulsionante é o HLB (balanço hidrofilíco
lipofilico ), que mede a relação entre a parte hidrofilica e a parte lipofilica do emulsionante
ou de uma mistura deles.
A quantidade de emulsionante usada na polimerização em emulsão varia entre 1 a
5 % do peso do monômero. O efeito da concentração micelar do emulsionante ([E]) no
aumento do número de partículas poliméricas (N) apresenta um valor limite quando [E] é
de 8 a 10% do monômero, acima do qual não há aumento do número de partículas (N)
mesmo aumentando o valor acima dessas cifras, que aliás são muito altas em relação aos
usados na prática.
A seleção do emulsionante é muito importante no processo de polimerização pois
esse componente desempenha funções fundamentais, tais como:
Solubilização de parte do monômero dentro das micelas tomando-se ativas. Nesta
condição passam a ser o sítio da polimerização, transformando-se simultaneamente em
partículas poliméricas com o prosseguimento da reação, conforme descrito no modelo
teórico.
Emulsionamento da parte restante do monômero, formando gotas estabilizadas e que
constituem verdadeiros reservatórios de monômeros para alimentar a polimerização,
29
Estabilização das partículas poliméricas tanto durante a polimerização como a emulsão
final.
Quando os monômeros apresentam uma certa solubilização em água a
polimerização pode ocorrer com concentrações do emulsionante abaixo da concentração
micelar critica (CMC), ocorre em certas polimerizações do acetato de vinila. Como na
maioria das casos os monômeros são insolúveis ou muito pouco solúveis em água, as
polimerizações em emulsão ocorrem quando a concentração do emulsionante está acima da
concentração micelar critica (CMC).
Os emulsionantes aniônicos só podem ser usados quando o pH durante e após a
polimerização é francamente alcalino, isto é, entre 8 e 9; são muito freqüentes na
polimerização em emulsão.
Os emulsionantes catiônicos atuam em pH ácido e praticamente não são usados
neste tipo de polimerização em emulsão. Os do tipo não-iônicos são usados em pH ácido e
alcalino e também são freqüentemente usados neste tipo de polimerização. SOLOMON
(1977)
A polimerização em emulsão, na maioria dos casos, resulta em sistema
polidispersos, o que significa que as partículas poliméricas apresentam tamanhos diferentes.
A distribuição do tamanho das partículas pode ser mais ou menos estreita, apresentado
sempre a forma gráfica de uma curva de Gauss. É muito dificil a obtenção de emulsões do
tipo monodispersa, isto é, emulsões com partículas poliméricas depende de diferentes
fatores entre os quais são importantes o tipo e a quantidade do emulsionante e a forma de
adição dos monômeros. GATCHER (1985).
ll.4.4. Mecanismo da formação de filme
A formação do filme ou da película é um fenômeno importantíssimo na tecnologia
das emulsões usadas na estamparia, pois desse filme dependem muitas propriedades dos
estampados, em outras palavras, uma emulsão com uma composição polimérica adequada
pode apresentar resultados negativos se não formar uma película, durante a secagem, com
propriedades satisfatórias.
A formação da película acontece através da coalescência que, sendo um fenômeno
fisico, não envolve alteração de natureza química. É diferente da secagem das lacas, pois,
enquanto nestas o polímero está dissolvido em solventes adequados, nas emulsões as
30
partículas po liméricas estão dispersas no meio aquoso, o que significa uma fase
descontínua. Esta dispersão é estável devido à absorção dos emulsionantes na superficie das
partículas e também devido à presença de colóides, em alguns casos. HOY (1992).
A formação do filme depende, entre outros, dos seguintes fatores:
a) Temperatura Mínima de Formação do Filme (TMFF) abaixo do qual a película não é
obtida de forma adequada.
A TMFF depende da composição polimérica, isto é, da Tg do polímero, da
presença de plastificantes, coalescentes, colóides, etc ..
b) A formação do filme por emulsão é diferente do modo como ocorre com outros tipos de
resinas ou polímeros usados na indústria de tintas; a água é eliminada do sistema através da
evaporação (fenômeno de superfície), da absorção pelo substrato que está sendo revestido,
e as partículas poliméricas têm de se fundir entre si (coalescer).
Com a saída da água, as partículas tendem a se aproximar entre si até se tocarem e
se fundirem. As forças eletrostáticas da superfície devidas à parte hidrofilica do
emulsionante, tendem a provocar uma repulsão (a carga do mesmo sinal, geralmente
negativa), as força esta que tende a ser neutralizada pelos íons solubilizados na água,
geralmente positivos.
Quando a maior parte da água deixou o sistema, a emulsão adquire uma estrutura
de ge~ no qual as partículas estão muito próximas uma das outras e imóveis. A partir desse
ponto a modificação é irreversível, isto é, o sistema não pode ser reemusionado com a
adição de água. Começa então a coalescência propriamente dita, quando a velocidade da
saída do restante da água diminui sensivelmente.
É razoável admitir que os emulsionantes migrariam tanto para a superfície da
película quanto para a face em contato com o substrato, onde afetariam propriedades como
a aderência e, em especial, a aderência úmida.
c) A coalescência acontece devido à ação de forças capilares e de tensão superficial. Ocorre
então a saida da água que está dentro das partículas poliméricas.
As emulsões de polímeros mais duros necessitam de forças maiores para
coalescerem do que as emulsões mais moles.
31
É importante notar que é necessário que o filme, uma vez formado, não possa ser
mais reemulsionado a fim de que o pigmento nele baseada tenha propriedades de
revestimento; isto significa que durante a formação do filme há um instante a partir do qual
o processo e irreversível.
A presença de certas substâncias que atuam como agentes da coalescência ou
coalescentes é fundamental para boa formação da película. São exemplos: glicóis, éteres do
etileno glicol, etc.. Os coalescentes não são retidos pela película embora por vezes
demorem um pouco mais para sair.
d) O tamanho da partícula influi na formação do filme, pois afeta a capilaridade.
Entretanto não tem influência sobre a temperatura mínima da formação do filme. W ALDIE
(1983).
11. 5. Degradação
Degradação é qualquer reação química destrutiva dos polímeros, que pode ser
causada por agentes fisicos e/ou agentes químicos. A degradação causa uma modificação
irreversível nas propriedades dos materiais poliméricos, sendo evidenciada pela
deterioração progressiva destas propriedades, incluindo o aspecto visual dos polímeros.
Quando aplicado a sistemas poliméricos, o conceito de degradação é mais amplo e
pode também abranger efeitos fisicos que conduzirão à perda de função do produto
polimérico.
Geralmente as reações de degradação são indesejáveis. Isto é, procura-se alta
durabilidade, ou vida útil elevada, pela adição adequada de sistemas poliméricos onde
normalmente se inclui o uso de formulação com o correto emprego de aditivos
antidegradantes específicos.
