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19 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO RACHEL MARGALHO BARREIRA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DO ENDOCARPO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea Mart.) PARA APLICAÇÃO EM SÍNTESE DE POLIURETANA BELÉM 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

RACHEL MARGALHO BARREIRA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DO ENDOCARPO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea Mart.) PARA APLICAÇÃO EM SÍNTESE DE

POLIURETANA

BELÉM

2009

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RACHEL MARGALHO BARREIRA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DO ENDOCARPO DO AÇAÍ

(Euterpe oleracea Mart.) PARA APLICAÇÃO EM SÍNTESE DE POLIURETANA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica. Area de concentração: Materias e Processos de Fabricação. Orientador: Profª. Dra. Carmen Gilda Barroso Tavares Dias.

BELÉM

2009

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RACHEL MARGALHO BARREIRA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DO ENDOCARPO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea Mart.) PARA APLICAÇÃO EM SÍNTESE DE

POLIURETANA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica. Área de Concentração: Materiais e Processos de Fabricação. Orientador: Profª. Dra. Carmen Gilda Barroso Tavares Dias.

DATA DA AVALIAÇÃO: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ - Orientadora Prof

a. Dra. Carmen Gilda Barroso Tavares Dias

(PPGEM/CT/UFPA)

_______________________________________________ Prof. Dr. José Roberto Zamian (PPGQ/UFPA)

_______________________________________________ Prof. Dr. Lourivaldo da Silva Santos (PPGQ e PPGCF/UFPA)

_______________________________________________ Prof. Dr. João Paulo do Valle Mendes (REITOR/CESUPA/ Membro Convidado)

_______________________________________________ Prof. M.Sc. Romero Ximenes Pontes (PPGEM /UFPA/ Membro Convidado)

_______________________________________________ Prof. Dr. Carlos Alberto M. Mota (PPGEM/UFPA/ Membro Interno)

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A João Paulo do Valle Mendes, com carinho, respeito e admiração, pela oportunidade oferecida, durante toda minha vida estudantil e sobretudo por acreditar na educação, como o princípio de um futuro melhor.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, pelo dom da vida. Ao Programa de Pos graduação de Engenharia Mecânica (PPGEM) da UFPA,

pela oportunidade.

À profa Dra. Carmen Gilda Barroso Tavares Dias pela orientação, pelos

ensinamentos, pela compreensão nos momentos de dificuldades e principalmente

por me permitir evoluir como profissional e como pessoa.

Aos professores Roberto Fujiyama e Fernando Sá pela contribuição em minha

formação cientifica.

Ao Prof Hilton Tuli Costi (Museu Paraense Emilio Goeldi), pelas analises de

microscopia eletrônica de varredura.

Ao Prof Cláudio Lamarão (Geociências – UFPA), pelas analises de microscopia

eletrônica de varredura.

Ao Prof José Roberto Zamian (Laboratório de Catalise e óleo Química -UFPA),

pelas analises de FTIR.

A Mariana, técnica do laboratório (Geociências – UFPA) de raio X, pelo

difratrograma.

A Simone Aranha, bolsista de iniciação científica (Geociências – UFPA), pelas

analises de FTIR.

Aos colegas da pós-graduação: Aline Corecha, Rosane Felice, Marcio Frank,

Gisele Barata, Maria das Neves, Paulo Pinto, Paulo Brito, Junilce Lobato. Em

especial a Vera Lucia Dias, Sabina da Memória e Rosa Laura Barra, por serem

companheiras, nos momentos difíceis e de incertezas e por compartilharem das

alegrias e da boa convivência.

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Ao amigo do grupo de pesquisa eco compósito Izael Santos, pela elaboração e

confecção do secador rotativo.

Aos meus familiares, em especial a minha mãe ( Raimunda Margalho), por seu

amor, carinho e atenção. E aos tios, Risoleta Margalho, Paulo Quaresma e

Tereza Margalho (in memorin) pelo apoio e incentivo

A amiga Marícia Freitas, por estar presente nos momentos em que precisei, pelo

incentivo, carinho e amizade.

A todos que de alguma forma colaboram para realização deste trabalho.

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Aprendi que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorrem quando você esta escalando-a.

William Shakespeare

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RESUMO

O açaizeiro, Euterpe oleracea Mart.,é uma espécie frutífera de grande importância

sócio-econômica e alimentar para a Amazônia. Na cidade de Belém, são

descartados como lixo comercial cerca de 300 toneladas por dia de frutos

despolpados. Amostras destes resíduos são estudadas no Laboratório de

Engenharia Mecânica da UFPA para geração de energia e produção de materiais

principalmente a partir de fibras do mesocarpo. Este trabalho teve como objetivo o

uso do endocarpo de açaí para obtenção de polióis precursores de poliuretanos

(PU). Endocarpos foram pulverizados mecanicamente e separados em três

frações, medidos em colorímetro, observados em MEV, solubilizados, avaliados

os grupos funcionais em FTIR e presença de cristais em DRX. A fração externa

corresponde a treze por cento em massa de endocarpo, é rica em tegumento cor

vermelho amarelado composta de partículas escamosas lignificadas e fibrilas; a

fração intermediária correspondendo a dezesseis por cento em massa, mistura de

tegumento, embrião e endosperma predominantemente fibrilar e com sais

orgânicos; e a fração central, endosperma branco, setenta e um por cento em

massa de endocarpo, solúvel em meio ácido e em meio básico. As frações

apresentaram teor de polifenóis 11, 4 e 2 em miligrama equivalente de ácido

gálico, sendo 20% destes de cristais não celulósicos, e 40, 20 e 8% de ligninas.

Após polimerização a presença de estrutura uretânica foi detectada com base em

absorções por centímetro em FTIR, 1538 (deformação angular NH amida II), 1716

(estiramento CO amida I) e 3330 (deformação axial NH); ligações poliéster-

uretano por bandas de absorção em 1226(deformação axial COOC) e total

consumo de NCO (2300-2200). O PU obtido de endosperma é comparável ao de

óleo de mamona com tempo de gel a 25 C de 30 a 45 minutos, cura em 7 dias,

dureza 60 a 80 Shore A e massa específica a 20°C (ASTM D - 792) 1,0 a 1,1

g/cm³, obteve-se PU particulado com as mesmas características técnicas de

fração rica em tegumento e PU mais duro e quebradiço de fração com embrião.

Palavra-chave: Endocarpo do Açai, Polimero – poliuretana, polifenois - açai, Açai

– polímero natural

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ABSTRACT

The açaí, Euterpe oleracea Mart., Is a fruit species of major socio-economic and

food for the Amazon. In the city of Belém, are disposed of as commercial waste

about 300 tons per day of fruit dehydration. Samples of these wastes are studied

in the Laboratory of Mechanical Engineering UFPA for power generation and

production of materials mainly from mesocarp fibers. This study aimed to use the

endocarp of açaí to obtain polyol precursors of polyurethanes (PU). Cores were

mechanically pulverized and separated into three fractions, measured by

colorimeter, observed by SEM, solubilized, evaluated the functional groups in

FTIR and the presence of crystals in XRD. The fraction corresponding to external

thirteen percent by weight of core, is rich in yellow coat color red scaly particles

composed of lignified and fibrils, the intermediate fraction corresponding to

sixteen percent by weight mixture of seed coat, embryo and endosperm

predominantly fibrillar and organic salts, and the fraction of central endosperm

white, seventy-one percent by weight of core material, soluble in acidic and basic

medium. The fractions showed polyphenol content 11, 4 and 2 mg of gallic acid

equivalent, of which 20% of these crystals not cellulosic, and 40, 20 and 8% lignin.

After polymerization the presence of urethane structure was detected on the basis

of absorption per centimeter in FTIR 1538 (NH angular deformation amide II),

1716 (CO stretch amide I) and 3330 (axial deformation NH); links polyester-

urethane by absorption bands in 1226 (axial deformation COOC) and total

consumption of NCO (2300-2200). The PU obtained from endosperm is

comparable to that of castor oil to gel time at 25 C, 30 to 45 minutes, cures in 7

days, hardness from 60 to 80 Shore A and a specific gravity at 20 ° C (ASTM D -

792) 1.0 to 1.1 g / cm was obtained PU particles with the same technical

characteristics of rich fraction coat and PU harder and more brittle fraction of the

embryo.

Keywords: Endocarp Açai, Polymer - polyurethane, polyphenol – açai , Açai -

naturalpolymer

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 Açaizeiro 21 Figura 2 Estrutura do Mero da Celulose 30 Figura 3 Unidades Básicas das Ligninas 32 Figura 4 Reação de Síntese de Poliuretana 36 Figura 5 Frações do Resíduo do Agrocomércio do Açaí 41 Figura 6 Endocarpo do Açaí 41 Figura 7 Fluxograma de obtenção das Frações do Endocarpo do Açaí 43 Figura 8 Fluxograma de Rota de Poliuretana a partir do endocarpo do açaí

44

Figura 9 Frações do Endocarpo do Açaí 52 Figura 10 MEV das frações pulverizadas do Endocarpo do Açaí 54 Figura 11 MEV das superfícies das frações do Endocarpo do Açaí 54 Figura 12 Solubilidade em Água 54 Figura 13 Solubilidade em Hidróxido de Sódio 55 Figura 14 Solubilidade em Ácido Clorídrico 55 Figura 15 Identificação de Carboidrato 56 Figura 16 Frações do Endocarpo do Açaí Aciduladas com H2SO4 56 Figura 17 Frações do Endocarpo do Açaí Alcalinizadas com NaOH 57 Figura 18 Extrato Etanol- Frações do Endocarpo do Açaí 57 Figura 19 Identificação de Taninos 58 Figura 20 Carbonização com H2SO4 58 Figura 21 Carbonização com H2SO4 e H3PO4 58 Figura 22 Insolubilidade ácida pelo Método Klason 59 Figura 23 FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí 61 Figura 24 FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí após Insolubilidade

64

Figura 25 Difratograma de raio X após Insolubilidade Ácida do Endocarpo do Açaí

65

Figura 26 Processo de Cura das Frações do Endocarpo do Açaí 66 Figura 27 Poliuretana a partir das Frações do Endocarpo do Açaí 66

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29

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Substâncias Químicas Isoladas das raízes e do talo da folha de Euterpe precatória Mart

22

Tabela 2 Substâncias Químicas Isoladas do Fruto de Euterpe oleracea Mart.