As reações de degradação poderão ser benéficas para os casos de rejeites
poliméricos não recicláveis, por contaminação ou inviabilidade econômica. RODRIGUEZ
(1991).
A degradação pode ser classificada em vários tipos, os quais são analisados nos
seguintes aspectos:
1. Quanto ao grau de degradação, pode ser superficial ou estrutural. O primeiro
refere-se a superficie, modificando o aspecto visual e o segundo com alterações
32
de propriedades mecânicas, elétricas, térmicas, comprometendo seu desempenho
estrutural;
2. Quanto aos mecanismos de reação: degradação sem e com cisão da cadeia
principal. Em geral a primeira (sem cisão) ocorre a nível de superfície, sendo
possíveis reações que envolvam formação de ligações cruzadas, substituição ou
eliminação de grupos laterais e o segundo mecanismo (com cisão) ocorre mais a
nível estrutural, podendo reduzir o peso molecular das cadeias do polímero e em
geral acontecem de forma aleatória;
3. Quanto aos agentes fisicos (temperatura, atrito mecânico, radiação solar e
outras);
4. Quanto aos agentes químicos (oxigênio, ozônio, ácidos, bases, solventes);
5. Quanto aos agentes biológicos (microorganismos (fungos e bactérias)). KELEN
(1983).
A degradação pode iniciar durante o processamento do polímero, ou durante seu
uso, através de um ou mais agentes, causando maior complexidade e dificultando as
análises, principalmente quando um dos agentes é a temperatura, pois este é um agente
comum e atua como fator acelerador nos processos degradativos.
De acordo com tais classificações, as reações de degradação podem ser divididas
em: térmica, química, mecânica, biológica, termooxidativa, fotooxidativa, termomecânica,
mecanoquímica, fotobiodegradação, fotodegradação e degradação por radiações ionizantes.
Dentre estes processos de degradação cabe aqui destacar:
- Degradação Térmica: Os polímeros orgânicos são sensíveis à temperatura e a
sensibilidade depende do tipo de estrutura química. Exemplo: as poliimidas aromáticas (PI)
têm alta resistência a temperatura (cerca de 550 °C), enquanto que o poli( cloreto de vinila),
conhecido PVC, tem baixa resistência a temperatura (cerca de 200 °C), valores estes
obtidos por técnicas de análise termogravimétrica (TGA), no entanto tais valores dependem
muito das condições de processamento dos polímeros; REICH (1971)
- Degradacão oxidativa: Provocada pelo ataque do oxigênio durante a síntese,
processamento, armazenagem ou uso e tipicamente ocorrem através de reações em cadeia
via radicais livres, podendo provocar cisões, ramificações de cadeias e formação de "cross
33
link" entre as cadeias polirnéricas. As reações dos radicais livres formados com o oxigênio
presente no ar, formam radicais peróxi, os quais reagindo com os polímeros formam os
bidroperóxidos e outros radicais primários que propagam a reação em cadeia; MOSS
(1989).
- Fotodegradação: Polímeros são absorvedores de luz ultravioleta (1JV),
tipicamente para comprimentos de onda entre 250 e 400 nrn, sendo que a sensibilidade
varia de acordo com sua estrutura molecular e composição química. KELEN (1983).
Cabe destacar que, o estudo e entendimento dos processos físicos e químicos
causados pela radiação UV são de grande importância prática para aplicações e degradação
dos polímeros.
- Processo Fotofisico: Os processo físicos envolvidos na fotodegradação dos
polímeros incluem a absorção de luz pelo polímero com excitação eletrônica das moléculas
e relaxação dos estados excitados. A quantidade de luz que penetra o polímero, parte dela é
absorvida e o restante é transmitido. Esta quantidade de energia que é absorvida pode
causar excitação eletrônica das moléculas, as quais podem participar das reações químicas;
- Processo Fotoquímico: Os processo químicos de fotodegradação estão
relacionados com dissociação e decomposição de moléculas, devido principalmente aos
processos fotofisicos. VASQUEZ (1980).
Corno citado nestes itens, todos estes processos conduzem a degradação do
polímero, no entanto tais efeitos de degradação podem ser rninirnizados com utilização de
elementos estabilizantes.
T radicionalrnente a avaliação da degradação em polímeros é efetuada sob dois
aspectos:
1. Naturais: o acompanhamento de seu desempenho é feito em condições reais de
uso, manuseio, fabricação ou outra situação de interesse;
2. Artificiais: o acompanhamento é realizado através de ensaios que aceleram o
processo degradativo, por exemplo exposição em laboratório sob luz UV,
tratamento térmico em estufa;
34
Em suma, as técnicas empregadas para estabilização dos polímeros contra os
processos degradativos envolvem mecanismos dedicados a cada tipo de polímero e
aplicação. Assim cada caso deve ser analisado em separado, levando sempre em
consideração a relação custo/beneficio e manutenção das propriedades dos polímeros, para
as quais foram projetados. KOCKOTT (1989).
li. 6. Cura por radiação ultravioleta
A cura pela radiação é a polimerização de um sistema químico pela ação da
radiação incidente. A reação de polimerização converte o material líquido no produto
curado.
Um fato que é bastante importante na cura UV é que dependendo do substrato a
ser recoberto, espessura do recobrimento e a formulação ·específica, a cura fotoquímica
requer de 1/2 a 1/20 da energia usada em métodos de cura convencionais. Randell (1988).
Os dois tipos de polimerização baseados na cura UV são via radical livre e
catiônica.
A cura UV é predominantemente uma polimerização via radical livre de duplas
ligações carbono-carbono reativas. Duplas ligações carbono-carbono são encontradas em
várias funcionalidades, em ordem decrescente de reatividade, nos compostos: acrilato,
metacrilato, ali! e vinil, entre outros.
forma:
O processo de cura pode ser descrito em vários passos e é representado desta
Iniciação
Propagação
R UVou .. R* elétrons
Transferência de cadeia RR,. * + AH
Terminação Rn + Rm *
.. RR,.H +A*
O uso de radiação fornece um meio bastante rápido e altamente controlado de
geração de espécies químicas altamente reativas que iniciam a polimerização.
35
Um feixe eletrônico (altamente energético) pode penetrar na matéria e transportar
suficiente energia para interagir diretamente com os átomos na molécula gerando os
radicais livres.
A radiação UV não transporta energia suficiente para diretamente gerar radicais
livres com apenas monômeros e oligômeros. Então, foto-iniciadores são utilizados na
proporção de 1 a 8% na formulação, para absorver energia luminosa e gerar radicais livres.
Uma conseqüência da diferença entre feixe eletrônico e radiação UV é que o primeiro pode
curar sistemas altamente pigmentados e mais espessos, enquanto que no segundo a taxa de
cura é bastante afetada por esses parâmetros.
A etapa de propagação envolve a adição de espécies monoméricas ao radical livre
semelhante a qualquer polimerização (via radical livre). Esta é a mais importante etapa do
processo e ocorre, para os materiais mais reativos, centenas de vezes para cada ocorrência
individual das outras etapas. Como os radicais gerados na etapa anterior tem duração de
vida bastante curta, todas as reações de propagação também param quando a material não é
mais irradiado. Conseqüentemente, as propriedades do produto final são alcançadas
imediatamente depois da remoção da fonte de energia. Já que os tempos de exposição são
geralmente da ordem de segundos, pode-se ver quão rápidas e eficientes taxas de produção
podem ser obtidas com esta forma de energia.
O processo de radical livre termina pela inativação das espécies propagantes
reativas através de transferência de cadeia para espécies menos reativas ou através da
combinação de duas espécies reativas.
O oxigênio possui efeito indesejável de inibição da cura lJV. Esta dificuldade pode
ser contornada por uma variedade de maneiras, a mais comum é o uso de aminas
sinergéticas. Estes materiais formam radicais propagantes muito ativos pois rapidamente
intervêm no processo, inibindo assim a interação das mesmas com o oxigênio. Outra
maneira de impedir a inibição pelo oxigênio é utilizando um gás inerte (geralmente o
nitrogênio) no espaço abaixo da janela do feixe eletrônico ou em frente à fonte de UV.
RANDELL (1988).
36
ll.6.1. Efeito da radiação em polímeros
Os substratos usados em muitas aplicações de recobrimento, artes gráficas e
adesivos são freqüentemente polímeros. Efeitos diferentes podem ser observados
dependendo do tipo de energia radiante usado numa aplicação.
Com o uso de energia UV há o efeito da saída de calor da maioria das lâmpadas
sobre o substrato. Cuidado deve ser tomado para o manuseio de filmes muito flexíveis ou
em plásticos frágeis_ Materiais pretos serão altamente absorventes da energia térmica ou da
saída de infra vermelho de uma fonte UV.
Feixe eletrônico apresenta diferentes características devido ao fato dos elétrons
atravessarem a matéria. Materiais orgânicos tendem a ter três diferentes tipos de resposta ao
bombardeamento eletrônico, dependendo de sua composição química. Alguns polímeros
(poli etileno e algumas borrachas sintéticas) irão reticular, polipropilenos e
politetrafluoroetilenos irão se dividir quando expostos ao feixe eletrônico; e há um número
de polímeros sintéticos (filmes de poliester e termoplásticos de alta temperatura) que não
serão afetados pela exposição. WEINBERG (1986).
37
Capítulo 111: Materiais e Métodos
Neste trabalho estudam-se os efeitos da temperatura, tempo e pigmentos, na
viscosidade e pH da resina polimérica utilizada na estamparia têxtil e também a influência
da radiação l.JV e temperatura sobre resina polimérica.
Os filmes resultantes da ação da temperatura e radiação de UV foram
caracterizados utilizando-se das técnicas de difração de raios-X, calorimetria exploratória
diferencial (DSC), análise termogravimétrica (TGA), microscopia óptica e microscopia
eletrônica exploratória.
Com relação aos pigmentos, foram analisados a distribuição e o tamanho das
partículas, através do método de espalhamento de luz, como também visualizados através
de microscopia óptica, eletrônica exploratória e difração de raios X dos pigmentos
(amarelo, azul, vermelho e preto).
ill.l. Materiais
m.t.l. Resina: preparação e ensaios
A resina é composta basicamente por ligante, espessante, hidróxido de amônio,
fixador e água, nas seguintes proporções em peso:
Tabela 1: Formulação da resina
Componente %em peso
Ligante 10,0%
Espessante 1,7%
Hidróxido de amônio 1,0%
Fixador 1,0%
Água 86,3%
A resina é preparada em béquer, no qual contendo água sob agitação, adiciona-se
na seqüência o espessante, fixador e ligante. Observando que a mistura esta bem
38
homogeneizada, adiciona-se o hidróxido de amônio e mantém-se este sistema sob agitação
até que se obtenha uma resina espessa e uniforme.
A resina preparada apresenta coloração branca, com odor caracteristico de
amoníaco. A medida de viscosidade e pH iniciais nas condições da preparação são:
Viscosidade= 9182 cP
pH = 9,45
Medidas de viscosidade:
Mediu-se a viscosidade em função do tempo, tanto das resmas pigmentadas
quanto da resina pura mantendo-se temperatura em 25 °C.
Foram efetuadas medidas de viscosidade em função da temperatura da resina
pigmentada e resina pura. O intervalo de temperatura utilizado foi de: 20 oc a 85 °C. As
medidas foram feitas em sistema fechado, utilizando banho de circulação de água, com
controle de temperatura.
Medidas de pH
Mediu-se o pH em função do tempo das resinas pigmentadas e da resina pura
mantendo-se a temperatura em 25 °C.
Mediu-se o pH da resina pura em temperaturas de 25, 50 e 70 °C, durante 270 min.
Medidas de perda de massa em temperatura e UV.
1 O g de resina pura são depositadas sobre placas de vidro e posteriormente foram
submetidas a:
Tratamento térmico: sob temperatura de 85 °C e durante tempo de 110 minutos;
utilizando estufa com circulação de ar; a cada 1 O minutos foram feitas pesagens da amostra
tratada, afim de acompanhar a perda de massa pela ação da temperatura;
Raios Ultravioleta (UV): amostras foram expostas aos raios UV com intensidades
variando entre 1 e 50 W/cm2 durante 110 minutos; a cada 10 minutos de exposição foram
feitas pesagens da amostra tratada, neste caso a perda de massa é referente à ação dos raios
UV e da temperatura simultaneamente, temperatura esta causada pela lâmpada durante a
geração dos raios UV
39
Posteriormente, estes filmes submetidos a ação dos raios UV e temperatura,
foram submetidos às medidas em raios-X, calorimetria exploratória diferencial, análise
termogravimétrica, microscopia óptica e microscopia eletrônica exploratória.
ID.1.2. Pigmentos: preparação e ensaios
Adiciona-se os pigmentos à resina pura, sob agitação até obter-se uma mistura
homogênea.
Os pigmentos utilizados neste trabalho, originalmente se encontram em dispersão
aquosa. Sendo assim, amostras de pigmentos amarelo, azul, vermelho e preto, foram
depositadas em placas de vidro e posteriormente acondicionados em estufa com circulação
de ar por 24 horas, mantendo-se temperatura constante em 50 °C, até obtê-los na forma de
pó.
As medidas de distribuição dos diâmetros das partículas dos pigmentos amarelo,
azul, vermelho e preto foram feitas pelo método de espalhamento de luz. A cada pigmento
analisado, o equipamento é devidamente limpo e feito nova calibragem para o próxima
medida.
Microscopia óptica
Amostras dos pigmentos na forma pó (amarelo, azul, vermelho e preto) foram
depositadas em lâminas de vidro e dispersadas com água obtendo-se boa homogeneidade e
submetidas as análises. As imagens são registradas para posterior análise
Microscopia eletrônica
Amostras dos pigmentos foram previamente metalizadas com ouro e colocadas no
porta amostra do microscópio eletrônico. As imagens são registrada para posterior análise.