24

Tabela 3 Conteúdo Médio de Celulose em várias Plantas

30

Tabela 4 Características Técnicas do Pré-polímero RESCON 301-40

42

Tabela 5 Rendimento das Frações do Endocarpo do Açaí

53

Tabela 6 Principais Picos no Espectro de FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí

60

Tabela 7 Principais Picos no Espectro de FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí após Insolubilidade

62

Tabela 8 Tempo e temperatura no processo de cura do pré- polímero do bi-componente de mamona RESCON 301-40 Tabela 9 Tempo e temperatura no processo de cura da fração 1 e pré polímero do bi-componente de mamona RESCON 301-40.

67

67

Tabela 10 Tempo e temperatura no processo de cura da fração 2 e pré 67 polímero do bi-componente de mamona RESCON 301-40. Tabela 10 Tempo e temperatura no processo de cura da fração 3 e pré 67 polímero do bi-componente de mamona RESCON 301-40.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

HDPE Polietileno de Alta Densidade

PP Polipropileno

PET Poli(tereftalato de Etileno)

PE Polietileno

PVC Poli( cloreto de vinila)

EVA Etileno/ Acetato de Vinila

PVA Acetato de Polivinila

MWL Lignina de Madeira Moída

UF Uréia – formaldeido

FF Fenol-formoldeido

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 19 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 20 2.1 AÇAIZEIRO 20 2.1.1 Fruto 23 2.1.2 Resíduos de Açaí 25 2.1.3 Sementes 25 2.2 POLIMEROS 26 2.2.1 Polimerização 27 2.2.2 Polímeros Naturais 28 2.2.3 Polímeros Lignocelulósicos 28 2.2.3.1 Celulose 29 2.2.3.2 Hemicelulose 31 2.2.3.3 Lignina 31 2.2.3.3.1 Adesivos 34 2.2.3.4 Taninos 35

MF Melanina

RF Resorcinol-formaldeido

PU’S Poliuretana

DRX Difratograma de Raio X

FTIR Infravermelho

rpm Rotações por minuto

UFPA Universidade Federal do Pará

PPGEM

PPGEM

Programa de Pos Graduação de Engenharia Mecânica

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2.3 POLIURETANA 36 2.4 BIOMATERIAL 38 3 MATERIAIS E MÉTODOS 40 3.1 MATERIAL 41 3.1.1 Resíduos do Açaí 41 3.1.2 Frações do Endocarpo do Açaí 41 3.1.3 Poliuretana a base de mamona 42 3.2 MÉTODOS 42 3.2.1 Caracterização Físico-Química do Endocarpo do Açaí 45 3.2.1.1 Coloração 45 3.2.1.2 Analise por Microscopia Eletrônica de Varredura ( MEV) 45 3.2.1.3 Solubilidade 45 3.2.1.3.1 Solubilidade em Água 45 3.2.1.3.2 Solubilidade em Hidróxido de Sódio 46 3.2.1.3.3 Solubilidade em Ácido Clorídrico 46 3.2.1.4 Teste Qualitativo 46 3.2.1.4.1 Aminas 46 3.2.1.4.1.1 Basicidade 46 3.2.1.4.1.2 Oxidação das Aminas 47 3.2.1.4.1.3 Teste com Ácido Nitroso 3.2.1.4.2 Identificação de Carboidratos

47 47

3.2.1.4.3 Teste para Flavonóides 47 3.2.1.4.4 Identificação de Taninos 48 3.2.1.4.4.1 Preparação do Extrato 3.2.1.4.4.2 Teste para Taninos

48 48

3.2.1.5 Ataque Químico das Frações do endocarpo do Açaí 48 3.2.1.5.1 Ataque Químico com H2SO4 48 3.2.1.5.2 Ataque Químico com H2SO4 e H3PO4 49 3.2.1.6 Insolubilidade Ácida 49 3.2.1.6.1 Insolubilidade Ácida pela NBR 7989 para o endocarpo do açaí 3.2.1.6.2 Insolubilidade Ácida pelo Método Klason para o endocarpo do açaí 3.2.1.6.3 Insolubilidade Ácida pelo Método Klason para as frações do endocarpo do açaí 3.2.1.7 Caracterização Química das Frações do Endocarpo do Açaí por FTIR 3.2.1.8 Difração de Raio X do Insolúvel do Método de Klason do Endocarpo do Açaí

49

50

50

50

51

3.2.1.9 Análises Quantitativas 51 3.2.1.9.1 Determinação do Teor de Polifenóis 51 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 52 4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ENDOCARPO DO AÇAÍ

52

4.1.1 Separação do Endocarpo em Frações e Identificação por coloração

52

4.1.2 Média do Rendimento das Frações do Endocarpo do Açaí 53 4.1.3 Analise por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) 53 4.1.4 Solubilidade das Frações do Endocarpo do Açaí 54

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4.1.5 Teste Qualitativo 55 4.1.5.1 Propriedade Química das Aminas 55 4.1.5.2 Identificação de Carboidrato 56 4.1.5.3 Teste para Flavonóides 56 4.1.5.4 Identificação de Taninos 57 4.1.6 Ataque Químico das Frações do Endocarpo do Açaí 58 4.1.7 Insolubilidade Ácida 59 4.1.7.1 Insolubilidade Ácida do Endocarpo do Açaí 59 4.1.7.2 Insolubilidade Ácida das Frações do Endocarpo do Açaí 59 4.1.8 Caracterização por FTIR 60 4.1.8.1 FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí 60 4.1.8.2 FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí após Insolubilidade Ácida pelo Método Klason

62

4.1.9 Difração de Raio X do Endocarpo do Açaí 64 4.2 ANALISE QUANTITATIVA 65 4.2.1 Determinação do Teor de Polifenóis 65 4.3 SÍNTESE DE POLIURETANA (PU’S) A PARTIR DO ENDOCARPO DO AÇAÍ (EUTERPE OLERACEA MART)

65

5 CONCLUSÕES 68 6 SUGESTÕES PARA PRÓXIMAS PESQUISAS 69 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação (CIP), Biblioteca do Mestrado em Engenharia Mecânica/ UFPA, Belém, PA

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B271c Barreira, Rachel Margalho Caracterização Fisico-Quimica do endocarpo do açaí (Euterpe oleracea

Mart.) para aplicação em síntese de poliuretana/ Rachel Margalho Barreira;

orientadora Carmen Gilda Barroso Tavares Dias. – Belém, 2009.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Pará. Instituto de

tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, 2009.

1. Endocarpo do Açaí. 2. Polímero – poliuretana. 3. Polifenóis -

açaí. 4 .Açaí – polímero natural I. Dias, Carmen Gilda Barroso Tavares,

orientador. II. Titulo

1 INTRODUÇÃO

Novos materiais oriundos de fontes renováveis surgem com diversidade de

aplicações na industria química, na medicina e em produtos da área tecnológica.

O interesse por esses materiais tem feito da Amazônia um grande campo de

estudo, devido sua riqueza vegetal.

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O açaizeiro, Euterpe oleracea Mart., palmeira típica da região amazônica,e

que ocorre nos Estados do Amazonas, Amapá, Maranhão e no Pará, é uma

planta de solos alagados e várzea, que vivencia expansão no plantio e manejo,

com aproveitamento integral do resíduo agrícola e pouca utilização do resíduo do

agrocomércio.

O açaizeiro é uma espécie frutífera de grande importância sócio-

econômica e alimentar para a Amazônia, passando de um fruto de açaí

naturalmente extraído para outro mais nobre e mais rentável, se constituindo fonte

de renda para a família de agricultores ( MORAES; et al, 2003).

Na área cientifica o açaí é amplamente estudado (Santos, 2001; Vaz, 2003;

Gantuss, 2006; Gouvêa, 2007; Lima júnior, 2007; Souza, 2009) por ser uma

espécie integralmente aproveitada. Nas Ciências dos materiais as fibras do açaí,

um subproduto da extração do suco ou polpa do açaí, parte que apresenta

material ligno-celulósico está sendo utilizado na produção de eco-compósitos

(FAGURY, 2005; ANDRADE, 2007; SILVA, 2006).

Na cidade de Belém, são comercializados de 100.000 a 120.000 toneladas

de frutos de açaí por ano, o que gera cerca de 300 toneladas por dia de lixo

orgânico constituído de uma biomassa vegetal formada por celulose,

hemicelulose e lignina, encontradas principalmente no mesocarpo, enquanto que

proteínas, carboidratos e lipídios estão presentes no endocarpo.

O endocarpo do açaí fonte de substâncias poliméricas é objeto de estudo

deste trabalho, que visa à caracterização físico-química para aplicação em

síntese de poliuretana.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea Mart.)

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36

É uma palmeira encontrada nas regiões de clima tropical e uma das

espécies mais abundantes nas várzeas da região amazônica. Sua distribuição se

limita ao norte da América do sul (LICHTENTHÄLER et al., 2005)

Euterpe oleracea Mart pertencente ao reino Plantae, divisão

Magnoliophyta, classe Liliopsida, ordem Arecales, família Arecaceae e gênero

Euterpe (CPATU-EMBRAPA, 2007).

O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), ver figura 1, é uma palmeira

cespitosa, ou seja, que cresce em touceiras (ou rebolado, na linguagem cabocla)

podendo atingir 25-30 m de altura. O caule é um estipe de cor cinza claro, liso,

delgado e encurvado que possui aproximadamente 0,15-0,25 m de diâmetro,

formando no ápice um capitel que sustenta de 12 a 14 folhas pinadas (MARTINS

et al., 2005; ROGEZ, 2000). Cada planta produz em média de três a oito

inflorescências (espádices) do tipo infrafoliares, pois crescem na base das

bainhas das folhas sendo envolvidas por brácteas conhecidas por espatas que,

ao abrirem, expõem o cacho constituído por um ráquis e um número variável de

ráquilas onde estão inseridas flores masculinas e femininas. Quando maduros, os

cachos formam centenas de frutos que se caracterizam por serem drupas

globosas, com epicarpo de cor violeta ou verde, dependendo da variedade da

espécie (CANTO, 2001; OLIVEIRA et al., 2002; HENDERSON e GALEANO,

1995).