Raios-X
Amostras dos pigmentos amarelo, azul, vermelho e preto, fora analisados
utilizando a técnica de difração de raios X.
ID.2. Equipamentos e Acessórios
Viscosímetro: Rheotex 2.1
-Viscosidade: 1 a 1,8. 107 cP
-Tensão de cisalhamento: 16 a 3.103 dyn/cm2
-Gradiente de cisalhamento: 0,2 a 1,3.103 s·1
-Rotações: 5118 a 242 r.p.m
- Momento de torção máximo: t 100 a 1000 pcm
-Tolerância: 3 a 4%, com referência a líquidos newtonianos
-Temperatura: -60 a 150 °C, com câmara de proteção até 300 oc
- Cilindro S1
-Relação dos raios ou ângulo da fenda cuneiforme: r/R= 0,98
- Tensão de cisa1hamento t = 28 a 5600 dyn/cm2
-Gradiente de cisa1hamento D,ou D = 1,5 a 1310 s -l
-Viscosidade 11 = Alacance I= 2 a 38000 cP
pHmetro: marca Digimed, Modelo: DMPH 2
-Faixa de medição, pH: 0,00 a 14,00
-Precisão relativa: ± 0,01 pH
-Temperatura de referência: 25 oc
-Eletrodo de vidro (Agi AgCI)
Difratômetro de Raios-X: Marca Philips, modelo X'Spert,
- radiação CuKa., 1,54 Á; energia (40Kv, 40 mA) (computadorizado)
40
Microscópio Eletrônico de Varredura: marca Leica, modelo S440,
(computadorizado)
-Resolução: nanometro
-Ampliação: 100000 X
Microscópio óptico: marca Leica, modelo QSOOIW (computadorizado)
- Resolução : nanometro
-Ampliação: 2000 X
- Lente utilizada: 50 X = aumento de 500 vezes
Mastersizer S: marca Malvern; modelo S- MAM 5005; Laser À= 488 nm
-Tamanho de partículas entre 0,05 mícron até 900 mícra.
41
TA Instrument modelo 20: Análises térmicas (DSC, TGA, DTMA, DMA, DTA,
DPC; ... )
Outros:
- Taxa: 1 oc a 20 oc
- Temperatura: N2 líquido - 1200 oc
Estufa para tratamento térmico com controle e seleção de temperatura;
Gerador de raios ultravioleta: lâmpada de mercúrio de baixa pressão;
Radiômetro para medida da intensidade de dose dos raios ultravioleta;
Agitador
42
Capítulo IV: Resultados e discussões.
IV. 1. Medidas de viscosidade
A figura 5 apresenta resultados das medidas de viscosidade em função do tempo
para resinas poliméricas sem e com pigmento com temperatura fixa em 25 °C, mantendo-se
as resinas em recipiente aberto.
35
30
25
fr '""o 20 ... X !="
15
10
5 o 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
tempo (dias)
Figura 5: Viscosidade ( 11) em função do tempo para resinas poliméricas com e sem
pigmento
Observam-se que o comportamento das resinas com e sem pigmento são
semelhantes, isto é, há uma tendência de aumentar a viscosidade com o passar do tempo,
especialmente a partir de 8 dias de armazenamento. No entanto, observa-se também que a
viscosidade da resina sem pigmento sofre menor variação. Outro fato observado é a
formação de grumos à medida que a viscosidade aumenta.
Destes resultados pode-se inferir que: ( 1 ). O aumento da viscosidade está
associado a evaporação de água e amoníaco, resultado este conhecido; (2). Viscosidade
aumenta as dificuldades de estampagem, assim ao armazenar a resina esta deve ser feita em
recipiente fechado; (3). Deve-se adicionar o pigmento somente ao fazer a estampagem, pois
43
observa-se que a resina pura sofre menor variação de viscosidade; ( 4). Na medida do
possível as resinas devem ser monitoradas e corrigidas a sua viscosidade, acrescentando
água e amoníaco, como também filtrar os grumos formados.
Na figura 6 tem-se o resultado da viscosidade em função da temperatura, para
resinas com e sem pigmento. Tais medidas foram realizadas com recipiente fechado,
utilizando o viscosímetro e sempre em recipiente fechado. Neste utilizou-se uma rampa de
temperatura e para determinada temperatura um patamar de 10 em 10 °C.
15
13
UJ 11 Q.. u
1'1 9 o ->< ~ 7
5
3
20 30 40 50 60 70 80 90 temperatura °C
Figura 6: Viscosidade (rl) em função da temperatura de resinas poliméricas pura e
com pigmento.
Observa-se que, com aumento de temperatura ocorreu diminuição da viscosidade
em todas as amostras de resinas tanto a pura quanto as pigmentadas.
Na prática, indústrias têxteis, durante a estampagem, em geral as máquinas
contribuem para o aumento da temperatura. Como vimos acima, isto causa uma diminuição
da viscosidade, podendo atingir limites prejudiciais ao processo. No entanto, observa-se
que isto nem sempre ocorre, e o que pode estar ocorrendo é que devido o sistema neste caso
ser aberto, pode haver uma compensação na viscosidade dada a evaporação de água e
amoníaco, em acordo com os resultados da figura 5.
44
IV.2. Medidas de pH
A figura 7 apresenta os resultados do pH de resinas sem e com pigmentos em
função do tempo mantidas em temperatura constante de 25 °C em recipientes abertos.
10
9,5
9
8,5 8
=á 7,5 7
6,5
6 5,5
5
o 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
tempo (dias)
Figura 7: pH em função do tempo de resinas com e sem pigmento
Observa-se que, ocorre diminuição do pH no decorrer do tempo devido a
evaporação principalmente do amoníaco. Sabe-se que, em processos industriais de
estamparia tais resinas tendem a polimerizar-se com a diminuição do pH e viscosidade,
afetando o desempenho das mesmas, pois ocorrendo polimerização parcial da resina, ou
seja, a resina não esta homogênea, apresentando desta forma mistura grumos de resinas
polimerizada junto com resina sem polimerização, isso no processo de estamparia acarreta
danos no sentido de entupimento de quadros, cilindros e bombas de dosagem de resinas.
Neste caso os pigmentos não influenciam na variação de pH da resina, porém tanto
na resina pura e com pigmento há diminuição do pH. Sabe-se que ao atingir níveis abaixo
de oito, isso acontece após 5 dias, favorece a polimerização das resinas, além de ocorrer
alterações na viscosidade da resina devido a evaporação de água, dificultando sua
performance.
Durante o processo de estamparia, depois de longo período de trabalho com a
resina, é necessário o ajuste de pH, com adições extras de amoníaco, o qual possibilita um
bom desempenho da mesma. Quando a resina é armazenada em condições desfavoráveis,
45
ou seja, aberta em temperaturas elevadas, ocorre a degradação de parte da resma,
principalmente a camada da superficie que está diretamente ligada com o ambiente, a
espessura desta camada dependerá do tempo de armazenagem nestas condições.
Para o reaproveitamento desta resina é necessário fazer filtragem a vácuo da resina
para retirar a parte polimerizada e em seguida ajustar o pH e viscosidade de trabalho. Deve
se também verificar se os pigmentos não perderam intensidade de coloração.
Na figura 8 é apresentado os resultados do pH em função do tempo de resina
expostas à temperatura ambiente, 50°C e 70°C. As medidas foram realizadas em ambientes
abertos.
Ambiente
70°C
o 100 200 300
tempo (min.)
Figura 8: pH de resmas poliméricas em função do tempo em temperatura
ambiente, 50 e 70 oc
Observa-se que a variação do pH da resina é maior a temperatura de 70 °C, isto
ocorre devido a alta volatilização do hidróxido de amônio. Durante o processo de
estampagem há um aquecimento da resina, portanto ocorre a diminuição do pH
Nos processos industriais de estamparia, como foi dito, há necessidade de ajustar o
pH das resinas poliméricas constantemente, pois o ambiente normalmente apresenta
temperatura entre 50 a 70 °C, favorecendo a polimerização da mesma, o que seria
prejudicial à produtividade da estamparia.
IV.3. Efeitos da temperatura e radiação ultravioleta nas resinas poliméricas
Massa de resina em função da temperatura e U.V.
-C) -cu f/) f/) cu E
12 11 10
9 8 7 6 5 4 ).~ ~ -,. 1 •• "~-,E. -. •
~-I-------I~---I---JE--JE~--:a:;~-0 ~--~~--~--~--~~~~--~~~~~~~
o 1 o 20 30 40 50 60 70 80 90 1 00 11 o 120
tempo (min.)
Figura 9: massa de resina tratada a UV temperatura em função tempo
46
Nota-se que a perda de massa com o efeito dos raios UV é maior do que com o
efeito da temperatura e que o filme formado pela ação dos raios UV possui menor massa
que o filme resultante da ação da temperatura. Observa-se também que a massa resultante
com a ação dos raios ultravioleta é menor do que a massa resultante com ação a
temperatura.
Os filmes resultantes após submetidas aos tratamentos com temperatura e ultra
violeta são visualmente diferentes. O filme tratado em temperatura apresenta coloração
branca, aspecto esponjoso e boa elasticidade, ao passo que o filme tratado com raios ultra
violeta apresenta coloração amarelada, aspecto vítreo e quebradiço. Cabe mencionar que
durante o tratamento UV ocorre também simultaneamente ação da temperatura (cerca de 85
°C) ' esta é provenientemente ao processo de geração de uv. No sentido de observar o efeito só do UV, na figura 9 a curva T - UV mostra a
perda de massa exclusivamente provocada pela ação dos raios UV e observa-se que aos 40
min. ocorreu maior perda de massa.
47
IV.4.Caracterização dos filmes da resina polimérica sob à ação da
temperatura e raios UV.
IV.4.1. Difração de raios X
A figura 10 mostra resultados sobre a intensidade de difração de raios-X em
função do ângulo de Bragg (28) para amostras de resinas poliméricas não tratadas (preto) e
tratadas com raios ultravioleta (UV) sob intensidades de dose de 5 W/cm2 e 50
W/cm2(vermelho ). Os difratogramas foram levemente deslocados para melhor visualização
dos efeitos do tratamento UV.
120
100
êi) 80 c.
u -(J) "O 60 (ll "O "ijj c: (J) 40 -c:
20
o o 10 20 30 40 50
Ângulo de Bragg (2 8)
Figura 10: intensidade (cps) de resinas poliméricas com UV em função do ângulo
de Bragg
Desta figura observa-se que as amostras após irradiadas apresentam aumento na
intensidade de raios-X difratados, com aumento da dose UV recebida. Sabe-se em geral,
que os materiais poliméricos são semi-cristalinos, ou seja, compõem-se de parte amorfa e
parte cristalina, sendo que há uma tendência da parte amorfa se transformar para cristalina,
quando adequadamente tratada por processos que induzam tais transformações. Este fato
sugere que ocorreram modificações na cristalinidade do material, com o aumento da dose
UV.
48
A figura 11 apresenta resultados de difração de raios-X, da intensidade em função
do ângulo de Bragg (28), para amostras de resinas poliméricas tratadas termicamente em
temperatura de 85 oc por um tempo de 11 O minutos (preto) e amostras tratadas com raios
UV com intensidade de 50 W/cm2
250
1iJ c.. 200
(.) ....... Q) 150
"'O co "'O "iii c: 100 Q) -c:
50
o o 20 30 40
Ângulo de Bragg (20)
Figura 11: intensidade( cps) de resinas poliméricas à ação da temperatura em
função do ângulo de Bragg.
De acordo com os resultados apresentados na figura 11, observa-se que a
intensidade é maior no caso das amostras tratadas termicamente quando comparadas com
as tratadas com UV. Por outro lado, observa-se (olho nu) que as amostras nestas condições
submetidas ao UV apresentam coloração amarelada e as tratada termicamente coloração
branca, típica da resina sem tratamento.
Este fato, observado nas amostras tratadas com UV, sugere que o amarelamento
indica degradação da resina, tornando até um pouco mais rígida, ou seja, com menor
flexibilidade do que as amostras tratadas termicamente.
49
IV. 4.2. Microscopia ópticas
A seguir são apresentados micrografias ópticas de amostras de resma sem
tratamento (fig. 12), tratadas a temperatura de 85 oc por 110 min. (fig. 13) e tratados com
raios UV com dose de 50 W/cm2 (fig.14).
Figura12: Micrografia óptica de resina sem tratamento
Figura 13:. Micrografia óptica de resina tratada por 110min. a 85 oc
Figura 14. Micrografia óptica de resina tratada por uma dose de raios UV de
50W /cm2
50
Comprando-se as micrografias das figuras 13, 14 com a figura 12, observa-se o
aparecimento de pontos escuros sobre a superficie dos filmes, sendo que em maior
quantidade naqueles tratados com UV. Neste sentido, isto leva a concluir que: O tratamento
UV e mais agressivo na superficie dos filmes estudados em comparação com os filmes só
tratados com temperatura. Pois cabe lembrar que no tratamento UV temos também uma
componente térmica produzida durante a geração dos raios UV.
IV.4.3. Microscopia eletrônica
Micrografias de amostras de resinas poliméricas submetidas ao tratamento com
raios UV (intensidade de dose de 50 W/cm2) e térmico (temperatura de 85 °C durante 110
minutos). Figuras 15 e 16
Figura 15: Micro grafia eletrônica de resina tratada com raios ultravioleta
51
Figura 16: Micrografia óptica de resina tratada com temperatura
De acordo com tais micrografias, observa-se que a superficie dos filmes tratados
com UV (fig.IS) apresentam-se mais "lisas" do que aqueles tratados termicamente (fig.l6).