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Figura 1- Açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.)

(Fonte: autor)

O açaizeiro tem várias utilizações, tais como: alimentação, produção de

celulose, fabricação de casas, ração animal, arborização, medicina caseira e

corante natural; no entanto, a principal importância econômica desta espécie é

como produtora de palmito utilizado principalmente para a exportação. Estima-se

que 95% de todo palmito produzido no Brasil seja extraído do açaizeiro, sendo

usado no preparo de picles, saladas, cremes e ração animal. No Pará o cultivo

racional do açaizeiro para a produção de frutos vem sendo realizado desde

meados de 1995, através de sementes de procedência desconhecida e com

pouca informação técnica (OLIVEIRA e MULLER, 1998).

Devido ao aproveitamento integral da espécie, muito estudos são

realizados com objetivo de avaliar sua importância química e biológica.

Dentre os principais componentes químicos presentes na espécie se

destacam: antocianinas, proantocianidinas e outros flavonóides, como a ciandina-

3-glucosídeo e vílio-3-rutinosideo detectados como compostos predominantes

(SCHAUSS et al., 2006b).

Substâncias, ver tabela 1, como α-amirina, β- amirina, α-D-glicose, β-D-

glicose e estigmast-4-n-6β-ol-ona foram isoladas das raízes e dos talos das folhas

da espécie Euterpe precatória Mart.

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Substâncias Estruturas Partes

-R1=CH3;R2=H; α-amirina

-R1=H;R2= CH3; β-amirina

(Gallota & Boaventura, 2005)

Raízes

-Estigmast-4-n-6β-ol-3-ona

(Gallota & Boaventura, 2005)

Raízes e talos das

folhas

-R1=H;R2=OH; α-D-glicose

-R1=OH;R2=H; β-D-glicose

(Gallota & Boaventura, 2005)

Raízes

Tabela 1 - Substâncias químicas isoladas das raízes e do talo da folha de Euterpe precatória Mart.

(Fonte: Souza, 2009).

2.1.1 Fruto

Os frutos de Euterpe oleracea Mart. (Açaí) possuem uma única semente,

que ocupa a maior parte de seu volume. Esta é revestida por fibras filamentosas

que são recobertas por uma fina camada comestível (mesocarpo e epicarpo),

onde se inclui a polpa e também a casca (DEL-POZO INSFRAN et al., 2004;

LICHTENTHÄLER et al, 2005). Os frutos devem ser colhidos na estação seca do

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ano, de agosto a dezembro para se obter maior produção e melhor característica

organoléptica (ROGEZ, 2000).Uma palmeira pode gerar até 120 Kg de frutos por

safra, dependendo do manejo realizado (SHANLEY; et al,1998).

Segundo Rogez (2002), o fruto do açaí é arredondado de 1 a 2 cm de

diâmetro e um peso médio de 0,8 a 2,3 g seu epicarpo é de cor violáceo–púrpura

quase negro e muito fino. O mesocarpo também é bastante fino, tem apenas 1 a 2

mm de espessura. O epicarpo e o mesocarpo constituem a parte comestível do

fruto. O caroço constitui 83% do fruto e é formado por um pequeno endosperma

sólido ligado a um tegumento que na maturidade é rico em celulose,

hemecelulose e cristais de inulina, antes é rico em lipídios. O pericarpo é fibroso e

o endocarpo é pouco lenhoso.

Segundo Pesce (1941), cozendo-se o fruto do açaí em água fervente,

obtém-se o óleo de açaí. O rendimento em óleo, com esta operação é muito

limitado, pois precisa perto de 100 Kg de frutos para produzir um litro de óleo.

Quando seco contém 4% de óleo, cor verde escura, cheiro pouco agradável.

Pelo despolpamento do fruto obtém-se o tradicional açaí ou também

conhecido como "vinho do açaí", bebida de grande aceitação, considerado um

dos alimentos básicos da região norte (GANTUSS, 2006). Compostos

polifenólicos como os flavonóides homoorientina, orientina, isovitexina, taxifolina

desoxi-hexose e as antocianinas cianidina-3-glicosídeo, cianidina-3-rutinosídeo e

derivados de cianidina e peonidina já foram identificadas através de métodos

cromatográficos e espectroscópicos em estudos realizados com a polpa dos

frutos (GALLORI et al., 2004; SCHAUSS et al., 2006b), ver tabela 2.

Substância Estrutura

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-Cianidina-3-sambubiosideo,; -R1=sambubiosideo e R2=OH;

-Cianidina-3-glucosídeo,

-R1=glucose e R2=OH;

-Cianidina-3-rutinosídeo, - R1= rutinose e R2=OH;

-Peonidina-3- glucosídeo,

R1=glucose e R2=Ome

-Peonidina-3- rutinosídeo, R1= rutinose e R2=Ome

(Schauss et al, 2006b; Lichtenthãler , et al 2006b)

Cianidina

Peonidina

-Homoorientina;

-Orientina

(Gallori, et al, 2004; Schauss et al 2006 b)

Homoorientina

Orientina

-Isovitexina

(Gallori, et al, 2004; Schauss et al 2006 b)

Isovitexina

Tabela 2 –Substâncias químicas isoladas do fruto de Euterpe oleracea Mart.

(Fonte:Souza, 2009)

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2.1.2 Resíduos de Açaí

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técncas - ABNT (NBR

10004/1987) a semente de açaí, está classificada como lixo comercial, o qual é

produzido em estabelecimentos comerciais e suas características dependem das

atividades ali desenvolvidas.

2.1.3 Semente

A estrutura utilizada para a propagação sexuada do açaizeiro,

tecnologicamente denominada semente, corresponde ao fruto que, desprovido de

epicarpo e de mesocarpo, contém uma semente botânica com eixo embrionário

diminuto e abundante tecido endospermático, de formato esférico e

representando 73% da massa do fruto completo (VILLACHICA et al., 1996;

CARVALHO et al., 1998).

De acordo com Carvalho et al. (1998), as sementes de açaizeiro são

admitidas como recalcitrantes; dessa maneira, a secagem a graus de umidade

próximos a 14% é suficiente para eliminar a capacidade de germinar (Oliveira et

al., 2000).

As fibras da semente do açaizeiro encontram-se fixadas ao redor da

semente do fruto do açaí após o beneficiamento do suco, pois elas se localizam

no mesocarpo do fruto, justamente onde se localiza a polpa. São, portanto, um

subproduto da extração do suco ou polpa do açaí. Depois de desidratadas

naturalmente podem ser facilmente removidas com as mãos. Possuem um

comprimento médio da ordem de 12 mm (LIMA JUNIOR, 2007).

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2.2 POLÍMEROS

Os polímeros são macromoléculas que possuem como característica

principal seu tamanho, sua estrutura química, e as interações intra e

intermoleculares de suas moléculas. Estes revolucionários materiais possuem

unidades químicas que são unidas por ligações químicas, geralmente do tipo

covalente, que se repetem ao longo da cadeia polimérica.

Os polímeros podem ser classificados quanto a natureza em naturais

como; animal, por exemplo a seda e a lã constituídos de aminoácidos; vegetal

como as fibras de algodão e linho a base de celulose e mineral como asbesto. E

artificiais como a viscose e modal e sintéticos, como o polietileno (PE), o poli

(tereftalato de etileno) (PET), o polipropileno (PP), o poli(álcool vinílico) (PVA), o

poli(cloreto de vinila) (PVC), etc (MANO e MENDES, 1999; WAN e

GALEMBECK, 2002).

Os polímeros podem ser divididos em duas classes: aqueles que são

fundamentalmente amorfos e aqueles que são semicristalinos. Polímeros amorfos

possuem diferentes comportamentos físicos e mecânicos dependendo de sua

estrutura e da temperatura em que se encontram (HARRIS, 1981; SPERLING,

2001).

Polímero anfifílico é um polímero que tem ao mesmo tempo uma parte

hidrofílica e outra hidrofóbica. Os grupos polares ou hidrofílicos podem ser

carregados (aniônicos, catiônicos ou “zwiteriônicos”) ou neutros. Entre os

aniônicos encontram-se grupos como os fosfatos, aminos, sulfatos e carboxílicos;

e entre os grupos polares não carregados encontram-se hidroxilo, carbonilo, éster

ou o grupo carbonilo protonado Enquanto que a parte apolar da molécula é

composta por grupos hidrofóbicos em geral hidrocarbonetos, sejam cadeias

alifáticas ou grupos aromáticos (ROCHA, 1999).

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Polímeros anfifílicos a base de polissacarídeos tem sido amplamente

estudado (ARVANITOYANNIS, 1999; PSOMIADOU; ARVANITOYANNIS;

YAMAMOTO, 1996). Tem atraído atenção crescente para a sua vasta gama de

aplicações na indústria de surfactante, tinta látex, recuperação do petróleo,

cosméticos, cristais líquidos e medicina (WEI e CHENG, 2007).

Os polímeros provenientes do petróleo, cujo desenvolvimento tecnológico

tem sido realizado já há muitos décadas, possuem hoje um papel relevante na

sociedade moderna. Estima-se que a produção mundial de termoplásticos seja

hoje da ordem de 180.000.000 t/ano. A expansão de mercados consumidores

representados por países densamente habitados como a Índia e a China,

antecipa um potencial de crescimento da ordem 5 a 6% ao ano. Por outro lado, a

limitação crescente de disponibilidade e as altas sucessivas do preço do petróleo,

tem ensejado, cada vez mais, novas pesquisas no desenvolvimento de polímeros

provenientes de recursos renováveis (PRADELLA, 2006).