Isto pode estar associado, dentre outros fatores, a uniformidade da distribuição dos raios
UV sobre o material, notando-se inclusive durante os experimentos uma maior extração de
água no filmes submetidas ao UV.
Observou-se também que durante os ensaios de micrografia, bolhas eclodiam na
superficie das resinas. Tais fatos devem estar associados principalmente a água presente nas
resinas e que ao receber energia do feixe de elétrons passam a evaporar, como também, é
visível a formação de regiões esbranquiçadas na superficie das amostras, dando indicação
de degradação nas amostras.
52
V.4.4. Análises térmicas.
A seguir são apresentados nas fig. 17 e 18, resultados das análises térmicas
(análise termogravimétrica - TGA e calorimetria diferencial exploratória - DSC) das
amostras de filmes de resina polimérica sem pigmento , sendo estas submetidas a raios UV
e temperatura.
TGA -Análise Termogravimétrica.
Como mostra a fig.17, os resultados sobre amostras tratadas com UV e
temperatura, observa-se boa estabilidade das amostras até temperatura de 170 o C tanto
para tratamento térmico como UV. Entre as temperaturas de 170 o c até cerca de 3 50 °C,
observa-se uma perda de massa de 20% e a partir desta, uma brusca perda de massa, sendo
que, a massa residual a partir de 420 oc é de 10% da massa inicial. Estes fatos são
praticamente independentes do tipo de tratamento (UV ou térmico). Observa-se também
que, de certa forma, a perda de massa com UV e mais acentuada do que o térmico. No
entanto a massa residual do tratamento UV é levemente maior.
Ao lado destes resultados, comenta-se que a coloração, observada a olho nu, na
resina tratada com UV toma-se mais amarelada que quando tratada termicamente. Isto é
conhecido e dá-se o nome da degradação dos componentes poliméricos.
DSC - Calorimetria Diferencial Exploratória
De acordo com a fig. 18 o comportamento dos filmes de resina polimérica após
tratados com UV e temperatura apresentam comportamento entre as temperaturas de -50
oc à 50 °C, sendo que se observa uma possível transição ao redor de -20 °C. Pois para
temperaturas ao redor e acima de ambiente o comportamento da resina é visivelmente (olho
nu) amorfo, pois os filmes mostram-se flexíveis.
Para temperaturas entre 50 °C e 250 oc observa-se diferenças entre o
comportamento dos filmes tratados com UV e temperatura, indicando nestes resultados,
que aparentemente o tratamento com UV causa modificação. Estes podem estar
relacionado, principalmente com reticulações que são possíveis de ocorrer podem na resina.
53
Temperatura 80
uv
40
20
o+--------.----~--.-------~----~--~------~ o 100 200 310 400 500
Temperatura °C
Figura 17 : Termograma do filme de resina polimérica resultante da ação dos raios
UV e temperatura.
o o
00 - -0.1
~ 1-< -0.2 o ~
<:.) -0.3
<l) '"O o -0.4
~ -0.5 -~ -0.6
-0.7 uv -0.8
-0.9
-1.0 -50 50 100 150 200 250 300
Temperatura °C
Figura 18: Fluxo de calor X temperatura de resinas poliméricas submetidas a
tratamento com temperatura e UV.
54
IV .5. Caracterização dos pigmentos.
Na estamparia têxtil utilizam-se pigmentos de várias cores, contudo as mats
empregadas são as amarela, azul, vermelha e preta, pois a partir da mistura destas pode-se
obter outras cores. No entanto, neste trabalho, analisou-se os pigmentos amarelo, azul,
vermelho e preto. Os pigmentos são comercializados na forma de dispersão aquosa e
posteriormente são adicionados à resina polimérica conforme a concentração para obtenção
da cor desejada.
A seguir são apresentados os resultados sobre a caracterização destes pigmentos
utilizando-se as técnicas de microscopia óptica, microscopia eletrônica, espalhamento de
luz e raios-X, com o objetivo de caracterizar o tamanho e forma dos pigmentos.
IV.5.1. Microscopia óptica (MO) e eletrônica dos pigmentos (SEM)
Microscopia óptica
No sentido de caracterizar os pigmentos quanto ao tamanho, as figuras 19, 20, 21 e
22 mostram as micrografias dos pigmentos amarelo, azul, vermelho e preto,
respectivamente.
Observa-se nestas figuras (19-22), tanto partículas individualmente quanto
aglomerados de diversos tamanhos. Nota-se também que:
Maior concentração dos pigmentos, porém bastantes difusos;
O pigmento amarelo e o azul tendem a se aglomerar mais;
O pigmento preto apresenta menos aglomerados e aparentemente partículas
menores.
Cabe ressaltar que mesmo a olho nu, observa-se que o pigmento preto tem uma
granulometria mais fina que os demais.
Microscopia eletrônica
Visando melhor definição sobre as características das partículas as figuras 23, 24,
25 e 26 referem-se a micrografias obtidas por microscopia eletrônica.
55
Figura 19: Micrografia óptica do pigmento amarelo
Figura 20: Micrografia óptica do pigmento azul
56
Figura 21: Micrografia óptica do pigmento vermelho
Figura 22: Micrografia óptica do pigmento preto
57
Figura 23: Micrografia eletrônica do pigmento amarelo
Figura 24: Micrografia eletrônica do pigmento azul
58
Figura 25: Micrografia eletrônica do pigmento vermelho
Figura 26: Micrografia eletrônica do pigmento preto
59
Em geral, nota-se nestas figuras (23-26) a tendência dos pigmentos se
aglomerarem, principalmente os pigmentos preto e amarelo com aglomerados maiores. No
entanto com estas medidas também como ocorreu na microscopia óptica, não foi possível
visualizar a forma dos pigmentos. Neste sentido realizou-se medidas de distribuição de
partículas através de técnica de espalhamento de luz.
IV.5.2.Espalhamento de luz
Os resultados obtidos nesta técnica são mostrados nas figuras 27, 28, 29 e 30,
utilizando o equipamento "Masterzize S" modelo S - MAM 5005.
Observa-se destas figuras que os pigmentos apresentam uma distribuição de
tamanhos, sendo que para o pigmento amarelo estão entre O, 1 e 1 J...Lm, onde a maioria, cerca
de 60% esta ao redor de 0,5 J...Lm de diâmetro; para o pigmento azul estão entre 0,05 e O, 1
J...Lm diâmetro, dentre estes 60% estão ao redor de O, 07 J...Lm; para o pigmento vermelho estão
entre 0,2 e 0,7 J...Lm, sendo que 80% tem valor de 0.3 J...Lm e o preto estão entre 0,05 e 0,1
J...Lm, sendo que 90% tem valor de 0,07 J...Lm.