2.2.1 Polimerização

Os processos de síntese de polímeros ou polimerizações podem ser por

policondensações ou poliadições. As policondensações ocorrem entre

monômeros polifuncionais que se encadeiam através da reatividade entre os

grupos funcionais com a eliminação, normalmente, de moléculas pequenas. São

sintetizados através deste tipo de polimerização as poliamidas e os poliésteres,

entre outros (BILLMEYER, 1984).

As poliadições ocorrem entre monômeros insaturados e são geralmente

reações em cadeia, isto é, as moléculas de monômero necessitam de um agente

iniciador para que se forme um centro ativo, que pode ser um radical livre ou um

íon. A partir deste centro ativo, outras moléculas de monômero são adicionadas,

rápida e sucessivamente, surgindo uma cadeia em crescimento. Em condições

fortuitas ou provocadas pela adição de um agente de terminação, o crescimento

da cadeia é interrompido pela eliminação dos centros ativos. Polímeros como o

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polietileno, o polipropileno e os polímeros vinílicos, entre outros, são produzidos

por este tipo de polimerização (MANO e MENDES 1999).

Os processos de polimerização em suspensão são apropriados para

obtenção de produtos para aplicações biotecnológicas e médicas, como por

exemplo, partículas com morfologia controlada para uso, como suporte para

enzimas em embolização vascular (PEIXOTO; et al., 2006), como suporte para

enzimas (LENZI et al., 2003) ou como cimento ósseo para tratamento de

osteoporose e em cirurgias dentárias (SANTOS; et al., 2006; LEMOS; et al.,

2006).

2.2.2 Polímeros Naturais

Polímeros formados durante o ciclo de crescimento de organismos

vivos são, então, denominados polímeros naturais. Sua síntese envolve,

geralmente, reações catalisadas por enzimas e reações de crescimento de cadeia

a partir de monômeros ativados, que são formados dentro das células por

processos metabólicos complexos (FRANCHETTI e MARCONATO, 2006).

O uso de polímeros naturais para aplicações diversificadas têm sido de

vital importância para os avanços das ciências e apresentam várias vantagens

como ser de fácil obtenção, ser biocompatível e biodegradável. Os

polissacarídeos, como uma classe de macromoléculas naturais, têm sua

propensão extremamente bioativa, e são geralmente derivados de produtos

agrícolas ou de crustáceos (AZEVEDO et al., 2007).

2.2.3 Polímeros Lignocelulósico

Os materiais lignocelulósicos são constituídos basicamente pelos

compostos estruturais ou celulares (celulose, lignina, poliose) e constituintes

menores. Estes incluem compostos orgânicos também chamados de extraíveis

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(ésteres, álcoois, esteróides e outros) e inorgânicos ou componentes minerais

(sulfatos, oxalatos, carbonatos e silicatos de cálcio, potássio e magnésio,

principalmente). As proporções entre os constituintes dependem do material

(SJÖSTRÖM, 1981; TSOUMIS, 1991; LEWIN e GOLDESTEIN, 1991).

Hemicelulose, celulose e lignina são componentes de biomassa, que

apresenta respectivamente 20-40, 40-60, e 10-25% em peso de biomassa

lignocelulosica (MCKENDRY, 2002).

Bagaço de cana é um resíduo largamente produzido e contém celulose

(46,0%), hemicelulose (24,5%), lignina (19,95%), gordura e ceras (3,5%), cinzas

(2,4%), sílica (2,0%) e outros elementos (1,7%) (SENE; CONVERTI; FELIPI;

ZILLI, 2002).

O Brasil, país privilegiado em termos de capacidade agrícola, não poderia

deixar de estar presente neste campo. A Union Carbide ao se instalar no Brasil há

cerca de 50 anos, já tinha idéia de usar essa matéria prima para a síntese do PE.

Mas a idéia nunca decolou totalmente devido ao baixo preço da nafta, que

inviabilizou o uso do etanol como insumo. No inicio da década de 1980, uma

época de petróleo extremamente caro e divisas escassas, versões de PE

produzidas a partir de etanol foram novamente oferecidas pela Union Carbide ao

mercado brasileiro. Contudo, a queda dos preços do petróleo e a crise no

fornecimento de etanol, ocorridas poucos anos depois, inviabilizaram essas

iniciativas. Nos dias de hoje, porém, novamente as circunstâncias voltam a sorrir

para essa alternativa (DÜSSELDORF, 2007).

2.2.3.1 Celulose

A celulose é o composto orgânico mais comum na natureza. Ela constitui

entre 40 e 50% de quase todas as plantas. A celulose está presente também em

bactérias e algas, mas em pequenas proporções. A celulose está localizada

principalmente na parede secundária das células vegetais (KLOCK; et al., 2005).

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A celulose, (ver figura 2), é um polissacarídeo linear constituído por

unidades monoméricas de β (1-4)-D-glucopiranose. Trata-se de um polímero

caracterizado por regiões cristalinas em grande parte de seu comprimento,

entrecortadas por zonas amorfas (GIL FERREIRA, 2006).

Figura 2.– Estrutura do mero da celulose (Fonte: LIMA JUNIOR, 2007)

As principais fontes de celulose são das algas marinhas como a valônia,

que possui longas microfibrilas; fibras de frutos–pericarpo, exemplos: algodão,

casca de coco. No algodão, ver tabela 3, é encontrada a celulose mais pura 98%.;

fibras de floema-líber como juta, linho, cânhamo, rami. Gramíneas-

monocotilêdoneas como esparto, bagaço de cana, bambu, palhas de cereais e

outros; fibras do xilema-lenho como madeiras e celulose artificial como rayon,

viscose e outros KLOCK et al. (2005).

Tabela 3 - Conteúdo médio de celulose em várias plantas

Planta Celulose ( %)

Algodão 95 - 99

Rami 80 - 90

Bambu 40 - 50

Madeira 40 - 50

Casca de árvores 20 - 30

Musgos 25 - 30

Bactéria 20 - 30

(Fonte: KLOCK et al., 2005)

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Os derivados da celulose, como carboxi-metilcelulose, acetato de celulose

e metil celulose são utlizados em diversas atividades, dependendo da

incorparação de grupos químicos em substituição ao grupo hidroxila.

2.2.3.2 Hemicelulose

De acordo com Braum (2007), outro componente essencial na parede

celular das plantas são as hemiceluloses. Elas estão intimamente ligados à

celulose, definindo propriedades à parede celular e desempenhando funções de

regulação do crescimento e desenvolvimento das plantas(FENGEL e WEGENER,

1989; LIMA, 2002).

São polissacarídeos formados por diferentes unidades de açúcar

pertencentes aos grupos das pentoses, hexoses, ácidos hexaurônicos e

deoxiexoses (BRUM, 2007).

As hemiceluloses, diferentemente da celulose, são formadas por cadeias

moleculares curtas e bastantes ramificadas, dando origem somente a arranjos

amorfos e, portanto, menos resistentes ao ataque de reagentes químicos

(BROWING, 1963).

2.2.3.3 Lignina

Em contraste com a celulose, que forma todas as plantas, a formação da

lignina só ocorre em plantas vasculares que desenvolvem tecidos especializados

em funções tais como transporte de soluções aquosas e suporte mecânico. As

plantas primitivas como fungos e algas não possuem lignina aparentemente

porque os seus aglomerados de células não diferenciadas não requerem a ação

protetora e de suporte que é oferecida pela lignina (KLOCK; et al., 2005).

A estrutura microscópica da maioria das células vegetais é formada por

uma parede celular rígida composta basicamente de celulose, disposta em forma

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de fibra, associada com outros polissacarídeos, principalmente hemiceluloses e

compostos pécticos, (que formam uma matriz onde estão embebidas as fibras de

celulose), lignina e minerais. Esta parede é fina e elástica nas células vegetais

mais jovens (parede primária). Nas células adultas esta parede sofre um

espessamento, que pode formar, internamente à parede primária, uma parede

secundária, composta de lignina, hemicelulose e suberina (SANTANA e CAVALI,

2006).

Com a exceção de celulose, nenhum outro recurso natural renovável é

mais abundante do que lignina. Lignina é um polímero tridimensional altamente

ramificado, com uma vasta variedade de grupos funcionais promovendo centros

ativos para interações químicas e biológicas. A madeira apresenta, geralmente,

de 19 a 35 % de lignina (DENCE e LIN,1992). O Endocarpo de babaçu 27,9% e o

endocarpo de macaúba 36,6% ( SILVA; BARRICHELO; BRITO, 1986)

Ao contrário da celulose, que tem uma estrutura totalmente bem definida e

conhecida, as ligninas são biopolímeros tri-dimensionais amorfos com uma

estrutura molecular complexa e variável que depende da espécie vegetal,

localização, idade da planta, estação do ano, etc., é por isto que se usa o termo

plural ligninas. Embora as suas estruturas ainda não estejam completamente

conhecidas, sabe-se que as ligninas estão constituídas por duas unidades

básicas guaiacil (G) e sinapil (S) representadas na figura 3 (ADLER, 1977;

GLASER ,1981; SARKANEN e LUDWING, 1971).

Figura 3 – Unidades básicas das ligninas (Fonte: Hernandez, 2007)

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As ligninas mais comumente utilizadas e aproveitadas para síntese de

subprodutos são as ligninas isoladas dos processos de produção de polpa

celulósica como o Kraft e Sulfito. Porém para o caso dos estudos de estrutura,

reações e propriedades existem outros procedimentos de isolamento e preparo

das ligninas, por exemplo:

A lignina Brauns é obtida pela extração de madeira com solvente.

A separação da lignina Enzimática é realizada em madeira moída,

utilizando enzimas que degradam celulose. Depois deste tratamento o material é

submetido à extração com solventes. Embora seja um procedimento tedioso e

cansativo, o rendimento em lignina é verdadeiramente alto.

Lignina Dioxano é separada tratando o material lignocelulósico com uma

solução de dioxano e ácido clorídrico. Algumas ligações são quebradas por este

procedimento sendo que a lignina obtida apresenta uma estrutura molecular

modificada.