Destas figuras, observa-se que na distribuição para o pigmento preto a ocorrência
de partículas de tamanho menor é bem maior do que nos outros.
Estes resultados concordam com os dados especificados pelos fabricantes de
pigmentos.
o o
--~--~~~-~~~--_jO
Figura 27: Distribuição média dos tamanhos das partículas do pigmento amarelo
10r-----~------~-r~~------~--~~100
o~-::-:---0.01
90
80
70
60
50
40
30
20
10
~----~~~~-~0
Figura 28: Distribuição média do tamanho das partículas do pigmento azul
o
70
60
50
40
30
20
10
--~~~~--~~-·i-,~·~~~~ o
60
Figura 29: Distribuição média dos tamanhos das partículas do pigmento vermelho
r---~~~-T~~~--~--~~--~-----.100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
!!!!~ •• , •••••• ,.,., ••.•••••••• ! o
Figura 30: Distribuição médias dos tamanhos das partículas do pigmento preto
61
IV.5.3. Difração de raios X dos pigmentos
A figura 31 refere-se aos difratogramas de raios-X dos pigmentos preto, vermelho, azul e amarelo.
l--preto I 600
400
200
o o 10 20 30 40 50 60 70 80
600
400 --vermelho 200
(/) o 0.. o 10 20 30 40 50 60 70 80 o
600 1--azulj 400
200
o o 10 20 30 40 50 60 70 80
600 ~-amarelo
400
200
o o 10 20 30 40 50 60 70 80
2-theta
Figura 31 :Difratograma de raios X de pigmentos
Observam-se diferenças nos difratograms para os pigmentos analisados, sendo
que a fase amorfa é predominante para todos eles.
Para o pigmento preto, notam-se dois picos bem definidos, picos localizados
próximo de 32° e 45°. Para os pigmentos vermelho, amarelo e azul, apresentam abaixo de
30° e concentrados ao redor de 28° (vermelho), 25° e 28° (azul) e 25° (amarelo),
respectivamente.
62
Levando-se em consideração os resultados obtidos com espalhamento de luz, isto
parece concordar com a distribuição obtida para o pigmento preto, ou seja, estes
apresentam partículas menores e em maior quantidade.
Este fato colabora no entendimento da maior viscosidade apresentada nos
resultados das resinas pigmentadas com preto, pois estes estando em maior quantidade e
menores exibem maior dificuldade para o escoamento, dando assim maior viscosidade.
63
Capitulo V: Conclusões:
De acordo com os resultados sobre as resinas, obtidos neste trabalho, pode-se
concluir que:
A viscosidade da resina aumenta com o tempo de armazenamento e temperatura,
principalmente, para recipiente aberto:
O pH da resina diminui com o tempo e temperatura em sistema aberto, propiciando
polimerização e Conseqüentemente perda de propriedades;
Tanto o UV quanto a temperatura produzem efeitos de degradação nas resinas, sendo
mais pronunciado para UV, o qual percebe-se amarelamento (degradação) e
proporcional à dose recebida;
Adição de pigmentos à resina não produz alterações no pH, porém altera a viscosidade;
A viscosidade é maior da resina com pigmento preto, isto de acordo com os resultados,
deve estar associado ao tamanho das partículas deste serem menores do que as dos
demais pigmentos (amarelo, azul e vermelho).
Ao lado destas conclusões, sugere-se que as resmas sejam armazenadas em
sistemas fechados, com ausência de luz e temperaturas entre 20- 30 °C, evitando assim
degradação da resina e polimerização precoce.
Os pigmentos devem ser adicionados momentos antes de se utilizar a resina,
evitando aumento de viscosidade.
Trabalhos futuros:
- Efeitos dos raios ultra violeta na resina polimérica com pigmentos e aplicados
em tecidos;
-Novos produtos e/ou técnicas de estabilizar o pH das resinas;
- Tratamento de superficies para melhorar adesão entra resinas/pigmento/tecido
64
Capítulo VI. Referências bibliográficas
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• sintcqulmica
TEXIPOL 67-5016
SCOTT BADER
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Espessante multifuncional para estamparia de tecidos sintéticos com pigmentos
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TEXIPOL 67-5016 é uma emulsão inversa, que a Scott Bader desenvolveu para ser aplicado na estamparia têxtil à base de pigmentos, sobre tecidos sintéticos. Confere maior brilho de cor e melhor contorno às estampas. Especial para artigos finos, que necessitam de um toque suave, como a viscose. Apresenta-se sob a forma de emulsão inversa, é fornecido sob fina dispersão em solvente orgânico de alta pureza. As formulações para estampar por pigmentos podem ser eficientemente espessadas pela adição direta do TEXIPOL 67-5016 à resina já elaborada ou então usando-se o método convencional de preparação de uma solução estoque do espessante com ou sem outros componentes da resina de estampa exceto a cor. como vem fornecido, TEXIPOL 67-5016, apresenta uma viscosidade baixa e, quando necessário, pode ser diretamente bombeado e pesado.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Aparência
(Não devem ser tomadas como especificações).
Peso específico a 250 C Viscosidade (como fornecido) Viscosidade espessado c/ água deionizada Natureza iônica Compatibilidade com outros polímeros Ponto de fulgor Fluidez das resinas espessadas com TEXIPOL 67-5016 (*) Brookfield RVT, Haste 3, velocidade 20 rpm a 250 C.
Líquido cremoso ::1,05 ~5000 cP (*) 1 00.000 cP (**) aniônico aniônicos e não iônicos 700 C PMCC Curta
(**)Água 0.1. espessada com 3% de TEXIPOL 67-5016, Brookfield RVT, Haste 6, velocidade 5 rpm a 25° C.
BENEFÍCIOS ~ Alta resistência eletrolítica. ~ Alta resistência à migração e choro. ~ Superior brilho e rendimento de cor. ~ Nítidos contornos e melhor definição das estampas. ~ Solidez superior; seca e úmida. ~ De fácil manuseio, principalmente se comparado com compostos à base de pó e gels não
dispersos. ? Ajusta instantaneamente a reologia das resinas de estampar.
);> Pode ser adicionado diretamente às resinas de estampar. );> Eficiente e estável em uma ampla gama de pH.
APLICAÇÕES
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o TEXIPOL 67-5016 é indicado para espessar resinas para estampar com pigmentos, destinadas a tecidos sintéticos e suas misturas. Os acabamentos (amaciantes, resinas, catalizadores, etc.), devem ser compatíveis com os processos de estamparia. Pode ser utilizado para estoque de resina padrão de espessante com ou sem os demais componentes da resina, exceto a cor. Resinas espessadas com TEXIPOL 67-5016, quando adequadamente cobertas (preferivelmente na ausência de ar), podem ser armazenadas por um longo período de tempo, sem perda de viscosidade e sem formação de pele.