Lignina de Madeira Moída (MWL) é separada da madeira finamente moída

por extração com solventes e submetida a uma purificação exaustiva. Esta lignina

é conhecida também como lignina Björkman.

Lignina Klason é preparada por tratamento com um ácido forte,

normalmente ácido sulfúrico. Este procedimento é utilizado para avaliar o teor de

lignina de um material. A estrutura da lignina sofre fortes mudanças pelas

condições drásticas de tratamento.

Lignina Per-iodato é separada por tratamento sucessivo de pó de madeira

com per-iodato de sódio seguido de água em ebulição. Este tratamento dissolve

os carboidratos, mas ocorrem algumas modificações na estrutura da lignina

isolada (HERNÁNDEZ, 2007).

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2.2.3.3.1 Adesivos

Os adesivos utilizados atualmente são predominantemente sintéticos e, por

causa de sua fácil manipulação e excelentes propriedades, praticamente

substituíram a utilização das colas naturais (CARNEIRO; et al., 2001).

As matérias-primas dos adesivos amino-plásticos e também dos fenol-

plástico são, além do petróleo, o gás natural ou o carvão mineral (SKEIST, 1990).

Num futuro não muito distante, espera-se que essas matérias-primas se tornem

cada vez mais escassas, atingindo preços mais elevados, aumentando, assim, o

interesse em sua substituição por recursos renováveis (CARNEIRO; et al., 2001).

.

As ligninas podem ser incorporadas em uma grande variedade de adesivos

poliméricos, como resinas fórmicas, epóxidos, poli-isocianatos, poli-acrilamidas e

pesquisas recentes para poliuretanas (PU), no entanto a maioria das pesquisas

está enfocada as ligninas Kraft ou lignosulfonatos (NIMZ, 1983).

As PU’s foram introduzidos como adesivos há aproximadamente 50 anos, e

são usados em setores como: construção, embalagens, aparelhos, livros,

calçados, móveis, medicina, além de montagens diversas nas indústrias de eletro-

eletrônicos, aeroespacial, automotivo, abrasivos, têxteis e outras. As PU’s podem

se unir a maioria dos materiais e são utilizados na substituição de parafusos,

rebites e pregos, e diversos tipos de solda, pois produzem juntas de alta

resistência. Os adesivos de PU polimerizam para formar ligações resistentes, sem

a necessidade de altas temperaturas. As elevadas forças de ligação interfacial,

obtidas, são derivadas, não somente das forças físicas resultantes do contato

íntimo, mas também da habilidade do adesivo de PU, de formar ligações

hidrogênio, ou ligações covalentes, com diferentes substratos. Tais ligações têm

excelente durabilidade como os polióis-poliéter e polibutadieno líquido. A principal

razão da alta resistência à umidade da ligação uretânica com superfícies

metálicas é atribuída à habilidade dos isocianatos de reagir com uma camada uni-

molecular de água, presente na superfície de metais como alumínio e aço,

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anteriormente limpos por processos padrões como lavagem (HERNÁNDEZ,

2007).

2.2.3.4 Taninos

Taninos são materiais poli-fenólicos complexos. Ocorrem na maioria das

cascas e em algumas madeiras, mas em somente poucas espécies em

quantidade suficiente para exploração econômica, têm maior produção em

plantas lenhosas do grupo das Angiospermas e (com menor freqüência) das

Gimnospermas; são responsáveis pela defesa contra microorganismos

patogênicos ( Klock; et al ., 2005) .

O termo taninos é utilizado para definir duas classes distintas de

compostos químicos de natureza fenólica: os taninos hidrolisáveis e os taninos

condensados. O primeiro grupo está presente em extratos de cascas e madeiras

das árvores de Terminalia, Phyllantus e Caesalpina, dentre outros gêneros. São

constituídos de misturas de fenóis simples, tais como pirogalol e ácido elágico, e

também ésteres do ácido gálico ou digálico com açúcares, principalmente glicose

(HERGERT, 1989).

Os taninos hidrolisáveis podem ser utilizados como substitutos parciais do

fenol na produção de resinas e adesivos fenol-formaldeído. No entanto,

apresentam comportamento químico semelhante aos fenóis, substituídos com

baixa reatividade com formaldeído. Este comportamento químico, associado à

limitada produção mundial, impede que eles sejam efetivamente utilizados para a

produção de adesivos fenólicos (PIZZI, 1983).

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2.3 POLIURETANA

As poliuretanas (PU’s) foram desenvolvidos por Oto Bayer, em 1937, desde

então são um dos polímeros melhor sucedidos com um mercado que movimenta

bilhões de dólares no mundo todo. São produzidos pela reação, ver figura .4 , de

poli-adição de um isocianato (di ou polifuncional) com um poliol e outros

reagentes aditivos, catalisadores, extensores de cadeia, agentes de cura, etc.

(MAÎTRE e PERDIX, 2004). Os isocianatos podem ser aromáticos ou alifáticos.

Os compostos hidroxilados podem variar quanto à massa molar, natureza química

e funcionalidade. Os polióis podem ser poli-ésteres, poliéteres, ou possuir

estrutura hidrocarbônica. Esta variedade de produtos possibilita a obtenção de

materiais com diferentes propriedades físicas e químicas, e fazem com que os

PU’s ocupem posição de destaque no mercado mundial dos polímeros sintéticos

de alto desempenho (HERNÁNDEZ, 2007).

Figura .4 - Reação de Síntese de Poliuretana

(Fonte: Cangemi; Santos; Neto, 2009)

As PU’S podem ser obtidos por processos em uma e duas etapas. Na

nomenclatura da química dos PU’S, os prepolímeros são intermediários da reação

de poliadição dos isocianatos com polióis. Os prepolimeros são geralmente

líquido viscosos, fabricados em batelada em reatores agitados. Inicialmente faz-se

a adição a frio do diisocianato e do poliol, nas proporções previamente

determinadas para a obtenção do teor de NCO livre desejado. A reação é

conduzida em atmosfera inerte e em ausência de água, na temperatura de no

máximo 1000C para evitar reações colaterais. Para aumentar a estabilidade do

prepolímero, durante a estocagem, adicionam-se estabilizadores como cloreto de

benzoíla, cloreto de acetila ou ácido p-tolueno sulfônico. A presença de

diisocianato não reagido, aumenta a toxidade do produto e a sua remoção pode

ser feita por destilação a vácuo (VILLAR, 2001).

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Os polióis como os poliésteres utilizados na síntese de PU’s, entretanto,

podem potencialmente ser sintetizados a partir de diálcoois e diácidos que, por

sua vez podem ser biossintetizados a partir de carboidratos e outras fontes de

carbono de matérias-primas renováveis (PRADELLA, 2006).

Normalmente, polióis com peso molecular entre 1000 e 6000 e

funcionalidade entre 1,8 e 3,0 dão origem ás espumas flexíveis e elastômeros.

Polióis de cadeia curta (250 < PM <1000) e alta funcionalidade (3 a 12) produzem

cadeias rígidas com alto teor de ligações cruzadas e são usados em espumas

rígidas e tintas de alto desempenho (VILLAR, 2001).

As PU sintetizadas a partir de óleos vegetais apresentam excelentes

propriedades devido à sua natureza hidrofóbica (PETROVIC; et al., 2002).

O óleo de rícino, um liquido viscoso, cuja coloração, varia desde incolor até

amarelado, é extraído a partir das sementes da mamona, as quais contêm

aproximadamente, de 40 a 50% de óleo. Os principais países que cultivam esse

arbusto são Brasil, China e Índia, os quais produzem cerca de 400.000 toneladas

do óleo por ano. O óleo de rícino é usado em produtos medicinais e cosméticos,

tais como solventes ou laxantes. O óleo também é processado na indústria, na

manufatura de tintas e revestimento, como plastificantes e recentemente como

poliol em sistemas de poliuretanas (BAUER; et al., 2008).

Lopes; Loureiro; Fonseca; Zamian; Santos; Sales (2008), realizaram a

caracterização do óleo de pracaxi (Pentaclethra macroloba), extraído das

sementes das favas, por cromatografia gasosa (CG), espectroscopia no

infravermelho (IV), termogravimetria (TG), termogravimetria derivada (DTG) e

calorimetria exploratória diferencial (DSC), com objetivo de obter a síntese de

uma PU a partir de um poliol

A estrutura molecular das PU’s pode criar desde polímeros rígidos

reticulados, até elastômeros de cadeias lineares e flexíveis. As espumas flexíveis

e os elastômeros têm estruturas segmentadas constituídas por longas cadeias

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flexíveis (provenientes dos polióis) unidas por segmentos aromáticos rígidos de

poliuretano e poli-uréia. Suas características dependem grandemente das

ligações hidrogênio entre grupos polares da cadeia polimérica, principalmente

entre os grupos N-H e as carbonilas dos grupamentos uréia e uretano. Os

segmentos rígidos dos PU’s flexíveis, especialmente os de poliuréia, formam

ligações secundárias fortes e tendem a se aglomerar em domínios

(HERNÁNDEZ, 2007).

2.4 BIOMATERIAL

Biomaterial é por definição, todo o material, natural ou não, utilizado em

aplicações biomédicas que impliquem a interação com sistemas biológicos.

Existem quatro grupos principais de materiais que podem ser utilizado nesta área:

polímeros, cerâmicos, metais e compósitos (GIL e FERREIRA, 2006).

A aplicação dos polímeros bioabsorvíveis tem despertado grande interesse

nas áreas médica e odontológica, devido às suas propriedades, passando,

portanto a fazer parte da classe dos biomateriais. Os tipos mais comuns são os

polihidroácidos de alto peso molecular formados pela abertura do anel cíclico

durante a polimerização de diésteres (AN; et al., 2000). Dentre eles se destacam

os poliésteres alifáticos derivados de ácido glicólico, (PLGA), o ácido láctico

(PLLA) e os copolímeros PLGA-PLLA, cuja principal característica é sua

degradação por hidrólise, gerando produtos absorvíveis pelo organismo. Suas

propriedades funcionais resultam da associação de fatores mecânicos, térmicos e

viscoelásticos (VANIN; et al., 2004).

Estudos da biocompatibilidade de polímeros de poliuretano derivados do

óleo da mamona revelam um produto biocompatível, atóxico e com baixíssima

hidrofilia, que permite inclusive a regeneração e incorporação de tecidos

orgânicos. Essa poliuretana possui fórmula molecular que além de

biocompatibilidade apresenta aspectos favoráveis quanto à processabilidade,

flexibilidade de formulação, versatilidade de temperatura de curva e controle de

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pico exotérmico na transição líquido-gel, possui excelentes propriedades

estruturais, não emite vapores tóxicos, tem bom poder de adesão, não libera

radicais tóxicos quando implantado e é de baixo custo (IGNÁCIO, 1995).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Foi utilizado o resíduo do açaí, para obtenção do endocarpo, através de

separador rotativo do laboratório de eco-composito, UFPA, visando a obtenção de

poliuretana utilizando pré-polímero de bi-componentes comercial de mamona,

RESCON 301- 40 da PROQUINOR, Produtos Químicos do Nordeste Ltda, bem

como a poliuretana de mamona.

Para este propósito os endocarpos foram divididos em frações por cor, de

acordo com a analise colorimétrica realizada na Faculdade de Engenharia de

Alimentos da UFPA; imagens das frações foram obtidas através de microscópio

eletrônico de varredura(MEV) no Museu Paraense Emilio Goeldi. Destas foi

avaliado em triplicata a solubilidade em água, ácido e base; a presença de

aminas, carboidratos, flavonóides e taninos; além da resistência ao ataque

químico com ácidos.

Foram separadas frações insolúveis em ácido sulfúrico, utilizando métodos

Klason e NBR 7989 adaptados de teor de lignina em pasta de celulose.

Endocarpos, e insolúveis destes em ácido sulfúrico foram analisados por

espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR). Estes

últimos foram avaliados por difração de raio X (DRX), analises realizadas no

laboratório de analises de Geociências da UFPA.

Os teores de polifenóis foram realizadas na Faculdade de Engenharia de

Alimentos da UFPA.

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3.1 MATERIAL

3.1.1 Resíduo do Açaí

Para obtenção do resíduo do açaí foi realizada a coleta no agro comércio,

localizado na cidade de Belém, no Estado do Pará. Após a coleta, os resíduos

foram levados para o laboratório de eco- compósitos, Universidade Federal do

Pará, onde ocorreu a separação, através de separador rotativo, em três frações

(figura 5): borra, fibra e o endocarpo que foi objeto de estudo desta pesquisa.

Figura 5 - Frações do resíduo do agro comércio do açaí

(a) Borra, (b) Fibra, (c) Endocarpo

3.1.2 Frações do Endocarpo do Açaí

O endocarpo do açaí foi pulverizado, por processo mecânico, obtendo-se

três frações (figura 6). Em seguida foi realizado o calculo do rendimento para

cada fração.

Figura 6 - Endocarpo do Açaí: (1) Fração externa, (2) Fração intermediaria e (3) Fração interna

1

3 2

(a) (b) (c)

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3.1.3 Poliuretana a base de mamona

Para o preparo de PU a base de açaí foi utilizado o pré- polímero do bi-

componente comercial de mamona, RESCON 301- 40 da PROQUINOR, Produtos

Químicos do Nordeste Ltda, ver características tabela 4.

Tabela 4 - Características Técnicas do Pré Polímero RESCON 301- 40

CARACTERÍSTICAS ESPECIFICAÇÃO - RESCON 301 - 40

Tempo de Gel a 25 C 30 - 45 min

Viscosidade da mistura 20 min 2.500 - 8.000 cps Dureza 60 - 80 Shore A Proporção Poliol/Prepolímero 1 : 0,43 Cura de trabalho 24 h Polimerização total De 7 a 10 dias Máxima temperatura de cura (ASTM D – 2471) 95 C máx. Massa específica (20°C) (ASTM D - 792) 1,0 - 1,1 g/cm³

Viscosidade da mistura 25 C (inicial) 550 - 750 cps

Absorção de água % (ASTM D - 570) 1,0%

Fonte: site www.proquinor.com.br.

3.2 MÉTODOS

O resíduo do agro comercio do açaí foi separado em frações através de

separador rotativo, com velocidade de 101 rpm e temperatura de 700C. Obtendo-

se a borra, utilizada como base de carga de compósito, após os quinze primeiros

minutos. As fibras, aproveitadas na confecção de manta termo acústico, após

uma hora e os caroços, após quatro horas de processamento. O procedimento

experimental, para obtenção das frações do endocarpo do açaí, foi realizado

conforme o fluxograma da figura 7.

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Fluxograma de Caracterização Físico- química das frações do endocarpo do

Resíduo do Agro comercio do açaí

Fibra (t 2 = 1 h) Caroço (t3 = 4 h) Borra (t1= 15 min)

Separação e Classificação por Cor

Fração 1 Fração 2 Fração 3

Material solúvel

Material Insolúvel

Base para Confecção de manta termo

acústica

Base para Carga de

compósitos

Separador Rotativo

Pulverização Manual

Insolubilidade ácida

( Método Klason)

Insolubilidade ácida

(NBR 7989)

Figura 7 – Fluxograma de obtenção das frações do endocarpo do açaí

Raio X

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A caracterização físico - química das frações do endocarpo foi realizada

através de testes de solubilidade com H2O, NaOH 5%, HCl 5% e solubilidade

ácida pelo método Klason, ataque ácido, FTIR E MEV, testes para aminas,

identificação de carboidratos, flavonóides e taninos e teor de polifenóis.

A síntese de PU a base de açaí, figura 8, com pré polimerofoi realizada

com e sem água destilada como extensor de cadeia, nas condições que foram

preparadas PU comercial a base de mamona, utilizando-se procedimentos

sugeridos pelo fabricante.

.

0,3 g do Material (Frações do

endocarpo do açaí)

3 mL

de água destilada

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Figura 8- Fluxograma de Rota de Poliuretana a partir do endocarpo do Açaí (Euterpe oleracea

Mart.)

3.2.1 Caracterização Físico-Química do Endocarpo do Açaí

3.2.1.1 Coloração

A identificação das frações do endocarpo pela cor, foi realizada através de

análise colorimétrica utilizando colorímetro Minolta, modelo CR-310, luminosidade C

( γ= 91,7; X= 0,3136; Y= 0,3191).

3.2.1.2 Analise por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

As superfícies e o tamanho das partículas das frações do endocarpo do açaí

foram montadas em suportes de alumínio (stubs) e fixadas em película de papel

alumínio com ajuda de uma fita de carbono dupla face para metalização com ouro

(Evaporador EMITEX K550 X). A visualização foi realizada em microscópio

eletrônico de varredura (MEV), modelo LEO-1430, e as condições de análises para

as imagens de elétrons secundários foram: corrente do feixe de elétrons = 90 µA,

voltagem de aceleração constante = 10 kv e distância de trabalho = 15 mm.

pré-polímero RESCON 301-40

pré-polímero RESCON 301-40

Cura 24 horas

Poliuretana

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3.2.1.3 Solubilidade

O teste de solubilidade foi realizado com as três frações do endocarpo do açaí

utilizando como solvente água, solução de hidróxido de sódio 5%(m/v) e solução de

ácido clorídrico 5%(v/v).

3.2.1.3.1 Solubilidade em Água

A solubilidade foi realizada na relação de 1:2 da massa das frações do

endocarpo e água destilada. As análises foram realizadas em triplicatas.

3.2.1.3.2 Solubilidade em Hidróxido de sódio

A solubilidade foi realizada na relação de 1:1 da massa das frações do

endocarpo e NaOH 5%(m/v) .

3.2.1.3.3 Solubilidade em Ácido Clorídrico

A solubilidade foi realizada na relação de 1:1 da massa das frações do

endocarpo e HCl 5%(v/v). As análises foram realizadas em triplicatas.

3.2.1.4 Teste Qualitativo

Foram realizados testes para aminas, como basicidade, oxidação e ácido

nitroso. Identificação de Carboidratos, taninos e flavonóides

3.2.1.4.1 Aminas

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Foram realizadas analises químicas para verificar a presença de amina nas

frações do endocarpo do açaí, observando-se o caráter básico, a reação de

oxidação e o teste com ácido nitroso, de acordo com Shriner, 1983

.

3.2.1.4.1.1 Basicidade

Essa analise foi realizada para cada fração, colocando-se em tubo de ensaio,

uma pequena quantidade do material em solução aquosa, e adicionando-se o

indicador vermelho de metila.

3.2.1.4.1.2 Oxidação das Aminas

Em tubos de ensaio, foram adicionados pequenas quantidades de cada

fração do endocarpo do açaí, juntamente com 5 gotas de solução de dicromato de

potássio 1% (m/v) e adicionado 1 mL de solução de HCl 6 mol/L, a mistura foi

agitada e ficando em repouso por trinta minutos.

3.2.1.4.1.3 Teste com Ácido Nitroso

Este teste permite identificar se amina é primaria, secundaria ou terciária e

ainda pode distinguir uma amina alifática de uma aromática. Foram utilizadas para

cada fração, pequenas quantidades juntamente com 1 mL de solução de HCl 6

mol/L, a mistura foi resfriada em um banho de gelo e adicionado cuidadosamente 1

mL de solução 10%(m/v) de nitrito de sódio (NaNO2).

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3.2.1.4.2 Identificação de Carboidratos

Para confirmar a ausência de amido, em cada fração foi adicionada água

destilada e solução de iodo. Foi realizado teste em branco, utilizando amido e

solução de iodo.

3.2.1.4.3 Teste para Flavonóides

Para confirmar a presença de antocianinas, antocianidinas e flavonoides, as

frações do endocarpo do açaí foram aciduladas com H2SO4 , e alcalinizadas com

NaOH, de acordo com Matos (1988).