Outra maneira de usar o TEXIPOL 67-5016 é adicionando-o à mistura dos demais componentes sob agitação mecânica. O efeito de espessamento é completado em menos de um minuto, porém o tempo ideal pode variar dependendo da qualidade da água usada, da eficiência do misturador, do pH da resina e também dos demais componentes da formulação.
UMA RECEITA TÍPICA:
Água Pigmento Ligante Texipol 67-5016
84,5 2,0
10,0 3,5
100,0
84,2 2,0
10,0 3,8
100,0
A resina espessada tem uma viscosidade de aproximadamente 30.000 cPs. (Viscosímetro Brookfield RVT, Spindle 6, velocidade 5 a 25o c. a um pH de 8,5)
Outros eventuais componentes como umedantes. preservativos, anti-espumantes, amaciantes, podem ser adicionados às formulações da resina de estampar de preferência antes da adição do TEXIPOL 67-5016.
Nota Especial : Com alguns pigmentos, os melhores resultados são obtidos misturando-se primeiro o TEXIPOL 67-5016 com água, e adicionando-se a seguir o ligante e finalmente a cor.
SAÚDE Os componentes do TEXIPOL 67-5016 estão classificados como seguros para uso, de acordo com o Código Americano de Regularização Federal 21, partes 179-199 da seção de alimentos e drogas (Food and Drugs), e todos os seus componentes estão listados no U.S. Food and Drugs, EPA e TOSCA.
MANUSEIO Respingos de TEXIPOL 67-5016 são escorregadios, e antes de se usar água para lavá-los, os mesmos devem ser eliminados. usando-se tecido bem absorvente ou estopa seca. Informações complementares sobre o manuseio do TEXIPOL 67-5016 podem ser encontradas no boletim técnico n. 60 da Scott Bader, intitulado "A guide to the safe handling of inverse emulsions "
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ARMAZENAGEM o TEXIPOL 67-5016 deve ser annazenado adequadamente com temperaturas entre 5 e 400 C.
EMBALAGEM PADRÃO TEXIPOL 67-5016 vem acondicionado em tambores metálicos, revestidos internamente, contendo 200 kg do produto.
As informações e recomendações contidas aqui constituem um serviço aos nossos clientes, mas não os liberam de suas
responsabilidades em pesquisar outras fontes de informações nem do cumprimento de obrigações legais relativas à segurança da
manipulação dos produtos aqui referidos. Informações adicionais sobre aplicações podem ser solicitadas diretamente ao nosso
departamento técnico. A Sintequímica declara que as informações e recomendações que apresenta são corretas e foram obtidas de fontes consideradas
idôneas; todavia, não assume qualquer responsabilidade pelo desvio de uso nem pelo resultado do uso de seus produtos.
Sintequímica do Brasil Ltda
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TEXICRYL 13511- A
SCOTT BADER
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Ligante à base de um copolímero acrílico carboxilado, especialmente indicado para estamapria de pigmentos, em fibras sintéticas e naturais
ESPECIFICAÇÕES E CARACTERÍSTICAS
Teor de sólidos (g/h/1 05°C), o/o Peso específico a 250 C, g/cm3
Viscosidade (Brkf., RVT, 1/20, 25°C}, cP PH a 25°C Aparência do filme úmido Aparência do filme seco Diluente
40,0-42,0 1,00-1,05 30- 100 3,0-4,0 Branco leitoso Flexível, elástico e transparente Água
Produto sem características tóxicas com relação à manipulação ou inalação, não devendo, entretanto, ser ingerido ou colocado com partes sensíveis do corpo
FINALIDADE:
o texicryi13511-A é indicado como ligante de pigmentos em resinas de estamparia, possuindo filme flexível e, devido aos grupos carboxilícos, possui alta adesão em fibras sintéticas e naturais. Devido também ao seu poder de adesão em Fibras Sintéticas, o TEXICRYL 13511-A pode ser usado como ligante para não-tecidos (non-woven).
EMBALAGEM:
Acondicionado em bombas plásticas de 200 Kg
ARMAZENAGEM:
o produto tem vida útil de 12 meses, em condições ideais de estocagem: entre 15 e 30 °C, e protegido de intempéres.
TRANSPORTE/TRANSFERÊNCIA:
Não utilizar, para o transporte ou transferência deste produto, bombas que provoquem elevado cisalhamento (exemplo: bombas de engrenagem). Recomenda-se, neste caso, as bombas tipos de diafragma e helicoidais.
CLASSIFICAÇÃO PARA TRANSPORTE:
TEXICRYL 13511-A não está classificado como produto inflamável, corrosivo ou agressivo. Não se enquadra como produto perigoso, conforme decreto 96044 e NBR 7502
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FIXADOR HELIZARIN ®g
FABRICANTE:
BASFSA
Produto auxiliar para aumentar as solidez dos estampados com pigmentos, sobre tudo de tecidos e artigos de malhas de fibras sintéticas ou suas misturas com fibras vegetais.
NATUREZA:
Produto composto de melamina e formaldeído eterificado com metano!
ARMAZENAMEMTO:
À temperatura ambiente o Fixador Helizarin S se pode armazenar aprox. 6 meses. Às temperaturas mais elevadas, o produto toma-se ineficiente antes do prazo indicado
PROPRIEDADES:
Solução aquosa incolor com um conteúdo de aprox. 90% de substância ativa pH: 6-8 Ponto de inflamação: aprox. 47 oc (segundo Abel Pensky) Temperatura de ignição: aprox. 365°C (DIN 51794)
o fiXador Helizarin S sendo um reticulante polifuncional melhora notavelmente as solidez dos estampados com pigmentos sobre tudo de fibras sintéticas ou suas misturas com fibras vegetais
APLICAÇÃO:
o produto se emprega na estamparia com pigmentos tanto com solventes como se solventes. Se pode adicionar diretamente a preparação madre ou posteriormente nas resinas de estampar já preparadas. o fixador Helizarin S não prejudica a conservação das preparações madres nem a das resinas de estampar. No entanto tem de se cuidar que as resinas de estampar tenham uma reação fracamente alcalina. o fiXador Helizarin S não prejudica as propriedades de fluidez das resinas de estampar. Normalmente se adiciona de 5-8g de Fixador Helizarin S po Kg de resinas de estampar. Para alguns artigos especialmente críticos, como p, Xe, juta ou linho, é necessário aumentar a 10-12 g/kg para conseguir uma notável melhora das solidez.
SEGURANÇA:
Não conhecemos efeitos prejudiciais quanto ao fixador Helizarin S se empregado de forma adequada e para a finalidade a que se destina. Aplicando-se de forma adequada e observando as medida de precaução e proteção higiênica necessária para os trabalhos com produtos químicos, assim como as indicações contidas em nossos folhetos de segurança o Fixador Helizarin S, segundo nossas experiências de muitos anos e de informações que dispomos não ocorreu nenhum tipo de dano a saúde.