3.2.1.4.4 Identificação de Taninos

3.2.1.4.4.1 Preparação do Extrato

Para o preparo do extrato foi utilizada 0,20 g de cada fração do endocarpo do

açaí, com 60 mL de etanol a 30%. A mistura foi aquecida e depois filtrada a quente

obtendo- se o extrato.

3.2.1.4.4.2 Teste para Taninos

Foi realizado teste em branco com água e cloreto férrico, e depois foi

adicionado a cada fração do endocarpo, solução alcoólica de cloreto férrico.

3.2.1.5 Ataque Químico das Frações do Endocarpo do Açaí

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O ataque ácido foi realizado com solução oxidante de ácido sulfúrico 96% e

solução de ácido fosfórico 85% e as frações do endocarpo do açaí. As análises

foram realizadas em triplicatas.

3.2.1.5.1 Ataque Químico com Ácido Sulfúrico

O ataque químico foi realizado na relação de 1:1 da massa das frações do

endocarpo e H2SO4 96%(v/v).

3.2.1.5.2 Ataque Químico com Ácido Sulfúrico e Ácido Fosfórico O ataque químico ácido foi realizado na relação de 1:1:1 da massa das frações

do endocarpo; H2SO4 96%(v/v) e H3PO4 85%(v/v).

3.2.1.6 Insolubilidade Ácida

A insolubilidade ácida foi realizada primeiramente para massa total e

posteriormente, para cada fração do endocarpo do açaí.

3.2.1.6.1 Insolubilidade Ácida pela NBR 7989 para o endocarpo do açaí Esta norma é apropriada para determinação de teor de lignina em pasta de

celulose e foi adaptada para determinação de teor de insoluveis do endocarpo do

açaí em ácido, seguindo o procedimento : A porção de 1g do material foi transferido

para um béquer e adicionado a 40mL da solução ácido sulfúrico 72% (100C a 150C),

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em pequenas porções, homogeneizando-se e macerando-se com bastão de vidro.

O béquer foi conservado em banho a 200C durante a dispersão do material. O

béquer foi coberto com vidro de relógio e colocado em um banho a temperatura de

200C por 2 horas , agitando frequentemente.

O material do béquer foi transferido para um erlenmeyer de 2000 mL

utilizando de 300mL a 400 mL de água para enxaguar o béquer e completado com

água até o volume de 1540 mL. A solução foi fervida por 4 h, mantendo o volume

constante, usando–se a adição de água quente constantemente para manutenção

do volume. Deixou-se o material insolúvel decantar. Sem agitar o precipitado, a

mistura foi filtrada. Obtendo-se um resíduo, que foi lavado com água quente até a

neutralização e posteriormente seco em estufa mantida a 1050C até massa

constante .

3.2.1.6.2 Insolubilidade Ácida pelo Método Klason para o endocarpo do açaí

Foi utilizada a massa do endocarpo do açaí de 1g, que foi adicionada a

15mL de ácido sulfurico a 72%. A mistura foi mantida em repouso por por duas

horas à temperatura ambiente sob agitação constante. Em seguida foi adicionado

560 mL de água destilada de modo a obter a porcentagem de acido sulfurico igual a

3%. A solução permaneceu em banho maria, em ebulição, por quatro horas com

periodica adição de água para manter o volume constante. A solução resultante foi

resfriada, filtrada e o residuo lavado com água até pH neutro.

3.2.1.6.3 Insolubilidade Ácida pelo Método Klason para as frações do endocarpo do açaí

Para cada fração foi utilizado 0,1 g em contato com 1,5 mL de ácido sulfúrico

a 72% frio e deixadas em temperatura ambiente por 90 minutos com agitação

constante. Em seguida foi adicionado 9,75 mL de água destilada e as amostras

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51

hidrolisadas a 1100C, durante três horas. Após esta etapa, estas são filtradas e

secas no determinador de umidade infravermelho ate massa constante e

caracterizadas por infravermelho.

3.2.1.7 Caracterização Química das Frações do Endocarpo do Açaí por FTIR

As pastilhas foram preparadas utilizando 1,5 mg da amostra (fração do

endocarpo do açaí) e 20 mg de KBr que foi previamente dessecado em estufa ate

peso constante. Em seguida foram inseridas no compartimento de leitura do

Espectrômetro de Infravermelho Spectrometer 1760 X–PERKIN ELMER, para

realização das analises. O equipamento foi mantido em sala com temperatura e

umidade controladas. A faixa espectral utilizada compreendia números de onda

entre 4000 e 400cm-1.

3.2.1.8 Difração de Raio X de Insolúvel do Método Klason do Endocarpo do Açaí

O residuo foi seco naturalmente a temperatura ambiente e submetido a

difração de raio X. A amostra foi analisadas em um difratômetro Philips, modelo

X’Pert PRO, sendo utilizado tubo de cobalto, operando a uma voltagem de 40 Kv e

corrente de 35 mA. As varreduras foram realizadas em intervalo de ângulo de

espalhamento 2 de 5 a 75o.

3.2. 1.9 Análises Quantitativas

3.2.1.9.1 Determinação do Teor de Polifenóis

A analise foi realizada por extração na proporção de 1:20 com solução

extratora composta de 0,5% de ácido acético, 29,5% de água e 70% de acetona

para então ser analisada em espectrofotômetro ULTROSPEC 2000 UV/ visível.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ENDOCARPO DO AÇAÍ

4.1.1 Separação do Endocarpo em Frações e Identificação por Coloração

Por método de pulverização foram obtidas três frações que apresentam

colorações diferentes (figura 9). A primeira fração apresentou cor Tristímulo, com L=

77,60; a= + 16,78; b=+26,12 e ΔE= 83,58, a segunda fração apresentou cor

Tristímulo, com L= 88, 42; a= + 18,04; b=+26,31 e ΔE= 94,00 e a terceira fração cor

Tristímulo, com L= 106,73; a= + 9,74; b=+22,52 e ΔE= 109,51. Segundo Hunterlab,

1996, em 1976, a CIE (Comission Internacionale de L’Eclairage) recomendou o uso

da escala de cor CIE L*a*b*, ou CIELAB . O máximo valor de L* (luminosidade) é

100, e representa uma perfeita reflexão difusa, enquanto que o valor mínimo é zero

e constitui o preto. Os eixos a* e b* não apresentam limites numéricos específicos.

A coordenada a* varia do vermelho (+a*) ao verde (-a*), e a coordenada b* do

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amarelo (+b*) ao azul (-b*). Os valores delta (ΔL*, Δa* e Δb*) indicam o quanto a

amostra diferiu do padrão para L*, a* e b*, e são freqüentemente utilizados no

controle de qualidade e ajustes de formulação, além de serem utilizados para o

cálculo da diferença total de cor (ΔE*).

Figura 9 - Frações do Endocarpo de Açaí (1) Fração externa (2) Fração intermediaria (3) Fração interna

4.1.2 Média do Rendimento das Frações do Endocarpo do Açaí

.

Fração Média

Fração 1

13 %

Fração 2 16 %

Fração 3 71%

Tabela 5 - Rendimento das frações do endocarpo do açaí : (1) Fração externa (2) Fração intermediaria (3) Fração interna

O rendimento de cada fração do endocarpo, ver tabela , esta de acordo com

a literatura consultada, pois de acordo com Villachica et al (1996) & Carvalho et al

(1998) semente botânica apresenta eixo embrionário diminuto e abundante tecido

endospermático.

4.1.3 Analise por Microscopia Eletrônica de Varredura ( MEV)

3 1

2

(1) (2) (3)

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As frações apresentaram formas e tamanhos variados, figura 10, devido o

grau de dureza do material. A fração 1 devido a presença do tegumento, rígido,

apresenta partículas menores, a fração 2, por ser uma mistura de tegumento,

embrião e endosperma apresenta partículas de tamanho médio, e a fração 3 rica

em endosperma apresenta partículas maiores, figura (c).

A superfície das frações do endocarpo apresentam rugosidade e as frações 2

e 3 apresentam filamentos tubulares, pois apresentam material menos rígido, ver

figura 11.

(a) (b) (c)

Figura 10 - (a) MEV do pulverizado da fração 1; (b) MEV do pulverizado da fração 2; ( c) MEV do pulverizado da fração 3

( a ) ( b ) ( c )

Figura 11 - (a) MEV da superfície da fração 1, (b) MEV da superfície da fração 2; (c) MEV da superfície da fração 3

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4.1.4 Solubilidade das Frações do Endocarpo do Açaí

As frações apresentam solubilidade parcial em água, figura 12., em NaOH 5%,

figura 13, e em HCl 5%, figura 14.

(a ) ( b) ( c)

Figura 12 - solubilidade em água: a) Fração 1 (b) Fração 2 c) Fração 3

(a) (b) (c)

Figura 13 - Solubilidade em NaOH: (a) Fração 1 (b) Fração 2 e (c) Fração 3

(a) (b) (c)

Figura 14 - Solubilidade em HCl: (a) Fração (b) Fração 2 Fração 3 %

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4.1.5 Teste Qualitativo

4.1.5.1 Propriedades Químicas das Aminas

O teste de basicidade foi positivo para as frações, utilizou-se o indicador

vermelho de metila que apresentou a coloração laranja, indicando um caráter

básico. A reação de oxidação com dicromato de potássio ocorreu nas três frações.

No teste com ácido nitroso em todas as frações foi observado desprendimento de

gás indicando, segundo SHRINER; et al. (1983), a presença de aminas.

4.1.5.2 Identificação de Carboidratos

Utilizando a solução de iodo, foi observado para as três frações a coloração

vermelha, figura 15, indicando segundo BENDER (1985); CISTERNAS, VARGA,

MONTE (1999), a ausência de amido.

( a ) ( b) ( c) ( d)

Figura 15 - Identificação de Carboidrato: (a) Fração 1; (b) Fração 2; (c) Fração 3; (d) Amido e solução de iodo

4.1.5.3 Teste para Flavonóides

As frações aciduladas e apresentaram coloração vermelha, figura 16, que

podem ser devido a presença antocianinas, antocianidinas, chalconas e auronas. A

fração 1 alcalinizada apresentou a coloração vermelho-laranja caracterizando, de

acordo com Matos (1988) a presença de flavanonóis e as frações 2 e 3

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apresentaram a coloração, amarela indicando a presença de flavonóides e xantonas,

figura 17.

(a) (b) (c)

Figura 16 - Frações do Endocarpo do Açaí aciduladas com H2SO4: (a) Fração 1;

(b) Fração 2 ; (c) Fração 3 (a) (b) (c)

Figura 17 - Frações do Endocarpo do Açaí alcalinizadas com NaOH: (a) Fração 1; (b) Fração 2 ; (c) Fração 3

4.1.5.4 Identificação de Taninos

Para identificação de taninos, foi preparado o extrato com etanol a 30% e as

frações do endocarpo do açaí, ver figura 18. O teste em branco resultou na

coloração amarela, e as frações do endocarpo figura 19 (a), apresentaram a

coloração verde, figura 19 (b); (c); (c), caracterizando, de acordo com Matos (1988) a

presença de taninos flobafênicos (taninos condensados ou catéquicos).

(a) (b) (c)

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58

Figura 18 - Preparação do Extrato com etanol e frações do endocarpo do açaí: (a) Fração 1 e etanol 30%; (b) Fração 2 e etanol 30%; (c) Fração 3 e etanol 30%

( a) ( b) (c) (d)

Figura 19 - Identificação de Taninos: (a) Teste em Branco ; (b) Fração 1 c) Fração 2; (d) Fração 3

4.1.6 Ataque Químico das Frações do Endocarpo do Açaí

O ácido sulfúrico e o ácido fosfórico reagem sobre as frações do endocarpo

do açaí ocasionando a formação de manchas escuras, reação de carbonização, ver

figuras 20 e 21, por apresentarem caráter oxidante e desidratante.

(a) (b) (c)

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59

Figura 20 - Carbonização com H2SO4 (a) Fração 1 (b) Fração 2 (c) Fração 3

(a) (b) (c)

Figura 21 - Carbonização com H2SO4 e H3PO4 : (a) Fração 1 (b) Fração 2 (c) Fração 3

4.1.7 Insolubilidade Ácida 4.1.7.1 Insolubilidade Ácida do Endocarpo do Açaí

A insolubilidade ácida pelos métodos Klason e NBR 7989, apresentaram teores

elevados de material insoluvel de 41% e 62%, respectivamente . Segundo Altman

(1956) o teor de lignina para o endocarpodo do açaí é 7, 72% e de acordo com

Rodrigues; Camarão; Lourenço (1993) o teor é de 24,7%.

4.1.7.2 Insolubilidade Ácida das Frações do Endocarpo do Açaí

A média dos resultados, de material insolúvel, figura 227, obtidos para

solubilidade ácida das frações do endocarpo do açaí, pelo metodo Klason, foi de

50% para a primeira fração, 23,3% para a segunda fração e 10% para a terceira

fração.

(a)

(b) (c)

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60

Figura 22 - Insolubilidade ácida pelo Método Klason para as frações do endocarpo do açaí. (a) Extração; (b) Filtração; (c) Secagem

4.1.8 Caracterização por FTIR

4.1.8.1 FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí

As analises de FTIR das frações do endocarpo do açaí , figura 23, de acordo

com Demirbas (2000), Regiani (2000) e Silverstein; Bassler; Morrill (2002) revelam

bandas características observadas na tabela 6.

Tabela 6- Principais Picos no Espectro de FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí

Frequência ( cm-1) Atribuição

1765-1715 C=O de ésteres, aldeídos e cetonas.

1270 C-O-C de éteres.

~ 1050 cm-1 C-O- (H) de alcoóis

1640-1590 cm-1 Deformação angular de ligação NH

(amidas)

1300 a 1245 cm-1 Deformação axial de ligação CN

(aminas aromáticas)

3300-2500 cm-1 Deformação axial de OH

( ácidos Carboxílicos)

1650-1515 Cm-1 Aminas primarias, secundárias e algumas

lactanas.

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61

(a)

(b)

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62

(c)

Figura 23 - FTIR das frações do endocarpo do Açaí: (a)Fração 1 do pulverizado; (b) Fração 2 do pulverizado; (c) Fração 3 do pulverizado

4.1.8.2 FTIR das Frações do Endocarpo após Insolubilidade ácida pelo método Klason

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63

As analises de FTIR, figura 24, apresentam os resultados das frações 1, 2 e

3, de acordo com Silverstein; Bassler; Morrill (2002) e Costa (2007) mostrados na

tabela 7.

Tabela 7- Principais Picos no Espectro de FTIR das Frações do Endocarpo do Açaí Após Insolubilidade

Frequência ( cm-1) Atribuição

3550-3200 Cm-1 OH de álcool

1075-1020 Cm-1 éteres

1720- 1706 Cm- 1 aldeídos

1606 Cm- 1 estiramento da ligação C=C de compostos aromáticos.

2926-2855 Cm-1 deformação axial CH2 característico de grupamento metila.

.

(a)

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( b)

(C)

Figura 24 - FTIR das frações do endocarpo do açaí após insolubilidade

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65

4.1.9 Difração de Raio X do Endocarpo do Açaí

O difratograma de raio X apresenta, na figura 25, os principais picos que

indicam região cristalinas: 18,630 ; 21,100 ; 23,390; 27,720; 29,360, não

caracteristicos de celulose. O endocarpo do açaí que apresenta em sua constituição

celulose cristalina, foi retirada após a solubilidade ácida pelo método Klason.

Figura 25 - Difratograma de raio X após insolubilidade ácida do endocarpo do açaí.

4.2 ANALISE QUANTITATIVAS 4.2.1 Determinação do Teor de Polifenóis

O teor de polifenóis para primeira fração é 10.750 mg eq.ácido gálico/100g,

para segunda fração é 4.193 mg eq.ácido gálico/100g e para terceira é de 2.260 mg

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eq.ácido gálico/100g.

O teor de polifenóis variou nas três frações, apresentando maior concentração

na primeira fração, devido a presença do grupamento OH fenólicos.

4.3 SÍNTESE DE POLIURETANA (PU’S) A PARTIR DO ENDOCARPO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea Mart.)

O endocarpo do açaí, apresenta uma opção de matéria prima para obtenção

de poliol, que pode ser utilizado em sínteses de poliuretanas, utilizando o processo

de cura de 24 h, utilizando ou não água destilada como extensor de cadeia e tendo

como base a PU de mamona, figura 26.

Apresenta características satisfatórias, como sendo de fonte renovável, fácil

aquisição e material com diversidade de grupos funcionais, principalmente o

grupamento OH, figura 27.

Figura 26 - Processo de Cura das Frações do Endocarpo do Açaí

(a) (b) (c) (d)

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67

Figura 27 - Poliuretana a partir das frações do endocarpo do Açaí: (a) Base, (b) Fração 1, (c) Fração 2 , (d) Fração 3

A relação tempo e temperatura no processo de cura das frações do

endocarpo com o pré polímero industrializado, RESCON 301-40, esta representado

nas tabelas 8, 9, 10 e 11.

Tabela 8 - Tempo e temperatura no processo de cura do pré- polímero do bi-componente de mamona RESCON 301-40

Tempo Temperatura 0C

0 27,0 25 mim 28,8 33 mim 26,8 39 mim 27,1 57 mim 27,0

1h 26 mim 27,1

Tabela 9 - Tempo e temperatura no processo de cura da fração 1 e pré- polímero do bi-componente de mamona RESCON 301-40

Tempo Temperatura 0C

0 26,9 25 mim 26,8 33 mim 27,0 39 mim 27,0 57 mim 27,0

1 h 26 mim 27,0

Tabela 10-Tempo e temperatura no processo de cura da fração 2 e pré- polímero do bi-componente de mamona RESCON 301- 40

Tabela 11 - Tempo e temperatura de cura da fração 3 e pré- polímero do bi-componente de mamona RESCON 301-40

Tempo Temperatura 0C

0 27,0 25 mim 27,0 33 mim 27,3 39 mim 27,1 57 mim 27,0

1 h 26 mim 27,0

Tempo Temperatura 0C

0 26,8 25 mim 28,0 33 mim 26,8 39 mim 27,0 57 mim 27,0

1 h 26 mim 27,0

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68

5 CONCLUSÕES

As frações do endocarpo apresentaram formas e tamanhos variados,

superfícies rugosas, caráter básico, taninos condensados, flavonóides, aminas e

polifenóis.

O teor de material insolúvel no endocarpo, atraves do método Klason foi

de 41% e pela NBR 7989 foi de 62% .E o teor médio de material insolúvel , pelo

metodo Klason para as frações do endocarpo foi de 50% para primeira; 23,3%

para segunda e 10% para a terceira.

Os FTIR após pulverização e solubilidade ácida das frações do endocarpo,

apontam uma diversidade de grupos funcionais, principalmente OH característico

de polióis.

A água foi adicionada as frações do açaí e estes adicionados ao pré-

polímero, a água é reagente neste sistema.

A polimerização das frações do endocarpo do açaí com o pré-polimero

RESCON 301-40, apresentou tempo de gel em (30-40 min), tempo de cura de

24 horas, podendo ser comparada com o processo reacional da base composta

do mesmo pré-polímero e o óleo de mamona.

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6 SUGESTÕES PARA PRÓXIMAS PESQUISAS

Síntese de resina fenólica, utilizando 40% em massa do endocarpo do açaí

substituindo a substância fenólica

Elaboração de compósito, utilizando o endocarpo do açaí como carga,

produzindo maior interação fibra-matriz

Extração de compostos químicos presentes no endocarpo do açaí

Poliuretana obtida a partir de processo de extrusão

Poliuretana bi-componenete a partir do óleo do fruto de açaí com pré-polímero

do óleo de açaí.

Estudos das propriedades mecânicas da poliuretana obtida a partir do

endocarpo do açaí e do óleo do fruto de açaí

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